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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO PRÓ-REITORIA ACADÊMICA
COORDENAÇÃO GERAL DE PÓS-GRADUAÇÃO MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO DE PROCESSOS AMBIENTAIS
Tainã Crisia de Souza Fonseca
PRODUÇÃO DE AMILASE POR AMOSTRA DE
Aspergillus tamarii UCP 1261 ATRAVÉS DE
FERMENTAÇÃO SUBMERSA UTILIZANDO
RESÍDUOS AGROINDUSTRIAIS
Recife
2017
Tainã Crisia de Souza Fonseca
PRODUÇÃO DE AMILASE POR AMOSTRA DE Aspergillus
tamarii UCP 1261 ATRAVÉS DE FERMENTAÇÃO
SUBMERSA UTILIZANDO RESÍDUOS AGROINDUSTRIAIS
Orientador: Prof.Dr.Carlos Alberto Alves da Silva
Co-orientadora: Profa Dra.Galba Maria de Campos Takaki
Recife
2017
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação
em Desenvolvimento em Processos Ambientais
Universidade Católica de Pernambuco como pré-requisito
para obtenção do título de Mestre em Desenvolvimento
de Processos Ambientais.
Área de Concentração: Desenvolvimento em Processos
Ambientais
Linha de Pesquisa: Biotecnologia e Meio Ambiente
FONSECA, T.C.de S.
PRODUÇÃO DE AMILASE POR AMOSTRA DE Aspergillus tamarii UCP 1261
ATRAVÉS DE FERMENTAÇÃO SUBMERSA UTILIZANDO RESÍDUOS
AGROINDUSTRIAIS
2017, p.65.
Dissertação (Mestrado) - Universidade Católica de Pernambuco. Pró-reitoria Acadêmica. Curso de Mestrado em Desenvolvimento de Processos Ambientais, 2017, 65p.
1. Fungo filamentoso 2. formulação meios alternativos; 3.planejamento fatorial
4.Atividade Amilolítica.
Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento de Processos Ambientais.
PRODUÇÃO DE AMILASE POR AMOSTRA DE Aspergillus tamarii
UCP 1261 ATRAVÉS DE FERMENTAÇÃO SUBMERSA UTILIZANDO
RESÍDUOS AGROINDUSTRIAIS
Tainã Crisia de Souza Fonseca
Examinadores:
____________________________________
Prof.Dr.Carlos Alberto Alves da Silva (Orientador) Universidade Católica de Pernambuco – UNICAP
____________________________________ Profa.Dra Kaoru Okada (Membro Interno)
Universidade Católica de Pernambuco – UNICAP
_______________________________________ Profa.Dra.Luciana de Oliveira Franco (Membro Externo)
Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE
i
AGRADECIMENTOS
A DEUS primeiramente, por mais essa conquista diante de tantas dificuldades ele sempre me
deu forças para continuar a jornada.
Ao meu filho, Jorge Henrique, que mesmo com suas limitações físicas, sempre esteve ao meu
lado da sua maneira e pacientemente entendeu as minhas horas de ausência. Ele é o meu
incentivador maior, sua batalha e força de viver, não me deixou desistir em momento algum.
A minha mãe, Sonia Maria, sempre se fez presente e nunca me desamparou.
A minha família e namorado (meu amor), Junior Menezes, que sempre estiveram prontos a me
ajudar e trazer palavras de incentivo.
Aos meus amigos que entenderam os momentos que estive ausente, até mesmo quando
precisaram de mim.
Ao meu orientador, Professor Dr. Carlos Alberto Alves da Silva, que sem seu incentivo e
companheirismo não teria conseguido terminar minha pesquisa. Serei eternamente grata pela
oportunidade que tive em passar esses anos, sendo sua orientanda, foram anos de
aprendizado inigualável e que jamais esquecerei.
A minha co-orientadora, Galba Takaki, que tenho um carinho especial, tendo-a como minha
segunda mãe.
A Rosileide Fontenele e Marcos Luna, que me auxiliaram em vários momentos com seu vasto
conhecimento e muita paciência.
Aos meus queridos amigos (Miller, Paloma e Felipe), nunca esquecerei dos nossos momentos
no laboratório
Ao técnico em laboratório, Sr Severino Humberto de Almeida, que sem ele, nada funcionaria.
A todas as pessoas que contribuíram com todas as técnicas laboratoriais.
A CAPES pelo apoio financeiro, contribuindo para o desenvolvimento do conhecimento.
ii
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS .............................................................................................................. i
LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................. iv
LISTA DE TABELAS .............................................................................................................. v
RESUMO ............................................................................................................................. vii
ABSTRACT..............................................................................................................................vii
CAPÍTULO I .......................................................................................................................... 8
1.Introdução..............................................................................................................................9
2.OBJETIVOS..........................................................................................................................11
2.1 Objetivo Geral....................................................................................................................11
2.2 Objetivos Específos...........................................................................................................11
3.REVISÃO DA LITERATURA.................................................................................................12
3.1 Enzimas..............................................................................................................................12
3.1.1 Aplicações das enzimas..................................................................................................14
3.2 Enzimas de origem fúngicas..............................................................................................15
3.3 Amilases.............................................................................................................................16
3.4 Gênero Aspergillus.............................................................................................................19
3.5 Processos fermentativos....................................................................................................21
3.6 Resíduos agroindustriais....................................................................................................23
3.6.1 Macaxeira (Manihot esculenta).......................................................................................24
3.6.2 Batata inglesa (Solanum tuberosum L.)..........................................................................26
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................................28
CAPÍTULO II.............................................................................................................................39
RESUMO..................................................................................................................................40
ABSTRACT...............................................................................................................................40
iii
INTRODUÇÃO..........................................................................................................................40
MATERIAL E MÉTODOS..........................................................................................................42
Micro-organismos......................................................................................................................42
Obtenção e preparo dos resíduos.............................................................................................42
Substratos.................................................................................................................................42
Preparo das farinhas: casca da macaxeira e casca de batata ingles.......................................42
Identificação morfológica da espécie Aspergillus....................................................................43
Seleção das amostras de Aspergillus spp em meio sólido.......................................................43
Produção de amilase por Fermentação submersa...................................................................44
Preparação do inóculo..............................................................................................................44
Meio controle............................................................................................................................44
Meios alternativos....................................................................................................................44
Detecção da tividade enzimática..............................................................................................45
Cálculo da atividade enzimática e atividade amilolítica...........................................................45
RESULTADOS E DISCUSSAO...............................................................................................45
Identificação morfológica da amostra......................................................................................45
Scrennig enzimático de amostras de Aspergillus spp. produtoras de amilase......................47
Seleção do meio controle para produção de amilase em cultivo submerso...........................48
Produção de amilase por Aspergillus tamarii em meio alternativo.........................................49
Influência da farinha da casca de macaxeira, farinha da caca do ph ....................................50
CONCLUSÕES.......................................................................................................................52
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................................52
CAPÍTULO III..........................................................................................................................55
CONCLUSÕES GERAIS........................................................................................................56
ANEXOS……………………………………………………………………………………………...57
iv
LISTA DE FIGURAS
CAPÍTULO I
Figura 1 - Curva de conversão de substrato em produto catalisado na presença e na ausência de enzima. E= enzima. ............................................................................................................. 18
Figura 3- Imagem microscópica de Aspergillus fumigatus ........................................................ 19
Figura 4- Morfologia representativa da espécie do gênero Aspergillus ..................................... 20
Figura 5- Aspergillus tamarii ..................................................................................................... 20
Figura 6- Fluxograma simplificado da produção de enzimas microbianas utilizando o processo de fermentação submersa ........................................................................................................ 22
Figura 7-Tubérculo macaxeira .................................................................................................. 25
Figura 8- Tubérculo Batata Inglesa .......................................................................................... 26
CAPÍTULO II
Figura 1- Amostra de Aspergillus tamarii....................................................................................46
Figura 2- Aspergillus tamarii.......................................................................................................46
Figura 3- Diagrama de pareto do planejamento fatorial 23.........................................................50
Figura 4- Diagrama de pareto do planejamento fatorial 22.........................................................51
v
LISTA DE TABELAS
CAPÍTULO I
Tabela 1- Classificação das enzimas em função das reações catalisadas, segundo a União Internacional de Bioquímica e Biologia Molecular (IUBMB) ...................................................... 13
Tabela 2- Componentes presentes nas batatas (g/100g) na matéria integral ........................... 27
CAPÍTULO II
Tabela 1- Planejamento fatorial-matriz codificada 2 3 utilização de resíduos............................44
Tabela 2- Seleção de amostra de Aspergillus spp produtora de amilase em meio sólido avaliado pela formação de halo (mm) durante 72 horas de cultivo.............................................48
Tabela3-Detecção da atividade amilolítica(UA)..........................................................................49
Tabela 4- Produção de amilase por Aspergillus tamarii..............................................................49
Tabela 5- Produção de amilase por Aspergillus tamrii avaliada após 48h..................................51
vi
RESUMO
A produção de enzimas microbianas envolve processos fermentativos que são aprimorados
constantemente para produção de metabólitos secundários de interesse industrial e/ou
ambiental. As amilases E.C. 3.2.1.1. são enzimas que estão envolvidas em diversos processos
tecnológicos. A utilização de resíduos agroindustriais tem surgido com uma alternativa viável
na formulação de meios alternativos para produção biotecnológica de baixo custo, foram
utilizados para identificação, amostras de Aspergillus spp. isolados de solos da Caatinga
nordestina com potencial produção de amilase em meio sólido. Após a seleção e identificação
do micro-organismo produtores de amilase, novos ensaios envolvendo a produção da enzima
através de fermentação submersa foram realizados com diferentes meios de produção. Em
seguida, novos ensaios foram realizados utilizando um planejamento fatorial completo 23
contendo resíduos agroindustriais como cascas de tubérculos (macaxeira e batata inglesa)
muito consumidos na região Nordeste. Os experimentos foram conduzidos durante 96 horas,
150 rpm e 37ºC. Os resultados obtidos demonstram que a amostra de Aspergillus tamarii UCP
1261 apresentou maior formação de halo característico (68 mm) 37ºC, pH 6 e 72 h. Os ensaios
envolvendo a seleção de meios como Czapeck dox apresentou valores de atividade amilolítica
de 4 UA/mL após 48h de incubação. No planejamento fatorial 23 a máxima produção da enzima
ocorreu na condição 4 apresentando pH 6 e valor da atividade amilolítica de 3 UA/mL.
