produÇÃo e aplicaÇÃo de anticorpos da gema do ovo … · anticorpos na gema do ovo de galinha...
TRANSCRIPT
i
PRODUÇÃO E APLICAÇÃO DE ANTICORPOS DA GEMA DO OVO DEGALINHA
MARCO CESAR CUNEGÜNDES GUIMARÃES
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY RIBEIRO
CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ
DEZEMBRO DE 2005
ii
PRODUÇÃO E APLICAÇÃO DE ANTICORPOS DA GEMA DO OVO DEGALINHA
MARCO CESAR CUNEGÜNDES GUIMARÃES
Orientador: Prof. Marcos Fernando de Rezende Matta
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY RIBEIRO
Campos dos Goytacazes – RJ
Dezembro de 2005
Tese apresentada ao Centro de Ciênciase Tecnologias Agropecuárias daUniversidade Estadual do NorteFluminense Darcy Ribeiro, como partedas exigências para obtenção do títulode Doutor em Produção Animal comênfase em imunogenética.
iii
PRODUÇÃO E APLICAÇÃO DE ANTICORPOS DA GEMA DO OVO DEGALINHA
MARCO CESAR CUNEGÜNDES GUIMARÃES
Aprovada em 15 de dezembro de 2005.
Comissão Examinadora:
Prof. José Frederico Straggiotti Silva, PhD, Reprodução - UENF
Prof. Renato Augusto DaMatta, PhD, Biologia Celular – UENF
Prof. Antônio Carlos da Silva, PhD, Imunogenética – UERJ
Prof. Marcos Fernando de Rezende Matta, PhD, Imunogenética – UENF
(Orientador)
Tese apresentada ao Centro deCiências e TecnologiasAgropecuárias da UniversidadeEstadual do Norte Fluminense DarcyRibeiro, como parte das exigênciaspara obtenção do título de Doutor emProdução Animal com ênfase emimunogenética.
iv
BIOGRAFIA
MARCO CESAR CUNEGÜNDES GUIMARÃES, filho de Julio César
Guimarães e Rejane Cunegundes Guimarães, nasceu em 13 de agosto de 1973,
na cidade de Brasília-DF.
Em março de 1994 ingressou na Universidade Estadual do Norte Fluminense
para cursar Medicina Veterinária, formou-se em janeiro de 1999.
Em março de 1999 foi admitido no curso de pós-graduação do Centro de
Ciências e Tecnologias Agropecuárias, setor de imunogenética, Universidade
Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro – UENF, em Campos dos Goytacazes
– RJ, submetendo-se a defesa de dissertação para conclusão do curso em 27 de
agosto de 2001.
Em agosto de 2001, ingressou no curso de doutorado em imunogenética
desta mesma universidade, submetendo-se aos exames finais de defesa de tese
em dezembro de 2005.
v
AGRADECIMENTOS
Gostaria de dedicar este manuscrito a todos os que creditam ao ensino ser a
forma mais pura de se desenvolver uma sociedade, em especial aos queridos pais
Júlio e Rejane que nunca mediram esforços para a educação de seus três filhos.
Aos simpáticos e amáveis garotinhos Bruno e Alexandre por todos os bons
momentos de descontração.
Aos queridos irmãos Junior e Patrícia pelas palavras de incentivo e carinho
nos momentos difíceis e, por terem concebido, não sozinhos é claro, meus dois
queridos sobrinhos.
A dedicada esposa Rita por ter esperado pacientemente todos esses anos.
Acreditando sempre nos resultados do trabalho, me fez nunca pensar em desistir.
A ausência do convívio fez falta e nos trouxe saudades in memorian ao
Dinho, vovô Tatão, vovô Zeca (para nunca desistir), vovó Nazaré e a vovó
Margarida, que nunca conheci mais a amei pelos seus filhos.
O companheirismo, ensinamentos e dedicação dos professores Marcos e
Frederico.
A todos os colegas do LMGA que estiveram sempre prontos a ajudar nos
experimentos.
À Lívia, ao Hugo e o Franz pela dedicação a esse projeto se tornaram uma
importante engrenagem.
vi
Grande parte deste trabalho somente foi possível de ser desenvolvido pelos
sempre sinceros e honestos ensinamentos do professor Han Shang Yoo da
Universidade Nacional de Seoul.
Não poderia deixar de agradecer a todos amigos que iniciaram essa longa
jornada juntos, compartilhando de inesquecíveis momentos (esquecendo uns
poucos) e que batalharam muito para buscar o seu espaço. Desculpem-me, mas
não posso deixar de citá-los, Leonardo Pacheco, Luciano Bravo, Rômulo Joviano,
Bruno Cruxen, Kildare, Cláudio Wermellinger, Cláudio Alberto, Daniel Iucif, Vitor
Guimarães, Renato Bernabé e Sandro Balbino.
Ao companheiro Jorge Andrade, pela constante presença desde os anos
dourados e pela certeza de sua continuidade.
Por fim me despeço da república dos Ursos que durante onze anos esteve
sempre de braços abertos recebendo a todos, especialmente pelo trabalho da
Heloísa e pela sempre simpática e alegre Buza.
vii
RESUMO
CUNEGÜNDES, M.C.G. DsC., Universidade Estadual do NorteFluminense Darcy Ribeiro; dezembro de 2005; Produção e aplicação deanticorpos da gema do ovo de galinha; Orientador: Marcos Fernando deRezende Matta.
Imunoglobulina Y (IgY) é o principal anticorpo encontrado em ovos degalinhas (Gallus domesticus). A IgY pode ser usada como uma alternativa aanticorpos de mamíferos normalmente usados na indústria. Comparado aosanticorpos de mamíferos, a IgY possui muitas vantagens, especialmente emrelação ao modo de obtenção não causando estresse animal. Portanto, a gema doovo de galinhas imunizadas é uma importante fonte de anticorpos policlonais.
Este trabalho é uma revisão dos diferentes métodos comerciais de extraçãodo anticorpo e diversos exemplos da sua utilização na medicina humana e animal,assim como informações básicas da sua atividade biológica e diferençasbioquímicas com anticorpos de mamíferos. Além disso, foram produzidosanticorpos na gema do ovo de galinha contra o parvovírus canino, vírus dacinomose, coronavírus canino, Staphylococcus aureus e toxóide tetânico. Osticorpos produzidos foram extraídos e tiveram sua atividade biológica mensuradaatravés do teste de ELISA.
Palavras-chave: Anticorpo de galinha, produção de IgY, IgY terapia, IgYprofilaxia, IgY diagnóstico, ELISA.
viii
CONTEÚDO
1 – INTRODUÇÃO ........................................................................... 1
2 – REVISÃO DE LITERATURA ...................................................... 3
2.1 – IMUNOGLOBULINAS ................................................. 3
2.1.1 – ESTRUTURA E FUNÇÃO ......................................... 3
2.1.2 – INTERAÇÃO ANTÍGENO-ANTICORPO ............... 6
2.2 – ANTICORPOS DA GEMA DO OVO DE GALINHA........... 7
2.2.1 – SISTEMA IMUNE HUMORAL DE AVES .................... 8
2.2.2 – ESTRUTURA MOLECULAR DA IgY .......................... 11
2.2.3 – TRANSFERÊNCIA DA IgY PARA A GEMA DO OVO . 11
2.2.4 – PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS DA IgY DE
GALINHAS ............................................................................................ 13
2.2.5 – ESTABILIDADE DA IgY ............................................. 13
2.2.6 – CRIAÇÃO ANIMAL ..................................................... 14
2.2.7 – IMUNIZAÇÃO ............................................................. 15
2.2.7.1 – PROPRIEDADE DOS ANTÍGENOS .............. 16
2.2.7.2 – MODO DE APLICAÇÃO DO ANTÍGENO ...... 18
2.2.7.3 – ADJUVANTES ................................................ 19
2.2.7.4 – INTERVALO ENTRE IMUNIZAÇÕES ............ 24
2.2.7.5 – INFLUÊNCIA DA IMUNIZAÇÃO NA POSTURADE OVOS ......................................................................................... 24
ix
2.2.7.6 – DESENVOLVIMENTO DO TÍTULO DE
ANTICORPOS IgY .......................................................................... 25
2.2.7.7 – COMPARAÇÃO DAS PROPRIEDADES DE
ANTICORPOS IgY DE GALINHAS E IgG DE MAMÍFEROS ........... 26
2.2.8 – ISOLAMENTO......................................................... 29
2.2.8.1 – MÉTODOS COMERCIAIS .................................. 34
2.2.8.1.1 – GRADIPORE ..………………………………... 34
2.2.8.1.2 – VYRUSYS CORPORATION ...………………. 35
2.2.8.1.3 – ALPHA DIAGNOSTIC INTERNATIONAL..…. 35
2.2.8.1.4 – PROMEGA..……………………………….…... 35
2.2.8.1.5 – GALLUS IMMUNOTECH …………..………... 35
2.2.8.1.6 – AFFILAND .......................................…........... 35
2.2.8.1.7 – PIERCE ......................................................... 36
2.3 – USO TERAPÊUTICO DE ANTICORPOS ...................... 36
2.3.1 – APLICAÇÕES DA IgY EM PESQUISAS
BIOMÉDICAS NA MEDICINA HUMANA E ANIMAL ............................. 39
2.3.2 – IgY PARA USO PROFILÁTICO OU TERAPÊUTICO
NA MEDICINA VETERINÁRIA .............................................................. 42
2.3.3 – IgY PARA USO TERAPÊUTICO OU PROFILÁTICO
NA MEDICINA HUMANA ...................................................................... 43
2.4 – VANTAGENS E DESVANTAGENS DE ANTICORPOS
POLICLONAIS DE AVES ...................................................................... 46
2.4.1 – BEM-ESTAR ANIMAL ............................................. 46
2.4.2 – FALTA DE REAÇÃO CRUZADA COM FATORES
REUMATÓIDES .................................................................................... 47
2.4.3 – FALTA DE REAÇÃO CRUZADA COM ANTICORPOS
HUMANOS ANTI-CAMUNDONGO .............................. 47
2.4.4 – DISTÂNCIA FILOGENÉTICA ................................ 48
2.4.5 – ATIVAÇÃO DO SISTEMA COMPLEMENTO ........ 48
2.4.6 – INTERAÇÃO COM RECEPTOR Fc ...................... 49
3 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................... 50
4 – ARTIGOS CIENTÍFICOS .................................................... 79
x
4.1 – CONSIDERATIONS ON THE STABILITY OF IGY
ANTIBODIES ANTI-TETANUS TOXOID ……………………………….. 80
4.2 – EFFICIENT PRODUCTION OF CHICKEN EGG YOLK
ANTIBODIES AGAINST A CANINE DISTEMPER VIRUS ……. 96
4.3 – DETECTION OF CANINE PARVOVIRUS IN FECES BY
CHICKEN EGG YOLK ANTIBODY …………………………………….. 109
4.4- PRODUÇÃO E UTILIZAÇÃO DE ANTICORPOS IGY
ANTI-Staphylococcus aureus ................................................................ 126
4.5 – PRODUÇÃO DE ANTICORPOS POLICLONAIS EM
GALINHAS ............................................................................................. 146
4.6 - DESENVOLVIMENTO E APLICAÇÕES DE IGY ANTI-
CORONAVÍRUS CANINO ........................................................................ 164
1
1. Introdução
Anticorpos são proteínas produzidas em resposta a um antígeno e se
ligam especificamente com o antígeno que induziu a sua produção. O uso de
anticorpos para terapia teve inicio em 1890 quando Von Behring e Kitasato
descobriram a anti-toxina diftérica.
Com o passar do tempo, anticorpos específicos têm sido usados para a
imunização passiva. Por exemplo, soro hiperimune de pacientes são requeridos
para o tratamento de infecções, tais como a raiva e o tétano. A especificidade e
avidez dos anticorpos são a base para a promoção da terapia de administração de
anticorpos. Nos últimos 10 anos, os avanços na engenharia genética tem
possibilitado o aumento da especificidade de anticorpos a sítios combinatórios,
melhorando assim a sua utilidade terapêutica.
A introdução de anticorpos no tratamento de imunodeficiências e doenças
infecciosas foi um significante avanço na medicina. A preparação inicial de
gamaglobulina avaliada para uso por via endovenosa foi de anticorpos policlonais.
Anti-soro animal e humano são usados in vivo para destruir bactérias e neutralizar
vírus no sangue de indivíduos infectados.
Possivelmente a mais importante aplicação foi o uso de anticorpos para o
antígeno Rh de eritrócitos, evitando o desenvolvimento da doença hemolítica do
recém-nascido.
2
O tratamento com anticorpos policlonais é associado com muitos efeitos
colaterais não desejados. Doença do soro, anafilaxia e a natureza desses
anticorpos são considerados fatores limitantes. Isto tem motivado pesquisadores a
produzirem anticorpos bem definidos em relação a sua qualidade e especificidade.
Apesar dos problemas e dificuldades envolvidos, existem diversas
vantagens para a utilização de anticorpos policlonais ou monoclonais na medicina
humana e animal.
O maior estímulo para o desenvolvimento de pesquisas nessa área é o
rápido desenvolvimento de resistência de muitos microrganismos a agentes
antimicrobianos, principalmente aos antibióticos. O aumento do número de mortes
causadas por superbactérias na última década devido ao desenvolvimento de
mecanismos de resistência diretos e indiretos fez com que alguns grupos de
pesquisa repensassem o uso de anticorpos como importante alternativa ao uso de
antibióticos.
3
2. Revisão de literatura
2.1 Imunoglobulinas
2.1.1 Estrutura e função
As imunoglobulinas são proteínas que atuam como componentes críticos em
cada estágio da resposta imunológica humoral (Alzari, 1988). Quando expressas
nas superfícies dos linfócitos B em repouso, servem de receptores que são
capazes de detectar e distinguir a enorme variedade de antígenos cognatos
(Boyden, 1966).
As imunoglobulinas de superfície podem iniciar uma cascata de eventos
moleculares de sinalização, que podem culminar em ativação das células B,
proliferação clonal e produção de plasmócitos (Blattner, 1984). As imunoglobulinas
secretadas percorrem os líquidos teciduais à procura dos antígenos específicos que
deflagram a sua produção, ligando-se a eles (Blattner, 1984). As duas
características marcantes das imunoglobulinas são a especificidade e diversidade
(Amit, 1986). Todas as moléculas de imunoglobulinas são compostas de dois tipos
diferentes de polipeptídeos. Os polipeptídeos maiores, denominados cadeias
4
pesadas (H), são aproximadamente duas vezes maiores do que as cadeias leves
(L) menores (Blattner, 1984).
Todas as imunoglobulinas contêm um número igual de cadeias
polipeptídicas pesadas e leves, que podem ser representadas pela fórmula geral
(H2L2)n (Davie, 1986). As cadeias são mantidas juntas através de forças não-
covalentes, bem como por ligações covalentes através de pontes dissulfeto
intercadeias, formando uma estrutura básica, embora algumas, sejam compostas
de mais de uma destas unidades de quatro cadeias (Davie, 1986). As cadeias
polipeptídicas pesadas e leves são compostas de domínios globulares dobrados,
cada um com 100 a 110 aminoácidos, contendo uma única ligação dissulfeto
intracadeia (Davies, 1990 b).
Todas as cadeias leves e pesadas em qualquer imunoglobulina são
idênticas. Entretanto, quando comparadas entre diferentes imunoglobulinas, às
seqüências destas cadeias variam amplamente (Colman, 1988; Helmreich, 1961).
Tanto nas cadeias pesadas quanto nas leves, esta variabilidade é mais
pronunciada no domínio N-terminal, enquanto as seqüências dos outros domínios
permanecem relativamente constantes. Por essa razão, o domínio N-terminal numa
cadeia polipeptídica pesada ou leve é denominado de região variável, abreviada
por VH ou VL, respectivamente (Helmreich, 1981). Os outros domínios são
coletivamente denominados região constante, abreviados por CH ou CL (Campbell,
1948). As cadeias polipeptídicas leves contêm apenas um domínio CL, enquanto as
regiões CH, das cadeias pesadas são constituídas de três ou mais domínios,
indicados seqüencialmente por (CH1, CH2, CH3 e CH4) (Natvig, 1973).
Todos os mamíferos normais produzem várias formas alternativas de
cadeias pesadas e leves, exibindo, cada uma, seqüências distintamente diferentes
de aminoácidos na região C (Davies, 1983). Estas formas alternativas das cadeias
de imunoglobulinas podem ser distinguidas uma das outras pelas suas
propriedades físicas (peso molecular) ou sorológicas (Kehry, 1980). As classes de
imunoglobulinas são determinadas pela cadeia H. Assim, existem cinco classes de
imunoglobulinas em mamíferos: IgA, IgD, IgE, IgG e IgM. Em aves, existem três
classes de imunoglobulinas análogas as de mamíferos, IgA, IgM, IgY (IgG) (Sugita-
konishi, 1996). O peso molecular, morfologia e mobilidade imunoeletroforética da
IgA e IgM de galinhas são similares a IgA e IgM de mamíferos (Davies, 1990 a). A
5
IgY é a principal imunoglobulina de baixo peso molecular encontrada no soro de
animais ovíparos (Chen et al., 1982; Leslie et al., 1969).
As atividades biológicas das imunoglobulinas são provenientes da união
entre antígeno e anticorpo (Casali, 1996; Eisen, 1962). A porção constante é a
principal responsável pelas atividades biológicas secundárias das imunoglobulinas
(Blatner, 1984). Entre as atividades biológicas das imunoglobulinas encontram-se a
capacidade lítica pela ação direta em membranas celulares, determinando lise
celular, o poder de neutralização, pelo qual a imunoglobulina pode recobrir a porção
deletéria da substância, neutralizando seu poder antigênico, o poder de preciptação
quando unidas a substâncias solúveis, a união a antígenos, permitindo a ingestão
por fagócitos, a ativação do sistema complemento (Metzger, 1970). A
imunoglobulina M é o primeiro anticorpo a ser sintetizado mediante um processo
infeccioso, sendo muito eficiente contra bactérias gram-negativas. A IgM é a
imunoglobulina que melhor fixa complemento, além de ser aglutinadora, formando
agregados incapazes de atravessar mucosas e impedindo a penetração dos
microrganismos (Metzger, 1970). Sua capacidade é citolítica, determinando lise
direta em determinadas bactérias (Michael, 1969). A IgG tem como atividade
biológica a capacidade de atravessar a placenta e as mucosas, este mecanismo
acontece por intermédio dos receptores Fcγ existentes na placenta e nas mucosas
(Rajewsky, 1996). A IgG1 e IgG3 ativam a via clássica do complemento, enquanto
a IgG2 realiza essa ativação em pequena escala IgG4 não o faz. A IgG neutraliza
toxinas, também atuando diretamente ou por clareamento, e auxilia a fagocitose de
determinadas bactérias, principalmente aquelas encapsuladas quando in vivo como
o Streptococcus pneumoniae e o Haemophilus influenzae (Colman, 1988). Assim, a
IgG pode ser uma opsonina, revestindo tais microrganismos e permitindo que
sejam fagocitados. A atividade da IgY se assemelha a IgG de mamíferos (Metzger,
1970). A IgA é a classe de imunoglobulina responsável pela defesa de mucosas,
existindo em grandes quantidades em mucosas digestivas, brônquicas e do
aparelho genitourinário. Ademais, é secretada ainda por plasmócitos de glândulas
exócrinas, aparecendo na saliva, na lágrima e no leite materno (Adachi, 2005).
Também atua na neutralização de toxinas e como aglutinadora. Possui ação
antiviral e antibacteriana, principalmente por se ligar em pilis bacterianos
(McHeyzer-Williams, 2004). A IgE atua na defesa antiparasitária, podendo revestir
protozoários para que sejam fagocitados, atuando como opsonina ou promovendo
6
a liberação de grânulos de eosinófilos passíveis de aumentar o peristaltismo
intestinal ou degradar diretamente helmintos por ação das proteases
liberadas(Herschel, 1997). Tem ainda atuação nas reações de hipersensibilidade,
em especial nas atopias, pela união a mastócitos e basófilos (Nossal, 2002).
2.1.2 Interação antígeno-anticorpo
As imunoglobulinas ou proteínas efetoras da resposta adaptativa humoral,
são denominadas anticoorpos ao se ligarem aos antígenos. As imunoglobulinas
monoméricas apresentam dois fragmentos de união antigênica, sendo, assim,
bivalentes (Davies, 1983). Enquanto, as diméricas são tetravalentes, podendo se
unir a quatro antígenos e as pentaméricas são decavalentes (Creighton,1993).
A união entre antígenos e anticorpos é uma união reversível e não-covalente
(Davis et al., 1998). As forças envolvidas por essa interação são seqüenciais e
diretamente proporcionais à distância entre o antígeno e o anticorpo (Israelachvili et
al., 1992).
As principais forças de atração são responsáveis por mais da metade da
interação. Os antígenos e os anticorpos comportam-se como hidrofóbicos,
afastando complexos hidrofóbicos, atraindo-os entre si (Israelachvili et al., 1992).
Após essa interação, são acionadas as forças eletrostáticas, unindo grupos
ionizados com cargas eletricamente opostas (Casali, 1996). Havendo ainda maior
proximidade entre antígeno e anticorpo, podem ter seqüência as forças
hidrogeniônicas, dadas por pontes de hidrogênio entre átomos de antígeno e de
anticorpo, mas são elas mais fracas, porém importantes pela grande quantidade
com que surgem (Eisen, 1962). Por último, sete vezes proporcionais à distância,
aparecem forças de van der Walls, decorrentes da união entre nuvens de elétrons
com cargas elétricas opostas de antígeno e anticorpo (Israelachvili et al., 1992). A
afinidade é a força total resultante entre um epítopo e seu determinante de
complementaridade, mensurável pelas membranas que separam antígeno e
anticorpo (Helmreich, 1961). Uma união pode ter afinidade alta ou baixa
dependendo da dimensão das forças que sobre ela atuam (Eisen, 1962).
7
A avidez resulta da soma de todas as afinidades existentes entre antígeno e
anticorpo, ou seja, é o resultado das forças de união entre todos os epítopos de um
antígeno e seus determinantes de complementaridade, além de melhor se definir
caso uma interação seja fraca ou forte (Hoogenboom et al., 1997).
2.2 Anticorpos da gema do ovo de galinha
Inicialmente, anticorpos IgY foram descritos como semelhantes a IgG de
mamíferos, entretanto agora são considerados evolutivamente um ancestral comum
para IgG e IgE de mamíferos (McCorwack et al., 1987).
Em 1893, Klemperer descreveu um experimento na qual ele demonstrou que
a imunização de uma galinha resulta na transferência de anticorpos específicos
para a gema do ovo.
Por um longo período não existiu aplicação científica para esse
conhecimento, mas quando o bem-estar animal se tornou uma séria questão de
preocupação ética para a comunidade científica, os resultados de Klemperer
ganharam interesse. Em particular, este desenvolvimento foi iniciado pelo trabalho
de Russell e Burch e a publicação em 1959 do “Princípio da técnica experimental
humana”. Nos 20 anos subseqüentes, mais e mais pesquisadores reconheceram a
importância dos resultados de Klemperer. Desde o início da década de 80,
anticorpos da gema do ovo de galinha (IgY Abs) tem encontrado uma ampla
aplicação, possivelmente devido a sua aplicabilidade em reagentes comerciais
secundários, tais como, kits para purificação de IgY e anticorpos marcados
especificamente contra IgY. Desde 1996, a tecnologia de IgY, introduzida pelo Dr.
Claus Staak (1995) tem se tornado aceita internacionalmente (Telfef et al., 2001).
Em 1996, um workshop do centro europeu para validação de métodos alternativos
(ECVAM) recomendou o uso de IgY ao invés de IgG de mamíferos, em ordem para
minimizar a dor causada pela coleta invasiva de anticorpo (Qureshi et al., 2000).
Este workshop também forneceu informações sobre aspectos práticos da criação
de aves de postura, a imunização de galinhas, o uso de adjuvantes e os métodos
de extração da IgY.
8
Em 1999, a tecnologia de IgY foi aprovada como um método alternativo para
o bem-estar animal pelo Conselho Federal de Veterinária do governo suíço.
Enquanto isso, inúmeras publicações tem reportado muitos aspectos da tecnologia
de IgY.
2.2.1 Sistema Imune Humoral de Aves
No reino animal, vários mecanismos têm sido desenvolvidos para proteger
um organismo de microrganismos invasores, substâncias estranhas e células
malignas. O sistema de defesa inclui duas partes em vertebrados: uma é inata e
não-específica, enquanto a outra é adquirida e específica. O sistema imune
adquirido é dividido em imunidades celular e humoral.
O sistema imune de aves consiste de órgãos primários (Bursa de Fabricius e
timo) e órgãos secundários (Baço, glândulas de Harderiam, linfonodos, medula
óssea e tecidos linfóides do trato gastrointestinal). A medula óssea é a fonte de
células tronco bursal e tímica. A Bursa de Fabricius é o sítio de diferenciação das
células tronco em células B, enquanto o timo é o sítio de diferenciação de células
tronco em células T (Aitken et al., 1973; Reynaud et al., 1985; Weill et al., 1987). A
proliferação de plasmócitos ocorre no baço onde as células B estão localizadas
(Weill et al., 1987).
Três classes de imunoglobulinas, análogas a IgA, IgG e IgM de mamíferos,
são encontradas nas aves. Historicamente, IgY, a imunoglobulina de baixo peso
molecular presente no soro e na gema do ovo, foi também chamada de IgG devido
a sua função e concentração em comparação com IgG de mamíferos, incluindo o
envolvimento na resposta imune secundária. Entretanto, tem-se demonstrado
claramente que esta denominação é inapropriada, especificamente por causa das
diferenças estruturais entre as moléculas de IgG e IgY.
A IgA e IgM de galinhas se assemelham a IgA e IgG de mamíferos em peso
molecular, estrutura e mobilidade eletroforética (Aitken et al., 1973). A seqüência de
DNA dos genes codificadores para IgY são mais similares para a IgE de mamíferos
do que a IgG (Reynaud et al., 1987). Outros resultados demonstram similaridade
com a IgA (McCormack et al., 1989). Então, pode ser postulado que a IgY é um
9
progenitor filogenético da IgE, IgA e IgG de mamíferos, a teoria suportada pelo fato
de que a IgY, em contraste a IgG, pode mediar reações anafiláticas (Aitken et al.,
1973).
Teoricamente, existem 106-108 diferentes anticorpos específicos em
mamíferos (Davis et al., 1998). Desde que isso não seja viável para cada tipo de
anticorpo envolvido é codificado por um gene, outros mecanismos estão envolvidos
nessa diversidade, mas estes são diferentes entre mamíferos e aves.
Três mecanismos básicos estão envolvidos na diversidade de anticorpos
(Helmreich et al., 1961; Herschel et al., 1997):
• Rearranjo gênico: sítio específico de recombinação;
• Conversão gênica: recombinação de homólogos não-recíprocos, pelo
qual modificações em um aceptor de gene são copiados de uma
seqüência doadora específica;
• Mutação somática: Simples substituição de nucleotídeos que não é
derivado de uma seqüência pré-existente.
Em mamíferos, a diversidade de anticorpos é principalmente produzida pelo
rearranjo de vários segmentos de genes para produzir a região hipervariável do
anticorpo, e adicionalmente, pela mutação somática (Rose et al., 1974). Portanto, a
produção de milhões de anticorpos específicos é possível (figura 1).
Em galinhas, a diversidade de anticorpos é principalmente relacionada pela
conversão gênica, pela união flexível V-J, e também pela mutação somática
pontual, como em mamíferos (Zhao et al., 2000; McCormack et al., 1993). Ao
contrário de mamíferos, em galinhas existe somente um gene funcional VH ou VL,
mas em compensação existem aproximadamente 25 pseudogenes-V, os quais
precisam de uma transcrição usual regulatória e reconhecimento de seqüência
sinal. Desses pseudogenes-V, 10 ou mais 120 pares de base são transferidos para
o gene-V funcional. Este processo se inicia aproximadamente 15-17 dias após as
células B imaturas migrarem para a Bursa de Fabricius (Davies et al., 1995)
10
Figura (1) adaptada de Bezzubova e Buerstedde (1994).
a)locus da cadeia leve de murinos; b) locus da cadeia leve de galinha.
V= segmentos gênicos codificados para o domínio variável (V1-200 indicam o número
de segmentos gênicos); J= segmentos gênicos codificados para uma certa parte do
domínio-V;C=segmentos gênicos codificados para o domínio
constante;L=seqüência líder; V=Segmentos de pseudogenes-V sem a transcrição
regulatória usual e seqüência de reconhecimento sinal.
11
2.2.2 Estrutura molecular da IgY
A estrutura geral da molécula de IgY, consiste de duas cadeias leves e duas
pesadas, comparável à imunoglobulina de mamífero. A cadeia pesada é indicada
pela letra grega Y ou , e contém um domínio variável e quatro constantes, em
contraste aos três domínios constantes da cadeia pesada da IgG.
O peso molecular (PM) da IgY foi encontrado por espectrometria de massa
de aproximadamente 167.250 Da, enquanto o da IgG de mamíferos é de
aproximadamente 160.000 Da (Sun et al., 2001). A cadeia leve consiste de um
domínio variável e um constante com PM de 18.660 Da, a cadeia pesada tem PM
de 65.105 Da e o fragmento Fab tem PM de 45.359 Da. Existe alguma homologia
entre os domínios C 3 e C 4, e os domínios C 2 e C 3 da IgG de mamíferos, uma
vez que o domínio C 2 é o representante da região de dobradiça da IgG e é muito
menos desenvolvido na IgY (Shimizu et al., 1992).
A região de dobradiça menos desenvolvida na IgY pode resultar em uma
reduzida flexibilidade da região Fab, a qual, pode ser a razão para algumas
diferenças entre IgY e IgG na ligação do epítopo (Warr et al., 1995; Cser et al.,
1982; Noll et al., 1982).
Assim como para IgG, a região Fc da IgY é o sítio de maior função biológica.
Contêm duas cadeias laterais de carboidratos, em contraste a somente uma na IgG
(figura 2).
2.2.3 Transferência da IgY para a gema do ovo
De acordo com Rose (1974), poucas quantidades de IgA e IgM são
transferidas das células plasmáticas do oviduto para a clara do ovo. Lösch et al.
(1986; 1996) confirmam este resultado. Em contrapartida, Yamamoto et al. (1975)
demonstraram quantidades substanciais de IgM e IgA na gema do ovo e de IgY na
clara do ovo.
Experiências mostram que a IgY é exclusivamente transferida para a gema
por um processo mediado por receptor (Mohamed et al., 1998; Morrison et al.,
12
2001). A quantidade de IgY transferida é dependente a concentração sérica, e
parece que toda a população de IgY é transferida (Morrison et al., 2001).
Mohammed et al. (1998) e Morrison et al. (2001) mostraram que a região Fc
e de dobradiça intactas são ambas essenciais para a realização da transferência da
IgY do soro para a gema do ovo. Aparentemente, duas regiões são de particular
importância, na interface entre C 2 e C 3, resíduos 251-254 (Leu-Tyr-Ile-Ser
[LYIS]), e a posição 429-432 dentro C 3 (His-Glu-Ala-Leu [HEAL]). Todas as
imunoglobulinas transportadas para a gema têm a seqüência HEAL.
A figura (2) é adaptada de Shimizu et al.(1992).
V=Domínio variável da cadeia leve (VL) e cadeia pesada (VH); C=domínio constante
da cadeia leve (CL) e cadeia pesada (CH); HR=Região de dobradiça. Os pontos em
negrito simbolizam cadeias de carboidratos.
A passagem transovariana da IgY leva aproximadamente 5 dias (Mohamed
et al., 1998). A meia-vida da IgY circulante em aves adultas é aproximadamente de
36 a 65 horas (Patterson et al., 1962). Isto é muito mais curto do que a meia-vida
da IgG de ovinos, a qual é de aproximadamente 15 dias (Wooley et al., 1995).
13
De acordo com vários autores, anticorpos específicos do soro são
transportados para a gema com um atraso de 5-6 dias (Patterson et al., 1962) ou 3-
4 dias (Wooley et al., 1995). O retardo pode estar envolvido com ovos submetidos
ao seu processamento final, durante o qual a IgY é transferida para a gema junto
com outras proteínas selecionadas (Patterson et al., 1962). A quantidade de IgY
transferida parece ser independente do tamanho do ovo (Dohms et al., 1978; Bollen
et al., 1997).
Dependendo do ensaio usado e sua sensitividade, a concentração total de
IgY é estimada em 100-200 mg por ovo. Existe uma controvérsia a respeito da
quantidade de IgY no soro e na gema. Alguns autores não reportam diferenças
entre eles, enquanto outros detectam uma alta concentração de IgY na gema, cerca
de 1.23 vezes mais na gema do que no soro (Woolley et al., 1995).
A concentração da IgY na gema varia significativamente entre indivíduos (por
exemplo, 3-7 mg/ml; Carlander et al., 2001), linhagens genéticas e raça (por
exemplo, Leghorn Single Comb White 2.2 ± 0.4 mg/ml, Rhode Island Red 1.7 ± 0.5
mg/ml; Carlander et al., 2002; Gross et al., 1990).
2.2.4 Parâmetros físico-químicos da IgY de galinhas
O ponto isoelétrico (pI) da IgY está entre 5.7-7.6, enquanto que a IgG está
entre 6.1-8.5 (Davalos-Pantoja et al., 2000). A parte da molécula de anticorpo mais
hidrofóbica é a região Fc. O fragmento Fc da IgY é maior do que o da IgG, portanto
a molécula de IgY é mais hidrofóbica do que a IgG. Esta característica pode
conferir uma melhor adsorção da IgY a partículas de látex (Davalos-Pantoja et al.,
2001). A IgY se liga firmemente a partículas de látex em pH 8 (Davalos-Pantoja et
al., 2001).
2.2.5 Temperatura e estabilidade em pH
Para o uso oral de anticorpos IgY como componente funcional de alimentos
é necessário investigar à estabilidade da IgY em relação ao pH, bem como a
14
resistência molecular a clivagem proteolítica sobe condições alimentares durante a
condição da passagem do alimento através do estômago e intestino. A estabilidade
ao calor também é importante.
De acordo com Shimizu, a IgY é mais sensível do que a IgG de coelhos a
desnaturação ácida, a perda de atividade rápida entre pH 3 e 4. Resultados
similares foram apresentados por Lee et al. (2002), Hatta et al.(1993). A adição de
50% de sorbitol foi capaz de suprimir a inativação de IgY induzida por ácido em pH
3 (Lee et al., 2002).
Schimidt et al. (1989) e Hatta et al. (1993), investigaram extensivamente a
clivagem peptídica de IgY, encontrando uma alta perda de atividade específica
durante a passagem através do estômago devido a atividade de proteases
pancreáticas. A adição de bicarbonato de sódio ou soluções ricas em proteína
(clara e gema do ovo) aumentaram incrivelmente a resistência da IgY a inativação
ácida ou proteolítica. De acordo com Reilly (1997), a IgY é menos resistente do que
a IgG a digestão de pepsina, porém muito mais resistente para a atividade da
tripsina e quimiotripsina.
Jaradat e Marquardt (2000) demonstraram a estabilidade ao calor da IgY
acima de 60oC, a qual pode ser aumentada para 70 oC pela adição de açúcares,
tais como 30% de sucrose, trealose, lactose ou gema do ovo. De acordo com Hatta
et al. (1993), a molécula de IgY é estável a temperaturas entre 60oC e 70oC. Lösch
et al. (1986) demonstraram que ovos cozidos em água fervendo por 6 minutos, A
concentração de IgY não decresceu. Portanto, agora é possível projetar
formulações especiais de IgY afim de evitar a perda de IgY devido a baixa de pH, a
qual assegura a liberação de anticorpos no sítio de ação desejado (Shimizu et al.,
1993).
2.2.6 Criação animal
As condições para criação de galinhas diferem de acordo com o objetivo, por
exemplo, sob condições comerciais ou em laboratório. Entretanto, eles devem
permitir o mínimo de comportamento típico das espécies.
15
Até o presente, existem muitas recomendações para criação de galinhas
(Fölsch et al., 1990; Hlinak et al., 2000). O tipo de criação, soltas ou em gaiolas, vai
depender da requisição de espaço e dinheiro. Ambas as condições possuem
vantagens e desvantagens, incluindo higiene, identificação dos ovos, desordens
típicas e cuidados animais. Existe uma relação entre as condições de manutenção
e a possibilidade de monitorar o estado de higiene dos animais envolvidos.
Sob condições especiais de laboratório, o uso de unidade de gaiolas
exclusivamente desenhadas para a criação de galinhas é recomendado (Untiedt et
al., 1997). Na Europa, uma unidade consiste de quatro gaiolas separadas, cada
uma equipada com comedouro, bebedouro, puleiro e bandeja para postura de ovos
individuais.
Erhard et al. (2000) comparou o título médio de IgY e a concentração média
de galinhas imunizadas criadas em gaiolas ou soltas. O resultado deste estudo
demonstra claramente que ambos títulos de anticorpos IgY foram altos em galinhas
criadas em gaiolas.
Existe uma discussão sobre as vantagens do uso de galinhas criadas sob
condições SPF em comparação a criação convenvional. Hommel e Behn (2000)
mostraram que um esquema de imunização idêntico utilizado em dois grupos de
Leghorn branca, um criado sob condições SPF e outro criado sob condições
convencionais, resultaram em comparáveis títulos de anticorpos.
Diferenças significativas foram encontradas na quantidade de proteínas
totais da gema do ovo e a taxa de IgY específica. Até o presente, não existem
dados que demonstrem a superioridade de um ou outro tipo de criação (Acevedo et
al., 1999).
