r elação cultural do rio mon dego com a cidade de imbra · 19 5. conclusão ... texto de suporte...
TRANSCRIPT
R
Relaçãão CultC
Discip
Ana
Coimbra
tural dCidade
Professo
plina: Fonte
Licenc
Ano Le
Rita Lima Sim2011155059
a, Dezembro
do Rioe de Co
or: Dr. Paulo
es de Inform
ciatura: Soc
ectivo: 2011
mões 9
de 2011
o Monoimbr
o Peixoto
mação Socio
ciologia
1/2012
ndegora
ológica
o com a
Ana Rita Lima Simões 2011155059
Coimbra, Dezembro de 2011
Relação Cultural do Rio Mondego com a Cidade de Coimbra
Trabalho de avaliação contínua realizado no âmbito da disciplina de Fontes de Informação Sociológica da Licenciatura em Sociologia sob orientação do Professor
Paulo Peixoto
Aluna: Ana Rita Lima Simões
2011155059
Coimbra, Dezembro de 2011
Imagem da capa retirada de:
http://www.construir.pt/wp‐content/uploads/bric/7598/0/Ponte%20pedonal%20de%20Coimbra%20‐%20Agosto%202006.jpg
Ana Rita Lima Simões 2011155059
Coimbra, Dezembro de 2011
Doces e claras águas do Mondego, Doce repouso de minha lembrança
Onde a comprida e pérfida esperança Longo tempo após si me trouxe cego.
(…)
Mas a alma, que de cá vos acompanha, Nas asas do ligeiro pensamento
Pera vós, águas, voa, e em vós se banha.
Luís de Camões
Ana Rita Lima Simões 2011155059
Coimbra, Dezembro de 2011
Índice
Página
1. Introdução ………………………………………………………………………………… 1
2. Desenvolvimento ………………………………………………………………………. 2
2.1.Estado das Artes………………………………………………………………….. 2
2.1.1. História do Rio Mondego……………………………………... 4
2.1.2.Programa Polis…………………………………………………..…. 6
2.1.3 Cultura e Lazer…………………………………………………..… 10
2.2. Descrição detalhada da pesquisa…………………………………….… 11
3. Ficha de Leitura………………………………………………………………………….. 12
4. Avaliação da Página de Internet……………………………………………….... 19
5. Conclusão…………………………………………………………………………….……. 20
6. Referências Bibliográficas……………………………………………………..…… 21
Anexo I Página de Internet avaliada
Anexo II Texto de suporte da ficha de leitura
Ana Rita Lima Simões 2011155059
Coimbra, Dezembro de 2011
1. Introdução
Com base no regime de avaliação contínua da disciplina de Fontes de
Informação Sociológica, inserida na Licenciatura de Sociologia, o trabalho proposto
pelo docente para este regime de avaliação tem como base a relação entre as cidades
e a água, neste caso uma relação directa entre a cidade de Coimbra e o Rio Mondego.
Dentro dos quatro temas apresentados optei pelo tema C que tem como base o lado
mais lúdico e cultural do rio Mondego, desde a ponte de Santa Clara até ao Pavilhão
Centro de Portugal. Ou seja, em primeiro lugar falarei da história do rio Mondego e de
seguida abordarei o Programa Pólis e a maneira como ele interveio na cultura e lazer
da cidade.
Com este trabalho irei, igualmente, pôr em prática o que aprendi durante o
semestre nesta disciplina.
1
Ana Rita Lima Simões 2011155059
Coimbra, Dezembro de 2011
2.1 Estado das Artes
“A revisão da literatura ou estado das artes passa por reunir, analisar e discutir
as informações publicadas sobre o tema até ao momento em que o trabalho é
elaborado. O seu propósito é fundamentar teoricamente o objecto de investigação
com bases sólidas, e não arbitrariamente. É o “pano de fundo” do problema de
pesquisa. Compreende uma minuciosa busca na literatura, seleccionando‐se e
sintetizando‐se ideias, estudos e pesquisas que se relacionem com o problema
investigado. As ideias contidas nos estudos devem ser inter‐relacionadas e
confrontadas, principalmente se forem contraditórias. A organização da revisão da
literatura deve ser feita de forma lógica em função das variáveis ou dos pontos mais
relevantes do problema investigado, sem se procurar forçar a uma organização
cronológica.” (Peixoto, 2002).