Posterirormente, foi realizado um planejamento fatorial 22, utilizando os resíduos de forma
individual, observando-se uma máxima atividade amilolítica de 9,0 UA/mL, em 48h de cultivo
com o substrato casca de macaxeira e pH 6. Os resultados obtidos neste trabalho descrevem o
potencial biotecnológico de fungos filamentosos isolados do bioma Caatinga na indução do
amido presente em cascas de tubérculos (macaxeira e batata inglesa) em produção de
amilase, evidenciando a formulação de um meio alternativo e promissor na produção de
amilase.
Palavras-Chave: produção enzimas; formulação meios alternativos; planejamento fatorial
vii
ABSTRACT
The production of microbial enzymes involves fermentative processes that are constantly
improved for the production of secondary metabolites of industrial and / or environmental
interest. Amylases E.C. 3.2.1.1. are enzymes that are involved in several technological
processes. The use of agro-industrial waste has emerged as a viable solution in the formulation
of alternative media for low-cost biotechnological production were performed to better identify
samples of Aspergillus spp. isolated from soils of the northeastern Caatinga with potential
production of amylase on solid medium. After selection and identification of microorganism
producing amylase, new assays involving enzyme production by submerged fermentation were
carried out with different media of production. Then, new tests were performed using a 23 full
factorial design containing agroindustrial residues such as tuber (cassava and potato) peels,
widely consumed in the Northeast region. The experiments were conducted for 96 hours, 150
rpm and 37°C. The results obtained show that Aspergillus tamarii UCP 1261 presented higher
formation (68 mm) of characteristic halo at 37ºC, pH 6 and 72 h. Assays involving the selection
of media such as Czapek dox showed values of amylolytic activity of 4 AU/mL after 48h of
incubation. In 23 factorial design the maximum enzyme production occurred in condition 4
presenting pH 6 and amylolytic activity value of 3 AU/mL. A 22 factorial design was carried out,
using the individual residues, with a maximum amylolytic activity of 9,0 AU/mL in 48 hours of
culture with the substrate cassava peel and pH 6. The results obtained in this work describe the
biotechnological potential of filamentous fungi isolated from the Caatinga biome for the
production of amylase with the induction of starch present in tuber peels (cassava and potato),
evidencing the formulation of an alternative and promising medium in the production of
amylase.
Key Words: production enzymes; formulation of alternative media; factorial planning
8
CAPÍTULO I
Fonseca, T. C. S. Produção de amilase por amostras de Aspergillus tamarii...
9
1. INTRODUÇÃO
A intensificação das ações humanas, do consumo, produção e exploração de
matérias primas, associado ao acelerado crescimento populacional e desenvolvimento
da atividade industrial, têm ocasionado grandes impactos ambientais, principalmente
em solos e recursos hídricos, devido a geração de resíduos contendo poluentes
orgânicos e inorgânicos. A preocupação referente à contaminação do meio ambiente
tem se tornado um dos principais focos de interesse público mundial, pois tem
prejudicado a qualidade das águas, dos solos e a saúde humana (REBOUÇAS,
FERNANDES et al.2011; OLIVEIRA,2016).
Uma alternativa para diminuir os danos causados ao meio ambiente é a
utilização de subprodutos como substratos para a produção de enzimas,
principalmente em países que geram grandes quantidades destes materiais, como
ocorre no Brasil, por sua extensa atividade agroindustrial (GUPTA et al.,2003;
MARTINS et al., 2012). Tem sido cada vez mais estimulado o desenvolvimento de
pesquisas que visem além do tratamento, o reaproveitamento dos resíduos produzidos
pelas atividades agroindustriais. As questões ambientais, em especial, têm suscitado
reflexões e preocupações, uma vez que os resíduos gerados apresentam elevado
potencial para causar danos ambientais muitas vezes irreversíveis, se não forem
devidamente tratados ou destinados. Nesse sentido, com o intuito de solucionar ou
minimizar essa questão, o aproveitamento de resíduos tem emergido como alternativa
interessante e ambientalmente sustentável (NUNES et al., 2009; KRAEMER, 2015;
MALAFAIA et al.,2016).
A ampla diversidade quanto às características das enzimas potencializa sua
aplicação em diferentes processos na indústria, assim, frente à demanda por novas
hidrolases com prospecção de aplicabilidade no setor, há um estímulo natural pela
exploração da biodiversidade microbiana, com o isolamento e seleção de novas cepas
produtoras de enzimas (BARATTO et al., 2012).
A busca recorrente por enzimas de origem fúngicas produzidas através de
cultivo a partir de resíduos agroindustriais têm se tornado uma excelente aplicabilidade
nos setores industrial e ambiental. Fungos filamentosos são muito promissores para a
produção de muitos produtos de interesse biotecnológico e industrial, devido à grande
variedade de atividades catalíticas, fácil adaptação, possibilidade da produção
enzimática através de processos fermentativos em grande escala, a expressão de
enzimas extracelulares, a produção de enzimas auxiliares, e a simplicidade dos
Fonseca, T. C. S. Produção de amilase por amostras de Aspergillus tamarii...
10
requerimentos nutricionais, o que permite o cultivo com resíduos agroindustriais como
fonte de carbono para seu crescimento (BON, FERRARA, CORVO, 2008; LOPES,
2011).
Existem diversas produções enzimáticas descritas na literatura através de
processos biotecnológicos com a utilização de fungos filamentosos do gênero
Aspergillus, em meios contendo resíduos da agroindústria: proteases em farelo de
trigo, amilases em casca de mandioca (CRUZ et al., 2011), xilanases em bagaço de
cana-de-açucar e casca de soja (MOREIRA, 2013; CUNHA, 2016), β-galactosidase
em casca de soja (MARTARELLO, 2016).
A utilização das amilases em diversas áreas da indústria faz com que micro-
organismos sejam cada vez mais estudados e suas enzimas caracterizadas,
disponibilizando uma gama de conhecimento. Dessa maneira, o estudo da capacidade
amilolítica desses micro-organismos representa um importante avanço no
conhecimento das possibilidades de aplicação de seu potencial para produção de
enzimas de interesse industrial, como as amilases (BASTOS et al.,2015).
Este trabalho foi investigar o potencial de produção de amilase, através de
estudos evolvendo amostras de fungos do gênero Aspergillus isolados de solo da
Caatinga de Pernambuco visando avaliar o potencial enzimático para produção da
enzima amilase e a elaboração de meios de cultivo alternativos que contenham
resíduos agroindustriais (cascas de macaxeira e batata inglesa) muito consumidos na
região nordeste do Brasil.
Fonseca, T. C. S. Produção de amilase por amostras de Aspergillus tamarii...
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2.OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
Produção de amilase por de Aspergillus spp isolado de solo da Caatinga do Estado de
Pernambuco, através de fermentação submersa utilizando resíduos agroindustriais
para formulação de meios alternativos.
2.2 Objetivos Específicos
Realizar em meio sólido a seleção de produtores de amilase em amostras de
Aspergillus ssp. em diferentes valores de temperaturas e pH;
Identificacao do micro-organismo selecionado, através da detecção em meio
solido;
Selecionar o meio de maior produção de amilase através de fermentação
submersa em meio convencional;
Investigar o uso dos substratos (cascas de macaxeira e batata inglesa) em
associação, a partir do meio de produção de amilase selecionado;
Investigar a utilização de diferentes substratos agroindustriais, utilizando como
resíduo as cascas dos tubérculos de macaxeira (Manihot esculenta) e
batata inglesa (Solanum tuberosum L.)
Utilizar planejamento um fatorial 23 para selecionar o ensaio com maior
produção daeamilase
Analisar através de um planejamento fatorial 22, a influência dos substratos
isolados (cascas de macaxeira e batata inglesa) na produção de amilase em
meio alternativo proveniente.
Fonseca, T. C. S. Produção de amilase por amostras de Aspergillus tamarii...
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3. REVISÃO DA LITERATURA
3.1 Enzimas
A ciência que estuda as enzimas é denominada de enzimologia. O termo
enzima foi introduzido pela primeira vez por volta de 1878 por Willian Kühne (do grego
en = dentro zyme = levedura) para designar as substâncias contidas nos extratos de
levedura usados em fermentação. Em 1897, Eduard Buchner descobriu que os
extratos de levedo podiam fermentar o açúcar até álcool, o que lhe renderia o prêmio
Nobel de Química em 1907. Porém, um dos grandes momentos da enzimologia
aconteceu em 1926, quando James Summer isolou e cristalizou a urease e
demonstrou sua origem protéica. Em 1930, Northrop e Stanley realizaram estudos
mais detalhados de cristalografia de três enzimas digestivas, a pepsina, a tripsina e a
quimotripsina, o que os levou ao recebimento de um Prêmio Nobel da Química mais
tarde, em 1946. (MONTEIRO, SILVA, 2009; NETO 2016).
Enzimas são substâncias naturais envolvidas em todos os processos
bioquímicos, que dentre outras funções, são capazes de decompor moléculas
complexas em unidades menores, como carboidratos em açúcares (SOARES et al.,
2010). Podem se definir como proteínas especializadas que possuem eficiência
catalítica significativa, pois apresentam alto grau de especificidade por seus
substratos, acelerando assim as reações químicas. As enzimas são catalisadores que
aumentam a velocidade de uma reação sem alterar o equilíbrio da mesma, além de
diminuir a energia de ativação. Estas também aceleram a transformação do substrato
em produto e fazem a reação alcançar o equilíbrio mais rapidamente (GIRALDO,
2011).
Esse grupo de substâncias desempenha papel fundamental na conversão da
luz ou da energia das ligações químicas em ATP na transformação de nutrientes
contendo carbono e metabolitos utilizados pelas células, na replicação e expressão da
informação genética e na detecção e transdução de sinais químicos externos à célula.
O pH, a temperatura, a concentração de substrato e a presença de inibidores são os
principais alteradores da ação enzimática (ROCHA et al.,2015).
São classificadas em grupos, em função do tipo de reação que catalisam
(Tabela 1), sendo: oxidorredutases (catalisam reações de óxidoreduções),
transferases (catalisam reações de transferência de grupos de uma molécula a outra),
hidrolases (catalisam reações de hidrólise), liases (catalisam reações de quebra de
Fonseca, T. C. S. Produção de amilase por amostras de Aspergillus tamarii...
13
ligações), isomerases (catalisam reações de mudança intramolecular, onde um
substrato transforma-se em um produto isômero) e ligases (catalisam a ligação
covalente de moléculas, com simultânea quebra de uma ligação de alta energia) como
determinado pela International Union of Biochemistry (JESUS, 2014).
