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Adoção da CBHPM pela Unimed - Porto Alegre e a de Pelotas, com implantação também no intercâmbio Luta contra a abertura de faculdade de medicina em Bento Gonçalves Pioneirismo no país em interdições éticas de estabelecimentos de saúde em defesa do exercício da medicina Apreciação recorde de sindicâncias que estavam acumuladas na última gestão e tiveram solução no atual período Posicionamento firme pela revalidação de diplomas de médicos formados no exterior Luta pela presença de pediatras nas Estratégias de Saúde da Família Páginas 6 e 7 Realizações desta gestão ‘Podem nos criticar como quiserem, menos por omissão’ Dr. Marco Antônio Becker Publicação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul - Ano VI / N o 50 / Junho 2008 Informativo Avenida Princesa Isabel, 921 Porto Alegre/RS 90620-001

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Adoção da CBHPM pela Unimed - Porto Alegre e a de Pelotas, com implantação também no intercâmbio

Luta contra a abertura de faculdade de medicina em Bento Gonçalves

Pioneirismo no país em interdições éticas de estabelecimentos de saúde em defesa do exercício da medicina

Apreciação recorde de sindicâncias que estavam acumuladas na última gestão e tiveram solução no atual período

Posicionamento firme pela revalidação de diplomas de médicos formados no exterior

Luta pela presença de pediatras nas Estratégias de Saúde da Família

Páginas 6 e 7

Realizações desta gestão

‘Podem nos criticar como quiserem,

menos por omissão’Dr. Marco Antônio Becker

Publicação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul - Ano VI / No 50 / Junho 2008

Informativo

Avenida Princesa Isabel, 921Porto Alegre/RS

90620-001

O Cremers foi admitido como litisconsorte ativo na ação co-letiva ajuizada pela OAB/RS

contra as principais empresas aéreas do país. A ação garante que os médicos, assim como os advogados, devem ser informados pelas empresas dos atrasos nos vôos, além de ter direito a ingressar em qualquer vôo disponível para o mes-mo destino, uma vez atrasado o seu, sem nenhum ônus adicional.

O relator do processo, Desembarga-dor Federal Luiz Carlos de Castro Lugon,

considera que está em jogo neste caso o interesse público, ao invés dos interesses particulares. “A demanda busca proteger exatamente os interesses dos profissio-nais que dependem, com freqüência, do transporte aéreo para desenvolver suas atividades”, declara o magistrado.

O trabalho do departamento jurídico do Cremers reitera o cuidado do Conse-lho em zelar pelos interesses da classe médica, em todos os níveis, garantindo assim o direito da população ao atendi-mento de qualidade na saúde.

Presidente: Marco Antônio BeckerVice-presidente: Cláudio Balduíno Souto Franzen

1º Secretário: Fernando Weber da Silva Matos 2º Secretário: Ismael Maguilnik

Tesoureiro: Isaias Levy Corregedores: Régis de Freitas Porto e Joaquim José Xavier

Conselheiros Antônio Celso Koehler Ayub | Carlos Antônio Mascia Gottschall

Céo Paranhos de Lima | Cláudio Balduíno Souto FranzenErcio Amaro de Oliveira Filho | Fernando Weber da Silva Matos

Flávio José Mombrú Job | Isaias Levy | Ismael MaguilnikIvan de Mello Chemale | João Pedro Escobar Marques Pereira

Joaquim José Xavier | José de Jesus Peixoto CamargoJosé Pio Rodrigues Furtado | Luiz Augusto Pereira

Marco Antônio Becker | Marineide Gonçalves de Melo Martinho Alexandre Reis Álvares da Silva

Newton Monteiro de Barros | Régis de Freitas Porto Rogério Wolf de Aguiar | Alberi Nascimento Grando Cláudio André Klein | Cléber Ribeiro Álvares da Silva

Douglas Pedroso | Enio Rotta | Euclides Viríssimo Santos Pires Fernando Antônio Lucchese | Geraldo Druck Sant’Anna

Ibrahim El Ammar | Iseu Milman | Izaias Ortiz Pinto Jefferson Pedro Piva | José Pedro Lauda

Luciano Bauer Gröhs | Magno José SpadariMarco Antônio Oliveira de Azevedo Maria Lúcia da Rocha Oppermann

Mário Antônio Fedrizzi | Moacir Assein ArúsSilvio Pereira Coelho | Tomaz Barbosa Isolan

O Informativo Cremers é uma publicação doConselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul

Av. Princesa Isabel, 921 CEP 90620-001 – Porto Alegre/RSFone (51) 3219.7544 Fax (51) 3217.1968

E-mail: [email protected] – www.cremers.com.br

Conselho EditorialMarco Antônio Becker, Cláudio Balduíno Souto Franzen,

Fernando Weber da Silva Matos, Ismael Maguilnik e Isaias Levy

Redação: W/COMM Comunicação Jornalista Responsável: Ilgo Wink – Mat. 2556

Repórter: Viviane Schwäger – Reg. 10233Revisão: Raul Rubenich

Estagiários: Luis Felipe dos Santos e Clarice PassosFotos: W/COMM Comunicação

Projeto e Produção Gráfica Stampa Design

Direção: Eliane CasassolaEditoração: Leandro Camiña

CTI: Ana Paula AlmeidaIlustrações: Ana Paula Almeida e Fernanda Pinheiro

(51) 3023.4866 [email protected]

Tiragem: 31.000 exemplares

A Redação reserva-se o direito de publicar ou não o material a ela enviado, bem como editá-lo para fins de publicação. Matérias assinadas não expressam necessariamente a opinião da Diretoria do Cremers. O conteúdo do Informativo Cremers pode ser reproduzido, desde que mencionados o autor e a fonte.

Informativo

Ação do Cremers e OAB/RS garante aos médicos benefícios

em atrasos nos aeroportos

O Cremers encaminhou para to-dos os secretários municipais de saúde do Estado e diretores

técnicos de hospitais, clínicas e postos de saúde a Resolução CFM 1.821/2007. Essa resolução estabelece as normas técnicas concernentes à digitalização e uso dos sistemas informatizados para

a guarda e manuseio dos documentos dos prontuários dos pacientes, autori-zando a eliminação do papel e a troca de informações identificadas em saúde.

Para mais informações sobre pron-tuário eletrônico e certificação digital, acesse os sites do CFM (www.portalme-dico.org.br) e SBIS (www.sbis.org.br).

Digitalização de prontuários

2JORNAL DO CREMERS ● JUNHO 2008

Notas

Horário de atendimento

O Cremers está aber-to ao público tam-bém no horário da

manhã. O objetivo é pro-porcionar maior acesso aos médicos. Todos os setores estão em funcionamento nos três turnos, fechando do meio-dia às 13h. O ex-pediente externo começa às 9h15, encerrando-se às 21h45 – com exceção do caixa, que fecha às 19h.

