recursos didáticos no ensino de geografia

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0 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARANÁ – UNESPAR FACULDADE ESTADUAL DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS – FAFIUV DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA FABIANE SNICER PROJETO DE METODOLOGIA DO ENSINO DA GEOGRAFIA: ENSINO DA GEOGRAFIA, RECURSO DIDÁTICO E AULA DE CAMPO

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Projeto de pesquisa que trás Os principais recursos didáticos usados como metodologia no ensino de geografia.

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Page 1: Recursos Didáticos no Ensino de Geografia

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARANÁ – UNESPAR

FACULDADE ESTADUAL DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS – FAFIUV

DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA

FABIANE SNICER

PROJETO DE METODOLOGIA DO ENSINO DA GEOGRAFIA:

ENSINO DA GEOGRAFIA, RECURSO DIDÁTICO E AULA DE CAMPO

UNIÃO DA VITÓRIA – PARANÁ

2014

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARANÁ – UNESPAR

FACULDADE ESTADUAL DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS – FAFIUV

DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA

PROJETO DE METODOLOGIA DO ENSINO DA GEOGRAFIA:

ENSINO DA GEOGRAFIA, RECURSO DIDÁTICO E AULA DE CAMPO

Projeto de Metodologia do Ensino da Geografia, apresentado pela acadêmica Fabiane Snicer à Escola Estadual Marina Marés de Souza, para a turma do 7° ano, como requisito parcial para obtenção de nota semestral.Orientadora: Professora Alcimara A. FöetschProfessor Supervisor: Valdenir José Socoloski

UNIÃO DA VITÓRIA – PARANÁ2014

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 03 3

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 04 4

2.1. HISTÓRIA DA GEOGRAFIA 04 4

2.2. O ENSINO DA GEOGRAFIA NO BRASIL 05

2.3. RECURSOS DIDÁTICOS NO ENSINO DE GEOGRAFIA 07

2.4. AULA DE CAMPO COMO RECURSO DIDÁTICO 10 1

3. REFERÊNCIAS

4. PLANOS DE AULA

5. CÓPIA DOS CONTEÚDOS TRABALHADOS

6. DOCUMENTAÇÃO

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1. INTRODUÇÃO

O estágio será realizado no Colégio Estadual Marina Marés de Souza,

localizado na Avenida Agostinho de Souza n° 270, telefone 42 3562-1363, com turno

matutino, vespertino e matutino, tendo como diretora Marcia Regina Fernandes, vice

Jefferson Weiwanko e professor de Geografia Valdenir José Socoloski.

O presente trabalho tem por finalidade de trabalhar com três temáticas,

dentro do ensino de geografia, sendo elas: O ensino da geografia, onde será

abordada a história e origem da geografia como ensino, o inicio do ensino da

geografia no Brasil. Outra temática é sobre os recursos didáticos utilizados no

ensino, os novos métodos que estão sendo utilizados dentro da sala de aula. E por

fim, a aula de campo, como um dos principais recursos que pode ser utilizado pelos

educadores como método de ensino.

Os estágios aconteceram nos dias 04 de junho de 2014 uma aula, das

14:30h ás 15:00h, no dia 06 de junho de 2014, duas aulas, das 13:00h ás 14:30h no

dia 09 de julho de 2014, uma aula das 14:30 ás 15:00. O conteúdo escolhido para

ser trabalhado foi a região sul, contendo as temáticas: Aspectos físicos, rede

hidrográfica, ocupação e organização, população e economia da região sul.

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2. GEOGRAFIA E ENSINO

2.1 HISTÓRIA DA GEOGRAFIA

Ao falarmos da história da geografia como ciência, logo lembramos dos

geógrafos que contribuíram com suas filosofias e pensamentos e que até os dias de

hoje contribuem e muito, quando falamos da história da geografia.