Tabela 1- Classificação das enzimas em função das reações catalisadas, segundo a União
Internacional de Bioquímica e Biologia Molecular (IUBMB)
Classe Subclasse Reação catalisada
Oxirredutase Transferase Hidrolase Liase Isomerase Ligase
Desidrogenase, Oxidase, Peroxidase, Hidrogenase Metiltransferase, Transaminase Carboidrase, Esterase, Lipase, Fosfatase, Protease Descaboxilase, Cetoacidólise, Hidratase Racemase, Mutase, Isomerase Sintetase
Oxidação-redução e remoção ou adição de átomos de hidrogênio Transferência de grupo tais como: aldeídos, cetonas etc. Hidrólise e formação de glicosídeos, anidridos, ésteres, amidas, peptídeos e outras funções e ligações C-N. Adição, usualmente de HX, a duplas ligações como: C=C;C=N e C=O, e também os processos reversos Transferência de grupos na mesma molécula para formar isômeros Formação ou clivagem de ligações C-S, C-N e estéres de fosfato
Fonte: NELSON, COX (2011)
A caracterização de uma enzima é fundamental para a sua aplicação
biotecnológica. No entanto, o custo elevado dos processos é um dos principais fatores
que influencia na economia de produção, separação, recuperação e purificação de
uma enzima. Essa redução no custo, pode ser alcançada pela otimização dos
processos de produção. São avaliados diversas variáveis inerentes e não somente à
enzima (caracterização, estabilidade e purificação), mas também o processo
fermentativo (o micro-organismo, pH, umidade, temperatura, tempo de cultivo,
composição do substrato e da solução nutritiva, além de taxa de aeração do meio
fermentativo e tipo de biorreator) (SHAH, MADAMWAR, 2005; SANTOS et al., 2013;
PEREIRA, 2016).
O aumento da preocupação com questões ambientais, qualidade do produto e
redução de custos, alavancou o interesse por enzimas em diferentes aplicações. A
tecnologia enzimática é uma alternativa para substituir processos químicos por
Fonseca, T. C. S. Produção de amilase por amostras de Aspergillus tamarii...
14
biocatalisados, por possuir menor impacto ambiental e apresentar ferramentas
promissoras para síntese de compostos de alto valor agregado (HASAN, SHAH,
HAMEED, 2006; PRECZESKI, 2016).
3.1.1 Aplicações das enzimas
Produtos biotecnológicos eram produzidos há muito tempo, por meio da
utilização de enzimas em técnicas artesanais, desconhecendo os mecanismos
envolvidos nos processos de fabricação, seja ela para produção de alimentos (queijo,
cerveja, vinho e vinagre) ou mercadorias como couro, índigo e linho. Somente a partir
do século XVII, iniciaram-se os estudos da biotecnologia esclarecendo os fenômenos
que ocorriam nas produções e possibilitando o avanço da ciência e aplicabilidade das
enzimas em processos industriais (KIRK, BORCHERT, FUGLSANG, 2002; VITOLO,
PESSOA, 2015).
Após os antibióticos, enzimas são os produtos microbianos mais explorados na
indústria biotecnológica. As aplicações das enzimas ocorrem em diversos setores
industrias. Na panificação, laticínios, fabricação de cerveja e vinicultura, por séculos, e
sua aplicação mantém o pão macio e fresco por mais tempo. Além disso, as enzimas
são usadas para reduzir a concentração de álcool e calorias na cerveja. Em enologia,
o teor de enxofre pode ser reduzido, e a clareza da cor do vinho pode ser mantida,
sabores e a capacidade de filtração podem ser melhorados. Na fabricação de ração
animal, as enzimas são usadas principalmente para aumentar a disponibilidade de
nutrientes essenciais (LEE et al., 2013; SPOHNER et al., 2015).
Economicamente o uso de enzimas na indústria de alimentos foi estimado em
US$ 4 bilhões em 2015. O Brasil encontra-se com uma estimativa de US$ 240
milhões, o que corresponde a aproximadamente 6% do mercado global. Segundo a
Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (ABIA), a indústria de produtos
alimentícios e bebidas teve um faturamento de R$ 562 bilhões em 2015, o que
corresponde ao 9,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil (ABIA, 2016).
A utilização de enzimas nas indústrias é indispensável, pois através dela ocorre
o melhoramento da qualidade de um produto ou torna mais fácil a obtenção do
mesmo. Essa capacidade se deve ao fato de que as enzimas atuam sobre as
substâncias que compõem um determinado produto, sendo que, para cada substância,
existem enzimas específicas que a degradam (LIMA et al., 2001; BARATTO et al.,
2012).
Fonseca, T. C. S. Produção de amilase por amostras de Aspergillus tamarii...
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3.2 Enzimas de origem fúngicas
A introdução de enzimas como catalisadores em processos industriais, a
exemplo das microbianas, mostra-se vantajoso, pois são específicas, naturais e
geralmente não apresentam toxicidade, características desejáveis tanto pela indústria
quanto para a integridade ambiental (ESPOSITO, AZEVEDO, 2004; COSTA,
ZANELLA, 2012).
Os fungos apresentam considerável influência cultural, devido a extensa
interação com plantas, animais, bactérias e outros organismos, estes micro-
organismos desempenham diversas funções como decompositores, mutualistas e
parasitas (MCLAUGHLIN et al., 2009; EBERSBERGER et al., 2012).
O reino Fungi consiste em um grupo de organismos eucarióticos que inclui
micro-organismos como leveduras e fungos filamentosos. Divide-se nos Filos
Chytridiomycota, Zygomycota, Ascomycota, Basidiomycota e Deuteromycota (LEITE,
2010). Mais de 70.000 espécies de fungos já foram descritas, mas estima-se que
existam pelo menos 1,5 milhões de espécies no mundo, ou seja, apenas 5% são
conhecidos (GALVAGNO, FORCHIASSIN, 2010; SURYANARAYANAN et al., 2009;
PEREIRA,2016).
Através da capacidade de secretarem enzimas extracelulares e pela sua
particular forma de crescimento, os fungos filamentosos se adaptam ao
aproveitamento de uma ampla gama de substratos e constituem um grupo muito
grande e heterogêneo encontrado em qualquer nicho ecológico. Estes micro-
organismos são responsáveis pela produção de importantes ácidos orgânicos, pela
produção de fármacos, pelo controle biológico de insetos-pragas da agricultura, pelo
controle de inúmeras moléstias que atacam plantas cultivadas, pela produção de
etanol e pela produção de enzimas de interesse industrial e de elevado valor
econômico, destacando-se as celulases, lacases, xilanases, pectinases e amilases
(ESPOSITO, AZEVEDO, 2010, CUNHA, 2016).
Os fungos compõem um dos maiores recursos genéticos disponíveis, ao
crescerem sobre substratos naturais, os fungos secretam variadas enzimas que
convertem os constituintes poliméricos a moléculas mais simples. Muitas dessas
enzimas apresentam importantes aplicações comerciais como as amilases, que
possuem aplicações nas indústrias de tecidos, de combustíveis, de produtos químicos
e farmacêuticos entre outras (SILVA, 2014).
Fonseca, T. C. S. Produção de amilase por amostras de Aspergillus tamarii...
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Segundo ROVEDA, HEMKEMEIER, MARIA (2010), fungos filamentosos são
considerados bons produtores de enzimas microbianas. Dentre eles, os do gênero
Aspergillus são os mais estudados para a produção de enzimas. Este gênero
apresenta uma grande diversidade de espécies com características vantajosas, como
o fácil crescimento em meios sólidos e a produção de enzimas extracelulares (VRIES,
VISSER, 2001; GOTTSCHALK, OLIVEIRA, BON, 2010; GOTTSCHALK et al.,2013).
Os fungos são as fontes mais importantes para a produção de amilases, que
são utilizadas para a degradação do amido em várias aplicações, tais como a
panificação, fabricação de cerveja, e adoçante, entre outros (GUPTA et al., 2003; KIM,
MAEDA, MORITA, 2006; GONÇALVES, 2016). O gênero Aspergillus, incluindo
espécies tais como A. oryzae, A. nidulans, A. kawachii e A. niger, é a fonte mais
comum para a produção de amilase (TORRADO et al., 2013). A maioria das indústrias
produtoras de α-amilase fúngica são produzidas por Aspergillus spp
(SIVARAMAKRISHNAN et al., 2006, GONÇALVES, 2016).
A aplicação destes micro-organismos como fontes produtoras de enzimas e de
muitos outros metabólitos de interesse pelo aproveitamento de resíduos oriundos de
fontes renováveis da agroindústria tem sido investigada em quase todo o cmundo
(MUKHERJEE; DAS; SEN, 2006; NITSCHKE; PASTORE, 2006;MANEERAT;
PHETRONG, 2007; GASPARIN et al., 2012; ANDRADE, 2016).
3.3 Amilases
Dentre as enzimas industriais mais utilizadas, as amilases estão entre as mais
importantes, apresentando grande importância biotecnológica, representando 25% do
mercado mundial de enzimas (BORGIO, 2011; KUMAR, SAHAI, BISARIA, 2012;
GONÇALVES, 2016).
As amilases pertencem ao grupo das hidrolases, são definidas quimicamente
como E.C. 3.2.1.1. e aplicadas em diversos processos industriais (têxtil, bebidas
destiladas, cervejarias, panificação, cereais, alimentação infantil, liquefação e
sacarificação do amido, ração animal, indústria química e farmacêutica, dentre outras)
(BIAZUS et al., 2009;CORREA, 2015).
Fonseca, T. C. S. Produção de amilase por amostras de Aspergillus tamarii...
17
Esse grupo de enzimas amilolíticas são um conjunto que catalisam a hidrólise
ou síntese das ligações glicosídicas em moléculas de amido. São divididas em
endoamilases, exoamilases, enzimas desramificadoras e transferases. Atuam nas
ligações α-(1,4) e/ou (α-1,6) dos polímeros amiláceos gerando mono, di e
trissacarídeos, oligossacarídeos e α-dextrinas limite (carboidratos ramificados de baixo
peso molecular) de acordo com sua especificidade (MURALIKRISHNA, NIRMALA,
2005; BUENO, 2016).
Existem amilases que além de serem termoestáveis, são estáveis em pH
alcalinos e outras são estáveis em pH ácidos. Tanto as amilases alcalinas quanto as
amilases acidófilas, possuem muitas aplicabilidades industriais. Amilases que mostram
atividade ótima em pH ácido, são usadas principalmente em xarope de glicose e
panificação indústriais, as que demostram atividades em pH alcalino têm encontrado
aplicações em formulações de sabões em pó (ASOODEH, CHAMANIC, LAGZIANA,
2010).
