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RADIAÇÕES IONIZANTES HISTÓRICO

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Page 1: RADIAÇÕES IONIZANTES HISTÓRICO. Histórico da radiação 1) 08/11/1895 - Wilhem Konrad Roentgen observou um fraco brilho esverdeado numa tela fluorescente

RADIAÇÕES IONIZANTES

HISTÓRICO

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Histórico da radiação

1) 08/11/1895 - Wilhem Konrad Roentgen observou um fraco brilho esverdeado numa tela fluorescente ativado por um tipo de emanação desconhecida de um tubo de crookes exitado eletrostaticamente

2) 28/12/1895 - Roentgen escreve o primeiro trabalho: “On a New Kind of Ray” para a Bavarian Physical medical Society.

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3) 05/01/1896 - O Viena Press publica um resumo e a notícia se espalha rapidamente no mundo

4) Um dia após a chegada do relatório nos USA, Thomas A. Edson começa a trabalhar no assunto.

5) Durante o ano de 1896, a revista Medical record (NY) publica 28 referências sobre os Roentgen Rays ou X Rays.

6) Antes do final do ano, trabalhadores sofrem severas reações devido aos raios X. Uma assistente de T. Edson - Clarence Doll - talvez tenha sido a primeira que sabidamente morreu de câncer induzido por raios X.

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7) No mesmo mês (nov/1895) da descoberta de Roentgen, A. H. Becquerel descobriu que algum tipo de raio similar ao raio X era continuamente emitido por compostos de urânio natural.

8) Em 12/1898, Pierre e Marie Curie anunciavam, a partir de compostos de urânio, a descoberta de um material altamente radioativo, que chamaram de RADIUM. Era constituído de três tipos de raio; um deles foi chamado de Raios Gama - com menor energia, mas maior capacidade de penetração.

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9) Os Raios Gama pareciam atuar em tecidos vivos. Em 1901, Becquerel sofreu queimaduras por causa de um frasco de Radium que levava no bolso; Pierre Curie queimou sou braço intencionalmente. Estes fatos levaram à idéia que o Radium tinha propriedades medicinais. Curie levou Ra ao Hospital S. Louis (Paris), onde se iniciou a aplicação em doenças dermatológicas.

10) A pesquisa mostrou que os raios do Ra tinham efeito bactericida. Sementes perdiam o poder de germinação, protozoários mostravam anormalidades e retardo no desenvolvimento.

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11) Histologias de tecidos irradiados foram estudadas por Bergonie e Tribondeau, que elaboraram a lei: “células imaturas em estado de divisão são mais sensíveis à irradiação do que células adultas ou estacionadas.”

12) Em 1903, o efeito esterilizante dos RX foi observado. Em mais alguns anos, Bardeen observou que ovos de rã fertilizados por espermas e irradiados com RX desenvolviam anormalidades.

13) Em 1927 H.J. Muller estudou em Drosophila que RX e raios gama produziam mutações hereditárias.

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14) Nas duas décadas seguintes, vários eventos aconteceram: fontes poderosas de RX e Raios Gama; gramas de Ra forma isoladas; fontes de alta voltagem como Van der Graaff foram construídas; em 1961, E. O. Lawrence e col. iniciaram o desenvolvimento do acelerador linear, que levou à invenção de Cyclotrons; os riscos do uso da radiação foram reconhecidos e regras forma estabelecidas; radioisótopos como 198Au, 60Co, 137Cs, 90Sr tornaram-se disponíveis em larga escala.

