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UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Pedagogia Ana Beatriz Carvalho Basso Geovanni Aparecido da Silva A LEITURA DE TEXTOS LITERÁRIOS FEITA PELO PROFESSOR NOS 1º E 2º ANOS DO ENSINO FUNDAMENTAL LINS SP 2013

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UNISALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Curso de Pedagogia

Ana Beatriz Carvalho Basso

Geovanni Aparecido da Silva

A LEITURA DE TEXTOS LITERÁRIOS FEITA PELO

PROFESSOR NOS 1º E 2º ANOS DO ENSINO

FUNDAMENTAL

LINS – SP

2013

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ANA BEATRIZ CARVALHO BASSO

GEOVANNI APARECIDO DA SILVA

A LEITURA DE TEXTOS LITERÁRIOS FEITA PELO

PROFESSOR NOS 1º E 2º ANOS DO ENSINO

FUNDAMENTAL

Trabalho de Conclusão de Curso

Rocha Pereira e a Profª Ma Fátima

apresentado à Banca Examinadora do

Centro Universitário Católico Salesiano

Auxilium, como requisito parcial para

obtenção do título de Graduação em

Pedagogia Sob a orientação da Profª

Ma Denise Rocha Pereira e da Profª

Ma Fatima Eliana Frigatto Bozzo.

.

LINS – SP

2013

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Ana Beatriz Carvalho Basso

Geovanni Aparecido da Silva

A LEITURA DE TEXTOS LITERÁRIOS FEITA PELO PROFESSOR NOS 1º E

2º ANOS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado ao Centro

Universitário Católico Salesiano Auxilium para obtenção do título de graduação

do curso de Pedagogia.

Aprovado em ________/________/________

Banca Examinadora:

Prof. (a) Orientador(a): Ma Denise Rocha Pereira

Titulação: Mestre em Educação. Área de Concentração Ensino na Educação

Brasileira (UNESP - Marília)

Assinatura: _________________________________

1º Prof. (a): Ana Paula Menoti Dyonisio

Titulação: Mestre em Letras pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul,

Campus de Três Lagoas.

Assinatura: _________________________________

2º Prof. (a): Elaine Cristina Moreira da Silva

Titulação: Mestre em Educação pela Universidade UNISAL de São Paulo

Assinatura: _________________________________

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DEDICATÓRIA

Dedico este Trabalho de Conclusão de Curso aos meus pais

Dorival Basso, Maria Aparecida P. Carvalho Basso e minha

irmã Rita de Cássia C. Basso, pelo apoio, carinho, amor e

confiança que sempre depositaram em mim. Pois sem vocês, minha

família, eu não seria nada.

Ana Beatriz

Dedico esse trabalho de conclusão de curso aos meus

pais Geraldo José da Silva e Maria Aparecida da Silva,

pois eles para sempre serão os meus primeiros e melhores

professores.

Geovanni Ap.

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AGRADECIMENTO

Agradeço primeiramente a Deus por ter me dado saúde, paciência

permitindo que chegasse até aqui, pois sem ele não teria forças para essa longa

jornada.

Aos meus pais, Maria e Dorival que não mediram esforços para que eu

chegasse ao meu objetivo final. Vocês sãos os responsáveis por cada vitória em minha

vida. Durante todos os anos sempre estiveram ao meu lado me ajudando e

incentivando os meus estudos. Obrigada por tudo. Amo vocês!

A minha irmã Rita, que apesar de não ter conhecimento sobre o assunto me

ajudou do jeito que pode. E meu sobrinho Arthur que apesar de pequeno e ainda

não entender, me transmite uma alegria enorme e me faz ver que escolhi o caminho

certo.

Agradeço também ao meu namorado Rodrigo, que sempre esteve comigo em

todos os momentos, me ensinou a ver a vida com outros olhos e dar mais valor nos

pequenos momentos. Quando pensei em desistir você me deu apoio e me incentivou

a lutar pelo meu sonho e nunca desistir dos meus objetivos. Sempre soube me

compreender. Obrigado por tornar minha vida mais feliz. Amo você!

A minha orientadora Denise Rocha Pereira, e a professora Fátima Eliana

Frigatto Bozzo que através de seus conhecimentos me ajudaram a crescer e me

passaram seus ensinamentos. Obrigado por terem me ajudado a realizar este

trabalho.

Aos meus avós paternos e minha avó materna que mesmo não estando mais

entre nós, tenho certeza de que onde estiverem estarão sempre torcendo e cuidando

de mim. Jamais me esquecerei de vocês.

A meu amigo e parceiro de TCC Geovanni, pela paciência e esforço para que

pudéssemos chegar até aqui.

Obrigado a todas as pessoas que contribuíram para meu sucesso e para meu

crescimento como pessoa. Sou o resultado da confiança e da força de cada um de

vocês.

Ana Beatriz

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AGRADECIMENTO

Dou graças primeiramente ao senhor meu Deus por ter me dado

saúde para que eu pudesse ter chegado até aqui, pois sem ele eu nada

seria.

Agradeço aos meus pais Maria e Geraldo que nunca mediram

esforços para que eu concluísse meus objetivos.

À minha querida e amada avó Antônia que abriu as portas da

sua casa e de seu coração para que morasse junto a ela enquanto eu

concluísse meus estudos. Agradeço também minha tia Eunice pelo

grande apoio durante todos esses anos.

Aos meus irmãos Gustavo e Jonatham, pela força e confiança

que um dia depositaram em mim.

Agradeço também a minha namorada Mariane, pela paciência e

compreensão, pois esteve ao meu lado desde o começo, me restaurando

em momentos que pensei em desistir, que não foram poucos. Te Amo!

À minha orientadora Denise Rocha, e a professora Fátima Bozzo

que através de seus conhecimentos me ajudaram a crescer e me

passaram seus ensinamentos.

À minha amiga e parceira de TCC, Ana Beatriz, pela paciência

e esforço para que pudéssemos chegar até aqui. Agradeço também aos

amigos que pude fazer durante essa grande etapa na minha vida.

Obrigado a todos aqueles que acreditaram em mim! Sou o fruto

da fé e de cada um de vocês.

Geovanni Ap.

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EPÍGRAFE

“Educar é mostrar a vida a quem ainda não a viu.

O educador diz: “Veja”!” – e, ao falar, aponta. O aluno olha na direção apontada e vê o que nunca viu. Seu mundo se expande. Ele fica mais rico interiormente…

“E ficando mais rico interiormente ele pode sentir mais alegria e dar mais alegria – que é a razão pela qual vivemos”.

Rubem Alves

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RESUMO

A literatura deve estar presente na escola desde a educação infantil. O contato com livros de qualidade somados a uma intencionalidade e um trabalho sistematizado sobre a formação do leitor, requer a compreensão do educador do papel da literatura. Diversos docentes utilizam a literatura infantil sem saber o valor de sua contribuição plena para o conhecimento, utilizando-as como uma função didática, somente para propagar conteúdos de ordem moral e científica, desconsiderando a totalidade da contribuição da literatura. Ainda muitos trabalham com a leitura porque é uma imposição do currículo escolar e não porque compreende os benefícios para os alunos. O presente estudo tem como objetivo refletir sobre os motivos apontados pelos professores para o uso da leitura (narrativa) nos 1° e 2° anos do ensino fundamental; objetivando compreender o papel da literatura dentro da sala de aula na formação do leitor; refletindo sobre a importância do professor leitor nas aulas em que processo de alfabetização onde se mostra mais preciso e consequentemente gerando alunos formadores de opiniões próprias. No primeiro capítulo foi abordado o papel da literatura dentro da sala de aula na formação do leitor. No segundo capítulo foi estudado quais histórias os professores mais levam para a sala de aula, identificando os motivos, recursos e procedimentos didáticos realizados antes, durante e após a leitura. No terceiro capítulo foi enfatizada a importância do professor leitor em salas de alunos em processo de alfabetização e o professor como contador de histórias. Foram realizadas pesquisas bibliográficas e pesquisas com professores, no qual foi possível verificar a importância da literatura e seus significados. Com isso, o último capítulo do trabalho ficou responsável por fazer uma análise qualitativa dos dados pesquisados. Diante desta pesquisa os resultados revelaram que as conceituações trazidas pelos professores sobre o papel da literatura refutaram a hipótese inicial, mostrando que os professores que participaram trazem conceitos coerentes sobre a função da literatura, revelou também que utilizam os textos literários no ambiente escolar nas séries iniciais com crianças em processo de alfabetização, em especial os clássicos, porém quanto as questões referentes metodologia ainda necessitam reestruturar os aspectos para que a leitura literária ganhe mais espaço no aspecto fruição.

Palavras chaves: Literatura. Contribuição. Leitura. Conhecimento.

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ABSTRACT

The literature must be present at the school since kindergarten . The contact with quality books added to an intentional and systematic work on the formation of the reader , requires an understanding of the role of the teacher of literature . Several teachers use children's literature without knowing the full value of their contribution to knowledge , using them as a teaching function , only to propagate content of moral and scientific , disregarding the entire contribution of the literature . Although many work with reading because it is an imposition of the curriculum and not because he understands the benefits for students . The present study aims to reflect on the reasons given by teachers for the use of reading (narrative) in 1st and 2nd year of elementary school , aiming to understand the role of literature in the classroom in the formation of the reader ; reflecting on reader the importance of the teacher in the classroom where literacy process which shows more accurate and consequently generating students forming their own opinions . In the first chapter was addressed the role of literature in the classroom in the formation of the reader. In the second chapter which has been studied more stories teachers to lead classroom, identifying motives, resources and didactic procedures performed before , during and after reading. In the third chapter was emphasized the importance of the teacher reader halls students in the literacy process and the teacher as storyteller . Were conducted literature searches and surveys with teachers , in which it was possible to verify the importance of literature and their meanings . With this, the final chapter of the work was responsible for making a qualitative analysis of survey data. Given the results of this research revealed that the concepts introduced by the teachers on the role of literature refute the initial hypothesis , showing that teachers who participated bring coherent concepts about the function of literature, also revealed that using literary texts at environment school in series initial with children in the literacy process, in especially the classics, but as issues relating to the methodology still need to restructure aspects for that literary reading earn more space in the enjoyment aspect..

Keywords: Literature. Contribution. Reading. knowledge

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Leitura........................................................................................... 20

Figura 2 – Caçadas de Pedrinho .................................................................. 24

Figura 3 – Tirinha Ziraldo .............................................................................. 29

Figura 4 – A Carta ......................................................................................... 30

Figura 5 – Cigarra e a Formiga ..................................................................... 35

Figura 6 – Chapeuzinho Vermelho ............................................................... 37

Figura 7 – Chapeuzinho Vermelho ............................................................... 38

Figura 8 – O Livro das Advinhas .................................................................. 40

Figura 9 – Livro de Banho ............................................................................. 42

Figura 10 – Livro Pop-up .............................................................................. 42

Figura 11 – Livro de Pano ............................................................................. 43

Figura 12 – Livros Sonoros ........................................................................... 43

Figura 13 – Livros Libras .............................................................................. 43

Figura 14 – Leitura do Professor .................................................................. 49

Figura 15 – Material Reciclável ..................................................................... 54

Figura 16 – Livros de Feltro .......................................................................... 54

Figura 17 – Caixinha de Fósforo ................................................................... 54

Figura 18 – Teatro de Sombras .................................................................... 54

Figura 19 – Luvas com Deboches ................................................................ 54

Figura 20 – Painel de Tecido ........................................................................ 54

Figura 21 – Avental ....................................................................................... 55

Figura 22 – Fantoche .................................................................................... 55

Figura 23 – E.V.A com Palitinho ................................................................... 55

Quadros 1 – Classificação dos Gêneros Literários ....................................... 32

Figura 24 – Classificação dos Gêneros Literários ....................................... 33

Figura 25 – Resposta da Pergunta nº. 01 dos Professores ........................ 59

Figura 26 – Resposta da Pergunta nº. 02 dos Professores ........................ 60

Figura 27 – Resposta da Pergunta nº. 03 dos Professores ........................ 61

Figura 28 – Resposta da Pergunta nº. 04 dos Professores ........................ 63

Figura 29 – Resposta da Pergunta nº. 05 dos Professores ........................ 64

Figura 30 – Resposta da Pergunta nº. 06 dos Professores ........................ 64

Figura 31 – Resposta da Pergunta nº. 07 dos Professores......................... 66

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Figura 32 – Resposta da Pergunta nº. 08 dos Professores ........................ 67

Figura 33 – Resposta da Pergunta nº. 09 dos Professores ...................... 68

Figura 34 – Resposta da Pergunta nº. 10 dos Professores ...................... 70

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .................................................................................................. 13

CAPÍTULO I LEITURA ..................................................................................... 17

1. O QUE É LEITURA? ............................................................................... 17

1.1 O QUE É LITERATURA ................................................................................. 20

CAPITULO II GÊNEROS LITERÁRIOS ...........................................................27

2. GÊNEROS TEXTUAIS NA SALA DE AULA. ............................................ 27

2.1. GÊNEROS LITERÁRIOS NA SALA DE AULA ...................................................... 32

2.2 OS LIVROS DE LITERATURA INFANTIL E A BIBLIOTECA NA ESCOLA .................... 41

CAPÍTULO III O PAPEL DO PROFESSOR NA SALA DE AULA ................... 48

3. O PROFESSOR COMO LEITOR NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO. 48

3.1 O PROFESSOR COMO CONTADOR DE HISTÓRIAS ........................... 51

CAPITULO IV ANÁLISE DOS DADOS DA PESQUISA DE CAMPO .............. 58

4. PESQUISA DE CAMPO COM OS PROFESSORES. ................................ 58

CONCLUSÃO ................................................................................................... 71

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 74

APÊNDICE ....................................................................................................... 78

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INTRODUÇÃO

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INTRODUÇÃO

A literatura infantil na escola tem sido amplamente discutida nos últimos

tempos, um discurso emplacado sobre a necessidade de se despertar na

criança o prazer da leitura, promove-se uma extensiva facilitação pedagógica

oferecendo ao leitor leituras aquém de suas possibilidades seja pelo aspecto

qualitativo, seja pelo aspecto quantitativo.

É muito importante para a formação de toda a criança ouvir histórias,

pois isso faz muito sentido que a mesma inicie sua aprendizagem como leitora,

desde a primeira infância.