A produção de amilases por fermentação submersa (FS) e fermentação em
estado sólido (FSS) foi exaustivamente investigada e é afetada por uma variedade de
fatores físico-químicos que incluem: a composição do meio de crescimento, pH médio,
concentração de fosfato, a idade do inóculo, temperatura, aeração, fonte de carbono e
fontes de nitrogênio (VIHINEN, MÄNTSÄLÄ, 1990; GUPTA et al., 2003; NWAGU,
OKOLO, 2011). As fontes de nitrogênio comumente utilizadas incluem farinha de soja,
extrato de levedura, peptona e extrato de carne (NWAGU, OKOLO, 2011).
Os reagentes que participam das reações catalisadas pelas enzimas são
denominados de substratos. Efetivamente, quando se compara a conversão de um
substrato em produto catalisado por enzima e outro por um catalisador químico,
observa-se uma rápida conversão com o uso das enzimas. Além disso, as enzimas
não alteram o equilíbrio químico das reações e podem acelerar reações reversíveis em
ambos os sentidos (GAMA, AIRES, CABRAL, 2003) (Figura 2).
Fonseca, T. C. S. Produção de amilase por amostras de Aspergillus tamarii...
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Figura 1 - Curva de conversão de substrato em produto catalisado na presença e na ausência de enzima. E= enzima.
Fonte: FERREIRA et al.,2009
Entre os vários parâmetros que estimulam a produção de amilases, as
condições de crescimento microbiano e os substratos de carbono usados no meio de
cultivo têm recebido atenção especial. Fontes de carbono como dextrina, frutose,
glicose, lactose, maltose, amido solúvel, além de outras, encarecem sua produção. No
meio de cultivo, esses substratos podem ser substituídos por subprodutos agrícolas, o
que torna o processo de produção dessas enzimas mais econômico. Com esse
objetivo, farinhas e farelos de diferentes grãos e tubérculos como arroz, cevada, milho,
trigo, mandioca e batata têm sido usadas no meio de cultura para aumentar a
produtividade de amilases de fungos e bactérias (OLIVERA et al, 2007).
Mesmo as amilases apresentando diversas fontes de produção a maior
quantidade é encontrada no mercado proveniente de micro-organismos, como
bactérias, leveduras e fungos filamentosos. Dentro da indústria alimentícia, a aplicação
de amilases para gerar diferentes produtos é um processo que tem se diversificado e
apresenta rendimentos econômicos consideravelmente altos (SOARES et al., 2010).
Destacam-se na produção de amilase os micro-organismos dos gêneros
Rhizopus, Aspergillus, Bacillus, Micobacterium, entre outros, (SIVARAMAKRISHNAN
et al., 2006; ALVA et al., 2007; TORRADO et al., 2013; ROOHI, 2014; GONÇALVES,
2016).
Fonseca, T. C. S. Produção de amilase por amostras de Aspergillus tamarii...
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3.4 Gênero Aspergillus
O gênero Aspergillus foi descrito pela primeira vez, em 1729, pelo sacerdote
florentino e micologista Pietro Antonio Micheli. Ele deu-lhe este nome por considerar
sua estrutura semelhante a um hissope, estrutura utilizada pela igreja católica para
aspergir água benta. Este gênero pertence à família Tricomaceae, ordem Eurotiales, à
classe Ascomycetes, que pertence a Divisão Ascomycota, Reino Fungi (KIRK et al.,
2008; LIRA, 2014; LIU, 2016).
Aspergillus spp (figura 3), pertencem ao reino Fungi, filo Ascomycota, ordem
dos Eurotiales, família Trichocomaceae e gênero Aspergillus. Este gênero pode ser
encontrado amplamente na natureza, principalmente em solos, associado com a
deterioração de materiais vegetais e alimentos e principalmente em regiões tropicais e
subtropicais (LIMA, 2012)
Existem cerca de 200 espécies isoladas do solo, de plantas em decomposição
e do ar. As espécies mais conhecidas são a Aspergillus flavus, A. niger, A. oryzae, A.
nidulans, A. fumigatus, A. clavatus, A. glaucus, A. ustus e o A. versicolor. Eles podem
tanto ser patogênicos ao ser humano como exemplo o A. flavus, que é produtor de
aflatoxinas, como podem possuir o status de GRAS (Generally Regarded as Safe) que
são amplamente usados nas indústrias como exemplo o A. nidulans, A. oryzae e o A.
niger (MONCLARO, 2014).
Figura 2- Imagem microscópica de Aspergillus fumigatus
Fonte: BARTON, 2013
Apresentam em sua morfologia (Figura 4) colônias com uma ampla
variação na coloração, então principal característica macroscópica utilizada para
Fonseca, T. C. S. Produção de amilase por amostras de Aspergillus tamarii...
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classificação, podendo descrever colônias com colorações em tons verde, amarelo,
cinza, marrons, preto e branco (VARGA,2004; REIS, 2015).
Figura 3- Morfologia representativa da espécie do gênero Aspergillus
Fonte: LIRA, 2014
Economicamente diversos isolados do gênero Aspergillus são utilizados na
produção de diversos produtos industriais (VARGA,2004; REIS, 2015). Possuem uma
vasta utilização na indústria de produção de fármacos, alimentos e bebidas, produção
de ácidos orgânicos e diversas enzimas (SAMSON, VARGA, 2011; HORN et al.,
2013).
Figura 4- Aspergillus tamarii
Fonte: ANTOLIN, 2017
Fonseca, T. C. S. Produção de amilase por amostras de Aspergillus tamarii...
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3.5 Processos fermentativos
A fermentação é um processo natural que ocorre em determinados compostos
ou elementos a partir da ação de diferentes agentes e que pode ser simplificado como
um processo de oxidação incompleto. São realizadas por uma série de micro-
organismos de diferentes gêneros. Dependendo do tipo de produto obtido, o processo
fermentativo é diferente, exigindo uma maior ou menor quantidade de micro-
organismo, quantidade de açúcares e do tempo de duração do processo (VISIOLI et
al., 2015; TEIXEIRA, SIQUEIRA, BATISTA, 2017).
Existem dois tipos básicos de fermentação que são utilizados para a produção
de enzimas: a fermentação submersa (FS) e a fermentação em estado sólido (FES)
(FERNANDES, 2007; ORLANDELLI, 2012; ANDRADE, 2016). A FES baseia-se no
crescimento dos micro-organismos em substratos sólidos na ausência (ou quase) de
água livre, sendo um processo microbiano que geralmente ocorre na superfície dos
materiais sólidos que tem capacidade de absorver água, podendo ou não conter
nutrientes solúveis. A fermentação submersa (FS) é um processo que disponibiliza os
nutrientes para o microrganismo em meio líquido. Nutrientes como peptonas, açúcares
e substâncias complexas (vitaminas e íons) são dissolvidos em água ou mesmo
soluções tampões. Essas fermentações devem ser mantidas em agitação constante
para ideal aeração e disponibilidade de nutrientes (FARINAS et al., 2011; OLIVEIRA et
al; 2012; ORLANDELLI et al., 2012).
As culturas submersas têm sido tradicionalmente utilizadas para a produção
industrial de enzimas devido à facilidade de controle de diferentes parâmetros, tais
como pH, temperatura, aeração e umidade. Sistemas FES se mostram promissores na
produção de enzimas fúngicas devido ao crescimento microbiano ocorrer em
condições mais próximas ao habitat natural desses micro-organismos (SOUZA,
MAGALHÃES, 2010). Tanto o processo de FES quanto o de FS apresentam
características importantes, as quais devem ser levadas em conta no momento da
escolha, sendo necessário avaliar as vantagens e desvantagens em cada processo
fermentativo, considerando o tipo de produto desejado e, principalmente, o grupo de
micro-organismos a ser utilizado (GONÇALVEZ, 2016).
A FS é a técnica majoritariamente utilizada nos países ocidentais para a
produção de enzimas devido à facilidade de crescimento dos microrganismos em
condições controladas de pH e temperatura, além de tornar fácil a recuperação das
enzimas extracelulares (FEITOSA, 2009; ORLANDELLI, 2012). Os processos
Fonseca, T. C. S. Produção de amilase por amostras de Aspergillus tamarii...
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microbianos de produção de enzimas ocorrem em cultivo submerso quando as células
produtoras se desenvolvem em meio de cultivo líquido. Nos cultivos microbianos, a
adição de resíduos industriais, por ser de origem complexa, pode modificar a fisiologia
do micro-organismo, isto é, o comportamento do micro-organismo. Em função disso, o
cultivo em meio líquido pode apresentar turvação, crescimento de películas ou em
depóditos, dentro outros (PELCZAR et al.,1996; REGINATTO, 2016).
Na FES, o micro-organismo cresce em substratos sólidos umedecidos ou
suportes inertes, na ausência (ou quase) de água livre, e na FS, os substratos são
dissolvidos em meio líquido. Neste caso, o microrganismo pode crescer entre os
fragmentos do substrato (dentro da matriz do substrato) ou sobre a superfície do
substrato, consumindo o substrato e secretando metabólitos, dentre os quais as
enzimas (MITCHELL et al., 2006; RAHARDJO, TRAMPER, RINZEMA,2005). O
material sólido é insolúvel e age como suporte físico e como fonte de nutrientes. O
material sólido poderá ser um substrato sólido natural, como resíduos da agricultura,
ou um suporte inerte, como poliuretano ou resinas poliméricas (PANDEY, 2003;
FERNANDES, 2007; REGINATTO, 2016).
Os fungos filamentosos são muito utilizados uma vez que produzem enzimas
em grande quantidade e variedade e possuem facilidade em crescer ao natural em
substratos sólidos, tendo uma excelente capacidade de fermentação (PEREIRA,
2014). Em geral suas colônias apresentam um rápido e abundante crescimento, com
densa distribuição sobre o meio de crescimento (LIMA, 2012) Figura 6.
Figura 5- Fluxograma simplificado da produção de enzimas microbianas utilizando o processo de fermentação submersa
Fonte: ORLANDELLI et al; 2012.
Fonseca, T. C. S. Produção de amilase por amostras de Aspergillus tamarii...
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3.6 Resíduos agroindustriais
O tradicional processo industrial, além do produto de interesse, gera múltiplas
saídas de outros materiais em forma de resíduos e emissões não incorporadas no
produto final que, geralmente, são aceitas como efeito normal no processo de
fabricação. Porém, nos últimos anos têm se intensificado o aproveitamento de
resíduos, especialmente os agroindustriais tais como, polpa e folhas de café, resíduos
de frutas, bagaço de mandioca, farelo de soja, bagaço de cana de açúcar, polpa de
beterraba, etc. Vários processos biotecnológicos foram desenvolvidos para utilizar
esses materiais na produção de álcool, enzimas, ácidos orgânicos, aminoácidos,
gerando produtos de grande valor econômico. A procura de enzimas industriais, em
particular de origem microbiana é cada vez maior, devido à suas aplicações em uma
ampla variedade de processos (PENHA, et al., 2016; CORREA, 2017)
Os resíduos agroindustriais são constituídos principalmente por
macromoléculas como substâncias húmicas, lignina, celulose, hemicelulose, proteínas
e pectina. Essas macromoléculas apresentam grupos funcionais tais como tiol (-SH),
sulfato (-OSO3H), carbonila (-C=O), carboxil (-COOH), amina (-NH2), amida (-
CONH2), hidroxil (-OH) fosfato (-OPO3H2) entre outros (DEMIRBAS, 2009; SUD,
MAHAJAN, KAUR, 2008, OLIVEIRA, 2016).
