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PÓS-GRADUAÇÃO EM AUTISMODISCIPLINA: MÉTODOS DE INTERVENÇÃO I
ABA – ANÁLISE DO COMPORTAMENTO APLICADA AO AUTISMO
OBJETIVO: Ampliar a compreensão de concepções acerca da Análise
do Comportamento Aplicada ao Autismo (ABA) e refletir sobre as
respectivas implicações para o exercício das tarefas relacionadas aos
acontecimentos cotidianos; Aprofundar os conhecimentos sobre Análise
do Comportamento Aplicada ao Autismo (ABA) a partir das diversas
concepções, reconhecendo suas implicações teóricas e metodológicas
para a formação do profissional.
Behaviorismo: o que é, tipos e como ele pode te ajudar
Você sabe o que é o behaviorismo?
Esse é um tema que tem tudo a ver com o comportamento
humano.
Com inúmeras vertentes e pensadores envolvidos em sua
construção e desenvolvimento, trata-se de um conjunto de abordagens
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que trouxe contribuições importantes para o estudo do homem e seus
modos de agir.
Apesar de não ser um conceito novo, ainda hoje, é possível utilizar
muitos de seus conceitos para analisar situações do dia a dia.
E, acredite, o behaviorismo pode até mesmo ajudar você.
O que é behaviorismo?
Behaviorismo é uma palavra que deriva do termo “behavior”, que
em inglês quer dizer “comportamento”.
Somado ao sufixo “ismo”, que no latim, entre suas inúmeras
definições, significa “fenômeno”, podemos deduzir que behaviorismo é
uma ciência que estuda a conduta dos seres vivos.
E é isso mesmo.
O principal objetivo dessa corrente é analisar os comportamentos
objetivos, aqueles que podem ser observados, fugindo de qualquer
questão mais transcendental.
Mas como será que esse movimento surgiu?
A origem do behaviorismo
O behaviorismo nasceu no início do século 20, como uma
alternativa ao funcionalismo e ao estruturalismo.
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Ele busca estudar a previsão e o controle do comportamento.
Para Watson, entender o meio no qual o indivíduo está inserido ajuda a
antecipar e a administrar o seu comportamento.
Quais são os tipos de behaviorismo?
Behaviorismo clássico
O behaviorismo clássico, também chamado de watsoniano, é o
que tem em John B. Watson a sua figura central.
O objetivo teórico dessa corrente era abandonar, ao menos em um
primeiro momento, as preocupações com os processos mentais.
Sentimentos e emoções seriam relegados a um segundo plano e o foco
principal deveria estar no comportamento em si.
Para Watson, os estudos sobre a mente humana eram pouco
efetivos, uma vez que seus resultados eram difíceis de ser comprovados.
A conduta, por sua vez, é considerada como algo mais palpável, que
pode ser observado mais claramente.
Por conduta, ele entendia qualquer alteração percebida perante
um estímulo anterior.
Os estímulos muitas vezes eram reflexos musculares, como bater
no joelho e a perna em repouso levantar, por exemplo.
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Behaviorismo Metodológico
Este não é muito diferente do clássico. Aliás, eles são idênticos.
Para alguns autores, inclusive, são sinônimos.
Um dos grandes marcos desta corrente é a chamada Lei de
Pavlov, também conhecida como reflexo condicionado.
O experimento realizado pelo russo Ivan Pavlov consistia em
comprovar que os seres vivos são capazes de reagir de forma previsível
perante um estímulo.
Para tal, Pavlov pegou um pedaço de carne e a mostrou para um
cachorro, que logo começou a salivar. Depois, junto com o alimento, ele
também emitiu um efeito sonoro e o animal continuava salivando. Por
fim, depois de tanto repetir esse procedimento, o russo parou de mostrar
a carne e passou a somente soar o alarme.
O que aconteceu? O cão continuava a salivar mesmo sem ver o
delicioso medalhão suculento.
Ou seja, o animal começou a associar o som da buzina com a
comida, por conta da repetição e da criação de um hábito.
Ponto para Pavlov, que conseguiu comprovar a sua teoria.
Mas vale dizer que ela não se aplica exclusivamente aos animais. Nós,
humanos, também temos o reflexo condicionado.
Quando pingamos colírio em nossos olhos, por exemplo, as pupilas
dilatam. Ou quando há uma incidência de uma luz muito forte, elas se
contraem.