Ler para as crianças faz com que ela desperte o seu imaginário,

possibilita a criança resolver problemas através de cada personagem, pois ler

não é somente decodificar palavras, mas construir significados, atribuir

sentidos, novas experiências e ideias ampliando sua visão de mundo. Quando

a criança ouve histórias ela consegue sentir emoções como tristeza, raiva,

bem-estar, irritação, medo, alegria, pavor, insegurança, tranquilidade, e vive

tudo o que as narrativas provocam.

Por meio da história contada, à criança pode descobrir outros lugares,

pois faz com que ela saiba geografia, filosofia, história, política, sociologia sem

saber o nome de tudo isso e achar que tudo isso é aula, porque senão a

literatura deixa de ser prazerosa e vira uma rotina. Além disso, através da

história elas descobrem palavras novas, têm contato com a música, brinca com

a melodia de versos e com o jogo de palavras.

Para contar uma história é preciso que saiba como se faz, pois ela é

uma arte e equilibra o que é ouvido com o que é sentido, é preciso o professor

ler os livros antes de contá-los influenciando diretamente nas expressões e

entonações escolhidas para transmitir o sentimento desejado ou dar ênfase em

um trecho da mesma, os alunos sentem essa emoção, passada pela história e

o reforço dela acaba desenvolvendo a criatividade, imaginação e gosto pelos

discentes.

Diversos docentes da atualidade durante o processo de alfabetização de

seus alunos utilizam livros nos quais tenham rica carga imaginativa, repleta de

descrições detalhadas onde o humor e a curiosidade se mostra presente em

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todo momento. Independente se o mesmo é curto ou longo, se o livro não tem

ilustrações que o preenchem em cada parte da história, ele faz com que as

crianças consigam viajar em seu imaginário do mais lindo dia de sol como ao

dia mais nublado e obscuro já visto, ou seja, os alunos não ficam presos em

uma imagem fixa sobre determinado acontecimento do texto.

O professor tem papel de mediador e motivador no processo de

construção do leitor, na busca constante de textos narrativos atualizados que

agreguem informações profundas, amplas e menos simplistas de fatos

estimulando a reflexão do contexto juntamente com palavras distintas, com

uma intensa forma de transmissão de emoção ao leitor, fazendo que a

literatura por si só desperte no aluno o leitor e o prazer da leitura.

Não é necessário que os livros destinados às crianças e jovens sejam

divididos em faixas etárias, pois assim estaremos impondo implicitamente que

as simplificações de obras literárias são reduzidas gradativamente no percurso

escolar da criança. Partindo disso, o objetivo principal desta pesquisa é

identificar quais os motivos apontados pelos professores para o uso da leitura

(narrativa) nos 1° e 2° anos do Ensino Fundamental.

Partindo do objetivo geral, o presente estudo terá ainda como objetivos

específicos conhecer as histórias mais trazidas pelos professores identificando

os motivos, recursos e procedimentos didáticos realizados antes, durante e

após a leitura feita pelo professor, compreender o papel da literatura dentro da

sala de aula na formação do leitor e a reflexão sobre a importância do

professor leitor em salas de alunos em processo de alfabetização.

Em relação à pesquisa, esta será qualitativa e terá como objetivo

principal a análise do conhecimento dos professores em relação à literatura e

suas possibilidades no trabalho com alunos em processo de alfabetização,

constatado a partir do questionário aplicado.

Em relação aos sujeitos, foram realizados questionários com 10

professores, sendo 4 professores de uma escola municipal e 6 de uma escola

estadual. A partir dos dados coletados, foi realizada uma análise qualitativa,

realizados gráficos com as categorias de respostas, tecendo reflexões sobre a

importância da literatura para a escola.

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Através disso, foi possível compreender a relação entre professor e

literatura, sua importância e a reflexão sobre as representações que o mesmo

possui sobre a leitura, algo fundamental a sua transposição à prática.

Para o trabalho foi desenvolvido uma estrutura na qual foi dividido em

quatro partes, que serão cada uma um capítulo desse aplicado estudo.

O primeiro capítulo “Leitura” foi feito um panorama sobre o que é leitura,

quais são seus propósitos, e também como é feita as seleções das obras

literárias na formação do leitor.

O segundo capítulo “Gêneros Textuais” foi estudada as características,

funções de alguns gêneros e a importância da abordagem partindo da

biblioteca escolar meio pelo qual transitam a utilização dos livros de literatura.

No terceiro capítulo “O papel do professor na sala de aula” foi enfatizado

a grande busca de recursos necessários que garantam uma leitura diferenciada

e construtiva, objetivando a aspectos motivadores na aprendizagem do aluno.

Sendo assim, foram realizadas pesquisas bibliográficas e pesquisas com

professores, pela qual foi possível verificar a importância da literatura e seus

significados.

O quarto e último capítulo é responsável por fazer uma análise

qualitativa do aspecto do caso pesquisado, para que seja observado e

comparando como o professor trabalha e deve trabalhar a leitura e literatura

dentro do ambiente escolar.

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CAPÍTULO I

“Descobri que a leitura é uma forma servil de sonhar. Se tenho de sonhar,

porque não sonhar meus próprios sonhos?”.

Fernando Pessoa

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CAPÍTULO I

LEITURA

Nesse capítulo serão abordados os diversos tipos de leitura, suas

finalidades e as relações que estabelecem entre os leitores sejam eles pais,

alunos e professores, porém dando ênfase na leitura de literatura para crianças

nestas fontes inesgotáveis de imaginação.

1. O QUE É LEITURA?

Leitura é a maneira de interpretar um conjunto de informações ou

determinado conhecimento. Podemos considerá-la como um processo de

compreensão de expressões formais e simbólicas, onde o ato de ler refere-se

tanto a algo escrito quanto a outros tipos de expressão do ser humano,

estabelecendo uma relação entre o leitor e o que é lido. (Martins, 1994).

A leitura por mais singela que seja nunca se inicia sem propósito, sendo

sobre o simples fato de uma curiosidade despertada por um panfleto ou na

busca de adquirir informações do cotidiano a partir de um jornal, a mesma nos

propõem um leque de finalidades basta sabermos o que desejamos alcançar.

Segundo Solé (2007 p.22): “[...] Sempre deve existir um objetivo para guiar a

leitura; em outras palavras, sempre que lemos algo, para alcançar alguma

finalidade”.

Lê-se para obter informações, para nos distrair, para memorizar algo,

para seguir as instruções de um jogo, para realizar uma receita, entre tantos

objetivos ou simplesmente para nos divertir.

Como temos diversos objetivos de leitura existem, portanto diversos

tipos de texto. Esta pesquisa tem como foco a leitura de textos literários que

tem como objetivo entreter e divertir o leitor através de sentimentos e emoções

além de levar o leitor a refletir valores culturais, sociais e morais, por meio dos

textos de contos, narrações, lendas, poesia, canções, advinhas, textos teatrais,

história em quadrinho, gibi, etc. Que pode ser realizado pelo leitor com

diferentes procedimentos através de leitura silenciosa, pessoal, em voz alta,

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identificando o esquema narrativo, situação, conflito e até mesmo recursos

literários como estilo, figuras, léxico, entre outros.

A leitura literária propõe que o leitor mergulhe nas ondas imaginárias e

assim faz o percurso da criação. Ler nessa perspectiva é uma forma de ver o

mundo onde a leitura ultrapassa seus limites de visão para inscrever-se na

ótica da fantasia. Como relata Miguez (2009, p.19): “A leitura, portanto, é um

processo constante de descoberta de um sentido básico entre o sujeito o texto

contemplado”.

Antes de a criança aprender a representar a palavra linguisticamente

codificada ela deve provar os saberes e sabores que os vocábulos

poeticamente manifestam. Os objetos experimentados através dos sentidos

fazem parte de uma longa viagem ao mundo da leitura e história da leitura, esta

ligada a vida de cada leitor em particular.

As famílias que costumam ler para seus filhos acabam reforçando o

gosto e curiosidade pela leitura, aos quais as crianças passam a reconhecer

palavras (ordem das letras) de objetos de qual o cerca, pois ler e ver estão

unidos nessa concepção de entendimento. Aguiar (2004, p.61) diz que: “A

leitura não é um comportamento natural do ser humano, como comer, dormir;

ela é cultural e precisa ser adquirida”.

Ana Maria Machado e Ruth Rocha em seu livro: Contando Histórias,

formando leitores, aponta a cultura e a família como fatores fundamentais na

formação de um leitor e faz uma análise da sociedade contemporânea que

convive com a evolução tecnológica apontando que a grande diferença para a

formação do leitor é a intervenção da família e a tradição social do ato de ler:

[...]Ana - quando se tem uma sociedade de tradição leitora, então todos esses estímulos maravilhosos que chegam acabam se combinando e se encaixam com alguma coisa que é própria da palavra escrita. Nós não temos isso. Essa é uma primeira consequência que acho indispensável levar em conta e que, por sua vez, gera outro efeito, que é o imenso peso da responsabilidade que se atribui à escola a partir desse momento. Porque, como as famílias não têm condições de criar um ambiente leitor, compete ao ensino institucionalizado fazer isso – e ele é composto, em sua maioria, de professores que também vieram de um universo não letrado. Esse é um impasse da leitura entre nós.

Ruth – E é uma questão de tradição também. É muito comum que seja esquecido o quanto é poderoso o fator cultural. Ás vezes tem-se a impressão de que é possível pular umas etapas e entrar diretamente nas seguintes. Eu tinha um parente que dizia que o Brasil saiu da Idade Média para guiar caminhão – por isso os motoristas causam desastres em todo lugar. É a mesma coisa. Saímos de uma tradição iletrada, oral,

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mesmo quando sábia, e entramos já em recursos que ultrapassam até a leitura, no sentido da facilitação das coisas. Facilitam, enfeitam, simplificam e até, de certa maneira, pioram as coisas, porque a rapidez que esses meios imprimiram nas operações principalmente de comunicação acaba conduzindo a uma superficialidade que se opõe à qualidade. (MACHADO; ROCHA, 2012, p.29-30).

Ao começar a realizar a leitura de um pequeno texto ou até mesmo de

um extenso livro devemos levar em conta o fator leitor-texto analisando seus

conhecimentos prévios necessários para a compreensão de diversos assuntos

dentro dos textos relatados e da capacidade cognitiva envolvida do leitor nessa

atividade. Após selecionar o que irá ler, o leitor antecipa o sentido do virá a ler

por meio da estratégia de antecipação.

Ainda assim, há dificuldades quando encontramos palavras distintas

com significados que não conhecemos ou até mesmo uma frase que possui um

grau elevado de complexidade, sendo assim temos duas decisões, consultar

um dicionário esclarecendo o paradigma ou buscar compreender seu

significado no contexto, ou seja, uma realidade comum de novos leitores.

Podemos dizer que neste momento o leitor utiliza tanto a estratégia de

antecipação, de inferência e de checagem dependendo das decisões que o

leitor toma (SOLÉ, 1998).

O conhecimento textual de modo prévio auxilia o leitor na distinção das

características de cada texto, resultando em uma leitura satisfatória, pois o

leitor antecipadamente saberá que tipo de linguagem encontraria em suas

mãos se o mesmo se posicionando diante do texto, nos mais diversos gêneros

textuais.

O conhecimento prévio pode também ser o chamado conhecimento de

mundo que nos favorecem informações retiradas do cotidiano ou até mesmo de

fatos históricos. De acordo com (PIETRI, 2009, p.21): “A compreensão do

texto, portanto, é possível graças aos conhecimentos prévios que o leitor

possui e à interação desses conhecimentos no momento da leitura”.

Essas informações chegam a todo o momento sem pausa de maneira

informal pela sociedade que o individuo se encontra, e da maneira formal na

qual a escola toma esse papel de disponibilizá-lo. Constitui-se basicamente nas

experiências vividas de uma pessoa durante todo seu trajeto de vida. Segundo

Freire (1982, p.11): “A leitura de mundo precede a leitura da palavra, dai que a

posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele”.

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Em outras palavras Freire relata que não podemos conhecer a palavra

se não antes conhecermos o mundo, caso contrário não se atribuiria sentido a

palavra escrita, entretanto desde quando nascemos estamos imersos em um

mundo cheio de significados onde à leitura é meio de expansão do nosso

conhecimento.

Nessa perspectiva consideramos alguns recursos para utilização do

leitor fortalecendo suas capacidades de seleção, antecipação, inferência,

estratégias estas que anteriormente tidas como neutras. Solé (1998) nos

aponta a necessidade de ensinarmos as estratégias de leitura a um leitor

aprendiz. [...] A leitura fluente envolve uma serie de outras estratégias isto é, de

recursos para construir significado; sem elas, não é possível alcançar rapidez e

proficiência. (PARA ENSINAR..., 1999, p.1)

Figura 1 - leitura

Fonte: http://profanandaschultz.blogspot.com.br/2010/11/10-dicas-para-gostar-da-leitura.html

1.1 O QUE É LITERATURA

Caracteriza-se como literatura tudo aquilo que envolve por sua natureza

uma série de significados não só transmitindo informações, mas criando

sentidos que nos leva a interpretar, pois é através dela que vivenciamos aquilo

que lemos e criamos dentro de nós a imagem proposta pelo texto. Segundo

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Lajolo (1989, p.25): “Não existe uma resposta correta, porque cada tempo,

cada grupo social tem sua resposta, sua definição para literatura”.

A história da literatura organizou e classificou o seu repertório de obras

em três gêneros: o Épico, o Lírico e o Dramático. Cada um desses conjuntos

possui um subgênero que muitas vezes passa a ser confundido com o próprio

gênero. De acordo com Ceccantini (2004, p.83): “É o caso do romance, por

exemplo, que é uma forma literária pertencente ao Gênero Épico ou Narrativo,

e que, também, é referido como o “Gênero Romance””.

É também uma disciplina que estuda diversos autores e suas obras, ela

é parte da vida, pois através das obras as crianças fazem suas descobertas do

maravilhoso e à medida que crescem surgem novos mundos em suas

imaginações.

A literatura infantil é importante na vida da criança, pois ela é um

instrumento de educação. Por meio da literatura a criança enriquece sua

capacidade simbólica, pois quando ela lê ou até mesmo escuta as histórias

elas conseguem imaginar coisas extraordinárias como árvores dançando,

sapatos andando, pássaros falando e para elas tudo isso é fantástico.

O texto literário libera a imaginação do leitor, e estimula a sua

participação na história no exercício lúdico de ler o mundo, ele age no processo

de transformação da vida da criança e é atraído pela qualidade de seu

conteúdo. A escola tem que ficar atenta para que haja uma interação entre livro

e vida, desenvolvendo o gosto pela leitura e a formação de leitores críticos-

criativos.