Kant foi um filósofo, apesar de não ser geógrafo de formação, colaborou e

muito com suas ideologias geográficas. Seu pensamento era de que a ciência da

geografia delimitava seu objeto, a natureza, que era vista de forma dual ao homem,

Kant em sua filosofa acreditava na relação maternal entre o homem e a natureza,

que um depende inteiramente do outro, e que o papel da geografia é entender o

espaço físico e temporal em que encontra-se o homem na sociedade.

No ínicio da modernidade, aumentava a necessidade de definir o objeto da

geografia. Humboltd e Ritter citam a geografia como ciência e tinham grande

preocupação em definir não só um objeto, mais também um método específico a

geografia. Para Ritter, a geografia seria a disciplina que poderia “estabelecer a

relação lógica entre o todo e suas partes” (GOMES, pg. 165, 1996). O “todo” que cita

Ritter seria a natureza através de divisões em partes da mesma, onde cada parte

deve estar relacionada as outras e a partir de então seria determinada as

características comuns e singelas de cada parte. Daí então a junção de todas essas

partes seriam o percurso a se chegar na compreensão do todo.

Depois do final da segunda metade do século XIX, a geografia inicia-se em

uma nova fase, onde fica conhecida como geografia clássica. Nesta fase onde a

geografia assim como todas as outras ciências tenta explicar os processos e

fenômenos referentes á esfera humana. Neste contexto a geografia então se divide

em duas, sendo a geografia humana e a geografia física.

A geografia física divide-se pela aplicação das leis da física, biologia e

matemática, aos processos ligados a natureza como geomorfologia, climatologia,

biogeografia e seus desdobramentos. Já na geografia humana, o processo está em

uma adoção de uma legalidade institucional na esfera do tratamento do homem.

(MOREIRA, 2008, p. 18).

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A partir de então que se desenvolve o pensamento de Ratzel e Vidal de La

Blache, autores que para muitos foram responsáveis em colocar a geografia entre as

ciências modernas. Entre Ratzel e La Bache não existe uma oposição radical entre

eles, suas idéias são simplistas onde Ratzel defende o determinismo e La Blache o

possibilismo. Ambos os autores estavam preocupados em pensar a relação homem-

natureza, como discussão principal do objeto e método da geografia.

A filosofia de Ratzel e La Blache foram de suma importância e denominou o

pensamento geográfico por muitas décadas. A partir da década de 1950, aconteceu

uma revolução na geografia, trazendo então uma nova geografia onde a natureza

fazia parte de um espaço geométrico, e matemático voltado aos interesses do

estado. Nesta nova geografia a natureza era os recursos naturais, inseridas no

capitalismo, onde a exploração desses recursos era de grande importância para o

desenvolvimento econômico.

Em 1970 entra em ação o pensamento marxiano, onde citava o espaço

como o objeto da geografia, referia-se a uma ideia de espaço homogêneo; mas a

geografia crítica neste momento vem trazer a importância da geografia assumir um

papel transformador da realidade, e ver o espaço como heterogêneo, passando a

ser um produto social. Essa ideia base é reformulada, então o espaço é sim produto

social, onde os homens se relacionam a partir de vínculos afetivos e cotidianos. O

espaço é o espaço vivido, “cotidianamente apropriado pelos grupos que nele

habitam e lhe conferem dimensões simbólicas e estéticas” (COSTA, 1996, p. 317).

2.2 O ENSINO DA GEOGRAFIA NO BRASIL

A geografia como disciplina nas escolas, surgiu precisamente em 1837, no

colégio Pedro II, com o objetivo de contribuir na formação do cidadão, numa

ideologia de nacionalismo patriótico. Então a disciplina da geografia ensinava as

riquezas naturais e humanas presentes no território brasileiro. Os primeiros

professores a ministrar as aulas de geografia vinham de outras profissões, como

advogados e até mesmo sacerdotes.

Alunos do 6° ano tinham conteúdos relacionados a América, mares, vulcões

da América em forma abrangente, depois o conteúdo delimitava-se ao Brasil e suas

regiões, só então era aplicados os conteúdos da Europa, Ásia, África e Oceania.