Manifestação pelo SUS:um exemplo a ser seguido

grande manifestação realizada

no Largo Glênio Peres, no

centro de Porto Alegre, no

dia 30 de maio, é um marco

em termos de mobilização por

melhorias no Sistema Único de

Saúde, uma conquista da po-

pulação brasileira que precisa

ser preservada e aperfeiçoada.

Que ninguém espere, contudo,

por resultados objetivos e con-

cretos em curto prazo.

Os caminhos que levam a

conseguir progressos na área

da saúde são tortuosos. Mas

que fique muito claro que sem

mobilização das entidades do

setor saúde e participação po-

pular, tudo fica muito mais di-

fícil, nada será alcançado sem

união e muita luta.

E disposição para lutar é o

que não falta à atual diretoria

do Cremers.

Pelo contrário, como prova

o evento idealizado pelo Cre-

mers e organizado pelo Movi-

mento Mais Saúde para o SUS,

integrado também pelo Simers,

Amrigs e demais entidades da

área da saúde, unindo hospitais

e todos os profissionais que lu-

tam diariamente em defesa da

vida, além de entidades como

a Ajuris, OAB/RS e demais

conselhos de classe.

Foi plantada uma semente,

que deverá germinar e cres-

cer, espalhando-se por todo

o país. O Rio Grande do

Sul mais uma vez é pioneiro.

“Um movimento como esse só

poderia partir dos gaúchos”,

ouvi de uma liderança médica

nacional, logo após o evento.

“Talvez vocês ainda não te-

nham consciência da grandeza

e da importância desse ato”,

acrescentou o colega.

Fiquei orgulhoso, por mim e

por todos os que participaram

desse movimento, que há de

crescer para o bem de 140 mi-

lhões de brasileiros que depen-

dem do SUS.

Centenas deles, gente hu-

milde que não dispõe de re-

cursos para manter um plano

privado de saúde, estavam na

praça. Muitos se aproximaram

para nos cumprimentar e agra-

decer pela iniciativa. Ouvi rela-

tos dramáticos de pessoas que

esperam há meses por consul-

tas, exames ou cirurgias. Pesso-

as que se sentiram confortadas

e esperançadas com o nosso

movimento. Estava cansado,

mas aquelas manifestações es-

pontâneas me revigoraram.

Conversei também com

muitos médicos, a maioria

deles jovens que integravam

as inúmeras delegações de

trabalhadores da saúde que

vieram de dezenas de mu-

nicípios do Estado. O SUS,

com um plano de carreira

que valorize o médico e que

ofereça condições adequadas

de trabalho, poderá abrigar

milhares de jovens colegas

que ingressam no mercado.

Nós temos um compro-

misso com o presente e com

o futuro da saúde e, espe-

cificamente, com o trabalho

médico. Por isso, continu-

aremos atuando firme em

muitas frentes, como a luta

que travamos há anos contra

a abertura indiscriminada de

faculdades de medicina. O

atual grupo diretivo do Cre-

mers foi o único no país a

conseguir, até hoje, o fecha-

mento de duas faculdades,

em Ijuí e Cruz Alta.

Coragem para enfrenta-

mentos não nos falta. Pode-

mos pecar pelo excesso na

defesa da saúde e do exercício

ético da medicina, nunca pela

omissão ou pela tibieza diante

dos obstáculos.

Dr. Marco Antônio BeckerPresidente do Cremers

A

" Podemospecar pelo excesso na defesa da saúde e do exercício éticoda medicina,nunca pela omissão ou pela tibieza diante dos obstáculos."

3JORNAL DO CREMERS ● JUNHO 2008

Editorial

O vice-presidente do Cre-mers, Cláudio Franzen, participou de debate no

programa Conversas Cruzadas, da TVCOM, dia 13 de maio, sobre a qualidade e a quantidade dos cur-sos de medicina. Participaram tam-bém do programa o coordenador

do curso de medicina da UFCSPA, Ajácio Brandão; o coordenador do curso de medicina da Ulbra, Lucia-no Bastos Moreira; e o conselheiro do Simers André Wajner.

No debate, Franzen ressaltou que a luta do Cremers contra a abertura de novos cursos médi-cos é uma preocupação de duas décadas, uma vez que o Cremers recebe denúncias, muitas delas provocadas pela má formação dos profissionais. Lembrou que o Conselho foi contrário à abertura da Faculdade de Medicina da Ulbra na década de 90, porém, uma vez aberto, o curso forma médicos e profissionais que ne-cessitam do apoio do Cremers.

– A Ulbra está formando mé-dicos, que vêm para o Conselho

e precisam ser prestigiados. Por isso, torcemos para que a univer-sidade vença as suas eventuais di-ficuldades – completou Franzen.

Luciano Bastos Moreira, da Ulbra, argumentou que apesar da má avaliação no Enade, a facul-dade tem boa estrutura e boa in-serção no mercado. E acrescentou que "72,5% dos alunos aprovados na universidade conseguem resi-dência, e não apenas na Ulbra. Dos 14 alunos de último ano que fizeram o Enade, nove consegui-ram aprovação em exames de re-sidência". Moreira disse ainda que "a universidade hoje conta com quatro hospitais-escola que aten-dem muito bem a população".

André Wajner, conselheiro Sin-dicato Médico do Rio Grande do

Sul (Simers) André Wajner, res-saltou, na conclusão do debate, que o sindicato seguirá na luta contra a abertura de novos cursos de medicina, mantendo a atenção para qualificar ainda mais as fa-culdades existentes. O vice-presi-dente do Cremers concluiu:

– Atualmente, temos um mé-dico por 134 habitantes em Porto Alegre, sendo que a OMS reco-menda um profissional por mil ha-bitantes. Isso é uma demonstração da má distribuição, conseqüência da falta de estímulo dos governos para que os médicos trabalhem no Interior. É fundamental um plano de carreira para os médicos, como existe na magistratura, assim como uma estrutura adequada para o trabalho desses profissionais.

Cremers e Simers se posicionamcontrários a novos cursos de Medicina

Excesso de cursos de medicina prejudica a formação médica

O resultado que coloca o curso de Me-dicina da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) entre as melhores faculdades de medicina do país foi visto com muita alegria pelo coordena-dor do curso, Ajácio Brandão, mas não com surpresa. Segundo o médico e professor, este resultado demonstra que a faculdade mantém o padrão de excelência também revelado na última avaliação, em 2004, quan-do o curso obteve a mesma nota.

