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Promoção da Saúde no âmbito escolar: a estratégia Escolas
Promotoras de Saúde
Daniele Sacardo
Elisabete Agrela de Andrade
Saúde e Educação
A idéia de que a Escola é um lócus privilegiado para trabalhar a Saúde não é nova
De acordo com cada época histórica diferentes paradigmas de saúde e de doença são construídos o que levam à novas formas de atuação
Histórico Educação em Saúde no Brasil Concepção higienista - o baixo rendimento escolar
relacionado à higiene - medidas de limpeza e asseio dos escolares, com a finalidade de evitar doenças contagiosas e comportamentos sociais indesejáveis.
Concepção biologicista - o baixo rendimento relacionado a doenças ligadas á questões nutricionais ou à capacidade mental do indivíduo - "distúrbios de aprendizagem" - especialistas "convocados" a fornecer explicações sobre o fenômeno do insucesso e da evasão escolar.
Hoje "novo" conceito - enfatiza a qualidade de vida para a obtenção e conservação da saúde.. IERVOLINO; PELICIONI(2005)
1995 - Iniciativa EPS OPAS/OMS
1998 – OMS
Escola Promotora de Saúde“ Uma escola que constantemente fortalece
sua capacidade como um espaço saudável para viver, aprender e trabalhar”.
Escola Promotora de Saúde Dimensões
políticas de saúdealimentação, tabagismo, álcool, drogas, segurança, informação
ambiente físicocontrole de acidentes, projetos ambientais,
condições físicas
ambiente social violência, relações, abandono,
reprovação
relação com a comunidadeenvolvimento dos pais, projetos
coletivos, serviços de saúde
currículo tópicos de saúde,
treinamento de professores, abordagem educacional
WHO (1998);
2005 - Política Nacional de Educação em Saúde na Escola.
Ministérios da Saúde e da Educação assinaram Portaria Interministerial nº 749/05 e 1.820/06 constituindo a Câmara Intersetorial Educação em Saúde na Escola
Brasil
Promoção da Saúde no âmbito escolar no Brasil a gestão intersetorial dos recursos na abordagem dos problemas e
potencialidades em saúde, ampliando parcerias e compartilhando soluções na construção de políticas públicas saudáveis;
o reforço aos processos de participação comunitária no diagnóstico dos problemas de saúde e suas soluções, reforçando a formação e a consolidação de redes sociais e protetoras;
a promoção de estilos de vida saudáveis, com ênfase no estímulo à alimentação saudável, à atividade física, às atitudes seguras, ao combate ao tabagismo e ao uso abusivo de drogas;
a reorientação do cuidado na perspectiva do respeito à autonomia, à cultura, promovendo a interação do cuidar/ser cuidado, ensinar/aprender, aberto à incorporação de outras racionalidades (BRASIL, 2002).
2008 – Criação do Programa Saúde na Escola
Integração das redes do Sistema de Educação e do Sistema Único de Saúde nas diferentes comunidades adstritas com a criação de contínua e sustentada articulação entre as Escolas Públicas e as Unidades Básicas / Saúde da Família.
COMPONENTES 1º bloco avaliação das condições de saúde, estado
nutricional, incidência precoce de hipertensão e diabetes, saúde bucal (controle de cárie), acuidade visual e auditiva e avaliação psicológica do estudante.
2º bloco: promoção da saúde e da prevenção dimensões da construção de uma cultura de paz e combate às diferentes expressões de violência, consumo de álcool, tabaco e outras drogas, educação sexual e reprodutiva, além de estímulo à atividade física e práticas corporais.
3º bloco: educação permanente e capacitação de profissionais e jovens.
4º bloco: monitoramento e a avaliação da saúde dos estudantes. Ex: Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar
5º bloco – avaliação e monitoramento do PSE
POTENCIALIDADES Proximidade com a realidade local dos territórios -
carregada de significados para os sujeitos que lá vivem e/ou atuam.
Fortalecimento das alianças entre instituições e atores locais - importante para o processo de territorialização dos sujeitos e comunidades.
Historicamente, como profissionais da saúde procuramos obter e oferecer respostas, mas o desafio que se coloca é de descobrir perguntas.