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Em 1930, o ensino de geografia ganha uma nova dimensão, em 1929 é

fundado o curso livre Superior de Geografia, como principal objeto criar condições

para que o ensino da geografia buscasse seu verdadeiro papel na disciplina de

nacionalização. Alguns anos depois são formados os primeiros geógrafos no país.

Nesse período ocorreram fatos importantes para a geografia como:

Surgimento dos cursos superiores de geografia na USP em 1934 e também no

Distrito Federal UDF em 1935, a fundação da AGB (associação dos geógrafos

brasileiros) também em 1935, criação do conselho nacional de geografia em 1937 e

criação do IBGE em 1939. A partir de então a geografia ganha total força tanto como

disciplina escolar como ciência.

Com o passar do tempo, a geografia vai cada vez mais se aproximando da

geografia moderna em busca do verdadeiro método e objetivo, nesse período a

influencia vem da geografia de Vidal de La Blache, geografia essa que domina tanto

as escolas como as universidades, com um ensino sobre paisagens naturais e

humanizadas, o principal método usado era a descrição e a memorização dos

elementos que compõe a paisagem, onde a tarefa do aluno era descrever os fatos

sociais e naturais, associando o homem como o principal elemento nessa relação.

A partir de 1931, são introduzidos novos conteúdos nos anos iniciais como:

população, raças, línguas, religiões e a economia brasileira, onde na época era a

principalmente a agricultura o centro econômico do país.

Nessa fase também começa a produção dos livros didáticos, onde dois

principais autores se destacam: Miguel Delgado de Carvalho e Aroldo de Azevedo.

A geografia de Miguel Delgado de Carvalho contribuiu para o que se pode denominar enobrecimento ou civilidade da mentalidade territorial no Brasil. Seus trabalhos didáticos ofereceram aos que escolarizavam num país em franca expansão e urbanização, e cheio de imigrantes, um elemento de identidade territorial cívica nacional, uma identidade para além da roça, do engenho de açúcar, da fazenda de café e gado, da aldeia, da província. Por meio da ideia de um todo Histórico-geográfico, participou das discussões que forneceram identidades macrorregionais, tudo isso como típicos artefatos mentais de confecção pela cultura urbana central que procedia ás representações do país quando procurava afirmar-se como nação. (BARROS, 2008, p. 322).

Aroldo de Azevedo seguia o mesmo caminho. De 1940 a 1970 foi um dos

maiores influenciadores do ensino da geografia no Brasil. Alguns anos seguintes o

ensino da geografia passa por uma grande revolução, com a revisão de alguns

conteúdos, mas não deixando de lado os verdadeiros objetivos e a didática de

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ensino. O objetivo ainda era o engrandecimento das riquezas do país e o método

era ainda a memorização.

A escola então se torna um centro de formação da mão de obra para as

indústrias, assim, a escola se reduz ao treinamento profissional. A partir da década

de 1970 o governo militar passa a considerar a disciplina perigosa na medida em

que contribuía na formação e pensamentos críticos e alunos contestadores, então

por isso em 1971 a geografia é excluída dos currículos oficiais e substituída pela

disciplina de estudos sociais, nas universidades a geografia começa a ganhar força,

passando a ser a ciência do espaço. Nos anos 80 a geografia influencia as

propostas curriculares voltadas para as quintas, sextas, sétimas e oitavas séries,

com conteúdos voltados a relação de trabalho e produção, onde o ensino era em

torno das ideologias políticas, econômicas e sociais na relação entre sociedade,

trabalho e natureza.

Segundo Clarice Cassab (2009), os professores na maioria dele formados

nas escolas clássicas de geografia, e num regime educacional em que tudo vinha

pronto, tanto currículo, metodologia e planejamento, tiveram grande dificuldade em

colocarem em prática o ensino de geografia.

A elaboração dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) serviu para

orientação no ensino da geografia, onde ficou oficializada uma geografia de

fundamentação fenomenológica e o ensino era a partir de teorias construtivas,

estimulando o aluno a habilidade de perceber o espaço através de referencias

concretas.