2.2.7 Imunização
O desenvolvimento e a produção de anticorpos como resultado de
imunizações não são muito previsíveis.
Galinhas podem ser usadas para produção de anticorpos a partir do
momento em que entrarem em postura. Animais que são usados para produção de
anticorpos por mais de três meses precisam receber várias imunizações com os
16
antígenos a cada mês para assegurar o alto título de anticorpo. Galinhas podem
produzir anticorpos com alta avidez logo após a primeira imunização, se comparado
com ovelhas que ocorre por volta da quarta imunização. Porém, este resultado
depende de algumas variáveis, as quais incluem o tipo de antígeno (dose e peso
molecular), o adjuvante, a via de administração, a genética do animal e o tipo de
criação.
2.2.7.1 Propriedades dos antígenos
Como mencionado anteriormente, uma resposta imune é essencialmente
influenciada pela qualidade e quantidade do antígeno usado.
Ainda em 1945 Landsteiner demonstrou que existe uma relação entre o peso
molecular e imunogenicidade. Haptenos de baixo peso molecular não são
imunogênicos, ao menos que possam ser carreados por uma molécula de alto peso
molecular.
Injeções simultâneas com o mesmo hapteno são usadas para aumentar o
título de anticorpos.
A cooperação entre células T CD4+ e células B, influencia na produção de
anticorpos hapteno-específico (Snippe e Kamp, 1975). No caso de múltiplas
imunizações, a interferência do antígeno e sua recíproca influência na resposta
imune podem ser quantificadas. Por exemplo, a resposta humoral pode diminuir a
intensidade da resposta celular.
A resposta para um antígeno pode ser maior do que uma resposta imune
seguida de aplicação de dois antígenos competidores (Dunnington, 1992). Como
em mamíferos, a imunização de galinhas contra antígenos recombinantes é
possível.
O critério para um antígeno como um bom imunógeno é a seqüência de
aminoácidos a ser reconhecida pelo sistema imune das aves como sendo estranho,
que pode ser aplicado para antígenos de origem natural e sintética. A imunização
de galinhas com proteínas resulta normalmente em uma boa produção de
anticorpos. O peso molecular mínimo necessário para obter uma resposta imune
suficiente é similar em ambos, mamíferos e aves e varia de 5 a 10 KDa.
17
É sempre discutível que galinhas somente reajam moderadamente a
imunização com peptídeos. A imunogenicidade de um peptídeo depende
largamente da seqüência de aminoácidos e da substância carreadora deste
antígeno. Portanto, a escolha do adjuvante é de relativa importância.
Concentrações de 100-250 g de peptídeo por imunização pode ser aplicada
(Alving, 1997).
Os carboidratos, semelhante a peptídeos, têm uma reduzida
imunogenicidade, dependendo da sua estrutura (puro ou em combinação com
proteínas: glicoproteínas e lipoproteínas) (Amyx, 1987). Eles induzem uma baixa
resposta imune independente de células T. Acoplados a proteínas são capazes de
induzir resposta imune dependente de células T e, portanto, aumenta a produção
de anticorpos (Bomford, 1985). Devido ao limitado espectro de determinantes
antigênicos e uma ampla distribuição em sistemas vivos os carboidratos são
envolvidos em uma série de reações cruzadas.
Segundo Schecklies (1996) a quantidade de antígeno usada não é
irrelevante para a resposta imune. Isso demonstra existir uma concentração ótima
de antígeno. Em camundongos, 0.1-0.5 mg de antígeno é suficiente para se obter
um título máximo de anticorpos. Enquanto, que um aumento para 1 mg reduz a
resposta. No entanto, em galinhas o título máximo de anticorpos pode ser obtido
utilizando uma concentração de antígenos variável de 10 g a 1 mg (Mahn, 1998).
No caso de repetidas imunizações, uma pequena quantidade de antígeno é
usada para a primeira imunização. A idéia é estimular a ligação dos antígenos com
os receptores de células B e principalmente a estimulação dos clones de linfócitos
B. Antígeno e adjuvante são injetados por via intramuscular ou subcutânea.
Outras formas de aplicações têm sido descritas (Schade et al., 1992;
Leenars et al., 1999).
Estudos semelhantes tem sido conduzidos por Larsson et al. (1998), nos
quais grupos de três galinhas foram imunizados com 100 g, 10 g, 1 g ou 0.1 g de
albumina sérica bovina ou insulina humana, com uma imunização inicial seguida de
três injeções com intervalos quinzenais. Não existiram diferenças significativas
entre o uso das diferentes concentrações de antígenos.
Rodolfo Sarmiento (resultado não publicado) demonstrou que a injeção de 5
mg ou 2.5 mg de albumina humana resultaram na supressão do desenvolvimento
18
do título de anticorpos, em contraste com a boa resposta induzida pela injeção de 1
mg ou 0.5 mg deste antígeno.
Para cada antígeno existe uma dose e um adjuvante a ser testado, não
havendo assim um programa único e geral para imunização de aves.
Resultados de investigações comparativas de títulos de anticorpos
desenvolvido em galinhas criadas convencionalmente ou sob condições SPF não
mostraram diferenças essenciais (Behn, et al., 1996). Porém, é muito interessante o
fato de que a concentração de IgY total aumenta muito mais depois da imunização
em aves SPF do que em galinhas de criação convencional, entretanto o
desenvolvimento de títulos de anticorpos é similar em ambos os casos (tabela1). A
quantidade de IgY em galinhas SPF alcança quase o mesmo nível do que em
galinhas criadas convencionalmente, mas animais SPF iniciam com baixos níveis
depois da imunização (Behn, et al., 1996) . Portanto, o uso de galinhas criadas sob
condições SPF não se justifica comercialmente pela baixa relação custo-benefício.
Criação convencional Criação SPF
Dias 5 33 100 5 33 100
Média 39,6 58,8 61,4 18,0 38,7 49,4
SD 6,6 11,2 12,0 6,4 7,1 10,8
Tabela 1. Comparação da quantidade de IgY (mg/gema de ovo) de galinhas criadas
convencionalmente e sob condição SPF. Dias de imunização: 0 e 28, dias de teste:
5, 33 e 100. (Schade et al., 2000).
2.2.7.2 Modo de aplicação do antígeno
A via mais comum para injeção de antígenos em galinhas é a via
intramuscular. Schwarzkopf et al. (2000) comparou a imunização pela via
intramuscular e subcutânea, demonstrando a produção de anticorpos maior na via
subcutânea do que na intramuscular, se for usado sem adjuvantes (Calzado et al.,
2001). A combinação de injeção do antígeno por via intramuscular com a injeção
19
final via endovenosa, freqüentemente aumenta significativamente o título de
anticorpos. Entretanto, a injeção via endovenosa (sem adjuvante) precisa ser feita
vagarosamente (aproximadamente 500 l em 15 minutos) para evitar uma reação
anafilática sistêmica. Inoculação de antígeno via intraperitonial foi usada por
Klemperer em 1893, mas hoje isto é uma via não usual (Lösch et al., 1986). Em
uma investigação recente (Hedlund et al., 2001), foi mostrado que a imunização
oral é possível. Nos dias, 1, 14 e 33 de imunização de duas galinhas por grupo
foram oralmente dados 100 g de IgG humana, junto com vários adjuvantes. Após
2 semanas foi observado um alta produção de IgY (Klipper et al., 2000).
2.2.7.3 Adjuvantes
A produção de anticorpos policlonais é suportada pelo uso de moduladores
imunoestimulantes de linfócitos B, conhecidos como adjuvantes. Entretanto, essa
estimulação independe do tipo de antígeno, e é, portanto não específica (Freund,
1937 e 1944; Glenny et al., 1926; Kaeberle, 1986; Roitt et al., 1987; Thein, 1988). O
mecanismo a qual eles funcionam não é totalmente esclarecido. Eles promovem
ambas respostas imunes humoral e celular e induzem a memória imunológica.
Os adjuvantes podem influenciar totalmente ou parcialmente a composição
dos isotipos de imunoglobulinas criados durante a resposta imune (Mallon et al.,
1991). Isto pode ser aplicado em ambas, estimulação dependente de célula T
(muramildipeptídeos) bem como para reposta independente de células T
(especialmente lipopolissacarídeos).
O muramildipeptídeos (MDP) estimulador de célula T é um constituinte da
parede celular de micobactérias com uma forte imunogenicidade (Ellouz et al.,
1974). Por outro lado, células B são ativadas fortemente por lipopolissacarídeos
(LPS) (Johnson et al., 1956; Azuma et al., 1976; Sugimoto et al., 1978; Sprick-San
José Messing, 1990; Lübke, 1990). O CD14 tem sido identificado nesta função
como um ligante LPS-proteína (Schütt et al., 1992).
O conceito de adjuvante foi criado por Ramon em 1925. Existia somente o
uso de fécula, agar e saponina como base para adjuvantes. Até mesmo hoje em dia
20
saponinas são parte de muitas vacinas veterinárias e são extraídas da casca de
uma árvore sulamericana chamada Quillaia saponaria.
Em 1926/31, Glenny et al., utilizaram hidróxido de alumínio [Al(OH)3],
enquanto o efeito do imunoestimulante depende da quantidade de antígeno
adsorvida. A taxa ótima entre o antígeno e o Al(OH)3 tem sido estudada de forma
separada em cada caso (Bomford, 1985). A demorada liberação do antígeno do
complexo prolonga a fase de apresentação a células imunocompetentes (Kellner,
1990).
Os adjuvantes mais comuns usados em experimentos animais são aplicados
como emulsões de água em óleo. Nessas emulsões os antígenos estão na fase
líquida, como por exemplo, o adjuvante completo de Freund’s (CFA) (Finger et al.,
1964; Herbert, 1974; Lösch et al., 1986; Thein, 1988). Uma grave desvantagem no
uso de adjuvantes são os efeitos locais e sistêmicos, tais como: abscessos,
granulomas, ulcerações, a qual podem levar para fístulas sistêmicas com
espalhamento metástico (Steiner et al., 1960; Bennett et al., 1992), efeito
carcinogênico facultativo e do risco de alergia no caso de uso repetido (Potter,
1977), resultado falso positivo com testes de tuberculina depois do uso de CFA,
além de efeitos adversos na qualidade da carne se usados em animais de
produção (Allinson et al., 1986). Um outro problema do efeito de adjuvantes é a
interrupção da tolerância aos auto-antígenos presentes ao mesmo tempo com
antígenos estranhos (Nakashima et al., 1979).
O modelo animal de artrite induzida pelo adjuvante pode ser usado como
exemplo (Tal e Laufer, 1969). Por esta razão, muitos adjuvantes não podem ser
usados em humanos.
Freund et al. (1937, 1942, 1951) usaram emulsão de água em óleo fazendo
um antígeno em solução líquida e óleo parafina bem como micobactérias inativadas
(adjuvante completo de Freund, CFA) para imunização. Na emulsão, o antígeno é
resistente a dispersão, como um depósito estável, tendo como efeito uma
estimulação prolongada do antígeno (Bomford, 1985). Óleos minerais igualmente
tendem a criar abscessos estéreis e, portanto, aumenta o efeito depósito (Thein,
1988).
21
O CFA é chamado de padrão ouro e é o adjuvante mais usado para
imunização. Ele é um extraordinário estimulante imune, e devido à boa resposta
imune até para antígenos fracos.
O djuvante incompleto de Freund (FIA) não contêm preparados de
micobactérias. Existem outros exemplos de adjuvantes de formulações de água em
óleo tais como adjuvante 65, specol e título máximo. Outra nova formulação de
adjuvante é o sistema adjuvante ABM. Esta forma estável de emulsão de óleo em
água de baixa viscosidade requer somente 2% de óleo.
Em galinhas, não existem abscessos devido à imunização. Os componentes
usados nesse sistema de adjuvante são trealosidimicolato (TDM), parede do
esqueleto celular (CWS), lipídio monofosforil A (MPL) bem como bactéria
patogênica inativada e Tween 80 como um auxiliar. Glicoproteínas da parede
celular de micobactérias tem um efeito estimulatório importante, por exemplo, N-
acetilglucosaminos MDP (GMDP) usados no adjuvante Gerbu.
Em vários animais, um efeito estimulatório tem sido mostrado por
lipopeptídeos sintéticos juntos com uma série de antígenos (Wiesmüller et al.,
1997). Adjuvantes comercialmente avaliados para utilização em galinhas são
mostrados na tabela 2.
Adjuvante Empresa
Specol Instituto Voor Diergezondheid (ID-DLO),
Lelystad-Netherlands
TiterMax Serva, Heidelberg, Alemanha
ABM-N, ABM-S Linaris, Bettingem, Alemanha
Adjuvante da vacina veterinária
Neoparasec®
Rhone Meriux, Laupherin, Alemanha
Adjuvante Gerbu Gerbu Biotechnik, Gaiberg, Alemanha
Lipopeptídeo PCSL Boehringer, Mannheim, Alemanha
Tabela 2. Adjuvantes comercialmente avaliados para imunização de galinhas
(Schade et al., 2000).
22
Usando adjuvantes e adaptando esquemas de imunização, aves reagem
com a produção de anticorpos a qual em título, avidez e especificidade não diferem
dos mamíferos.
Existem algumas recomendações importantes para a escolha de um bom
adjuvante (tabela 3). Geralmente usando adjuvantes CFA e SPECOL, ambos
contendo óleos minerais, altos títulos e forte avidez são alcançados. Mas, no caso
do CFA esses são acompanhados por efeitos colaterais efeitos colaterais, tais
como abscessos e alterações degenerativas do tecido muscular.
O SPECOL, semelhante ao CFA, é um adjuvante composto de óleos
minerais não metabolisados, porém não são observados efeitos indesjados. De
acordo com algumas experiências, somente o CFA induz uma boa, porém variável
resposta a antígenos de baixo peso molecular. No caso de antígeno de alto peso
molecular, o SPECOL é uma boa alternativa para imunização de galinhas, pois
forma uma imunidade longa e tardia, além de induzir metade dos efeitos colaterais,
se comparados ao CFA.
CARACTERÍSTICAS CFA SPECOL TM ABM GERBU PCSL
Alto custo X X X X
Fácil manipulação X X X X
Boa resposta imune X X X X
Efeitos colaterais mais
severos
X
Tabela 3. Comparação da relação custo/benefício e efeitos colaterais de vários
adjuvantes (Schade et al., 2000).
Devido aos efeitos colaterais, o CFA somente deve ser usado com
imunógenos fracos.
Adjuvantes comercialmente avaliados usados como alternativa são
SPECOL, PCSL e o TiterMax. O SPECOL demonstra ser imunogenicamente
efetivo, similar ao CFA. De acordo com algumas pesquisas, o sucesso do uso do
PCSL depende da manutenção de sua concentração dentro de determinados
limites (250 g/injeção sc.). Adjuvantes com uma pequena parte de óleos minerais
23
não metabolisados ou metabolizados (TiterMax, sistema ABM e Neoparasec® e
Gerbu) não possuem notáveis efeitos colaterais sob as condições experimentais
escolhidas. Usados sozinhos, eles não foram muito efetivos.
Vários fatores afetam a imunização de galinhas (Schade et al., 1992). A
primeira imunização pode ser seguida por outra 3-4 semanas depois, ou em
intervalos curtos, então a última injeção pode ser dada 1-2 meses depois. Porém,
injeções tardias (3-4 meses) do antígeno podem induzir uma ascensão drástica no
título de anticorpos.
Como uma regra a emulsão de antígeno é injetada por via subcutânea ou
intramuscular.
Experiências sugerem que uma concentração de 0.1-1 mg de antígeno é
favorável para a imunização de galinhas. Em casos particulares, uma alta ou baixa
concentração pode ser muito conveniente. Em imunizações com peptídeos
carreados com conjugados pode ser vantajoso para iniciar com alta concentração
(0.25 mg peptídeo/imunização).
Suportado por pesquisas um esquema de imunização é demonstrado na
tabela 4.
Antígeno 0.10-1.0 mg Em casos especiais 10 g
Adjuvantes FIA 0.10-0.25 ml Intramuscular ou subcutânea
SPECOL 0.5 ml Subcutânea
PCLS 250 g Preferencialmente subcutânea
CFA 0.10-0.5 ml Somente com antígenos pouco
imunogênicos
Injeções:
- Volume 0.5-1.0 ml
- Intervalo 4-8 semanas
- Número 2 (ou mais)
- Via Intramuscular ou
subcutânea
Tabela 4. Recomendações para imunização de galinhas (Schade et al., 2000).
24
2.2.7.4 Intervalo entre imunizações
O sucesso de uma imunização depende de vários fatores, incluindo o
intervalo de aplicação entre a primeira, a segunda e subseqüentes imunizações.
Muitos protocolos de imunizações são avaliados, com recomendações de
inoculações nos dias 0, 14 e 28 (Tini et al., 2002; Tu et al., 2001) ou uma vez por
semana por 7 semanas consecutivas (Calzado et al., 2003).
Muitos autores imunizam a galinha com intervalos de 10 dias (Ohnishi et al.,
2000; Pelosi et al., 1999; Gassmann et al., 1990), mas a recomendação geral é que
o intervalo entre a primeira e segunda injeções do antígeno deve ser ao menos de
4 semanas. Isto se reflete na memória imunológica, a qual deve ser dado tempo
para o seu desenvolvimento.
Msserschmid et al. (1993) também suporta este conceito, pois imunizou
galinhas no dia 0, na 10a semana e na 15a semana, encontrando altos títulos de
anticorpos (1:160.00).
Hlinak et al. (1996) e Schwarzkopf et al. (2000) reportaram resultados
similares, e recomendaram a aplicação de um estímulo tardio.
Pichler (1999) demonstrou um aumento significante do título de anticorpos
com um prolongamento do intervalo de imunização de 14 para 42 dias.
Existe evidência de que a aplicação freqüente de um mesmo imunógeno em
curtos períodos de tempo resulta em depressão do sistema imune (Calzado et al.,
2003).
2.2.7.5 Influência da imunização na postura de ovos
De acordo com Schade et al (2005) e experimentos de muitos outros grupos
de pesquisa, a performance das galinhas na postura de ovos é ligeiramente
influenciado pela simples injeção de um antígeno (Mittermeier et al., 1995).
A postura pode decrescer, dependendo do tipo de antígeno injetado. Por
exemplo, Schade et al. (Schade et al., 1994) e Schniering et al. (Schniering et al.,
1996) imunizaram galinhas com soluções contendo antígeno de um parasita
25
intestinal (Ascaris suum), observando um decréscimo e paralização na postura de
ovos por mais de 3 semanas, provavelmente por causa de substâncias tóxicas
originárias do intestino do parasita.
2.2.7.6 Desenvolvimento do título de anticorpos IgY
Depois da imunização de um mamífero, tais como os coelhos, o sistema
imune monta a primeira resposta, seguida por uma segunda resposta elicitada
depois da injeção da segunda dose do mesmo antígeno. As duas fases possuem
diferentes características.
Durante a primeira resposta, o principal anticorpo sintetizado é a IgM, e
existe somente um baixo e transiente aumento no título de anticorpos, enquanto,
durante a segunda resposta, principalmente os anticorpos IgG são encontrados
como um estável e alto título por muitas semanas.
Os anticorpos IgY aparecem no soro da galinha em aproximadamente 4 dias
depois da inoculação do antígeno, alcançando um título máximo em 6 a 8 dias, e
declinando depois disso.
O título de anticorpos pode ser fortemente aumentado por imunizações de
reforço. De acordo com os resultados de Petterson et al. (1962), algumas galinhas
respondem com uma cinética de anticorpos similar a de mamífero, enquanto outras
respondem para o mesmo protocolo de imunização com um aumento no título de
anticorpos seguindo a primeira imunização, mas falham para trazer qualquer
mudança significante depois da segunda imunização.
Após a primeira imunização em galinhas, observa-se o aumento crescente
da cinética de anticorpos, caracterizando a primeira fase. A segunda fase é
caracterizada por um aumento inicial no título de anticorpos dentro de
aproximadamente 10 dias, seguido por um platô de mais 10 dias e um declíneo
depois disso.
O desenvolvimento do titulo de anticorpos é provavelmente uma
conseqüência da relativamente curta meia-vida da IgY em comparação com a IgG.
26
A razão para as diferenças na cinética de produção de anticorpos ainda não
está esclarecida.
2.2.7.7 Comparação dos títulos de anticorpos IgY e IgG
Tu (2001) comparou tiítulos de anticorpos em coelhos e galinhas imunizadas
0, 2, 4 e 6 semanas com lactoferrina bovina. Usando um ELISA, eles puderam
demonstrar que o título de anticorpos foi de aproximadamente 1.68x108 em ambas
as espécies, em torno da oitava semana após a imunização.
O título de anticorpos permaneceu mais estável em galinhas, por um período
de 16 semanas depois da imunização inicial.
Clark (1995) demonstou que, depois da imunização com ocratoxina A, o
título de anticorpos no soro de coelhos foi 10 vezes maior do que no soro de
galinhas. Em galinhas, o título de anticorpos aumentou incrivelmente dentro de 100
dias e permaneceu estável por mais de 166 dias.
Woolley e Landon (1995) observaram resultado similar depois de imunizar
carneiros e galinhas com interleucina-6 humana (IL-6). Além disso, observaram que
seis galinhas desenvolveram uma resposta imune clássica, caracterizada por uma
resposta forte para a segunda imunização. Em contrapartida, outras quatro galinhas
desenvolveram uma forte resposta após a primeira inoculação, mas falharam mais
tarde na resposta a segunda dose.
Bollen (1996, 1998) também comparou título de anticorpos desenvolvido em
coelhos e galinhas. Títulos de anticorpos estáveis podem ser achados em ambas
as espécies por um período de 50 semanas.
Hatta (1993) comparou o desenvolvimento de anticorpos em coelhos e
galinhas contra o rotavírus humano (Wa, sorotipo 1 e Mo, sorotipo 3). Coelhos
produziram um título de neutralização anti-Wa de 1:27.000 e um título de
neutralização anti-Mo de 1:4.000. Ao contrário, as galinhas, produziram um título
anti-Wa de 1:13.000 e um título anti-Mo de 1:15.000.
O título de neutralização permaneceu constantemente alto em galinhas por
um período acima de 50 semanas. Além disso, a produtividade total de anticorpos
27
foi cerca de 15 vezes (anti-Wa) e 120 vezes (anti-Mo) mais efetiva em galinhas do
que coelhos.
Reddy (1993) produziu anticorpos em galinhas (soro) e camundongos contra
reovírus de aves (tipo S1133). O título de anticorpos produzido no ELISA pelas
galinhas foi 15 vezes maior depois da terceira imunização do que o obtido em
camundongos.
Existe um grande número de trabalhos na literatura os quais mostram, em
princípio, que não existem diferenças significativas entre a atividade e afinidade
(Perez et al., 1994) de IgY e IgG.
Ohnishi (2000) desenvolveu um ELISA para a detecção do fator de
crescimento de hepatócitos (HGF) do soro e urina humanos, utilizando
comparativamente anticorpos específicos de galinha e coelhos. O limite de
detecção usando IgG de coelhos foi de 2pg/ml, enquanto a IgY foi de 20pg/ml.
Ligação não-específica foi menor nos anticorpos de galinhas do que nos
ensaios de anticorpos de coelhos. O limite de detecção para um sistema avaliado
comercialmente é de 100pg/ml.
Di Lonardo (2001) produziu anticorpos contra a oncoproteína E7 do papiloma
vírus humano tipo 16 (HPV16) em coelhos e galinhas. As galinhas reagiram com
todos os oito epítopos revelados, enquanto os coelhos reconheceram somente
dois.
Straumann-Kunz (1991) comparou anticorpos monoclonais de camundongos
(mAbs), direcionados contra Chlamydiae, com o correspondente anticorpo de
galinhas (IgY), e encontrou que, quando utilizou IgY em ensaios
imunohistoquímicos, o background foi menor do que com os mAbs de camundongo.
Clark (1995) comparou os limites de detecção do ELISA para quantificação
de ocratoxina usando anticorpos de galinha e coelho. Com o ensaio de coelho, foi
encontrado um limite de detecção de 3 g/Kg, enquanto que nos ensaios de
galinhas foram encontrados 50 g/Kg. Para otimização do processo foi realizado
outro ELISA usando anticorpos de galinha para a detecção de outra micotoxina,
Pichler (1998) obtiveram um limite de detecção de 17 g/Kg.
28
Clark (1995) observou que a especificidade e a sensitividade dos anticorpos
de galinha são dependentes de pH (baixa especificidade a pH 6, alta especificidade
a pH 8 e máxima sensitividade a pH 7).
Doth (1996) comparou a sensitividade de dois anticorpos de dois anticorpos
de galinha, quatro mAbs de camundongo e um anticorpo comerncial de cabra, com
especifidade contra troponina I.
Em comparação aos quatro mAbs, a sensitividade dos dois anticorpos de
galinha foram significativamente maior. Anticorpos de galinha não foram tão
sensitivos quanto o anticorpo de cabra.
Cipolla (2001) produziu anticorpos contra Campylobacter fetus em galinhas e
coelhos. Ambos tipos de anticorpos foram testados pelo uso imunofluorescência
indireta em dois laboratórios. Pode ser demonstrado que nos dois laboratórios os
anticorpos tiveram uma comparável eficácia em termos da especificidade e
sensitividade.
Interessantemente, a IgY aglutina a Salmonella da mesma forma que
anticorpos de coelho o fazem.
Terezolo (1998) mostraram que IgY anti-S.enteritidis pode ser usada para
aglutinar especificamente a bactéria e esta reação é altamente específica e
comparável ao anti-soro de coelhos. Portanto, isso possibilitará no futuro, uma troca
de coelhos por galinhas para a produção de kits para a identificação de Salmonella,
de acordo com Kauffman-White.
Al-Haddad (1999) usou imunohistoquímica para demonstrar a eficacia de um
anticorpo de galinha direcionado contra um marcador tumoral, psoriasin (S100A7).
A IgY foi altamente específica e teve uma excelente performance em tecidos
embebidos com parafina. Ao contrário, um anticorpo comercial de coelho anti-
S100A7 foi menos específico.
Knech (1996) comparou a eficácia de anticorpos de coelhos e galinhas
direcionados contra peptídeos correspondente a duas seqüências de aminoácidos
de ratos e humanos. Eles concluíram que os anticorpos de galinha podem ser
considerados uma melhor alternativa ao uso de anticorpos de mamíferos.
Pelosi (1999) usou anticorpos de galinha para estudos epidemiológicos
contra o vírus de Norwalk na população de Verona, Itália.
29
Krief (2002) galinhas e camundongos imunizados com -quetacolacol, e
encontraram demonstram que o anticorpo de galinha foi especificamente capaz de
reconhecer as estruturas do hapteno.
Recentemente, Rodolfo Sarmiento (resultados não publicados) observou
uma perda de reação cruzada para uma IgY anti-albumina humana com amostras
do sangue de outros mamíferos.
Gerl (1996) comparou a especificidade de dois anticorpos de galinha, dois
mAbs de camundongos e dois anticorpos de coelho contra o pró-colageno tipo III
(PIIINP), a qual é um marcador para processos fibróticos. Pôde ser mostrado que
somente os anticorpos de galinha foram capazes de reconhecer o PIIINP.
Danielpour e Roberts (1995) desenvolveram um ELISA para a quantificação
do fator de crescimento transformante 3 (TGF- 3) usando um mAb de
camundongo direcionado contra o TGF- 3 com um anticorpo de captura e um
anticorpo de galinha como a detecção do anticorpo. A marcação foi efetuada pelo
uso de anticorpos de cabra anti-galinha. Este ensaio foi confirmado como sendo
muito específico e altamente sensitivo, com uma detecção limite de 2pg.
2.2.8 Isolamento
A gema de ovo de galinha consiste de 51,3% de matéria seca e 48,7% de
água em proporções aproximadamente iguais (Siewert and Bronch, Handbuch der
Tierernährung, 1972; Romanoff e Romanoff, The Avian Egg, 1949).
A gema pode ser vista inicialmente (tabela 5) como uma emulsão de óleo em
água com a porção aquosa contendo proteínas e uma porção dispersa chamada de
grânulos de gema e gotas de lipídios (Fischer, 1996; Fisher et al, 1996).
Proteínas 16,6%
Lipídeos e gorduras 32,6%
Carboidratos 1,0%
Matéria Inorgânica 1,1%
Tabela 5. Constituição da gema do ovo. (Schade et al., 2000).
30
As proteínas na gema podem ser divididas em quatro frações:
1. A fração vitelina ou lipovitelina (47,5%), um fósforo contendo núcleo-
albumina (400 KDa) com unidades subsidiária tendo peso molecular entre
35-140 KDa (Mehner and Hartfield, 1983);
2. A fração vitelelina (38,6%) com menos fósforo e mais lipídios do que a
fração vitelina;
3. A fração fosfovitina (4,3%), muito rica em fósforo e sem lipídeos, uma
proteína com um peso molecular de 36 KDa (Mehner and Hartfield, 1983);
4. A fração livetina (9,6%), com proteínas solúveis, tais como globulinas.
A concentração e distribuição de imunoglobulinas no soro e na gema são
demonstradas na tabela 6 (Rose et al, 1974).
IgY (IgG) mg/ml IgM mg/ml IgA mg/ml
Soro 6 1.3 0.6
Gema 25 (<0.02) (<0.03)
Clara (<0.03) 0.15 0.7
Tabela 6. Concentração de Imunoglobulinas nas aves (Schade et al., 2000). Os
valores entre parênteses são considerados resultados negativos.
Para estabelecer a presença de anticorpos específicos após uma infecção
ou imunização, não é necessário a extração e purificação da IgY, pois a gema pode
ser examinada diretamente para anticorpos sem qualquer manipulação.
Igualmente, para produzir anticorpos específicos para fins terapêuticos, não
se faz necessário a extração de IgY. Entretanto, para uso em diagnóstico é
importante que um processo de purificação seja utilizado (Erhard et al, 1996).
Vários processos são avaliados para isolar IgY da gema de ovos, e podem ser
usados sozinhos ou em combinação de acordo com os critérios que se seguem:
quantidade, pureza e atividade biológica (Bade e Stegemann, 1984).
31
O incômodo e custos envolvidos são fatores relevantes. Dado o alto nível de
atividade de anticorpos, um processo de isolamento ocasiona uma escolha entre a
quantidade e pureza, desde que o uso seqüencial de várias técnincas envolvem
uma quantidade baixa de IgY na gema.
Todo processo de extração inicia pela separação da gema e da clara (Hassl
e Aspock, 1988). Em geral, esses métodos podem ser divididos em três grupos
principais:
1. Métodos de precipitação: Envolvendo sulfato de amônio e sódio (Akita et al.,
1992; Akita et al., 1993), polietilenoglicol (PEG; Polson et al., 1980, 1985,
1990; Shafiq et al., 1997), ácido caprílico (McLaren et al., 994) e
carrageenan (Chang et al., 2000);
2. Métodos cromatográficos: Cromatografia de afinidade (Leslie et al., 1997),
cromatografia de troca iônica (Staak et al., 2000), cromatografia de interação
hidrofóbica (Hassl et al., 1988), cromatografia de interação tiofílica (Hansen
et al., 1998) e cromatografia de gel filtração (Staak et al., 2000);
3. Ultrafiltração (Kim et al., 1998).
Muitos métodos têm sido usados para o isolamento e purificação de
imunoglobulinas oriundas da gema do ovo (Jensenius et al., 1981; Polson et al.,
1985a). Entretanto, muitos desses métodos não servem para aplicações
alimentares.
O procedimento adotado para preparação de imunoglobulinas pode não
somente envolver químicos para uso alimentar, mas podem também ser simples,
de fácil uso e baixo custo (Akita e Nakai, 1992).
Akita e Nakai (1992) empregaram uma simples diluição em água para a
separação de proteínas do plasma em água solúvel de grânulos da gema de ovo.
Eles demonstraram que um dos fatores mais importantes que afetam a
recuperação de IgY é o pH.
32
A precipitação de sal (30% de pureza), ultrafiltração (>93% de pureza) e gel
filtração (>99% de pureza) é a seqüência recomendada. Mais de 100 mg de IgY
eletroforeticamente purificada foram rotineiramente obtidas de cada ovo.
Vantagens do protocolo incluem um procedimento simples e rápido, e a
habilidade para utilizar o resto de gema de ovo como um produto alimentar ou para
um fracionamento adicional de outros componentes biologicamente ativos. Isto
pode se facilmente utilizado para purificação de IgY em larga escala.
Fichtali et al. (1993) estudaram a purificação de imunoglobulina Y de gema
de ovo separada industrialmente, a qual foi diluída, e proteínas solúveis em água
separadas por sedimentação. O sobrenadante foi filtrado e aplicado para uma
coluna carregada positivimente, em um sistema de cromatografia automatizado.
Nakai (1996) desenvolveram um sistema de separação serial para isolar IgY
da gema do ovo. O primeiro passo para o isolamento de IgY envolve a e extração
de lipídios e lipoproteínas. Precipitação da gema do ovo usando polietilenoglicol,
acidificação ou métodos de diluição em água são comuns (Akita e Nakai, 1993).
O congelamento e descongelamento da gema e precipitação com gums e
solventes orgânicos também têm sido utilizados (Hatta et al., 1990). Uma vez os
lipídios tendo sido removidos da amostra, IgY é usualmente purificada pela
precipitação adicional usando polietilenoglicol ou sulfato de amônia (Polson, 1990).
Schwarzkopf (1994) comparou vários procedimentos para isolar a IgY. O
autor usou como material inicial várias gemas de ovos de uma galinhas imunizada
com imunoglobulina de cão (dog-Ig), e para cada procedimento de isolamento
(tabela 7) foram usados 40 ml de gema misturada.
Os isolados foram ajustados para volume final de 6 ml para comparar a
atividade dos anticorpos isolados em todos os métodos. Os procedimentos
analisados foram: método de diluição em água (WD) (Schwarzkopf, 1994),
precipitação com dextranfulfato (DS) (Jensenius et al., 1981), precipitação com
PEG (Polson et al., 1980) e precipitação com PEG e etanol (Polson et al., 1985).
33
Procedimento Proteína total IgY total IgY
específica
Título do ELISA antes da
cromatografia
WD 684mg/6ml
11.4%
445 mg
65%
9.7 mg
2.2%
1:128.000
DS 282mg/6ml
4.7%
278 mg
98%
6.0 mg
2.2%
1:8.000
PEG 42 mg/6ml
0.7%
32 mg
77%
0.8 mg
1.0%
1:2.000
PEG/ETANOL 258 mg/6ml
4.3%
246 mg
96%
5.4 mg
2.2%
1:32.000
Tabela 8. Comparação da eficácia de métodos usuais para o isolamento IgY da
gema do ovo de galinhas (Schade et al., 2000).
Em outra comparação entre vários procedimentos de isolamento de IgY da
gema do ovo, Akita e Nakai (1993) usaram uma mistura de gema de ovos com
anticorpos contra Escherichia coli enterotoxigênica (ETEC), dividindo em 4 porções
de 20 ml como material inicial para 4 diferentes procedimentos de extração.
Foi feita uma avaliação não só do produto final, mas também do
intermediário. Os procedimentos analisados foram o método de diluição em água
modificado (WD) de Schwarzkopf (1994),
Precipitação com polietilenoglicol e etanol (PEG/ETANOL) (Polson et al.,
1985), método de Xanthan (Hatta et al., 1990) e precipitação com dextransulfato
(DS) (Jensenius et al., 1981). Os resultados foram similares aos apresentados por
Schwarkzopf, porém, foi dada uma atenção especial para o valor do pH da água
destilada, Akita e Nakai encontraram que a quantidade de IgY obtida fica em torno
de 55-60% quando o pH está neutro, enquanto que com o pH de 5.0-5.2 obtem-se
cerca de 92-96% de IgY.
Os autores de ambas investigações acreditam na simplicidade do método de
diluição em água em termos do tempo, material usado e manipulações.
34
2.2.8.1 Métodos comerciais
Baseado nos diversos métodos de extração de anticorpos, alguns métodos
são avaliados comercialmente na tabela 7.
EMPRESA KIT
Promega EGGstract®
Pharmacia Biotech gammaYolk
Clontech Protein L agarose beads
Biotez IMSORB Anti-IgY
Technogen Kaptiv-GY TM
Vyrusys corporation
Alpha Diagnostic International
Gradipore Gradiflow BF200
Pierce EggcelentTM
Affiland EGG YOLK IgY PURIFICATION KIT
Gallus Immunotech IgY EggsPress Purification Kit
Tabela 7. Kits para extração de IgY comercial.
2.2.8.1.1 Gradipore
O “gradiflow” é um instrumento de eletroforese preparativa versátil capaz de
purificar uma proteína marcada com base na sua carga e/ou peso molecular
(Horvath, 1994). A estratégia de purificação envolve a utilização de um tampão com
pH específico em conjunto com três membranas de poliacrilamida com tamanho de
poro apropriado para restringir o transporte de proteínas. O instrumento é
particularmente aplicável a anticorpos devido ao seu alto peso molecular e distinto
ponto isoelétrico (pI). O peso molecular da IgY é de 180.000 Da e seu pI de 6.5-7.5.
O instrumento é o Gradiflow BF200 (Gradipore, Sydney, Austrália).
35
2.2.8.1.2 Vyrusys corporation
A empresa purifica IgY utilizando o princípio da cromatografia de afinidade. O
princípio é requerido quando existe uma interação de imunoespecífica e,
freqüentemente somente um passo é requerido. Este método possui alta
seletividade, concentrando o anticorpo em pequenos volumes com alto índice de
pureza (99%).
