“quando os mortos ensinam aos vivos”

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“Quando os mortos ensinam aos vivos”

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Page 1: “Quando os mortos ensinam aos vivos”

“Quando os mortos ensinam aos vivos”

Page 2: “Quando os mortos ensinam aos vivos”

Ossos por si mesmos: contexto não importa senão como um pano de fundo geral

“Human bones don’t provide that much information. After all, we know they

are Indians” (1989)

“Unless the circumstances are very special, I would advise quickly covering

them and forgetting you ever saw them” (Noël Hume, 1975)

Ossos frequentemente entendidos como um estorvo - time consuming

“Registre bem o acompanhamento funerário com desenho, foto e localização, recolhe os ossos, e põe tudo no saco que o bio-ANTROPÓLOGO resolve no laboratório” (1994)

Page 3: “Quando os mortos ensinam aos vivos”

Integrativa

Bio-cultural

Arqueologia

Antropologia social

Etnografia

História

Biologia

Medicina

Antropologia Física

Antropologia Biológica

Arqueologia Funerária

Antropologia Forense

Arqueotanatologia

Antropologia de Terreno

Bioarqueologia

Arqueologia da morte

Paleopatologia

Page 4: “Quando os mortos ensinam aos vivos”

Biologia

Medicina

Antropologia Física

Antropologia Biológica

Antropologia Forense

Paleopatologia

Raça – Herança genética

Craniometria – craniologia - caracterização tipológica

História natural das doenças

Ossos em si mesmos – contexto não importa senão como um pano de fundo geral

“Não sei o que é – põe tudo no saco que o antropólogo físico resolve no laboratório”

Page 5: “Quando os mortos ensinam aos vivos”

Arqueologia

Antropologia social

Etnografia

História

Arqueologia Funerária

Antropologia de Terreno

Arqueologia da morte

Meta: Entender elementos do mundo simbólico, ritual, status, estilo, genero, etc

Desconexão entre objetos, sepultura e corpo

Interpretação x inferência

Ossos são frequentemente entendidos como um estorvo

“Human bones don’t provide that much information. After all, we knowthey are Indians” (1989)

“Unless the circumstances are very special, I would advise quickly covering them andforgetting you ever saw them” Noël Hume, 1975))

Page 6: “Quando os mortos ensinam aos vivos”

Integrativa

Biocultural

Arqueologia

Antropologia social

Etnografia

História

Biologia

Medicina

Antropologia Física

Antropologia Biológica

Arqueologia Funerária

Antropologia Forense

Arqueotanatologia

Antropologia de Terreno

Bioarqueologia

Arqueologia da morte

Paleopatologia

Page 7: “Quando os mortos ensinam aos vivos”

Arqueologia + Antropologia Física + Paleopatologia + Tafonomia

Jane BuikstraClark Larsen

Arqueotanatologia

Henry DudayOlivier Dutour

=

Bioarqueologia

Page 8: “Quando os mortos ensinam aos vivos”

O significado do termo - e portanto a natureza do fazer

científico em questão - está ligado às distintas tradições

acadêmicas e ao contexto histórico-científico dos

pesquisadores em sua formação e ao longo de suas

carreiras;

Muitos termos para um mesmo fazer e fazeres distintos sob

um mesmo termo;

Isolamento ainda hoje entre o que é bio (natural) e o que e

arqueo (cultural-social) e ....

Portanto entre bioarqueologia e arqueologia funerária

Page 9: “Quando os mortos ensinam aos vivos”

◻ Sir John Grahame Douglas Clarke

ENGLAND Zooarqueologia

Arqueobotânica

Osteoarqueologia

Humana

1972

Page 10: “Quando os mortos ensinam aos vivos”

Jane Buikstra – 1976

1977 – “Biocultural Dimensions of

Archaeological study: A regional

perspective”

...”a multidisciplinary, bioarchaeological

research program that integrated human

osteologists with other scholars in adressing

a series os topics, including (1) burial

programs and social organization; (2) daily

activities and division of labor; (3)

plaeodemography, includinf estimates of

population size and density; (4) population

movements and genetic relationships; and

(5) diet and disease”...

Page 11: “Quando os mortos ensinam aos vivos”

8 retornos sendo 1 repetição

2 Humanos - 28,57% - nenhum em aspectos

funerários

5 zooarqueologia - 71,43%

Zooarqueologia: 34 retornos

Page 12: “Quando os mortos ensinam aos vivos”

Clark Spencer Larsen

...”focus on the relevance of

skeletal remains to the study of

human condition and human

behavior generally...how [human]

tissues from archaeological

settings reveal life history at both

individual and population levels...”