A valorização e a minimização de resíduos têm como princípio básico, o
conhecimento das características químicas dos mesmos, sustentando aplicações que
venham a convertê-los em matérias primas para novos produtos. Dentro dos conceitos
das tecnologias limpas, a composição dos resíduos representa importante informação
para determinar as aplicações para novos produtos e processos (PEREIRA, 2016).
O Brasil está entre os países com maior produção agrícola no mundo, sendo
também responsável pela produção de grandes quantidades de resíduos que podem
causar vários problemas ambientais. Assim, o interesse por formas de utilização
sustentável e agregação de valor aos resíduos agroindustriais tem crescido e o
desenvolvimento de bioprocessos para utilização desses materiais ganha destaque
(SOCCOL; VANDENBERGHE, 2003; FONSECA-MALDONADO et al., 2014; MARCO,
2014;).
Os resíduos resultantes do processamento agroindustrial de fontes vegetais
podem representar significativa fonte poluidora, pois sem uma aplicação viável muitas
vezes são descartados diretamente no meio ambiente (VIEIRA et al., 2009).
Fonseca, T. C. S. Produção de amilase por amostras de Aspergillus tamarii...
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Entretanto, alguns estudos têm demonstrado aplicações sustentáveis para esses
subprodutos, sendo empregados na produção de fertilizantes orgânicos, ração animal,
produção de etanol, enzimas, óleos essenciais e aditivos (FERRARI, COLUSSI,
AYUB, 2004; KOBORI, JORGE, 2005; ALEXANDRINO, et al., 2007; RODRIGUES et
al., 2009; TUTTOBENE et al., 2009; LIU et al., 2010; ARBOS, STEVANI,
CASTANHA,2015).
Os substratos mais comuns e destacados pelo descarte em quantidades
significativas são: casca de cereais, palha e farelo de arroz, palha e farelo de trigo, de
soja, bagaço de cana-de-açúcar, folha de mandioca, bagaço de laranja, resíduos de
algodão, palha de bananeira, dentre outros (FILHO, FRANCO, 2015). Estes resíduos
podem servir como substratos para o cultivo de fungos filamentosos e produção de
suas enzimas (CASTRO, PEREIRA, 2010; SHARMAA, ARORAB, 2015).
A importância desses substratos está no fato do mesmo conter muitas
substâncias de alto valor e, empregando uma tecnologia adequada, pode ser
convertido em produtos comerciais ou matérias-primas para processos secundários
como, a produção de enzimas (LAUFENBERG, KUNZ, NYTROEM, 2003; FRANÇA et
al.,2015).
3.6.1 Macaxeira (Manihot esculenta)
A Manihot esculenta, conhecida como mandioca, macaxeira, aipim ou tapioca
no Brasil, como cassava em países que falam inglês, como yuca na América Latina
(espanhol) e como manioc em países africanos, é uma planta perene, arbustiva,
pertencente à família das Euforbiáceas (Figura 7). A parte mais importante da planta é
a raiz. Rica em amido, utilizada na alimentação humana e animal ou como matéria
prima para diversas indústrias. Originária da América do Sul, provavelmente do Brasil,
a mandioca já era cultivada pelos índios, por ocasião da descoberta do país
(EMBRAPA, 2013; FILHO; BAHIA, 2013; VIEIRA, 2013; PEREIRA, 2016; FAO, 2017).
As raízes tuberosas (órgão de interesse econômico) possuem tamanho e
formato variados, podendo ser cilíndricas, cônicas e globosas. O número de raízes é
variável, ocorrendo de 5 a 20 raízes por planta a depender da cultivar. A colheita da
Fonseca, T. C. S. Produção de amilase por amostras de Aspergillus tamarii...
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mandioca pode ocorrer entre 8 e 18 meses após o plantio e as raízes são destinadas
para o consumo in natura ou industrial (SILVA et al., 2012; MATOS,2016).
A macaxeira é fornecedora de energia a partir do amido acumulado em suas
raízes de reserva, tubérculo cuja casca é descartada, após a sua utilização,
considerada umas das fontes mais ricas em calorias e carboidratos, sendo cultivada e
consumida por milhões de pessoas em países tropicais (CARVALHO, ABREU,2009;
FUHRMANN,2016).
Figura 6-Tubérculo macaxeira
Fonte: BRASIL ESCOLA, 2017
A casca de mandioca desidratada apresenta 58,1% de amido, 3,4% de
proteína bruta e 28,6 % de fibra. Estes resíduos são ricos em amido e apresentam
fibras de boa qualidade, podendo conter aplicações biotecnológicas (VILHALVA et
al.,2012).
Na economia brasileira, a mandioca vem ganhando destaque como fonte
alternativa de produção de bioprodutos devido à facilidade de cultivo e ao baixo custo
de produção. Considerando o alto conteúdo de amido na mandioca, a possibilidade de
se atingir produtividades altas na produção da enzima amilase (LOTTERMANN, 2012).
Fonseca, T. C. S. Produção de amilase por amostras de Aspergillus tamarii...
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3.6.2 Batata inglesa (Solanum tuberosum L.)
A batata (Solanum tuberosum), nativa da Cordilheira dos Andes, pertence à
família da Solanaceae, uma grande família de plantas que contém mais de 3.000
espécies (VISSER et al., 2009; MUCHALAK,2016). É uma das culturas mais populares
na alimentação mundial e vêm sendo cultivada em diversos países. O Brasil é um dos
poucos países onde se planta batata o ano todo, e segundo dados do IBGE (2016), No
Brasil, a área cultivada no ano de 2016 foi de 125 mil hectares e a produção foi de
aproximadamente 3,6 milhões de toneladas o que corresponde a aproximadamente
1% da produção mundial. Há dois mercados a que se destinam a batata brasileira. O
primeiro, que representa a maior parte, é o comércio do tubérculo na forma in natura.
O segundo mercado, se refere à batata destinada à indústria, seja para a produção de
“chips” ou de batata para fritura (SILVA, 2016).
Os tubérculos de batata inglesa são caules modificados com folhas e gemas
axilares muito reduzidas, internódios curtos e expansão radial, tendo nos grãos de
amido seu componente principal, os quais são sintetizados dentro de plastídeos
especializados, denominados de amiloplastos (PETERSON, BARKER, HOWARTH,
1985).
Figura 7- Tubérculo Batata Inglesa
Fonte: ABBA, 2017
Apresentam em sua composição aproximadamente, por 76 % de água, 20 %
de carboidratos, 2 % de proteínas e uma quantidade irrisória de lipídeos
Aproximadamente 80 % do peso dos carboidratos da batata é de amido, com uma
proporção de 75 %–79 % de amilopectina e 21 %-25 % de amilose. A batata é
Fonseca, T. C. S. Produção de amilase por amostras de Aspergillus tamarii...
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também uma razoável fonte de vitamina C (OLIVEIRA, REIS, PEREIRA, 2004;
FERNANDES, 2014).
Tabela 2- Componentes presentes nas batatas (g/100g) na matéria integral
Componentes Media % Variação %
Umidade 77,5 63,2 - 86,9
Sólidos Totais 22,5 13,1 – 36,8
Carboidratos Totais 19,4 13,3 – 30,5
Proteínas 2,0 0,7 – 4,6
Cinzas 1,0 0,44 – 1,9
Fibras 0,6 0,17 – 3,48
Lipídeos 0,1 0,02 – 1,0
Fonte: SMITH (1977)
Fonseca, T. C. S. Produção de amilase por amostras de Aspergillus tamarii...
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4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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CAPÍTULO II
Potencial biotecnológico de Aspergillus tamarii UCP 1261 na produção de amilase
utilizando meios alternativos contendo resíduos agroindustriais
Artigo submetido à revista Acta Scientiarium Technology
Fonseca, T. C. S. Produção de amilase por amostras de Aspergillus tamarii...
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Potencial biotecnológico de Aspergillus tamarii UCP 1261 na produção de amilase
utilizando meios alternativos contendo resíduos agroindustriais
Resumo
As amilases são enzimas envolvidas em diversos processos tecnológicos. A utilização
de resíduos agroindustriais surge com alternativa viável na produção de enzimas
industriais. Foram realizados estudos de seleção e identificação de amostras de
Aspergillus spp isoladas de solo da Caatinga nordestina com potencial produção de
amilase em meio sólido. Após a seleção e identificação do micro-organismo, novos
ensaios envolvendo a produção da enzima através de fermentação submersa com
diferentes meios de produção foram realizados. A utilização de um planejamento
fatorial completo serviu para elaboração de meios alternativos contendo resíduos
(cascas de macaxeira e batata inglesa) ricos em amido. Os experimentos foram
conduzidos durante 96 horas,150rpm à 37ºC. Os resultados obtidos demonstram que a
amostra de Aspergillus tamarii obteve a formação do maior halo característico (68mm)
37ºC, pH 6. 72 h. Nos ensaios envolvendo a seleção de meios, o meio Czapeck
apresentou valores de atividade amilolítica de 4 UA/mL após 48h de crescimento. No
planejamento fatorial 23, a máxima produção da enzima ocorreu na condição 4
apresentando valor da atividade amilolítica de 3 UA/mL. Os dados obtidos concluem
que o Aspergillus tamarii possui habilidade de converter o amido dos resíduos em
amilase, demostrando dessa forma ser promissor para produção da enzima.
Palavras-Chave: fungo filamentoso, formulação meios alternativo, planejamento
fatorial, atividade amilolítica
Biotechnological potential of Aspergillus tamarii UCP 1261 in the production of
amylase using alternative means containing agroindustrial residues
Abstract
Amylases are enzymes involved in various technological processes. The use of
agroindustrial wastes appears with a viable alternative in the production of industrial
enzymes. In this study, the selection and identification of Aspergillus spp isolates from
Caatinga Northeastern soil with potential amylase production in solid medium were
Fonseca, T. C. S. Produção de amilase por amostras de Aspergillus tamarii...