Na maioria dos casos a escola torna se a única fonte de contato da

criança com o livro, e assim se faz necessário estabelecer compromissos

maiores de qualidade aproveitamento do tempo para a leitura com uma fonte

de prazer inesgotável.

[...] “Foram jogados por terra alguns mitos que tem banalizado a

produção e a leitura da literatura infantil nacional nos últimos tempos:

a) o de que nossas crianças não leem livros longos, com letras

miúdas e sem ilustrações; b) o de que o leitor infantil brasileiro não

suporta descrições detalhadas”. (CECCANTINI, 2004, p 131).

Também não se pode dizer que as histórias com número de páginas

reduzidos e ilustrados não tenham serventia nenhuma na construção do

conhecimento do aluno que começa a se tornar um leitor, apenas não é

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aceitável que esse tipo de leituras e torne a única lida por professores e alunos

durante todo o período do Ensino Fundamental, pois isso resultará em leitores

que não possuem a capacidade de concentração para textos que requerem

mais tempo para serem lidos, leitores com a concepção que os textos devem

ser curtos e leitores que não conhecem a diversidade literária e a riqueza que

bons textos podem provocar no leitor .Para (CECCANTINI,2004, p.132):

Embora seja necessário reconhecer o papel fundamental que os

textos curtos e simples e ilustrados possam ter na formação dos

leitores iniciantes. Não é concebível que esse tipo de texto seja

transformado em norma quase absoluta.

O professor tem papel de mediador e motivador no processo de

construção do leitor, na busca constante de textos narrativos atualizados que

agreguem informações profundas, e amplas e menos simplistas de fatos

estimulando a reflexão do contexto juntamente com a de palavras distintas,

com uma intensa forma de transmissão de emoção ao leitor, fazendo que a

literatura por si só desperte no leitor o prazer da leitura. Deixando em ênfase a

opinião da autora. Machado apud CECCANTINI, (1999, p.78-79): “Nem todo o

livro é bom. Há livros que não acrescentam nada, a não ser dinheiro ao bolso

de alguns diretamente interessados. Um Livro bom é uma porta aberta para o

infinito”.

Não é necessário que os livros destinados às crianças e jovens sejam

divididos em faixa etária e nem corretos, pois assim estaremos impondo

implicitamente que as simplificações de obras literárias são reduzidas

gradativamente no percurso escolar da criança. Essa seleção de livros de

baixo valor intelectual faz com que o docente subestime o leitor (os estudantes)

e neutralize as experiências com o novo resultando em uma classe sem

expectativa leitora. Azevedo apud CECCANTINI, (2003, p.80): É preciso

lembrar o obvio: uma criança é um ser humano e não uma categoria. “[...]

mundo que simplesmente ignora a experiências”.

Apesar da pouca idade algumas crianças já apresentam maturidade

linguística capaz de analisar e confrontar ideias sendo um leitor critico diferente

de muitas outras que apenas decifram códigos impressos na folha em branco,

exercendo uma leitura mecânica. (SILVA, 2009 p.34) “[...] A leitura de um

mesmo livro nunca será igual para dois leitores”.

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Ainda nos dias atuais alguns professores não cogitam a ideia que a

bagagem cultural de cada criança é distinta, um meio que influencia

profundamente na promoção do conhecimento frente à leitura, algo que já fora

discutido no primeiro item deste capítulo.

Muitas obras literárias utilizadas nas escolas tinham e ainda tem certa

destinação pedagógica com um contexto que realmente objetiva ensinar algo

uma maneira de ensino embutido desviando a finalidade real das mesmas.

Essa forma de trabalhar com a literatura infantil não respeita o universo

cognitivo da criança limita-a de tal forma que sua imaginação não tem espaço

para aflorar e permanece estagnada o denominado pedagogismo. O

pedagogismo está cada vez mais modernizado e disfarçado em diversas obras.

“[...] E a presença deste objetivo didático faz com que ela participe de uma

atividade comprometida com a dominação da criança”. (ZILBERMAN apud

CECCANTINI, 1985, p.13-14).

A literatura envolvida por um manto de utilitarismo que os

autores/professores transmitem aos outros, gera mudanças significativas de

um modo geral sobre a visão e função da literatura em que a mesma tem

assumido um papel que não é seu, de passar ensinamento de comportamento

ao contrario de entreter o leitor em histórias interessantes e divertidas.

Segundo Perrotti apud CECCANTINI, (2004, p.138) “Isso é o discurso que não

se orienta para além de si mesmo”.

A representação que o educador possui sobre a literatura e os rumos

que ela toma na escola pode atrapalhar consideravelmente o percurso de um

leitor na escola e na vida social.

Quando se fala sobre o quão grande é o prazer da leitura

automaticamente pensamos em uma leitura literária sem exceções, pois é que

mais temos familiaridade entre outras variedades textuais, pois quando

crianças esse tipo de história foi reforçada por nossos familiares, mesmo que

plano oral, despertando muitas vezes uma paixão pela leitura que ao decorrer

da vida podemos ou não alimentar essa potencialidade.

O texto literário libera a imaginação do leitor, estimula sua participação

na história no exercício lúdico de ler o mundo, age no processo de

transformação da vida da criança e é atraído pela qualidade de seu conteúdo.

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Ao tomarmos contato com qualquer obra literária infantil, devemos tomá-

la com um texto cuja linguagem é especifica e seu objetivo é expressar

experiências humanas.

“A Literatura infantil é, antes de tudo, literatura; ou melhor, é arte: fenômeno de criatividade que representa o mundo, o homem, a vida, através da palavra. Funde sonhos e a vida prática, o imaginário e o real, os ideais e sua possível/impossível realização” (CAGNETI, 1996, p7).

A escola tem que ficar atenta para que haja uma interação entre livro e

vida, desenvolvendo o gosto pela leitura e a formação de leitores críticos-

criativos. Muitos bons livros podem ser oferecidos para as crianças desde a

mais tenra idade. Desde bebês é necessário que as crianças tenham contato

com livros de boa qualidade.

Como as divertidas “Caçadas de Pedrinho” histórias do grande autor

Monteiro Lobato que enriqueceu e ainda enriquecem as imaginações das

crianças e jovens da atualidade, com suas traquinagens e descobertas do

mundo real e concreto, as suas obras mais conhecidas estão vinculadas a vida

social bem exótica dos moradores do “Sítio do Pica-Pau-Amarelo” outra obra

fictícia. Mostrando estar a frente do seu tempo Monteiro Lobato demonstrou

preocupações sobre as barreiras literárias infantis e fez com que elas

passassem a refletir sobre a cultura e as diferentes linguagem do povo

brasileiro.

“Com o surgimento de Monteiro Lobato na cena literária para crianças e

sua proposta inovadora, a criança passa a ter voz, ainda que uma voz vinda de

uma boneca de pano, Emília.” (GREGORIN, 2009, p.28).

Figura 2 – Caçadas de Pedrinho.

Fonte: http://novohamburgo.org/site/noticias/educacao/2010/10/29

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Seu reconhecimento e contribuição no cenário brasileiro de literatura

deixaram grandes marcas evidenciando sua importância, abordando temas

culturais de forma inovadora.

A literatura se organiza também em três classes: as clássicas,

contemporânea e a de entretenimento onde elas devem ser exploradas para

que possam despertar o prazer da leitura, a criança só ira conhecer as

variáveis possibilidades de interpretar a vida se ela libertar sua imaginação.

(ARTUR, 2013, p.1)

Na maioria dos casos a escola torna- se a única fonte de contato da

criança com o livro, e assim se faz necessário estabelecer compromissos

maiores com as qualidades e aproveitamento da leitura com uma fonte de

prazer.

Quando quer-se incentivar as crianças para que leiam, deve-se utilizar-

se de obras literárias de grande valor imaginário na contagem de histórias,

para que elas se sintam bem sem qualquer outro motivo se não aquele de se

divertir, agregando também “caras e bocas” e uma boa entonação,

enriquecendo a imaginação das mesmas. Porém, em algumas salas de aula

existem docentes que intermediam pouco ou nada no fator aluno/livro:

“Sempre tendo mira possíveis exceções e o caráter dialético da

realidade escolar, o que nos impede de formular generalizações

apressadas, podemos afirmar que o universo de leitura do professor

brasileiro é extremamente restrito, abrangendo, na maioria das vezes,

tão somente me uma literatura pedagógica esclerosada (parada no

tempo) e os fragmentos contidos nos livros didáticos” (SILVA, 1991,

p.25).

O que se quer para todas as crianças é uma escola em que se adote

uma prática literária democrática, rica, capaz de colaborar com a formação de

pessoas reflexivas e cada vez mais com uma cultura de mundo ampliada.

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CAPÍTULO II

“Os prazeres da leitura são múltiplos. Lemos para saber, para compreender, para

refletir. Lemos também pela beleza da linguagem, para nossa emoção, para nossa

perturbação. Lemos para compartilhar. Lemos para sonhar e para aprender a sonhar

(há várias maneiras de sonhar...). A melhor maneira de começar a sonhar é por meio

dos livros...”.

José Moraes

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CAPITULO II

GÊNEROS LITERÁRIOS

Este capítulo irá demonstrar a função comunicativa dos gêneros textuais

focando em gêneros literários, auxiliando nas identificações de suas

características diante o sistema de escrita e como podem ser trabalhadas na

sala de aula. Também irá retratar sobre a importância de um bom acervo

bibliográfico que uma biblioteca escolar pode ter na construção do

conhecimento.

2. GÊNEROS TEXTUAIS NA SALA DE AULA.

Os gêneros textuais podem ser definidos como a caracterização das

práticas comunicativas, sendo orais e escritas em determinada estrutura

textual, cada um com o seu objetivo e função. Essas práticas são socialmente

construídas a partir da linguagem e concretizadas em textos com finalidades

próprias, diferenciando a forma de transmissão de informações umas mais

simples como o diálogo cotidiano de outras mais complexas como teses

cientificas.

“Dessa forma, todas as nossas produções quer orais quer escritas, se baseiam em formas padrão relativamente estáveis de um todo que a denominamos de gênero. [...] Essas praticas comunicativas são modeladas remodeladas em processos interacionais dos quais participam os sujeitos de uma determinada sociedade”. (KOCK; ELIAS, 2010 p.55)

Os gêneros tornam-se base para a comunicação em diversos ambientes

e contextos encontrados, ajudando-nos a fazer uma colocação linguística

adequada ao interlocutor. Como relata a autora Rojo (2004) “Trata-se de

formas relativamente estáveis tomadas pelos enunciados em situações

habituais, entidades culturais intermediárias que permitem estabilizar os

elementos formais e rituais da prática de linguagem”.

Ao retratarmos os gêneros textuais trabalhados na sala de aula mal

podemos pensar em suas diversas estruturas e inúmeras atividades possíveis

a serem realizadas devido as suas características. Essas características são

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segundo MOÇO (2009 p.49): “[...] características sociocomunicativas, definidas

pelo conteúdo, a função, o estilo e a composição do material a ser lido”.

Tipologias textuais são classificações segundo a sequência em que

organiza as informações: a forma narrativa, descritiva, expositiva, dissertativa.

Os gêneros textuais são classificações determinadas pela organização,

estrutura, mas principalmente as finalidades que os textos sejam eles orais ou

escritos que podem ter socialmente: memorizar, ensinar, informar, entreter,

instruir, emocionar, seduzir, convencer. Os contos, novela, receita, bula, fabula,

carta, reportagem, poema, etc. Cada um desses textos cumpre uma função

social estas que determina as características internas. Nesta pesquisa nos

aprofundaremos um pouco mais sobre gêneros literários.

Nas provas de avaliação externa do estado de São Paulo, SARESP, tem

exigido a produção de uma carta de leitor em 2012 e 2013. Esse gênero carta

ao leitor é trabalhado nos quartos e quintos anos do ensino fundamental pelo

seu nível de complexidade mais elevado. Para sua construção parte também

de outro gênero textual, o artigo jornalístico. Se o leitor não conhece os motivos

pelo qual o artigo foi publicado em suas vias de comunicação, certamente não

terá argumentos para discordar ou reforçar o pensamento do autor. Este

trabalho textual também faz parte do Programa de Formação Ler e Escrever.

A leitura da diversidade textual exige no mínimo dois pressupostos para

o entendimento do assunto/texto e fazer uma boa leitura, que são dominar a

linguagem e conhecer saber contextualizá-lo, pois o processo de leitura fica

comprometido, como por exemplo: a leitura de um artigo de jornal que pode ser

feito durante uma aula.

O professor pode deixar bem claro que as formas de um autor textual

entender o mundo e de expressar sua opinião sobre o mesmo em seu

relato/artigo são inúmeras.

Outro gênero de expressão da opinião bastante utilizado que há grande

aproximação do artigo são as famosas charges que fazem criticas a assuntos

socialmente discutidos, porem com uma visão humorada dos seus criadores.

Na classe escolar o professor opta por uma com formato mais leve, divertido e

menos complicado das tirinhas, tendo um reforço considerável, pois as

crianças muitas vezes já conhecem os personagens por outros meios, como

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desenhos animados e filmes na televisão despertando ainda mais o interesse

pelo assunto. Como as tirinhas do Menino Maluquinho.

As tirinhas nas salas de aulas dos anos iniciais são alvos de

questionamentos sobre seus sistemas de escritas, expressões e intenções dos

personagens, facilitando a estratégia de leitura para a construção do sentido.

(KOCK; ELIAS, 2010, p.109): “[...] A tirinha se estrutura em enunciados curtos,

constituídos em balões, para representar a “fala” de personagens, destacando-

se nessa composição o imbricamento entre o verbal e não verbal”.

Figura 3 – Tirinha Ziraldo

Fonte: http://www.omeninomaluquinho.com.br/PaginaTirinha/PaginaAnterior.asp?da=10082013

As histórias em quadrinhos é o grande atrativo dos novos leitores e

muito se tem trabalhado em sala de aula, pois o interesse da criança se torna

aguçado e enriquecedor.

A notícia é um tipo de texto jornalístico informativo, que para sua

construção é utilizada informações evidentemente reais, atingindo um público

mais amplo. “Sua função preponderante é informar, o texto foi veiculado em

jornal, em sua organização e estilo destacam-se o modo de distribuição das

informações”.(KOCK; ELIAS,2010, p.113).

