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FACULDADE ATENEU CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO DE ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO Legislação e Normalização PROFESSOR: HEITOR LUÍS A. BARBOSA FORTALEZA - CEARÁ JULHO - 2009

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FACULDADE ATENEU CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO DE

ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO

PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO Legislação e Normalização

PROFESSOR: HEITOR LUÍS A. BARBOSA

FORTALEZA - CEARÁ

JULHO - 2009

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Ficha Técnica Direção: Heitor Luís A. Barbosa Divisão de Formação Profissional: Profª Maria Idilva A. Barbosa Divisão de Assistência às Empresas: Profª Maria Soíle Sisnando A. Barbosa Centro de Treinamento: CIPA SMS - Centro Integrado de Prevenção de Acidentes, Incêndio e Doenças Ocupacionais Rua Nogueira Acioli, 51 – Praia de Iracema – Fortaleza – Ceará - Telefax: 3271-0142 Coordenação: Profª Maria Aline A. Barbosa Seleção de Conteúdo: Heitor Luís A. Barbosa Revisão: Ministério do Trabalho Módulo I: Legislação e Normalização Carga Horária: 08 Horas/aulas Professores: Heitor Luís A. Barbosa Local: UNIFOR – Bloco: B – Sala: B-9 Data: 01 de Julho de 2009.

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Introdução

A extraordinária importância dos trabalhos na prevenção dos acidentes do trabalho e, conseqüentemente, no bem-estar do trabalhador ainda não foi amplamente reconhecida, quer por trabalhadores, quer por empregados. Há inúmeras empresas que não têm preocupação; outras têm, mas esta se limita a atender ao requisito legal, sem nenhuma motivação por parte da gerência e com o total desinteresse dos empregados. Infelizmente, o espírito de empresa e o espírito prevencionista ainda não fazem parte de muitas organizações industriais, não havendo verdadeira compreensão de que a prevenção de acidentes e o bem-estar social dos trabalhadores concorrem para uma maior produtividade por parte dos mesmos, ocasionando maior progresso da indústria.

O resultado disso são os choques, as incompreensões, que geram irritação, agressividade e insolência, envenenadoras das relações humanas, criadoras de ambientes intoleráveis nos locais de trabalho e de clima propício a acidentes, pelo alheamento e pela fadiga adicional que provocam. A Organização Internacional do Trabalho, em sua publicação “Aumento da Produtividade nas Indústrias Manufatureiras”, afirma que “nos últimos anos, dedicou-se uma atenção crescente ao elemento humano como causa dos acidentes e comprovou-se que esse fator é mais complexo e mais importante que qualquer outro”. Uma coletividade, normalmente heterogénea, na qual o sentimento de solidariedade humana nem sempre consegue sobrepor-se à insensatez, vaidade e ambição, carece conseqüentemente de uma política de segurança do trabalho que, em meio das suas atribuições, possa humanizá-la e torná-la tão compreensiva quanto eficiente.

A implantação de programas de prevenção de acidentes nas grandes ou pequenas indústrias constitui um imperativo para sua maior prosperidade. Quer no campo prático, educando seus companheiros de trabalho no uso adequado dos dispositivos de proteção, quer no campo doutrinário, através de reuniões e palestras, discutindo e aplicando os conhecimentos adquiridos, mais se robustece a atividade de uma política prevencionista, devidamente organizada e prestigiada por efetivo apoio das indústrias em favor das quais a prevenção de acidentes é bastante proveitosa e econômica. É, sem dúvida, o apoio do empregador o fator primordial no sucesso das atividades de uma campanha de segurança, pois, para que o trabalho de uma empresa séria seja coroado de êxito, são necessárias determinadas providências que somente poderão ser tomadas com plena aquiescência do empregador.

Reunidos em uma só mesa de trabalho representantes da empresa e dos empregados, com o fim de prevenir os acidentes do trabalho, é imprescindível que a empresa lhes d6e todo o apoio para a execução de seus objetivos. Cada trabalhador deve ser escolhidos entre os mais interessados e humanos da Direção e entre os mais dedicados dos trabalhadores, privando-se a empresa durante algumas horas da atividade rotineira desses elementos, para que eles possam, realmente, dedicar-se à tarefa de prevenção de acidentes. As solicitações e recomendações dos trabalhadores devem ter, por parte da Diretoria, o mais rápido atendimento.

Uma equipe de trabalho voltada para a prevenção de acidentes, só pode ser bem sucedida, se a Direção da empresa acreditar no seu trabalho e apoiá-la moral e materialmente, de tal maneira que os trabalhadores aprendam a confiar nela e a acatar as suas recomendações.

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Objetivos do Curso Básico de Proteção contra Incêndio

Apresentar conceitos e práticas que possibilitem aos participantes: � Estudar os fundamentos legais, visando solidificar os argumentos dos futuros profissionais

relativas às questões de prevenção e combate aos incêndios; � Observar o relatar condições de risco de incêndios nos ambientes de trabalho; � Solicitar medidas para reduzir, até eliminar e ou neutralizar os riscos de incêndios existentes; � Discutir os incidentes ocorridos e solicitar medidas que previnam os pricípios de incêndios

semelhantes; � Orientar os demais trabalhadores quanto à prevenção de incêndios.

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FUNDAMENTO LEGAL LEI N.º 6514, DE 22 DE DEZEMBRO DE 1977 PORTARIA N.º 3214, DE 08 DE JUHNO DE 1978 NORMAS REGULAMENTADORAS – MINISTÉRIO DO TRABALHO NR 4 - SESMT NR 5 – CIPA NR 6 – EPI NR 7 – PCMSO NR 9 – PPRA NR 15 – ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES NR 17 – ERGONOMIA NR 23 – PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO NR 24 – CONDIÇÕES SANITÁRIAS E CONFORTO NO LOCAL DE TRABALHO NR 26 – SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA

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ESTUDO DA NR-23 - PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS 23.1. Disposições gerais. 23.1.1. - Todas as empresas deverão possuir: a) Proteção contra incêndio; b) Saídas suficientes para a rápida retirada do pessoal em serviço, em caso de incêndio; c) Equipamento suficiente para combater o fogo em seu início; d) Pessoas adestradas no uso correto desses equipamentos. 23.2. Saídas. Os locais de trabalho deverão dispor de saídas em número suficiente e dispostas de modo que aqueles que se encontrem nesses locais possam abandoná-los com rapidez e segurança, em caso de emergência. 23.2.1. - A largura mínima das aberturas de saída, deverá ser de 1,20 m (um metro e vinte centímetros). 23.2.2. - O sentido de abertura da porta não poderá ser para o interior do local de trabalho. 23.2.3. - Onde não for possível o acesso imediato às saídas, deverão existir, em caráter permanente e completamente desobstruídos, circulações internas ou corredores de acesso contínuos e seguros, com largura mínima de 1,20 m (um metro e vinte centímetros). 23.2.4. - Quando não for possível atingir, diretamente, as portas de saída, deverão existir, em caráter permanente, vias de passagem ou corredores, com largura mínima de 1,20 m (um metro e vinte centímetros), sempre rigorosamente desobstruídos. 23.2.5. - As aberturas, saídas e vias de passagem devem ser claramente assinaladas por meio de placas ou sinais luminosos, indicando a direção da saída. 23.2.6. - As saídas devem ser dispostas de tal forma que entre elas e qualquer local de trabalho não se tenha de percorrer distância maior que 15 m (quinze metros) nos de risco grande e, 30 m (trinta metros) nos de risco médio ou pequeno. 23.2.6.1. - Estas distâncias poderão ser modificadas, para mais ou menos, a critério da autoridade competente em segurança do trabalho, se houver instalações de chuveiros "sprinklers" automáticos, e segundo a natureza do risco. 23.2.7. - As saídas e as vias de circulação não devem comportar escadas nem degraus; as passagens serão bem iluminadas. 23.2.8. - Os pisos, de níveis diferentes, deverão ter rampas que os contornem suavemente e, neste caso, deverá ser colocado um "Aviso" no início da rampa, no sentido da descida. 23.2.9. - Escadas em espiral, de mãos ou externas de madeira não serão consideradas partes de uma saída.

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23.3. Portas. 23.3.1. - As portas de saída devem ser de batentes, ou portas corrediças horizontais, a critério da autoridade competente em segurança do trabalho. 23.3.2. - As portas verticais, as de enrolar e as giratórias não serão permitidas em comunicações internas. 23.3.3. - Todas as portas de batente, tanto as de saída como as de comunicações internas devem: a) Abrir no sentido da saída; b) Situar-se de tal modo que, ao se abrirem, não impeçam as vias de passagem. 23.3.4. - As portas que conduzem às escadas devem ser dispostas de maneira a não diminuírem a largura efetiva dessas escadas. 23.3.5. - As portas de saída devem ser dispostas de maneira a serem visíveis, ficando terminantemente proibido qualquer obstáculo, mesmo ocasional, que entrave o seu acesso ou a sua vista. 23.3.6. - Nenhuma porta de entrada, ou saída, ou de emergência de um estabelecimento ou local de trabalho, deverá ser fechada a chave, aferrolhada, ou presa durante as horas de trabalho. 23.3.7. - Durante as horas de trabalho poderão ser fechadas com dispositivo de segurança, que permitam a qualquer pessoa abri-las facilmente do interior do estabelecimento, ou do local de trabalho. 23.3.7.1. - Em hipótese alguma, as portas de emergência deverão ser fechadas pelo lado externo, mesmo fora do horário de trabalho. 23.4. Escadas. 23.4.1. - Todas as escadas, plataformas e patamares deverão ser feitos com materiais incombustíveis e resistentes ao fogo. 23.5. Ascensores. 23.5.1. - Os poços e monta-cargas respectivos, nas construções de mais de dois pavimentos, devem ser inteiramente de material resistente ao fogo. 23.6. Portas Corta-Fogo. 23.6.1. - As caixas de escadas deverão ser providas de portas corta-fogo, fechando-se automaticamente e podendo ser abertas facilmente pelos dois lados.

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23.7. Combate ao fogo. 23.7.1. - Tão cedo o fogo se manifeste, cabe: a) Acionar o sistema de alarme; b) Chamar imediatamente o Corpo de Bombeiros; c) Desligar máquinas e aparelhos elétricos, quando a operação do desligamento não envolver riscos adicionais; d) Atacá-lo o mais rapidamente possível, pelos meios adequados. 23.7.2. - As máquinas e aparelhos elétricos, que não devem ser desligados em caso de incêndio, deverão conter placa com aviso referente a este fato, próxima à chave de interrupção. 23.7.3. - Poderão ser exigidos, para certos tipos de indústria ou de atividade onde seja grande o risco de incêndio, requisitos especiais de construção, tais como portas e paredes corta-fogo ou diques ao redor de reservatórios elevados de inflamáveis. 23.8. Exercícios de Alerta. 23.8.1. - Os exercícios de combate ao fogo deverão ser feitos periodicamente, objetivando: a) Que o pessoal grave o significado do sinal de alarme; b) Que a evacuação do local se faça em boa ordem; c) Que seja evitado qualquer pânico; d) Que sejam atribuídas tarefas e responsabilidades específicas aos empregados; e) Que seja verificado se a sirene de alarme foi ouvida em todas as áreas. 23.8.2. - Os exercícios deverão ser realizados sob a direção de um grupo de pessoas, capazes de prepará-los e dirigí-los, comportando um chefe e ajudantes em número necessário, segundo as características do estabelecimento. 23.8.3. - Os planos de exercício de alerta deverão ser preparados como se fossem para um caso real de incêndio. 23.8.4. - Nas fábricas que mantenham equipes organizadas de bombeiros, os exercícios devem se realizar periodicamente, de preferência sem aviso e se aproximando, o mais possível, das condições reais de luta contra o incêndio. 23.8.5. - As fábricas ou estabelecimentos que não mantenham equipes de bombeiros deverão ter alguns membros do pessoal operário, bem como os guardas e vigias, especialmente exercitados no correto manejo do material de luta contra o fogo e o seu emprego.

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23.9. Classes de Fogo. 23.9.1. - Será adotada, para efeito de facilidade na aplicação das presentes disposições, a seguinte classificação de fogo : Classe A: são materiais de fácil combustão com a propriedade de queimarem em sua superfície e profundidade, e que deixam resíduos, como: tecidos, madeira, papel, fibras, etc. Classe B: são considerados inflamáveis os produtos que queimem somente em sua superfície, não deixando resíduos, como óleos, graxas, vernizes, tintas, gasolina, etc. Classe C: quando ocorrem em equipamentos elétricos energizados como motores, transformadores, quadros de distribuição, fios, etc. Classe D: elementos pirotécnicos como magnésio, zircônio, titânio. 23.10. Extinção por meio de água. 23.10.1. - Nos estabelecimentos industriais de 50 ou mais empregados, deve haver um aprisionamento conveniente de água sob pressão, a fim de, a qualquer tempo, extinguir os começos de fogo de Classe A. 23.10.2. - Os pontos de captação de água deverão ser facilmente acessíveis, e situados ou protegidos de maneira a não poderem ser danificados. 23.10.3. - Os pontos de captação de água e os encanamentos de alimentação deverão ser experimentados, freqüentemente, a fim de evitar o acúmulo de resíduos. 23.10.4. - A água nunca será empregada: a) Nos fogos de Classe B, salvo quando pulverizada sob a forma de neblina; b) Nos fogos da Classe C, salvo quando se tratar de água pulverizada; c) Nos fogos da Classe D; 23.10.5. - Os chuveiros automáticos devem ter seus registros sempre abertos, e só poderão ser fechados em casos de manutenção ou inspeção, com ordem da pessoa responsável. 23.10.5.1. - Um espaço livre de pelo menos 1,00 m (um metro) deve existir abaixo e ao redor das cabeças dos chuveiros, a fim de assegurar uma inundação eficaz.

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23.11. Extintores. 23.11.1. - Em todos os estabelecimentos ou locais de trabalho só devem ser utilizados extintores de incêndio que obedeçam às normas brasileiras ou regulamentos técnicos do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial - INMETRO, garantindo essa exigência pela aposição nos aparelhos de identificação de conformidade de órgãos de certificação credenciados pelo INMETRO. . Redação dada pela Portaria DSST nº 06, de 29/10/91. 23.12. Extintores Portáteis. 23.12.1. - Todos os estabelecimentos, mesmo os dotados de chuveiros automáticos, deverão ser providos de extintores portáteis, a fim de combater o fogo em seu início. Tais aparelhos devem ser apropriados à classe do fogo a extinguir. 23.13. Tipos de Extintores Portáteis. 23.13.1. - O extintor tipo "Espuma" será usado nos fogos de Classe A e B. 23.13.2. - O extintor tipo "Dióxido de Carbono" será usado preferencialmente nos fogos das Classes B e C, embora possa ser usado também nos fogos de Classe A em seu início. 23.13.3. - O extintor tipo "Químico Seco" usar-se-á nos fogos das classes B e C. As unidades de tipo maior de 60 a 150 kg deverão ser montadas sobre rodas. Nos incêndios Classe D será usado o extintor tipo "Químico Seco", porém o pó químico será especial para cada material. 23.13.4. - O extintor tipo "Água Pressurizada", ou a "Água-Gás", deve ser usado em fogos Classe A, com capacidade variável entre 10 e 18 litros. 23.13.5. - Outros tipos de extintores portáteis só serão admitidos com a prévia autorização da autoridade competente em matéria de segurança do trabalho. 23.13.6. - Método de abafamento por meio de areia (balde de areia) poderá ser usado como variante nos fogos das classes "B" e "D". 23.13.7. - Método de abafamento por meio de limalha de ferro fundido poderá ser usado como variante nos fogos Classe D. 23.14. Inspeção dos Extintores. 23.14.1. - Todo extintor deverá ter uma ficha de controle de inspeção (ver modelo no anexo). 23.14.2. - Cada extintor deverá ser inspecionado visualmente a cada mês examinando-se o seu aspecto externo, os lacres, os manômetros quando o extintor for do tipo pressurizado, verificando se o bico e válvulas de alívio não estão entupidos. 23.14.3. - Cada extintor deverá ter uma etiqueta de identificação presa ao seu bojo, com data em que foi carregado, data para recarga e no de identificação. Essa etiqueta deverá ser protegida convenientemente a fim de evitar que esses dados sejam danificados.

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23.14.4. - Os cilindros dos extintores de pressão injetada deverão ser pesados semestralmente. Se a perda de peso for além de 10% do peso original, deverá ser providenciada a sua recarga. 23.14.5. - O extintor tipo 'Espuma" deverá ser recarregado anualmente. 23.14.6. - As operações de recarga dos extintores deverão ser feitas de acordo com Normas Técnicas Oficiais vigentes no país. 23.15. Quantidade de Extintores. 23.15.1. - Nas ocupações ou locais de trabalho, a quantidade de extintores será determinada pelas condições seguintes, estabelecidas para uma unidade extintora conforme o item 23.16. 23.15.1.1. - Independente da área ocupada, deverá existir pelo menos dois extintores para cada pavimento.

ÁREA COBERTA P/ UNIDADE DE EXTINTORES

RISCO DE FOGO CLASSE DE OCUPAÇÃO Segundo Tarifa de Seguro Incêndio do Brasil - IRB*

DISTÂNCIA MÁXIMA A SER PERCORRIDA

500m2 Pequeno “A” – 01 e 02 20 metros 250 m2 Médio “B” – 02, 04, 05 e 06 10 metros 150 m2 Grande “C” – 07, 08, 09, 10, 11 e 12 10 metros

* Instituto de Resseguros do Brasil 23.16. Unidade Extintora.

SUBSTÂNCIA CAPACIDADE DOS EXTINTORES

NÚMERO DE EXTINTORES QUE CONSTITUEM UNIDADE

EXTINTORA

Espuma 10 litros 5 litros

1 2

Água Pressurizada ou Água–Gás

10 litros 1 2

Gás Carbônico (CO2) 6 quilos 4 quilos 2 quilos 1 quilos

1 2 3 4

Pó Químico Seco 4 quilos 2 quilos 1 quilo

1 2 3

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23.17. Localização e Sinalização dos Extintores 23.17.1. - Os extintores deverão ser colocados em locais: a) De fácil visualização; b) De fácil acesso; c) Onde haja menos probabilidade de o fogo bloquear o seu acesso. 23.17.2. - Os locais destinados aos extintores devem ser assinalados por um circulo vermelho ou por uma seta larga, vermelha, com bordas amarelas. 23.17.3. - Deverá ser pintada de vermelho uma larga área do piso embaixo do extintor, a qual não poderá ser obstruída por forma nenhuma. Essa área deverá ser no mínimo de 1 m x 1 m (metro). 23.17.4. - Os extintores não deverão ter sua parte superior a mais de 1,60 m acima do piso. Os baldes não deverão ter seus rebordos a menos de 0,60 nem a mais de 1,50 m acima do piso. 23.17.5. - Os extintores não deverão ser localizados nas paredes das escadas. 23.17.6. - Os extintores sobre rodas deverão ter garantido sempre o livre acesso a qualquer ponto da fábrica. 23.17.7. - Os extintores não poderão ser encobertos por pilhas de materiais. 23.18. Sistemas de Alarme. 23.18.1. - Nos estabelecimentos de riscos elevados ou médios deverá haver um sistema de alarme capaz de dar sinais perceptíveis em todos os locais da construção. 23.18.2. - Cada pavimento do estabelecimento deverá ser provido de um número suficiente de pontos capazes de pôr em ação o sistema de alarme adotado. 23.18.3. - As campainhas ou sirenes de alarme deverão emitir um som distinto em tonalidade e altura, de todos os outros dispositivos acústicos do estabelecimento. 23.18.4. - Os botões de acionamento de alarme devem ser colocados nas áreas comuns dos acessos dos pavimentos. 23.18.5. - Os botões de acionamento devem ser colocados em lugar visível e no interior de caixas lacradas com tampa de vidro ou plástico, facilmente quebrável. Esta caixa deverá conter a inscrição "Quebrar em caso de emergência".