2.2.8.1.3 Alpha Diagnostic International
O kit de purificação de anticorpos da gema do ovo de galinha foi
desenvolvido para extrair IgY da gema em aproximadamente 30 minutos, utilizando
1 ou 2 centrifugações. O kit pode ser usado para 6-8 ovos, um total de 70-100 mg
(6-8 mg/ml de gema) com aproximadamente 90% de IgY pura por ovo pode ser
obtida. Essa IgY pode ser testada por ELISA, Western blotting ou outros ensaios
imunológicos.
2.2.8.1.4 Promega
O sistema de purificação de IgY EGGstract® é um rápido e simples método
de isolamento da IgY total da gema do ovo de galinha. Utilizando o princípio da
precipitação e centrifugação, os anticorpos possuem uma pureza de
aproximadamente 90% e podem ser estocadas a 4oC por um ano.
2.2.8.1.5 Gallus Immunotech
Este método é baseado em dois passos. O primeiro remove a porção lipídica
e o segundo precipta a IgY. Possui 90% de pureza. Tem a expectativa de purificar
entre 4 e 7 mg/ml de gema de ovo. O processo dura em média 4 horas.
2.2.8.1.6 Affiland
O EGG YOLK IgY PURIFICATION KIT é de fácil manuseio. Baseado no
método de cromatografia de afinidade utiliza apenas quatro reagentes em um único
36
passo. Em cada ciclo podem ser usadas 5 gemas ou 20 gemas, dependendo do
tamanho da coluna, extraindo um total de 250-500 ou 1000-2000 mg/ciclo (1,5
horas).A coluna pode ser usada para aproximadamente 10 ciclos.
2.2.8.1.7 Pierce
O Pierce Eggcellent Purification Kit contém um único reagente de delipidação
que separa as proteínas do lipídio. Este reagente também pode ser usado para
estocar a gema do ovo no freezer por mais de 1 ano. Após a separação lipídica a
IgY pode ser obtida através de uma simples centrifugação.
Os kits das empresas Pharmacia Biotech, Clontech, Biotez e Technogen são
baseados no processo de cromatografia.
2.3 Uso terapêutico de anticorpos
No século XIX foi descoberto que o soro imune poderia ser usado no
tratamento de doenças infecciosas (Arturo, 1996).
No início do século XX, a soroterapia foi usada para o tratamento de uma
grande variedade de infecções bacterianas, incluindo as causadas pelo
Coryneobacterium diphtheriae, Streptococcus pneumoniae, Neisseria meningitides,
Haemophilus influenzae, Streptococcus grupo A e Clostridium tetani (Casadavel et
al., 1994, 1995).
No início dos anos 30, a soroterapia foi largamente utilizada para pneumonia
lobar. Muitos experimentos demonstraram que a administração de soro específico
reduzia a morte de pacientes infectados com pneumococcus em aproximadamente
50% (Casadavel et al., 1994). Entretanto, quando a quimioterapia antimicrobiana foi
descoberta na metade da década de 30, a soroterapia para infecções bacterianas
foi rapidamente abandonada.
A quimioterapia antimicrobiana teve vantagens importantes sobre a
soroterapia, sendo mais efetivo e menos tóxico. Os efeitos colaterais imediatos da
soroterapia incluíam febre, resfriados e reações alérgicas (Rackmann et al., 1942;
37
Feinberg et al., 1936). Uma reação tóxica retardada da soroterapia foi denominada
“doença do soro”, a síndrome caracterizada por erupções cutâneas, proteinúria e
artralgia. Isto ocorria de 10% a 50% dos pacientes a qual recebiam soro heterólogo
e foi provavelmente causado pela formação de complexos imunes. Outras
desvantagens da soroterapia incluíam a necessidade de estabelecer um
diagnóstico preciso antes da seleção do soro e muita variação do soro. A
soroterapia pode falhar por causa da dosagem inadequada e de infecções
causadas por vários microrganismos (Colebrook et al., 1939). Produzir soros
terapêuticos foi muito caro por causa dos custos de manutenção animal, purificação
do anticorpo, armazenamento e padronização dos testes em camundongos.
Quando a quimioterapia antimicrobiana foi introduzida, foi expresso um
grande entusiasmo para combinar a soroterapia com a quimioterapia. O suporte
para a terapia combinado veio através de estudo com animais, a qual sugeriram
que a terapia combinada era mais efetiva do que qualquer uma utilizada
isoladamente contra muitos patógenos, incluindo Streptococcus do tipo A
(Colebrook et al., 1939), Pneumococcus (Branham et al., 1938) e Meningococcus
(McLeod et al., 1939), e algumas autoridades recomendaram a terapia combinada
para infecções graves (Sako et al., 1938). Entretanto, muitos estudos mostraram
que a terapia combinada não foi mais efetiva do que a quimioterapia sozinha e que
isto causava significantes efeitos colaterais (Cory et al., 1944). Conseqüentemente,
a soroterapia foi abandonada por não oferecer vantagens mensuráveis na eficácia
sobre a quimioterapia e teve substanciais desvantagens na implementação, custos
e toxicidade.
Hoje a terapia com anticorpos é indicada para algumas doenças infecciosas
em relativamente poucas situações, incluindo terapia de substituição em pacientes
imuno-deficientes, pós exposição profilática contra muitos vírus (raiva, sarampo,
hepatite A e B, varicela) e neutralização de toxina (tétano, difteria e botulismo).
Ironicamente, o abandono geral de anticorpos como agentes antimicrobianos foi
seguido pelo principal avanço na tecnologia de produção de anticorpos.
Em 1975, a tecnologia de hibridomas forneceu o significado para gerar
quantidades ilimitadas de anticorpos monoclonais (mAbs) (Kohler et al., 1975).
Atualmente, os principais avanços tem sido feitos na tecnologia usada para gerar
anticorpos humanos e Mabs humanizados (Wright et al., 1992).
38
A justaposição de três recentes desenvolvimentos marcam a reintrodução de
terapias baseadas em anticorpos uma opção para sérias considerações. Primeiro,
por causa dos avanços na tecnologia, anticorpos humanos reagentes podem ser
sintetizados, assim a toxicidade tradicionalmente associada com a soroterapia pode
ser evitada. Segundo, o surgimento de novos patógenos, a reemergência de velhos
patógenos e o aumento da incidência de microrganismos multiresistentes têm
causado a perda efetiva de opções terapêuticas. Terceiro, a dificuldade envolvida
no tratamento de infecções em pacientes imunocomprometidos.
O soro imune contém anticorpos de múltiplas especificidades e isotipos.
Problemas com o soro imune incluem, grande variação (Felton et al., 1918), pouca
quantidade de anticorpos específicos (Weisman et al., 1994) e alguns perigos na
transmissão de patógenos infecciosos (Slade et al., 1994). Preparações de
imunoglobulinas endovenosas comercialmente avaliadas obtidas de doadores
humanos diferem na sua capacidade de opsonização de patógenos comuns, tais
como Staphylococcus epidermidis, H.influenzae tipo B, S. pneumoniae,
Streptococcus grupo B e Escherichia coli. Em contrapartida, os mAbs são
imunoglobulinas homogêneas que, pela definição, reconhecem um único epítopo,
possuindo assim atividade específica maior do que anticorpos policlonais. Por
exemplo, 0.7mg de dois mAbs para toxina tetânica tem a mesma atividade do que
100 a 170mg de anticorpos policlonais (Lang et al., 1993).
A alta atividade específica do mAbs pode ser traduzida como maior eficiência
terapêutica. Formulações de mAbs são superior a de anticorpos policlonais em
homegeneidade, constância, atividade específica e possivelmente segurança. Para
algumas infecções, preparações policlonais podem ser superior a de mAbs por
causa da capacidade de reconhecer múltiplos epítopos.
As terapias baseadas em anticorpos podem, na teoria, ser desenvolvida
contra qualquer patógeno.
Anticorpos mediam funções antimicrobianas através de uma variedade de
mecanismos, incluindo inibição da fixação tecidual microbiana, aglutinação,
neutralização viral, neutralização de toxinas, citotoxidade celular mediada, ativação
de complemento e opsonização (Heinzel et al., 1995). Anticorpos são molecular
antimicrobianas extremante versáteis, alguns são ativados diretamente contra o
patógeno, alguns neutralizam a ação de produtos microbianos tóxicos e outros
39
aumentam a eficácia de células efetoras do hospedeiro (Delaet et al., 1993; Bobmer
et al., 1993). Apesar de todas as vantagens observadas o desenvolvimento de
anticorpos para uso comercial envolve sérias implicações éticas associadas ao
bem-estar animal.
2.3.1 Aplicações da IgY na medicina humana e animal
Muitas publicações tem descrito o sucesso do uso de anticorpos IgY em uma
variedade pesquisas (Blais et al., 2001; Behn et al., 2000; Yang et al., 1997;
Yamamoto et al., 1995; Williams et al., 2001). Imunoensaios baseados em IgY
estão sendo usados para medir a concentração de proteínas ou peptídeos via
ELISA, RIAs ou outros ensaios na clínica química ou pesquisa básica. Entretanto,
tem sido debatido recentemente entre pesquisadores de IgY o entendimento sobre
a imunopreciptação baseada em IgY ser difusa e não distinta como são as
baseadas em IgG. Este problema pode ser resolvido pelo uso de tampões com uma
alta concentração de sal (1.5 M NaCl com 5% PEG 6000; Behn et al., 2000) .
Anticorpos IgY são usados com muito sucesso em imunohistoquímica para a
detecção de antígenos de vírus, bactérias, plantas e animais, e também para
avaliar a incidência de parasitas intestinais em animais domésticos (Schniering et
al., 1995) e a contaminação de alimentos com toxinas ou drogas (Pichler et al.,
1998, 1999).
Durante a década passada, anticorpos IgY tem incrivelmente sido usados na
terapia ou profilaxia de doenças e também no novo conceito chamado de “alimento
funcional”. Recentes estudos tem comparado as propriedades de IgY e IgG
específicas originárias de animais imunizados identicamente. Os resultados
confirmam que os anticorpos IgY podem ser do mesmo modo que a IgG, mas
adicionalmente oferece vantagens em termos de especificidade, reatividade
cruzada, sensitividade e custo.
Tradicionalmente, as espécies de escolha para produção de anticorpos são
oriundas dos mamíferos, especialmente coelhos. Recentemente, o uso de galinhas
tem sido uma alternativa a produção de anticorpos policlonais. A IgY é o principal
40
anticorpo no soro de galinhas, mas este é transferido para a gema do ovo se
assemelhando a transferência placental ou colostral de IgG em mamíferos.
A atividade de transferência da IgY do soro para a gema induz o acúmulo de
altas concentrações do anticorpo na gema do que no soro.
Depois da inoculação das galinhas, anticorpos policlonais podem ser obtidos
de várias maneiras sem a retirada de sangue dos animais.
Algumas propriedades da IgY permitem a sua utilização em muitas reações
específicas, então esses anticorpos podem ser usados não somente para
diagnóstico, mas também para fins terapêuticos.
A imunização de aves ao invés de coelhos com antígenos de mamíferos
pode ser vantajosa, especialmente no caso antígenos conservados.
A IgY pode ser facilmente marcada com biotina, enzimas e fluorocromos.
O extrato de anticorpos IgY pode ser utilizado na imunodifusão radial
simples, no teste de imunodifusão de ágar gel duplo (Benedict e Yamaga, 1976),
imunoeletroforese (Friemel, 1991), Elisa direto e indireto (Rieger et al., 1996),
Western blotting (Nielsen, 1986), imunohistoquímica (Cuello, 1983),
imunofluorescência, radioimunoensaio (Vick, 1995) e fixação de complemento (OIE,
1996).
Schmidt et al. (1989) e Wiedemann et al. (1990) demonstraram que
anticorpos da gema, especialmente da gema crua, são protegidos do processo de
digestão.
Shimizu et al. (1988) mostrou a estabilidade de anticorpos purificados em pH
4.0.
Em animais jovens, enquanto o sistema digestivo não é totalmente funcional,
anticorpos administrados oralmente passam rapidamente e livremente pelo
intestino, então essa é a condição prévia para que o anticorpo tenha efeito local
contra a diarréia.
A vantagem deste tipo profilaxia imune ou terapia é que ações efetivas
podem ser feitas a qualquer momento. Esta reação é caracterizada por sua
velocidade e especificidade. Portanto, o uso da IgY em terapia de doenças
41
infecciosas se torna uma importante ferramenta para a indústria de saúde humana
e animal.
A administração oral de anticorpos específicos contra patógenos para o
estabelecimento de imunidade protetora pode se tornar uma importante alternativa
ao uso de antibióticos, especialmente em patógenos gastrointestinais.
O aumento do número de bactérias resistentes enfatiza essa necessidade.
Além disso, a imunoterapia pode ser usada como um tratamento complementar
contra patógenos que são dificultados para o tratamento tradicional de antibióticos.
Ovos são um componente normal da dieta e praticamente não existem riscos de
efeitos tóxicos da ingestão de IgY oral. Entretanto, é necessário ter precaução, pois
algumas pessoas são alérgicas.
Anticorpos administrados oralmente são sujeitos a desnaturação pela ação
do pH ácido do estômago e degradação de proteases, tais como pepsina e tripsina.
Estudos tem mostrado que parte dos anticorpos permanece intacta na digestão de
pepsina e tripsina, mas existe uma considerável clivagem dos anticorpos em Fab,
Fab’2 e Fc fragmentos. Entretanto, Fab’2 e Fab fragmentos ainda possuem
capacidade para se ligar aos antígenos, e conseqüentemente exibindo atividade de
neutralização.
O tempo de transição para a administração de anticorpos no trato
gastrointestinal está entre 12 e 36 horas em bebês e crianças. Em animais,
dependendo da espécie a taxa de passagem pode variar de 12 a 40 horas.
A IgY possui propriedades bioquímicas que lhe tornam uma imunoterapia
parenteral atrativa. Como mencionado anteriormente, não ativam complemento de
mamífero e não reagem com receptores Fc, isto evita o surgimento de resposta
inflamatória. Complementos ativados são potentes mediadores da inflamação.
A IgY tem sido produzida contra bactérias oportunistas, invasivas e
produtoras de toxinas (Pseudomonas aeruginosa, Salmonella enteritidis e
Staphylococcus aureus) (Danielpour et al., 1995). A IgY afirmadamente interfere no
crescimento bacteriano, mas não previne o crescimento ((Bollen et al., 1998).
A administração oral de IgY tem sido desenvolvida para uma série de
microrganismos infecciosos em humanos e animais. Anticorpos IgY que passaram
pelo processo de “spray dried” específicos para Salmonella typhimurinum e
42
S.Dublin foram administrados oralmente e se demonstraram efetivos (Ebina et al.,
1990). Em humanos, existem trabalhos que demonstram a sua utilização, via oral,
para Streptococcus mutans.
Em infecções virais, os trabalhos se direcionam, principalmente, para o
rotavírus. Responáveis por gastroenterites em animais e humanos (Bartz et al.,
1980)
2.3.2 IgY para uso profilático ou terapêutico na medicina veterinária
Ovos ou gemas em liofilizadas tem sido usadas como uma alternativa
econômica para o tratamento de doenças entéricas na medicina veterinária. O mais
famoso exemplo do sucesso terapêutico/profilático usando IgY é o tratamento de
bezerros e leitões contra Escherichia coli (K88, K99 e 987P), rotavírus e
coronavírus (Amaral et al., 2002; Yokoyama et al., 1992; Mine et al., 2002). Os
grupos de Erhard (1996), Lösch (1996, 1991), Schade, Yoo, Yolken (1988) e Kuroki
(1993, 1997) tem efetuado grande parte dos estudos sobre IgY. Esses estudos
confirmaram que o tratamento de diarréia in bezerros e leitões com anticorpos IgY
específicos tem encontrado significante resultados profiláticos e terapêuticos
(Ikemori et al., 1997).
Kuroki (1993) protegeu camundongos de diarréia causada por rotavírus pela
administração de 2 l de solução de IgY por animal contendo um título de
neutralização de 1:10.240.
Pokorova (2000) usou IgY para proteger cães contra parvovírus canino, mas
acreditavam que a proteção resultava da interação entre IgY e componentes da
superfície do vírus.
Sunwoo (2002) demonstrou o efeito da inibição do crescimento da
Escherichia coli 0157:H7 pela ligação da IgY em antígenos de superfície da
bactéria, causando significantes mudanças na estrutura bacteriana. Outro efeito da
ligação da IgY em antígenos de superfície bacterianos é demonstrado através da
capacidade de impedir a fixação bacteriana no epitélio intestinal (Marquardt et al.,
1999; Lee et al., 2002). Então, administração terapêutica da IgY pode reduzir o uso
clínico de antibióticos, diminuindo o risco da formação de superbactérias.
43
Outra aplicação é o tratamento profilático de animais contra parasitas
intestinais. Devido a sérios problemas causados pela contaminação de carne com
drogas ou encefalopatia espongiforme bovina (BSE), consumidores estão
incrivelmente preocupados com a produção de alimentos sob condições biológicas
controladas.
Em sistemas de produção intensiva, animais estão em contato íntimo e direto
com outros animais, devido à alta concentração no confinamento, com isso o risco
por vias áreas e através do contato com fezes é muito alto, aumentando a
incidência, por exemplo, de infecções intestinais.
A IgY também tem sido usada para tratar algumas doenças de peixes de
criação (Salmão e Trutas), principalmente no Japão e na Escandinávia. Alguns
pesquisadores do Japão (Hatta et al., 1994) possuem grande experiência nesse
campo.
Recentemente, investigações tem sido iniciadas no uso de IgY para o
controle da “american foolbrood disease” (Terzolo et al., 2003), uma doença do
estágio larvar e pupal de abelhas (Apis mellifera), a qual é causada pela bactéria
esporulada, Paenibacillus larvae. A doença causa grandes perdas na Argentina,
com uma incidência de mais de 30%.
A maior dificuldade no controle e prevenção é com esporos da P. larvae, a
qual são resistentes para a maioria dos desinfetantes e antibióticos usados no
momento. Além disso, o uso indiscriminado de antibiótico é um sério obstáculo para
a produção e exportação de mel, por causa dos seus resíduos poderem gerar
resistência bacteriana, afetando a população humana.
Outra aplicação da tecnologia de IgY é o desenvolvimento de um ELISA para
quantificar uma proteína de 29KDa associada a gravidez (EPF) (Merkis et al., 2001,
2002). Por um ponto de vista econômico, isto é importante para saber
precocemente se houve fertilização ou não.
2.3.3 IgY para uso terapêutico ou profilático na medicina humana
A habilidade de aderência de muitos patógenos virais e bacterianos é o
principal pré-requisito para o sucesso da colonização, especialmente na mucosa
44
respiratório e intestinal, isto tem sido demonstrado através da ação de IgY contra
antígenos de Salmonella, inibindo a adesão desta bactéria as células do epitélio
(Lee et al., 2002).
Carlander (2000), Casswall (1999) e Sarker (2001) investigaram a ação do
colostro hiperimune bovino (HBC) contra rotavírus humano isolado de crianças
infectadas. A administração oral de anticorpos resultou em um significante efeito
protetor. Uma IgY anti-rotavírus humano (tipos Wa, RV5, RV3, ST3) também foi
efetiva, embora por um alcance mais baixo do que com HBC.
De acordo com outras opiniões, o uso de preparações com alto título de IgY
ou aumento da quantidade de anticorpos administrados, pode melhorar os
resultados (Yolken et al., 1988).
Proteção terapêutica através da IgY anti-Helicobacter pylori tem sido
investigada, no entanto os resultados não foram convincentes, provavelmente
devido a condições básicas desfavoráveis (Casswall et al, 1999; Shin et al., 2002).
De acordo com últimas evidências, a produção de anticorpos anti-H. pylori
usando um lisado bacteriano para imunização causou reação cruzada com outra
bactéria, isto pode ter diminuído o efeito profilático da IgY (Shin et al., 2003).
Carlander (2002a, 2002b) estudaram os beneficios da IgY contra doenças
infecciosas em pacientes com fibrose cística (CF), a doença genética comum mais
fatal da população caucasiana da Europa e E.U.A. A CF é causada por uma
mutação do gene de uma proteína canal, a qual resulta na secreção de um muco
anormalmente espesso. Isto permite o surgimento de infecções secundárias no
trato, causadas por muitas espécies de bactérias, uma das quais, Pseudomonas
aeruginosa, infecta quase todos pacientes CF.
Os pesquisadores tratam pacientes CF oralmente com uma solução aquosa
de IgY anti-P. aeruginosa (70ml, 0.7mg/ml IgY). O alto nível de anticorpos IgY
específicos pode ser demonstrado na saliva via ELISA, por aproximadamente 8
horas após o tratamento. Este tratamento foi um sucesso na redução de infecções
por P. aeruginosa em pacientes CF.
Uma proteção local efetiva contra formação de placa dentária foi feita
utilizando IgY anti-Streptococcus mutans (Chang et al., 1999; Hatta et al., 1997;
Smith et al., 2001; Otake et al., 1991). Esta proteção passiva foi claramente
45
mostrada em ambos voluntários humanos e ratos SPF. Imunização ativa contra
proteína B fixadora de glucano (GBP-B) em S. mutans, sob condições
experimentais, induziu boa proteção contra cáries dentárias. Esta proteção resulta
da continua secreção de anticorpos na saliva contra GBP-B, a qual previne a
acumulação de S. mutans no biofilme dental.
A proteção passiva da IgY é baseada no mesmo princípio. De fato, a
administração de IgY anti- S. mutans GBP-B via alimento e água de ratos
previamente infectados, causou uma significante redução na agregação de S.
mutans no biofilme dental. Em todos esses testes, uma correlação direta foi
encontrada entre a dose de IgY e a redução de cáries dentárias (Smith et al., 2001).
Além disso, o decréscimo na taxa de infecção de S. mutans não requereu contínua
administração de IgY (Cama et ali, 1991). Hatta (1997) avaliou a eficacia da
administração oral de IgY anti- S. mutans em voluntários, inibindo em 59% a
aderência da bactéria e conseqüente formação da placa.
Outra possibilidade para a aplicação oral de IgY específica pode ser com
infecções por Cryptosporidium parvums. Okhuysen (1998) observou uma
significativa proteção efetiva em voluntários oralmente tratados com HBC anti-
Cryptosporidium parvums. A administração oral da IgY correspondente pode
produzir efeitos similares (Tollemar et al., 1999).
LeClaire (2002) produziu anticorpos IgY contra a enterotoxina B
estafilocócica (SEB), para testar seu possível uso terapêutico. A SEB é considerada
um potencial agente para guerras biológicas, então existe uma necessidade para
desenvolver vacinas e agentes terapêuticos para intoxicação com SEB. Os autores
demonstram que a aplicação profilática e terapêutica de IgY anti-SEB protegeu
completamente camundongos e macacos rhesus.
Worledge (2000) demonstrou o efeito protetor após a administração oral de
IgY específica contra o fator de necrose tumoral (TNF) em um modelo experimental
de ratos. TNF é na patogênese de reações inflamatórias. O uso oral destes
anticorpos é considerada por ter menos efeitos colaterais sistêmicos do que
infusões endovenosas de anticorpos murinos humanizados anti-TNF.
O efeito protetor de IgY anti-veneno de cobra e escorpião tem sido mostrado
em camundongos (Thalley et al., 1990). Almeida (1998) encontrou resultados
similares, produzindo IgY contra veneno de Bothrops e Crotalus.
46
Investigações similares estão sendo feitas em Bangalore (Vital Mallya
Research Institute of Bengalore, Índia). O uso de IgY anti-veneno é vantajosa, por
causa dos poucos efeitos colaterais induzidos discutidos anteriormente (Devi et al.,
2002; Devi et al., 2002).
O grupo de pesquisa do professor Gómez (Universidad Nacional de La Plata,
La Plata, Argentina, resultados não publicados) tem produzido com sucesso IgY
específica contra toxina botulínica do tipo A, a qual tem sido usada para
imunoneutralização em modelos de camundongos.
2.4 Vantagens e desvantagens de anticorpos policlonais de aves
Existem diversos motivos para que os anticorpos extraídos da gema do ovo
de galinha possam ser utilizados ao invés dos anticorpos de mamíferos, alguns dos
quais podem ser discutidas nos itens que se seguem e mostrados na tabela 5.
2.4.1 Bem-estar animal
O mais importante objetivo do bem-estar animal é a redução de
manipulações dolorosas. A tecnologia de IgY para manutenção de galinhas é
usualmente menos onerosa do que a manutenção de coelhos. Além disso, a
produção de anticorpos de uma galinha corresponde a de um animal de grande
porte, tais como ovelhas ou cabras. Desta maneira, uma quantidade extraordinária
de anticorpos podem ser produzidas de uma única galinha, aproximadamente 17-
35 g do total de IgY/galinha/ano, das quais 1-10% pode ser específica par o
antígeno (tabela 10).
Esta enorme quantidade de anticorpos abrem as portas para novos campos
de aplicação da tecnologia de IgY, como por exemplo imunoterapias e em
imunoprofilaxia para muitas infecções virais e bacterianas na medicina humana e
animal. As vantagens do uso de anticorpos de galinha têm sido reconhecidas por
muitos autores (Schade et al., 1996; Carlander et al., 2002; Lösch et al., 1986;
47
Schade et al., 1991; Gasmann et al., 1990; Calzado et al., 2002; Camenish et al.,
1999; Carlander et al., 1999; Gottsein et al., 1985; Larsson et al., 1991).
2.4.2 Falta de reação cruzada com fatores reumatóides
Proteína C-reativa (CRP) pertence ao chamado grupo das proteínas de fase
aguda, a qual podem aumentar mais do que cem vezes o processo inflamatório.
O resultado de um ELISA, por exemplo, pode ser inexato devido a presença
de fatores reumatóides (RFs), a qual também são imunoglobulinas capazes de se
fixar a imunoglobulinas de outras espécies de mamíferos. Uma substancial
vantagem do uso da IgY é a inabilidade para reações cruzadas com RFs, por causa
da ausência do correspondente Fc localizado em sítios de ligação (Larsson et al.,
1991; Rieger et al., 1996).
2.4.3 Falta de reação cruzada com anticorpos humanos anti-camundongo
Anticorpos humanos anti-mouse (HAMAs) podem ser induzidos em
pacientes que receberam imunoterapia com anticorpos monoclonais de
camundongo (mABs). Conseqüentemente, existe uma interferência pelo HAMAs
em ensaios imunológicos baseados em mABs.
O desenvolvimento de outros anticorpos humanos contra outros mamíferos,
tais como, bovinos, eqüinos e caprinos, também tem sido reportados (Kricka et
al.,1999). Estes resultados em níveis significantes de interferência no diagnóstico
clínico. Por exemplo, somente fragmentos Fab são usados em alguns ensaios, para
evitar a ligação de sítios localizados no fragmento Fc.
Outro enfoque é o uso clínico de anticorpos humanizados, a qual mudam o
fragmento Fc original pelo correspondente humano. Anticorpos de galinha
específicos podem ser usados como alternativa nestes ensaios.
48
2.4.4 Distância filogenética
Como a diferença entre o antígeno e o animal imunizado aumenta, a
resposta imune usualmente também. Existe uma grande diferença filogenética
entre mamíferos e aves. Esta extensão evolucionária existente faz com que não
haja reação cruzada entre a IgY e a IgG (Mohammed et al., 1998). Como resultado,
galinhas são a melhor escolha para a produção de anticorpos policlonais.
A distância filogenética é a razão para a freqüentemente descrita diferença
entre anticorpos específicos de mamíferos e galinhas. Muitos autores têm
demonstrado que galinhas sempre produzem anticorpos contra antígenos
filogeneticamente altamente conservados de mamíferos mais eficientemente do
que coelhos (Larsson et al., 1990). Como conseqüência, um antígeno conservado
pode permanecer “oculto” para o sistema imune dos coelhos, e então causar
somente uma fraca resposta (Hau et al., 1980, 1981).
2.4.5 Ativação do sistema complemento
Em laboratórios clínicos, muitas análises são feitas em amostras de soro.
Uma amostra de soro contêm atividade do sistema complemento, mas a atividade
declina durante a estocagem e o manuseio (Carlander et al., 2002). A atividade do
sistema complemento pode variar entre diferentes pacientes e também entre
diferentes amostras do mesmo paciente.
Para evitar a ação do sistema complemento o EDTA é sempre incluída em
tubos usados para a coleta de sangue.
O EDTA previne a coagulação pelo seqüestro de íons de cálcio requeridos
para a coagulação. Muitos padrões e controles usados tem sido estocados e
contem um sistema de complemento inativo. Estas diferenças na atividade entre as
amostras e os padrões poderão causar resultados errôneos.
Anticorpos de mamíferos se fixam a fase sólida e complexos antígeno-
anticorpo contendo anticorpos de mamíferos a qual ativarão o sistema
complemento (Gross et al., 1990). O C4 ativado se liga a região Fab da IgG e pode
interferir com a fixação do antígeno (Schade et al., 1991).
49
Componentes do complemento podem também solubilizar complexos imune
precipitados (Davalos-Pantoja et al., 2000, 2001).
Anticorpos de galinha não são capazes de ativar o sistema complemento de
mamífero, portanto podem ser usadas para reduzir a interferência pela ativação do
complemento (Hatta et al., 1993).
2.4.6 Interação com receptor Fc bacteriano
Proteína A estafilocócica e a proteína G estreptocócica de bactérias são
muito usadas pela sua habilidade para fixar IgG. O Staphylococcus e Streptococcus
são freqüentemente encontrados em amostras bacterianas. Quando presentes,
eles podem se ligar a anticorpos específicos para outras bactérias causando assim
um resultado falso positivo. Anticorpos de galinha não se fixam a proteína A ou G e
podem ser usados para reduzir interferências devido aos receptores Fc de
bactérias (Calzado et al., 2001; Leenars et al., 1999; Gassmann et al., 1990).
IgG de coelho IgY de galinhas
Método de coleta Invasivo Não invasivo
Quantidade de anticorpo 200mg/40ml de
sangue
5-100mg/ovo; 5-7
ovos/semana
Quantidade de anticorpo por mês 200mg Aproximadamente 1000-
2800mg
Interferência com imunoglobulinas de
mamíferos (fator reumatóide)
Sim Não
Interferência com HAMA Sim Não
Interferência com complemento de
mamífero
Sim Não
Ligação com proteína A ou G Sim Não
Tabela 5. Características de anticorpos de mamíferos comparados com de
galinhas, adaptado de Schade et al.(2005).
HAMA, anticorpos anti-mouse humanos.
50
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Acevedo, M.C., Mederos, J. & Garcia, C. (1999). Produccion de IgY
especifica contra el vírus de Ia enfermedad de Gumboro en
ponedoras libres de patógenos específicos (SPF). Revista Cubana de
Ciencia Avícola 23,157-161.
Adachi, T. Structures and functions of antibodies. Nippon Rinsho. 2005 Apr.
63 Suppl 4:237-42. Review. Japanese.
Akita, E.M. & Nakai, S. (1992). Immunoglobulins from egg yolks: isolation
and purification. Journal of Food Science 57, 629-634.
Akita, E.M. & Nakai, S. (1993). Comparison of four purification methods for
the production of immunoglobulins from eggs laid by hens immunized
with an enterotoxigenic E. coli strain. Journal of lmmunological
Methods 160, 207-214.
Akita, E.M. & Nakai, S. (1994). Preparation and purification of Fab'
immunoreactive fragments from chicken egg immunoglobulin using
pepsin and Aspergillus saitoi protease. In Egg Uses and Proce8sing
Technologies (ed. J.S. Sim & S. Nakai), pp. 228-240. Wallingford, UK:
51
CAB International.
Al-Haddad, S., Zhang, Z., Leygue, E., Snell, L., Huang, A, Niu, Y., Hiller-
Hitchcock, T., Hole, K, Murphy, L.C. & Watson, P.R. (1999). Psoriasin
(Sl00A7) expression and invasive breast cancer. American Journal of
Pathology 155, 2057-2066.
Almeida, C.M., Kanashiro, M.M., Rangel Filho, F.B., Mata, M.F., Kipnis,
T.L. & da Silva, W.D. (1998). Development of snake antivenom
antibodies in chickens and their purification from yolk. Veterinary
Record 143, 579-584.
Alzari, P.N. Three dimensional structure of antibodies. Ann Rev Immunol
1988;6:555.
Amaral, J.A., Tino de Franco, M., CarneiroSampaio, M.M.S. & Carbonare,
S.B. (2002). Antienteropathogenic Escherichia coli immunoglobulin Y
isolated from eggs laid by immunised Leghorn chickens. Research in
Veterinary Science 72, 229-234.
Ambrosius, H. (1996). Developmental aspects af immunoglobulins and
antibodies. ALTEX 13, Suppl. 1, 10-14.
Amit, A.G. Three-dimensional structure of an antigen-antibody complex at
2.8 resolution. Science 1986;233:747.
Anon. (1999) Fachgerechte und tierschutzkonforme AntikOrperproduktion
in Kaninchen, Hühnern und Labornagetieren. Richtlinie Tierschutz
3.04, ho-800.1l6-3.04. Liebefeld-Bern, Switzerland: Bundesamt für
Veterinarwesen.
Bartz, C.R, Conklin, RH., Tunstall, C.B. & Steele, J.H. (1980). Prevention of
murine rotavirus infection with chicken egg yolk immunoglobulins.
Journal of Infectious Diseases 142,439-441.
Bauwens, R.M., Devas, M.P., Kint, J.A & De Leenheer, AP. (1988).
Chicken egg yolk and rabbit serum compared as sources of antibody
for radioimmunoassay of 1,25-dihydroxyvitamin D in serum or plasma.
52
Clinical Chemistry 34, 2153-2154.
Behn, 1., Hommel, U., Oertel, M. & Hauschild, S. (1969). Kinetics of IgY
formation after immunisation of hens with different protein antigens.
ALTEX 18, Suppl. 1, 18-21.
Behn, L, Honunel, U., Erhard, M., Hlinak, A., Schade, R, Schwarzkopf, C. &
Staak, C. (2000). Use of polyclonal avian antibodies. In Chicken Egg
Yolk Antibodies, Production and Application: IgY Technology (ed. R
Schade, L Behn, M. Erhard, A Hlinak & C. Staak), pp. 108-21O. Berlin,
Germany, Heidelberg, Germany, & NewYork, USA: Springer Lab
Manuals.
Bezzubova, O.Y. & Buerstedde, J-M. (1994). Gene conversion in the
chicken immunoglobulin locus: a paradigm of homologous
recombination in higher eukaryotes. Experientia 50, 270-276.
Bizhanov, G. & Vyshniauskas, G. (2000). A comparison of three methods
for extracting IgY from the egg yolk of hens immunized with sendai
virus. Veterinary Research Communications 24,103-113. Polson, A,
von Wechmar, M.B. & van Regenmortel, M.H.V. (1980). Isolation of
viral IgY antibodies from yolks of immunized hens. Immunological
Communications 9, 475-493.
Blais, B.W. & Phillippe, L. (2001). Detection of hazelnut proteins in foods by
enzyme immunoassay using egg yoIk antibodies. Journal of Food
Protection 64, 895-898.
Blattner, F.R.; Tucker, P.W. The molecular biology of immunoglobulin.
Nature 1984;307:417.
Bollen, L.S. & Hau, J. (1997). Immunoglobulin G in the deveIoping oocytes
of the domestic hen and immunospecific antibody response in serum
and corresponding egg yolk. In Vivo 11, 395-398.
Bollen, L.S. & Hau, J. (1998). Development and comparison of assays for
measuring immunospecific antibody response in serum of chickens
and rabbits immunized with human immunoglobulin G. Electrophoresis
53
19, 2419-2422.
Bollen, L.S. & Hau, J. (1999). Freund's complete adjuvant has a negative
impact on egg laying frequency in immunized chickens. In Vivo 13,
107-108.
Bollen, L.S., Crowley, A, Stodulski, G. & Hau, J. (1996). Antibody
production in rabbits and chickens immunized with human IgG: a
comparison of titre and avidity development in rabbit serum, chicken
serum and egg yoIk using three different adjuvants. Journal of
Immunological Methods 191, 113-120.
Boudjeroua, K, Jacques, M. & Dubreuil, J.D. (2000). Purification of IgY by
affinity chromatography using an immobilized Streptococus suis
serotype 2 immunoglobulin-binding protein. International Journal of
Bio-Chromatagraphy 5, 97-110.
Bouhours. J-F., Richard, C., Ruvoen, N., Barreau, N., Naulet, J. &
Bouhours, D. (1998). Characterization of a polyclonal anti-Gal 1-3Gal
antibody from chicken. Glycoconjugate Journa115, 93-99.
Boyden S.V. 1966. Natural antibodies and the immune response. Adv.
Immunol. 5:1-28.
Calzado, E.G., Marino, E.C., Chavez, T.S., Vazquez, E.L., Ochoa, Z.C. &
Schade, R. (2003). Extraction of a monospecific Coombs-reagent from
chicken eggs. ALTEX 20, 21-25.
Calzado, E.G., Garrido, RM.G. & Schade, R (2001). Human
haemoclassification by use of specmc yolk antibodies obtained after
immunisation of chickens against human blood group antigens. ATLA
29,717-726.
Calzado, E.J.G., Silva, G.R., Garrido, R.M.G., Polanco, L.B., Ramos, D.P.,
Clarke, D.H., Tanty, C.R., Rojas, AM., Terzolo, H.R. & Schade, R.
(2002). Obtainment of anti chicken IgY reagents in rabbits and its use
in IgY teehnology. Revista CENIC Ciencias Biologicas 33, 43-48.
