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01 HISTÓRIA Ciências Humanas e Suas Tecnologias Professor Nilton Sousa NELSON MANDELA – ARAUTO DA PAZ E DA REDENÇÃO HUMANA Wikimedia Commons Nelson Rolihlahla Mandela, nasceu no dia 18 de julho de 1918, próximo de Qunu, cidade sul-africana. Teve uma infância próspera, durante a qual frequentou escolas particulares e, mais tarde faculdade, formando-se em Direito. Quanto terminou os estudos, Mandela trabalhava como assessor de justiça em Joanesburgo. Após as eleições em seu país em 1948, o regime político apartheid – que quer dizer vida separada – tornou-se Lei na África do Sul. O país ficou dividido em diversos segmentos raciais, com áreas demarcadas como África do Sul Branca e África do Sul Negra, entre outras. Tudo que envolvia o Governo – eleições, educação, dentre outras coisas – foi dividido em segmentos raciais, e a consequência disso foi o controle de todos os aspectos do governo sul-africano ter sido dominado pelos brancos. Diversas regiões foram segregadas por causa da presença de pessoas de outras raças. Em 1953, brancos e negros foram proibidos por lei, de compartilhar banheiros e bebedouros. Eram 20 milhões de negros submetidos a opressão de 4 milhões de brancos. Mandela começou sua luta contra o apartheid, ainda quando era estudante de Direito, no ano de 1942. Entrou efetivamente para oposição, ingressando no CNA – Congresso Nacional Africano – Movimento contra o apartheid. Em 1944, participou da fundação, junto com Oliver Tambo e Walter Sisulu, da Liga Jovem do CNA. Durante toda a década de 1950, Nelson Mandela foi um dos principais membros do movimento antiapartheid. Em 1955, participou da divulgação da “Carta da Liberdade”, documento pelo qual defendiam um programa para o fim do regime segregacionista. Mandela sempre defendeu a luta pacífica contra o apartheid. Porém, sua opinião mudou em 21 de março de 1960. Neste dia, policiais sul-africanos atiraram contra manifestantes negros, matando 69 pessoas. Esta data, conhecida como “O Massacre de Sharpeville”, fez com que Mandela passasse a defender a luta armada contra o sistema. Em 1961, Mandela tornou-se comandante do braço armado do CNA, conhecido como “Lança da Nação”. Passou a buscar ajuda financeira internacional para financiar a luta. Porém, em 1962, foi preso e condenado a cinco anos de prisão, por incentivo a greves e viagem ao exterior sem autorização. Em 1964, Mandela foi julgado novamente e condenado a prisão perpétua por planejar ações armadas. Mandela permaneceu preso de 1964 a 1990. Nestes 27 anos de prisão em uma pequena cela, tornou-se o símbolo da luta antiapartheid na África do Sul. Mesmo na prisão, conseguiu enviar cartas para organizar e incentivar a luta pelo fim da segregação racial no país. Neste período de prisão, recebeu apoio de vários segmentos sociais e governos do mundo todo, conclamando pela sua liberdade. Com um forte aumento das pressões internacionais, o então presidente da África do Sul, Frederik de Klerk determinou, em 11 de fevereiro de 1990, a libertação de Nelson Mandela e a retirada da ilegalidade do CNA – Congresso Nacional Africano. A partir daquele dia, 11 de fevereiro, um pouco depois das 15 horas o povo assiste a uma extraordinária visão. Nelson Mandela que estava detido, há quase trinta anos sem ser visto, aparece diante de uma incalculável multidão. Com o punho direito erguido representando o triunfo, caminha lentamente compartilhando com uma alegria que se traduzia em uma explosão de celebrações, e a partir de então sai do cárcere para se transformar no grande líder pacifista que mudaria o destino do seu povo. Uma multidão compacta se imprensava, ocupando todas as dependências de um estádio e somava-se a outro volume não menos numeroso que se espalhava por fora do estádio ocupando todas as áreas em torno e as artérias de acesso, para ouvirem Nelson Mandela pela primeira vez. A maioria esmagadora estava armada, eram armas de fogo e armas artesanais que levavam no corpo, prontos para revidarem aos anos de opressão impostos pelo apartheid. Nelson Mandela pronuncia suas primeiras palavras fazendo uma saudação a África e a multidão ecoa gritos de euforia e louvor. Ele pede silencio e é atendido. Então diante da grande Multidão silenciosa ele pronuncia: “Meus irmãos e irmãs, povo da África eu não vos falo aqui como um profeta, mas como um servidor de todos vocês. Depois de 27 anos eu vos digo que continuo pronto para morrer por nossa causa”. A Multidão vai aos gritos e aplausos efusivos. Ele faz uma pausa, espera o silencio... e novamente pronuncia – Mas não estou mais pronto para matar por ela. Eu peço a todos os negros que estão armados aqui neste estádio que apanhem suas armas e joguem no mar” – Foi o seu primeiro apelo pacifista que marcaria a tônica das suas ações. Em 1993, Nelson Mandela e o presidente Frederik de Klerk dividiram o Prêmio Nobel da Paz, pelos esforços em acabar com a segregação racial na África do Sul. Em 1994, Mandela tornou-se o primeiro presidente negro da África do Sul. Governou o país até 1999, sendo responsável pelo fim do regime segregacionista no país e também pela reconciliação de grupos internos. A luta de Nelson Mandela se traduz na trajetória de um ser humano excepcional, vencedor da discriminação racial, que superou o apartheid, quando fez a opção pela não violência ativa, promotor da reconciliação e da paz em uma sociedade dividida em classes e garantidor da reconstrução de uma sociedade fraterna, solidária e igualitária baseada na luta contra a pobreza, na proteção e defesa dos direitos humanos e

