produção de clorometano
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Produção de clorometanoTRANSCRIPT
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA
SETOR DE TECNOLOGIA
PRODUÇÃO DE CLOROMETANO
Curitiba,
Junho de 2015
(GRR20120236) BÁRBARA ROSA DE AZEVEDO
(GRR20120256) NELI NEVES
(GRR20120290) RAPHAEL FAUST MACHADO
(GRR20123920) THAÍS CRISTINE VAZ CÔRTES VEIGA
PRODUÇÃO DE CLOROMETANO
Trabalho apresentado ao Departamento
de Engenharia Química, decorrente da
disciplina de Integração II, orientada
pelo professor Marcos R. Mafra
Curitiba,
Junho de 2015
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Esquema do Vaporizador ............................................................................ 19
Figura 2 – Esquema do Reator...................................................................................... 20
Figura 3 – Esquema da Unidade de Separação de Clorados........................................ 22
Figura 4 – Esquema da Destiladora 1............................................................................ 23
Figura 5 – Esquema para a Destiladora 2..................................................................... 26
Figura 6 – Esquema da Lavadora 1............................................................................... 28
Figura 7 – Esquema da Lavadora 2............................................................................... 29
Figura 8 – Esquema para o Tanque 1........................................................................... 30
Figura 9 – Esquema da Adsorvedora............................................................................ 31
Figura 10 – Planta do processo de produção de clorometano...................................... 33
Figura 11 –Relação das entalpias e temperaturas........................................................ 63
Figura 12 – Segunda relação entre entalpias e temperaturas....................................... 68
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 ˗ Propriedades físico-químicas do metano, a 20ºC.......................... 9
Tabela 2 ˗ Propriedades físico-químicas do gás cloro, a 20ºC........................ 11
Tabela 3 ˗ Propriedades físico-químicas do ácido clorídrico, a 20ºC.............. 12
Tabela 4 - Propriedades físico-químicas do clorometano, a 20ºC.................. 13
Tabela 5 - Propriedades físico-químicas do diclorometano, a 20ºC................ 15
Tabela 6 - Propriedades físico-químicas do triclorometano, a 20ºC............... 17
Tabela 7 - Propriedades físico-químicas do tetraclorometano, a 20ºC........... 18
Tabela 8 - Pontos de ebulição dos compostos da corrente 7, à 1 atm............ 24
Tabela 9 - Solubilidade dos gases da corrente 5 em água............................. 28
Tabela 10 - Massas molares dos compostos envolvidos no processo............ 35
Tabela 11 - Constantes de Antoine para a água, p(bar) e T(K)...................... 44
Tabela 12 - Constantes termodinâmicas (Peng -Robinson e Rackett)............ 49
Tabela 13 - Constantes empíricas para a equação do cp................................ 50
Tabela 14 - Peng-Robinson na entrada do trocador de calor 1...................... 52
Tabela 15 - Peng-Robinson para o trocador de calor 2.................................. 53
Tabela 16 - Peng-Robinson para entrada do reator........................................ 53
Tabela 17 - Peng-Robinson para saída do reator........................................... 54
Tabela 18 - Peng-Robinson para saída da corrente 6..................................... 54
Tabela 19 - Resultados obtidos para a corrente 21......................................... 56
Tabela 20 - Resultados obtidos para a corrente 23......................................... 57
Tabela 21 - Peng-Robinson para a corrente 24.............................................. 57
Tabela 22 - Valores para a entalpia residual dos compostos da corrente 5.a 64
Tabela 23 - Valores para a entalpia residual dos compostos da corrente 5.b 64
Tabela 24 - Valores para a entalpia residual dos compostos da corrente 5.c. 64
Tabela 25 - Valores de para os compostos da corrente 5.a................... 65
Tabela 26 - Valores de para os compostos da corrente 5.b................... 65
Tabela 27 - Valores de para os compostos da corrente 5.c................... 65
Tabela 28 - Valores de para os compostos da corrente 5.a...... 66
Tabela 29 - Valores de para os compostos da corrente 5.b...... 66
Tabela 30 - Valores de para os compostos da corrente 5.c.......... 66
Tabela 31 - Valores do ΔH de cada subdisão da corrente 5............................. 67
Tabela 32 - Valores encontrados para os componentes gasosos da corrente
6.a.........................................................................................
68
Tabela 33 - Valores encontrados para os componentes gasosos da corrente
6.b.......................................................................................
68
Tabela 34 - Valores para a entalpia residual dos compostos da corrente 6.a 69
Tabela 35 ˗ Valores para a entalpia residual dos compostos da corrente 6.b 69
Tabela 36 ˗ Valores de e para os compostos da corrente 6.a........... 70
Tabela 37 ˗ Valores de e para os compostos da corrente 6.b........... 70
Tabela 38 - Entalpia referente aos componentes da corrente 6.a...................... 70
Tabela 39 - Entalpia referente aos componentes da corrente 6.b..................... 70
Tabela 40 - Temperatura de saturação dos componentes da subcorrente 24.b 74
Tabela 41 - Valores obtidos para os compostos da corrente 21......................... 76
TABELA 42 - Valores obtidos para os compostos da corrente 23..................... 76
TABELA 43 - Valores obtidos para os compostos líquidos da corrente 24.a.... 77
TABELA 44 - Valores obtidos para os compostos líquidos da corrente 24.b..... 77
TABELA 45 - Constantes da água para a relação de Sternling e Brow............. 81
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Balanço para o Vaporizador........................................................................ 37
Quadro 2 – Balanço para o Reator............................................................................... 38
Quadro 3 – Balanço para a Unidade de Separação de Clorados................................. 39
Quadro 4 – Balanço para a Destiladora 1..................................................................... 40
Quadro 5 – Balanço para a Destiladora 2..................................................................... 40
Quadro 6 – Balanço para a Lavadora 1........................................................................ 42
Quadro 7 – Balanço para a Lavadora 2........................................................................ 44
Quadro 8 – Balanço da Purga da lavadora (entre as correntes 16 e 17)..................... 45
Quadro 9 – Balanço do Tanque 1................................................................................. 46
Quadro 10 – Balanço para a Adsorvedora..................................................................... 46
Quadro 11 – Valores tabelados para cada reação envolvida no processo.................... 71
Quadro 12 – Cálculo do calor de reação.......................................................................
79
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.................................................................................................. 8
ATIVIDADE 1: Revisão de Literatura................................................................. 9
1.1 Resumo............................................................................................... 9
1.2 matéria prima....................................................................................... 9
1.2.1 Metano.......................................................................................... 9
1.2.1 Cloro............................................................................................. 10
1.3 Produtos. ........................................................................................... 11
1.3.1 Ácido clorídrico............................................................................. 12
1.3.2 Clorometano................................................................................. 13
a) Produção....................................................................................... 14
b) Cloração térmica direta do metano............................................... 14
c) Toxidade........................................................................................ 15
1.3.3 Diclorometano.............................................................................. 15
1.3.4 Triclorometano............................................................................. 16
1.3.5 Tetraclorometano......................................................................... 17
1.4 Descrição detalhada do processo....................................................... 19
a) Vaporizador..................................................................................... 19
b) Reator.............................................................................................. 20
c) Unidade de separação de clorados............................................... 22
d) Destiladoras.................................................................................... 24
(i) Destiladora 1....................................................................... 24
(ii) Destiladora 2....................................................................... 26
e) Lavadoras........................................................................................ 27
(i) Lavadora 1........................................................................... 28
(ii) Lavadora 2............................................................................ 29
f) Tanque 1......................................................................................... 30
g) Absorvedora.................................................................................... 31
1.5 Plantas industriais............................................................................. 32
1.6 Dados importante.............................................................................. 34
ATIVIDADE 2: Balanço de massa..................................................................... 34
2.1 Considerações iniciais..................................................................... 34
2.2 Vaporizador...................................................................................... 36
2.3 Reator.............................................................................................. 37
2.4 Unidade de separação de clorados................................................ 38
2.5 Destiladora 1.................................................................................... 39
2.6 Destiladora 2.................................................................................... 40
2.7 Lavadora 1....................................................................................... 41
2.8 Lavadora 2....................................................................................... 43
2.9 Purga............................................................................................... 45
2.10 Tanque 1........................................................................................ 46
2.11 Absorvedora................................................................................... 47
ATIVIDADE 3: Cálculo das densidades e vazões volumétricas....................... 47
3.1 Correntes do Trocador de Calor 1................................................... 47
3.2 Trocador de calor 2.......................................................................... 52
3.3 Reator.............................................................................................. 53
3.4 Saída da corrente 6 do trocador de calor 1..................................... 54
3.5 Destiladora 2.................................................................................... 55
ATIVIDADE 4: Cálculo das entalpias................................................................. 58
4.1 Entalpia no reator e nos trocadores de calor 1 e 2.......................... 59
a) Cálculo das temperaturas............................................................ 59
(i) Corrente 3.............................................................................. 59
(ii) Corrente 4.............................................................................. 60
(iii) Corrente 5.............................................................................. 61
i. Subcorrente 5.a............................................................... 62
ii. Subcorrente 5.b............................................................... 62
b) Cálculo das entalpias................................................................. 63
(i) Trocadores de calor............................................................. 63
(ii) Reator.................................................................................. 67
4.2 Entalpia da destiladora 2............................................................ 71
a) Cálculo das temperaturas envolvidas.......................................... 71
(i) Corrente 21 e 23............................................................... 72
(ii) Corrente 24........................................................................ 73
i. Subcorrente 24.a........................................................... 73
ii. Subcorrente 24.b........................................................... 73
b) Cálculo das entalpias envolvidas................................................ 74
(i) Entalpia do Clorometano.................................................. 75
(ii) Entalpia dos compostos líquidos da corrente 21 e 23...... 75
(iii) Entalpia da subcorrente 24.a............................................ 76
(iv) 74Entalpia da subcorrente 24.b........................................ 76
(v) Entalpia total da destiladora.............................................. 77
(vi) Entalpia para os trocadores de calor 7 e 8....................... 77
ATIVIDADE 5: Cálculos das cargas térmicas e vazão de utilidade.................. 78
5.1 Trocador de calor1......................................................................... 78
5.1.1 Carga térmica corrente 5.................................................... 78
5.1.2 Carga térmica corrente 6.................................................... 79
5.2 Trocador de calor 2................................................................... 79
5.2.1 Carga térmica..................................................................... 79
5.2.2 Fluido de aquecimento....................................................... 79
5.3 Reator....................................................................................... 79
5.3.1 Carga térmica.................................................................... 79
5.3.2 Determinação da vazão de água de resfriamento........... 80
5.4 Destiladora 2 e reciclo............................................................. 81
5.4.1 Carga térmica da destiladora 2........................................ 81
5.4.2 Carga térmica do trocador de calor 7.............................. 82
5.4.3 Vazão d’água de resfriamento trocador de calor 7.......... 82
5.4.4 Carga térmica trocador de calor 8.................................... 82
5.4.5 Vazão de vapor no trocador de calo 8.............................. 83
CONCLUSÃO..................................................................................................... 84
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................... 85
APENDICE I – Tabelas Importantes.................................................................. 89
ANEXO I – Balanços Molar e Mássico.............................................................. 90
8
INTRODUÇÃO
Os solventes orgânicos são amplamente utilizados em diversos processos
industriais, como é o caso dos solventes clorados. Dentro desses, existem os
metano-clorados que, apesar de sua alta toxicidade, são aplicados em inúmeros
processos químicos industriais.
Um importante solvente orgânico é o clorometano. Este composto é
empregado na fabricação de polímeros como o silicone, borracha e etc, além
dessas aplicações uma pequena parte é utilizada no refrigerante, agente de
extração e propelente em aerossóis. É comercializado como líquido.
Existem algumas formas de produção desses solventes orgânicos clorados.
Para a produção de clorometano, em específico, há dois métodos: a reação de
cloreto de hidrogênio com metanol e a cloração térmica direta do metano. Neste
presente trabalho, nos atentaremos a descrever de forma detalhada o processo de
produção do clorometano através da cloração direta do metano.
Descreveremos o produção pela cloração catalítica que é o processo mais
viável e rentável na indústria, pois o processo fotoquímico ainda não foi feito em
escala industrial, apesar de que teoricamente teria um rendimento maior que no
processo catalítico, e o processo térmico tem um custo muito alto, pois deve ser
feito em condições específicas e, de acordo com a literatura, possui rendimento
menor que o catalítico.
Esse processo se caracteriza pela entrada de metano e cloro como matérias-
primas e caracteriza um baixo custo de produção. E, a partir da reação, obtemos os
quatro tipo possíveis de metano-clorados, que são: clorometano, diclorometano,
triclorometano e tetraclorometano. Além disso, no processo ocorre a formação de
cloreto de hidrogênio em quantidade bastante razoável, e tem um bom valor
comercial.
9
ATIVIDADE 1: Revisão de Literatura
1.1 Resumo
O processo para a produção de clorometano consiste, grosseiramente, em
adicionar Cloro gasoso e Metano a um reator e após a reação dos componentes
obter uma mistura, que em seguida passa por processos separação, a fim de
obtermos as substâncias de interesse.
Ao final do processo temos como produto principal o Clorometano (CH3Cl),
além de produtos secundários como o Diclorometano (CH2CL2), Clorofórmio
(CHCl3), Tetracloreto de Carbono (CCl4) e o Ácido Clorídrico (HCl).
1.2 Matérias-primas
Primeiramente, vamos descrever os estados arte das matérias primas
utilizadas no processo, a fim de conhecermos suas propriedades, utilidades e
características.
1.2.1 Metano
O metano, também conhecido como gás natural (CH4), é caracterizado, em
condições ambientes, como um gás incolor, inodoro, de caráter altamente
inflamável, estável e praticamente insolúvel em água. Esse gás é produzido
largamente na natureza pela ação de bactérias, como na decomposição do lixo,
emissões vulcânicas, na digestão de herbívoros, etc. As propriedades físico-
químicas do metano estão demonstradas na tabela 1.
TABELA 1 - PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS DO METANO, A 20ºC.
(continua)
PROPRIEDADES
Estado físico Gás
Cor Incolor
Toxicidade Atóxico
Massa molar (g.mol-1
) 16
Densidade (g.L-1
) 0,717
P.F. (ºC) -268,5
P.E. (ºC) -162
Inflamabilidade Inflamável
10
TABELA 1 - PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS DO METANO, A 20ºC.
(conclusão)
PROPRIEDADES
Temperatura de inflamabilidade espontânea (ºC) 580
Solubilidade em água Pouco solúvel
Fonte: Adaptada de AGA (2004).
O gás natural é uma mistura de hidrocarbonetos leves que, em condições de
pressão e temperatura ambiente, encontra-se no estado gasoso. É mais leve que o
ar, atóxico e é uma importante fonte de energia limpa, que vem sendo utilizada
pelas indústrias, como uma fonte alternativa a combustíveis mais poluentes, como
carvão e óleos combustíveis, por exemplo.
Existem duas categorias em que se pode classificar o gás natural, que são:
associado (GA) e não-associado (GNA). O GA é aquele que é encontrado no
reservatório dissolvido no petróleo ou sob uma capa de gás. Já o GNA, é livre de
óleos e é encontrado principalmente em rochas. O gás produzido no Brasil é,
predominantemente, de origem associada ao petróleo (73%) e é destinado não
somente à geração de energia, mas também ao emprego como matéria-prima nas
indústrias petroquímicas, fertilizantes e, no caso, na produção de metano clorados.
No entanto, são diversas as aplicações em que o gás natural é encontrado como
matéria-prima de produção. (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2015)
Nas primeiras etapas de produção o gás passa por vasos separadores que
retiram água, hidrocarbonetos líquidos e partículas sólidas. Caso o gás tenha
contaminação por enxofre, é enviado para unidades de dessulfurização.
Uma das fases críticas da produção é o transporte, isto porque a produção se
dá em áreas de difícil acesso e longe dos centros urbanos. Então o gás é enviado a
unidades de processamento de gás natural (UPGN), onde é desidratado e
fracionado em correntes q contêm: metano e etano, propano e butano, e C5+ ou
gasolina natural. (MEDEIROS, 2003)
11
1.2.2 Cloro
O cloro em condições ambientes de pressão e temperatura é encontrado sob
a forma gasosa, de molécula biatômica (Cl2), com a coloração esverdeada, o que
justifica o seu nome. É extremamente tóxico e seu odor é bastante irritante.
Pertence à família dos halogênios na tabela periódica e é encontrado em
quantidade abundante na natureza, o que o faz um elemento químico essencial.
Algumas propriedades físico-químicas são descritas na tabela 2.
TABELA 2 - PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS DO GÁS CLORO, A 20ºC.
PROPRIEDADES
Estado físico Gás liquefeito
Cor Esverdeado
Toxicidade Tóxico
Massa molar (g.mol-1
) 71
Densidade (g.cm-3
) 2,8
P.F. (ºC) -101
P.E. (ºC) -34
Inflamabilidade Não inflamável
Temperatura de inflamabilidade espontânea (ºC) Não aplicável
Solubilidade em água (mg.L-1
) 8620
Pressão de vapor (bar) 6,8
Fonte: adaptada de AIR LIQUIDE (2010).
São amplas as aplicações industriais do cloro. Uma de suas mais conhecidas
aplicações é nas estações de tratamento de água, onde o cloro é usado no
processo de purificação da água. É usado, rotineiramente, como oxidante, alvejante
e desinfetante. Também é empregado na produção de inúmeros compostos
clorados inorgânicos e orgânicos, como é o caso da produção de clorometano e
outros tipos de metano clorados.
O gás cloro é uma substância altamente tóxica. Irritante às vias respiratórias,
a inalação, dependendo da concentração, mesmo que rápida, pode causar graves
lesões aos brônquios. Se a exposição for por um longo tempo, poderá ocorrer
edema pulmonar, seguido de morte. (SASIL, 2008)
12
1.3 Produtos
A seguir temos a descrição dos estados arte dos produtos resultantes do
processo, a fim de conhecermos suas propriedades, utilidades e características.