2.3 RECURSOS DIDÁTICOS NO ENSINO DE GEOGRAFIA

Recursos didáticos são conceituados como um conjunto de materiais

utilizados para fins pedagógicos, que buscam uma melhor mediação de

conhecimento de conteúdos com os alunos podendo ser todo tipo de objeto material

(giz, livro didático, maquete, globo terrestre, entre outros) ou imaterial (tonalidade de

voz e expressões corporais); os recursos didáticos modernos são formados por

componentes eletrônicos e computacionais (FISCARELLI, 2008).

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Fiscarelli (2008) também ressalta que a proposta curricular nacional,

incentiva o professor a utilizar os recursos didáticos, principalmente os relacionados

às novas tecnologias.

Sobre a expectativa da utilização dos recursos didáticos pelo professor, a

autora comenta que há receio na questão da viabilidade, adaptação ao conteúdo e à

realidade escolar. Para a prática em sala de aula, o professor necessita de maior

preparo e eficiência, pois assim como o recurso pode ajudar, ele também pode

atrapalhar o docente se ele não souber utilizá-lo corretamente.

Para que aja uma boa eficiência na utilização desses recursos tecnológicos,

são oferecidos aos professores cursos de capacitação, para que o professor se

adapte ao conteúdo e a realidade da sala de aula; esses cursos são de suma

importância, pois se esses recursos não forem utilizados corretamente, irá

“atrapalhar”, em vez de beneficiar ao aluno.

Alguns principais recursos didáticos usados dentro de sala de aula, e de que

forma são trabalhados como:

Globo Terrestre: Um importante recurso que está sendo esquecido pelos

professores, muitas das vezes sendo deixado de lado apenas como enfeite em

salas. Este recurso tem grande importância nos temas que englobam orientação,

leitura de mapas, origem das situações de tempo, variação do horário na superfície

terrestre, fluxo espaciais (comércio, transporte e informações) e também em análise

de questões geopolíticas. As principais vantagens em apresentar este recurso em

sala de aula é que com ele há a aproximação da real forma do planeta Terra. Umas

das dificuldades encontradas ao utilizar esse recurso, é por ser muitas das vezes

pequeno e dificultando então o detalhamento das informações nele encontrados.

Bússolas: As bússolas, apesar de muitas escolas não possuírem, é um

recurso de fácil acesso, podendo ser confeccionado pelos alunos juntamente com os

professores. As bússolas podem ser utilizadas no processo de ensino-

aprendizagem de conceitos, como norte magnético, orientação, rosa dos ventos,

paralelos e meridianos.

Page 10: Recursos Didáticos no Ensino de Geografia

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Jogos: Os jogos em sala de aula destacam o aluno como principal precursor

do conhecimento, e esta transmissão se fazem de modo interativo entre o objeto de

ensino e o sujeito, permitindo a troca de idéias, hipóteses e constatações através de

resoluções de problemas. É uma atividade divertida que permite com que o aluno

desenvolva sua capacidade intelectual, fazendo com que ele memorize de forma

mais rápida.

Maquetes: A maquete possibilita ao aluno a construção de noções espaciais

através da visualização, em modelo reduzido, de representações bidimensional para

um tridimensional simplificado, noções abstratas que os alunos ainda estão

desenvolvendo cognitivamente de acordo com suas faixas etárias. Através da

confecção de maquetes por grupos de alunos, eles podem representar a sala de

aula, de acordo com a proporção de carteiras, cadeiras e demais elementos que têm

dentro das salas. Com a confecção das maquetes da sala de aula, é possível

trabalhar com eles a visão vertical, escala proporção, legenda, e a posição dos

alunos na sala de aula.

Fotografias: As fotografias são instrumentos que podem auxiliar o aluno na

compreensão das mudanças na paisagem, que ocorre, com a expansão da

ocupação humana, e as diferentes técnicas que o homem utiliza sobre o espaço.