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ANEXO DO ITEM 23.14 MARCA: TIPO: EXTINTOR Nº

ATIVO FIXO: LOCAL: ABNT Nº

HISTÓRICO

CÓDIGO E REPAROS

DATA RECEBIDO INSPECIONADO INSTRUÇÃO INCÊNDIO

1. SUBSTITUIÇÃO DE GATILHO

2. SUBSTITUIÇÃO DE DIFUSOR

3. MANGOTE

4. VÁLVULA DE SEGURANÇA

5. VÁLVULA COMPLETA

6. VÁLVULA CILINDRO ADICIONAL

7. PINTURA

8. MANÔMETRO

9. TESTE HIDROSTÁTICO

10. RECARREGADO

11. USADO EM INCÊNDIO

12. USADO EM INSTRUÇÃO

13. DIVERSOS

CONTROLE DE EXTINTORES

SUMÁRIO

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Introdução Objetivos Capítulo 1 – Importância Generalidades Normalização e Legislação Prevenção de Incêndio Capítulo 2 - Fontes de Incêndio Princípios Básicos do Fogo Características dos elementos essenciais do Fogo Meios de Propagação do Calor Capítulo 3 - Características e Comportamento do Fogo Técnicas de Prevenção de Incêndio Métodos de Extinção Conclusão Exercícios de Fixação

INTRODUÇÃO

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Para atermos o tema em pauta, necessário se faz abordar alguns temas de cunho literário com a finalidade de propiciar uma visão panorâmica das questões relacionadas às medidas de controle dos riscos ambientais. A extraordinária importância dos trabalhos na proteção contra incêndios e, consequentemente, no bem-estar das pessoas ainda não foi amplamente reconhecida, quer por trabalhadores, quer por empregados. Há um número grande de empresas que não têm preocupação; outras têm, mas estas se limitam ao cumprimento dos requisitos legais, sem nenhuma motivação da parte das gerências e com o total desinteresse dos empregados. Infelizmente, o espírito de empresa e o espírito prevencionista, ainda não fazem parte de muitas organizações industriais. Não existe a consciência de que a proteção contra incêndio concorre para uma maior produtividade e o bem estar das pessoas, proporcionando o progresso da indústria. A Organização Internacional do Trabalho, em sua publicação "Aumento da Produtividade nas Indústrias Manufatureiras", afirma que "nos últimos anos, dedicou-se uma atenção crescente ao elemento humano como causa dos infortúnios laborais e comprovou-se que esse fator é mais complexo e mais preocupante que qualquer outro". Uma coletividade, normalmente heterogênea, na qual o sentimento de solidariedade humana nem sempre consegue sobrepor-se à insensatez, vaidade e ambição, carece consequentemente de uma política de segurança do trabalho que, em meio das suas atribuições, possa humanizá-la e torná-la tão compreensiva quanto eficiente. A implantação de programas de prevenção de riscos de incêndios nas grandes ou pequenas indústrias constitui um imperativo para sua maior prosperidade. Quer no campo prático, educando seus companheiros de trabalho no uso adequado dos dispositivos de proteção, quer no campo doutrinário, através de reuniões e palestras, discutindo e aplicando os conhecimentos adquiridos, mais se robustece a atividade de uma política prevencionista, devidamente organizada e prestigiada por efetivo apoio das indústrias em favor das quais a prevenção de incêndio é bastante proveitosa e econômica. É, sem dúvida, o apoio do empregador o fator primordial no sucesso das atividades de uma campanha de segurança. Pois, para que o trabalho de uma empresa séria seja coroado de êxito, são necessárias determinadas providências que somente poderão ser tomadas com plena aquiescência do empregador. Reunidos em uma só mesa de trabalho, representantes da empresa e dos empregados, unidos, visando prevenir os riscos de incêndio, devem requisitar da empresa lhes o apoio necessário para a execução de seus objetivos. Cada trabalhador deve ser escolhidos entre os mais interessados e humanos. A empresa deve privá-los por algumas horas das suas atividades rotineiras para que eles possam, realmente, dedicar-se à tarefa que lhe foi confiada. As solicitações e recomendações dos trabalhadores devem ser, prontamente atendidas pela parte da Diretoria. Uma equipe de trabalho voltada para a prevenção de acidentes, só pode ser bem sucedida, se a Direção da empresa acreditar no seu trabalho e apoiá-la moral e materialmente, de tal maneira que os trabalhadores aprendam a confiar nela e a acatar as suas recomendações.

OBJETIVOS

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Ao final desta disciplina, o aluno estará apto a apresentar conceitos e práticas que o possibilitará a: Observar e relatar as condições de riscos de incêndios em seus ambientes de trabalho, Solicitar medidas para reduzir, até eliminar e ou neutralizar os riscos existentes; Discutir os acidentes ocorridos e solicitar medidas que previnam acidentes semelhantes; Orientar os demais trabalhadores quanto à prevenção de acidentes. Este manual destina-se ao complemento da formação acadêmica dos futuros especialistas em Engenharia de Segurança do Trabalho. Adaptado por: Heitor Luís A. Barbosa - Engenheiro de Segurança do Trabalho - Telefone: 271-1896

PROTEÇAO CONTRA INCÊNDIOS

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CAPÍTULO 1 1. Importância Uma das fontes alternativas de energia é a calorífica. As usinas termoelétricas utilizam-se do fogo para gerar força elétrica que, posteriormente, movimentará os equipamentos de nossas industrias. Quando controlado pelo homem, o fogo é um instrumento de grande valor. Há casos, porém em que o fogo toma-se um agente destruidor ao fugir do controle do homem. É o caso de cigarros acesos, jogados à beira de estradas, ou queimadas nas áreas rurais feitas de inadequada, atingindo grandes proporções, incendiando florestas, lavouras, casas, matando animais e as vezes, seres humanos. Temos, então, a ocorrência do incêndio, que gera a destruição de patrimônio e, o que é mais importante, atinge o homem no mais precioso: a vida, Deve-se, portanto, conhecer dois aspectos básicos de Proteção Contra Incêndio, para nossa própria segurança: I - Prevenção contra Incêndios Evitar que ocorra fogo, utilizando-se certas medidas básicas que envolvem a necessidade de conhecer, os seguintes fatores: a) Características do fogo; b) Propriedades de riscos dos materiais; c) Causas de incêndios d) Estudo dos combustíveis. II - Combate ao Incêndio Quando, apesar da prevenção, ocorre um principio de incêndio, é importante que ele seja combatido de forma eficiente, para que sejam minimizadas suas conseqüências. Para que esse combate seja eficaz, deve-se ainda: a) Conhecer os agentes extintores, b) Saber utilizar os equipamentos de combate a incêndios; c) Saber avaliar as características do incêndio, o que determinará a melhor atitude a ser tomada.

Em síntese:

A proteção contra incêndios engloba: Prevenção e Combate ao incêndio. Os conhecimentos apresentados a seguir objetivam fornecer ao Engenheiro de Segurança do Trabalho, subsídios para começar a "operar" nas áreas. Esse profissional deverá observar e avaliar as características dos serviços, dos materiais empregados, dos processos de fabricação, entre outros. Diagnosticadas as necessidades, esse profissional é que determinará dimensionamento das técnicas e soluções mais adequadas a cada empresa. III - Normalização e Legislação

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0 capítulo V da CLT, conforme redação aprovada pela Lei 6.514 de dezembro de 1977, estabelece as condições mínimas exigidas para a execução de atividades produtivas. A Portaria 3.214, que aprova 28 Normas Regulamentadoras, complementa e explica as diretrizes da Lei 6.514. Em particular, a Norma Regulamentadora n° 23, do Ministério do Trabalho e Emprego, apresenta os requisitos exigidos em relação à Proteção Contra Incêndios. Alguns de seus itens são analisados neste trabalho, porém deverá haver uma preocupação em estudá-la com maior profundidade. Em termos de legislação, deve-se também procurar conhecer o que estabelece a legislação estadual, municipal, inclusive as normas do IRB - Instituto de Resseguros do Brasil do Corpo de Bombeiros da localidade, da ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas, entre outros. Os aspectos principais abordados pela NR-23 são: a) Saídas; portas; escadas; d) Aspersores; e) Portas corta-fogo; f) Combate ao fogo; g) Exercícios de alerta; h) Classes de fogo; 1) Extinção por meio de água; j) Extintores (tipo, inspeção, quantidade, localização, sinalização); l) Sistemas de alarme. Em relação a extintores, existe obrigatoriedade de manutenção de uma ficha de controle, com um mínimo de informações. A norma insere um modelo básico que pode ser acrescido de outras informações, julgadas importantes pelo profissional; tal modelo deve ser entendido como recomendação. Essa ficha pode ser guardada no setor de Segurança e deverá ser apresentada sempre que solicitada pela fiscalização. 2. Generalidades 2.1 - Proteção Contra Incêndio É o estudo no qual se planeja e esquematiza a segurança em um projeto, determinando-se os diversos tipos de equipamentos a serem utilizados para garantir melhor proteção. Por Prevenção de Incêndio, compreendemos por uma série de medidas visando impedir o aparecimento e o desenvolvimento de um princípio de incêndio, se isso ocorrer sua extinção deve ser feito na fase inicial. Por Combate ao Incêndio, entendemos por uma faina de conjunto, ou seja, um conjunto de pessoas treinadas, trabalhando como uma equipe, combatendo o fogo. De sua maior ou menor capacidade, dependerá o sucesso da faina. Qualquer trabalho, executado por um conjunto de pessoas, para ser bem sucedido, necessitará satisfazer quatro condições básicas, a saber: a) Organização, b) Educação, c) Treinamento; d) Manutenção do material. Os indivíduos que vão realizar o combate ao incêndio precisam estar organizados. Cada pessoa tem que saber dos seus deveres e quais as funções que deve desempenhar no conjunto. Cada grupo tem

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que saber, quais os serviços que dele se esperam e onde, lhe cabe executar tais serviços. Isto é conhecido por organização. Cada pessoa tem que ter conhecimento técnico funcional, para a qual está designado pela organização. Este conhecimento técnico, tem que lhe ser transmitido, através de instruções ministradas por instituições credenciadas; a cada um, cabe aperfeiçoar os conhecimentos que lhes foram ministrados, ou suprir a falta de instrução, caso ela não lhe tenha sido dada, por esforço próprio, procurando aprender com seus companheiros ou recorrendo a fontes de consulta e estudo que, certamente, encontrarão em literaturas específicas, Esse conhecimento técnico individual da função que cada um cabe desempenhar é o que denominamos por educação. As instruções, por si só, não basta. O brigadista ficará conhecendo o serviço a executar, mas necessitará ainda ter prática na execução de combate ao incêndio, porque esse combate terá que ser feito rápida e corretamente na ocasião necessária, situação esta que, no controle de danos, será provavelmente uma ocasião de emergência. E isto só se consegue com treinamento intensivo, ou o adestramento (expressão usada na linguagem militar) do homem. Com o adestramento, objetiva-se, que o aluno execute uma função, para a qual foi instruído, um certo número de vezes, até ser capaz de realizá-la, eficiente e rapidamente, mesmo em condições adversas. Outro objetivo do treinamento é, para serviços a serem realizados por grupos de pessoas, habituá-los a trabalharem em conjunto para aumentar o rendimento da equipe. Embora constituída de pessoas organizadas e educadas tecnicamente, se uma equipe não estiver habituada a trabalhar em conjunto, seu rendimento será, forçosamente, menor do que se aqueles mesmos, estivessem acostumados, uns com os outros, e a reação que cabe esperar de cada um, ante determinadas situações. Isso é o treinamento, pois o ponto básico para o sucesso de uma faina, será, principalmente, quando executada por um grupo de pessoas entrosadas. A manutenção do material é o quarto requisito necessário para se levar a bom termo o trabalho que nos foi cominado. Pode o grupo estar organizado, as pessoas educadas e treinadas, mas se não contarem com o material adequado e em boas condições de utilização, não obterão sucesso nos seus objetivos. Os equipamentos de controle e combate ao incêndio, em particular, são de manutenção relativamente simples. No entanto, embora simples, a manutenção é muito importante e necessária, se não for realizada corretamente, nas horas difíceis de emergência, este material irá nos faltar. A manutenção dos equipamentos nos permitirão obter sucesso em qualquer serviço executado em conjunto, de um modo geral, e no combate ao incêndio, que é o que nos diz respeito no momento. Dentre os diversos tipos de equipamentos de combate ao fogo, citaremos a bomba de incêndio que foi descoberta no ano de 1518 pelos alemães. Preocupados em diminuir a exposição do elemento humano ao calor, devido aos incêndios, os holandeses e os próprios alemães inventaram também as mangueiras, os aparelhos de extinção e proteção contra incêndios que foram, por sua vez, aperfeiçoados pelos ingleses e americanos.

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Você sabia que o Corpo de Bombeiros foi criado para proteger as pessoas e os seus bens patrimoniais? Como? De acordo com os seguintes aspectos: a) Levantamento dos riscos; b) Determinação dos sistemas de segurança contra incêndios; c) Análise da viabilidade de cada sistema; d) Projeto do sistema a ser adotado, e) Combater os incêndios. Classificação: A proteção contra incêndio se classifica em três aspectos:

a) Educativa - através dos meios de comunicação de massa: jornais, revistas, rádio, televisão, etc.

b) Fiscalizadora - verificando o cumprimento das normas legais e vigentes: visitas periódicas nos industriais, comercias, bancários, colégios, teatros, cinemas, etc.

c) Repressiva- impedimento imediato da habitação de prédios residenciais, funcionamento de casas de espetáculos, indústrias, comércio, em virtude de haver deixado de cumprir as normas ditadas por lei; multas e processos criminais.

Fases da Proteção Contra Incêndio: Divide-se em três fases:

a) Prevenção inicial - são as medidas, de cunho coletivo, antecipadas: planta do ante-projeto, meios de propagação, rede fixa de combate a incêndio, extintores e segurança de um modo geral;

b) Prevenção normativa - é o estudo das normas, preceitos e regras básicas de segurança para o perfeito funcionamento da edificação. Exemplos: proibição de fumar em certos locais;

c) Prevenção atualizadora - se dá através de pesquisas capazes de eliminar fatores incidentes que provoquem a ocorrência princípios de incêndios.

2.2 - Proteção e Controle de Perdas: A prevenção determina a proteção, porém ambas tem fases distintas: uma cuida para evitar o incêndio e a outra para extinguir o incêndio sumariamente. A proteção contra incêndio compreende:

a) Equipamentos contra incêndio; b) As instalações dos equipamentos de combate ao fogo; c) Sistemas de segurança; d) Planejamento contra incêndios.

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• Quanto aos equipamentos contra incêndio, deve-se observar: localização, tipos, quantidade, disponibilidade, etc.;

• Quanto às instalações de combate ao fogo, podem ser:

1) Fixas: alarmes, rede de hidrantes, hidrantes, reservatório de água, bombas de incêndio, etc; 2) Móveis ou transportáveis: auto-bombas, carretas, etc; 3) Portáteis: aparelhos extintores - água, CO², pó químico, etc.

• Quanto aos sistemas de segurança, temos: sprinklers, CO², pó químico, espuma, etc;

• Quanto ao planejamento contra incêndio: estudo e avaliação de todos os riscos de incêndio

presentes. Para isto, será levado em consideração: a área, local de construção, natureza do material a ser armazenado, a fabricação do produtos, etc.

No planejamento, elabora-se para cada tipo de edificação, um esquema de proteção assim delineado.

a) Medidas para evitar incêndios, tais como: seleção do local; escolha do material de construção a ser empregado, disposição dos acessórios, lay out do ambiente, etc.

b) Medidas para limitar incêndios: porta-corta fogo; paredes ou divisórias com materiais retardantes ou resistentes ao fogo - chuveiros automáticos;

c) Medidas para avisar incêndios; alarmes sonoros e visuais, detectores de fumaça, calor e UV's, painéis de controle, etc.

d) Recursos para fuga: alarmes contra incêndio; plano de evacuação do local, PCE, rota de fuga, escadas de incêndio; escadas enclausuradas e de segurança;

e) Facilidades para ação rápida dos bombeiros: brigada de incêndio; hidrantes de recalque; área de fácil acesso e bem sinalizadas para as viaturas dos bombeiros; informações prestadas aos bombeiros pelos responsáveis da empresa ou prédios.

Como já foi visto no capítulo anterior, as questões relativas proteção contra incêndio pode ser resumida em duas etapas distintas: ● Prevenção e Combate. Uma completa a outra, ficando bem claro e indiscutível que, quando bem feita a prevenção, menos serão os riscos de incêndios e, consequentemente, menor as possibilidades de empregar o combate.

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PROTEÇAO CONTRA INCÊNDIOS CAPITULO 2 1. Técnicas de Prevenção de Incêndio

1.1 - Definição: É um conjunto de medidas implementadas, bem como ações realizadas, todas tendentes, a evitar deflagração de incêndios ou retardar a sua evolução. Para que haja uma combustão, é essencial a presença dos três elementos essenciais do fogo, formando a figura geométrica do triângulo do fogo, o combustível, o comburente, a fonte de calor. Não existindo um desses elementos, não se processará o fogo. Em um ambiente industrial, temos materiais combustíveis (roupas, madeira, papel, gasolina, graxa, óleo, etc.), temos o comburente (oxigênio presente no ar atmosférico). Fontes de calor (soldagem e corte a quente, cigarros, fósforos, lâmpadas elétricas, tubulações de vapor, solda elétrica, etc.) A prevenção consistirá em evitar que esses três elementos se combinem em condições propícias que possibilitem a ignição. Para tanto, é importante conhecer as principais causas de incêndios e as características dos processos e materiais utilizados nas instalações que se quer proteger. Segundo estatísticas da "National Fire Protection Associaton” - NFPA, entidade americana que desenvolve estudos nessa área, as fontes de incêndio mais comuns são: ● Eletricidade, incluindo eletricidade estática ...............................................................................21% ● Atrito ...........................................................................................................................................14% ● Centelhas ................................................................ ...................................................................12% ● Cigarros e fósforos .................................................. ..................................................................8% ● Superfícies aquecidas ................................................................................................................8% ● Ignição espontânea ...................................................................................................................7% ● Fagulhas .................................................................. ..................................................................5% ● Chapas de Queimadores ...........................................................................................................5% ● Solda e corte.............................................................................................................................4% 1.2 - Fatores da Prevenção:

Dois são os fatores que constituem a razão de ser da prevenção:

a) Riscos: é representado pelo material que poderá sofrer a ação do fogo; b) Causas: é o conjunto dos agentes de ordem comportamental, circunstancial e ambiental que

podem atuar sobre os riscos, originando os incêndios.

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1.3 - Objetivos da Prevenção:

Do que foi visto, conclui-se que a ação da prevenção se faz objetivando evitar a reunião ou aproximação perigosas de uma causa ao riscos. Insto pode ser feito de duas maneiras:

a) Pela remoção ou controle das causas: É obtida pela exata observância de normas e técnicas relacionadas a fenômenos físicos, químicos e biológicos. Sendo, praticamente, impossível obter êxito completo na remoção das causas. Exemplo: forçoso será elaborar e implantar um plano de prevenção; b) Pela remoção e controle dos riscos: A remoção e o controle dos riscos é feito visando a não exposição destes fenômenos que lhes poderão alterar o estado normal, pondo-os em combustão, em função das propriedades que lhes são peculiares e particulares a cada espécie de substâncias constituintes dos riscos. Cada substância, tem suas características químicas e físicas bem definidas.

1.4 - Educação Preventiva:

Consiste na orientação do homem sobre o perigo que representam certos atos e condições inseguras, como causadoras de incêndios. Esta orientação será dada através de aulas, palestras fixação de avisos, filmes, etc. 1.5 - Plano de Educação Preventiva:

A elaboração de um plano é fundamental para a prevenção de incêndios e requer perseverança e continuidade, de modo a forçar o homem a agir preventivamente. 0 órgão responsável pela elaboração da planificação, execução e fiscalização preventiva, deve organizar e por em prática um programa de educação preventiva, dentro do qual serão abordados os seguintes aspectos: a) Higiene preventiva nos locais de trabalho; b) Hábitos e vícios perigosos; c) Perigo no manuseio, armazenamento, utilização e uso de materiais inflamáveis e explosivos. 1.6 - Remoção e Controle dos Riscos:

O conhecimento das causas de incêndio consagrou certas práticas como recomendáveis para a segurança do trabalhador e das instalações. Por exemplo: a) Armazenagem de material: É fato comum nas empresas usar, movimentar material inflamável. Exemplos: seção de pintura, seção de corte e oxi-corte, trabalhos com solventes, depósitos de papel, madeira, etc.

