projeto Ótimo de um pÓrtico tridimensional de concreto …

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PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO ARMADO UTILIZANDO ALGORITMOS GENÉTICOS Halina dos Santos Salles Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil, COPPE, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Engenharia Civil. Orientadora: Franciane Conceição Peters Rio de Janeiro Abril de 2018

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Page 1: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO

ARMADO UTILIZANDO ALGORITMOS GENÉTICOS

Halina dos Santos Salles

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa

de Pós-graduação em Engenharia Civil, COPPE,

da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como

parte dos requisitos necessários à obtenção do

título de Mestre em Engenharia Civil.

Orientadora: Franciane Conceição Peters

Rio de Janeiro

Abril de 2018

Page 2: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …
Page 3: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

iii

Salles, Halina dos Santos

Projeto ótimo de um pórtico tridimensional de concreto

armado utilizando Algoritmos Genéticos/ Halina dos

Santos Salles. – Rio de Janeiro: UFRJ/COPPE, 2018.

XIV, 68 p.: il.; 29,7 cm.

Orientador: Franciane Conceição Peters

Dissertação (mestrado) – UFRJ/ COPPE/ Programa de

Engenharia Civil, 2018.

Referências Bibliográficas: p. 66-68.

1. Otimização estrutural. 2. Algoritmos genéticos. 3.

Concreto armado. I. Peters, Franciane Conceição II.

Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPE, Programa

de Engenharia Civil. III. Título.

Page 4: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

iv

A Salles e Gesete, minha estrutura.

Page 5: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

v

Agradecimentos

A Deus, autor da minha vida e destino, por tudo.

Aos meus pais, Salles e Gesete, e irmã, Nabila, digo que esta conquista não é só

minha, mas nossa. Tudo só foi possível pelo amor, apoio e dedicação que vocês sempre

tiveram por mim. Vocês sempre me ensinaram a agir com respeito, simplicidade,

dignidade e amor ao próximo. Muito obrigada por mostrarem o quanto era importante

estudar e por entenderem minha ausência durante este caminho.

À minha família Santos e Salles pelo apoio incondicional. Em especial, Margareth

Salles, agradeço por ter me acolhido em seu lar e todo amor maternal. Aqui, registro meu

respeito e admiração como profissional, mulher e mãe. À Helena Carestiato, agradeço

pelos melhores sorrisos e conselhos. Sobrinha, você foi minha fortaleza, dedicação,

compreensão, maior amor e metade de mim todo esse tempo. Me perdoe por não saber

fazer poemas, mas prometo te acompanhar no café todos os dias. A Otto, por cada olhar,

portas abertas e, principalmente, pelo melhor companheirismo.

Ao Raphael PH, pelo sorriso, pelas conversas, pelo incentivo entusiasmante e

muitas vezes contagiante e, principalmente, pelo amor e cuidado que me permitiram ter

forças e ânimo suficientes todos os dias. Muito obrigada por ficar sentado comigo às

noites me olhando trabalhar e me tranquilizar dizendo: “Dova, de um jeito ou de outro,

no fim tudo dá certo”.

Ao Acre, Rondônia e Rio de Janeiro pelas minhas amadas meninas e fiéis amigos.

Não vou citar nomes para não correr risco de esquecer alguém, eles sabem quem são.

Aos amigos do Mestrado por termos vivenciado a diversidade cultural do Brasil e

do mundo. Cada sotaque e peculiaridade estará sempre em meu coração. Em especial,

Adna Vasconcelos, Ana Claudia Gonzaga, Gabriella Puente e Gabriela Polisseni.

Agradeço os sorrisos e conselhos durante todos os momentos e, principalmente, por

compartilharmos várias experiências não só da vida acadêmica.

À professora Franciane Conceição Peters, exemplo de simplicidade, compreensão

e competência. Assim como todos que trabalham com você, admiro sua dedicação a

pesquisa e, principalmente, a preocupação não só com a realização do trabalho, mas com

o ser humano. Muito obrigada pela confiança, orientação, disposição e paciência durante

este trabalho. Seu exemplo levarei por toda minha vida.

Page 6: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

vi

A todos os alunos, professores e funcionários do LAMEMO, por serem exemplo

de profissionalismo e diversão. Minha timidez foi perdendo o sentido a cada manhã de

bom humor e estudo. Muito obrigada por terem me acolhido de braços abertos no

laboratório, sem o qual não seria possível a realização deste trabalho.

À engenheira Eduarda Pinheiro, mãe e eterna chefinha. Serei eternamente grata

por ter compartilhado todos seus ensinamentos sobre engenharia e a vida. A sua paciência,

humor e carinho estão em meu coração. O Escritório Laico transformou trabalho em

sinônimo de alegria. Muito obrigada a todos.

Ao professor Roberto Fernandes de Oliveira por ter me acolhido como um pai,

sempre disponível com os melhores conselhos. Admiro sua dedicação à docência e,

principalmente, sua busca pelo conhecimento.

Aos membros da banca por aceitarem o convite e pelas contribuições.

A Ansys Inc. pelo fornecimento da versão acadêmica do programa comercial

usado neste trabalho.

À CAPES e FAPERJ pelo apoio financeiro.

Aos docentes que contribuíram para minha formação.

A todos aqueles que de alguma maneira me fizeram crescer e aprender.

Serei eternamente grata.

Page 7: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

vii

Resumo da Dissertação apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos

necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (M.Sc.)

PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO

ARMADO UTILIZANDO ALGORITMOS GENÉTICOS

Halina dos Santos Salles

Abril/2018

Orientadora: Franciane Conceição Peters

Programa: Engenharia Civil

No projeto de edificações, com o avanço da computação que permite análises em

menor tempo, passa-se a buscar soluções otimizadas e de menor custo. Neste contexto,

os projetistas almejam um projeto melhor e seguro referente a diversos aspectos

estruturais, além da redução dos custos dos insumos. Os métodos de otimização podem

ser utilizados neste intuito sem comprometer a segurança estrutural. Desse modo, o

procedimento aplicado neste estudo visa otimizar as dimensões da seção transversal e

armadura de um pórtico tridimensional de concreto armado utilizando um Algoritmo

Genético (AG), a fim de obter projetos de custo mínimo. Para isso, foram realizadas

aplicações numéricas, análise de parâmetros do AG e uma avaliação da variação de preços

dos materiais do pórtico. A construção do modelo computacional é realizada no programa

ANSYS, onde são aplicadas técnicas de discretização, via método dos elementos finitos,

para a análise e obtenção dos esforços e deformações na estrutura. Um AG foi

desenvolvido para o estudo, contendo também as especificações para o dimensionamento

das armaduras dos elementos estruturais, incorporando diversas restrições para a solução.

A função objetivo é formada pelos custos de concreto, forma e aço e será minimizada,

sujeita a restrições da NBR 6118:2014 (Projeto de Estruturas de Concreto -

Procedimento). Os resultados obtidos mostram que o procedimento proposto pode ser

usado como uma ferramenta a mais para auxiliar o engenheiro no ambiente de projeto.

Page 8: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

viii

Abstract of Dissertation presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the

requirements for the degree of Master of Science (M.Sc.)

OPTIMAL DESIGN OF REINFORCED CONCRETE 3D FRAMES USING

GENETIC ALGORITHMS

Halina dos Santos Salles

April/2018

Advisor: Franciane Conceição Peters

Department: Civil Engineering

In building design, with the development of computing that allows analysis in a

shorter time, it is possible to search for optimized and lower cost solutions. In this context,

the designers aim a better and safer project, regarding several structural aspects, besides

the reduction of the costs of the materials. Optimization methods can be used for this

purpose without compromising structural safety. Thus, the procedure applied in this study

aims to optimize the dimensions of the cross-section and reinforcement of a reinforced

concrete 3D frames using Genetic Algorithm (GA), in order to obtain projects of

minimum cost. For this, numerical applications, GA parameter analysis and evaluation of

the price variation of the frame materials were performed. The construction of the

computational model is performed in the ANSYS software, where discretization

techniques are applied, through the finite element method, to analyze and obtain the

stresses and deformations of the structure. A GA was developed for the study, also

containing the specifications for the dimensioning of the reinforcement of the structural

elements, incorporating several restrictions for the solution. The objective function is

formed by the costs of concrete, formwork and steel and will be minimized, according to

the restrictions of NBR 6118:2014 (Concrete Structures Project - Procedure). The results

show that the proposed procedure can be used as an additional tool to assist the engineer

in building design.

Page 9: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

ix

Sumário

Lista de Figuras .............................................................................................................. xii

Lista de Tabelas ............................................................................................................. xiv

1 Introdução.................................................................................................................. 1

1.1 Apresentação do trabalho ..................................................................................... 1

1.2 Motivação ............................................................................................................. 2

1.3 Objetivos ............................................................................................................... 3

1.4 Estrutura do trabalho ............................................................................................ 3

2 Revisão Bibliográfica ................................................................................................ 4

2.1 Otimização de projeto ........................................................................................... 5

2.2 Otimização de estruturas de concreto armado ...................................................... 7

2.2.1 Trabalho de ARGOLO (2000) .................................................................... 7

2.2.2 Trabalho de SILVA (2001)......................................................................... 8

2.2.3 Trabalho de TORRES (2001) ................................................................... 11

2.2.4 Trabalho de BASTOS (2004) ................................................................... 13

2.2.5 Trabalho de ALEXANDRE (2014) .......................................................... 14

2.3 Algoritmos Genéticos ......................................................................................... 16

2.3.1 Diferenças entre Algoritmos Genéticos e métodos clássicos ................... 17

2.3.2 Otimização por Algoritmos Genéticos ..................................................... 18

2.4 Considerações ..................................................................................................... 20

Page 10: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

x

3 Metodologia ............................................................................................................ 22

3.1 Resumo geral ...................................................................................................... 22

3.2 Formulação do problema de otimização ............................................................. 23

3.2.1 Constantes de projeto................................................................................ 23

3.2.2 Variáveis de projeto .................................................................................. 23

3.2.3 Função objetivo ........................................................................................ 23

3.2.4 Critério de parada ..................................................................................... 25

3.2.5 Restrições de projeto ................................................................................ 25

3.2.5.1 Equilíbrio das seções transversais ..................................................... 25

3.2.5.2 Taxas de armaduras ........................................................................... 27

3.2.5.3 Distribuição das armaduras ............................................................... 29

3.2.5.4 Verificação de abertura de fissuras ................................................... 30

3.2.5.5 Verificação de deformações excessivas ............................................ 32

3.2.6 Considerações sobre o dimensionamento ................................................. 33

3.2.7 Definição final do problema ..................................................................... 35

3.3 Formulação do Programa AG ............................................................................. 35

3.3.1 Metodologia computacional ..................................................................... 36

3.3.1.1 Análise estrutural............................................................................... 37

3.3.1.2 Rotinas de otimização ....................................................................... 37

3.3.1.3 Integração com programa comercial ................................................. 37

3.3.2 Descrição do programa ............................................................................. 38

3.3.2.1 Preparação do arquivo de entrada ..................................................... 40

Page 11: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

xi

3.3.2.2 Descrição das sub-rotinas principais ................................................. 41

3.3.3 Considerações sobre o AG ....................................................................... 42

4 Aplicação numérica e resultados ............................................................................. 43

4.1 Modelo estrutural investigado ............................................................................ 43

4.2 Análise de parâmetros do Algoritmo Genético .................................................. 46

4.3 Aplicação ............................................................................................................ 51

4.4 Avaliação da variação de preços dos materiais .................................................. 60

5 Conclusões .............................................................................................................. 63

5.1 Sugestões para trabalhos futuros ........................................................................ 64

Referências Bibliográficas .............................................................................................. 66

Page 12: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

xii

Lista de Figuras

Figura 2.1: Fluxograma para desenvolvimento de um projeto convencional e um projeto

ótimo (ARORA, 2016). .................................................................................................... 6

Figura 2.2: Modelos estruturais adotados para os pórticos planos (TORRES, 2001). ... 12

Figura 3.1: Concreto de envolvimento da armadura (ABNT NBR 6118, 2014). ........... 31

Figura 3.2: Esquema para os comprimentos das armaduras longitudinais nas vigas. .... 34

Figura 3.3: Abordagens aplicadas no desenvolvimento do programa AG. .................... 36

........................................................................................................................................ 39

Figura 3.4: Fluxograma do programa desenvolvido, com detalhe à direita para a avaliação

dos indivíduos. ................................................................................................................ 39

Figura 4.1: Pórtico tridimensional que terá seus elementos estruturais otimizados. ...... 44

Figura 4.2: Custo total do pórtico para as 10 rodadas independentes do programa AG

realizadas com as combinações de parâmetros 𝑃𝑐 e 𝑃𝑚. ................................................. 48

Figura 4.3: Erro relativo médio obtido nas combinações dos parâmetros 𝑁𝑝𝑜𝑝, 𝑃𝑐 e 𝑃𝑚.

........................................................................................................................................ 50

Figura 4.4: Erro relativo médio ordenado obtido nas combinações dos parâmetros 𝑁𝑝𝑜𝑝,

𝑃𝑐 e 𝑃𝑚. ........................................................................................................................... 51

Figura 4.5: Custos dos pórticos referentes à situação 1. ................................................. 52

Figura 4.6: Valores das variáveis de projetos referentes à situação 1. ........................... 53

Figura 4.7: Detalhamento das vigas obtidos pelo AG na situação 1. ............................. 53

Figura 4.8: Detalhamento dos pilares obtidos pelo AG na situação 1. ........................... 54

Page 13: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

xiii

Figura 4.9: Custos dos pórticos referentes à situação 2. ................................................. 55

Figura 4.10: Valores das variáveis de projetos referentes à situação 2. ......................... 55

Figura 4.11: Detalhamento dos pilares obtidos pelo AG na situação 2. ......................... 56

Figura 4.12: Custos dos pórticos referentes à situação 3. ............................................... 57

Figura 4.13: Valores das variáveis de projetos referentes à situação 3. ......................... 57

Figura 4.14: Detalhamento dos pilares obtidos pelo AG na situação 3. ......................... 58

Figura 4.15: Comparação entre os custos dos pórticos referentes as situações 1, 2 e 3. 59

Figura 4.16: Comparação entre os custos dos insumos dos pilares referentes as situações

1, 2 e 3. ........................................................................................................................... 60

Figura 4.17: Comparação entre os custos dos insumos das vigas referentes as situações 1,

2 e 3. ............................................................................................................................... 60

Figura 4.18: Influência do aumento dos insumos no custo total do pórtico. .................. 62

Page 14: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

xiv

Lista de Tabelas

Tabela 3.1: Exigências de durabilidade relacionadas à fissuração e à proteção da

armadura, em função das classes de agressividade ambiental. ....................................... 30

Tabela 4.1: Organização dos grupos de variáveis de projeto. ........................................ 45

Tabela 4.2: Preço dos insumos considerados na otimização dos elementos estruturais. 46

Tabela 4.3: Distribuição do tamanho da população e número de gerações para as

diferentes análises. .......................................................................................................... 47

Tabela 4.4: Distribuição da probabilidade de cruzamento (𝑃𝑐) e mutação (𝑃𝑚). ............ 47

Tabela 4.5: Custo mínimo e erro relativo médio do pórtico para as 10 rodadas

independentes do programa AG realizadas com as combinações de parâmetros 𝑃𝑐 e 𝑃𝑚.

........................................................................................................................................ 49

Tabela 4.6: Influência da variação de 𝐶𝑐 no custo total do pórtico. ............................... 61

Tabela 4.7: Influência da variação de 𝐶𝑎 no custo total do pórtico. ............................... 61

Tabela 4.8: Influência da variação de 𝐶𝑓 no custo total do pórtico. ............................... 61

Page 15: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

1

1 Introdução

1.1 Apresentação do trabalho

A competitividade atual do mercado tem incentivado a elaboração de projetos com

menor custo de material e mão-de-obra. Os métodos de otimização podem ser utilizados

para alcançar estes objetivos, encontrando a melhor solução entre inúmeras possíveis.

Assim, os projetistas podem considerar mais opções e, portanto, alcançar um projeto

economicamente melhor e otimizado.

Nas décadas de 50 e 60, destacando-se os trabalhos de HEYMAN (1956) e

SCHIMIT (1960), foram publicados os primeiros trabalhos empregando métodos

clássicos de otimização na Engenharia Estrutural, como programação linear e

programação não-linear, minimizando o consumo de insumos ou o peso da estrutura. No

entanto, as soluções obtidas precisavam ser adaptadas para sua execução, além da

dificuldade do emprego dos métodos matemáticos, incentivando pesquisas por métodos

diferentes que obtivessem soluções tão eficazes, ou melhores, aos resultados gerados

pelos métodos clássicos.

Os métodos heurísticos têm se sobressaído diante da sua relativa simplicidade de

programação e na sua utilização em problemas de otimização. Os Algoritmos Genéticos,

por exemplo, não executam cálculos matemáticos complexos e podem ser usados em

problemas com funções não diferenciáveis, além de resolver problemas com variáveis

discretas e contínuas, gerando soluções que podem ser executadas sem adaptações.

É comum os projetistas ao dimensionarem uma estrutura se basearem na sua

experiência profissional quando realizam o lançamento e análise estrutural. Modificando

apenas alguns parâmetros, se consegue um número limitado de modelos. Assim, os

resultados são encontrados e analisados de acordo com a perspectiva empregada e a

solução escolhida será aquela que for mais significativa de acordo com a experiência do

projetista. Porém, apesar da solução eleita ser adequada, esse método pode conduzir a

resultados não próximos do ótimo.

Neste cenário, associando o procedimento de análise e dimensionamento com o

de mínimo custo, é possível obter um projeto ótimo entre inúmeras combinações

possíveis de maneira automatizada. Resumidamente, os Algoritmos Genéticos, partindo

Page 16: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

2

de uma população inicial, realizam todas as verificações necessárias, gerando populações

novas a partir da anterior, até alcançar a estrutura que possui o menor custo.

Diante do exposto, e conforme os resultados promissores de trabalhos na área de

estruturas com emprego de Algoritmos Genéticos para otimização, optou-se por utilizar

este método como ferramenta de otimização. Assim, o procedimento aplicado neste

estudo visa otimizar as dimensões da seção transversal, dimensionando as armaduras, de

um pórtico tridimensional de concreto armado utilizando Algoritmos Genéticos, a fim de

obter projetos de custo mínimo.

Para isso, um programa de Algoritmos Genéticos foi desenvolvido, contendo as

especificações para o dimensionamento das armaduras dos elementos estruturais,

incorporando diversas restrições para a solução. A construção do modelo computacional

é realizada no programa ANSYS, onde são aplicadas técnicas de discretização, via

método dos elementos finitos, para a análise e obtenção dos esforços e deformações na

estrutura. A função objetivo a ser minimizada é composta pelo custo do concreto, da

forma e do aço. Utiliza-se também penalização multiplicativa dos custos quando

restrições previstas na norma brasileira NBR 6118:2014 (Projeto de Estruturas de

Concreto - Procedimento) são violadas.

1.2 Motivação

Nos últimos anos, a competitividade entre as empresas aumentou a preocupação

com a redução de custos na construção civil. Na engenharia estrutural é um grande desafio

buscar um equilíbrio entre economia e segurança, pois a redução considerável de insumos

não pode comprometer a segurança e o comportamento da estrutura.

Neste contexto, a procura por métodos que busquem um aproveitamento mais

eficiente economicamente é essencial. A otimização de estruturas se introduz como um

mecanismo eficaz para contribuir com a melhoria dos projetos, dimensionando os

elementos estruturais com menor custo, garantindo a integridade e desempenho da

estrutura.