Esta atividade motiva os alunos, principalmente por reconhecerem referenciais do

espaço observados nas fotografias. A fotografia é um recurso de fácil acesso, e

pouco utilizada pelos professores. Se ela for bem direcionada, o professor facilita a

compreensão da dinâmica espacial pelo aluno e desperta a identidade com o

espaço ao qual ele vive.

Esses são alguns dos recursos que podem ser utilizados pelos professores,

tanto nos anos iniciais, ensino fundamental e até mesmo no médio. Recursos que

promovem o conhecimento do aluno de forma lúdica e interativa. O professor deve

estar atento antes de aplicar esse tipo de aula, dependendo da serie deve-se ter

cuidado redobrado na preparação da aula.

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2.4. AULA DE CAMPO COMO RECURSO

O trabalho de campo consiste em um método de ensino e uma etapa

fundamental na construção do conhecimento geográfico do aluno.

Segundo Pontuschka (2004) na história da educação brasileira,

atividades semelhantes ao estudo do meio foram introduzidas no primeiro

momento pelas escolas anarquistas, com uma conotação política e

libertária, uma vez que o objetivo consistia em, através da observação do

meio natural e social, refletir sobre as desigualdades e buscar formas de

esclarecê-las.

Para que o professor tenha sucesso em seu trabalho de campo é

fundamental o que se chama pré- campo, que consiste em um roteiro realizado pelo

professor sobre o lugar onde acontecerá essa aula, é de suma importância que o ele

conhecer bem o local, e se possível o educador fazer ao menos uma vez o percurso

que será realizado com os alunos com antecedência.

A aula em campo é uma atividade extra-escolar que envolve conteúdos

escolares, científicos e sociais com a mobilidade espacial. A aula de campo deve vir

a complementar os conteúdos tratados em sala de aula, motiva ela o aprendizado,

aprofundando o interesse pela pesquisa e favorecendo maior relacionamento entre

alunos, entre alunos e professores, entre a escola e a realidade em estudo. Além

disso, propicia avaliar a participação do aluno na leitura da realidade desenvolvendo

o senso crítico, atitudes de responsabilidade se consciência do mundo em que

vivem.

A aula em campo é um corpo didático que não tem como ser separado da sensação de lazer, ansiedade, angústia e novidades. Entretanto, não deixa de ser aula, requisitando, aos docentes e discentes, preocupação com o objetivo de estar em campo: uma construção e legitimação do pedagógico processo de formação humana dos alunos e dos próprios professores em sua trajetória profissional. A aula em campo não é um simples passeio, um dia de ócio fora da escola, o momento de alívio e brincadeiras,um caminhar para relaxar as mentes ‘bagunçadas’ das crianças e jovens do mundo moderno. (OLIVEIRA, SOUZA, 2009, pg. 198)

A aula de campo está ligada à uma educação geográfica mais ampla, e tem

uma grande contribuição com os conteúdos que são trabalhados em sala de aula,

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proporcionando uma prática mais objetiva. A aula de campo freqüentemente,

contém objetivos projetados pelo trabalho de campo, isso acontece porque a

atividade em campo funda-se como uma dinâmica entre o professor, os alunos e o

local visitado, que faz com que aconteça a interação entre os agentes participantes

da atividade.

Uma batalha que se inicia com a sala de aula e seu apoio ao trabalho de campo, a aula em campo e seu retorno ao movimento anterior na própria sala, construindo pelas faíscas das ‘paisagens discentes’ aquilo que chamamos de autobiografia coletiva. O esforço de ambos os sujeitos, na busca de uma compreensão além do que se vê — praça, favela, assentamento, estradas, ferrovias, fábrica ou monumentos — estará permanentemente no alvo dessa produção pedagógico-geográfica. (OLIVEIRA, SOUZA, 2009, pg.208)

No ensino de geografia, as aulas de campo aparecem como um instrumento

eficiente para o estabelecimento de uma nova perspectiva na relação aluno/

aprendizagem, pois permite com que o aluno “veja” a geografia, no lugar de somente

“ler” a geografia, faz com que o aluno tenha uma maior compreensão do espaço

geógrafico, onde o aluno desenvolve diversas habilidades, como observar as

paisagens e também estimula o aluno as práticas de pesquisa.