A boa utilização da linguagem de nós professores na hora da leitura faz

toda a diferença, possibilita que a criança reconheça as características

discursivas do gênero como diz MOÇO (2009, p.52): “Ao ouvir, os alunos se

familiarizam com os diversos exemplos de texto, apreciando-os aprendendo a

identificar características”.

A forma de escolha para a utilização dos gêneros já sabemos que parte

da comunicação oral (Gêneros Discursivos), com o intuito de emocionar,

expressando sentimentos ou provocar o leitor atendendo a intenção do

autor/locutor esse tendo um trabalho minucioso na seleção das palavras,

estrutura do texto como diz as autoras KOCK; ELIAS, (2010, p.107): “[...] Todo

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o gênero é marcado por sua esfera de atuação que promove modos

específicos de combinar, indissoluvelmente, conteúdo temático, propósito

comunicativo, estilo e composição”.

Outro gênero bastante discutido e trabalhado no âmbito escolar é a

carta, pois é necessário que o aluno saiba mais do que apenas suas

características para a construção da escrita eficaz. Segundo Jolibert (2008

[1994], p.16): “Um escrito eficaz (como o pode comprovar a reação dos

destinatários, desde que se possa conhecê-la e procurá-la)”.

O professor tendo isso em mente seu propósito é maior do que apenas

avaliar se a mesma tem cabeçalho, saudação, data e despedida, tendo o

motivo do Por quê? E Pra quem? A mensagem deve ser enviada. Porque “as

crianças escrevem em uma situação real, isto é, não produzem mais escritos

simulados, do tipo. Imagina que tu estás escrevendo para um amigo”.

(JOLIBERT 2008 [1994], p.35).

Essa preocupação pode ser resolvida com projetos que podem ser

desenvolvidos dentro e fora da escola, com o auxílio dos pais e professores

como relata MOÇO (2009, p.49): “E isso é perfeitamente possível fazer na

escola: a carta pode ser enviada para amigos, parentes ou colegas de outras

turmas”.

Figura 4 - A Carta

Goiânia, 31 de julho de 2009. Querido amigo... (o nome da pessoa para a qual é destinada a carta). Gostaria de dizer-lhe que estou com muitas saudades, e não vejo a hora de estarmos juntos outra vez! Por aqui estamos todos bem, somente a saudade que nos incomoda. Mas estamos nos preparando para a grande viagem até sua casa. Já fiz vários planos para aproveitarmos muito estas férias. Um forte abraço... (assinatura da pessoa que enviou a carta).

Fonte: http://www.escolakids.com/carta-pessoal.htm

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Somente assim a carta terá seu enfoque de aprendizagem real na

função comunicativa para os alunos.

A receita também é um gênero textual que apresenta ingredientes e

modo de fazer, ela se divide em duas partes. A primeira parte relaciona os

ingredientes e quantidades que aparecem em gramas, xícaras, colheres e

pitadas. No modo de fazer que é a segunda parte, está indicando o passo a

passo da sequência dos ingredientes.

Ao trabalhar esse gênero o professor faz com que os alunos relacionem

quantidade, unidade de medida, sequência lógica, explore os produtos

utilizados na receita. Com isso os alunos identificam volume e peso nos

produtos, desenvolvem uma sequência lógica, além de hábitos de higiene ao

manipular os alimentos.

Na sala de aula o professor tem diferentes meios para trabalhar com

gêneros textuais, sendo eles textos informativos, narrativos, descritivos,

instrutivos, expositivos, argumentativos, podendo assim fazer a turma conhecer

suas diferentes estruturas ensinando-a modos estilísticos para construção do

mesmo, e principalmente reforçando os comportamentos de ouvinte, leitor e

escritor, posições estas fundamentais para um leitor crítico.

Existem também os chamados Gêneros de Discurso, eles por sua vez

são a expressão linguística da comunicação oral, que pode ser escrita por

todos. O professor pode abordá-los em suas diversas faces fazendo o uso do

discurso direto ou indireto durante a aula, com atividades dinâmicas e

concretas facilitando sua identificação e funcionalidade.

“A língua existe não por si mesma, mas somente em conjunção com a estrutura individual de uma enunciação concreta. É apenas através da enunciação que a língua toma contato com a comunicação, imbui-se seu poder vital e torna-se realidade”. (VOLOSHINOV, 2004 [1929], p.154).

Há gêneros que padronizam a comunicação outros possuem expressões

mais livres da língua ou pouco definidas (gírias), essas variações são

absolutamente normais de acordo com: (BAKHTIN 2003, p.285).

Os gêneros do discurso, comparados às formas da língua, são bem mais mutáveis, flexíveis e plásticos; entretanto, para o individuo falante ele tem significado normativo, não são criados por ele, mas dados a ele.

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2.1. GÊNEROS LITERÁRIOS NA SALA DE AULA

Quando se pensa em os gêneros literários a ser utilizado em

determinada classe ou série escolar subitamente faz-se referências às

classificações das quais as obras se organizam, dentre elas estão o Dramático;

Épico e Lírico. Para além das classificações é importante também sempre

refletir sobre qual o melhor método utilizar para se obter o resultado desejado

em cada atividade, o aluno deve ser levado a refletir como as palavras ganham

sentido no texto, perceber os recursos trazidos pelo gênero literário.

Como já se apontou no subitem acima deste capítulo, as classificações

dos gêneros, agora centrarão nas classificações dos gêneros literários que

aparecem em três grandes categorias:

Lírico: subjetividade do escritor, escrito na primeira pessoa, traz

aspectos emocionais. Deriva da palavra lira, pois os poemas eram

cantados acompanhados com a lira, quando a poesia se separou

da música, ficou a sonoridade com o poema.

Dramático: traz conflitos, feito preferencialmente para ser

encenado como os textos teatrais: tragédia, comédia, farsa...

Épico: narrativa de feitos históricos, terceira pessoa, tempo

passado, questões objetivas, expressão objetiva. Exemplo:

Odisseia.

São classificados como gêneros literários os textos de contos, poemas,

drama, novelas, crônicas, etc.

Quadro 1 – Classificação dos Gêneros Literários (cont.)

Drama

Facilmente identificado por lutas e disputas entre personagens.

O gênero se associa a uma obra dialogada entre os próprios personagens.

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Fonte: Elaborado pelos pesquisadores.

Esses grandes conjuntos de gêneros são de certa forma desconhecidos

ou substituídos inúmeras vezes por seus próprios subgêneros nos dias atuais,

como por exemplo, a forma literária que pertence ao conjunto épico. Essa nova

forma (subgêneros) facilitou a identificação estrutural de cada texto por

professores e alunos.

Nesse processo de evolução ao longo da história literária perante a

rigidez classificatória fez com que os gêneros chegassem com uma ruptura,

severamente criticada à modernidade, onde a mesma tomou uma perspectiva

totalmente contrária como diz Motta (2004, p.84).

Mas essa ruptura ou quebra de fronteiras, longe de ser dispersiva, significava novas possibilidades de apreensão e apresentação da matéria literária, em que a concepção de gêneros nunca fenece, mas emerge rearticulada em novos processos de combinação e invenção.

Depois do processo de evolução é que foram surgindo dúvidas por uma

enorme população apreciadora de obras de artes que ainda de certa forma

estavam desatualizados sobre a função da categorização dos gêneros literários

que possibilita comparações e reflexões entre obras, acontecimentos de

grande importância que concretizam a renovação gênero textual.

O professor pode trazer diversos textos literários ou não para a sala e

promover a discussão para que os alunos façam as comparações com a dos

seus amigos de sala e podendo levantar questões como, por exemplo: Qual a

diferença entre uma obra literária e um não literário?

Podemos identificar uma obra literária a partir do autor onde o mesmo

para sua construção utiliza uma noção artística, selecionando recursos

Lírico

Identifica-se por traços

estilísticos como a estrutura do texto

idealizado pelo autor.

Poemas ou

histórias menores, onde obras

sentimentais relacionados a

amor e ódio ou até sonhos.

Épico

Caracteriza-se

basicamente por feitos históricos de personagens.

Gênero épico está

presente em histórias narrativas

ou ficcionais.

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estilísticos como a rima, buscando uma boa forma para se expressar podendo

fazer uso de conotação e sentido figurado ao contrário de uma obra não

literária como uma reportagem jornalística onde o autor utiliza de uma

linguagem simples e objetiva, não fazendo uso de ironias e mensagens

subliminares (MOTTA apud CECCANTINI; PEREIRA; ZANCHTTA (Org.)

2004).

Segue abaixo alguns exemplos de gêneros textuais literários.

O poema valoriza e evidência os recursos linguísticos com clareza o

conjunto dessas características.

Poema

Canção do exílio “Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá. Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida mais amores. Em cismar, sozinho, à noite, Mais prazer encontro eu lá; Minha terra tem palmeiras, ‘ Onde canta o Sabiá. Minha terra tem primores, Que tais não encontro eu cá; Em cismar - sozinho, à noite - Mais prazer encontro eu lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá. Não permita Deus que eu morra, Sem que eu volte para lá; Sem que desfrute os primores Que não encontro por cá; Sem qu'inda aviste as palmeiras, Onde canta o Sabiá."

GONÇALVES, Dias Antônio.

Fonte: http://www.colegiosalesiano.com.br/exercicio/pcwanessa23e2408.pdf

As fábulas são histórias trabalhadas com frequência no início da

alfabetização na maioria das vezes servem de exemplos mostrando os

caminhos do bem e do mal, e se bem exploradas em seus dilemas morais,

podem contribuir para que as crianças reflitam sobre a diferenciação do

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certo/errado influenciando-as positivamente sua moralidade, porém os

professores devem ser provocadores e não coercivos utilizando a fábula para

punir e dar lições aos alunos.

Seus personagens são quase sempre animais falantes indagados por

opções e objeções complexas que certamente o professor engaja debates

coletivos e questões com certa amplitude a serem respondidas.

A fábula é uma composição literária onde na maioria das vezes os

personagens são animais ou objetos que apresentam características humanas

como a fala e os costumes. A fábula aparece sempre em forma de prosa ou

poema e sempre no final traz ao leitor uma conclusão moralizadora.

As versões mais conhecidas nasceram de ESOPO no séc. III a.C. e La

Fontaine no século XVII .

Ela é importante para o desenvolvimento da criança, pois traz

consigo a imaginação possibilitando ao aluno expressar sentimentos e

emoções.

A cigarra e a formiga

Figura 5- A cigarra e a formiga

Fonte: http://www.icoachingintegrativo.com.br

Num dia quente de verão, uma alegre cigarra estava a cantar e a tocar o seu violão, com todo o entusiasmo.

Ela viu uma formiga a passar, concentrada na sua grande labuta diária que consistia em guardar comida para o inverno.

“D. Formiga, venha e cante comigo, em vez de trabalhar tão arduamente.”, desafiou a cigarra “ Vamos nos divertir.”

“Tenho de guardar comida para o inverno”, respondeu a formiga, sem parar, “ e aconselho-a a fazer o mesmo.”

“Não se preocupe com o inverno, está ainda muito longe.”, disse a outra, despreocupada.

“Como vê, comida não falta.” Mas a formiga não quis ouvir e continuou a sua labuta. Os

meses passaram e o tempo arrefeceu cada vez mais, até que toda a natureza em redor ficou coberta com um espesso manto branco de neve.

Chegou o inverno. A cigarra, esfomeada, foi a casa da formiga e implorou humildemente por algo para comer.

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“Se você tivesse ouvido o meu conselho no verão, não estaria agora tão desesperada.”, falou a formiga. “Preferiu cantar e tocar violão?! Pois agora dance!”

E dizendo isto, fechou a porta, deixando a cigarra entregue á sua sorte.

Moral da História: Não pense só em se divertir-se. Trabalha e pensa no futuro. É melhor estarmos preparados para os dias de

necessidade.

Fonte: http://www.escolovar.org/fabula_1pagina_cigarra. formiga.htm

Quando pequenos ouvimos histórias que jamais iremos esquecer, como

os contos contados na sala no início do período escolar, um clássico que tem

um grande valor tanto no ambiente escolar como na vida pessoal é o da moça

que come uma maçã envenenada chamada Branca de Neve, que é uma das

mais lindas histórias infantis.

Os contos são histórias simples que apresentam personagens vivendo

diversas situações. Eles são transmitidos de geração em geração e ao longo

do tempo foi adquirindo diversas formas.

“O que distingue os contos de fadas das outras narrativas orais ou escritas é a resolução final dos conflitos. O conto de fadas fornece sempre elementos de resposta, que podem variar conforme as culturas e as formas de organização social, mas ensina sempre que certos perigos, problemas e situações podem ser ultrapassados se forem encarados com perseverança”. (BETTELHEIM, 1976, p.1).

Eles permitem a crianças e adultos conceber estratégias para se

posicionarem no mundo e compreender o que os rodeia, fornecem significados,

estruturam e dão forma às figuras e aos conflitos com que o homem se

confronta no seu dia a dia.

Nos dias de hoje nos deparamos com professores que trabalham

histórias onde a mesma não possui um contexto adequado, nos deparamos

com profissionais que levam para a sala de aula aquelas histórias de R$1,99

onde não tem uma rica carga de informações.

Abaixo segue dois exemplos da história Chapeuzinho Vermelho. A

primeira pode ser encontrada em lojas de R$1,99, já a segunda história nos

apresenta um contexto diferenciado.

Chapeuzinho Vermelho

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Figura 6- Chapeuzinho Vermelho

Fonte: http://www.culturamix.com/wp-content/gallery

Era uma vez uma menina conhecida como Chapeuzinho Vermelho. Um dia, sua mãe pediu que ela levasse uma cesta de doces para sua vovó que morava do outro lado do bosque. Caminhando pelo bosque, a menina encontrou o lobo. - Onde vai chapeuzinho ? Perguntou o lobo. - Vou a casa da vovó levar uma cesta de doces. Respondeu Chapeuzinho. - Muito bem, boa menina! Porque não leva flores também? Enquanto Chapeuzinho colhia as flores, o lobo correu para a casa da vovó. Bateu á porta e imitando a voz de Chapeuzinho Vermelho, pediu para entrar. Assim que entrou, deu um pulo e devorou a vovó inteirinha. Depois, colocou a touca, os óculos e se cobriu, esperando Chapeuzinho. Quando Chapeuzinho chegou, o lobo pediu para ela chegar mais perto. - Vovó, que orelhas grandes! Disse Chapeuzinho. -É para te ouvir melhor! Disse o lobo. - Que olhos enormes, vovó! - É para te ver melhor! - Que nariz comprido! - É para te cheirar! - E essa boca, vovozinha? Que grande! - É para te devorar! Então, o lobo pulou da cama e correu para pegar Chapeuzinho. Um caçador que passava perto da casa ouviu o barulho e foi ver o que era. O lobo tentou fugir, mas o caçador atirou e matou o lobo. Chapeuzinho apareceu e disse que o lobo havia engolido a vovó. O caçador abriu a barriga do lobo e atirou a vovó sã e salva.

