práticas e estratégias sustentáveis para projetos da

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FACULDADE MERIDIONAL - IMED ESCOLA POLITÉCNICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM ARQUITETURA E URBANISMO DOMINIKI ROSSI CEOLIN Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da Construção Civil: da Teoria à Prática PASSO FUNDO 2021

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Page 1: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

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FACULDADE MERIDIONAL - IMED

ESCOLA POLITÉCNICA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM ARQUITETURA E

URBANISMO

DOMINIKI ROSSI CEOLIN

Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

Construção Civil: da Teoria à Prática

PASSO FUNDO

2021

Page 2: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

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DOMINIKI ROSSI CEOLIN

Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

Construção Civil: da Teoria à Prática

Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado do

Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em

Arquitetura e Urbanismo na Faculdade Meridional -

Imed, na área de concentração Projeto de

Arquitetura e Urbanismo, como requisito para

obtenção do grau de Mestre em Arquitetura e

Urbanismo, sob orientação do Professor Dr. Lauro

André Ribeiro.

PASSO FUNDO

2021

Page 3: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

3

CIP – Catalogação na Publicação

P852c CEOLIN, Dominiki Rossi Práticas e estratégias sustentáveis para projetos da construção civil: da

teoria à prática / Dominiki Rossi Ceolin. – 2021. 178 f., il.; 30 cm.

Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) – Faculdade IMED, Passo Fundo, 2021.

Orientador: Prof. Dr. Lauro André Ribeiro.

1. Arquitetura sustentável. 2. Construção civil. 3. Eco arquitetura. I. RIBEIRO, Lauro André, orientador. II. Título.

CDU: 72:502

Catalogação: Bibliotecária Angela Saadi Machado - CRB 10/1857

Page 4: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

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Page 5: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a minha família, meu pai Wilson Luiz Ceolin, minha

mãe Vera Rossi Ceolin, e minha irmã Monalisa Rossi Ceolin, pelo incentivo, apoio e

confiança na minha capacidade, sem os quais o ingresso nesse mestrado não seria

possível.

Ao meu orientador, Dr. Lauro André Ribeiro, por todo apoio, paciência,

comprometimento, por todos os ensinamentos compartilhados durante todas as fases

de desenvolvimento dessa dissertação.

A todos os professores do PPGARQ da IMED que, sempre estiveram à

disposição em contribuir com seu conhecimento, e que por meio de suas disciplinas

contribuíram para o embasamento desta pesquisa.

Aos professores e alunos da graduação da IMED, os quais me ensinaram muito

durante os Programas de Aperfeiçoamento à Docência (PAD), que participei.

Ao Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo (PPGARQ) da

Faculdade Meridional (IMED), e todos os funcionários que ajudaram em todos os

momentos necessários.

À Ecovila Arca Verde, e ao fundador, por toda disponibilidade, pelo

fornecimento de dados que permitiram o alcance dos resultados para a conclusão

dessa dissertação.

A todos os arquitetos e urbanistas da cidade de Passo fundo, que concordaram

em participar e responder a pesquisa.

Aos meus amigos, que estiveram ao meu lado durante as fases dessa

dissertação, me dando apoio, me incentivando e tornando os dias mais leves.

Aos colegas do mestrado, que compartilharam desta experiência comigo.

Por fim, à Deus.

Page 6: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

6

RESUMO

As questões ambientais têm ganhado atenção nas discussões por todo o mundo. Com

isso, há uma busca de como aliar o desenvolvimento com a preservação da natureza

e a manutenção dos recursos naturais para as próximas gerações. A espécie humana

é a única capaz de alterar as características biológicas, física e químicas do planeta,

portanto, utilizar os recursos naturais com sabedoria, se tornou indispensável. Os

problemas ambientais, tais como a crise ambiental, o aquecimento global, a poluição,

entre outros, foram geradas a partir do crescimento populacional, do desenvolvimento

de tecnologias e o uso incompatível com o processo de regeneração da natureza.

Uma das áreas que mais provoca destruição do planeta, é a área da construção civil,

contudo, a arquitetura pode ser pensada de forma que contribua para desacelerar

esse processo. Neste contexto, essa dissertação traz o estudo de algumas

alternativas para o presente cenário, utilizando métodos e materiais na construção

que se adaptem mais harmoniosamente às condições do meio, que incentivam a

reciclagem e o respeito à natureza. Com isso essa dissertação tem como objetivo

identificar práticas e estratégias sustentáveis, visando apontar estratégias que seriam

mais exequíveis na construção, a fim de tornar os projetos mais sustentáveis no

contexto urbano. Esse estudo foi desenvolvido através de revisão bibliográfica,

estudos in loco na Ecovila, e pesquisa com especialistas da área de arquitetura. Esta

dissertação, abordará a temática da arquitetura sustentável, as principais práticas

existentes e quais dificuldades em desenvolver projetos mais sustentáveis, levando

em consideração a opinião de especialistas da área, e também como essas práticas

podem ser aplicadas. Portanto, a partir desse estudo será possível perceber quais as

técnicas que utilizam os recursos naturais mais eficientemente, e geram menor

impacto ao meio ambiente, para com isso minimizar os impactos ambientais. Como

resultado tem-se o entendimento de materiais e práticas sustentáveis, a possibilidade

de incorporação na construção, apontando as vantagens de sua utilização, as

dificuldades encontradas, para implantação em contextos urbanos.

Palavras Chaves – Desenvolvimento Sustentável, Arquitetura Sustentável, Práticas

Sustentáveis, Ecovila.

Page 7: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

7

ABSTRACT

Environmental issues have gained attention on issues around the world. With this,

there is a search for how to combine development with the preservation of nature and

the maintenance of natural resources for the next generations. The human species is

the only one capable of altering the biological, physical and chemical characteristics of

the planet, therefore, using natural resources wisely has become indispensable. The

environmental problems, such as the environmental crisis, global warming, the

superior, among others, were generated from population growth, the development of

technologies and the use incompatible with the nature regeneration process. One of

the areas that causes the most destruction on the planet, is an area of civil

construction, however, architecture can be thought of in a way that contributes to slow

down this process. In this context, this dissertation brings the study of some

alternatives for the present scenario, using methods and materials in the construction

that adapt more harmoniously to the conditions of the environment, which encourages

recycling and respect for nature. With this in mind, this dissertation aims identify

sustainable practices and strategies, simplifying the approach that would be more

feasible in construction, in order to make projects more sustainable in the urban

context. This study was developed through bibliographic review, on-site studies at

Ecovila, and research with specialists in the field of architecture. This dissertation will

address the theme of sustainable architecture, the main existing practices and what

difficulties in developing more sustainable projects, taking into account the opinion of

specialists in the area, and also how these practices can be applied. Therefore, from

the study it will be possible to understand which are the techniques that use natural

resources more efficiently, and generate less impact on the environment, in order to

minimize environmental impacts. As a result, there is an understanding of sustainable

materials and practices, a possibility of incorporation in construction, taking the

advantages of its use, as found, for implantation in urban contexts.

Keywords - Sustainable Development, Sustainable Architecture, Sustainable

Practices, Ecovillage.

Page 8: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Organograma de Pesquisa ..................................................................................................... 22

Figura 2: Localização Ecovila Arca Verde .............................................................................................. 26

Figura 3: Casa-mãe, em São José dos Ausente ..................................................................................... 26

Figura 4: Ecovila Arca Verde em São José dos Ausentes ....................................................................... 27

Figura 5: Ecovila Arca Verde em São Francisco de Paula ...................................................................... 27

Figura 6: Vivência com professores de Porto Alegre ........................................................................... 28

Figura 7: Sequência do Método Delphi ................................................................................................. 30

Figura 8: Pegada ecológica global em comparação com a biocapacidade global ................................. 36

Figura 9: Dia da Sobrecarga da Terra .................................................................................................... 37

Figura 10: Triple Bottom Line (Os três pilares da sustentabilidade). .................................................... 42

Figura 11: ODM E ODS ........................................................................................................................... 43

Figura 12: Esquema dos 5Ps, do Desenvolvimento Sustentável ........................................................... 45

Figura 13: Ética da Permacultura e Princípios do Design ...................................................................... 49

Figura 14: Meti School........................................................................................................................... 59

Figura 15: Munita Gonzales. ................................................................................................................. 59

Figura 16: Casa Morumbi ...................................................................................................................... 60

Figura 17: Casa Colinas .......................................................................................................................... 60

Figura 18: Regiões autônomas da GEN ................................................................................................. 67

Figura 19: Mapa das Ecovilas no Mundo .............................................................................................. 68

Figura 20: Ecovila Findhorn .................................................................................................................. 69

Figura 21: Ecovila Crystal Waters Social ................................................................................................ 70

Figura 22: Ecovila de Ithaca ................................................................................................................... 71

Figura 23: Construção em Superabode e COB ..................................................................................... 74

Figura 24: Tijolos de Adobe ................................................................................................................... 74

Figura 25: Construção em Pau-a-pique ................................................................................................. 75

Figura 26: Construção com telhado verde ............................................................................................ 75

Figura 27: Bacias de evapotranspiração ................................................................................................ 76

Figura 28: Produção Local de Alimentos ............................................................................................... 77

Figura 29: Uso de energia solar para produção de eletricidade ........................................................... 77

Figura 30: Técnicas de Compostagem ................................................................................................... 78

Figura 31: Banheiro Seco de duas câmaras ........................................................................................... 79

Figura 32: Vista aérea da Ecovila Arca Verde, com marcação das edificações .......... Erro! Indicador não

definido.

Figura 33: Vista aérea da Ecovila Arca Verde ............................................ Erro! Indicador não definido.

Figura 34: Vista aérea da Ecovila Arca Verde. ............................................ Erro! Indicador não definido.

Figura 35: Detalhes da Cozinha .................................................................. Erro! Indicador não definido.

Figura 36: Construções da Arca Verde ....................................................... Erro! Indicador não definido.

Figura 37: Horta .......................................................................................... Erro! Indicador não definido.

Figura 38: Tanque de Ferrocimento ........................................................... Erro! Indicador não definido.

Figura 39: Composteira com as divisões para resíduos ............................. Erro! Indicador não definido.

Figura 40: Creche/ Jardim de Infância ....................................................... Erro! Indicador não definido.

Figura 41: Yurts .......................................................................................... Erro! Indicador não definido.

Figura 42: Yurts internamente ................................................................... Erro! Indicador não definido.

Figura 43: Centro de Triagem ..................................................................... Erro! Indicador não definido.

Page 9: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

9

Figura 44: Chalés ........................................................................................ Erro! Indicador não definido.

Figura 45: Chalés ........................................................................................ Erro! Indicador não definido.

Figura 46: Vista dos chalés com o banheiro verde e o lago ao fundo ........ Erro! Indicador não definido.

Figura 47: Banheiro seco Externo .............................................................. Erro! Indicador não definido.

Figura 48: Banheiro seco ............................................................................ Erro! Indicador não definido.

Figura 49: Tambores de decomposição ..................................................... Erro! Indicador não definido.

Figura 50: Espaço de Lazer ......................................................................... Erro! Indicador não definido.

Figura 51: Labirinto de Meditação ............................................................. Erro! Indicador não definido.

Figura 52: Temazcal .................................................................................... Erro! Indicador não definido.

Figura 53: Vista para a Casa do Lago .......................................................... Erro! Indicador não definido.

Figura 54: Terreno onde possui Swales...................................................... Erro! Indicador não definido.

Figura 55: Swales no Ecocentro IPEC ......................................................... Erro! Indicador não definido.

Figura 56: Tiny House ................................................................................. Erro! Indicador não definido.

Figura 57: Casa do Fundador vista externa ................................................ Erro! Indicador não definido.

Figura 58: Casa Fundador ........................................................................... Erro! Indicador não definido.

Figura 59: Casa do Fundador ...................................................................... Erro! Indicador não definido.

Figura 60: Vegetação presente dentro da casa do fundador ..................... Erro! Indicador não definido.

Figura 61: Madeira do manejo de araucárias ............................................ Erro! Indicador não definido.

Figura 62: Estrutura do Yurt central vista internamente ........................... Erro! Indicador não definido.

Figura 63: Yurt Central vista interna .......................................................... Erro! Indicador não definido.

Figura 64: Estrutura externa ...................................................................... Erro! Indicador não definido.

Figura 65: Entrada da edificação existente ................................................ Erro! Indicador não definido.

Figura 66: Edificação existente estrutura vista externa ............................. Erro! Indicador não definido.

Figura 67: Edificação existente estrutura vista interna .............................. Erro! Indicador não definido.

Page 10: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Conceitos de Ecovila ............................................................................................................ 51

Quadro 2: Critérios Técnicos ................................................................................................................. 57

Quadro 3: Conceitos de Ecovila ............................................................................................................ 62

Quadro 4: Esquema da evolução das Ecovilas ...................................................................................... 65

Quadro 5: Práticas encontradas nas Ecovilas estudadas ...................................................................... 72

Quadro 6: Materiais e Práticas desenvolvidas na Ecovila Arca Verde ....... Erro! Indicador não definido.

Quadro 7: Questões Práticas e Materiais Sustentáveis Utilizadas nos Projetos -n=50 .... Erro! Indicador

não definido.

Quadro 8: Questões sobre o Tema: Construção Sustentável .................... Erro! Indicador não definido.

Quadro 9: Questões sobre o Tema: Relação Clientes x Sustentabilidade – n=50 ..... Erro! Indicador não

definido.

Quadro 10: Questões sobre o Tema: Projetar e Construir de forma mais sustentável – n=50 ........ Erro!

Indicador não definido.

Quadro 11: Questões sobre o Tema: Futuro – ODS 2030 – n=50 .............. Erro! Indicador não definido.

Quadro 12: Materiais e Práticas Utilizadas em Passo Fundo ..................... Erro! Indicador não definido.

Quadro 13: Dificuldades para desenvolver projetos sustentáveis ............ Erro! Indicador não definido.

Quadro 14: Benefícios ao desenvolver projetos sustentáveis ................... Erro! Indicador não definido.

Quadro 15: Resumo de materiais estudados, visualização do que é usado na cidade e sua viabilidade

de implantação ........................................................................................... Erro! Indicador não definido.

Page 11: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Gráfico referente à idade dos participantes da pesquisa – n=64 .............. Erro! Indicador não

definido.

Gráfico 2: Gráfico referente ao tempo de atuação dos participantes da pesquisa ... Erro! Indicador não

definido.

Gráfico 3: Gráfico referente ao nível de escolaridade dos participantes da pesquisa - n=64 .......... Erro!

Indicador não definido.

Gráfico 4: Gráfico referente questão 1.1 - n=50 ........................................ Erro! Indicador não definido.

Gráfico 5 Gráfico referente questão 1.2 - n=50 ......................................... Erro! Indicador não definido.

Gráfico 6: Gráfico referente questão 1.3 - n=50 ........................................ Erro! Indicador não definido.

Gráfico 7: Gráfico referente questão 1.4 - n=50 ........................................ Erro! Indicador não definido.

Gráfico 8: Gráfico referente questão 1.5 - n=50 ........................................ Erro! Indicador não definido.

Gráfico 9: Gráfico referente questão 1.6 - n=50 ........................................ Erro! Indicador não definido.

Gráfico 10: Gráfico referente questão 1.7 ................................................. Erro! Indicador não definido.

Gráfico 11: Gráfico referente questão 1.8 ................................................. Erro! Indicador não definido.

Gráfico 12: Gráfico referente questão 1.9 ................................................. Erro! Indicador não definido.

Gráfico 13: Gráfico referente aos materiais e práticas utilizados– n=50 ... Erro! Indicador não definido.

Gráfico 14: Gráfico referente aos materiais e práticas utilizados – n=50 .. Erro! Indicador não definido.

Gráfico 15: Gráfico referente aos materiais e práticas utilizados– n=50 ... Erro! Indicador não definido.

Gráfico 16: Gráfico referente aos materiais e práticas utilizados– n=50 ... Erro! Indicador não definido.

Gráfico 17: Gráfico referente questão 1.1 – n=50 ..................................... Erro! Indicador não definido.

Gráfico 18: Gráfico referente questão 1.2 – n=50 ..................................... Erro! Indicador não definido.

Gráfico 19: Gráfico referente questão 1.3 – n=50 ..................................... Erro! Indicador não definido.

Gráfico 20: Gráfico referente questão 1.4 – n=50 ..................................... Erro! Indicador não definido.

Gráfico 21: Gráfico referente questão 1.5 – n=50 ..................................... Erro! Indicador não definido.

Gráfico 22: Gráfico referente questão 2.1 – n=50 ..................................... Erro! Indicador não definido.

Gráfico 23: Gráfico referente questão 2.2 – n=50 ..................................... Erro! Indicador não definido.

Gráfico 24: Gráfico referente questão 2.3 – n=50 ..................................... Erro! Indicador não definido.

Gráfico 25: Gráfico referente questão 2.4 – n=50 ..................................... Erro! Indicador não definido.

Gráfico 26: Gráfico referente questão 2.5 – n=50 ..................................... Erro! Indicador não definido.

Gráfico 27: Gráfico referente questão 2.6 ................................................. Erro! Indicador não definido.

Gráfico 28: Gráfico referente questão 3.1 – n=50 ..................................... Erro! Indicador não definido.

Gráfico 29: Gráfico referente questão 3.2 – n=50 ..................................... Erro! Indicador não definido.

Gráfico 30: Gráfico referente questão 3.3 – n=50 ..................................... Erro! Indicador não definido.

Gráfico 31: Gráfico referente questão 3.4 – n=50 ..................................... Erro! Indicador não definido.

Gráfico 32: Gráfico referente questão 3.5 – n=50 ..................................... Erro! Indicador não definido.

Gráfico 33: Gráfico referente questão 3.6 – n=50 ..................................... Erro! Indicador não definido.

Gráfico 34: Gráfico referente questão 3.7 – n=50 ..................................... Erro! Indicador não definido.

Gráfico 35: Gráfico referente questão 3.8 ................................................. Erro! Indicador não definido.

Gráfico 36: Gráfico referente questão 3.9 – n=50 ..................................... Erro! Indicador não definido.

Gráfico 37: Gráfico referente questão 3.10 – n=50 ................................... Erro! Indicador não definido.

Gráfico 38: Gráfico referente questão 3.11 – n=50 ................................... Erro! Indicador não definido.

Gráfico 39: Gráfico referente questão 3.12 – n=50 ................................... Erro! Indicador não definido.

Gráfico 40: Gráfico referente questão 3.13 – n=50 ................................... Erro! Indicador não definido.

Gráfico 41: Gráfico referente questão 3.14 – n=50 ................................... Erro! Indicador não definido.

Gráfico 42: Gráfico referente questão 3.15 – n=50 ................................... Erro! Indicador não definido.

Page 12: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

12

Gráfico 43: Gráfico referente questão 3.16 – n=50 ................................... Erro! Indicador não definido.

Gráfico 44: Gráfico referente questão 3.17 – n=50 ................................... Erro! Indicador não definido.

Gráfico 45: Gráfico referente questão 3.18 – n=50 ................................... Erro! Indicador não definido.

Gráfico 46: Gráfico referente questão 4.1 – n=50 ..................................... Erro! Indicador não definido.

Gráfico 47: Gráfico referente questão 4.2 – n=50 ..................................... Erro! Indicador não definido.

Gráfico 48: Gráfico referente questão 4.3 – n=50 ..................................... Erro! Indicador não definido.

Gráfico 49: Gráfico referente questão 4.4 – n=50 ..................................... Erro! Indicador não definido.

Gráfico 50: Gráfico referente questão 4.5 – n=50 ..................................... Erro! Indicador não definido.