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Algumas providências simples e práticas podem evitar a ocorrência do fogo, tais como:

• Manter sempre, se possível, a substância inflamável longe de fonte de calor e de comburente, como no caso de operações de solda e oxi-corte. A operação de solda e a fábrica estarão muito mais seguras se os tubos de acetileno estiverem separados ou isolados dos tubos de oxigênio. Armazenagem em locais separados contribui muito para aumentar a segurança.

• ● Manter sempre, no local de trabalho, a mínima quantidade de inflamável para uso, como no caso, por exemplo, de operações de pintura, nas quais o solvente armazenado deve ser apenas o suficiente para um dia de trabalho.

• Possuir um depósito com boas condições de ventilação para armazenagem de inflamáveis e o mais longe possível da área de trabalho, de operações.

• Fazer o controle, através de Ordem de Serviços, para Proibição de fumar nas áreas onde existam combustíveis ou inflamáveis estocados. Não se deve esquecer que todo fumante é um incendiário em potencial. Ele conduz um dos elementos essenciais do fogo: o calor. Uma ponta de cigarro acesa poderá causar incêndio de graves proporções.

b) Recintos Perigosos Em recintos perigosos, onde haja riscos de incêndio ou explosão, deve haver avisos de advertência sobre proibição de fumar, colocado na porta de entrada. Além disso, deve ser proibido o uso de aparelhos e ferramentas que produzam faíscas. c) Manutenção adequada Além da preocupação com o combustível e comburente é preciso saber como se pode evitar a presença do terceiro elemento essencial do fogo: o calor. Como evitar sua ação?

• Instalações elétricas em condições precárias: fios expostos ou descascados podem ocasionar curtos circuitos, que serão origem de focos de incêndios se encontrarem condições favoráveis à formação de chamas.

• Instalações elétricas mal projetadas: Poderão provocar aquecimento nos fios e podem ser origem de incêndios, o exemplo trágico tivemos em São Paulo, naquele sinistro que ceifou mais de uma centena de vidas preciosas. A carga excessiva de circuito elétrico pode e deve ser evitada.

• Pisos anti-faísca: Em locais onde há estoque de líquidos ou gases Inflamáveis, os pisos devem ser anti-faísca, porque, um simples prego no sapato poderá ocasionar um incêndio. Pela mesma razão, chaves elétricas a óleo oferecem maior proteção que chaves de faca.

• Instalação mecânica: Falta de manutenção e lubrificação em equipamentos mecânicos pode ocasionar aquecimento por atrito em partes móveis, criando a perigosa fonte de calor.

d) Ordem e limpeza

• Os corredores, com papéis e estopas sujos de óleo, graxa pelo chão, são lugares onde o fogo pode começar e se propagar, rapidamente, sendo mais difícil a sua extinção. Isto é, especialmente importante, no caso de escadas, porque ai' as conseqüências podem ser sais graves.

• As decorações, os móveis, os equipamentos de escritório devem merecer muita atenção porque pode estar sendo aumentado de volume de material combustível representado por

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móveis, carpetes, cortinas e forros falsos. Todo esse combustível pode, em certas circunstâncias, transformar a fábrica numa gigantesca fogueira.

e) Instalação de pára-raios: Os incêndios causados pelos raios são muito comuns. Daí, a instalação de pára-raios ser uma proteção importantíssima. f) Vigilância após o término do Expediente: Após o término do expediente, uma das pessoas encarregada pela administração da empresa deve vistoriar imediatamente os recintos da indústria para verificar todas as portas e dispositivos que servem à proteção contra incêndios. Verificar se estão em condições e se foram fechadas. Verificar se há existência de focos de incêndio. Se os detritos estão ordenadamente afastados e também que não persistam outros perigos. Essa pessoa será a responsável pelo desligamento de aparelhos eletrotérmicos; deve colocá-los em locais seguros, se for possível; fechar registro de gás; ligar luz de emergência à título de testá-las.

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PROTEÇAO CONTRA INCÊNDIOS

CAPÍTULO 3 Técnicas de Combate a Incêndio I- Características e Comportamento do Fogo

1.1 - Calor

Conceito Dá-se o nome de calor ao agente das sensações particulares que exprimimos quando dizemos que os corpos estão quentes ou seja, o calor é uma forma de energia que consiste num movimento vibratório especial que impressiona diretamente os órgãos da nossa sensibilidade, do mesmo modo que o som impressiona o aparelho auditivo. A moderna teoria do calor explica que sob a sua ação, as partículas que compõem os átomos dos corpos entram em movimento, originando a "Vibração Molecular". Tanto mais vibrante quanto maior a intensidade da reação química em cadeia. Daí ser o elemento que serve como constante para dar início à combustão, mantê-la e incentivá-la para a sua evolução. 1.2 - Efeitos de Calor

O calor produz efeitos físicos e químicos nos corpos em geral e fisiológicos quando atua sobre os seres vivos: animais e vegetais. a) Efeitos Físicos Os efeitos físicos são representados pelas variações de forma e volume dos corpos. As variações de volume, constituem fenômeno que durante os incêndios podem provocar graves acidentes, como desmoronamentos e rupturas de canalizações e recipientes fechados. Quanto à forma, pelo efeito do calor, os corpos sólidos vão se transformando em líquidos e estes, por sua vez, em gases (variação do estado físico), Esse conceito do calor, pode provocar derramamentos que facilitam a propagação do fogo e podem também provocar princípios de incêndio devido a gaseificação de materiais inflamáveis e muitas vezes até explosivas. b) Efeitos Químicos Determinadas substâncias aumentam sua afinidade de reagir com outras, podendo dar lugar as reações químicas perigosas que podem produzir explosões ou gases venenosos. Isto, sem se considerar os fenômenos da oxidação que constituem a combustão normal (rápida ou lenta). c) Efeitos Fisiológicos Podemos observar que as sensações que o calor nos provoca são puramente relativas, porque um mesmo corpo se nos apresenta quente ou frio. Sabemos, entretanto que o calor desempenha papel importante, tanto na vida animal como na vida vegetal, sendo necessário de maneira absoluta,

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dentro de um limite de temperatura, ultrapassado este, começa a Ter uma ação maléfica sobre os tecidos, chegando a ocasionar a sua completa destruição. 2. Química do Fogo

O que causa um incêndio? A maioria das pessoas pensa no fogo em termos de combustíveis ou materiais que está queimando. Como sabemos, o fogo é desencadeado por uma fonte de ignição, oxigênio e combustíveis que precisam estar presentes antes que ocorra um incêndio. Um quarto fator, a reação química, que aparece durante a combustão, é a responsável pela propagação do fogo. Na verdade, todo combustível líquido ou sólido, precisa ser vaporizado e misturado com o ar , antes que queime. Além disso, a fonte de ignição precisa produzir calor bastante para levar alguma parcela da mistura combustível até a temperatura de ignição do combustível específico envolvido. Mantendo em mente que vapores de combustível são um dos quatro fatores que se combinam para causar e propagar um incêndio, chama-se atenção para o fato de que um dos riscos comuns encontrados no manuseio de materiais combustíveis é o vapor emanado de combustíveis líquidos, quando aquecidos. Além de se vaporizarem quando aquecidos, muitos líquidos inflamáveis se vaporizam e formam misturas inflamáveis, quando em recipientes abertos e quando ocorrem vazamentos ou derramamentos. 0 grau de perigo que existe no seu manuseio é determinado em grande parte pelo ponto de fulgor do líquido, pela concentração de vapores no ar e pela possibilidade de uma fonte de ignição à temperatura suficiente para fazer a mistura queimar. 2.1 - Conceito de Incêndio

Desde as mais remotas idades do nosso planeta o homem vem lançando mão do fogo para dar continuidade a sua evolução, mas em contra partida, o fogo quando foge do controle do homem, traz consigo a destruição daquilo que foi produzido. Assim sendo, podemos conceituar Incêndio, como toda e qualquer destruição de bens móveis e imóveis, além de danos físicos e ou morais ocasionados pelo fogo fora de controle ao homem. Toda e qualquer destruição ocasionada pelo fogo, que se processa fora do desejo e controle humano, resultando em prejuízos consideráveis e não previstos, recebe o nome de incêndio. Assim, a queima de um palito de fósforo, usado para acender um cigarro, não poderá ser considerado como um incêndio, uma vez que o fósforo foi produzido para aquele fim e está sob o controle do homem. Do mesmo modo, o fogo que alimenta um auto-forno de unia siderúrgica, embora consuma milhões de cruzeiros em combustível, não poderá ser considerado como um incêndio, pois o mesmo está sob controle; e foi atendendo a um desejo do homem que ele foi deflagrado, com também será fator de lucros materiais. Ao contrário, o fogo que lavra em um hospital, causando danos materiais, físicos e morais ao homem, este sim se configura em um incêndio. 2.2 - Conceito de Fogo

Diante do exposto, pode-se definir o fogo como conseqüência de uma reação físico-química, denominada combustão, que produz calor ou calor e luz. Para que ocorra essa reação, necessário se faz a reunião de três elementos essenciais, em condições favoráveis, tal que a falta de um deles em qualquer circunstâncias, determinará a sua inexistência.

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3 - Condições Determinantes para a Ocorrência do Fogo

3.1 - Triângulo do fogo

Quando os três elementos se apresentam em um determinado ambiente, sob condições propícias, temos o chamado triângulo do fogo. Os elementos essenciais do fogo são: a) Combustível; b) Comburente, c) Energia para ignição ou Fonte de Calor

3.2 - Combustível

São representados pelos diversos materiais que servem de campo de propagação ao fogo e que o alimenta. Todos os corpos orgânicos, isto é, aqueles cuja composição química, contém carbono são combustíveis. Dos corpos inorgânicos, apenas alguns são combustíveis em condições normais. Citaremos como exemplo o enxofre, o hidrogênio, o fósforo, os metais alcalinos, etc. Diante disto podemos afirmar que qualquer material constituído primariamente de carbono e hidrogênio, pode-se oxidar ou seja pode ser queimado. 3.3 - Propriedades dos Combustíveis

Os combustíveis podem apresentar-se em 3 estados físicos: ● Sólido (madeira, papel, tecidos, etc.); ● Líquido (álcool, éter, gasolina, etc.); ● Gasoso (acetileno, butano, propano, etc.). Todo material possui certas propriedades que o diferem de outros, em relação ao nível de combustibilidade. Por exemplo, pode-se incendiar a gasolina com a chama de um isqueiro, não ocorrendo o mesmo em relação ao carvão coque. Isso porque o calor gerado pela chama do isqueiro não seria suficiente para levar o carvão coque à temperatura necessária para que ele liberasse vapores combustíveis. Cada material , dependendo da temperatura a que estiver submetido, liberará maior ou menor quantidade de vapores. Para melhor compreensão do fenômeno, definem-se algumas variáveis, denominadas de Pontos de Temperaturas.

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3.4 - Classificação dos Pontos de Temperaturas a) Ponto de fulgor; b) Ponto de combustão; d) Ponto de ignição; e) Energia mínima de auto-ignição. a) Ponto de fulgor: A temperatura mínima em que um combustível começa a desprender vapores que, ao entrarem em contato com uma fonte externa de calor, se incendeiam. Só que as não se mantém, não se sustentam, por não existirem vapores suficientes. Se aquecermos pedaços de madeira, dentro de um tubo de vidro de laboratório, a uma certa temperatura a madeira desprenderá vapor de água. Este vapor não pega fogo. Aumentando-se a temperatura, num certo ponto, começarão a sair gases pela boca do tubo. Aproximando-se um fósforo aceso, esses gases transformar-se-ão em chamas. Por aí, nota-se que um combustível sólido (a madeira) numa certa temperatura desprende gases que se misturam ao oxigênio (comburente) e que se inflamam em contato com a chama do fósforo aceso. O fogo não continua porque os gases são insuficientes e se formam em pequena quantidade. O fenômeno observado nos indica o "Ponto de fulgor" da madeira (combustível sólido), que é de 150°C, (cento e cinqüenta graus centígrados). O ponto de fulgor varia de combustível a combustível. Para a gasolina ele é de - 42°C (menos quarenta e dois graus centígrados), para o asfalto é de 204°C (duzentos e quatro graus centígrados). b) Ponto de combustão Na experiência da madeira, se o aquecimento, prosseguir, os gases continuarão a sair pelo tubo e, entrando em contato com o calor da chama do fósforo aceso, incendiarão e se manterão. A queima agora não pára. Foi atingido o "Ponto de combustão", isto é, a temperatura mínima em que esse combustível sólido, a madeira, sendo aquecido, desprende gases que em contato com fonte externa de calor se incendeiam, mantendo-se as chamas. No ponto de combustão, portanto, acontece um fato diferente, ou seja, as chamas continuam. c) Ponto de ignição Continuando-se o aquecimento da madeira, os gases, naturalmente, continuarão a se desprender, num certo ponto. Ao saírem do tubo, entrando em contato com o oxigênio (comburente), eles pegarão fogo sem necessidade da chama do fósforo. Ocorre, então, um fato novo. Não há mais necessidade da fonte externa de calor. Os gases desprendidos do combustível, só pelo contato com o comburente, pegam fogo e, evidentemente, se manterão em chamas. Foi atingida a "Temperatura de ignição", que é a temperatura mínima em que gases desprendidos de um combustível se inflamam pelo simples contato com o oxigênio do ar. O Éter atinge sua temperatura de ignição a 180 C° (cento e oitenta graus centígrados) e o Enxofre a 232° (duzentos e trinta e dois graus centígrados). Uma substância só queima quando atinge pelo menos o ponto de combustão. Quando ela alcança a temperatura de ignição, bastará que seus gases entrem em contato com o oxigênio para pegar fogo,

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não havendo necessidade de chama ou outra fonte de calor para provocar as chamas. Convêm lembrar que, mesmo que o combustível esteja no ponto de combustão, se não houver chama ou outra fonte de calor, não se verificara o fogo. Grande parte dos materiais sólidos orgânicos, líquidos e gases combustíveis contam grandes quantidades de carbono, e/ou de hidrogênio. Citamos como exemplo o gás propano, cujas porcentagens em peso são aproximadamente 82% de Carbono e 18% de Hidrogênio. O Tetracloreto de carbono, considerado não combustível, tem aproximadamente, em peso 8% de Carbono e 92% de Cloro. d) Energia mínima de auto-ignição: A Energia mínima de auto-ignição é a menor quantidade de energia (transformada em térmica) que introduzida em um ponto de mistura combustível, dá origem a uma chama que se propaga por uma mistura. Assim sendo, não é bastante Ter temperatura. É preciso também ter energia da centelha para provocar a combustão.

Em síntese Combustível é todo material ou toda substância que possui a propriedade de queimar, de oxidar ou

entrar em combustão.

. 3.5 - Comburente ou Oxigênio

Normalmente, o oxigênio se combina com o material combustível, dando inicio a combustão. O ar atmosférico conta na sua composição, cerca de 21% de oxigênio. Se considerar genericamente a combustão como uma reação de oxidação, a composição química das substâncias determinará o grau de combustibilidade do material. Há substâncias que liberam oxigênio em certas condições, como o cloreto de potássio. Outras substâncias podem funcionar como comburentes, por exemplo, uma atmosfera com cloro, tais casos são mais esporádicos e seu estudo envolveria uma complementação de conhecimentos. 3.6 - Energia para Ignição ou Fonte de Calor

As fontes de calor em um ambiente podem ser as mais variadas a chama de um fósforo; a brasa de um cigarro aceso; unia limpada; a chama de um maçarico, etc. A própria temperatura ambiente já pode vaporizar um material combustível; é o caso da gasolina, cujo ponto de fulgor e aproximadamente de 40ºC. Considerando-se que o ponto de combustão é superior em apenas alguns graus a uma temperatura ambiente de 20ºC já ocorre a vaporização. 0 calor é o elemento que possibilita a reação entre o combustível e o comburente, mantendo e propagando a combustão, como a chama de um palito de fósforos. Uma faísca elétrica é uma fonte de ignição suficiente para causar um incêndio. Um arco voltaico, ou centelhamento, obtido de uma fonte de baixa voltagem pode iniciar um incêndio mediante a inflamação de uma mistura de vapores de gasolina/ar. A corrente elétrica não precisa estar sob a forma de um arco voltaico para causar um incêndio. Basta a quebra acidental de uma lâmpada acesa na presença de vapores combustíveis para que incêndios catastróficos se configure. Note-se que o calor propicia: a) Elevação da temperatura, b) Aumento de volume dos corpos;

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c) Mudança no estado físico das substâncias. 3.7 - Condições Propícias:

É importante notar que, para o início da combustão, além dos elementos essenciais do fogo, há a necessidade de que as condições em que esses elementos se apresentam sejam propicias para o inicio do fogo. Se pensar em um escritório iluminado com uma lâmpada incandescente de 100 watts, temos no ambiente: a) combustível: mesa, cadeira, papel, etc.; b) comburente: oxigênio presente na atmosfera; c) calor: representado pela lâmpada incandescente ligada. Se aproximar uma folha de papel da limpada quando esta estiver acesa, haverá o aquecimento do papel e este começará a liberar vapores que, em contato com a fonte de calor (lâmpada), se combinará com o oxigênio e entrará em combustão. Portanto, somente quando o combustível se apresenta sob a forma de vapor ou gás, ele poderá entrar em ignição, ou seja, se ele se apresentar no estado sólido ou líquido, haverá a necessidade de que seja aquecido, para que comece a liberar vapores ou gases. Quanto ao oxigênio, ele deverá estar presente no ambiente em porcentagens adequadas. Se ele estiver reduzido a porcentagens abaixo de 16%, diz-se que a mistura combustível/comburente está muito rica e não haverá combustão. 4 - Efeitos da Combustão Viva

a) Fumaça É um conjunto de gases (vapores inflamáveis, inertes, tóxicos e asfixiantes), vapores de água e partículas sólidas leves em suspensão. A cor da fumaça, ou seja, sua maior ou menor transparência, serve de orientação prática na identificação de certos perigos e de materiais envolvidos em combustão: ● Fumaça banca ou cinza clara: indica a queima de combustíveis orgânicos leves em áreas abertas (ventiladas) com vapores de água; ● Fumaça negra ou cinza escura: indica geralmente a queima de combustíveis derivados de petróleo ou que contenham derivados dele; ● Fumaça amarela, vermelha ou púrpura: estas colorações, não de toda prova suficiente, indicar o teor de toxidez da fumaça, mas por se só, constitui motivo de sérias preocupações pelos combatentes e socorristas. É preciso que se diga que durante emergências envolvendo incêndios, grande número de vítimas foram presas mortais pelo alto teor de toxidez veiculada pela fumaça. Estatisticamente, a fumaça lidera na lista dos maiores assassinos nos sinistros, conforme se segue: fumaça, pânico, queimaduras, desidratação, pisoteamento, etc... b) Gases Os gases encontrados na combustão variam de acordo com o combustível que arde. Assim, considerando-se a substância orgânica, quando o combustível possuir na sua estrutura os elementos de hidrogênio e carbono, teremos respectivamente, vapores de água e os gases Monóxido de Carbono (CO) e o Bióxido de Carbono (C0²).