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Primeira radiografia de parte do corpo humano

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TIPOS DE RADIAÇÃO

CORPUSCULARES ALFA

BETA

ELETROMAGNÉTICA Raios X

GAMA

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RADIAÇÕES CORPUSCULARES

NÚCLEO DE HÉLIO = 2 PROTONS + 2 NEUTRONS

CARGA POSITIVA

PARTÍCULA ALFA

PARTÍCULA BETA

ELÉTRON COM CARGA NEGATIVA

MASSA 1/7000 DA PARTÍCULA ALFA

DESVIADAS POR CAMPO MAGNÉTICO

ALTA IONIZAÇÃO ESPECÍFICA

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RADIAÇÕES ELETROMAGNÉTICAS

SEM MASSA E SEM CARGA

NÃO SÃO DESVIADAS POR CAMPO MAGNÉTICO

ALTO PODER DE PENETRAÇÃO NA MATÉRIA

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INTERAÇÃO DA RADIAÇÃO COM A MATÉRIA

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Interação da radiação com a matéria

Radiação

Ionização: remoção completa de um ou mais elétrons de valência

Excitação: os elétrons são levados a níveis com energias mais altas

Eletromagnética (raios X e )Partículas carregadas (e-, , p, etc)Nêutrons

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Interação com nêutrons

Classificação segundo a energia

lentos 0,03 eV < n < 100 eV

intermediários 100 eV < n < 10 eV

rápidos 10 keV < n < 10 keV

alta energia n > 10 MeVou

térmicos n 0,025 eV

epitérmicos 1 eV <n < 100 keV

rápidos n > 100 keV

Interagem por colisão direta com o núcleo

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Interação com partículas carregadas

Pesadas p, etc

Leves e

Partículas pesadas tem menor velocidade que um elétron de mesma energia, portanto ionizarão um número maior de átomos ao longo de seu percurso que será aproximadamente linear.

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Elétrons perdem energia através de uma série de colisões que defletam do processo original, causando uma série de ionizações secundárias.

elétronincidente

absorvedor

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Interação com raios X e

Raios são radiações eletromagnéticas que acompanham transições nucleares.

Raios X são radiações eletromagnéticas que acompanham transições eletrônicas.

Principais processos de interação

Efeito fotoelétricoEfeito ComptonProdução de pares

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Efeito fotoelétrico

Acontece quando a radiação X, transfere sua energia total para um único elétron orbital ejetando-o do átomo com velocidade (processo de ionização). O processo de troca de energia pela equação: Ec = h.f - Elig ,

sendo Ec a energia cinética, h.f a

energia do raio X incidente e Elig a

energia de ligação do elétron ao seu orbital Este elétron expelido do átomo é denominado fotoelétron e poderá perder a energia recebida do fóton, produzindo ionização em outros átomos

A direção de saída do fotoelétron com relação à de incidência do fóton, varia com a energia deste.

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Efeito Compton

Quando a energia da Radiação X aumenta, o espalhamento Compton torna-se mais freqüente que o efeito fotoelétrico. O efeito Compton é a interação de um raio X com um elétron orbital onde parte da energia do raio X incidente é transferida como energia cinética para o elétron e o restante é cedida para o fóton espalhado, levando-se em consideração também a energia de ligação do elétron. O fóton espalhado terá uma energia menor e uma direção diferente da incidente.

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Produção de pares

A produção de pares ocorre somente quando fótons de energia igual ou superior a 1,02 MeV passam próximos a núcleos de elevado número atômico. Nesse caso, a radiação X interage com o núcleo e desaparece, dando origem a um par elétron-pósitron com energia cinética em diferente proporção. O pósitron e o elétron perderão sua energia cinética pela ionização e excitação.

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Energia do fóton nos processos competitivosZ

do

abso

rved

or

20

40

60

80

100

120

Energia do fóton, MeV

0,01 0,05 0,1 0,5 1 5 10 50 100

Efeito fotoelétricodominante

Efeito Comptondominante

Produção de pares dominante

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PENETRABILIDADE NA MATÉRIA

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UNIDADES

RAD unidade de dose absorvida sendo essa definida pela razão d/ dm, onde d é a energia média distribuída pela radiação à massa dm.

1 rad = 100 erg/g

GRAY nova unidade de dose absorvida usada em substituição ao rad (1976)

1Gy = 1 J/kg = 100 rad

ROENTGEN unidade de exposição e está relacionada à habilidade de raios X ionizarem o ar; para raios X e uma exposição de IR

resulta numa dose absorvida de 1 rad em água ou tecido mole.