Gráfico 51: Gráfico referente questão 4.6 – n=50 ..................................... Erro! Indicador não definido.

Page 13: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

13

LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS

AsBEA- Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura

CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

C.A.S.A. – Conselho de Assentamentos Sustentáveis da América Latina

CAU- Conselho de Arquitetura e Urbanismo

CBCS - Conselho Brasileiro de Construção Sustentável

CIB - Conselho Internacional da Construção

CNV- Comunicação não violenta

CO2 – Dióxido de carbono

EPI - Equipamento de Proteção Individual

GEN - Global Ecovillage Network

GFN – Global Footprint Network

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas

IPEC - Instituto de Permacultura e Ecovilas do Cerrado

IPOEMA- Instituto de Permacultura

PMSB - Plano Municipal de Saneamento Básico

ODS- Objetivos do Desenvolvimento Sustentável

ODM- Objetivos de Desenvolvimento do Milênio

OMS – Organização Mundial da Saúde

ONG – Organizações Não Governamentais

ONU – Organização das Nações Unidas

RCD - Resíduos da Construção e Demolição

RS- Rio Grande do Sul

TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

WWF- World Wide Fund for Nature

WWF-Brasil - Fundo Mundial para a Natureza

Page 14: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

14

Sumário

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................ 15

1. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............................................................................................ 20

2. FUNDAMENTAÇÃO: CONCEITOS E CONTEXTUALIZAÇÃO ............................................................. 34

2.1 Crise Ambiental ..................................................................................................................... 34

2.2 Impactos da Construção Civil ................................................................................................ 38

2.3 Desenvolvimento Sustentável e Sustentabilidade ................................................................ 40

2.4 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) ............................................................... 43

2.5 Permacultura ......................................................................................................................... 46

2.6 Arquitetura Sustentável ........................................................................................................ 49

2.7 Norma de Desempenho 15.575 ............................................................................................ 56

2.8 Projetos e escritórios............................................................................................................. 58

3. ECOVILA ......................................................................................................................................... 61

3.1 Evolução das Ecovilas ............................................................................................................ 64

3.2 Redes de Apoio ...................................................................................................................... 66

3.2.1 Gaia Trust ...................................................................................................................... 66

3.2.2 GEN – Rede Global de Ecovilas ...................................................................................... 66

3.3 Ecovilas no Mundo ................................................................................................................ 67

3.3.1 Exemplos de Ecovilas ..................................................................................................... 69

3.4 Práticas Sustentáveis nas Ecovilas ........................................................................................ 71

3.4.1 Práticas Ecológicas ........................................................................................................ 73

4. RESULTADOS ...................................................................................... Erro! Indicador não definido.

4.1 Visitação Ecovila Arca Verde ...................................................... Erro! Indicador não definido.

4.2 Questionário enviado para Especialistas ................................... Erro! Indicador não definido.

4.3 Legislação de Passo Fundo ......................................................... Erro! Indicador não definido.

5. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ........................................................... Erro! Indicador não definido.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................... Erro! Indicador não definido.

REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................... 81

ANEXOS ................................................................................................................................................. 93

APÊNDICES ............................................................................................................................................ 95

Page 15: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

15

INTRODUÇÃO

No atual contexto mundial, as preocupações com as questões ambientais e

com o processo de desenvolvimento sustentável, estão cada vez mais presentes, e

essas vem ganhando força desde as últimas décadas do Sec. XX (GANHÃO, 2011).

A Revolução Industrial, foi ponto de partida para grandes mudanças no planeta, trouxe

consigo muitas melhorias, porém na busca por produtividade e crescimento, não zelou

pela qualidade do ambiente. Com isso as consequências foram a contaminação de

rios, poluição do ar, emissão de gases de efeito estufa, que conduzem para alterações

climáticas, e maior incidência de desastres naturais, vazamento de produtos químicos

nocivos e a perda de milhares de vidas (POTT, ESTRELA, 2017).

O cenário atual é reflexo de uma série de erros e decisões que foram tomadas

no passado. Nunca antes os efeitos dos padrões de consumo da civilização

produziram tamanhas consequências, afetando inclusive as gerações futuras

(TORGAL, JALALI, 2007). A crise ambiental é uma das questões fundamentais

enfrentadas pela humanidade e exige uma mudança de mentalidade, em busca de

novos valores e uma ética em que a natureza não seja vista apenas como fonte de

lucro, mas que passe, acima de tudo, a ser reconhecida como meio de sobrevivência,

para as espécies que habitam o Planeta (MARÇAL, 2005; PEREIRA e CURI, 2012).

Encontramo-nos num ponto, onde é preciso reduzir os impactos desses erros, e

trabalhar com o foco na preservação e na precaução para que as mesmas falhas não

se repitam (POTT, ESTRELA, 2017).

Foi com base no pensamento de preservação, o entendimento de que os

recursos naturais são finitos, e com a percepção de que é necessário repensar a

relação homem/natureza, que no início dos anos 70, começou a emergir uma forte

corrente em defesa da natureza, e a despontar a consciência social acerca da

fragilidade do Planeta Terra (MATEUS, 2004). Em 1972, na Conferência das Nações

Unidas que aconteceu em Estocolmo, as preocupações ambientais ganharam

repercussão internacional, porém o conceito de sustentabilidade que conhecemos

hoje, surgiu na década de 80, através da publicação do Relatório "Our Common

Future", conhecido como Relatório Brundtland, e onde pela primeira vez aparece

consignada a expressão do desenvolvimento sustentável (TORGAL, JALALI, 2007),

como aquele que possibilita satisfazer as necessidades do presente sem que

Page 16: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

16

comprometa as possibilidades das gerações futuras satisfazerem as suas

necessidades (BRUNDTLAND, 1987).

Um dos maiores desafios do desenvolvimento sustentável é o consumo de

energia, o consumo excessivo de recursos e a construção desordenada, devido ao

aumento no número de habitantes (GANHÃO, 2011). O setor da construção tem um

grande efeito sobre o ambiente, sendo assim, é possível perceber que é responsável

por consumir grande parte dos recursos naturais mundiais (LUCAS, 2011; ROCHETA,

FARINHA, 2007). O aumento da produção e utilização de materiais sintéticos e

tóxicos, a produção de resíduos ao longo do ciclo de vida do edifício, aliada a falta de

gestão, contribui significativamente para o desequilibro ambiental (CARAMELO,

2017). A partir disso é que as questões ambientais começaram a ganhar espaço na

construção, onde surge o conceito de construção sustentável, cujo princípio é gerir e

criar de forma responsável um ambiente construído saudável, levando em

consideração os princípios ecológicos e a utilização eficiente de recursos (GANHÂO,

2011).

Para se chegar a uma atividade da construção civil, que seja compatível aos

princípios sustentáveis, é preciso perceber que a construção sustentável não é um

modelo para resolver problemas pontuais, mas uma nova forma de pensar a própria

construção e tudo que a envolve (ARAÚJO, 2019). Com a evolução cientifica, tem-se

o aparecimento de novas tecnologias, apropriadas para a racionalização dos recursos

disponíveis, para melhor aproveitamento da mão de obra, e diminuição dos custos,

além do ressurgimento de tecnologias utilizadas há milhares de anos, que haviam sido

abandonadas (MATEUS, 2004). Nos últimos anos, estudos vem demonstrando que a

arquitetura vernacular deixou em seu legado aspectos em comum com os princípios

de sustentabilidade, e que este pode ser uma contribuição útil para o desenvolvimento

sustentável. No entanto é importante compatibilizar essas práticas com a realidade

atual, integrando-as com as novas tecnologias disponíveis, afim de maximizar seus

benefícios (CARAMELO, 2017).

O presente trabalho tem como tema “Práticas Construtivas de Projeto” tendo

como foco a análise de alguns materiais naturais e algumas práticas construtivas, com

o enfoque em sustentabilidade, para entender e testar suas possibilidades e barreiras

na utilização dentro das cidades, mais especificamente, na cidade de Passo Fundo,

localizada na região norte do estado do Rio Grande do Sul, a fim de termos ambientes

Page 17: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

17

construídos mais sustentáveis. A dissertação se insere na área de concentração

“Projeto em Arquitetura e Urbanismo” por analisar e descrever ciclos de inovação, de

projetação e gestão do ambiente construído, propondo soluções aos problemas

contemporâneos, e está inserido na linha de pesquisa “Tecnologia, Projeto e Gestão

do Ambiente Construído” por estudar as teorias, métodos e técnicas e a partir propor

práticas de projeto que podem ser incorporadas na sociedade atual.

Nesta dissertação pretende-se reunir alguns exemplos de soluções

construtivas, convencionais e não convencionais, cuja implementação contribuirá para

construção de edificações mais sustentáveis. Essas práticas estudadas serão

relacionadas à gestão de materiais, com enfoque na utilização de materiais naturais,

de origem local, duráveis e não poluentes, com baixa energia incorporada.

Essas soluções serão analisadas de forma teórica a partir de referenciais

bibliográficos, estudadas in loco em uma Ecovila selecionada, e através de pesquisa

com especialistas (Arquitetos e Urbanistas) a fim de entender suas valências técnicas,

funcionais e econômicas, além de seus impactos ambientais, de modo que será

possível avaliar as potencialidades e barreiras na incorporação dessas soluções na

hora de construir na zona urbana.

Assim, a dissertação tem como objetivo geral, identificar práticas e estratégias

sustentáveis, visando apontar estratégias que seriam mais exequíveis na construção,

a fim de tornar os projetos mais sustentáveis no contexto urbano.

Os objetivos específicos são:

A. Identificar e selecionar exemplos de práticas construtivas e materiais

naturais, potencialmente sustentáveis.

B. Analisar as práticas e materiais selecionados, e com auxílio da Ecovila

verificar a aplicação nas construções.

C. Verificar a adoção de práticas sustentáveis e de materiais naturais,

dentro do processo de projeto da construção civil da cidade de Passo

Fundo, utilizadas por arquitetos e urbanistas.

D. Apontar as potencialidades e as barreiras encontradas para

incorporação dos materiais e práticas.

E. Apontar quais estratégias seriam mais adaptáveis dentro da construção

civil na busca tornar os projetos mais sustentáveis.

Page 18: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

18

Buscar novos modos de vida e novas formas de ser e de viver, é imprescindível

para a descoberta de medidas que possam contribuir para a construção de um mundo

que proteja a natureza e todos os seres que a compõe. Com isso, a justificativa para

a realização desse estudo advém da percepção da crise ambiental em que nos

encontramos, e a consequente busca para a implementação de técnicas construtivas

que sejam capazes de mitigar os impactos que a construção civil gera no meio

ambiente. Muito dos materiais e das práticas selecionadas são conhecidas e já foram

documentadas, algumas utilizadas na arquitetura vernacular, e algumas

desenvolvidas pós revolução industrial. Porém as questões relacionadas ao

desenvolvimento dessa dissertação são vinculadas a compreender melhor essas

práticas e materiais, visualizar sua aplicação, entender o motivo de algumas serem

utilizadas no contexto urbano, e algumas não, visualizar a potencialidade de inserção

das mesmas, entender o que difere das utilizadas e não utilizadas e o motivo disso. E

através dessa percepção, poder promover a inserção do maior número de práticas e

materiais mais sustentáveis a fim de mitigar os problemas ambientais. Dessa maneira,

o estudo de caso na Ecovila tem sua importância em demonstrar que é possível um

novo mundo, com um estilo de vida que vise preservar a vida em sua complexidade.

Desta forma, a realização dessa pesquisa mostra-se relevante em virtude de

elencar novos dados e informações, através do comparativo entre ideal e real, e do

conhecimento das potencialidades e das dificuldades de implantar cada tipo de

solução sustentável, e com isso poder colaborar para que essas técnicas sejam

utilizadas com maior frequência e facilidade, incentivando assim a elaboração de

projetos que permitiram maior qualidade de vida aos usuários e menos impactos ao

meio ambiente.

A cidade de Passo Fundo, localizada na região norte do estado do Rio Grande

do Sul, foi escolhida como cenário desse estudo, pelo fato de ser uma cidade de médio

porte, ser a maior da região norte do estado e seu crescimento demográfico ter

acontecido principalmente no espaço urbano. Atualmente possui uma população

estimada de 201.767 pessoas (IBGE, 2018) e segundo o Plano Municipal de

Saneamento Básico (PMSB) a população encontra-se mais densamente concentrada

na região central, e a alta densidade habitacional dessa região (7.885 hab./ por km²)

é muito superior à taxa de densidade média da zona urbana, que é de 2.228 habitantes

por km² (GOSH, 2002, PMSB, 2014).

Page 19: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

19

Em se tratando da estrutura, esta dissertação está dividida em 6 (seis)

capítulos, além desta introdução. O primeiro capítulo dedicado à descrição dos

procedimentos metodológicos. Nele foram apresentadas todas as etapas de pesquisa,

bem como as ferramentas elencadas para desenvolvimento das mesmas, as análises

da Ecovila que será feito o estudo in loco, e o método utilizado para desenvolvimento

da pesquisa com os especialistas referente ao âmbito do real.

No segundo capítulo é apresentado o embasamento teórico e conceitual em

relação aos temas que serão relevantes para o desenvolvimento deste estudo, bem

como um histórico de acontecimentos referentes ao tema.

No terceiro capítulo, serão apresentados os estudos referentes às Ecovilas, e

as práticas sustentáveis desenvolvidas na mesma.

No quarto capítulo serão apresentados os resultados obtidos. Nesse capítulo

está a descrição da visita in loco, que foi realizada na Ecovila Arca Verde, os

resultados da pesquisa desenvolvida com profissionais da área de arquitetura serão

apresentados e as leis e normas da cidade de Passo Fundo referentes à construção

sustentável.

No quinto capitulo está a discussão referente aos resultados obtidos. No sexto

e último capítulo a dissertação é finalizada com uma conclusão baseada nos

resultados obtidos na pesquisa, ao longo do seu desenvolvimento.

Page 20: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

20

1. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Neste capítulo são apresentados os métodos que foram utilizados para a

realização desta pesquisa. A presente pesquisa é de natureza qualitativa por levar em

consideração variáveis como a análise teórica de diferentes ecovilas, as práticas de

uma ecovila selecionada, e o conhecimento técnico de especialistas na área de

arquitetura e urbanismo, para assim ser possível compreender as atitudes e

motivações desses diferentes grupos, e como as técnicas utilizadas na ecovila

poderiam ser implementadas nas cidades. Desta forma, Goldenberg (2009) afirma que

a pesquisa qualitativa se propõe a compreender valores, crenças, sentimentos, que

somente pode acontecer dentro de um contexto de significado. Silveira e Córdova

(2009, p. 32) afirmam que

“Na pesquisa qualitativa, o cientista é ao mesmo tempo o sujeito e o objeto de

suas pesquisas. (...) A pesquisa qualitativa preocupa-se, portanto, com

aspectos da realidade que não podem ser quantificados, centrando-se na

compreensão e explicação da dinâmica das relações sociais” (SILVEIRA e

CÓRDOVA, 2009, p. 32)

A tipologia de pesquisa é de caráter aplicada, porque a dissertação busca

encontrar formas para minimizar alguns problemas no setor da construção civil,

trazendo soluções que sejam mais sustentáveis para ambientes construídos urbanos.

Na pesquisa aplicada o foco é em torno dos problemas presentes, e seu objetivo

concentra-se na elaboração de diagnósticos, identificação de problemas e busca de

soluções (FLEURY e WERLANG, 2017).

O método base utilizado nessa pesquisa é hipotético-dedutivo, pois foi

identificado um problema, e com isso foram geradas hipóteses para a solução do

mesmo, e durante o desenvolvimento dessa pesquisa serão verificadas

continuamente essas hipóteses, que poderão ser validadas ou não e serão

apresentadas nas considerações finais.

Para se alcançar o objetivo dessa pesquisa, foram considerados 4 variáveis de

pesquisa, na esfera do ideal, serão consideradas as referências bibliográficas,

encontradas em livros, artigos, teses e dissertações a respeito do assunto; também

Page 21: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

21

na esfera no ideal será feito o levantamento documental das normas de construção

da cidade de Passo Fundo; na esfera do real, serão considerados projetos elaborados

e executados, encontrados através de estudos de caso e levantadas in loco; e na

esfera do percebido, serão consideradas o conhecimento técnico dos especialistas e

será levantado através de entrevistas semiestruturadas.

A partir dos objetivos específicos, foi adotado um conjunto de etapas para o

desenvolvimento da dissertação, que serão eles: levantamento bibliográfico referente

à temática e ao objeto de estudo; estudo de caso (in loco); entrevista com especialistas

da área de arquitetura e urbanismo e análise e discussão dos dados obtidos;

Para poder alcançar os objetivos optou-se por uma abordagem multimétodos

de coleta de dados. Para o objetivo específico onde foram identificadas as práticas

construtivas e os materiais naturais, foi necessário um levantamento bibliográfico

geral, específico e documental (A), referente ao tema. Para analisar as técnicas foi

feito uma pesquisa in loco, onde foram feitas fotografias e entrevistas, e utilizado o

método walkthrough (B). Para verificar a adoção das práticas no processo de projeto

foi desenvolvido um questionário aplicado através do Método Delphi (C). Para apontar

as potencialidades e barreiras encontradas, foi feita a análise dos dados (D), através

das respostas obtidas no questionário aplicado. Para propor as práticas exequíveis foi

feita a sistematização e discussão (E) de todos os dados obtidos através das etapas

anteriores. Todos estes métodos serão explicados mais profundamente a seguir. Para

poder entender as etapas, e quais objetivos vão ser atingidos com cada metodologia

utilizada, foi apresentado um organograma (Figura 1), que mostra a síntese

metodológica da pesquisa para alcançar os objetivos elencados.

Page 22: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

22

Objetivos Específicos

Figura 1: Organograma de Pesquisa

Fonte: Desenvolvido pelo autor

Page 23: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

23

1. Referencial Bibliográfico (A)

1.1. Levantamento Bibliográfico Geral (A):

A revisão bibliográfica geral será a primeira etapa a ser realizada da pesquisa, e

tem como objetivo o levantamento de informações para poder compreender a temática

abordada, e o contexto em que está inserida. Para isso foram utilizadas palavras

chaves como, desenvolvimento sustentável, sustentabilidade, permacultura, meio

ambiente, arquitetura sustentável, crise ambiental, ecovilas. Esta etapa foi

fundamental para construir a base da dissertação e contribuir com o processo

argumentativo, para identificar os estudos já realizados na área e definir os conceitos-

chaves que foram considerados, e a partir desses conhecimentos, ser possível

aprofundar as pesquisas.

1.2. Levantamento Bibliográfico Específico (A):

Com o conhecimento base estudado, foi necessário o aprofundamento do

assunto em relação às Ecovilas, a arquitetura sustentável e as práticas desenvolvidas.

Nesse momento foram levantados dados para entender as questões históricas e

conceituais, para conhecer seus preceitos, objetivos, e conhecer algumas

comunidades já existentes.

Para o desenvolvimento das Etapas 01 (Levantamento Bibliográfico Geral) e

02 (Levantamento Bibliográfico Especifico), as pesquisas foram realizadas em

acervos físicos e digitais, visitas em banco de dados de teses e dissertações em

importantes Programas de Pós-Graduação Stricto Sensu nacionais e internacionais,

revistas com artigos qualificados pelo sistema Qualis Capes, artigos de eventos

relevantes ao tema, artigos em periódicos qualificados, sites de institutos e

organizações referentes ao tema, bem como em livros de autores conceituados, como

John Elkington, David Holmgren, José Eli da Veiga, Luís Enrique Sánchez, Ignacy

Sachs, Leonardo Boff, Hans Michael Van Bellen, Bill Mollison, Enrique Leff, Giuliana

Capello, Eduardo J. Viola. Giuliana Capello, Robert Gilman, Diane Gilman, Jonathan

Dawson, Ricardo Braun, Lucy Sargisson, Declan Kennedy, Ross Jackson.