O prof. Brandão se mostra preocupa-do com o aumento no número de cursos de medicina, o que, no seu entendimento, diminuirá significativamente a qualidade da formação médica: “Atualmente, temos muitas faculdades de medicina. Não existe

número suficiente de médicos com quali-ficação para lecionar e as faculdades de medicina têm obrigação de formar pesso-as capacitadas”.

Ajácio Brandão acredita que é im-portante formar o médico para a saúde pública. Nesse sentido, é fundamental um plano de carreira para os médicos no SUS e uma remuneração mais adequada, pro-postas defendidas pelo Cremers.

– O governo tem que oferecer boas condições de trabalho para que o médico se motive a continuar atuando no SUS – afirma Ajácio, considerando que a má distribuição de médicos se deve muito à falta de estrutura de saúde disponibilizada pelos gestores. “Não basta um bom salá-

rio, as comunidades têm de ter estrutura, como hospitais adequados, postos de saúde em boas condições. É um projeto complexo”, reitera.

Dr. Cláudio Franzen

Tema foi debatido no programa Conversas Cruzadas da TVCOM

Prof. Dr. Ajácio Brandão

4JORNAL DO CREMERS ● JUNHO 2008

Ensino médico

Conquista

Cremers congratula Unimed Porto Alegre pela adoção da CBHPM com mais 10%

Na sexta-feira, dia 6 de junho, a diretoria do Cremers reuniu-se com

o presidente Márcio Pizzato e a vice-presidente Beatriz Valiati, da Unimed Porto Alegre, na sede da cooperativa. O presidente Marco Antônio Becker enalteceu a deci-são da Unimed Porto Alegre, que adotou a Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos de forma plena, com mais 10%, desde o dia 1º de junho.

- A Unimed Porto Alegre por ser grande tomou uma grande decisão ao implantar a CBHPM com mais 10%. Lutamos muito para que este dia chegasse. É uma conquista dos médicos e também uma sinalização para que as empresas privadas de planos de saúde sigam por esse caminho, valorizando o trabalho médico - comentou o presidente do Cremers.

Os valores das consultas, su-periores aos propostos pela Clas-sificação, foram mantidos - R$ 70

para os planos familiares; R$ 46 para os planos empresariais. Ao todo, 223 novos procedimentos foram incorporados pela coo-perativa, que conta com 5.800 médicos e atinge 33 municípios, com mais de 420 mil usuários.

A classificação foi adotada também pela Unimed de Pelotas, em setembro do ano passado, além do intercâmbio.

A CBHPM foi desenvolvida a partir de 2001 pela Associação Médica Brasileira, em conjun-to com o Conselho Federal de Medicina e todas as Sociedades

de Especialidade, com apoio de economistas da Universidade de São Paulo (USP). O coordenador das câmaras técnicas do Cremers, Rogério Wolf de Aguiar, lem-brou que fez parte dos debates que decidiram sobre a CBHPM, criada para substituir a tabela AMP 92. Reiterou que todas as entidades representativas de es-pecialistas foram ouvidas para a elaboração da classificação. “Eventuais distorções podem ser corrigidas através das socieda-des”, informou Aguiar.

O presidente da Unimed Porto

Alegre, Márcio Pizzato, observou que a implentação da CBHPM foi motivada principalmente porque a cooperativa precisa atender os interesses da classe e também das entidades como Cremers, Amrigs e Simers.

- O objetivo é melhorar a remuneração médica no geral e adicionar um maior número de procedimentos, já que desde 1992 muitos procedimentos foram in-corporados à rotina médica. Va-mos ao encontro de todas as pre-tensões e todas reivindicações da classe médica - afirma Pizzato.

O Cremers esteve representa-do na reunião também pelo vi-ce-presidente Cláudio Franzen; o primeiro-secretário Fernando Matos, que integra a Comissão Estadual de Honorários Médi-cos, o tesoureiro Isaías Levy; o coordenador da Ouvidoria e da Fiscalização, Antônio Ayub; o coordenador de patrimônio Iseu Milman; e o corregedor Joaquim José Xavier.

Dirigentes do Cremers e da Unimed POA reunidos na sede da cooperativa.

As atividades do Núcleo do Jovem Médico do Cremers agora têm um espaço exclusivo nas dependências do Con-selho. O presidente da Associação Nacional dos Médicos Residentes (ANMR), Paulo Amaral, comenta que, com a nova estrutura, fica mais fácil atender as demandas desse grupo. “O objetivo é ampliar a discussão sobre o trabalho do mé-dico com até dez anos de formado, abrangendo não apenas os residentes em questões que já atendo na função de pre-sidente da ANMR, como questionamentos sobre condições éticas de trabalho”.

Amaral lembrou que o maior contingente de médicos jovens trabalha nas emergências e, com freqüência, precisam improvisar diante da falta de condições mínimas de trabalho. “Neste sentido, a interdição ética do Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul no ano passado, por exemplo, foi uma ação correta do Cremers, que verificou a precariedade das con-dições de trabalho dos médicos no local”.

O Núcleo pretende também organizar encontros e pai-néis para discutir temas relevantes aos jovens médicos, além de produzir uma revista com artigos científicos e notícias.

Núcleo do Jovem Médicoincrementa atividades no Cremers

5JORNAL DO CREMERS ● JUNHO 2008

Foro ibero-americanode entidades médicas

O Cremers está intensifi-cando a luta contra a abertura de um curso

de medicina em Bento Gon-çalves, na Faculdade Cenecista, anunciada em janeiro deste ano. Representações do Conselho in-tensificaram a agenda em Brasí-lia, junto ao Ministério da Edu-cação, para evitar a criação da 12ª escola médica do Estado.

A grande proliferação de cur-sos se verifica especialmente nas instituições privadas. O presiden-te do Cremers, Marco Antônio Becker, há muito tempo combate a criação excessiva de faculdades

de medicina: "Existem muitas fa-culdades sem condições técnicas, jogando médicos muitas vezes despreparados na sociedade".

Os atuais dirigentes do Cre-mers foram os únicos no País a fechar duas escolas de medicina: a Unicruz e a Unijuí. “Já existem cursos em excesso, formando médicos muito acima do número necessário. O que precisamos é um plano de carreira no SUS visando à interiorização dos mé-dicos", defende Becker. O Minis-tério da Educação tem mais de 70 pedidos de novas faculdades.

No Rio Grande do Sul abri-

ram dois cursos de medicinas nos últimos 30 anos, enquanto nos outros Estados do Sul/Sudeste abriram pelo menos cinco. Cumpre ressaltar que Becker não era presidente do Cremers quando abriu o curso de Santa Cruz do Sul.