O trabalho proposto pelo docente para regime de avaliação contínua tem como
base a relação entre as cidades e a água, neste caso uma relação directa entre a cidade
de Coimbra e o Rio Mondego. Dentro dos quatro temas apresentados, optei pelo tema
C que tem como base: “Recenseamento das características morfológicas dos espaços
contíguos ao Rio e que com ele interajam, a partir de uma tipologia de categorias
significantes: público/privado; centro/periferia; aberto/fechado;
permeável/impermeável; cidade/campo; vazio/ocupado; demolição/conservação, etc;
Análise do estado actual da relação entre o Rio e a cidade/território, de modo a
evidenciar: a morfologia urbana (destacando a relação entre a água e os espaços
públicos); a morfologia social (considerando valores e representações relativos à
água); tempos e modos de usos do Rio; hierarquia paisagística e monumental;
modalidades de relacionamento Rio/margens em escalas diferenciadas; relações entre
os elementos naturais e o território rural; presença de equipamentos infra‐estruturais
2
Ana Rita Lima Simões 2011155059
Coimbra, Dezembro de 2011
ou industriais; lugares balneares e de lazer; infra‐estruturas e equipamentos ligados à
água (pesquisa obrigatória em jornais locais 1990‐outubro 2011).”
Neste trabalho optei por trabalhar o lado mais cultural e lúdico das margens do
rio Mondego, desde a ponte de Santa Clara até ao Pavilhão Centro de Portugal. Ou
seja, em primeiro lugar falarei da história do rio Mondego e de seguida abordarei o
Programa Pólis e a maneira como ele interveio na cultura e lazer na cidade.
3
Ana Rita Lima Simões 2011155059
Coimbra, Dezembro de 2011
2.1.1 História do Rio Mondego
O rio Mondego nasce na Serra da Estrela, numa montanha, no concelho de
Manteigas a 1425m de altitude e é o único rio de Portugal, exclusivamente português.
Este rio percorre a parte centro do País e desagua no Oceano Atlântico, na Figueira da
Foz, após um percurso de 220 quilómetros. O espaço do rio Mondego é cercado por
outros quatro rios: Dão, Alva, Ceira e Arunca.
Antigamente, o rio Mondego era navegável, ou seja as chamadas “barcas
serranas” faziam nele o seu trajecto até Coimbra e algumas chegavam mesmo até
Penacova.
Era popularmente designado por "bazófias", dada a irregularidade do seu
caudal, ora de grandes cheias, ora diminuto. Actualmente encontra‐se muito
intervencionado e regularizado por diversas barragens, a mais importante das quais é
a da Aguieira, situada a 400 metros da junção do rio Dão com o rio Mondego.
As cheias eram frequentes nos períodos mais rigorosos do ano, sendo que a sua
principal causa era a precipitação intensa e o tamanho da bacia hidrográfica não era o
mais favorável a estes acontecimentos. Ocorriam rapidamente e o aumento brusco do
caudal do rio chegava mesmo a ser perigoso devido à rapidez com que se verificava.
Assim, começou a ser necessária a implementação de medidas, como a construção de
barragens e novos leitos.
Relativamente ao sector ambiental e ecológico do rio, este é rico em fauna e
flora, apesar do desenvolvimento urbano, industrial e agrícola, a construção de
barragens, os fogos florestais, a caça, a pesca e as actividades lúdicas serem os motivos
para ultimamente se verificar alguma degradação e destruição. Ainda assim serve de
habitat a diversas comunidades biológicas. Em ambas as margens podemos observar
uma enorme cobertura vegetal como as matas de choupos, ulmeiros e salgueiros.
4
Ana Rita Lima Simões 2011155059
Coimbra, Dezembro de 2011
Como ainda é a casa de diversas espécies de aves aquáticas, onde estas tratam
da sua alimentação e nidificação, o Estuário do rio Mondego foi classificado como
“Convenção de Ramsar”, ou seja, é um importante habitat internacional.
A água do rio é utilizada para diversos fins como: agricultura, a indústria, a
produção de energia eléctrica, o abastecimento público e as actividades lúdicas.