Além disso, é interessante se ter outros meios que permitam ao engenheiro

diversificar as técnicas aplicadas para soluções de projetos, não somente processos de

tentativa e erro que consomem muito tempo. Um procedimento que torna possível

alcançar um conjunto de soluções, não apenas uma, pode ser usado como uma ferramenta

Page 17: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

3

a mais para auxiliar o projetista. Dessa forma, o engenheiro pode testar de forma

automática diversas soluções, até mesmo uma solução diferente da prática na construção

civil. Por consequência, o engenheiro pode adequar seu projeto as restrições

arquitetônicas, estruturais, materiais disponíveis e demais projetos complementares,

motivando assim o estudo sobre tal tema.

1.3 Objetivos

O objetivo deste trabalho é realizar a otimização das dimensões da seção

transversal, dimensionando a respectiva armadura, de um pórtico de concreto armado

utilizando Algoritmos Genéticos, a fim de obter projetos de custo mínimo. Em virtude

disso, busca-se: apresentar um estudo sobre otimização estrutural e Algoritmos

Genéticos, almejando conhecer suas particularidades e aplicações; elaborar um programa

flexível de Algoritmos Genéricos, que auxilie o processo de otimização estrutural em um

ambiente de projeto, contendo as especificações para o dimensionamento das armaduras;

utilizar o programa comercial ANSYS para a modelagem do pórtico tridimensional

investigado, análise e obtenção dos esforços e deformações na estrutura. E por fim,

pretende-se realizar a análise de parâmetros do Algoritmo Genético, aplicação numérica

e avaliação da variação de preços dos materiais do pórtico.

1.4 Estrutura do trabalho

O presente trabalho encontra-se dividido em 6 capítulos. No Capítulo 2 são

introduzidos conhecimentos referentes a otimização estrutural e apresentadas aplicações

desse procedimento em estruturas de concreto armado. Neste capítulo também é abordado

o método de Algoritmos Genéticos, explicando seus principais aspectos e características.

A metodologia é descrita no Capítulo 3 contendo a formulação do problema de otimização

e do programa desenvolvido. No Capítulo 4 é realizada a análise de parâmetros do

Algoritmo Genético, a apresentação dos resultados obtidos da aplicação numérica

realizada e a avaliação da variação de preços dos materiais do pórtico. No capítulo 5 são

apresentadas as conclusões obtidas e sugestões para trabalhos futuros.

Page 18: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

4

2 Revisão Bibliográfica

Matematicamente, a otimização consiste em um conjunto de procedimentos que

minimizem ou maximizem uma função, sujeita a restrições, com um ou mais objetivos.

A otimização pode ser compreendida na aplicação de métodos que buscam a melhor

opção dentre as diversas possíveis baseados em critérios previamente estabelecidos.

Nas décadas de 50 e 60 foram publicadas as primeiras pesquisas empregando

otimização na engenharia estrutural. HEYMAN (1956) minimizou o consumo de material

em pórticos no regime elástico e em projetos de vigas através de programação linear. Já

SCHIMIT (1960) minimizou o peso de estruturas elásticas submetidas a diversas

condições de carregamento aplicando programação não linear.

GOLDBERG (1989) comparou os métodos clássicos com os Algoritmos

Genéticos, citando como principais vantagens a simplicidade de implementação, o

emprego de variáveis discretas e contínuas, a busca em uma população de indivíduos e a

não imposição da função objetivo ser diferenciável ou contínua. Assim, demostrou que

os Algoritmos Genéticos fornecem soluções satisfatórias para engenharia, sem a

necessidade de adaptação.

Mais recentemente, SILVA (2001) apresentou em sua pesquisa a programação

matemática e, especialmente, os Algoritmos Genéticos, demonstrando através de

exemplos as diferenças básicas entre os métodos clássicos e os métodos aleatórios. Os

exemplos utilizados foram duas estruturas de concreto armado: um trecho de pilar e um

pórtico plano, concluindo a tendência promissora dos Algoritmos Genéticos para os

próximos anos.

MELO et al. (2001) formularam um problema de otimização de pórticos planos

de concreto armado. A função objetivo é formada pelos custos dos insumos (concreto,

aço e forma), onde as variáveis de projeto são a altura da seção transversal e as armaduras.

As restrições estão associadas aos deslocamentos, a resistência e limites das variáveis de

projeto.

CHAVES (2004) desenvolveu um programa computacional que aplica métodos

matemáticos de otimização, para obtenção do menor custo total de seções transversais de

pilares de concreto armado e determinação do índice de confiabilidade. MAIA (2009)

utilizou o método Simplex e o Gradiente Reduzido Generalizado para minimizar o custo

Page 19: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

5

e seções transversais de dois projetos: uma viga em balanço com seção contínua e outra

com seção variada.

PONTE (2015) aplicou técnicas de otimização do programa ANSYS, com o

objetivo de estudar o comportamento de uma edificação de concreto armado com 47

metros de altura e 15 pavimentos, considerando casos de cargas diferentes. A função

objetivo possui apenas o propósito de reduzir o volume da seção transversal. Dessa forma,

o autor conseguiu modificar e aprimorar o desempenho estrutural do edifício.

É possível observar que as pesquisas sobre otimização de estruturas de concreto

armado têm apresentado resultados promissores, assim como a utilização dos Algoritmos

Genéticos.

Neste capítulo é feita uma apresentação sobre otimização estrutural aplicada em

Engenharia Civil e de forma sucinta alguns trabalhos já desenvolvidos, a fim de aferir

sobre as características, comportamento e a formulação empregada nos problemas

investigados.

2.1 Otimização de projeto

ARORA (2016) explica que a otimização de projeto tem por objetivo a melhoria

das peças estruturais, buscando um projeto ideal, ou seja, que atenda a todos os requisitos

especificados, mas com custo mínimo de alguns fatores, tais como peso, superfície e

volume, sempre obedecendo aos limites impostos, como por exemplo, as tensões

máximas admissíveis.

O projeto estrutural é resultado de atividades que englobam a arquitetura,

concepção estrutural e o dimensionamento dos elementos. Esse resultado deve garantir a

segurança e, se possível, o menor custo. Na otimização de projetos é importante a

distinção entre análise e projeto. A análise está relacionada ao processo de determinação

das respostas da estrutura diante de um carregamento aplicado, enquanto que o projeto se

refere a definição do sistema estrutural, como por exemplo o posicionamento dos

elementos estruturais (PONTE, 2015).

Este trabalho aborda especificamente a aplicação em estruturas de concreto

armado na engenharia civil, onde é comum almejar resultados com redução do consumo

de matéria prima e os custos de produção. Portanto, para melhor entendimento da

Page 20: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

6

importância da otimização de estruturas é fundamental entender as diferenças entre

projeto ótimo e projeto convencional.

O projeto estrutural convencional sofre influência direta do projetista, visto que

as soluções são referentes a procedimentos de tentativa e erro, dependentes da experiência

do profissional. Assim, a solução alcançada pode não ser a melhor para os critérios

estabelecidos. O projeto estrutural ótimo é obtido aplicando métodos de otimização na

representação do problema por modelo matemático bem definido, com parâmetros,

variáveis, objetivos e restrições, encontrando soluções por processos sistemáticos.

ARORA (2016) mostra projeto convencional e projeto ótimo, conforme a Figura 2.1.

Figura 2.1: Fluxograma para desenvolvimento de um projeto convencional e um projeto

ótimo (ARORA, 2016).

A estrutura atende ao critério de convergência?

Modifica-se a configuração

tendo por base

experiência/heurística

Verificam-se as restrições

Analisa-se o sistema

Estima-se uma configuração

inicial tendo por base

experiência/ heurística

Coletam-se dados para a

descrição do sistema

Projeto Concluído

Projeto Convencional

Sim

Não A estrutura atende

ao critério de convergência?

Modifica-se a configuração

empregando-se um método de

otimização

Verificam-se as restrições

Analisa-se o sistema

Estima-se uma configuração

inicial tendo por base

experiência/ heurística

Coletam-se dados para a

descrição do sistema

Identificam-se:

1) Variáveis de Projeto

2) Função Objetivo

3) Restrições de Projeto

Projeto Concluído

Projeto Ótimo

Sim

Não

Page 21: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

7

A otimização pode ser uma importante ferramenta na tomada de decisões e na

análise de projetos estruturais. Partindo da identificação de algum objetivo, a meta é

encontrar valores para as variáveis que aprimorem o objetivo. Existem inúmeros

algoritmos de otimização, cabendo ao projetista escolher o mais apropriado para o

problema em análise. Depois da aplicação do método de otimização no projeto, pode-se

identificar, analisar e estudar a solução encontrada.

2.2 Otimização de estruturas de concreto armado

Em seguida serão apresentados de forma resumida trabalhos que desenvolveram

otimização em estruturas de concreto armado, com a intenção de compreender e analisar

a formulação do problema adotado e os modelos discutidos. As principais informações

são: natureza do problema, função objetivo, variáveis e restrições de projeto, parâmetros

dos Algoritmos Genéticos, resultados e conclusões.

2.2.1 Trabalho de ARGOLO (2000)

ARGOLO (2000) apresentou uma formulação para o dimensionamento ótimo de

seções retangulares de concreto armado à Flexão Composta Normal (FCN) empregando

Algoritmos Genéticos. A função objetivo para minimizar o custo total da seção é a

Equação 2.1.

𝐹 = 𝐶𝑆𝛾𝑠𝐴𝑠 + 𝐶𝑐𝐴𝑐 + 𝐶𝑓(𝑏′ + 2ℎ) (2.1)

onde,

𝐶𝑠 é o custo do aço por unidade de peso;

𝐶𝑐 é o custo do concreto por unidade de volume;

𝐶𝑓 é o custo da forma por unidade de área;

𝐴𝑠 é a área total de armadura obtida;

𝐴𝑐 é a área total de concreto;

𝛾𝑠 é o peso específico do aço;

𝑏′ é uma largura fictícia que é assumida igual a b em seções de vigas e 2b em

seções de pilares.

Page 22: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

8

As variáveis de projetos foram: altura (ℎ) e largura (𝑏) da seção transversal de

concreto; número de camadas de aço dentro da seção de concreto (𝑛𝑐); número de barras

em uma mesma camada de aço (𝑛𝑏) e diâmetro (∅) das barras na mesma camada. As

primeiras variáveis citadas determinam a área total de concreto na seção (𝐴𝑐) e as demais

são responsáveis por fornecer a área total de aço na mesma seção (𝐴𝑠). As restrições

impostas são relativas à resistência da seção transversal e aos limites para taxa de

armadura da norma.

A estrutura do programa de Algoritmos Genéticos foi do tipo geracional, com 100

indivíduos em 80 gerações, as variáveis foram representadas de forma discreta com

codificação binária, os operadores genéticos foram cruzamento de um ponto com

probabilidade de 80% e taxa de mutação de 0,3% e para as restrições foi empregado a

técnica de penalização.

O autor comparou os resultados obtidos no programa com alguns exemplos

encontrados na literatura. Inicialmente, foi realizado o dimensionamento de uma seção

transversal fixa (300 mm x 700 mm) para três diferentes pares de 𝑀𝑆 e 𝑁𝑆, encontrando

uma economia de até 26%. Para seção transversal variável a economia foi de até 30%.

Em seguida, os resultados do programa foram comparados com outros trabalhos da

literatura que aplicaram otimização em seções transversais de concreto sem utilizar

Algoritmos Genéticos, obtendo uma economia de até 12% em relação aos outros autores.

Além disso, o autor também avalia a influência do aumento de 50% do custo dos

materiais, de forma individual, no resultado final do custo da seção transversal. Com o

aumento no custo do concreto, aço e forma, o custo total aumentou 14,06%, 12,37% e

16,57% respectivamente, demostrando que o insumo que mais afeta o custo final é a

forma, mesmo sendo utilizada apenas como molde.

2.2.2 Trabalho de SILVA (2001)

SILVA (2001) estudou Algoritmos Genéticos como método de otimização,

aplicando-os em dois exemplos de estruturas de concreto armado: Um trecho de pilar

dimensionado à Flexão Composta Obliqua (FCO) e um pórtico plano de cinco

pavimentos.

No problema, para otimizar o trecho de pilar sujeito a FCO, se desejou obter uma

seção retangular e o detalhamento da armadura que resistam a um determinado conjunto

Page 23: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

9

de esforços e que tivessem o menor custo. A função objetivo utilizada neste exemplo foi

a Equação 2.2.

𝐹 = 𝐶𝑐𝑏ℎ + 𝐶𝑠𝑁𝑏𝐴𝑠(∅) + 𝐶𝑓(2𝑏 + 2ℎ) (2.2)

onde,

𝐶𝑠 é o custo do aço por unidade de peso;

𝐶𝑐 é o custo do concreto por unidade de volume;

𝐶𝑓 é o custo da forma por unidade de área;

𝐴𝑠(∅) é a área total de armadura de uma determinada bitola;

𝐴𝑐 é a área total de concreto;

𝑁𝑏 é o número de barras de uma determinada bitola;

𝑏 é a largura da seção transversal;

ℎ é a altura da seção transversal.

As variáveis de projeto escolhidas para o problema foram: altura (ℎ) da seção

transversal do pilar, bitola das barras de aço (∅) e o número de barras utilizado (𝑁𝑏). A

largura da seção foi considerada constante. As restrições do problema foram: verificação

a FCO e taxa de armadura mínima e máxima, conforme a NBR 6118.

Para os três exemplos estudados, o programa de Algoritmos Genéticos foi do tipo

geracional, utilizado uma população com 20 indivíduos em 10 gerações, variáveis

discretas, a probabilidade de cruzamento foi de 80% e para mutação 5%. As restrições

não eram penalizadas. Para comparar o resultado obtido pelo programa de otimização, o

autor desenvolveu no MathCad outro programa que percorre todos os indivíduos do

espaço de busca, verifica o equilíbrio e calcula o custo de cada indivíduo obtendo assim

o custo mínimo exato.

Para os exemplos, foram apresentados os resultados obtidos para seções de pilares

com largura (𝑏) de 20 cm, 30 cm e 40 cm. Foi possível observar que a maioria dos

indivíduos gerados não atendiam as restrições impostas e eram, portanto, descartados da

população. Portanto, o autor optou por gerar apenas indivíduos dentro das recomendações

da norma, porém mesmo esse procedimento sendo eficiente para o caso estudado, não é

viável para os problemas de otimização em geral.

Com isso o autor observou que a otimização via Algoritmos Genéticos do custo

do pilar não foi eficiente, em virtude dos indivíduos reprovados pelo módulo de FCO

Page 24: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

10

serem eliminados da população. Desta forma, para o problema de minimização do custo

do pórtico plano de concreto armado, foi desenvolvido o módulo de verificação a FCN,

fornecendo uma informação a mais que o módulo de FCO, que é a distância em relação

ao Estado Limite Ultimo (ELU), servindo para penalizar os indivíduos que infringirem a

esta restrição. Assim, para cada uma das restrições do problema foi associada uma função

de penalização e desta forma nenhum indivíduo é descartado ao longo do processo de

otimização.

No problema para aplicação de pórtico plano se desejou obter uma estrutura de

concreto armado de menor custo e que resista a um determinado carregamento. A função

objetivo utilizada foi a Equação 2.3.

𝐹 = [𝐶𝑐𝑏ℎ + 𝐶𝑠𝑁𝑏𝐴𝑠(∅) + 𝐶𝑓(𝑏 + 2ℎ)]𝐿𝑣

+ [𝐶𝑐𝑏ℎ + 𝐶𝑠𝑁𝑏𝐴𝑠(∅) + 𝐶𝑓(2𝑏 + 2ℎ)]𝐿𝑝

(2.3)

onde,

𝐶𝑠 é o custo do aço por unidade de peso da viga ou pilar;

𝐶𝑐 é o custo do concreto por unidade de volume viga ou pilar;

𝐶𝑓 é o custo da forma por unidade de área viga ou pilar;

𝐴𝑠(∅) é a área total de armadura de uma determinada bitola viga ou pilar;

𝐴𝑐 é a área total de concreto viga ou pilar;

𝑁𝑏 é o número de barras de uma determinada bitola viga ou pilar;

𝑏 é a largura da seção transversal viga ou pilar;

ℎ é a altura da seção transversal viga ou pilar;

𝐿𝑣 é o comprimento do trecho da viga em metros;

𝐿𝑝 é o comprimento do trecho do pilar em metros.

As variáveis de projeto escolhidas são: altura (ℎ) da seção e área de aço (𝐴𝑠), da

viga e do pilar. As restrições do problema, para vigas e pilares, foram: dimensões

máximas e mínimas das seções transversais, espaçamento máximo e mínimo da

armadura, taxas de armadura máxima e mínima, flechas horizontais e verticais máximas

e equilíbrio das seções transversais. Essas restrições foram impostas através de funções

de penalização.

O pórtico plano modelo possui 1 térreo e 4 pavimentos, vigas com vãos de 4,5 m

e balanço de 1,0 m, pé direito de 3,0 m e apenas dois lances de pilares. O autor observou

Page 25: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

11

que a divisão do cromossomo principal em 4 (cada um deles com informação sobre uma

variável), permitiu uma convergência mais rápida do método e uma maior facilidade de

codificação e descodificação das variáveis. Além disso, o método de penalização se

revelou muito eficiente, permitindo que os indivíduos que não atendem as restrições

continuem cruzando e transmitindo suas características que não devem ser eliminadas nas

gerações seguintes.

O autor também projetou uma solução para o pórtico plano através do programa

comercial EBERICK, buscando uma estrutura de concreto armado mais econômica

possível, obtendo uma economia de 22,7% no resultado obtido pelo Algoritmo Genético,

em relação à solução obtida com o programa comercial, confirmando a eficiência do

método empregando. Assim, o autor conclui que a utilização dos Algoritmos Genéticos

nos problemas de otimização é bastante promissora, devido às suas características de

robustez, flexibilidade e relativa facilidade de implementação.

2.2.3 Trabalho de TORRES (2001)

TORRES (2001) desenvolveu um procedimento para obtenção de pórticos planos

de concreto armado com seções transversais retangulares para alcançar projetos ótimos

utilizando o programa ANSYS. A estratégia adotada é baseada nos trabalhos BALLING

e YAO (1997), contida no Guia de otimização estrutural da ASCE (1997), seguindo os

critérios da norma americana ACI (1998) para o dimensionamento.

A função objetivo adotada para minimizar o custo total foi a Equação 2.4. Cada

custo se desmembra em funções seguindo o Guia de otimização estrutural da ASCE.

𝐹 = 𝐶𝑆 + 𝐶𝑐 + 𝐶𝑓 (2.4)

onde,

𝐶𝑠 é o custo do aço por unidade de peso;

𝐶𝑐 é o custo do concreto por unidade de volume;

𝐶𝑓 é o custo da forma por unidade de área;

As variáveis de projeto foram as dimensões da seção transversal das vigas e pilares

e as armaduras, sendo estas dependentes das variáveis anteriormente citadas. Os

Page 26: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

12

parâmetros constantes no problema foram: geometria, cargas, propriedades dos materiais

e valores dos custos dos materiais e mão-de-obra.

As restrições impostas foram baseadas nos critérios para projetos de concreto

armado da norma americana, ACI. Para os pilares as restrições consideradas foram:

capacidade de resistência da coluna e armadura máxima. Para as vigas as restrições

impostas foram: capacidade de resistência a flexão, armadura máxima e capacidade de

resistência ao cisalhamento.