1.3. Levantamento Documental (A):

Durante essa etapa, foram levantados dados mais específicos sobre a legislação do

cenário onde está sendo desenvolvida a pesquisa, a fim de entender barreiras e

potencialidades para implantação das práticas estudadas. Para esse levantamento

Page 24: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

24

foram utilizados documentos oficiais, mapas, leis, decretos, encontrados em arquivos

históricos, públicos e privados. As bases de dados utilizadas para levantamento dessa

etapa da pesquisa foram arquivos digitais municipais, arquivos físicos, dados de

instituições e para dados complementares relacionado ao perfil econômico e

demográfico da cidade de Passo Fundo, foi utilizado o Instituto Brasileiro de Geografia

e Estatísticas (IBGE). Essa etapa foi complementada com revisões bibliográficas.

2. Análise Walkthrough (B)

2.1. Levantamento in loco (estudo de caso) (B):

Essa etapa é fundamental para conhecimento de como as ecovilas construíram

suas habitações, e de como utilizam os materiais e práticas sustentáveis. Isso será

feito através do estudo in loco da Ecovila Arca Verde, pois assim será possível

conhecer de forma mais ampla uma realidade social e de vivência dos moradores de

uma ecovila. O estudo de caso se mostra um método importante para trazer para o

meio científico e para a sociedade o estudo do funcionamento de um modelo de

assentamento humano alternativo, revelando seus princípios, percepções, técnicas e

atividades cotidianas (BÔLLA, 2012). Para Goldenberg (2009), o estudo de caso é

uma análise holística, que considera a unidade social estudada como um todo, com o

objetivo de compreendê-los em seus próprios termos.

Em decorrência da situação que foi vivenciada no ano de 2020, consequência

da COVID-19, e sabendo da importância dessa etapa de trabalho, ela foi desenvolvida

primeiramente por meio de entrevista via telefone, com um dos fundadores da Ecovila,

para que fosse possível obter informações preliminares e ser marcada a data da

visitação a mesma.

A visitação aconteceu no dia treze (13) de outubro de 2020, seguindo todas as

medidas necessárias de segurança decretadas pela OMS para prevenção do

coronavirus. Essa visitação aconteceu conforme metodologia walkthrough, através de

visita guiada, onde durante o percurso foi feita uma entrevista semiestruturada

(Apêndice A) com o fundador da Ecovila. Foram feitos registros fotográficos, e foi

gravada por meio de vídeo toda a entrevista e a visitação. A mesma teve duração de

4 horas, durante o turno da manhã. Por conta da COVID-19, não foi possível fazer

entrevista com os demais moradores.

Page 25: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

25

2.2. Método Walkthrough (B):

Percebendo a importância dessa etapa de trabalho, ela será desenvolvida

através do Método walkthrough. A análise walkthrough é um percurso dialogado,

complementado por fotos, gravação de áudio, vídeo e croquis, é um método utilizado

para avaliação do ambiente construído, e possibilita a identificação de pontos positivos

e negativos, através da combinação simultânea da observação com entrevista

(Rheingantz, et al., 2009). No caso da Ecovila Arca verde o espaço foi percorrido

como uma visita guiada feita por um dos fundadores e morador, momento este em

que foram feitos registros fotográficos, anotações, gravações de áudio e vídeo, acerca

da implantação da estrutura hoje existente, das residências, das características físico-

naturais do terreno e dos materiais e técnicas utilizados. Como consequência do

percurso ser feito com o morador, na metodologia walkthrough, além da análise das

características físicas e ambientais da construção, também é possível observar as

reações do morador em relação ao espaço percorrido.

2.3. Escolha da Ecovila (B):

A escolha da ecovila se deu a partir da busca por ecovilas brasileiras

registradas na Rede Global de Ecovilas (GEN). Com a lista das ecovilas brasileiras

cadastradas, foi realizada uma busca nos respectivos sites e materiais disponíveis.

Através dos materiais encontrados, foi estudado e escolhido critérios para seleção,

tais como a localização geográfica, sua organização nas quatro dimensões da GEN,

número de moradores, data de formação, e disponibilidade de aceitação para

voluntariados, e principalmente para participar da pesquisa. A Ecovila Arca Verde

atendeu a todos os critérios selecionados, e sendo uma das Ecovilas mais conhecidas

e com um bom material disponível e boa receptividade, ela foi a escolhida como

unidade de análise deste estudo.

2.3.1. A Ecovila Arca Verde

Como a Ecovila Arca Verde, foi o cenário de estudo in loco, foi desenvolvida

uma pesquisa inicial para conhecimento da mesma. A Figura 2 é um esquema que

mostra a localização dentro do estado do Rio Grande do Sul, da cidade de São

Francisco de Paula – RS, cidade onde a Ecovila está inserida, e o trajeto de como

chegar na ecovila.

Page 26: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

26

Figura 2: Localização Ecovila Arca Verde

Fonte: Adaptado do Instituto Arca Verde (2019)

De acordo com o site oficial do Instituto Arca Verde (2019), é uma associação

sem fins lucrativos, sendo membro de redes como a GEN (rede global de ecovilas) e

da C.A.S.A (Conselho de Assentamentos Sustentáveis da América Latina. A ecovila

Arca Verde começou no ano de 2005, sendo que a primeira sede foi na cidade de São

José dos Ausente – RS.

A primeira edificação construída se tornou um símbolo já que foi construída a

partir de uma pipa de vinho de 100 mil litros, e transformada em casa-mãe (Figura 3).

Figura 3: Casa-mãe, em São José dos Ausente

Fonte: Instituto Arca Verde (2019)

Durante 4 anos, a Arca Verde se manteve em São José dos Ausentes (figura

4), e ali tiveram muitas atividades, experiências, vivências e transformações. Porém

Page 27: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

27

novas necessidades se apresentaram e com isso, em meados de 2009, ocorreu uma

grande mudança no projeto. A mudança para uma nova região, mais baixa da Serra

Gaúcha, com o clima menos rigoroso e localizada mais próximo da capital. Assim

surgiu a Ecovila Arca Verde.

Figura 4: Ecovila Arca Verde em São José dos Ausentes

Fonte: Instituto Arca Verde (2019)

A nova localização é São Francisco de Paula-RS, onde um antigo “pesque e

pague” foi utilizado para dar lugar à ecovila, com aproveitamento de estruturas e

ressignificação das mesmas. A Arca Verde já possuía uma rede ao seu redor, ou seja,

haviam pessoas que já frequentavam e colaboravam com a comunidade em

Ausentes, e que posteriormente tornaram-se moradores na nova sede. Os cursos e

vivências continuam acontecendo, inclusive para que fosse possível a construção

desse novo espaço (ARCA VERDE, 2019).

Figura 5: Ecovila Arca Verde em São Francisco de Paula

Fonte: Instituto Arca Verde (2019)

Esse novo espaço da Ecovila possui 25 hectares de extensão, atualmente

possui 16 sócios-moradores, que residem e mais outras pessoas que trabalham como

voluntárias (NEVES, 2016). A ecovila Arca Verde tem como objetivo de ser um ponto

de aglutinação de talentos, atitudes, conhecimentos e emanações positivas na

Page 28: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

28

construção e promoção da vida sustentável. E sua missão é criar um terreno fértil para

que a Natureza seja plena em sua abundância e as pessoas empoderadas em seus

dons e sua espiritualidade pessoal. Buscando aprender uns com os outros e com os

sistemas naturais, dedicam suas vidas à divulgação da permacultura e dos valores da

ecologia profunda. Agindo localmente, tem como objetivo o cuidado com a terra a

sensibilização ambiental e expansão para outras pessoas as práticas e perspectivas

que acreditam (ARCA VERDE,2019).

A infraestrutura existente da Arca Verde é bem desenvolvida, possuindo

alojamentos, galpões, refeitório, cozinha, ateliês e oficinas, estufas, espaço social e

de lazer, espaço para crianças, hortas, casas de uso particular. As edificações foram

construídas de forma ecológica, pensando na eficiência energética, utilizando

materiais naturais e locais, ou seja, seguindo os princípios da Permacultura, pois a

comunidade está unida pelo desejo de viver com a natureza, de forma sustentável,

cuidando das relações sociais (NEVES, 2016).

Algumas das práticas desenvolvidas são: atividades de manutenção da rotina

doméstica e dos espaços, refeições coletivas, agricultura sintrópica (agroflorestas),

bioconstrução, fabricação de cosméticos e produtos ecológicos para higiene, partilha,

celebrações, realização de cursos e vivências, facilitação de voluntariados, condução

de visitas guiadas, entre outras atividades (ARCA VERDE, 2019). A forma de moradia

é mista, por possuir terrenos com casas para viver individualmente, mas também

existir casa de moradia coletiva (NEVES, 2016).

Figura 6: Vivência com professores de Porto Alegre

Fonte: Instituto Arca Verde (2019)

Page 29: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

29

3. Método Delphi (C)

3.1. Entrevista com Arquitetos e Urbanistas (C):

A pesquisa com especialistas da área de arquitetura e urbanismo foi feita

através de entrevistas, estas divididas em duas etapas, sendo a segunda etapa

desenvolvida através do método Delphi. Ela foi fundamental para que os resultados

esperados desta dissertação fossem atingidos.

Segundo Facione (1990), dentre as metodologias de pesquisa qualitativa, o

método Delphi é uma poderosa técnica de investigação, pois permite a reunião de

opiniões de especialistas, que podem estar separados geograficamente, levando a

resultados densos, sobre temáticas complexas. O método Delphi é definido como “um

método para estruturar um processo de comunicação coletiva de modo que este seja

efetivo, ao permitir a um grupo de indivíduos, como um todo, lidar com um problema

complexo” (LINSTONE e TUROFF, 2002, p. 3).

Consiste num conjunto de questionários que são respondidos, de maneira

sequencial e individualmente pelos participantes (OSBORNE et al., 2003), que é

repassado continuadas vezes, até que seja obtido um consenso nas respostas, o qual

representa uma consolidação do julgamento do grupo (ESTES e KUESPERT, 1976).

O consenso de cada afirmativa será atingido quando 2/3 dos respondentes

concordarem ou discordarem da mesma. Somente serão repassadas nos

questionários subsequentes as afirmativas que não obtiveram consenso. Por ser

repassado continuadas vezes, o processo de implementação do Delphi dá-se em

várias etapas, que são (GRISHAM, 2009; KAYO e SECURATO, 1997; LINSTONE e

TUROFF, 2002; SERRA, 2009; SILVA e TANAKA, 1999; YOUSUF, 2007):

Escolha do grupo de especialistas.

Construção do questionário 1.

Primeiro contato com os especialistas e convite para participação na pesquisa.

Envio do questionário 1.

Recebimento das respostas ao questionário 1.

Análise qualitativa e quantitativa das respostas.

Construção e envio do questionário 2 com feedback do questionário 1.

Page 30: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

30

Recebimento das respostas ao questionário 2 e sua análise.

Envio das seguintes rodadas de questionários, se necessário, intercalando com

as respetivas análises.

Final do processo e escrita do relatório final.

Na figura 7, pode-se observar um esquema da implementação do método. É

preciso salientar, que cada etapa precisa ser cuidadosamente preparada e

implementada, e tudo deve ser registrado e descrito.

Figura 7: Sequência do Método Delphi

Fonte: Barbalho, Fernandes e Correia (2016)

Os resultados obtidos nas rondas são apresentados em gráficos, para uma melhor

análise e comparação das respostas, para obtenção do consenso desejado.

3.2. Aplicação do Método Delphi (C):

As entrevistas com os especialistas ocorreram através de perguntas fechadas,

em uma entrevista estruturada. Os questionamentos são específicos sobre o tema de

construções e práticas sustentáveis. A entrevista aconteceu de forma digital, onde foi

encaminhada por e-mail e via redes sociais (WhatsApp e Instagram) para os

arquitetos que possuem registro ativo no Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU)

ativo e que desenvolvem projetos na cidade de Passo Fundo – RS.

Page 31: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

31

Atualmente na cidade de Passo Fundo, segundo dados do CAU/RS, existem

572 arquitetos ativos, no entanto nem todos possuem o cadastro completo dentro do

site, o que tornou mais complexo o contato com todos eles. Esse número seria

utilizado para definir o cálculo de amostragem, no entanto, em contato com os

arquitetos e com o CAU constatou-se que na cidade, grande parte dos arquitetos não

trabalham com projeto e execução de obras, mas sim com projeto de interiores ou em

outras áreas, acarretando assim com que o número de arquitetos que trabalham em

obra ficasse desconhecido por parte do Conselho, impossibilitando que o cálculo fosse

desenvolvido de maneira correta. Já que o foco da pesquisa são os arquitetos que

executam obras. Ademais, como a pesquisa com método Delphi é qualitativa, o

questionário foi encaminhado para os arquitetos ativos. Ao todo foram encaminhados

280 questionários, sendo eles 185 por e-mail, 45 por Instagram e 50 por WhatsApp.

Obtendo com isso 64 arquitetos participantes da pesquisa.

Antes de poder fazer a aplicação do questionário, primeiramente ele foi

encaminhado para professores especialistas da área, para ser validado e finalizado.

Após finalizado, foi necessário que o mesmo fosse submetido junto a Plataforma

Brasil, para ser avaliado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, e aplicado somente após

ser aprovado. Para ser avaliado no Comitê, foi necessário o encaminhamento do

Projeto de Pesquisa, do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE),

(Apêndice B) Termo de Confidencialidade dos Dados (Apêndice C), o cronograma e

o questionário (Apêndice D). O TCLE é um documento fundamental para a ética em

pesquisa, sendo que nele devem estar esclarecidos todas as informações sobre a

pesquisa, como título, justificativas, objetivos, e possíveis riscos e benefícios, devendo

estar descritos em linguagem clara, ou seja, que seja entendida pelos eventuais

participantes da pesquisa, sendo essa uma fonte de esclarecimento, que permite ao

participante decidir ou não participar da pesquisa.

Após aprovado pelo Comitê, os questionários foram encaminhados para 5

arquitetos e urbanistas, para que fosse feito um teste, referente ao tempo que era

necessário para responder, posterior a isso, a pesquisa foi encaminhada para todos

os arquitetos e urbanistas selecionados. Os questionários foram aplicados de forma

on-line, criados através da ferramenta PesquisaOnline, que permitiu que as respostas

obtidas fossem automaticamente armazenadas. A primeira página do questionário era

referente ao TCLE, onde estava descrita todas as informações que o participante

Page 32: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

32

deveria saber, para então decidir participar ou não da pesquisa. Após aceito o termo,

existe um campo onde o participante informa o e-mail caso deseja participar de

alguma outra etapa do projeto. O questionário foi desenvolvido em 2 etapas, o primeiro

é para conhecimento dos entrevistados, identificação das técnicas e materiais

sustentáveis os arquitetos entrevistados utilizam em seus projetos. A segunda etapa

desenvolvida através do método Delphi é sobre a percepção e visão de futuro em

relação a esses materiais e práticas. A primeira etapa possui um total de 14 questões,

onde em 10 foi utilizada a escala Likert, 2 questões fechadas de múltipla escolha, e 2

questões abertas. A segunda etapa foi dividida em 4 blocos, o primeiro sobre

construções sustentáveis, o segundo a relação dos clientes com a sustentabilidade, o

terceiro projetar e construir de forma mais sustentável e o quarto sobre futuro das

construções. Essa segunda etapa possui um total de 36 questões, todas utilizando a

escala Likert (discordo totalmente, discordo parcialmente, nem concordo e nem

discordo, concordo parcialmente, concordo totalmente). O modelo de questionário

aplicado nos usuários se encontra no Apêndice D.

Após o envio dos questionamentos, cada arquiteto teve um prazo de 30 dias

para responder. Com o questionário respondido em mãos, foram feitos gráficos para

poder identificar se existiu um consenso ou não entre as respostas (concordância ou

discordância de mais de 2/3 das respostas), caso ela não tivesse existido, o

questionamento seria reenviado para os mesmos especialistas, para que pudessem

reanalisar suas opiniões, e teria mais 15 dias de prazo para a devolução das mesmas.

Como o questionário possui 36 questões do método Delphi, e dentre elas somente 6

não obtiveram o consenso, o questionário não foi reenviado para os especialistas, pois

os dados obtidos com as respostas que tiveram consenso foram suficientes para a

elaboração das análises e verificação dos resultados. As análises feitas foram para

poder entender as práticas que arquitetos utilizam na hora de construir de forma

sustentável, quais as mais utilizadas, quais dessas mesmas técnicas encontramos

nas ecovilas, e quais técnicas existentes nas ecovilas não são desenvolvidas por

arquitetos e entender o porquê de não serem utilizadas, e quais as dificuldades de

utilização.

4. Sistematização e Análise dos Dados (D)

Em função da natureza da pesquisa, a análise dos dados se dará

primeiramente através da revisão de todos os dados da pesquisa bibliográfica geral,

Page 33: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

33

específica e documental. Posteriormente feita de maneira descritiva todos os dados

coletados na visitação da Ecovila, juntamente com a narrativa do entrevistado. Para

entendimento dos resultados obtidos com a pesquisa com os arquitetos serão

elaborados gráficos. Com todos os dados já coletados e verificados serão realizadas

as análises dos níveis de concordância. Verificada as práticas encontradas na Ecovila,

será realizado o comparativo com a literatura, e com o que os Arquitetos e Urbanistas

desenvolvem na cidade de Passo Fundo. Buscando comparar o nível do ideal

encontrado na Ecovila, com o real encontrado na cidade de Passo Fundo.

5. Discussão dos Resultados (E)

Para a discussão dos resultados, foi feito um resumo geral de todos os

resultados obtidos com as etapas anteriores. Para uma melhor visualização dos dados

obtidos, foi desenvolvida uma tabela elencando todos os materiais possíveis de serem

implantados no contexto urbano, afim de que apresentar as estratégias mais viáveis

dentro da construção civil.

Limitações do Trabalho

O trabalho tem como objeto de estudo a Ecovila, visto isso foi delimitada uma

Ecovila para análise e estudo de caso. No entanto, a pesquisa com especialistas foi

desenvolvida com arquitetos e urbanistas da cidade de Passo Fundo – RS. Assim se

pode verificar que os contextos de analises são distintos, sendo um no meio Rural e

outro o contexto urbano, porém o objetivo não é comparar as situações e nem mesmo

implementar as atividades e a vida dos moradores da Ecovila dentro da cidade, mas

sim utilizar a Ecovila como meio de validar e verificar a execução e a utilização dos

materiais e das práticas estudadas no referencial bibliográfico. Também é preciso

levar em consideração o fato de algumas construções serem desenvolvidas através

da autoconstrução, sem o auxílio de especialista. No entanto a busca não é a

autoconstrução, mas sim mostrar e apresentar aos especialistas essas técnicas para

que eles com o conhecimento que possuem, possam incorporar essas práticas em

seus projetos.

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34

2. FUNDAMENTAÇÃO: CONCEITOS E CONTEXTUALIZAÇÃO

Neste capitulo será apresentado os principais conceitos utilizados, para o

desenvolvimento dessa dissertação. Primeiramente será abordado sobre a crise

ambiental, para poder compreender os impactos gerados pela construção civil, que

será o próximo tema. Após entendimento dos problemas, será discutido o conceito de

desenvolvimento sustentável e qual a importância das ODS, para então darmos início

ao tema que introduz as ecovilas, que é o conceito de permacultura.