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carried out. After the selection and identification of the microorganism, new tests
involving the production of the enzyme through submerged fermentation with different
production media were performed. The use of full factorial design helped to prepare
alternative production media containing residues rich in starch (cassava and potato
peels). The experiments were conducted for 96 hours, 150 rpm at 37ºC. The results
obtained demonstrate that the isolate of Aspergillus tamarii showed the formation of the
largest characteristic halo (68 mm) at 37ºC, pH 6 and 72 h. In the assays involving
selection of the media, the Czapeck medium showed amylolytic activity values of 4
AU/mL after 48 h of growth. In 23 factorial design, the maximum enzyme production
occurred in condition 4, presenting amylolytic activity value of 3 AU/mL. The data
obtained conclude that Aspergillus tamarii has the ability to convert the starch from the
residues to amylase, thus proving to be promising for the production of the enzyme.
Keywords: filamentous fungus, formulation of alternative media, factorial design,
amylolytic activity
INTRODUÇÃO
O crescente aumento das pesquisas na área da enzimologia estimula a descoberta
de novos micro-organismos produtores de enzimas que apresentem alta produtividade,
especificidade e estabilidade das enzimas. As enzimas são usadas, em grande escala, na
indústria de tecidos (celulases), detergentes (proteases e lipases), de alimentos e bebidas
(amilases, pectinases, proteases e celulases), de couro (proteases e lipases) ) (Pasha,
Anuradha & Rao, 2013; Soares et al ., 2013; Griebeler et al.,2015)e na dieta de
ruminantes para o aumento da digestibilidade (Griebeler et al.,2015).
Um grande número de enzimas, muitas das quais utilizadas na biotecnologia são
produzidas por fungos do gênero Aspergillus. Os fungos filamentosos são bons
produtores de enzimas industriais e são de grande importância na biotecnologia atual
(Loguercio-Leite et al., 2006; Benassi et al., 2014).
Dentre as enzimas de interesse biotecnológico, as amilases (EC 3.2.1.1) possuem
potencial de hidrolisar o amido e pode ser obtida a partir de fontes de origem vegetal,
animal ou microbiana. As de origem microbiana são particularmente importantes por
sua utilização em diversos processos industriais (Costa, Abreu-lima & Carreiro, 2014.
As amilases representam 25% do mercado de enzimas e encontram aplicações em todos
Fonseca, T. C. S. Produção de amilase por amostras de Aspergillus tamarii...
42
os processos industriais que necessitam da hidrólise parcial ou completa do amido
(Costa, Abreu-lima & Carreiro, 2014; Saxena et al., 2007).
Na produção das enzimas, compostos de valor podem ser retirados ou
sintetizados a partir de diferentes resíduos da indústria. Há uma tendência crescente em
converter resíduos industriais e agroindustriais em produtos de valor, os quais podem
resultar em reduções potenciais do volume de resíduos, além dos custos de eliminação
das frações remanescentes (da Cruz et al., 2015).
Este estudo teve como objetivo isolar e selecionar amostras de Aspergillus spp
potencialmente produtoras de amilase através da bioconversão da farinha das cascas de
macaxeira e batata inglesa na busca de formulação de novo meio de cultivo contendo
esses resíduos.
MATERIAL E MÉTODOS
Micro-organismos
Foram utilizadas quatro amostras de Aspergillus spp (Aspergillus UCP 1261,
Aspergillus UCP 1392, Aspergillus flavus UCP 1383, Aspergillus niger UCP 1382)
isoladas de solo da Caatinga do Nordeste de Pernambuco, depositadas no Banco de
Culturas do Núcleo de Pesquisas em Ciências Ambientais (NPCIAMB), da
Universidade Católica de Pernambuco.
Obtenção e preparo dos resíduos
Substratos
Os substratos utilizados par produção da amilase foram resíduos agroindustriais
derivados de tubérculos ricos em amido: cascas de macaxeira e cascas de batata inglesa,
provenientes do comercio local.
Preparo das farinhas: casca de macaxeira e casca de batata
A casca de macaxeira (Manihot esculenta) e a casca de batata inglesa (Solanum
tuberosum) foram lavadas com água destilada e secas em estufa à 40ºC durante 72
horas. Em seguida, as cascas foram trituradas e tamizadas (mesh nº32).
Fonseca, T. C. S. Produção de amilase por amostras de Aspergillus tamarii...
43
Identificação morfológica da espécie Aspergillus (KLICK, 2002)
A amostra foi identificada conforme o manual de identificação de Aspergillus descrito
por KLICK (2002) e SAMSOM et al.(2004). O isolado foi inoculado nos seguintes meio
de cultivo: Agar Czapek autolisado de levedura (CYA),(Czapek concentrado 10mL,
sacarose 30g, extrato de levedura 5g, K 2 HPO 4, 1g, Agar 20g e água destilada
1000ml) e Extrato de Malte Àgar (MEA) (extrato de malte 20g, peptona 1g, glicose
20g, Agar 20g e água destilada 1000mL). Os meios foram ajustados ao pH 6 e
autoclavados a 121°C por 15 minutos. As inoculações foram feitas a partir de
suspensão espórica numa solução de Agar semi-sólido contendo 0,2% e 0,05% de
Tween 80, utilizando uma micropipeta para inoculação em três pontos equidistantes e
incubadas por sete dias nas temperaturas 25°C e 37°C.
Após 7 dias, os diâmetros das colônias foram medidos e foram observados as
características macroscópicas: textura da colônia, grau de esporulação, cor de conídios,
textura e cor do micélio, a presença de cores de pigmentos e exsudato.Para as
observações microscópicas, foi removido o micélio das zonas onde as colônias
adjacentes estão mais próximas, a partir da área da colônia em que os conídios estavam
começando a se desenvolver. As lâminas foram montadas com ácido lático (85%) e
gotas de etanol a 70% para dispersar os conídios e para impedir bolhas de ar quando
montados em ácido lático. Após o preparo de lâminas, foram observadas estruturas
microscópicas, como comprimento, largura e textura dos conidióforos, forma da cabeça
conidial, diâmetro da vesícula, comprimento das métulas (se presente) e fiálides,
diâmetro, forma e textura dos conídios e ascósporos (se presentes), forma e cor do
cleistotécio/escleródios (se presentes).
Seleção das amostras de Aspergillus spp em meio sólido
Para escolha da amostra de Aspergillus spp produtoras de amilase, foram realizados
testes para determinação da atividade amilásica em meio sólido de acordo com a
metodologia de HANKIN, ANAGNOSTAKIS (1979) adicionando 2% amido solúvel ao
meio. O meio de cultura foi distribuído em placas de Petri, e após a solidificação foi
realizado furos no centro das placas e inoculados 100 μL da suspensão de esporos
fúngicos. As placas foram incubadas em diferentes temperaturas (28ᵒ;37
ᵒ e 45
ᵒ) e pH
(6;7,8) durante 96 hrs. Após o período de detecção enzimática, foram reveladas com
uma solução de iodo a 0,1N, durante 5 minutos. A formação de um halo transparente
Fonseca, T. C. S. Produção de amilase por amostras de Aspergillus tamarii...
44
em torno das colônias crescidas evidenciou a presença de amilase. Todos os ensaios
foram realizados em triplicata.
Produção de amilase por Fermentação submersa
Preparação do inóculo
Esporos jovens de cepas de Aspergillus spp foram transferidas para frascos de
Erlenmayers contendo água estéril até a obtenção de 107esporos/mL. Em seguida, 10%
da suspensão foi inoculadas no meio controle e meio residual.
Meio controle
A produção de amilase foi testada em quatro diferentes meios convencionais para
detecção de amilase de acordo com Adams (1990), Czapck (Wiseman, 1975), Khanna
(1995) e Sr (Rizzatti et al.,2001), Os cultivos foram realizados em frascos de
Erlenmeyers de 250 mL de capacidade contendo 100 mL dos respectivos meios. O meio
que induziu a maior produção de amilase foi selecionado e substituído o substrato
(amido solúvel) pelo amido residual proveniente dos resíduos (cascas da macaxeira e
batata inglesa).
Meios alternativos
A produção foi realizada em frascos de Erlenmeyers de 250 mL de capacidade contendo
100mL do meio contendo diferentes concentrações da farinha da casa de macaxeira e
farinha da casca de batata em diferentes pH de acordo com um planejamento fatorial de
23 (Tabela 1). O cultivo foi realizado em 150 rpm, 37° C durante 96 horas e os dados
obtidos foram analisados pelo programa Statistica versão 10 da Stat Soft. Os ensaios
foram realizados em triplicata.
Tabela 1- Planejamento fatorial-matriz codificada 2 3 utilização de resíduos
Variáveis
Níveis
-1 0 1
pH 5,0 6,0 7,0
Casca de macaxeira (%) 0,5 1,5 2,5
Casca de batata (%) 0,5 1,5 2,5
Fonseca, T. C. S. Produção de amilase por amostras de Aspergillus tamarii...
45
Detecção da atividade enzimática
A atividade amilolítica foi realizada de acordo com a metodologia da ANVISA (2012).
Este método é baseado na quantificação dos açúcares redutores liberados pela reação de
hidrólise do amido catalisada por amilases.
Cálculos das atividades enzimática e amilolítica
O cálculo da concentração da curva analítica e atividade amilolítica para amilase foram
realizados a partir do liquido metabólico seguindo o protocolo da ANVISA (2012). Os
valores para determinação da concentração da curva analítica foram expressos em
mmol/mL (Eq. 1A), enquanto para atividade amilolítica em UA.mL-1
.min. -1
(Eq. 1B).
E.
q 1A
Onde:
C=Concentração em Mmol ml-1
(ABSAM)=Valor da leitura da amostra em nm
(ABSBR)=Valor da leitura do branco da amostra
b=Coeficiente linear
a=Coeficiente angular
Atividade Amilolítica [UA.Ml-1
.min. -1
] = Eq.1B
Onde:
C=Concentração de açucares redutores na amostra (Mmol)
RESULTADOS E DISCUSSAO
Identificação morfológica da amostra
De acordo com identificação clássica, com base nas características macroscópicas e
microscópicas, o isolado que apresentou melhores resultados, pertence a espécie
Aspergillus tamarii Kita. As colônias crescidas em MEA, apresentou micélio branco,
reverso incolor, conidióforo de comprimentos irregulares que garantem uma textura
grosseira; conídios apresentaram coloração marrom-amarelado com o envelhecimento
(Figura 1-A). Em CYE, apresentaram diâmetro de 70 mm a 25° C e 37°C apresentando
micélio branco, reverso incolor a amarelo acinzentado; colônia flocosa a plana conídios
de cor marrom oliva com o envelhecimento da colônia (Figura 1-B).
Fonseca, T. C. S. Produção de amilase por amostras de Aspergillus tamarii...