54
Cama, V.A. & Sterling, C.R. (1991). Hyperimmune hens as a novel source
of anti-Cryptosporidium antibodies suitable for passive immune
transfer. Journal of Protozoology 38, 42-43.
Camenisch, G., Tini, M., Chilov, D., Kvietikova, I., Srinivas, V., Caro, J.,
Spielmann, P., Wenger, R.H. & Gassmann, M. (1999). General
applicability of chicken egg yolk antibodies: the performance of IgY
immunoglobulins raised against the hypoxia inducible factor 1 . The
FASEB Journal 3, 81-88.
Campbell, D.H. The Nature of Antibodies. Annual Review of Microbiology.
Volume 2, Page 269-278, Oct 1948.
CarIander, D., Wilhelmson, M. & Larsson, A (2002). lmmunoglobulin Y
Levels in Egg Yolk from Three Chicken Genotypes. Acta Universitatis
Upsaliensis, Comprehensive Summaries of Uppsala Dissertations
from the FacuIty of Medicine 1119, pp. 1-15. Uppsala, Sweden:
University of Uppsala.
Carlander, D. (2002). Avian IgY Antibody. ln Vitro and ln Vivo. Acta
Universitatis Upsaliensis, Comprehensive Summaries of Uppsala
Dissertations from the Faculty ofMedicine 1119, 153pp. Uppsala,
Sweden: University of Uppsala.
Carlander, D., Kollberg, H. & Larsson, A. (2002). Retention of specific yolk
IgY in the human oral cavity. BioDrugs l6, 433-437.
Carlander, D., Kollberg, H., Wejaker, P-E. & Larsson, A (2000). Peroral
immunotherapy with yolk antibodies for the prevention and treatment
of caries. Infeclion and Immunity 69, 3135-3142.
Carlander, D., Olesen, H., KolIberg, H., Johanesson, M., Wejaker, P-E. &
Larsson, A (2002). Avian Antibodies can Eliminate Interference due to
Complement Activation in ELISA. Acta Universitatis Upsaliensis,
Comprehensive Summaries of Uppsala Dissertations from the Faculty
of Medicine 1119, pp. 1-8. Uppsala, Sweden: University of Uppsala.
Carlander, D., Olesen, H., Kollberg, H., Johanesson, M., Wejaker, P-E. &
55
Larsson, A. (2002). Oral IgY Prevents Galonization af P. aeruginosa in
Gystic Fibrosis. Acta Universitatis Upsaliensis, Comprehensive
Summaries of Uppsala Dissertations from the Faculty of Medicine
1119, p. 1-24. Uppsala, Sweden: University of Uppsala.
Carlander, D., Stalberg, J. & Larsson, A (1999). Chicken antibodies. a
clinical chemistry perspective. Uppsala Journal of Medical Science
104, 179-190.
Carlander, D., Wilhelmson, M. & Larsson, A (2001). Limited day to day
variation of IgY levels in eggs fram individual laying hens. Food and
Agricultural lmmunology 13, 87-92.
Casali P., Schettino E.W. 1996. Structure and function of natural
antibodies. Curr. Top. Microbiol. Immunol. 210:167-79.
Casswall, T. (1999). Passive lmmunisation as Therapy for Gastrointestinal
lnfectious in Children. Doctoral Thesis Reproprint AB (ISBN-91-628-
3862-8), 8O pp. Stockholm, Sweden: Karolinska Institute.
Cipolla, A, Cordeviola, J., Terzolo, H., Combessies, G., Bardon, J., Noseda,
R, Martinez, A, Medina, D., Morsella, C. & Malena, R (2001).
Campylobacter fetus diagnosis: direct immunofluorescence comparing
chicken IgY and rabbit IgG conjugates. ALTEX 18, 165-170.
Clark, J.R, Marquardt, RR & Frohlieh, AA (1995). Comparative studies on
the specificity and sensitivity of rabbit and laying-hen antisera to
ochratoxin A Food and Agricultural Immunology 7, 33-42.
Cohn, M. & Langmann, R.E. (1993). A theory ofthe ontogeny of the chicken
humoral immune system: the consequences of diversification by gene
hyperconversion and its extension to rabbit. Research Immunology
144, 422-446.
Colman, P.M. Structure of antibody-antigen complex: Implications for
immune recognition. Adv Immunol 1988;43:99.
Cook, CL., Pao, W., Firca, J.R., Anderson, B.E. & FIYer, J.P. (2001).
Simple purification methods for an a Galactose specific antibody from
chicken eggs. Journal of Bioscience and Bioengineering 91, 305-310.
56
Creighton, T. 1993. Proteins: Structures and Molecular Properties, 2nd ed.,
Freeman, New York.
Cser, L., Gladkih, I.A, Hädge, D. & Ambrosius, H. (1982). X-ray small-angle
scattering study of general structure of chicken immunoglobulin Y.
lmmunology Letters 4, 15-19.
Chacana, P., Schade, R & TenoIo H. (2003). A new bacterium suitable for
egg yolk immunoglobulin (IgY) Large-scale chromatographic
purification. ALTEX 20, 165.
Chang, H.M., Lu, T.C., Chen, C.C., Tu, Y.Y. & Hwang, J.Y. (2000). Isolation
of immunoglobulin from egg yolk by anionic polysaccharides. Journal
of Agricultural and Food Chemistry 48, 995-999.
Chang, H.M., Ou-Yang, R.F., Chen, Y.T. & Chen, C.C. (1999). Productivity
and some properties of immunoglobulin specific against Streptococcus
mutans serotype c in chicken egg yolk (IgY). Journal of Agricultural
and Food Chemistry 47, 61-66.
Chen, C.L.; Lehmeyer, J.E.; Cooper, M.D.; Evidence for an IgD homologue
on chicken lymphocytes. J Immunol 1982; 129(6):2580-2585.
Danielpour, D. & Roberts, AB. (1995). Specific and sensitive quantitation of
transforming growth factor 3 by sandwich enzyme-linked
immunosorbent assay. Journal of lmmunological Methods 180, 265-
272. .
Davalos-Pantoja, L., Ortega-Vinuesa, J.L., BastosGonzalez, D. & Hidalgo-
Alvarez, R. (2000). A comparative study between the adsorption of IgY
and IgG on latex particles. Journal of Biomaterial Sciences and
Polymer Edition 11, 657-673.
Davalos-Pantoja, L., Ortega-Vinuesa, J.L., BastosGonzalez, D. & Hidalgo-
Alvarez, R (2001). Colioidal stability of IgG- and IgY-coated latex
microspheres. Colloids and Surfaces B: Biointerfaces 20, 165-175.
Davie, J.M. Structural correlates of idiotypes. Ann Ver Immunol 1986;4:147.
57
Davies, D. R.; Metzger, H. Structural Basis of Antibody Function. Annual
Review of Immunology, April 1983, Vol. 1, Pages 87-115.
Davies, D. R.; Padlan, E. A.; Sheriff, S. Antibody-Antigen Complexes.
Annual Review of Biochemistry, July 1990a, Vol. 59, Pages 439-473.
Davies, D.R.; Padlan, E.A. Antibody-antigen complex. Ann Rev Biochem
1990b;59:439.
Davis, M.; J. Boniface; Z, Reich; D. Lyons; J. Hampl; B. Arden; Y. Chien.
1998. Ligand recognition by T cell receptors. Annu. Rev. Immunol.
16:523-544.
De Ceuninck, F., Pastoureau, P., Agnellet, S., Bonnet, J. & Vanhoutte, P.M.
(2001). Development of an enzyme-linked immunoassay for the
quantification of YKL-40 (cartilage gp-39) in guinea pig serum using
hen egg yoIk antibodies. Journal of lmmunological Methods 252, 153-
161.
De Meulenaer, B. & Huyghebaert, A. (2001). Isolation and purification of
chicken egg yolk immunoglobulins: a review. Food and Agricultural
Immunology 13, 275-288.
Devi, C.M., Bai, M.V. & Krishnan, L.K. (2002). Development of viper-venom
antibodies in chicken egg yolk and assay for their antigen binding
capacity. Toxicon 40, 857-861.
Devi, C.M., Bai, M.V., Lal, AV., Umshankar, P.R. & Krishnan, L.K. (2002).
An improved method for isolation of anti-viper venom antibodies from
chicken egg yolk. Journal of Biochemical and Biophysical Methods
51,129-138.
Di Lonardo, A, Marcante, M.L., Poggiali, F., Hamsoikova, E. & Venuti, A
(2001). Egg yolk antibodies against the E7 oncogenie protein of
human papilloma vírus type 16. Archives of Virology 146, 117-125.
Doellgast, G.J., Brown, J.E., Koufman, J.A & Hatheway, C.L. (1997).
Sensitive assay for measurement of antibodies to Clostridium
58
botulinum neurotoxins A, B and E: use of hapten-labeled-antibody
elution to isolate specific complexes. Journal of Clinical Microbiology
35,578-583.
Dohms, J.E., Saif, Y.M. & Bacon, W.L. (1978). Studies on metabolism and
concentration of immunoglobulin G in the newly hatched turkey poult.
American Journal of Veterinary Research 39,1466-1471.
Doth, M., Schade, R, Claas, S. & Matysiak, R (1996). Assay development
of a serum marker for myocardial injury: experiences with an avian
anti-Troponin I antibody. ALTEX 13, Suppl. 1, 45-50.
Ebina, T. (1996). Prophylaxis of rotavirus gastroenteritis using
immunoglobulin. Archives of Virology 12, Suppl. 1, 217-223.
Ebina, T., Tsukada, K., Umezu, K., Nose, M., Tsuda, K, Hatta, H., Kim, M.
& Yamamoto, T. (1990). Gastroenteritis in suckling mice caused by
human rotavirus can be prevented with egg yolk immunoglobulin (IgY)
and treated with a protein bound polysaccharide preparation (PSK).
Microbiological Immunology 34, 617-629.
Eisen, H.N.; Pearce, J.H. The Nature of Antibodies and Antigens. Annual
Review of Microbiology. Volume 16, Page 101-126, Oct 1962.
Erhard, M. & Schade, R. (2000). Short introduction to hen's humoral
immune system. ln Chicken Egg Yolk Antibodies, Production and
Application: IgY Technology (ed. R. Schade, L Behn, M. Erhard, A
Hlinak & C. Staak), pp. 1-8. Berlin, Germany, Heidelberg, Germany, &
New York, USA: Springer Lab Manuals.
Erhard, M.H., Bergmann, J., Renner, M., Hofmann, A. & Heinritzi, K (1996).
Prophylactic effect of specific egg yoIk antibodies in diarrhea of
weaned piglets caused by Escherichia coli K88 (F4). Joumal of
Veterinary Medicine, A 43,217-223.
Erhard, M.H., Hofman, A, Zinsmeister, P., Kaspers, B. & Stangassinger, M.
(2000). Adjuvant effects of lipopeptides and interferon for the
immunisation of laying hens (in German). In Forschung ohne
59
Tierversuche (ed. H. Schöffi, H. Spielmann, F.P. Gruber, H. Appl, F.
Harrer, W. Pfaller & HA Tritthart), pp. 269-274. Vienna, Austria, & New
York, USA: Springer.
Erhard, M.H., Ozpinar, H., Bilal, T., Abas, L, Kutay, C., Eseceli, H. &
Stangassinger, M. (2000). The humoral immune response and the
productivity of laying hens kept on the ground or in cages. ATLA
28,699-705.
Erhard, M.H., Schmidt, P., Hofmann, A, Bergmann, J., Mittermeier, P.,
Kaufinann, P., Wiesmüller, K-H., Bessler, W. & Lösch, U. (1997). The
lipopopeptide, Pam3Cys-Ser-(Lys)4: an alternative adjuvant to
Freund's adjuvant for the immunisation of chicken to produce egg yoIk
antibodies. ATLA 25, 173-18l.
Fischer, M. & Hlinak, A (1996). An ELISA for the quantification of chicken
immunoglobulin (IgY) in various liquid media. ALTEX 13, Suppl. 1,
179-183.
Fischer, M., Hlinak, A, Montag, T., Claros, M., Schade, R & Ebner, D.
(1996). Vergleich von Standardmethoden zur Präparation von Dotter-
antikörpern. Tieriirztliche Praxis 24,411-418.
Fölsch, D.W. (1990). Grundlegende ethologische und ökologische Aspekte
für' die Haltung von Haustieren, speziell vou Hühnem. Deutsche
tieriirztliche Wochenschrift 97, 217-264.
Fryer, J.P., Firca, J., Leventhal, J.R., Blondin, B., Malcolm, A, lvancic, D.,
Gandhi, R., Shah, A, Pao, W., Abecassis, M., Kaufinann, D.B., Stuart,
F. & Anderson, B. (1999). IgY anti porcine endothelial cell antibodies
effectively block human anti porcine xenoantibody binding.
Xenotransplantation 56, 98-109.
Gassmann, M., Thömmes, P., Weiser, T. & Hübscher, U. (1990). Efficient
production of chicken egg yolk antibodies against a conserved
mammalian protein. In Forsclumg ohne Tierversuche (ed. H.
Tierheilkunde) 132, 289-294.
60
Gassmann, M., Weiser, T., Thömmes, P. & Hübscher, U. (1990). Das
Hühnerei als Lieferant polyklonaler Antikörper. Schweizer Archiv für
Tierheilkunde.
Gerl, M., Steinert, C., Quint, M., Schade, R & Günzler, V. (1996).
Immunisation of chickens with the aminoterminal propeptide of bovine
procollagen type m. ALTEX 13, Suppl. 1, 51-56.
Gervelmeyer, A, Abu-Ajamijeh, H., Bani-Younis, E., Anasweh, O., Bzour,
N., Akasheh, R, Clausen, P-H., Staak, C. & Monreal, G. (1998).
Production of vírus specific egg yolk antibodies for the diagnosis of
Newcastle disease, infectious bronchitis and Gumboro disease by the
direct fluorescent antibody technique. Revue Elementaire Medicine
veterinaire Pays tropical 51, 5-9.
Gottstein, B. & Hemmeler, E. (1985) Egg yoIk immunoglobulin Y as an
alternative antibody in the serology of echinococcosis. Zeitschrifi für
Parasitenkunde 71, 273-276.
Griffiths, A.; S. Williams; O. Hartley; I. Tomlinson; P.Waterhouse; W.
Crosby; R. Kontermann; P. Jones; N. Low; T. Allison. 1994. Isolation
of high affinity human antibodies directly from large synthetic
repertoires. EMBO J. 13:3245-3260.
Groschup, M.H., Harmeyer, S. & Pfaff, E. (1997). Antigenic features of
prion proteins of sheep and other mRmmRliRn species. Journal of
lmmunological Methods 207, 89-10l.
Gross, W.B. & Siegel, P.B. (1990). Genetic-environmental interactions and
antibody response in chickens to two antigens. Avian Diseases 34,
843-847.
Hamada, S. & Kodoma, Y. (1996) Passive immunity for protection against
mucosal infections and vaccination for dental caries. In Mucosal
Vaccines (ed. H. Kiyono, P.L. Ogra & J.R. McGhee), pp 187-197.
NewYork, USA: Academic Press.
61
Hansen, P., Scoble, J.A, Hanson, B. & Hoogenraad, N.J. (1998). Isolation
and purification of immunoglobulins from chicken eggs using thiophilic
interaction chromatography. Journal of Immunological Methods 215,
1-7.
Hassl, A. & Aspöck, H. (1988). Purification of egg yolk immunoglobulins. A
two-step procedure using hydrophobic interaction chromatography
and gel filtration. Journal of lmmunological Methods 110, 225-228.
Hatta, H., Kim, M. & Yamamoto, T. (1990). A novel isolation method for hen
egg yolk antibody, "IgY". Agricultural and Biological Chemistry 54,
2531-2535.
Hatta, H., Mabe, K., Kim, M., Yamamoto, T., Guiterrez, MA. & Miyazaki, T.
(1994). Prevention of fish disease using egg yoIk antibody. In Egg
Uses und Processing Technologies (ed. J.S. Sim & S. Nakai), pp. 241-
249. Wallingford, UK: CAB International.
Hatta, H., Tsuda, K, Akachi, S., Kim, M. & Yamamoto, T. (1993).
Productivity and some properties of egg yolk antibody (lgY) against
human rotavirus compared with rabbit IgG. Bioscience, Biotechnology
and Biochemistry 57,450-454.
Hatta, H., Tsuda, K., Akachi, S., Kim, M., Yamamoto, T. & Ebina, T. (1993).
Oral passive immunization effect of anti-human rotavirus IgY and its
behavior against proteolytic enzymes. Bioscien.ce, Biotechnology and
Biochemistry 57, 1077-1081.
Hatta, H., Tsuda, K., Ozeki, M., Kim, M., Yamamoto, T., Otake, S.,
Hirasawa, M., Katz, J., Childers, N.K. & Michalek, S.M. (1997).
Passive immunization against dental plaque formation in humans:
effect of a mouth rinse containing egg yolk antibodies (IgY) specific to
Streptococcus mutans. Ganes Research 31, 268-274.
Hau, J., Westergaard, J.G., Svendsen, P., Bach, A & Teisner, B. (1980).
Comparison of the pregnancy-associated murine protein-2 and human
pregnancy-specifc 1-glycoprotein. Journal of Reproduction and
62
Fertility 60, 115-119.
Hau, J., Westergaard, J.G., Svendsen, P., Bach, A & Teisner, B. (1981).
Comparison of pregnancyassociated murine protein-1 and human
pregnancy zone protein. Journal of Reproductive Immunology a, 341-
349.
Hedlund, G.B. & Hau, J. (2001). Oral immunisation of chickens using
cholera toxin B subunit and Softigen® as adjuvants results in high
antibody titre in the egg yolk. ln Vivo 15, 381-384.
Helmreich E., Kern M., Eisen H.N. 1961. The secretion of antibody by
isolated lymph node cells. J. Biol. Chem. 236:464-73.
Herschel, W.; Thomas, S.S. The structural and functional basis of antibody
catalysis. Annual Review of Biophysics and Biomolecular Structure.
Volume 26, Page 461-493, Jun 1997.
Hlinak, A & Schade, R. (2000). Possibilities ofkeeping laYing-hens to obtain
antibodies. ln Chicken Egg Yolk Antibodies, Production and
Application: IgY Technology (ed. R. Schade, L Behn, M. Erhard, A
Hlinak & C. Staak), pp. 9-24. Berlin, Germany, Heidelberg, Germany,
& New York, USA: Springer Lab Manuals.
Hlinak, A, Krüger, M., Bartels, T., Sasse, M., Claros, M. & Schade, R
(1996). Studies on diagnostic applications of egg yoIk antibodies
against Bordetella bronchiseptica. ALTEX 13, Suppl. 1, 70-72.
Hlinak, A, Schade, R., Bartels, T. & Ebner, D. (1996). Das Huhn als
Versuchstier und Quelle spezifischer Dotterantikörper. Erfahrungen
zur Haltung, lmmunisierung und Legeleistung. Tierärztliche Umschau
51, 402-408.
Hlinak, A, Schrödl, W., Witt, S., Schade, R & Krüger, M. (1996). Production
of egg yolk antibodies against human cell-associated antigens. ALTEX
13, Suppl. 1, 76-79.
Hommel, U. & Behn, L (2000). Einsatz aviärer vitelliner Antikörper als
63
Sekundärreagenzien in immunologischen Testsystemen. In Forschung
ohne Tierversuche (ed. H. Schöffi, H. Spielmann, F.P. Gruber, H.
Appl, F. Harrer, W. Pfaller & H.A. Tritthart), pp. 263-268. Vienna,
Austria, & New York., USA: Springer.
Hoogenboom, H. 1997. Designing and optimizing library selection
strategies for generating high-affinity antibodies. Trends Biotechnol.
15:62-70.
Ikemori, Y., Ohta, M., Umeda, K, lcatlo, F.C., Kuroki, M., Yokoyama, H. &
Kodama, Y. (1997). Passive protection of neonatal calves against
bovine coronavirus-induced diarrhea by administration of egg yolk or
colostrum antibody powder. Veterinary Microbiology 58, 105-111.
Israelachvili, J. 1992. Intermolecular and Surface Forces, 2nd ed.,
Academic Press, New York.
Janeway, C.A., Travers, P., Walport, M. & Shlomchik, M. (2002)
lmmunologie, 5th edn, 777pp. Heidelberg & Berlin, Germany:
Spektrum Akademischer Verlag.
Jaradat, Z.W. & Marquardt, RR. (2000). Studies on the stability of chicken
IgY in different sugars, complex carbohydrates and food materials.
Food and Agricultural 1mmunology 12, 263-272.
Jensenius, J.C., Andersen, L, Hau, J., Crone, M. & Roch, C. (1981). Eggs:
conveniently packaged antibodies. Methods for purification of yolk
IgG. Journal of Immunological Methodh 46, 63-68.
Jungbäck, C. & Finkler, H. (1998). Anmerkungen zur Bodenhaltung von
Hühnem zu Versuchszwecken. Tierorztliche Umschau 53, 303-308.
KIemperer, F. (1893). Ueber natürliche lmmunität und ihre Verwerthung für
die Immunisirungstherapie. Archiv für Experimentelle Pathologie und
Pharmakologie 31, 356-382.
Kim, H. & Nakai, S. (1998). Simple separation of immunoglobulin from egg
yolk by ultrafiltration. Journal of Food Science 63, 485-490.
64
Klipper, E., Sklan, D. & Friedman, A (2000). Immune responses of chiekens
to dietary protein antigens. I. Induction of systemic and intestinal
immune responses following oral administration of soluble proteins in
the absence of adjuvant. Veterinary lmmunology and
lmmunopathology 74, 209-223.
Klipper, E., Sklan, D. & Friedman, A (2001). Response, tolerance and
ignorance following oral exposure to a single dietary protein antigen in
Gallus domesticus. Vaccine 19, 2890-2897.
Knecht, W., Kohler, R, Minet, M. & Loffier, M. (1996). Anti-peptide
immunoglobulins from rabbit and chicken egg recognise recombinant
human dihydroorotate dehydrogenase and a 44 kDa protein from rat
liver mitochondria. European Journal of Biochemistry 236, 609-613.
Kollberg, H., Carlander, D., Olesen, H., Wejaker, PE., Johannesson, M. &
Larsson, A (2003). Oral administration of specific yoIk antibodies (IgY)
may prevent Pseudomonas aeruginosa infections in patients with
cystic fibrosis: a phase I feasibility study. Pediatric Pulmonology 35,
433-440.
Kricka, L.J. (1999). Human anti-animal antibody interferences in
immunological assays. Clinical Chemistry 45, 942-956.
Krief, A, Letesson, J-J. & Billen, D. (2002). Comparison between "IgY
technology" from chickens and "IgG technology" from mice for
production of tailor-made antibodies. Tetrahedron Letters 43, 1843-
1846.
Kühlmann, R, Wiedemann, V., Schmidt, P., Wanke, R, Linckh, E. & Lösch,
U. (1988). Chicken egg antibodies for prophylaxis and therapie of
infectious intestinal diseases. I. Immunization and antibody
determination. Journal of Veterinary Medicine Series B: Infectious
Diseases and Veterinary Public Health 35, 610-616.
Kuroki, M., lkemori, Y., Yokoyama, H., Peralta, RC., Icatlo, F.C. & Kodama,
Y. (1993). Passive protection against bovine rotavirus-induced
65
diarrhea in murine madel by specific immunoglobulins from chicken
egg yolk. Veterinary Microbiology 37,135-146.
Kuroki, M., Ohta, M., lkemori, Y., lcatlo, F.C., Kobayashi, C., Yokoyama, H.
& Kodama, Y. (1997). Field evaluation of chicken egg yolk
immunoglobulins specific for bovine rotavirus in neonatal calves.
Archive Virology 142,843-851.
Kuronen, L, Kokko, H., Manonen, 1. & Parviainen, M. (1997). Hen egg yolk
antibodies purified by antigen affinity under highly alkaline conditions
provide new tools for diagnostics. Human intact parathyrin as a model
antigen. European Journal of Clinical Chemistry and Clinical
Biochemistry 35, 435-440.
Kweon, C-H., Kwon, B.J., Woo, S.R, Kim, J.M., Woo, G.H., Son, D.H., Hur,
W. & Lee, Y.S. (2000). Immunoprophylactic effect of chicken egg yolk
immunoglobulin (IgY) against porcine epidemic diarrhea virus (PEDV)
in piglets. Journal of Veterinary Medical Science 62, 961-964.
Larsson, A & Sjöquist, J. (1990). Chicken IgY: utilizing the evolutionary
difference. Comparative lmmunology, Microbiology and infectious
diseases 13,199-201.
Larsson, A, Balöw, R-M., Lindahl, T.L. & Forsberg, P-O. (1993). Chicken
antibodies: taking advantage of evolution. A review. Poultry Science
72, 1807-1812.
Larsson, A, Karlsson-Parra, A & Sjöquist, J. (1991). Use of chicken
antibodies in enzyme immunoassays to avoid interference by
rheumatoid factor. Clinical Chemistry 37, 411-414.
Larsson, A, Wejaker, P-E., Forsberg, P-G. & Lindahl, T. (1992). Chicken
antibodies: a tool to avoid interference by complement activation in
ELISA Journal of Immunological Methods 156, 79-83.
Larsson, A., Carlander, D. & W1lhelmsson, M. (1998). Antibody response
in laying hens with small amounts of antigen. Food and Agricultural
1mmunology 10, 29-36.
66
LeClaire, R.D., Hunt, R.E. & Bavari, S. (2002). Protection against bacterial
staphylococcal enterotoxin B by passive vaccination. Infection and
Immunity 70, 2278-2281.
Lee, E.N., Sunwoo, H.H., Menninen, K. & Sim, J.S. (2002). In vitro studies
of chicken egg yoIk antibody (IgY) against Salmonella enteritidis and
Salmonella typhimurium. Poultry Science 81, 632-641.
Lee, KA, Chang, S.K, Lee, Y.J., Lee, J.H. & Koo, N.S. (2002). Acid stability
of anti Helicobacter pylori IgY in aqueous polyol solution. Joumal of
Biochemwtry and Molecular Biology 35, 488-493.
Leenars, P.P.A.M., Hendriksen, C.F.M., de Leeuw, W.A., Carat, F.,
Delahaut, P., Fischer, R, Halder, M., Hanly, W.C., Hartinger, J., Hau,
J., Lindblad, E.B., Nicklas, W., Outschoorn, I.M. & StewartTull, D.E.S.
(1999). The production of polyclonal antibodies in laboratory animals.
The report and recommendations of ECV AM workshop 35. ATLA 27,
79-102.
Lemamy, G-J., Roger, P., Mani, J-C., Robert, M., Rochefort, H. & Brouillet,
J-P. (1999). High-affinity antibodies from hen's egg yolks against
human mannose-6-phosphate/insulin-like growth-factor-II receptor
(M6P/IGFII-R): characterization and potential use in clinical cancer
studies. International Journal of Cancer 80, 896-902.
Lesley, SA & Groskreutz, D.J. (1997). Simple affinity purification of
antibodies using in vivo biotinylation of a fusion protein. Journal of
lmmunological Methods 207,147-155.
Lösch, U. (1996). How do the antibodies get into the chicken egg? ALTEX
13, Suppl. 1, 15-17.
Lösch, U., Schranner, I., Wanke, R & Jiirgens, L. (1986). The chicken egg,
an antibody source. Journal ofVeterinary Medicine B 33, 609-619.
Mahn, K. (1998). Etablierung eines Immunisierungsschemas für
Legehennen. Veterinazy Medicine Doctoral Thesis, University of
Munich. 110pp. Munich, Germany: University of Munich.
67
Marquardt, R.R., Jin, L.Z., Jung-Woo, K, Fang, L., Frohlich, A.A. & Baidoo,
S.K. (1999). Passive protective effect of egg-yolk antibodies against
enterotoxigenic Escherichia coli K88+ infection in neonatal and early
weaned piglets. FEMS Immunology and Medical Microbiology 23, 283-
288.
Matsuda, H., Mitsuda, H., Nakamura, N., Furusawa, S., Mohri, S. &
Kitamoto, T. (1999). A chicken monoclonal antibody with specificity for
the N-terminal of human prion protein. FEMS Immunology and
Medical Microbiology 23, 189-194.
McHeyzer-Williams M., McHeyzer-Williams L. 2004. Antigen-specific
memory B cell development. Annu. Rev. Immunol. 23:487-513.
McLaren, RD., Prosser, C.G., Grieve, RC.J & Borrisenko, M. (1994). The
use of caprylic acid for the extraction of the immunoglobulin fraction
from egg yolk of chickens immunised with ovine -lactalbumin. Journal
of lmmunological Methods 177, 175-184.
Merkis, C., Fernandez, S., Martinez, R, Chanique, A, Greco, C., Koncurat,
M., Troillet, J.C. & Vivas, A (2001). Comparison of the early pregnancy
factor activity (EPF) in serum and placental porcine of different
gestational periods. Biocell 25, 306.
Merkis, C.I. & Vivas, AB. (2002). Actividad sérica deI Factor Precoz de
Prefiez (EPF) durante Ia gestación en porcinos. Revista Colombiana
de Ciencias Pecuarias 15, 63-67.
Messerschmid, S. & Sarkar, S. (1993). Raising polyclonal antibodies
against TMV in a hen utilizing the immunological memory (in German).
Anzeiger für Schiidlingskunde, Pflanzenschutz, Umweltschutz 66,145-
147.
Metzger H. 1970. Structure and function of gamma M macrogobulins. Adv.
Immunol. 12: 57-116.
Michael J.G. 1969. Natural antibodies. Curr. Top. Microbiol. Immunol.
48:43-62.
68
Mine, Y. & Kovacs-Nolan, J. (2002). Chicken egg yolk antibodies as
therapeutics in enteric infectious disease; a review. Journal of Medical
Food 5, 159-169.
Mittermeier, P. (1995). Das Lipopeptid Pam3CysSer-(Lys)4-reine Alternative
zu Freundschem komplettem Adjuvans (CFA) bei der lmmunisierung
von Legehennen zur Gewinnung von Dotterantikörpern. Inaugural
Dissertation, Tierärztjiche Fakultät der Ludwig Maximilians Universität.
99pp. Munieh, Germany: Ludwig Maximilians University.
Mohammed, S.M., Morrison, S., WS, L., Trinh, K.R, Wildeman, AG.,
Bonselaar, J. & Etches, RJ. (1998). Deposition of genetically
engineered human antibodies into the egg yolk of hens.
lmmunotechnology 4,115-125.
Morrison, S.L., Mohammed, S.M., Wims, L.A, Trinh, R. & Etches, R. (2001).
Sequences in antibody molecules important for receptor-mediated
transport into the chicken egg yolk. Molecular lmmunology 38,619-
625.
Nishinaka, S., Akita, H., Nakamura, M., Suzuki, K., Suzuki, T., Tsubokura,
K., Horiuehi, H., Furusawa, S. & Matsuda. H. (1996). Two chicken B
cell lines resistant to quabain for the production of chicken monoclonal
antibodies. Journal of Veterinary Medical Science 58, 1053-1056.
Noll, F., Lutsch, G. & Bielka, H. (1982). Structure of IgG and IgY molecules
in ribosome-antibody complexes as studied by electron microscopy.
immunology Letters 4, 117-123.
Nossal G.J. 2002. One cell, one antibody: prelude and aftermath. Immunol.
Rev. 185:15-23.
O'Farrelly, C., Branton, D. & Wanke, C.A (1992). Oral ingestion of egg yolk
immunoglobulin from hens immunized with an enterotoxigenic Escher-
ichia coli strain prevents diarrhea in rabbits challenged with the same
strain. Infection and Immunology 60, 2593-2597.
Ohnishi, T., Kakimoto, K, Hashida, S., Fujü, M., Hirono, S., Nishiayma, K,
69
Amita, Y., Ishikawa, E., Tsubouchi, H. & Daikuhara, Y. (2000).
Development of highly sensitive enzyme-linked immunosorbent
assays for hepatocyte growth factor/scatter factor (HGF/SF):
determination of HGF/SF in serum and urine from normal human
subjects. Journal of lmmunological Methods 244, 163-173.
Okhuysen, P.C., Chappell, C.L., Crabb, J., Valdez, L.M., Douglass, E.T. &
DuPont, H.L. (1998). Prophylactic effect ofbovine anti-Cryptosporidium
hyperimmune colostrum immunoglobulin in healthy volunteers
challenged with Cryptosporidium parvum. Clinical lnfectious Diseases
26, 1324-1329.
Olbrich, C., Müller, R.H., Tabatt, K, Kayser, O., Schulze, C. & Schade, R.
(2002). Stable biocompatible adjuvants - a new type of adjuvant based
on solid lipid nanoparticles: a study on cytotoxicity, compatibility and
efficacy in chicken. ATLA 30, 443-458.
Otake, S., Nishihara, Y., Makimura, M., Hatta, H., Kim, M., Yamamoto, T. &
Hirasawa, M. (1991). Protection of rats against dental caries by
passive immunization with hen-egg-yolk antibody (IgY). Journal of
Dental Research 70, 162-166.
Owusu-Asiedu, A, Baidoot, S.K, Nyachoti, C.M. & Marquardt, RR (2002).
Response of early-weaned pigs to spray-dried porcine or animal
plasma-based diets supplemented with egg-yolk antibodies against
enterotoxigenic Escherichia coli. Journal of Animal Science 80, 2895-
2903.
Özpinar, H., Erhard, M.H., Aytug, N., Ozpinar, A., Baklaci, C.,
Karamüptüoglu, S., Hofinan, A & Lösch, U. (1996). Dose-dependent
effects of specific egg-yolk antibodies on diarrhea of newborn calves.
Preventive Veterinary Medicine 27,67-73.
Parvari, R., Avivi, A, Lentner, F., Ziv, E., Tel-Or, S., Burstein, Y. &
Schechter, L (1988). Chicken immunoglobulin y-heavy chains: limited
VH gene repertoire, combinatorial diversification by D gene segments
and evolution of the heavy chain locus. EMBO Journal7, 739-744.
70
Parvari, R., Ziv, E., Lentner, F., Tel-Or, S., Burstein, Y. & Schechter, L
(1987). Analysis of chicken immunoglobulin light chain cDNA clones
indicate a few germline V genes and allotypes of the C locus. EMBO
Journal 6, 97-102.
Patterson, R, Younnger, J.S., Weigle, W.O. & Dixon, F.J. (1962). Antibody
production and transfer to egg yolk in chickens. Journal of lmmunology
89, 272-278.
Pelosi, E., Lambden, P.R., Caul, E.O., Liu, B., Dingle, K, Deng, Y. & Clarke,
LN. (1999). The seroepidemiology of genogroup 1 and genogroup 2
Norwalk-like viruses in Ita1y. Journal of Medical Virology 58, 93-99.
Perez, RC.M., Mejia, C.M. & Quintero, L.Z. (1994). Produccion de
anticuerpos antiprogesterona a partir de la yema de huevo de gallinas
y deI suero sanguineo de conejos, para ser utilizados en radio-
inmunoanalisis. Veterinaria Mexicana 25, 117-125.
Pichler, H. (1999). Development of an Enzymeimmunoassay for the
Determination of the Mycotoxin Zearalenone Based on Egg-yolk
Antibodies from immunized chickens. Doctoral Thesis. 119pp. Vienna,
Austria; Technical University ofVienna.
Pichler, H., Krska, R, Szekacs, A & Grasserbauer, M. (1998). An enzyme-
immunoassay for the detection of the mycotoxin zearalenone by use
of yoIk antibodies. Fresenius Journal of Analytical Chemistry 362, 176-
177.
Pokorova, D., Franz, J. & Stepanek, J. (2000). The use of egg yolk
immunoglobulin in the diagnostics of canine parvovirus infections.
Veterinary Medicine 45, 49-54.
Polson, A (1990). Isolation of IgY from the yolks of eggs by a chloroform
polyethylene glycol procedure. lmmunological lnvestigations 19, 253-
258.
Polson, A, Coetzer, T., Kruger, J., von Maltzahn, E. & van der Merwe, K.J.
(1985). Improvements in the isolation of IgY from the eggs laid by
71
immunized hens. lmmunological Investigations 14, 323-327.
Rajewsky K. 1996. Clonal selection and learning in the antibody system.
Nature 381:751-58.
Reddy, S.K., Sy, D. & Silim, A (1993). Radioimmunprecipitation of avian
reovirus polypeptides using virus-specific IgM and IgG murine mono-
clonal and chicken polyclonal antibodies. Journal of Virological
Methods 42, 13-22.
Reilly, RM., Domingo, R & Sandhu, J. (1997). Oral delivery of antibodies.
Future pharmacokinetic trends. Clinical Pharmacokinetic 82, 313-323.
Reynaud, C.A, Dahan, A, Anquez, V. & Weill, J-C. (1989). Somatic
hyperconversion diversifies the single VH gene of the chicken with a
high incidence in the D region. Cell59, 171-183.
Rieger, A, Bürger, W., Hiepe, F. & Schade, R. (1996). Bestimmung von
humanem Serum-CRP mit einem aviären Antikörper (IgY) im
Vergleieh mit einem Antikörper vom Säuger (lgG): falsch positive
Befunde durch Interferenz mit Rheumafaktoren. ALTEX 13, Suppl. 1,
57-61.
Rose, M.E., Orlans, E. & Buttress, N. (1974). Immunoglobulin classes in
the hen's egg: their segregation in yolk. and white. European Journal
of lmmunology 4, 521-523.