Falando agora da parte mais cultural do rio, este é inspiração para literatura e
música. É certamente o rio português mais cantado por poetas desde tempos
imemoriais. Respeitante à literatura, as suas primeiras referências apontam para o
século XVI, onde serviu de base a diversos poemas escritos tanto em português como
em espanhol. Na música, muitos dos mais conceituados e conhecidos fados de
Coimbra falam, igualmente, do rio, seja das suas paisagens ou das musas inspiradoras
que já remontam ao tempo de Camões.
5
Ana Rita Lima Simões 2011155059
Coimbra, Dezembro de 2011
2.1.2 Programa Polis
O Programa Polis teve como base desenvolver um conjunto de acções na
vertente urbanística e ambiental, com o desejo da requalificação urbana e de
valorização ambiental das cidades. Este projecto foi desenvolvido pelo Ministério das
Cidades, Ordenamento do Território e Ambiente em parceria com as Autarquias Locais
de cada cidade intervencionada, que foi o caso de Coimbra, Costa da Caparica,
Albufeira, Castelo Branco, Viseu, Cacém e Viana do Castelo. Na cidade de Coimbra, o
projecto incidiu numa área de 80 hectares, compreendendo as margens do rio
Mondego entre a Ponte de Santa Clara e a Ponte da Europa. Para a margem direita do
rio Mondego estava projectada uma entrada central ao lado do Pavilhão de Portugal
em Hanôver, uma ponte pedonal e ciclável como elemento de ligação das duas
margens do rio e um percurso entre o Parque Manuel Braga e a entrada norte do
Parque, que se caracterizaria por uma enorme fonte de pedra e um parque de
estacionamento. Contaria ainda com a instalação de equipamentos de animação e
campos desportivos. Na margem esquerda, o projecto realizar‐se‐ia na área do
Choupalinho e do Mosteiro de Santa Clara a Velha. O objectivo foi a construção de
ginásios, balneários, armazéns, parques infantis e de merendas e módulos de comércio
e restauração com estacionamento.
O financiamento do Programa Polis surgiu de fundos comunitários através de
programas como o da “Melhoria do ambiente Urbano”, do Programa Operacional
Ambiente e das Acções Integradas de Qualificação das Cidades e de Requalificação
Metropolitana das Intervenções Operacionais Regionais. A iniciativa comunitária
INTERREG também deu uma enorme ajuda financeira ao projecto, talvez a mais
significativa.
6
Ana Rita Lima Simões 2011155059
Coimbra, Dezembro de 2011
Os principais objectivos e os mais específicos deste programa que visa melhorar
a qualidade de vida dos habitantes das respectivas cidades são: desenvolver operações
de requalificação urbana com uma componente para a valorização do ambiente;
desenvolver acções que contribuam para a requalificação e revitalização das cidades e
que evidenciem as suas potencialidades; apoiar diversas construções paralelas que
também visem melhorar o ambiente e o urbanismo e que valorizem a presença de rio
ou de costa, e por fim, ajudar iniciativas de apoio às zonas verdes, áreas pedonais e
condicionamento de trânsito automóvel.
Em Coimbra, o Polis centrou‐se no rio Mondego e visou a promoção da
aproximação das duas margens, o aproveitamento das condições naturais e
paisagísticas oferecidas pelo Mondego. O objectivo era o projecto traduzir‐se num
modelo de parque verde urbano multifuncional que visaria a animação, recreio e
desporto, tudo com um enorme enquadramento paisagístico. Ou seja, pretendeu‐se a
integração do rio na cidade para assim a revitalizar.
Foram realizados vários estudos e programas para proteger o sector ambiental,
ou seja, todos esses estudos foram no âmbito do controlo ambiental e assim, existiu
uma intervenção eficaz ao longo de todas as fases do projecto que foram: pré‐
implementação; construção e pós‐implementação.
Na primeira fase, de pré‐implementação, existiram os estudos ambientais e foi
elaborado um programa de conteúdos que seria mais tarde posto em prática. Na fase
de construção foi elaborado o programa de gestão ambiental e o programa de
monitorização ambiental. Na terceira e última fase denominada pós‐implementação
foi concretizado o Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental (CMIA).