O Brasil é o segundo país do mundo em número de faculda-des de medicina, com 175 – à frente dos Estados Unidos e da China. Destas faculdades, 103 fo-ram avaliadas pelo Ministério da Educação e 16,5% delas apresen-taram desempenho insuficiente na avaliação do MEC.

Cremers intensifica em Brasília a luta contramais uma faculdade de medicina no Estado

“Já existem cursos em

excesso, formando

médicos muito acima

do número necessário.

O que precisamos é

um plano de carreira

no SUS visando à

interiorização dos

médicos.”

Dr. Marco Antônio Becker

Dr. Marco Antônio Becker com os Drs. Jesus Aguirre Munoz, vice-presidente do Colégio Médico da Espanha (E), e Alfredo Toledo,

presidente do Sindicato Médico do Uruguai

A presença de médicos pediatras nas ações de Estratégia de Saúde da

Família (ESF), ex-PSF, é outra luta importante do Cremers, que em abril veiculou em emissoras de rádio textos alertando sobre o assunto e cobrando providências dos gestores de saúde. Desde então, dirigentes do Cremers têm manifestado em entrevistas aos meios de comunicação o equí-voco de promover programas de atenção primária sem pediatras.

O presidente Marco Antônio Becker considera inexplicável a ausência de médico pediatra na ESF. “Além de atentar contra os princípios que nortearam a criação do programa, compro-mete a qualidade da assistência à população, em especial a mais

carente, que não tem acesso a planos de saúde.”

De acordo com o Dr. Jo-sé Paulo Vasconcellos Ferreira, pre¬sidente da Sociedade de Pe-diatria do RS (SPRS), “o maior contingente de pacientes da ESF é de crianças, e embora o médi-co clínico tenha capacidade para atendê-las, o pedia¬tra ainda é o mais indicado, pois foi treinado especificamente para prestar esse atendimento específico”.

Esta ação do Cremers e da Sociedade de Pediatria do RS já começou a dar frutos. O secretário de saúde do muni-cípio de Bagé Dr. Manif Curi Jorge comunicou o pedido de convênio com o Ministério da Saúde, visando à incluir pedia-tras nesse programa.

Cremers luta pela inclusão do pediatra na ESF

O médico não pode ser utilizado como instru-mento político-parti-

dário. Esta foi uma das princi-pais conclusões do Foro Ibero-americano de Entidades Médicas (FIEM), que aconteceu entre os

dias 12 e 14 de maio, na capital da Espanha, Madrid. O evento contou com a participação do presidente do Cremers e da Confederação Médica Latino-Americana (Confemel) Marco Antônio Becker.

6JORNAL DO CREMERS ● JUNHO 2008

Ações com resultados concretos

7JORNAL DO CREMERS ● JUNHO 2008

Ações com resultados concretos

Mais uma das grandes ações do Cre-mers com o atual grupo diretivo é o recorde histórico de sindicâncias

apuradas. Desde a posse da atual diretoria, em fevereiro de 2007 até maio deste ano, fo-ram apreciadas 1.131 sindicâncias. Na gestão anterior, de maio de 2005 a janeiro de 2007, foram apreciadas somente 430 sindicâncias.

Uma das preocupações dessa gestão é a agilidade dos processos éticos-profissionais, isso sem abrir mão de um trabalho criterio-so e técnico.

– Essa agilidade é buscada, pois, sem dúvida, é bastante doloroso para um médico conviver durante anos com um processo que se arrasta sem solução. Preferimos a possi-bilidade de um erro numa ação concreta do que o irrecorrível pecado da omissão – afir-ma o presidente Marco Antônio Becker.

O presidente do Cremers acrescenta: "A não apreciação de sindicâncias significa deixar centenas de colegas denunciados à espera de uma solução, sendo que a grande maioria das denúncias é sem cabimento".

Apreciação recorde de sindicâncias

Interdição no Postão da Cruzeiro mobilizou a imprensa

"A não apreciação de

sindicâncias significa deixar

centenas de colegas denunciados

à espera de uma solução, sendo

que a grande maioria das

denúncias é sem cabimento."

Dr. Marco Antônio Becker

Interdições Éticas em defesado médico e da população

Combate incessante ao exercício ilegal

da Medicina

Outra luta do Cremers é contra o exercício ilegal da Medicina, com-batendo, por exemplo, a atuação

de médicos formados no exterior que pre-tendem exercer a profissão sem a devida revalidação de seu diploma. Recentemente o Cremers descobriu um médico, teori-camente formado na Bolívia, que tentava transferir seu CRM registrado no Amazonas para o Rio Grande do Sul. Foi descoberto, porém, que seu diploma era falso, uma vez que esta pessoa sequer freqüentou a facul-dade na Bolívia.

A partir disto foi emitida a Resolução Cremers nº 02/2008, publicada na edição nº47 do Informativo Cremers, que afirma a necessidade de um maior rigor na aná-lise de diplomas do exterior revalidados no país. Desde então, o Cremers expede ofícios para o Ministério da Educação do país emissor, a fim de assegurar o reco-nhecimento da universidade remetente; à faculdade de medicina, para saber se o postulante à inscrição efetivamente colou grau; e à faculdade que revalidou o diplo-ma para a confirmação da revalidação.

Entre as inúmeras ações de forte impacto para o trabalho medico e para a socie-dade estão as iniciativas pioneiras no

pais de realizar interdições éticas de hospitais, clinicas e postos de saúde. A interdição e a fiscalização desses serviços é uma ação efetiva em defesa da saúde pública e, apesar de trazer contratempos à sociedade, tem como único objetivo a melhora do atendimento.

Em junho de 2007, ocorreu a interdição do Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul, o maior do Estado, resultado de denúncias de médicos que trabalham no local. Entre os fatos que motivaram a interdição estão os proble-mas que levaram a outras iniciativas iguais em anos anteriores: superlotação, instalações precárias, péssimas condições de higiene, falta de segurança, equipamentos sucateados,

desmonte hierárquico-funcional, falta de mé-dicos e pessoal de apoio. Em julho do mesmo ano, o pronto-atendimento foi reaberto com instalações mais adequadas à prática médica, assim como foi eleito um diretor médico para o estabelecimento.

Também ocorreu o fechamento da Clínica Estética Asime e do setor 1ºD do Hospital Con-ceição, que tinha problemas de superlotação e más condições no atendimento. Em maio desse ano, o Cremers notificou o Hospital de Taquara devido a várias irregularidades consta-das pela Comissão de Fiscalização.

Em anos anteriores foram feitas interdições nos hospitais São Camilo, de Esteio, Presidente Vargas, em Sapucaia do Sul, Nossa Senhora das Graças, em Canoas, e Hospital de Xangri-lá, entre várias clínicas.