1997

Page 13: “Quando os mortos ensinam aos vivos”

109 retornos com 6 repetições e 5 sem

relação efetiva = 98 retornos

Humanos: 92,85% - 1 trata de aspectos

funerários

7 zooarqueologia: 7, 14%

Zooarqueologia 154

Page 14: “Quando os mortos ensinam aos vivos”

Jane Buikstra

Lane Beck

Bioarchaeology: The Contextual

Analysis of Human Remains

...”a multidisciplinary, bioarchaeological research program that

integrated human osteologists with other scholars in adressing a seriesos topics, including (1) burial programs and social organization; (2)

daily activities and division of labor; (3) plaeodemography, includinf

estimates of population size and density; (4) population movements andgenetic relationships; and (5) diet and disease... and also included the

following research methods related to field archaeology: survey,

determination of site density, and site location for prospectiveexcavation…”

◻ 2006

Page 15: “Quando os mortos ensinam aos vivos”

The goal of this new

bioarchaeology practice is to

transcend the skeletal body into

the realm of lived experience

and to make a significant

contribution to our

understanding of social

processes and life in the past...

contemporary bioarchaeologists

are more keenly aware of the

present social world in wich

their work is practiced and

attention is now paid to ethical

considerations and the role of

multiple stakeholders in

bioarchaeological research

Sabrina Agarwal

BonnieGlencross

2011

Page 16: “Quando os mortos ensinam aos vivos”

Diversidade biológica

Doença e saúde

Demografia

Características biológicas

Migração

Afinidade Biológica

Estudos de evolução

Histórias de vida

Aspectos sociais, culturais, simbólicos – estrutura populacional

Diversidade biológica

Doença

Demografia

Características biológicas

Migração

Afinidade Biológica

Paleogenética

Estresse

Comportamento funerário

Page 17: “Quando os mortos ensinam aos vivos”

556 retornos com 3 repetições e 7 não relacionados

Page 18: “Quando os mortos ensinam aos vivos”

268 retornos - 19 sem relevância - 7,09% = 249

16 zooarqueologia ou arqueobotânica - 6,43% a

partir da 134 entrada.

24 repetidos - 8,60%

10 arqueologia funerária - 4,01%

199 remanescentes humanos - 80%

15 forense - 7,54%

Zooarqueologia 278

Page 19: “Quando os mortos ensinam aos vivos”

1841

Jacques Boucher

de Perthes

18511856

Hermann Schaaffhausen

1859

Charles

Darwin

1864 1872

Johann

C.Fuhlrott

“O avanço do simples para o complexo,

através de um processo de sucessivas

diferenciações, é igualmente visto nas

mais antigas mudanças do Universo que

podemos conceber racionalmente e

indutivamente estabelecer; ele é visto na

evolução geológica e climática da Terra, e

de cada um dos organismos sobre sua

superfície; ele é visto na evolução da

Humanidade, quer seja contemplada no

indivíduo civilizado, ou nas agregações de

raças; ele é igualmente visto na evolução

da Sociedade com respeito a sua

organização política, religiosa e

econômica; e é visto na evolução de todos

... os infindáveis produtos concretos e

abstratos da atividade humana.”

Page 20: “Quando os mortos ensinam aos vivos”

A System of Synthetic

Philosophy (1862- 93)

Sistematiza seus pontos de

vista em biologia, sociologia,

etica e política. Articula um

grande espectro de dados

originados nas ciências naturais

e sociais organizados segundo

princípios básicos da teoria

evolutiva.

Page 21: “Quando os mortos ensinam aos vivos”

Lewis Henry Morgan (1818-1881),

Edward Burnett Tylor (1832-1917)

James George Frazer (1854-1941).

As datas de publicação original dos textos clássicos destes autores — entre 1871 e 1908 — correspondem aproximadamente aos limites do período de hegemonia do evolucionismo no pensamento antropológico.

Page 22: “Quando os mortos ensinam aos vivos”

Lewis Morgan

1871 Systems of Consanguinity and Affinity of the Human Family

Em 1851, Morgan consolidou o que aprendera sobre os Iroqueses emThe League oftbe Ho-dé- no-sau-nee,

orlroquois

Page 23: “Quando os mortos ensinam aos vivos”

... um selvagem está para um homem civilizado assim como uma criança está para um adulto; e, exatamente como o crescimento gradual da inteligência de uma criança corresponde ao crescimento gradual da inteligência da espécie e, num certo sentido, a recapitula, assim também um estudo da sociedade selvagem em vários estágios de evolução permite-nos seguir, aproximadamente -embora, é claro, não exatamente —, o caminho que os ancestrais das raças mais elevadas devem ter trilhado em seu progresso ascendente, através da barbárie até a civilização. Em suma, a selvageria é a condição primitiva da humanidade, e, se quisermos entender o que era o homem primitivo, temos que saber o que é o homem selvagem hoje.

Page 25: “Quando os mortos ensinam aos vivos”
Page 26: “Quando os mortos ensinam aos vivos”

Ota Benga

Page 27: “Quando os mortos ensinam aos vivos”
Page 28: “Quando os mortos ensinam aos vivos”

Bioarqueologia é o estudo de histórias de vida humanas,

individuais ou populacionais, comportamentos sociais e

simbólicos, através de remanescentes corporais

arqueologicamente contextualizados, incluíndo também

os estudos de arqueologia funerária que envolvam em

conjunto corpo, contexto e mobiliário funerário.

Atualmente é indissociável da perspectiva da

multivocalidade e de reflexões sobre o fazer ético em

múltiplas dimensões, que envolvem o tratar digno e

respeitoso dos remanecentes em si mesmos, o respeito

aos povos originários que a eles estejam ligados e a

todos que sobre eles possuem demandas e interesses

legítimos.