1.3.1 Ácido clorídrico
O ácido clorídrico é formado a partir da dissolução do cloreto de hidrogênio
(HCl, gasoso) em água. Esse ácido é altamente volátil e libera um vapor que é
bastante tóxico. Se não manuseado em local adequado, quando inalado, pode
provocar irritação severa no aparelho respiratório, insuficiência respiratória, edema
pulmonar, colapso cardiovascular e, em casos graves, a morte. É, também, bastante
corrosivo o que pode ocasionar queimaduras na pele, e em casos de ingestão,
queimaduras nas mucosas do trato digestivo. (QUIMITÉCNICA, 2003) As
propriedades do ácido clorídrico podem ser mais específicas, como demonstrados
na tabela 3.
TABELA 3 - PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS DO ÁCIDO CLORÍDRICO, A 20ºC.
PROPRIEDADES
Estado físico Líquido fumante
Cor Incolor ou levemente amarelado
Toxicidade Tóxico
Massa molar (g.mol-1
) 36,5
Densidade (g.cm-3
) 1,15
P.F. (ºC) 15,2 (conc. 45% em massa)
P.E. (ºC) 110
Solubilidade em água Solúvel
Pressão de vapor (mmHg) 11
Fonte: adaptada de QUIMICLOR (2014).
As aplicações do ácido clorídrico na indústria de processamento químico são
amplas. Ele é utilizado, por exemplo, na extração do petróleo, onde atua na
dissolução de rochas e na produção de haletos orgânicos. Ainda, seu uso é
denotado na produção de corantes, hidrólise de amidos e proteínas, produção de
tintas, couros, e inúmeros outros.
No processo químico industrial à ser descrito neste trabalho, o ácido
clorídrico não é utilizado como matéria-prima, e sim formado durante o processo de
13
cloração do metano como um co-produto, tendo em vista que o valor de mercado
agregado ao ácido é bastante rentável, justificando assim o emprego do método.
1.3.2 Clorometano
O clorometano, também conhecido como cloreto de metila ou
monoclorometano (CH3Cl), é observado como um gás incolor e de odor moderado,
nas condições de pressão e temperaturas ambientes. Esse composto é produzido
aos milhares de metros cúbicos naturalmente pelos oceanos, na forma gasosa.
Entretanto, comercialmente, o cloreto de metila é encontrado como um líquido
esbranquiçado. Sendo pouco solúvel em água, o cloreto de metila é, basicamente,
miscível apenas em solventes orgânicos. Além disso, mostra-se moderadamente
inflamável no estado gasoso. Pode ser empregado na fabricação de silicones,
borracha, como agente metilênico, sendo usado também como extratante e
refrigerante. (MEDEIROS, 2003) Além dessas aplicações, o cloreto de metila é
utilizado ainda como solvente e propelente de aerossóis pressurizados. Uma nova
aplicação é na fabricação de tetrametilchumbo (TML).
Na tabela 4, encontra-se as propriedades físico-químicas do clorometano.
TABELA 4 - PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS DO CLOROMETANO, A 20ºC.
PROPRIEDADES
Estado físico Gás liquefeito
Cor Incolor
Toxicidade Tóxico
Massa molar (g.mol-1
) 50,5
Densidade (g.cm-3
) 1,8
P.F. (ºC) -98
P.E. (ºC) -23,8
Inflamabilidade Inflamável
Temperatura de inflamabilidade espontânea (ºC) 625
Solubilidade em água (mg.L-1
) 6310
Pressão de vapor (bar) 4,9
Fonte: adaptada de AIR LIQUIDE (2010).
Dumas e Peligot, prepararam clorometano impuro, em laboratório, no ano de
1835. Eles aqueceram metanol com uma mistura de ácido sulfúrico e cloreto de
sódio comum. Quem, possivelmente, veio a produzir pela primeira vez cloreto de
14
metila puro foi Groves, em 1874. Ele reagiu cloreto de hidrogênio com uma solução
de metanol e cloreto de zinco. (MEDEIROS, 2003)
a) Produção
Com o aumento na demanda do consumo de clorometanos, como uma
alternativa a solventes mais antigos, mudanças no processo padrão foram feitas. Os
dois principais processos químicos industriais de clorometano são:
1. Reação de cloreto de hidrogênio com metanol;
2. Cloração direta de metano.
A cloração do metano produz, em quantidade substancial, outros metano-
clorados, como o diclorometano, triclorometano e o tetraclorometano, além de
cloreto de hidrogênio. Devido à importância comercial desses subprodutos, o
clorometano pode nem ser considerado o produto principal, sendo esse considerado
um processo de múltiplos produtos. (MEDEIROS, 2003)
O grande diferencial dos processos é, basicamente, que um processo produz
cloreto de hidrogênio e o outro consome. O que faz com o que o processo de
cloração direta seja o mais viável em escala industrial.
b) Cloração direta de metano
Este processo envolve a reação direta do metano com o cloro e produz a
partir disso, os quatro metanos clorados possíveis em variadas proporções. Para
cada mol de cloro (Cl2) consumidos na reação, é formado um mol de cloreto de
hidrogênio.
O processo se caracteriza pela dissociação homolítica das moléculas de
cloro, que ocorre a uma temperatura média de 400ºC, seguida de uma série de
reações em cadeia de radicais livres. Os átomos de cloro, então, reagem com o
metano, formando assim uma molécula de clorometano, uma molécula de cloreto de
hidrogênio e, ainda, um radical metila. Este radical reage com dois átomos de cloro
sucessivamente para formar uma molécula de diclorometano, duas de ácido
clorídrico e mais um radical metila. Assim sucessivamente, até obter o
tretraclorometano. (MEDEIROS, 2003)
A grande vantagem deste processo é a simultaneidade de produção dos
quatro tipos de clorometanos, além dos relativos baixos custos de aquisição de
15
matéria-prima, já que mais da metade do custo de produção é gerado pela compra
do cloro. Sabendo que grande parte da corrente de cloro alimentada no início do
processo emerge como subproduto cloreto de hidrogênio, e tendo este um valor
significativo de mercado, este processo torna-se bastante atraente em termos
econômicos.
c) Toxidade
O clorometano é uma substância bastante tóxica. Um dos seus principais
riscos é a demora no aparecimento dos sintomas de intoxicação causada pela
exposição ao cloreto. Os sintomas provocados pela intoxicação só aparecem depois
de várias horas de exposição, e vão se tornando progressivamente piores, podendo
ocasionar a morte. A intoxicação por cloreto de metila causa dor de cabeça, visão
borrada, perda de coordenação, morosidade, depressão e ansiedade. A rotina de
exposição, mesmo a concentrações baixas, ocasiona danos ao sistema nervoso
central. (MEDEIROS, 2003)
1.3.3 Diclorometano
É um líquido incolor, denso, volátil e com odor que se assemelha ao
clorofórmio. É insolúvel em água e considerado um composto não inflamável. Na
tabela 5, estão dispostas outras características físico-químicas importantes desse
composto.
Sua utilização na indústria se dá como solvente em inúmeros processos
químicos, como na produção de fibras sintéticas, filmes para fotografias, na extração
de óleos e gorduras, no processo de descafeinização, como propelente em
aerossóis, agente desengordurante e componente de agrotóxicos. (CETESB, 2014)
TABELA 5 - PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS DO DICLOROMETANO, A 20ºC.
(continua)
PROPRIEDADES
Estado físico Líquido
Cor Incolor
Toxicidade Tóxico
Massa molar (g.mol-1
) 84,9
16
TABELA 5 - PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS DO DICLOROMETANO, A 20ºC.
(conclusão)
PROPRIEDADES
Densidade (g.cm-3
) 1,32
P.F. (ºC) -95
P.E. (ºC) 39,8
Inflamabilidade Não inflamável
Temperatura de inflamabilidade espontânea Não aplicável
Solubilidade em água Insolúvel
Pressão de vapor (mmHg) 355
Fonte: adaptada de CASQUÍMICA (2008).
Por ser um excelente solvente orgânico e não inflamável, além de ser de fácil
remoção, o diclorometano é amplamente empregado na indústria de processos
químicos. É bastante conhecido na formulação de tintas, removedores de tintas,
adesivos, formulações com solventes de petróleo, aerossóis, extração por solvente,
dentre tantas outras aplicações. (QUIMIDROL, 2013)
O diclorometano não apresenta uma toxicidade muito alta, sendo a principal
forma de intoxicação por inalação. Se exposto a altas concentrações, o indivíduo
pode sentir cefaléia, náusea, perda de memória e tontura, além causar hipóxia. É
classificado como um composto cancerígeno. (CETESB, 2014)
1.3.4 Triclorometano
Triclorometano, comumente chamado de clorofórmio, é um líquido aquoso,
em temperatura e pressão ambientes, incolor, volátil, insolúvel em água, não
inflamável e possui odor etéreo característico. Possui alta toxicidade, por produzir
vapores irritantes às vias respiratórias. (UNIFESP)
Atualmente seu principal uso é como solvente orgânico e como matéria-prima
para outros compostos. Até o início do século XX, porém, o clorofórmio era
empregado como anestésico utópico. Sua atuação como anestésico era dada pela
sua grande volatilidade, pois a substância quando era passada sobre a pele perdia
calor e a temperatura local diminuía, fazendo com que a sensação de dor ficasse
menor. Esta técnica de analgesia foi abandonada pelo clorofórmio produzir vapores
17
tóxicos que causam danos cardíacos bastante graves. O clorofórmio é usado
ilegalmente como entorpecente, podendo ocasionar coma, morte súbita, lesões
neurológicas e hepáticas graves nos usuários. As propriedades físico-químicas do
triclorometano estão apresentadas na tabela 6.
TABELA 6 - PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS DO TRICLOROMETANO, A 20ºC.
PROPRIEDADES
Estado físico Líquido
Cor Incolor
Toxicidade Tóxico
Massa molar (g.mol-1
) 119,38
Densidade (g.cm-3
) 1,48
P.F. (ºC) -63
P.E. (ºC) 61
Inflamabilidade Não inflamável
Temperatura de inflamabilidade espontânea Não aplicável
Solubilidade em água Insolúvel
Pressão de vapor (kPa) 21,2
Fonte: adaptada de LABSYNTH (2013).
No caso de exposição ao clorofórmio, os vários tipos de contato geram
diferentes formas de sintomas de contaminação. Por inalação os sintomas são:
irritação do trato respiratório e efeitos sistema nervos central, como cefaléia,
sonolência, tonturas e se a exposição for prolongada, a altas concentrações, pode
levar o sujeito à inconsciência e à morte, que é provocada por batimentos
irregulares do coração ou falha hepática e renal. Já a ingestão pode causar:
queimaduras severas na boca e garganta, dor no peito e vômito. Em contato com a
pele os sintomas são: irritação, vermelhidão e dor, podendo ser absorvido através
da pele. A exposição crônica pode causar danos graves ao sistema nervoso central,
coração, fígado e rins, além do clorofórmio ser potencialmente cancerígeno aos
humanos. (SOVEREIGN, 2009)
1.3.5 Tetraclorometano
O tetraclorometano, ou ainda tetracloreto de carbono, benzifórmio,
perclorometano, entre outros sinônimos, vem sem empregado pela indústria na
18
fabricação de gases de refrigeração e propelentes em aerossóis. Este composto já
teve inúmeras outras aplicações industriais, como na fabricação de tintas, espumas,
plásticos, aditivo para gasolina, e vários outros, no entanto, para estes últimos o uso
do tetraclorometano foi descontinuado. Isso se justifica porque depois do Protocolo
de Montreal - um tratado internacional que bane substâncias que promovem a
destruição da camada de ozônio - estabeleceu um cronograma que elimina a
produção e o uso industrial do tetraclorometano em todos os processos químicos.
(CETESB, 2012)
Em condições ambientes, o tetraclorometano é um líquido incolor, volátil, com
odor suave e insolúvel em água, além de ser considerado um excelente solvente
orgânico. Altamente tóxico, o mesmo produz vapores venenosos. (UNIFESP) A
tabela 7 apresenta alguns dados relevantes sobre as propriedades físico-químicas
do tetracloreto de carbono.
TABELA 7 - PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS DO TETRACLOROMETANO, A 20ºC.
PROPRIEDADES
Estado físico Líquido
Cor Incolor
Toxicidade Tóxico
Massa molar (g.mol-1
) 153,82
Densidade (g.cm-3
) 1,59
P.F. (ºC) -23ºC
P.E. (ºC) 76,5ºC
Inflamabilidade Não inflamável
Temperatura de inflamabilidade espontânea Não aplicável
Solubilidade em água Insolúvel
Pressão de vapor (kPa) 12,2
Fonte: adaptada de SIGMA-ALDRICH (2010).
Quando a exposição é a altas concentrações danos ao sistema nervoso
central, fígado e rins podem ser ocasionados, que são sentidos após inalação do
vapor da substância ou ingestão do líquido. Já a contaminação, por curtos períodos
de exposição, pode demonstrar sintomas como cefaléia, fraqueza, náusea, dores
abdominais, dificuldades respiratórias, vômito, e nos casos mais severos, pode
ocorrer hemorragia, coma e a morte.
19
A exposição dérmica aguda causa ardor, vermelhidão, hiperemia, pápulas e
vesículas, além de poder ser absorvido pela pele. A ingestão do tetracloreto de
carbono, se exposto a altas concentrações, aumenta a pré-disposição para câncer
de fígado e rins. (CETESB, 2012)
1.4 Descrição detalhada do processo
O processo se inicia com as matérias-primas armazenadas em tanques. No
caso do metano ele já se encontra armazenado no estado em que será utilizado no
processo (estado gasoso). No caso do cloro, porém, o mesmo é comercializado na
forma líquida, o que requer que seja feito um processo de vaporização antes de se
iniciar de fato o processo. A base de cálculo utilizada para os balanços molar e
mássico, a serem apresentados durante a descrição, foi de 10000 Kg/h de
clorometano produzidos.
Iniciaremos, então, a descrição do processo a partir do vaporizador.
a) Vaporizador
Figura 1 – Esquema do Vaporizador
O cloro líquido, encontrado no tanque de armazenamento, é bombeado para
o vaporizador, por meio da corrente 2.
No vaporizador passa-se um fluído térmico, geralmente vapor d’água, cujo
propósito é propiciar uma troca térmica com o cloro e o mesmo absorver a energia
do fluido térmico, passando assim do estado líquido para o gasoso.
20
Esse vaporizador é, possivelmente, constituído por uma carcaça de aço inox
e uma tubulação interna, provavelmente, de um liga de níquel e alumínio. Na
tubulação interna passa o fluido que sofrerá a vaporização (neste caso, cloro
líquido) e o gás proveniente é recolhido no topo do vaporizador. Já entre a carcaça
e a tubulação interna passa o fluído térmico, neste caso o vapor de água.
O vapor d’água fornece energia para o cloro, que passa, então, para o estado
gasoso. Esta mudança de fase ocasiona um aumento na pressão do sistema, fato
que pode ser observado na diferença de pressão entre as correntes 2 (anterior ao
vaporizador) e 3 (posterior ao vaporizador), que são 7,8 bar e 28 bar,
respectivamente. Já o vapor d’água perde energia e parte deste passa para o
estado líquido, sendo então coletado por um dispositivo na base do vaporizador.
Considerando que não há qualquer tipo de acúmulo de cloro no vaporizador,
os valores obtidos do balanço de massa para este aparelho foram:
Entrada: 18872,93 kg de cloro líquido.
Saída: 18872,93 kg de cloro gasoso.
b) Reator
Figura 2 – Esquema do Reator
21
Após sair do vaporizador, o cloro, agora gasoso, é encaminhado para o
reator, por meio da corrente 3, corrente esta que se junta à corrente 4 (que contém
gás metano), para formar a corrente 5, que leva a mistura de gases (cloro + metano)
ao reator.
No reator, o cloro e o metano reagem de quatro formas diferentes.
CH4 + Cl2 CH3Cl + HCl (Eq.1)
CH4 + 2Cl2 CH2Cl2 + 2HCl (Eq.2)
CH4 + 3Cl2 CHCl3 + 3HCl (Eq.3)
CH4 + 4Cl2 CCl4 + 4HCl (Eq.4)
Essas reações nos dão como produtos o Clorometano (nosso produto de
interesse), Diclorometano, Triclorometano, Ácido clorídrico e o Tetracloreto de
metano.
Os reagentes entram no reator a uma temperatura de 360°C e uma pressão
de 28 bar. Para atingirem essa temperatura a corrente 5 passa por dois trocadores
de calor, sendo sua pressão controlada no vaporizador e no tanque de injeção de
metano. Essa temperatura elevada é necessária para que os produtos não se
condensem dentro do reator, uma vez que, no interior do mesmo, ocorre uma queda
de pressão para 2 bar.
O reator possui uma camisa de resfriamento, responsável por retirar calor do
reator. Isto é necessário porque as reações que ocorrem no reator são bastante
exotérmicas, aquecendo o reator, o que pode ocasionar o desgaste prematuro do
mesmo ou, até mesmo, graves acidentes industriais. O fluido utilizado nesta camisa
de resfriamento é a água, que entra na mesma a uma temperatura relativamente
baixa, normalmente em torno de 25°C (temperatura ambiente) e sai a uma
temperatura maior (no máximo 45°C).
Os produtos formados durante as reações, o metano que não reagiu e os
outros compostos inertes (CO2 e N2) saem pelo topo do reator a uma temperatura
de 400°C. Temperatura essa que é controlada pela camisa de resfriamento do
reator.
22
Levando em consideração as características das reações, o reator usado é o
Reator de Leito Fluidizado, usando catalizador ternário de cloretos cúpricos, cuproso
e de potássio. (MEDEIROS, 2003)
Considerando que todos os produtos de reação, bem como compostos
inertes e quantidades remanescentes dos reagentes saem pela corrente de saída
(base) do reator e que, consequentemente, não há acúmulo de matéria no mesmo,
temos que o balanço de massa para o reator será:
Entrada (corrente 5): 18872,93 kg de Cloro gasoso.