2.1 Crise Ambiental

Muito tem sido discutido sobre a crise ambiental contemporânea, a preservação

do meio ambiente, e a necessidade de desenvolver projetos mais sustentáveis. Na

maioria dos casos, culpa-se a indústria, e o grau de desenvolvimento tecnológico,

contudo, a crise ambiental enfrentada atualmente, é uma crise de percepção da

civilização. Segundo Balim, Mota e Silva, (2014, p.174) “a crise ecológica do qual se

faz parte é uma crise da relação homem-natureza, da maneira como essa relação se

desenvolveu na sociedade e da falta de percepção do homem quanto ao seu lugar na

natureza”.

Durante a industrialização, o pensamento e a cultura da sociedade foram

moldados de tal modo, que toda a degradação ambiental se justificaria, através do

progresso e da produção para o desenvolvimento humano. Assim, incentivou-se a

produção e consumo em massa, e o crescimento econômico e populacional. Com

isso, o meio ambiente tornou-se um objeto, um artefato utilizado pelo homem, de

maneira irracional, buscando suprir os anseios que a sociedade cada vez mais

consumista se constituía (BALIM, MOTA e SILVA, 2014). Segundo Junges (2004, p.

70):

“É inegável que a industrialização melhorou significativamente a vida dos seres

humanos, mas provocou igualmente efeitos desastrosos, que agora ameaçam

aqueles que ela própria procurou beneficiar. As consequências negativas não

são fruto da própria ciência e técnica, mas da falta de uma cultura mais

sistêmica do ambiente e de um igualitarismo em relação aos seres viventes

presentes nas civilizações rurais. A civilização industrial provocou a

acentuação do dualismo entre o ser humano e a natureza, a exploração de

Page 35: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

35

recursos naturais para atender às crescentes necessidades humanas, o

desenvolvimento de tecnologias com impacto sobre o ambiente, o uso e a

exploração de novas fontes de energia, o aumento exponencial da população,

o aumento da complexidade dos sistemas sociais pelo surgimento de classes

sociais e pelo desaparecimento de modos alternativos de vida devido à

massificação cultural. Tudo isso levou a um dissídio crescente entre a

sociedade humana e o meio ambiente, as divisões, discriminações e injustiças

na sociedade humana” (JUNGES, 2004, pg.70).

Segundo a WWF (2019), estudos mostram que desde o final dos anos 1970 a

demanda da população mundial por recursos naturais é maior do que a capacidade

do planeta em renová-los. A extração desmedida dos recursos naturais, e sua

utilização como um simples objeto, conduziram para o cenário de degradação que se

conhece, pois, o nível de consumo atual, leva a uma exploração acima dos limites da

terra. O aumento das catástrofes ambientais, a poluição, o aquecimento global e

mudanças climáticas, o desmatamento, a perda da biodiversidade, a escassez de

água e recursos em determinadas regiões, a proliferação de doenças, o descarte

inadequado de lixo, a crise na produção de alimentos, dentre vários outros fatores,

são reflexos da relação homem-natureza e as consequências do modelo econômico

baseado no consumo e na concentração de bens e capital (BALIM, MOTA e SILVA,

2014).

Neste contexto, os impactos ao planeta oriundos da ação humana tornam-se

insustentáveis. Para avaliar estes impactos, foi desenvolvido um método para

contabilizar esses impactos denominado de Pegada Ecológica. Desenvolvida pela

equipe de Mathis Wackernagel e William Rees, da University of British Columbia, em

1993, o método contábil da Pegada Ecológica é coordenado hoje pela Global Footprint

Network (GFN), fundada em 2003, e suas 50 organizações parcerias. A WWF (2019),

explica o conceito de pegada ecológica a seguir.

“A Pegada Ecológica é uma metodologia de contabilidade ambiental que

permite avaliar a demanda humana por recursos naturais, com a capacidade

regenerativa do planeta. Ela mede a quantidade de recursos naturais biológicos

renováveis (grãos, vegetais, carne, peixes, madeira e fibra, energia renovável

entre outros) que estamos utilizando para manter o nosso estilo de vida. O

cálculo é feito somando as áreas necessárias para fornecer os recursos

Page 36: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

36

renováveis utilizados e para a absorção de resíduos. É utilizada uma unidade

de medida, o hectare global (gha), que é a média mundial para terras e águas

produtivas em um ano” (WWF, 2019)

Caminhamos em direção a uma deterioração da saúde ambiental irreversível,

pois a pegada ecológica da humanidade já é superior à que o planeta suporta. Em

2012, segundo a WWF-Brasil (2012), os resultados da última Pegada Ecológica

demonstram que o total disponível de área produtiva no mundo, a chamada

biocapacidade, é de 11,9 bilhões de hectares globais, o que significa que cada

habitante possui uma biocapacidade de 1,8 gha. No entanto, a média mundial,

segundo dados de 2007, a Pegada Ecológica por pessoa é de 2,7 hectares globais,

isso resulta em 18 bilhões de hectares globais, para toda a humanidade. Isso

representa uma sobrecarga ecológica de 50%, baseando-se nesses dados, a

humanidade necessita hoje de 1,6 planeta para manter seu padrão de consumo, que

significa que a terra levaria 1,5 ano para regenerar os recursos renováveis que as

pessoas utilizaram em 2007, bem como para absorver as emissões de CO2. Assim, a

biocapacidade planetária está em grande risco (Figura 8) (GLOBAL FOOTPRINT

NETWORK, 2010).

Figura 8: Pegada ecológica global em comparação com a biocapacidade global

Fonte: WWF (2010)

Usando o cálculo de pegada ecológica, A Global Footprint Network (2010)

calcula o Dia da Sobrecarga da Terra (Overshoot Day) todos os anos. Esse dia é

medido desde 1970, e a cada ano que passa, aparece no calendário cada vez mais

Page 37: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

37

cedo, e mede quanto tempo levamos para gastar os recursos naturais que a Terra

produz em um ano. No primeiro registro, a sobrecarga foi em 19 de dezembro de 1970.

Já em 2009, esse dia foi em 8 de setembro; em 2015 foi no dia 13 de agosto; em 2018

caiu no dia 1º de agosto e em 2019 chegou no dia 29 de julho. Este dia marca o

momento em que o sistema de produção e consumo absorveu todos os insumos

naturais renováveis oferecidos pelo planeta, previstos para os 12 meses do ano. Isso

significa que a capacidade de recuperação do planeta diminui ano após ano.

No entanto, no ano de 2020, de acordo com a Global Footprint Network (2020),

o dia da sobrecarga da terra foi em 22 de agosto (Figura 9), ou seja, mais de três

semanas mais tarde do que em 2019. Há 15 anos o dia de sobrecarga da Terra não

era tão tarde, e apesar de ser um fato positivo, ele foi uma consequência ditada pela

pandemia, e não um esforço planeado pela humanidade (TRIBUNA, 2020). Com isso,

a data reflete numa redução de 9,3% da Pegada Ecológica, em comparação com o

mesmo período do ano passado. Trata-se de uma consequência direta da situação de

confinamento devido ao fato da pandemia, gerada pela COVID-19, em todo o mundo

(GFN, 2020). A projeções apontam para quase 15% de redução nas emissões de

CO2 (cerca de 60% da pegada total, como resultado da redução da exploração de

madeira e desaceleração no uso de combustíveis fosseis nos fósseis nos setores de

transporte, energia, indústria, aviação e residencial (WELLE, 2020).

Figura 9: Dia da Sobrecarga da Terra

Fonte: Global Footprint Network (2020)

Page 38: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

38

Segundo a WWF-Brasil (2012), se diminuir as emissões de CO2 em 50%, seria

possível ganhar 93 dias ao ano, isto é, o dia de sobrecarga da terra seria atrasado até

outubro. Corroborou-se, que a crise ambiental contemporânea advém da premente e

necessária reformulação da relação entre homem e natureza, que seja, uma relação

de mútuo equilíbrio e respeito que recepcione a sua complexidade. Existe a

necessidade se restabelecer e repensar a maneira pela qual o homem se relaciona

com seu meio. Onde nessa nova visão de mundo, existe a percepção de que o ser

humano não é o centro da natureza, tendo neste contexto novos valores individuais e

sociais, mudanças na concepção de mundo, de natureza, de poder e de bem-estar,

que serão fundamentais para a superação dos problemas que foram acarretados ao

longo dos anos passados. (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 1996).

2.2 Impactos da Construção Civil

No final dos anos 1980, com a crescente percepção dos problemas globais, tal

como o aquecimento global, as questões ambientais passaram a ter maior visibilidade

(PINHEIRO, 2011). A partir disso, entendeu-se que os impactos de uma atividade

eram consequência de todo um processo produtivo, onde o ritmo de exploração,

degradação e destruição dos recursos naturais é mais acelerado do que a própria

capacidade da natureza se regenerar. O aumento descontrolado do consumo dos

recursos e dos materiais, está diretamente relacionado ao crescimento populacional

e ao desenvolvimento da qualidade de vida, levando assim a degradação do

ecossistema. O aumento populacional, junto do desenvolvimento da qualidade de

vida, atinge o setor da construção civil, fazendo dele um dos grandes responsáveis

pelo impacto negativo do planeta, tanto na fase de construção, quanto de utilização

dos edifícios (MATEUS, 2012).

Com isso, este subcapítulo irá debater sobre os impactos gerados pela

Construção Civil, um assunto que passa despercebido para maior parte da população.

Dentre as atividades humanas, a construção é uma das que mais causam impacto no

meio ambiente, por ser o setor responsável pela transformação do meio natural, em

meio construindo, para o desenvolvimento das mais diversas atividades humanas.

Com isso, essa cadeia produtiva se torna uma das maiores da economia, porém,

também é uma das que geram mais impactos ambientais (JOHN, 2000).

Page 39: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

39

Esse setor é responsável por alguns impactos, esses resultantes do consumo

excessivo de água e energia, das elevadas emissões de CO2 (dióxido de carbono), da

produção de resíduos e do consumo descontrolado de recursos naturais não

renováveis, resultando na contaminação de águas, solo e ar, desaparecimento de

espécies e florestas (MATEUS, 2012). Para ter uma ideia de valores, dos recursos

naturais consumidos, John (2000) afirma que entre 14% a 50% da totalidade dos

recursos naturais extraídos são destinados à construção civil. Estima-se que os

edifícios são responsáveis por 40% do consumo de energia mundial, 40% dos

recursos minerais (pedra, areais, britas e argilas), 16% da água potável, 25% da

madeira das florestas, e 50% das emissões de CO2 (LAMBERTS, 2007; MATEUS,

2012). Além de ser a maior fonte geradora de resíduos de toda sociedade (FIERGS,

2007).

Segundo Souza et al (2004), por ser uma das grandes consumidoras dos

recursos naturais e geradora de resíduos, a indústria da construção civil tem sido o

motivo de discussões quanto à necessidade de se buscar o desenvolvimento

sustentável. O que torna essa indústria uma grande consumidora dos recursos é o

fato que o impacto causado por uma nova edificação, não acontecer apenas a partir

do canteiro de obras, mas sim, em todos os itens que compõe a cadeia produtiva da

construção como a extração de matérias-primas, produção e transporte de materiais

e componentes, projeto, execução, uso, manutenção predial, demolição e destinação

de resíduos. Durante a fase de construção por exemplo, cerca de 50% dos recursos

consumidos são extraídos da natureza, são produzidas elevadas quantidades de

resíduos, cerca de 50%, mais de 40% de energia, além de elevados quantidades de

emissões de CO2, em média 30%, esses derivados da produção, transporte e uso de

materiais, o que contribui para o efeito estufa (MATEUS, 2012).

De acordo com Yudelson (2013, p. XVII):

“Precisamos mudar a maneira de projetar e construir edificações para que

tenhamos uma chance de reduzir as emissões gerais de dióxido de carbono

em relação aos níveis de 1990 - a meta atual de Quioto.”

É possível considerar a fase de projeto o ponto de partida do ciclo de vida de

um edifício, e com isso, consequentemente espera-se que grande parte das soluções

para minimizar os impactos ambientais parta dos arquitetos responsáveis por essa

etapa. Frequentemente, matérias relativas a problemas urbanos são noticiadas, como

Page 40: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

40

enchentes por excesso de impermeabilização do solo, ou destinação incorreta dos

resíduos da construção, que muitas vezes são depositados no leito das vias. Sabendo

desses danos, e de muitos outros, existe a importância de planejar e edificar de

maneira mais comprometida com o meio urbano, construirmos edifícios e cidades que

respeitem o meio ambiente, trabalhando a sustentabilidade em todas as etapas da

edificação, podendo trazer ganhos significativos nessa área.

Sabendo-se disso, a construção deve assim, gerir de forma racional e

equilibrada os recursos disponíveis, e deve incluir a relação do ciclo de vida dos

materiais utilizados, e avaliar os materiais selecionados com base na origem da

matéria prima, produção, distribuição, utilização e destino final, buscando em todas as

etapas o menor impacto possível que lhe será implícito (MATEUS, 2012). Desta

forma, a questão da sustentabilidade deveria ser prioridade nos projetos de

construção civil, sendo pensada para a eficiência no consumo de recursos naturais,

para minimização das emissões de CO2, para o uso de sistemas construtivos

sustentáveis, assim como materiais ecológicos, recicláveis e/ou reciclados (MATEUS,

2012). Com base nessas informações, entramos no nosso próximo tópico relacionado

ao desenvolvimento sustentável e sustentabilidade.

2.3 Desenvolvimento Sustentável e Sustentabilidade

“O homem é a primeira espécie de ser vivo em nossa biosfera que adquiriu o

poder de destruí-la e, ao assim fazer, de liquidar a si mesmo” (Arnold Toynbee,

1987. p. 36).

O termo sustentabilidade nunca foi tão utilizado como no contexto atual. Foi no

final do século XX, que existiu um crescimento da consciência da sociedade, em

relação a degradação do meio ambiente, decorrente do processo de desenvolvimento.

Diante do ritmo cada vez mais acelerado das atividades industriais, dos avanços

tecnológicos que se intensificaram nos últimos 200 anos, grandes impactos

ambientais foram gerados. Os processos naturais de recuperação do meio ambiente

não estão sendo capazes de compensar o ritmo de extração e consumo dos recursos

pelo homem e dos resíduos gerados. No intuito de diminuir a degradação ambiental,

vários estudos e discussões vêm sendo realizados (OLIVEIRA, 2007).

Page 41: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

41

Foi durante a Primeira Conferência das Nações Unidas Sobre o Meio Ambiente

Humano, realizada na cidade de Estocolmo, na Suécia, em 1972, que a ideia de

desenvolvimento sustentável começou a ser elaborada, já que essa conferência

iniciou um processo de propagação de informações para chamar a atenção das

pessoas sobre os impactos que as ações humanas estavam provocando no planeta,

como a destruição dos meios naturais e gerando graves riscos para a sobrevivência

da humanidade (MIRANDA, 2014; FACCIN, 2016).

Segundo a Declaração da Conferência da ONU sobre o Meio Ambiente

(Estocolmo, 1972), parágrafo 6 (ONU, 2019).

“Chegamos a um ponto na História em que devemos moldar nossas ações em todo o

mundo, com maior atenção para as consequências ambientais. Através da ignorância

ou da indiferença podemos causar danos maciços e irreversíveis ao meio ambiente, do

qual nossa vida e bem-estar dependem. Por outro lado, através do maior conhecimento

e de ações mais sábias, podemos conquistar uma vida melhor para nós e para a

posteridade, com um meio ambiente em sintonia com as necessidades e esperanças

humanas…” (ONU, 2019).

No ano de 1983, a ONU retomou o debate das questões ambientais, e em abril

de 1987, a Comissão Brundtland, como ficou conhecida, publicou o relatório final

desses estudos, “Nosso Futuro Comum” – que traz o conceito de desenvolvimento

sustentável para o discurso público (MIRANDA, 2014; ONU, 2019).

“O desenvolvimento sustentável é aquele que satisfaz as necessidades presentes, sem

comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades”

(ONU, 2019)

Em 1992, numa nova conferência da ONU, realizada no Rio de Janeiro – ECO

92 – foi formulada a Agenda 21. É um programa de ação baseado num documento de

40 capítulos, esse documento é o marco do conceito de desenvolvimento sustentável,

e pode ser definida como um instrumento de planejamento para a construção de

sociedades sustentáveis, em diferentes bases geográficas, que concilia métodos de

Page 42: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

42

proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica. Dentre os objetivos pode-se

citar (BISSOLOTTI, 2004):

• Maior eficiência no uso de energia e dos recursos;

• Uso ecologicamente sustentável dos recursos naturais renováveis;

• Redução da geração de dejetos ao mínimo possível;

• Assistência para adoção de compra de insumos ecologicamente corretos;

• Fortalecimento dos valores que apoiem o consumo sustentável.

Segundo Elkington (1994), criador da ONG SustainAbility, o desenvolvimento

Sustentável proposto pelo “Relatório Brundtland” se constitui a partir de três bases

fundamentais, o “Triple Bottom Line” (a linha dos três pilares) (Figura 10). Elkington

(1994), acreditava que o desenvolvimento sustentável deveria ser “economicamente

viável”, “socialmente justo” e “ambientalmente correto”, elucidados nos chamados “3

Ps” do desenvolvimento sustentável: Profit (produto, lucro), People (pessoas), Planet

(planeta) ou pela chamada “pirâmide do desenvolvimento sustentável”, ou “pirâmide

da sustentabilidade” (ELKINGTON, 1994; BOFF, 2012; SARTORI; LATRÔNICO;

CAMPOS, 2014 apud CAMARGO 2016).

Figura 10: Triple Bottom Line (Os três pilares da sustentabilidade).

Fonte: Giovanelli (2015)

Analisando-os separadamente, tem-se: Econômico, cujo propósito é a criação

de empreendimentos viáveis, atraentes para os investidores. Nesse pilar são

analisados os temas ligados à produção, distribuição e consumo de bens e serviços e

deve-se levar em conta os outros dois aspectos. Ou seja, não adianta visar somente

Page 43: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

43

o lucro à custa de desequilíbrios nos ecossistemas e na sociedade. Ambiental, se

refere ao capital natural, e a todas as condutas que possuam, direta ou indiretamente,

algum impacto no meio ambiente, seja a curto, médio ou longo prazos, cujo objetivo é

analisar a interação de processos com o meio ambiente sem lhe causar danos

permanentes, ou buscando minimizar ao máximo os impactos. Social, trata-se do

capital humano, pois se preocupa com o estabelecimento de ações justas para

trabalhadores, parceiros e sociedade. Vai além de benefícios e férias e deve, por

exemplo, proporcionar um ambiente de trabalho agradável, que estimule as relações

de trabalho, o desenvolvimento pessoal e coletivo, e que promova a saúde do

trabalhador (CAMARGO, 2016).

2.4 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS)

A conferência RIO+20 marcou o início da mobilização pelos Objetivos de

Desenvolvimento Sustentável. Esses novos objetivos foram baseados nos oito

Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) (ONU, 2019). Os ODM foram

estabelecidos no ano 2000 e incluem oito objetivos de combate à pobreza, que

deveriam ser finalizados até o final de 2015. Esses oito Objetivos foram o primeiro

arcabouço global de políticas para o desenvolvimento sustentável, e reconheceram a

urgência de combater a pobreza e demais privações generalizadas. A Figura 11

apresenta os primeiros 8 objetivos das ODM e os 17 das ODS.