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nº01HISTÓRIA

Ciências Humanas e Suas Tecnologias

Professor Nilton Sousa

NELSON MANDELA – ARAUTO DA PAZ E DA REDENÇÃO HUMANA

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Nelson Rolihlahla Mandela, nasceu no dia 18 de julho de 1918, próximo de Qunu, cidade sul-africana. Teve uma infância próspera, durante a qual frequentou escolas particulares e, mais tarde faculdade, formando-se em Direito. Quanto terminou os estudos, Mandela já trabalhava como assessor de justiça em Joanesburgo.

Após as eleições em seu país em 1948, o regime político apartheid – que quer dizer vida separada – tornou-se Lei na África do Sul. O país fi cou dividido em diversos segmentos raciais, com áreas demarcadas como África do Sul Branca e África do Sul Negra, entre outras. Tudo que envolvia o Governo – eleições, educação, dentre outras coisas – foi dividido em segmentos raciais, e a consequência disso foi o controle de todos os aspectos do governo sul-africano ter sido dominado pelos brancos. Diversas regiões foram segregadas por causa da presença de pessoas de outras raças. Em 1953, brancos e negros foram proibidos por lei, de compartilhar banheiros e bebedouros. Eram 20 milhões de negros submetidos a opressão de 4 milhões de brancos.

Mandela começou sua luta contra o apartheid, ainda quando era estudante de Direito, no ano de 1942. Entrou efetivamente para oposição, ingressando no CNA – Congresso Nacional Africano – Movimento contra o apartheid. Em 1944, participou da fundação, junto com Oliver Tambo e Walter Sisulu, da Liga Jovem do CNA.

Durante toda a década de 1950, Nelson Mandela foi um dos principais membros do movimento antiapartheid. Em 1955, participou da divulgação da “Carta da Liberdade”, documento pelo qual defendiam um programa para o fi m do regime segregacionista.

Mandela sempre defendeu a luta pacífi ca contra o apartheid. Porém, sua opinião mudou em 21 de março de 1960. Neste dia, policiais sul-africanos atiraram contra manifestantes negros, matando 69 pessoas. Esta data, conhecida como “O Massacre de Sharpeville”, fez com que Mandela passasse a defender a luta armada contra o sistema.

Em 1961, Mandela tornou-se comandante do braço armado do CNA, conhecido como “Lança da Nação”. Passou a buscar ajuda fi nanceira internacional para fi nanciar a luta. Porém, em 1962, foi preso e condenado a cinco anos de prisão, por incentivo a greves e viagem ao exterior sem autorização. Em 1964, Mandela foi julgado novamente e condenado a prisão perpétua por planejar ações armadas.

Mandela permaneceu preso de 1964 a 1990. Nestes 27 anos de prisão em uma pequena cela, tornou-se o símbolo da luta antiapartheid na África do Sul. Mesmo na prisão, conseguiu enviar cartas para organizar e incentivar a luta pelo fi m da segregação racial no país. Neste período de prisão, recebeu apoio de vários segmentos sociais e governos do mundo todo, conclamando pela sua liberdade.