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c) Chama É a fase da reação em um meio gasoso, alimentado de forma contínua pelos gases que se combinam. Ao resultado da combustão viva de um gás dá-se o nome de chama. Os corpos que não se reduzem a vapor, ardem em chama. A maioria dos corpos em combustão se decompõe, desprendendo gases que se incendeiam, produzindo as chamas, cujo poder iluminativo e intensidade varia de acordo com os produtos resultantes da combustão e da quantidade de gás inflamável em que os corpos se decompõem, A intensidade do calor da chama depende da natureza do corpo que arde e da quantidade de combustível que se une ao oxigênio do ar, por isso, nem sempre a chama mais brilhante produz maior calor. Como, aliás, acontece com as chamas de hidrogênio e do álcool, que sendo pouco brilhante, desenvolvem elevadas temperaturas. Classificação das chamas: As chamas são classificadas em ocas e maciças.

a) Chama maciça: este tipo de chama tem lugar, quando encontram mesclados combustíveis e comburentes; isto sucede com as mesclas explosivas, como por exemplo: a pólvora.

b) Chamas ocas: As chamas ocas são produzidas quando o combustível penetra na atmosfera do comburente em forma de jorro. Neste caso, a combustão se efetua na zona (região) de contato entre o combustível e o comburente (oxigênio).

Regiões das chamas: A chama poderá ou não ser luminosa. Desprendem luz as chamas que contem partículas em suspensão. Uma chama apresenta três regiões distintas: Região externa ou oxidante, região intermediária ou redutora e região interna ou escura:

a) Região externa ou oxidante: É um manto exterior de azul pálido, onde a combustão é completa, como o oxigênio nela é abundante e está em alta temperatura, a chama alcança aí grande poder oxidante.

b) Região intermediária: É a que se apresenta como um cone luminoso, onde a combustão é incompleta, pois o ar tem pouco acesso a ela; aqui somente arde o hidrogênio com produção de água, enquanto que o carbono acha-se em forma de partículas incandescentes, as quais se deve a esta região o seu brilho e o seu poder redutor; se submetermos a ela uma substância com oxigênio, ela o absorve.

c) Região interna ou escura: É constituída de vapores e gases não queimados, e que pode ser constatado, canalizando-se tais vapores para fora com um tubo e fazendo-os queimar na extremidade do mesmo.

Incandescência: Consiste na massa combustível sólida sob a ação da combustão viva, onde não há volatilização para a atmosfera, ou há liberação de vapores mas também queima em meio a massa. É comum a queima

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na forma de incandescência (brasa), quando o material combustível possui grande quantidade de elemento comburente no seio de sua brasa, como o carvão, papel, borracha, etc. Pressão: Como conceito, a pressão é o resultado da extrema concentração dos inúmeros produtos da combustão, em que o acúmulo gera forças internas até um ponto que se torna maior que a pressão atmosférica externa, chegando a ocasionar neste caso, não raras vezes, explosões, desabamentos, rachaduras, desnivelamento e conseqüentes propagações do sinistro, por meio do calor, liberação das chamas e partículas sólidas leves incandescentes que esvoaçam pelas aberturas horizontais e verticais. As experiências têm feito notar que o fenômeno deve Ter um trato técnico e tático meticuloso, pois ocorre em locais confinados com vias e dependências as mais diversas e difíceis para se operar o combate e salvamento. 5. Processo de Transmissão do Calor

O calor pode atingir uma determinada área por condução, convecção ou radiação. a) Condução ou Condutibilidade É a propriedade que tem os corpos de propagarem, facilmente o calor de molécula para molécula no interior de sua massa, por movimento vibratório. A taxa de condução do calor vai depender basicamente da condutibilidade térmica do material, bem como de sua superfície e espessura. É importante destacar a necessidade de existência de um meio físico. Exemplo - Panela de alumínio sem cabo isolante. Os corpos que transmitem o calor mais ou menos lentamente, são maus condutores. Entre estes , situamos a madeira, o vidro, as resinas e principalmente os líquidos e os gases. 0 ar é o pior condutor de calor. A lã e a cortiça são piores que o amianto, entre tanto o ultimo não é combustível ao passo que os primeiros o são. Por isso, as roupas refratárias são feitas em amianto e a lã de vidro e cortiça são mais usadas como isolantes térmicos. Os corpos que transmitem facilmente calor são bons condutores de calor. Entre eles se encontram os metais de modo geral. b) Convecção É o processo de transmissão do calor feito através da circulação do meio transmissor. É uma forma característica dos fluídos. Nos grandes incêndios, massas aquecidas de ar ou gases quentes se deslocam, transmitindo o calor à distâncias consideráveis, suficiente para incendiar corpos combustíveis, com que entram em contato, gerando novos focos que demandarão novo trabalho dos bombeiros na sua extinção. Pelo aquecimento, as moléculas se expandem e tendem a se elevar, criando correntes ascendentes a essas moléculas e correntes descendentes às moléculas mais frias. É um fenômeno bastante comum em edifícios, pois através de aberturas, como janelas, poços de elevador, vãos de escada podem ser atingidos andares superiores. Exemplo: Incêndio em edifícios. A convecção, como vimos, ocorre nos fluidos. Se entre dois de um fluido, existe uma diferença de temperatura, também existirá uma diferença de densidade. Em conseqüência a parte mais fria tende

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a descer (de densidade maior) e a parte mais quente tende a subir (de densidade menor). Este deslocamento de fluido provoca as correntes de convecção. A convecção pode ser natural ou forçada. São exemplos de convecção forçada: chaminé, exaustor de ar, etc. Pela convecção natural explica-se a existência de ventos e correntes marítimas. c) Radiação ou Irradiação É a forma de transmissão do calor através de espaço mais ou menos consideráveis sem aquecer os corpos que atravessa. Por meio de onda, todo corpo quente emite radiações que vão atingir os corpos frios. O calor do sol é transmitido por este processo. São radiações de calor as que são sentidas quando as pessoas se aproximam de um forno quente. Exemplo: Queimadura do sol. O calor irradiado transmite-se em linha reta, até encontra um obstáculo, quando começará a se transmitir por condução. O calor que se propaga por irradiação, a que se dá também o nome de calor radiante, é regido pelas seguintes leis: 1ª - Um corpo quente emite calor em todos os sentidos. 2ª - 0 calor radiante, no meio homogêneo, transmite-se em linha reta. 3ª - 0 calor radiante transmite-se no vácuo. 4ª- A intensidade do calor radiante esta na razão inversa do quadrado das distâncias. 0 fenômeno da irradiação do calor é muito comum nos incêndios e quando aliado ao da condutibilidade é o responsável pela rapidez da sua propagação. Como o calor radiante se propaga em todas as direções, o fogo de um incêndio, também assim se comporta, sendo porém mais acentuado no sentido em que o vento sopra, podendo propagar assim o incêndio a material de fácil combustão existente a consideráveis distâncias.

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PROTEÇAO CONTRA INCÊNDIOS

CAPÍTULO 1 Técnica de Combate ao Fogo I- Classificação dos Incêndios

Como já foi dito anteriormente, podemos conceituar o incêndio, como sendo toda e qualquer destruição ocasionada pelo fogo e que provoque danos pessoais e materiais. Classes de Incêndios Os incêndios, em seu início, são muito mais fáceis de controlar e de extinguir. Quanto mais rápido o ataque ás chamas, maiores serão as possibilidades de reduzi-Ias, de eliminá-las. É a principal preocupação no ataque consiste em desfazer, em romper o triângulo do fogo. Mas, que tipo de ataque se faz ao fogo em seu início? Qual a solução que deve ser tentada? Como os incêndios são de diversos tipos, as soluções serio diferentes e os equipamentos de combate também serão de tipos diversos. É preciso conhecer, identificar bem o incêndio que se vai combater, para escolher o equipamento correto. Um erro na escolha de um extintor pode tornar inútil o esforço de combater as chamas ou pode piorar a situação aumentando as chamas, espalhando-as ou criando novas causas de fogo (curtos circuitos). Os incêndios são divididos em quatro (4) classes: a) Incêndios Classe A São os incêndios em combustíveis sólidos que deixam resíduos. Os sólidos queimam em superfície e no interior da massa. Há presença de chama, salvo as exceções e presença de incandescência. São exemplos de combustíveis sólidos: tecidos, madeira, papel, borracha vegetal, carvão vegetal, fibras etc. b) Incêndios Classe B São os incêndios em combustíveis inflamáveis, encontrados nos três estados físicos da matéria. Não deixam resíduos e queimam somente na superfície. São exemplos de combustíveis inflamáveis: óleos, graxas, vernizes, tintas, gasolina, parafina, cera, acetileno, gás butano, etc. c) Incêndio Classe C São os incêndios em sistemas elétricos com energia presente (energizados, ligados), com riscos para o operador. São exemplo de sistemas elétricos: motores elétricos, transformadores, quadros de distribuição, fios, aparelhos condicionadores de ar, contactores, sub-estação, máquinas elétricas em geral, caixa de passagem, computadores, etc. estando sob tensão elétrica. d) Incêndios Classe D

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São os incêndios especiais que não entram nas classes indicadas. Os incêndios classe D envolvem metais pirofóricos, tais como: magnésio, alumínio, zircônio, titânio, antimônio, cádmio potássio, selênio, lítio, zinco, sódio e outros. Para a extinção dos incêndios da classe D, é exigido o emprego e pós químicos especiais a base de monofosfato de amônia, grafite, cloreto de bário, cio-reto de sódio e fluoreto de cálcio, com aplicação especial para cada caso. 2 - Método ou Processos de Extinção do Fogo

Sua classificação fica assim distribuída:

a) Isolamento, Retirada do Material ou Diluição de Substâncias Inflamáveis: É a retirada do corpo combustível, ou seja, consiste em isolar, retirar ou diluir o combustível inflamado ou não, impedindo deste modo que o mesmo sirva de campo de propagação do fogo, mantendo a combustão;

b) Resfriamento: É a retirada do calor, ou seja, é o processo pelo qual se faz a absorção parcial da energia calorífica produzida pelo combustível em chamas, fazendo a sua temperatura baixar ao ponto mínimo que insatisfaça a combustão. Consiste na redução ou eliminação da energia produtora e ação em cadeia (calor), baixando a temperatura e seu ponto de ignição, não permitindo a evolução a continuidade do fogo.

c) Abafamento:

É a retirada do oxigênio, ou seja, consiste em impedir que o comburente permaneça em contato com o combustível em percentuais suficientes para alimentação da combustão. Como se sabe, o oxigênio do ar atmosférico se encontra na proporção de 21%, no entanto, o teor mínimo para se Ter a combustão, gira em tomo de 13 % a 16%.

d) Diluição: É a diluição de substâncias inflamáveis. Esse processo é utilizado nos incêndios onde o combustível é líquido e missível em água. A porcentagem de diluição necessária para o efeito extintor varia grandemente. A aplicação deste método requer bom conhecimento a respeito do líquido envolvido e de técnica e tática de combate a incêndio. Como já foi visto, o fogo é um tipo de queima, de combustão, de oxidação. É um fenômeno químico, uma reação química que provoca alterações profundas na substância que se queima. Um pedaço de papel ou madeira que se inflama transforma-se em substância muito diferente. 0 mesmo acontece com óleo, gasolina ou com um gás que pega fogo. A palavra oxidação significa também queima. A oxidação pode ser lenta como no caso da ferrugem. Trata-se de uma queima muito lenta, sem chamas. Na combustão de um papel, já há chamas. É uma oxidação mais rápida. Na explosão da dinamite, a queima, a oxidação é instantânea e violenta. Chama-se oxidação porque é o oxigênio que entra na transformação, ajudando a queima das substâncias.

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O tipo de queima que interessa a este estudo é o que apresenta chamas. Consideremos o triângulo do fogo:

Eliminando um desses elementos, terminará a combustão. Aí se tem uma indicação muito importante de como se pode acabar com o fogo. Pode-se eliminar a substância que está sendo queimada (esta é uma solução nem sempre possível). Pode-se eliminar o calor provocando o resfriamento no ponto em que ocorre a combustão, a queima. Pode-se, ainda, eliminar ou afastar o comburente (o oxigênio) do lugar da queima, por abafamento, por introdução de outro gás que não é comburente. O triângulo do fogo é como um tripé. Eliminando-se uma das pernas, acaba a sustentação. Isto é, fogo se extingue. De tudo isso se conclui que, impedindo a ligação dos pontos do triângulo, ou seja, dos elementos essenciais, indispensáveis para o fogo, este não surgirá ou deixará de existir se já tiver começado. Quando num poço de petróleo que está em chamas se provoca uma explosão para combate ao incêndio, o que se deseja é afastar, momentaneamente, o oxigênio, o comburente, um dos elementos do triângulo do fogo, para que o incêndio apague, se extinga. Quando num lugar, onde existe material combustível e oxigênio, se lê um aviso em que se proíbe fumar o que se pretende é evitar que se configure o triângulo do fogo, isto é, combustível, comburente e calor. 0 calor, neste caso, é a brasa do cigarro. Sem este calor, o combustível e o comburente não poderão transformar-se em fogo.

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PROTEÇAO CONTRA INCÊNDIOS CAPITULO 2 Tática de Combate ao Fogo Para se combater taticamente um incêndio, necessário se faz, conhecer os agentes que auxiliam na extinção do fogo. 1 - Agentes Extintores

Basicamente a extinção de um incêndio é feita por ação do isolamento, resfriamento, abafamento, diluição ou união dos processos de extinção do fogo, já estudado. I - Ação de resfriamento: pela diminuição da temperatura do material incendiado a níveis inferiores ao ponto de fulgor ou de combustão desse combustível. Nesse instante , não haverá a emissão de vapores necessários ao prosseguimento do fogo. II - Ação de abafamento: resultante da retirada do oxigênio; pela aplicação de um agente extintor que deslocara o ar da superfície do material em combustão. III - Dependendo do tipo ou da forma como certos agentes extintores são empregados, outros efeitos podem aparecer, como a diluição de um liquido combustível em água e interferência na reação química. A retirada do material combustível (o que está queimando ou que esteja próximo) evita a propagação do incêndio sem criar a necessidade de um agente extintor. 2 - Tipos de agentes extintores 2.1 - Água Pode ser empregada: No estado Líquido: na forma de jatos compactos (sólido, pleno) e neblina (neblinados, pulverizados ou borrifados). No estado Gasoso: na forma de vapor. A água é o agente de uso mais comum e tem sido utilizada há séculos, por causa de suas propriedades de resfriamento, abafamento, diluição e emulsionamento. Este capitulo trata da extinção do fogo com água e de suas limitações como agente extintor, em suas três aplicações básicas: jato plano, neblina e vapor. A extinção só pode ocorrer quando o agente extintor atinge o ponto onde existe a combustão. O método convencional de extinção é aplicar, na base do fogo, jato pleno, mediante linhas de mangueiras, ou com extintores do tipo de carga de água. Outra maneira convencional, e

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freqüentemente mais eficaz, e aplicar a água em forma de neblina. Isto se faz através de esguichos especiais, pulverizadores e dispositivos similares. Além disto, em certos casos específicos, a água pode ser aplicada em forma de vapor a) Extinção por resfriamento:

Quando a superfície do material incendiado é resfriada, abaixo da temperatura em que emite vapores suficientes, para apoiar a combustão, o fogo se extingue. Incêndios que envolvam líquidos somente podem ser extintos por resfriamento quando o ponto de fulgor do líquido esta bem acima da temperatura da água aplicada. Em certas situações, é necessário aplicar água de tal forma que se consiga o máximo efeito resfriador. Isto significa que a água aplicada, absorvendo o calor da combustão, deve ser aquecida a 100º C, convertendo-se em vapor (eventualmente superaquecido). Tal resultado pode ser obtido mais rapidamente se a água for aplicada em forma de neblina em vez de um jato pleno. Os fatores seguintes afetam a ação resfriadora da neblina: A taxa e absorção do calor é mais alta quanto maior o fracionamento da água aplicada. Em determinado volume de água, a sua superfície livre é muito maior em forma de neblina; A taxa de absorção do calor é mais alta quanto maior a diferencia de temperatura entre a água aplicada e o ar, ambiente ou material em combustão; A taxa de absorção do calor depende do conteúdo de vapor no ar que está na vizinhança imediata das partículas de neblina (gotas); A taxa de absorção de calor depende da forma das partículas da neblina (gotas) (a forma esférica é a melhor). A partícula da neblina (gota) deve ser bastante grande para que alcance o ponto de combustão (vencendo a resistência do ar, a força da gravidade e as corrente ascendentes do ar aquecido). O diâmetro ótimo da gota é da ordem de 0,35 mm porem os diâmetro entre 0,1 mm são satisfatório para a maioria dos casos. Durante a aplicação da neblina, deve-se levar em conta da deflecção causada por correntes térmicas e outros movimentos do ar. O resfriamento e a geração de vapor (sina de absorção do calor) são mais eficazes quando ocorrem no ponto de combustão. b) Extinção por abafamento:

Caso o vapor for gerado por volume suficiente (depende da taxa de aplicação da água, do tamanho das partículas e do calor de combustão) o ar pode ser deslocado ou excluído e o fogo, em certos tipos de incêndio, pode ser extinto por este procedimento. O abafamento , evidentemente, é favorecido quando o vapor que é gerado fica encerrado na zona de combustão. O vapor tem pouco efeito resfriador sobre os combustíveis comuns, não sendo, portanto, fator importante na completa extinção de tais incêndios. O processo de absorção do calor pelo vapor termina quando começa a condensação, o que significa que o vapor liberado o calor. Esta condição se toma evidente pela formação de nuvens (visíveis) de vapor de água. A condensação que ocorre acima da zona de combustão não te efeito resfriador algum sobre o material incendiado. O vapor pode ser utilizado com vantagens no combate a incêndio em equipamentos que contêm líquidos inflamáveis ou combustível e que trabalham com altas temperaturas. A aplicação da água fria, neste caso, poderia danificar os equipamentos. A água pode ser também usada como agente abafador, particularmente no combate a incêndios em líquidos mais pesados ( por exemplo, bissulfareto de carbono), ou insolúveis. A água deve ser

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aplicada levemente na superfície do liquido. A fim de obter-se o efeito abafador. Se o combustível, quando aquecido, libera oxigênio, o abafamento não extingue o fogo. c) Extinção por diluição:

Líquidos inflamáveis solúveis em água podem, em certas circunstâncias, ser extintos mediante diluição. A porcentagem de diluição necessária para o efeito extintor vara grandemente; o volume de água e o tempo necessário para extinção variam também. Por exemplo, num incêndio que envolva um derrame de álcool etílico ou metílico, a técnica de diluição pode ser usada com êxito quando é possível obter uma mistura adequada dos dois líquidos. Em tanques, comumente não se pratica o método de diluição, por três motivos:

• Grande volume de água necessária. • Possibilidade de transbordamento. • Perigo de ebulição, caso o líquido a 100ºC ou mais.

• Limitação da água e da neblina: A água, agente extintor universal, tem limitações em certos tipos de incêndio. As características que limitam o seu uso como agente extintor incluem: tenção superficial, reatividade com certos materiais, condutividade elétrica, viscosidade, baixa opacidade e reflexão. Alem disto, a água pode ser ineficaz nos incêndios em líquidos inflamáveis de baixo ponto de fulgor. Algumas destas limitações podem ser eliminadas ou reduzidas com a adição de substâncias que alterem as características físicas da água. ● Tensão Superficial: A tenção superficial da água reduz sua capacidade de penetração a dispersão em combustíveis enfardados ou empilhados, como por exemplo, o algodão. Nestes casos, torna-se necessário, desmantelar os fardos em empilhamento, aplicando água no seu interior, ou então, adicionar um agente humectante, a fim de reduzir a tenção superficial e possibilitar a penetração. ● Reatividade com certos materiais: Em geral, a água não deve ser aplicada em materiais como carbonatos, peróxidos, sólido, metálicos, pó de magnésio, os quais reagem violentamente. ● Condutividade elétrica: A água, em seu estado natural, contém impurezas que a tornam boa condutora de eletricidade. Portanto, não deve ser aplicada em incêndios que envolva equipamentos elétricos energizados. Recomenda-se, em primeiro lugar, desligar a corrente elétrica do equipamento incendiado, antes de aplicar a água. Deve ser levado em conta, porém, que em certas linhas de alta voltagem pode ficar um potencial perigo durante algum tempo após o desligamento. Caso existam condensadores elétricos no circuito, ou seja um cabo que por qualquer motivo tenha capacitância, a corrente demora algum tempo em dissipar-se. Se dois ou mais cabos de alta tenção estão instalados numa torre, ou em duas torres paralelas, pode gerar-se, após o desligamento de um cabo, uma corrente induzida no cabo desenergizado, caso este tenha capacitância.