Claramente que todas estas fases estão interligadas entre si, necessitando cada uma
das anteriores ou posteriores para o plano ser eficaz.
7
Ana Rita Lima Simões 2011155059
Coimbra, Dezembro de 2011
Durante todo o projecto, uma das maiores preocupações da organização foi a
comunicação com a população. O objectivo era que os habitantes estivessem sempre a
par das acções realizadas e da construção do projecto em si, ao mesmo tempo que são
parte activa na sua concretização. A população em geral, os comerciantes e jovens
foram os alvos mais escolhidos para esta enorme divulgação do projecto. Em cada
cidade que acolheu o projecto foram criados balcões de informações para que a
população pudesse esclarecer todas as dúvidas, apresentar reclamações, apresentar
sugestões e manter‐se informada. De três em três meses eram renovados e
distribuídos folhetos informativos pela cidade destinados à actualização das
intervenções e também à divulgação de temas culturais acerca da cidade em causa.
Outra aposta foi a decoração urbana que foi usada como camuflagem ao impacto
visual das obras. Como o projecto poderia causar incómodo aos comerciantes foram
realizadas intervenções para que tal não acontecesse e esses danos/incómodos fossem
minimizados ao máximo.
Em suma, todo o objectivo da comunicação ao longo do projecto, além da
informação e divulgação era também a sensibilização ambiental. Foi criada uma
mascote chamada “Popis” que intervinha maioritariamente nas escolas e tinha um
carácter lúdico e pedagógico. A monitorização ambiental, já referida, divulgava os
parâmetros ambientais medidos antes, durante e depois das intervenções. Foram
realizadas acções de fotografia e vídeo para assim existir um registo das intervenções
em todas as cidades e ainda havia um acordo com a imprensa para que esta divulgasse
apenas informações verídicas e importantes do programa.
Para que a organização tivesse o apoio da população e reduzisse os incómodos
que as obras acarretaram, envolveu‐se nos projectos e comemorações da cidade,
como o Dia de Cidade (4 de Julho), Dia Mundial do Ambiente (5 de Junho) e até mesmo
na Queima das Fitas.
8
Ana Rita Lima Simões 2011155059
Coimbra, Dezembro de 2011
Com a intervenção em todos estes dias e festas o Programa Polis conseguiu
minimizar o impacto das obras e fez com que a população ficasse cada vez mais
envolvida no projecto.
9
Ana Rita Lima Simões 2011155059
Coimbra, Dezembro de 2011
2.1.3.Cultura e lazer
Como consequência do Programa Polis, o Parque Verde de Mondego foi
inaugurado em Julho de 2004, na margem direita do rio, e é dedicado unicamente ao
lazer da população. Conta com uma zona de esplanada, pistas para corredores e
ciclovias, um pavilhão para exposições, diversas actividades lúdicas, um parque
infantil, a zona de estacionamento e a ponte pedonal. Na margem esquerda foi
inaugurado igualmente o parque infantil, parque de merendas e com maior
importância, a população pode agora explorar o rio em canoas ou outras embarcações
e ainda uma piscina e um restaurante. Tudo isto estava projectado no Programa Polis.
Dentro do Parque Verde do Mondego, existem diversos serviços, tais como:
catering, geladarias, festas infantis, restauração e bares. Os carros e trotinetes
eléctricas estão disponíveis para quem quiser conhecer o parque, utilizando‐os. Para
exploração do rio, na margem direita, existem ainda os barcos pneumáticos, as canoas
e as gaivotas. Os karts a pedais estão disponíveis para os pequenos.
Com a construção do Parque Verde do Mondego, Coimbra tornou‐se uma
cidade muito mais atractiva, seja do ponto de vista cultural, devido aos desportos,
exposições, eventos e congressos realizados, como também uma cidade capaz de
proporcionar actividades lúdicas e recreativas aos seus habitantes e visitantes,
actividades essas que passam por explorar o rio, praticar desporto nos campos
desportivos informais, a utilização do parque infantil, do restaurante, dos bares ou da
piscina.
10
Ana Rita Lima Simões 2011155059
Coimbra, Dezembro de 2011
2.2. Descrição detalhada da pesquisa
Um dos principais problemas com que me deparei foi a escolha do tema.