Ato em defesa do SUS com mais de 5 mil pessoas no centro da CapitalCremers e demais entidades da área da saúde realizaram no Largo Glênio Peres, em Porto Alegre a maior manifestação popular

já feita no País por mais recursos e melhor remuneração e condições adequadas de trabalho aos médicos do Sistema Único de Saúde

Milhares de pessoas en-frentaram o vento frio e uma temperatura de

8 graus para participar do gran-de ato público do Movimento Mais Saúde para o SUS, que aconteceu no dia 30 de maio, no Largo Glênio Peres, do meio-dia às 16h. Trabalhadores da área da saúde, estudantes e usuários do sistema público de saúde, da Capital e do Interior do Estado (mais de 40 ônibus vieram de inúmeros municípios gaúchos), ao lado de lideranças do setor, realizaram a maior manifestação em defesa do SUS já ocorrida no País.

A manifestação contou com esquetes teatrais e shows musi-cais, intercalados com discursos de representantes de entidades e instituições da área da saúde, todos destacando a necessidade de buscar dos governantes o fi-

nanciamento adequado do SUS. De acordo com a nota pu-

blicada pelos organizadores nos principais jornais no dia 2 de junho, o evento marcou o iní-cio de uma jornada, na qual as entidades chamam a população para lutar pelo cumprimento da Constituição Federal, que prevê acesso integral à saúde. A primeira resposta da população gaúcha foi amplamente positi-va conforme ficou comprovado durante o evento.

Empolgado com a multidão que portava faixas e se ma-nifestava com palavras de or-dem por um sistema público de saúde de maior qualidade, o presidente do Cremers, Mar-co Antônio Becker, se mostrou emocionado em seu discurso de encerramento do evento, quando conclamou o público a seguir em caminhada rumo ao

Palácio Piratini.- Queremos com essa mani-

festação dizer: chega de miséria no SUS! Os políticos não po-dem lembrar da saúde apenas

na época eleitoral, quando di-zem que a saúde é prioridade e fazem promessas que depois são esquecidas. Queremos que o governo assuma as suas res-

Presidente do Cremers, Dr. Marco Antonio Becker, encerrou a manifestação com um discurso forte

em defesa do SUS "que queremos e não o que querem nos impor" conforme destacou. E exigiu maior

valorização dos médicos e demais profissionais da saúde

Público lotou o Largo Glênio Peres durante mais de três horas... Depois, a multidão saiu em caminhada pelas ruas centrais da capital...

8JORNAL DO CREMERS ● JUNHO 2008

Atuação

Ato em defesa do SUS com mais de 5 mil pessoas no centro da CapitalCremers e demais entidades da área da saúde realizaram no Largo Glênio Peres, em Porto Alegre a maior manifestação popular

já feita no País por mais recursos e melhor remuneração e condições adequadas de trabalho aos médicos do Sistema Único de Saúde

ponsabilidades e financie a saú-de, sem que para isso crie ou aumente os impostos. Dinheiro há, e muito -, declarou Becker.

Antes haviam discursado tam-

bém outras lideranças en-tre elas, Francisco Ferrer, Paulo de Argollo Mendes, Newton Barros, Júlio Ma-tos, João Menezes, Milton Kempfer e Iara Trovão.

Ao final do ato, mais de 5 mil pessoas tomaram a avenida Borges de Me-deiros de forma ordeira, mas animada, numa ex-tensão de quase 1 Km. A mobilização conseguiu atrair a solidariedade de populares, que se mani-festaram favoráveis à cau-sa através de aplausos e acenos da calçada e das janelas dos prédios.

Em frente ao Palácio Piratini, a multidão cantou o Hino Nacional, acompanhada pela governadora do Estado, Yeda Crusius, que chegou à janela e acenou para o público. Depois, as lideranças

do Movimento Mais Saúde para o SUS entregaram à governadora e ao secretário da Saúde Osmar Terra o documento com as reivin-dicações do movimento.

O Movimento Mais Saúde para o SUS foi organizado por Cremers, Simers, Amrigs, Hos-pifilRS, Sindisaúde-RS, Feesser-gs e Abrasus, e contou com a adesão de inúmeras entidades de outros setores da sociedade como Ajuris, OAB, Famurs e Conselhos de Saúde, e teve, ain-da, a adesão de parlamentares e autoridades públicas, entre os quais o secretário da Saúde de Porto Alegre, Eliseu Santos, e os deputadores federais Darcísio Perondi, da Frente Parlamentar da Saúde, Manuela D’Ávila e Maria do Rosário; o deputado estadual Pedro Westphalen, e os vereadores Dr. Goulart, Aldacir Oliboni e Neusa Canabarro.

"Queremos

que o governo

assuma as suas

responsabilidades e

financie a saúde, sem

que para isso crie ou

aumente os impostos.

Dinheiro há, e muito."

Dr. Marco Antônio Becker

Presidente do Cremers, Dr. Marco Antonio Becker, encerrou a manifestação com um discurso forte

em defesa do SUS "que queremos e não o que querem nos impor" conforme destacou. E exigiu maior

valorização dos médicos e demais profissionais da saúde

Depois, a multidão saiu em caminhada pelas ruas centrais da capital... Em frente ao Palácio Piratini, todos cantaram o Hino Nacional encerrando a manifestação

AvaliaçõesDr. Alceu Pimentel,

conselheiro do CFM

“É fundamental que os médicos saiam à rua para defender a sociedade,

cobrando mais recursos para a saúde pública. Não me surpreende que este

movimento parta do Rio Grande do Sul, um estado que historicamente

sempre esteve à frente na defesa dos interesses do povo brasileiro”.

Dr. Cláudio Franzen, vice-presidente

“O movimento tem suaimportância no fato de revelar ao

povo nas ruas, pela primeira vez, a situação real do SUS, mostrando

que a solução proposta passapelo enfrentamento da questão

do financiamento à saúde”.

Dr. Fernando Matos,primeiro-secretário

“Pela primeira vez o Cremersconseguiu unir as entidades médicas

e grande maioria das entidadesrepresentativas dos trabalhadores

da saúde, pacientes, dirigentesassociativos e outros.”

Dr. Ismael Maguilnik, segundo-secretário

“O grande mote do movimento foia integração das lideranças médicas,

e principalmente a união entre asentidades da saúde e usuários

do SUS. É um basta, nãoqueremos mais ser enrolados”.

Dr. Isaías Levy,tesoureiro

“Foi um movimento cívico de grande importância. Todos os trabalhadores

da saúde se engajaram a essa luta, que não é só dos médicos. Vamos trabalhar

para que essa mobilização continue.”