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Também o cabo desenergizado pode ser acidentalmente energizado por contato com outra linha durante o combate a incêndio. Em certas circunstâncias, a corrente não pode ser contada, por isto pararia equipamentos necessário para o combate a incêndio, como por exemplo, a bomba de incêndio se elétrica for). Em tal caso, somente agentes extintores não condutores devem ser usados (agentes químicos secos, pó o gás carbônico). ● Viscosidade: A água tem baixa viscosidade e, quando aplicada a uma massa incendiada, escoa rapidamente. A baixa viscosidade também limita sua capacidade de cobrir o fogo. ● Opacidade e refletividade; Teste realizados demonstram que a neblina de água, aplicada de forma a criar uma fina camada na superfície de uma chapa metálica, mantinha esta chapa a temperatura, suficiente para se proteger contra os danos devidos a exposição de um incêndio em gasolina. Porem, quando a neblina foi aplicada como simples cortina de água entre o metal e o fogo, sem molhar a superfície da chapa metálica, o grau de proteção foi menor. Neste ultimo caso, a temperatura da chapa metálica foi três ou até quatro vezes mais alta que a primeira experiência, na qual a água molhada levemente a superfície metálica protegida. Os teste indicaram que, provavelmente por causa da falta de opacidade, a água tem pouca capacidade de prevenir a passagem do calor de radiação. e) Limitações do vapor: O vapor extingue incêndio através da exclusão do ar ou redução do conteúdo do oxigênio do ar atmosférico, de maneira similar ao gás carbônico ou outros gases inertes. Embora muitos incêndios tenham sido extintos com vapor , seu uso foi freqüentemente ineficaz por falta de conhecimento das suas limitações. Exceto para aplicações especiais, o vapor não é daí para frente utilizado modernamente como agente extintor. Para o uso do vapor no combate a incêndio é preciso se dispor de grandes e constantes volumes. É difícil extinguir incêndios em combustíveis cuja combustão forme brasa, por ser baixo o seu efeito resfriador. Em alguns tipos de incêndios, como por exemplo em nitrato de amônia e materiais oxidantes similares, o vapor é completamente ineficaz. Deve também ser levado em conta o risco de queimadura; a nuvem visível do vapor condensado, normalmente conhecida como "vapor", não oferece proteção. Recomenda-se limitar o uso de jatos de vapor, principalmente a pequenos espaços encerrados. Deve ser aplicado durante muito tempo, a fim de garantir a completa extinção. f) Neblina de água em incêndio de líquidos inflamáveis e líquidos combustíveis: 0 óleo combustível pesado, óleo lubrificante e outros produtos de petróleo, de alto ponto de fulgor, não produzem vapores em volume razoável , antes de serem aquecidos. Entretanto, uma vez incendiados, o calor do fogo causa vaporização suficiente para que a combustão continue. Caso seja

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aplicada neblina na superfície do líquido incendiado, o resfriamento reduzirá a taxa de vaporização de maneira suficiente a se extinguir o incêndio. A água tem sua capacidade extintora limitada em líquidos inflamáveis de baixo ponto de fulgor, tais como os que estão incluídos na classe A - B - C, da norma ABNT - P - NB - 98 - 1961. Qualquer volume de água atingindo a superfície de um líquido de baixo ponto de fulgor, incendiado, não ferverá, mas provavelmente descerá ao fundo. Caso o líquido esteja em um tanque, a água poderá causar transbordamento. Em caso de incêndio em líquido derramado, a água provavelmente espalhará as chamas, Portanto, em incêndios destes tipos, a espuma é o agente mais indicado. g) Resumo do uso de água: O uso de água em incêndios de produtos de petróleo pode ser resumido da seguinte maneira:

• Água como agente resfriador - interromper a liberação de vapores da superfície de um produto de alto ponto de fulgor, extinguindo assim o incêndio; protege o homem contra as chamas e o calor de radiação, quando os mesmos fecham uma válvula ou realizam outra tarefa que exige aproximação; protege as superfícies exposta ao fogo; esta proteção é mais eficaz quando as superfícies estão a uma temperatura superior a 100º C; o emprego das jatos de água é eficaz no resfriamento de torres, vasos, tanques, estruturas metálicas, etc.

• Água como agente mecânico - controla vazamento; dirige, quando convenientemente aplicada, o fluxo do líquido, de forma a prevenir sua ignição, ou remover o fogo para uma área onde cause menos prejuízos.

• Água como agente deslocador - Desloca o líquido inflamável para cima ou além do ponto de vazamento, antes ou durante o fogo.

2.2 – Espuma:

A espuma para combate a incêndio é um agregado de bolhas cheias de gás, geradas de soluções aquosas. Sua densidade é menor do que a dos líquidos inflamáveis e combustíveis. É usada principalmente para formar uma capa flutuante de cobertura. Extingue o incêndio neste líquidos, cobrindo e resfriando o combustível de forma interromper a evolução dos vapores e impedir o acesso do oxigênio. E útil como agente de prevenção e extinção de incêndio em situações as mais variadas, envolvendo produtos inflamáveis. Ela satisfaz todas as exigências referente a um fluido de densidade muito baixa e alta capacidade de absorver calor. a) - Espuma mecânica (de ar): É formada por meios puramente mecânicos, sendo gerada por turbulência física que incorpora ar numa solução de água, contendo uma pequena proporção de extrato. Dependendo desta mistura, a espuma de ar pode ser de maior ou menor consistência. O grau de mistura pode produzir uma consistência de pequenas bolhas homogêneas, com baixa taxa de decomposição, ou, então, pode gerar um aglomerado heterogêneo com bolhas que se desfazem mais rapidamente , dando uma taxa alta de decomposição. A temperatura dos líquidos geradores de espuma, e de água, não afetam as características de espuma gerada.

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b) Espuma química: E produzida mediante uma reação química que gera bolhas de gás carbônico em solução de água, contendo um composto emulsionador. A concentração química e a capacidade de expansão variam, Em temperaturas baixas a espuma química é gerada lentamente e tem sua expansão reduzida. Em temperaturas muito altas a espuma se forma rapidamente com grande expansão, porém sofre rápida desintegração. c) Tipos especiais de espumas: Em relação aos dois tipos de espuma mencionados, existem líquidos especiais para geração de espumas mecânicas, a fim de atenderem a riscos especiais. ● Líquidos de espumas de baixa temperatura: São concentrados proteínicos, convenientemente, protegidos para armazenamento e uso no equipamento de geração de espuma, a temperatura baixa até 30' C, abaixo de zero, para uso tanto a 3% como a 6% por volume. ● Líquidos geradores de espuma para álcool: Trata-se de concentrados proteínicos, contendo substância que oferecem maior resistência contra a decomposição da espuma gerada, quando utilizada em líquidos solúveis em água, tais como álcool, éter e outros solventes orgânicos. São fabricados, geralmente, para uso em proporções de 6% por volume em água. Uma vez que os líquidos geradores de espuma têm diferenças químicas básicas, o concentrado de um tipo de ser misturado com o concentrado de outro tipo. A mistura de tipos pode produzir precipitação dos componentes ativos, entupindo o equipamento e tomando a mistura inoperante. Quando a precipitação não ocorrer imediatamente, pode haver uma redução considerável das propriedades espumígenas da mistura e suas características de extinção podem ser distribuídas completamente. d) Uso de espuma em geral: Todas as espumas são basicamente uma mistura estabilizada de água ou ar, em forma de uma massa e baixa densidade, refletora de calor, a qual é capaz de fluir e nivelar-se automaticamente, em superfícies horizontais de líquidos ou sólidos, e de aderir a superfícies verticais. São úteis sempre que se precise do efeito resfriador da água e quando sejam necessárias características para criar uma cobertura capaz de vedar os vapores. As espumas que tem as características físicas e químicas apropriadas, para o risco contra o qual devem proteger, são capazes de extinguir o incêndio progressivamente, quando aplicadas a taxa exigida. Uma capa de espuma, cobrindo a superfície do líquido, é capaz de prevenir o desprendimento de valores durante várias horas, porém, quando o seu conteúdo de água é drenado, toma-se mais vulnerável a decomposição mecânica. A capa pode ser retirada após um período conveniente de tempo e, freqüentemente, não afeta o produto com o qual entra em contato. A espuma pode ser também usada para proteger estruturas e equipamentos contra radiação térmica. Devido a sua

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opacidade quando aplicada a superfícies sólidas, a espuma reflete calor, sendo que a lenta evaporação do seu conteúdo de água exerce efeito resfriador. A espuma serve ainda para reduzir ou interromper a geração de gases tóxicos de líquidos e sólidos, Pode ser também usada para encher cavidades ou espaços encerrados, onde se podem acumular gases tóxicos ou vapores inflamáveis. e) - Uso da espuma em derivados de petróleo: O uso mais importante da espuma é no combate a incêndio nos derivados do petróleo do tipo da gasolina, com altas pressões de vapores e baixo ponto de fulgor. A espuma é único agente extintor permanente usado para incêndios deste tipo e sua aplicação suave as superfícies inflamadas permite se extinguirem as chamas progressivamente, consolidando seu progresso até a extinção completa. A espuma pode ser também usada para cobrir áreas expostas com inflamáveis e prevenir, assim, o desprendimento de vapores que poderiam incendiar-se. Os riscos de derrames são rapidamente controlados, mediante a aplicação da espuma. Grandes áreas expostas com gasolina inflamada, como, por exemplo, nos casos de desastres de aviação, na decolagem ou no pouso, exigem a aplicação de grandes volumes de espumas, a fim de extinguir o incêndio ou, ainda, possibilitar os trabalhos de salvamento. A espuma é também usada, ocasionalmente, nas pistas dos aeroportos, para reduzir o risco de centelhas geradas por atritos, quando uma aeronave necessita pousar com as partes metálicas inferiores da fuselagem. f) Limitações da espuma: A espuma não é considerada agente adequado para incêndios que envolva gases liquefeitos de petróleo (GLB), como por exemplo, butano, propano, metano, etc. Senso comum, deve ser usado quando se aplica espuma em recipiente, contendo produtos quentes, cuja temperatura está acima do ponto de ebulição da água, seja por circunstância normais, ou devido a exposição ao fogo. Pode ser desaconselhável o uso de espuma tanques contendo óleo de alta viscosidade, tais como o "bunker ol" (óleo combustível para navios), os quais tenham permanecido em combustão durante um período prolongado. Em tais circunstâNcia, a água da espuma pode agitar violentamente o óleo e causar seu transbordamento. A espuma é condutora de eletricidade; portanto; jatos plenos deste agente extintor, não devem ser usados contra incêndios em equipamentos elétricos energizados. g) Espuma de alta expansão: Outro procedimento de produção de espuma, utiliza a chamada espuma de "alta expansão" ou " espuma leve" ("HI - EX"). A sigla "HI - EX" é formada pelas letras iniciais das palavras inglesas "Hing Expansion" ( em português " alta expansão). 0 produto diferente essencialmente daquele citado anteriormente, devido a uma expansão mais ampla da mistura, formada por um agente espumante e água. Enquanto que são necessários 160 litros de solução (água + líquido gerador) para produzir 1m³ de espuma comum, o mesmo resultado atualmente é obtido com 1 litro de solução com novo agente (ÁGUA + 15 cc do líquido gerador). A "Hl - EX" ou espuma de alta expansão, é simplesmente constituída por uma emulsão ou "espuma de sabão", composta de bolhas de ar envoltas por um detergente e água. Nos geradores , cuja potência depende da força motriz empregada, o agente espumante à aspirado do mesmo modo nos

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equipamentos comuns de espuma; a mistura atravessa uma tela e a seguir é lançada por meio de um ventilador, que se liga a um tubo de tecido (nylon), cujo diâmetro pode ultrapassar 1 metro. Os geradores são unidades portáteis, podendo ser transportados a qualquer ponto de aplicação. Nas fábricas, conforme os riscos, podem ser instalados em posições fixas. Este tipo de espuma é especialmente adequado para combater incêndios no interior de prédios ou navios, para sufocar incêndios em subsolos, almoxarifados ou locais de difÍcil acesso. O problema do surgimento de água pode ser resolvido por meio deste procedimento, devido a pequena quantidade que é necessária para produzir a espuma; deve ser também destacado o fato, muito importante, de que os estragos causados pela água são reduzidos ao mínimo. Tendo em vista o aumento dos riscos de incêndios, devido ao uso crescente de novos combustíveis nas indústrias, não há dúvida de que este tipo de espuma constitui um meio de extinção de grande eficácia, sendo de destacar que não apresenta nenhum risco a saúde, não ataca metais, não é cáustica, nem corrosiva. Devido ao fato de que é possível produzir este tipo de espuma rapidamente, e em grande quantidade, o enchimento de grandes espaços nos edifÍcio ou navios é obtido facilmente e em pouco tempo, podendo-se atingir todos os locais, a menos que haja paredes divisórias sem aberturas de comunicação entre os riscos. Tendo em vista a aplicação da espuma em grandes volumes, é lógico perguntar-se o que poderá ocorrer com o material estocado no interior de um prédio ou navio. Imaginemos que uma casa comum, ou um local com um espaço de 500m³, seja cheio de espuma; a quantidade de água empregada e de 500 litros. Esta quantidade está, porem, espalhada em todo o espaço, inclusive no mobiliário ou na carga. Pode-se, então supor que a dispersão da água é tal que os resultados ficam dentro dos limites aceitáveis e não será necessários leva-los em consideração. Se enchermos completamente com a espuma um local com 2.50m³ e o fecharmos, não ficarão muitos vestígios da espuma depois de algum tempo, pois estes desapareceram após 24 horas. A espuma será absorvida e os 2.500 litros de água necessários para produção serão, em grande parte, absorvidos ou evaporados. A espuma de alta expansão é adequada para os incêndios das classes A e 13, e sobretudo nos recintos de difícil acesso e em subsolos. É muito eficaz como meio de extinção auxiliar, tomando-se muito útil para os socorros de bombeiros oficiais e industriais, principalmente nos casos em que a fumaça e os gases nocivos tomam difícil o ataque ao fogo, quando há escassez de água, quando se querem evitar os estragos causados pela a água ou, ainda, nos casos em que a C02 ou os outros meios de extinção não são eficazes. No caso de grandes áreas incendiadas por líquidos inflamáveis, após Ter sido aplicado o pó, a espuma evitará a reignição. Sendo compatível com o pó, oferece uma proteção eficaz contra a radiação do calor, isolando, abafando, resfriando e extinguindo o fogo completamente, 2.3 - Gás carbônico:

O gás carbônico tem sido usado, desde há muitos anos, para extinção de incêndios em líquidos inflamáveis e em equipamentos elétricos energizado. As propriedades que tomam o gás carbônico conveniente para uso em certos incêndios, e as que limitam seu uso em outras ocasiões, são discutidas neste capítulo. a) Propriedades que afetam extinção dos incêndios:

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O gás carbônico tem varias propriedades que recomendam sua aplicação na extinção de incêndios. Não é combustível e não reage com a maioria das substâncias. Tem sua própria pressão para descarga do extinto ou do cilindro de armazenamento. Sendo gás, pode penetrar e espalha-se em todas as partes da área incendiada. No estado gasoso o gás carbônico conduz eletricidade e pode ser, portanto, usados em equipamentos elétricos energizados. b) Uso de gás carbônico: O gás carbônico é eficaz como agente de extinção, em primeiro lugar, porque reduz o conteúdo do oxigênio no ar a um ponto em que este deixa de apoiar a combustão. Em condições adequadas de controle e aplicação, obtém-se também certo efeito resfriador. ● Extinção por abafamento O gás carbônico é armazenado sobre pressão no estado líquido e, quando liberado, descarrega-se para a área incendiada, principalmente em forma de gás. Em geral, 453 g (uma libra) de gás carbônico no estado líquido, pode, de acordo com as estimativas, produzir aproximadamente 0,24m³ de gás livre, a pressão atmosférica. Quando aplica em cima de materiais inflamados, cobre-os, diluindo o oxigênio a uma concentração em que este não pode apoiar a combustão. ● Extinção por resfriamento A expansão rápida do líquido para o estado gasoso, no momento da liberação do gás carbônico do cilindro de armazenamento produz um efeito resfriador, convertendo uma parte em neve. Esta neve rapidamente evapora, absorvendo o calor do material inflamado e atmosfera ambiente. Entretanto, o volume do calor absorvido é relativamente pequeno, em comparação com o volume absorvido pela água. c) Limitações do gás carbônico: O gás carbônico como agente extintor tem relativamente poucas limitações, as quais podem ser resumidas no seguinte: toxicidade, superfícies quentes e brasa, materiais contendo oxigênio e metais pirofóricos. ● Toxicidade Embora o gás carbônico não seja tóxico, pode causar desmaios, e até a morte, quando está presente em concentrações necessárias para a extinção de incêndios. Isto se deve a asfixia e não ao efeito tóxico. A concentração de aproximadamente 9% é o máximo que a maioria das pessoas pode respirar, sem desmaiar em poucos minutos. A concentração de mais ou menos 20% pode ser fatal, a menos que a vítima seja imediatamente transferidas para ambiente ventilado. A respiração artificial, em geral, dá resultado satisfatório, graças a natural tendência dos gás carbônico em estimular a respiração. Em geral, o risco não é grande, porque uma pessoa não desmaia aspirando concentração fortes, apenas durante o tempo necessário para se retirar da área. Porém, o risco pode ser mais grave em caso de recintos maiores e quando o gás carbônico entra em áreas como poços, valas, etc. ● Superfícies quentes e brasa

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Incêndios aparentemente extintos com o uso do gás carbônico podem reiniciar-se após a dissipação da atmosfera abafadora, caso permaneçam no local brasas ou superfícies metálicas aquecidas. Nestas circunstâncias, poderá ser necessário reduzir o conteúdo de oxigênio para, aproximadamente , 6% e manter esta concentração durante um período prolongado, até que a brasa e/ou superfícies quentes se resfriem abaixo da temperatura de ignição do combustível. Em alguns casos, o resfriamento do material poderá exigir horas e até dias, período durante o qual deverá ser conservada a concentração do gás carbônico. ● Material contendo oxigênio O gás carbôníco não é eficaz como agente extintor em incêndios envolvendo substâncias químicas que contém oxigênio, como, por exemplo, o nitrato de celulose. ● Metais pirofóricos Incêndios em metais pirofóricos tais como sódio, potássio, titânio e zircônio, não podem ser extintos com gás carbônico. Estes metais decompõem o C0². 2.4 - Agentes do tipo pó químico seco

O termo agente químico seco refere-se aos pós extintores com base em bicarbonato, os quais são usados, em primeiro lugar, para extinguir incêndios das classes B e C. "Agente químico seco universal", refere-se a pós extintores com base em fosfato de amônia, os quais tem sido considerados eficazes para o uso em incêndios das classes A, B e C. Os termos agentes químico seco e agentes químico seco universal não devem ser confundidos com "pó seco", termo usado para identificar agentes pulverizadores, elaborados primariamente para uso em incêndios de metais pirofóforicos. a) Propriedades extintoras Ao ser aplicado diretamente na área do incêndio, o agente químico seco faz com que as chamas se apaguem completamente, no momento. Não são conhecidos definitivamente o mecanismo exato e o princípio químico da ação extintora. Abafamento, resfriamento e isolamento contra a radiação contribuem para eficácia extintora do agente, porém estudos recentes parecem indicar que uma reação desagregadora em cadeia, na chama, pode ser a causa principal da extinção. ● Ação abafadora Tem sido opinião geral, desde há anos, que propriedades extintoras dos agentes químicos secos baseiam-se principalmente na ação abafadora do gás carbônico, liberado quando o bicarbonato de sódio é aquecido pelas chamas. O gás carbônico, sem dúvida, contribui para eficácia do agente químico seco, da mesma forma como o volume do vapor de água, liberado quando se aquece o agente químico seco, porém, os teste, em geral, contradizem a opinião de que estes gases são fatores de maior importância. Por exemplo, foi demonstrado que 2 kg de agente químico seco são eficazes como 4,5 kg de gás carbônico. Considerando o fato de que, mesmo se todo o agente químico se decomponha e uma determinada quantidade produza apenas 26% (peso) de gás carbônico, é evidente que o agente químico seco não extingue primariamente devido aos efeitos abafadores. Como prova adicional contra a teoria da ação abafadora, foi apontado o fato de certos sais pulverizados que não liberam