Fonte: www.brasileitura.com.br

Chapeuzinho Vermelho

Figura 7- Chapeuzinho Vermelho

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Fonte: http://www.culturamix.com/wp-content/gallery

Era uma vez, uma menina tão doce e meiga que todos gostavam dela. A avó, então, a adorava, e não sabia mais que presente dar a criança para agradá-la. Um dia ela presenteou-a com um chapeuzinho de veludo vermelho. O chapeuzinho agradou tanto a menina e ficou tão bem nela, que ela queria ficar com ele o tempo todo. Por causa disso, ficou conhecida como Chapeuzinho Vermelho. Um dia sua Mãe lhe chamou e lhe disse: - Chapeuzinho, leve este pedaço de bolo e essa garrafa de vinho para sua avó. Ela está doente e fraca, e isto vai fazê-la ficar melhor. Comporte-se no caminho, e de modo algum saia da estrada, ou você pode cair e quebrar a garrafa de vinho e ele é muito importante para a recuperação de sua avó. Chapeuzinho prometeu que obedeceria a sua mãe e pegando a cesta com o bolo e o vinho, despediu-se e partiu. Sua avó morava no meio da floresta, distante uma hora e meia da vila. Logo que Chapeuzinho entrou na floresta, um Lobo apareceu na sua frente. Como ela não o conhecia nem sabia que ele era um ser perverso, não sentiu medo algum. - Bom dia Chapeuzinho - saudou o Lobo. - Bom dia, Lobo - ela respondeu. - Aonde você vai assim tão cedinho, Chapeuzinho? - Vou à casa da minha avó. - E o que você está levando aí nessa cestinha? - Minha avó está muito doente e fraca, e eu estou levando para ela um pedaço de bolo que a mamãe fez ontem, e uma garrafa de vinho. Isto vai deixá-la forte e saudável. - Chapeuzinho, diga-me uma coisa, onde sua avó mora? - A uns quinze minutos daqui. A casa dela fica debaixo de três grandes carvalhos e é cercada por uma sebe de aveleiras. Você deve conhecer a casa. O Lobo pensou consigo: "Esta tenra menina é um delicioso petisco. Se eu agir rápido posso saborear sua avó e ela como sobremesa”. Então o Lobo disse: - Escute Chapeuzinho, você já viu que lindas flores há nessa floresta? Por quê você não dá uma olhada? Você não está ouvindo os pássaros cantando? Você é muito séria, só caminha olhando para frente. Veja quanta beleza há na floresta. Chapeuzinho então olhou a sua volta, e viu a luz do sol brilhando entre as árvores, e viu como o chão estava coberto com lindas e coloridas flores, e pensou: "Se eu pegar um buquê de flores para minha avó, ela vai ficar muito contente. E como ainda é cedo, eu não vou me atrasar”.

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E, saindo do caminho entrou na mata. E sempre que apanhava uma flor, via outra mais bonita adiante, e ia atrás dela. Assim foi entrando na mata cada vez mais. Enquanto isso, o Lobo correu à casa da avó de Chapeuzinho e bateu na porta. - Quem está aí? - perguntou a velhinha. - Sou eu, Chapeuzinho - falou o Lobo disfarçando a voz - Vim trazer um pedaço de bolo e uma garrafa de vinho. Abra a porta para mim. - Levante a tranca, ela está aberta. Não posso me levantar, pois estou muito fraca. - respondeu a vovó. O Lobo entrou na casa e foi direto à cama da vovó, e a engoliu antes que ela pudesse vê-lo. Então ele vestiu suas roupas, colocou sua touca na cabeça, fechou as cortinas da cama, deitou-se e ficou esperando Chapeuzinho Vermelho. E Chapeuzinho continuava colhendo flores na mata. E só quando não podia mais carregar nenhuma é que retornou ao caminho da casa de sua avó. Quando ela chegou lá, para sua surpresa, encontrou a porta aberta. Ela caminhou até a sala, e tudo parecia tão estranho que pensou: “Oh, céus, por quê será que estou com tanto medo ? Normalmente eu me sinto tão bem na casa da vovó...” Então ela foi até a cama da vovó e abriu as cortinas. A vovó estava lá deitada com sua touca cobrindo parte do seu rosto, e, parecia muito estranha... - Oh, vovó, que orelhas grandes a senhora tem! – disse então Chapeuzinho. - É para te ouvir melhor. - Oh, vovó, que olhos grandes a senhora tem! - É para te ver melhor. - Oh, vovó, que mãos enormes a senhora tem! - São para te abraçar melhor. - Oh, vovó, que boca grande e horrível à senhora tem! - É para te comer melhor - e dizendo isto o Lobo saltou sobre a indefesa menina, e a engoliu de um só bote. Depois que encheu a barriga, ele voltou à cama, deitou, dormiu, e começou a roncar muito alto. Um caçador que ia passando ali perto escutou e achou estranho que uma velhinha roncasse tão alto, então ele decidiu ir dar uma olhada. Ele entrou na casa, e viu deitado na cama o Lobo que ele procurava há muito tempo. E o caçador pensou: "Ele deve ter comido a velhinha, mas talvez ela ainda possa ser salva. Não posso atirar nele”. Então ele pegou uma tesoura e abriu a barriga do Lobo. Quando começou a cortar, viu surgir um chapeuzinho vermelho. Ele cortou mais, e a menina pulou para fora exclamando: - Eu estava com muito medo! Dentro da barriga do lobo é muito escuro! E assim, a vovó foi salva também. Então Chapeuzinho pegou algumas pedras grandes e pesadas e colocou dentro da barriga do lobo. Quando o lobo acordou tentou fugir, mas as pedras estavam tão pesadas que ele caiu no chão e morreu. E assim, todos ficaram muito felizes. O caçador pegou a pele do lobo. A vovó comeu o bolo e bebeu o vinho que Chapeuzinho havia trazido, e Chapeuzinho disse para si mesma: “Enquanto eu viver, nunca mais vou desobedecer minha mãe e desviar do caminho nem andar na floresta sozinha e por minha conta”.

Fonte: http://173.203.31.59/Userfiles/P0001/File/Chapeuzinho%20Vermelho%20

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Pode-se observar que as duas histórias evidenciam situações literárias

completamente diferentes, uma segue um modelo mais rico em informações

construtivas e organizadas, tanto no discurso oral quanto na produção da

escrita, porém o outro texto aborda uma forma estereotipada da história,

focando seus fatos onde acaba deixando de lado o clima que envolve a

história.

As advinhas são um gênero cômico de perguntas onde o leitor tenta

encontrar a resposta correta, com imaginação e criatividade. Quando o

professor leva pra sala de aula esse gênero ele desenvolve no aluno o

raciocínio lógico, a leitura e a escrita, e faz com que ele interaja ,colabore e se

relacione com os demais colegas.

O Livro das Advinhas Figura 8 O Livro das advinhas

Fonte: http://www.leyamais.com.br/wp-content/

Sou torto, Mas assim torto Roubo a vida, Não sou feito De veneno Mas tenho Certo aparato. Solto, não faço mal, Mas, se fico preso, Mato...

Resposta- anzol.

Fonte: http://www.extra.com.br/livros/Didaticos/livrosParadidaticos

Bons livros de histórias infantis da literatura contemporânea também

podem ser citados como exemplos de materiais que colaboram para o

processo de formação humana. Como por exemplo: Nós (Eva Funari); Janjão o

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Fortão e Pinote o Fracote (Fernanda Lopes de Almeida), Advinha quanto eu te

amo (Sam Bratney); O que os olhos não veem (Ruth Rocha), Mudanças no

galinheiro mudam as coisas por inteiro ( Sylvia Orthof); No meio da escura

noite tem um pé de maravilha! (Ricardo Azevedo).

“Sempre tendo mira possíveis exceções e o caráter dialético da

realidade escolar, o que nos impede de formular generalizações

apressadas, podemos afirmar que o universo de leitura do professor

brasileiro é extremamente restrito, abrangendo, na maioria das vezes,

tão somente uma literatura pedagógica esclerosada (parada no

tempo) e os fragmentos contidos nos livros didáticos” (SILVA, 1991,

p.25).

Em nenhum momento podemos classificar os gêneros textuais e

literários a serem trabalhados em cada ano escolar, eles podem transitar por

todos os anos, o que deve unicamente ser modificado é o nível de

complexidade dos textos para que os discentes conheçam a escrita

considerando as características dos gêneros.

2.2 OS LIVROS DE LITERATURA INFANTIL E A BIBLIOTECA NA ESCOLA

Quando lemos um texto, fazemos com que cada um dos componentes

do texto que estamos lendo interaja, se relacione, dialoguem com tudo o que

esta nas nossas cabeças, nos nossos sentimentos. Por isso se diz que a leitura

é uma atividade interativa.

Segundo Solé (1998.) o leitor utiliza as estratégias de leituras de forma

quase que automática, após ser ensinado. O leitor a partir dos conhecimentos

prévios que possui faz relações entre o que a leitura infere e o que o texto nos

apresenta. Ao entrar em contato com o texto acionamos nossas vivências,

nossos conceitos e sentimentos, fazendo relações com o texto lido.

O aspecto de um texto nos da pistas concretas do que encontramos nele

antes mesmo de lê-lo, como a sua aparência já indica o que podemos esperar

dele.

“Um livro não é apenas aquilo que esta escrito nele, mas também a leitura que o leitor faz desse texto. Os dois processos são ideológicos. Os dois pressupõem uma determinada visão do mundo. Para que o livro tenha um potencial rico, com muitas significações, é necessário que seja cuidado, tenha qualidades estéticas, seja um exemplo de

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criação original e não estereotipada”. (MACHADO, 1999, p.67-68)

Para que um livro ganhe sentido ao leitor é preciso que o seja

significativo para o leitor, que faça tornar-se real podendo dialogar com

diversas obras e enriquecer a visão do mundo através da pluralidade e

aceitação da diferença.

O ato de ler amplia gradativamente as possibilidades de comunicação e

expressão, interessando-se por conhecer vários gêneros orais e escritos e

participando de diversas situações de intercâmbio social nas quais possa

contar suas vivências ouvir as de outras pessoas, elaborar e responder

perguntas.

Durantes os primeiros anos do ensino fundamental o professor possui

vários meios para trabalhar com os alunos sobre os diversos tipos de livros

como fábulas, contos, advinhas, história em quadrinho, canções, poemas e

parlendas.

[...] “Em suma, a exposição da criança a frequentes leituras de livros a leva a desenvolver-se como leitora já no período pré-escolar. Esse desenvolvimento contribui, sem dúvida, para uma maior facilidade em acompanhar o ensino proposto pela escola, o que redunda em maior sucesso”. (TERZI, 1995, p.43-44)

Grande parte das escolas possui um espaço dentro da sala de aula

onde ficam expostos os livros que o professor utiliza nas aulas, onde os alunos

tem mais acesso podendo até levar para fazer a leitura em suas residências

com os familiares.

Hoje em dia há livros de literatura que estão sendo adaptados em

diferentes formas e possibilidades de livros: banho, pop-up, pano, sonoros,

traduzidos em áudio-descrição, libras, etc.

Figura 9 – Livro de banho Figura 10 – Livro Pop-up

Fonte: https://www.google.com.br /#q=livro+de+banho

Fonte: https://www.google.com.br/#q=livro+pop-up

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Figura 11 – Livro de Pano Figura 12 – Livros Sonoros

Figura 13 – Livro de Libras

Fonte: https://www.google.com.br/#q=livro+libras

Quando o assunto é biblioteca, lugar em que em tese deveria ser

aconchegante para se estabelecer uma boa relação com os livros, as pessoas

têm diversas concepções quando o assunto é biblioteca, em geral as

concepções estão relacionadas às vivências que tiveram com a biblioteca.

Pode-se dizer que muitas pessoas quando pensam em biblioteca ainda tem

uma concepção antiga de que seu ambiente é escuro, cheio de livros velhos,

empoeirados e amarelados. Talvez tenham essa concepção porque o

significado da palavra biblioteca quer dizer caixa de livros.

“Uma biblioteca não é um espaço cercado de livros por todos os lados, de jeito nenhum. Então compreender bibliotecas como uma ação que envolve acervo, como uma ação que envolve leitura, é pressuposto fundamental para iniciarmos qualquer conversa sobre lugares de uma ação cultural com os

Fonte: https://www.google.com. br/#q=livro+pano

Fonte: https://www.google.com.br

/#q=livro+sonoro

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sujeitos sociais. Ação que envolve acervos e leitura, para compreender afinal, que estamos falando é de informação, é de construção de conhecimento, é de significação”. (NÓBREGA, 2004, p.8).

Pode-se afirmar que muitas escolas ainda não tratam o espaço da

biblioteca como construção do conhecimento. Encontramos em muitas escolas

nos dias atuais bibliotecas que são constituídas em qualquer sala, ou melhor,

na sala que sobrou após definirem como principais a sala da direção,

professores e esquecem que a biblioteca é tão importante quanto às demais.

Desde 1997 o MEC tem investido no acervo das bibliotecas de escolas

públicas. A biblioteca na escola é um programa nacional do Ministério da

Educação e Cultura (MEC). O governo federal então através do programa

PNBE – Programa Nacional Biblioteca na Escola- envia títulos literários para os

acervos escolares.

Embora nas escolas estejam chegando mais acervos ainda há falta de

programas de promoção de leitura dentro da biblioteca, falta de compreensão

por parte de professores de como trabalhar a leitura tanto na biblioteca quanto

dentro da sala de aula.

A biblioteca escolar tem como papel incentivar a leitura nos alunos e

professores por meio da distribuição de acervos das obras literárias. Dentro da

escola seu papel é muito importante para que os alunos possam alimentar sua

imaginação, seu conhecimento, viajar por culturas diferentes, elaborar ideias e

hipóteses sobre o mundo e suas relações, enfim apropriar-se do conhecimento

construído pela humanidade, e aproximar-se dos inúmeros autores de

diferentes lugares e experiências.