Com um forte aumento das pressões internacionais, o então presidente da África do Sul, Frederik de Klerk determinou, em 11 de fevereiro de 1990, a libertação de Nelson Mandela e a retirada da ilegalidade do CNA – Congresso Nacional Africano.

A partir daquele dia, 11 de fevereiro, um pouco depois das 15 horas o povo assiste a uma extraordinária visão. Nelson Mandela que estava detido, há quase trinta anos sem ser visto, aparece diante de uma incalculável multidão. Com o punho direito erguido representando o triunfo, caminha lentamente compartilhando com uma alegria que se traduzia em uma explosão de celebrações, e a partir de então sai do cárcere para se transformar no grande líder pacifi sta que mudaria o destino do seu povo.

Uma multidão compacta se imprensava, ocupando todas as dependências de um estádio e somava-se a outro volume não menos numeroso que se espalhava por fora do estádio ocupando todas as áreas em torno e as artérias de acesso, para ouvirem Nelson Mandela pela primeira vez. A maioria esmagadora estava armada, eram armas de fogo e armas artesanais que levavam no corpo, prontos para revidarem aos anos de opressão impostos pelo apartheid. Nelson Mandela pronuncia suas primeiras palavras fazendo uma saudação a África e a multidão ecoa gritos de euforia e louvor. Ele pede silencio e é atendido. Então diante da grande Multidão silenciosa ele pronuncia: “Meus irmãos e irmãs, povo da África eu não vos falo aqui como um profeta, mas como um servidor de todos vocês. Depois de 27 anos eu vos digo que continuo pronto para morrer por nossa causa”. A Multidão vai aos gritos e aplausos efusivos. Ele faz uma pausa, espera o silencio... e novamente pronuncia – Mas não estou mais pronto para matar por ela. Eu peço a todos os negros que estão armados aqui neste estádio que apanhem suas armas e joguem no mar” – Foi o seu primeiro apelo pacifi sta que marcaria a tônica das suas ações.

Em 1993, Nelson Mandela e o presidente Frederik de Klerk dividiram o Prêmio Nobel da Paz, pelos esforços em acabar com a segregação racial na África do Sul.

Em 1994, Mandela tornou-se o primeiro presidente negro da África do Sul. Governou o país até 1999, sendo responsável pelo fi m do regime segregacionista no país e também pela reconciliação de grupos internos.

A luta de Nelson Mandela se traduz na trajetória de um ser humano excepcional, vencedor da discriminação racial, que superou o apartheid, quando fez a opção pela não violência ativa, promotor da reconciliação e da paz em uma sociedade dividida em classes e garantidor da reconstrução de uma sociedade fraterna, solidária e igualitária baseada na luta contra a pobreza, na proteção e defesa dos direitos humanos e

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Ciências Humanas e Suas Tecnologias

na Paz Social. Uma vida inteira que aponta para o signifi cado pacifi sta que revelam toda a dimensão humanitária escondida como um tesouro inesgotável no fundo do coração de Nelson Mandela – a liberdade e a justiça construídas como alicerces da Paz. Percepção que falta a muitos dos atuais dirigentes do mundo que fazem da miséria e da extrema pobreza de milhões de pessoas, seu fundo de comércio para a perenidade do capitalismo selvagem.

Com o fi m do mandato de presidente, Mandela afastou-se da política dedicando-se a causas de várias organizações sociais em prol dos direitos humanos. Já recebeu diversas homenagens e congratulações internacionais pelo reconhecimento de sua vida de luta pelos direitos sociais e pela superação e descoberta da vacina contra a AIDS, doença que vem assolando como epidemia em seu país.

Reconhecendo a luta pela liberdade e pela proteção dos direitos humanos, a ONU Organização das Nações Unidas, pela primeira vez em sua história, dedicou desde 2010, um Dia a ser celebrado mundialmente a uma pessoa física: O dia 18 de julho foi declarado “Dia Internacional Nelson Mandela” e que já é comemorado no mundo inteiro, lembrando em primeiro lugar a luta contra apartheid, a luta pela liberdade e pela proteção dos direitos humanos e, ao mesmo tempo, o símbolo de estoicismo que é o próprio Mandela para a humanidade.