Para o cálculo das armaduras adotou-se a hipótese feita pelo guia da ASCE e a

norma americana, ACI. Nas vigas a armadura foi controlada por um dos dois fatores: (1)

a resistência à flexão ou (2) a condição de armadura mínima. Nos pilares: (1) a armadura

foi controlada pela resistência da coluna ou (2) pela taxa de armadura mínima.

Após o cálculo do custo total do pórtico bem como o cálculo das restrições

impostas ao projeto, entra-se no módulo de otimização do programa ANSYS. O

otimizador selecionado para a otimização do pórtico de concreto armado foi o de primeira

ordem (Steepest Descent).

Diferentes modelos estruturais foram utilizados para representar pórticos planos

de concreto armado, conforme a Figura 2.2. O modelo 2 foi dividido em: modelo 2A onde

os pilares externos e interno possuem as mesmas variáveis de projeto e modelo 2B com

diferentes variáveis projeto para os pilares externos e interno.

Figura 2.2: Modelos estruturais adotados para os pórticos planos (TORRES, 2001).

Todos os modelos foram analisados para três condições de carregamentos. No

caso de carga (1) a estrutura foi submetida unicamente a esforços horizontais, aplicadas

Page 27: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

13

em cada andar do pórtico. O caso de carga (2) consistiu nas cargas verticais, definidas

como carga uniformemente distribuída para cada andar. No caso de carga (3) combinou-

se os casos (1) e (2). Para o caso de carga (1) o objetivo da otimização foi minimizar

apenas o volume total do pórtico, enquanto que, para os casos (2) e (3) o objetivo foi

minimizar o custo total do pórtico.

Além disso, também foram consideradas três situações diferentes para as variáveis

de projeto. Na situação (1) o pórtico tinha apenas um grupo de variáveis de projeto do 1º

ao 22º andar. Para a situação (2) quatro grupos de variáveis de projeto foram definidos ao

longo do pórtico. Enquanto que para a situação (3) oito grupos de variáveis de projeto

foram definidos.

O autor concluiu que, na maioria dos casos, quanto maior a quantidade de

variáveis de projeto maior a redução da função objetivo, porém no otimizador disponível

no ANSYS nem sempre foi observado esse comportamento. Para todos os modelos

estudados, as bases das vigas permaneceram praticamente constantes para qualquer

situação de variáveis de projeto. Nos modelos do caso de carga horizontal, as alturas das

vigas e pilares foram as quantidades que mais apresentaram variações com diferentes

arranjos das variáveis de projeto. Os modelos 1 e 2A foram os mais econômicos,

considerando todos os casos de cargas.

2.2.4 Trabalho de BASTOS (2004)

BASTOS (2004) utilizou Algoritmos Genéticos para desenvolver um programa

de otimização de seções retangulares de concreto armado submetidas a esforços de FCO.

A função objetivo foi a mesma definida por ARGOLO (2000), com uma pequena

modificação nas restrições do momento fletor para considerar a flexão oblíqua. As

variáveis utilizadas foram: altura (ℎ) e largura (𝑏) da seção transversal, número de barras

em uma camada de aço (𝑛𝑏) e diâmetro (∅) das barras de aço em uma mesma camada. As

restrições impostas foram referentes a resistência da seção transversal e aos limites de

taxa de armadura da norma.

No programa de Algoritmos Genéticos foi utilizada codificação binária, variáveis

discretas, aplicações com 100 indivíduos em 40 gerações, probabilidade de cruzamento

de 80% e taxa de mutação de 3%.

Page 28: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

14

O autor comparou uma seção fixa (400 mm x 600 mm) com resultados obtidos na

literatura, o programa desenvolvido apresentou uma economia de até 13%. Já na

comparação de resultados extraídos da literatura, para o caso de FCO utilizando outros

métodos de otimização, o programa conseguiu uma economia de até 34%.

Também foi realizado um estudo de sensibilidade dos custos dos materiais, onde

diferentemente do observado por ARGOLO (2000), o insumo que mais impactou o custo

final foi o aço. Porém, o autor ressalta que para a primeira configuração de preço a taxa

de armadura ficou próxima da mínima prescrita pela norma, impedindo sua diminuição.

Caso essa restrição fosse desconsiderada, o custo de forma passaria a ser o parâmetro de

maior influência.

2.2.5 Trabalho de ALEXANDRE (2014)

ALEXANDRE (2014) aplicou o método dos Algoritmos Genéticos no

dimensionamento ótimo de vigas retangulares de concreto armado, submetidas a esforços

de flexão e cisalhamento.

A função objetivo a ser minimizada é representada pela Equação 2.5:

𝐹 = 𝐶𝑡𝑐 + 𝐶𝑡𝑠 + 𝐶𝑡𝑓 (2.5)

onde 𝐶𝑡𝑐, 𝐶𝑡𝑠 e 𝐶𝑡𝑓 é o custo total referente ao concreto, aço e forma, respectivamente.

Sendo cada custo da Equação foi formulado de acordo com as Equações 2.6, 2.7 e 2.8.

𝐶𝑡𝑐 = 𝑏 ℎ 𝐿 𝐶𝑐(𝑓𝑐𝑘) (2.6)

𝐶𝑡𝑠 = ∑(∅𝑗𝐿𝑣,𝑗𝜌𝑠𝐶𝑠(∅𝑗))

𝑛𝑣

𝑗=1

− [∑(∅𝑖𝐿𝑠,𝑖𝜌𝑠𝐶𝑠(∅𝑖))

𝑛𝑠

𝑖=1

] 𝐹𝑟

+ ∑(𝐿𝑏,𝑘𝐶𝑠′(∅𝑘))

𝑛𝑏

𝑘=1

(2.7)

𝐶𝑡𝑓 = (2 ℎ 𝑙 + ∑ 𝑏 𝐿𝑣,𝑚

𝑛𝑣′

𝑚=1

) 𝐶𝑓(ℎ)

(2.8)

sendo,

Page 29: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

15

𝑏 é a largura da seção transversal;

ℎ é a altura da seção transversal;

𝐿 é o comprimento total da viga;

𝐿𝑣,𝑗 é o comprimento da j-ésima vara de aço;

𝐿𝑠,𝑖 é o comprimento da i-ésima sobra de barro de aço;

𝐿𝑏,𝑘 é o comprimento da k-ésima barra de aço;

𝐿𝑣,𝑚 é o comprimento entre as faces dos pilares do m-ésimo vão de viga;

𝐶𝑠(∅) é o custo do aço por kg, em função da bitola;

𝐶𝑠′(∅) é o custo da mão-de-obra por m, em função da bitola;

𝐶𝑐(𝑓𝑐𝑘) é o custo do concreto por m³, em função da sua resistência a compressão;

𝐶𝑓(ℎ) é o custo da forma por m², em função da altura da viga;

𝑁𝑏 é o número de barras de uma determinada bitola viga ou pilar;

𝑏 é a largura da seção transversal viga ou pilar;

ℎ é a altura da seção transversal viga ou pilar;

𝐿𝑣 é o comprimento do trecho da viga em metros;

𝐿𝑝 é o comprimento do trecho do pilar em metros.

As variáveis de projeto consideradas foram: resistência à compressão do concreto

(𝑓𝑐𝑘), altura da viga (ℎ), inclinação da biela (𝜃) e bitola das armaduras positivas (∅𝑝𝑜𝑠),

negativas (∅𝑛𝑒𝑔) e transversais (∅𝑒𝑠𝑡).

Em relação as restrições, na averiguação do ELU foram verificados o momento

resistente, o esforço cortante resistente e a altura da linha neutra. Para atender as restrições

referentes ao ELS verificou-se a abertura de fissuras e a deformação excessiva, levando

em consideração o tempo para o início de aplicação da carga definido pelo usuário. No

detalhamento foram verificadas as taxas de armadura; os espaçamentos mínimos e

máximos; e a geometria da seção transversal. Caso alguma destas restrições não fosse

atendida, o indivíduo era penalizado.

Na implementação dos Algoritmos Genéticos, optou-se por utilizar somente

variáveis discretas. Além disso, com o objetivo de melhorar o desempenho do programa

foram realizadas diversas análises (valores médios de 10 rodadas) com diferentes

configurações dos parâmetros. De acordo com os resultados, o autor concluiu que: o

aumento da razão entre o número de gerações e a população inicial melhora o

desempenho do operador de mutação; a otimização é sensível ao valor da taxa de

Page 30: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

16

mutação; e o valor do fator de escalonamento não afeta de forma determinística a

convergência para a solução ótima.

Na comparação com outros trabalhos de otimização encontrados na literatura, com

a finalidade de avaliar a eficiência do programa desenvolvido, o autor observou que: a

seção ótima obtida considerando somente o dimensionamento à flexão difere da obtida

considerando o dimensionamento à flexão e ao cisalhamento; a geometria da seção ótima

é influenciada pelos custos da armadura transversal e construtiva.

Para avaliar o desempenho prático do programa piloto, fez-se a otimização de uma

viga que seria executada. O autor ressaltou que a simplificação do detalhamento da viga

tem um grande impacto econômico em seu custo final. E por fim, na análise de

sensibilidade, verificou que o custo de forma foi o mais representativo, seguido pelo custo

de concreto, aço e armador, respectivamente.

2.3 Algoritmos Genéticos

Na natureza, o homem sempre encontrou inspiração para melhorar sua qualidade

de vida. No século XIX, com a teoria da “Seleção Natural” de Darwin que consiste em

selecionar indivíduos mais adaptados a determinada condição, eliminando aqueles

desfavoráveis para a mesma condição, a medicina e suas ciências afins vêm numa busca

constante tentando “mapear” todas as informações da genética humana, relacionando

deste modo cada gene de cada cromossomo às características que eles representam nos

indivíduos: hereditárias, físicas e funcionais (SILVA, 2001).

Os Algoritmos Genéticos (AGs) são métodos de busca inspirados nos mecanismos

de evolução dos seres vivos. Em 1975, John Holland, no seu livro “Adaptation in Natural

and Artificial Systems”, introduziu os primeiros conceitos sobre AGs, que seguem o

princípio da seleção natural e sobrevivência do mais apto. HOLLAND (1975) admitia a

possibilidade de implementar um algoritmo capaz de solucionar problemas complexos

baseados no sistema de evolução da natureza.

Assim, HOLLAND (1975) desenvolveu um algoritmo que faz analogia aos

processos naturais de evolução. Primeiramente, parte-se de uma população inicial de

indivíduos através de uma codificação genética, onde cada um dos indivíduos representa

uma possível solução do problema. Em seguida, esta população é analisada por meio de

uma nota dada a cada cromossomo, medindo a qualidade da solução que ele representa.

Page 31: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

17

Assim, baseado no princípio da sobrevivência (Darwinismo), o operador genético segue

selecionando apenas os indivíduos com maior aptidão e desconsidera os indivíduos

menos aptos para a reprodução, uma vez que os progenitores são bons, isto é, as soluções

determinadas são as melhores para resolver o determinado problema proposto naquela

geração, então é esperado que seus filhos também o sejam conduzindo a boas soluções.

Por fim, do mesmo modo que ocorre na natureza, os processos são repetidos até se

alcançar indivíduos cada vez mais aptos.

Dessa forma, os AGs a partir de uma população de indivíduos, cada um com um

valor de adaptabilidade associado, desenvolvem, através de operações genéticas como

cruzamentos e mutações, uma nova geração de indivíduos usando os princípios

Darwinianos de reprodução e sobrevivência dos mais aptos. Cada indivíduo na população

representa uma possível solução para um dado problema. O que o Algoritmo Genético

faz é procurar aquela que seja muito boa ou a melhor, visando à otimização da função

objetivo (SILVA, 2001).

O método AGs é uma metáfora desses processos de seleção natural, por isso eles

possuem diversos termos gerados da biologia. Conforme é possível encontrar na

literatura, os fundamentos referentes ao Algoritmo Genético (nomenclatura, codificação,

população inicial, número de gerações, operadores genéticos, entre outros) não foram

abordados neste trabalho, pois se entende que os mesmos já foram exaustivamente

discutidos nos trabalhos de ARGOLO (2000), BASTOS (2004), CASTRO (2001), LIMA

(2011), PIRES (2014), SILVA (2001), entre outros.

2.3.1 Diferenças entre Algoritmos Genéticos e métodos

clássicos

Inicialmente, os métodos clássicos de otimização partem de uma única solução,

que através do cálculo das derivadas é determinada a direção que se deve seguir para

determinar a próxima solução. Esses métodos atuam com cálculo de derivadas, portanto

são definidos como de ordem 𝑛, onde 𝑛 é a ordem da maior derivada. Alguns exemplos

de técnicas clássicas são: o Método dos Gradientes Conjugados, o Método de Newton e

o Método Quase-Newton

Os Algoritmos Genéticos (AGs) representam uma classe de ferramentas muito

versátil e robusta a ser empregada na solução de problemas de otimização, embora não

Page 32: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

18

devam ser considerados somente extremizadores de funções. Assim como outros

métodos, por não empregarem o cálculo de derivadas, mas sim atuarem diretamente na

busca das soluções no espaço viável, ele é classificado como método direto ou de ordem

zero (SILVA, 2001).

Como método de otimização, os AGs se diferenciam dos métodos clássicos

matemáticos sobretudo por trabalharem com as possíveis soluções, utilizam sempre uma

população de indivíduos ou soluções e trabalham com técnicas probabilísticas. Assim, os

AGs não se prendem tão facilmente a extremos locais, já que operam com uma população

de indivíduos e realizam a busca dentro de toda a região viável.

Como principais vantagens dos AGs, podemos citar: fácil implementação,

realizam buscas simultâneas em várias regiões do espaço de busca, funcionam para

parâmetros contínuos ou discretos, e também com combinação deles, são versáteis e

dificilmente se prendem a ótimos locais. Além disso, dispensam o cálculo do gradiente

da função objetivo em relação aos parâmetros de otimização. Por essas razões, os AGs

apresentam bom desempenho na solução de muitos problemas complexos,

principalmente, com múltiplos mínimos ou máximos.

Apesar das vantagens mencionadas, os AGs demandam bastante esforço

computacional, por causa do grande número de análises das funções aptidão e suas

restrições, podem convergir lentamente para o ótimo global e demandam inúmeras

escolhas de parâmetros de configuração, o que pode tornar complexa a sua utilização. Por

outro lado, o emprego de computação paralela na função objetivo para os inúmeros

indivíduos da população pode reduzir substancialmente o tempo de computação.

2.3.2 Otimização por Algoritmos Genéticos

Para relacionar dos Algoritmos Genéticos (AGs) como técnica de otimização em

geral, primeiramente é necessário compreender as principais classes de métodos de

otimização (SILVA, 2001): exploration e exploitation.

Os métodos exploration investigam diversos pontos novos do espaço de busca, já

os métodos exploitation utilizam informações provenientes de pontos anteriores para

encontrar o melhor ponto. Um algoritmo eficiente de otimização deve empregar estes dois

métodos para alcançar o ótimo global da função objetivo. Ambos os métodos têm a

mesma tradução para o português, exploração. Apesar disso, exploitation possui o sentido

Page 33: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

19

de obter dados presentes nas soluções encontradas e exploration significa exploração por

percorrer pontos desconhecidos no espaço de busca para alcançar novas soluções.

O cruzamento e a mutação são dois mecanismos de busca dos AGs que levam à

exploração de pontos inteiramente novos do espaço de busca (exploration). Enquanto a

seleção dirige a busca em direção aos melhores pontos do espaço de busca (exploitation),

a taxa da seleção, dada pela razão entre aptidão máxima da população e a aptidão média,

influencia a quantidade de exploitation e exploration (SILVA, 2001). Na prática, é difícil

estabelecer o equilíbrio ideal para a taxa de seleção. No momento em que a aptidão é

praticamente a mesma para toda a população, ou seja, a taxa de seleção é muito baixa, o

AG apresenta um comportamento aleatório, pois não há seleção, fazendo com que o

algoritmo realize em sua busca muita exploration. Porém, quando a taxa de seleção é

muito alta, o AG admite o comportamento dos métodos exploitation.

Conforme apresentado anteriormente, um algoritmo genético parte de uma

determinada população inicial, que é um conjunto de possíveis soluções do problema

analisado, ou soluções candidatas. Ao longo do processo evolutivo, a população é

avaliada através de notas. Essa avaliação dos indivíduos permite que os mais aptos

influenciem mais o comportamento da convergência para uma solução, tendo maior

probabilidade de darem origem a novos indivíduos. Os indivíduos podem sofrer

modificações por meio dos operadores de cruzamento e mutação, produzindo

descendentes para a próxima geração. Este procedimento é repetido até que uma solução

seja encontrada. O algoritmo a seguir apresenta um pseudocódigo que representa um AG.

Início

Inicialize a população 𝑃 aleatoriamente

Avalie indivíduos na população 𝑃

Ordene a população 𝑃 de acordo com a aptidão

Repita

Selecione operador genético

Selecione indivíduo(s) para reprodução

Aplique operador genético

Avalie indivíduo(s) gerado(s)

Selecione indivíduo 𝑥 para sobreviver

Se 𝑥 é melhor que o pior elemento de 𝑃 então

Insira 𝑥 em 𝑃 de acordo com seu “ranking”

Até critério de parada satisfeito

Fim

Page 34: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

20

2.4 Considerações

Na Engenharia de Estruturas, alcançar um arranjo estrutural capaz de atender a

todas as condições de segurança e que, além disso, satisfaça a um ou mais critérios pré-

estabelecidos, tais como o menor custo, é um dos objetivos fundamentais dos projetistas.

Na revisão bibliográfica elaborada é possível observar que os Algoritmos Genéticos têm

se mostrado eficazes na resolução de problemas de engenharia estrutural, pois mesmo

com as pesquisas apresentadas trabalhando com diferentes naturezas do problema,

variáveis e restrições, o AG forneceu bons resultados em todas as aplicações realizadas.

Nos estudos apresentados neste trabalho, todos alcançaram redução no custo total

da estrutura e um aproveitamento mais eficiente dos materiais, evidenciando o potencial

do emprego de algoritmos de otimização em projetos de estruturas, principalmente

através de Algoritmos Genéticos. Isso ficou demonstrado nos trabalhos que comparam

suas soluções com os resultados obtidos na literatura e projetos reais.

No trabalho realizado utilizando o módulo de otimização no ANSYS foi possível

constatar com os diagramas de esforços provenientes da análise estrutural conduzida no

programa são satisfatórios. No entanto, com relação aos otimizadores disponíveis no

ANSYS, nem sempre se observa bons resultados. Para contornar tal situação, acoplar ao

programa algoritmos de otimização mais robustos pode levar a alcançar soluções

melhores.

Na formulação dos Algoritmos Genéticos, a codificação binária foi empregada em

todos os trabalhos e um destes a comparou com o código de Gray, que teve um resultado

pior. Na codificação binária é necessário constantemente a conversão entre valores reais

e binários nas diversas iterações do processo. Nenhum trabalho citado fez testes com

codificação real. Na maioria dos casos, a população inicial foi pouco discutida, dando a

entender que foi feita de forma aleatória.

A estratégia de penalização dos indivíduos não aptos se mostrou mais eficiente

que a eliminação dos indivíduos da população. Outra vantagem do processo de

penalização consistiu na facilidade com que pode ser acoplada aos Algoritmos Genéticos,

somando-se diretamente à função objetivo do problema.

Na formulação do problema estrutural a maioria dos trabalhos buscou a

otimização através da minimização do custo total de materiais, utilizando a geometria da

seção e área da armadura como variáveis de projeto. Cada trabalho utilizou uma

Page 35: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

21

metodologia especifica para obtenção dos esforços solicitantes e resistentes da estrutura.

As restrições consideradas foram, basicamente, a resistência ao momento fletor e ao

esforço cortante e taxas de armadura mínima e máxima, prescritos pela norma brasileira.