O acervo da biblioteca precisa abrigar variedades de livros, buscando

sempre estar atualizado para que proporcione ao aluno contato com diferentes

portadores de texto e gêneros: como dicionários, enciclopédias, livros

informativos, e todos os materiais que são necessários aos alunos. Seu

ambiente deve ser sempre limpo, organizado e que seja aconchegante para

aqueles que estiverem dentro, dando liberdade aos leitores o tocar, sentir, ver e

folhear os materiais.

“O acervo da biblioteca não pode ser limitado ao fato da criança já dominar o código escrito. Ao contrário: é essencial oportunizara aproximação aos livros, especialmente aos textos literários,

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desde muito cedo, dos primeiros anos de escolaridade, na educação infantil, através do acesso a um trabalho com projetos específicos de literatura e textos de qualidade”. (BALDI, 2009, p.18).

Sem serem consideradas alfabéticas as crianças já conseguem se

apropriarem da linguagem escrita e muitas vezes elas memorizam pequenas

partes das histórias passando a realizar leituras simples.

O papel do bibliotecário é essencial como especialista da área que tem

um conhecimento sistematizado sobre a leitura e deve compreender o papel da

leitura na formação da infância, da organização e acesso aos livros e que tem

conhecimento sobre a disposição dos ambientes. Contudo, a existência de

bibliotecas desse profissional não é ainda uma realidade encontrada nas

escolas. De uma maneira geral alguém é designado a exercer esta função, que

fica responsável por atender alunos e professores no período em que a escola

encontra-se aberta.

A existência de professores que estão afastados da sala de aula por

questões de saúde, ou outros funcionários que acumulam outras funções que

não somente de cuidar da biblioteca, não favorece a dinâmica da biblioteca

como algo vivo e dinâmico no processo de construção do leitor.

“O bibliotecário escolar é o elemento do corpo docente profissionalmente habilitado, responsável pelo planejamento e gestão da biblioteca escolar. É apoiado por uma equipe tão adequada quanto possível, trabalhando em conjunto com todos os membros da comunidade escolar e em ligação com a biblioteca pública e outras”. (VITORINO, 2006, p.11).

Mesmo frente a estas situações, algumas escolas se organizam

colocando no plano semanário do professor para que haja uma atividade

permanente e colabore para a formação do leitor, tornando a leitura algo

frequente na vida escolar dos alunos, e posteriormente para a vida além da

escola.

A biblioteca se faz um lugar vivo na escola, a maior parte das crianças

tem o contato com o livro somente dentro do ambiente escolar, é por isso que a

biblioteca tem que ser um ambiente rico de estímulos, capaz de motivar os

alunos a fazerem suas descobertas com relação à leitura.

Segundo Baldi (2009, p.21): “É fundamental que a professora também faça

suas próprias leituras nesse espaço da biblioteca, despertando nos alunos

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curiosidades sobre o que está lendo, o que mais gosta de ler, como lê, porque

lê etc”.

Como já foi citado anteriormente, o professor ao planejar suas aulas

deve sempre inserir visitas rotineiras à biblioteca com os alunos ou pelo menos

uma vez por semana, para oferecer a eles possibilidades de conversar e trocar

ideias sobre livros e leitura principalmente nas séries iniciais. O objetivo do

professor ao ocupar o espaço da biblioteca deve estar claro, promovendo

atividades diversificadas, dirigidas e também respeitando o direito do aluno de

possibilidades na escolha daquilo que ele próprio quer ler.

“Não há restrições em relação á escolha de textos literários ou informativos, podendo os alunos manusear e ler livros, revistas, quadrinhos, jornais, enciclopédias ou qualquer outro material de leitura á disposição nesse espaço” (BALDI,2009, p.22).

A leitura nesse espaço pode ser individual ou coletiva dependendo de

cada professor, mas sempre deixando claro aos alunos que cada um deve

respeitar o espaço e o silêncio do outro colega.

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CAPÍTULO III

“Não basta saber que Eva viu a uva. É preciso compreender qual a posição que Eva ocupa no seu contexto social, quem trabalha para produzir a uva e quem lucra

comesse trabalho”.

Paulo Freire

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CAPÍTULO III

O PAPEL DO PROFESSOR NA SALA DE AULA

Este capítulo aborda em ênfase a importância do professor como

motivador da leitura, onde o mesmo tem um papel primordial no processo de

alfabetização, construindo um indivíduo socialmente capaz.

3. O PROFESSOR COMO LEITOR NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO.

No processo delicado da alfabetização a leitura dos professores e dos

pais deve possuir uma ação conjunta e ambas tem suma importância na

condução dos conhecimentos para as crianças, de forma motivadora e

divertida, uma educação literária.

O primeiro contato leitor da criança são com seus pais, muitas vezes

elas imitam algumas formas leitoras como a mudança de páginas e invenção

de palavras como se ele próprio estivesse lendo ou reproduzindo textos, porém

de forma fragmentada, parte da família primeiramente tem o papel de incentivar

o interesse leitor, variando de uma criança para outra pela razão da qualidade

e frequência que a mesma possui em sua vida. Segundo REGO (1995 p.28):

“No nosso dia a dia podemos constatar facilmente que as crianças gostam de

imitar atos de leitura”.

Na sala de aula o professor deve ter uma leitura ampla que faça com

que os alunos entendam o assunto, objetivando os exercícios didáticos

posteriormente assumidos na sala de aula, sendo valorizado o processo de

construção do conhecimento a partir da mesma, pois é uma das situações

didáticas práticas desenvolvendo o comportamento de leitura e tem a intenção

de fazer a leitura um meio de comunicação. Vale lembrar que apenas a leitura

não caracteriza situações sociais de questionamento. “Se os objetivos não

estiverem claros, a leitura, por si só, não dá conta de alavancar o processo de

alfabetização, pois faltam os procedimentos necessários à mediação entre o

professor, os alunos e a linguagem escrita.” (PRUDÊNCIO, 2013, p1).

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Figura 14- leitura do Professor

Fonte: www.revistaescola.com.br

Os exercícios leitores utilizados pelo professor nos primeiros anos do

ensino fundamental promovem situações em que as crianças possam diminuir

individualmente seus erros, com uma leitura silenciosa antes da oral

fortalecendo potencialidades de compreensão do mesmo. Cabe ao professor

fazer a ponte do processo de alfabetização e letramento trazendo textos

significativos, inicialmente textos que se sabe de memória e não a leitura de

sílabas e palavras desconexas, privilegiando os aspectos fonéticos sobre os

aspectos significativos. No processo inicial da leitura é normal que os alunos

leiam até que chegue uma leitura fluente, sem hesitação. Caso este processo

não ocorra o professor procura motivá-lo levando-o a uma auto realização

leitora com outras práticas de ensino.

“A prática da leitura silenciosa antes de se iniciar uma tarefa de leitura é importantíssima, pois pesquisas provaram que se compreende melhor quando se lê em silêncio. Além disso, as crianças podem trabalhar mais ativamente do que quando uma lê e as outras prestam atenção”. (BAMBERGER, 2002, p. 25).

Para que a criança realmente aprenda é preciso que o professor

disponibilize atividades que confrontam suas ideias de criação, assim a criança

pode rever fatos e ações da história abordada se alto corrigindo tanto no modo

comunicativo escrito e verbal.

“Não será, portanto, simplesmente incentivando e respeitando os textos produzidos espontaneamente pelas crianças e tampouco impondo-lhes, através de um trino repetitivo de textos simplificados, um modelo correto de língua escrita, que estaremos possibilitando o

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momento de elas serem capazes de criar textos compatíveis com os padrões convencionados para o Português escrito”.( REGO, p.50).

Podemos utilizar como exemplo uma atividade de reescrita de um conto

ou uma fábula individual ou em conjunto com o professor na lousa.

Os professores sabem que em sua prática pedagógica devem

possibilitar diferentes maneiras de aprendizagem aos alunos, mas, se essa

maneira escolhida não for consciente pode trazer problemas. Eles escolhem os

melhores métodos a serem utilizados, em sua concepção, eles podem ser a

ferramenta para a construção do conhecimento junto ao aluno ou trabalhar

como uma ferramenta de aprendizagem inteiramente pronta, podendo até

mesmo recorrer aos meios de aplicação do conteúdo com manuais muitas

vezes antigos e tradicionais reproduzindo assim uma visão erronia. “Trata-se

dos objetivos mais conhecidos. Quer se pretendam mistos ou não, todo visão,

na realidade, ao mesmo tipo de resultado”. (CHARMEUX, 2000, p.23).

Essas atividades limitam a capacidade de raciocínio lógico do aluno e se

opõe a verdadeira intenção da atividade decaindo a qualidade da atuação da

língua oral e escrita nessa atividade com frases simples sem conteúdo.

Os outros professores que não utilizam de manuais a serem seguidos

devem certamente dominar perfeitamente o conteúdo, dessa forma sua

didática não é comprometida ficando presa em uma apostila de respostas,

objetivando a promoção de crianças autônomas na sala de aula com

questionamentos dinâmicos não menos difíceis, mas sim didáticos facilitando a

compreensão do aluno.

[...] “A opinião pública tem muito frequentemente tendência a pensar que a ausência de manuais prontos demonstra um comportamento fantasioso, o reino do “não importa o quê” e a ausência de trabalho sério. De fato, trata-se do contrário. E uma das razões de seu pequeno número é que essa opção demanda mais trabalho: um manual, ou melhor, um método dispensa o professor de pensar na sala de aula, e tranquiliza muito mais ele do que a criança”. (p.26).

“É necessário que a opinião pública se convença disto: muitos professores hesitam, por meio de desagradar aos pais; e a pressão do público, que tradicionalmente desconfia da pesquisa, faz muito mal ao trabalho da escola”. (CHARMEUX, p.27)

O instrumento fundamental para o professor leitor em situações de

aprendizado é a escolha de um bom texto identificando qual seu nível de

complexidade para que não fuja das metas que serão alcançadas

preocupando-se também com qualidade, tipo de narrativa e de qual forma o

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texto estrutura-se, buscando garantir uma leitura agradável segurando a

atenção dos discentes. Segundo Rego (1995, p.54) “A escolha dos livros deve,

portanto, nortear-se por alguns princípios básicos que garantam a eficácia do

trabalho pedagógico”.

Através da leitura o professor procura ampliar o vocabulário de seus

alunos, por esse motivo ele necessita utilizar de vários livros que correspondem

às expectativas de novos leitores onde os mesmos atribuem significados ao

novo contexto trabalhado na sala de aula que será levado á vida real, sendo

todo o momento oportuno para perguntas a serem feitas pelos alunos para que

esse funcionamento ocorra com êxito trazendo essa leitura evolutiva para a

realidade do aluno, respeitando as diferenças de linguagem anteriormente

trazidas por eles.

“Nas idades pré-escolar e nos primeiros anos de escola, contar e ler histórias em voz alta e falar sobre livros de gravuras é importantíssimo para o desenvolvimento do vocabulário, e mais importante ainda para a motivação da leitura, para a exata compreensão do conteúdo, assim como a leitura crítica e criativa” (BAMBERGER, p.24-26)

Com isso o aluno desenvolve suas habilidades e sensibilidades leitoras

características essas levadas por toda sua vida escolar de forma global.

3.1 O PROFESSOR COMO CONTADOR DE HISTÓRIAS

É muito importante para a formação de toda a criança ouvir histórias,

pois isso faz com que ela inicie sua aprendizagem como leitora, desde a

primeira infância.

Ler para as crianças faz com que ela desperte o seu imaginário,

possibilitando-a de resolver problemas através de cada personagem.

Segundo Abramovich (1993, p.16) “[...] ser leitor é ter um caminho

absolutamente infinito de descoberta e de compreensão do mundo”.

Quando a criança ouve histórias ela consegue sentir emoções como

tristeza, raiva, bem-estar, irritação, medo, alegria, pavor, insegurança,

tranquilidade, e vive tudo o que as narrativas provocam.

Dentro do ambiente escolar o professor possui o papel de mediador e

motivador no processo de construção do leitor, na busca constante de textos

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narrativos atualizados que agreguem informações profundas e amplas e menos

simplistas de fatos estimulando a reflexão do contexto juntamente com a de

palavras distintas, com uma intensa forma de transmissão de emoção ao leitor,

fazendo que a literatura por si só desperte no leitor o prazer da leitura.

Diversos docentes da atualidade durante o processo de alfabetização de

seus alunos utilizam livros nos quais tenham rica carga imaginativa, repleta de

descrições detalhadas onde o humor e a curiosidade se mostra presente em

todo momento. Independente se o mesmo é curto ou longo, se o livro não tem

ilustrações que o preenchem em cada parte da história, ele faz com que as

crianças consigam viajar em seu imaginário do mais lindo dia de sol como ao

dia mais nublado e obscuro já visto, ou seja, os alunos não ficam presos em

uma imagem fixa sobre determinado acontecimento do texto.

Quando fazemos a leitura para uma criança, não podemos fazer de

qualquer jeito, escolhendo um determinado livro de última hora e no decorrer

da leitura demonstrar para ela que não estamos nos familiarizando com aquela

leitura.

“Pior ainda, ficar escandalizado com uma determinada fala, ou gaguejar ruborizado porque não esperava encontrar um palavrão, uma palavra desconhecida, uma gíria nova, uma expressão que o adulto-leitor não usa normalmente... Aí não há como segurar a sensação de ridículo e mal-estar, e tudo degringola”. (ABRAMOVICK, 1993, p.20).

Para que o professor possa contar uma história é preciso antes que ele

saiba a maneira de contar, transmitindo uma confiança na leitura, motivando a

atenção e a admiração de seus alunos. Segundo Abramovick (1993, p.21): “E

para que isso ocorra, é bom que quem esteja contando crie todo um clima de

envolvimento, de encanto...”.

O contador de histórias deve saber respeitar o imaginário de cada

criança, criando cenários, fantasias, e também vários tipos de vozes como

sussurrante, adocicada, suave, cálida, enriçada, sem vibrações, inexpressivas

além de saber dar o tempo certo de pausas em suas leituras. Segundo Coelho

(1994, p.51): “O narrador tem de expressar-se numa voz definida,

inconfundível, tem de saber modulá-la de acordo com o que está contando...”.

É bom que o professor saiba o momento certo da contação, começando

sempre com “Era uma vez...” ou de maneira que agrade os alunos, fazendo

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com que essa leitura desperte o interesse nos ouvintes, pois se houver

desinteresse logo no início por aquela leitura não será no meio que ele irá

prestar atenção.