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gás carbônico, vapor de água, ou outros gases, quando os sais são aquecidos (por exemplo, carbonato de sódio), são agentes eficazes de extinção. ● Ação resfriadora A ação resfriadora do agente químico seco não pode ser apontada como um fator importante na extinção rápida de incêndios. Uma tese, elaborada por C. S. Mc Camy, H. Shoub e T. C. Lee, e baseada em estudos das capacidades térmicas de vários pós, testado quanto a eficácia da extinção, contém estimativas da quantidade necessária de calor, a fim de aumentar a temperatura de quantidade e igual peso, de vários materiais, 18º C p/ 300º C. Dois agentes extintores que os autores verificaram ser igual quanto a eficácia extintora - um agente químico seco contendo 95%, ou mais, de bicarbonato de sódio e bórax com 2% de estearato de zinco -absorve 259 e 463 calorias por grama, respectivamente. O bicarbonato de sódio, que foi só levemente inferior na eficácia da extinção, absorveu, de acordo com uma estimativa, 79 calorias por grama, ao ser aquecido de 18º'C para 300º C. A tese em que este trabalho e relatado tem o título de "Fire Extinguishment by Means of Dry Powder", (Extinção De Incêndio com Pó Seco) e foi publicada pela Reinhold Publishing Company, 430 Park Avenue, New York 22, N. Y. , numa coleção de teses apresentadas no Sexto Simpósio sobre a combustão. ● Isolamento da radiação A descarga de um extintor de agente químico seco produz uma nuvem de pó entre as chamas e o combustível. Supõe-se que esta nuvem isole o combustível de uma parte de calor radiado pelas chamas. McCamy, Shoub e Lee, ao relatarem seus teste de avaliação deste fator, concluíram que o fator isolamento é de alguma importância. ● Reação desagregante em cadeia A teoria da reação em cadeia na combustão foi apresentada por alguns pesquisadores para fornecer a chave ao que possa ser este fator desconhecido na extinção. Esta teoria assume a presença de radicais livres na zona de combustão e indica que as reações desta partículas são necessárias para a combustão contínua. Caso assim seja, pode ser que a descarga de uma nuvem de agentes químico seco nas chamas impeçam a união das partículas relativas e a continuação da reação em cadeia na combustão. b) - Uso: 0 agente químico seco tem sido apreciado pela sua eficácia na extinção de incêndios em líquidos inflamáveis. Recomenda-se também para o uso em incêndios que envolva alguns tipos de equipamentos elétricos, tendo ainda certa aplicação, limitada, na extinção superficial de incêndios de combustíveis comuns. O agente químico seco universal pode ser usado em incêndios de materiais combustíveis comuns, em líquidos inflamáveis e em incêndios que envolvam equipamentos elétricos. c) - Limitações dos agentes químicos secos O agente químico seco não produz atmosfera inerte permanente acima da superfície dos líquidos inflamáveis. Portanto, não extingue o incêndio permanentemente, caso existam no local fontes de

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reignição, como por exemplo: superfícies metálicas aquecidas. Não deve ser usado em locais onde estão situados relés e contatos elétricos delicados, como por exemplo: centrais telefônicas ou CPD, porque nesse tipo de instalações as propriedades isolantes do agente químico seco poderiam tomar inoperante o equipamento. 2.5 - Agentes Extintores Halogenados

Os agentes halogenados são compostos que têm na sua composição química Carbono mais Flúor, Cloro, Bromo ou lodo. Este último elemento pode ser de custo elevado e é pouco usado. Existem dois tipos de agentes: o líquido vaporizante e o gás liquefeito, ambos expelidos mediante um propelente gasoso, como por exemplo, o Nitrogênio. O tetracloreto de Carbono foi o primeiro agente extintor deste grupo a ser usado. Entretanto, por serem os seus gases venenosos, seu emprego toma-se cada vez mais restrito. Pelo mesmo motivo, o uso de Brometo de Metila ficou também reduzido. O Clorobromometano foi introduzido como agente extintor na aviação e marinha alemã durante a última guerra. É muito menos tóxico que os dois agentes acima. Estudos posteriores nos Estados Unidos comprovaram que o Bromo é o elemento mais ativo da molécula halogenada. a) Aplicação Os agentes extintores halogenados são mais convenientes nas situações em que um incêndio pode ser controlado com o mínimo de danos e que o peso do agente e do equipamento extintor é de importância crítica. Por exemplo, o Bromotrifluorometano é utilizado nos sistemas de extinção de incêndios das aeronaves comerciais. Este agente, que é um gás liquefeito, tem dispersão imediata na área do incêndio, porém os jatos dos aparelhos extintores não alcançam grande de distancia. O clorobrornometario é um "líquido vaporizante", o qual pode ser aplicado em forma de jato e que alcança distancias maiores do que o agente anterior. Sua dispersão na área do fogo porem, é mais lenta e menos ampla. b) Toxicidade Uma vez que os agentes halogenados reagem com os fragmentos de moléculas do combustível, criam em certos casos compostos que são mais perigosos que o próprio agente. Por exemplo, o Tetracloreto de Carbono, em si muito tóxico, gera, quando aplicado, o Fosgênio. Para se avaliar completamente o risco de toxicidade, deve ser considerada a eficiência relativa dos agentes halogenados individuais. Por exemplo, quanto mais eficiente o agente, menor será a quantidade a ser aplicada e mais rápida a extinção, c) Fatores de corrosão Alguns destes agentes apresentam o problema da corrosão. 0 Brometo de Metila corrói com severidade o alumínio e suas ligas. Por outro lado, este agente tem um efeito corrosivo insignificante no aço inoxidável, mesmo que haja alta porcentagem de umidade. Entretanto, o Brometo de Metila, com a umidade, gera o Acido Hidrobrômico, o qual em sua decomposição pode-se tomar altamente agressivo a certos metais. O Clorobrornometano seco (conteúdo máximo de água 0,02%), praticamente não ataca o aço, bronze e chumbo, porem é de extrema importância controlar o conteúdo da umidade, porque, na presença desta, o agente corrói o ferro. Como a maioria dos outros agentes contendo cloro e bronze,

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este agente corrói o alumínio, magnésio e zinco. O tetracloreto de carbono também é corrosivo especialmente na presença de umidade, ocasião em que gera o ácido clorídrico, atacando principalmente o ferro e outros metais. Os agentes contendo Flúor são os mais estáveis. Entretanto, atacam de certo modo o bronze, especialmente na presença de umidade; o alumínio é afetado menos do que o aço. O método de operação dos extintores carregados com agentes halogenados é similar ao manuseio dos extintores carregados com água. A aplicação destes agentes extintores atualmente é limitada a finalidades específicas como nos aviões. Não tem aplicação geral dos outros agentes já discutidos. 2.6 - Resumo das Informações

A Tabela 1 apresenta de forma condensada as informações do subitem anterior.

TABELA 1 - Agentes extintores por classe de incêndio.

Agentes Extintores

Classes de incêndios Água Espuma CO² Pó químico seco

A SIM SIM NÃO ** NÃO ***

B NÃO * SIM SIM SIM

C NÃO NÃO SIM SIM

D NÃO NÃO NÃO

SIM Obs.

Um pó químico especial

NOTA: Variante para Classe *D* . Usar método de abafamento por meio de limalha de ferro fundido. *Não é utilizada em jato pleno, porém pode ser usada sob a forma de neblina. **Pode ser usado em seu início. ***Há Pó Químico Especiais (MONEC, ABC) que são eficientes nesta classe de incêndio.

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PROTEÇAO CONTRA INCENDIOS

CAPITULO 3 Tática de Combate ao Fogo 3 - Fases do Atendimento

Um atendimento a incêndio está dividido em fases que obedecem a um critério lógico de desenvolvimento. Poderão ocorrer ou não as diversas fases dependendo das circunstâncias e fatores peculiares a cada incêndio. Há também de se considerar que essas fases embora obedeçam a uma ordem, elas subsistem em paralelo com as seguintes até que termine o atendimento. 3.1 - Pedido de Socorro

É a primeira fase e fica situada antes do alarme. É de fundamental importância para o sucesso do desenvolvimento de todas as outra fases. No pedido de socorro, o solicitante dá a localização do incêndio, pontos de referência, itinerário, informações sobre as circunstâncias do sinistro, tais como o tipo de combustível envolvido, quantidade, etc... Quem pede socorro deve procurar manter-se calmo para poder fazer uso da palavra de forma racional, utilizando-se de meios de comunicação, dando informações claras, precisas e concisas. 0 avisante deve, depois de acionar a brigada, permanecer num local onde haja telefone, e colocar-se à disposição do Corpo dos Bombeiros, continuando a prestar informações complementares a pedido do Centro de operações do CB. 3.2 - Deslocamento

Esta é a fase de grande riscos onde a brigada deve se deslocar para seu ponto de reunião o mais breve possível e de lá, depois de completa, sai para a fase seguinte, sob o comando do chefe. O risco do deslocamento constitui-se no que se relacione com o trânsito dentro do local de trabalho em relação ás quedas e esbarrões. Nessa fase o chefe determina os itinerários, levando-se em conta as áreas internas congestionadas, locais em obras, etc. 3.3 - Estacionamento

O estacionamento começa no momento em que a brigada chega ao local do atendimento e dispõe o material de combate em posição estratégica e segura para iniciar a fase seguinte. Nessa fase deve-se observar a posição do material quanto à exposição ao calor, desabamentos, soterramentos, deslocamento involuntário em declives, condições de trânsito e condições de isolamento da área para o trabalho operacional de combate ao incêndio. 3.3 - Reconhecimento

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É uma análise da situação, colocada em destaque, por ser de muita importância. É atribuição principal do chefe da brigada, devendo ser mantida, continuamente, desde o contato inicial até a última fase. Como o próprio nome indica, o reconhecimento deve ser feito de forma que dele resulte as determinações a serem postas em prática pela brigada. Devemos lembrar que o primeiro contato com o incêndio se desenrola de modo confuso e exerce grande pressão sobre o chefe da brigada, deixando-o nervoso e tenso. Devemos nos lembrar que o que for feito nessa fase determinará o sucesso ou fracasso da operação. 3.4 - Salvamento

é conjunto das operações necessárias à remoção de pessoas em perigo, seja em local envolvido pelo incêndio ou por qualquer outra situação de perigo. O salvamento corre ao mesmo tempo do reconhecimento. É a primeira preocupação do chefe da brigada, ao proceder o reconhecimento, de forma que o salvamento tem prioridade sobre as demais fases. Esse tipo de trabalho exige homens fortes, ágeis e ativos. As vezes, para se fazer um salvamento, é necessário o desenvolvimento de operações de ventilação, extinção, penetração e isolamento. Deve-se impedir que pessoas salvas retomem ao prédio, sob qualquer pretexto, assim como impedir que elementos não treinados penetrem no prédio a fim de auxiliar no salvamento, expondo-se às situações perigosas para as quais não estão preparadas. 3.6 - Estabelecimento

O estabelecimento diz respeito ao uso de instalações hidráulicas e compreende as ações de disponibilidade para nelas ser injetada água através do acionamento das bombas de incêndio para dar início ao serviço de extinção ou de proteção. 3.7 - Proteção

É o conjunto de operações necessárias para proteger bens materiais contra os prejuízos causados pelo fogo, calor, fumaça, agente extintores, etc. A proteção pode ocorrer a qualquer momento, após feito o reconhecimento inicial. Usa-se, também o termo proteção para auxílio em salvamento no caso de se fazer uso de água em forma de neblina para proteger a evacuação das pessoas ou proteger penetrações de guarnições de salvamento ou combate em áreas superaquecidas ou tomadas de gases em condições de entrarem em ignição imediata. 3.8 - Ataque

O ataque divide-se em três fases, a saber: a) Isolamento: E o conjunto de operações necessárias para impedir a propagação de incêndio aos prédios vizinhos. O isolamento dos prédios e materiais expostos inclui operações que são necessárias para prevenir a extensão do fogo aos prédios ou materiais ainda não atingidos. b) Confinamento Conjunto das operações necessárias para evitar a propagação de incêndios às partes não atingidas dentro de uma estrutura (prédios, lojas, escritórios, fábricas), O confinamento inclui as operações necessárias prevenir a extensão de um foco ás seções ainda não envolvidas de um prédio. Um foco

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que teve início num porão ou em andares inferiores de um prédio, é mais dificil de confinar, que aqueles com início nos andares superiores ou sótão. A progressão do fogo de cima para baixo é mais vagarosa do que a de cômodos no mesmo andar e a de baixo para cima é normalmente mais rápida, se não for retarda por um sistema eficaz de proteção ou de aberturas protegidas. 3.9 - Extinção propriamente dita

É o conjunto de ações necessárias ao ataque e extinção do fogo ou focos principais de um incêndio. Ao se fazer uma extinção, o chefe da brigada deve considerar e avaliar os seguintes fatores básicos: a) Natureza do combustível envolvido porque esse fator indica o tipo de agente extintor a ser empregado; b) Quantidade de combustível envolvido, porque esse fator o volume de agente extintor necessário; c) Acondicionamento e disposição do combustível envolvido, porque esse fator determina o método que deve ser empregado na aplicação do agente extintor. 3.10 – Rescaldo:

Conjunto das operações necessárias para completar a extinção, impedir sua reignição e deixar o local em condições de segurança. No rescaldo o pessoal da brigada vasculha toda área sinistrada apagando as brasas que sobraram em meio aos escombros. Quando o volume de detritos resultantes do incêndio é grande lia que se revirá-los com auxilio de enxadas enquanto molha-se as partes quentes. 3.11 - Ventilação:

É o conjunto das operações necessárias para substituir, mediante precauções adequadas, a atmosfera excessivamente quente e com gases perigosos, de ambientes fechados, por ar fresco da atmosfera externa. A ventilação pode ocorrer a qualquer momento, após o reconhecimento inicial. Métodos convencionais de ventilação não devem ser empregados, até que o calor excessivo tenha sido transferido para a atmosfera externa. 3.12 - Inspeção final

Nessa fase, é feita pelo chefe da brigada, uma inspeção bem detalhada em todos os pontos do local sinistrado, visando ter absoluta certeza de que o incêndio foi realmente extinto, sem a mínima probabilidade de reignição. Durante a inspeção final é também aproveitado para localização de material de combate ao fogo, os quais muitas vezes são deixados em meio aos escombros. É também feito na inspeção final o levantamento e interdição de locais perigosos quanto a desabamento e soterramento, além de interditamento de áreas para perícia caso haja necessidade. 3.13 - Recolhimento do material e verificação

Nessa fase o chefe da brigada determina o desarmamento geral do material estabelecido e que todo material seja agrupado em local pré fixado para conferência quanto ao número e condições de uso.

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São também verificados se os homens que trabalharam, estão em boas condições físicas, sendo tudo anotado e registrado em relatório para conhecimento da direção e providências posteriores.

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CAPITULO 1 Técnica de Combate ao Fogo PROTEÇAO CONTRA INCENDIOS

1. Normalização e Legislação sobre Proteção contra Incêndio. a) Preliminares Todo incêndio que deixe atrás de si um saldo de vítimas fatais e grandes prejuízos, deixa também um mar de justificativas eloqüentes, quase sempre alicerçadas na falta de legislação preventiva ou no obsoletismos das existentes. É verdade que algumas precisam ser reformuladas a fim de poderem acompanhar o desenvolvimento no seu sentido amplo, más também é preciso dizer que as normas existentes, se obedecidas, evitariam um grande número de tragédias. A partir deste princípio, não podemos permitir que os reais culpados usem, como proteção, uma capa de subterfúgios irreais, lançando a responsabilidade a uma legislação qualquer. Pressupondo-se basicamente na responsabilidade de todos em relação à segurança, vamos em busca da melhor maneira de proteção contra incêndios, conhecendo o maior número possível de leis e normas sobre o assunto, estudando-as e pondo em prática suas prescrições, dentro de um critério de comparação entre uma e outra, atendendo sempre a mais rigorosa, para estarmos satisfazendo suas exigências legais. b) Alguns órgãos que possuem Dispositivos Legais e Normativos sobre Proteção contra Incêndios ● Ministério do Trabalho; ● Ministério das Minas e energia; ● Ministério da Marinha; ● Corpo de Bombeiros; ● Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT; c) Alguns Dispositivos Normativos e Legais ● NR - 20: Líquidos Combustíveis e Inflamáveis - Ministério do Trabalho; ● NR - 23: Proteção contra Incêndio - Ministério do Trabalho; ● PNB - 98: Arinazenamento e Manuseio de Líquidos Inflamáveis e Combustíveis - ABNT; ● PNB - 107: Instalações para a utilização de Gases Liqüefeitos de Petróleo; ● NB-208: Saídas de emergência em Edificios Altos - ABNT; ● NB-24: Instalações Hidráulicas Prediais contra Incêndios sob Comando - ABNT ● Código de Segurança contra Incêndio - Corpo de Bombeiros do Estado do Ceará

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2. Dimensionamento de Recursos de Combate a Incêndios 2.1 - Dimensionamento de Recursos

O dimensíonamento dos recursos de Proteção contra Incêndio iremos encontrar de forma legal na NR23 do Ministério do Trabalho e no Código de Segurança contra Incêndio do Corpo de Bombeiro do Estado do Ceará. Porém, dois aspectos devem ser observados, ambos abordados na NR-23, do Ministério do Trabalho, ítens: ● 23.1.1.a -Todas as empresas deverão possuir Sistemas de Proteção contra Incêndio; ● 23. 1. 1.c - Todas as empresas deverão possuir equipamentos suficiente para combater o fogo em seu início. Depois de lido e entendido o que determina a Portaria Nº 3214/78 do Ministério do Trabalho, chegamos a conclusão de que devemos verificar se há e que tipo de Sistemas de Proteção contra Incêndio as empresas deverão possuir e, até que ponto, esta será suficiente para combater o fogo em seu início. Depois de dImensionados os recursos necessários à proteção contra incêndio da organização considerada, vamos tomar a NR-23 para verificar se todas as exigências estabelecidas, conferem com os dispositivos legais do Ministério do trabalho, principalmente a que concerne o ítem 23.10.1 da Norma supra, que prescreve a recomendação o seguinte: " Nos estabelecimento industriais com 50 ou mais empregados, deve haver um aprisionamento conveniente de água sob pressão, a fim de, a qualquer tempo, extinguir o começo de fogo classe "A". 3. Tipo de Equipamentos utilizados em Combate a Incêndio

Os equipamento de combate ao fogo pode ser dividido em três categorias: ● Sistemas Portáteis de Proteção contra Incêndio: extintores. ● Sistemas Fixos de Proteção contra Incêndio: instalações hidráulicas e outros dispositivos ● Sistemas Móveis de Proteção contra Incêndio: mangueiras, canhões monitores, etc. 3.1 - Sistemas Portáteis de Proteção contra Incêndio: extintores.