Depois de uma reflexão optei pelo tema C, como já referi anteriormente. Quando
iniciei a minha pesquisa encontrei imensa informação e aí deparei‐me com um
problema, a sua selecção. Seleccionei palavras‐chave tais como: Programa Polis,
história do rio Mondego, água em Coimbra, cultura e lazer. Recorri maioritariamente à
Internet, usando sempre o motor de busca Google, pois não encontrei livros que
falassem sobre o meu tema especificamente. Toda esta escolha de palavras e
conceitos foi útil para a adequada selecção de informação. As palavras e conjuntos de
palavras com que obtive mais resultados, foram: “programa polis”, “água em
Coimbra”, “história do rio Mondego” e “cultura da cidade de Coimbra”.
Posteriormente, seleccionei a informação recolhida e tratei a mesma.
Durante o trabalho dirigi‐me à biblioteca municipal, onde o meu objectivo era
encontrar jornais que obtivessem informação relativamente ao trabalho mas não era
possível segundo a informação que me deram no local.
Foi organizada uma pequena visita à Câmara Municipal onde um arquitecto
presente no Programa Polis nos falou de todo o projecto e nos esclareceu as mais
diversas dúvidas. Mostrou‐nos mapas da cidade, mapas com o projecto e relatórios.
Posteriormente, tivemos acesso a um desses relatórios, que falava sobre todo o
projecto.
Na maioria, todos os sites que encontrei na internet eram fidedignos e toda a
informação era clara, objectiva a pertinente.
11
Ana Rita Lima Simões 2011155059
Coimbra, Dezembro de 2011
3.Ficha de Leitura
Título: Perspectivas da gestão da água para o séc. XXI: desafios e oportunidades
Autor da obra: Luís Veiga da Cunha
Local onde se encontra: http://www.abrh.org.br/novo/arquivos/artigos/v7/v7n4/v74_05perspectivasfinal.pdf
Data da publicação: Outubro de 2002
Editora: Revista Brasileira de Recursos Hídricos
Título do capítulo: Perspectivas da gestão da água para o séc. XXI: Desafios e Oportunidades
Nº das páginas do capítulo: 65 ‐ 73
Palavras‐chave: água, gestão, desafios, séc. XXI
Data de leitura: Outubro de 2011
Nota sobre o autor:
Luís Veiga da Cunha, nascido em Lisboa, é professor no departamento de
Ciências Ambientais e Engenharia na Universidade Nova de Lisboa.
É membro da Academia Nacional de Ciências e da Academia de Engenharia,
membro da Academia Francesa da Água, do Conselho Português da Água e do
Conselho Nacional do Ambiente e Desenvolvimento.
Foi o fundador e primeiro presidente da Associação Portuguesa de Recursos
Hídricos.
12
Ana Rita Lima Simões 2011155059
Coimbra, Dezembro de 2011
Resumo:
Hoje em dia um dos maiores problemas que a Humanidade enfrenta é a
escassez da água. Este problema resulta, essencialmente, da sua má gestão e partilha.
Têm sido realizados esforços comuns para garantir água com qualidade e em suficiente
quantidade para todos.
Os recursos hídricos do nosso planeta têm sido alvo de estudos e iniciativas
internacionais que resultam em acordos e tratados para assim serem melhor geridos,
terem o devido aproveitamento e serem utilizados para fins correctos. Todo este
processo é um desafio e uma luta constante para que o nosso bem mais essencial seja
conservado. Além de um desafio é ainda uma oportunidade de garantir uma melhor
qualidade de vida a todos os seres humanos.
O nosso País enfrenta três graves problemas neste nível, sendo eles: o impacto
que as alterações climáticas têm sobre os recursos hídricos, a gestão das bacias
hídricas que são partilhadas entre Portugal e Espanha, e ainda a reforma institucional
de gestão da água em território nacional.
Estrutura:
O NOVO PARADIGMA DA ÁGUA:
Apesar da água ser o principal constituinte do planeta, a maior parte dela é
imprópria para consumo, uma grande parte encontra‐se em forma de gelo, outra está
demasiado profunda e a restante é mal aproveitada. Na sua maioria, a água restante é
usada para fins agrícolas ou industriais, sendo assim mal distribuída pela população.