Que cada pessoa, sequiosa de paz, com esperança e liberdade, justiça e democracia, faça de cada dia um “Dia Nelson Mandela” para que a civilização humana seja enriquecida na sua diversidade pelas ações nobres e sublimes, independentemente de raça ou etnia, da religião ou credo, do sexo ou da opção sexual, das classes ou práticas sociais, ou culturais. E que possamos honrar no mundo os ideais de Nelson Mandela, cuja alma deixou na terra no dia 5 de dezembro de 2013, a última opressão da sua vida: a de seu corpo envelhecido e doente, para buscar a grande liberdade nas dimensões espirituais para onde já foram e lhes esperavam os espíritos: Mahatma Gandhi, Steve Bico, Madre Tereza de Calcutá, Chico Xavier, Dom Helder, Chico Mendes, Luther King e outros arautos da Paz e da redenção humanas.

Clóvis Souza Nunes Escritor e conferencista Internacional.Coordenador Nacional da ONG – MovPaz – Mov. Internacional Pela Paz e Não Violência.

Representante da Rede Desarma Brasil no CONASP-Conselho Nacional de Segurança Pública-MJ Coordenador Regional da Campanha do Desarmamento – Rede Desarma Brasil – MJ.

Exercícios

1. (Cesgranrio/1992) A luta das populações negras e as pressões internacionais estão pouco a pouco minando o apartheid. Todavia, os problemas sociais e políticos da África do Sul ainda estão longe de serem resolvidos. Sobre esse problema, pode-se afi rmar que:I. as populações negras não obtiveram uma representatividade

político-eleitoral que viabilize um governo hegemônico das maiorias negras;

II. avançaram as conquistas socioeconômicas da população negra, o que eliminou em grande parte as desigualdades sociais antes existentes;

III. o governo sul-africano vem jogando com as disputas intertribais, fi nanciando grupos que se opõem à liderança de Nelson Mandela;

IV. face às pequenas mudanças introduzidas no apartheid, algumas sanções contra a África do Sul começam a ser suspensas.

Assinale a opção que contém as afi rmativas corretas: a) apenas I, II e III. b) apenas I, III e IV. c) apenas II e III. d) apenas II, III e IV. e) apenas II e IV.

2. (FGV-RJ/2010) A democracia sul-africana completou quinze anos em 2009. O delicado processo histórico de transição negociado desde 1990, dirigido por Nelson Mandela e o então presidente Frederik de Klerk, resultou em um novo governo de unidade nacional. No que se refere ao processo de transição democrática sul-africana é correto afi rmar:a) Foi marcado pelo aprofundamento dos confl itos com protestos

de movimentos estudantis, boicotes e greves decretados pelos sindicatos negros.

b) Foi marcado pela guerra civil e a vitória militar do governo do apartheid.

c) Foi marcado pela tolerância política e pela reconciliação entre os principais opositores durante o apartheid: o Partido Nacional e o Congresso Nacional Africano.

d) Foi marcado pela imposição de sanções da ONU e pela expulsão da África do Sul das Federações Esportivas Internacionais.

e) Foi marcado pela radicalização política e pela oposição entre negros e brancos, dando início à luta armada.

3. (UFF/2010)

O MUNDO COMO FÁBULA, COMO PERVERSIDADE E COMO POSSIBILIDADE

Vivemos num mundo confuso e confusamente percebido. Haveria nisto um paradoxo pedindo uma explicação? De um lado, é abusivamente mencionado o extraordinário progresso das ciências e das técnicas, das quais um dos frutos são os novos materiais artifi ciais que autorizam a precisão e a intencionalidade. De outro lado, há, também, referência obrigatória à aceleração contemporânea e todas as vertigens que criam, a começar pela própria velocidade. Todos esses, porém, são dados de um mundo físico fabricado pelo homem, cuja utilização, aliás, permite que o mundo se torne esse mundo confuso e confusamente percebido.

De fato, se desejamos escapar à crença de que esse mundo assim apresentado é verdadeiro, e não queremos admitir a permanência de sua percepção enganosa, devemos considerar a existência de pelo menos três mundos num só. O primeiro seria o mundo tal como nos fazem vê-lo: a globalização como fábula; o segundo seria o mundo tal como ele é: a globalização como perversidade; e o terceiro, o mundo como ele pode ser: uma outra globalização.

SANTOS, Milton. Por uma outra globalização. Do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2000, p. 17-18.

Em 2010, a África do Sul sediou a Copa do Mundo de Futebol, a primeira a ocorrer em continente africano, numa decorrência direta do processo de globalização. Tal evento marcou decisivamente o destino daquele país, reconhecido como um território de rica diversidade linguística e cultural, mas com uma história de exploração e domínio, que repercute nos seus índices de contaminação por AIDS, por exemplo.