RosoI, T.J., Steinmeyer, C.L., McCauley, L.K., Merzyman, J.I.,
Werkmeister, J.R, Gröne, A, Weckman, M.T., Swayne, D.E. & Capen,
C.C. (1993). Studies on chicken polyclonal anti-peptide antibodies
specific for parathyroid hormone-related protein (136). Veterinary
Immunology and Immunopathology 35,321-337.
Russell, W.M.S. & Burch, R.L. (1959). The Principles of Humane
Experimental Technique, 238 pp. London, UK: Methuen.
Sarker, SA, Casswall, T.H., Juneja, L.R., Hoq, E., Hossain, L, Fuchs, G.J.
& Hammarstrõro, L. (2001). Randomized, placebo-controlled, clinical
72
trial of hyperimmunized chicken egg yolk immunoglobulin in children
with rotavirus diarrhea. Journal of Pediatric Gastroenterology and
Nutrition 32,19-25.
Sasse, M. & Hlinak, A. (1998). Generation and characterization of egg yolk
antibodies specific for LPS and lipid A. 2. Report: investigations on
specifities of egg yolk antibodies (lgY) against endotoxins (in German).
Berliner Münchener Tieriirztliche Wochenschrift l11, 127-133.
Sasse, M. (1998). Experimente zur lnduktion, Präparation und
Charakterisierung aviärer vitelliner. Antikörper gegen EnMtoxine
verschiedener gramnegativer Bakterien. Doctoral Thesis. 140pp. Leip-
zig, Germany: Veterinary Medicine Faculty, University of Leipzig.
Sasse, M., Krüger, M., Schade, R. & Hlinak, A. (1998). Generation and
characterization of egg yolk antibodies specific for LPS and lipid A 1.
Report: induction and preparation of endotoxin-specifíc egg yolk
antibodies (in German). Berliner Münchener Tierärztliche
Wochenschrift l11, 121-126.
Schade, R, Bürger, W., Schöneberg, T., Schniering, A., Schwarzkopf, C.,
ffiinak, A & Kobilke, H. (1994). Avian egg yoIk antibodies: the egg
laying capacity of hens following immunization with antigens of
different kind and origin and the efficiency of egg yolk antibodies in
comparison to mammalian antibodies. ALTEX 2, 75-84.
Schade, R, HenkIein, P., Harms, C., Jonas, L., Lautenschlager, M.,
Schöneberg, T., de Weerth, A, Hlinak, A & Hörtnagel, H. (2000). New
aspects of cholecystokinin processing and visualisation in the rat brain
by using antibodies raised in chickens and rabbits. ATLA 28. 575-601.
Schade, R, Henklein, P., Hlinak, A, de Vente, J. & Steinbusch, H. (1996).
Specificity of chicken (lgY) versus rabbit (IgG) antibodies raised
against cholecystokinin octapeptide (CCK-8). ALTEX 13, Suppl. 1, 80-
85.
Schade, R, Pfister, C., Halatsch, R & Henklein, P. (1991). Polyclonal IgY
antibodies from chicken egg yolk: an alternative to the production of
mammalian IgG type antibodies in rabbit. ATLA 19, 403-419.
73
Schade, R. & Hlinak, A (1996). Egg yolk antibodies, state of the art and
future prospects. ALTEX 13, Suppl 1,5-9.
Schade, R. (2000). Appendix. In Chicken egg yolk antibodies, production
and application: IgY technology (00. R. Schade, I. Behn, M. Erhard, A.
Hlinak & C. Staak), pp. 9-24. Berlin, German, Heidelberg, Germany, &
New Y ork, USA: Springer Lab Manuals.
Schade, R., Staak, C., Hendriksen, C., Erhard, M.H., Hugel, H., Koch, G.,
Larsson, A, Pollmann, W., vau Regenmortel, M., Rijke, E., Spiehnann,
H., Steinbusch, H. & Straughan, D. (1997). The production of avian
(egg yolk) antibodies: IgY. The report and recommendations of
ECVAM workshop 21. ATLA 24, 925-934.
Schade, R.; Calzado, E.G.; Sarmiento, R.; Chacana, P.A.; Porankiewicz-
Asplund, J.; Terzolo, H.T. (2005). Chicken Egg Yolk Antibodies (IgY-
tecnology): A review of Progress in Production and Use in Research
and Human and Veterinary Medicine. ATLA 33, 1-26.
Scharmann, W. (1996). Tiergerechte Haltung von Legehennen unter
Laborbedingungen. Tierlaboratorium 19, 67-71.
Schmidt, P., Wiedemann, V., Kühlmann, R, Wanke, R, Linckh, E. & Lösch,
U. (1989). Chicken egg antibodies for prophylaxis and therapy of
infectious intestinal disorders. n. In vitro studies on gastric and enteric
digestion of egg yolk antibodies specific against pathogenic
Escherichia coli strains. Joumal ofVeterin.ary Medicin.e B 86, 619-
628.
Schneider, L., Pichler, H. & Krska, R. (2000). An enzyme linked
immunoassay for the determination of deoxynivalenol in wheat based
on chicken egg yolk antibodies. Fresenius Journal of Analytical
Chemistry 367,98-100.
Schniering, A, Schade, R & Hiepe, T. (1996). Development of an IgY-based
assay for the detection of Ascaris suum antigens. ALTEX 13, Suppl. 1,
62-65.
Schniering, A. (1995). Untersuchungen zum Koproantigen-Nachweis de8
74
Intestinalparasiten Ascaris suum unter Verwendung von aviären
vitellinen Antikörpern. Inaugural Dissertation, Fachbereich
Veterinärmedizin der Freien Universität Berlin (Journal No. 1837).
102pp. Berlin, Germany: Free University of Berlin.
Schrader, M., Temm-Grove, C.J., Lessard, J.L. & Jockusch, B.M. (1994).
Chicken antibodies to rabbit muscle actin with a restricted repertoire of
F-actin recognition. European Journal of Cell Biology 63, 326-335.
Schwarzkopf, C. & Thiele, B. (1996). Effectivity of different methods for
extraction and purification of IgY. ALTEX 13, Suppl1, 35-39.
Schwarzkopf, C., Staak, C., Behn, I. & Erhard, M. (2000). Immunisation. In
Chicken Egg Yolk Antibodies, Production and Application: 19 Y
Technology (ed. R. Schade, 1. Behn, M. Erhard, A Hlinak & C. Staak),
pp. 25-64. Berlin, Germany, Heidelberg, Germany, & New York, USA:
Springer Lab Manuais.
Shafiq, M.K., Afzal, H., Khanum, N. & Arshad, M. (1997). Isolation of egg
yolk immunoglobulins (IgY) by chloroform polyethylene glycol
technique and assaying of antibodies against avian infectious
bronchitis. Veterinary Medicine Journal, Gim 45, 273-278.
Shimizu, M., Miwa, Y., Hashimoto, K & Goto, A. (1993). Encapsulation of
chicken egg yolk immunoglobulin G (lgY) by liposomes. Bwscience,
Biotechnology and Biochemistry 57, 1445-1449.
Shimizu, M., Nagashima, H., Sano, K., Hashimoto, K, Ozeki, M., Tsuda, K
& Hatta, H. (1992). Molecular stability of chicken and rabbit
immunoglobulin G. Bwscience, Biotechnology and Biochemistry 56,
270-274.
Shin, J.H., Nam, S.W., Kim, J.T., Yoon, J.B., Bang, W.G. & Roe, LH.
(2003). Identification of immunodominant Helicobacter pylari proteins
with reactivity to H. pylari-specific egg-yolk immunoglobulin. Journal of
Medical Microbiology 52, 217-222.
Shin, J.H., Yang, M., Nam, S.W., Kiro, J.T., Myung, N.H., Bang, W.G. &
Roe, LH. (2002). Use of egg yolk derived immunoglobulin as an
alternative to antibiotic treatment for control of HeIicobacter pylori
75
infection. Clinical Diagnostic and Laboratory lmmunolagy 9, 1061-
1066.
Smith, D.J., King, W.F. & Godiska, R. (2001). Passive transfer of
immunoglobulin Y antibody to Streptococcus mutans glucan binding
protein B can confer protection against experimental dental caries.
Infection and Immunity 69, 3135-3142.
Sriram, V., Jebaraj, C.E. & Yogeeswaran, G. (1999). Chicken egg yolk anti-
asialoGM1 immunoglobulin (lgY): an inexpensive glycohistochemical
probe for localization of T-antigen in human colorectal
adenocarcinomas. Indian Journal of Experimental Biology 37, 639-
649.
Staak, C., Schwarzkopf, C., Behn, I., Homme~ u., Illinak, A, Schade, R. &
Erhard, M. (2000). Isolation of IgY from Y olk. In Chicken Egg Yolk
Antibodies, Produdion and ApplicaJion: IgY Technology (ed. R
Schade, I. Behn, M. Erhard, A Hlinak & C. Staak), pp. 65-107. Berlin,
Germany, Heidelberg, Germany, & New York, USA: Springer Lab
ManuaIs.
Straumann-Kunz, U., Pospischil, A & Paccaud, M.F. (1991).
Immunohistochemical detection of chlamydiae in fonnalin-flxed tissue
sections: comparison of a monoclonal antibody with yoIk derived
antibodies. Journal of Veterinary Medicine Series B: Infectious
Diseases and Veterinary Public Health 38, 292-298.
Sugita-Konishi, Y.; Shibata, K.; Yun, S. S.; Hara-Kudo, Y.; Yamaguchi, K.;
Kumagai, S. 1996. Immune functions of immunoglobulin Y isolated
from egg yolk of hens immunized with various infectious bacteria.
Biosci. Biotech. Biochm. 60, 886-888.
Sun, S., Mo, W., Ji, Y. & Liu, S. (2001). Preparation and mass
spectrometrlc study of egg yolk antibody (IgY) against rabies virus.
Rapid Communication ofMuss Spectrometry 15, 708-712.
Sunwoo, H.H., Lee, E.N., Menninen, K, Suresh, M.R & Sim, J.S. (2002).
Growth inhibitory effect of chicken egg yolk antibody (IgY) on
Escherichia coli 0157:H7. Journal of Food Science 67, 1486-1494.
76
Svendson, L., Crowley, A., Ostergaard, L.H., Stodulski, G. & Hau, J.
(1995). Development and comparison of purification strategies for
chicken antibodies from egg yolk. Laboratory Animal Sciences 45, 89-
93.
Terzolo, H., Chacana, P., Vivas, A, Greco, C., Goya, R & Schade, R
(2003). IgY technology in Argentina. ALTEX 20, 202-203.
Terzolo, H.R, Sandoval, V.E., Caf'fer, M.I., Terragno, R & Alcain, A (1998).
Aglutinacion de inmunoglobulinas de yema de huevo de gallina (IgY)
contra Salmanella enterica serovariedad enteritidis. Revista Argentina
Microbiologica 30, 84-92.
Thalley, B.S. & Carroll, S.B. (1990). Rattlesnake and scorpion antivenoma
from the egg yolks of immunized hens. Biotechnology 8, 934-938.
Tini, M., Jewell, U.R., Camenisch, G., Chilov, D. & Gassman, M. (2002).
Generation and application of chicken egg-yolk antibodies.
Comparative and Physiology - A Molecular and lntegrative Physiology
131, 569-574. Biochemistry
Tollemar, J., Gross, N., Dolgiras, N., Jarstrand, C., Ringden, O.,
Hammarström, L. (1999). Fungal prophylaxis by reduction of fungal
colonization by oral administration of bovine anti-candida antibodies in
bone marrow transplant recipients. Bone Marrow Transplantation 23,
283-290.
Tu, Y-Y., Chen, C-C. & Chang, H-M. (2001). Isolation of immunoglobulin in
yolk (IgY) and rabbit serum immunoglobulin G (lgG) specific against
bovine lactoferrine by immunoaffinity chromatography. Food Research
lnternational 34,783-789.
Untiedt, H. (1997). Tierschutzgerechte Käfighaltung von Legehennen für
die Produktion von EiAntikörpern. Der Tierschutzbeauftragte 6, 2-4.
Verdoliva, A., Basile, G. & Fassina, G. (2000). Affinity purification of
immunoglobulins from chicken egg yolk using a new synthetic ligand
Journal of Chromatography B: Analytical Technologies in the
Biomedical and Life Sciences 749, 233-242.
Vieira, J.G.H., Oliveira, M.AD., Russo, E.M.K, Maciel, R.M.B. & Pereira,
77
AB. (1984). Egg yoIk as a source of antibodies for human parathyroid
hormone (hPTH) radioimmunoassay. Journal of Immunoassay 5, 121-
129.
Vieira, J.G.H., Oliveira, MAD., MacieI, RM.B., Mesquita, C.H. & Russo,
E.M.K (1986). Development of an homologous radioimmunoassay for
the synthetic amino terminal (1-34) fragment of human parathyroid
hormone using egg yoIk obtained antibodies. Journal of Immunoassay
7, 57-72.
Von Behring, E.; Kitasato, S. Ueber das Zustandekommen der
Diphentherie-Immunitat und der Tetanus-Immunitat bei Thieren. Dtsch
Med Wochenschr 1890; 16:1113.
Walsh, W.E. Jr, Anderson, B.E., lvancic, D., Zhang, Z., Piccini, J.P.,
Rodgers, T.G., Pao, W. & Fzyer, J.P. (2000). Distribution of, and
immune response to, chicken anti-aGal immunoglobulin Y antibodies
in wild-type and Gal knockout mice. lmmunology 101,467-473.
Warr, G.w., Magor, KE. & Higgins, D.A. (1995). IgY clues to the origins of
modern antibodies. lmmunology Today 16, 392-398.
Wiedemann, V., Kühlmann, R, Schmidt, P., Erhardt, W. & Lösch, U. (1990).
Chicken egg antibodies for prophylaxis and therapy of infectious
intestinal disorders. III. In vivo tenacity test in piglets with artificial
jejunal fistula. Journal of Veterinary Medicine Series B: Infectious
Diseases and Veterinary Public Health 37,163-172.
Wiedemann, V., Linckh, E., Kühlmann, R, Schmidt, P. & Lösch, U. (1991).
Chicken egg antibodies for prophylaxis and therapie of infectious
intestinal disorders. V.ln vivo studies on protective effects against
Escherichia coli diarrhea in pigs. Journal of Veterinary Medicine Series
B: Infectious Diseases and Veterinary Public Health 38, 283-291.
Williams, L.M., Drew, J.E., Bunnett, N.W., Grady, E., Barrett, P.,
Abramovich, D.R., Morris, A. & Slater, D. (2001). Characterization of
an antibody to the human melatonin mt1 receptor. Joumal of
Neuroendocrinology 13, 94-10l.
Wooliey, J.A. & Landon, J. (1995). Comparison of antibody production to
78
human interleukin-6 (IL-6) by sheep and chickens. Journal of
lmmunological Methods 178, 253-265.
Worledge, K.L., Godiska, R., Barrett, TA & Kink, J.A (2000). Oral
administration of avian tumor necrosis factor antibodies effectively
treats experimental colitis in rats. Digestive Diseases and Sciences
45, 2298-2305.
Yamamoto, H., Watanabe, H., Sato, G. & Mikami, T. (1975). Identification
of immunoglobulins in chicken eggs and their antibody activity.
Japanese Journal of Veterinary Research 23, 131-140.
Yamamoto, Y., Takekoshi, Y., ltami, N., Honjo, T., Kojima, H., Yano, S.,
Takahashi, H., Saito, I. & Takahashi, K. (1995). Enzyme-linked
immunosorbent assay for extracellular glutathione peroxidase in
serum of normal individuals and patients with renal failure on
hemodialysis. Clinical Chimica Acta 236, 93-99.
Yang, J., Jin, Z., Yu, Q., Yang, T., Wang, H. & Liu, L. (1997). The selective
recognition of antibody IgY for digestive system cancers. Chinese
Journal of Biotechnology 13, 85-90.
Yokoyama, H., Peralta, RC., Diaz, R, Sendo, S., Ikemori, Y. & Kodama, Y.
(1992). Passive proteotive effect of chick.en egg yolk immunoglobulins
against experimental enterotoxigenic Escherichia coli infection in
neonatal piglets. Infection and Immunity 60. 998-1007.
Yolken, RH., Leister, F., Wee, S-B., Miskuff, R & Vonderfecht, S. (1988).
Antibodies to rotaviruses in chicken's eggs: a potential source of
antiviral immunoglobulins suitable for human consumption. Pediatrics
81, 291-295.
Zhang, W.W. (2003). The use of gene-specific IgY antibodies for drug
target discovery. Drug Discovery Today 8, 364-371.
Zhao, Y, Rabbani, H., Shimizu, A & Hammarström, L. (2000). Mapping of
the chicken immunoglobulin heavy-chain constant region gene locus
reveals an inverted a gene upstream of a condensed v gene.
lmmunology 101, 348-353.
79
ARTIGOS CIENTÍFICOS
80
Considerations on the stability of IgY antibodies anti-tetanus toxoid.
1Marco Cesar Cunegündes Guimarães, 1Livia Gomes Amaral, 1Franz Viana Borges,1Hugo Paes Leme Vieira, 2Claudia Gomes Fernandes Matta, 1Marcos Fernando de
Rezende Matta
1Laboratório de Melhoramento Genético Animal, Centro de Ciências e Tecnologias
Agropecuárias, Setor de Imunogenetica, Universidade Estadual do Norte
Fluminense Darcy Ribeiro, Av. Alberto Lamego 2000, Campos dos Goytacazes, RJ,
Brazil, Zip Code 28013-620.
2HY Biotecnológica S.A., Av. Nilo Peçanha 307, Pq. Santo Amaro, Campos dos
Goytacazes, RJ, Brazil, Zip Code 28030-035.
#Corresponding author:
Marco Cesar Cunegundes Guimaraes1Laboratório de Melhoramento Genético Animal, Centro de Ciências e Tecnologias
Agropecuárias, Setor de Imunogenetica, Universidade Estadual do Norte
Fluminense Darcy Ribeiro, Av. Alberto Lamego 2000, Campos dos Goytacazes, RJ,
Brazil,E-mail: [email protected]
Tel: + 55 22 2726-1544
Running title: IgY polyclonal antibodies for the measurement of tetanusantitoxin levels
81
Abstract
Tetanus is an acute, occasionally fatal, disease of the central nervous system,
caused by the toxin of the tetanus bacterium Clostridium tetani. The current
techniques used in the diagnosis and therapeutics of tetanus diseases employ
monoclonal antibodies produced in mouse. The use of monoclonal antibodies has
several advantages such as homogeneity and specificity. In contrast, a remarkable
characteristic of polyclonal antibodies, especially the immunoglobulin class IgY,
which is obtained from poultry, is obtained in greater amount than IgG antibodies.
Therefore, the alternative production of IgY polyclonal antibodies against tetanus
toxoid in chicken is of great interest for immunology industry in therapeutic and
diagnosis. In this work, IgY polyclonal antibodies against tetanus toxoid were
produced through immunization of chickens with isolated toxoid and measured by
enzyme-linked immunosorbent assay (ELISA). The effect of storage temperature on
the stability of chicken IgY was measured through indirect ELISA. Results showed
that the IgY antibodies were produced with success and easily isolated. Was show
that the kinetics of IgY and we observe that yolk IgY was greater than serum IgY.
The time and temperature influence was measured in both antibodies through
indirect ELISA and yolk IgY are more resistant than serum IgY. Altogether, the
results indicate the use IgY polyclonal antibodies purified from chicken as an
alternative for the detection of the tetanus toxin with potential applications in
diagnosis and treatment of infectious diseases.
Keywords: IgY antibody, tetanus toxoid, Clostridium tetani, ELISA, stability
82
Introduction
Tetanus is an acute, often fatal, disease caused by an exotoxin produced by
Clostridium tetani. The C.tetani is a slender, gram-positive, anaerobic road that may
develop a terminal spore [1]. The bacterium is sensitive to heat and cannot survive
in the presence of oxygen [2-4]. The spors, in contrast, are very resistant to heat
and the usual antiseptics [5,6]. They can survive at 121oC (249.8oF) for 10-15
minutes. The sporses are also relatively resistant to phenol and other chemical
agents. The spores are widely distributed in soil and in the intestine and feces of
horses, sheep, cattle, dogs, cats, rats, guinea pigs and chickens [5,6]. The C.tetani
produce two exotoxins, tetanolysin and tetanospasmin. The function of tetanolysin is
not known with certainty. Tetanospasmin is a neurotoxin and causes the clinical
manifestations of tetanus [7]. Tetanospasmin is one of most potent toxin know. The
stimated minimun human lethal is 2.5 nanograms per kilogram of body weight.
C.tetani usually enters the body through a wound. In the presence of anaerobic (low
oxygen) conditions, the spores germinate. Toxins are produced, and disseminated
via blood and lymphatics [8]. Toxins act in several sites within the central nervous
system, including peripheral motor and plates, spinal cord, brain and sympathetic
nervous system. The typical clinical manifestations of tetanus are caused when
tetanus toxin interferes with release neurotransmitters, blocking inhibitor impulses.
This leads to unopposed muscle contraction and spasms. Seizures may occur, and
the autonomic nervous system may also be affected [9,10]. For the treatment,
serum anti-tetanic is recommended for persons with tetanus. The serum can only
help remove unbound tetanus toxin. It cannot affect toxin bound to nerve endings. A
single intramuscular dose of 3.000-5.000 UI is generally recommended for children
and adults [11,12]. In generally, this serum is a IgG of mammals [13]. Traditionaly,
mammals such as horses, sheep, pigs and also rabbits and guinea pigs, were used
for the production of polyclonal antibodies, while mice and rats were used as a
source of spleen for the production of monoclonal antibodies. Both techonologies
also involve some steps each of wich causes distress to the animals involved [14].
Using chickens as the immunization host brings a number of advantages to antibody
production, the most apparent being the non-invasive collection of antibodies. As
described more than 100 years ago, avian maternal antibodies are transfererred
from serum to egg yolk to confer passive immunity to embryos and neonates [15].
IgY antibody production exploits this by taking the antibodies from the egg yolk,
83
hence the term immunoglobulin of egg yolk (IgY). Another advantage is the
enhanced immunogeneity conserved mammalian proteins exhibit in birds due to
their phylogenetic distance [16]. The yield of IgY antibodies can be compared to that
of IgG antibodies obtained by convetional immunization methods; 200 mg of IgG
can be obtained monthly, with approximately 5% constituting the specific antibody.
In the case of chicken, approximately 1500 mg of IgY can be harvested each month,
and between 2 and 10% is the specific IgY [17]. Taken together, chicken antibody
collection and isolation can be described as noninvasive, rapid and economical [18].
Chickens polyclonal antibodies were produced against a number of antigens and
were applied in many different methods for various purposes as a research,
diagnostic, therapeutic reagents, as a tool for purification or detection of antigens
and as a protective agent in passive immunization [19].
The present study describes the development of chicken egg yolk antibody
against tetanus toxin, as well your stability in different time and temperature.
84
Material and Methods
Cell culture and obtainment of Tetanus toxoid: Tetanus toxoid at a protein
content of 780 g/ml were kindly provided by Hertap laboratories, department of
microbiology, Juatuba-MG, Brazil. Especify the cell line for the obtainment of the
toxoid was maintained in ATCC medium number 1053 (Oxoid CM149).
Tetanus antitoxin. The tetanus antitoxin used in this study was IgY obtained
of immunized chickens. The IgY was extracted of serum and egg yolk.
Immunization of chicken. Six 12 weeks old With Leghorn hens were
immunized with tetanus toxoiD. The first immunization was conduced by
intramuscular injection with 1 ml (0.5 mg/ml) of antigens (500 l) in phosphate saline
buffer (PBS at pH 7.2) with an equal volume of adjuvant aluminum hydroxide
(61,5mg/ml 1mM). The second inoculation was conducted at a 1 week interval after
the first inoculation. Second inoculations were given through the same route with the
0.5 mg of antigen with two volumes of aluminum hydroxide (500 l) with a 2 weeks
interval after the first inoculation. After the second immunization, a booster
inoculation was conducted 4 weeks intervals after the first inoculation without
aluminum hydroxide.
Egg yolk separation and extraction of IgYThe IgY extraction procedure was performed by a method previously
described by Hatta et al [20].
Briefly, the egg yolk was separated from the white and the liquid content
inside the membrane of four eggs was pooled. The yolk content was mixed with the
same volum of distilled water and 0.1% of carrageenan solution (Sigma Chemical,
Type IV, St Louis, U.S.A) was added. The mixture was incubate for 30 minutes at
room temperature. The solution was centrifuged at 6000 rpm for 20 minutes. The
supernatant was filtrated through a 0.2 m membrane filter. A volume of the IgY
extract was used immediately and anothers stored at 41oC, –20oC and -70 oC before
use [20,21].
85
Extraction of IgY from serum
The blood was collected with EDTA and centrifuged at 1500 rpm for 10
minutes to obtain the IgY from serum.
Immunological assays. The titers of IgY were screened by indirect enzyme-
linked immunoabsorbent assay (ELISA). The ELISA was adapted of the Farzad and
Gupta [22,23]. The plate was cote with 100 l antigen in the appropriate dilution to
each well and then incubated overnight at 40C. After the incubation, the plates were
washed three times with 150 l PBST 0.05%. For blocking unspecific binding, the
plate was incubated with 0.5% gelatine in PBS, 200 l/well and then washed as
described above. The first antibody (IgY) diluted 1:1000 in PBST was added (50 µl
per well), incubated for 1h at 41oC and washed. The second antibody (anti-chicken
enzyme conjugated) diluted 1:3000 in PBST was added (50 l per well), incubated
for 1h at 41oC, washed three times with PBST and incubated with 50 l 2,2’-azino-
ethyl-benzthizoline-6-sulfonate (ABTS) substrate solution (KPL, Maryland, U.S.A.).
After 30 min incubation at room temperature, the reaction was stopped by adding
0.1% sodium dodecyl sulphate (SDS) solution and optical density (O.D.) was
measured at 490 nm.
86
Results and Discussion
Production of IgY to tetanus toxoid: Eggs were produced up to 40 weeks after
the first inoculation of chicken with tetanus toxoid. Although IgY titers were
increasing after second inoculation. The kinetics of IgY production was showed by
ELISA. The IgY antibody was extracted of the serum and yolk. The serum and egg
yolk were collected after inoculation and separated for weeks. Before the first
extraction, the serum and egg yolk were stored to 41oC, -20oC and - 70oC and
analyzed by time in this temperatures. In the figure 1 the immune response of
chickens was showed by levels of IgY antibody in the serum and egg yolk. The
antibody production in egg yolk was higher when compared to serum. The IgY from
egg yolk remained for a long time with high title and the levels of IgY from serum
decreased more intensely. This kinetics characterizes the antibody production in
chickens [14].
Effect of storage temperature on the stability of chicken IgY: IgY antibodies
have been stored for over 10 years at 4 degrees C without any significant loss in
antibody activity. Chicken antibodies have also retained their activity after 6 months
room temperature or 1 month at 37 degrees C. In the present study the effect of
storage temperature on the activity of IgY antibody was measured by indirect
ELISA. Generally, proteins are best stored at 4°C in clean, autoclaved glassware
or polypropylene tubes. There is a great relation between time and temperature. In
the graphic 2 and 3, was showed that the activity of IgY antibody of egg yolk has a
decrease proportional to the time.
In this study, we described the development of chicken egg yolk antibody
against tetanus toxoid for use in diagnosis and therapeutics. The antibody levels
were measured by indirect ELISA. The recovery of IgY activity after the freezing and
heating in –20ºC, –70ºC and 41oC, for one, two and three months was measured.
We can observe that there is the possibility to produce the IgY antibody, using your
differences above the mammals antibodies and then storage in low temperatures for
many time. These antibodies can be used in several researches.
87
Conclusion
The heat and freezing stability were evaluated by indirect ELISA after
incubation the antibodies for some time in different temperatures.
In conclusion, the results from the present study indicated that egg yolk
antibody are resistant in many different situations, and your stability under this
conditions can be due the components of the egg yolk that protected IgY against
this effects.
88
Acknowledgments
We express our sincere gratefulness to the professor Han Sang Yoo at Soul
National University and to the doctor Arinos Romualdo Viana at the Hertape Calier
Saúde Animal. We work was supported by Faperj and Uenf.
89
References
[1] American Academy of Pediatrics.Tetanus. In Pickering L, ed. Red Book
2003: Report of the Committee on Infectious Diseases. 26th ed.
[2] Feeney, Robert E.; Mueller, J Howard.; Miller, Pauline A. Growth
requirements of clostridium tetani: II. Factors exhausted by growth of the
organism. J Bacteriol. 1943 Dec;46(6):559–562.
[3] Feeney, Robert E.; Mueller, J Howard.; Miller, Pauline A. Growth
requirements of clostridium tetani: III. A “Synthetic” Medium. J Bacteriol. 1943
Dec;46(6):563–571.
[4] Mueller, J Howard.; Miller, Pauline A. Growth Requirements of Clostridium
tetani. J Bacteriol. 1942 Jun;43(6):763–772.
[5] Reddish, George F.; Rettger, Leo F. A morphological, cultural and
biochemical study of representative spore-forming anaerobic bacteria. J
Bacteriol. 1924 Jan;9(1):13–57.
[6] Thoma, Richard W.; Peterson, WH. Biotin and arginine replacements in the
nutrition of clostridium sporogenes. J Bacteriol. 1950 Jul;60(1):39–48.
[7] CDC.Tetanus surveillance-United States, 1998–2000. MMWR 2003; 52(SS-
3):1–12.
[8] Wassilak SGF, Roper MH, Murphy TV, Orenstein WA.Tetanus. In: Plotkin
SA, Orenstein WA, eds. Vaccines. 4th ed. Philadelphia, PA: Saunders,
2003:745–81.
[9] Tillman, D.B. - Infectious disease emergencies: the clostridial syndromes
tetanus. West. J. Med., 129: 107-109, 1978.
[10] Cook TM, Protherce RT, Handel JM. Tenanus: a review of the
literature. Br J Anaesth 87:447-487, 2001.
[11] Patel, J.C.; Manavati, B.M.; Hazra, A.K.; Rao, S.S. & Swaminathan,
C.S. Role of serum therapy in tetanus. Lancet, 1: 740-743, 1963.
[12] Patel, J.C. - Studies on the prevention on tetanus. Washington,
WHO/PAHO, 1972. p. 1-93.
[13] World Health Organization. The “high-risk” approach: the
WHOrecommended strategy to accelerate elimination of neonatal tetanus.
Wlky Epidemiol Rec 1996;71:33–36.
[14] Schade, R.; Henklein, P.; Hlinak, A. Egg yolk antibody: state of the art
and advantageous use in the life sciences. In: Animal Alternatives, Welfare
90
and Ethics, L.F.M. Zutphen, M. Balls (Eds.), Elsevier, Amsterdam (1997) pp.
973-981.
[15] Klemperer, F., 1893. XV. Ueber natürliche immunität und ihre
Verwerthung für die Immunisirungstherapie. In: Naunyn, B., Schmiedeberg,
O. (Eds.), Archiv für Experimentelle Pathologie und Pharmakologie, Verlag
von F.C.W. Vogel, Leipzig, Einunddreissigster Band.
[16] Gassmann, M., Thömmes, P., Weiser, T., Hübscher, U., 1990. Efficient
production of chicken egg yolk antibodies against a conserved mammalian
protein. FASEB J. 4, 2528-2532.
[17] Schade, R., Burger, W., Schoneberg, T., et al. Avian egg yolk
antibodies. The egg-laying capacity of hens following immunization with
antigens of different kind and origin and the efficiency of egg yolk antibodies
in comparasion to mammalian antibodies. Altex Alternativen Zu Tierexp. 11,
75-84, 1994.
[18] Fischer, M.; Hlinak, A. Montag, T.; Claros, M.; Schade, R.; Ebner, D.
1996. Comparasion os standard methods for the preparation of egg yolk
antibodies. Tierärztliche Praxis 24, 411-418.
[19] Narat, M. Production of Antibodies in Chickens, Food Technol.
Biotecnol. 41 (3) 259-267 (2003).
[20] Hatta, H., Kim, M. and Yamamoto, T. 1990. A novel isolation method
for hen egg yolk antibody, IgY. Agric. Biol. Chem. 54:2531-2535.
[21] Jensenius, J.C., Anderson, I., Hau, J. Crone, M. and Koch, C. 1981.
Eggs: Conveniently packaged antibodies. Methods for purification of yolk
IgG. J. Immunol. Methods 46:63-68.
[22] Farzad Z, James K, McClelland DBL. Measurement of human and
mouse anti-tetanus antibodies and isotype analysis by ELISA. J Immunol
Methods 87:119-125, 1986.
[23] Gupta RK, Siber G. Comparative analysis of tetanus antitoxin titers of
sera from immunized mice and guinea pigs determined by toxin neutralization
test and enzyme-linked immunosorbent assay. Biologicals 22:215-219, 1994.
[24] Elk Grove Village, IL: American Academy of Pediatrics, 2003: 611–16.
CDC. Diphtheria, tetanus, and pertussis: Recommendations for vaccine use
and other preventive measures: Recommendations of the Advisory
Committee on Immunization Practices (ACIP). MMWR 1991;40(RR-10):1–28.
91
[25] Knight AL, Richardson JP. Management of tetanus in the elderly. J.
Am. Board Fam. Pract., 5: 43-9, 1992.
[26] Nagachinta T, Cortese MM, Roper MH. Tetanus. Manual for the
surveillance of vaccine-preventable diseases, 3a ed. Centers for Disease
Control and Prevention, Atlanta, GA, 2002, pp:13.1-13.8.
[27] Oner C. Le curace dans le traitement du tetanus. Cah.
Anesthesiol.38:355-9, 1990.
[28] Simonsen O, Schou C, Heron I. Modification of the ELISA for the
estimation of tetanus antitoxin in human sera. J Biol Stand 15:143-157, 1987.
[29] Vachon F. Tetanos. Epidemiologie, etiologie, physiopathologie,
diagnostic, evolution et pronostic, principes du traitement curatif, preventif et
prophylactique. Rev. Prat., 40:1791-3, 1990.
[30] Walory J, Grzesiowski P, Hryniewcz W. Comparison of four serological
methods for the detection of diphtheria anti-toxin antibody. J Immunol
Methods 245:55-65, 2000.
92
0
0,5
1
1,5
2
1 2 3 4 5 6 7 8 9
WEEKS
OPT
ICA
L D
ENSI
TY(4
90 n
m)
SERUM YOLK CONTROL
Figure 1. Kinetics of antibody titres produced by inoculation of tetanus toxoid inlaying chickens. The IgY isolated for serum and yolk and tested by indirect ELISAusing tetanus toxoid as antigen and expressed as ELISA value (OD at 490 nm).Values are the mean of four samples. The vertical bars are due the standarddeviation. The black arrow showed the immunizations.
93
0
0,5
1
1,5
2
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
WEEKS
OPT
ICA
L D
ENSI
TY (4
90nm
)41ºC (1 Month) 41ºC (2 Month) 41ºC (3 Month)
Figure 2. The recoveries of biological activity of IgY against tetanus toxoid whenstored at 410C for 1, 2 and 3 months. The values are means of four samples. Thevertical bars indicate the standard deviation.
94
0
0,5
1
1,5
2
1 2 3 4 5 6 7 8 9
Weeks
Opt
ical
Den
sity
(490
nm
)
-20ºC (1 MONTH) -20ºC (2 Month) -20ºC (3 Month)
figure 3. The recoveries of biological activity of IgY against tetanus toxoid when
stored at –20 0C for 1, 2 and 3 months. The values are means of four samples. The
vertical bars indicate the standard deviation.
95
0
0,5
1
1,5
1 2 3 4 5 6 7 8 9
Weeks
Opt
ical
Den
sity
(490
nm
)
-70ºC (1 MONTH) -70ºC (2 Month) -70ºC (3 Month)
Figure 4. The recoveries of biological activity of IgY against tetanus toxoid when
stored at –70 0C for 1, 2 and 3 months. The values are means of four samples. The
vertical bars indicate the standard deviation.
96
Efficient production of chicken egg yolk antibodies against a
canine distemper virus
1Marco Cesar Cunegundes Guimaraes, 1Livia Gomes Amaral, 1Franz Viana Borges,1Hugo Paes Leme Vieira, 1Marcos Fernando de Resende Matta
1Laboratório de Melhoramento Genético Animal, Centro de Ciências e TecnologiasAgropecuárias,Setor de Imunogenetica, Universidade Estadual do NorteFluminense Darcy Ribeiro, Av. Alberto Lamego 2000, Campos dos Goytacazes, RJ,Brazil, Zip Code 28013-620.
#Corresponding author:
Marco Cesar Cunegundes Guimaraes3Laboratório de Melhoramento Genético Animal, Centro de Ciências e TecnologiasAgropecuárias,Setor de Imunogenetica, Universidade Estadual do NorteFluminense Darcy Ribeiro, Av. Alberto Lamego 2000, Campos dos Goytacazes, RJ,Brazil,E-mail: [email protected],Tel: 55 22 2726-1544
Running title: Canine distemper virus, egg yolk antibody and ELISA.
97
Abstract
The canine distemper virus (CDV) is an important ….
Immunization of chickens with CDV results in the production of antibodies
specific. However, there is relatively limited information available concerning
immune response of CDV in this species. In the present study, immune response
was examined in serum and egg yolk from laying hens injected with CDV. The
results demonstrated that the increase of antibody activity occurs first in the serum,
and then in egg yolk with a lag in time of 1 to 3 week in the chickens. However, the
time of elevated levels of antibody activity was much shorter in serum than the egg
yolk.
Keywords: Canine distemper virus, egg yolk antibody and ELISA.