Nos últimos anos. a qualidade de vida da população aumentou o que fez com que a
necessidade de água aumentasse também.
13
Ana Rita Lima Simões 2011155059
Coimbra, Dezembro de 2011
O facto de a população mundial se encontrar mal distribuída pelo globo é outro
grande factor que influencia esta situação.
Com todos estes problemas presentes é inevitável que exista um mau
aproveitamento deste recurso e que ele seja discutido por todas as grandes mesas
internacionais de política. Apesar de nos últimos séculos já terem existido grandes
transformações e progressos neste campo ,o factor ambiental é algo que ainda é
motivo de preocupação. É preciso que as pessoas se tornem mais conscientes e façam
uma melhor gestão da água que têm disponível.
Vivemos numa sociedade consumista, ou seja, visamos satisfazer todas as
necessidades da população, mas existe um enorme obstáculo: as nossas vontades e
desejos são ilimitados enquanto os recursos são limitados.
INICIATIVAS INTERNACIONAIS RELACIONADAS COM A ÁGUA:
Desde a década de 70 que existem conferências a nível mundial para promover
sugestões e arranjar soluções sobre o problema da escassez da água, tanto para o
presente como para o planeamento do futuro.
Todas estas conferências deram em grandes planos, mas no fim nenhum deles
resultou como o projectado e a rapidez que o problema requer nunca foi devidamente
atingida.
As principais conferências tiveram lugar na Argentina, Rio de Janeiro e Dublin e
todas apontaram a pobreza, as desigualdades sociais, a degradação ambiental, a
poluição e a biodiversidade como factores de preocupação. A água começou a ser vista
como um bem económico e isso exige que a população comece a pagar o seu valor
real.
No princípio dos anos 90, outros temas foram motivo de discussão em novas
conferências que surgiram, tais como a alimentação, a população e a mulher.
14
Ana Rita Lima Simões 2011155059
Coimbra, Dezembro de 2011
De um certo modo, tornou‐se desapontante ver que a água já não era um
assunto prioritário. Facto que começou a mudar novamente no fim dos anos 90
quando foram criados o Conselho Mundial da Água e o Conselho Mundial da Água para
século XXI.
Outra grande questão que gerou alguma polémica foi o problema das
barragens. Os países mais desenvolvidos e os principais investidores garantem que é
um bom projecto para realizar tendo em vista factores económicos, já as Organizações
Não Governamentais discordam, dizendo que prejudica o ambiente. Este problema
deu origem à Comissão Mundial das Barragens.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E GESTÃO INTEGRADA DOS RECURSOS HÍDRICOS:
Todos os sistemas de recursos hídricos devem ter em conta a quantidade
necessária numa determinada região e as necessidades dessa população específica.
Este tipo de recurso é bem sucedido quando é bem gerido e satisfaz positivamente a
sociedade. Sendo assim, foi necessário encontrar uma gestão adequada, que por fim
se denominou “ Gestão integrada dos recursos hídricos”.
Esta nova gestão visa conciliar o sistema natural com o sistema humano e ainda
relacionar um sistema ambiental sustentável, com um sistema económico eficiente e
socialmente justo e imparcial.
Todo este processo teve como base alguns aspectos integrativos como:
• Gestão das águas interiores, estuarinas e marítimas costeiras;
• Gestão das águas interiores superficiais e subterrâneas;
• Gestão das águas de várias origens e meios hídricos;
• Gestão da água e do solo;
• Aspectos relacionados com a oferta e procura;
15
Ana Rita Lima Simões 2011155059
Coimbra, Dezembro de 2011
• Aspectos relacionados com a quantidade e a qualidade da água
• Gestão das águas de abastecimento e das águas residuais;
• Gestão das águas às escalas local, regional, nacional e transnacional;
• Política de gestão da água e das políticas ambientais, económica e social.
Toda esta gestão visa um maior e melhor planeamento e desenvolvimento das
acções, tendo em conta as bacias hidrográficas, visto que todas as formas de utilização
da água, quer seja para fim agrícola, industrial ou natural, requer o uso da água do solo
e de todos os elementos do ciclo hídrico.