O professor deve sempre deixar o mais claro possível a seus alunos, que a

aula de campo não se trata de um simples passeio, por isso é que o professor deve

ter em mente o objeto de estudo dessa aula de campo, como por exemplo, o

professor do 8° ano está estudando com seus alunos sobre resíduos sólidos e

reciclagem, se na cidade existir empresas de reciclagem, o professor pode estar

entrando em contato com uma empresa, e marcar uma visita, se assim a empresa

permitir, e levar os alunos, para que estejam conhecendo, claro que o professor

deve se preparar e no dia da visita mais um adulto o acompanhar para ajudar na

organização. Isso é considerado uma aula de campo, onde o conteúdo programado

está relacionado a visita que será realizada.

Com base na aula de campo e a aula teórica, é necessário que ao retorno

da aula de campo, seja discutindo o que foi observado pelos alunos, fazendo uam

relação prática/ teórica, e em seguida daí é aplicado a avaliação referente ao

conteúdo, por isso é de suma importância que a aula de campo já esteja no plano de

aula do professor, antes mesmo dele começar a ministrar o conteúdo.

Page 13: Recursos Didáticos no Ensino de Geografia

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A aula de campo como recurso didático proporciona diversos elementos

favorecedores ao desenvolvimento do conhecimento geográfico, que dificilmente

seria proporcionado se fosse realizado apenas dentro da sala de aula, e estimula o

aluno a obter interesse pela disciplina escolar.

Page 14: Recursos Didáticos no Ensino de Geografia

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3. REFERÊNCIAS

BARROS, Nilson Cortez Crocia de. Delgado de Carvalho e a Geografia no Brasil como arte da educação liberal. Estudos Avançados, v.22, n.62, p.317-333, 2008.

BELO, Vanir de Lima. JUNIOR, Gilberto Souza Rodrigues. A importância do trabalho de Campo no ensino de Geografia. In. Anais XVI Encontro Nacional dos Geógrafos- Crise, práxis e autonomia: Espaços de resistência e de esperanças, Espaço de Diálogos e Práticas. Porto Alegre, p. 1-11, AGB, 2010.

BRANDÃO, Inêz de Deus Neiva; MELLO, Márcia Cristina de Oliveira. Principais recursos didáticos analisando no ensino de geografia do Brasil.Universidade Estadual Paulista – Campus Experimental de Ourinhos. FAPESP. 2013

CASSAB, Clarice. Reflexão sobre o ensino da Geografia. In. Geografia: Ensino & Pesquisa, Santa Maria, v.13 n.1, p.43-50, 2009.

CAVALCANTI, Lana de Souza. Geografia, Escola e Construção de conhecimento. 18° Ed. São Paulo: Papirus Editora.

COSTA, P.C.G. Geografia e Modernidade. São Paulo: HUCITEC, 1996.

FISCARELLI, Rosilene Batista de Oliveira. Material didático: discurso e saberes. 2004. 202f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Estadual Paulista, Araraquara, 2004.

KIMURA, Shoko. Geografia no Ensino. São Paulo: Contexto, 2004.

MOREIRA, R. O pensamento geográfico brasileiro. São Paulo: Contexto, 2008.

OLIVEIRA, Christian; SOUZA, Raimundo. As travessias da aula de campo na geografia escolar: A necessidade convertida para além da fábula. Educação e Pesquisa. São Paulo: Universidade Estadual do Paraná, 2009. p. 195-209.

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PONTUSCHKA, Nídia Nacib. O conceito de estudo do meio transforma-se. Em tempos diferentes, em escolas diferentes, com professores diferentes. In. VESENTINI, José William (org.). O ensino de Geografia no século XXI. Campinas: Papirus, 2004.