0 êxito no emprego dos aparelhos extintores portáteis depende dos seguintes fatores: a) Dimensíonamento de proteção contra incêndio por extintores portáteis: ● Distribuição apropriada dos aparelhos pelas áreas a proteger; ● Da manutenção adequada e eficiente; O número mínimo de extintores portáteis necessários para proteger uma empresa depende:

• Da natureza do fogo a extinguir; • Da substância utilizada para a extinção do fogo;

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• Da quantidade dessa substância. O Instituto de Resseguros do Brasil classifica em quatro categorias a natureza do fogo: b) Categorias da Natureza do Fogo

• Categoria 1 - fogo em materiais combustíveis tais como: materiais celulóisicos ( papel, madeira, algodão, tecidos), onde o efeito do resfriamento pela água ou por soluções, contendo muita água é de primordial importância;

• Categoria 2 - fogo em líquidos inflamáveis, graxas, óleos e semelhantes, onde o efeito de abafamento é de essencial importância;

• Categoria 3 - fogo em equipamentos elétricos onde sua extinção deverá ser realizada com material não condutor de eletricidade;

• Categoria 4 - fogo em metais onde a extínção deverá ser feita com material ou meios especiais. (fogo em metal do tipo magnésio, etc).

c) Classificação das Substâncias: As substâncias a serem utilizadas para extinção do fogo de acordo com a sua classificação, descrita no item anterior, são as seguintes: ● Categoria 1 - espuma química, espuma de alta expansão, soda ácido, água ou solução do mesmo efeito; ● Categoria 2 -espuma química, espuma de alta expansão, compostos químicos em pó, gás carbônico, compostos fluorocarbonatos aprovados pela ABNT; ● Categoria 3 - compostos químicos em pá, gás carbôníco, compostos fluorocarbonatos aprovados pela ABNT; ● Categoria 4 - compostos químicos especial, limalha de ferro, sal, gema, areia;

Nota:

Na categoria 3, quando os circuitos elétricos puderem ser desligados, poderá ser usado no combate ao fogo, a espuma química e a espuma de alta expansão. Caso de proteção de transformadores ou outros equipamento por meio de instalações de água nebulizadas, deverá ser sempre considerado como caso especial, devendo este tipo de instalação só ser feita por firma especializada e sob a responsabilidade da mesma. não Constitui uma regra geral para combate e proteção ao fogo em

equipamentos elétricos. Unidade Extintora De acordo com o Instituto de Resseguros do Brasil, o número mínimo de extintores necessário para constituir uma unidade extintora é obtido de acordo com a tabela abaixo: Uma unidade extintora poderá ser constituída de extintores deferentes, observada, porém a natureza do fogo a extinguir, de acordo com a classificação de categoria da tabela acima. Água ou soluções de mesmo efeito e areia poderão ser utilizados como proteção complementar, não constituindo, porém por si só, uma unidade extintora.

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TABELA - 1

Substâncias Capacidade dos extintores Número de extintores que constituem

uma uidade extintora

Espuma 10 litros

ou 05 litros

01

02

Soda ácida 10 litros

ou 05 litros

01

02

Tetracloreto de carbono 03 litros

ou 02 litros

02

03

Gás carboônoco

06 quilos 04 quilos 02 quilos 01 quilos

01 02 03 04

Pó químico seco 04 quilos 02 quilos 01 quilos

01 02 03

e) Área de Ação dos Extintores A área de ação máxima de uma unidade extintora deve ser de conformidade com a classificação de riscos que se vê logo abaixo:

� Classificação dos Riscos a Proteger:

� Classe A - Riscos isolados cuja classe de ocupação, na Tarifa de Seguro Incêndio do Brasil do IRB, sejam 1 e 2, excluídos os depósitos que devem ser considerados Classe B. Nessa classe de riscos, compreendendo 500m², os extintores devem ser dispostos de maneira tal que possam ser alcançados de qualquer ponto da área protegida, sem que haja necessidade de serem percorridos pelo operador mais de 20 metros;

� Classe B - Riscos isolados cuja classe de ocupação, na Tarifa de Seguro Incêndio do Brasil do IRB, sejam , 2, 4, 5, 6, bem como os depósitos de classe de ocupação 1 e 2; Nessa classe de riscos, compreendendo 250m², os extintores devem ser dispostos de maneira tal que possam ser alcançados de qualquer ponto da área protegida, sem que haja necessidade de serem percorridos pelo operador mais de 10 metros;

� Classe C - Riscos isolados cuja classe de ocupação, na Tarifa de Seguro Incêndio do Brasil do IRB, sejam 7, 8, 9, 10, 11, 12 ou 13; Nessa classe de riscos, compreendendo 150 m2, os extintores devem ser dispostos de maneira tal que possam ser alcançados de qualquer ponto a área protegida, sem que haja necessidade de serem percorridos pelo operador mais de 20 metros;

Em síntese:

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De acordo com o Instituto de Resseguros do Brasil, o número mínimo de extintores necessário para constituir uma unidade extintora é obtido de acordo com a seguinte tabela:

TABELA 2

Área coberta por unidade extintora

Risco de fogo

Classe de ocupação segundo tarifa de seguro contra incêndio do Brasil- IRB

Distância máxima a ser percorrida

500 m² Pequeno A 1 e 2 20 metros 250 m² Médio B 2, 4, 5, 6 10 metros 150 m² Grande C 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13 10 metros

g) Algumas considerações sobre extintores

� O pessoal que é previsto para manejar os aparelhos extintores, deverá receber treinamento

constante, a fim de estar bem familiarizado com as técnicas de extinção do fogo. � A aplicação dos extintores em princípios de incêndio, não deve justificar qualquer demora

no acionamento dos dispositivos de alarme geral e na mobilização de maiores recursos, mesmo quando parecer que o fogo pode ser dominado rapidamente.

� É importante que os aparelhos estejam localizados em pontos perfeitamente visíveis e de fácil acesso, devendo ser mantidos sempre prontos para a sua utilização.

� Além das condições acima estipuladas, o sistema de proteção por extintores, deve satisfazer os seguintes requisitos: devem ser periodicamente inspecionados por pessoas habilitadas e Ter suas cargas renovadas nas épocas e condições recomendadas; não devem Ter a sua parte superior a mais de 1,60 metros, acima do piso, não devendo, também ser instalados nas paredes das escadas.

� Independentemente da área ocupada, deverá existir pelo menos 2 extintores para cada pavimento. h) Instalações dos Extintores

Os extintores devem ser colocados onde:

� Haja menos probabilidade de o fogo bloquear seu acesso; � Sejam visíveis, para que todos os operários e empregados fiquem familiarizados com a sua

localização; � Não ficarem encobertos por pilhas de materiais e nem obstruídos. � Ao selecionar o aparelho para cobrir uma determinada área, deve ser considerado a

temperatura ambiente do local, a fim de que esta não interfira no bom funcionamento do extintor;

� Os extintores são fabricados para funcionarem entre 05 a 90 graus centígrados. Fora destas condições, os aparelhos devem ser protegidos por dispositivos que permitam o seu funcionamento sem restrição;

� Agressividade do meio: em certas instalações, a agressividade do ambiente pode atacar os aparelhos, destruindo ou alternado seus diversos mecanismos;

� Vibração: quando os extintores são instalados em veículos ou em áreas sujeitas as vibrações, devem ser providenciados suportes especiais para impedir seu acionamento acidental ou alterar as condições do aparelho;

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i) Tipos de Aparelhos Extintores

Os principais tipos de aparelhos portáteis são os seguintes: ● Extintores com carga de água a pressurizar: Nesse aparelho o meio propulsor da água é o Bióxido de Carbono – CO² o qual está contido em um pequeno recipiente (ampola) acoplado no costado do recipiente maior do extintor; ● Extintor com carga de água pressurizada: Nesse tipo de aparelho a água é expelida pela pressão do gás Nitrogênio - N2 ou Bióxido de Carbono CO², injetados previamente no seu recipiente; ● Extintor com carga de espuma química: As soluções empregadas para a carga dos extintores de espuma são: solução aquosa de Bicarbonato de sódio, mais o agente estabilizador da espuma que é a solução aquosa de sulfato de alumínio. 0 meio propulsor da espuma é o Bióxído de Carbono, gerado da reação entre as duas soluções; ● Extintor com carga de Bióxido de Carbono – CO²: Os aparelhos desse tipo de carga contém o gás CO² no estado líquido, o qual quando liberado é auto expelido. ● Extintor com carga de Pó Químico: Os aparelhos desse tipo são carregados com Bicarbonato de Sódio ou Bicarbonato de Potássio, especialmente, tratados com estearatos para se tomarem imunes à umidade e não formarem aglomerados que irão impedir a sua descarga. Esses aparelhos podem ser de dois tipos: tipo a pressurizar, onde o agentes é expelido pelo o Bióxido de Carbono contido em uma ampola acoplada no bojo do recipiente maior aparelho e tipo pressurizado, a exemplo do aparelho extintor com carga de água. ● Extintor com carga de Pó Químico A base de Fosfato de Amônia: Esses aparelhos carregados com o Fosfato de Amônia tem a propriedade de cobrirem um risco onde haja probabilidade da ocorrência de princípios de incêndio das classes A, B e C. São conhecidos também como do tipo de aplicação múltipla ou universal. Esses aparelhos não devem ser confadidos com os extintores usados para cobrir os riscos de incêndio classe D. ● Extintor com carga de Pós Químicos Secos especiais: Esses aparelhos são apropriados para o combate aos princípios de incêndio classe D. Utilizam diversos compostos para o controle das chamas. Devido às características especiais de queima dos metais pirofóricos e a dificuldade de sua extinção, os pós especiais, via de regra, não são considerados rigidamente, como agentes extintores. Eles também não devem ser confundidos com os pós químicos e agentes químicos seco.

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● Extintor com carga de Composto Halogenados: Tipos: ● Tipo Gás liquefeito: os aparelhos carregados com esse tipo de agente extintor empregam o Bromociorodifluormetano - CBrC1F2 ou o Bromotrífluormetano - CBrF3, os quais são descarregados pela sua própria pressão ou auxiliados pelo Nitrogênio injetado previamente no recipiente. ● Tipo Líquido Vaporizante- Os aparelhos deste tipo são carregados mais comumente com os seguintes compostos: Tetracloreto de Carbono; Clorobromometano; Dibromodifluormetano. O meio propulsor pode ser o Bióxido de Carbono ou o Nitrogênio previamente injetado ou mesmo um dispositivo tipo bomba aspirante previamente incorporado aos aparelhos. 3.2 - Sistemas Fixos de Proteção contra Incêndio:

É o conjunto representado por todas as instalações e equipamentos fixos de proteção contra incêndio que é composto de: a) Reservatório Elevado: Caixa d'água tendo seu fundo cotado a uma altura mínima de 4,50 metros em relação ao piso acabado do último pavimento do prédio de habitação coletiva, ou melhor, do prédio em altura sem destinação aos fins industriais, ou caixa d'água com diferença de pontencial hidráulico que proporcione a vazão exigida para o risco considerado em dois hidrantes de condições mais desfavoráveis e em uso simultâneo. b) Cisterna ou Reservatório Inferior: É um reservatório que está com sua tampa ao nível do solo e que pode ser enterrado ou semi-enterrado, o qual é alimentado pela rede d'água da cidade ou outra fonte de água qualquer e alimenta o reservatório elevado através de bombas hidráulicas. c) Características Gerais dos Reservatórios: ● Ser estanques, com paredes lisas e protegidas internamente de modo a resistirem ao ataque da água; ● Ser equipados de dispositivos de descargas e extravazamento; ● Ser fechado e providos de meios para inspeção e acessos; ● Ser protegidos contra descargas atmosféricas para os elevados; ● Ter dispositivos de manobra acessíveis à inspeção e que permitam substituição de peças; ● As tomadas devem ser executadas de forma a não permitir entrada de material decantado; ● Deverão ser executados em material incombustível, exceto nos casos em for comprovado o seu isolamento do risco combustível. d) Registro Tipo Gaveta:

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São registros de bloqueio instalados na saída dos reservatórios elevados, na expedição das bombas e na saída dos reservatórios inferiores, quando as bombas forem instaladas abaixo do nível da água destes últimos. e) Chave de Fluxo: São dispositivos que permitem acionamento da bomba para pressurizar o sistema, através de fechamento de circuito elétrico, provocado por fluxo de água ao ser aberto um hidrante, fazendo com que a bomba funcione automaticamente. f) Bombas Pressurizadora: Dispositivos instalados no sistema para pressurizar a água em sua tubulação, ou para alimentar o reservatório superior ou a cisterna. As vezes são instaladas as bombas para proporcionar pressão e vazão exigida pelo risco considerado a partir de cisternas, não havendo reservatório superior nestes casos. As vezes é colocada bomba como medida de correção da vazão logo abaixo de reservatórios elevados. g) Válvula de Retenção: Dispositivo instalado no sistema de forma a não permitir o fluxo da água contrário a um sentido determinado pelo seu posicionamento. As válvulas de retenção em sua maioria trazem na parte externa do corpo da peça um seta que indica o sentido do fluxo que ela permite, bloqueando-o em sentido contrário a orientação indicada. h) Tubulações: Conjunto representado pelo encanamento, peças derivantes e direcionais do sistema. É conhecida também de rede ou malha de proteção contra incêndio. i) Hidrantes: Dispositivo provido de registro de bloqueio de água e ponto de tomada voltado para baixo (45º) com 2.½” (63 mm) de diâmetro ao qual é engatada mangueira para combate ao fogo. Aberto o registro, o fluxo da água pode ser provocado por gravidade ou por acionamento automático ou manual da bomba de incêndio. Cada ponto de hidrante contém no mínimo 30 metros de mangueira, dividida em dois lances de 15 metros cada e proporciona um jato de água com alcance de 10 metros. Deverá ser instalado no mínimo um hidrante por pavimento. Nas sobrelojas, mezaninos ou escritórios, em andar superior de riscos industriais, não serão necessários a colocação de hidrantes, quando a área de construção for menor ou igual a 100m² e os hidrantes do pavimento inferior assegurarem a sua proteção, considerando-se o caminhamento pelo acesso existente e normal. A localização dos hidrantes será de forma tal que: ● O operador não fique bloqueado pelo fogo, caso o princípio de incêndio não seja dominado pelos meios existentes; ● Os pontos protegidos sejam atingidos por caminhamento e abertura normais de acesso; ● Fique próximo dos pontos de acesso externo à área protegida; ● 0 afastamento dos pontos ou escadas de acesso seja no máximo de 5 metros; ● Sejam instalados a altura mínima de 1,20 metros e máxima de 1,50 metros; ● Em níveis diferentes de pisos de um mesmo pavimento, situe-se na parte do piso mais elevado; ● Qualquer ponto da área protegida seja alcançado simultaneamente por dois jatos de água;

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● Sejam posicionados em locais visíveis, de fácil acesso e permanentemente desobstruídos; ● Haja defronte ao hidrante, piso em cimento antiderrapante, nas dimensões de 1 m². Os hidrantes não podem ser instalados em:

• Compartimentos fechados ou providos de portas; • Corpos de escadas, vestíbulos, antecâmaras, ou patamares de escadas e patamares de

intermediários de pavimentos; • Distância menor que 10 metros do risco a proteger quando externos e deverão proteger o

risco internamente; • Hidrantes em posições centrais somente serão locados quando não for possível a cobertura

do risco, através de hidrantes situados junto a pontos de acesso externo, ou como proteção adicional.

• Os hidrantes simples, quando internos à edificação, serão obrigatoriamente colocados dentro dos abrigos;

• Os hidrantes duplos e interiores à edificação, deverão estar sempre junto aos seus respectivos abrigos.

j) Hidrante de Passeio: É um dispositivo pertencente a instalação de proteção contra incêndio que tem por finalidade, permitir o acoplamento do material do corpo de bombeiros para este em ação e combate, possa introduzir água no sistema, pressurizando-o no sentido inverso ao do reservatório, visando suprir os hidrantes, a partir do momento que houver terminado a água do reservatório da edificação. O hidrante de passeio é composto por uma caixa de alvenaria, abaixo do nível do piso, provida de um dreno de bitola não inferior a 50mm, ligado à rede de água pluvial. Esta caixa tem tampa e moldura ao nível do solo feita em ferro fundido, nas dimensões de 0,70 x 0,60 metros, colocada de forma que a dimensão maior fique paralela à direção longitudinal da tubulação. Dentro da caixa e sob a tampa, devidamente ligados a tubulação existe um registro de gaveta com sua haste na posição vertical, uma curva longa a 45ºC, uma redução rosca para storz e um tampão com união storz, com diâmetro de 63 nim (2 ½”).

Observação:

A distância da parte superior do tampão à parte inferior da tampa é de 15 cm e a distância da parte inferior do tampão à parede frontal (lado de dentro) da caixa é de 25 cm. A tubulação não deve tocar

no fundo da caixa de alvenaria. 1) Conjunto das Bombas de Incêndio:

São bombas acionadas manual ou automaticamente através de chave de fluxo após Ter sido aberto o registro de qualquer hidrante do sistema, o que fará funcionar a bomba de incêndio (elétrica/diésel), que impulsionará a água no interior das tubulações da rede de proteção contra incêndio (instalações hidráulicas), proporcionando ao sistema vazão e pressão compatível com o exigido, de acordo com a classificação do risco a proteger. Quando com o motor elétrico, o circuito destinado a alimentá-lo deve ser independente da instalação elétrica geral do prédio ou ser executada de maneira a se poder desligar os demais

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circuitos sem interrompera alimentação da eletro-bomba. Quando de combustão interna, os motores devem ser do tipo especial, aprovados para acoplamento em bombas hidráulicas. No caso de riscos classe B ou C com área igual ou superior a 2.500m², deve haver no mínimo duas bombas de incêndio, de forma que uma sempre estará em reserva, sendo uma delas com motor a explosão (combustão interna). Quando a bomba não estiver instalada abaixo do nível da tomada de água do reservatório de alimentação, devem ser previstos dispositivos de escova automática ou outro, hidráulico e de fonte permanente que a mantenha afogada. No encanamento de recalque deverão ser instalados retorno para o reservatório de alimentação e tomadas para teste periódico da bomba. m) Posto de Incêndio (abrigos de mangueiras) É um compartimento destinado a guardar e proteger os hidrantes, mangueiras, redução, união, esguicho e chave para engate rápido. Deve ser bem ventilado, com visor de vidro e com inscrição "INCÊNDIO" e trinco. Fabricado em chapa metálica com pintura sintética em vermelho brilhante, devem possuir dimensões exteriores de 90 cm x 60 cm x 15 cm, quando abrigarem mangueiras de até 30 metros; e 75 cm x 45 cm x 18 cm quando abrigarem mangueiras de no máximo 20 metros. A porta dos abrigos de mangueira devem abrir com dobradiças, sendo o seu fechamento com trinco de pressão ou torção, não sendo permitido a utilização de fechadura provida de chave. n) Sistema fixo de Co2 o) Sistema de Espuma p) Sistema de Sprinkler 3.3 - Sistemas Móveis de Proteção contra Incêndio:

a) Mangueiras: São tubos flexíveis confeccionados em material não hidrófilo de fibra de algodão, fibra de rami puro ou fibra sintética pura (poliester), com revestimento interno de borracha, com pressão de ruptura acima de 18kg/cm² e comprimento igual ou inferior a 20 metros, de bitola igual a 1.½” ou 2.½”. As mangueiras deverão ser alojadas no interior do abrigo, desconectadas do hidrante e do esguicho dobradas de forma a permitir sua rápida utilização. b) Esguicho: É uma peça metálica de material não sujeito a corrosão, com resistência igual ou superior a das mangueiras, próprio para proporcionalmente de jato de água com diâmetro de acordo com o risco a proteger. Via de regra os esguichos proporcionam jato compacto e poderão ser substituídos pelos correspondentes para produção de neblina, quando a pressão hidrodinâmica no hidrante for igual ou superior a 7.0 kg/cm² e quando o risco a proteger permitir. Dependendo do risco a proteger poderão ser utilizados esguinchos aplicadores de espumas, quando a pressão na extremidade da mangueira for igual a 6.0 kg cm² c) Requinte: É uma peça fixa ou adaptada à extremidade do esguicho, destinado a dar forma e direção ao jato.