14885,70 kg de Metano gasoso.
4,20 kg de Dióxido de carbono.
361.21 kg de Nitrogênio gasoso.
Saída (corrente 6): 50,51 kg de Tetracloreto de carbono.
627,33 kg de Clorofórmio.
1953,75 kg de Diclorometano.
10101,01 kg de Clorometano.
9569,38 kg de Ácido cloridrico.
11190,86 kg de Metano gasoso.
4,20 kg de Dióxido de carbono.
361.21 kg de Nitrogênio gasoso.
c) Unidade de separação de clorados
Figura 3 – Esquema da Unidade de Separação de Clorados
23
Saindo do reator, os produtos formados são então encaminhados para a
unidade de separação de clorados. Esta é formada por um tanque, onde ocorrerá a
separação dos produtos clorados, por meio de um processo semelhante à
decantação.
Os produtos em estado líquido, como Tetracloreto de carbono (CCl4),
Clorofórmio (CHCl3), Diclorometano (CH2Cl2), Clorometano (CH3Cl) e Ácido
Clorídrico (HCl), descem pelo tanque, uma vez que possuem uma densidade muito
maior que a dos gases, e saem pela corrente 7. Já os componentes gasosos que
saem do reator e passam pela unidade de separação de clorados sobem, pois
possuem menor densidade, e, assim, saem pela corrente de topo (corrente 8).
Considerando que não haverá acúmulo, o balanço de massa para este
equipamento será:
Entrada (corrente 6): 50,51 kg de Tetracloreto de carbono
627,33 kg de Clorofórmio
1953,75 kg de Diclorometano
10101,01 kg de Clorometano
9569,38 kg de Ácido cloridrico.
11190,86 kg de Metano
4,20 kg de Dióxido de carbono
361.21 kg de Nitrogênio gasoso
Saída (corrente 8): 11190,86 kg de Metano
4,20 kg de Dióxido de carbono
361.21 kg de Nitrogênio gasoso
9569,38 kg de Ácido clorídrico
Saída (corrente 7): 50,51 kg de Tetracloreto de carbono
627,33 kg de Clorofórmio
1953,75 kg de Diclorometano
10101,01 kg de Clorometano
24
d) Destiladoras
Após a separação dos componentes de interesse, na unidade de separação
de clorados (pela corrente 7), temos uma mistura com todos os produtos finais do
processo e precisamos, então, realizar a separação dos mesmos, visando sempre
obtermos o maior grau de pureza possível. Para tanto são efetuadas duas
destilações, em paralelo, conforme apresentado a seguir:
(i) Destiladora 1
Figura 4 – Esquema da Destiladora 1
Nesta primeira destilação o interesse é, apenas, separarmos o produto final
principal (clorometano) da mistura em que o mesmo se encontra. Esta mistura,
presente na corrente 7, é composta por todos os componentes líquidos
provenientes da unidade de separação de clorados, sendo eles os n-clorometanos e
n-cloretos provenientes das reações ocorridas no reator.
Na literatura podemos encontrar os seguintes valores correspondentes aos
pontos de ebulição de cada um dos componentes da mistura:
TABELA 8 - PONTOS DE EBULIÇÃO DOS COMPOSTOS DA CORRENTE 7, À 1 ATM.
Composto PE (°C) à 1 atm
CH3Cl CH2Cl2 CHCl3 CCl4
-24,2 39,6 61,2 76,72
Fonte: ATKINS, Química Geral.
25
Como pode ser observado pela tabela 8, há uma diferença relativamente
grande entre os pontos de ebulição do clorometano e dos outros compostos da
mistura, o que nos priva da necessidade de utilizar um processo de destilação
fracionada nesta primeira destilação. Por este motivo é feita uma destilação simples,
que se dá a partir do aquecimento da mistura, na destiladora, até atingirmos a
temperatura de ebulição do clorometano. Atingida esta temperatura o composto
passa para a fase gasosa e o gás sai pela corrente de topo, corrente 22. Esta
corrente leva a um tanque de armazenamento, onde o clorometano será mantido
até sua comercialização.
Além disso, podemos ter a presença de gases, em uma quantidade pequena,
na corrente 7, remanescentes da separação feita na unidade de separação de
clorados, que podem prejudicar o rendimento da destilação e, principalmente, a
pureza do composto final. Para solucionarmos este problema temos um reciclo na
corrente 22, logo na saída da destiladora, onde, por meio de um trocador de calor,
parte do gás proveniente da destilação é resfriado e com isso novamente
condensado. Este condensado volta para a destiladora, para sofrer um novo
processo de destilação. Estamos, assim, trabalhando para que se tenha uma maior
pureza no produto final.
Os outros compostos da mistura saem da destiladora pela corrente 21 e são
encaminhados para a segunda destiladora para poderem então serem separados da
mistura e então armazenados.
Assim como na corrente 22, também temos um reciclo na corrente 21.
Adjacente à corrente temos um trocador de calor que, por meio da passagem de
vapor saturado, aquece a mistura e devolve parte dela para a destiladora, para
sofrer uma nova destilação. Esse processo faz com que seja possível recuperar
qualquer quantidade de clorometano que não tenha evaporado durante a destilação,
para que então sofra uma nova destilação e possa ser recuperado na corrente de
topo.
Considerando que não haverá acúmulo de nenhum componente, durante o
processo de destilação, temos que o balanço de massa para este equipamento será
de:
26
Entrada (corrente 7): 10101,01 kg de Clorometano.
1953,75 kg de Diclorometano.
50,51 kg de Tetracloreto de Carbono
627,33 kg de Clorofórmio.
Saída de topo (corrente 22): 1000,00 kg de Clorometano.
342,86 kg de Diclorometano
Saída de base (corrente 21) 101.01 kg de Clorometano
1610,89 kg de Diclorometano.
50,51 kg de Tetracloreto de Carbono
627,33 kg de Clorofórmio.
(ii) Destiladora 2
Figura 5 – Esquema para a Destiladora 2
Na destiladora 2 temos a entrada da corrente 21, composta pelos produtos
secundários ao processo. Como já apresentado na tabela 8, a diferença entre os
pontos de ebulição dos compostos é relativamente grande, com isso temos como
utilizar, assim como na primeira destilação, uma destilação simples para separar os
componentes da mistura.
Ao realizarmos a destilação o diclorometano (CH2Cl2), que é o composto com
o ponto de ebulição mais baixo, na mistura da corrente 21, passa para a fase
27
gasosa e sai pela corrente de topo (corrente 24), onde é bombeado para um tanque
de armazenamento para posterior comercialização. O resto da mistura, composta
agora por tetracloreto de carbono e clorofórmio, é recuperada na corrente 23 e
então bombeada para um tanque de armazenamento.
Em ambas as correntes provenientes da destiladora 2 temos a presença de
reciclo, onde, similarmente ao ocorrido nas correntes provenientes da destiladora 1,
parte da corrente passa por um trocador de calor e retorna à destiladora, para uma
maior eficiência do processo.
Considerando que não haverá acúmulo, o balanço de massa para este
equipamento será
Entrada (corrente 21): 101.01 kg de Clorometano
1610,89 kg de Diclorometano.
50,51 kg de Tetracloreto de Carbono
265,82 kg de Clorofórmio.
Saída de topo (corrente 24): 101,01 kg de Clorometano.
1530,35 kg de Diclorometano
62,73 kg de Clorofórmio
Saída de base (corrente 23): 80,55 kg de Diclorometano.
50,51 kg de Tetracloreto de Carbono
564,60 kg de Clorofórmio.
e) Lavadoras
A lavadora é um dispositivo, onde lavamos uma corrente composta por uma
mistura de gases, com o objetivo de separar um ou mais gases da corrente, usando
com o princípio a solubilidade de um gás em um solvente. As lavadoras podem ser
constituídas de aço galvanizado ou de alumínio. Essa lavagem tem o objetivo de
recuperar o ácido clorídrico usando água como solvente, isso pois os outros
compostos tem solubilidade em água muito mais baixas que ele.
28
TABELA 9 - SOLUBILIDADE DOS GASES DA CORRENTE 5 EM ÁGUA.
Composto Solubilidade em água (g/L) à 20°C
Ácido clorídrico Metano Nitrogênio Dióxido de carbono
720 3,5.10
-2 1,25.10
--3 0,17
Fonte:
Nessa tabela podemos ver que pela diferença de solubilidade entre os
compostos, o ácido clorídrico é dissolvido em água com mais facilidade que os
outros gases, portanto é ele que recuperado nas lavadoras.
Nesse processo, foi usado duas lavadoras ligadas em série:
(i) Lavadora 1
Figura 6 – Esquema da Lavadora 1
Na primeira lavadora temos a entrada dos gases dos gases saídos da
unidade de separação de clorados e da corrente de base da destiladora 2 (corrente
14), é dela que vem a água necessária na lavagem do gás.
Considerando que não haverá acúmulo na lavadora 1, o balanço de massa
para este equipamento será de:
Entrada (corrente 8): 11190,86 kg de Metano.
4,20 kg de Dióxido de carbono.
361.21 kg de Nitrogênio gasoso
9569,38 kg de Ácido cloridrico.
Entrada (corrente 14): 3383,84 kg de água.
178,10 kg de Ácido clorídrico.
29
Saída (corrente 9): 11190,86 kg de Metano.
4,20 kg de Dióxido de carbono.
361.21 kg de Nitrogênio gasoso.
39931,65 kg Água.
6411,48 kg Ácido clorídrico.
Saída (corrente 10 e 11) 20977,44 kg de Água.
3157.89 kg de Ácido clorídrico (solução).
(ii) Lavadora 2
Figura 7 – Esquema da Lavadora 2
Na segunda lavadora temos a entrada de água, que é utilizada para
aumentar o rendimento do processo. Na lavadora temos a presença de um reciclo,
que leva a lavadora 1 e esse ciclo aumenta consideravelmente a quantidade de
ácido clorídrico recuperado.
Nesse equipamento os gases incondensáveis sobem e saem pela corrente
de topo (corrente 13), onde se encontra uma purga, utilizada para recuperar o
máximo possível do metano que não reagiu. Caso toda a corrente 13 retornasse
para o processo teríamos um acumulo de nitrogênio e de dióxido de carbono, o que
há longo prazo pode contaminar o processo. Por este motivo a purga é necessária,
uma vez que retira uma parte do metano, do nitrogênio, do dióxido de carbono e da
água, em excesso na corrente, para que o restante possa ser reciclado. Visando um
30
processo ideal e sem acúmulo, temos que o balanço de massa para a lavadora 2 é
de:
Entrada (corrente 13): 11190,86 kg de Metano.
4,20 kg de Dióxido de carbono.
361.21 kg de Nitrogênio gasoso.
247.43 kg de Vapor de água.
Saída da purga (corrente 16): 3357,26 kg de Metano.
1.26 kg de Dióxido de Carbono.
74.23 kg de Vapor de água.
108,36 kg de Nitrogênio.
Saída (corrente 17): 7833,60 kg de Metano.
2,94 kg de Dióxido de Carbono.
173,20 kg de Vapor de água.
252,85 kg de Nitrogênio.
f) Tanque
Figura 8 – Esquema para o Tanque 1
Após o processo de lavagem a corrente 17 é encaminhada ao tanque 1,
onde, devido à presença de um compressor na corrente de topo (corrente 18), o gás
metano é sugado e retirado da água. Com isso temos a saída de gás metano na
corrente de topo (corrente 18) e de água na corrente de base (corrente 19).
O gás metano sai do compressor a uma pressão de 28 bar e é, então,
encaminhado à uma adsorvedora, a fim de retirarmos qualquer umidade presente
no gás.
O balanço de massa para o tanque é de:
Entrada (corrente 17): 7833,60 kg de Metano.
31
173,20 kg de Água
Saída de topo (corrente 18): 7833,60 kg de Metano.
8,66 kg de Vapor de água.
Saída de base (corrente 19): 164,54 kg de Água
g) Adsorvedora
Figura 9 – Esquema da Adsorvedora
Como, ao separarmos o gás metano da água, ainda teremos a presença de
certa quantidade de vapor d’água junto ao metano, precisamos passar o gás por um
processo de adsorvição, antes de reutilizarmos o mesmo no processo.
Em um processo de adsorvição utilizamos um sal ou outro composto que seja
altamente hidrofílico e que, então, retire por meio de adsorvição, a umidade
presente no fluido de interesse. No caso deste processo como o fluido de interesse
é um gás, utilizaremos ar seco como o composto hidrofílico.
Uma corrente de ar seco aquecido passa, em contra-fluxo com o gás metano,
pela adsorvedora, retirando a umidade contida no gás da corrente 18.
32
Ao fim do processo temos, saindo na corrente 20, gás metano seco. Essa
corrente encontra-se com a corrente 1 e o gás metano é então reutilizado no
processo industrial.
O balanço de massa, para a adsorvedora, será dado por:
Entrada (corrente 18): 7833,60 kg de Metano.
8,66 kg de Vapor de água.
Saída de topo (corrente 20): 7833,60 kg de Metano.
Saída de base: 8,66 kg de Vapor de água.
1.2 Plantas industriais
Existem, atualmente, dois processos principais para a produção do
clorometano, sendo eles: as reações de cloreto de hidrogênio com metanol e a
cloração do metano.
O processo adotado para este trabalho foi o da cloração do metano, onde
cloro gasoso é misturado ao gás metano em um reator e esta mistura reage
formando diversos hidrocarbonetos clorados, entre eles o clorometano. Esta
cloração do metano pode ser feita termicamente, cataliticamente ou
fotoquimicamente, e a escolha do método utilizado depende de questões
econômicas. Como pode ser observado na descrição desse tipo de processo,
apresentado no item 1.4 deste trabalho, além da produção do clorometano temos,
também, a formação de outros hidrocarbonetos clorados, em quantidades
significativas, o que faz com que, em certas condições, o clorometano não seja o
produto principal obtido na reação.
Analisando este fato poderíamos considerar esta como uma desvantagem
deste processo, caso nosso interesse seja exclusivamente a produção e
comercialização de cloreto de metila (clorometano). Os coprodutos formados,
porém, são importantes comercialmente, o que poderia ser visto como uma
vantagem econômica e comercial na utilização deste processo.
O segundo processo existente para a produção de clorometano é baseado
em promover a reação entre cloreto de hidrogênio (HCl) e metanol (CH4O), reação
33
esta que produz majoritariamente cloreto de metila e apenas o dimetil éter como
subproduto, em pequena quantidade.
A reação ocorrida neste segundo processo pode ser observada a seguir:
HCl + CH4O à CH3Cl + C2H6O (Eq.5)
Este segundo processo para produção de clorometano será mais vantajoso
caso nosso interesse principal seja a produção apenas (ou em quantidade
majoritária no processo) de cloreto de metila, porém ele é desvantajoso
economicamente, uma vez que não há possibilidade de reciclo do cloreto de
hidrogênio e ele deve ser constantemente inserido no processo.
Como já mencionado, para a realização deste trabalho foi utilizado o
processo de produção de clorometano por meio da cloração do metano, para tanto
foi fornecido pelo professor orientador uma planta do processo, para exemplificação.
Esta planta foi utilizada como base para todas as descrições e cálculos de Balanço
de Massa contidas neste trabalho. A planta em questão pode ser observada à
seguir. (FIGURA 10)
FIGURA 10 - PLANTA DO PROCESSO DE PRODUÇÃO DE CLOROMETANO
34
Tomando a planta do processo de cloração do metano (FIGURA 10), como
base e visando a otimização do processo, podemos fazer a seguinte modificação:
Fazer o reciclo da água proveniente do tanque 1 (corrente 19).
A corrente 19 pode ser reutilizada como fluido de resfriamento, para a camisa
de resfriamento do reator. Para este reciclo deverão ser adicionadas duas correntes,
uma proveniente do tanque de água e em direção à camisa de resfriamento do
reator, e outra proveniente da camisa e em direção ao tanque de água. Nesta última
será necessária a adição de um trocador de calor, que será responsável pelo
resfriamento da água (de 45°C para 10°C), antes que ela retorne ao tanque de
reciclo de água.
1.3 Dados importantes
Constantemente, ao longo do processo e dos cálculos envolvidos à ele, nos
deparamos com constantes importantes, parâmetros tabelados, entre outros termos que
são necessários aos cálculos de entaplias, densidade, etc. Visando a comodidade e
facilidade, durante os cálculos envolvidos nas atividades 2, 3, 4 e 5, deste trabalho algumas
tabelas, com propriedades e constantes referentes aos compostos do processo, foram
dispostas no APÊNDICE 1, ao final deste trabalho.
ATIVIDADE 2: Balanço de massa
2.1 Considerações iniciais
Ao executarmos os cálculos referentes ao balanço de massa, do processo,
realizamos, primeiramente, o balanço em unidade molar. Isto foi feito para que fosse
possível utilizar as considerações que foram assumidas no decorrer dos cálculos.
Atingido o valor em mols do componente na corrente, obtemos os valores em
unidade mássica multiplicando o valor em mols pela massa molar do respectivo
componente.
Para tanto foram consideradas as massas molares dos compostos, presentes
na tabela que se segue: (TABELA 10)
35
TABELA 10 - MASSAS MOLARES DOS COMPOSTOS ENVOLVIDOS NO PROCESSO
Composto Massa molar (kg/kmol)
CH4 16
Cl2 70
CO2 44
N2 28
CH3Cl 50
CH2Cl2 84
CHCl3 118
CCl4 152
HCl 36
H2O 18
Fonte: ATKINS, Química Geral
Para realizar o balanço levamos em consideração as informações fornecidas
e tomamos como base a produção de 10000 kg/h (ou 200 kmol/h) de Clorometano.
A primeira informação fornecida foi a estequiometria das reações envolvidas
no processo, que nos fornecem o produto principal e os subprodutos subsequentes.