9JORNAL DO CREMERS ● JUNHO 2008

Ampla divulgação pela mídia

O Movimento Mais Saú-de para o SUS contou com grande cobertura

da mídia, resultado de uma união de esforços entre as entidades para a divulgação adequada da mobilização. No dia 21 de maio, o jornal Zero Hora publicou o artigo “O SUS que queremos”, do presidente do Cremers Marco Antônio Becker.

– O SUS só se mantém graças ao trabalho abnegado de médi-cos e profissionais da saúde. Um sistema que remunera a consulta médica com um valor equivalente ao de um sanduíche de má qua-lidade e que, muitas vezes, não proporciona as mínimas condi-ções de trabalho aos profissionais – afirmou Becker no texto.

Os jornais da capital gaúcha Correio do Povo, O Sul e Jornal do Comércio também divulgaram o ato público, assim como alguns dos maiores jornais do Interior. No dia do ato, o principal colu-nista do Rio Grande do Sul, Pau-lo Sant’ana, publicou um artigo intitulado “Em Defesa do SUS”, no qual manifestou seu apoio irrestrito à mobilização.

Na semana que antecedeu o evento, o presidente do Cre-mers e outros integrantes da di-retoria divulgaram o movimento nos mais variados espaços de mídia, na televisão, no rádio e nos jornais, além das inserções publicitárias em rádio e TV. As emissoras de rádio Gaúcha, Gua-íba, Farroupilha e Band deram espaço para o movimento em seus programas com maior au-diência. O programa Frente a Frente, da TVE, teve como entre-

vistado o presidente do Cremers. O programa Conversas Cruzadas da TVCom também debateu a proposta do movimento. Progra-mas na RBSTV, Ulbra TV e Canal 20 anunciaram o ato público do dia 30, além da grande cober-tura noticiosa realizada durante o evento, realizada por todos os grandes veículos de comuni-cação. As rádios BandNews, da Universidade e a TV Assembléia também abriram espaço para a luta por melhorias no SUS.

Os principais veículos de comunicação do Estado cobriram o Movimento

Dr. Antônio Celso Ayub, coordenador da Com. de Fiscalização

“A idéia sempre foi atingir três

objetivos: mensagem à população em

vez de manter um discurso interno;

trazer as demais entidades e que este

fosse um passo inicial na caminhada

por mais recursos para o SUS”.

Dr. Régis Porto,corregedor

“A manifestação do dia 30

aumentou a força das entidades

médicas unidas e aliadas a outras enti-

dades que propugnam pelo

melhor para a saúde do cidadão.

O movimento não se esgota aqui.

Há que continuar”.

Dr. Rogério Aguiar,coordenador das Câmaras Técnicas

“A manifestação do dia 30 foi um su-

cesso no sentido de unir entidades mé-

dicas, sindicatos da saúde, trabalhadores

e usuários do SUS na busca do atendi-

mento das demandas do brasileiro”.

Dr. Iseu Milman, diretor de Patrimônio

“A movimentação foi acima das expectativas. O evento foi coroado de

êxito, e parabenizo os membros da organização, que se mobilizaram para

que esta manifestação acontecesse”.

Dr. Joaquim José Xavier, subcorregedor

“Foi um momento histórico para o Cremers e todas as entidades de

classe, pois pela primeira vez houve uma participação externa junto aos

médicos e população em geral. O Cremers cumpriu seu papel”.

Dr. Alberi Grando, coordenador da Codame

“O evento alcançou repercussãonacional, com impressionante mobilização

popular. A data de 30 de maio deve ficar como um marco nesta luta”.

Avaliações

10JORNAL DO CREMERS ● JUNHO 2008

Mobilização

Governadora do Estado recebeas reivindicações do Movimento

O grande ato público em defesa do Sistema Único de Saúde culminou com

a entrega de carta com reivindica-ções à governadora do Rio Gran-de do Sul, Yeda Crusius, e ao se-cretário de Saúde do Estado, Os-mar Terra. A governadora elogiou a união de esforços das entidades em prol da saúde, lamentando a concentração da arrecadação de tributos no âmbito federal.

– Estou integrada no mo-vimento – afirmou a governa-dora, dizendo que cumpriria aEmenda 29, que destina 12% da arrecadação de impostos obtidos pelo Estado à saúde. – Precisa-

mos criar condições para que a legislação seja cumprida e a saúde obtenha recursos adequa-dos para o seu financiamento – declarou, acrescentando que seria importante se o Estado “con-seguisse trazer de volta o que é arrecadado aqui”.

Na carta do Movimento Mais Saúde para o SUS, estão apre-sentados os principais objeti-vos do movimento, assim co-mo uma análise conjuntural do sistema, as razões da crise e as propostas apresentadas pelas entidades. A íntegra da carta pode ser lida no site do Cre-mers – www.cremers.org.br.

Depois da grande manifestação na área central de Porto Alegre, a Governadora Yeda Crusius recebeu as lideranças do Movimento no Palácio Piratini

No dia 26 de maio, o prefeito José Fogaça e o secretário municipal da Saúde Eliseu

Santos receberam representantes do movimento Mais Saúde para o SUS para conhecer suas diretrizes. Du-rante a audiência, Fogaça e Santos reiteraram seu apoio à causa, ressal-tando a importância do adequado financiamento da saúde pública.

O prefeito ponderou, ao ob-servar os números apresentados pelo movimento, que “cada vez mais, quem era responsável pelo SUS transfere essa responsabilida-de. Somos partidários desta luta, pois hoje Porto Alegre é a terceira capital brasileira em investimen-tos em saúde”.

Prefeitura de Porto Alegre adere à causa

11JORNAL DO CREMERS ● JUNHO 2008

Mobilização

12JORNAL DO CREMERS ● JUNHO 2008

O Conselho Federal de Medicina emitiu mo-ção de apoio à me-

dida do governador de Minas Gerais, Aécio Neves, de proi-bir o licenciamento de con-sultórios de optometria, entre outras medidas. A moção foi

aprovada em reunião plenária no dia 9 de maio.

O presidente do Cremers, Dr. Marco Antônio Becker, quando presidiu a Sociedade Oftalmológica do RS, iniciou essa luta, nos anos 80, contra o exercício ilegal da medici-

na realizado pelos óticos.Segundo o CFM, a decisão

é feliz, oportuna e tem grande significado médico e social.

Além da proibição do licen-ciamento de consultórios, foram proibidos os alvarás sanitários para optometristas, o aviamen-

to de receita de óculos e a adaptação de lentes de contato por optometristas, assim como a presença de equipamentos oftalmológicos para exame ocu-lar em óticas, promovendo sua interdição e conseqüente apre-ensão dos aparelhos.