Behaviorismo Radical de Skinner
Não demorou para que chegasse o behaviorismo radical do
filósofo Burrhus Frederic Skinner, que retomou a cultura anti-mentalista,
ainda que nunca tenha negado a existência dos processos mentais.
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Para ele, mesmo o que acontece em nosso inconsciente remete a
comportamentos de natureza física.
Em outras palavras, as emoções não dão origem à nossa conduta,
pois elas também são partes integrantes do nosso modo de agir.
A grande contribuição de Skinner para o movimento foi a criação do
condicionamento operante, um método de aprendizado baseado na
promoção de recompensas e punições por comportamento.
Ou seja, para atingir uma conduta desejável, a melhor forma seria
incentivar, oferecendo um prêmio positivo caso o indivíduo esteja indo
pelo caminho certo e, se algo estiver dando errado, seria preciso achar
uma maneira de repreensão.
Ele comprovou a sua teoria através de um experimento no qual
alimentava um rato quando o animal pressionava o botão certo e dava
um choque quando a escolha fosse errada. Aos poucos, o roedor passou
a seguir somente o comportamento desejado. Assim, o pesquisador
descartava pensamentos, emoções e até a nossa liberdade de escolha.
Para ele, na verdade, nossa personalidade e nossa conduta têm ligação
apenas com fatores externos.
Você pode até pensar que é do jeito que é porque quer, mas,
segundo Skinner, você é assim porque foi recompensado para ser dessa
forma.
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Behaviorismo na educação
O behaviorismo via na educação uma ótima maneira de analisar e
modificar o comportamento humano.
Segundo Watson, ao alterar determinadas variáveis do ensino –
maneira de transmitir o conteúdo ou diferentes formas de estudar, por
exemplo -, seria possível haver incrementos na aprendizagem das
crianças.
Ele defendia, aliás, que, com os estímulos certos, qualquer aluno
poderia ter o seu comportamento moldado para, no futuro, exercer a
profissão de seu interesse. Mas foi com Skinner que o behaviorismo se
aprofundou mais em questões ligadas à educação.
O conceito de condicionamento operante, visto há pouco, é algo
que, na opinião do pesquisador, poderia ser aplicado tanto pelos pais no
ensino pré-escolar, quanto, posteriormente, pelos professores nas salas
de aula. Desde que nascemos, somos incentivados a aprender. Primeiro,
recebemos reforços positivos para dar os primeiros passos sem cair,
depois para expressar as primeiras palavras – e por aí vai.
No entanto, Skinner debruçava suas principais críticas ao
ambiente acadêmico. De acordo com ele, a forma como o reforço era
praticado nas escolas não era o ideal. Ao invés de punir aquele aluno
que eventualmente se portava de maneira inapropriada, o certo seria
elogiar e incentivar seus colegas mais comportados.
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Para ele, a expressão oral não é a única forma de reforço positivo
ou negativo para ser usado em classe. As próprias notas são
ferramentas avaliativas muito interessantes nesse sentido. Os reforços
negativos são os que merecem mais atenção. Professores não devem
abusar da autoridade para estabelecer castigos desmedidos. A
consequência de punições mais severas pode extrapolar a fronteira das
salas de aulas e interferir no comportamento do jovem, inclusive
gerando traumas.
Como o behaviorismo pode nos ajudar?
Independentemente da corrente seguida, o behaviorismo se
dedicou a estudar o nosso comportamento e isso nos ajuda a
compreender um pouco mais sobre nós mesmos. Ao conhecer como se
dão as nossas atitudes, podemos, por exemplo, medir melhor as nossas
decisões, de forma a usá-las em benefício próprio. Você não precisa ser
o ratinho do experimento, que tem que levar choque para perceber que
está fazendo algo. O conhecimento amplo das suas emoções e
sentimentos vai levá-lo a comportamentos mais assertivos.
Conclusão
Independente de você se identificar ou não com essa linha de
pensamento e com o viés utilizado, ela nos traz algo fundamental: a
importância de compreender o comportamento humano e como ele se
desenvolve. Ninguém espera que você seja um especialista no assunto
ou algo do tipo. Mas entender como agimos e as variáveis para que
nossas ações sejam modificadas é também um modo de conhecermos
a nós mesmos – não é por acaso que o autoconhecimento é uma das
bases trabalhadas. A dica aqui é tirar um tempo para pensar sobre seus
próprios medos, desejos, objetivos e limitações. Isso só tende a
transformar você em uma pessoa mais forte e segura de si.
Texto original e na íntegra em: https://www.sbcoaching.com.br/blog/behaviorismo/