A DIRECTIVA QUADRO DA ÁGUA:
A directiva quadro da água consiste na criação de políticas comuns para o uso
eficiente da água com base na preservação e aproveitamento, quer das águas mais
profundas, quer das superficiais.
O projecto tem como base cinco etapas essenciais e todas estavam previstas
terminar em 2009 :
• Caracterização das regiões hidrográficas;
• Registo das zonas protegidas;
• Programa de monitorização do estado das águas superficiais e subterrâneas;
• Programa de gestão das bacias hidrográficas;
• Programas de medidas para cada região;
Além das cinco etapas referidas o projecto assenta ainda em cinco aspectos
gerais:
16
Ana Rita Lima Simões 2011155059
Coimbra, Dezembro de 2011
• Valorização do ambiente;
• Controlo da poluição;
• Fixação de objectivos;
• A água ser gerida como bem económico e os utilizadores pagarem o seu valor real;
• Participação do público na tomada de decisões relacionadas com a gestão do recurso.
No geral, foram escolhidos e tratados dez temas, cada um com os seus
objectivos e como garantia que seriam cumpridos para cada tema existe uma
actividade envolvente com uma avaliação. Portugal, por via do Instituto da Água criou
grupos temáticos e definiu objectivos.
PORTUGAL: ALGUMAS QUESTÕES CANDENTES:
Para Portugal, a directiva acima referida representa um desafio, a recuperação
e acima de tudo uma oportunidade para o País evoluir na questão dos recursos
hídricos. As três questões fundamentais impostas são:
• Impactos das alterações climáticas nos recursos hídricos nacionais;
• A gestão das bacias hidrográficas luso‐espanholas;
• Reforma do sistema institucional de gestão da água em Portugal.
Relativamente à primeira questão as alterações climáticas e o aquecimento
global, nos últimos tempos começaram a tomar outras proporções e ganharem um
elevado nível de importância. Para além de afectarem o degelo ainda condicionam
grande parte dos recursos hídricos.
17
Ana Rita Lima Simões 2011155059
Coimbra, Dezembro de 2011
Na segunda questão, a preocupação é a gestão das bacias hidrográficas luso‐
espanholas. Mais de metade dos recursos hídricos, a nível natural, de Portugal provêm
de Espanha, logo é preciso existir uma boa comunicação e cooperação para que o uso
dessas bacias seja o mais correcto e adequado para os dois países, visto que o
consumo de água tem aumentado e temos que ter em conta as alterações climáticas.
Devido a estes factos, existem acordos e contactos frequentes entre os países que
partilham bacias hidrográficas para promover o planeamento conjunto dessas mesmas
bacias.
Os dois países da Península Ibérica têm parcerias proveitosas no campo militar,
político e económico, logo, tudo indica que a nível ambiental continuarão a
desenvolver uma boa parceria.
É preciso que as autoridades competentes, a nível nacional e internacional,
desenvolvam projectos eficientes para gerir todas as bacias hidrográficas, sejam elas
ou não partilhadas com outros países.
Conclusão:
Em suma, o século XXI é o século da evolução, dos desafios, estratégias e
oportunidades para que seja possível ter um desenvolvimento sustentável e
equilibrado para todas as comunidades. Todos temos que nos consciencializar que a
água é um recurso ilimitado e é preciso usá‐lo da melhor forma possível, sem
desperdício, adequadamente e acima de tudo olhar para ela como o nosso bem mais
precioso, que nos próximos anos, irá sofrer com as alterações climáticas.
Devemos discutir a questão da partilha e dos fins para que ela é usada, só assim
teremos um bom desenvolvimento e uso dos recursos hídricos.
18
Ana Rita Lima Simões 2011155059
Coimbra, Dezembro de 2011
4. Avaliação da página de Internet
A página de internet que escolhi para efectuar uma avaliação foi:
http://polis.sitebysite.pt/coimbra/artigo.php?id=18101211&m=2 .
Optei por esta página pois lá encontrei bastante informação fiável para o meu
trabalho. Este site disponibiliza informações sobre o projecto em si, informações,
notícias, estudos ambientais, comunicados e acções escolares.
Em relação à apresentação da página, esta tem um aspecto simples e de fácil
compreensão, para assim se tornar acessível a qualquer pessoa. As cores são o verde,
azul e laranja e o texto maioritariamente a preto. A sua língua original é o português.