A optometria sofre derrota

Painel

Psiquiatria é tema do segundo encontro

dos jubilados no Cremers

Jubilados ouviram com atenção a palestra da prof. Liliana

Drs. Eliane Dias de Lima, Cláudio Franzen e Paulo Marroni

Cremesc completa 50 anos de atividades

A edição de maio do en-contro com os médicos jubilados, realizada no

Cremers no dia 26, reuniu cerca de 40 profissionais veteranos e teve como tema de palestra e debate o uso de psicotrópicos em idosos. A psiquiatra Liliana Dias de Lima falou sobre os principais distúrbios mentais que acometem pessoas da ter-ceira idade e os medicamentos utilizados para tratá-los. Citou os sintomas e reações adver-

sas mais comuns e também as peculiaridades que o trata-mento de idosos apresenta. O encontro teve a participação do vice-presidente do Cremers, Cláudio Franzen, e foi coorde-nado pelo diretor da Amrigs, Paulo Marroni.

Doutora em Psicologia pela PUCRS, Liliane Dias de Lima é autora de vários livros, entre eles: O valor de uma vida (uma entre-vista rara de Freud), e A velhice como doença.

O Conselho Regional de Medicina de Santa Catarina (Cremesc) festejou cin-qüenta anos de atividades nos dias 14 e 15 de março, tendo sido realizado em Florianópolis um Fórum Comemorativo sobre essa data. Foram abordados e dis-cutidos temas relevantes em presença de grande número de médicos, estudantes e profissionais da saúde. Demonstrando for-te identidade e ligação com o Cremers, foi convidado para proferir a palestra de aber-tura do Fórum o conselheiro da entidade

prof. Carlos A. M. Gottschall, que discorreu sobre o tema “Fundamentos da Bioética”. O prof. Gottschall desenvolveu o assunto explicando o surgimento da Ética, a impor-tância da filosofia como orientadora das ações humanas, a desumanização trazida pelo cientificismo, o surgimento e o alcan-ce da Bioética, capaz de substituir a impe-rante tecnocracia dominadora no mundo atual por uma tecnologia servidora do ho-mem e da vida. Discorreu sobre desafios a serem vencidos e caminhos para diminuir a

desumanização da Medicina, o aviltamento e a mercantilização da profissão médica, os conflitos de interesses com pesquisas e indústria e as agressões à bioética.

Dr. Carlos Gottschall

13JORNAL DO CREMERS ● JUNHO 2008

Os delegados seccionais do Cremers, reunidos dia 31 de maio, avalia-

ram como positivo o ato público realizado na véspera no Largo Glê-nio Peres, reunindo mais de cinco mil pessoas. Houve consenso na avaliação de que cada vez mais os médicos devem unir-se aos outros profissionais do setor para pro-mover manifestações em defesa de melhorias na área da saúde.

O presidente do Cremers, Marco Antônio Becker, conside-rou “louvável a participação dos delegados no evento”, comen-tando que tem consciência das “dificuldades de deslocamento dos colegas para a Capital”.

- Assim como nos hospitais dependemos do trabalho de ou-tras pessoas, também nesses mo-vimentos precisamos delas, mas sempre capitaneando as ações como nesse caso -, comentou o delegado de Bagé, Airton Torres de Lacerda, informando que um ônibus lotado partiu da cidade para participar da manifestação.

O delegado de Passo Fundo, Alberto Villarroel Torrico, cum-primentou a diretoria do Cremers pelo sucesso do evento e infor-mou que a cidade contribuiu com dois ônibus lotados.

Já o delegado de Carazinho, Airton Luís Fiebig, revelou que ficou emocionado quando can-tou o hino nacional em meio à multidão diante do Palácio Pi-ratini, com a governadora Yeda Crusius na sacada do prédio. “É importante agora não deixar o fogo se apagar, investir em pu-

blicidade para continuar lutando por mais investimento na saúde pública”, enfatizou.

A grande participação das categorias de apoio foi ressalta-da pelo delegado de Camaquã, Vitor Hugo da Silveira Ferrão. “É necessário que seja mantido esse envolvimento com os outros profissionais, porque só com mé-dicos fica difícil continuar com o movimento”, acentuou.

Mário César Both, 1º secre-tário da delegacia de Cachoeira do Sul, contou que um paciente, que passou por transplante de coração, fez questão de acom-panhar a delegação que saiu da região. “Ele ficou todo tempo segurando a faixa”, disse Both, que representou o delegado Os-mar Tesch.

O delegado de Uruguaiana, Jorge Augusto Hecker Kappel, elogiou a organização do evento e admitiu que ficou surpreso com tanto público presente ao

ato. “Esse tipo de manifestação lembra o período estudantil, mas é a única maneira de ser visto e ouvido. Devemos seguir unidos nessa luta e dar continuidade ao movimento”, aconselhou.

A atual geração deve insistir na luta por um SUS melhor, é o que defende o delegado de San-tana de Livramento, Leandro Nin Tholozan: “O caminho para os médicos que vão entrar no mer-cado é o SUS, boa parte não será acolhida pelos planos de saúde. Então, precisamos fortalecer o SUS. Eventos como esse são im-portantes e devem ser repetidos, inclusive no Interior”, destacou, acrescentando que dois ônibus vieram da cidade.

A delegada de Ijuí, Miréia Simões Pires Wahys, se mostrou muito satisfeita com o evento e sugeriu que a luta deve ser man-tida: “Todos nós precisamos do SUS. A época áurea da medicina terminou e é hora de lutarmos

pela valorização do SUS. Por isso, esse movimento liderado pelo Cremers deve continuar e cada vez mais forte”.

Depois de elogiar o movimen-to, a delegada de São Jerônimo, Lori Nídia Schmitt, fez um relato da saúde pública na cidade. “Ho-je, só três hospitais funcionam na região, e ainda assim de forma precária, ameaçados de fecha-mento”, comentou, enfatizando que a luta por mais verbas para o sistema é fundamental.

O delegado de Osório, Ânge-lo Mazon Netto, comentou que é importante também que os médicos leiam “a lei do SUS para passar a cobrar mais dos gestores públicos, inclusive os municipais”.

Alexandre Gobbato, delegado de Caxias, enalteceu o movimen-to e disse que a mobilização na região foi grande: “Vieram dois ônibus, um mobilizado pela de-legacia e outro pelo Sindisaúde”.