46
Figura 1- Amostra de Aspergillus tamarii. Colônias crescidas em MEA 25°C (A);
Colônias crescidas em CYA 25°(B)
Nas observações microscópicas foram observadas cabeças do tipo radial a colunar,
conidióforos de superfície rugosa e incolor, vesículas globosas a piriforme entre 20 a 45
µm de largura; predominantemente bisseriado (presença de métulas e fiálides), como
mostra na figura 2-A, raramente foram encotradas seriação monosseriada (apenas
fiálides), métulas/fiálides a maioria das vezes cobrindo toda a superfície da vesícula,
métulas alcançando de 4 a 8μm e fiálides entre 4 a 6 µm de comprimento. Conídios
globosos, grosseiramente rugosos com paredes espessas, como mostra na figura 2 -B
apresentando rugosos entre 5μm a 8μm de diâmetro, raramente 13 μm de diâmetro.
Figura 2- Aspergillus tamarii. (A) Cabeça conidial (400x); (B) conídios (1000x)
Os dados informados correspondem à literatura descrita por KLICK (2002), que
descreve ser uma espécie originalmente isolada do molho tamari e também considerado
um fungo comum do solo, especialmente em solos tropicais. A região da caatinga é um
Fonseca, T. C. S. Produção de amilase por amostras de Aspergillus tamarii...
47
dos biomas mais ameaçados do Brasil, em que grande parte de sua área tem sido
desertificada, devido principalmente as condições climáticas extremas. Apesar das
adversidades do clima na região, como radiação solar, baixo teor de chuvas etc., muitas
espécies fúngicas são isoladas do solo da região semi-árida. CAVALCANTI, MAIA
(1994), isolaram fungos celulolíticos de solo no semi-árido da caatinga, COSTA et al.,
(2006), estudaram Hiphomycetes de solo contaminado por minérios em região semi-
árida do Nordeste, SANTIAGO, SOUZA-MOTTA (2006), que isolaram Mucorales de
solo da caatinga. Várias espécies do gênero Aspergillus e entre outros gêneros foram
isolados da região Xingó, no Nordeste por De QUEIROZ et al.(2006), entre elas 28
cepas de A. tamarii foram encontradas nos três municípios alagoanos estudados.
Screnning enzimático de amostras de Aspergillus spp. produtoras de amilase em
meio sólido
A Tabela 2 demonstra os resultados da avaliação de diferentes espécies de Aspergillus
na produção de amilase. De acordo com os dados, o Aspergillus tamarii (UCP 1261),
apresentou maior potencial em produzir, extracelularmente, a amilase após 72 horas de
incubação em pH 6 á temperatura de 37ºC resultando na formação de halo característico
com diâmetro de 68 mm.
Resultados considerados inferiores foram obtidos por SOUZA, OLIVEIRA,
ANDRADE (2008)
após testarem o potencial de amostras de Basidiomycetes na
produção da amilase, o que resultou na formação do halo característico com dimensões
entre 6,20 a 22,30mm após crescimento a 28ºC. Por outro lado, ALVES et al (2002)
realizaram o estudo da produção de amilase com Mucor spp. e observaram resultados
similares aos obtidos neste estudo demonstrando a formação do halo característico com
dimensões entre 46-85mm após 72 h. GOTO et al.(1998) descreveram que uma ótima
produção de amilase por fungos do gênero Aspergillus é viabilizada após cultivo em
meio de cultura com pH em torno de 6.0.
Fonseca, T. C. S. Produção de amilase por amostras de Aspergillus tamarii...
48
Tabela 2- Seleção de amostra de Aspergillus spp produtora de amilase em meio sólido
avaliado pela formação de halo (mm) durante 72 horas de cultivo
* (-) Não formação do halo característico
Seleção do meio controle para produção de amilase em cultivo submerso por
Aspergillus tamarii
Os fungos podem apresentar diferentes comportamentos metabólicos após mudanças na
composição do meio de cultivo. Portanto, as soluções de sais são componentes
fundamentais que influenciam no crescimento dos micro-organismos e na produção de
metabólitos de interesse industrial (Lopes et al., 2016). Nesse sentido, os resultados
obtidos neste estudo demonstraram que a indução da produção amilolítica pela cepa de
Aspergillus tamarii foi fortemente influenciada pela solução de sais que constitui o
meio Czapeck em pH 6.0 no período de 96 h. No entanto, após 48 h ocorreu a máxima
produção enzimática no meio denominado 2, obtendo atividade amilolítica de 4 UA/mL
com um pH final de 7,1 (Tabela 3). Esses resultados estão de acordo com os obtidos por
MONGA et al.(2011) que afirmaram que amostras de Aspergillus spp são capazes de
crescer e produzir amilase em meio Czapek com valores de atividade amilásica na faixa
de 1,9 - 4.4 U/mL.
Fungos
pH
Temperaturas (ºC)
28 37 45
Aspergillus tamarii
UCP 1261
6
7
8
43
41
40
68
65
37
53
35
51
Aspergillus UCP
1372
6
7
8
44
42
46
42
31
43
51
51
40
Aspergillus flavus
UCP 1383
6
7
8
-
-
-
-
-
-
-
-
-
Aspergillus niger
UCP 1382
6
7
8
-
35
29
-
30
-
-
29
-
Fonseca, T. C. S. Produção de amilase por amostras de Aspergillus tamarii...
49
Tabela 3- Detecção da atividade amilolítica (UA) em diferentes meios de produção de
amilase por Aspergillus tamarii
Meios
24h
Atividade
amilolítica
(UA/mL)
48h
Atividade
amilolítica
(UA/mL)
72h
Atividade
amilolítica
(UA/mL)
96h
Atividade
amilolítica
(UA/mL)
pH
final
1
2
3
4
0,1
2,0
0,8
0,7
0,8
4 0,7
1,5
0,8
3,5
0,8
0,7
0,7
2,5
0,7
0,6
8,0
7,1
7,0
8,0
Produção de amilase por Aspergillus tamarii em meio alternativo contendo
farinhas de macaxeira e de batata
A Tabela 4 descreve os resultados obtidos na produção de amilase por Aspergillus
tamarii crescido a 37ºC durante 72 h, através de um planejamento fatorial de 23. De
acordo com os resultados, a condição 4 do planejamento em meio constituído por 2,5%
de farinhas da casca de macaxeira e da casca de batata em maiores concentrações, pH
7,0, obteve-se a máxima atividade amilolítica de 3,00 UA/mL de todas as condições
testadas. Resultados inferiores para produção de amilase foram obtidos por FARZANA
et al.(2016), após cultivo de diferentes espécies de Aspergillus spp crescido a 37ºC em
pH 6, em meio contendo casca de batata como fonte de carbono, obtendo atividade
enzimática da amilase de 0,046 UA/mL.
Tabela 4- Produção de amilase por Aspergillus tamarii avaliada após 72 h de cultivo
através de planejamento fatorial de 23
Condições
Casca de macaxeira
(%)
Casca de batata
(%)
pH inicial
Atividade
Amilolítica
(UA/mL)
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
0,5
0,5
2,5
2,5
0,5
0,5
2,5
2,5
1,5
1,5
1,5
1,5
0,5
0,5
0,5
2,5
2,5
2,5
2,5
2,5
1,5
1,5
1,5
1,5
5,0
7,0
5,0
7,0
5,0
6,0
5,0
7,0
6,0
6,0
6,0
6,0
0,00
0,00
0,00
3,00
0,40
0,00
0,30
0,54
0.09
0,10
0,12
0,10
Fonseca, T. C. S. Produção de amilase por amostras de Aspergillus tamarii...
50
Influencia da farinha da casca de macaxeira, farinha da casca de batata e do pH
na produção de amilase
A Figura 3 demonstra o Diagrama de Pareto para análise da influência das variáveis
independentes casca da farinha de macaxeira, farinha da casca de batata, e do pH, assim
como suas associações, sobre a variável reposta produção de amilase por Aspergillus
tamarii.
De acordo com os dados, todas as variáveis estudadas, assim como suas associações,
foram significativas do ponto de vista estatístico, com valores acima de p, com nível de
confiança de 95%. No entanto, a associação do pH com a farinha de macaxeira foi a que
mais influenciou na indução da produção da amilase.
Figura 3- Diagrama de Pareto do planejamento fatorial 23 para análise dos fatores
substratos e pH sobre a variável resposta atividade amilolítica em 72h de cultivo
A partir dos resultados obtidos e representados pelo diagrama de Paretto (figura 3), foi
realizado um novo planejamento de 22 variando as concentrações da farinha da casca de
macaxeira e o pH (tabela 5) com a finalidade de obter a máxima produção de amilase.
De acordo com os resultados obtidos, a melhor atividade amilolítica ocorreu na
condição 2 do planejamento em meio constituído por 0,5% de farinha da macaxeira e
pH 7,0 (9,0 UA/mL).
Fonseca, T. C. S. Produção de amilase por amostras de Aspergillus tamarii...
51
Tabela 5- Produção de amilase por Aspergillus tamarii avaliada após 48 h de cultivo de
acordo com planejamento fatorial de 22
Condições
Casca de macaxeira
(%)
pH
Atividade
Amilolítica
(UA/mL)
1
2
3
4
5
6
7
8
0,5
0,5
2,5
2,5
1,5
1,5
1,5
1,5
5,0
7,0
5,0
7,0
6,0
6,0
6,0
6,0
0,5
9,0
7,5
1,0
7,0
7,2
7,5
7,0
A figura 4 demostra o Diagrama de Pareto para os efeitos produzidos sobre a atividade
da amilase a partir das concentrações da farinha da casca de macaxeira e o pH
utilizadas, diagnosticando que todas as variáveis independentes foram significativas
estatisticamente. No entanto, a variável que provocou efeito positivo favorecendo a
máxima produção da amilase foi a concentração da farinha da casca da macaxeira.
Figura 4- Diagrama de Pareto do planejamento fatorial 22para análise dos fatores
substratos e pH sobre a variável resposta atividade amilolítica em 48h de cultivo.
Fonseca, T. C. S. Produção de amilase por amostras de Aspergillus tamarii...
52
CONCLUSÕES
O fungo Aspergillus tamarii (UCP 1261) demonstrou ser um fungo promissor para
produção da enzima amilase nos meios testados. Adicionalmente, a produção da amilase
foi favorecida pela elaboração dos meios alternativos, que o Aspergillus tamarii
converteu o amido presente das cascas de macaxeira e batata inglesa, o resíduo da
farinha da casca de macaxeira apresentou maior destaque por obter a máxima pruducao
da enzima amilase. Os resultados realizados neste trabalho, atendem aos requisitos
essenciais da sustentabilidade pelo uso destes resíduos que são descartados no meio
ambiente sem nenhum tratamento, podendo gerar produtos ambientalmente poluentes.