As reações envolvidas, apresentadas previamente durante a descrição do processo,
são:
CH4 + Cl2 CH3Cl + HCl (1)
CH4 + 2Cl2 CH2Cl2 + 2HCl (2)
CH4 + 3Cl2 CHCl3 + 3HCl (3)
CH4 + 4Cl2 CCl4 + 4HCl (4)
Outra informação importante, que foi fornecida, foram os rendimentos de
cada reação e a conversão do reagente limitante, que nesse caso é o Cl2. São eles:
36
Rendimento reação 1 = 76%
Rendimento reação 2 = 17,5%
Rendimento reação 3 = 6%
Rendimento reação 4 = 0,5%
Conversão de cloro = 100%
Além disto, também foi fornecida a razão molar de entrada entre os
reagentes (metano e cloro), sendo ela correspondente à 3,5.
Sabendo que o rendimento de uma reação é definido como a quantidade do
reagente limitante que participa efetivamente da reação, temos que:
(Eq. 1)
Onde, [Cl2]é a vazão molar de Cloro.
Tendo sido informada a quantidade de clorometano que é recuperada na
produção (200 kmol/h), bem como que esta quantidade é 99% da quantidade total
produzida, podemos calcular quanto de clorometano realmente será produzido no
processo (101 % da quantidade que se deseja obter ao final do processo). Temos
então que [CH4]produzido ao durante o processo será de 202,0202 kmol/h
Baseando-se na estequiometria da reação de produção de clorometano
(reação 1) temos que a relação entre cloro e clorometano é de 1:1, o que significa
dizer que para cada 1 mol de Cl2 que é consumido na reação, 1 mol de CH3Cl é
produzido. Assim, concluímos que 202,0202 kmol de Cl2 são consumidos na reação
1.
Aplicando-se a equação 1, com o rendimento e o consumo de cloro na
reação1, podemos obter a quantidade de cloro que é alimentada na planta. Sendo,
portanto, [Cl2]entra equivalente à 265.8160553 kmol/h.
2.2 Vaporizador
O cloro utilizado no processo está armazenado em um tanque, onde se
encontra no estado líquido. Para ser alimentado ao reator, o mesmo passa,
primeiramente, por um vaporizador, à fim de ter seu estado físico modificado e
37
tornar-se gasoso. O balanço referente ao vaporizador pode ser observado no
quadro 1, a seguir:
QUADRO 1 – Balanço para o Vaporizador
Composto Tipo de corrente Taxa molar (kmol/h) Taxa mássica (kg/h)
Cl2 (gasoso) Entrada 265,8160553 18872,93992
Cl2 (líquido) Saída 265,8160553 18872,93992
CO2 Entrada /Saída 12,90047847 4,200706643
Como possuímos a razão de molar do metano e do cloro, sabemos que:
(Eq. 2)
Com isso temos que [CH4]entra é de 930.3561934 kmol/h.
2.3 Reator
Depois de calculada a quantidade de mols de cloro, que entram, podemos
obter quanto de cada produto que é produzido, em casa uma das reações,
aplicando-se a equação 1 e levando em consideração os coeficientes
estequiométricos.
Também podemos obter a quantidade de metano que é consumida nas
reações e saber a quantidade do mesmo, que se encontra em excesso, por meio da
relação:
(Eq. 3)
De onde obtemos , equivalente à 699,4284954 kmol/h.
Além de cloro e metano, são alimentados, também, gases inertes na planta,
como o nitrogênio e o dióxido de carbono. Estes estão contidos nas correntes de
alimentação dos reagentes, sendo o N2 proveniente do tanque de armazenamento
de metano e o CO2 proveniente do cloro. Foram fornecidas as proporções destes
compostos inertes, sendo elas 0,01 % para o CO2 (proveniente do Cl2) e 1% para o
N2 (proveniente do CH4).
Com isso obtemos as seguintes relações:
(Eq. 4)
38
(Eq. 5)
Aplicando estas relações obtemos, então, as quantidades de reagentes,
produtos e gases inertes que entram e saem do reator, conforme apresentado no
quadro 2.
Quadro 2 – Balanço para o Reator
Composto Tipo de corrente Taxa molar (kmol/h) Taxa mássica (kg/h)
Corrente 5
N2 Entrada 12,90047847 361,2133971
CO2 Entrada 0,09547060553 4,200706643
CH4 Entrada 930,3561934 14885,69909
Cl2 Entrada 265,8160553 18872,93992
Corrente 6
N2 Saída 12,90047847 361,2133971
CO2 Saída 0,09547060553 4,200706643
CCl4 Saída 0,3322700691 50,5050505
CHCl3 Saída 5,316321105 627,3258904
CH2Cl2 Saída 23,25890484 1953,748006
CH3Cl Saída 202,020202 10101,0101
CH4 Saída 699,4284954 11190,85593
HCl Saída 265,8160553 9569,377989
2.4 Unidade de separação de clorados
Todos esses componentes saem do reator na forma gasosa e em alta
temperatura. Os mesmos são, então, levados pela corrente 6 até uma unidade de
separação de clorados, passando por dois trocadores de calor no trajeto, a fim de
que se diminua a temperatura da corrente. Além disto, durante o trajeto, a corrente
passa por uma turbina para diminuir sua pressão.
Nessa unidade os compostos que saem do reator são separados. Os
compostos condensáveis (todos os organoclorados), saem pela corrente de fundo
(corrente 7) e são levados para as destiladoras. Já os gases incondensáveis saem
pela corrente de topo (corrente 8) e são levados às lavadoras.
39
Como temos apenas uma separação dos componentes, na unidade de
separação de clorados, os valores inicias (entrada) considerados no balanço para a
unidade de separação de clorados são àqueles encontrados no quadro 2, para a
corrente 6. Já os valores de finais (saída) podem ser encontrados no quadro 3, a
seguir:
Quadro 3 – Balanço para a Unidade de Separação de Clorados
Composto Tipo de corrente Taxa molar (kmol/h) Taxa mássica (kg/h)
Corrente 8
HCL Saída 265,8160553 265,8160553
CH4 Saída 699,4284954 699,4284954
N2 Saída 12,90047847 361,2133971
CO2 Saída 0,09547060553 4,200706643
Corrente 7
CCl4 Saída 0,3322700691 50,5050505
CHCl3 Saída 5,316321105 627,3258904
CH2Cl2 Saída 23,25890484 1953,748006
CH3Cl Saída 202,020202 202,020202
2.5 Destiladora 1
A corrente 7, que sai da unidade de separação de clorados, desemboca na
destiladora 1, onde sabemos que na corrente de topo (corrente 22) são recuperados
99% do Clorometano produzido e que a corrente é composta de 2% de CH2Cl2,
portanto:
(Eq. 6)
Esse valor recuperado corresponde ao dado de produção de clorometano,
disponibilizado, além disso, esse valor corresponde a 98% da vazão total da
corrente. Tendo em vista, então, que a corrente é composta basicamente de
clorometano e diclorometano temos que:
(Eq. 7)
Assim podemos obter a quantidade de CH2Cl2 que saem na corrente 22. E,
consequentemente, as quantidades dos componentes que saem na corrente 21.
40
Corrente esta composta por tudo o que não foi recuperado de CH3Cl, o restante de
CH2Cl2 e todos os demais compostos presentes na corrente 7.
O balanço referente à corrente 7 foi apresentado no quadro 3, sendo então o
balanço para as correntes de saída da destiladora 1 apresentados no quadro 4, a
seguir:
Quadro 4 – Balanço para a Destiladora 1
Composto Tipo de corrente Taxa molar (kmol/h) Taxa mássica (kg/h)
Corrente 21
CH2Cl2 Saída 19,17727218 1610,890863
CCl4 Saída 0,3322700691 50,5050505
CHCl3 Saída 5,316321105 627,3258904
CH3Cl Saída 2,02020202 101,010101
Corrente 22
CH3Cl Saída 200 10000
CH2Cl2 Saída 4,081632653 342,8571429
2.6 Destiladora 2
Após a primeira destilação, temos então a corrente 21, que é encaminhada
para a destiladora 2, onde serão recuperados 95% do diclorometano total,
produzido, na corrente 24; juntamente com o clorometano restante e 10% do
clorofórmio alimentado. Sendo assim, temos:
(Eq. 8)
(Eq. 9)
Como sabemos que não há saída de CHCl3 em nenhuma outra corrente
antes da destiladora 2, podemos considerar que 10% alimentado na destiladora é
correspondente aos 10% de CHCl3 produzido, sendo assim:
(Eq. 10)
Na corrente 23, então, saem todo o tetracloreto de carbono produzido e o
restante do Clorofórmio e do Diclorometano. Novamente, temos que o balanço
referente à corrente 21 foi apresentado no quadro 4, sendo então o balanço para as
correntes de saída da destiladora 2 apresentados no quadro 5, a seguir:
41
Quadro 5 – Balanço para a Destiladora 2 (continua)
Composto Tipo de corrente Taxa molar (kmol/h) Taxa mássica (kg/h)
Corrente 23
CHCl3 Saída 4,784688995 564,5933014
CCl4 Saída 0,3322700691 50,5050505
CH2Cl2 Saída 0,9588636091 80,54454317
Quadro 5 – Balanço para a Destiladora 2 (conclusão)
Composto Tipo de corrente Taxa molar (kmol/h) Taxa mássica (kg/h)
Corrente 24
CHCl3 Saída 0,5316321105 62,73258904
CH2Cl2 Saída 18,21840857 1530,34632
CH3Cl Saída 2,02020202 101,010101
2.7 Lavadora 1
A corrente de topo da unidade de separação de clorados (corrente 8) onde
estão presentes os gases incondensáveis é levada para duas lavadoras, com a
finalidade de separar o ácido clorídrico dos demais gases e, assim, recuperá-lo.
Os compostos entram na lavadora 1 pela corrente 8 e, juntamente com eles,
em contracorrente, entra também a corrente 14 (corrente de fundo da destiladora 2).
A corrente 14 contém água e um reciclo para recuperação de ácido clorídrico.
Após passarem pela primeira lavadora os componentes saem por uma
corrente de fundo (corrente 10) que contem 33% de todo ácido clorídrico produzido.
Logo:
(Eq. 11)
Na corrente 9, saem todos os outros componentes que entraram pela
unidade de separação de clorados, o restante de ácido clorídrico e parte da água.
Sabendo que 7% da corrente 9 é formada por HCl, onde este corresponde ao
restante do ácido que entra na lavadora, temos:
(Eq. 12)
42
Como mencionado acima, a quantidade de HCl que sai da corrente 9 é de
7% da corrente. Fazendo uma comparação podemos encontrar a quantidade de
água que sai nessa corrente, pois a soma de todos os compostos é 100%. Logo:
(Eq. 13)
A corrente que volta da destiladora 2, é composta apenas por HCl e água,
contendo então todo o acido que entra na destiladora 2. O HCl corresponde a 5 %
da corrente, então:
(Eq. 14)
Como toda a água da corrente 14 representa a única entrada de água na
destiladora 1, temos que a água que sai pela corrente 10 é:
(Eq. 15)
O quadro 6, a seguir, resume as relações de balanço ocorridas para a
lavadora 1.
Quadro 6 – Balanço para a Lavadora 1 (continua)
Composto Tipo de corrente Taxa molar (kmol/h) Taxa mássica (kg/h)
Corrente 5
N2 Entrada 12,90047847 12,90047847
CO2 Entrada 0,09547060553 0,09547060553
CH4 Entrada 699,4284954 699,4284954
HCl Entrada 265,8160553 265,8160553
Corrente 14
H2O Entrada 3383,838384 3383,838384
HCl Entrada 178,096757 6411,483253
Corrente 9
H2O Saída 1653,718185 39931,6473
HCl Saída 178,096757 6411,483253
N2 Saída 12,90047847 361,2133971
CO2 Saída 0,09547060553 4,200706643
CH4 Saída 699,4284954 11190,85593
43
Quadro 6 – Balanço para a Lavadora 1 (conclusão)
Composto Tipo de corrente Taxa molar (kmol/h) Taxa mássica (kg/h)
Corrente 10/11
H2O Saída 1730,120199 31142,2
HCl Saída 87,71929824 3157,89
2.8 Lavadora 2
Na lavadora 2 temos a entrada da corrente 9, vinda da lavadora 1, e uma
entrada de água pela corrente 20. Além disso, temos uma corrente de saída, que
desemboca na lavadora 1 (corrente 14), e uma de topo (corrente 13).
A corrente 13 contém todos os gases que saíram pelo topo da lavadora 1 e
vapor d’água. Já na corrente 14, temos todo o ácido que entrou na lavadora e uma
parcela de água.
As variáveis conhecidas até este ponto são as quantidades de todos os
outros compostos, com exceção dos dados de entrada de água e saída da mesma,
pela corrente 13. Para obtermos esses dados precisamos calcular a concentração
molar de água na corrente 13. Calculamos essa concentração, usando a Lei de
Dalton para mistura de gases, que diz:
Ps = ys Pt (Eq. 16)
Onde,
Ps: É a pressão da substância, no caso, pressão de vapor de água na temperatura de 32°C;
ys : Fração molar da substância
Pt : Pressão total da corrente
A Pressão de vapor da água a 32°C é calculada através da Equação de Antoine, dada por:
(Eq. 17)
Na equação de Antoine os parâmetros A, B e C são inerentes à cada
composto, sendo dependentes apenas da temperatura. Na tabela à seguir temos as
constantes de Antoine para a água:
44
TABELA 11 – CONSTANTES DE ANTOINE PARA A ÁGUA, P(BAR) E T(K)
Constantes de Antoine para a água, P (bar) e T (K)
A 11,68340
B 3816,440
C - 46,13
Tmáx 284,0
Tmin 441,0
Fonte: KORETSKY, 2007
Após efetuado os cálculos, a pressão de vapor obtida é de 0.0473 bar.
Usando esta pressão na equação da Lei de Dalton, obtemos uma fração molar de
0,01893.
Considerando que o volume na corrente é constante, podemos admitir que a
concentração molar da água na corrente é igual à fração molar da água na corrente.
Como a fração molar de água é 0,01893, temos:
(Eq. 18)
A quantidade de água que entra na destiladora 2, pela corrente 20, é dada
por toda a água que sai, menos a quantidade que volta do reciclo, logo:
(Eq. 19)
Temos então, para o balanço na lavadora 2, os seguintes valores: (QUADRO 7)
Quadro 7 – Balanço para a Lavadora 2 (continua)
Composto Tipo de corrente Taxa molar (kmol/h) Taxa mássica (kg/h)
Corrente 9
H2O Entrada 2218,42485 39931,6473
HCl Entrada 178,096757 6411,483253
N2 Entrada 12,90047847 361,2133971
CO2 Entrada 0,095470605 4,200706643
CH4 Entrada 699,4284954 11190,85593
45
Quadro 7 – Balanço para a Lavadora 2 (conclusão)
Composto Tipo de corrente Taxa molar (kmol/h) Taxa mássica (kg/h)
Corrente 15
H2O Entrada 1179,159455 21224,87018
Corrente 14
H2O Saída 2218,42485 60909,0909
HCl Saída 178,096757 6411,483253
Corrente 13
CH4 Saída 699,4284954 11190,85593
CO2 Saída 0,095470605 4,200706643
H2O Saída 13,74592086 247,4265755
N2 Saída 12,90047847 361,2133971
2.9 Purga
A corrente que sai da lavadora (corrente 13) passa por uma purga e se divide
em duas: corrente 16 e corrente 17. As frações molares das correntes são as
mesmas, a principal diferença entre elas é a utilização: a corrente 16 é descartada,
e a corrente 17 é reciclada. A purga é a única extração de N2 e CO2 do processo. Se
não forem retirados satisfatoriamente, esses compostos inertes afetam o estado
estacionário de operação. Dessa forma, o interesse é retirar a maior quantidade
possível desses gases, mas com uma ressalva, descartar a menor quantidade
possível de CH4.
Através de um método iterativo, determinou-se uma razão de reciclo que
retirasse do processo uma quantidade desses gases muito próxima à quantidade de
entrada dos mesmos. Essa razão de reciclo foi de 2,34.
A seguir temos o balanço realizado para a purga da lavadora:
46
Quadro 8- Balanço da Purga da lavadora (entre as correntes 16 e 17)
Componente Tipo de corrente Taxa molar (kmol/h) Taxa mássica (kg/h)
Corrente 13
CH4 Entrada 699,4284954 11190,85593
CO2 Entrada 0,095470605 4,200706643
H2O Entrada 13,74592086 247,4265755
N2 Entrada 12,90047847 361,2133971
Corrente 16
CH4 Saída 209,8285486 3357,256778
CO2 Saída 0,02864118166 1,260211993
H2O Saída 4,123776258 74,22797265
N2 Saída 3,87014354 108,3640191
Corrente 17
CH4 Saída 489,5999468 7833,599149
CO2 Saída 0,06682942334 2,94049465
H2O Saída 9,622144602 173,1986029
N2 Saída 9,03033493 252,8493779
2.10 Tanque 1
A corrente 17 é resfriada ao passar pelo trocador de calor 9, o que permite a
condensação de 95% molar da água quando a corrente é despejada no tanque.
Considera-se que a quantidade de CH4, CO2 e N2 dissolvida na água condensada
seja desprezível. O vapor d’água que não se condensou e os demais gases do
tanque são recolhidos pela corrente 18. A água condensada é recolhida na corrente
19.
Quadro 9- Balanço do Tanque 1 (continua)
Componente Tipo de corrente Taxa molar (kmol/h) Taxa mássica (kg/h)
Corrente 17
CH4 Entrada 489.5999468 7833.6
CO2 Entrada 0.06682942387 173.1986029
N2 Entrada 9.030334926 2.94049465
H2O Entrada 9.622144603 252.8493779
47
Quadro 9- Balanço do Tanque 1 (conclusão)
Componente Tipo de corrente Taxa molar (kmol/h) Taxa mássica (kg/h)
Corrente 18
CH4 Saída 489.5999468 7833.599149
H2O Saída 0.4811072302 2.94049465
CO2 Saída 0.06682942387 252.8493779
N2 Saída 9.622144603 8.659930143
Corrente 19
H2O Saída 9.141037373 164.5386727
2.11 Absorvedora
A corrente 18 passa por uma adsorvedora, que retira o restante do vapor
d’água. Os demais gases são integralmente coletados na corrente 20 e reciclados.