98
Introduction
Canine distemper virus (CDV) is a highly contagious disease of carnivores
caused by a paramyxovirus. The virus is widespread and mortality in juveniles is
higher than in adults (Appel, 1969), is classified as morbilliviruses in the
paramyxoviridae family. The virus is enveloped and contains a negative sense
single stranded RNA and a RNA polymerase. The lipoprotein envelope is readily
destroyed by lipid solvents wich renders the virus-non infectious (James, 1999). The
CDV is very resistant to cold and the majority of distemper cases in domestic dogs
are seen in the fall and winter (Greene, 1998). Transmission occurs via an aerosol-
droplet route, direct contact, or possibly by contact with contaminated objects
(Appel, 1982). The CDV is shed in the feces and urine of infected individuals and
some evidence exists for transplacental transmission. The usual route of infection is
through the upper respiratory tract, following inhalation of infective virus (Krakowka,
1985). Occasionally infection occurs from ingestion of infective material. Following
entry into the upper respiratory tract, the virus is spread to the tonsils and lymph
nodes, where viral replication occurs (Appel, 1987). The virus then enters the blood
stream where it is transported to epithelial cells throughout the body, including the
intestinal and respiratory tract (Summers, 1984). Typical signs of canine distemper
seen in the domestic dog include respiratory and intestinal problems such as
coughing, diarrhea, vomiting, nasal and ocular discharge, anorexia, and
hyperkeratosis of the nasal planum and footpads. Central nervous system signs
may follow the above clinical signs (Vandevelde, 1982). In wild carnivores, signs of
abnormal behavior and apparent lack of fear, suggestive of rabies, may be the only
signs grossly visible. In many countries the diagnosis is based on clinical signs, but
can be made by ELISA, kits one step, immunocytochemistry, viral isolation,
Polymerase Chain Reaction (PCR) and Cerebrospinal (CSF) Analysis (Appel,
1999). Antibodies presently available for research, diagnostic and therapies are
mostly mammalian monoclonal or polyclonal antibodies. Traditionally, bigger
animals such as horses, sheep, pigs and also rabbits and guinea pigs, were used
for the production of polyclonal antibodies, while mice and rats were used as source
of spleen for the production of monoclonal antibodies (Narat, 2003). The major
problem of monoclonal antibody production is that some antigens are weakly or not
at all immunogenic for mice, moreover, both monoclonal and polyclonal antibodies
technologies involve some injury of animals involved, such as the immunization,
99
collecting of blood samples and bleeding (or sacrifying for spleen removal) (Chilow
et al., 2000). Therefore, the development of alternative methods for the production
of antibodies is necessary. In this case, the use of chickens for antibody production
represents a new way for the animal and human industry. This work showed the
alternative way for antibody produce against the canine distemper virus by using
chicken egg yolk antibody.
100
Material and Methods
Canine distemper virus
The canine distemper virus (CDV) strain Snyder Hill (ATCC® Number: VR-526TM)
was obtained from the ATCC (The Global Bioresource Center). The viral amount
was determined by protein concentration with Bio-Rad protein assay (Bio-Rad
Laboratories) and then samples were frozen at –70oC.
Preparation of Immunogens
The viral suspension composed of 300 ng of CDV in 500 l de PBS at pH 7.2 was
mixed with 500 l of the alhydrogel (aluminum hydroxide Al(OH)3) as adjuvant
(Accurate Chemical & Scientific Co, Westbury, New York) for the first injection. The
others three inoculations were made of the same way.
Immunization of Hens
Six White Leghorn laying hens of twenty five-week-old from the North Fluminense
State University were used for this immunization. The chickens were keeping in
individual cages with water and food ad libitum. The first immunization was
conducted by injecting 1.0 ml of the mix of viral suspension and adjuvant into the
pectoral muscle. The second and third inoculation was carried out 1 and 3 weeks
after the first inoculation. The last inoculation was made at 6 weeks after the first.
Eggs and blood collection
The blood and eggs were collected all week after the first immunization. The
collected eggs were stored at 4oC for extraction of IgY. The blood was collected with
0.1% sodium citrate as anticoagulant, after this the blood was centrifuge at 1500
rpm to 15 min for separate the plasma. Both were analyzed by indirect ELISA.
Extraction of Egg Yolk Antibody
Eggs were collected from hens immunized all days after the first inoculations and
then sorted by week. Egg yolk antibodies were extracted using chloroform (Shin and
others, 2001a and 2001b). For this, the egg yolk was separated from the egg white
and homogenized after mixing with an equal volume of PBS. The homogenized egg
yolk was then mixed with two volumes of chloroform and incubated for 2 hours at
room temperature. After this incubation, the supernatant was collected and stored at
–70oC (Shin and others, 2002).
ELISA ASSAY
The chicken egg yolk antibodies (IgY) titers and the canine parvovirus in fecal
material were measured by indirect ELISA. For the IgY titers, was used the original
101
canine parvovirus of the ATCC and the canine parvovirus in fecal material. Ninety-
six well microplates (Dynatech laboratories, Inc.) were coated with 100 l of canine
parvovirus (200 ng/ml) isolated of fecal material diluted in coating buffer by
overnight incubation at 4oC. After the incubation, the plates were washed with 150 l
PBS/0.05% Tween 20 (wash buffer) three times, blocked with 0.5% gelatine in PBS
(pH 7.2), 200 l per well, 1 h at room temperature, and washed with wash buffer
three times. Then, was added 50 l IgY anti-CPV(diluted in PBST 1:1000) suitably
diluted to each well and incubated at room temperature for 1 h, washed the plate
with wash buffer three times. After the washing, 50 l (diluted in PBST 1:5000)
rabbit anti-chicken IgG conjugated with horseradish peroxidase (Biomeda
Corporation) suitably diluted was applied to each well of the plate and incubated at
room temperature for 1 h. Substrate, 2,2-azino-bis (3-ethylbenz-thiazoline-6-
sulfonic acid) (Sigma Co.) was added into each well of the plate. Optical densities at
405 nm were measured with a microplate ELISA reader after stopping of the
reaction with 2 M HCl solution.
102
Results and Discussion
Yield and purity of egg yolk IgY
The immune response of laying hens against CDV were monitored by
measuring antibody activities in serum and egg yolk by ELISA. In serum the level of
activity of anti-CDV (graphic 2) sharply increased after the first immunization,
became highest at 28 day. The level was maintained up to 7 days and decreased
therefore. The short time which the level of IgY in the serum remained high could be
due adjuvant, antigen concentration and genetic of animals (Allison et al., 1986).
However, the transport of IgY from maternal serum to the offspring is other
determinant factor (Rose et al., 1974). For this reason, the level of antibody IgY
activity in yolk stared to increased 10 days after first immunization. The lag in time
between serum and egg yolk antibody was approximately 1 week. The antibody
activity became highest at 63 day, and remained relatively constant up to 7 days.
This suggests that the activity of anti-CDV IgY can be maintained much longer in the
yolk than in the serum. Similarly, Shimizu (1988) and Sunwoo (1996) in a study of
immunized hens with lipopolysaccharide (LPS) showed that the maximum level of
anti-LPS antibody activity in the yolk persisted longer than in the serum.
103
Conclusion
In conclusion, immune response of chickens were studied with canine
distemper virus as antigen. The chickens produced antibodies and were analyzed
by ELISA. The results showed the importance of create the alternative way for the
diagnosis and therapeutic use.
104
References
Allison, A.C. Byars, N.E.; Waters, R.V. Immunologic adjuvants: efficacy and
safety considerations. In: Nervig, R.M.; Gough, P.M.; Kaerbele, M.L.; Whetstone,
C.A. (eds) Advances in carries and adjuvants for veterinary biologicals. Iowa State
University Press, Ames, Iowa, USA, pp 91-103.
Appel M. Pathogenesis of canine distemper. Am J Vet Res 1969; 30:1167-1182.
Appel M.J.G.; Summers, B.A. Canine Distemper: Current Status. In: Recent
Advances in Canine Infectious Diseases, L.E. Carmichael (Ed.) Publisher:
International Veterinary Information Service, 1999.
Appel MJ. Canine distemper virus. In: Horzinek M, ed: Virus Infections of
Carnivores 1- Virus Infections of Vertebrates. Amsterdam: Elsevier Science
Publishers, 1987; 133-159.
Appel MJG, Shek WR, Summers BA. Lymphocyte- mediated immune cytotoxicity in
dogs infected with virulent canine distemper virus. Infect Immun 1982; 37:592-
600.
D. Chilow, G. Camenisch, M. Tini, P. Spielmann, M. Gassmann: Chicken egg
yolk IgY – an alternative to mammalian antibodies. Elsevier, Amsterdam, pp. 865-
872, 2000.
Greene CE, Appel MJ. Canine Distemper. In: Greene CE, ed. Infectious Diseases of
the Dog and Cat. 2nd Edition. Philadelphia: WB Saunders Co, 1998; 9-22.
Hartley WJ. A post-vaccinal inclusion body encephalitis in dogs. Vet Pathol 1974;
11:301-312.
Krakowka S, Cockerell G, Koestner A. Effects of canine distemper virus infection on
lymphoid function in vitro and in vivo. Infec Immun 1975; 11:1069-1078.
Narat, M. Production of Antibodies in Chickens, Food Technol. Biotechnol. 41
(3) 259-267, 2003.
Rose, M.E.; Orlans, E.; Butters, N. Immunoglobulin classes in the hen’s egg:
their segregation in yolk and white. Eur J Immunology. 4:521-523, 1974.
Shimizu, M.; R.C. Fitzsimmons; Nakai, S. Anti-E.coli immunoglobulin Y isolated from
egg yolk of immunized chickens as a potential food ingredient. J. Food Sci.
53:1360-1366.
Shin, N.R.; Kim, J.M.; Choi, I.S.; Yoo, H.S. Control of swine respiratory disease
using egg yolk antibodies II. Specificity of immunoglobulin Y of hens
105
immunized with bacterial pathogens related with swine respiratory diseases.
Korean J. Vet. Res. 41, 197-202, 2001a.
Shin, N.R.; Kim, J.M.; Yoo, H.S. Control of swine respiratory disease using
egg yolk antibodies III. Immunoprophylactic effect of IgY in mouse model. Korean J.
Vet. Res. 41, 351-356, 2001b.
Summers BA, Greisen HA, Appel MJG. Canine distemper encephalomyelitis:
variation with virus strain. J Comp Pathol 1984;94:65-75.
Sunwoo, H.H.; Nakano, T.; W.T., Dixon; J.S., Sim. Immune Responses in Chickens
Against Lipopolysaccharide of Escherichia coli and Salmonella typhimurium.
Poultry Science. 75:342-345, 1996.
Vandevelde M, Kristensen F, Kristensen B, et al. Immunological and pathological
findings in demyelinating encephalitis associated with canine distemper virus
infection. Acta Neuropathol 1982; 56:1-8.
Cornwell, H.J.C.; Thompson, H. Vaccination in the dog. In Practice, V.5, p.151-158,
1982
Gillespie, J.H.; Baker, J.A.; Burgher, D.R.; Gilman, B. The immune response of dogs
to distemper virus. The Cornell Veterinarian, V.48, p.102-126, 1958.
Greene, C.E. Immunoprophylaxis and immunotherapy. In: Greene, C.E. Infectious
diseases of the dog and cat. Philadelphia. W.B. Saunders, p.226-241, 1990.
Krakowka, S.R.; Olsen, A.; Confer, A. Serologic response to canine distemper viral
antigens in gnotobiotic dogs infected with canine distemper virus. Journal of the
Infections Diseases, v. 132, p. 384-392, 1985.
106
0
0,5
1
1,5
2
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
WEEKS
OPT
ICA
L D
ENSI
TY(4
90 n
m)
YOLK CONTROL
Graphic 1. Antibodies titres against canine distemper vírus in the egg yolk of laying
hens immunized. The vertical bars indicate the standard deviation. Arrows indicates
the time of booster injection of CDV.
107
0
0,5
1
1,5
2
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
WEEKS
OPT
ICA
L D
ENSI
TY(4
90 n
m)
SERUM CONTROL
Graphic 2. Antibodies titres against canine distemper vírus in the serum of laying
hens immunized. The values are means of four samples. The vertical bars indicate
the standard deviation. Arrows indicates the time of booster injection of CDV.
108
00,20,40,60,8
11,21,41,6
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
Weeks
Opt
ical
Den
sity
(490
nm
)YOLK SERUM
Graphic 3. Changes of antibody activity in chicken serum and egg yolk during the
immunization period. Anti-CDV antibody activities in serum and egg yolk were
measured by indirect ELISA using the CDV as an antigen and are expressed as
ELISA abosorbance at 490 nm for serum and egg yolk at 1:1000 dilution. The
values are means of four samples. Vertical bars indicate the standard deviation.
Arrows indicates the time of booster injection of CDV.
109
Detection of canine parvovirus in feces by chicken eggyolk antibody
1Marco Cesar Cunegündes Guimarães, 1Livia Gomes Amaral, 1Franz Viana Borges,1Hugo Paes Leme Vieira, 2Arinos Romualdo Viana, 1Marcos Fernando de Rezende
Matta
1Laboratório de Melhoramento Genético Animal, Centro de Ciências e Tecnologias
Agropecuárias, Setor de Imunogenetica, Universidade Estadual do Norte
Fluminense Darcy Ribeiro, Av. Alberto Lamego 2000, Campos dos Goytacazes, RJ,
Brazil, Zip Code 28013-620.
2Hertape Calier Saúde Animal S/A, Rodovia MG-050 Km 4 Distrito Industrial,
Juatuba-MG, Cep:35675-000
#Corresponding author:
Marco Cesar Cunegundes Guimaraes1Laboratório de Melhoramento Genético Animal, Centro de Ciências e TecnologiasAgropecuárias,Setor de Imunogenetica, Universidade Estadual do NorteFluminense Darcy Ribeiro, Av. Alberto Lamego 2000, Campos dos Goytacazes, RJ,Brazil,E-mail: [email protected],Tel: 55 22 2726-1544
Running title: Canine parvovirus, egg yolk antibody and ELISA.
110
Abstract
Canine parvovirus (CPV), cause an intestinal disease characterized by bloody
diarrhea, is often fatal in puppies. The virus is transmitted by contact with infected
dogs or their feces. The virus is very stable in the environment and may survive for
several months in contaminated areas. The CPV attacks the rapidly diving cells of
the bone marrow and the small intestine. Several laboratory tests have been
developed and are available for specific viral diagnosis. Where facilities are
available, rapid diagnosis can be made by electron microscopy (EM) of fecal
material from cases with typical signs of disease. The virus also can be isolated in
several feline and canine cell lines such as canine and feline kidney cells, but
isolation is seldom used in practice since cell cultures are required and at least 1
week for results is required. Fecal hemagglutination-hemagglutination (HA-HI) tests
have provided a simple and rapid method for detecting virus in fecal and tissue
samples and are employed by several diagnostic laboratories, however the HA test
is less sensitive than EM or enzyme-linked immunoassays (ELISA). In this work, the
laying chickens are immunized with the canine parvovirus strain Cornell 780916-80
and the egg yolk antibody (IgY) isolated and characterized by indirect ELISA to
detect canine parvovirus in feces.
Keywords: Canine parvovirus, egg yolk antibody and ELISA.
111
Introduction
Canine parvovirus is a highly contagious and serious disease caused by a virus that
attacks the gastrointestinal tract of puppies, dogs, and wild canids (Pollok and
others, 1984). This family consists of small non-enveloped DNA virus (Appel and
others, 1987). Two distinct parvovirus (CPV) (Hoskins and others, 1998), are now
known to infect dogs, the pathogenic CPV-2, cause a several enteritis, which was
recognizes in 1978, and the CPV-1 (MVC) (Binn et al., 1970). The MVC, a
completely different parvovirus, had not been associated with natural disease
(Siegel and others, 1984). MVC may cause pneumonia, myocarditis and enteritis in
young pups, or transplacental infections in pregnant dams, with embryo resorptions
and fetal death (Parrish and others, 1997). CPV-2 infects dogs and other canidae.
There are two types of CPV-2 (CPV-2a and CPV-2b). Because the infection is easily
spread among susceptible animals, rapid diagnosis is essential for disease control
and proper treatment (Yoshio et al., 1984). CPV replicates in several lymphoid
tissues and the instestinal epithelium of dogs, therefore, great amounts of
parvovirus are found in the feces of infected dogs (Carmichael et al., 1981). The
diagnostic this pathology can be made by electron microscopy (EM) of fecal material
from cases with typical signs of disease, fecal hemagglutination-hemagglutination
inhibition (HA-HI) tests have provided a simple and rapid method for detecting virus
in fecal and tissue samples (Teramoto and others, 1984), however the HA test is
less sensitive than EM or enzyme-linked immunoassays (ELISA). The HA assay is
recommended test for detection of parvovirus in feces (Appel and others, 1979;
Gordon and others, 1982; Lutz and others, 1983; Rice and others, 1982), however,
can be affected by certain factors in the fecal material resulting in nonspecific
agglutination (Gordon and others, 1982; Lutz and others, 1983; Rice and others,
1982). The specificity of the agglutination should be confirmed by an HI assay
(Gordon and others, 1892).
Recently, a competitive ELISA has been described that showed very good
correlation with HA results (Yolken and others, 1983). In general, these ELISA are
made with monoclonal (mAbs) or polyclonal antibodies of mammals.
Chicken egg yolk antibody (IgY), has been extensively studied to substantiate
its effective use in diagnosis (Schade and others, 2005) and for passive
immunization (Leslie and Clem, 1969; Shimizu and others 1988; Wiedmann and
others 1991; Yokoyama and others, 1993; Rose and others, 1974 and 1981). There
112
are several advantages of using IgY. IgY can be easily isolated from egg yolk by the
water-dilution method on a large scale without using any chemicals or organic
solvents (Jensenius and others, 1981; Kwan and others, 1991; Akita and Nakai,
1993). It is relatively stable under various conditions, including heat, pressure,
alkalinity and acidity (Shimizu and others, 1988, 1992, 1994).
In this work we used the IgY for prepare a indirect ELISA for to detect the
canine parvovirus in fecal material of dogs clinically sick. The ELISA results are
compared with HA.
113
Material and Methods
Fecal samples
Canine fecal samples were collected of the suspect animals in veterinary clinics. To
the viral extraction was used the approximately 10% suspensions of fecal material
were made by mixing the fecal samples in Hank’s medium with NaHCO3 on a vortex
apparatus. The debris was allowed to settle for 10 min, and the supernatant fluid
was tested in the ELISA indirect or treated further. Additional treatments included
testing the supernatant fraction after extraction with 0.1 volume of chloroform
followed by centrifugation at 1500 x g for 10 min (Carmichael and others, 1980).
Canine parvovirus
The canine parvovirus strain Cornell 780916-80 (ATCC® Number: VR-2017TM) was
obtained from the ATCC (The Global Bioresource Center). The viral amount was
determined by protein concentration with Bio-Rad protein assay (Bio-Rad
Laboratories) and then samples were frozen at –70oC.
Preparation of Immunogens
The viral suspension composed of 300 ng of parvovirus in 500 l de PBS at pH 7.2
was mixed with 500 l of the alhydrogel (aluminum hydroxide Al(OH)3) as adjuvant
(Accurate Chemical & Scientific Co, Westbury, New York) for the first injection. The
others three inoculations were made of the same way.
Immunization of Hens
Six White Leghorn laying hens of twenty five-week-old from the North Fluminense
State University were used for this immunization. The chickens were keeping in
individual cages with water and food ad libitum. The first immunization was
conducted by injecting 1.0 ml of the mix of viral suspension and adjvant into the
pectoral muscle. The second and third inoculation was carried out 1 and 3 weeks
after the first inoculation. The last inoculation was made at 6 weeks after the first.
114
Extraction of Egg Yolk Antibody
Eggs were collected from hens immunized all days after the first inoculations and
then sorted by week. Egg yolk antibodies were extracted using chloroform (Shin and
others, 2001a and 2001b). For this, the egg yolk was separated from the egg white
and homogenized after mixing with an equal volume of PBS. The homogenized egg
yolk was then mixed with two volumes of chloroform and incubated for 2 hours at
room temperature. After this incubation, the supernatant was collected and stored at
–70oC (Shin and others, 2002). The protein concentration was determined with Bio-
Rad protein assay (Bio-Rad Laboratories) and then samples were frozen at –70oC.
Hemagglutination (HA)
The plate was coated with 50 l of fecal samples diluted 1:10 in phosphate-buffered
saline (PBS) pH 7.2 in the first well, and then serial twofold dilutions was made.
After this, 50 l of 0.5% porcine erythrocytes in virus adjusting diluent (VAD) was
added. The plate was incubate at room temperature for 40 min. The hemagglutinant
titer of antigen is the higher dilution which the hemagglutination was complete.
Samples considered positives by HA test were confirmed by HI test (Senda and
others, 1986).
ELISA
The chicken egg yolk antibodies (IgY) titers and the canine parvovirus in fecal
material were measured by indirect ELISA. For the IgY titers, was used the original
canine parvovirus of the ATCC and the canine parvovirus in fecal material. Ninety-
six well microplates (Dynatech laboratories, Inc.) were coated with 100 l of canine
parvovirus (200 ng/ml) isolated of fecal material diluted in coating buffer by
overnight incubation at 4oC. After the incubation, the plates were washed with 150 l
PBS/0.05% Tween 20 (wash buffer) three times, blocked with 0.5% gelatine in PBS
(pH 7.2), 200 l per well, 1 h at room temperature, and washed with wash buffer
three times. Then, was added 50 l IgY anti-CPV(diluted in PBST 1:1000) suitably
diluted to each well and incubated at room temperature for 1 h, washed the plate
with wash buffer three times. After the washing, 50 l (diluted in PBST 1:5000)
rabbit anti-chicken IgG conjugated with horseradish peroxidase (Biomeda
Corporation) suitably diluted was applied to each well of the plate and incubated at
115
room temperature for 1 h. Substrate, 2,2-azino-bis (3-ethylbenz-thiazoline-6-
sulfonic acid) (Sigma Co.) was added into each well of the plate. Optical densities at
405 nm were measured with a microplate ELISA reader after stopping of the
reaction with 2 M HCl solution.
116
Results and Discussion
Immune response of hens to canine parvovirus strain Cornell 780916-80
Specific activities of IgY extracted of the egg yolk using chloroform was
measured by indirect ELISA (Graphic 1). All the chickens used in this experiments
showed a relatively strong immune response against CPV. The chickens were
immunized four times with aluminum hydroxide as adjuvant, which were sufficiently
immunogenic to induce an immune response. The kinetics of IgY followed the
principle of immunity, where the animal response with antibody production after
stimulation (Burnet, 1959).
In the first immunization the hens initiate the primary response characterized
by the log growth. After this, the response of the second immunization occurred
quickly, but doesn’t reach a greater magnitude, perhaps due the adjuvant or antigen
concentration. The antibody level remains growing after others immunizations. This
activity only can be possible because the B cell response and by the fact that
memory B cells formed during a primary response are more easily activated by the
booster immunization (Burnet, 1959). After the last booster the curve decline.
As describe for Behn and others in 1996, there are two types of curves in respect to
the development of antibody activity, which are a “mammalian-like” curve and a
“salutatory” curve. In this situation, the characteristics showed a similarity with
“mammalian-like” curve, because after the first immunization the activity increase
and remain relatively stable for several weeks or months. Therefore, the IgY
antibody isolated of egg yolk and tested for ELISA can be used in several assays
that include the canine parvovirus.
Hemagglutination test (HA)
The hemmaglutination is method is the clumping of red blood cells that can be
caused by some viruses. This process is easily visualized and so has been turned
into a method for identifying antibodies in the blood (Senda and others, 1986). The
canine parvovirus clumped (hemagglutinate) the porcine erythrocyte and this
reaction was visible, all the samples were positives.
Indirect ELISA to detect the canine parvovirus in the fecal material
117
The IgY antibody extracted from egg yolk of immunized hens with canine parvovirus
strain Cornell 780916-80 was used for to detect the canine parvovirus in the fecal
material. Excrements of dogs with characteristic acute signal of the disease were
collected and the virus was isolated utilizing a method for dilutions and
centrifugation (Carmichael and others, 1980). Before the ELISA was made the HA
test to confirm the presence of canine parvovirus in the fecal material. Eight
samples of the eight different dogs were used and in all the samples the canine
parvovirus was marked with IgY and the reaction detected by addition of the anti-
chicken peroxidase. The reaction was measured by ELISA reader at 405 nm and all
the results were greater than the control. The variation observed between animals
can be related with the amount of parvovirus in the enteric tract.
118
Conclusion
The chickens are efficient host birds that produce specific IgY to the canine
parvovirus. These antibodies can be applied in the several ways for the
immunotherapy and immunodiagnostic. In the near future, the IgY will be used in
kits diagnostic for the enteric virus.
119
References:
Akita, E.M.; Nakai, S. Comparison of four purification methods for the production of
Immunoglobulins from eggs laid by hens immunized with an enterotoxigenic
E.coli strain. J Immunol Methods 160: 207-214, 1993.
Appel MJ Parrish CR. Canine parvovirus type 2. In: Appel MJ, ed. Virus infections of
carnivores. Amsterdam: Elsevier, 1987; 69-92.
Appel MJ, Scott FW, Carmichael LE. Isolation and immunisation studies of a canine
parco-like virus from dogs with haemorrhagic enteritis. Vet Rec. 1979 Aug
25;105(8):156–159.
Behn, I.; Hommel, U.; Oertel, M.; Hauschild. Kinetics of IgY formation after
immunization of hens with different protein antigens. ALTEX Suppl. 13:18-21,
1996.
Behn, I.; Hommel, U.; Oertel, M.; Hauschildt, U. Kinetics of IgY formation after the
immunization of hens with different protein antigens. Altern Zu Tierex 13:18-21,
1996.
Burnet, F.M. The clonal selection theory of acquired immunity. Cambridge University
Press, 1959.
Carmichael LE, Binn LN. New enteric viruses in the dog. Adv Vet Sci Comp Med.
1981;25:1–37.
Carmichael LE, Joubert JC, Pollock RV. Hemagglutination by canine parvovirus:
serologic studies and diagnostic applications. Am J Vet Res. 1980
May;41(5):784–791.
Gordon JC, Rogers WA. Field evaluation of a canine parvovirus vaccination
program, using feline origin modified live virus vaccine. J Am Vet Med Assoc.
1982 Jun 15;180 (12):1429–1431.
Hoskins JD. Canine Viral Enteritis In: Greene CE. Ed., Infectious Diseases of
the Dog and Cat. Second edition. Philadelphia; WB Saunders Co, 1998; 40-45.
Jensenius, J.C.; Andersen, I.; Hau, J.; Crone, M.; Koch, C. Eggs: conveniently
packaged antibodies. Methods for purification of yolk IgG. J Immunol Methods,
46: 63-68, 1981.
120
Kwan, L.; Li-Chan, E.; Helbig, N.; Nakai, S. Fractionation of water-soluble and
insoluble components from egg yolk with minimum use of organic solvents. J
Food Sci 56:1537-1541, 1991.
Larson, A.R.M.; Balow, T.L.; Lindah, L.; Forsberg, P.O. Chicken antibodies: taking
advantage of evolution a review. Poultry Sci. 1993; 72:1807-1812.
Leslie, G.A.; Clem, W.L. Phylogeny of immunoglobulin structure and function. III.
Immunoglobulin of the chicken. J. Exp. Med. 130:1337-1352.
Lutz H, Pedersen NC, Durbin R, Theilen GH. Monoclonal antibodies to three
epitopic regions of feline leukemia virus p27 and their use in enzyme-linked
immunosorbent assay of p27. J Immunol Methods. 1983 Jan 28;56(2):209–
220.
Macartney, L.; Mccandlish, I.A.; Thompson, H.; CornwelL, H.J. Canine parvovirus
enteritis 1: Clinical, hematological and pathological features of experimental
infection. Vet Rec 1984; 115:201.
Nara, P.L. Systemic and local intestinal antibody response in dogs given both
infective and inactivated canine parvovirus. Am J Vet Res 1983; 44:89.
Parrish, C.R. How canine parvovirus suddenly shifted host range. ASM News 1997;
63:307.
Pollok, R.V.H. The parvoviruses. Part 1. Feine panleukopenia virus and mink
enteritis virus. Compend Cont Ed Pract Vet 1984;6:227.
Rice JB, Winters KA, Krakowka S, Olsen RG. Comparison of systemic and local
immunity in dogs with canine parvovirus gastroenteritis. Infect Immun. 1982
Dec;38(3):1003–1009.
Rose, M.E.; Orlans, E.; Buttress, N. Immunoglobulin classes on the hen’s egg: their
segregation in yolk and white. Eur. J. Immunol. 1974; 4:521-523.
Rose, M.E.M.; ORLANS, E. Immunoglobulins in the egg, embryo and young chick.
Dev. Comp. Immunol. 1981; 5:15-20.
Schade, R.; Calzado, E.G.; Sarmiento, R.; Chacana, P.A.; Asplund, J.P.; Terzolo, H.
R. Chicken Egg Yolk Antibodies (IgY-Technology): A Review of Progress in
Production and Use in Research and Human and Veterinary Medicine. ATLA
33, 1-26, 2005.
121
Senda, M.; Hirayama, N.; Yamamoto, H.; Kurata, K. An improved
hemagglutination test for study of canine parvovirus. Veterinary Microbiology, v.12,
n.1, p.1-6, 1986.
Shimizu M., R.C. Fitzsimmons, and S. Nakai. Anti-E.coli immunoglobulin Y isolated
from egg yolk of immunized chickens as potential food ingredient. J. Food Sci.
53: 1360-1366, 1988.
Shimizu, M.; Nagashima, H.; Hashimoto, K.; Suzuki, T. Egg yolk antibody (IgY)
stability in aqueous solution with high sugar concentration. J Food Sci 59:763-
765, 772, 1994.
Shimizu, M.; Nagashima, H.; Samo, K.; Hashimoto, K.; Ozeki, M.; Tsuda, K.; Hatta,
H. Molecular stability of chicken and rabbit immunoglobulin G. Biosci Biotech
Biochem 56: 270-274, 1992.
Shin, N.R.; Kim, J.M.; Choi, I.S.; Yoo, H.S. Control of swine respiratory disease
using egg yolk antibodies II. Specificity of immunoglobulin Y of hens
immunized with bacterial pathogens related with swine respiratory diseases.
Korean J. Vet. Res. 41, 197-202, 2001a.
Shin, N.R.; Kim, J.M.; Yoo, H.S. Control of swine respiratory disease using egg yolk
antibodies III. Immunoprophylactic effect of IgY in mouse model. Korean J. Vet.
Res. 41, 351-356, 2001b.
Siegel, G. Canine parvovirus: origen and significance of a “new” pathogen. In:
Berns, K.I. ed. The parvoviruses. New York Plenum, 1984:363-383.
Teramoto, Y.S.; Mildbrand, M.M.; Carlson, J. Comparison of enzyme-linked
immunoabsorbent assay, DNA hybridization, hemmaglutination, and electron
microscopy for detection of canine parvovirus infection. J Clin Microbiol 1984;
20:373.
Wiedemann, V.; Linckh, E.; Kuhlmann, R.; Schimidt, P.; Lösch, U. Chicken egg
antibodies for prophylaxis and therapy of infectious intestinal diseases. J. Vet
Med B38: 283-291, 1991.
Yokoyama, H.; Peralta, R.C.; Sendo, S.; Ikemori, Y.; Kodama, Y. Detection of
passage and absorption of chicken egg yolk immunoglobulin in the
gastrointestinal tract of pigs by use of enzyme-linked immunosorbent assay
and fluorescent antibody testing. AM J Vet Res 54: 867-872, 1993.
122
Yolken RH. Use of monoclonal antibodies for viral diagnosis. Curr Top Microbiol
Immunol. 1983;104:177–195.
123
Figures:
00,5
11,5
22,5
0 7 14 21 28 35 42 49 56 63 70
DAYS
OPT
ICA
L D
ENSI
TY(4
05 n
m)
YOLK CONTROL
Graphic 1. The kinetics of IgY titers in hens immunized with canine parvovirusstrain Cornell 780916-80 (CPV). The level of IgY activity in a 1000-fold dilution wasmeasured by indirect ELISA using CPV as an antigen and expressed as ELISAvalue (OD at 405 nm). Values are the mean of six samples (animals). Vertical barsindicate the standard deviation. The arrows indicate the time of immunization
124
00,20,40,60,8
11,21,41,61,8
1 2 3 4 5 6 7 8 Control
Samples
OD
at 4
05 n
m
Graphic 2. Determination of canine parvovirus in fecal material. The presence ofthe canine parvovirus was determinated by indirect ELISA using as antigen the virusisolated at the dogs with clinical disease and expressed as ELISA value (OD at 405nm). Values are the mean of four repetitions. Vertical bars indicate the standarddeviation.
125
Results ELISA HA Control (ELISA)* Control (HA)**
Positive 8 8 0 0Negative 0 0 1 1
Table1. Comparisons between ELISA and HA used for detection of CPV in caninefecal samples. * Negative control, feces of healthy dog; ** Negative control, feces ofhealthy dog.
126
Produção e utilização de anticorpos IgY anti-Staphylococcus aureus.
1Marco Cesar Cunegündes Guimarães, 1Livia Gomes Amaral, 1Franz Viana Borges,1Hugo Paes Leme Vieira, 1Marcos Fernando de Rezende Matta
1Laboratório de Melhoramento Genético Animal, Centro de Ciências e Tecnologias
Agropecuárias, Setor de Imunogenetica, Universidade Estadual do Norte
Fluminense Darcy Ribeiro, Av. Alberto Lamego 2000, Campos dos Goytacazes, RJ,
Brazil, Zip Code 28013-620.
#Corresponding author:
Marco Cesar Cunegundes Guimaraes3Laboratório de Melhoramento Genético Animal, Centro de Ciências e TecnologiasAgropecuárias,Setor de Imunogenetica, Universidade Estadual do NorteFluminense Darcy Ribeiro, Av. Alberto Lamego 2000, Campos dos Goytacazes, RJ,Brazil,E-mail: [email protected],Tel: 55 22 2726-1544
127
Abstract:
The Staphylococcus aureus is a pathogen involved in wide infections process in
human and animals, inducing several economical losses in the animal industry,
antibiotic resistance and others. Thus, the antibiotic use is limited and actually is
consider a great problem. Therefore, the development of alternatives for the
antibiotic use is necessary. Recently, egg yolk antibodies have been found to offer
several advantages for disease control in animals and humans. The specific binding
activity of IgY against Staphylococcus aureus as determined by enzyme immuno
assay showed high levels of activity against the bacteria. The IgY binding was
further demonstrated to have an inhibitory effect on Staphylococcus aureus growth
in a culture medium. The bacteriostatic function of IgY appeared to result from the
interaction of IgY with surface components of Staphylococcus aureus.
Keywords: Staphylococcus aureus, chicken egg yolk antibody, inhibition
growth, ELISA.
128
Resumo:
O Staphylococcus aureus é uma bactéria gram positiva envolvida em diversos
processos infecciosos. Encontrada na cavidade nasal e na pele de humanos e
animais. Capaz de produzir enterotoxinas termorresistentes que causam, no
homem, a intoxicação estafilocócica. Além disso, estão envolvidos em significativas
perdas econômicas na indústria animal e principalmente no desenvolvimento da
resistência aos antibióticos. Atualmente, o uso de antibióticos é limitado e é
considerado um grande problema de saúde pública. Portanto, o desenvolvimento
de alternativas ao uso de antibióticos é necessário. Recentemente, anticorpos da
gema do ovo de galinha têm sido utilizados por oferecer vantagens para o controle
de doenças em humanos e animais. Neste trabalho, galinhas White Leghorn foram
imunizadas com Staphylococcus aureus isolados de vacas com mamites infecciosa
e desenvolveram anticorpos específicos contra a bactéria. A presença dos
anticorpos IgY no extrato purificado foi demonstrado com o teste de ELISA indireto.
A atividade biológica da IgY foi testada in vitro pela atividade bacteriostática do
Staphylococcus aureus em cultura.
Palavras-chave: Staphylococcus aureus, anticorpos da gema do ovo de
galinhas, inibição do crescimento bacteriano, ELISA.
129
Introdução:
Os estafilococos (cocos Gram-positivos) estão entre as bactérias piogênicas mais
comuns. Podem produzir abscessos locais em quase qualquer parte do corpo,
incluindo desde a pele até o osso. O gênero Staphylococcus inclui várias espécies.
A espécie menos comum, porém mais patogênica é o S. aureus. Esta bactéria está
associada a diversos quadros clínicos no homem e animais (Devriese, 1990). Uma
das infecções de maior importância em animais é a mastite bovina em gado leiteiro,
devido principalmente a prejuízos econômicos e perda da qualidade do leite
(Bramley et al., 1996). Os antibióticos são a ferramenta mais utilizada para tentar
controlar as infecções (Monnet, 1999). Porém, isso acarreta em vários problemas
para a saúde humana e animal, como a resistência bacteriana a antibióticos e os
resíduos de antibióticos encontrados no leite, podendo induzir a resistência de
forma indireta em humanos (Rowe-Magnus, 1999; Schwarz, 2001). Devido a esses
problemas o uso de alternativas que visam diminuir a utilização de antibióticos para
o controle de doenças bacterianas é fundamental para a saúde humana e animal.