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CAPÍTULO III
FONSECA,T.C.S. Produção de amilase por amostra de Aspergillus tamarii...
56
CONCLUSÕES GERAIS
Diante dos resultados obtidos, foi possível concluir que:
Aspergillus tamarii (UCP 2161) apresentou o melhor resultado para nas condições de
pH entre 6,0, 72h e temperatura 37ºC;
Nos ensaios referentes à seleção dos meios de produção de amilase em fermentação
submersa, o meio que apresentou os melhores resultados foi o meio 2 (Czapck),
apresentando uma AE (atividade enzimática) = 4 UA /mL.
O Meio 2 como controle apresentaram, os melhores resultados no ensaio denominado
4, uma AE= 3 UA/ML, com 72 horas de crescimento;
A farinha de cascas de macaxeira e batata inglesa foram eficientes para a obtenção da
enzima amilase através de fermentação submersa;
Os melhores resultados da atividade amilasica, foi obtida através do resíduo farinha da
casca de macaxeira;
A produção da amilase foi favorecida pela eficiência da bioconversão do Aspergillus
tamarii nos nutrientes presentes das cascas de macaxeira e batata inglesa.
FONSECA,T.C.S. Produção de amilase por amostra de Aspergillus tamarii...
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ANEXOS
FONSECA,T.C.S. Produção de amilase por amostra de Aspergillus tamarii...
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INSTRUÇÕES PARA SUBMISSÃO DE ARTIGOS:REVISTA ACTA SCIENTIARUM.
TECHNOLOGY
1. Acta Scientiarum. Technology, ISSN 1807-8664 (on-line), é publicada trimestralmente pela
Universidade Estadual de Maringá.
2. Vimos informar que, a partir de 2018, o periódico publicará artigos originais nas áreas de:
Biotecnologia; Bioenergia (enfoque tecnológico); Ciências Exatas e da Terra; Engenharias; Ciência,
Tecnologia e Engenharia de Alimentos e suas subáreas, conforme classificação das Áreas do
Conhecimento (CAPES, CNPq), com vistas à melhor avaliação e visibilidade.
3. Os autores se obrigam a declarar a cessão de direitos autorais e que seu manuscrito é um trabalho
original, e que não está sendo submetido, em parte ou no seu todo, à análise para publicação em outro
meio de divulgação científica sob pena de exclusão. Esta declaração encontra-se disponível no
endereço: http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/ActaSciTechnol/about/submissions.
4. Os dados, ideias, opiniões e conceitos emitidos nos artigos, bem como a exatidão das referências, são
de inteira responsabilidade do(s) autor(es). A eventual citação de produtos e marcas comerciais não
significa recomendação de seu uso por parte do comitê editorial da revista.
5. Os relatos deverão basear-se nas técnicas mais avançadas e apropriadas à pesquisa. Quando
apropriado, deverá ser atestado que a pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Biossegurança da
instituição.
6. Os artigos submetidos deverão ser em inglês. Os autores devem providenciar uma versão com
qualidade.
7. Os artigos serão avaliados por, no mínimo, três consultores da área de conhecimento da pesquisa, de
instituições de ensino e/ou pesquisa nacionais e estrangeiras, de comprovada produção científica. Após
as devidas correções e possíveis sugestões, o artigo será aceito se tiver dois pareceres favoráveis e
rejeitado quando dois pareceres forem desfavoráveis.
8. Os artigos deverão ser submetidos pela internet, acessando o Portal ACTA, no
endereço http://www.uem.br/acta.
9. O conflito de interesses pode ser de natureza pessoal, comercial, política, acadêmica ou financeira.
Conflitos de interesses podem ocorrer quando autores, revisores ou editores possuem interesses que
podem influenciar na elaboração ou avaliação de manuscritos. Ao submeter o manuscrito, os autores
são responsáveis por reconhecer e revelar conflitos financeiros ou de outra natureza que possam ter
FONSECA,T.C.S. Produção de amilase por amostra de Aspergillus tamarii...
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influenciado o trabalho. Os autores devem identificar no manuscrito todo o apoio financeiro obtido para a
execução do trabalho e outras conexões pessoais referentes à realização do mesmo. O revisor deve
informar aos editores quaisquer conflitos de interesse que poderiam influenciar a análise do manuscrito,
e deve declarar-se não qualificado para revisá-lo.
10. A revisão de português (Resumo) e a revisão de língua estrangeira serão de responsabilidade e
custeados pelos autores dos artigos já aceitos para publicação, mediante comprovação emitida pelos
revisores credenciados.
11. Estão listadas abaixo a formatação e outras convenções que deverão ser seguidas:
a) No processo de submissão, deverão ser inseridos os nomes completos dos autores (no máximo seis),
seus endereços institucionais e o e-mail do autor indicado para correspondência.
b) Os artigos deverão ser subdivididos com os seguintes subtítulos: Resumo, Palavras-
chave, Abstract, Keywords, Introdução, Material e métodos, Resultados e discussão, Considerações
finais, Agradecimentos (opcional) e Referências. Esses itens deverão ser em caixa alta e em negrito e
não deverão ser numerados. Observa-se que, em caráter excepcional, pela característica da área da
Matemática, os artigos poderão conter no seu corpus os itens Introdução, Conclusão e Referências.
c) O título, com no máximo vinte palavras, em português e inglês, deverá ser preciso. Também deverá
ser fornecido um título resumido com, no máximo, seis palavras.
d) O resumo, não excedendo 200 palavras, deverá conter informações sucintas sobre o objetivo da
pesquisa, os materiais experimentais, os métodos empregados, os resultados e a conclusão. Até seis
palavras-chave que não estejam citadas no título deverão ser acrescentadas ao final tanto do resumo
como do abstract.
e) Os artigos não deverão exceder 15 páginas digitadas, incluindo figuras, tabelas e referências
bibliográficas. Deverão ser escritos em espaço 1,5 linhas e ter suas páginas numeradas no topo à direita
e todas as linhas numeradas no lado esquerdo. O trabalho deverá ser editado no MS-Word, ou
compatível, utilizando Times New Roman fonte 12.
f) O trabalho deverá ser formatado em A4 e as margens inferior, superior, direita e esquerda deverão ser
de2,5 cm.
g) O arquivo contendo o trabalho que deverá ser anexado (transferido), durante a submissão, não
poderá ultrapassar o tamanho de 2 MB, nem poderá conter qualquer tipo de identificação de autoria,
inclusive na opção propriedades do Word.
h) Tabelas, figuras e gráficos deverão ser inseridos no texto, logo depois de citados.
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i) As figuras e as tabelas deverão ter preferencialmente7,65 cm de largura e não deverão ultrapassar16
cm.
j) As figuras digitalizadas deverão ter 300 dpi de resolução e preferencialmente gravadas no formato jpg
ou png. Ilustrações em cores serão aceitas para publicação.
k) Deverá ser adotado o Sistema Internacional (SI) de medidas.
l) As equações deverão ser editadas, utilizando software Math Type ou inserida como figura jpg ou png.
m) As variáveis deverão ser identificadas após a equação.
n) Artigos de revisão poderão ser publicados, mediante convite do Conselho Editorial ou Editor-Chefe da
Eduem.
o) Artigos científicos redigidos em língua inglesa terão prioridade na pauta de publicação da revista,
desde que respeitado o limite de 20% em cada fascículo.
p) A revista recomenda que oitenta por cento (80%) das referências sejam de artigos listados na base ISI
Web of Knowledge ou Scopus com menos de 10 anos. Recomenda-se dar preferência às citações de
artigos internacionais. Não serão aceitas nas referências citações de dissertações, teses, monografias,
anais, resumos, resumos expandidos, jornais, magazines e boletins técnicos. Recomenda-se evitar
documentos eletrônicos.
q) As citações deverão seguir os exemplos abaixo, que se baseiam na norma da American Psychological
Association (APA). Para citação no texto, usar o sobrenome e ano: Et (2001) ou (Et, 2001); para dois
autores: Costa e Mansur (2008) ou (Costa & Mansur, 2008); para três a cinco autores (1.ª citação):
Martín, Montes e Galán (2008) ou (Martín, Montes & Galán, 2008) e, nas citações subsequentes, Martín
et al. (2008) ou (Martín et al., 2008); para seis ou mais autores, citar apenas o primeiro seguido de et al.:
Parra et al. (2008) ou (Parra et al., 2008).
MODELOS DE REFERÊNCIAS
Deverão ser organizadas em ordem alfabética, alinhamento justificado, conforme os exemplos seguintes,
que se baseiam na norma da American Psychological Association (APA). Listar todos os autores do
trabalho. Os títulos dos periódicos deverão ser completos e não abreviados, sem o local de publicação.
ARTIGOS
Um autor
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Sarma, B. (2015). Some sequence spaces of fuzzy numbers defined by Orlicz function. Acta Scientiarum.
Technology, 37(1), 85-87. doi: 10.4025/actascitechnol.v37i1.16966
Dois autores
Costa, E. S., Jr., & Mansur, H. S. (2008). Preparação e caracterização de blendas de quitosana/poli
(álcool vinílico) reticuladas quimicamente com glutaraldeído para aplicação em engenharia de
tecido. Química Nova, 31(6), 1460-1466.
Até sete autores (devem-se indicar todos os autores separados por vírgula, exceto o último que deve
ser separado por vírgula seguido de &)
Parra, J. E. G., Radüna, N. J., Veiverberg, C. A., Lazzari, R., Bergamin, G. T., Pedron, F. A., & Sutili, F.
J. (2008). Alimentação de fêmeas de jundiá com fontes lipídicas e sua relação com o desenvolvimento
embrionário e larval. Ciência Rural, 38(7), 2011-2017.
Oito ou mais autores (devem-se indicar os seis primeiros, inserir reticencias e acrescentar o último
autor)
Levantesi, C., La Mantia, R., Masciopinto, C., Bocklmann, U., Ayuso-Gabella, M. N., Salgot, M., ...
Grohmann, E. (2010). Quantification of pathogenic microorganisms and microbial indicators in three
wastewater reclamation and managed aquifer recharge facilities in Europe. Science of the Total
Environment, 408(1), 4923-4930.
LIVROS
Cowie, J. M. G. (2001). Polymers: chemistry and physics of modern materials. Cheltenham, UK:
Chapman and Hall.
El-Rewini, H., & Abd-EL-Barr, M. (2005). Advanced computer architecture and parallel processing.
Hoboken, NJ: John Wiley and Sons.
Schmal, M. (2005). Engenharia das reações químicas e catálise. In P. A. Melo Jr. (Ed.), Fronteiras da
Engenharia Química I (p. 21-50). Rio de Janeiro, RJ: E-papers.