Figura 11: ODM E ODS

Fonte: ONU (2019)

Porém, segundo as Nações Unidas, foi o ano de 2015 que representou uma

oportunidade histórica e sem precedentes, pois houve a reunião entre países e a

Page 44: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

44

população global, para decidir sobre os novos caminhos, que seriam capazes de

melhorar a vida da população em nível global. Isso porque, em setembro desse ano,

líderes mundiais se reuniram na sede da ONU em Nova York, para elaborar um plano

de ação com o objetivo de erradicar a pobreza, proteger o planeta e garantir que as

pessoas alcancem a paz e a prosperidade. Esse plano foi definido como Agenda 2030

para o Desenvolvimento Sustentável, que contém o conjunto de 17 (ODS), 169 metas

e 241 indicadores. A adoção da Agenda 2030 por todos os 193 Estados Membros das

Nações Unidas, representou o momento político internacional de maior

relevância para o desenvolvimento sustentável após a Conferência Rio+20.

De acordo com o Site da Agenda 2030:

“A Agenda 2030 e os ODS afirmam que para pôr o mundo em um caminho

sustentável é urgentemente necessário tomar medidas ousadas e

transformadoras. Os ODS constituem uma ambiciosa lista de tarefas para todas

as pessoas, em todas as partes, a serem cumpridas até 2030. Se cumprirmos

suas metas, seremos a primeira geração a erradicar a pobreza extrema e iremos

poupar as gerações futuras dos piores efeitos adversos da mudança do clima”

(AGENDA 2030, 2019).

No momento atual, encontramo-nos com enormes desafios para o

desenvolvimento sustentável, muitos cidadãos vivem na pobreza, há crescentes

desigualdades dentro e entre os países, enormes disparidades de oportunidades,

desigualdade de gênero, o desemprego é uma grande preocupação, ameaças globais

de saúde, desastres naturais mais intensos e frequentes, extremismo violento,

terrorismo e crises humanitárias ameaçam reverter grande parte do progresso do

desenvolvimento feito nas últimas décadas. Além dos problemas sociais, também

existem os problemas e desafios ambientais, como: o esgotamento dos recursos

naturais e os impactos negativos da degradação ambiental, a desertificação, secas, a

degradação dos solos, a escassez de água doce e a perda de biodiversidade, as

mudanças climáticas, os aumentos na temperatura global, o aumento do nível do mar

colocando em perigo zonas costeiras, a acidificação dos oceanos, entre outros

impactos. Com tudo isso, a sobrevivência de muitas sociedades, bem como dos

sistemas biológicos do planeta, está em risco (AGENDA 2030, 2019).

Page 45: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

45

A partir do dia 1º de janeiro de 2016, os 17 Objetivos e as 169 metas entraram

em vigor, eles orientam as decisões que tomaremos ao longo dos próximos quinze

anos. Nunca antes os líderes mundiais se comprometeram a uma ação comum e um

esforço via uma agenda política tão ampla e universal, com isso é possível perceber

a ambição dessa nova Agenda Universal. Os objetivos e as metas, buscam

concretizar os direitos humanos e alcançar a igualdade de gênero e o empoderamento

feminino, são integrados e indivisíveis, e equilibram as três dimensões do

desenvolvimento sustentável: a econômica, a social e a ambiental (ITAMARATY,

2016)

Cada país enfrenta desafios específicos em sua busca do desenvolvimento

sustentável, as metas são definidas como aspiracionais e globais, com cada governo

definindo suas próprias metas nacionais, guiados pelo nível global de ambição, mas

levando em conta as circunstâncias nacionais.

Esses 17 objetivos são uma lista de tarefas a serem cumpridas pelos governos,

pela sociedade civil, o setor privado e todos cidadãos, para um 2030 sustentável. Nos

próximos anos de implementação, os ODS e suas metas irão estimular e apoiar ações

em áreas de importância crucial para a humanidade: Pessoas, Planeta, Prosperidade,

Paz e Parcerias. A agenda está pautada nessas 5 áreas de importância e são

conhecidas como os 5Ps. A figura 12 é um esquema desenvolvido para representar

os 5Ps e seus significados, elas são diretrizes que compõem um ciclo que

fundamenta, estrutura e equilibra todos os ODS.

Figura 12: Esquema dos 5Ps, do Desenvolvimento Sustentável

Fonte: Agenda 2030 (2019)

Page 46: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

46

A agenda 2030 traça um caminho rumo ao desenvolvimento sustentável, onde

à busca de forma coletiva pelo desenvolvimento global pode trazer ganhos para todos

os países e todas as partes do mundo.

*Todas as informações referentes às ODS, foram retiradas do Site Da ONU e do

Site da Agenda 2030 (ONU, 2019; AGENDA 2030, 2019).

2.5 Permacultura

“O formato oval, do símbolo da permacultura,

representa o ovo da vida; aquela quantidade de vida

que não pode ser criada ou destruída, mas que é

expressada e emana de todas as coisas vivas. Dentro

do ovo está enrolada a serpente do arco-íris, a

formadora da terra dos povos aborígines. No centro

está a árvore da vida, a qual expressa os padrões

gerais das formas de vida. Suas raízes estão na terra

e sua copa na chuva, na luz do sol e no vento. O

símbolo inteiro e o ciclo que representa, é dedicado à

complexidade da vida no Planeta Terra” (MOLLISON,

1998).

O conceito de Permacultura foi concebido pelo professor universitário de

psicologia ambiental Bill Mollison, junto com seu aluno e futuro parceiro David

Holmgren, durante a década de 1960, na Austrália. A inspiração nasceu devido a um

momento de crise ambiental que seu país enfrentava (NEME, 2014). “Na harmonia

entre o resgate das tradições e a inclusão da modernidade nasce a Permacultura”

(NEME, 2014, pg. 8).

A palavra permacultura tratava-se da contração em inglês de “permanent” com

“agriculture”, ou seja, “agricultura permanente” (PAMPLONA, 2016). Com o passar

dos anos, ela passou a ser compreendida como “Cultura Permanente” (HOLMGREN,

2007), por abranger conhecimentos oriundos de áreas diversas, indo muito além da

agricultura. Atualmente, a permacultura é considerada uma ciência holística, que

trabalha com o planejamento do espaço para produzir alimentos, com a compreensão

da ecologia, com a leitura da paisagem, com o bem manejar os recursos naturais, com

Page 47: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

47

a forma de construir, de armazenar água, de gerar energia, de evitar desastres, enfim,

ela tem o intuito de planejar e criar ambientes humanos sustentáveis e produtivos em

equilíbrio e harmonia e sintonia com a natureza (NANNI et al, 2018)

A permacultura é a "integração harmoniosa entre as pessoas e a paisagem,

provendo alimento, energia, abrigo e outras necessidades, materiais ou não, de forma

sustentável" (MOLISSON, 1998, p. 5). Ou seja, é de certa forma a aplicação prática

de vários conceitos de sustentabilidade, trata-se de uma nova ciência holística e

transdisciplinar, capaz de valorizar e aproveitar os conhecimentos tradicionais, em

consonância com o conhecimento científico e com a tecnologia disponível. É uma

ciência ética, um jeito de ser, uma filosofia de vida, é se relacionar com o planeta e

com as pessoas agindo com dignidade e respeito, é ter moderação no uso dos

recursos naturais e principalmente preservá-los para a próxima geração e visa, é

claro, a nossa permanência como espécie na Terra (NEME, 2014).

De acordo com Bill Mollison, na sua obra “Introdução à Permacultura”:

“Permacultura é o planejamento e a manutenção consciente de

ecossistemas de agricultura produtivos, que tenham a diversidade, a

estabilidade e a resistência dos ecossistemas naturais. É a integração

harmoniosa das pessoas e a paisagem, provendo alimento, energia,

abrigo e outras necessidades, materiais ou não, de forma sustentável.

(MOLLISON, 1998 [1991], p.5).

Segundo Holmgren (2007), no início a permacultura teve foco principalmente

no manejo da terra e da natureza, mas posteriormente evoluiu pela aplicação de seus

princípios à integração necessária para a sustentação da humanidade, captação e

armazenamento de energia limpa e renovável, no transporte, na logística reversa, na

reciclagem, construção, água clima e solo, na compostagem de resíduos, na formação

de comunidades sustentáveis (NEME, 2014). No ano de 2007, David Holmgren

compilou seu conhecimento em Permacultura sugerindo o modelo da Flor da

Permacultura (IPOEMA, 2016). Ela possui três éticas e 12 princípios de design que

são baseados na observação da ecologia e da forma sustentável de interação,

produção e de vida das populações tradicionais com a natureza, sempre trabalhando

a favor dela e nunca contra (VENTURI e SANTOS, 2017). Estes princípios vão contra

Page 48: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

48

os costumes de competitividade, individualismo e de dominação da natureza. São

eles:

Cuidado com o planeta

Significa estar e atuar no planeta de forma responsável, conservando a vida de

todas as espécies, do solo, do ar, da água de modo a garantir o equilíbrio dos

processos naturais, trabalhando a favor da natureza e potencializando o aumento dos

recursos que geram vida (IPOEMA, 2016).

Cuidado com as pessoas

Significa o respeito pleno ao outro, ao ser humano que habita o planeta assim

como com todas as espécies. Levar em consideração o bem-estar do indivíduo e

cultivar relações saudáveis em comunidade (IPOEMA, 2016).

Distribuição dos excedentes

Partilhar de forma justa os recursos, a produção, o tempo e a energia do ambiente

e entre as pessoas. Significa não acumular e não gerar desperdício (IPOEMA, 2016).

Além dos pincipios eticos, o planejamento permacultural também envolve 12

principios de design. Estes principios são universais, porem os métodos para alcançá-

los podem ser diversos, dependendo da situação. Os 12 princípios são (IPOEMA,

2016):

Observe e interaja;

Capte e armazene energia;

Obtenha um rendimento;

Pratique a autorregulação e aceite feedback;

Use e valorize os serviços e recursos disponíveis;

Evite o desperdício;

Projete dos padrões aos detalhes;

Integre ao invés de segregar;

Use soluções pequenas e lentas;

Use e valorize a diversidade;

Page 49: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

49

Use os limites e valorize os elementos marginais;

Use a criatividade e responda às mudanças com criatividade.

A flor desenvolvida por Holmgren é uma ilustração muito utilizada, para representar

todos os princípios e as fases que envolvem a transformação de uma cultura para

uma cultura sustentável e permanente (Figura 13). No centro estão localizados os

princípios éticos e de design, através dos quais a jornada da Permacultura tem início.

Na periferia da flor estão as etapas necessárias para que a cultura sustentável seja

alcançada. Estas etapas estão ligadas por um caminho em espiral (IPOEMA, 2016).

No Anexo I e no Anexo II, é possível visualizar os cartazes desenvolvidos pelo

Permaculture Principles, e podem ser encontrados no site

permacultureprinciples.com.

Figura 13: Ética da Permacultura e Princípios do Design

Fonte: IPOEMA (2016)

2.6 Arquitetura Sustentável

Segundo o Conselho Internacional da Construção (CIB), o setor da construção

civil é o que mais consome recursos naturais e utiliza energia, gerando assim

consideráveis impactos ambientais. Para que seja possível modificar esse cenário, foi

desenvolvido e está sendo aplicado o conceito de arquitetura sustentável.

A arquitetura sustentável, promove alterações no entorno de forma consciente,

buscando atender as necessidades de edificação, habitação e uso do homem,

Page 50: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

50

garantindo qualidade de vida para as gerações atuais e futuras, através da

preservação do meio ambiente e dos recursos naturais, baseia-se no desenvolvimento

de um modelo, capaz de propor soluções aos problemas ambientais da época,

utilizando de tecnologia moderna (ARAÚJO, 2006). Para entender melhor o que é

arquitetura sustentável o quadro (1) traz alguns conceitos definidos por diferentes

autores.

Autor Conceito Referência

Corbella e

Yannas (2003)

“A Arquitetura sustentável é a continuidade

mais natural da Bioclimática, considerando

também a integração do edifício à totalidade

do meio ambiente, de forma a torná-lo parte

de um conjunto maior. É a arquitetura que

quer criar prédios objetivando o aumento da

qualidade de vida do ser humano no

ambiente construído e no seu entorno,

integrando as características da vida e do

clima locais, consumindo a menor

quantidade de energia compatível com o

conforto ambiental, para legar um mundo

menos poluído para as próximas gerações. ”

(CORBELLA e

YANNAS, 2003, p.

17)

Mülfarth

(2003)

“Uma forma de promover a busca pela

igualdade social, valorização dos aspectos

culturais, maior eficiência econômica e

menor impacto ambiental nas soluções

adotadas... garantindo a competitividade do

homem e das cidades”.

(MULFATTH, 2003,

p.31).

Steele (1997) “Consiste na produção de uma edificação

que se adapte ao clima, à iluminação,

ventilação e topografia, tirando proveito das

condições naturais do lugar reduzindo o

desperdício energético”

(STEELE,1997,

p.11)

Page 51: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

51

Ecoplano

(2006),

“A arquitetura sustentável é aquela que

considera o uso, a economia e a

racionalização/eficiência de recursos, o ciclo

de vida do empreendimento e o bem-estar

do usuário, reduzindo significativamente, ou

até eliminando, possíveis impactos

negativos causados ao meio ambiente e a

seus usuários.”

(Apud VIEIRA e

BARROS, 2009, p.

7).

Quadro 1: Conceitos de Ecovila

Fonte: Autoria Própria

Segundo Corbella e Yannas (2003), o objetivo da arquitetura sustentável é

prover um ambiente com conforto físico, sadio e agradável, que seja adaptado ao

clima local e assim minimize o consumo de energia e que gere a mínima produção de

poluição. Para tornar isso possível a Associação Brasileira dos Escritórios de

Arquitetura – AsBEA, o Conselho Brasileiro de Construção Sustentável – CBCS e

outras instituições apresentam diversos princípios básicos de construção

(ARAUJO, 2006; GONÇALVES E DUARTE, 2006).

1. Análise do entorno:

Cada região possui sua peculiaridade, sendo assim, cada uma necessita de

uma técnica especifica de construção, para garantir conforto e economia. A ideia da

análise do entorno, consiste em integrar o projeto ao meio que será inserido,

respeitando o espaço urbano e valorizando as origens e cultura do local. A

harmonização acontece quando as características internas, combinam e se alinham

com os elementos externos. Portanto visa encontrar as melhores características e

soluções no próprio meio, a fim de não precisar utilizar recursos e tecnologias

desnecessárias. A circulação dos ventos, massas de ar, intensidades e direções e a

posição do sol ao longo do dia, são fatores que quando conhecidos, podem influenciar

diretamente no conforto da edificação (ARCHTRENDS, 2017), sabendo disso, esses

itens serão melhores explicados no próximo tópico.

2. Aproveitar as condições naturais locais, orientação solar e ventos:

Como citado anteriormente, utilizar bem a orientação solar e a circulação dos

ventos, traz inúmeras vantagens no conforto da edificação, e a consequente

Page 52: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

52

economia. Definir a orientação deve ser umas das principais preocupações em um

projeto, afinal ela interfere em fatores como iluminação, sombreamento e ventilação.

(MONTESANTI, 2018)

Uma questão importante de se analisar, é que há mudanças constantes do sol,

conforme a hora do dia, a estação do ano, a latitude e longitude da construção. Em

geral, no hemisfério Sul, recomenda-se que a fachada maior esteja voltada para Norte,

isso porque ela receberá mais energia solar no inverno e durante o verão a incidência

solar será mais restrita. A disposição interna dos ambientes também precisa levar em

consideração a posição solar, ambientes íntimos, como quartos e salas, devem estar

também voltados para norte, para que recebam mais calor em épocas frias. A fachada

leste, recebe maior incidência solar durante as primeiras horas do dia, já a oeste maior

incidência durante a tarde (ARCHTRENDS, 2017). Sendo assim, é notável o quando

a orientação pode interferir na construção, podendo aquecer o ambiente em locais

mais frios, ou amenizar as altas temperaturas quando posicionado onde tenha menor

incidência.

A ventilação também é uma boa aliada para diminuir as temperaturas, deve-se

saber aproveitar a direção e a ação dos ventos, e a posição de janelas e corredores,

para promover uma melhor circulação de ar. O ar quente possui um movimento natural

de ascendência, onde entra por vãos em paredes, e pode sair por aberturas no

telhado, sendo essa uma ventilação vertical. Já a ventilação horizontal e cruzada, são

as alternativas mais utilizadas, por levar o vento de uma abertura a outra e com isso

também refrescando o ambiente (ARCHTRENDS, 2017).

3. Uso sustentável do terreno:

Significa utilizar o terreno da forma mais natural possível, evitando fazer grandes

modificações, utilizando da topografia e de elementos construtivos com o mínimo

impacto (BRUNETTA e ANJOS, 2003). Sempre que possível utilizar o mínimo possível

do terreno, deixando área de solo permeável (RANGEL, 2017)

4. Planejamento detalhado e integrado:

O planejamento permite que exista um controle e uma visão real da obra, um bom

planejamento é essencial para melhorar a produtividade, reduzir atrasos, mostrar a

melhor sequência de produção (BALALRD, 1994). Possuir um projeto bem detalhado,

também permite que sejam evitados desperdícios, e a integração entre os projetos

Page 53: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

53

complementares, garantindo uma execução mais precisa e consequentemente

melhores resultados (RANGEL, 2017)

5. Atender as necessidades do usuário:

O projeto deve ser pensado, para que seja flexível e facilmente adaptável as

mudanças e as necessidades atuais e futuras do usuário (RANGEL, 2017). Deve

proporcionar um ambiente interior agradável, onde a saúde e o bem-estar sejam os

objetivos buscados na concepção projetual (SILVA e JUNIOR, 2007).

6. Uso dos materiais:

A escolha das matérias deve obedecer a alguns critérios específicos, tais como,

a origem da matéria prima, extração, processamento, gastos para transformação,

emissão de poluentes, durabilidade, qualidade, entre outros (ARAUJO, 2014).

Também é importante dar preferência para materiais que tenham alguma espécie de

certificação e Selos Verdes, pois significa que foi levando em conta aspectos

pertinentes ao seu ciclo de vida (CASAGRANDE, 2002).

Além da escolha dos materiais, também se deve evitar o desperdício, e sempre

que possível optar por especificar materiais regionais (RANGEL, 2017). A seguir será

exemplificado alguns materiais considerados sustentáveis:

Fibras vegetais

As fibras vegetais, podem substituir as fibras de vidro e sintéticas, em alguns

casos, elas possuem características físicas e mecânicas melhores do que as não

naturais. São feitas a base de plantas e vegetais como o sisal, o coco, a cana de

açúcar, a juta, o algodão entre outras. Além de poder ser utilizada para telhas,

tapumes, revestimentos acústicos e térmicos, tapetes, também pode ser adicionada

ao concreto, para agregar mais resistência (PRADO et al, 2012).

Óleos vegetais

São utilizados em produtos diversos, sendo também incorporados em produtos

para a construção civil. Hoje podemos ver tintas, vernizes, impermeabilizantes e

solventes a base desses óleos, com isso é possível descartar vários produtos

químicos que são prejudiciais à saúde. São feitos com derivados de vegetais e

sementes (PRADO et al, 2012).

Page 54: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

54

Solo Cimento

É um tipo de cimento onde a maior parte da matéria prima vem do chão.

Proveniente da mistura de solo, cimento e água, é ideal para construções de pequeno

porte, usado para pavimentação, muros, confecção de tijolos e telhas (PRADO et al,

2012).