A maioria dos critérios construtivos, como o espaçamento entre barras longitudinais,

foram considerados nas rotinas para gerar apenas soluções factíveis. As análises de

sensibilidade dos custos demonstraram a importância de se considerar o custo da forma

no custo total de estruturas moldadas “in loco”.

De maneira geral, todos os trabalhos apresentados se preocuparam em estudar

individualmente as situações de Flexão Simples, Flexão Composta Normal (FCN) e

Flexão Composta Oblíqua (FCO), seja em elementos estruturais isolados ou pórtico

plano. Na construção civil, principalmente em edificações, as estruturas (vigas e pilares)

trabalham de forma solidária, isto é, atuam como um único conjunto estrutural. Desta

forma, em uma única estrutura encontra-se mais de uma situação de projeto, tais como

pilar de extremidade e pilar de canto em situação de FCN e FCO, respectivamente.

Assim, com o objetivo de ampliar o estudo da aplicação de métodos de otimização

em estruturas de concreto armado, esse trabalho busca otimizar as dimensões da seção

transversal e armadura de um pórtico tridimensional, utilizando Algoritmos Genéticos,

obtendo projetos de custo mínimo e avaliando o emprego de métodos de otimização em

estruturas.

Page 36: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

22

3 Metodologia

Este capítulo descreve o procedimento para minimização do custo de um pórtico

tridimensional de concreto armado com seções transversais retangulares. Para isso, serão

apresentadas as principais características do problema a ser resolvido e descrito o

funcionamento do programa utilizado para realizar a otimização. Inicialmente será

exposta a formulação do problema com os seus devidos objetivos e restrições a serem

atendidas, além das prescrições da NBR 6118:2014 sobre a estrutura de concreto armado.

Este assunto é bem mais amplo do que será apresentado, porém os conceitos

abordados são suficientes para a compreensão dos procedimentos adotados no programa

desenvolvido para o estudo. Por fim, será apresentada a metodologia computacional

desenvolvida e as principais rotinas de cálculo do programa de otimização.

3.1 Resumo geral

A metodologia aplicada busca encontrar as dimensões ótimas da seção transversal

das vigas e pilares em concreto armado de um pórtico tridimensional. Para tal, um

algoritmo genético é utilizado como ferramenta de otimização. Para cada solução

candidata é feita a análise estrutural através do programa comercial ANSYS e,

posteriormente, o dimensionamento das armaduras é realizado seguindo as orientações

da NBR 6118:2014. Por fim, o custo total da estrutura é calculado, sendo este o objetivo.

Neste trabalho, a função objetivo do problema de otimização a ser minimizada é

o custo total do pórtico, que consiste nos custos do material e da mão-de-obra do concreto,

da armadura e da forma. As variáveis de projeto são as alturas da seção transversal e as

armaduras dos elementos estruturais, sendo estas últimas dependentes das variáveis

primeiramente citadas. As constantes de projeto são a geometria retangular das seções

transversais, a largura da seção transversal, a sobrecarga, as propriedades dos materiais,

o cobrimento e os valores dos custos dos materiais e mão-de-obra. As restrições de projeto

são o equilíbrio das seções transversais dos elementos estruturais, as taxas de armadura

máxima e mínima, os espaçamentos máximos e mínimos da armadura e a verificação de

abertura de fissuras e as deformações excessivas prescritas pela norma.

Page 37: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

23

3.2 Formulação do problema de otimização

A formulação do problema de otimização deste trabalho seguiu as principais

diretrizes matemáticas detalhadas no Capítulo 2. Os elementos para a formulação foram

aplicados para otimização do pórtico tridimensional de concreto armado.

3.2.1 Constantes de projeto

As constantes de projeto são: a geometria retangular das seções transversais, a

largura da seção transversal (𝑏), a sobrecarga, as propriedades dos materiais (módulo de

elasticidade do concreto e do aço, a resistência característica à compressão do concreto

(𝑓𝑐𝑘), o coeficiente de Poisson (𝜈) e a resistência ao escoamento do aço de armadura

passiva (𝑓𝑦), cobrimento (𝑐) e os valores dos custos dos materiais e mão-de-obra.

3.2.2 Variáveis de projeto

As variáveis independentes de projeto são as alturas da seção transversal das vigas

e pilares. A armadura dos elementos estruturais e o peso próprio são determinados em

função das variáveis independentes. Assim, no presente trabalho o problema de

otimização é formulado por apenas duas variáveis independentes: altura da seção das

vigas (ℎ𝑣) e altura da seção dos pilares (ℎ𝑝).

A quantidade de variáveis de projeto se dá conforme a concepção estrutural

analisada. Posteriormente, no Capítulo 4 são apresentadas as situações de projeto.

3.2.3 Função objetivo

A função objetivo do problema de otimização a ser minimizada é o custo total das

vigas e pilares que compõem a estrutura, que será penalizado se algum dos elementos

estruturais violar restrições. O custo total consiste nos custos do material e da mão-de-

obra do concreto, da armadura e da forma. O custo total do pórtico é dado pela Equação

3.1.

Page 38: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

24

𝐶𝑇 = 𝐶𝑉 + 𝐶𝑃 (3.1)

onde 𝐶𝑉 é o custo total de todas as vigas e 𝐶𝑃 é o custo total de todos os pilares.

Lembrando que o custo de cada elemento estrutural será multiplicado pelas respectivas

penalizações. Os custos das vigas e pilares, já penalizados se for o caso, serão dados pelas

Equações 3.2 e 3.3.

𝐶𝑉 = ∑ [∏ 𝑃𝑒𝑛𝑟

𝑘

𝑟=1

(𝐶𝑉𝑐𝑖+ 𝐶𝑉𝑎𝑖

+ 𝐶𝑉𝑓𝑖)]

𝑚

𝑖=1

(3.2)

𝐶𝑃 = ∑ [∏ 𝑃𝑒𝑛𝑠

𝑝

𝑠=1

(𝐶𝑃𝑐𝑗+ 𝐶𝑃𝑎𝑗

+ 𝐶𝑃𝑓𝑗)]

𝑛

𝑗=1

(3.3)

Na Equação 3.2, 𝑚 é a quantidade de vigas e o custo referente ao concreto, aço e

forma são, respectivamente, 𝐶𝑉𝑐𝑖, 𝐶𝑉𝑎𝑖

e 𝐶𝑉𝑓𝑖. 𝑃𝑒𝑛𝑟 é a função de penalização para a 𝑟-

ésima restrição e 𝑘 é a quantidade de penalizações. Na Equação 4.3, 𝐶𝑃𝑐𝑗, 𝐶𝑃𝑎𝑗

e 𝐶𝑃𝑓𝑗 são

o custo referente ao concreto, aço e forma dos pilares, respectivamente, e 𝑛 é a quantidade

de pilares. 𝑃𝑒𝑛𝑠 é a função de penalização para a s-ésima restrição; e 𝑝 é a quantidade de

penalizações.

As Equações 3.4, 3.5 e 3.6 mostram as parcelas dos custos referentes às vigas.

𝐶𝑉𝑐𝑖= 𝐶𝑐 𝐿𝑣 𝑏 ℎ𝑣 (3.4)

𝐶𝑉𝑎𝑖= 𝐶𝑎 𝑦𝑎 𝐿𝑙 ∗ 𝑁𝑏 + 𝐶𝑎 𝑦𝑎 𝐿𝑤 (𝐿𝑣/𝑠) (3.5)

𝐶𝑉𝑓𝑖= 𝐶𝑓 𝐿𝑣 (𝑏 + 2 ℎ𝑣) (3.6)

As Equações 3.7, 3.8 e 3.9 mostram as parcelas dos custos referentes aos pilares.

𝐶𝑃𝑐𝑗= 𝐶𝑐 𝐿𝑝 𝑏 ℎ𝑝 (3.7)

Page 39: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

25

𝐶𝑃𝑎𝑗= 𝐶𝑎 𝑦𝑎 𝐿𝑙 ∗ 𝑁𝑏 + 𝐶𝑎 𝑦𝑎 𝐿𝑤 (𝐿𝑝/𝑠) (3.8)

𝐶𝑃𝑓𝑗= 𝐶𝑓 𝐿𝑝 2 (𝑏 + ℎ𝑝) (3.9)

Nas Equações de 3.4 a 3.9, 𝐶𝑐 é o custo do concreto por volume, 𝐶𝑎 é o custo do

aço por peso, 𝐶𝑓 é o custo da forma por área, 𝑦𝑎 é o peso do aço, 𝐿𝑣 é o comprimento da

viga, 𝑏 é a espessura da seção transversal, 𝐿𝑃 é o comprimento do pilar, ℎ𝑣 é a altura da

seção transversal da viga, ℎ𝑝 é a altura da seção transversal do pilar, 𝐿𝑙 é o comprimento

da armadura longitudinal, 𝐿𝑤 é o comprimento da armadura transversal, 𝑁𝑏 é o número

de barras longitudinais e 𝑠 é o espaçamento entre as armaduras transversais.

3.2.4 Critério de parada

Por simplicidade, uma vez que o problema a ser resolvido é relativamente simples

com apenas dois parâmetros independentes, o critério de parada adotado está relacionado

ao número de gerações. Assim, nos resultados aqui apresentados, o número total de

soluções candidatas testadas ao longo do processo foi escolhido de tal forma que fosse

representativo o número de soluções candidatas no espaço de busca.

3.2.5 Restrições de projeto

Todos os indivíduos gerados são verificados em relação ao Estado Limite Último

(ELU), Estado Limite de Serviço (ELS) e detalhamento, conforme as recomendações

estabelecidas pela NBR 6118:2014. Caso alguma destas restrições não seja atendida, o

indivíduo será penalizado.

A penalização ocorre quando a razão entre o valor calculado e o limite

estabelecido pela norma tiver valor maior que a unidade, aumentando o valor da função

objetivo. Caso contrário, o valor da penalização será igual à unidade, mantendo o valor

da função objetivo inalterado.

3.2.5.1 Equilíbrio das seções transversais

Page 40: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

26

As condições de equilíbrio devem ser necessariamente respeitadas de acordo com

o item 14.3.1 da NBR 6118:2014.

O pórtico tridimensional desse estudo trata da representação de uma estrutura de

pequeno porte, sobre a influência de carregamento vertical uniformemente distribuído nas

vigas e o peso próprio da estrutura, ou seja, não sofre influência de carregamentos

horizontais. Em virtude disso, foi empregada a análise linear para a verificação do ELU

e ELS, conforme o item 14.5.2 da NBR 6118:2014 que afirma que os esforços solicitantes

decorrentes de uma análise linear podem servir para o dimensionamento dos elementos

estruturais no ELU, mesmo que esse dimensionamento admita a plastificação dos

materiais, desde que se garanta uma dutilidade mínima às peças.

Por esse motivo, os elementos estruturais são dimensionados apenas para a ruptura

convencional por encurtamento-limite do concreto no domínio 3, ou seja, flexão simples

(seção subarmada) ou composta com ruptura à compressão do concreto e com escoamento

do aço, obedecendo ao limite de comportamento dúctil presente no item 14.6.4.3 da NBR

6118:2014, garantindo uma boa dutilidade, de forma que uma eventual ruína ocorra de

forma suficientemente avisada.

Para as vigas, a armadura referente a resistência à flexão é calculada através da

Equação 3.10.

𝐴𝑠𝑣

=𝑀𝑑

𝑓𝑦𝑑 (𝑑 − 0,4 𝑥)

(3.10)

onde,

𝐴𝑠𝑣 é a área de aço da seção transversal da viga;

𝑀𝑑 é o momento fletor de cálculo;

𝑓𝑦𝑑 é a tensão de cálculo do aço;

𝑑 é a altura útil da seção transversal da viga;

𝑥 é a altura da linha neutra da seção transversal da viga.

O dimensionamento da estrutura é realizado com os esforços obtidos no ELU. a

resistência ao esforço cortante (𝑉𝑅𝑑) é determinada utilizando a analogia da treliça,

através das equações segundo o Modelo I do item 17.4.2.2 da NBR 6118:2014. Os

esforços e deslocamentos referentes ao ELS são utilizados para verificar a abertura de

fissuras e a deformação excessiva.

Page 41: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

27

Ao contrário do caso das vigas, para efeito de simplificação, foram utilizadas

tabelas de dimensionamento de pilares sujeitos à Flexo-Compressão Normal e Flexo-

Compressão Oblíqua obtidas pelo “software” PACON, desenvolvidas por ARAÚJO

(2006). Assim, após verificação da situação de projeto que o pilar se encontra, o programa

busca nas tabelas correspondentes, através de parâmetros obtidos pelos esforços, a taxa

mecânica (𝜔), com a qual se calcula a área da armadura, através da Equação 3.11.

𝐴𝑠𝑝

= 𝜔𝑏 ℎ𝑝 0,85 𝑓𝑐𝑑

𝑓𝑦𝑑

(3.11)

onde,

𝐴𝑠𝑝 é a área de aço da seção transversal do pilar;

𝑏 é a espessura do pilar;

ℎ𝑝 é a altura do pilar;

𝑓𝑐𝑑 é a tensão de cálculo do concreto;

𝑓𝑦𝑑 é a tensão de cálculo do aço.

3.2.5.2 Taxas de armaduras

Para satisfazer a NBR 6118:2014, devem ser impostas restrições relativas às taxas

de armadura. Para a seção retangular com armadura simples, considerando o diagrama de

tensões retangular para o concreto, o item 17.3.5.2.1 da NBR 6118:2014 define que a

armadura mínima pode ser considerada atendida se forem respeitadas as taxas mínimas

de armadura conforme a Equação 3.12, considerando o uso de aço CA-50, uma viga com

altura útil de 80% a altura da seção.

𝜌𝑚í𝑛 (

𝐴𝑠,𝑚í𝑛

𝐴𝑐) ≥ 0,15%

(3.12)

onde,

𝜌𝑚í𝑛 é a taxa geométrica mínima de armadura longitudinal;

𝐴𝑠,𝑚í𝑛 é a área da seção transversal da armadura longitudinal de tração;

𝐴𝑐 é a área da seção transversal de concreto.

A taxa geométrica máxima de armadura de flexão em vigas é definida, no item

17.3.5.2.4 da NBR 6118:2014, como sendo a soma das armaduras de tração e de

Page 42: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

28

compressão (𝐴𝑠 + 𝐴𝑠′ ) não pode ter valor maior que 4%𝐴𝑐, calculada na região fora da

zona de emendas.

A taxa geométrica mínima de armadura transversal (Equação 3.13), estabelecida

no item 17.4.1.1.1 da NBR 6118:2014, garante a dutilidade à ruína por cisalhamento.

𝜌𝑠𝑤 =

𝐴𝑠𝑤

𝑏𝑤 𝑠 sen(𝛼)≥ 0,2

𝑓𝑐𝑡,𝑚

𝑓𝑦𝑤𝑘

(3.13)

onde,

𝜌𝑠𝑤 é a taxa geométrica de armadura transversal;

𝐴𝑠𝑤 é a área da seção transversal dos estribos;

𝑠 é o espaçamento dos estribos, segundo o eixo longitudinal;

𝛼 a inclinação dos estribos em relação ao eixo longitudinal;

𝑏𝑤 é a largura média da alma, medida ao longo da altura útil da seção;

𝑓𝑦𝑤𝑘 é a resistência característica ao escoamento do aço da armadura transversal;

𝑓𝑐𝑡,𝑚 é a resistência média à tração do concreto.

Apesar de não existir uma limitação para a taxa geométrica máxima de armadura

transversal, no item 18.2.1 da NBR 6118:2014 é definido que os espaços dos estribos

devem ser projetados para a introdução do vibrador e de modo a impedir a segregação

dos agregados e a ocorrência de vazios no interior do elemento estrutural.

No item 17.3.5.3 da NBR 6118:2014 são especificados os valores-limites para

armaduras longitudinais de pilares. A armadura longitudinal mínima é definida pela

Equação 3.14 e a máxima armadura permitida em pilares é conforme a Equação 3.15,

considerando inclusive a sobreposição de armadura existente em regiões de emenda.

𝐴𝑠,𝑚í𝑛 = (0,15 𝑁𝑑 𝑓𝑦𝑑⁄ ) ≥ 0,004 𝐴𝑐 (3.14)

𝐴𝑠,𝑚á𝑥 = 0,08 𝐴𝑐 (3.15)

onde,

𝐴𝑠,𝑚í𝑛 é a área da seção transversal da armadura longitudinal mínima;

𝐴𝑠,𝑚á𝑥 é a área da seção transversal da armadura longitudinal máxima;

𝑁𝑑 é a força normal de cálculo;

𝑓𝑦𝑑 é a resistência ao escoamento do aço de armadura passiva de cálculo;

𝐴𝑐 é a área da seção transversal de concreto.

Page 43: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

29

3.2.5.3 Distribuição das armaduras

Para vigas, no item 18.3.3.2 da NBR 6118:2014, o espaçamento mínimo entre

estribos, medido segundo o eixo longitudinal do elemento estrutural, deve ser suficiente

para permitir a passagem do vibrador, garantindo um bom adensamento da massa. E o

espaçamento máximo deve atender às condições presentes na Equação 3.16:

𝑠𝑚á𝑥 = {

0,6𝑑 ≤ 300 𝑚𝑚, 𝑠𝑒 𝑉𝑑 ≤ 0,67𝑉𝑅𝑑2

0,6𝑑 ≤ 200 𝑚𝑚, 𝑠𝑒 𝑉𝑑 > 0,67𝑉𝑅𝑑2

(3.16)

onde,

𝑠𝑚á𝑥 é o espaçamento máximo da armadura transversal;

𝑉𝑑 é a força cortante no apoio;

𝑉𝑅𝑑2 é a força cortante resistente de cálculo, relativa à ruína das diagonais

comprimidas de concreto;

𝑑 é a altura útil da seção, igual à distância da borda comprimida ao centro de

gravidade da armadura de tração.

Para pilares no item 18.4.3 da NBR 6118:2014 o espaçamento entre estribos,

medido na direção do eixo do pilar, para garantir o posicionamento, impedir a flambagem

das barras longitudinais, deve ser igual ou inferior ao menor dos seguintes valores: 200

mm, menor dimensão da seção ou 12𝜙 para CA-50. Adotando 𝜙𝑡 < 𝜙/4, o espaçamento

máximo deve respeitar a limitação da Equação 3.17.

𝑠𝑚á𝑥 = 90000 (

𝜙𝑡2

𝜙)

1

𝑓𝑦𝑘

(3.17)

onde,

𝑠𝑚á𝑥 é o espaçamento máximo da armadura transversal;

𝜙 é o diâmetro das barras da armadura;

𝜙𝑡 é o diâmetro das barras de armadura transversal;

𝑓𝑦𝑘 é o valor característico da resistência ao escoamento do aço.

O arranjo transversal da armadura longitudinal das vigas é feito conforme o item

18.3.2.2 da NBR 6118:2014, que define o espaçamento mínimo livre entre as faces das

Page 44: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

30

barras longitudinais, medido no plano da seção transversal, deve ser igual ou superior ao

maior dos seguintes valores:

Na direção horizontal (𝑎ℎ): 20 mm; diâmetro da barra, do feixe ou da luva; 1,2

vez a dimensão máxima característica do agregado graúdo.

Na direção vertical (𝑎𝑣): 20 mm; diâmetro da barra, do feixe ou da luva; 0,5 vez

a dimensão máxima característica do agregado graúdo.