O balanço para a adsorvedora está ilustrado pelo quadro 10.
Quadro 10 – Balanço para a Adsorvedora
Componente Tipo de corrente Taxa molar (kmol/h) Taxa mássica (kg/h)
Corrente 18
CH4 Entrada 489,5999468 7833,599149
H2O Entrada 0,4811072302 8,659930143
CO2 Entrada 0,06682942387 2,94049465
N2 Entrada 9,030334926 252,8493779
Corrente 20
CH4 Saída 489,5999468 7833,599149
CO2 Saída 0,06682942387 2,94049465
N2 Saída 9,030334926 252,8493779
ATIVIDADE 3 – CÁLCULO DAS DENSIDADES E VAZÕES VOLUMÉTRICAS
3.1 TROCADOR DE CALOR 1 (TC 1)
A vazão volumétrica pode ser calculada através do produto entre os
módulos do volume molar e a vazão molar no ponto a ser considerado. A vazão
48
molar já foi calculada e descrita ao longo da Atividade 2. O cálculo da vazão
volumétrica é descrito através da equação:
(Eq. 20)
onde é a vazão volumétrica, v é o volume molar e é a vazão molar.
Devido ao fato de que, nas correntes envolvidas no trocador de calor 1,
todos os componentes são gases, pode-se utilizar a equação de Peng-Robinson:
(Eq. 21)
em que P representa a pressão, T a temperatura, R a constante universal dos gases
(8,314.10-5m³.bar.mol-1.K), v o volume molar, a e b são funções. A função a pode ser
calculada através da equação:
(Eq. 22)
onde α e a(Tc) também são funções, em que a(Tc) é calculada por:
(Eq. 23)
em que Tc é a temperatura crítica, e Pc é a pressão crítica.
A função α é calculada através da equação:
(Eq. 24)
onde Tr é a temperatura reduzida, e k é uma função, calculada por:
(Eq. 25)
nesta equação ω é o fator acêntrico da molécula.
Já a função b, que aparece na equação 21 é calculada por:
(Eq. 26)
A forma original da equação de Peng-Robinson (equação 21) se mostra
inadequada para o objetivo, pois nessa forma mantém-se isolada a incógnita que
representa a pressão. A pressão, por sua vez, é uma função de estado já
49
determinada no ponto. A função de estado que nos interessa calcular é o volume,
para tanto se faz necessário manipular a equação. Ambos os lados da equação
serão multiplicados por v/P, para se chegar a:
(Eq. 27)
Os valores do fator acêntrico (ω), temperatura crítica (Tc) e pressão crítica
(Pc) para todas as substâncias envolvidas no processo estão descritos na TABELA
12, a seguir:
TABELA 12 - CONSTANTES TERMODINÂMICAS PARA AS EQUAÇÕES DE PENG-ROBINSON E
RACKETT.
Substância Tc (K) Ω Pc (bar)
CH4 190,6 0,008 46
CH3Cl 416,3 0,153 67
CH2Cl2 510 0,199 63
CHCl3 536,4 0,218 53,7
CCl4 556,4 0,193 45,6
Cl2 417 0,073 77,01
N2 126,2 0,039 33,84
CO2 304,2 0,225 73,76
H2O 647,3 0,344 220,48
HCl 324,6 0,12 83,09
Fonte: REID et al (1987).
A equação 27 é dependente da temperatura no ponto, mas a temperatura
não está definida. A temperatura na corrente 5 pode ser determinada através de um
balanço de energia entre as correntes 3 e 4. A temperatura da corrente 4 também
não está definida, e deve ser determinada através de um balanço de energia entre
as correntes 1 e 20. O balanço de energia é calculado através da equação:
(Eq. 28)
50
em que ΔEc é a variação de energia cinética, ΔEp é a variação de energia potencial,
ΔH é a variação de entalpia, Q é quantidade de calor trocado com a vizinhança e Ws
é o trabalho de eixo.
Nos pontos a ser feito o balanço de energia não há variação do diâmetro da
tubulação, o que implica que não ocorre variação da velocidade, logo, não há
variação de energia cinética. As tubulações estão a mesma altura (ou muito próximo
disso), logo não há variação de energia potencial (ou a variação pode ser
desprezada). Não há bombas, turbinas ou expansores nos pontos a ser
considerados, logo não há trabalho de eixo. Simplificando a equação 28, chega-se
a:
(Eq. 29)
A variação de entalpia, por sua vez, é calculada por:
(Eq. 30)
onde n é o número de mols envolvido, e Cp é a capacidade calorífica molar, que
pode ser calculada através da equação:
(Eq. 31)
em que A, B, C e D são constantes empíricas, e seus valores aparecem descritos
na TABELA 13.
TABELA 13 - CONSTANTES EMPÍRICAS PARA A EQUAÇÃO DO CP.
Componente A (J/mol.K) B (J/mol.K2) C (J/mol.K
3) D (J/mol.K
4)
CH4 1,93.101 5,21.10
-2 1,20.10
-5 1,13.10
-8
CH3Cl 1,39.101 1,01.10
-1 3,89.10
-5 2,58.10
-9
CH2Cl2 1,30.101 1,62.10
-1 1,30.10
-4 4,21.10
-8
CHCl3 2,40.101 1,89.10
-1 1,84.10
-4 6,66.10
-8
CCl4 4,07.101 2,05.10
-1 2,27.10
-4 8,84.10
-8
Cl2 2,69.101 3,38.10
-2 3,87.10
-5 1,55.10
-8
51
N2 3,12.101 1,36.10
-2 2,68.10
-5 1,17.10
-8
CO2 1,98.101 7,34.10
-2 5,60.10
-5 1,72.10
-8
HCl 3,07.101 7,20.10
-3 1,25.10
-5 3,90.10
-9
Fonte: REID et al (1987).
Aplicando-se a equação 29 na junção das correntes 1 e 20, tem-se:
(Eq. 32)
Fazendo a substituição da equação 30 na equação 32, temos que:
(Eq. 33)
Com isso, e considerando que a corrente 4 é composta apenas por metano
gasoso encontramos para essa corrente uma temperatura de 290,3688K.
Para calcularmos a temperatura da corrente 3, e considerando como
componente único o cloro gasoso, foi empregado a equação de Antoine (Eq. 17).
Para este cálculo utilizou-se Pv=29bar, A=4,28814, B=-969,992 e C=-12,791 (NIST).
Encontramos, assim, a temperatura da corrente 3 igual a 356,060838K.
Tendo em vista as temperaturas das correntes 3 e 4, aplicamos a equação
36 para ambas as correntes.
Então, substituindo-se a equação 33 na equação 31, integrando e isolando
a variável de interesse (de modo a aplicar o método iterativo), tem-se:
(Eq. 34)
onde F1 e F2 são as constantes integradas calculadas nas temperaturas das
correntes, através da equação:
(Eq. 35)
Como resultado da aplicação da equação 35, obtivemos F1= 7,33.106 e F2=
2,98.106. Da aplicação da equação 34, e utilizando o método de zero de função,
encontramos a temperatura da corrente 5 igual a 304,6K. Na TABELA 14 segue o
resultado do cálculo de Peng-Robinson no trocador de calor 1.
52
TABELA 14 - PENG-ROBINSON NA ENTRADA DO TROCADOR DE CALOR 1.
Substância T(K) Tr α a
CH4 304.6 1.523445698 0.82690496 2.06E-06
Cl2 304.6 0.70263789 1.16334165 8.30E-06
N2 304.6 2.295628322 0.60254602 8.96E-07
CO2 304.6 0.951321945 1.03519869 4.10E-06
Fonte: O autor.
Então, para achar a fração molar utilizamos a regra de mistura de Van der
Waals, como segue abaixo:
(Eq. 36)
(Eq. 37)
Posteriormente, utlizando a equação 27 e usando o volume de gás ideal
como estimativa inicial, calculamos o volume molar. Com isso podemos calcular a
vazão molar pela equação 20, e as densidades molar e mássica pelas equações:
(Eq. 38)
e
(Eq. 39)
e como resultado obtivemos: = 559.5892615mol/m3, =
15792.22289kg/m3 e = 2.160813799m3/h.
3.2 TROCADOR DE CALOR 2 (TC 2)
A saída da corrente 5 do trocadora de calor 1 é a entrada do trocador de
calor 2 (as densidades e vazões são as mesmas). A temperatura foi estimada de
modo a ser intermediária entre entre a temperatura inicial da corrente e a
temperatura de saída do trocador de calor. A TABELA 15, a seguir, apresenta os
valores das funções para a aplicação de Peng-Robinson nesse ponto.
53
TABELA 15 – PENG-ROBINSON PARA TROCADOR DE CALOR 2.
Substância T(K) Tr α a
CH4 493 2,586569 0,584642589 1,46E-06
Cl2 493 1,182254 0,916966231 6,54E-06
N2 493 3,906498 0,331588861 4,93E-07
CO2 493 1,620644 0,650736442 2,58E-06
Fonte: O autor.
Posteriormente, utlizando-se a equação 27 calculamos o volume molar.
Com isso podemos calcular a vazão molar pela equação 20, e as densidades molar
e mássica pelas equações 38 e 39, e como resultado obtivemos: =
1070,67mol/m3, = 30,2156kg/m3 e = 1129,35m3/h.
3.3 REATOR
A saída do trocador de calor 2 é a entrada do reator. A TABELA 16 apresenta
os valores das funções para a aplicação de Peng-Robinson nesse ponto.
TABELA 16 – PENG-ROBINSON PARA ENTRADA DO REATOR.
Substância T(K) Tr α A
CH4 633 3,321091 0,464809174 1,16E-06
Cl2 633 1,517986 0,787240606 5,62E-06
N2 633 5,015848 0,213022188 3,17E-07
CO2 633 2,080868 0,471546375 1,87E-06
Fonte: O autor.
Com a equação 27, calculou-se o volume molar da corrente. Com esse
resultado e tendo em vista a equação 20, pode-se calcular a vazão volumétrica e as
densidades molar e mássica, foram calculadas usando as equações 38 e 39.
Como resultado obtivemos = 552,5172mol/m3, = 15,5926kg/m3
e = 2188,47m3/h.
A saída do reator é a entrada da corrente 6 no trocador de calor 1. A TABELA
17 apresenta os valores das funções para a aplicação de Peng-Robinson nesse
ponto.
54
TABELA 17 – PENG-ROBINSON PARA SAÍDA DO REATOR.
Substância T(K) Tr α A
CH4 673 3,530955 0,43537499 1,09E-06
CH3Cl 673 1,616623 0,69882136 5,71E-06
CH2Cl2 673 1,319608 0,81038272 1,06E-05
CHCl3 673 1,254661 0,83933694 1,42E-05
CCl4 673 1,209561 0,87218113 1,87E-05
N2 673 5,332805 0,18599974 2,77E-07
CO2 673 2,21236 0,42891712 1,70E-06
HCl 673 2,073321 0,57076493 2,29E-06
Fonte: O autor.
Partindo da equação 27, calculamos o volume molar. Com isso podemos
calcular a vazão molar pela equação 20, e as densidades molar e mássica pelas
equações 18 e 19, e como resultado obtivemos: = 553,2867mol/m3, =
15,4927kg/m3 e = 2185,43m3/h.
A temperatura na saída da corrente 6 do trocador de calor 1 foi estimada de
modo a ser intermediária entre a temperatura inicial da corrente e a temperatura
após o trocador de calor 3. A TABELA 18 mostra os valores das funções a seguir
apresenta os valores das funções para a aplicação de Peng-Robinson no ponto em
questão.
TABELA 18 – PENG-ROBINSON PARA SAÍDA DA CORRENTE 6.
Substância T(K) Tr α a
CH4 453 2,376705 0,624732718 1,56E-06
CH3Cl 453 1,088158 0,948531763 7,75E-06
CH2Cl2 453 0,888235 1,078691306 1,41E-05
CHCl3 453 0,844519 1,116313974 1,89E-05
CCl4 453 0,814162 1,133577885 2,43E-05
N2 453 3,58954 4,945169487 7,36E-06
CO2 453 1,489152 1,528026446 6,06E-06
HCl 453 1,395564 1,836343835 7,36E-06
Fonte: O autor.
Tendo em vista a equação 27, podemos calcular o volume molar da
corrente. Posterior, utilizando a equação 20, calculamos a vazão molar. E, com as
equações 38 e 39, calculamos as densidades molar e mássica. Obtivemos, então,
como resultados: = 106,5274mol/m3, = 2,9829kg/m3 e =
11350,78m3/h.
55
3.5 DESTILADORA 2
A corrente 21 é a corrente de entrada da destiladora 2, e é composta por
componentes líquidos. Neste caso, a equação de Peng-Robinson não poderia ser
utilizada pois é empregada para calcular a densidade de gases ou líquidos
saturados. Para se calcular o volume molar de líquidos subresfriados, é necessário
utilizar uma equação que atenda essa faixa de operação. Dentre as equações
disponíveis, destaca-se a de Rackett modificada, descrita por:
(Eq. 40)
onde vs é o volume do líquido subresfriado, e zra é uma função que é calculada
através de:
( Eq. 41)
A corrente 21 é a corrente que sai da base da destiladora 1, logo sua
temperatura é a temperatura de bolha da corrente. Portanto, o método para calcular
a temperatura parte da equação de Raoult:
( Eq. 42)
em que P'i é a pressão parcial de cada componente.
Como na destiladora os líquidos são aquecidos até a ebulição, a pressão
parcial da componente é a pressão de vapor. A equação utilizada para calcular a
pressão de vapor é dada por Antoine (Eq. 17). Substituindo Antoine na equação de
Raoult, temos:
(Eq. 43)
Através do programa Thermo Solver, programa disponível na plataforma
virtual do livro do Koretsky, foi calculada a temperatura de cada corrente. Para a
corrente 21, a temperatura encontrada foi de 84,374ºC. Então, calculamos a
temperatura reduzida e a função zra para cada componente. Como a corrente é
líquida, volume total é a soma dos volumes das componentes. A pressão
considerada foi de 5 bar. O volume molar de cada componente foi calculado por
Rackett. A vazão volumétrica de componente foi calculada pela equação 20. A
56
vazão volumétrica da corrente foi calculada pela soma das vazões volumétricas das
componentes.
Na TABELA 19, apresentamos os resultados obtidos para a corrente 21.
TABELA 19 - RESULTADOS OBTIDOS PARA A CORRENTE 21.
Substância Tr Zra V (m3/mol) n (mol/h) Qi (m3/h)
CH3Cl 0.202675955 0.277134 4.30E-05 2.020202 0.086863963
CH2Cl2 0.165439216 0.273098 5.36E-05 19.17727 1.027659456
CHCl3 0.157296793 0.271431 6.51E-05 5.316321 0.346162011
CCl4 0.151642703 0.273624 8.06E-05 0.33227 0.026783494
Fonte: O Autor.
Já as densidades foram calculadas a partir da equações:
(Eq. 44)
(Eq. 45)
e como resultados obtivemos: = 18048.15209mol/m3, =
1363.539149kg/m3 e = 1.487468925m3/h.
A corrente de saída da base da destilador é a corrente 23. Consideramos
que ocorre perda de carga na destiladora, e que essa perda de carga é equivalente
a 1 bar (no topo e na base), portanto a pressão total na base da destiladora é 4 bar.
Utilizamos o mesmo método empregado na corrente 21 para calcular temperatura
(Thermo Solver, 106,77ºC), volume molar (equação de Rackett) e vazão volumétrica
pela equação 20.
Na TABELA 20, apresentamos os resultados obtidos para a corrente 23.
TABELA 20 - RESULTADOS OBTIDOS PARA A CORRENTE 23.
Substância Tr Zra V (m3/mol) n (mol/h) Qi (m
3/h)
CH3Cl 0.209352941 0.273098 5.46E-05 0.958864 0.052362793
CH2Cl2 0.199049217 0.271431 6.63E-05 4.784689 0.317172467
CHCl3 0.191894321 0.273624 8.20E-05 0.33227 0.027244187
CCl4 0.209352941 0.273098 5.46E-05 0.958864 0.052362793
Fonte: O autor.
57
Para as densidades utilizamos as equações 44 e 45, e como resultados
obtivemos: = 15312.84627mol/m3, = 1753.223105kg/m3 e =
0.396779447m3/h.
Partindo do pressuposto de todos os componentes que saem na corrente de
topo da destiladora, corrente 24 são gases, e considerando que devido a perda de
carga a pressão na corrente é de 4 bar, calculamos a temperatura da corrente
através pelo Thermo Solver (69,28ºC). Em seguida, aplicamos a equação de Peng-
Robinson (equação 35). Na TABELA 21, estão dispostos os resultados encontrados
por Peng-Robinson para a corrente 24.
TABELA 21 - TABELA DE PENG-ROBINSON PARA A CORRENTE 24.
Substância Tr α a
CH3Cl 0.166418448 1.843556 1.51E-05
CH2Cl2 0.135843137 2.026672 2.64E-05
CHCl3 0.129157345 2.094325 3.55E-05
Fonte: O Autor.
Então, calculamos a o volume molar pela equação 27 e a vazão volumétrica
empregando a equação 20. Então, utilizando as equações 18 e 19, calculamos as
densidades molar e mássica da corrente 24.
Pelos cálculos obtivemos os seguintes resultados: =
162.33898mol/m3, = 13.24089865kg/m3 e = 127.9436565m3/h.
ATIVIDADE 4: Cálculo das Entalpias.
Nesta atividade devemos obter os valores relacionados às entalpias das
correntes envolvidas no trocador de calor 1 e 2 (TC1 e TC2), no reator e na
destiladora 2.
Observando-se a planta do processo, ilustrada pela FIGURA 10, deste
trabalho, vemos que os trocadores de calor 1 e 2 fazem parte do sistema de
aquecimento das correntes à serem encaminhadas ao reator. Desta forma temos
que estes aparatos estão interligados e por este motivo os agruparemos durante o
cálculo das entalpias.