Requer disponibilidade e interesse em se aproximar da realidade para conhecê-la e, talvez, compreendê-la para ajudar a transformá-la.
Questões para concepções político-pedagógicas
Quem são os sujeitos: alunos, professores, funcionários, comunidade, profissionais da saúde?
Quais concepções de educação? Multi – Inter – Transdiciplinar? Efetivamente intersetorial? Qual o papel da saúde? Prescrição ou construção? Educar em saúde ou para saúde? Para quê? Com quem? Como? Há sustentabilidade?
EXEMPLOS
Projeto da Escola Barão de Santo Ângelo - RIO GRANDE DO SUL.
Nossa Escola se localiza em uma área retirada no litoral norte em um local de preservação ambiental e reflorestamento chamado Túnel Verde. No entorno de nossa instituição localizam-se 3 empresas, duas madeireiras e uma resineira. Formou-se assim uma pequena localidade com uma população de baixa renda.
Apesar da preocupação da prefeitura em desenvolver ações voltadas ao resgate social temos muitos problemas, dentre eles as drogas. A escola tem a obrigação de capacitar-se para enfrentar este mal, pois os alunos entrarão em contato com as drogas, sendo usuários ou não. A escola precisa ajudar os estudantes a fortalecer a opinião contrária ao uso.
Descrição:As secretarias de Saúde, Educação e Segurança se reunirão para formarem um projeto de prevenção.A saúde informou aos estudantes os malefícios, Educação trabalhou nas escolas e a segurança montou um jornal somente sobre as drogas que foi entregue a comunidade.
Na escola: 1) Foi apresentado aos professores o Projeto, para apreciação de todos. 2) Saída de campo com todos os professores até uma Fazenda de recuperação de dependentes ouvimos testemunho dos mesmos. 3) Colocação de uma urna para que os alunos coloquem sugestões de atividades a serem trabalhadas na semana de prevenção. 4)Orientadora desenvolve um circuito de encontros com todas as turmas para discussão do tema . 5) Visita as empresas locais para falar com os pais sobre o projeto e os malefícios da droga. 6) Culminância Gincana envolvendo os alunos e a comunidade.
Lições aprendidas:Os alunos mostraram uma capacidade incrível de participação, criatividade e sensibilidade sobre as questões que envolvem suas famílias e suas dores e se estabeleceu assim uma relação de ajuda e solidariedade.
Próximos passos:A continuidade das gincanas todos os anos mais
oficias para atividades em turno inverso e espaços para discussão destas questões.
'SEXO, DROGAS E PRECONCEITOS: O QUE EU TENHO A VER COM ISSO? BAHIA
'Anteecedentes:A busca por uma aprendizagem significativa, em que o aluno seja estimulado não apenas a reter a estrutura do conhecimento, mas a desenvolver a capacidade de transferir esse conhecimento para a sua possível utilização em um contexto diferente daquele em que ela se concretizou é desejável nas práticas pedagógicas . Apropriar-se de elementos lúdicos, arte, debates e outras formas de se explorar o momento da aula visando criar uma cultura de participação e desenvolvimento de habilidades é algo importante e através dos jogos teatrais é possivel aliar o conhecimento formal à criatividade e à ludicidade.
Descrição: Utilizando jogos teatrais com duas turmas de 8ª série de uma escola pública de Salvador, ao alunos são orientados a protagonizarem ações de prevenção ao uso de drogas, combate ao preconceito e promoção da saúde reprodutiva. O "produto" final do processo educativo é uma peça, fruto da troca de experiências e incorporação do saber formal que permeia as aulas de Ciências desses alunos.
Lições aprendidas: Os alunos demonstram grande prazer em aprender sobre a temática drogas, sexualidade e preconceitos justamente por verem uma aplicabilidade desse conhecimento nas peças. Percebemos que utilizando essa metodologia os alunos
mostram-se motivados e mesmo os que não têm o desejo de atuar, contribuem com a construção dos textos, figurino, sonorização. Não se configura portanto num "trabalho escolar", mas numa aprendizagem com significado e pertinência.
Próximos passos:Ampliar o alcance desse trabalho, que está circunscrito à comunidade local buscando espaços para apresenta-lo a um grupo maior de pessoas.