Uma das alternativas utilizadas é o uso de anticorpos policlonais (Kweon et al.,
2000). Estes anticorpos podem ser obtidos em qualquer espécie animal, mamíferos
(IgG) e aves (IgY), que possua no seu sistema imunológico a imunidade humoral
(Tini et al., 2002). Além disso, é importante levar em consideração a quantidade, o
custo e o sofrimento animal para a obtenção dos anticorpos. Baseado nessas e
outras características o uso de anticorpos policlonais de galinha se tornou um
atrativo (tabela1). Esses anticorpos podem ser obtidos na gema do ovo de aves
sem que haja coleta de sangue e conseqüentemente não estressando os animais
(Woo et al., 1998). A eficácia da IgY tem sido comprovada em muitas aplicações
para o tratamento e prevenção de em muitos processos infecciosos, tais como
diarréias em suínos e bovinos, cáries dentárias, diarréia infantil, parvovirose canina,
venenos de cobras, entre outros (Almeida et al., 1998; Kim et al., 1998; Ikemori et
al., 1992; Hatta et al., 1993; Hatta et al., 1997; Yokoyama et al., 1992; Oh et al.,
1996). Portanto, o presente estudo teve como objetivo produzir de forma simples e
eficaz IgY contra S. aureus, como uma possível alternativa a antibiótico terapia. Os
anticorpos anti- S. aureus foram obtidos através da imunização de seis aves
Leghorn brancas utilizando como adjuvante o hidróxido de alumínio. O título foi
obtido através do teste de ELISA, onde observou-se uma cinética padrão para a
produção dos anticorpos no soro e na gema (Erhard et al., 2000). A IgY anti-
130
S.aureus foi testada de acordo com a sua capacidade de inbição em cultura do
crescimento de S.aureus.
131
Material e Métodos:
Staphylococcus aureus
O S. aureus utilizado para o inócuo nas aves foi obtido do Laboratório de Sanidade
Animal da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, Campos dos
Goytacazes, Rio de Janeiro, Brasil. O S.aureus foi isolado de vacas com mastite
estafilocócica. As bactérias foram isoladas com swabs intramámarios, cultivadas
em meio seletivo BBL CHROMagar (BBL™ CHROMagar™) (Difco, Detroit, Mich.,
U.S.A.) para identificação de S.aureus, incubados a 37oC por 24 h. Depois da
incubação, as células foram colhidas, ressuspendidas em tampão fostato salino
estéril (pH 7.2) e centrifugadas a 5000 x g por 15 min e foram tratados com
formalina 3.7% (CH2O) “overnight”. As células inativadas foram lavadas três vezes,
suspendidos em tampão salina estéril, ajustados para uma concentração de 2,6 x
104 células/ ml, aliquotadas e estocadas a –700C.
Aves
Foram utilizadas quatro galinhas da raça White Leghorn com 12 semanas de idade
da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, Campos dos
Goytacazes, Rio de Janeiro, Brasil. Todos os animais envolvidos se encontravam
em bom estado sanitário e com alimentação e água ad libitum.
Inócuo
As alíquotas de S.aureus estocadas a –700C foram descongeladas, 500 l de
solução bacteriana (2,6 x 104 células/ ml) foram adicionadas a 500 l de alhydrogel
(hidróxido de alumínio Al(OH)3)) (Accurate Chemical & Scientific Co., Westbury,
New York) como adjuvante.
Imunização das aves
A primeira imunização foi conduzida pela injeção de 1.0 ml de solução contendo
suspensão bacteriana e adjuvante no músculo peitoral. A segunda e terceira
inoculações foram feitas em 1 e 3 semanas respectivamente após o primeiro
inoculo.
Coleta de ovos e soro
Os ovos e o sangue foram coletados a partir da primeira semana de inoculação até
a oitava semana pós primeiro inócuo. Os ovos foram levados ao laboratório e
132
armazenados a 4oC para posterior extração da IgY. O sangue coletado com citrato
de sódio 0.5% como anticoagulante.
Extração de IgY da gema do ovo
Os ovos foram coletados das galinhas imunizadas todos a partir do primeiro inoculo
e separados por semana. Os anticorpos foram extraídos usando carrageenan 0.1%
(Sigma) (Hatta et al., 1990). Para isso, a gema foi separada da clara do ovo e
homogeneizada (vortex) com o mesmo volume de água destilada. Adicionou-se o
carrageenan 0.1% com quatro vezes o volume da inicial da gema. A solução
resultante foi homogeneizada e incubada por 30 min a temperatura ambiente. Após
esse período, centrifugou-se o material a 6000 rpm por 20 min. O sobrenadante foi
coletado, filtrado em filtro com 0.2 m (Millipore Corp., Bedford, Mass.) e estocado
a –70oC. A concentração de proteína foi feita com o extrato para determinar a
proteína total, IgY total e IgY específica.
Extração de IgY do plasma
O sangue foi coletado com citrato de sódio 0,5%, centrifugado a 3000 rpm por 15
minutos para obtenção do plasma e, conseqüentemente da IgY circulante. O
plasma coletado e estocado a –70oC para posterior análise.
Ensaio de imunoadsorção enzimática (ELISA)
O título de anticorpos foi obtido através do teste de ELISA indireto. A suspensão de
S.aureus (2,6 x 104 células/ ml) foi diluída a 1:500 em tampão
carbonato/bicarbonato pH 9,2 e, em seguida, distribuído na placa de ELISA 100
microlitros por orifício. A placa foi incubada a 4oC por uma noite. Após a incubação
a placa foi lavada cinco vezes com PBST 0,1% pH 7,2. A IgY da gema, do plasma e
o controle foram diluídos a 1:1000 em PBST 0,1% pH 7,2 e distribuídos 100
microlitros por orifício. A placa foi incubada a 37oC por quarenta e cinco minutos e
lavada cinco vezes com PBST 0,1% pH 7,2. O conjugado foi diluído a 1:12000 em
PBST 0,1% pH 7,2 e distribuído 50 microlitros por orifício. A placa foi incubada a
37oC durante trinta minutos e lavada dez vezes com PBST 0,1% pH 7,2. A placa foi
revelada com 50 microlitros de uma solução de ortofenileno diamina (OPD).
Adicionaram-se 100 microlitros por orifício de uma solução de ácido sulfúrico
133
(H2SO4), após quinze minutos de reação. A leitura da placa foi feita no
espectrofotômetro para microplaca em filtro de 405 nm.
134
Resultados
Resposta imune para S. aureus
O S. aureus foi injetado usando como adjuvante hidróxido de alumínio. Os
anticorpos IgY anti-S. aureus obtidos contra a bactéria no soro e na gema foram
analisados pelo teste de ELISA, usando o próprio S. aureus como antígeno.
Geralmente, o pico de produção de anticorpos ocorre entre quarta e sexta semanas
no soro e na gema, respectivamente, depois da primeira injeção (Erhard et al.,
2000). A cinética de produção de IgY no soro e gema é observada nos gráficos 1 e
2, respectivamente. O pico de produção dos anticorpos foi observado na quinta e
sétima semana, para o soro e a gema. O título dos animais imunizados foi em
média cinco vezes maior do que os animais não vacinados do grupo controle. Os
gráficos foram construídos baseados na leitura em densidade óptica num
comprimento de onda de 405 nm feitos por espectofotometria no leitor de ELISA.
Inibição do crescimento de Staphylococcus aureus
Muitos trabalhos demonstram resultados sobre o efeito bactericida de
anticorpos específicos na presença de fagócitos ou proteínas do sistema
complemento, a qual resultam na lise bacteriana pela opsonização de anticorpos
facilitarem a fagocitose e a ativação da cascata do sistema complemento (Sadziene
et al., 1993). Anticorpos monoclonais (mAbs) produzidos contra antígenos
bacterianos de superfície tem mostrado efeito bacteriostático in vitro (Avakian and
Ley, 1993). Esses resultados podem ser uma importante razão para o
desenvolvimento de anticorpos da gema do ovo de galinha anti-S. aureus para
avaliar a sua habilidade para exibir o mesmo efeito, embora a IgY seja um anticorpo
policlonal.
Além disso, existem outros resultados importantes para colaborar com o
desenvolvimento de anticorpos IgY. Muitos estudos demonstram que animais
infectados com Escherichia coli enterotoxigênica foram protegidos da diarréia
infecciosa pela administração oral de IgY (Ikemori et al., 1992; Yokoyama et al.,
1992; Marquardt et al., 1999). Esses resultados evidenciam a neutralização ou
inibição das atividades patogênicas da bactéria.
Após a extração da IgY. Foram realizados três tratamentos para demonstrar
a inibição do crescimento de S. aureus. O primeiro tratamento foi de IgY anti- S.
aureus, o segundo de IgY de galinhas não imunizadas (controle) e o terceiro com
135
PBS (branco). Todos os tratamentos foram iniciados com 5 unidades formadoras de
colônia (U.F.C.) e analisados após 12 horas. Após as 12 horas observou-se que
grupo tratado com IgY específica tinha em torno de 7 U.F.C, portanto, inibiu o
crescimento bacteriano se comparado com o grupo controle e o branco que
obtiveram um resultante semelhante, pois ao final da análise foram contados cerca
de 45 U.F.C, como observado no gráfico 3.
136
Discussão e conclusão:
O estudo de anticorpos IgY como alternativa para terapia e diagnóstico vem
crescendo nos últimos anos (Schade et al., 1994). Principalmente, devido a alto
nível de resistência bacteriana ao uso de antibióticos, colaborando para a formação
de superbactérias (Ricke, 2003). Essa resistência pode ser gerada de através de
vários mecanismos (Schwarz et al., 2001), diretos e indiretos, que variam desde o
contado direto com o próprio antibiótico até a ingestão de alimentos com resíduos
de antibióticos, como por exemplo, leite e carne (Aerestrup et al., 1999). Com a
crescente preocupação para impedir o desenvolvimento da resistência o uso de
antibióticos está sendo muito controlado em criações animais. Portanto, a geração
destes anticorpos (Narat et al., 2003), bem como a sua utilização em diversos
campos de pesquisa é importante. A curva de produção de IgY seguiu o padrão
observado em outros trabalhos (Shin et al., 2001), bem como a taxa de passagem
dos anticorpos do soro para a gema, permitindo que o pico de produção seja
inicialmente observado no soro e depois na gema. Os níveis de anticorpos obtidos
que foram quantificados pelo teste de ELISA se demonstraram altos em
comparação ao grupo de aves não imunizadas o que demonstra o grande potencial
de produção de anticorpos específicos desses animais.
A atividade específica da IgY anti-S.aureus pôde ser observada com a
inibição do crescimento do S.aureus em colônia. Esta atividade pode estar
relacionada com a habilidade de anticorpos inibirem a reprodução bacteriana
através da neutralização de sítios de comunicação, indispensáveis para o Quorum
Sensing (Miller et al, 2001).
Os anticorpos IgY não foram produzidos para uma proteína específica,
porém os resultados obtidos na inibição da reprodução do S.aureus se assemelham
ao de Lin et al (2001) , onde foram produzidos anticorpos monoclonais para
bloquear a enterobactina, com a finalidade de inibir o crescimento de coliformes
bacterianos derivados de infecções intramamárias em bovinos.
Desta forma os anticorpos IgY demonstram a sua capacidade de funcionar
como um importante método profilático ou até mesmo curativo de uma série de
137
processos infecciosos e, não descartando a sua utilização como método de
diagnóstico.
138
Agradecimentos
Este trabalho foi financiado pela Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do
Rio de Janeiro – FAPERJ.
Gostaria de agradecer ao doutor Arinos da Hertape Calier Saúde Animal; ao
professor Yoo da Universidade Nacional de Seoul pelos esclarecimentos sobre a
atividade biológica dos anticorpos IgY; ao doutor Kildare Miranda da Universidade
Federal do Rio de Janeiro pela revisão final do artigo.
139
Referências:
Aerestrup, F.M.; H.C. Wegener. The effect of antibiotic usage in food animals on the
development of antimicrobial resistance of importance for humans in
Campylobacter and Escherichia coli. Microbes Infect. 1:639-642, 1999.
Almeida, C.M.; Kanashiro, M.M.; Rangel, F.B.; Matta, M.F.; Kipnis, T.L.; Silva, W.D.
Development of snake antivenom antibodies in chickens and their purification
from yolk. Vet. Rec. 1998. 143, 579-584.
Avakian, A.P.; Ley, D.H. Inhibition of Mycolplasma gallisepticum growth and protein
of M. gallisepticum. Avian Dis 37:706-714, 1993.
Bramley, A.J.; Patel, A.H.; O”Reilly, M. Roles of alpha-toxin and beta-toxin in
virulence of Staphylococcus aureus for the mouse mammary gland. Infect
Immun (1989); 57:2489.
Devriese, L.A. Staphylococci in healthy and diseased animals. J Appl Bacteriol
Symposium 1990; 19 (suppl.):71S-80S.
Erhard, M.H.; Mahn, K.; Schmidt, P.; Oltmer, S.; Preisinger, R.; Zinsmeister, P.;
Stangassinger, M. Evaluation of various immunization procedures in laying hens
induce high amounts of specific egg yolk antibodies. 2000. ATLA. 28:63-80.
Hatta, H.; Tsuda, K.; Akachi, S.; Kim, M.; Yamamoto, T.; Ebina, T. Oral passive
immunization effect antihuman rotavirus IgY and its behavior against proteolytic
enzymes. Biosci. Biotech. Biochem. 1993, 57, 1077-1081.
Hatta, H.; Tsuda, K.; Ozeki. M.; Kim, M.; Yamamoto, T.; Otake, S.; Hirasawa, M.;
Katz, J.; Chiders, N.K.; Michalek, S.M. Passive immunization against dental
plaque formation in humans: effect of a mouth rinse containing egg yolk
antibodies (IgY) specifc to Streptococcus mutans. Caries Res. 1997, 31, 268-
274.
Ikemori, Y.; Kuroki, M. Peralta, R.C.; Yokoyama, H.; Kodama, Y. Protection of
neonatal calves against fatal enteric colibacilosis by administration of egg yolk
powder from hens immunized with k99-piliated enterotoxigenic Escherichia coli.
Am. J. Vet. Res. 1992. 53, 2005-2008.
Kim, J.M.; Woo, S.R.; Kwon, C.H.; Kim, J.Y.; Huh, W. Development of preventive
method for enterotoxigenic colibacillosis using egg yolk antibodies II.
Therapeutic effect of egg yolk antibodies against colibacillosis of piglets. Korean
J. Vet. Res. 1998. 34, 837-842.
140
Kweon, C.; Kwon, B.; Woo, S.; Kim, J.M.; Woo, G.; Son, D.; Hur, W.; Lee, Y.
Immunoprophylatic Effect of Chicken Egg Yolk Immunoglobulin (IgY) against
Porcine Epidemic Diarrhea Virus (PEDV) in Piglets. J. Vet. Med. Sci. 2000.
62(9):961-964.
Marquardt, R.R.; Jin, L.Z.; Kim, J.W.; Fang, L.; Frohlich, A.A.; Baidoo, S.K. Passive
protective effect of egg-yolk antibodies against enterotoxigenic Escherichia coli
K88+ infection in neonatal and early-weaned piglets. FEMS Immunol Med
Microbio 23:283-288, 1999.
Monnet, D.L. European recommendations to respond to the threat of antimicrobial-
resistant microorganisms. Am. Soc. Microbiol. News 65:390-391, 1999.
Narat, M. Production of Antibodies in Chickens. Food Technol. Biotechnol. 2003.
41(3), 259-267.
Oh, T.; Han, H.R. Protective effect of chicken egg yolk antibody in colostrums-
deprived neonatal puppies. Korean J. Vet. Res. 1996, 36, 903-913.
Ricke, S.C. Perspectives on the Use of Organic Acids and Short Chain Fatty Acids
as Antimicrobials. Poultry Science, 82:632-639, 2003.
Rowe-Magnus, D.A.; Mazel, D. Resistance gene gene capture. Curr Opniuon
Microbiol. (1999). 2:483-488.
Sadziene, A.; Thomopson, P.A.; Barbour, A.G. In vitro inhibtion of Borrelia
burgdoferi growth by antibodies. J Infect Dis 167:165-172, 1997.
Schade, R.; Burger, W.; Schoneberg, T. Avian egg yolk antibodies. The egg-laying
capacity of hens following immunization with antigens of different kind and origin
and the efficiency of egg yolk antibodies in comparasion to mammalian
antibodies. Altex Alternativen Zu. Tierexp. 1994. 11, 75-84.
Schwarz, S.; Chaslus-Dancla, E. Use of antimicrobials in veterinary medicine and
mechanisms of resistance. Vet. Res. (2001). 32:201-225.
Shin, N.R.; Choi, I.S.; Kim, J.M.; Hur, W.; Yoo, H.S. Effecive methods for the
production of immunoglobulin Y using immunogens of Bordetella bronchiseptica,
Pasteurella multocida and Actinobacillus pleuropneumoniaes. J. Vet. Sci. (2002),
3(1), 47-57.
Shin, N.R.; Kim, J.M.; Yoo, H.S. Control of swine respiratory disease using egg yolk
antibodies III. Immunoprophylatic effect of IgY in mouse model. Korean J. Vet. Res.
41, 351-356, 2001.
141
Tini, M.; Jewell, G.; Camenisch, D.; Chilov, M. Generation and application of
chicken egg-yolk antibodies. Comparative Biochemistry and Physiology Part A
131 (2002) 569-574.
Woo, S.; Kim, J.; Kwon, C.; Lee, H.; Lym, S.; Kim, J. Development of preventive
method for enterotoxigenic colibacillosis using egg yolk antibodies. Korean J Vet
Res (1998). 38(4):829-836.
Yokoyama, H.; Paralta, R.C.; Diaz, R.; Sendo, S.; Ikemori, Y.; Kodama, Y. Passive
protective effect of chicken egg yolk imunoglobulins against experimental
enterotoxigenic Escherichia coli infection in neonatal piglets. Infect. Immun.
1992. 60, 998-1007.
142
ITENS IgG IgY
Método de coleta Invasivo Não invasivo
Quantidade de Ac. 200 mg/40ml
sangue
50-100 mg/ovo
Quantidade de Ac./mês 200 mg ~ 1500 mg
Quantidade de Ac. Específico ~ 5% 2-10%
Ligação com proteína A ou G Sim Não
Interferência com IgG de mamífero Sim Não
Interferência com fator reumatóide Sim Não
Ativação de complemento de
mamífero
Sim Não
Tabela 1
Baseado em Schade et al (1991).
143
00,20,40,60,8
11,21,41,6
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
SEMANAS
DEN
SID
AD
E Ó
PTIC
A (4
05 n
m)
SORO CONTROLTE
Gráfico 1. Cinética de produção de IgY anti-Staphylococcus aureus no soro.
Comparando a densidade óptica a 405 nm dos animais imunizados e não
imunizados (grupo controle negativo). Estes dados são referentes a média de seis
quatro amostras durante as oito semanas. As barras verticais demonstram o desvio
padrão e as setas indicam o momento da imunização.
144
0
0,5
1
1,5
2
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9SEMANAS
DEN
SID
AD
E Ó
PTIC
A(4
05 n
m)
GEMA CONTROLTE
Gráfico 2. Cinética de produção de IgY anti-Staphylococcus aureus na gema.
Comparando a densidade óptica a 405 nm dos animais imunizados e não
imunizados (grupo controle negativo). Estes dados são referentes a média de
quatro amostra durante oito semanas. As barras verticais são relativas ao desvio-
padrão. As setas são referentes às imunizações.
145
05
101520253035404550
IgYESPECÍFICA
IgY PBS
NÚ
MER
O D
E C
OLÔ
NIA
SB
AC
TER
IAN
AS
Gráfico 3. Inibição do crescimento em cultura do S. aureus, utilizando IgY
específica, IgY inespecífica como grupo controle e PBS como branco.
146
Produção de Anticorpos Policlonais em Galinhas
1Marco César Cunegundes Guimarães
1Laboratório de Melhoramento Genético Animal, Centro de Ciências e TecnologiasAgropecuárias, Setor de Imunogenetica, Universidade Estadual do NorteFluminense Darcy Ribeiro, Av. Alberto Lamego 2000, Campos dos Goytacazes, RJ,Brazil, Zip Code 28013-620.
#Corresponding author:
Marco Cesar Cunegundes Guimaraes1Laboratório de Melhoramento Genético Animal, Centro de Ciências e TecnologiasAgropecuárias,Setor de Imunogenetica, Universidade Estadual do NorteFluminense Darcy Ribeiro, Av. Alberto Lamego 2000, Campos dos Goytacazes, RJ,Brazil,E-mail: [email protected],Tel: 55 22 2726-1544
147
Resumo
Anticorpos, também chamados de imunoglobulinas, são proteínas produzidas por
células especializadas do sistema imune para a auxiliar o organismo a destruir os
microrganismos invasores. Por causa da versatilidade dos anticorpos, terapias
baseadas no uso de anticorpos podem, em teoria, ser desenvolvidas contra
qualquer patógeno existente. O uso terapêutico dos anticorpos constitui uma
potencial opção contra novos agentes emergentes. A produção de anticorpos (Abs)
em galinhas e a extração de anticorpos específicos na gema do ovo são
incrivelmente atrativas e interessantes para a comunidade científica.
148
Introdução
Anticorpos são proteínas encontradas no plasma e fluidos extracelulares e
comp reendem um dos principais efetores do sistema imune adaptativo. São
produzidos em resposta a moléculas e organismos, a qual são capazes de
neutralizar e/ou eliminar. A habilidade do anticorpo de se fixar a um antígeno com
alto grau de afinidade e especificidade o conduziu para o seu uso ubíquo. Seu uso
em ensaios em diagnóstico e terapia tem provocado um profundo impacto na
melhoria da saúde e no bem-estar de humanos e animais.
A soroterapia teve início em 1890 quando von Bhering e Kitasato
descobriram a anti-toxina diftérica. Com o passar do tempo, anticorpos específicos
foram utilizados para o tratamento de infecções, tais como a raiva e o tétano. A
especificidade e avidez dos anticorpos são a base para a promoção da terapia de
administração de anticorpos. Nos últimos 10 anos, os avanços na engenharia
genética têm possibilitado o aumento da especificidade de anticorpos a sítios
combinados, melhorando assim a sua utilidade terapêutica.
A introdução de anticorpos no tratamento de imunodeficiências e doenças
infecciosas foi um significante avanço na medicina. O anti-soro animal e humano
são usados in vivo para destruir bactérias e neutralizar vírus no sangue de
indivíduos infectados. Possivelmente a mais importante aplicação foi o uso de
anticorpos para o antígeno Rh de eritrócitos, evitando o desenvolvimento da
doença hemolítica do recém-nascido. O tratamento com anticorpos policlonais é
associado com muitos efeitos colaterais não desejados. Doença do soro, anafilaxia
e a natureza desses anticorpos são considerados fatores limitantes. Isto tem
motivado pesquisadores a produzirem anticorpos bem definidos em relação a sua
qualidade e especificidade.
Apesar dos problemas e dificuldades envolvidos, existem diversas vantagens
para a utilização de anticorpos policlonais ou monoclonais na medicina humana e
animal. O maior estímulo para o desenvolvimento de pesquisas nessa área é rápido
desenvolvimento de resistência de muitos microrganismos a agentes microbianos,
principalmente aos antibióticos. O aumento do número de mortes causadas por
superbactérias na última década fez com que alguns grupos de pesquisa
repensassem o uso de anticorpos como importante alternativa ao uso de
antibióticos.
149
No entanto, apesar de todas as vantagens observadas, o desenvolvimento
de anticorpos para uso comercial envolve sérias implicações éticas associadas ao
bem-estar animal. Os anticorpos monoclonais são constantemente avaliados para
pesquisa, diagnóstico e terapias. O uso destes anticorpos encarece a pesquisa
clínica e causa sacrifícios dos animais envolvidos. Portanto, o desenvolvimento
alternativo de anticorpos que possam ser utilizados no diagnóstico e terapia das
doenças se faz necessário. O uso de galinhas como fonte para imunização traz um
grande número de vantagens para a produção de anticorpos (Shin et al., 2002,
2003) como, por exemplo, o método de coleta de anticorpos não invasivo e a maior
quantidade de anticorpos que podem ser encontrados na gema do ovo de galinha
(Schade et al, 1991; Gassmann et al, 1990). Estes anticorpos são chamados de
imunoglobulina Y (IgY) (Klemperer, 1893).
Este artigo fornece uma revisão sobre a estrutura, função, formas de
obtenção e utilização da imunoglobulina Y, obtida na gema do ovo de galinha. Além
de relacionar algumas diferenças entre a IgY de aves e a IgG de mamíferos.
150
Anticorpos da gema do ovo de galinha
Incialmente, anticorpos IgY foram descritos como semelhantes a IgG de
mamíferos, entretanto agora são considerados evolutivamente um ancestral comum
para IgG e IgE de mamíferos.
Em 1893, Klemperer descreveu um experimento na qual ele demonstrou que
a imunização de uma galinha resulta na transferência de anticorpos específicos
para a gema do ovo.
A IgY é exclusivamente transferida para a gema do ovo por um processo
mediado por receptor (Mohamed et al., 1998; Morrison et al., 2001). A quantidade
de IgY transferida é dependente da concentração sérica, e parece que toda a
população de IgY é transferida (Morrison et al., 2001).
A passagem transovariana da IgY leva aproximadamente 5 dias (Mohamed
et al., 1998). A meia-vida da IgY circulante em aves adultas é aproximadamente de
36 a 65 horas (Patterson et al., 1962). A quantidade de IgY transferida parece ser
independente do tamanho do ovo (Dohms et al., 1978; Bollen et al., 1997).
Por um longo período não existiu aplicação científica para esse
conhecimento, mas quando o bem-estar animal se tornou uma séria questão de
preocupação ética para a comunidade científica, os resultados de Klemperer
ganharam interesse. A partir de 1959 vários trabalhos começaram a ser publicados
(Russel et ali., 1959; Behn et al., 1969; Rose et al., 1974; Yamamoto et al., 1975;
Dohms et al., 1978; Noll et al., 1982; Schmidt et al., 1989) relacionando o uso da
IgY como anticorpo secundário para kits de diagnóstico. Na década de 1990, a
tecnologia de IgY teve reconhecimento internacional (Telfef et al., 2001) e, em
1996 o centro europeu para validação de métodos alternativos (ECVAM)
recomendou o uso da IgY ao invés da IgG de mamíferos, para minimizar o
sofrimento animal causada pela coleta invasiva de anticorpos (Schade et al., 2005).
Depois disso o Conselho Federal de Veterinária do governo suíço aprovou a
tecnologia de IgY como um método alternativo para bem-estar animal. Enquanto
isso, inúmeras publicações têm reportado muitos aspectos desta tecnologia.
151
Estrutura molecular da IgY
A estrutura geral da molécula de IgY, consiste de duas cadeias leves e duas
cadeias pesadas. Comparável à imunoglobulina de mamífero. A cadeia pesada é
indicada pela letra grega Y, e contém um domínio variável e quatro constantes, em
contraste aos três domínios constantes da cadeia pesada da IgG.
A IgY possui peso molecular (PM) de aproximadamente 167.250 Da,
enquanto o da IgG de mamífero é de aproximadamente 160.000 Da (Sun et al.,
2001). A cadeia leve consiste de um domínio variável e um constante com PM de
18.660 Da, a cadeia pesada tem PM de 65.105 Da e o fragmento Fab possui PM de
45.359 Da. Existe alguma homologia entre os domínios C 3 e C 4, e os domínios
2 e C 3 da IgG de mamíferos, uma vez que o domínio C 2 é o representante da
região de dobradiça da IgG e é muito menos desenvolvido na IgY (Shimizu et al.,
1992). A região de dobradiça menos desenvolvida na IgY pode resultar em uma
reduzida flexibilidade da região Fab, a qual, pode ser a razão para algumas
diferenças entre IgY e IgG no reconhecimento do epítopo (Warr et al., 1995; Cser et
al., 1982; Noll et al., 1982).
Assim como para IgG, a região Fc da IgY é o sítio de maiores funções
biológicas desenvolvidas. Contêm duas cadeias laterais de carboidratos, em
contraste a somente uma na IgG (figura 2).
152
Diferenças entre IgY de aves e IgG de mamíferos
Existem diversos motivos para que os anticorpos extraídos da gema do ovo
de galinha possam ser utilizados ao invés dos anticorpos de mamíferos.
As vantagens do uso de IgY vem sendo reportada por diversos autores ao
longo dos anos (Schade et al., 1996; Carlander et al., 2002; Gasmann et al., 1990;
Calzado et al., 2002; Camenish et al., 1999), as quais algumas são reportadas na
tabela 1.
O mais importante objetivo do bem-estar animal é a redução de
manipulações dolorosas. A tecnologia de IgY para a manutenção de galinhas é
usualmente menos onerosa do que a manutenção do que a manutenção de
coelhos para a obtenção de anticorpos policlonais. Além disso, a produção de
anticorpos de uma galinha corresponde a de um animal de grande porte. Desta
maneira, uma quantidade extraordinária de anticorpos podem ser produzidas em
uma galinha, aproximadamente 17 a 35 g de IgY total/galinha/ano, dos quais 1-10%
pode ser específico para o antígeno.
A proteína C-reativa (CRP) pertence ao chamado grupo das proteínas de
fase aguda, a qual podem aumentar mais de cem vezes o processo inflamatório. O
resultado de um teste de ELISA, por exemplo, pode ser inexato devido a presença
de fatores reumatóides (RFs), a qual são capazes de se fixar a imunoglobulinas de
mamíferos. Uma substancial vantagem do uso de IgY é a inabilidade para reações
cruzadas com RFs, por causa da ausência dos sítios de ligação no Fc
correspondente (Larsson et al., 1991; Rieger et al., 1996).
Anticorpos humanos “anti-mouse” (HAMAs) podem ser induzidos em
pacientes que receberam imunoterapia com anticorpos monoclonais de
camundongo (mABs). Conseqüentemente, existe uma interferência pelo HAMAs
em ensaios imunológicos baseados em mABs. Anticorpos de galinha podem ser
usados como alternativa nestes ensaios.
Como a diferença entre o antígeno e o animal imunizado aumenta, a
resposta imune usualmente também. Existe uma grande diferença filogenética
entre mamíferos e aves. Esta extensão evolucionária existente faz com que não
haja reação cruzada entre a IgY e a IgG (Mohammed et al., 1998). Como resultado
galinhas, são a melhor escolha para a produção de anticorpos policlonais.
Anticorpos de galinha não são capazes de ativar o sistema complemento de
153
mamíferos, portanto podem ser usadas para reduzir a interferência pela ativação do
complemento (Hatta et al., 1993).
A proteína A estafilocócica e a proteína G estreptocócica são muito utilizadas
pela sua habilidade para fixar IgG. O Staphylococcus e Streptococcus são
freqüentemente encontrados em amostras bacterianas. Quando presentes, eles
podem se ligar a anticorpos específicos para outras bactérias causando assim um
resultado falso positivo. Anticorpos de galinha não se fixam a proteína A ou G e
podem ser usados para reduzir interferências. (Calzado et al., 2001; Leenars et al.,
1999; Gassmann et al., 1990).
IgG de coelho IgY de galinhasMétodo de coleta Invasivo Não invasivo
Quantidade de anticorpo 200mg/40ml de sangue 5-100mg/ovo; 5-7 ovos/semana
Quantidade de anticorpo por mês 200mg Aproximadamente 1000-2800mg
Interferência com imunoglobulinas de
mamíferos (fator reumatóide)
Sim Não
Interferência com HAMA Sim Não
Interferência com complemento de
mamífero
Sim Não
Ligação com proteína A ou G Sim Não
Tabela 1. Características de anticorpos de mamíferos comparados com de galinhas, adaptado de
Schade et al.(2005).
HAMA, anticorpos anti-mouse humanos.
154
Formas de obtenção da IgY
O desenvolvimento e a produção de anticorpos como um resultado de
imunização não são muito previsíveis.
Galinhas podem ser usadas para a produção de anticorpos a partir do
momento em que entrarem em postura. Animais que são usados para a produção
de anticorpos por mais de três meses precisam receber várias imunizações com os
antígenos a cada mês para assegurar o alto nível de produção. Galinhas podem
produzir anticorpos com alta avidez logo após a primeira imunização. Porém, este
resultado depende de algumas variáveis, as quais incluem o tipo de antígeno (dose
e peso molecular), o adjuvante, a via de administração, a genética do animal e o
tipo de criação. Em 2000 Schade e alguns colaboradores fizeram algumas
recomendações para a imunização de galinhas. A variação do antígeno pode variar
entre 0.10-1.0 mg, em casos especiais 10 g, variando com o tipo de adjuvante a
ser utilizado. O volume das injeções varia entre 0.5-1.0 ml e a via usual de
aplicação é a intramuscular, preferencialmente no peito das aves. O intervalo pode
ser de 4-8 semanas e o número de imunizações dependente do interesse da
produção de anticorpos.
Após o primeiro inoculo as aves iniciam a produção de anticorpos e dentro
de poucos dias os mesmos já podem ser encontrados na gema do ovo das
galinhas.
Vários processos são avaliados para isolar IgY da gema de ovos, e podem
ser usados sozinhos ou em combinação, de acordo com a quantidade, pureza e
atividade biológica (Bade e Stegemann, 1984) desejada. O incômodo e os custos
envolvidos são fatores relevantes. Dado o alto nível de atividade de anticorpos, um
processo de isolamento ocasiona uma escolha entre a quantidade e pureza, desde
que vários estágios de purificação principalmente envolvem uma quantidade baixa
de IgY na gema. Todo processo de extração se inicia pela separação da gema e da
clara (Hassl e Aspock, 1988).
Em geral, estes métodos podem ser divididos em três grupos principais:
4. Métodos de precipitação: Envolvendo sulfato de amônio e sódio (Akita et al.,
1992; Akita et al., 1993), polietilenoglicol (PEG; Polson et al., 1980, 1985,
1990; Shafiq et al., 1997), ácido caprílico (McLaren et al., 1994) e
carrageenan (Chang et al., 2000);
155
5. Métodos cromatográficos: Cromatografia de afinidade (Leslie et al., 1997),
cromatografia de troca iônica (Staak et al., 2000), cromatografia de interação
hidrofóbica (Hassl et al., 1988), cromatografia de interação tiofílica (Hansen
et al., 1998) e cromatografia de gel filtração (Staak et al., 2000);
6. Ultrafiltração (Kim et al., 1998).
156
Utilização da IgY
Devido as diferenças bioquímicas com a IgG de mamíferos a IgY possui
diversas vantagens em relação a sua utilização desde o diagnóstico até como
terápico.
Muitas publicações tem descrito o sucesso do uso da IgY em uma variedade
de pesquisas (Blais et al., 2001; Behn et al., 2000; Yang et al., 1997; Yamamoto et
al., 1995; Williams et al., 2001).
O uso da IgY em imunoterapias é mais recente. O seu desenvolvimento para
ingestão oral de humanos e animais vem se tornando muito comum. A
administração oral de IgY específica pode prevenir infecções com Pseudomonas
aeruginosa em pacientes com fibrose cística (Kolberg et al., 2003), a formação de
placas bacterianas por Streptococcus mutans (Chi et al., 2004), o desenvolvimento
de úlcera gástricas por Helicobacter pylori (Shin et al., 2004), enterites por
Escherichia coli em leitões (Ribeiro et al., 2005) e rotavírus humano (Hatta et al.,
1993). Além disso, o efeito protetor de IgY anti-veneno de cobra e escorpião tem
sido mostrado em camundongos (Thalley et al., 1990). Almeida (1998) encontrou
resultados similares, produzindo IgY contra veneno de Bothrops e Crotalus.
Investigações similares estão sendo feitas em Bangalore (Vital Mallya Research
Institute of Bengalore, India). O uso de anti-veneno é vantajoso, por causa dos
poucos efeitos colaterais induzidos (Devi et al., 2002).
157
Conclusão
Apesar de todos os trabalhos e da ampla utilização da IgY, o seu uso como
terápico precisa ser explorado.
A IgY pode ser facilmente obtida e não causa muito estresse animal para ser
extraída, no entanto, a obtenção pode ser dificultada pelo alto custo e aumento das
etapas para extração da gema.
Uma das grandes aplicações deste anticorpo pode estar relacionada ao
controle de infecções bacterianas, pois a partir de janeiro de 2007, através de uma
recomendação da “FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED
NATIONS”, a utilização de antibióticos em ração animal será proibida, fazendo com
que alternativas sejam rapidamente desenvolvidas.
Outra proposta de desenvolvimento se dá através do aumento do conceito
de “comida funcional” na última década, onde a IgY pode ser administrada como
aditivo alimentar, sem necessariamente ser purificada.
158
Referências Bibliográficas
Akita, E.M. & Nakai, S. (1992). Immunoglobulins from egg yolks: isolation and
purification. Journal of Food Science 57, 629-634.
Akita, E.M. & Nakai, S. (1993). Comparison of four purification methods for the
production of immunoglobulins from eggs laid by hens immunized with an
enterotoxigenic E. coli strain. Journal of lmmunological Methods 160, 207-214.
Behn, 1., Hommel, U., Oertel, M. & Hauschild, S. (1969). Kinetics of IgY formation
after immunisation of hens with different protein antigens. ALTEX 18, Suppl. 1,
18-21.
Behn, L, Honunel, U., Erhard, M., Hlinak, A., Schade, R, Schwarzkopf, C. & Staak,
C. (2000). Use of polyclonal avian antibodies. In Chicken Egg Yolk Antibodies,
Production and Application: IgY Technology (ed. R Schade, L Behn, M. Erhard,
A Hlinak & C. Staak), pp. 108-21O. Berlin, Germany, Heidelberg, Germany, &
NewYork, USA: Springer Lab Manuals.