Sobre as consequências que a Copa do Mundo acarretou para a história da África do Sul, pode-se afi rmar: a) Aumentou as exportações de diamantes, dilapidados em pequenas

unidades familiares na região de Kimberley, produzindo recursos que serão direcionados para a melhoria das condições de saúde da população, confi rmando o ditado popular “o diamante é vida”.

b) Representou um grande incentivo à indústria do turismo desse país, cujo crescimento é, em parte, consequência do fi m do sistema de apartheid e ainda apresenta difi culdades com relação aos processos de acumulação de riqueza e às desigualdades sociais.

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Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias

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Ciências Humanas e Suas Tecnologias

c) Marcou a consolidação do processo de emancipação do país, iniciado, entre os anos de 1994 e 1999, por Nelson Mandela, que por sua origem inglesa foi o responsável pela divulgação dos ideais europeus de harmonia entre as raças.

d) Legitimou a chamada Lei da Terra (Natives Land Acts) de 1913, pela qual os negros adquiriram a condição de acesso sobre 7,5% das terras da África do Sul, incluindo os territórios tribais e os direitos dos negros de terem assento no Parlamento.

e) Eliminou as chamadas fronteiras étnicas − um dos mais graves problemas do continente africano – que tiveram como resultado um dos mais trágicos confl itos étnicos ocorridos nos anos 1990 na região de Biafra, África do Sul.

4. (PUC-PR/2009) O Apartheid foi um regime político que segregou grande parte da população sul-africana, baseado no princípio da cor da pele.Esse regime terminou no início da década de 1990, por meio de: a) Uma guerra civil que irrompeu liderada por Nelson Mandela e

que ameaçou a estabilidade política e econômica do país. b) Estados Unidos e Grã-Bretanha ameaçaram invadir a África do

Sul, se o poder não fosse entregue também aos cidadãos não brancos da África do Sul.

c) Uma grave crise econômica abateu-se sobre a África do Sul, em decorrência de uma prolongada greve geral promovida pelos trabalhadores negros, que se recusaram a trabalhar nas empresas e minas sul-africanas, até que a cidadania plena lhes fosse concedida.

d) Um plebiscito, no qual a população branca da África do Sul decidiu abolir o regime e permitir que a população sul-africana não branca também participasse da vida política de seu país. Essa ação foi motivada por fortes pressões internacionais que ameaçavam a estabilidade da economia sul-africana.

e) Uma coligação militar formada por vários países africanos, incluindo Nigéria, Tanzânia, Quênia, Angola e Moçambique, ameaçou cortar ligações econômicas com a África do Sul, caso a cidadania plena não fosse concedida a toda população.

5. (Fuvest/2013) Fosse com militares ou civis, a África esteve por vários anos entregue a ditadores. Em alguns países, vigorava uma espécie de semidemocracia, com uma oposição consentida e controlada, um regime que era, em última análise, um governo autoritário. A única saída para os insatisfeitos e também para aqueles que tinham ambições de poder passou a ser a luta armada. Alguns países foram castigados por ferozes guerras civis, que, em certos casos, foram alongadas por interesses extracontinentais.

Alberto da Costa e Silva. A África explicada aos meus fi lhos. Rio de Janeiro: Agir, 2008, p. 139.

Entre os exemplos do alongamento dos confl itos internos nos países africanos em função de “interesses extracontinentais”, a que se refere o texto, pode-se citar a participação:a) da Holanda e da Itália na guerra civil do Zaire, na década de 1960,

motivada pelo controle sobre a mineração de cobre na região.b) dos Estados Unidos na implantação do apartheid na África

do Sul, na década de 1970, devido às tensões decorrentes do movimento pelos direitos civis. 078593/14 – Erbínio: 13/01/2014 – Rev.: TM

c) da França no apoio à luta de independência na Argélia e no Marrocos, na década de 1950, motivada pelo interesse em controlar as reservas de gás natural desses países.

d) da China na luta pela estabilização política no Sudão e na Etiópia, na década de 1960, motivada pelas necessidades do governo Mao Tse-Tung em obter fornecedores de petróleo.

e) da União Soviética e Cuba nas guerras civis de Angola e Moçambique, na década de 1970, motivada pelas rivalidades e interesses geopolíticos característicos da Guerra Fria.

Anotações