58
Iniciaremos, então, a atividade pelo cálculo das entalpias nos trocadores de
calor e no reator e em seguida será feito o cálculo das entalpias na corrente da
destiladora 2.
Para realizarmos os cálculos levamos em conta a seguinte equação de
Balanço de Energia:
(Eq. 46)
Onde essa equação nos mostra a conservação de energia do sistema.
Considerando que o nosso processo encontra-se em regime permanente
teremos que o termo
será nulo e, portanto, poderá ser descartado da equação.
Além disso, como não há a presença de trabalho de eixo no trajeto avaliado teremos
que o termo também será nulo. Aplicando estas considerações à equação 46,
juntamente com alguns processos algébricos, temos que a mesma pode ser
apresentada como:
(Eq. 47)
Os ΔH’s dependem da natureza do composto, do estado de referência
adotado, da temperatura e da pressão nas correntes. Sendo n a vazão da corrente.
O termo , presente na equação, se refere ao grau de avanço da reação
ocorrida no reator. Para calcularmos o grau de avanço levamos em consideração,
apenas, o produto principal de cada reação envolvida no processo e o mesmo pode
ser calculado tomando-se como base a relação:
(Eq. 48)
Onde e se referem ao número de mols na entrada e na saída do
reator, respectivamente e A se refere ao coeficiente estequiométrico do produto
avaliado.
No caso, porém, de processos (ou trajetos avaliados) em que não há a
presença de reação química, teremos também que será nula e o último
termo da Eq. 47 é, então, descartado.
59
Outro fator a ser considerado, durante os cálculos das entalpias das
correntes, é o da necessidade de termos uma entalpia de referência. Neste caso a
entalpia de referência utilizada será a de 0 (zero) KJ/Kmol, considerando uma
temperatura de 25°C e pressão de 1 bar, para todos os compostos das correntes.
No calculo de todas as variações de entalpias dos componentes em todas as
correntes levamos em conta a entalpia de referência, mas como o valor dela é 0, ela
não influencia nos valores calculados.
4.1 Entalpia no reator e nos trocadores de calor 1 e 2.
Para darmos início aos cálculos das entalpias precisamos, primeiramente,
obter o valor das temperaturas das correntes envolvidas. Por este motivo
calculamos, primeiramente, as temperaturas as correntes 3, 4 e 5, conforme
apresentado a seguir.
a) Cálculo das temperaturas
(i) Corrente 3
A corrente 3 é a corrente que sai do vaporizador, após a vaporização do cloro
líquido que se encontrava em armazenamento. Devido a isto temos que esta
corrente se encontra na temperatura de ebulição do cloro, à pressão de 28 bar. Para
encontrarmos esta temperatura usaremos a equação de Antoine (Eq. 17).
Isolando a temperatura T(K), na equação Eq. 17, obtemos a relação a seguir
(Eq. 49), que será então utilizada para obtermos a temperatura da corrente 3, em
Kelvin.
(Eq. 49)
Os parâmetros de Antoine para o Cloro, são encontrados na tabela do
APENDICE I,
Aplicando-se os dados à equação 49 e realizando os algebrismos
necessários encontramos então a temperatura da corrente 3, que é de 356.060838
K.
60
(ii) Corrente 4
A corrente 4 é formada, no processo, a partir da junção da corrente 1 (vinda
do tanque de armazenamento de metano) com a corrente 20 (proveniente da
adsorvedora). Pela Primeira Lei da Termodinânica, temos que energia sempre se
conserva, portanto a corrente que possui maior quantidade de calor cederá calor
para a que possui menor, até que as correntes entrem em equilíbrio térmico. Dado
este fato, podemos considerar verídica a seguinte relação:
(Eq. 50)
Como vimos na equação 47 a quantidade de calor depende da
variação de entalpia e da vazão da corrente. Para gás a pressão constante, a
relação a seguir é valida:
(Eq. 51)
Considerando que as proporções molares de monóxido de carbono e
nitrogênio diatômico, presentes na corrente 4, são relativamente pequenas, quando
comparadas com a quantidade molar de metano, consideraremos que a corrente é
composta apenas pelo gás metano. Com isso podemos considerar a seguinte
relação como verdadeira:
(Eq. 52)
Onde T1 corresponde à temperatura na corrente 1, T20 corresponde à
temperatura na corrente 20, e T4 corresponde à temperatura na corrente 4.
O termo Cp é uma relação polinomial, que depende diretamente da
temperatura e de constantes tabeladas, (parâmetros) associadas a cada composto.
Esta relação polinomial (Eq. 31).
Levando-se em consideração as constantes presentes na tabela acima, as
temperaturas das correntes 1 e 20 (293 K e 283 K, respectivamente), e a
quantidade de mols de metano envolvidos nas correntes 1 e 20 (489,6 Kmol e
440,76 Kmol), podemos então calcular a temperatura da corrente 4.
61
Substituindo-se os valores necessários, aplicando-se a integral à equação e
utilizando a função atingir metas, do Microsoft Excel, encontramos o valor
correspondente à temperatura na corrente 4, que é de 290.3688K.
(iii)Corrente 5
A corrente 5, correspondente à corrente de junção entre as correntes 3 e 4,
se estendendo desde anteriormente ao trocador de calor 1 até a saída do trocador
2, abrangendo inclusive a corrente entre os mesmos.
Para podermos calcular a entalpia dos trocadores de calor TC1 e TC2, que
estão presentes nesta corrente precisamos, primeiramente, calcular a temperatura
da mesma. Para tanto iremos dividir a corrente 5 em três subcorrentes, sendo elas:
a corrente anterior ao trocador de calor 1 (corrente 5.a), a corrente entre os
trocadores de calor (corrente 5.b) e a corrente posterior ao trocador de calor 2 (5.c).
Sendo a temperatura da subcorrente 5.c fornecida na planta do projeto
(FIGURA 10), temos que o cálculo das temperaturas das outras subcorrentes são
realizados conforme apresentado nos tópicos (i) e (ii) a seguir:
b) Cálculo da temperatura na subcorrente 5.a
A subcorrente 5.a é a corrente de junção entre as correntes 3 e 4. Levando-
se em consideração, que as frações molares de nitrogênio diatômico e monóxido de
carbono, presentes nessas correntes, são relativamente pequenas, assumiremos
que as correntes 3 e 4 são compostas apenas de cloro diatômico e metano gasoso,
respectivamente. Usando o mesmo critério e justificativa do cálculo da temperatura
da corrente 4.
Teremos então, como verdadeira, a relação a seguir:
(Eq. 53)
Sendo os índices, presentes nas temperaturas, indicadores das correntes em
questão.
Tendo em vista os dados calculados previamente, sendo eles a quantidade
de mols envolvidos nesta subcorrente (265,82 kmol para o cloro e 930,36 kmol para
o metano) e as temperaturas nas correntes 3 e 4, bem como os valores das
62
constantes para o cálculo de Cp do Cloro e do Metano, podemos encontrar o valor
correspondente de Cp e, então, seguindo o mesmo procedimento matemático
adotado no cálculo da temperatura na corrente 4, encontrar a temperatura na
subcorrente 5.a.
c) Cálculo da temperatura na subcorrente 5.b
Não podemos encontrar, na literatura, uma forma teórica de se calcular a
temperatura de uma corrente entre dois trocadores de calor. Isso ocorre porque esta
depende, majoritariamente, do projeto do trocador e, no caso particular deste
trabalho, da transferência de energia entre a corrente 6 e a subcorrente 5.a.
Tomando-se, então, como base o fato de que a temperatura do fluído presente na
subcorrente 5.b deverá estar, obrigatoriamente, entre os valores de temperatura
correspondente às subcorrentes 5.a que foi calculada, e 5.c que é previamente
fornecida na planta do projeto sendo esta 633 K, utilizaremos um valor intermediário
entre as duas correntes para supormos o valor da temperatura na subcorrente 5.b.
Com isto temos que a temperatura nesta subcorrente corresponde à 493 K.
d) Cálculo das entalpias:
(i) Trocadores de Calor
Para calcularmos a entalpia nos trocadores de calor podemos utilizar as
seguintes relações:
(Eq. 54)
(Eq. 55)
Onde os índices subscritos indicam a corrente/aparelho à qual a entalpia se
refere.
O cálculo das entalpias em ambos os trocadores de calor precisa da entalpia
de cada uma das subdivisões da corrente 5, uma vez que na corrente 5 temos a
presença de duas variações de temperatura.
Considerando-se, também que para todas as subcorrentes (5.a, 5.b e 5.c) os
seguintes princípios são aplicáveis, justificando que as entalpias das 3 subdivisões
podem ser calculadas da mesma forma.
63
I. As correntes são compostas apenas por gases, que também estão na
forma gasosa nas condições de referencia
II. Nas condições de referência os compostos são gasosos e, portanto, a
relação gráfica à seguir é verdadeira: (FIGURA 11)
Figura 11 – Relação das entalpias e temperaturas
Além disto, a relação a seguir também é verdadeira:
(Eq. 56)
O termo se refere à entalpia residual do composto, entalpia esta que
depende diretamente da pressão reduzida e temperatura reduzida, inerente ao
composto avaliado. E é obtido pelo expressão:
(Eq. 57)
Onde
e
, podem ser encontrado nas tabelas de Lee-Kesler, o ω
corresponde ao fator acêntrico e é um valor tabelado por composto, o mesmo ocorre
com o Tc (Temperatura crítica). O valor de HR varia com a pressão e com a
temperatura da corrente e é calculado para cada componentes das correntes 5.a,
5.b e 5.c temos os seguintes valores para a entalpia residual
64 TABELA 22 – VALORES PARA A ENTALPIA RESIDUAL DOS COMPOSTOS DA CORRENTE 5.A
Composto HR (kJ/mol)
CH4 -44,0301023
Cl -284,013235
CO2 -125,700935
N2 -17,1090059
Fonte: O autor.
TABELA 23 – VALORES PARA A ENTALPIA RESIDUAL DOS COMPOSTOS DA CORRENTE 5.B
Composto HR (kJ/mol)
CH4 -4,54201432
Cl -1021,07592
CO2 -43,6728867
N2 5,4816434
Fonte: O autor.
TABELA 24 – VALORES PARA A ENTALPIA RESIDUAL DOS COMPOSTOS DA CORRENTE 5.C
Composto HR (kJ/mol)
CH4 -9,31257298
Cl -64,3540485
CO2 -10,6444287
N2 -1,49434931
Fonte: O autor.
Já o termo , também presente na equação 56 pode ser calculado a
partir da relação abaixo, onde Cp é uma função polinomial, já apresentada pela
equação 31.
(Eq. 58)
Como o ΔHaq depende da temperatura da corrente, ela deve ser calculada
para todos os componentes em cada subdivisão da corrente 5. Utilizando-se da
equação 58 obtemos os seguintes valores para
65
TABELA 25 – VALORES DE PARA OS COMPOSTOS DA CORRENTE 5.A
Componente (kJ/Kmol)
CH4 236,1350195
Cl 224,3641164
CO2 246,1929486
N2 192,8210042
Fonte: O autor.
TABELA 26 – VALORES DE PARA OS COMPOSTOS DA CORRENTE 5.B
Componente (kJ/Kmol)
CH4 8010,418179
Cl 6846,250442
CO2 7999,182284
N2 5696,358127
Fonte: O autor.
TABELA 27 – VALORES DE PARA OS COMPOSTOS DA CORRENTE 5.C
Componente (kJ/Kmol)
CH4 15067,51432
Cl 11943,40958
CO2 14495,08708
N2 9914,04341
Fonte: O autor.
Aplicando-se os valores e fazendo os cálculos necessários, temos que os
valores de entalpia para os compostos das subdivisões da corrente 5, que estão
descritas nas tabelas:
TABELA 28 – VALORES DE PARA OS COMPOSTOS DA CORRENTE 5.a
Componente Fração molar (kJ/kmol)
Cl 0,219834943 -59,649119
CH4 0,769422301 192,104917
CO2 7,91507E-05 120,492014
N2 0,010668942 175,711998
Fonte: O autor.
66
TABELA 29 – VALORES DE PARA OS COMPOSTOS DA CORRENTE 5.b
Componente Fração molar (kJ/Kmol)
Cl2 0,219834943 5825,174519
CH4 0,769422301 8005,876164
CO2 7,91507E-05 7955,509397
N2 0,010668942 5701,83977
Fonte: O autor.
TABELA 30 – VALORES DE PARA OS COMPOSTOS DA CORRENTE 5.c
Componente Fração molar (kJ/Kmol)
Cl2 0,219834943 11879,05553
CH4 0,769422301 15058,20175
CO2 7,91507E-05 14484,44265
N2 0,010668942 9912,549061
Fonte: O autor.
Após calculados os valores de entalpia de cada um dos compostos),
podemos então calcular a entalpia total da corrente, que pode ser dada pela
relação:
(Eq. 59)
Onde corresponde à fração molar do composto na corrente
avaliada. Ao fim deste procedimento obtemos, então, as entalpias das subdivisões
da corrente 5:
TABELA 31 – VALORES DO ΔH DE CADA SUBDISÃO DA CORRENTE 5
Corrente ΔHcorrente (kJ/Kmol)
5.a 136,5810448
5.b 7501,938853
5.c 14304,4506
Fonte: O autor.
67
Após calcularmos essas variações de entalpia, podemos calcular através das
relações 54 e 55, as variações de entalpia nos trocadores de calor TC1 e TC2, nos
dando os valores:
ΔHTC1 = 7365,357808 kJ/Kmol
ΔHTC2 = 6802,511752 kJ/kmol
(ii) Reator
Assim como ocorre com a corrente 5, a corrente 6 também possui uma
variação de temperatura. Por este motivo, dividiremos a corrente em outras duas
subcorrentes, sendo uma anteriormente ao trocador de calor 1 (6.a) e outra
posterior ao trocador de calor 1 (6.b).
Ambas as subcorrentes são gasosas, porém nem todos os componentes
presentes nas mesmas são gasosos em seu estado de referência. Devido à este
fato serão utilizados dois métodos para o cálculo da entalpia.
No caso dos compostos gasosos no estado de referência (como o CH4, N2,
O2 e CH3Cl), utilizaremos o mesmo procedimento adotado para as subdivisões da
corrente 5. Processo este que nos permite obter os seguintes valores para cada um
dos compostos:
TABELA 32 - VALORES ENCONTRADOS PARA OS COMPONENTES GASOSOS DA CORRENTE
6.a
Componente HR Fração molar
CH4 -11,1774126 17279,13141 0,578440694 17267,95399
HCl -28,3295895 11169,14637 0,219834943 11140,81678
N2 -0,49989215 11133,63025 0,010668942 11133,13036
CO2 -21,7203884 16440,59017 7,91507E-05 16418,86978
CH3Cl -67,3877914 20118,67371 0,167074557 20051,28592
Fonte: O autor.
68 TABELA 33 – VALORES ENCONTRADOS PARA OS COMPONENTES GASOSOS DA CORRENTE
6.b
Componente HR Fração molar
CH4 -20,7658538 6193,150142 0,578440694 6172,38429
HCl -72,0424479 4583,140052 0,219834943 4511,0976
N2 -5,65896488 4538,370787 0,010668942 4538,38146
CO2 -52,5822135 6246,968955 7,91507E-05 6194,38674
CH3Cl -148,77006 7192,794787 0,167074557 7044,02473
Fonte: O autor.
Para os demais compostos, que não se encontram na fase gás, temos a
seguinte relação como verdadeira: (FIGURA 12)
FIGURA 12 – Segunda relação entre entalpias e temperaturas.
Além disto, a relação a seguir também é verdadeira:
(Eq. 60)
Sendo os valores para a entalpia residual dos compostos obtidos pela relação
57, bem como para a entalpia de vaporização (na temperatura de ebulição) é obtida
pelo método de Riedel:
(Eq. 61)
69 TABELA 34 – VALORES PARA A ENTALPIA RESIDUAL DOS COMPOSTOS DA CORRENTE 6.a
Componente HR
(kJ/kmol) (kJ/kmol)
CH2Cl2 -136,917979 23609,7564
CHCl3 -179,910912 27173,0347
CCl4 -252,343554 31405,3776
Fonte: O autor.
TABELA 35 – VALORES PARA A ENTALPIA RESIDUAL DOS COMPOSTOS DA CORRENTE 6.b
Componente HR
(kJ/kmol) (kJ/kmol)
CH2Cl2 -331,395676 -27803,1
CHCl3 -437,890879 -29574,3
CCl4 -590,335657 -29610,3
Fonte: O autor.
O termo , (presente na equação 60 pode ser calculado a partir da
relação abaixo,
(Eq. 62)
Onde o valor de Cplíquido pode ser obtido pelo método de Sternling e Brown,
que relaciona:
(Eq. 63)
O termo , por sua vez, pode ser calculado pela relação:
(Eq. 64)
Utilizando-se da equação 62 e 64 obtemos os seguintes valores para a
corrente 6
TABELA 36 – VALORES DE E PARA OS COMPOSTOS DA CORRENTE 6.a
Componente (kJ/kmol) (kJ/kmol)
CH2Cl2 48034,7524 23609,7564
CHCl3 57595,5681 27173,0347
CCl4 57215,8253 31405,3776
Fonte: O autor.
70
TABELA 37 – VALORES DE E PARA OS COMPOSTOS DA CORRENTE 6.b
Componente (kJ/kmol) (kJ/kmol)
CH2Cl2 46878,0506 8149,17085
CHCl3 54440,9054 8763,15393
CCl4 52486,5757 9487,8839
Fonte: O autor.
Podemos, então, calcular a entalpia de cada componente, por meio da
equação 60. Com isso temos que os valores das entalpias dos componentes da
corrente podem ser dados
TABELA 38 – ENTALPIA REFERENTE AOS COMPONENTES DA CORRENTE 6.a
Componente Fração molar (kJ/kmol)
CH2Cl2 0,019235558 43704,52077
CHCl3 0,004396699 55014,43187
CCl4 0,000274794 58758,59926
Fonte: O autor.