“[...] E é bom saber dizer que a história acabou dum jeito especial: “E assim acabou a história”. Entrou por uma porta, saiu pela outra, quem quiser que conte outra...” Ou com outro refrão que faça parte do jogo cúmplice entre a criança e o narrador... Ou simplesmente respirar fundo, olhar bem nos olhos e pronunciar “Fim”. (ABRAMOVICK, 1993, p.21-22).

Antes de começar a contar a história é sempre bom que o professor

peça aos alunos que formem uma roda, que cada um encontre um jeito

gostoso para ficarem, não importa se seja sentado ou deitado de maneira que

todos estejam bem acomodados. De acordo com Abramovick (1993, p.23): “O

ouvir histórias pode estimular o desenhar, o musicar, o sair, o ficar, o

teatralizar, o imaginar, o brincar, o pensar, o ver o livro, o escrever, o querer

ouvir de novo (a mesma história ou outra)”.

Após a contação da história grande partes dos professores costumam

fazerem uma roda de conversa socializando o que os alunos entenderam, é

nesta hora que as crianças costumam dizer o que mais lhes chamou a atenção,

quais personagens elas mais gostam e até mesmo o professor pode refletir

para aperfeiçoar e melhorar a maneira com que conduz cada história. “O

comentário do ouvinte evidencia o efeito da história contada e oferece

condições de avaliar sua maior ou menos repercussão”. (COELHO, 1994,

p.57).

Quando o professor não faz a socialização, após a contação da história

ele em geral ele utiliza algumas atividades baseando-se no enredo como

dramatização, desenhos, modelagens, dobraduras, criação de textos orais e

escritos ou brincadeiras. Porém é preciso ficar claro que a leitura apenas para

a fruição.

Todos os seres humanos trazem histórias de vida e possuem a

potencialidade de ser um contador de histórias. O ser humano que exercita a

arte de contar histórias, utilizando algumas técnicas e vivências podem

contribuir para a formação de leitores, não só para a escola, mas para a vida.

O professor possui vários recursos para a contação de histórias, ele não

precisa apenas de um livro, mas há vários meios até mesmo mais divertidos e

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Fonte: http://educacaodeinfancia.com/wp-

content/uploads/2012/09/mousepuppet_mn.jpg

chamativos para que seus alunos possam prestar atenção e até participar

daquela história como avental, fantoches, personagens de material reciclado,

painel com tecido, luvas com dedoches, teatro de sombras, E.V.A com

palitinhos, livros de feltro.

Figura 15 - Material Reciclado Figura 16 - Livros de Feltro

Figura 17– Caixinha de Fósforo Figura 18 - Teatro de Sombras

Figura 19 - Luvas com Dedoches. Figura 20 - Painel com Tecido

Fonte: http://www.funarte.gov.br/wp-

content/uploads/2012 Fonte: http://img.elo7.com.br/product/main/24A36C/livro-de-feltro.jpg

Fonte: http://amolindezas.files.wordpress.com/2012/08/caixa-fosforo-halloween.jpeg

Fonte: http://search.iminent.com/SearchTheWeb/v6/1046/toolbox

Fonte: http://educacaodeinfancia.com/wp-

content/uploads/2012/09/mousepuppet_mn.jpg

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Figura 21 – Avental Figura 22- Fantoche

Figura 23 – EVA com Palitinhos

Seja com ou sem recursos, ouvir uma história bem contada é vivenciar

um momento de prazer e gostosuras, se encantando e maravilhando-se. A

criança que ainda não lê para ela o livro é uma história contada que pode lhe

trazer lembranças, saudades, se divertir, dar gargalhadas. De acordo com

PASWELS apud ABRAMOVICH, (1993, p.24): “Quando uma criança escuta a

história que se lhe conta penetra nela simplesmente, como história. Mas existe

uma orelha detrás da orelha que conserva a significação do conto e o revela

muito mais tarde”.

Fonte: http://search.iminent.com/SearchTheWeb/v6/1046/toolbox

Fonte: http://search.iminent.com/SearchTheWeb/v6/1046/

Fonte: http://www.painelcriativo.com.br/wp-content/uploads/2010

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Muitos professores pensam que é necessário ter um talento especial

para contar histórias, mas na verdade não é. Todo o professor tem dentro de si

um contador de histórias, é preciso apenas encontra-lo e aprimorá-lo, o que

não pode faltar é uma história de qualidade para ser contada.

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CAPÍTULO IV

“Abra um livro. Não abra uma carteira...

Não de moedas para uma criança na sinaleira.

De o conhecimento dentro de uma sala de aula...”

Nelson Mendes de Souza

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58

CAPITULO IV

ANÁLISE DOS DADOS DA PESQUISA DE CAMPO

A metodologia deste Trabalho de Conclusão de Curso constitui em

pesquisa qualitativa que buscou fundamentar-se à luz da teoria especializada

sobre a questão de leitura literária e pesquisa de campo com professoras do

Ensino Fundamental para conhecer os conceitos e práticas que as mesmas se

auto referem quanto ao assunto investigado. O instrumento utilizado na

pesquisa foi questionário com questões semiestruturadas feito com as

professoras. Os resultados foram analisados por categoria, transformados em

gráficos acompanhados de reflexões teóricas.

4. PESQUISA DE CAMPO COM OS PROFESSORES.

O questionário foi preparado com 10 (dez) questões dissertativas

referentes às concepções teóricas de leitura e algumas especificamente de

leitura literária que norteiam a prática- pedagógica dos professores.

Foi aplicado em 10 professores sendo pertencentes a duas escolas,

sendo EMEF “Despertando para a Vida” da escola municipal e E.E. Dr. Miguel

Couto da escola estadual.

Participaram dessa pesquisa apenas professores do sexo feminino,

todos graduados em Pedagogia. O tempo de atuação profissional na área entre

as participantes da pesquisa varia de 15 (quinze) a 23 (vinte e três) anos.

Segue abaixo as questões discutidas e acompanhadas dos gráficos:

Quando questionados os professores sobre “quantos livros você

professor lê por ano”, viu-se que pela amplitude da questão alguns professores

relacionaram a resposta ao seu cotidiano (vida pessoal) embora outros

relataram apenas a vida profissional, assim obteve-se respostas distintas como

apenas um; de dois a três; mais de três e teve um que respondeu cento e

cinquenta. Pode-se inferir que aquele que apontou mais de cento e cinquenta

livros são paradidáticos utilizados em sala ao longo do ano.

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Figura 25 - Resposta da pergunta nº. 01 dos professores

Fonte: elaborado pelos pesquisadores.

Das respostas colhidas trinta por cento dos professores apontaram que

leem menos que quatro livros ao ano. Aqueles que apontaram mais que três

também não confirmam serleitores assíduos, tendo em vista a baixa

quantidade de livros apontados. Isso comprova que podemos nos deparar com

educador que não costuma ter um hábito pela leitura.

É fundamental que o professor tenha gosto pela leitura além dos muros

escolares, caso contrário ele não conseguirá construir esse “halito de leitura”

com os seus alunos, como dizia Bartolomeu de Campos Queirós, renomando

escritor brasileiro. A quantidade é um aspecto que diz muito sobre o fato de ser

leitor fluente.

Seguindo a ordem do questionário a seguinte pergunta foi “Quais

histórias não podem faltar dentro da sala de aula?”, também com grande

amplitude que os professores descreveram alguns gêneros literários obtendo

como resposta os clássicos (chapeuzinho vermelho), seguido das fábulas e do

folclore.

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Não apontaram outros gêneros literários como poemas, novelas ou

narrativas de dramaturgia.

Figura 26 - Resposta da pergunta nº 02 dos professores

Fonte: Elaborado pelos pesquisadores.

Quando se pensou na pergunta, esperava-se que os professores

apontassem títulos de histórias e não categorias. Apesar disso pode-se

perceber que grande parte dos professores utilizam as histórias clássicas

(como a Chapeuzinho Vermelho), fábulas e histórias folclóricas. O gráfico

apresenta de maneira clara uma porcentagem de 80%, mostrando que o

professor faz a exploração do lúdico dentro da sala de aula, se considerar que

leva a fábula, os contos clássicos e contos folclóricos para a sala de aula.

Os textos apontados: informativos e narrativos, ao serem apontados

revelam uma dificuldade do professor ao compreender o que é uma história.

Um texto informativo não é uma história, mas um texto narrativo é e pode ser

uma história, porém a pergunta pedia que se definisse a história.

Histórias de boa qualidade devem fazer parte do repertório dos

estudantes ouvintes, o que despertaria ainda mais o prazer e o gosto pela

leitura. Bons livros clássicos recontados por autores confiáveis e sérios que

40%

30%

10%

10%10%

2- Quais histórias não podem faltar dentro da sala de aula?

Clássicos

Fábulas

Folclore

Texto Informativo

Texto Narrativo

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trazem versões interessantes dos contos ou traduções dos contos enriquecem

a qualidade deste repertório. Autores como Ricardo Azevedo, Ana Maria

Machado, Ruth Rocha, Cecília Meirelles, Monteiro Lobato, Rubem Alves, José

Paulo Paes, entre outros possuem livros riquíssimos que deveriam fazer parte

da biblioteca dos alunos em processo de alfabetização.

Quando perguntando aos professores “Cite três nomes de histórias mais

contadas aos alunos”, analisando o relato das professoras evidenciamos que

as histórias relativamente clássicas ainda não deixaram de transitar no

contexto educacional, tomando ainda a frente de histórias comtemporaneas

demonstrado no gráfico a seguir:

Figura 27 - Resposta da pergunta nº 03 dos professores

Fonte: Elaborado pelos pesquisadores

Hoje as escolas públicas possuem uma variedade de histórias para

trabalhar com os alunos onde o MEC tem investido no acervo das bibliotecas

de escolas pública, através do programa PNBE – Programa Nacional Biblioteca

na Escola, onde envia títulos literários para os acervos escolares. Porém,

mesmo existindo uma variedade grande, eles ainda preferem os clássicos.

O conto é o veiculo transmissor de conhecimentos e valores culturais, o

ouvinte encontra nos personagens situações reais com aquelas que se depara

50%

30%

10%10%

3) Cite três nomes de histórias mais contadas aos alunos

Chapeuzinho Vermelho

Os Três Porquinhos

João e Maria

Pinóquio

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no seu dia a dia, por esse motivo são facilmente compreensiveis pelas

crianças. Segundo Bettelheim em seu livro Psicanálise dos contos de fadas “Os

contos de fadas [...] orientam a criança no sentido de descobrir a sua

identidade e vocação e surgem também quais as experiencias necessárias

para melhor desenvolver o seu carácter”. (BETTELHEIM, 1980, p.34).

Os contos não são as únicas histórias que podem ser lidas para as

crianças por que elas mais gostam, os professores dentro da sala de aula

devem procurar diversficar o repertório textual fazendo assim com que as

crianças tomem gosto por outros tipos de textos.

Quando perguntado aos docentes sobre “Com qual objetivo trabalha a

literatura com as crianças?”, os professores resaltaram que é desenvolver o

gosto da criança pela leitura e ampliar o seu vocabulário, sendo as outras

respostas dependentes do mesmo.

Os gêneros textuais auxiliam na criação do vocabulário (oral e escrito),

além da literatura levar a criança a desenvolver sua imaginação e emoções de

forma prazerosa.

Nas respostas dadas não foram apontados o uso da literatura como para

ensinar valores morais, datas comemorativas, ou ensinar outros conteúdos.

Portanto, as hipóteses iniciais desta pesquisa não foram comprovadas quanto

ao conceito sobre a função da literatura. Os professores que participaram desta

pesquisa apontaram objetivos coerentes ao uso da literatura.

“Para desenvolver o gosto pela leitura, ampliar o vocabulário, enriquecer

o repertório, conhecer os diversos gêneros textuais, aprender a escutar com

atenção e compreensão e dar opiniões e sujestões, auxiliar na produção de

textos.” (sic).

“Quanto mais à criança se apaixona por histórias, mais quer ouvir e por

consequência vai querer ler e isso enriquece seu vocabulário e também ajuda a

ampliar seu repertório de escrita.” (sic).

Figura 28 - Resposta da pergunta nº04 dos professores

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Fonte: Elaborado pelos pesquisadores.

A literatura leva a criança a desenvolver a imaginação e emoções de

forma prazerosa, desenvolve a competência da leitura e da escrita e a

capacidade de expressar melhor suas idéias, despertando habilidades de

compreensão que a faz se tornar um leitor competente.

Quando perguntado aos professores sobre “Em que momento da aula

você professor trabalha a literatura?”, grande parte do corpo docente

respondeu em maioria que trabalha a literatura no início da aula, a procura de

cativar os alunos e também mobilizá-los sobre questões a serem abordadas

durante o dia, questões essas não feitas sobre a história, mas sim sobre

assuntos semelhantes que poderam até mesmo serem comparados. Neste

caso em especial, quando respondem para mobilizar outros assuntos, deixam

transparecer o aspecto mais utilitário.

“Leio todos os dias no início da aula e como já se tornou rotina eles

cobram a leitura quando demoro para começar”.

“No início da aula todos os dias.”

Figura 29 - Resposta da pergunta nº05 dos professores

40%

30%

10%

20%

4- Com qual objetivo trabalha a literatura com as crianças?

Desenvolver a compreensão e o gosto pela leitura

Ampliar o vocabulário

Promover a linguagem oral

Ampliar o repertório da escrita

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Fonte: Elaborado pelos pesquisadores.

Outra parte, 10% dos educadores utiliza a leitura em máterias

expecíficas (português) de acordo com a rotina da semana. É preciso que haja

um momento de leitura com o compromisso apenas da apreciação, e que não

seja um passa tempo para preencher o tempo que sobrou entre as disciplinas.

Quando perguntado aos professores “Utiliza algum recurso? Quais são

utilizados para contar história” obtemos como resposta a utilzação de livros;

oralidade; fantoches e roda de leitura.

Figura 30 - Resposta da pergunta nº06 dos professores

Fonte: Elaborado pelos pesquisadores

80%

10%10%

5- Em que momento da aula você professor trabalha a literatura?

No início da aula

De acordo com o plano de aula

Nas aulas de português

30%

30%

10%

20%

10%

6- Utiliza algum recurso? Quais são utilizados para contar história?