O arranjo transversal da armadura longitudinal dos pilares é realizado segundo o

item 18.4.2.2 da NBR 6118:2014 que apresenta o espaçamento mínimo livre entre as

faces das barras longitudinais, diz que a região deve ser igual ou superior ao maior dos

seguintes valores: 20 mm; diâmetro da barra, do feixe ou da luva; 1,2 vez a dimensão

máxima característica do agregado graúdo.

3.2.5.4 Verificação de abertura de fissuras

A fissuração em elementos estruturais de concreto armado é inevitável, devido à

grande variabilidade e à baixa resistência do concreto à tração; mesmo sob as ações de

serviço (utilização), valores críticos de tensões de tração são atingidos. Portanto, a

abertura máxima das fissuras não deve exceder valores limites estipulados de acordo com

a classe de agressividade ambiental, desde que estas não afetem a funcionalidade da

estrutura.

No item 13.4.2 da NBR 6118:2014 são exibidos os valores-limites da abertura

característica 𝑤𝑘 das fissuras (Tabela 3.1), visando garantir proteção adequada das

armaduras quanto à corrosão. O programa AG considera o limite de concreto armado para

CAA II.

Tabela 3.1: Exigências de durabilidade relacionadas à fissuração e à proteção da

armadura, em função das classes de agressividade ambiental.

Tipo de concreto

estrutural

Classe de agressividade

ambiental e tipo

de protensão

Exigências

relativas à

fissuração

Combinação

de ações em serviço

a utilizar

Concreto armado

CAA I 𝑤𝑘 ≤ 0,4 mm

Combinação frequente CAA II e CAA III 𝑤𝑘 ≤ 0,3 mm

CAA IV 𝑤𝑘 ≤ 0,2 mm

Page 45: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

31

De acordo com o item 17.3.3.2 da NBR 6118:2014, o valor característico da

abertura de fissuras 𝑤𝑘, determinado para cada parte da região de envolvimento, é o

menor entre os obtidos pelas Equações 3.18 e 3.19.

𝑤𝑘 =

𝜙𝑖

12,5𝜂1

𝜎𝑠𝑖

𝐸𝑠𝑖

3𝜎𝑠𝑖

𝑓𝑐𝑡𝑚

(3.18)

𝑤𝑘 =

𝜙𝑖

12,5𝜂1

𝜎𝑠𝑖

𝐸𝑠𝑖(

4

𝜌𝑟𝑖+ 45)

(3.19)

onde,

𝑤𝑘 é o valor característico da abertura de fissuras.

𝜙𝑖 é o diâmetro da armadura considerada;

𝜂1 é o coeficiente de conformação superficial da armadura considerada;

𝐸𝑠𝑖 é o módulo de elasticidade secante do aço da barra considerada;

𝜌𝑟𝑖 é a taxa de armadura em relação à área de concreto de envolvimento da

armadura considerada (𝐴𝑐𝑟𝑖);

𝜎𝑠𝑖 é a tensão de tração no centro de gravidade da armadura considerada,

calculada no Estádio II.

Estas equações aplicam-se a todas as barras tracionadas, sendo que para cada barra

analisada, deve ser considerada uma área (𝐴𝑐𝑟𝑖) do concreto de envolvimento, constituída

por um retângulo cujos lados não distem mais de 7,5𝜙 do eixo da barra da armadura

(Figura 3.1).

Figura 3.1: Concreto de envolvimento da armadura (ABNT NBR 6118, 2014).

O programa desenvolvido calcula a abertura de fissura para a barra mais

tracionada e para a barra com maior área de concreto de envolvimento, pois deste modo

Page 46: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

32

cobre-se todas as demais possibilidades. No item 17.3.5.2.3 da NBR 6118:2014 define

que em vigas com altura igual ou inferior a 60 cm, pode ser dispensada a utilização da

armadura de pele em toda a pele tracionada, bastando realizar a verificação descrita

acima.

3.2.5.5 Verificação de deformações excessivas

O deslocamento excessivo de uma viga pode causar danos a elementos estruturais

e não estruturais, prejudicar o funcionamento adequado da construção, gerar efeitos

visuais desagradáveis e vibrações indesejáveis da estrutura. Com a finalidade de evitar

tais problemas, no item 13.3 da NBR 6118:2014 estabelece valores-limites de

deslocamentos que visam proporcionar um adequado comportamento da estrutura em

serviço, calculados para a combinação quase permanente de carregamento. Os

deslocamentos limites considerados pelo programa AG são referentes as paredes.

Para calcular a flecha é necessário conhecer o módulo de elasticidade dos

materiais que compõem a seção (concreto e aço) e o momento de inércia da seção. No

domínio das cargas de utilização, o módulo de elasticidade do concreto e do aço são

considerados constantes, mas o mesmo não se aplica ao momento de inércia quando a

viga se encontra fissurada. No Estádio II, a altura da linha neutra (𝑥𝐼𝐼) e o momento de

inércia (𝐼𝐼𝐼) podem ser calculados utilizando-se respectivamente as Equações 3.20 e 3.21.

𝑏

2 𝑥𝐼𝐼

2 +𝐸𝑠

𝐸𝑐𝑠 𝐴𝑠 𝑥𝐼𝐼 −

𝐸𝑠

𝐸𝑐𝑠 𝐴𝑠 𝑑 = 0

(3.20)

𝐼𝐼𝐼 =

𝑏 𝑥𝐼𝐼2

3+

𝐸𝑠

𝐸𝑐𝑠 𝐴𝑠 (𝑑 − 𝑥𝐼𝐼)2

(3.21)

onde,

𝐴𝑠 é a área de camada de aço considerada;

𝐸𝑠 é o módulo de elasticidade do aço de armadura passiva;

𝐸𝑐𝑠 é o módulo de deformação secante do concreto;

𝑑 é a distância da camada considerada a fibra mais comprimida;

𝑏 é a espessura da seção transversal da viga considerada.

Page 47: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

33

De acordo com o item 17.3.2.1.1 da NBR 6118:2014 para uma avaliação

aproximada da flecha imediata em vigas, pode-se utilizar a expressão de rigidez

equivalente dada pela Equação 3.22.

𝐼𝑒𝑞 = (

𝑀𝑟

𝑀𝑎)

3

𝐼𝑐 + [1 − (𝑀𝑟

𝑀𝑎)

3

] 𝐼𝐼𝐼 ≤ 𝐼𝑐 (3.22)

onde,

𝐼𝑐 é o momento de inércia da seção bruta de concreto;

𝐼𝐼𝐼 o momento de inércia da seção fissurada de concreto no Estádio II;

𝑀𝑟 é o momento de fissuração do elemento estrutural;

𝑀𝑎 é o momento fletor na seção crítica do vão considerado.

Para calcular a flecha total da viga, é necessário considerar a parcela devido à

fluência do concreto sob a ação de cargas de longa duração (flecha diferida). O programa

AG segue as recomendações do item 17.3.2.1.2 da NBR 6118:2007 para o cálculo da

flecha total e diferida.

3.2.6 Considerações sobre o dimensionamento

O dimensionamento de elementos de concreto armado requer, além do

atendimento à segurança estrutural, a garantia da execução da estrutura. Para melhor

compreender a implementação proposta, faz-se necessário expor as considerações

admitidas para o dimensionamento.

O dimensionamento da estrutura é realizado com os esforços obtidos no ELU. A

combinação do carregamento permanente e variável são majoradas pelo coeficiente de

ponderação para obter os esforços referentes ao ELU. Para obter os esforços e

deslocamentos referentes ao ELS, as combinações frequentes e quase permanentes são

calculadas utilizando fatores de combinações condizentes com os estabelecidos pela NBR

6118:2014. Os esforços e deslocamentos referentes ao ELS são utilizados para verificar

a abertura de fissuras e a deformação excessiva.

Para fins práticos, tanto para as vigas quanto para os pilares, busca-se a quantidade

de barras e bitola de aço a serem utilizadas na armadura longitudinal e espaçamento e

bitola das barras de aço para a armadura transversal em tabelas de aço comerciais a partir

Page 48: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

34

da área de aço necessária calculada. Adota-se o aço CA-50 e são consideradas que todas

as barras da armadura possuem o mesmo diâmetro em cada elemento estrutural analisado.

Além disso, os estribos permanecem com mesmo espaçamento e diâmetro em todos os

elementos estruturais.

Não foram consideradas as armaduras de montagem e suplementares, somente as

armaduras principais longitudinal e transversal.

A ancoragem das armaduras é realizada com o comprimento de ancoragem básico

(item 9.4.2.4 da NBR 6118:2014). Apesar do comprimento de ancoragem necessário

ocasionar menor consumo de aço, aplicando o comprimento de ancoragem básico há

maior padronização no tamanho das barras e, por consequência, ganhos na produção.

Figura 3.2: Esquema para os comprimentos das armaduras longitudinais nas vigas.

Para os comprimentos das armaduras longitudinais nas vigas (Figura 3.2), o

diagrama de momentos foi dividido em três regiões proporcionais a 1/3(𝑀𝑚á𝑥), somando-

se o comprimento de ancoragem, o comprimento de decalagem do diagrama al e o

comprimento de 10𝜙, conforme item 18.3.2.3.1 da NBR 6118:2014. Para o cálculo do

comprimento de ancoragem, o programa AG considera a região de armadura negativa

como de má aderência e a região de armadura positiva como de boa aderência.

Para os comprimentos das armaduras longitudinais dos pilares, é admitido que as

barras se estendem no comprimento inteiro da coluna.

Page 49: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

35

3.2.7 Definição final do problema

A partir da função objetivo e das restrições impostas do problema, pode-se então

definir a formulação final (Equação 3.23) a ser empregada na otimização das seções de

concreto armado. Neste trabalho não existem restrições de igualdade e existem oito

restrições de desigualdade para garantir a segurança dos elementos e a obediência das

medidas normativas.

Minimizar 𝐶𝑇 = 𝐶𝑉 + 𝐶𝑃 (3.23)

Submetido a 𝑃𝑒𝑛1 = 𝑚á𝑥 (1,𝑀𝑆𝑑

𝑀𝑅𝑑)

𝑃𝑒𝑛2 = 𝑚á𝑥 (1,𝑁𝑆𝑑

𝑁𝑅𝑑)

𝑃𝑒𝑛3 = 𝑚á𝑥 (1,𝑉𝑆𝑑

𝑉𝑅𝑑2)

𝑃𝑒𝑛4 = 𝑚á𝑥 (1,𝑥

𝑥𝑙𝑖𝑚)

𝑃𝑒𝑛5 = 𝑚á𝑥 (1,𝐴𝑠

𝐴𝑠,𝑚á𝑥)

𝑃𝑒𝑛6 = 𝑚á𝑥 (1,𝑠

𝑠𝑚á𝑥)

𝑃𝑒𝑛7 = 𝑚á𝑥 (1,𝑤𝑘

𝑤𝑙𝑖𝑚)

𝑃𝑒𝑛8 = 𝑚á𝑥 (1,𝛿𝑚á𝑥

𝛿𝑙𝑖𝑚)

A formulação para o dimensionamento dos elementos associada à otimização por

AGs foi implementada utilizando a linguagem de programação FORTRAN.

3.3 Formulação do Programa AG

Page 50: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

36

3.3.1 Metodologia computacional

No mercado pode-se encontrar muitos programas que o engenheiro usa para

auxiliá-lo no desenvolvimento de projetos, porém estas ferramentas encontram-se muitas

vezes dispersas, trabalhando de forma isolada (LEGNANI, 2000).

LEGNANI (2000) afirma que, fundamentalmente, um sistema de otimização

consiste de quatro módulos, que são: modelo geométrico parametrizado, modelagem do

problema físico, rotinas de otimização e integração com programa comercial.

Neste trabalho buscou-se desenvolver um sistema que integre todos estes

módulos, através da associação de três abordagens independentes (Figura 3.3), tornando

o procedimento genérico. Por isso, no programa desenvolvido, o usuário tem liberdade

para modificar qualquer uma das três abordagens, adaptando a metodologia proposta para

outras aplicações.

Figura 3.3: Abordagens aplicadas no desenvolvimento do programa AG.

Assim sendo, apesar deste trabalho empregar a otimização em um pórtico

tridimensional especifico, a inclusão do programa comercial torna a metodologia

abrangente, sendo possível descrever qualquer modelo, sendo necessário apenas informar

ao AG as variáveis que serão otimizadas e os novos arquivos de leitura.

Projeto

Algoritmo de otimização

Dimensiona-mento pela

norma ABNT NBR 6118

Programa comercial para

análise estrutural

Page 51: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

37

3.3.1.1 Análise estrutural

Quando se necessita realizar uma análise numérica de um problema físico, utiliza-

se uma formulação que expresse corretamente o fenômeno. O método de elementos

finitos é um procedimento bastante utilizado para resolver os problemas de engenharia.

A integração promovida pela metodologia proposta foi realizada a partir de um

programa de elementos finitos, o ANSYS, que possui um pré-processador que permite a

entrada de dados por um arquivo de entrada. Este arquivo é editável, escrito a partir de

comandos do ANSYS, onde estão todas as informações relativas às características do

problema que se deseja resolver. A vantagem de se ter um arquivo deste tipo está na

flexibilidade que se tem em manipular o arquivo de modo a definir a estrutura investigada

e as saídas que se deseja.

A análise estrutural é responsável pela obtenção dos esforços e deslocamentos da

estrutura. Através dos resultados obtidos nas análises é realizado o dimensionamento dos

elementos estruturais, que devem cumprir os requisitos das normas vigentes para projetos.

Com o passar dos anos, as normas podem sofrer alterações, por isso se faz necessário um

procedimento que seja facilmente adaptado para qualquer modificação normativa.

Assim, aproveitando o conhecimento do programa de elementos finitos, o

projetista pode analisar o problema a ser resolvido, e com as rotinas integradas, proceder

à otimização.

3.3.1.2 Rotinas de otimização

Um fator essencial de um procedimento de otimização é a escolha do algoritmo

para solução do problema, sendo fundamental sua formulação.

Existem vários métodos matemáticos aplicados no desenvolvimento de

algoritmos de otimização, existem também vários algoritmos já desenvolvidos com seus

códigos fonte disponíveis na internet e em bibliografia específica. Neste trabalho foram

utilizados Algoritmos Genéticos devido ao algoritmo ser bastante eficiente e de fácil

programação, conforme observado na bibliográfica estudada.

3.3.1.3 Integração com programa comercial

Page 52: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

38

Uma das vantagens do procedimento adotado é a sua flexibilidade. Existe a

completa liberdade de poder serem incorporadas rotinas que chamem outros programas

ao sistema, enquanto a otimização permanece inalterada. Com a ajuda dessa metodologia,

o engenheiro pode executar uma análise de otimização de projeto contando com a sua

experiência e o seu conhecimento em um programa comercial de elementos finitos, o qual

é chamado externamente à estrutura principal das rotinas de otimização.

3.3.2 Descrição do programa

Neste trabalho foi desenvolvido um programa de otimização para um pórtico

tridimensional de concreto armado utilizando AG. A análise de estruturas, passo

intermediário para avaliação dos indivíduos, foi realizada no programa comercial

ANSYS. A escolha do ANSYS se deve ao fato da sua disponibilidade da versão estudante

18.2 pela Ansys Inc. e pela sua condição de trabalho, que permite que o programa seja

iniciado por uma linha de comando com os parâmetros de entrada. O programa que

contém o AG inclui também o dimensionamento dos elementos estruturais e verificações

das restrições, função objetivo e demais processos. A Figura 3.4 apresenta o fluxograma

genérico do procedimento utilizado no programa.

O processo iterativo de otimização é iniciado com a definição das variáveis de

projeto pelo AG, o qual é reescrito em um formato ANSYS, e em seguida é formado o

arquivo de entrada que ativa o processo do ANSYS em modo “batch”. Assim, após o AG

definir os dados de entrada, parte-se para a construção do modelo computacional e a

análise da estrutura via método dos elementos finitos no ANSYS, que fornecerá os

relatórios dos esforços e deformações dos elementos estruturais.

A integração com o programa comercial é feita dentro das rotinas de otimização

através de uma sub-rotina especifica que utiliza recursos do FORTRAN. No momento

em que o programa ANSYS é chamado, a rotina de otimização recebe um “pause”,

ficando temporariamente parada até que o ANSYS termine o processo e gere os arquivos

de saída. O ANSYS produz dois relatórios de saída, um para o Estado Limite de Último

(ELU) e um para Estado Limite de Serviço (ELS). Em seguida, o AG faz a leitura dos

relatórios gerados pelo ANSYS e prossegue para as rotinas de dimensionamento. Este

processo de avalição da estrutura é repetido a cada nova iteração ou em todo momento

que se deseja determinar a função objetivo e restrições.

Page 53: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

39

Figura 3.4: Fluxograma do programa desenvolvido, com detalhe à direita para a

avaliação dos indivíduos.

Não

Sim

Sim

Não

Ansys

Esforço/Deformação

Dimensionamento Vigas

Pilares

Verificação do ELU

Verificação do ELS

Fim da Sub-rotina

Verificação do Detalhamento

Cálculo da Função Objetivo

Avaliação dos

indivíduos da

População

Entrada de Dados

Geometria/Cargas

Inicialização da População

Indivíduo selecionado

é mais apto que o

menos apto?

Número de

gerações maior que

o máximo?

Geração do Novo Indivíduo

Cruzamento e Mutação

Impressão dos Melhores Indivíduos

Fim do Programa

Ordenação da População

“ranking”

Seleção do indivíduo(s) para reprodução

Substituir o menos apto pelo mais apto

Seleção do indivíduo para sobreviver

Avaliação dos

indivíduos da

População

Avaliação dos indivíduos da

População

Page 54: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

40

Assim, após a avaliação da população, o AG colocará os indivíduos em ordem

(ranking) de acordo com a aptidão e então irá repetir as seguintes etapas, até o critério de

parada ser satisfeito: selecionar os indivíduos para reprodução, aplicar os operadores

genéticos de cruzamento e mutação, avaliar os indivíduos gerados e selecionar o que

sobreviverá na população. Nesta última etapa, se o indivíduo gerado for melhor que o

pior elemento da população atual, então este indivíduo será inserido na população, de

acordo com sua classificação, gerando a população da nova geração.

3.3.2.1 Preparação do arquivo de entrada

Inicialmente, é escrito o arquivo de entrada para o programa ANSYS, que

descreve o modelo de elementos finitos a ser analisado com as características do projeto

inicial.

A separação do arquivo de entrada se faz necessária, pois o arquivo que contém

as variáveis de projeto sofre manipulação constante, com várias modificações provocadas

pelo AG. A manutenção deste arquivo ocorre automaticamente dentro da rotina de

otimização, através de comandos da linguagem de programação FORTRAN, que

escrevem o arquivo de variáveis de projeto com os comandos específicos do programa

ANSYS. Por fim, ocorre a concatenação com os arquivos de geometria e demais

características necessárias para proceder à análise.

As definições que fazem parte dos módulos que compõem o ANSYS são:

Pré-processamento (/PREP7): Neste módulo o arquivo mostra as definições das

características da estrutura. O arquivo mostra as características do modelo

geométrico e de elementos finitos, indicando as propriedades materiais e o tipo de

elemento a ser usado. Nesta etapa se encontram também outros comandos

relativos a controle e geração de malha e condições de contorno.

Solução (/SOLU): Neste módulo é definido o tipo de análise e são calibrados

alguns aspectos que dependem do tipo de análise, por exemplo, aspectos de não

linearidade de material, não linearidade geométrica, entre outras.

Pós-processamento (/POST1): Este é o último módulo do processo de análise

numérica por elementos finitos, onde são gerados os arquivos dos resultados dos

esforços e deformações da estrutura através do comando /OUTPUT.