Blais, B.W. & Phillippe, L. (2001). Detection of hazelnut proteins in foods by enzyme
immunoassay using egg yoIk antibodies. Journal of Food Protection 64, 895-
898.
Bollen, L.S. & Hau, J. (1997). Immunoglobulin G in the deveIoping oocytes of the
domestic hen and immunospecific antibody response in serum and
corresponding egg yolk. In Vivo 11, 395-398.
Calzado, E.G., Garrido, RM.G. & Schade, R (2001). Human haemoclassification by
use of specmc yolk antibodies obtained after immunisation of chickens against
human blood group antigens. ATLA 29,717-726.
Calzado, E.J.G., Silva, G.R., Garrido, R.M.G., Polanco, L.B., Ramos, D.P., Clarke,
D.H., Tanty, C.R., Rojas, AM., Terzolo, H.R. & Schade, R. (2002). Obtainment of
anti chicken IgY reagents in rabbits and its use in IgY teehnology. Revista
CENIC Ciencias Biologicas 33, 43-48.
Camenisch, G., Tini, M., Chilov, D., Kvietikova, I., Srinivas, V., Caro, J., Spielmann,
P., Wenger, R.H. & Gassmann, M. (1999). General applicability of chicken egg
yolk antibodies: the performance of IgY immunoglobulins raised against the
hypoxiainducible factor 1 . The FASEB Journal 3, 81-88.
Carlander, D. (2002). Avian IgY Antibody. ln Vitro and ln Vivo. Acta Universitatis
Upsaliensis, Comprehensive Summaries of Uppsala Dissertations from the
Faculty ofMedicine 1119, 153pp. Uppsala, Sweden: University of Uppsala.
159
Chang, H.M., Lu, T.C., Chen, C.C., Tu, Y.Y. & Hwang, J.Y. (2000). Isolation of
immunoglobulin from egg yolk by anionic polysaccharides. Journal of Agricultural
and Food Chemistry 48, 995-999.
Chi, Z.B.; Gao, Y.X.; Pan, Y.; Zhang B.; Feng, X.P.The inhibitive effect of IgY
toothpaste against oral Streptococcus mutans. Department of Preventive &
Pediatric Dentistry, Ninth People's Hospital, School of Stomatology, Shanghai
Second Medical University. Shanghai 200011, China. Shanghai Kou Qiang Yi
Xue. 2004 Aug;13(4):256-8.
Cser, L., Gladkih, I.A, Hädge, D. & Ambrosius, H. (1982). X-ray small-angle
scattering study af general structure of chicken immunoglobulin Y. lmmunology
Letters 4, 15-19.
Dohms, J.E., Saif, Y.M. & Bacon, W.L. (1978). Studies on metabolism and
concentration of immunoglobulin G in the newly hatched turkey poult. American
Journal ofVeterinary Research 39,1466-1471.
Gassmann, M., Thömmes, P., Weiser, T. & Hübscher, U. (1990). Efficient
production of chicken egg yolk antibodies against a conserved mammalian
protein. In Forsclumg ohne Tierversuche (ed. H. Tierheilkunde) 132, 289-294.
Hassl, A. & Aspöck, H. (1988). Purification of egg yolk immunoglobulins. A two-step
procedure using hydrophobic interaction chromatography and gel filtration.
Journal of lmmunological Methods 110, 225-228.
Hatta, H., Tsuda, K., Akachi, S., Kim, M., Yamamoto, T. & Ebina, T. (1993). Oral
passive immunization effect of anti-human rotavirus IgY and its behavior against
proteolytic enzymes. Bioscien.ce, Biotechnology and Biochemistry 57, 1077-
1081.
Hatta, H.; Tsuda, K.; Akachi, S.; Kim, M.; Yamamoto, T.; Ebina, T. Oral passive
immunization effect of anti-human rotavirus IgY and its behavior against
proteolytic enzymes. Biosci Biotechnol Biochem. 1993 Jul;57(7):1077-81.
KIemperer, F. (1893). Ueber natürliche lmmunität und ihre Verwerthung für die
Immunisirungstherapie. Archiv für Experimentelle Pathologie und Pharmakologie
31, 356-382.
Kim, H. & Nakai, S. (1998). Simple separation of immunoglobulin from egg yolk by
ultrafiltration. Journal of Food Science 63, 485-490.
Kollberg, H., Carlander, D., Olesen, H., Wejaker, PE., Johannesson, M. & Larsson,
A (2003). Oral administration of specific yoIk antibodies (IgY) may prevent
160
Pseudomonas aeruginosa infections in patients with cystic fibrosis: a phase I
feasibility study. Pediatric Pulmonology 35, 433-440.
Larsson, A, Karlsson-Parra, A & Sjöquist, J. (1991). Use of ehieken antibodies in
enzyme immunoassays to avoid interference by rheumatoid factor. Clinical
Chemistry 37, 411-414.
Leenars, P.P.A.M., Hendriksen, C.F.M., de Leeuw, W.A., Carat, F., Delahaut, P.,
Fischer, R, Halder, M., Hanly, W.C., Hartinger, J., Hau, J., Lindblad, E.B.,
Nicklas, W., Outschoorn, I.M. & StewartTull, D.E.S. (1999). The production of
polyclonal antibodies in laboratozy animais. The report and recommendations of
ECV AM workshop 35. ATLA 27, 79-102.
Lesley, SA & Groskreutz, D.J. (1997). Simple affinity purification of antibodies using
in vivo biotinylation of a fusion protein. Journal of lmmunological Methods
207,147-155.
McLaren, RD., Prosser, C.G., Grieve, RC.J & Borrisenko, M. (1994). The use of
caprylic acid for the extraction of the immunoglobulin fraction from egg yolk of
chickens immunised with ovine -lactalbumin. Journal of lmmunological Methods
177, 175-184.
Mohammed, S.M., Morrison, S., WlIIlS, L., Trinh, K.R, Wlldeman, AG., Bonselaar, J.
& Etches, RJ. (1998). Deposition of genetically engineered human antibodies
into the egg yolk of hens. lmmunotechnology 4,115-125.
Morrison, S.L., Mohammed, S.M., Wims, L.A, Trinh, R. & Etches, R. (2001).
Sequences in antibody molecules important for receptor-mediated transport into
the chicken egg yolk. Molecular lmmunology 38,619-625.
Noll, F., Lutsch, G. & Bielka, H. (1982). Structure of IgG and IgY molecules in
ribosome-antibody compIexes as studied by eIectron microscopy. lmmunowgy
Letters 4, 117-123.
Patterson, R, Younnger, J.S., Weigle, W.O. & Dixon, F.J. (1962). Antibody production
and transfer to egg yolk in chickens. Journal of lmmunology 89, 272-278.
Polson, A (1990). Isolation of IgY from the yolks of eggs by a chloroform
polyethylene glycol procedure. lmmunological lnvestigations 19, 253-258.
Polson, A, Coetzer, T., Kruger, J., von Maltzahn, E. & van der Merwe, K.J. (1985).
Improvements in the isolation of IgY from the eggs laid by immunized hens.
lmmunological Investigations 14, 323-327.
161
Ribeiro, A.M.L.; Rudnik, L.; Canal, C.W.; Kratz, L.R.; Farias, C. Uso de Gemas
de Ovos de Aves Hiperimunizadas Contra Escherichia coli Suína no Controle da
Diarréia Neonatal de Leitões. R. Bras. Zootec., v.34, n.4, p.1234-1239, 2005.
Rieger, A, Bürger, W., Hiepe, F. & Schade, R. (1996). Bestimmung von humanem
Serum-CRP mit einem aviären Antikörper (IgY) im Vergleieh mit einem
Antikörper vom Säuger (lgG): falsch positive Befunde durch Interferenz mit
Rheumafaktoren. ALTEX 13, Suppl. 1, 57-61.
Rose, M.E., Orlans, E. & Buttress, N. (1974). Immunoglobulin classes in the hen's
egg: their segregation in yolk. and white. European Journal of lmmunology 4,
521-523.
Russell, W.M.S. & Burch, R.L. (1959). The Principles of Humane Experimental
Technique, 238 pp. London, UK: Methuen.
Schade, R, Pfister, C., Halatsch, R & Henklein, P. (1991). Polyclonal IgY
antibodies from chicken egg yolk: an alternative to the production of mammalian
IgG type antibodies in rabbit. ATLA 19, 403-419.
Schade, R. & Hlinak, A (1996). Egg yolk antibodies, state of the art and future
prospects. ALTEX 13, SuppL 1,5-9.
Schade, R. (2000). Appendix. In Chicken egg yolk antibodies, production and
application: IgY technology (00. R. Schade, I. Behn, M. Erhard, A. Hlinak & C.
Staak), pp. 9-24. Berlin, German, Heidelberg, Germany, & New Y ork, USA:
Springer Lab Manuals.
Schade, R.; Calzado, E.G.; Sarmiento, R.; Chacana, P.A.; Porankiewicz-Asplund,
J.; Terzolo, H.T. (2005). Chicken Egg Yolk Antibodies (IgY-tecnology): A review
of Progress in Production and Use in Research and Human and Veterinary
Medicine. ATLA 33, 1-26.
Schmidt, P., Wiedemann, V., Kühlmann, R, Wanke, R, Linckh, E. & Lösch, U.
(1989). Chicken egg antibodies for prophylaxis and therapy of infectious
intestinal disorders. n. In vitro studies on gastric and enteric digestion of egg yolk
antibodies specific against pathogenic Escherichia coli strains. Joumal
ofVeterin.ary Medicin.e B 86, 619-628.
Shafiq, M.K., Afzal, H., Khanum, N. & Arshad, M. (1997). Isolation of egg yolk
immunoglobulins (IgY) by chloroform polyethylene glycol technique and
assaying of antibodies against avian infectious bronchitis. Veterinary Medicine
Journal, Gim 45, 273-278.
162
Shimizu, M., Nagashima, H., Sano, K., Hashimoto, K, Ozeki, M., Tsuda, K & Hatta,
H. (1992). Molecular stability of chicken and rabbit immunoglobulin G.
Bwscience, Biotechnology and Biochemistry 56, 270-274.
Shin, J.H., Nam, S.W., Kim, J.T., Yoon, J.B., Bang, W.G. & Roe, LH. (2003).
Identification of immunodominant Helicobacter pylari proteins with reactivity to H.
pylari-specific egg-yolk immunoglobulin. Journal of Medical Microbiology 52,
217-222.
Shin, J.H., Yang, M., Nam, S.W., Kiro, J.T., Myung, N.H., Bang, W.G. & Roe,
LH. (2002). Use of egg yolk derived immunoglobulin as an alternative to
antibiotic treatment for control of HeIicobacter pylori infection. Clinical Diagnostic
and Laboratory lmmunolagy 9, 1061-1066.
Shin, J.H.; Nam, S.W.; Kim, J.T.; Yoon, J.B.; Bang, W.G.; Roe, I.H. Identification
of immunodominant Helicobacter pylori proteins with reactivity to H. pylori-
specific egg-yolk immunoglobulin. J Med Microbiol 2003 Mar 52:217-22.
Staak, C., Schwarzkopf, C., Behn, I., Hommeu., Illinak, A, Schade, R. & Erhard, M.
(2000). Isolation of IgY from Yolk. In Chicken Egg Yolk Antibodies, Produdion
and ApplicaJion: IgY Technology (ed. R Schade, I. Behn, M. Erhard, A Hlinak &
C. Staak), pp. 65-107. Berlin, Germany, Heidelberg, Germany, & New York,
USA: Springer Lab ManuaIs.
Sun, S., Mo, W., Ji, Y. & Liu, S. (2001). Preparation and mass spectrometrlc study
of egg yolk antibody (IgY) against rabies virus. Rapid Communication ofMuss
Spectrometry 15, 708-712.
Warr, G.w., Magor, KE. & Higgins, D.A. (1995). IgY clues to the origins of modern
antibodies. lmmunology Today 16, 392-398.
Williams, L.M., Drew, J.E., Bunnett, N.W., Grady, E., Barrett, P., Abramovich, D.R.,
Morris, A. & Slater, D. (2001). Characterization of an antibody to the human
melatonin mt1 receptor. Joumal of Neuroendocrinology 13, 94-10l.
Yamamoto, H., Watanabe, H., Sato, G. & Mikami, T. (1975). Identification of
immunoglobulins in chicken eggs and their antibody activity. Japanese Journal
of Veterinary Research 23, 131-140.
Yamamoto, Y., Takekoshi, Y., ltami, N., Honjo, T., Kojima, H., Yano, S., Takahashi,
H., Saito, I. & Takahashi, K. (1995). Enzyme-linked immunosorbent assay for
extracellular glutathione peroxidase in serum of normal individuals and patients
with renal failure on hemodialysis. Clinical Chimica Acta 236, 93-99.
163
Yang, J., Jin, Z., Yu, Q., Yang, T., Wang, H. & Liu, L. (1997). The selective
recognition of antibody IgY for digestive system cancers. Chinese Journal of
Biotechnology 13, 85-90.
164
Desenvolvimento e Aplicações de IgY anti-coronavírus canino
1Marco Cesar Cunegundes Guimaraes, 2Livia Gomes Amaral, 1Franz Viana Borges,1Hugo 1Paes Leme Vieira, 1Marcos Fernando de Rezende Matta
3Laboratório de Melhoramento Genético Animal, Centro de Ciências e TecnologiasAgropecuárias,Setor de Imunogenetica, Universidade Estadual do NorteFluminense Darcy Ribeiro, Av. Alberto Lamego 2000, Campos dos Goytacazes, RJ,Brazil,
2Laboratório de Biotecnologia, Centro de Biociências e Biotecnologia, UniversidadeEstadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, Brazil.
#Corresponding author:
Marco Cesar Cunegundes Guimaraes3Laboratório de Melhoramento Genético Animal, Centro de Ciências e TecnologiasAgropecuárias,Setor de Imunogenetica, Universidade Estadual do NorteFluminense Darcy Ribeiro, Av. Alberto Lamego 2000, Campos dos Goytacazes, RJ,Brazil,E-mail: [email protected],Tel: +55 22 2726-1544
165
Abstract
Canine coronavirus tipo 1-71 (ATCC® Number: VR-809TM) specific antibodies
(immunoglobulin Y) were isolated by the water dilution method using carrageenan
from the egg yolk of chickens that were immunized with the coronavirus. The
specific binding activity of IgY against the virus as determined by enzyme immuno
assay (ELISA) showed high levels of activity against virus. The protein and IgY
concentration was determined by protein assay and ELISA respectively, as well the
amount of specific IgY.
Keywords: Canine coronavirus, IgY, ELISA.
166
Introdução
Coranavírus canino é um dos mais importantes agentes virais que afetam o sistema
gastrointestinal de cães. Este vírus, classificado na família coronaviridae incluem
três grupos antigeneticamente distintos (Wesseling et al., 1994), a qual somente
infectam mamíferos geneticamente relatados, tais como coronavírus canino
(CCoVs), coronavírus felino (FCoVs), coronavírus de porcos e humanos 229E
(Appel et al., 1987). Infecção por coranavírus foi primeiramente descrita em diarréia
de cães em 1974 (Cavanagh et al., 1990). Em cães jovens, isoladamente ou em
combinações com outros patógenos, o CCoV é responsável por diarréia, vômito,
desidratação, perda de apetite e morte ocasional. Isto tem sido observado pela
presença do CCoV no material fecal de animais doentes (Tennant et al., 1993).
Pratelli et al (2001) tem detectado CCoV em fezes de cães jovens naturalmente
infectados por um período de 180 dias. Portanto, cães assintomáticos podem servir
como uma continua fonte de vírus e podem induzir uma resposta imune em
populações criadas em canil. Os coronavírus infectam uma ampla variedade de
mamíferos e aves (Pratelli, 2003). Exibem tropismo acentuado por células epiteliais
do sistema respiratório e entérico. Além dessas infecções, outras doenças
causadas por coronavírus incluem hepatite, doença neurológica, peritonite
infecciosa, nefrite, pancreatite, baixo desenvolvimento corporal e adenite (Paul,
2003). Os vírus causadores dessas patologias são divididos em três grupos
antigênicos, o grupo 1 é constituído pelo vírus da gastroenterite suína transmissível,
pelo coronavírus canino e felino e pelo vírus da peritonite infecciosa felina (Lai,
2001). Do grupo 2 fazem parte o vírus da encefalomielite hemaglutinante de suínos,
o coronavírus bovino e o coronavírus dos perus, enquanto, no grupo 3 encontram-
se os vírus da bronquite infecciosa. O coronavírus possui aparência morfológica
única. O tamanho do virion alcança de 75-160 nm de diâmetro, e o genoma
consiste em uma molécula única de RNA fita simples, no sentido positivo (Pratelli,
2004). Duas glicoproteínas estruturais específicas do vírus (S e M) são encontradas
no envoltório. A glicoproteína S é a mais externa ao perímetro. Esta glicoproteína
contêm epítopos aos quais anticorpos neutralizantes e citotoxicidade celular são
direcionados, sendo responsáveis pela união do vírion com as membranas
celulares do hospedeiro (Decaro, 2004). A glicoproteína M é uma molécula
transmembrana que se apresenta mais profundamente inserida no envoltório (Elia,
2003). Anticorpos direcionados contra a glicoproteína M podem neutralizar o vírus
167
na presença de complemento (Elia, 2003). A terceira maior proteína estrutural é
uma fosfoproteína básica (N) que forma um nucleocapsídeo longo, flexível e
helicoidal que engloba o RNA genômico (Risco, 1995).
A importância desta virose no Brasil pode ser caracterizada por vários
aspectos, que incluem o uso de kits diagnóstico importados e produzidos com
anticorpos monoclonais. Os anticorpos monoclonais são constantemente avaliados
para pesquisa, diagnóstico e terapias. O uso destes anticorpos encarece a
pesquisa clínica e causa sacrifícios dos animais envolvidos. Portanto, o
desenvolvimento alternativo de anticorpos que possam ser utilizados no diagnóstico
e terapia das doenças se faz necessário. O uso de galinhas como fonte para
imunização trás um grande número de vantagens para a produção de anticorpos
(Shin et al., 2001) como, por exemplo, o método de coleta de anticorpos não
invasivo e a maior quantidade de anticorpos que podem ser encontrados na gema
do ovo de galinha (Schade et al, 1992; Gassmann et al, 1990). Estes anticorpos
são chamados de imunoglobulina Y (IgY) (Klemperer, 1893). Neste estudo foram
produzidos anticorpos policlonais da gema do ovo de galinha anti-CCoV com o
objetivo de testa-los como possível método diagnóstico e terapêutico.
168
Material e Métodos
Coronavírus canino
O coronavírus canino tipo 1-71 (ATCC® Number: VR-809TM) foi obtido da ATCC
(The Global Bioresource Center). The viral amount was determined by protein
concentration with Bio-Rad protein assay (Bio-Rad Laboratories) and then samples
were frozen at –70oC.
Preparação do imunógeno
A suspensão viral foi compsta de 300 ng de parvovírus em 500 l de tampão fosfato
salina PBS (pH7.2) foi misturado com 500 l de alhydrogel (hidróxido de alumínio
Al(OH)3)) (Accurate Chemical & Scientific Co., Westbury, New York) como
adjuvante.
Imunização das galinhas
Seis galinhas White Leghorn de 25 semanas de idade da Universidade Estadual do
Norte Fluminense Darcy Ribeiro foram usadas para essa imunização. As galinhas
foram criadas em boxes coletivos com água e comida ad libitum. A primeira
imunização foi conduzida pela injeção de 1.0 ml da suspensão viral com adjuvante
no músculo peitoral. A segunda e terceira inoculações foram feitas em 1 e 3
semanas respectivamente após o primeiro inoculo. A última inoculação foi feita 6
semanas após a primeira e foi somente com 1.0 ml da suspensão viral.
Extração da IgY da gema do ovo
Os ovos foram coletados das galinhas imunizadas todos a partir do primeiro inoculo
e separados por semana. Os anticorpos foram extraídos usando carrageenan 0.1%
(Sigma) (Hatta et al., 1990). Para isso, a gema foi separada da clara do ovo e
homogeneizada (vortex) com o mesmo volume de água destilada. Adicionou-se o
carrageenan 0.1% com quatro vezes o volume da inicial da gema. A solução
resultante foi homogeneizada e incubada por 30 min a temperatura ambiente. Após
esse período, centrifugou-se o material a 6000 rpm por 20 min. O sobrenadante foi
coletado, filtrado em filtro com 0.2 m (Millipore Corp., Bedford, Mass.) e estocado
a –70oC. A concentração de proteína foi feita com o extrato para determinar a
proteína total, IgY total e IgY específica.
Quantificação de proteína
O ensaio de proteína da Bio-Rad (protocolo para microplacas) (Bio-Rad,
Hercules, Calif., U.S.A.), baseado no método de Bradford, foi realizado usando IgG
de galinha purificada (1mg de proteína/ml) (Serotec) como proteína de referência. O
169
extrato de IgY (diluída 1:100 em PBS a pH 7.2) e a diluição seriada em log2 da
proteína de referência em PBS (0.5 para 0.0625 mg/ml) foram realizadas em
microplacas (Dynatech laboratories, Inc.). Após 5 min de reação a absorbância a
595 nm foi medida pelo leitor de microplacas (Molecular Devices UV Max,
Sunnyvale, Calif., U.S.A.).
A concentração de IgY específica e não específica também foi determinada
pelo mesmo processo. (Sunwoo et al., 2002)
Teste de ELISA
Atividade específica da IgY (adaptado de Soma et al., 2001). Uma
microplaca de 96 orifícios (Costar, Corning, N.Y., U.S.A.) foi sensibilizada com 100
l de CCoV (2x105 PFU) (10 g de proteína/ml) (originalmente obtido da ATCC) em
tampão carbonato-bicarbonato (Sigma Chemical Co., St. Louis, Mo., U.S.A.) (0.05
M pH 9.6) por poço e incubada por 37oC por 90 min. A placa foi lavada 4 vezes com
200 l de PBS contendo 0.05% de Teween 20 (PBST) (solução de lavagem). Após
ser lavada, a placa foi bloqueda com 200 l da solução de bloqueio (56 ml de
KH2PO4 0,5 M, 144 ml de K2HPO4 0,5 M, 10 g de BSA, 15 g de glicina, 40 g de
sacarose e 1.000 ml de água destilada). Após ser incubada por 45 min a 37oC a
placa foi lavada 4 vezes com 200 l da solução de lavagem. O extrato de IgY
(diluída 1:1000 em PBS) oriundo dos animais imunizados com CCoV e de animais
não imunizados como controle negativo, foram adicionados 150 l nos poços e
incubado a 37oC por 90 min. Depois a placa foi lavada 4 vezes com a solução de
lavagem, 150 l de IgG de coelho anti-galinha conjugado com peroxidase
horseradish (diluída 1:5000 em PBS) (Sigma Chemical Co.) foi adicionado para
cada poço e incubado por 90 min a 37oC. A placa foi lavada quatro vezes por com a
solução de lavagem, seguido pela adição de 50 l de uma solução de ortofenileno
diamina (OPD). A reação foi parada pela adição de 100 l por poço de uma solução
de ácido sulfúrico (H2SO4), após quinze minutos de reação. A absorbância foi lida a
405 nm usando o leitor de microplacas (Molecular Devices UV Max, Sunnyvale,
Calif., U.S.A.). A atividade do anticorpo em questão (valor do ELISA) foi
determinado pela subtração da absorbância do controle negativo do anticorpo
específico.
170
Concentração total de IgY.
O ELISA foi feito como descrito acima, exceto pela sensibilização
diferenciada da microplaca com 150 l de IgG de coelho anti-galinha (Sigma
Chemical Co.) a concentração final de 3.75 g/ml. Amostras do extrato de IgY
foram diluídas serialmente com PBS. Diluições em log2 da IgG purificada (1mg/ml)
(Sigma Chemical Co.) foi usada como anticorpo referência para preparar a curva
padrão. A curva padrão foi então comparada para fornecer uma medida relativa da
concentração total de IgY.
Concentração específica de IgY
A concentração de IgY específica para CCoV foi medida usando o método
de ELISA descrito por Sunwoo e outros (2000). A placa de 96 poços (Costar,
Corning, N.Y., U.S.A.) foi revestida com 150 l de IgG de coelho anti-galinha
(sigma) e CCoV em uma concentração de 10 g/ml em tampão carbonato-
bicarbonato (Sigma Chemical Co., St. Louis, Mo., U.S.A.) (0.05 M pH 9.6). Depois
da incubação a 37oC por 90 min, a placa foi lavada 4 vezes com solução de
lavagem. Então, 200 l da solução de bloqueio foi adicionada por 45 min a 37oC.
Depois da placa ser lavada, 3 diluições do extrato com anticorpos específicos (6.5,
3.5 e 2 g/ml) e do extrato sem anticorpos específicos (controle negativo) (6.5, 3.5
e 2 g/ml) foram adicionados nos poços revestidos com CCoV (150 l). Os poços
revestidos com a IgG de coelho anti-galinha foram preenchidos com diluições
seriadas em log2 de IgG de galinha específica (1 mg/ml) (Sigma) em PBS. A placa
foi subsenqüentemente incubada a 37oC por 90 min e lavada 4 vezes com a
solução de lavagem. O anticorpo secundário, substrato e a medida da absorbância
foram idênticos como descrito anteriormente. A densidade óptica a 405 nm foi
convertida para microgramas de IgY específica pelo uso quantitativo da curva
padrão determinada pela titulação entre IgG de coelho anti-galinha e IgG de galinha
purificada.
171
Resultados e DiscussãoConcetração de proteína e IgY total
O método de extração protéica usando carrageenan 0.1% foi usado para
isolar a IgY obtida através da imunização de galinhas com CCoV. A gema do ovo é
uma mistura de lipídios, lipoproteínas e proteínas solúveis em água que incluem -,
- e -livetinas (IgY) (Burley e Cook, 1961; MaCully e outros, 1962).
Conseqüentemente, a fração solúvel em água contendo -livetina (IgY) pode ser
extraída da gema através da precipitação dos lipídios (Akita e Nakai, 1992). A
concentração de proteína e IgY total do extrato da gema foram analisados pelo
método de ELISA e pelo ensaio de proteína descritos acima.
Como mostrados no gráfico 2, tanto a concentração de proteína total quanto
a IgY total foram relativamente constantes ao longo das semanas de análise e o
período de imunização, Este resultado foi anteriormente observado (Sunwoo et al.,
1996; Li et al, 1998; Sunwoo, 2002). O maior média de concentração de proteína
total e IgY total foi observado na quinta semana e nona semana respectivamente. A
variação observado entre as amostras pode estar relacionada a genética dos
animais envolvidos no experimento, apesar da produção de anticorpo variar de
acordo com o antígeno, o adjuvante e a genética animal (Woo et al., 1996; Erhard
et al., 1997).
O método de extração para obtenção de IgY da gema de galinhas
imunizadas é de fundamental importância para a utilização futura desses
anticorpos. Desta forma, a pureza da IgY é fundamental. Neste estudo, a pureza da
IgY total no extrato purificado foi de 37.77%, enquanto que 62.23% foi de outras
livetinas e lipoproteínas. Sunwoo (2002) realizando um trabalho para a produção de
IgY anti-Escherichia coli obteve uma pureza de 38.1% de IgY.
A escolha do método de purificação é fundamental e uma das características
mais importantes além da pureza é a simplicidade e economia do método.
Concentração de proteína específica
A concentração de proteínas específicas obtidas através da adaptação do
método de ELISA (Sunwoo et al., 1996) demonstrou que as aves imunizadas com
CCoV produziram aproximadamente 8.9% de IgY específica do total encontrado na
gema do ovo. Este resultado comparado com o grupo controle negativo pode ser
172
confirmado (<0.1). Schade (2005) descreveu que a quantidade de IgY específica na
gema poderia variar de 2-10%.
Atividade específica da IgY contra CCoV
A atividade específica da IgY anti-CCoV foi monitorada pelo teste de ELISA.
A quantidade de vírus inoculada nas aves foi suficientemente capaz de induzir uma
resposta ativa através da produção de anticorpos pelos animais imunizados. A
imunogenicidade do antígeno pode ser um dos fatores que mais influenciam na
resposta humoral. Estes resultados demonstram que galinhas podem produzir
anticorpos específicos contra CCoV.
A imunização inicial (gráfico 1) das galinhas gerou uma resposta primária
caracterizada por uma curva logarítimica de crescimento contínuo de anticorpos,
além da formação das células B de memória (Kuby et al., 1997). Após o primeiro
inócuo observou-se um aumento gradativo do título de anticorpos na gema, este
aumento atingiu maiores níveis sempre após as imunizações. Entretanto, as aves
não foram capazes manter o crescimento regular após as imunizações e a
tendência da curva era sempre decrescente. A possível explicação para esse fato
pode estar relacionada a tipo de adjuvante utilizado ou a concentração do antígeno
em questão.
Os maiores títulos de anticorpos foram observados entre a oitava e nona
semana, cerca de 6 a 7 semanas após a primeira imunização das galinhas.
Como resultado, anticorpos IgY específicos para CCoV foram reativos.
Demonstrando o potencial para a produção alternativa para a produção de
anticorpos de forma simples e eficiente.
173
Conclusões
As aves possuem ótima relação custo-benefício na produção de anticorpos
se comparados com mamíferos, se tornando assim uma excelente fonte de
pesquisa para anticorpos policlonais. Portanto, a produção de anticorpos na gema
do ovo de galinha parece ser uma alternativa viável e alternativa para a indústria de
kits de diagnóstico e para a imunoterapia de animais infectados.
Anticorpos da gema do ovo de galinha (IgY) foram obtidos através da
imunização de galinhas White Leghorn. A atividade específica dos anticorpos, bem
como a quantidade total e específica de IgY foram demonstradas através do teste
de ELISA, fazendo com que a sua utilização in vivo siga critérios de interesse
clínico.
174
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
1,6
1,8
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Semanas
Den
sidad
e op
tica
(405
nm
)
Gráfico 1. A cinética do desenvolvimento da atividade específica da IgY da gema do
ovo de galinhas imunizadas com CCoV. O nível da atividade da IgY foi medido
através do teste de ELISA. Os resultados obtidos foram expressos em densidade
óptica a 405 nm. Os valores são referentes a média de três amostras. Barras
verticais indicam o desvio padrão. As setas indicam o momento da imunizaão.
175
05
10152025303540
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Semanas
Con
cent
raçã
o em
(mg/
ml)
Concentração de proteína Concentração total de IgY
Gráfico 2. A concentração de proteína e da IgY total no extrato obtido de galinhas
imunizadas com CCoV. Os valores são relativos a média de três amostras. Barras
verticais indicam o desvio padrão. As setas demonstram o momento da imunização.
176
Concentração (mg/g)
Extrato de IgY Proteína IgY total IgY específica
Galinhas imunizadas 489 ± 42 123 ± 18 11 ± 3.9
Galinhas não imunizadas 398 ± 54 89 ± 25 < 0.1
Tabela 1. A concentração de proteína, da IgY total e IgY específica do extratosobtidos através do método de purificação com carrageenan 0.1% de aves
imunizadas e não imunizadas (controle negativo). Valores foram obtidos através damédia de 3 amostras associados com os seus respectivos desvios padrão.
177
Literatura
Akita, E.M.; Nakai, S. 1992. Immunoglobulin from egg yolk: isolation and
purification. J Food Sci 57:629-634.
Appel, M. Canine coronavirus. In: Appel, M. Virus infections of coronaviroses.
Amsterdam: Elsevier, 1987:115.
Burley, R.W.; Cook, W.H. 1961. Isolation and composition of avian yolk granules
and their constituents alpha- and beta-lipovitellins. Can J Biochem Physiol 39:
1295-1307.
Cavanagh, D., Brown, T.D.K. Coronavirus and their diseases. New York: Plenum,
1990.
Decaro N, Pratelli A, Tinelli A, et al. 2004. Fecal immunoglobulin A antibodies in
dogs infected or vaccinated with canine coronavirus. Clin Diagn Lab Immunol
2004 Jan; 11:102-5.
Elia G, Fiermonte G, Pratelli A, et al. Recombinant M protein-based ELISA test for
detection of antibodies to canine coronavirus. J Virol Methods 2003; 109:139-
142.
Erhard, M.H.; Schmidt, P.; Hofmann, A.; Bergmann, J.; Mittermeier, P.; Kaufmann,
P.; Wiesmuller, K.H.; Bessler, W.G.; Lösch, U. 1997. The lipopeptide, Pam3Cys-
Ser-(Lys)4: an alternative adjuvant to Freund’s adjuvant for the immunization of
chicken to produce egg yolk antibodies. Altern Lab Anim 25: 173-181.
Gassmann, M., Thömmes, P., Weiser, T., Hübscher, U. Efficient production of
chicken egg yolk antibody against a conserved mammalian protein. FASEB J.
1990, 4, 2528-2532.
H.H. Sunwoo, E.N., Lee, K. Menninen, M.R. Suresh, J.S. Sim. Growth Inhibitory
Effect of Chicken Egg Yolk Antibody (IgY) on Escherichia coli 0157:H7. Journal
of Food Science. Vol. 67, Nr. 4, 2002.
Hatta, H.; Kim, M.; Yamamoto, T. (1990): A novel isolation method for hen egg yolk
antibody, “IgY”. Agric Biol. Chem., 54, 10, 2531-2535.
Kubby, J. 1997. Cell-mediated and humoral effector responses. In Kubby, J. editor.
Immunology. 3a ed. New York: W.H. Freeman and Company. P 379-413.
Lai MMC., Holmes KV. Coronaviridae: the viruses and their replication. In: DM
Knipe, P M Howley, DE Griffin, et al., eds. Fields Virology, 4th ed. Philadelphia:
Lippincott Williams & Wilkins, 2001; pp.1163-1185.
178
Li, X.; Nakano, T.; Sunwoo, H.H.; Paek, B.H.; Chae, H.S.; Sim, J.S. 1998. Effects of
egg and yolk weights on yolk antibody (IgY) production in laying chickens.
Poultry Sci 77:266-270.
McCully, K.A.; Mok, C.C.; Common, R.H. 1962. Paper eletrophoretic
characterization of proteins and lipoproteins of hen’s egg yolk. Can J Biochem
Physiol 40:937-952.
Paul MA, Appel M, Barrett R, et al. Report of the American Animal Hospital
Association (AAHA) Canine Vaccine Task Force: executive summary and 2003
canine vaccine guidelines and recommendations. J Am Anim Hosp Assoc 2003;
39(2):119-131.
Pratelli A, Elia G, Decaro N, et al. Cloning and expression of two fragments of the S
gene of canine coronavirus type I. J Virol Methods 2004; 117:61-65.
Pratelli A, Elia G, Martella V, et al. Prevalence of canine coronavirus antibodies in
dogs in the south of Italy by an enzyme-linked immunosorbent assay. J Virol
Methods 2002; 102:67-71.
Pratelli A, Martella V, Elia G, et al. Severe enteric disease in an animal shelter
associated with dual infections by canine adenovirus type 1 and canine
coronavirus. J Vet Med B Infect Dis Vet Public Health 2001; 48:385-392.
Pratelli A, Martella V, Pistello M, et al. Identification of coronaviruses in dogs that
segregate separately from the canine coronavirus genotype. J Virol Methods
2003; 107:213-222.
Risco C, Antón IM, Sune C, et al. Membrane protein molecules of transmissible
gastroenteritis coronavirus also espose the carboxy-terminal region on the
external surface of the virion. J Virol 1995; 69:5269-5277.
Schade, R.; Calzado, E.G.; Sarmiento, R.; Chacana, P.A.; Asplund, J.P.; Terzolo,
H.R. Chicken Egg Yolk Antibodies (IgY-technology): A review of Progress in
Production and Use in Research and Human and Veterinary Medicine. ATLA 33,
1-26, 2005.
Schade, R.; Henklein, P.; Hliank, A. 1997. Egg yolk antibody: stage of the art and
advantageous use in the life sciences. New York: Elsevier Scncience. P 973-
981.
Shin, N.R.; Kim, J.M.; Yoo, H.S. Control of swine respiratory disease using egg yolk
antibodies I. Analysis of immunogens of Bordetella bronchiseptica, Pausteurella
179
multocida and Actinobacillus pleuropneumoniae and production of IgY. Korean J.
Vet. Res. 2000, 40, 551-561.
Shin, N.R.; Kim, J.M.; Yoo, H.S. Control of swine respiratory disease using egg yolk
antibodies III. Immunoprohylactic effect of IgY in mouse model. Korean J. Vet.
Res. 2001, 41, 351-356.
Soma, T.; Hara, M.; Ishii, H.; Yamamoto, S. Antibody testing against canine
coronavirus by immunoperoxidase plaque staining. Vet Res Commun. 2001
May;25(4):327-36.
Sunwoo, H.H.; Nakano, T. Dixon, W.T.; Sim, J.S. 1996. Immune response in
chickens against lipopolysaccharide of Escherichia coli and Salmonella
typhimurium.Poultry Sci 75: 342-345.
Tennant, B.J., Gaskell, R.M., Jones, R.C. Studies on the epizootiology of canine
coronavirus. Vet Rec. 132:7-11, 1993.
Wesseling JG, Vennema H, Godeke G, et al. Nucleotide sequence and expression
of the spike (S) gene of canine coronavirus and comparison with the S proteins
of feline and porcine coronaviruses. J Gen Virol 1994; 75:1789-1794.
Woo, S.R.; Kim, J.M.; Kwon, C.H.; Lee, H.S.; Lym, S.K.; Kim, J.Y. Development of
preventive methodfor enterotoxigenic colibacillosis using egg yolk antibodies.
Korean J. Vet. Res. 1998, 34, 829-836.