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d) Reduções: São peças que permitem reduzir a bitola das tubulações ou reduzir um engate do tipo rosca para STORZ (engate rápido), ou ambos simultaneamente. e) Juntas ou Uniões: São peças em metal não ferroso ou aço inoxidável, adaptada às extremidades das mangueiras, obedecendo a padronização do Corpo de Bombeiros. Nos hidrantes, esguichos e derivantes são também encontradas uniões. As uniões das tomadas de hidrantes terão diâmetros constantes de 63 mm (2 ½"), devendo ser empregada nos riscos de classe A, uma redução storz 63mm para 38mm (1 ½") para atender o diâmetro das mangueiras de combate ao fogo. f) Equipamentos de aproximação ao fogo: Somente a título de citação, considerando que o programa desta cadeira não pede nada sobre a matéria. Passamos a baixo a tecer alguns comentários sobre o assunto.

a) Capacete que ofereça resistência a impacto e ação do calor. b) Capuz de amianto aluminizado com visor. c) Luva de amianto. d) Camisa de amianto aluminazada. e) Calça de amianto aluminizada. f) Calçado do tipo botina de segurança industrial, com elásticos laterais cobertos, com biqueira

de aço, fábricada em vaqueta, solado injetado com estrias anti-derrapantes. g) Luva de borracha para eletricista deve ser usada com uma luva complementar de camurça ou

pelica, isolamento para 15.000 volts. h) Capacete para eletricista fabricado em fenol prensado, reforçado com tecido, possuindo

propriedades de resistência dielétrica, equipado com coroa de suspensão e jugular. i) Aparelho completo de ar comprimido ( autônomo) para penetração em locais saturados de

gases. j) Bota de borracha para eletricista para isolamento entre o trabalhador e a terra. Há também

uns tapetes de borracha para ser pisado pelo eletricista quando em serviço. k) Ferramentas de eletricista toda ela de boa qualidade e devidamente isolada até 15.000 volts.

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PROTEÇAO CONTRA INCÊNDIOS

CAPÍTULO 2 Técnica de Combate ao Fogo 2.1 - Brigada de incêndio

● Conceito Brigada de incêndio nada mais é do que um grupo de homens preparados técnicamente e psicologicamente para reagirem de pronto ao menor sinal de anormalidade dentro de uma empresa, visando a extinção do incêndios, salvamento de vidas e proteção de bens, através de ação rápidas, pré estabelecidas e coordenadas. A brigada não deve ser formada exclusivamente para incêndios, deve, sim, ser preparada e treinada para agir em qualquer situação que venha a colocar em risco a integridade da empresa. Mesmo tratando-se de uma organização simples, a brigada de incêndio, para que seja eficiente e ativa, deve ser estruturada e treinada por especialistas neste campo de trabalho. Para estruturação e ativação de uma brigada de incêndio, são considerados muitos fatores peculiares a cada empresa e tudo deve ser equacionado em função das características individuais e de cada estabelecimentos. ● Dispositivos legais Depois de lida e entendida a NR 23 (Proteção Contra Incêndio) nos itens:

� 23.1.1.d) Todas as empresas deverão possuir pessoas adestradas no uso correto dos equipamentos para combater o fogo em seu início;

� 23.7 - Combate ao fogo (Na integra); � 23.8 - Exercício de alerta (Na integra).

Passaremos rapidamente a considerar outros dispositivos que tratam do assunto: ● T.S.I.B. -Capítulo II, itens 3 e 3. 1, página 160 - 49ª edição.20 ● Pessoal Habilitado Para o sistema de proteção sob comando exígída a organização e manutenção de um grupo de pessoas devidamente treinadas e habilitadas suficiente para manejar, em qualquer momento, o aparelhamento de proteção existente. O grupo deverá ter um chefe, ao qual caberá a obrigação de inspecionar a instalação semanalmente, a fim de examinar suas condições de funcionamento, devendo os reservatórios de inspeção ser enviados à seguradora mensalmente. ● CMEC Nº 02/94 - 7ª Sec/CCB XV. 5 - As bombas de incêndio e os dispositivos de alarme devem ser revistos semanalmente. 0 restante da instalação deve ser inspecionada e ensaiada em períodos máximos de três meses.

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XV.6 - Os resultados das inspeções e dos ensaios devem ser consignados em registros, especialmente, instituídos e visados pelos responsáveis pela manutenção da instalação e do prédio. ● Estrutura de uma Brigada de Incêndio: Considerando-se uma brigada de incêndio genérica, pertencente a uma empresa X, estudaremos sua composição e as missões de cada homem, tendo como princípio que a brigada de incêndio da empresa X não é válida para a empresa Y. Não devemos, porém nos esquecer de que de nada valerá termos uma brigada de incêndio, sem condições de operacionalidade. Por isso, devemos constantemente instruí-Ia e ativá-la, através de aulas práticas e teóricas e de exercícios de incêndio simulado, ministrados por pessoal habilitados e qualificados para tal. ● Comandante da Brigada: O comandante da brigada tem por missão:

� Comandar toda e qualquer missão de salvamento, proteção e combate a incêndio; � Propiciar instruções aos seus comandados e treinamento de salvamento proteção e combate a

incêndio, em períodos pré fixados pela empresa; � Inspecionar as instalações de proteção contra incêndios semanalmente a fim de examinar

suas condições de funcionamento, devendo emitir relatórios de inspeção e enviá-los mensalmente a seguradora;

� Em caso de incêndio de proporções consideráveis, estabelecer posto fixo de comando, atribuindo ao sub-comandante, a missão de reconhecimento e comando as ações desenvolvidas no sinistro, sem perder contato com este, a fim de coordenar ações de apoio externo;

� Convencer a direção da empresa, baseado na legislação e dados técnicos, a adquirir bons equipamentos de proteção contra incêndio;

� Assumir qualquer função dentro da brigada, caso as circunstâncias o obrigarem. ● Sub-Comandante da Brigada: O sub-comandante da brigada tem por missão:

� Substituir o comandante durante qualquer impedimento deste; � Acompanhar o comandante em tudo o que se referir a salvamento, proteção e combate a

incêndio; � Em caso de acionamento da brigada, acompanhar o comandante, transmitindo suas ordens

aos demais componentes da brigada, os quais poderão estar trabalhando em locais diferentes; � Verificar o cumprimento das determinações do comandante informando-o sobre o

andamento e conclusão delas; � Determinar ações de combate, salvamento ou proteção, desde que estas não sejam

antagônicas às ordens já dadas pelo comandante, dando-lhe ciência logo em seguida; � Assumir qualquer função dentro da brigada, caso as circunstâncias o obrigarem.

● Guarnição de Serviços Auxiliares: É formada por um conjunto de homens que atuarão isoladamente em missões específicas e inerentes a cada função da guarnição, de forma que em caso de incêndio eles já tem atribuições pré

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estabelecidas e agirão independente do comando da brigada, exceto o eletricista, embora, devam a ele obediência em ações posteriores.

Nota: G.S.A é constituída pela telefonista, socorrista, anotador, porteiro, manobreiro de água e eletricista. a) Telefonista: Telefonará para o corpo de bombeiros, avisando da ocorrência e responderá as perguntas que lhe serão feitas pelo telefonista do corpo de bombeiro. 0 telefonista não deve abandonar seu posto telefônico sob hipótese alguma, pois é ele o elo de ligação entre os bombeiros e a brigada, mesmo após a chegada do socorro, enviado pelo C.13, Pronto Socorro, diretores da empresa, IJF, polícia, etc. b) Socorrista: Deve ser a pessoa com bons conhecimento de primeiros socorros, a qual trabalhará em local pré fixado, atendendo as vitimas trazidas ao posto de socorro pelo pessoal da guarnição de salvamento e proteção, caso o estado de saúde das vítimas necessitem de serviços médicos especializados, o socorrista deverá providenciar a remoção delas para clínicas ou hospitais especializados, através do telefonista com ordem do comandante da brigada. c) Porteiro: Será encarregado de abrir os portões da organização para a saída de veículos que possam estar atrapalhando as boas condições de tráfego dentro da empresa. Providenciará a evacuação das áreas internas da empresa- não permitirá entrada de quaisquer veículos, salvo os do corpo de bombeiros, ambulância e polícia. Ao ouvir a cirene dos carros do corpo de bombeiros, deverá abrir os portões para que entrem fechando-os em seguida. Deverá saber informar aos bombeiros a posição do hidrante de passeio, bem como providenciar a sua desobstrução. d) Anotador: Será encarregado de tomar nota de tudo para posteriormente apresentar relatório da ocorrência do sinistro, o qual será conferido e assinado pelo Sub comandante e comandante da B. L deverá anotar em registro próprio da brigada, tudo que for a ela relativo tal como: Revisão de equipamentos, ensaios, inspeções, manutenção feita, necessidades, etc. e) Manobreiro d'água:

� Para este cargo deve se escolher uma pessoa que tenha bons conhecimentos de hidráulica, pois ela deverá estar em condições de sanar quaisquer problemas de abastecimento de água dentro da organização para fins de combate a incêndio.

� Deverá também saber das fontes de abastecimentos de água na circunvizinhança da organização, para o suprimento desta haja necessidade.

� Deverá estar sempre em contato com o comandante da brigada, informando-o da situação quanto a reserva de água existente, e medidas de apoio externo a tomar caso haja necessidade.

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� Deverá apoiar a chefe da G CI e comunicar-lhe sobre condições e ações de abastecimento d'água.

� Deve saber funcionar as bombas caso estas não sejam de acionamento automático ou ofereçam pane.

� Deve providenciar para que a tubulação de proteção contra incêndio seja pintada em vermelho.

f) Eletricista: Para esta função de ser escolhida uma pessoa habilitada em eletrotécnica. Deverá conhecer bem os diversos circuitos da empresa para quando solicitado desligar total ou parcial a energia elétrica, Em muitos casos o eletricista é solicitado a fazer ligações de emergência a fim de proporcionar condições de iluminação para trabalhos em incêndios, salvamento e proteção. O eletricista deve agir tão somente sob ordem expressa do comandante da brigada. O eletricista deve identificar os locais onde estão localizados os interruptores, chaves, disjuntores, casa de força e todos os pontos onde haja parelhos elétricos, bem como saber sobre condições de desligamento dos diversos circuitos da empresa, para em caso de emergência e com ordem do comandante da brigada, desligar somente àquele envolvido em área de incêndio. Deve ter em mão o projeto elétrico da indústria, devidamente atualizado e verificar se não existem ligações clandestinas e defeitos técnicos ou aquecimento no circuito, sobre carga, sobretensão, etc. ● Guarnição de Combate a Incêndios - G.C.I: A guarnição de combate a incêndio terá um chefe e será composta de linha. Uma linha será composta de duplas ou trios. A G.C.I terá tantas linhas quanto forem o número de abrigos de mangueiras existentes na empresa. Em caso de serem as bitolas das mangueiras de 1.½ (38 mm) a G. C. I. será composta à base de duplas e caso as mangueiras sejam de secção reta a 2 ½" (63 mm) a composição da G.C.I deverá ser feita à base de trios, considerando-se pressão e peso das mangueiras, além de que um ajudante deverá abrir o registro do hidrante, consequentemente deixando temporariamente os outros dois segurando o esguicho, o que as vezes não é fácil. a) Chefe da G.C.I. Recebe ordens do sub-comandante da brigada e comanda as linhas da guarnição; é responsável pelo estabelecimento, ataque, rescaldo e ventilação- dá apoio ao chefe da G.S.P em penetração para salvamento e proteção. Acompanha o comandante da brigada durante o reconhecimento. b) Linha Os homens que compõem uma linha deverão Ter condições plenas de extinguir um princípio de incêndio de qualquer classe, utilizando-se de extintores portáteis ou carretas e extinguir um princípio de incêndio da classe A ou B, utilizando-se do sistema de hidrantes instalados na empresa. c) Chefe de Linha Responde pelo emprego de sua linha.

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d) Ajudante de linha É o substituto do chefe de linha, responde pela segurança do chefe e ajuda-o no emprego da linha. ● Guarnição de Salvamento e Proteção: A guarnição de salvamento e proteção tem um chefe e é composta por um grupo de salvamento e um grupo de proteção, devidamente comandada pelos respectivos sub-chefes. O número de componentes destes grupos é variável, sendo função da área, tipo de risco e número de funcionários da empresa a proteger. Os grupos tanto de salvamento como de proteção são compostos à base de duplas e nunca deve-se permitir que seja feita qualquer operação de salvamento ou proteção com um número inferior a dois homem. a) Chefe da G.S.P. Recebe ordens do sub-comandante da brigada, pode tomar iniciativa própria, desde que não sejam contrárias as determinadas pelos seus superiores hierárquicos. É responsável por todas as ações de salvamento e proteção. Acompanha o comandante da brigada durante o reconhecimento. Dá apoio ao chefe da G.C.I. em retirada de material e rescaldo. b) Missões da G.S.P. Tem por missão bens e vidas a salvar. Deve proceder ação de primeiros socorros, no local do salvamento e remover a vítima até o posto de socorro, caso esta possa ser removida, no impedimento de remoção, mandar vir o socorrista até a vítima. Deve orientar a conduta do pessoal para que haja calma e ordem durante o abandono do local sinistrado. Deve ajudar na retirada do material e no rescaldo. Deve prover a proteção dos bens expostos ao calor e agente extintor. 2.2 - Planos e Programas de Emergência

a) Plano de Evacuação; b) Plano de Proteção do Exposto; c) Plano de Combate a Incêndio; d) Plano de Controle de Emergência. Todos os planos acima serão desenvolvidos tendo como documento de origem a planta da empresa com todos os seus bens, tais como: disposições de máquinas, aparelhos e riscos adicionais, além de matéria prima e produtos acabados. Nestes planos, além da planta retro mencionada, deve existir também uma tabela de Faina, a qual fixa comportamento pré estabelecidos para ser desempenhado em caso de emergência. Nesta Tabela de Faina vão junto, considerações estratégicas com referência a circunvizinhança da empresa no tocante ao apoio externo e áreas para evacuação de pessoas e depósitos para serem ocupados pelo material que possa ser removido em caso de incêndio, inundação ou outras circunstâncias emergencial. a) Plano de Evacuação Este plano deve ser o mais simples possível e com uma eficácia capaz de determinar uma evacuação de pessoas dentro de poucos minutos, sem que haja atropelos e acidentes decorrentes de pânicos. O

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Plano de Evacuação deve ser do conhecimento de todos os empregados e outros que possam estar prestando serviços na empresa. Em planta serão demarcados os diversos itinerários, devidamente orientados no sentido do fluxo do abandono do local de trabalho e serão demarcadas áreas para reunião do pessoal evacuado, onde serão feita chamada pelos chefes de seções, os quais deverão Ter certeza de que todo pessoal foi evacuado. Caso ocorram faltas, ele deve imediatamente verificar, se os faltosos realmente vieram a empresa na data considerada, e se saíram deliberadamente, ou com permissão da chefia. Depois de feito a chamada e verificado sobre a absoluta certeza de que todos estão salvos, o pessoal deverá ser mantido grupado na área de reunião. Caso exista a possibilidade de haver alguém ainda dentro do local sinistrado, o comandante da brigada deverá ser comunicado, sendo que este ordenará o G.S.P para a busca da vítima. Diversos aspectos são considerados no plano de evacuação, tais como: dosagem da evacuação através de corredores e portas; segurança; divisão da evacuação; atuação da brigada na orientação da evacuação; preparo psicológico do pessoal a ser evacuado, através de treinamentos periódicos; participação do pessoal evacuado em retirada do material; policiamento de área e disciplina na área de concentração; comportamento antes de sair da seção; mão de direção; auto proteção anti-famaça; auxílio a companheiros debilitados. b) Plano de Proteção do Exposto O plano de proteção do exposto é desenvolvido tendo-se como objetivo a proteção do risco sem ser retirado do local onde se encontra, mesmo porque existem os que não podem ser removidos, cabe aqui explicar que se for retirado material, as seções para este tipo de operação pertencerá ao plano de combate a incêndio. A proteção, objeto do plano, é contra ação do calor, exposição a agente extintor e outros agentes nocivos advindos de situação de incêndio na empresa. A proteção do exposto pode ser desenvolvida até como rotina de trabalho dentro da organização, em condições normais de funcionamento, como por exemplo a criação do hábito de cobrir com encerrado impermeável (lona), todo o risco, tal como: máquinas paradas, material a ser processado, produto acabado e todo combustível que temporariamente permanecer estático no interior da organização, mas que são fatores determinantes da sua distância, para que a empresa não pare suas atividades nos dias seguintes a um incêndio, o que aumentará prejuízos. Imaginemos pois; uma firma que teve todo o seu estoque de matéria prima molhado ou que o maquinário esteja sob ação da água em decorrência de incêndio em dependências adjacentes a equipamentos ou depósito de material. O resultado será um longo período de inatividade, o que poderia ser evitado se houve-se sido elaborado e posto em prática um plano de proteção ao exposto. c) Plano de Combate a Incêndio O Plano de Combate a Incêndio é o resultado de um estudo pormenorizado do tipo de risco da empresa, matéria prima armazenada, produto acabado, risco de processo de industrialização, risco apresentado pela circunvizinhança e fontes de apoio externo. Um bom planejamento para combate a incêndio esta intimamente ligado ao tipo de combustível predominante na empresa, levantamento de postos críticos, dimensionamento de meios de combate a incêndio e ações pré estabelecidas a serem desenvolvidas por determinação do comandante da brigada de incêndio.

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Em plante e elevação no plano de combate a incêndio serão demarcadas os diversos circuitos elétricos, a posição dos diversos encanamentos, posicionamentos de extintores, posicionamentos de máquinas, compartimentarão interna devidamente atualizada com especificação do material das paredes e aberturas, sentido de abertura de portas e janelas, nome das seções com especificação do material armazenados. Deverá ser feito também uma plante de situação na qual será demarcada a posição do risco em relação a circunvizinhança, itinerários de chegada a empresa, fontes externas de apoio em material, homens e agentes extintores. Intimamente ligado as demarcações em plantas e elevação, serão descritas ações a serem executadas em caso de combate a incêndio e salvamento. d) Plano de Controle de Emergência - PCE O Plano de Controle de Emergência nada mais é do que a integração dos três planos estudados anteriormente.

Observação:

Ver Anexo I – Modelo Matriz

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UNIDADE DE PROCESSAMENTO DE GÁS NATURAL - UPGN

PLANO DE CONTROLE DE EMERGÊNCIA - PCE

GRUPO DE AÇÃO FUNÇÃO NOME

COMANDO DA EMERGÊNCIA

CONTROLE DA EMERGÊNCIA

BRIGADA DE INCÊNDIO

BOMBEIRO LIDER HOMEM DO ESGUINCHO

HOMEM DE LINHA HOMEM DE LINHA HOMEM DE LINHA

HOMEM DE HIDRANTE HOMEM DA BOMBA DE INCÊDIO

EQUIPE DE RESGATE SOCORRO MÉDICO EQUPE DE APOIO

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Bibliografia

Brasil, Leis, Decretos, etc. Portaria 21, de 05 de maio 1999 - Aprova as normas para concessão de descontos a que se refere o Artigo 16 da T.S.I.B - Instituto de Resseguros do Brasil. Tarifa de Seguro de Incêndio do Brasil - 7ª Edição - 1972 - publicação Nº 49; NR-23 - Manual de Segurança e Medicina do Trabalho - Editora Atlas - 2001; Fundacentro - Curso de Engenharia de segurança do Trabalho. São Paulo, 1999; National Fire Protection Association. NFPA - Fire Protection Handbook. 14' Edição - Boston 1997; National Fire Codes - a Compilation of NFPA Code Standards, Recominended Practices and Manuais, NFPA - Inspection Manual - 3ª edição Bonston - 1970 - 346 p. Bureau de Chíps Manual - Chapter 93 - Fire Fighting - Ship; Manual de Combate a Incêndio - 1 1ª Edição - 1996 - Marinha do Brasil; Engenharia de Prevenção de Perdas - 2ª edição - 1998 - Petrobrás; Manual de Código de Segurança Contra Incêndio - 5ª Edição - 1999 - Corpo de Bombeiros do Estado do Ceará; Manual de Prevenção e Combate a Incêndio - CAAML - 501 - 8ª Edição - 1999 Departamento de Instrução e Adestramento - Almirante Marquês de Leão - Marinha do Brasil. Engenharia contra Incêndio - API - 1987 - Padrão de Execução da Petrobrás

FIM.