Page 55: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

41

3.3.2.2 Descrição das sub-rotinas principais

O procedimento de otimização proposto é apresentado de maneira genérica na

Figura 3.4. Nesta seção serão expostas com mais detalhes as rotinas mais relevantes do

programa.

Rotina Principal Main: Nesta rotina o usuário irá inicializar alguns parâmetros de

controle do processo de otimização, através da leitura do arquivo “paramAG”, tais

como: número de variáveis de projeto, número de rodadas do AG, número da

população, número de gerações, limite inferior e superior das variáveis de

projetos, probabilidade de cruzamento e taxa de mutação. Após as inicializações,

é chamada a sub-rotina Ag.

Sub-Rotina Ag: É nesta sub-rotina onde se inicia o processo de otimização

propriamente dito. Daqui parte a chamada para outras sub-rotinas e funções que

permitirão determinar o valor ótimo do problema, tais como determinação da

função objetivo, processo de seleção, probabilidade de cruzamento e taxa de

mutação. Assim, iterativamente o processo se repete até a máxima iteração ser

alcançada.

Função Objfun: Esta função é responsável pela formação da função objetivo. A

função Objfun chama a sub-rotina Ag_p_ansys, que executará o programa

ANSYS. Nesta sub-rotina ocorre a geração do arquivo das variáveis de projeto,

que é feito de forma automática com a linguagem FORTRAN. Após o término do

programa ANSYS, que gera os arquivos que contém os esforços e deslocamentos

da estrutura, procede-se a leitura dos arquivos de saída através da sub-rotina

Ansys_p_ag, para buscar os dados referente a função objetivo. Por fim, é

chamada a sub-rotina objetivopenalidades que é responsável pela determinação

efetiva da função objetivo

Sub-rotina Ag_p_ansys e Ansys_p_ag: A função da sub-rotina Ag_p_ansys é

fazer a concatenação dos arquivos particionados e formar o arquivo de entrada do

ANSYS. Então através de recursos da linguagem de programação se faz a

chamada do ANSYS por uma linha de comando que possui alguns parâmetros que

identificam que o programa ANSYS executará no modo “batch”, e gerará o

arquivo de saída. Após o ANSYS terminar de executar a função Objfun é

retomada e, em seguida, chama a sub-rotina Ansys_p_ag responsável pela leitura

Page 56: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

42

dos arquivos de saída do ANSYS e armazenamento dos esforços e deslocamentos

dos elementos estruturais.

Sub-rotina Objetivopenalidades: Esta sub-rotina é responsável pela

determinação da função objetivo, armazenando a cada interação os valores já

penalizados dos custos do concreto, aço e forma dos elementos estruturais. O

cálculo das armaduras das vigas e pilares são chamados através das sub-rotinas

dimensionamento_viga e dimensionamento_pilar, respectivamente,

necessárias para a determinação dos custos já penalizados da estrutura.

3.3.3 Considerações sobre o AG

O AG utilizado nesta pesquisa foi o mesmo empregado no trabalho de PETERS

et al. (2007). A estrutura do AG é do tipo Steady-State, ou seja, de maneira geral são

gerados 𝑛 filhos que substituem os 𝑛 piores pais. Caso os novos indivíduos gerados

possuam melhores aptidões que os piores da lista de classificação, eles terão direito à

sobrevivência e os piores serão eliminados.

A seleção do AG, responsável por direcionar a procura genética em regiões

promissoras no espaço de busca, é realizada através do método da roleta, que é um dos

mais simples e difundidos métodos de seleção. A ideia básica do método é determinar a

probabilidade de seleção ou a probabilidade de sobrevivência de cada cromossomo

baseando-se no seu valor de aptidão. Quanto mais apto é um indivíduo, maior é a sua

probabilidade de ser selecionado.

A aplicação de operadores genéticos (cruzamento e mutação) é determinada pela

seleção. No AG empregado neste trabalho os operadores de cruzamento sorteiam uma

posição do cromossomo para troca do material genético entre os pais ou fazendo a

combinação linear dos valores das variáveis dos pais, em ambos os casos gerando dois

novos filhos. Já os operadores de mutação modificam o valor das variáveis sorteadas para

valores entre o atual e o máximo ou mínimo.

A representação real do AG foi mantida devido os cromossomos gerados serem

menores e não ser preciso realizar a conversão entre os parâmetros do problema com a

representação cromossômica, facilitando as operações de cruzamento e mutação.

Page 57: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

43

4 Aplicação numérica e resultados

Neste capitulo é apresentado a aplicação numérica objetivando demonstrar a

aplicabilidade do procedimento de otimização proposto.

Inicialmente, é apresentado o modelo estrutural do pórtico tridimensional que foi

investigado. Aproveitando este mesmo pórtico, diferentes concepções estruturais são

utilizadas para representar a estrutura na aplicação realizada. Para cada modelo, diferentes

grupos de variáveis são estudados. Os resultados numéricos da aplicação são mostrados

através de gráficos que permitem avaliar o comportamento da função otimizada em cada

iteração. Com esta exposição pode-se verificar que o uso deste procedimento de

otimização é viável em um ambiente de projeto.

O desempenho do programa proposto está atrelado à eficiência do Algoritmo

Genético na busca da solução ótima. Por isso foi realizada uma análise de parâmetros do

AG para calibrar seus valores.

Ao final, é realizada uma avaliação da variação dos preços dos materiais do

pórtico tridimensional, com o objetivo de verificar a influência dos insumos (concreto,

aço e forma) na solução ótima obtida pelo AG.

Vale ressaltar que, para se tirar maior proveito da vantagem de se estar trabalhando

com métodos de otimização, o programa armazena os resultados de cada iteração. Assim,

o projetista pode escolher entre a solução ótima global, ou uma outra solução também

viável e que apresente um custo apenas ligeiramente superior.

4.1 Modelo estrutural investigado

Para esse estudo será considerado o pórtico tridimensional apresentado na Figura

4.1, formado por 5 andares (1 térreo + 4 pavimentos), com 17,50 metros de altura e uma

área em planta de 15,00 metros de extensão por 10,00 metros de largura.

O modelo em elementos finitos desenvolvido no programa ANSYS definiu o

pórtico com sua planta longitudinalmente na direção do eixo global 𝑥, transversalmente

na direção do eixo global 𝑧 e sua elevação na direção do eixo global 𝑦, conforme a Figura

4.1. O material que constitui a estrutura foi considerado trabalhando no regime linear

elástico. As condições de contorno foram definidas na base do pórtico tridimensional de

Page 58: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

44

forma a restringir os pilares tridimensionalmente nas direções dos eixos globais 𝑥, 𝑦 e 𝑧,

representando apoios de terceiro gênero (engaste).

Foram utilizados elementos finitos de barras para a modelagem das vigas e pilares,

através do elemento tridimensional BEAM188. Este é um elemento uniaxial definido

internamente por dois nós de seis graus de liberdade em cada um (translações e rotações

em 𝑥, 𝑦 e 𝑧). A malha de elementos finitos do modelo foi refinada com dimensão de 25

cm para cada elemento.

Figura 4.1: Pórtico tridimensional que terá seus elementos estruturais otimizados.

𝑦

𝑥 𝑧

Page 59: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

45

Em relação aos carregamentos foram considerados o peso próprio da estrutura

(𝑃𝑃) e sobrecarga (𝑆𝐷) de 15 kN/m. A resistência característica à compressão do concreto

é (𝑓𝑐𝑘) de 30 MPa, módulo de deformação secante do concreto (𝐸𝑐𝑠) de 27 GPa, massa

específica do concreto equivalente a 2500 kg/m³, resistência ao escoamento do aço de

armadura passiva (𝑓𝑦) de 500 MPa, módulo de elasticidade do aço (𝐸𝑠) igual a 210 GPa,

cobrimento (𝑐) de 30 mm e coeficiente de Poisson (𝜈) igual a 0,2.

No programa desenvolvido a largura da seção transversal (𝑏) é 20 cm e as

variáveis independentes de projeto são as alturas da seção transversal das vigas e pilares.

O mínimo para altura dos elementos é 25 cm e o máximo 50 cm. Como as variáveis de

projeto são dimensões em centímetros, optou-se em manter a codificação real dos

cromossomos. Entretanto, posteriormente, decidiu-se considerar a realidade da prática da

construção civil e os valores das variáveis fornecidas pelo AG são transformados em

números inteiros antes do dimensionamento das armaduras.

O modelo estrutural para a realização da otimização foi elaborado para explorar

várias concepções estruturais. As situações de variáveis de projeto consideradas são:

Situação 1: O pórtico em função de 2 variáveis, considerando que todas as vigas

têm a mesma altura da seção transversal, bem como os pilares.

Situação 2: O pórtico em função de 4 variáveis, sendo duas referentes aos pilares,

com um grupo com mesma altura da seção transversal do 1º ao 3º andar e outro

do 4º ao 5º andar, e as demais para as vigas transversais e outra para as

longitudinais.

Situação 3: O pórtico em função de 7 variáveis, sendo cinco referentes aos pilares,

com um grupo com mesma altura da seção transversal por andar, e as demais as

vigas transversais e longitudinais.

A Tabela 4.1 apresenta a organização dos grupos de variáveis de projeto.

Tabela 4.1: Organização dos grupos de variáveis de projeto.

Situação Pilares Vigas

1 ℎ𝑝1 ℎ𝑣1

2 ℎ𝑝1 ℎ𝑝2 ℎ𝑣1 ℎ𝑣2

3 ℎ𝑝1 ℎ𝑝2 ℎ𝑝3 ℎ𝑝4 ℎ𝑝5 ℎ𝑣1 ℎ𝑣2

Page 60: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

46

Foram realizadas 4.000 avaliações em cada situação, com probabilidade de

cruzamento (𝑃𝑐) de 60% e taxa de mutação (𝑃𝑚) de 40%. No item 4.2, uma discussão

sobre a influência dos parâmetros no funcionamento do AG é apresentada. Nesta

discussão está incluída a justificativa da escolha dos valores para 𝑁𝑝𝑜𝑝, 𝑃𝑐 e 𝑃𝑚.

Os valores utilizados para os preços de concreto, forma e aço (Tabela 4.2) foram

extraídos do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil

(SINAPI), referente ao mês de julho de 2017 para a cidade do Rio de Janeiro.

Tabela 4.2: Preço dos insumos considerados na otimização dos elementos estruturais.

Insumo Unidade Valor

Concreto R$/m³ 325,94

Forma Viga

R$/m² 60,67

Pilar 47,98

Aço

𝜙 5,0 mm

R$/kg

20,65

𝜙 6,3 mm 19,32

𝜙 8,0 mm 18,71

𝜙 10,0 mm 15,20

𝜙 12,5 mm 12,48

𝜙 16,0 mm 9,39

𝜙 20,0 mm 8,50

𝜙 25,0 mm 9,37

4.2 Análise de parâmetros do Algoritmo Genético

A configuração dos parâmetros do AG tem grande influência no seu desempenho

e dependem do problema que está sendo estudado, de modo que os valores que

forneceram bons resultados para um problema podem não ter um mesmo desempenho

para outros casos. Desta forma, é necessário combinar diferentes parâmetros para

verificar a combinação que aumenta a probabilidade de sucesso da otimização.

Diante disso, será analisada a influência dos parâmetros 𝑁𝑝𝑜𝑝 (tamanho da

população), 𝑃𝑐 (probabilidade de cruzamento) e 𝑃𝑚 (probabilidade de mutação) no

funcionamento do AG. Neste item foram realizados testes no pórtico na situação 1, que

tem a configuração mostrada na Tabela 4.1, onde foram combinados os diferentes

parâmetros para conhecer qual combinação produz resultados mais satisfatórios.

Page 61: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

47

A quantidade de indivíduos avaliados deve ser relativamente menor do que o

espaço de busca total para conseguir estimar o desempenho do AG, pois caso contrário o

esforço computacional será semelhante ao se realizar a otimização por busca exaustiva.

Na situação 1 o número de soluções candidatas do espaço de busca corresponde a 252,

desta forma optou-se por realizar a otimização com a avaliação de 400 indivíduos, o que

corresponde a aproximadamente 64% das soluções candidatas do espaço de busca.

A quantidade de indivíduos a serem avaliados pode ser distribuída em diferentes

valores de tamanho da população e número de gerações. Para avaliar a influência desta

distribuição são feitas análises conforme as combinações descritas na Tabela 4.3.

Tabela 4.3: Distribuição do tamanho da população e número de gerações para as

diferentes análises.

Análise População Gerações

1 10 40

2 16 25

3 20 20

4 25 16

5 40 10

Os operadores de cruzamento e mutação são os responsáveis pela a exploração do

espaço de busca. Para avaliar a eficiência desses operadores, foram realizadas rodadas

para as distribuições de população inicial e número de gerações expostos na Tabela 4.3

com as taxas apresentadas na Tabela 4.4.

Tabela 4.4: Distribuição da probabilidade de cruzamento (𝑃𝑐) e mutação (𝑃𝑚).

Arranjo 𝑃𝑐 𝑃𝑚

1 00 100

2 20 80

3 40 60

4 60 40

5 80 20

6 100 00

Os valores da Tabela 4.3 e 4.4 foram combinados entre si tendo sido obtidas 30

combinações possíveis. Como o método dos Algoritmos Genéticos não apresenta um

Page 62: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

48

comportamento determinístico, resultados diferentes podem ser encontrados a cada

rodada realizada. Logo, as comparações a seguir são feitas com valores médios obtidos

para 10 rodadas para cada combinação. Dessa forma, com cada arranjo de 400 indivíduos

em 10 rodadas, o programa AG foi executado 4.000 vezes.

Os resultados obtidos nas 10 rodadas independentes do AG, realizadas para as 30

combinações de parâmetros, são apresentados na Figura 4.2.

Figura 4.2: Custo total do pórtico para as 10 rodadas independentes do programa AG

realizadas com as combinações de parâmetros 𝑃𝑐 e 𝑃𝑚.

Inicialmente o pórtico foi estudado para que fosse possível conhecer a solução que

apresentasse o custo mínimo global exato, obtido pela verificação de todas as seções

candidatas que compõem o espaço de busca. Em seguida, foi conhecido os custos

mínimos de cada uma das (𝑛) 10 rodadas. Por fim, foi calculado o erro relativo médio,

conforme a Equação 4.1.

𝐸𝑟𝑟𝑜𝑚 =

∑ [(𝐶𝑚í𝑛 − 𝐶𝑔𝑙𝑜𝑏𝑎𝑙) 𝐶𝑔𝑙𝑜𝑏𝑎𝑙⁄ ]𝑛1

𝑛

(4.1)

onde, 𝐸𝑟𝑟𝑜𝑚 é o erro relativo médio, 𝐶𝑚í𝑛 é o custo mínimo de cada rodada independente,

𝐶𝑔𝑙𝑜𝑏𝑎𝑙 é o custo mínimo global exato e 𝑛 é o número de rodadas.

122.500,0

123.000,0

123.500,0

124.000,0

124.500,0

125.000,0

125.500,0

126.000,0

126.500,0

127.000,0

10X40 16X25 20X20 25X16 40X10

Cu

sto

(R

$)

População X Gerações

1ª 0/100 2ª 20/80 3ª 40/60 4ª 60/40 5ª 80/20 6ª 100/0

Page 63: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

49

Sintetizando os resultados obtidos na Figura 4.2, a Tabela 4.5 apresenta o custo

mínimo (𝐶𝑚í𝑛), o erro relativo médio, e a quantidade de convergência por rodada, obtidos

entre as 10 rodadas realizadas para cada combinação de parâmetros considerada.

Tabela 4.5: Custo mínimo e erro relativo médio do pórtico para as 10 rodadas

independentes do programa AG realizadas com as combinações de parâmetros 𝑃𝑐 e 𝑃𝑚.

População X

Gerações (𝑁𝑝𝑜𝑝) 𝑃𝑐 (%) 𝑃𝑚 (%) 𝐶𝑚í𝑛 (R$) Errom (%) Convergência

10 X 40

0 100 123.891,04 0,63 5

20 80 123.891,04 0,50 5

40 60 123.891,04 0,36 4

60 40 123.891,04 0,53 3

80 20 123.891,04 0,86 1

100 0 124.310,30 0,89 0

16 X 25

0 100 123.891,04 0,51 4

20 80 123.891,04 0,49 4

40 60 123.891,04 0,16 7

60 40 123.891,04 0,53 2

80 20 123.891,04 0,26 6

100 0 124.614,32 1,00 0

20 X 20

0 100 123.891,04 0,52 3

20 80 123.891,04 0,32 6

40 60 123.891,04 0,32 4

60 40 123.891,04 0,44 3

80 20 123.891,04 0,61 4

100 0 123.891,04 0,68 2

25 X 16

0 100 123.891,04 0,45 3

20 80 123.891,04 0,45 1

40 60 123.891,04 0,19 5

60 40 123.891,04 0,29 4

80 20 123.891,04 0,34 5

100 0 123.891,04 0,34 5

40 X 10

0 100 123.891,04 0,32 5

20 80 123.891,04 0,33 6

40 60 123.891,04 0,11 8

60 40 123.891,04 0,03 9

80 20 123.891,04 0,23 5

100 0 123.891,04 0,27 8

Page 64: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

50

Os resultados da Tabela 4.5 estão ordenados na Figura 4.3 e, pode-se observar

que, de todas as 30 combinações (𝑁𝑝𝑜𝑝 − 𝑃𝑐 − 𝑃𝑚) a que produziu os melhores resultados

foi a combinação 40X10/60/40, com 0,03% de erro relativo médio. A pior combinação

de parâmetros foi 16X25/100/0 que resultou em um erro relativo médio de 1,00%.

Figura 4.3: Erro relativo médio obtido nas combinações dos parâmetros 𝑁𝑝𝑜𝑝, 𝑃𝑐 e 𝑃𝑚.

Através da Figura 4.3, nota-se que os casos onde a população inicial é maior que

o número de gerações tendem a fornecer menores erros. Assim, se observa que conforme

a população aumenta e o número de gerações diminui os resultados melhoram.

Além disso, os arranjos 40/60 e 60/40 foram responsáveis pelos melhores

resultados, verificando que o AG utilizado no estudo funciona com 𝑃𝑐 e 𝑃𝑚 próximas,

demostrando que o melhor arranjo obtido no AG pode ser empregado nas demais

situações de variáveis de projeto que serão analisadas.

Observa-se também que na análise 40X10 todos os arranjos apresentaram menor

erro e discrepância entre si, sendo o melhor com arranjo de 60/40. Dessa forma, pode-se

dizer que o melhor resultado foi obtido com probabilidade de cruzamento maior que a de

mutação e população inicial maior do que o número de geração, o que garante uma

diversidade genética inicial maior.

Ordenando pelo erro relativo médio os resultados da Figura 4.3, verifica-se pela

Figura 4.4 que, nos resultados das 10 piores combinações (10 combinações que

resultaram em maior erro relativo médio) em 6 delas foi com 𝑃𝑐 ou 𝑃𝑚 com 100%. Então,

0,00%

0,20%

0,40%

0,60%

0,80%

1,00%

10X40 16X25 20X20 25X16 40X10

Per

cen

tual

do

Err

o

População X Gerações

0/100 20/80 40/60 60/40 80/20 100/0

Page 65: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

51

não se mostrou uma boa estratégia utilizar essas probabilidades em 100%. Isso pode ser

justificado pelo fato de haver uma grande descaracterização da população em

probabilidades elevadas, tornado mais difícil a convergência do algoritmo para um ponto

ótimo.