Concreto reciclado

O concreto reciclado, tem despertado uma consciência ainda maior para o

reaproveitamento de materiais que seriam descartados, como telhas e tijolos, que

seriam descartados nos canteiros de obras e nas demolições. Ele é um material

formado por cimento, areia, água, compostos britados (brita, cascalho e ou

pedregulho) e algumas vezes possui materiais ligantes, como colas e outros aditivos

(PRADO et al, 2012).

Madeiras alternativas

A madeira sempre foi muito utilizada pelo ser humano, principalmente na

construção civil. Ela é um excelente material, porem oferece inúmeros riscos quando

extraída em larga escala, sem as devidas preocupações ambientais. Por isso, a

importância de se utilizar madeiras alternativas, que sejam de reflorestamento e

certificadas, pois essas são possíveis de comprovar de onde foram retiradas (PRADO

et al, 2012).

Adobe

O adobe é utilizado para fabricação de tijolos, pois depois de secos adquirem

alta resistência e ótimas propriedades acústicas, com isso são muito eficazes na

construção de alvenarias externas. O tijolo é feito com argila, areia, água, e em alguns

casos adicionado palha ou outras fibras, ele é bastante encontrado em regiões que

possuem solos argilosos e clima seco (PRADO et al., 2012).

7. Uso racional da energia:

É fundamental que sejam pensadas estratégias para que seja utilizado o mínimo

possível no consumo de energia, desde a construção até o uso, de maneira a não

prejudicar o conforto (RANGEL, 2017). Para isso, é possível utilizar de soluções já

citadas anteriormente como é o caso do sol, a iluminação natural, o vento e a

vegetação por exemplo. Soluções arquitetônicas também ajudam muito a reduzir o

Page 55: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

55

consumo, como a utilização de brises-soleil, venezianas, pois servem para evitar a

incidência solar direta, assim como escolher adequadamente o uso das aberturas,

pois todos esses fatores podem proporcionar um melhor conforto térmico. Outro

sistema bastante utilizado nas coberturas, são os chamados telhados verdes, pois o

uso de vegetação e plantas na cobertura, reduz o nível de absorção de calor da

edificação. Ao longo dos anos, além das estratégias naturais, muitas tecnologias têm

surgido para ajuda nesse fator, como painéis fotovoltaicos, sistema de aquecimento

solar, e sistemas de iluminação eficientes (CASAGRANDE JR, 2008).

8. Eficiência Hídrica:

A eficiência hídrica, pode surgir através do uso de sistemas de reuso, como o

aproveitamento de águas pluviais, que pode ser utilizada na limpeza, irrigação de

jardins, refrigeração, sistema de combate a incêndio e demais usos, com a

implantação de um sistema de para tratamento de efluentes – tanto para águas cinzas,

como para águas negras (RANGEL, 2017; CASAGRANDE JR, 2008).

9. Priorizar a saúde e o bem-estar dos ocupantes;

O bem-estar e a saúde está muito ligado ao conforto termo acústico, e com a

qualidade do interna do ar, pois mesmo podendo se adaptar, o corpo humano sofre

efeitos quando está desconfortável, como dores de cabeça, irritação, estresse,

dificuldade de concentração, fraqueza muscular entre outros. O conforto térmico é

relacionado a temperatura adequada do ambiente. Já o conforto acústico, representa

o nível de barulho e ruídos, que devem estar dentro do limite de (50dB). Para alcançar

o conforto termo acústico medidas como janelas e portas bem posicionadas, uso da

madeira e de tapetes, são muito utilizados (RANGEL, 2017; PLACO, 2019).

10. Uso de tecnologias inovadoras:

Há cada dia surgem novas tecnologias, e servem para auxiliar a construção

eficiente, que dever ser vista como um aliado da arquitetura sustentável, pois após

utilizar todas as estratégias passivas, é com elas que devemos contar sempre que for

viável economicamente (RANGEL, 2017).

11. Paisagismo Sustentável:

Paisagismo sustentável, é saber utilizar a natureza a favor da eficiência. Isso pode

se dar através de projetos de telhados verdes, jardins verticais, utilização de arvores

Page 56: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

56

nativas. Todos esses sistemas objetivam diminuir o consumo de energias não

renováveis e poluentes (RANGEL, 2017). A existência de áreas vegetadas,

contribuem na diminuição de alagamentos, melhoram a qualidade do ar, e contribuem

com a diminuição da temperatura, que apresentam temperaturas inferiores do que

áreas sem vegetação (SCHERRER, ALVES e REDIN, 2018).

12. Resíduos:

A sustentabilidade deve estar presente durante todas as etapas da obra, desde sua

concepção até seu descarte, por isso é importante que haja uma preocupação com

os recursos utilizados durante a construção, mas que também seja projetada de forma

duradoura, e que quando acabar seu ciclo de vida, possa ser desmontada gerando o

menor impacto possível e reaproveitando seus resíduos (RANGEL, 2017;

MONTESANTI, 2018).

13. Promover a conscientização dos envolvidos no processo

Além de pensar e projetar de forma sustentável, e importante, que todos os

envolvidos no processo estejam conscientes da situação, inclusive os usuários, pois

são eles que posteriormente vão utilizar do projeto desenvolvido, por isso é necessário

promover a educação ambiental, para que seja feito o uso consciente da edificação

(RANGEL, 2017).

14. Viabilidade Econômica:

Não basta apenas utilizar das melhores e mais novas tecnologias, é necessário

que a construção seja atraente, seja acrescido valor agregado e que comtemple a

redução dos custos, de operação e manutenção (RANGEL, 2017).

2.7 Norma de Desempenho 15.575

A NBR 15.575 é a Norma de Desempenho de Edificações Habitacionais, está

em vigor desde o ano de 2013, e é de abrangência nacional. Ela apresenta requisitos,

critérios e métodos de avaliação que uma edificação habitacional deve ter,

características indispensáveis de uma obra, com o propósito de garantir que casas e

apartamentos atendam a critérios mínimos de segurança e qualidade. A norma é

dividida em 6 partes, abordam os requisitos gerais e os principais sistemas

Page 57: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

57

construtivos de habitações, sendo estes: sistemas estruturais, sistemas de pisos

internos e externos, sistemas de vedação vertical, sistemas de coberturas e sistemas

hidrossanitários (CBIC, 2013).

A norma não especifica marcas, modelos ou referencias de produtos que

devam ser utilizadas, com isso permite que o profissional busque a alternativa que

melhor atenda suas necessidades. No entanto, ela exige que sejam demostrados o

desempenho dos materiais por meio adequado. Os níveis de desempenhos

informados na norma são: mínimo (atendimento obrigatório), intermediário e superior

(FERNANDES, SILVA, 2018). Como a norma serve para determinar condições

mínimas de habitabilidade, ela especifica alguns critérios técnicos, que são eles:

segurança, habitabilidade e sustentabilidade, condições de exposição e níveis de

desempenho (Quadro 2) (FERNANDES, SILVA, 2018; CA2, 2021).

Quadro 2: Critérios Técnicos da NBR 15.575

Fonte: Autoria própria, adaptado da norma

Os parâmetros, segurança, habitabilidade e sustentabilidade servem para

atender as exigências do usuário. As condições de exposição são agentes internos e

externos que precisam ser levados em consideração durante a concepção do projeto.

Para alcançar o desempenho é necessário a união de todos esses fatores

(FERNANDES, SILVA, 2018).

A norma representa um marco e um grande avanço no setor da construção civil

no Brasil. Ela introduziu de forma clara e objetiva questões de conforto ambiental e

Segurança Habitabilidade Sustentabilidade Condições de exposição

Segurança Estrutural

Estanqueidade Durabilidade Agentes mecânicos;

Segurança ao fogo Desempenho térmico, acústico, lumínico

Manutenibilidade Agentes eletromagnéticos;

Segurança no uso e operação

Saúde, higiene e qualidade do ar

Adequação ambiental

Agentes eletromagnéticos;

Funcionalidade e acessibilidade

Agentes químicos;

Conforto tátil, visual e antropodinâmico.

Agentes biológicos.

Page 58: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

58

acústico, e com isso garantir maior vida útil as edificações (LIMA, 2019). Com isso,

aumentou a adoção de sistemas construtivos inovadores e tecnológicos, além da

utilização de materiais sustentáveis. Como a norma considera a melhor aplicação dos

materiais, os projetos devem optar pelo uso de materiais sustentáveis, para elevar os

padrões da construção, causando menor impacto ao meio ambiente e garantindo a

durabilidade do empreendimento (LIMA, 2019). Com isso, desde a criação da norma,

é possível a construção de edificações mais eficientes, com projetos melhores, que

associam a preocupação ambiental e a redução do impacto gerado no meio, e

consequentemente a construção de edificações mais sustentáveis.

A norma 15575 é um ponto importante para a construção de projetos

sustentáveis, sendo um influenciador e também um limitante, fazendo necessário

maiores analises dos materiais na hora da construção, para que se consiga obter o

desempenho mínimo.

2.8 Projetos e escritórios

Este capitulo tem como objetivo apresentar alguns projetos e escritórios de

arquitetura, que utilizam materiais naturais, como bambu, adobe, superadobe, taipa,

além de utilizarem técnicas como telhado verde, reaproveitamento de água, placas

solares, entre outros, em seus projetos. Dessa forma é possível analisar obras

edificadas com materiais disponíveis na localidade, que apresentam aspectos

eficientes, capazes de suprir as necessidades referentes a conforto, estética e

sustentabilidade, e que estão inseridas em contextos diversos. Foram selecionados

projetos e escritórios referência nesse segmento, relacionado a projetos

desenvolvidos com materiais locais e técnicas sustentáveis, no Brasil e no mundo,

para que possam servir como exemplo, e como base de como é possível projetar e

construir de forma mais natural e sustentável.

1. Meti School

Situada em Rudrapur – Bangladesh o projeto foi coordenado pelos arquitetos Anna

Heringer e Eike Roswag, especialistas em construção com terra. O projeto possui

325m² e utiliza métodos e materiais locais, como bambu, barro palha de arroz e corda

de juta. As paredes do edifício foram construídas com terra molhada e palha de arroz,

ou cob-walling como é conhecida a técnica. A laje da camada superior foi feita com

Page 59: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

59

camadas de bambu e preenchidas com barro e palha de bambu. Na parte interna as

paredes foram feitas com barro e as janelas moldadas com cal (NUNES, 2016)

Figura 14: Meti School

Fonte: Nunes (2016)

2. Surtierra

O escritório Surtierra, localizado em Santiago – Chile, desde o ano de 2007,

tem como propostas a construção de seus projetos com estilo contemporâneo, onde

utilizam a terra como material para as edificações (MEURER E CARDOSO, 2017).

Um dos projetos desenvolvido em parceria com o escritório Arias Arquitectos é a casa

Munita Gonzales. Possui 275m², foi utilizada a terra como material para a edificação,

além de ter sido pensado no aspecto do conforto, aproveitando ao máximo as energias

passivas (DUARTE, 2013).

Figura 15: Munita Gonzales.

Fonte: (DUARTE, 2013).

3. Casa Morumbi

Situada em Atibaia – São Paulo, o projeto foi acompanhado por Carla Mateus,

desenvolvido no ano de 2018. As aberturas foram pensadas de acordo com as

recomendações bioclimáticas da região. Foram feitas duas lajes vegetadas, os tijolos

são modulares de solo cimento e foram utilizadas madeiras certificadas ou

reaproveitas, além de dispositivos para economizadores de água, as águas cinzas

Page 60: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

60

são tratadas em tanques anaeróbicos e reutilizada, a água negra enviada para bacias

de evapotranspiração (DUARTE, 2013).

Figura 16: Casa Morumbi

Fonte: (DUARTE, 2013).

4. Taipal Escritórios

O escritório Taipal, localizado em São Paulo – Brasil, é uma empresa

especializada em construção com terra, e atua na área há mais de 15 anos. A casa

Colinas é um dos projetos executado pelo Escritório, além da terra, também foram

utilizados materiais como concreto e vidro (DUARTE, 2013).

Figura 17: Casa Colinas

Fonte: (DUARTE, 2013).

Após visualizar alguns projetos é notável que existem inúmeras possibilidades

de construções utilizando dessas técnicas, e por conta disso existem escritórios

especialistas nesse segmento, que utilizam basicamente de materiais naturais e locais

em suas obras, e que já projetam dessa maneira há vários anos.

Page 61: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

61

3. ECOVILA

As ecovilas são consideradas comunidades intencionais, sendo assentamentos

urbanos ou rurais, projetados em conceitos como permacultura e agroecologia, onde

o objetivo é garantir sustentabilidade a longo prazo (SCHETTERT, 2016). Um dos

seus princípios fundamentais é baseado na lógica de não retirar da Terra mais do que

podemos devolver a ela. Cada ecovila possui uma forma diferente de viver, tendo seu

próprio contexto cultural e ambiental, porém, possuem em comum um estilo de vida

onde pensam em gerar o menor impacto ambiental possível. Seus moradores

entendem que todas as coisas no universo estão conectadas e que quaisquer atitudes

do ser humano, de alguma forma, geram impacto. As vivências presentes nas ecovilas

são uma alternativa de vida, onde o objetivo é configurar uma nova maneira de ver o

mundo e como habitá-lo, utilizando os recursos que a natureza oferece, sem degradá-

la. É um estilo de vida, baseado na vida comunitária, na qual se adotam práticas como

a preservação, utilização consciente do ecossistema local, sustentabilidade, entre

outros, onde prevaleça o cuidado, respeito e solidariedade não somente com a

natureza, mas também com o próximo (BÔLLA, 2012).

No website da GEN - Rede Global de Ecovilas ou "Global Ecovila Network"

(2019) existe a seguinte definição: “Uma comunidade rural ou urbana que é projetada

conscientemente através de processos participativos de propriedade local em todas

as quatro dimensões da sustentabilidade (social, cultural, ecologia e economia) para

regenerar seus ambientes sociais e naturais.” No Quadro 3 são apresentados alguns

conceitos de ecovilas.

Autor Conceito Referência

Gilman (2007) “Assentamento de escala humana

completamente caracterizada onde as

atividades humanas estão integradas ao

mundo natural de maneira não danosa e de

tal forma que deem apoio ao

desenvolvimento humano saudável e que se

possa continuar indefinidamente ao futuro.

Continuando, o autor acrescenta que, a vida

em Ecovilas não quer dizer voltar ao

passado, regredir em nível de tecnologias

para viver em comunidade, mas, quer dizer

melhorar as tecnologias utilizadas pelo

homem de forma a fazê-lo continuar

(apud FABRI 2015

p.64).

Page 62: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

62

progredindo, porém de forma salutar tanto

para si como para a natureza”.

Soares (2002) “... uma ecovila é um assentamento

completo, de proporções humanamente

manejáveis, que integre as atividades

humanas no ambiente natural sem

degradação, e que sustente o

desenvolvimento humano saudável de forma

contínua e permanente”.

(apud BISSOLOTTI,

2004, p. 20).

Braun (2001) “As ecovilas são comunidades intencionais

baseadas num modelo ecológico que

focaliza a integração das questões culturais

e socioeconômicas como parte de um

processo de crescimento espiritual

compartilhado”.

(BRAUN, 2001, p.39)

Jackson (1998) “Ecovilas são comunidades nas quais as

pessoas se sentem responsáveis por

aqueles que os rodeiam. Proporcionam um

sentido profundo de pertença a um grupo.

Elas são pequenas o suficiente para que

todos se sintam capacitados, vistos e

ouvidos. As pessoas são, então, capazes de

participar na tomada de decisões que afetam

suas próprias vidas e a da comunidade

numa base transparente”.

(JACKSON, 1998, p.

9).

Quadro 3: Conceitos de Ecovila

Fonte: Autoria Própria

Frente à realidade vigente, as ecovilas propõem um modo de vida cujos

princípios se voltam para a sustentabilidade em diversas dimensões e níveis. Apesar

de vários autores conceituarem ecovilas, todos aqui citados trazem pontos em

comum, como a presença da vida em comunidade, a preservação e respeito pela

natureza, o respeito pelo próximo. Ou seja, mesmo que cada grupo tenha suas

peculiaridades e tenha se reunido por motivos diferentes, é possível notar

características comuns. Para ser considerada uma ecovila, os hábitos dos residentes

não podem ser restritos apenas ao caráter ecológico ou ambiental, mas precisam

incorporar uma percepção mais sensível e plena do sentido do ser humano a respeito

de si mesmo e do outro, afirmando-se parte de um todo, que é a natureza. É um modo

de vida, que entende que todas as coisas estão interconectadas, e que as atitudes da

Page 63: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

63

sociedade, de alguma forma causam impacto sobre o meio ambiente. A partir deste

modo de pensar é que as ecovilas tornam-se uma esperança para pessoas que

possuam esse tipo de visão de mundo, e buscam gerar o menor impacto possível.

Segundo Declan Kennedy, presidente da Rede Global de Ecovilas (GEN), “[...] o

modelo dos condomínios ecológicos é bastante flexível podendo ser adaptado a um

amplo leque de possibilidades, independente de país, região, clima ou ecossistema”

(FABRI 2015, p.5).

Segundo Capello (2013, p.65-66)

“[...] para se caracterizar como uma ecovila é preciso ir além de um kit de

equipamentos sustentáveis. Não se trata apenas de tomar partido de técnicas

capazes de reduzir o consumo de água e de energia em uma vizinhança, ou

de ―apenas construir de uma maneira mais amigável para o planeta. Isso tudo

é parte de algo maior que envolve de forma especial as relações humanas. Faz

toda diferença, nesse sentido, refletir sobre a maneira como essas pessoas se

constituíram como―vizinhos (CAPELLO, 2013, p. 65-66)”.

Segundo Dawson (2015), não é possível descrever um modelo que cubra todos

os casos das ecovilas, mostrando assim, o quanto são heterogêneas. No entanto,

apesar das suas pluralidades, diferenças, e a dificuldade de conceituação do

movimento, Dawson (2015, p. 34) consegue reunir cinco características que são

compartilhadas por todas as ecovilas.

1. “Primazia pela comunidade: a ecovila é, possivelmente mais do que tudo,

uma resposta a alienação e solidão provocadas pela conjuntura social

moderna. Ela vem preencher uma forte necessidade de reconexão entre os

indivíduos em uma comunidade com significado, tornando seus membros úteis

e valorizados em uma sociedade de escala humana;

2. Iniciativas cidadãs, autossuficientes; ao menos inicialmente em recursos,

inventividade e visão dos próprios membros da comunidade;

3. Busca pela retomada do controle dos seus próprios recursos e de seus

destinos;

4. Forte núcleo de valores compartilhados entre os membros – algumas

ecovilas referem-se a isto como "espiritualidade";

5. Atuação como centros de pesquisa e treinamento.

Page 64: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

64

Para atingirem o objetivo de impactar o mínimo possível o meio ambiente,

essas comunidades se utilizam de técnicas sustentáveis, como tratamento de água, e

de rejeitos, bioconstrução, consumo consciente, utilização de materiais naturais ou

recicláveis, preferência por produtos locais, utilização de energias renováveis, decisão

por consenso, entre outros. Através da escolha por esse estilo de vida, a da adesão

dessas técnicas é que eles conseguem integrar moradia, lazer, vida social, trabalho e

educação, alcançando assim um desenvolvimento harmônico e equilibrado entre os

diversos aspectos da vida cotidiana. Mas ao escolher essa forma de viver, dando

preferência pela simplicidade e artefatos locais, não é necessário um isolamento

dessas pessoas do resto do mundo, já que a busca pela autonomia não significa que

as ecovilas têm de ser totalmente autossuficientes e isoladas do meio circundante

(GILMAN, 1991). Porém, há o esforço coletivo pela autogestão como forma de

resistência a um modo de vida alienante, intrínseco de uma cultura consumista

(SALLES, 2017).