TABELA 39 – ENTALPIA REFERENTE AOS COMPONENTES DA CORRENTE 6.b
Componente Fração molar (kJ/kmol)
CH2Cl2 0,019235558 26892,7558
CHCl3 0,004396699 33191,9085
CCl4 0,000274794 31773,8639
Fonte: O autor.
Obtendo-se os valores das entalpias de cada componente da corrente
podemos, então, calcular a entalpia total da corrente, a partir da equação 59,
considerando a fração molar dos compostos.
Ao final temos, então, que a entalpia da corrente é equivalente à:
ΔH corrente 6.a = 17006,47532 kJ/kmol
ΔH corrente 6.b = 6459,805701 kJ/kmol
Usando como base a relação 4.2, podemos obter o ΔH reator como:
Eq. 65)
71
Com o grau de avanço ξ e a entalpia de reação, sendo calculada para cada
reação. O grau de avanço é obtido pela relação 49 usando como composto base o
principal produto formado em cada reação e o sendo:
(Eq. 66)
Onde representa os produtos e representa os reagentes, com θ
sendo o coeficiente estequiométrico e o ΔHf é um valor tabela para cada composto.
Assim temos os valores:
Quadro 11 – Valores tabelados para cada reação envolvida no processo
Reação
1 202,020202 -103830,000
2 23,25890484 -205280
3 5,316321105 -303480
4 0,332270069 -395040
Com todos os valores é possível obter a variação de entalpia do reator, a
partir da relação 66:
ΔH reator = -27492300,6 kJ/kmol
4.2 Entalpia na destiladora 2.
Na destiladora 2 temos a presença de três correntes, sendo elas a corrente
21 (entrada da destiladora) e a corrente 23 (saída da destiladora, base) e a corrente
24 (saída da destiladora, topo).
Para podermos calcular os valores de entalpia para essas correntes
envolvidas neste processo de destilação, precisamos, primeiramente, calcular os
valores correspondentes às temperaturas de cada uma delas.
a) Cálculo das temperaturas envolvidas
Observando-se a organização das correntes do sistema da destiladora 2, na
planta do processo, pode-se ver que a corrente 24, ao sair da destiladora, passa por
um trocador de calor, para então ser encaminhada ao tanque de armazenamento.
Devido a isto o processo matemático envolvido no cálculo da temperatura desta
72
corrente será diferente das demais correntes, e o mesmo será abordado em um
tópico separado.
(i) Correntes 21 e 23
Para calcularmos as temperaturas das correntes consideraremos ponto de
bolha para todos os componentes das mesmas e, em seguida, aplicamos a relação
de Raoult, a fim de encontrarmos a pressão de saturação de cada componente
presente nas correntes. Esta relação é dada por:
(Eq. 67)
Onde, P será a pressão na corrente (fornecida, equivalente a 4 bar),
representa a pressão de saturação do composto n, e a fração molar do composto
em questão.
Uma vez que a pressão da corrente é conhecida, bem como as frações
molares de cada composto (calculadas durante o balanço molar), temos como única
variável a pressão de saturação de cada composto. Esta mesma pressão pode,
também, ser calculada a partir da relação de Antoine, já apresentada durante o
cálculo da entalpia para os trocadores de calor e reator, por meio da equação 17
Tomando este fato como base, podemos incorporar a relação de Antoine à equação
67 e assim obtemos a seguinte relação:
(Eq. 68)
Onde o índice subscrito n, indica que os parâmetros variam de acordo com o
composto n avaliado. Usando os parâmetros de Antoine para os compostos
envolvidos nas correntes 21 e 23.
Desta forma, aplicando-se os dados à equação 66 podemos, por meio da
função atingir meta, no Microsoft Excel, encontrar o valor de T, sendo este o valor
da temperatura na corrente avaliada.
O processo matemático descrito será aplicado à ambas as correntes,
obtendo-se, então, como resultados os valores 357,374 K e 379,77 K para as
temperaturas das correntes 21 e 23, respectivamente.
73
(ii) Corrente 24
O cálculo para a temperatura da corrente 24 é semelhante àquele utilizado
para as outras correntes envolvidas na destiladora 2, porém, devido a presença de
um trocador de calor em seu trajeto algumas particularidades devem ser levadas em
conta. Para facilitar, portanto, a execução dos cálculos, iremos dividir a corrente 24
em outras duas subcorrentes, uma abrangendo o trajeto entre a destiladora e o
trocador de calor 7 (subcorrente 24.a) e outra o trajeto após o trocador (subcorrente
24.b).
I. Subcorrente 24.a
Esta corrente é composta apenas por gases, provenientes do processo de
destilação, sendo o composto majoritário CH2Cl2 gasoso.
O processo utilizado para se calcular a temperatura na subcorrente 24.a será
semelhante àquele utilizado para o cálculo da temperatura nas correntes 21 e 23, da
destiladora (Item i), aplicando-se os parâmetros de Antoine para o diclorometano.
Realizados os cálculos, temos que a temperatura na subcorrente é de 342,28 K.
II. Subcorrente 24.b
Esta subcorrente é àquela que sucede o trocador de calor, no trajeto da
corrente 24 e é composta, majoritariamente, por diclorometano. Ainda são
encontrados, porém, certas quantidades de clorometano e triclorometano na
subcorrente, sendo que o clorometano ainda encontra-se no estado gasoso e
apenas os demais componentes foram condensados no trocador de calor.
Devido à este fato para calcularmos a temperatura da subcorrente
precisaremos, primeiramente, encontrar as temperaturas de saturação de cada
componente. O cálculo desta temperatura Tsat pode ser feito através da relação de
Antoine, considerando Psat equivalente a 4 bar (pressão da corrente) e sendo
utilizados os valores dos parâmetros respectivos à cada componente, presentes na
tabela (TABELA 39) . Após feitos os cálculos foram encontrados os seguintes
valores para as temperaturas de saturação:
74 TABELA 40 – TEMPERATURA DE SATURAÇÃO DOS COMPONENTES DA SUBCORRENTE 24.b
Componente
Tsat
, à 4 bar. (K)
CHCl3 400,1
CH2Cl2 357,79
CH3Cl 286,13
Fonte: O autor.
Para garantir que todo o diclorometano condense e que a proporção de
clorometano na corrente seja mínima é feito um reciclo da corrente, retornando
parte dela para a destiladora 2, a fim de ser redestilada.
Levando em consideração a proporção de diclorometano na corrente,
comparado com os outros componentes, é seguro dizermos que os componentes
adjacentes da corrente não causam muita influência na temperatura da mesma.
Baseado nisto podemos encontrar a temperatura da subcorrente 24.b aplicando-se
uma média aritmética entre as temperaturas de saturação do diclorometano e do
clorometano. Logo:
(Eq. 69)
A temperatura de saturação do triclorometano não é considerada na média
apresentada em 67 Isto ocorre devido o fato da proporção molar de triclorometano,
na corrente, ser baixa, fazendo com que o composto quase não exerça influência na
troca de calor na corrente e, portanto, sua temperatura não precisa ser levada em
conta.
Temos, então, que a temperatura encontrada para a subcorrente 24.b
equivale à 321,96 K.
b) Cálculo da entalpia
Considerando os estados de referência dos componentes nas três correntes
envolvidas na destiladora, temos que os compostos se encontram, majoritariamente,
no estado líquido, com exceção do CHCl3, na corrente 21, que é gasoso no estado
de referência. Por este motivo o método utilizado para o cálculo da entalpia do
clorometano é diferente, em relação aos demais compostos das correntes
envolvidas.
75
(i) Entalpia do clorometano:
Por se tratar de um gás, em seu estado de referência, a entalpia associada
ao CHCl3 pode ser calculada à partir das relações à seguir:
(Eq. 70)
Onde HR pode ser calculado à partir da relação:
Onde Tc corresponde à temperatura crítica (tabelada) e corresponde ao
fator acêntrico do composto.
Realizando os cálculos necessários temos que, para o clorometano, os
valores da entalpia reduzia (HR), da entalpia de aquecimento e da entalpia final do
composto são-486,4292 kJ/Kmol, 10157,110 kJ/Kmol e 9670,681 kJ/Kmol,
respectivamente.
(ii) Entalpia dos compostos líquidos, nas correntes 21 e 23:
Para os demais componentes das correntes, que tem forma líquida no estado
de referência, podemos utilizar a seguinte relação:
(Eq. 71)
Utilizando-se do estado de referência (298 K e 1 bar) de cada composto
temos que Tref diz respeito à temperatura de referência;
Calculando-se o valor de Cp, a partir da equação 63, aplicando-o à 70 e
resolvendo a integral obtemos os seguintes valores de entalpia para os compostos
das correntes da destiladora:
TABELA 41 – VALORES OBTIDOS PARA OS COMPOSTOS DA CORRENTE 21
Composto Cp líquido (Eq Cp2) Fração molar (Eq X7)
CH2Cl2 32249,1368 0,7143 35430,4776
CCl4 36266,1985 0,0124 41406,2172
CHCl3 37783,5754 0,198 41849,7301
Fonte: O autor.
76
TABELA 42 – VALORES OBTIDOS PARA OS COMPOSTOS DA CORRENTE 21
Composto Cp líquido (Eq Cp2) Fração molar (Eq X7)
CH2Cl2 29165,2615 0,1578 33626,605
CCl4 32866,3956 0,0547 40018,4945
CHCl3 34206,7338 0,7875 39885,2782
Fonte: O autor.
Tendo em vista que a entalpia da corrente pode ser dada pela somatória do
produto entre as frações molares de cada composto da corrente e suas respectivas
entalpias (como apresentado pela equação 56), temos que o valor da entalpia das
correntes envolvidas na destiladora são: 34294,3925 kJ/Kmol 38904,9465
kJ/Kmol
(iii) Entalpia da subcorrente 24.a
A entalpia da corrente 24.a pode ser dada pela equação 59, sendo a entalpia
de cada componente da corrente dada pela equação . Além disto
será dada pela equação , sendo o valor de Cp de seus componentes
calculados pela relação 63; e HR dada pela relação 66.
(iv) Entalpia da subcorrente 24.b
A entalpia da subcorrente 24.b pode ser dada, também, pela equação 59,
sendo a entalpia de cada um dos componentes líquidos dada pela relação:
(Eq. 72)
Para o caso do clorometano (componente gasoso, na corrente) a relação
utilizada para o cálculo da entalpia do componente será dada pela relação 71,
mudando-se os limites de integração de Tcomposto para T24.b e de Tref para T24.a.
As entalpias encontradas para os componentes da corrente foram
TABELA 43 - VALORES OBTIDOS PARA OS COMPOSTOS LÍQUIDOS DA CORRENTE 24.b
Componente ΔHgás kJ/kmol ΔHvaporização kJ/kmol ΔHcondensado kJ/kmol
CHCl3 -554,27132 -29574,26 58109,76911
CH2Cl2 -1569,3153 -27803,07 44418,13394
Fonte: O autor.
77
A entalpia do clorometano pode ser calculada pela relação 71 onde o Hr é -
438,55 kJ/Kmol e o ΔHgas = 2559,7891 kJ/Kmol. Os dados entalpias dos
componentes são
TABELA 44 - VALORES OBTIDOS PARA A ENTALPIA DOS COMPONENTES DA CORRENTE
24.b
Componente Fração molar ΔHcomponente (kJ/Kmol)
CHCl3 0,026 87129,76
CH2Cl2 0,877 70651,89
CH3Cl 0,097 2121,239
Fonte: O autor.
Aplicando-se os valores das entalpias dos componentes e as frações molares
dos mesmos, na corrente, temos que entalpia total da subcorrente 24.b é de
64408,0718 kJ/kmol.
(v) Entalpia total da destiladora 2
A entalpia total da destiladora 2 pode ser dada a partir da soma das entalpias
das correntes 24.a e 23 e diminuindo-se a entalpia da corrente 21, conforme a
relação a seguir:
(Eq. 73)
Com isso, a entalpia encontrada para a destiladora 2 foi de
20183,2909kJ/kmol
(vi) Entalpia para os trocadores de calor 7 e 8
Sendo a forma geral da variação de entalpia dada por:
= Saída – Entrada (Eq. 74)
Temos que, para o trocador de calor 7 a variação de entalpia será dada por:
(Eq. 75)
Levando em consideração que, segundo a primeira lei da termodinâmica, a
energia do sistema é conservada, temos, de forma análoga à Eq. 73, que variação
de entalpia no trocador de calor 8 pode ser dada por:
78
(Eq. 76)
Como resultante dessas equações, temos que a variação de entalpia no
trocador de calor 7 é de 48835,3348 kJ/kmolm e no trocador de calor 8 é de -
28652,044 kJ/Kmol.
ATIVIDADE 5: Cálculo das cargas térmicas e vazões das utilidades
5.1 Trocador de calor 1
5.1.1 Carga térmica corrente 5
A carga térmica é quantidade de calor que uma corrente troca com algum
equipamento. No caso de um trocador de calor, a equação do balanço de energia
pode ser simplificada para a forma da equação:
(Eq. 77)
Assim sendo, a equação 77 pode ser trabalhada na forma:
(Eq. 78)
Onde Hf’ é a entalpia final, e Hi’ é a entalpia inicial. Essa forma pode ser
usada em qualquer equipamento no qual não ocorram reações químicas, como é o
caso dos trocadores de calor. As entalpias calculadas ao longo da atividade 4 são
entalpias molares, logo, para transformá-las em entalpias totais é necessário
multiplicá-las pela vazão molar:
(Eq. 79)
Substituindo a equação 78 na equação 77 tem-se:
(Eq. 80)
As vazões molares foram calculadas ao longo da atividade 2. As entalpias
molares foram calculadas ao longo da atividade 4. Como as composições das
correntes não se alteram nos trocadores de calor, pode-se simplificar a equação 80
para:
(Eq. 81)
79
Pela equação 81, calculou-se a carga térmica da corrente 5:
A corrente 5 recebe 8,906.106 kJ/h ao passar pelo trocador de calor 1.
5.1.2 Carga térmica corrente 6
Calcula-se a carga térmica na corrente 6 pela equação 81:
)
A corrente 6 cede 1,275.107 kJ/mol ao passar pelo trocador de calor 1.
5.2 Trocador de calor 2
5.2.1 Carga térmica
Calcula-se a carga térmica no trocador de calor 2 pela equação 81:
A corrente 5 recebe 8,225.106 kJ/h ao passar pelo trocador de calor 2.
5.2.2 Fluido de aquecimento
Há uma diferença entre o fluido térmico do trocador de calor 2 para os
demais. Enquanto os demais trocadores de calor utilizam água (vapor no caso de
aquecimento da corrente, e água subresfriada no caso de resfriamento da corrente),
o trocador de calor 2 usa outro agente térmico. A água é utilizada devido a dois
fatores: alto valor de calor específico e latente, e baixo custo. No trocador de calor 1,
é utilizada a corrente 6 como fluido térmico, pois há o interesse em abaixar a
temperatura desta corrente.
Como a temperatura da corrente de entrada no reator é muito alta, seria
necessário que o vapor d’água estivesse a uma pressão muito alta, o que torna
inviável esse caminho. Nesse trocador, o fluido térmico utilizado é um fluido
industrial específico.
5.3 Reator
80
5.3.1 Carga térmica
A equação 80 não é aplicável no reator, pois há alteração na composição das
correntes. Como há reações no equipamento, o cálculo da carga térmica deriva do
balanço de energia. Essa equação já foi deduzida na atividade 4, e é dada por:
(Eq. 82)
O primeiro somatório é a entalpia na saída do reator (de valor 2,056.107 kJ/h),
o segundo é a entalpia na entrada do reator (de valor 1,73.107). O terceiro somatório
está calculado a seguir:
QUADRO 12 – Cálculo do calor de reação
Substância Formada ΔHrea (kJ/kmol) n (kmol/h) (kmol/h) ΔH (kJ/h)
CH3Cl -103830 202,020202 202,020202 -20975757,6
CH2Cl2 -205280 23,2589048 23,25890484 -4774587,99
CHCl3 -303480 5,31632111 5,316321105 -1613397,13
CCl4 -395040 0,33227007 0,332270069 -131259,968
kJ/h
5.3.2 Determinação da vazão d’água de resfriamento
Toda a carga térmica do reator é retirada pela camisa de resfriamento. A
equação que descreve essa retirada do calor é:
(Eq. 83)
A diferença de entalpia sofrida pelo fluido de resfriamento é descrita pela
equação:
(Eq. 84)
Nessa equação, CpL é a capacidade calorífica de líquido, que é calculada
pelo método de Sternling e Brown:
(Eq. 85)
81
Onde CpG é a capacidade calorífica de gás ideal. Como a diferença de
temperaturas entre a entrada e a saída do fluido de resfriamento (15°C), pode-se
considerar Tr na temperatura média. Dessa forma, obtem-se a relação entre CpL e
CpG:
(Eq. 86)
TABELA 45 – CONSTANTES DA ÁGUA PARA A RELAÇÃO DE STERNLING E BROWN.
A (J/mol.K) B (J/mol.K2) C (J/mol.K
3) D (J/mol.K
4) Tb (K) Tr Tmedia (K)
3,19E+01 1,44E-03 2,43E-05 -1,18E-08 373,2 0,433338 280,5
Fonte:(Reid, et al)
Substituindo-se a equação 86 na equação 84 e integrando, tem-se:
(Eq. 87)
Para uma temperatura inicial de 25°C (298 K) e uma temperatura final de
40°C (313K), calcula-se a diferença de entalpia para um mol:
Assim sendo, a vazão molar pode ser calculada por:
(Eq. 89)
A vazão molar de água no reator é de 3,7299.104 kmol/h. Para se transformar
vazão molar para vazão mássica, se usa a seguinte equação:
(Eq. 90)
A vazão mássica de água de resfriamento é de 6,7138.105 kg/h.