Toda esta facilidade permite aos utilizadores uma rápida procura do que pretendem.
Do lado esquerdo da página e na parte superior existem separadores com
diversos temas a que os utilizadores podem aceder e várias imagens das cidades que
receberam o programa polis passam rotativamente, o que dá ao site um óptimo
aspecto, tornando‐o assim mais cativante e apelativo.
Não existe publicidade ao longo do site o que faz com que a informação se
mantenha mais organizada e assim nos foquemos mais nela. Toda a informação tem
uma redacção clara, exacta, objectiva e concisa.
A minha avaliação desta página é positiva, porque além de revelar informações
pertinentes para o meu trabalho é também bastante interessante para o público em
geral. Recomendo esta página para quem queira obter mais informações acerca do
programa polis e conhecer um pouco melhor o seu projecto e objectivos,
especialmente na cidade de Coimbra.
19
Ana Rita Lima Simões 2011155059
Coimbra, Dezembro de 2011
Conclusão
Ao longo do trabalho procurei dar a conhecer o tema de uma forma sucinta, ao
focar‐me no mais importante. Durante toda a pesquisa encontrei diversas fontes de
informação bastante fiáveis e focadas no meu tema, o que ao inicio não se verificou
porque não estava a pesquisar da maneira mais correcta. Outra dificuldade que
encontrei na realização do trabalho foi a aplicação de determinadas referências
bibliográficas de páginas de Internet, o que tentei resolver com os conhecimentos que
me foram transmitidos nas aulas.
Coimbra é uma cidade repleta de tradição e cultura e nada melhor que aliar
essas componentes ao rio Mondego, que é também um rio histórico.
Com este trabalho conseguimos observar as mudanças que Coimbra sofreu
devido ao Programa Polis. Programa esse que alcançou os seus resultados e aproximou
ainda mais a população com o meio ambiente, em especial, com o rio Mondego. Com
o dito programa a cidade evoluiu bastante, tanto a nível cultural, como lúdico e
económico e foi uma maneira de consciencializar a população para o correcto e
diversificado uso da água e do rio.
20
Ana Rita Lima Simões 2011155059
Coimbra, Dezembro de 2011
Referências Bibliográficas
I. Internet:
Câmara Municipal de Coimbra (s.d.). Acedido em 14 de Dezembro de 2011, disponível
em « http://www.cm‐coimbra.pt/index.php?option=com_frontpage&Itemid=60 ».
Infopédia (s.d.), “Programa Polis”. Porto:Porto Editora. Acedido em 14 de Dezembro de
2011, disponível em «http://www.infopedia.pt/$programa‐polis».
Parque Verde do Mondego, Docas de Coimbra – Complexo Verde do Mondego. (s.d.).
Acedido em 14 de Dezembro de 2011, disponível em «
http://www.parqueverdedomondego.pt/#/inicio/ ».
Peixoto, Paulo (2002), “Estado das Artes”, página da cadeira de Fontes
de Informação Sociológica. Acedido em 30 de Dezembro de
2011, disponível em «http://www4.fe.uc.pt/fontes/estado_das_artes.htm».
Queirós, Margarida; Vale, Mário (s.d.), “Ambiente urbano e intervenção pública: o
programa polis”. Acedido em 15 de Dezembro de 2011, disponível em «
http://www.apgeo.pt/files/docs/CD_X_Coloquio_Iberico_Geografia/pdfs/047.pdf ».
Viver Coimbra, Programa Polis (s.d.). “O Projecto”. Acedido em 10 de Dezembro de
2011, disponível em
«http://polis.sitebysite.pt/coimbra/artigo.php?id=18101211&m=2. ».
21
Ana Rita Lima Simões 2011155059
Coimbra, Dezembro de 2011
Viver Coimbra, Programa Polis – Plano Estratégico (s.d.). Acedido em 13 de Dezembro
de 2011, disponível em «http://polis.sitebysite.pt/coimbra/docs/plano_estrategico.pdf
»
22
Ana Rita Lima Simões 2011155059
Coimbra, Dezembro de 2011
Anexos
I. Página de Internet Avaliada
II. Texto de suporte da ficha de leitura