Para poder compreender o real sentido das ecovilas, é preciso entender de

onde vieram, como surgiram e foram se desenvolvendo ao longo dos séculos, por isso

os próximos subcapítulos serão para mostrar essa evolução.

3.1 Evolução das Ecovilas

Ao longo de milhares de anos a humanidade viveu em comunidade,

aproximadamente 99% da história da espécie humana foi vivenciada em pequenos

grupos, em contato íntimo com a natureza, e desenvolvendo a diversidade cultural,

onde normalmente imperava uma estrutura social de apoio e cooperação

(BISSOLOTTI, 2004). Foi somente na era moderna que as cidades começaram a

ganhar proporções maiores (HEINBERG, 2007). O quadro 4 apresenta um esquema

que mostra as principais conquistas e fases das ecovilas. Os primeiros registros de

comunidades intencionais, se deu há 2500 anos atrás, e foram esses movimentos que

deram origem ao que hoje conhecemos como ecovila. As primeiras formas de

assentamento eram uma maneira mais efetiva de sobrevivência e satisfação de

necessidades básicas do que o nomadismo (IRRGANG 2005). A escala dos

assentamentos humanos foi se expandindo gradualmente de acordo com as

condições oferecidas pelo ambiente natural e pelos avanços tecnológicos. Durante o

Page 65: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

65

passar dos anos, muitas comunidades se desenvolveram, e foram criadas, porém foi

entre os anos de 1960 e 1970, que as comunidades se aproximaram ainda mais do

conceito que temos hoje, pois essas comunidades começaram a pensar de forma

mais sustentável, onde as características principais dessas comunidades eram: vida

em proximidade com a natureza, em relativa harmonia com o ambiente em que

estavam inseridas, além de possuírem governança descentralizada (BISSOLOTI,

2004).

Quadro 4: Esquema da evolução das Ecovilas

Fonte: Autoria Própria

A partir do ano de 1987, muitos passos importantes foram dados, neles se

encontra a fundação da Gaia Trust nesse mesmo ano, em 1991, o termo Ecovila

passou a ser difundido e popularizado, em 1995 as ecovilas já eram conhecidas, e

ganharam uma rede responsável pelas mesmas, essa conhecida como GEN, e o

último dado mostrado no esquema foi no ano de 1998, onde foram reconhecidas e

nomeadas oficialmente pela ONU, como uma das 100 melhores práticas para o

desenvolvimento sustentável. Nos subcapítulos a seguir, será apresentada o que é a

Gaia Trust e a GEN, e qual a importância elas têm para o crescimento das ecovilas.

Page 66: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

66

3.2 Redes de Apoio

3.2.1 Gaia Trust

A Gaia Trust é uma entidade beneficente que apoia projetos de

sustentabilidade em todo o mundo (GAIA TRUST, 2019). Esta entidade foi fundada

em 1987 na Dinamarca, e trata-se de uma organização filantrópica, criada por Hildur

e Ross Jackson, cujo objetivo era a promoção de um modo de vida mais espiritual e

sustentável, através de cursos e encontros para troca de informações e também

financiamento de iniciativas e negócios ecológicos entre comunidades diversas

(ROSA, 2014). A estratégia do Gaia Trust sempre foi dupla, pois trabalha com os

componentes yin e yang. O yin é apoiar e dar suporte ao movimento de ecovila, por

meio de doações, enquanto o yang é referente ao investimento de capital em

empresas “verdes”, que complementariam a política de doações, criando empregos e

promovendo negócios mais sustentáveis.

Entre os anos de 2003 e 2005, foi criada a GAIA Education, que é uma entidade

educacional voltada para o desenvolvimento, sistematização, aplicação e divulgação

de um currículo para o design de comunidades sustentáveis, buscando então “alguma

padronização das iniciativas que fazem uso do conceito de ecovilas” (ROSA, 2014).

Porém o maior projeto da GAIA foi a criação da GEN.

3.2.2 GEN – Rede Global de Ecovilas

“A Rede Global de Ecovilas prevê um mundo de cidadãos e comunidades

capacitados, projetando e implementando seus próprios caminhos para um futuro

sustentável e construindo pontes de esperança e solidariedade internacional” (GAIA

TRUST, 2015, s.n.). A GEN foi criada em 1995 “tendo como objetivo estreitar as

relações entre as diversas comunidades espalhadas pelo mundo, coordenar projetos,

assim como aperfeiçoar e expandir o número de assentamentos” (RAINHO, 2006). É

uma rede internacional de ecovilas divididas regiões autônomas e estão apresentadas

na figura 18 a seguir (GEN, 2019):

Page 67: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

67

Figura 18: Regiões autônomas da GEN

Fonte: GEN (2019)

De acordo com Santos Jr (2006) a criação da rede global, foi, assim, o passo

mais importante para o movimento como um todo, no intuito de se unificar e fazer

frente, de forma mais articulada, aos novos desafios impostos pela globalização. O

objetivo principal é a troca de informações entre os projetos desenvolvimentos em

todo o mundo relacionados ao viver em harmonia com a natureza, bem como a

disseminação de informações sobre esse tema (GEN, 2019).

3.3 Ecovilas no Mundo

Não existe um levantamento preciso das ecovilas ao redor do mundo, e nem

em território brasileiro. Porém, existem algumas estimativas feitas a partir de registros

feitos pela GEN e pela FIC. Isso acontece pelo fato de não haver um programa de

certificação, e com isso cada ecovila decide como irá de identificar e se registrar

(BRITTO, 2018). No ano de 2015, foram consideradas 2.717, das quais 463 se

intitulam ecovilas, e 22 registradas no Brasil, sendo essa listagem das comunidades

inscritas no diretório online da Fellowship for Intentional Community. Já a Global

Page 68: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

68

Ecovillage Network tem 558 ecovilas filiadas a ela, sendo 17 no Brasil. Porém,

conforme destacado por Rosa (2014), muitas ecovilas apesar de compartilharem dos

ideais e práticas disseminadas, não estão oficialmente inscritas em nenhum tipo de

organização.

De acordo com levantamento realizado pela GEN, a relação de países com

maior número de ecovilas segue a seguir (SIQUEIRA, 2015):

- Estados Unidos, 118 ecovilas;

- Austrália, 31 ecovilas;

- Canadá, 26 ecovilas;

- Brasil, Espanha e Itália, 17 ecovilas cada.

A figura 19 mostra a distribuição das Ecovilas pelo mundo, inscritas no diretório

online da Fellowship for Intentional Community.

Figura 19: Mapa das Ecovilas no Mundo

Fonte: Siqueira (2015)

De acordo com Jackson (2004), é difícil saber quais foram as primeiras ecovilas

fundadas, pois muitos dos atuais membros da Rede Mundial de Ecovilas (GEN) já

existiam antes mesmo da existência do próprio conceito de ecovila.

Page 69: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

69

3.3.1 Exemplos de Ecovilas

Este capitulo tem como objetivo apresentar alguns modelos de Ecovilas que

são referência no mundo. Apresentando algumas das técnicas sustentáveis que

utilizam. Para que assim seja possível identificar semelhanças ou diferenças entre o

que é aplicado nas demais ecovilas e o que vai ser verificado na ecovila de estudo.

1. Ecovila Findhorn

Situada na Escócia, foi uma das primeiras Ecovilas a serem formadas, e hoje é

considerada uma das mais importantes, sendo exemplo em diversas áreas. O projeto

da Ecovila teve início nos anos 1980, quando os princípios de sustentabilidade foram

sendo inseridos na comunidade. Foi nessa época que se iniciou a produção de energia

eólica e as primeiras construções ecológicas. A ecovila usa energia solar, eólica e

madeira, possui prédios ecologicamente corretos, sendo as construções feitas a partir

de madeira reutilizada de barris de uísque das grandes destilarias escocesas.

Findhorn realiza tratamento de esgoto, cultiva cerca de 60% dos alimentos

consumidos na ecovila, conta com escolas e pequenos negócios sustentáveis que

mantêm a comunidade (FINDHORN, s.d). Também recebeu o “Best Practice

Designation” da ONU Habitat, no ano de 1998, a reconhecendo enquanto modelo de

vida sustentável (BÔLLA, 2012; JOSÉ,2014; PRADO, 2018).

Figura 20: Ecovila Findhorn

Fonte: José (2014)

2. Ecovila Crystal Waters Social

Localizada na zona rural de Brisbane – Austrália, criada em 1987. No ano de 1995,

recebeu das Nações Unidas, o Prêmio Mundial Habitat, pelo trabalho pioneiro em

demonstrar novas formas de baixo impacto para uma vida sustentável, com baixa

Page 70: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

70

pegada ecológica (CRYSTAL WATERS, 2010). As residências na Ecovila são

ecologicamente corretas, com diferentes tecnologias de bioconstrução, em sua

maioria apresenta banheiros de compostagem, design solar e dispositivos para

economia de energia. Possui jardins, hortas e pomares altamente produtivos,

fazendas com criação de algumas espécies animais locais, que também produzem

leite, iogurte e mel (BÔLLA, 2012; JOSÉ, 2014).

Figura 21: Ecovila Crystal Waters Social

Fonte: José (2014)

3. Ecovila de Ithaca

Situada em Nova York – Estados Unidos, foi concebida em 1991. Desde sua

fundação um de seus pilares é a bioconstrução, as edificações são concebidas

buscando limitar o impacto sobre os seres humanos e o meio ambiente, utilizando

recursos renováveis, e materiais inofensivos. As casas são projetadas de forma a

utilizar a orientação adequada, possuem painéis fotovoltaicos nos telhados, e foram

feitas com diferentes técnicas de bioconstrução. Desde 2006, segue os princípios da

permacultura, onde buscam uma abordagem de colaboraram e desenvolvimento

integrado com os sistemas naturais. Muitos moradores estão certificados como

permaculturista. Segundo o website oficial, o estudante de doutorado Jesse Sherry da

Rutgers University avaliou que a pegada ecológica dos moradores da ecovila de

Page 71: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

71

Ithaca é 70% menor do que o do estilo de vida de um americano médio (JOSÉ, 2014;

PRADO, 2018).

Figura 22: Ecovila de Ithaca

Fonte: José (2014)

3.4 Práticas Sustentáveis nas Ecovilas

Para a Rede Mundial de Ecovilas, estas comunidades sustentáveis possuem como

característica fundamental a integração de maneira holística das dimensões:

ecológica, econômica, social e cultural (GEN, 2019), pois muitas das práticas

desenvolvidas se interconectam e questionam valores socioculturais dos regimes

dominantes. Essas práticas foram sistematizadas e serão apresentadas no Quadro 5,

e posteriormente será apresentada as características e variáveis de algumas práticas.

Importante ressaltar que muitas variáveis estão ligadas com o conceito de

permacultura, por ser um dos conceitos base da formação das ecovilas.

Dimensões Práticas

Práticas Ecológicas Bioconstrução

Consumo Consciente

Coleta de Água

Tratamento de Água

Tratamento de Rejeitos

Materiais Naturais

Produtos Locais

Energias Renováveis

Reciclagem/ Reutilização

Reciclagem/ Reutilização

Coleta, compostagem

Áreas de Preservação

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Alimentos Orgânicos

Tecnologias adequadas

Negócios verdes

Restauração Ecológica

Práticas Sociais

Liderança Democrática

Comunicação

Saúde e Educação

Coesão Social

Resolução de conflitos

Articulações externas

Cozinha comunitária

Articulações externas

Ajuda mutua

Abraçar diversidade

Práticas Econômicas Economia Local

Moedas comunitárias

Sistema de Troca

Partilha dos excedentes

Cooperativa

Banco solidário

Postos de Trabalho

Prestação de serviços locais

Práticas Culturais Rituais e Celebrações

Espaço cerimonial

Reconectar-se com a Natureza

Atividades Artísticas e Culturais

Visão Holística do mundo

Celebração da vida

Resistencia a globalização

Quadro 5: Práticas encontradas nas Ecovilas estudadas

Fonte: Adaptado de (todos os autores citados abaixo)

Esse quadro foi baseado na pesquisa feita nas ecovilas selecionadas e com

base em autores como: JACKSON e SVESSON (2002), BISSOLOTTI (2004), JORGE

(2008), BONFIM (2010), MATHEUS e SILVA (2013), JOSÉ (2014), FABRI (2015),

além das informações obtidas no site da GAIA EDUCATION (2012) e da GEN (2019).

Page 73: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

73

3.4.1 Práticas Ecológicas

“A dimensão ecológica se refere ao respeito aos ciclos naturais que todas as

atividades humanas precisam ter” (BÔLLA, 2012, p. 89). Nessa dimensão, as pessoas

conseguem experimentar sua ligação pessoal com a Terra, pois existe uma interação

diária com o solo, a água, vento, plantas e animais. Busca solucionar as necessidades

diárias como comida, roupa, moradia, respeitando os ciclos da natureza (FABRI,

2015).

Tecnologias Adequadas/ Bioconstrução

O conceito de Bioconstrução engloba diversas técnicas da

arquitetura vernacular mundial, com isso se dá preferência por materiais do local,

como a terra, diminuindo gastos com fabricação e transporte, esses materiais são

acessíveis, baratos e produzem construções com durabilidade e conforto, além de

diminuir consideravelmente o impacto ambiental (SOARES, 1998). As técnicas de

bioconstrução promovem a autonomia dos indivíduos na construção de suas casas,

além de estimularem as relações sociais por meio de mutirões e trocas de informações

(PROMPT e BORELLA, 2010). Por isso, a união dos moradores é uma das

características mais importantes da Bioconstrução, que além de ajudar na redução de

custos com a mão de obra, a atividade agrega conhecimento e integra a comunidade.

Algumas técnicas utilizadas são pau-a-pique, Adobe, Super-Adobe, Cob,

Solocimento, Ferrosolocimento, Palha, Fardo Palha e Bambu (IPOEMA, 2016).

A construção com adobe é feita com terra crua, em forma de tijolos de barros

secos ao sol, e assentados com terra ou cimento (BEE, 2015; PROMPT, 2008). Já o

superadobe, trabalha com a terra crua ensacada, ou seja, enchem sacos de ráfia com

terra, e formam fileiras, que posteriormente são pilas para compactar a estrutura

(PROMPT, 2008; ZHAO, LU, e JIANG, 2015). O hiperadobe é a uma variação da

técnica do superadobe, onde a diferenciação ocorre no uso dos sacos, que nesse

caso é de raschel (sacos para frutas em malha de polietileno de alta densidade)

(PROMPT e BORELLA, 2010). E a construção com cob, consiste em misturar terra,

areia, palha e água, a mistura é feita com os pés, até obter uma mistura plástica. Com

essa mistura é feito bolas para moldar a casa, criando paredes grossas (BEE 2015;

PROMPT 2008). Pau a Pique, consiste em uma trama de galhos ou bambus, que

depois é barreada com uma massa de terra (PROMPT 2008).

Page 74: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

74

Na bioconstrução, a técnica de telhado verde é bastante utilizada, que são

telhados cobertos por gramíneas e/ou plantas de pequeno porte e ajudam a manter o

clima interno da residência, já que as plantas absorvem a luz solar e retém a água da

chuva por mais tempo (OLIVEIRA e PASQUALETTO, 2008). Também é utilizado o

banheiro seco, que nada mais é do que um banheiro que não utiliza água sendo que

os rejeitos do processo podem ser utilizados para fertilização do solo. Esse sistema

funciona despejando serragem no vaso após o uso, que serve para acelerar a

compostagem e evitar o mau cheiro. As câmaras também contam com um duto de

saída do ar para afastar os odores. No caso da urina, o tratamento é feito por bacias

de evapotranspiração, que utiliza plantas semiaquáticas para absorver nutrientes e

promover a evaporação do líquido (PENSAMENTO VERDE, 2013).

Figura 23: Construção em Superabode e COB

Fonte: Ugreen (2019)

Figura 24: Tijolos de Adobe

Fonte: Vivadecora (2019)

Page 75: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

75

Figura 25: Construção em Pau-a-pique

Fonte: Ugreen (2019)

Figura 26: Construção com telhado verde

Fonte: Vivadecora (2019)

Coleta de Água e Tratamento de água e rejeitos

As técnicas para aumentar a absorção de água devem respeitar alguns

princípios: impedir o escoamento superficial de água no terreno; aproveitar a água que

passa pela sua propriedade de várias formas; diminuir a velocidade com que a água

atravessa sua propriedade; reciclar água o tanto quanto for possível; trabalhar o

excesso de água o mais próximo possível da origem do problema (MAGRINI, 2009).

As águas servidas são classificadas em dois grupos: as águas cinzas, que são

aquelas originadas em tanques, pias e chuveiros, apresentando contaminantes

químicos, sólidos em suspensão, óleos e graxas, e podem ser tratas por meio das

camas de tratamento e dos ecossistemas vivos, para serem reutilizadas. Já as águas

negras são as geradas nos vasos sanitários com contaminação fecal, que

normalmente são tratadas através do círculo das bananeiras sendo retornado para o

meio ambiente de forma limpa (ERCOLE, 2003). O círculo das bananeiras, também é

conhecido como bacia de evapotranspiração (BET). Nesse sistema, a água negra é

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76

decomposta por bactérias e depois sobe, passando por camadas de brita, areia e solo,

até atingir as raízes das bananeiras que são plantadas em cima. A evapotranspiração

é realizada pelas bananeiras, que consomem os nutrientes em seu processo de

crescimento (VIEIRA, 2001).

Figura 27: Bacias de evapotranspiração

Fonte: Tonetti et al (2018)

Produtos Locais / Alimentos Orgânicos

Os alimentos são produzidos e cultivados no local, por isso são alimentos

orgânicos, utilizando uma agricultura biodinâmica. A agricultura biodinâmica é

considerada uma forma de produção orgânica, porem seu diferencial está no uso de

preparados biodinâmicos e de um calendário próprio de plantio, poda, raleio e colheita,

baseado na posição dos astros (PENTEADO, 2001). Com isso usam técnicas de

Page 77: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

77

cultivo de alimentos, que mantém as estruturas do solo, sem alterar suas propriedades

ou necessitar do uso de produtos químicos e sementes transgênicas, entre as técnicas

estão: cultivo rotativo de alimentos, compostagem, controle biológico de pragas, uso

de esterco animal e adubos naturais (NOGUEIRA, 2018). A relocalização também é

uma prática comum, isto é, valorizar os atores locais e regionais

(empresas/comunidades/grupos), reduzindo assim a distância entre a produção e

consumo, e consequentemente o uso de meios de transportes (PRADO, 2018).

Figura 28: Produção Local de Alimentos

Fonte: Prompt (2008)

Energias Renováveis

Utilização de energias que sejam descentralizadas, e renováveis, como painéis

de geração de energia elétrica, eólica, aquecimento solar e biodigestores (BÔLLA,

2012), como painéis fotovoltaicos, que convertem a luz do sol em energia elétrica, e

os painéis solares para aquecimento de água, que são placas de metal ou PVC que

captam a luz do sol, para aquecer a água (ROYSEN, 2018).

Figura 29: Uso de energia solar para produção de eletricidade

Fonte: Prompt (2008)

Page 78: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

78

Reciclagem/ Reutilização/ Coleta/ Compostagem

Nas ecovilas os resíduos orgânicos (sobras de alimentos, casca de frutas,

verduras e legumes, etc.) são compostados, ou seja, através do processo de

decomposição controlada da matéria orgânica, é obtido um produto final rico e cuja

utilização no solo não oferece riscos ao meio ambiente (VALENTE et al, 2009). Os

Biodigestores promovem a decomposição anaeróbica da matéria orgânica por

bactérias, eliminando os elementos patogênicos existentes nas fezes e/ou na matéria

orgânica. Esse sistema permite o uso para a produção de biogás ou para tratamento

do esgoto sem contaminação das águas subterrâneas e com geração de adubo

orgânico (NOVAES, 2002).