Figura 4.4: Erro relativo médio ordenado obtido nas combinações dos parâmetros 𝑁𝑝𝑜𝑝,

𝑃𝑐 e 𝑃𝑚.

Diante dos resultados obtidos e das análises realizadas, verificou-se que são

muitas as variáveis que devem ser combinadas para que se chegue a melhor combinação

de parâmetros nos Algoritmos Genéticos. Neste trabalho, a configuração dos parâmetros

que será utilizada na aplicação a seguir adotará a combinação dos parâmetros 𝑃𝑐 = 60%

e 𝑃𝑚 = 40%.

4.3 Aplicação

O modelo estrutural desse estudo foi analisado para três situações, onde as

variáveis de projeto para cada uma delas estão apresentadas na Tabela 4.1.

O programa AG foi processado 4.000 vezes, na primeira situação distribuídos com

400 indivíduos em 10 rodadas independentes. A escolha representativa na situação 1 foi

possível em virtude do número de soluções candidatas no espaço de busca ser 252, porém

0,00%

0,20%

0,40%

0,60%

0,80%

1,00%

1,20%

16

X2

5/1

00/

0

10

X4

0/1

00/

0

10

X4

0/8

0/2

0

20

X2

0/1

00/

0

10

X4

0/0

/10

0

20

X2

0/8

0/2

0

16

X2

5/6

0/4

0

10

X4

0/6

0/4

0

20

X2

0/0

/10

0

16

X2

5/0

/10

0

10

X4

0/2

0/8

0

16

X2

5/2

0/8

0

25

X1

6/0

/10

0

25

X1

6/2

0/8

0

20

X2

0/6

0/4

0

10

X4

0/4

0/6

0

25

X1

6/8

0/2

0

25

X1

6/1

00/

0

40

X1

0/2

0/8

0

20

X2

0/4

0/6

0

40

X1

0/0

/10

0

20

X2

0/2

0/8

0

25

X1

6/6

0/4

0

40

X1

0/1

00/

0

16

X2

5/8

0/2

0

40

X1

0/8

0/2

0

25

X1

6/4

0/6

0

16

X2

5/4

0/6

0

40

X1

0/4

0/6

0

40

X1

0/6

0/4

0

Per

cen

tual

de

Erro

Combinação dos parâmetros do AG

Page 66: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

52

as situações 2 e 3 apresentam o equivalente a 254 e 257, respectivamente, de soluções

candidatas no espaço de busca, o que torna inviável manter a representação de 64%.

Portanto, para fins comparativos, optou-se por permanecer com 4.000 avaliações nas

situações 2 e 3, distribuídas com 200 indivíduos em 20 gerações em uma única rodada,

garantindo uma diversidade genética inicial maior.

Além da apresentação dos resultados obtidos pelo AG para cada situação, será

exposto uma solução próxima a ótima do AG e múltipla de 5 (denominada neste estudo

de solução prática). Essa comparação permite analisar a diferença entre as soluções do

AG e a prática da construção civil.

Na primeira análise, Figuras 4.5 e 4.6, considerada a situação 1 de distribuição das

variáveis de projeto da Tabela 4.1, as alturas ótimas da seção transversal para os pilares

pelo programa AG foi ℎ𝑝1 = 32 cm e para as vigas ℎ𝑣1 = 30 cm. O valor do custo ótimo

foi de R$ 123.891,04. Na configuração do AG para a solução prática, foi modificado

apenas a altura do pilar, haja vista que a solução obtida pelo AG para as vigas é múltipla

de 5, sendo utilizada a altura para a seção dos pilares ℎ𝑝1 = 35 cm, obtendo um valor do

custo prático do pórtico de R$ 124.368,11.

Deve-se ressaltar que ambas as soluções não violam as restrições. Aqui cabe frisar

que a experiência do projetista naturalmente descartaria a solução de 32 cm, embora

critérios diversos aos custos, como os estéticos, pudessem induzir a escolha desta solução.

Figura 4.5: Custos dos pórticos referentes à situação 1.

124.368,11

80.937,35

13.102,79

30.327,97

123.891,04

81.635,41

12.692,10

29.563,53

0,00 40.000,00 80.000,00 120.000,00 160.000,00

Total

Aço

Concreto

Forma

Custo (R$)

AG Prático

Page 67: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

53

Figura 4.6: Valores das variáveis de projetos referentes à situação 1.

Ao se comparar os resultados obtidos pelo AG e a solução ótima prática (Figuras

4.5 e 4.6), nota-se que os resultados totais do pórtico são próximos e o valor prático tem

um custo 0,39% superior ao fornecido pelo AG. A diferença entre as soluções ocorreu

devido à altura do pilar e, consequentemente, maiores custos do concreto e forma. Isto se

deve ao fato da altura prática do pilar ser 9,40% maior para a solução fornecida pelo AG.

O aumento da altura do pilar ocasionou, aproximadamente, uma diminuição de 0,86% do

aço e aumento de 3,25% e 2,60% no concreto e forma, respectivamente.

Nas Figuras 4.7 e 4.8 são apresentados o detalhamento das vigas e dos pilares,

respectivamente, obtidos pelo AG.

𝑏 = 20𝑐𝑚

ℎ = 30𝑐𝑚

𝑁𝑏 = 6

∅𝑙 = 8𝑚𝑚

∅𝑤 = 6.3𝑚𝑚

𝑠 = 12.5𝑐𝑚

𝑏 = 20𝑐𝑚

ℎ = 30𝑐𝑚

𝑁𝑏 = 4

∅𝑙 = 8𝑚𝑚

∅𝑤 = 6.3𝑚𝑚

𝑠 = 12.5𝑐𝑚

𝑏 = 20𝑐𝑚

ℎ = 30𝑐𝑚

𝑁𝑏 = 9

∅𝑙 = 10𝑚𝑚

∅𝑤 = 6.3𝑚𝑚

𝑠 = 12.5𝑐𝑚

𝑏 = 20𝑐𝑚

ℎ = 30𝑐𝑚

𝑁𝑏 = 2

∅𝑙 = 10𝑚𝑚

∅𝑤 = 6.3𝑚𝑚

𝑠 = 12.5𝑐𝑚

Vão Lateral Vão Central Apoio Central Apoio Extremidade

Viga Longitudinal e Transversal

Figura 4.7: Detalhamento das vigas obtidos pelo AG na situação 1.

32

30

35

30

23

25

27

29

31

33

35

37

hp1 hv2

Alt

ura

da

seçã

o t

ran

sver

sal (

cm)

AG Prático

Page 68: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

54

Pav

imen

to

𝑏 = 20𝑐𝑚

ℎ = 32𝑐𝑚

𝑁𝑏 = 4

∅𝑙 = 10𝑚𝑚

∅𝑤 = 5𝑚𝑚

𝑠 = 10𝑐𝑚

𝑏 = 20𝑐𝑚

ℎ = 32𝑐𝑚

𝑁𝑏 = 4

∅𝑙 = 10𝑚𝑚

∅𝑤 = 5𝑚𝑚

𝑠 = 10𝑐𝑚

𝑏 = 20𝑐𝑚

ℎ = 32𝑐𝑚

𝑁𝑏 = 4

∅𝑙 = 10𝑚𝑚

∅𝑤 = 5𝑚𝑚

𝑠 = 10𝑐𝑚

𝑏 = 20𝑐𝑚

ℎ = 32𝑐𝑚

𝑁𝑏 = 4

∅𝑙 = 10𝑚𝑚

∅𝑤 = 5𝑚𝑚

𝑠 = 10𝑐𝑚

Pav

imen

to

𝑏 = 20𝑐𝑚

ℎ = 32𝑐𝑚

𝑁𝑏 = 4

∅𝑙 = 10𝑚𝑚

∅𝑤 = 5𝑚𝑚

𝑠 = 10𝑐𝑚

𝑏 = 20𝑐𝑚

ℎ = 32𝑐𝑚

𝑁𝑏 = 4

∅𝑙 = 10𝑚𝑚

∅𝑤 = 5𝑚𝑚

𝑠 = 10𝑐𝑚

𝑏 = 20𝑐𝑚

ℎ = 32𝑐𝑚

𝑁𝑏 = 4

∅𝑙 = 10𝑚𝑚

∅𝑤 = 5𝑚𝑚

𝑠 = 10𝑐𝑚

𝑏 = 20𝑐𝑚

ℎ = 32𝑐𝑚

𝑁𝑏 = 4

∅𝑙 = 10𝑚𝑚

∅𝑤 = 5𝑚𝑚

𝑠 = 10𝑐𝑚

Pav

imen

to

𝑏 = 20𝑐𝑚

ℎ = 32𝑐𝑚

𝑁𝑏 = 6

∅𝑙 = 12.5𝑚𝑚

∅𝑤 = 5𝑚𝑚

𝑠 = 10𝑐𝑚

𝑏 = 20𝑐𝑚

ℎ = 32𝑐𝑚

𝑁𝑏 = 4

∅𝑙 = 10𝑚𝑚

∅𝑤 = 5𝑚𝑚

𝑠 = 10𝑐𝑚

𝑏 = 20𝑐𝑚

ℎ = 32𝑐𝑚

𝑁𝑏 = 4

∅𝑙 = 10𝑚𝑚

∅𝑤 = 5𝑚𝑚

𝑠 = 10𝑐𝑚

𝑏 = 20𝑐𝑚

ℎ = 32𝑐𝑚

𝑁𝑏 = 6

∅𝑙 = 12.5𝑚𝑚

∅𝑤 = 5𝑚𝑚

𝑠 = 15𝑐𝑚

Pav

imen

to

𝑏 = 20𝑐𝑚

ℎ = 32𝑐𝑚

𝑁𝑏 = 6

∅𝑙 = 16𝑚𝑚

∅𝑤 = 5𝑚𝑚

𝑠 = 15𝑐𝑚

𝑏 = 20𝑐𝑚

ℎ = 32𝑐𝑚

𝑁𝑏 = 6

∅𝑙 = 10𝑚𝑚

∅𝑤 = 5𝑚𝑚

𝑠 = 10𝑐𝑚

𝑏 = 20𝑐𝑚

ℎ = 32𝑐𝑚

𝑁𝑏 = 6

∅𝑙 = 10𝑚𝑚

∅𝑤 = 5𝑚𝑚

𝑠 = 10𝑐𝑚

𝑏 = 20𝑐𝑚

ℎ = 32𝑐𝑚

𝑁𝑏 = 6

∅𝑙 = 12.5𝑚𝑚

∅𝑤 = 5𝑚𝑚

𝑠 = 15𝑐𝑚

Tér

reo

𝑏 = 20𝑐𝑚

ℎ = 32𝑐𝑚

𝑁𝑏 = 6

∅𝑙 = 20𝑚𝑚

∅𝑤 = 5𝑚𝑚

𝑠 = 20𝑐𝑚

𝑏 = 20𝑐𝑚

ℎ = 32𝑐𝑚

𝑁𝑏 = 6

∅𝑙 = 16𝑚𝑚

∅𝑤 = 5𝑚𝑚

𝑠 = 15𝑐𝑚

𝑏 = 20𝑐𝑚

ℎ = 32𝑐𝑚

𝑁𝑏 = 6

∅𝑙 = 16𝑚𝑚

∅𝑤 = 5𝑚𝑚

𝑠 = 15𝑐𝑚

𝑏 = 20𝑐𝑚

ℎ = 32𝑐𝑚

𝑁𝑏 = 6

∅𝑙 = 12.5𝑚𝑚

∅𝑤 = 5𝑚𝑚

𝑠 = 15𝑐𝑚

Pilar Intermediário

2 repetições

Pilar de Extremidade

4 repetições

Pilar de Extremidade

2 repetições

Pilar de Canto

4 repetições

Figura 4.8: Detalhamento dos pilares obtidos pelo AG na situação 1.

Na segunda análise, Figuras 4.9 e 4.10, comparam-se os resultados da otimização

para a situação 2 de distribuição das variáveis de projeto da Tabela 4.1. Como pode ser

observado o valor do custo final pelo programa AG foi de R$ 121.882,17, o que

corresponde a 1,65% de melhoria em relação a situação 1. A solução final resultou nos

valores da altura da seção do pilar de ℎ𝑝1 = 32 cm e ℎ𝑝2 = 25 cm e para as vigas ℎ𝑣1 =

ℎ𝑣2 = 30 cm.

Na configuração do AG para a solução prática, foi modificado apenas ℎ𝑝1 dos

pilares, para uma solução próxima a ótima múltipla de 5, sendo utilizada a altura para a

seção dos pilares ℎ𝑝1 = 35 cm, obtendo um valor do custo prático do pórtico de R$

122.053,17. Deve-se ressaltar que ambas as soluções não violam as restrições.

Page 69: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

55

Figura 4.9: Custos dos pórticos referentes à situação 2.

Figura 4.10: Valores das variáveis de projetos referentes à situação 2.

Ao comparar os resultados obtidos pelo AG e a solução prática (Figuras 4.9 e

4.10), percebe-se que os resultados totais do pórtico são muito próximos, sendo o valor

prático apenas 0,14% superior ao fornecido pelo AG. Assim como a situação 1, a

diferença entre as soluções ocorreu devido à altura do pilar e, consequentemente, maiores

custos do concreto e forma, porém a situação 2 apresentou redução da diferença entre os

insumos do AG e o prático. Isto se deve ao uso de duas variáveis de projeto para a seção

dos pilares, permitindo dimensões mais coerentes com os esforços atuantes. O aumento

da altura do pilar ocasionou uma diminuição de 0,70 % do aço e aumento de 2,00% e

1,60% no concreto e forma, respectivamente.

122.053,17

80.189,24

12.555,21

29.308,72

121.882,17

80.723,32

12.308,80

28.850,05

0,00 40.000,00 80.000,00 120.000,00 160.000,00

Total

Aço

Concreto

Forma

Custo (R$)

AG Prático

32

25

30 30

35

25

30 30

23

25

27

29

31

33

35

37

hp1 hp2 hv1 hv2

Alt

ura

da

seçã

o t

ran

sver

sal (

cm)

AG Prático

Page 70: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

56

Na Figura 4.11 são apresentados os detalhamentos dos pilares obtidos pelo AG.

O dimensionamento das vigas permanece conforme a situação 1. É interessante observar

que a armadura dos pilares é menor nos andares superiores e para as vigas a armadura

permanece constante para todos os andares. Tal comportamento é condizente com os

esforços atuantes nas peças.

Pav

imen

to

𝑏 = 20𝑐𝑚

ℎ = 25𝑐𝑚

𝑁𝑏 = 4

∅𝑙 = 10𝑚𝑚

∅𝑤 = 5𝑚𝑚

𝑠 = 10𝑐𝑚

𝑏 = 20𝑐𝑚

ℎ = 25𝑐𝑚

𝑁𝑏 = 4

∅𝑙 = 10𝑚𝑚

∅𝑤 = 5𝑚𝑚

𝑠 = 10𝑐𝑚

𝑏 = 20𝑐𝑚

ℎ = 25𝑐𝑚

𝑁𝑏 = 4

∅𝑙 = 10𝑚𝑚

∅𝑤 = 5𝑚𝑚

𝑠 = 10𝑐𝑚

𝑏 = 20𝑐𝑚

ℎ = 25𝑐𝑚

𝑁𝑏 = 4

∅𝑙 = 10𝑚𝑚

∅𝑤 = 5𝑚𝑚

𝑠 = 10𝑐𝑚

Pav

imen

to

𝑏 = 20𝑐𝑚

ℎ = 25𝑐𝑚

𝑁𝑏 = 4

∅𝑙 = 10𝑚𝑚

∅𝑤 = 5𝑚𝑚

𝑠 = 10𝑐𝑚

𝑏 = 20𝑐𝑚

ℎ = 25𝑐𝑚

𝑁𝑏 = 4

∅𝑙 = 10𝑚𝑚

∅𝑤 = 5𝑚𝑚

𝑠 = 10𝑐𝑚

𝑏 = 20𝑐𝑚

ℎ = 25𝑐𝑚

𝑁𝑏 = 4

∅𝑙 = 10𝑚𝑚

∅𝑤 = 5𝑚𝑚

𝑠 = 10𝑐𝑚

𝑏 = 20𝑐𝑚

ℎ = 25𝑐𝑚

𝑁𝑏 = 4

∅𝑙 = 10𝑚𝑚

∅𝑤 = 5𝑚𝑚

𝑠 = 10𝑐𝑚

Pav

imen

to

𝑏 = 20𝑐𝑚

ℎ = 32𝑐𝑚

𝑁𝑏 = 6

∅𝑙 = 12.5𝑚𝑚

∅𝑤 = 5𝑚𝑚

𝑠 = 10𝑐𝑚

𝑏 = 20𝑐𝑚

ℎ = 32𝑐𝑚

𝑁𝑏 = 4

∅𝑙 = 10𝑚𝑚

∅𝑤 = 5𝑚𝑚

𝑠 = 10𝑐𝑚

𝑏 = 20𝑐𝑚

ℎ = 32𝑐𝑚

𝑁𝑏 = 4

∅𝑙 = 10𝑚𝑚

∅𝑤 = 5𝑚𝑚

𝑠 = 10𝑐𝑚

𝑏 = 20𝑐𝑚

ℎ = 32𝑐𝑚

𝑁𝑏 = 6

∅𝑙 = 12.5𝑚𝑚

∅𝑤 = 5𝑚𝑚

𝑠 = 15𝑐𝑚

Pav

imen

to

𝑏 = 20𝑐𝑚

ℎ = 32𝑐𝑚

𝑁𝑏 = 6

∅𝑙 = 16𝑚𝑚

∅𝑤 = 5𝑚𝑚

𝑠 = 15𝑐𝑚

𝑏 = 20𝑐𝑚

ℎ = 32𝑐𝑚

𝑁𝑏 = 6

∅𝑙 = 10𝑚𝑚

∅𝑤 = 5𝑚𝑚

𝑠 = 10𝑐𝑚

𝑏 = 20𝑐𝑚

ℎ = 32𝑐𝑚

𝑁𝑏 = 6

∅𝑙 = 10𝑚𝑚

∅𝑤 = 5𝑚𝑚

𝑠 = 10𝑐𝑚

𝑏 = 20𝑐𝑚

ℎ = 32𝑐𝑚

𝑁𝑏 = 6

∅𝑙 = 12.5𝑚𝑚

∅𝑤 = 5𝑚𝑚

𝑠 = 15𝑐𝑚

Tér

reo

𝑏 = 20𝑐𝑚

ℎ = 32𝑐𝑚

𝑁𝑏 = 6

∅𝑙 = 20𝑚𝑚

∅𝑤 = 5𝑚𝑚

𝑠 = 20𝑐𝑚

𝑏 = 20𝑐𝑚

ℎ = 32𝑐𝑚

𝑁𝑏 = 6

∅𝑙 = 16𝑚𝑚

∅𝑤 = 5𝑚𝑚

𝑠 = 15𝑐𝑚

𝑏 = 20𝑐𝑚

ℎ = 32𝑐𝑚

𝑁𝑏 = 6

∅𝑙 = 16𝑚𝑚

∅𝑤 = 5𝑚𝑚

𝑠 = 15𝑐𝑚

𝑏 = 20𝑐𝑚

ℎ = 32𝑐𝑚

𝑁𝑏 = 6

∅𝑙 = 12.5𝑚𝑚

∅𝑤 = 5𝑚𝑚

𝑠 = 15𝑐𝑚

Pilar Intermediário

2 repetições

Pilar de Extremidade

4 repetições

Pilar de Extremidade

2 repetições

Pilar de Canto

4 repetições

Figura 4.11: Detalhamento dos pilares obtidos pelo AG na situação 2.