ELETRON VOLT é a energia adquirida por um elétron ao atravessar uma diferença de potencial de 1 v.

1 eV= 1,6 x 10-12 J

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CURIE é uma unidade de ATIVIDADE de um radionuclídeo que possui 3,7 x 1010 desintegrações/segundo.

1 Ci = 3,7 x 10 10 desintegrações por segundo

MEIA - VIDA tempo médio para que metade dos átomos de um elemento radioativo decaiam.

T 1/2 = (ln2)/ , onde é a constante de decaimento

BEQUEREL unidade de atividade

1 Bq = 1dps = 3,7 x 10-10 Ci

ROENTGEN EQUIVALENT MAN unidade de dose que tenta expressar todos os tipos de radiação numa escala comum.

DREM = DRAD x QF

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RELAÇÕES DE UNIDADE

DL50/30 (seres humanos): 4 Gy = 400 rad = 4 Sv (para radiação eletromagnética)

1 mSv = 0,1 rem = 0,1 rad = 0,1 cGy (para radiação eletromagnética)

Dose rad gray Gy 1 rad = 1cGy

Dose equivalente

rem sievert Sv 1 rem = 0,01 Sv

Radioatividade Ci bequerel Bq 1 Ci = 3,7 x 1010 Bq

Antiga Nova Símbolo Relação

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EFEITOS BIOLÓGICOS DA RADIAÇÃO

ESTOCÁSTICOS

São aqueles cuja probabilidade de ocorrer aumenta com a dose, sem porém a existência de um limiar de dose. Exemplos: efeitos hereditários, aparecimento de câncer

NÃO ESTOCÁSTICOS

São aqueles cuja severidade depende da dose e que apresentam um limiar de dose. Exemplos: mortalidade animal, distúrbios imunológicos.

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Energia dos diferentes tipos de radiação

Comprimento de onda Energia do fóton Radiação

(m) (eV)

superior a 3 x 10-1 inferior a 4,1 x 10-6 Ondas de

radiofrequência

3 x 10-1 3 x 10-3 4,1 x 10-6 4,1 x 10-4 Microondas

3 x 10-3 7,6 x 10-7 4,1 x 10-4 1,6 Infravermelha

7,6 x 10-7 4 x 10-7 1,6 3,1 Luz visível

4 x 10-7 10-8 3,1 123,2 Ultravioleta

inferior a 10-8 superior a 123,2 Raios X e

A-400 320nmB-320 290 nmC-290 200nm

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Tempo e efeito radiação

Estágio Tempo Ação Efeito

Físico < 10-14 s Deposição de energia na água – orgânicos e inorgânicos na proporção aproximada das massas

Excitação dos compostos e absorção de luz

Físico -químico

10-14 a 10-12 s Quebra das ligações: S-H, O-H, N-H e C-H.

Transferência de iôns.

Radiólise da água – radicais livres – emissão de luz das moléculas excitadas. Formação de H2O2

Começa o dano químico.

Radicais livres começam a reagir com os radicais metabólicos normais

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Tempo e efeito da radiação

Estágio Tempo Ação Efeito

Químico 10-12 a 10-7 s Continua a reação dos radicais livres da água com biomoléculas. Quebra da ligações C-C e C-N. Radicais secundários.

Produtos estáveis começam a aparecer.

Formação de produtos tóxicos

Começa o dano ao RNA e DNA. Enzimas são inativadas e ativadas.

Depleção de –SH.

Peroxidação de lipídeos.

Dano em todas as biomoléculas. Toxicidade dos produtos é iniciada

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Tempo e efeito da radiação

Químico e biológico coincidem

10-7 a 10 s Radicais secundários.

Peróxidos orgânicos.

Hidroperóxiodos H2O2 continuam a agir

Muitas reações bioquímicas são interrompidas. Começa reparo do DNA

Biológico 10 s a 10 h A maioria das reações primárias são completadas. Reações secundárias continuam

Mitose das células é diminuída. Reações bioquímicas bloqueadas.

Rompimento da membrana celular.

Começa o efeito biológico

Estágio Tempo Ação Efeito