Figura 30: Técnicas de Compostagem

Fonte: Peixoto (2019)

Banheiro Seco

É um tipo de sanitário que possibilita a compostagem dos rejeitos e não utiliza

água para a descarga. Para isso é utilizada serragem, que irá cobrir as fezes e iniciar

o processo de compostagem, onde será transformado o excremento em terra fértil

(CAPELLO, 2013; FERREIRA-NETO, 2017). As fezes humanas também são

colocadas em composteiras separadas daquelas de produção de alimentos orgânicos

(BÔLLA, 2012).

Page 79: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

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Figura 31: Banheiro Seco de duas câmaras

Fonte: Prompt (2008)

É fundamental entender que cada ecovila poderá ter alguma das dimensões

mais desenvolvida do que a outra, porém precisa que todas existam para que se

configure uma ecovila. Santos Jr. (2006, p.14) afirma que “a ecovila ideal não existe.

Como também, por viverem em fundamentos tênues de sonhos, nelas há lugar para

adversidade, para erros e conflitos. […]”

Após anos de degradação, torna-se necessária a construção de sistemas

regenerativos, que façam emergir uma nova cultura, novas práticas, valores e uma

nova ética no cuidado com a vida. A Comissão de Cidades e Mudanças Climáticas do

World Future Council e HafenCity University Hamburg (HCU) publicou um relatório,

em 2010, intitulado Regenerative Cities, onde evidencia-se a necessidade da criação

de cidades regenerativas ao invés de apenas sustentáveis. Com isso é possível citar

o exemplo das Ecovilas, enquanto comunidades que se dedicam a criar modelos

regenerativos. (TRAINER, 2000; 2002).

Autores como Raskin (2002) e Beck (1992), além do documento da Agenda 21,

revelam a importância dos movimentos sociais, enquanto iniciadores de uma

transformação culturas em direção a sustentabilidade, sendo vistos como movimentos

de revitalização, e experimentos sociais de um futuro sustentável (SCHEHR, 1997;

KUNZE, 2012).

Page 80: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

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No entanto vale ressaltar que a Ecovila ideal não existe, são projetos em

construção, distintos entre si (JACKSON, 2004), que estão construindo de forma

efetiva na transição para o modo de vida sustentável e regenerativo. Seus princípios

e práticas vêm sendo replicados em contextos urbanos e rurais, nos mais diversos

países, na busca por melhorar a qualidade de vida (DAWSON, 2006).

O vilarejo de Pescomaggiore, na Itália, usou o exemplo das Ecovilas na sua

reconstrução pós desastre ambiental. O vilarejo foi gravemente abalado por um

terremoto em 2009, e foi reconstruído nos moldes das ecovilas, utilizando materiais

locais e tecnologias apropriadas. (FOIS, FORINO, 2014).

O movimento das Ecovilas, emerge como uma resposta ao problema de como

mover a sociedade em direção a um modelo de vida sustentável (KIRBY, 2004). O

foco inicial era criar práticas sustentáveis locais em nível individual e comunitário, no

entanto cada vez mais se expressa globalmente. Sendo uma das suas principais

contribuições o poder do exemplo (LITFIN, 2009).

Page 81: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

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Page 93: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

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ANEXOS

Anexo I – A Flor da Permacultura

Page 94: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

94

Anexo II – Éticas e Princípios da Permacultura

Page 95: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

95

APÊNDICES Apêndice A

Entrevista Arca Verde

1. Como começou a Ecovila?

2. Quem foram os fundadores?

3. Como ela foi construída?

4. Quantos moradores atualmente?

5. Existiu um arquiteto, ou um profissional responsável pela construção?

6. Qual a primeira habitação construída? E qual material foi utilizado?

7. Quais as técnicas mais utilizadas na construção dos espaços?

8. Quais os materiais mais utilizados na construção dos espaços? Algum motivo para utiliza-los?

9. Quais práticas são desenvolvidas na Ecovila?

10. Construções verdes - Existem quantas destas construções entre casas e espaços coletivos?

11. Energias renováveis - Quais os sistemas e quais os tipos de fontes de energia utilizadas?

12. Coleta de água e tratamento de efluentes. - Quantos sistemas instalados e quais os tipos?

13. Reciclagem / reutilização. - Como é desenvolvida? Depósito? Usina de reciclagem?

14. Coleta, compostagem e destinação correta do Lixo não compostável. - Como funciona a separação, e sistemas de compostagem?

15. Área de preservação permanente. - Está de acordo com a lei ambiental atual?

16. Alimentos orgânicos. - Quantas hortas, pomares em funcionamento, quais os tipos de plantio? Como se dá a circulação de alimentos orgânicos?

17. Restauração ecológica. - Como é desenvolvida? Através de cursos, consultorias e atividades práticas?

18. Negócios verdes. - Qual o tipo existente e quantos estão em funcionamento?

19.Tecnologias adequadas. - Quais os tipos e quantas encontram-se em funcionamento?

20. Utilizam algum desses materiais ou técnicas?

Adobe

Super-adobe

Madeira de demolição

Madeira de reflorestamento

Madeira certificada

Solo cimento

Ferrocimento

Concreto reciclado

Palha

Bambu

Taipa

Telhas de tetrapack

Telhado verde

Banheiro Seco

Parede Verde

Placas fotovoltaicas

Cisterna

Composteira

Page 96: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

96

Apêndice B

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Eu, (nome do sujeito da pesquisa, nacionalidade, idade, estado civil, profissão,

endereço)___________________________________________________________

___ portador do RG nº______________ estou sendo convidado a participar de um

estudo denominado Potencialidades e Entraves de Práticas Sustentáveis no Processo

de Projeto na Construção Civil, cujo objetivo é identificar as potencialidades e entraves

dos materiais e práticas selecionadas, traçando estratégias afim de que possam ser

inseridas no contexto das cidades, tornando os projetos mais sustentáveis.

A minha participação no referido estudo será no sentido de responder ao

questionário que receberá através do seu e-mail. Sendo desconhecido qualquer risco

ou prejuízos por participar do estudo. Você será informado de todos os resultados

obtidos, independentemente do fato de estes poderem mudar seu consentimento em

participar da pesquisa. Você não terá quaisquer benefícios ou direitos financeiros

sobre os eventuais resultados decorrentes da pesquisa. Este estudo é importante

porque seus resultados fornecerão informações para compreender a atual situação

da construção civil na cidade, e como os projetos são desenvolvidos e executados, e

assim poder encontrar estratégias e novos métodos para o desenvolvimento dos

mesmos, para que aconteçam de forma mais sustentável.

Estou ciente de que minha privacidade será respeitada, ou seja, meu nome ou

qualquer outro dado ou elemento que possa, de qualquer forma, me identificar, será

mantido em sigilo. Também fui informado de que posso me recusar a participar do

estudo, ou retirar meu consentimento a qualquer momento, sem precisar justificar, e,

se desejar sair da pesquisa, não sofrerei qualquer prejuízo à assistência que venho

recebendo. Foi esclarecido ainda que, por ser uma participação voluntária e sem

interesse financeiro, assim, não tendo direito a nenhuma remuneração. O (a) Sr (a)

poderá solicitar informações durante todas as fases do projeto, inclusive após a

publicação dos dados obtidos a partir desta.

A coleta de dados será realizada por Dominiki Rossi Ceolin, mestranda do

Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanos do Instituto Meridional - IMED

e orientado pelo Professor Dr. Lauro André Ribeiro. Os pesquisadores estarão a sua

Page 97: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

97

disposição para qualquer esclarecimento que considere necessário em qualquer

etapa da pesquisa, assim poderei manter contato com os pesquisadores envolvidos

no referido projeto, através do telefone (54) 991703732. É assegurada a assistência

durante toda pesquisa, bem como me é garantido o livre acesso a todas as

informações e esclarecimentos adicionais sobre o estudo e suas consequências,

enfim, tudo o que eu queira saber antes, durante e depois da minha participação.

Enfim, tendo sido orientado quanto ao teor do aqui mencionado e

compreendido a natureza e objetivo do já referido estudo, manifesto meu livre

consentimento em participar, estando totalmente ciente de que não há nenhum valor

econômico, a receber ou a pagar, por minha participação. De igual maneira, caso

ocorra algum dano decorrente da minha participação no estudo, serei devidamente

indenizado, conforme determina a lei.

Em caso de reclamação ou qualquer tipo de denúncia sobre este estudo devo

ligar para o CEP IMED (54)3045-6100 ou mandar um e-mail para [email protected].

Passo Fundo ____, de____________ 2020.

_________________________________________

Nome e assinatura do sujeito da pesquisa

_________________________________________

Nome e assinatura do pesquisador responsável

Dominiki Rossi Ceolin – 01633354008

Page 98: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

98

Apêndice C

TERMO CONFIDENCIALIDADE DOS DADOS

Eu, Dominiki Rossi Ceolin, declaro que todos os pesquisadores envolvidos no projeto

intitulado Potencialidades e Entraves de Práticas Sustentáveis no Processo de Projeto

na Construção Civil realizaram a leitura e estão cientes do conteúdo da Resolução

CNS nº 466/12 e suas complementares. Comprometo-me a: somente iniciar o estudo

após a aprovação pelo CEP-IMED e, se for o caso, pela Comissão Nacional de Ética

em Pesquisa (CONEP); zelar pela privacidade e pelo sigilo das informações que serão

obtidas e utilizadas para o desenvolvimento do estudo; utilizar os materiais e as

informações obtidas no desenvolvimento deste estudo apenas para atingir o objetivo

proposto no mesmo e não utilizá-los para outros estudos, sem o devido consentimento

dos participantes. Declaro, ainda, que não há conflitos de interesses entre o/a (os/as)

pesquisador/a(es/as) e participantes da pesquisa.

_________________________________

Assinatura do Pesquisador Responsável

Passo Fundo, ____de __________ de 2020

Page 99: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

99

Apêndice D

QUESTIONÁRIO

Potencialidades e Entraves de Práticas Sustentáveis no Processo de Projeto na Construção

Civil

Avaliação quanto à utilização de práticas e materiais sustentáveis por Arquitetos e

Urbanistas

Eu, Dominiki Rossi Ceolin, mestranda do Programa de Pós‐Graduação Stricto sensu em

Arquitetura e Urbanismo da IMED, Campus Passo Fundo ‐ RS, convido a participar da

pesquisa científica intitulada “Potencialidades e Entraves de Práticas Sustentáveis no

Processo de Projeto na Construção Civil”, sob orientação do Prof. Dr. Lauro André Ribeiro. O

objetivo desta pesquisa é identificar as potencialidades e entraves dos materiais e

práticas selecionadas, traçando estratégias a fim de que possam ser inseridas no

contexto das cidades, tornando-as mais sustentáveis. Não há respostas certas ou

erradas para as questões, portanto, pede‐se para que sejam respondidas com o máximo de

rigor e sinceridade. Será mantida a confidencialidade e sigilo de qualquer informação que

possa identificar o respondente. Todos os dados serão utilizados exclusivamente para fins

acadêmicos.

Aceito participar da pesquisa: ( ) SIM ( ) NÃO

Se desejar participar de outras fases do presente estudo e receber os resultados da pesquisa,

favor informar o seu e-mail.

E-mail: _________________________________

IDADE:

( )20 a 25 anos ( ) 26 a 35 anos ( ) 36 a 45 anos ( ) 46 a 50 anos ( )

Mais de 50 anos

TEMPO DE ATUAÇÃO NA ÁREA:

( ) Menos de 5 anos ( ) 5 a 10 anos ( ) 11 a 15 anos ( ) 16 a 20 anos

( ) Mais de 20 anos

TRABALHO COM PROJETOS (residenciais, comerciais..)

__________________________________

NIVEL DE ESCOLARIDADE:

( ) Graduação ( )Especialização ( ) Mestrado ( ) Doutorado ( ) Pós doutorado

CIDADE DE RESIDÊNCIA:

___________________________________

Page 100: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

100

O questionário a seguir foi elaborado em duas etapas. A primeira etapa é para identificação

das técnicas e materiais sustentáveis os arquitetos entrevistados utilizam em seus projetos.

A segunda etapa será sobre a percepção e visão de futuro em relação a esses materiais e

práticas (adobe, madeira, concreto reciclado, telhado verde, composteira, placas solares,

entre outros). Utilize a escala indicada e responda com “X” a sua resposta para cada questão.

1 Práticas e Materiais Sustentáveis Utilizadas nos Projetos

Questões

Dis

co

rdo

To

talm

en

te

Dis

co

rdo

Parc

ialm

en

te

Nem

co

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o,

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m

dis

co

rdo

Co

nc

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o

Parc

ialm

en

te

Co

nc

ord

o

To

talm

en

te

1.1 Analiso o entorno e aproveito as condições

naturais locais, orientação solar e ventos,

utilizando de técnicas bioclimáticas.

1.2 Uso o terreno de forma a movimentar o

mínimo de terra o possível, utilizando sua

topografia.

1.3 Proponho técnicas para coletar águas

pluviais ou reaproveitamento de água.

1.4 Proponho técnicas visando racionalizar o uso

de energia, como usar de energias

renováveis.

1.5 Utilizo o programa de etiquetagem de

energia, o Procel Edifica.

1.6 Proponho utilizar normas de desempenho

térmico (NBR 15220) e desempenho geral

(NBR 15575).

1.7 Proponho técnicas para reduzir o desperdício

de materiais tanto na projetação quanto na

execução da obra, como modulação,

flexibilização, materiais reutilizáveis e ACV.

1.8 Uso tecnologias, como softwares, lâmpadas

econômicas, automação.

1.9 Faço o planejamento detalhado e integrado

do projeto, para que sejam evitados

desperdícios.

Marque os itens abaixo conforme a utilização em seus projetos

1.10 Material/ Técnica Nunca

Utilizo

Poucas

Vezes

Às vezes sim,

às vezes não

Na maioria

das vezes

Sempre

Utilizo

Adobe

Super-adobe

Madeira de demolição

Madeira de reflorestamento

Page 101: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

101

Madeira certificada

Solo cimento

Ferrocimento

Concreto reciclado

Palha

Bambu

Taipa

Telhas de tetrapack

Telhado verde

Banheiro Seco

Parede Verde

Placas fotovoltaicas

Cisterna

Composteira

Nas questões 1.11 e 1.12 pode-se marcar mais de uma opção.

1.11 Para aquelas que marcou que nunca utilizou, quais as razões para isso?

( ) fator econômico ( ) difícil instalação ( ) questão cultural ( ) necessidade de mão de

obra especifica

( ) Outros ______________

1.12 Para aquelas que marcou que sempre ou na maioria das vezes utiliza, poderia apontar

quais as vantagens em construir com esses materiais e técnicas?

( ) economia ( ) durabilidade ( ) fácil instalação ( ) mão de obro de fácil acesso

( ) Outros _______________

1.13 Teria interesse em utilizar alguma dessas técnicas ou materiais?

( ) SIM ( ) NÃO.

Se SIM, quais e por quê?

1.14 Se sua resposta anterior for não, quais os motivos de não possuir interesse em utilizar?

Page 102: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

102

Esta etapa será sobre a sua percepção e visão de futuro em relação à construção sustentável.

1 Tema: Construção Sustentável

Questões

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1.1 As preocupações com as questões ambientais e com o desenvolvimento sustentável estão cada vez mais presentes no processo de projeto dentro da construção civil.

1.2 A crise ambiental é consequência do uso

excessivo de recursos e da construção sem

planejamento.

1.3 O setor da construção tem um grande efeito sobre o ambiente, sendo assim, é possível perceber que o setor da construção é responsável por consumir grande parte dos recursos naturais mundiais.

1.4 Encontramo-nos num ponto onde é preciso

reduzir os impactos e trabalhar com o foco na

preservação do meio ambiente.

1.5 A construção sustentável não é um modelo

para resolver problemas pontuais, mas uma

nova forma de pensar a própria construção e

tudo que a envolve.

2 Tema: Relação Clientes x Sustentabilidade

Questões

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2.1 A maior parte dos meus clientes sabe o que é

arquitetura sustentável.

2.2 A maior parte dos meus clientes busca por

projetos que utilizem arquitetura sustentável.

2.3 Alguns clientes procuraram o escritório por

saber que propõem-se técnicas sustentáveis.

Page 103: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

103

2.4 A maior parte dos clientes entende que a

arquitetura sustentável pode contribuir para

sua qualidade de vida.

2.5 A maior parte dos clientes considera caro a

utilização de técnicas sustentáveis.

2.6 A maior parte dos clientes preferem o uso de

técnicas convencionais.

3 Tema: Projetar e Construir de forma mais sustentável

Questões

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3.1 Projetar de maneira sustentável requer mais

esforço do que fazer projetos tradicionais.

3.2 Projetar de maneira sustentável requer maior

tempo gasto com o projeto

3.3 Projetar de maneira sustentável necessita

coordenação e alinhamento entre todas as

partes para assegurar o cumprimento das

diretrizes.

3.4 Para projetar de maneira sustentável é

preciso um especialista da área para guiar o

processo.

3.5 Projetar de maneira sustentável possui um

custo mais elevado do que projetos

tradicionais.

3.6 Projetar de maneira sustentável é mais difícil

pois a legislação impõe algumas barreiras

(ex. leis, plano diretor, etc.).

3.7 Projetar de maneira sustentável é mais difícil

por conta dos materiais utilizados.

3.8 Projetar com materiais alternativos não

permite que o projeto fique esteticamente

agradável.

3.9 Para construir de maneira sustentável o

canteiro de obras deve ser adequado e deve

existir o acompanhamento de obra.

3.10 Os materiais de construção sustentáveis são

normalmente mais caros.

3.11 Existem poucos fornecedores de materiais de

construção sustentáveis no mercado.

3.12 A utilização de materiais naturais, como terra,

madeira, entre outros, podem colaborar com

o conforto térmico das edificações.

Page 104: Práticas e Estratégias Sustentáveis para Projetos da

104

3.13 A utilização de técnicas sustentáveis traz

benefícios financeiros a longo prazo.

3.14 A utilização do telhado verde pode trazer

vantagens para a construção, tais como:

melhorar o isolamento térmico e acústico,

reduz o consumo de energia, e ajuda na

diminuição da temperatura interna.

3.15 A utilização de cisternas é uma boa

alternativa para economia de água.

3.16 A utilização de placas fotovoltaicas é uma boa

alternativa para economizar energia.

3.17 A utilização de energia solar é uma boa

alternativa aquecimento de água.

3.18 A utilização de composteira é uma boa

alternativa para redução de resíduos.

4 Tema: Futuro – ODS 2030

Levando em consideração as ODS, desenvolvidas pelas Agenda 2030, tem-se o tema futuro.

Questões

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4.1 Até 2030, as construções sustentáveis

estarão mais presentes e acessíveis na

construção civil.

4.2 Até 2030, a utilização de materiais

alternativos para construção civil será mais

natural.

4.3 Até 2030, a utilização de práticas

sustentáveis na construção civil será mais

natural.

4.4 Até 2030, seremos obrigados através da

legislação a realizar construções mais

sustentáveis.

4.5 Até 2030, seremos obrigados através do

mercado a realizar construções mais

sustentáveis.

4.6 Até 2030 a população vai entender a relação

entre edifícios sustentáveis e qualidade de

vida.

4.7 Até 2030 teremos cidades mais inteligentes e

sustentáveis.