Na terceira análise, Figura 4.12 e 4.13, considerada a situação 3 de distribuição

das variáveis de projeto da Tabela 4.1, o custo ótimo é de R$ 120.094,87, o que

corresponde a 3,16% de melhoria em relação a situação 1. A resultado encontrado pelo

AG para os valores da altura da seção do pilar são ℎ𝑝1 = 35 cm, ℎ𝑝2 = 28 cm, ℎ𝑝3 = 27

cm, ℎ𝑝4 = 25 cm e ℎ𝑝5 = 25 cm e para as vigas ℎ𝑣1 = ℎ𝑣2 = 30 cm. Na configuração do

AG para a solução prática, foi modificado apenas ℎ𝑝2 = ℎ𝑝3 = 30 cm, para a solução

Page 71: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

57

próxima a ótima múltipla de 5, obtendo um valor do custo prático do pórtico de R$

120.412,38. Deve-se ressaltar que ambas as soluções não violam as restrições.

Figura 4.12: Custos dos pórticos referentes à situação 3.

Figura 4.13: Valores das variáveis de projetos referentes à situação 3.

Ao comparar os resultados obtidos pelo AG e a solução prática (Figuras 4.12 e

4.13), vê-se que os resultados totais do pórtico são muito próximos, sendo o valor prático

apenas 0,26% superior ao fornecido pelo AG. Assim como a situação 1 e 2, a diferença

entre as soluções ocorreu devido à altura do pilar e, consequentemente, maiores custos do

concreto e forma. O aumento da altura do pilar ocasionou uma diminuição de 0,1% do

aço e aumento de 1,15% e 0,90% no concreto e forma, respectivamente.

120.412,38

79.331,87

12.281,42

28.799,09

120.094,87

79.406,08

12.144,52

28.544,27

0,00 40.000,00 80.000,00 120.000,00 160.000,00

Total

Aço

Concreto

Forma

Custo (R$)

AG Prático

35

2827

25 25

30 30

35

30 30

25 25

30 30

23

25

27

29

31

33

35

37

hp1 hp2 hp3 hp4 hp5 hv1 hv2

Alt

ura

da

seçã

o t

ran

sver

sal (

cm)

AG Prático

Page 72: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

58

A situação 3 apresentou uma menor redução da diferença entre os insumos do AG

e o prático, acompanhando a tendência da situação 2. Isto se deve, também, ao uso de

mais variáveis de projeto para a seção dos pilares, permitindo dimensões mais coerentes

com os esforços atuantes.

O detalhamento dos pilares obtidos pelo AG para cada trecho do pórtico está

ilustrado na Figura 4.14. Tal como esperado, as dimensões dos pilares são maiores para

os andares mais baixos da estrutura e as dimensões das vigas permaneceram constantes.

Ambos os comportamentos aqui destacados estão condizentes com as solicitações.

Pav

imen

to

𝑏 = 20𝑐𝑚

ℎ = 25𝑐𝑚

𝑁𝑏 = 4

∅𝑙 = 10𝑚𝑚

∅𝑤 = 5𝑚𝑚

𝑠 = 10𝑐𝑚

𝑏 = 20𝑐𝑚

ℎ = 25𝑐𝑚

𝑁𝑏 = 4

∅𝑙 = 10𝑚𝑚

∅𝑤 = 5𝑚𝑚

𝑠 = 10𝑐𝑚

𝑏 = 20𝑐𝑚

ℎ = 25𝑐𝑚

𝑁𝑏 = 4

∅𝑙 = 10𝑚𝑚

∅𝑤 = 5𝑚𝑚

𝑠 = 10𝑐𝑚

𝑏 = 20𝑐𝑚

ℎ = 25𝑐𝑚

𝑁𝑏 = 4

∅𝑙 = 10𝑚𝑚

∅𝑤 = 5𝑚𝑚

𝑠 = 10𝑐𝑚

Pav

imen

to

𝑏 = 20𝑐𝑚

ℎ = 25𝑐𝑚

𝑁𝑏 = 4

∅𝑙 = 10𝑚𝑚

∅𝑤 = 5𝑚𝑚

𝑠 = 10𝑐𝑚

𝑏 = 20𝑐𝑚

ℎ = 25𝑐𝑚

𝑁𝑏 = 4

∅𝑙 = 10𝑚𝑚

∅𝑤 = 5𝑚𝑚

𝑠 = 10𝑐𝑚

𝑏 = 20𝑐𝑚

ℎ = 25𝑐𝑚

𝑁𝑏 = 4

∅𝑙 = 10𝑚𝑚

∅𝑤 = 5𝑚𝑚

𝑠 = 10𝑐𝑚

𝑏 = 20𝑐𝑚

ℎ = 25𝑐𝑚

𝑁𝑏 = 4

∅𝑙 = 10𝑚𝑚

∅𝑤 = 5𝑚𝑚

𝑠 = 10𝑐𝑚

Pav

imen

to

𝑏 = 20𝑐𝑚

ℎ = 27𝑐𝑚

𝑁𝑏 = 6

∅𝑙 = 12.5𝑚𝑚

∅𝑤 = 5𝑚𝑚

𝑠 = 10𝑐𝑚

𝑏 = 20𝑐𝑚

ℎ = 27𝑐𝑚

𝑁𝑏 = 4

∅𝑙 = 10𝑚𝑚

∅𝑤 = 5𝑚𝑚

𝑠 = 10𝑐𝑚

𝑏 = 20𝑐𝑚

ℎ = 27𝑐𝑚

𝑁𝑏 = 4

∅𝑙 = 10𝑚𝑚

∅𝑤 = 5𝑚𝑚

𝑠 = 10𝑐𝑚

𝑏 = 20𝑐𝑚

ℎ = 27𝑐𝑚

𝑁𝑏 = 6

∅𝑙 = 12.5𝑚𝑚

∅𝑤 = 5𝑚𝑚

𝑠 = 15𝑐𝑚

Pav

imen

to

𝑏 = 20𝑐𝑚

ℎ = 28𝑐𝑚

𝑁𝑏 = 6

∅𝑙 = 16𝑚𝑚

∅𝑤 = 5𝑚𝑚

𝑠 = 15𝑐𝑚

𝑏 = 20𝑐𝑚

ℎ = 28𝑐𝑚

𝑁𝑏 = 6

∅𝑙 = 10𝑚𝑚

∅𝑤 = 5𝑚𝑚

𝑠 = 10𝑐𝑚

𝑏 = 20𝑐𝑚

ℎ = 28𝑐𝑚

𝑁𝑏 = 6

∅𝑙 = 10𝑚𝑚

∅𝑤 = 5𝑚𝑚

𝑠 = 10𝑐𝑚

𝑏 = 20𝑐𝑚

ℎ = 28𝑐𝑚

𝑁𝑏 = 6

∅𝑙 = 12.5𝑚𝑚

∅𝑤 = 5𝑚𝑚

𝑠 = 15𝑐𝑚

Tér

reo

𝑏 = 20𝑐𝑚

ℎ = 35𝑐𝑚

𝑁𝑏 = 8

∅𝑙 = 16𝑚𝑚

∅𝑤 = 5𝑚𝑚

𝑠 = 15𝑐𝑚

𝑏 = 20𝑐𝑚

ℎ = 35𝑐𝑚

𝑁𝑏 = 8

∅𝑙 = 12.5𝑚𝑚

∅𝑤 = 5𝑚𝑚

𝑠 = 15𝑐𝑚

𝑏 = 20𝑐𝑚

ℎ = 35𝑐𝑚

𝑁𝑏 = 8

∅𝑙 = 12.5𝑚𝑚

∅𝑤 = 5𝑚𝑚

𝑠 = 15𝑐𝑚

𝑏 = 20𝑐𝑚

ℎ = 35𝑐𝑚

𝑁𝑏 = 6

∅𝑙 = 12.5𝑚𝑚

∅𝑤 = 5𝑚𝑚

𝑠 = 15𝑐𝑚

Pilar Intermediário

2 repetições

Pilar de Extremidade

4 repetições

Pilar de Extremidade

2 repetições

Pilar de Canto

4 repetições

Figura 4.14: Detalhamento dos pilares obtidos pelo AG na situação 3.

A Figura 4.15 ilustra a resposta da função objetivo para as 3 situações analisadas.

Como era de se esperar, há uma diminuição no valor da função objetivo à medida que o

número das variáveis de projeto aumenta, ou seja, uma redução no custo é obtida quando

Page 73: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

59

o pórtico é discretizado em 7 variáveis (situação 3). Neste caso, a solução obtida pelo

programa AG foi 3,16% mais econômica do que a proposta inicial na situação 1. Tal

resultado deve-se ao fato de ocorrer uma maior flexibilidade à medida que o número de

compartimentos aumenta e, portanto, o número de variáveis de projeto cresce.

Figura 4.15: Comparação entre os custos dos pórticos referentes as situações 1, 2 e 3.

Os custos totais de insumos dos pilares e das vigas estão apresentados nas Figuras

4.16 e Figura 4.17, respectivamente. Pode-se observar que, para os pilares e vigas, o custo

do aço constitui a maior parcela seguidos das parcelas correspondentes ao custo da forma

e do concreto.

A caracterização das vigas com seção constante é observada em todas as situações.

Isto é de certa forma previsível tendo em vista às solicitações uniformes nas vigas que

formam o pórtico e a simetria do mesmo.

29.563,53

28.850,05

28.544,27

81.635,41

80.723,32

79.406,08

12.692,10

12.308,80

12.144,52

123.891,04

121.882,17

120.094,87

0,00 20.000,00 40.000,00 60.000,00 80.000,00 100.000,00 120.000,00 140.000,00

Situação 1

Situação 2

Situação 3

Custo (R$)

Total Concreto Aço Forma

Page 74: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

60

Figura 4.16: Comparação entre os custos dos insumos dos pilares referentes as situações

1, 2 e 3.

Figura 4.17: Comparação entre os custos dos insumos das vigas referentes as situações

1, 2 e 3.

4.4 Avaliação da variação de preços dos materiais

O resultado da otimização está vinculado aos preços utilizados para os insumos e a

mão de obra. Logo, se os preços forem alterados, a solução ótima também pode ser

alterada. Desta forma, o projeto ótimo desenvolvido para uma determinada região em um

0,00

5.000,00

10.000,00

15.000,00

20.000,00

Situação 1 Situação 2 Situação 3

Cu

sto

(R

$)

Concreto Aço Forma

0,00

20.000,00

40.000,00

60.000,00

80.000,00

Situação 1, 2 e 3

Cu

sto

(R

$)

Concreto Aço Forma

Page 75: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

61

determinado tempo, pode não ser ótimo em regiões ou datas diferentes, pois estas

características influenciam os preços que por sua vez irão impactar a solução ótima.

Nesta seção será avaliada, a partir do resultado ótimo obtido para a situação 1 com

4.000 avaliações, a influência da variação independentemente dos custos dos insumos no

custo da solução ótima. Foram realizadas análises aumentando os custos em 25% e 50%.

Os resultados destas avaliações estão apresentados nas Tabelas 4.6, 4.7 e 4.8.

Tabela 4.6: Influência da variação de 𝐶𝑐 no custo total do pórtico.

Concreto 100% 125% 150%

Custo concreto (R$/m³) 12.692,10 15.865,13 19.038,15

Custo aço (R$/kg) 81.635,41 81.635,41 81.635,41

Custo forma (R$/m²) 29.563,53 29.563,53 29.563,53

Custo total (R$/m) 123.891,04 127.064,07 130.237,09

Tabela 4.7: Influência da variação de 𝐶𝑎 no custo total do pórtico.

Aço 100% 125% 150%

Custo concreto (R$/m³) 12.692,10 12.692,10 12.692,10

Custo aço (R$/kg) 81.635,41 102.044,26 122.453,12

Custo forma (R$/m²) 29.563,53 29.563,53 29.563,53

Custo total (R$/m) 123.891,04 144.299,90 164.708,75

Tabela 4.8: Influência da variação de 𝐶𝑓 no custo total do pórtico.

Forma 100% 125% 150%

Custo concreto (R$/m³) 12.692,10 12.692,10 12.692,10

Custo aço (R$/kg) 81.635,41 81.635,41 81.635,41

Custo forma (R$/m²) 29.563,53 36.954,41 44.345,30

Custo total (R$/m) 123.891,04 131.281,93 138.672,81

A Figura 4.18 representa os resultados do aumento dos insumos no custo total do

pórtico em percentual, mostrando que a mesma tendência de comportamento dos custos

é mantida para ambas as variações de preço, sendo o aço o insumo que exerce maior

influência no custo final da seção. Também é possível observar que a variação no preço

da forma tem impacto maior no custo do que a variação no preço do concreto, o que é

esperado tendo em vista que custo da forma é maior que o custo de concreto.

Page 76: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

62

Figura 4.18: Influência do aumento dos insumos no custo total do pórtico.

A partir da Tabela 4.6 e da Figura 4.18, pode-se perceber que, para um aumento

de 25% e 50% no custo do concreto, há um acréscimo de 2,56% e 5,12%,

respectivamente, no custo total da solução ótima. Com base nos resultados apresentados

na Tabela 4.7 e na Figura 4.18, nota-se que para um incremento de 25% e 50% no custo

do aço, há um aumento de 16,47% e 32,95%, respectivamente, no custo final da solução

ótima. Já na Tabela 4.8 e na Figura 4.18, observa-se um aumento de 5,97% e 11,93%, no

custo final da solução ótima devido ao acréscimo de 25% e 50% no custo da forma,

respectivamente.

Nas Tabelas de 4.6 a 4.8 é possível perceber também que exceto o custo

relacionado ao preço do insumo que está variando, os demais custos não variam. Isto

significa que mesmo com alterações significativas nos custos dos insumos a solução

ótima não se altera. Portanto, para o pórtico analisado, pode-se dizer que a solução ótima

não varia com alterações de custos, ou seja, a solução ótima pode se manter por um bom

período de tempo, não sendo necessário esperar que o projeto deixe de ser ótimo devido

à variação sofrida nos custos dos insumos entre o início da elaboração do projeto e da

execução da obra.

É importante ressaltar este tipo de análise é essencial para auxiliar o detalhamento

de estruturas, já que evidencia o material que se pode tirar o maior ou menor proveito.

Isso representa mais uma vantagem do dimensionamento ótimo em relação ao

dimensionamento tradicional, pois as variáveis de custo dos materiais são levadas

diretamente em consideração no cálculo da seção.

2,56%

5,12%

16,47%

32,95%

5,97%

11,93%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

125% 150%

Concreto Aço Forma

Page 77: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

63

5 Conclusões

A motivação para este estudo se deu a partir da constatação de que, geralmente,

os projetos estruturais são determinados de acordo com a experiência, habilidade e

intuição dos projetistas e isso garante soluções econômicas, mas não ótimas. Dessa

maneira, buscou-se desenvolver um procedimento que escolhe, em um conjunto de

possíveis soluções, as seções transversais que melhor atendam as restrições impostas.

O programa proposto foi desenvolvido utilizando a linguagem de programação

FORTRAN e envolveu a implementação de um algoritmo de otimização, um programa

comercial para análise estrutural e modelagem do pórtico e o procedimento de

dimensionamento conforme a norma NBR 6118:2014. A partir do programa

desenvolvido, foi estudada uma aplicação através da comparação entre o resultado ótimo

e a prática da construção civil. Também foi realizada uma análise de taxas de mutação e

cruzamento para verificar a combinação que aumenta a probabilidade de sucesso do

algoritmo, e uma avaliação da variação dos preços dos materiais, a fim de verificar se

aumentos significativos no preço de cada material modificaria a solução ótima encontrada

pelo AG.

Através da discussão comparativa dos resultados obtidos pelo AG para diferentes

concepções de projeto, fica evidenciada a eficácia do procedimento proposto na obtenção

das soluções ótimas. Foram alcançadas soluções coerentes com resultados esperados do

ponto de vista prático.

Na análise com diferentes combinações dos parâmetros de cruzamento e mutação

para melhorar o desempenho do Algoritmo Genético, minimizando a influência do

comportamento probabilístico no problema analisado, os resultados obtidos demostram

que o aumento da razão entre o tamanho da população inicial e o número de gerações

tende a melhorar o desempenho do algoritmo, como esperado.

Na avaliação da variação dos preços dos materiais, verificou-se que o custo do aço

é o mais representativo, seguido pelo custo da forma e concreto, respectivamente. Para as

variações de preços adotadas, pode-se verificar que os valores das variáveis da solução

ótima não foram afetados.

Pode-se concluir que o objetivo principal deste trabalho, otimizar um pórtico

tridimensional de concreto armado utilizando AGs a fim de obter projetos de custo

mínimo, foi concretizado com sucesso. Os resultados obtidos demostram que o AG

Page 78: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

64

empregado serve como uma ferramenta a mais para auxiliar o engenheiro no ambiente de

projetos, devido ao programa não fornecer apenas uma solução ótima, mas um conjunto

de soluções. Assim, caso necessário, o projetista pode utilizar uma solução diferente da

ótima, ou seja, uma outra cujo custo seja um pouco superior, mas que seja mais

conveniente.

É de relevância observar que, das mais de um milhão de soluções possíveis que

compõem o espaço de busca do problema, com o maior número de variáveis empregadas,

o AG encontrou um ponto ótimo ou na vizinhança do ponto ótimo explorando apenas

quatro mil soluções. Constatou-se, assim, que os AGs resultam em um procedimento

robusto que consegue trabalhar com muitas variáveis e foi facilmente adaptado ao

problema proposto.

Este trabalho também teve como objetivo desenvolver um programa para

otimização estrutural integrando rotinas de otimização com um programa comercial de

elementos finitos, gerando um procedimento flexível e amigável para usuário. A maior

vantagem do programa proposto é sua flexibilidade. É importante salientar já que o

procedimento não se limita a um único algoritmo de otimização e ao programa comercial

considerado, pois através de simples alterações das rotinas de interface pode-se empregar

outros algoritmos e/ou programas comerciais.

De uma maneira geral, este estudo se destaca por apresentar ao universo dos

engenheiros uma escolha ótima da concepção estrutural de projetos. Em geral, o projeto

é influenciado por vários aspectos externos, tais como a estética, funcionalidade e

construção dos projetos arquitetônicos e complementares. Assim, o engenheiro tem de

buscar, entre todas as possibilidades, a estrutura mais econômica. Utilizando métodos de

otimização, os projetistas podem comparar de maneira automatizada diversas soluções

que atendam melhor os aspectos do projeto investigado, e assim elaborar sua proposta.

5.1 Sugestões para trabalhos futuros

Alguns temas de pesquisa podem ser sugeridos para a continuação deste trabalho:

Incluir ao projeto outros elementos estruturais, como lajes, escadas, dentre outros,

fazendo a total integração entre os elementos usuais de edifícios de concreto

armado;

Page 79: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

65

Otimizar pórticos tridimensionais de concreto armado sob a ação de carregamento

dinâmico;

Otimizar pórticos tridimensionais de concreto armado considerando a não

linearidade geométrica e física exatos e comparar os resultados obtidos para o

mesmo problema considerando os métodos aproximados para a não-linearidade

física e geométrica propostos pela NBR 6118:2014;

Considerar o 𝑓𝑐𝑘 como variável de projeto, verificando diferentes faixas de

resistência do concreto.

Ampliar o procedimento de otimização para pilares e vigas com geometria de

seção transversal diferentes da retangular (seção I, seção L, seção T e outras);

Incorporar outro tipo de algoritmo ou paralelização das análises, objetivando

alcançar uma redução de tempo para o processamento.

Page 80: PROJETO ÓTIMO DE UM PÓRTICO TRIDIMENSIONAL DE CONCRETO …

66

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