Delegados destacam o sucesso do Movimento Mais Saúde para o SUS

Reunião da diretoria com os delegados seccionais do Cremers avaliou a manifestação do dia 30 de maio

Mobilização

Delegados seccionais avaliam gestão como positivaUma enquete foi elaborada para colher a opinião dos delegados seccionais do Cremers sobre os últimos

20 meses de gestão da diretoria. Veja, abaixo, a avaliação e os principais pontos destacados pelos delegados que se manifestaram. Os conceitos ótimo e bom receberam 24 indicações.

BagéDr. Airton Torres de LacerdaConceito: BomLacerda ressaltou o apoio que atual gestão dá à delegacia de Bagé e também destacou a luta pela classe médica.

Cachoeira do SulDr. Osmar Fernando TeschConceito: BomTesch elogiou a presteza e a atenção com que o Cremers atendeu a delegacia de Cachoeira do Sul sempre que algum apoio foi solicitado.

CamaquãDr. Vitor Hugo da Silveira FerrãoConceito: RegularFerrão esperava mais aproximação do Cremers com as delegacias e acha que o Conselho se afastou. Como ponto positivo, destacou a combatividade do presi-dente na defesa da classe médica.

CarazinhoDr. Airton Luís FiebigConceito: ÓtimoFiebig mostrou-se satisfeito com a descentralização da administração do Conselho, a interiorização, a organização do Cremers e a luta contra a abertura de mais faculdades médicas.

Caxias do SulDr. Alexandre Ernesto GobattoConceito: ÓtimoGobatto felicitou a boa relação e a aproximação do Cremers com a delegacia de Caxias. Segundo o dele-gado, o Cremers está sempre atento aos problemas e às reivindicações da região.

Cruz AltaDr. João Carlos Stona HeberleConceito: ÓtimoHeberle enalteceu a proximidade do Cremers com as delegacias e as rápidas soluções encontradas para os problemas nas delegacias.

ErechimDr. Juliano SartoriConceito: ÓtimoSartori destacou a preocupação com a ética médica e a defesa da classe.

IjuíDra. Miréia Simões Pires WahysConceito: Bom

Miréia elogiou a forma atuante com que o Conse-lho age na defesa da classe médica.

LajeadoDr. Roberto da Cunha WagnerConceito: BomWagner apontou uma significativa melhora na relação com o Interior através das delegacias, e a fiscalização rigorosa sobre médicos com diplomas que não estão devidamente regulamentados e até falsificados.

Novo HamburgoJorge Luiz SiebelConceito: BomDr. Siebel acredita que esta gestão cumpriu as suas expectativas. Não tem nada a alterar na atuação do conselho. Lembrou o recente caso do hospital de Taquara, que teve pronta atuação do Cremers.

OsórioDr. Ângelo Mazon NettoConceito: Bom. Não destacou nenhum ponto específico.

Palmeira das MissõesDr. Áttila Sarlo Maia JúniorConceito: ÓtimoMaia valorizou o fato de o presidente do Cremers ser uma pessoa acessível ao diálogo e às reivindi-cações dos delegados.

Passo FundoDr. Alberto Villarroel TorricoConceito: ÓtimoTorrico avaliou positivamente a descentralização da administração do Cremers. O delegado afirma que com várias diretorias e câmaras, tudo funciona melhor.

PelotasDr. Marco Antônio Silveira FunchalConceito: RegularFunchal acha que os médicos do Interior precisam de mais assessoria. Segundo ele, o Cremers deve se fazer mais presente no Interior, além de dar mais autonomia aos delegados.

Rio GrandeDr. Job José Teixeira GomesConceito: ÓtimoGomes destacou a dinâmica e agilidade das Câmaras Técnicas, a atenção dada às delegacias do Interior, os encontros regionais e a luta contra a abertura indis-criminada de faculdades de medicina.

Santa Cruz do SulDr. Mauro José ThiesConceito: ÓtimoThies elogiou a grande importância que o Cremers dá para as delegacias.

Santa MariaDr. João Alberto LarangeiraConceito: BomLarangeira exaltou o prestigio dado às delegacias do Interior. Porém, sugeriu um número maior de encontros com as delegacias em Porto Alegre. Se-gundo o delegado, o contato com a diretoria do Cremers é importante e, além disso, esses encontros possibilitam a troca de experiências entre os dele-gados seccionais.

Santa RosaDr. Omar Celso Ceccagno dos ReisConceito: ÓtimoCeccagno ressaltou a preocupação com a ética e a luta por uma remuneração justa.

14JORNAL DO CREMERS ● JUNHO 2008

Delegacias

Santana do LivramentoDr. Leandro Nin TholozanConceito: ÓtimoTholozan celebrou a valorização do trabalho das delegacias no Interior do Estado.

Santo ÂngeloDr. Ubiratã Gomes de AlmeidaConceito: BomAlmeida elogiou o trabalho desenvolvido pelas câmaras técnicas e Ouvidoria.

São BorjaDr. João Umberto Del FabroConceito: BomDel Fabro acha que o Cremers deveria olhar com mais carinho as delegacias. Segundo o delegado, elas não recebem a atenção devida. Disse, ainda, que o fato de a Delegacia de São Borja não ter uma sede é um problema.

São GabrielDr. Clóvis Renato FriedrichConceito: ÓtimoFriedrich enalteceu a luta pela classe médica e as constantes reivindicações por remuneração justa para os médicos do SUS.

São JerônimoDra. Lori Nídia SchmittConceito: BomLori também destacou a luta por remuneração mais justa no SUS e a aproximação das entidades médicas – Cremers, Simers e Amrigs –, que valoriza a classe médica.

São LeopoldoDr. Renato Brufatto MachadoConceito: BomMachado ressaltou a forma atuante do Cremers na defesa da classe médica, mas deixou como sugestão dar mais atenção às delegacias do Interior.

Três PassosDr. Dary Pretto FilhoConceito: ÓtimoPretto afirmou que o Cremers nunca esteve tão próximo aos médicos quanto na atual gestão. Ci-tou o trabalho desenvolvido na mídia, as notícias sempre atualizadas, as correspondências recebidas pelos médicos e a postura sempre atuante do Conselho.

UruguaianaDr. Jorge Augusto Hecker KappelConceito: BomKappel citou a atuação firme e incansável do Conselho frente aos problemas da saúde pública e a luta pela melhoria da remuneração dos médicos do SUS. Deixou como sugestão uma maior aproximação do Cremers com as delegacias.

Evento reuniu lideranças

15JORNAL DO CREMERS ● JUNHO 2008

30 de maio de 2008: um dia para entrar na história da luta por uma saúde pública melhor

30 de maio de 2008: um dia para entrar na história da luta por uma saúde pública melhor

16JORNAL DO CREMERS ● JUNHO 2008

Mobilização