5.4 Destiladora 2 e reciclo
5.4.1 Carga térmica destiladora 2
Como a destiladora está em regime estacionário, considera-se que a vazão
molar é constante, mesmo havendo uma corrente de entrada e duas de saída.
Calcula-se a carga térmica através da equação 80:
82
5.4.2 Carga térmica trocador de calor 7
Calcula-se a carga térmica no trocador de calor 7 através da equação 80:
5.4.3 Vazão d’água de resfriamento trocador de calor 7
Calcula-se a vazão molar d’água no trocador de calor pela equação 88:
Calcula-se a vazão mássica pela equação 89:
5.4.4 Carga térmica trocador de calor 8
A grande diferença entre o trocador de calor 8 e o trocador de calor 7 é que a
corrente que passa pelo 8 não está definida. Enquanto a corrente 24 passa
integralmente pelo trocador 7, apenas uma parte da corrente 23 passa pelo trocador
8. Para se determinar a vazão molar que passa pelo trocador 8, é necessário usar a
relação da razão de reciclo:
(Eq. 91)
Onde RR é a razão de reciclo, nr é a vazão molar reciclada e nnr é a vazão
molar não reciclada. A razão de reciclo nesse trocador é de 1,8, portanto:
(Eq. 92)
As vazões nr e nrr são frações da vazão da corrente 23:
(Eq. 93)
Substituindo a equação 91 na equação 93:
(Eq. 94)
83
Pela equação 94 descobre-se que nrr é igual a 2,17 kmol/h. Pela equação 92,
descobre-se que nr é igual a 3,906 kmol/h. Pela equação 80, descobre-se que:
5.5.5 Vazão de vapor no trocador de calor 8
Toda a energia recebida pela fração reciclada da corrente 23 é proveniente
da condensação do vapor de aquecimento, e é descrita pela equação 5.5. A
diferença de entalpia sofrida pelo vapor tabelada (tabela de vapor da água,
Koretsky). Considerando que a pressão de vapor seja de 2,321.105 Pa, e a
temperatura seja de 125°C, a entalpia de vaporização é de 2188,5 kJ/kg. A vazão
mássica de vapor pode ser calculada por:
(Eq. 95)
A vazão mássica de vapor no trocador 8 é de 51,131 kg/h.
84
CONCLUSÃO
Em nossa graduação até o presente momento, nos foram introduzidos
inúmeras tópicos ligados à Engenharia Química e os princípios básicos que a rege.
Processos, como o abordado neste trabalho, são de grande importância para
a indústria, seus produtos e subprodutos de reação, além de ser comercialmente
apreciados, são o ponto de partida para o desenvolvimento de pesquisas e novas
tecnologias.
Durante a realização do trabalho, tivemos diversos problemas para os quais
tivemos de buscar soluções sozinhos. Sentimos as dificuldades que nos
acompanharão em nossa vida profissional: desde a complexidade dos cálculos até
as decisões a serem tomadas. Ao nos formarmos e ingressarmos na vida
profissional, somos nós quem teremos que tomar as decisões, com base em nossas
próprias observações e este tipo de trabalho nos possibilita praticar essas
habilidades.
85
REFERÊNCIAS
STULL, Daniel R., Vapor Pressure of Pure Substances. Organic and Inorganic
Compounds, Ind. Eng. Chem., 1947, 39 ed., v.4, pg 517-540.
AGA. Ficha de informações de segurança de produto químico. Disponível em:
<http://hiq.linde-gas.com.br/international/web/lg/br/like35lgspgbr.nsf/repositorybyali
as/pdf_msds_m/$file/Methane.pdf>. Acesso em 09 de abril de 2015.
AIR LIQUIDE. Ficha de dados de segurança - Cloro. Disponível em: <
http://www.airliquide.pt/file/otherelement/pj/cloro%20(022-1)246791.pdf>. Acesso em
09 de abril de 2015.
AIR LIQUIDE. Ficha de dados de segurança - Clorometano (R40). Disponível em:
<http://www.airliquide.pt/file/otherelement/pj/clorometano%20(029-1)246795.pdf>.
Acesso em 21 de março de 2015.
ALUNOS ONLINE. Ácido clorídrico. Disponível em: <http://www.alunosonline.com.
br/quimica/acido-cloridrico.html>. Acesso em 08 de abril de 2015.
BRASIL ESCOLA. Ácido clorídrico. Disponível em: <http://www.brasilescola.com
/quimica/Acido-cloridrico.htm>. Acesso em 08 de abril de 2015.
BRASIL ESCOLA. Cloro. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/quimica/
cloro.htm>. Acesso em 12 de abril de 2015.
CASQUÍMICA. Ficha de informação de segurança de produtos químicos.
Disponível em: < http://www.casquimica.com.br/fispq/cloretoMetileno1.pdf>. Acesso
em 07 de abril de 2015.
CETESB. Diclorometano. Disponível em: <http://www.cetesb.sp.gov.br/userfiles
/file/laboratorios/fit/diclorometano.pdf>. Acesso em 07 de abril de 2015.
86
CETESB. Tetracloreto de carbono. Disponível em: <http://www.cetesb.sp.gov.br/
userfiles/file/laboratorios/fit/Tetracloreto-de-carbono.pdf>. Acesso em 03 de abril de
2015.
DIPAQUÍMICA. Distribuidora Industrial Paranaense LTDA. Disponível em:
<https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=7&sqi=2&v
ed=0CEEQFjAG&url=http%3A%2F%2Fwww.dipaquimica.com.br%2Fsite%2Fdownlo
ad_file.php%3Farquivo%3D20120604104136000000-cloretodemetileno.pdf&ei=
LAU_VanhLPG_sQTgyIDACg&usg=AFQjCNEyPMV6ocvKaXhZpwQBYBnbDKNdzA
&bvm=bv.91665533,d.cWc&cad=rja>. Acesso em 07 de abril de 2015.
INFO ESCOLA. Metano. Disponível em: <http://www.infoescola.com/compostos-
quimicos/metano/>. Acesso em 09 de abril de 2015.
LABSYNTH. Ficha de informações de segurança de produtos químicos.
Disponível em: <http://downloads.labsynth.com.br/FISPQ/rv2012/FISPQ-
%20Cloroformio.pdf>. Acesso em 04 de abril de 2015.
MEDEIROS, J. F. Síntese de catalisadores para processos de oxidação de gás
natural visando à produção de nonocloreto de vinila (MCV). Disponível
em:<http://www.nupeg.ufrn.br/documentos_finais/monografias_de_graduacao/josenil
ton.pdf>. Acesso em 17 de março de 2015.
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Gás natural. Disponível em: <
http://www.mma.gov.br/clima/energia/fontes-convencionais-de-energia/gas-natural>.
Acesso em 09 de abril de 2015.
QUIMICLOR. Ficha de informações de segurança de produto químico.
Disponível em: <http://www.quimiclor.com.br/produtos/pdf/fispq1_1.pdf>. Acesso em
08 de abril de 2015.
87
QUIMIDROL. Ficha técnica - cloreto de metileno. Disponível em:
<http://www.quimidrol.com.br/site/admin/user/anexos/quimico_806d4ff41471a46b9af
19e9f83dace52.pdf>. Acesso em 06 de abril de 2015.
QUIMITÉCNICA.COM. Ficha de segurança ácido clorídrico. Disponível em:
<http://mariorebola.com/home/wp-content/uploads/2011/09/FDS-PQI-042-ed-02-
ACIDO-CLORIDRICO.pdf>. Acesso em 08 de abril de 2015.
SASIL. Ficha de informação de segurança de produto químico. Disponível em:
<http://www.sasil.com.br/br/hp/upload/FISPQ-CloroLiquidoSASIL.pdf>. Acesso em
10 de abril de 2015.
SIGMA-ALDRICH. Ficha de dados de segurança. Disponível em: <
http://sites.ffclrp.usp.br/cipa/fispq/Tetraclorometano.pdf>. Acesso em 04 de abril de
2015.
SOVEREING. Ficha de informação de segurança de produto químico.
Disponível em: < http://www.sovnet.com.br/Certificados/BAKER-9175-03-4L.pdf>.
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UNIFESP. Ficha de emergência - clorofórmio. Disponível em: <
https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=10&ved=0C
EYQFjAJ&url=http%3A%2F%2Fwww2.unifesp.br%2Freitoria%2Fresiduos%2Ffichas
-de-emergencia%2Farquivos%2Fc%2Fcloroformio_onu1888.doc&ei=2_8-VbHXH-
TLsASDg4HIAw&usg=AFQjCNHjzfQ1vxehHpL1q8xkU-mU2UpxAA&bvm=bv.916
65533,d.cWc&cad=rja>. Acesso em 03 de abril de 2015.
UNIFESP. Ficha de emergência - tetracloreto de carbono. Disponível em: <
https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=8&sqi=
2&ved=0CD4QFjAH&url=http%3A%2F%2Fwww2.unifesp.br%2Freitoria%2Fresiduos
%2Ffichas-de-emergencia%2Farquivos%2Ft%2Ftetracloreto_de_carbono_onu18
46.doc&ei=EgY_VdvWPOX-sASy6YCQAw&usg=AFQjCNG3tgKOGma_QqZVrmK
88
q7N5Qx4zLNg&bvm=bv.91665533,d.cWc&cad=rja>. Acesso em 03 de abril de
2015.
89
APÊNDICE I – Tabelas importantes
CpGI = A + BT + CT2 + DT3 CpGI (kJ/Kmol.K) T(K)
Componente A B C D
Cl2 2,69E+01 3,38E-02 -3,87E-05 1,55E-08
CH4 1,93E+01 5,21E-02 1,20E-05 -1,13E-08
HCl 3,07E+01 -7,20E-03 1,25E-05 -3,90E-09
CH3Cl 1,39E+01 1,01E-01 -3,89E-05 2,58E-09
CH2Cl2 1,30E+01 1,62E-01 -1,30E-04 4,21E-08
CHCl3 2,40E+01 1,89E-01 -1,84E-04 6,66E-08
CCl4 4,07E+01 2,05E-01 -2,27E-04 8,84E-08
CsatO2 1,98E+01 7,34E-02 -5,60E-05 1,72E-08
N2 3,12E+01 -1,36E-02 2,68E-05 -1,17E-08
Fonte: REID R.C, PRAUSNITZ, 1987.
Constantes da equação de Antoine
Psat(bar) Tsat (k)
Componente A B C Tmín Tmáx
Cl2 9,3408 1978,32 -27,01 172 264
CH4 8 597 -7 93 120
HCl 9,8838 1712,25 -14,45 137 200
CH3Cl 9,485 2077,97 -29,555 180 266
CH2Cl2 9,6827 2622,44 -41,7 229 332
CHCl3 9 2696 -46 260 370
CCl4 9 2808 -45 253 375
CO2 15,9696 3103,39 -0,16 154 204
N2 8,334 588,72 -6,6 54 90
Fonte: KORETSKY, 2013.
Propriedades físico-químicas
Componente Pc (bar) Tc (K) ω Tb (k) ΔH0f
(kJ/Kmol)
Cl2 77,010 417 0,073 417 0
CH4 46 190 0,008 190,7 -74900
HCl 83,090 324,6 0,120 324,6 -92360
CH3Cl 66,770 416,3 0,156 175,4 86037
CH2Cl2 60,790 510 0,193 313 95460
CHCl3 54,720 536,4 0,214 334,3 101300
CCl4 45,6 304,2 0,194 349,9 -100500
CO2 73,76 126,2 0,225 304,2 -
N2 33,94 647,3 0,039 126,2 0
Fonte: KORETSKY, 2013. / FELDER, 2000
90
ANEXO I – Balanços Molar e Mássico, referente ao processo.
Quadro 1 – Balanço para o Vaporizador
Composto Tipo de corrente Taxa molar (kmol/h) Taxa mássica (kg/h)
Cl2 (gasoso) Entrada 265,8160553 18872,93992
Cl2 (líquido) Saída 265,8160553 18872,93992
CO2 Entrada /Saída 12,90047847 4,200706643
Quadro 2 – Balanço para o Reator
Composto Tipo de corrente Taxa molar (kmol/h)
Taxa mássica (kg/h)
Corrente 5
N2 Entrada 12,90047847 361,2133971
CO2 Entrada 0,09547060553 4,200706643
CH4 Entrada 930,3561934 14885,69909
Cl2 Entrada 265,8160553 18872,93992
Corrente 6
N2 Saída 12,90047847 361,2133971
CO2 Saída 0,09547060553 4,200706643
CCl4 Saída 0,3322700691 50,5050505
CHCl3 Saída 5,316321105 627,3258904
CH2Cl2 Saída 23,25890484 1953,748006
CH3Cl Saída 202,020202 10101,0101
CH4 Saída 699,4284954 11190,85593
HCl Saída 265,8160553 9569,377989
Quadro 3 – Balanço para a Unidade de Separação de Clorados
Composto Tipo de corrente Taxa molar (kmol/h)
Taxa mássica (kg/h)
Corrente 8
HCL Saída 265,8160553 265,8160553 CH4 Saída 699,4284954 699,4284954 N2 Saída 12,90047847 361,2133971
CO2 Saída 0,09547060553 4,200706643 Corrente 7
CCl4 Saída 0,3322700691 50,5050505 CHCl3 Saída 5,316321105 627,3258904 CH2Cl2 Saída 23,25890484 1953,748006 CH3Cl Saída 202,020202 202,020202
91
Quadro 4 – Balanço para a Destiladora 1
Composto Tipo de corrente Taxa molar (kmol/h)
Taxa mássica (kg/h)
Corrente 21
CH2Cl2 Saída 19,17727218 1610,890863
CCl4 Saída 0,3322700691 50,5050505
CHCl3 Saída 5,316321105 627,3258904
CH3Cl Saída 2,02020202 101,010101
Corrente 22
CH3Cl Saída 200 10000
CH2Cl2 Saída 4,081632653 342,8571429
Quadro 5 – Balanço para a Destiladora 2
Composto Tipo de corrente Taxa molar (kmol/h)
Taxa mássica (kg/h)
Corrente 23
CHCl3 Saída 4,784688995 564,5933014
CCl4 Saída 0,3322700691 50,5050505
CH2Cl2 Saída 0,9588636091 80,54454317
Composto Tipo de corrente Taxa molar (kmol/h) Taxa mássica (kg/h)
Corrente 24
CHCl3 Saída 0,5316321105 62,73258904 CH2Cl2 Saída 18,21840857 1530,34632 CH3Cl Saída 2,02020202 101,010101
Quadro 6 – Balanço para a Lavadora 1
Composto Tipo de corrente Taxa molar (kmol/h)
Taxa mássica (kg/h)
Corrente 5
N2 Entrada 12,90047847 12,90047847
CO2 Entrada 0,09547060553 0,09547060553
CH4 Entrada 699,4284954 699,4284954
HCl Entrada 265,8160553 265,8160553
Corrente 14
H2O Entrada 3383,838384 3383,838384
HCl Entrada 178,096757 6411,483253
Corrente 9
H2O Saída 1653,718185 39931,6473
HCl Saída 178,096757 6411,483253
N2 Saída 12,90047847 361,2133971
CO2 Saída 0,09547060553 4,200706643
92
CH4 Saída 699,4284954 11190,85593
Corrente 10/11
H2O Saída 1730,120199 31142,2
HCl Saída 87,71929824 3157,89
Quadro 7 – Balanço para a Lavadora 2
Composto Tipo de corrente Taxa molar (kmol/h)
Taxa mássica (kg/h)
Corrente 9
H2O Entrada 2218,42485 39931,6473
HCl Entrada 178,096757 6411,483253
N2 Entrada 12,90047847 361,2133971
CO2 Entrada 0,095470605 4,200706643
CH4 Entrada 699,4284954 11190,85593
Corrente 15
H2O Entrada 1179,159455 21224,87018
Corrente 14
H2O Saída 2218,42485 60909,0909
HCl Saída 178,096757 6411,483253
Corrente 13
CH4 Saída 699,4284954 11190,85593
CO2 Saída 0,095470605 4,200706643
H2O Saída 13,74592086 247,4265755
N2 Saída 12,90047847 361,2133971
Quadro 8- Balanço da Purga da lavadora (entre as correntes 16 e 17)
Componente Tipo de corrente Taxa molar (kmol/h) Taxa mássica (kg/h)
Corrente 13
CH4 Entrada 699,4284954 11190,85593
CO2 Entrada 0,095470605 4,200706643
H2O Entrada 13,74592086 247,4265755
N2 Entrada 12,90047847 361,2133971
Corrente 16
CH4 Saída 209,8285486 3357,256778
CO2 Saída 0,02864118166 1,260211993
H2O Saída 4,123776258 74,22797265
N2 Saída 3,87014354 108,3640191
93
Corrente 17
CH4 Saída 489,5999468 7833,599149
CO2 Saída 0,06682942334 2,94049465
H2O Saída 9,622144602 173,1986029
N2 Saída 9,03033493 252,8493779
Quadro 9- Balanço do Tanque 1
Componente Tipo de corrente Taxa molar (kmol/h) Taxa mássica (kg/h)
Corrente 17
CH4 Entrada 489.5999468 7833.6
CO2 Entrada 0.06682942387 173.1986029
N2 Entrada 9.030334926 2.94049465
H2O Entrada 9.622144603 252.8493779
Corrente 18
CH4 Saída 489.5999468 7833.599149
H2O Saída 0.4811072302 2.94049465
CO2 Saída 0.06682942387 252.8493779
N2 Saída 9.622144603 8.659930143
Corrente 19
H2O Saída 9.141037373 164.5386727
Quadro 10 – Balanço para a Adsorvedora
Componente Tipo de corrente Taxa molar (kmol/h) Taxa mássica (kg/h)
Corrente 18
CH4 Entrada 489,5999468 7833,599149
H2O Entrada 0,4811072302 8,659930143
CO2 Entrada 0,06682942387 2,94049465
N2 Entrada 9,030334926 252,8493779
Corrente 20
CH4 Saída 489,5999468 7833,599149
CO2 Saída 0,06682942387 2,94049465
N2 Saída 9,030334926 252,8493779
94