Livros

Fantoches

Roda de leitura

Oralmente

Sequência de imagens

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Estes são os recursos que os professores mais utilizam dentro da sala

de aula, pois ele possui várias formas e maneiras de contar história e não

precisa ficar preso somente á livros, porque quando o professor utiliza esses

recursos, faz com que as crianças despertem seu imaginário e o gosto pela

leitura prestando mais atenção e até participando daquela história.

Se pensarmos que recursos (o que usamos), são diferentes de

estratégias pedagógicas (como fazemos), podemos pensar que oralmente é

uma resposta vaga e que as respostas dadas também se confundem entre

recursos e estratégias.

Lembrando que os recursos por si só não dizem nada se forem bem

explorados pelos professores que não devem abandonar os livros e os textos,

sobrepondo os recursos.

Na pergunta de número sete “Quais momentos destina para a literatura

durante a semana?”, grande parte dos professores responderam que trabalham

a literatura diariamente; outros disseram que não tem dia ou horário

determinado para a leitura da criança, uma vez por semana com a saco loteca

onde os alunos levam os livros para casa; e teve professor que respondeu que

destina a literatura durante á noite.

Essa leitura noturna pelos alunos não se pode comprovar. Como o

professor pode garantir que essa historia foi lida pelos pais dos alunos ou pelos

mesmos? Essa forma de encaminhar a literatura não é capaz de auxiliar o

desenvolvimento leitor da criança, ela pode entender a história de uma maneira

errada. Ele sozinho sem estar alfabetizado, precisa de um leitor para criar o

seu comportamento leitor.

A professora na hora de responder pode ter relacionado o uso da

literatura (noturna) ao seu cotidiano, não a dos alunos, mostrando então que

talvez que não compreendeu a questão.

Figura 31 - Resposta da pergunta nº07 dos professores

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66

Fonte: Elaborado pelos pesquisadores

“Não tenho dia ou horário determinado, as vezes no inicio da aula ou no

final”.

“Não existe um momento certo é no dia a dia, mas sempre com um

planejamento do conteúdo a ser trabalhado”.

Através das respostas analisadas no gráfico podemos pereceber que

alguns professores entram em contradição com a resposta da questão 5sobre

a utilização da literatura notada pela porcentagem de 80% que caiu para 60%

porcentagem significativa

“Além das leituras diárias, os alunos quando acabam as atividades, ou

entre uma atividade e outra tem livre acesso a biblioteca da sala de aula”.

Esta fala pode trazer dois pensamentos; Um de proporcionar o contato

com a literatura sem qualquer restrição e o outro de que a literatura serve como

preenchimento de lacunas entre uma atividade e outra “Já que alguns

terminaram primeiro para não atrapalhar o rendimento dos outros podem pegar

um livro e ler em silêncio”, essa frase é comum nos vocabulários de alguns

professores da atualidade.

Quando perguntado aos professores “Qual a importância da literatura no

cotidiano escolar?” obteve-se como resposta apreciar os textos; desenvolver o

gosto pela leitura; estimular a criatividade e ampliar o conhecimento social.

60%20%

10%10%

7- Quais momentos destina para a literatura durante a semana?

Diariamente no inicio da aula

Sem dia ou horário determinado

Leitura em casa com sacolotéca

A noite

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“A literatura é um caminho que leva a criança a desenvolver a

imaginação, emoções e sentimentos de forma prazerosa e significativa.”

“Ela desperta o hábito e gosto pela leitura, produz momentos de

descontração, distração, informações e aguça a curiosidade do aluno.”

“Possibilita que se tornem leitores e escritores competentes, tornando-os

capazes de exercer sua cidadania com atitudes e solidariedade e cumpridores

dos seus direitos e deveres, que possam ter condições básicas para ler e

escrever com autonomia, embora seja um processo para a vida toda.”

Figura 32 - Resposta da pergunta nº 08 dos professores

Fonte: Elaborado pelos pesquisadores.

A literatura é uma peça fundamental para o desenvolvimento do aluno e

o professor enquanto mediador tem um papel importante na vida deles. Como

relataram eles utilizam a literatura para desenvolver o gosto pela leitura, além

da literatura ser uma forma divertida para se trabalhar na sala de aula, ela

também desenvolve a criatividade e faz com que o aluno seja capaz de exercer

suas funções de cidadania.

60%20%

10%10%

8- Qual a importância da literatura no cotidiano escolar?

Desenvolver o gosto pela leitura

Estimular a criatividade

Desenvolver habilidades textuais

Ampliar o conhecimento social

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A literaturamostra-se extremamente importante para a criança

principalmente na vida escolar, onde o professor pode fazer com que a criança

consiga imaginar várias coisas através daquela história.

Quando questionados os professores sobre “Como o professor se

prepara para ler/ contar estória para os alunos?”, obteve-se como resposta ler

antecipadamente; conhecer a história e despertar o interesse do aluno.

Figura 33 - resposta da pergunta nº 09 dos professores

Fonte: Elaborado pelos pesquisadores.

De uma maneira geral, os professores apontaram aquilo que a autora

Coelho nos diz em seu livro Contar Histórias Uma Arte Sem Idade.

Estudar uma história é, em primeiro lugar, divertir-se com ela, captar a mensagem que nela está implícita e, em seguida, após algumas leituras, identificar os seus elementos essenciais, isto

é, que consistem a sua estrutura. (1994, p 21)

Os professores pronunciam de uma maneira diferente para que as

crianças realmente fiquem atentas ao que está sendo falando, podendo viver e

experimentar um momento mágico.

Os professores na maioria das vezes leem antecipadamente para fazer

se familiarizar-se na escrita do texto, auxiliando a compreensão de certos fatos

com interpretações e vocalizações.

70%

20%

10%

9- Como o professor se prepara para ler/ contar estória para os alunos?

Ler antecipadamente

Conhecer a história

Despertar o interesse do aluno

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Além de se preparar para a exploração da história, os professores devem

ensinar as crianças a explorarem as histórias, ensiná-los as estratégias de

leitura de antecipação e inferência. De acordo com Solé (1998, p.73)

As estratégias [...] devem permitir que o aluno planeje a tarefa real de leitura e sua própria localização- motivação, disponibilidade- diante dela; facilitaram a comprovação e revisão do que se lê e a tomada de decisões adequadas em função dos objetivos perseguidos.

Elaborar e provar inferência de diverso tipo, como interpretações, hipóteses e previsões e conclusões, como poderá ser o final desse romance? Que sugeriria para resolver o problema escrito aqui? Qual poderia ser – por hipótese- o significado dessa palavra que me é desconhecida? O que pode acontecer com este personagem?

As estratégias de leitura: seleção, antecipação, autocorreção, e

inferências possuem uma grande relevância na parte da construção e

compreensão do sentido do texto, e é fundamental para responder questões

implícitas meio aos textos.

Quando perguntado aos professores “Se a criança aprende por imitação,

como o coordenador pedagógico pode estimular a leitura nos professores que

servirão de exemplo para os alunos” obteve-se como resposta leitura no ATPC

(aulas de trabalho pedagógico coletivo) ou antigo HTPC (horas de trabalho

pedagógico coletivo); livros interessantes; cursos e oficinas de leitura.

“Escolhendo alguma leitura interessante para iniciar as reuniões de

A.T.P. C e pedagógicas”.

“Oferecer aos professores livros interessantes”.

“O coordenador pedagógico pode apresentar formas diferenciadas de

leitura, promover cursos sobre o assunto e também sugerir títulos”.

Figura 34 - Resposta da pergunta nº 10 dos professores

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70

Fonte: Elaborado pelos pesquisadores.

O professor dentro do ambiente escolar deve ser exemplo de leitor para

despertar o interesse e a vontade de leitura nos alunos, dessa maneira é

preciso que as reuniões de ATPC sejam sempre diversificadas levando aos

professores materiais interessantes para trabalhar com os alunos, e promover

cursos/oficinas que faça com que o professor participe de maneira prazerosa

levando para a sala de aula conteúdos e atividades novas que desperte o

encantamento.

O papel da formação continuada aos professores para que saibam

formar leitores e também se constituam como leitores é fundamental. Não se

pode dedicar as leituras apenas para que tenham como fim principal as

avaliações externas.

40%

40%

20%

10-Se a criança aprende por imitação, como o coordenador pedagógico pode estimular a leitura nos professores que servirão de

exemplo para os alunos

Leitura no ATPC

Livros interessantes

Cursos e oficinas de leitura

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CONCLUSÃO

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72

Ao longo deste estudo foi discutida a aprendizagem através da leitura de

obras literárias, procedimentos esses realizados pelos professores nos anos

iniciais do ensino fundamental.

Pode-se perceber a importância da leitura para a construção do

individuo social onde se faz necessário para compreender de outra visão o

mundo partindo das observações históricas e morais do universo infantil.

Por meio dos estudos bibliográficos realizados com autores renomados,

como Ceccantini (2004), Abramovich (1989), pode-se analisar que a literatura

ocorreu diversas mudanças durante os séculos, como na divisão dos gêneros e

seus subgêneros (gêneros textuais) sendo hoje em dia estando envolvida em

diversos objetivos escolares que acabam fazendo a mesma perder sua função

(pedagogismo) didatizando-as, levando a questionamentos que não seriam

necessários, porém sua real função de fonte de prazer e descobertas acaba

sendo deixadas de lado.

Refletiu-se sobre a importância da postura leitora do professor dentro da

sala de aula, motivando os alunos através de leituras, e transmitindo emoções

através da mesma.

Percebeu-se que a utilização de pequenos livros para a leitura são muito

criticados por seu contexto restrito, apesar disso eles não são de toda

inutilidade sendo ela minimizada durante o progresso do ensino fundamental,

fazendo com que as crianças possam distinguir de uma obra mais ampla de

detalhada rica em sentimentos.

Nesta pesquisa foi destacada a importância de se trabalhar a literatura

dentro do ambiente escolar, deixando de subestimar a capacidade leitora de

cada criança.

Constatou-se que a literatura leva a criança a desenvolver sua

imaginação e a emoção através da competência de leitura e escrita, onde é

capaz de despertar habilidades que a faz se tornar um leitor competente. A

literatura de Gregorin (2009) reforça que quando o professor trabalha com a

literatura dentro da sala de aula ele cria condições para tornarem leitores do

mundo ampliando a competência de ver e dialogar com a sociedade. É

importante enfatizar que o professor faz-se necessário diante a valorização

leitora do aluno.

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73

A pesquisa abordada teve como contribuição a observação leitora do

comportamento habitual da sala de aula, por meio do Programa Bolsa

Alfabetização realizada pelos graduandos antes e durante a realização desta

pesquisa, possibilitando a análise entre a teoria e a prática identificando os

procedimentos corretos e as falhas que os professores costumam ter.

Através da análise dos dados coletados, pode-se perceber que, os

professores utilizam diversas obras narrativas com grande acessibilidade e

conhecimento histórico/cultural, histórias essas mais antigas onde a maioria

dos alunos já teve um contato anterior.

Diante dessas constatações, podemos concluir que os objetivos da

pesquisa foram estabelecidos foram amplamente alcançados, mesmo que a

hipotese inicial do projeto não foi comprovada quanto ao conceito da função de

literatura que os professores trazem.

Este trabalho fez com que nós pudéssemos agragar novos

conhecimentos sobre a leitura e sua função social de forma lúdica, nos

proporcionando novos aprendizados como futuros professores levando essa

teoria á pratica docente.

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REFERÊNCIAS

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APÊNDICE

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APÊNDICE A

QUESTIONÁRIO PARA OS PROFESSORES

1) Quantos livros você professor lê por ano á seus alunos?

2) Qual a importância da literatura no cotidiano escolar?

3) Como você se prepara para ler/contar história para os alunos?

4) Quais histórias não podem faltar dentro da sala de aula?

5) Cite três nomes de histórias mais contadas aos seus alunos.

6) Você trabalha a literatura em que momento da aula?

7) Quais momentos que você destina para a literatura durante a semana?

8) Utiliza algum recurso para a contação de história? Quais são?

9) Com qual objetivo trabalha a literatura com as crianças?

10) Se a criança aprende por práticas vividas, como o coordenador

pedagógico pode estimular a leitura nos professores que servirão de exemplo

para os alunos?

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APÊNDICE B

TABELAS DOS RESULTADOS DA PESQUISA

1) Quantos livros você professor lê por ano?

Quantidade %

Apenas 1 1 10%

De 2 a 3 2 20%

Mais de 3 2 20%

150 Livros 1 10%

Leitura diária 2 20%

Indeterminado 2 20%

2) Quais histórias não podem faltar dentro da sala de aula?

Quantidade %

Clássicos 4 40%

Fábulas 3 30%

Folclore 1 10%

Texto Informativo 1 10%

Texto Narrativo 1 10%

3) Cite três nomes de histórias mais contadas aos alunos.

Quantidade %

Chapeuzinho Vermelho 5 50%

Os três porquinhos 3 30%

João e Maria 1 10%

Pinóquio 1 10%

4) Com qual objetivo trabalha a literatura com as crianças?

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Quantidade %

Desenvolver o gosto

pela leitura 4 40%

Ampliar o vocabulário 3 30%

Promover a linguagem

oral 1 10%

Ampliar o repertório da

escrita 2 20%

5) Em que momento da aula você professor trabalha a literatura?

Quantidade %

No início da aula 8 80%

De acordo com

o plano de aula 1 10%

Nas aulas de

português 1 10%

6) Utiliza algum recurso? Quais são utilizados para contar história?

Quantidade %

Livros 3 30%

Fantoches 3 30%

Roda de leitura 1 10%

Oralmente 2 20%

Sequencia de imagens 1 10%

7) Quais momentos destina para a literatura durante a semana?

Quantidade %

Diariamente no início

da aula 6 60%

Sem dia ou horário

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Determinado 2 20%

Leitura em casa com

Sacoleteca 1 10%

A noite 1 10%

8) Qual a importância da literatura no cotidiano escolar?

Quantidade %

Desenvolver o gosto

Pela leitura 6 60%

Estimular a criatividade 2 20%

Desenvolver habilidades

Textuais 1 10%

Ampliar o conhecimento

Social 1 10%

9) Como o professor se prepara para ler/ contar estória para os alunos?

Quantidade %

Ler antecipadamente 7 70%

Conhecer a história 2 20%

Despertar o interesse

do aluno 1 10%

10) Se a criança aprende por imitação, como o coordenador pedagógico

pode estimular a leitura nos professores que servirão de exemplo para

os alunos?

Quantidade %

Leitura no ATPC 4 40%

Livros interessantes 4 40%

Cursos e oficinas

de leitura 2 20%

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