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Processos Agroecológicos em Territórios da Reforma Agrária no Paraná: Interlocução junto aos Educadores de Escolas do Campo na Bahia Agro-Ecological processes in Territories of Agrarian Reform in Parana state: Interlocution with the Field School Educators in Bahia state in Brazil LIMA, Aparecida do Carmo. Integrante do Movimento Sem Terra. Planaltina do Paraná. Doutoranda em Educação - PPE na Universidade Estadual de Maringá- UEM. Email: [email protected]. LOCH, Silvana Aparecida. Professora da Rede Estadual de Educação Básica, do Município de Campo Mourão /PR. Mestranda em Educação PPGE UNICENTRO/PR. Email: [email protected] Resumo: O MST tem incorporado a construção da Agroecologia na luta pela Reforma Agrária Popular. Este artigo trata de processos agroecológicos construídos pelos trabalhadores do Paraná, o qual foi socializado junto aos Educadores na região extremo Sul da Bahia, num Encontro de Formação em maio de 2015. O objetivo foi contribuir na ampliação de conhecimentos a cerca da Agroecologia nas Escolas do Campo. A metodologia utilizada foi a pesquisa documental, a observação participante, e a roda de conversas em grupos. Algumas das questões orientadoras foram: Como e qual Projeto de Agricultura estamos trabalhando em nossas escolas e na formação das nossas crianças? Que ações e valores, estamos dispostos a construir e cultivar? O resultado da discussão foi socializado com todos do Encontro, e a síntese das ações em implementação foram: formação e educação da temática, e inserção da Agroecologia na grade curricular (fundamentos, princípios e ações) da Escola. Sendo que os acampamentos agroecológicos da região devem dar continuidade nas ações, tais como: seminários, hortas, arborização, trabalhos de pesquisas, entrevistas, debate nas salas, projetos, desenho, cartazes, maquetes, criar novos métodos de ensino, formação continuada dos educadores, oficinas e práticas (feiras agroecológicas), evitar o uso dos agrotóxicos, e intensificar a luta por Políticas Públicas. Palavras- chave: Educação e Agroecologia; Políticas Públicas, Formação de Educadores; MST e Educação do Campo. Abstract: The Brazil’s Landless Workers Movement (MST) has incorporated the construction of agroecology in the struggle for People's Agrarian Reform. This article deals with agro- ecological processes built by workers of Parana state, which was socialized with the educators in the extreme south region of Bahia - Brazil, in a Formation Meeting in May 2015. The objective was to contribute to the expansion of knowledge about the Agroecology in Schools Field. The methodology used was documentary research, participant observation and the wheel of conversations in groups. Some of the guiding questions were: How and what Agriculture Project are teaching in our schools and in the training of our children? What actions and values, we are willing to build and cultivate? The result of the discussion was socialized with all of the meeting, and a summary of actions in implementation were: training and education theme, and inclusion of Agroecology in the curriculum (fundamentals, principles and actions) of the School. Since the agro-ecological camps in the region should

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Processos Agroecológicos em Territórios da Reforma Agrária no Paraná: Interlocução junto aos Educadores de Escolas do Campo na Bahia

Agro-Ecological processes in Territories of Agrarian Reform in Parana state: Interlocution with the Field School Educators in Bahia state in Brazil

LIMA, Aparecida do Carmo. Integrante do Movimento Sem Terra. Planaltina do Paraná. Doutoranda em Educação - PPE na Universidade Estadual de Maringá- UEM. Email: [email protected]. LOCH, Silvana Aparecida. Professora da Rede Estadual de Educação Básica, do Município de Campo Mourão /PR. Mestranda em Educação – PPGE – UNICENTRO/PR. Email: [email protected] Resumo: O MST tem incorporado a construção da Agroecologia na luta pela Reforma Agrária Popular. Este artigo trata de processos agroecológicos construídos pelos trabalhadores do Paraná, o qual foi socializado junto aos Educadores na região extremo Sul da Bahia, num Encontro de Formação em maio de 2015. O objetivo foi contribuir na ampliação de conhecimentos a cerca da Agroecologia nas Escolas do Campo. A metodologia utilizada foi a pesquisa documental, a observação participante, e a roda de conversas em grupos. Algumas das questões orientadoras foram: Como e qual Projeto de Agricultura estamos trabalhando em nossas escolas e na formação das nossas crianças? Que ações e valores, estamos dispostos a construir e cultivar? O resultado da discussão foi socializado com todos do Encontro, e a síntese das ações em implementação foram: formação e educação da temática, e inserção da Agroecologia na grade curricular (fundamentos, princípios e ações) da Escola. Sendo que os acampamentos agroecológicos da região devem dar continuidade nas ações, tais como: seminários, hortas, arborização, trabalhos de pesquisas, entrevistas, debate nas salas, projetos, desenho, cartazes, maquetes, criar novos métodos de ensino, formação continuada dos educadores, oficinas e práticas (feiras agroecológicas), evitar o uso dos agrotóxicos, e intensificar a luta por Políticas Públicas. Palavras- chave: Educação e Agroecologia; Políticas Públicas, Formação de Educadores; MST e Educação do Campo. Abstract: The Brazil’s Landless Workers Movement (MST) has incorporated the construction of agroecology in the struggle for People's Agrarian Reform. This article deals with agro-ecological processes built by workers of Parana state, which was socialized with the educators in the extreme south region of Bahia - Brazil, in a Formation Meeting in May 2015. The objective was to contribute to the expansion of knowledge about the Agroecology in Schools Field. The methodology used was documentary research, participant observation and the wheel of conversations in groups. Some of the guiding questions were: How and what Agriculture Project are teaching in our schools and in the training of our children? What actions and values, we are willing to build and cultivate? The result of the discussion was socialized with all of the meeting, and a summary of actions in implementation were: training and education theme, and inclusion of Agroecology in the curriculum (fundamentals, principles and actions) of the School. Since the agro-ecological camps in the region should

continue the actions, such as seminars, gardens, afforestation, research papers, interviews, debate in rooms, designs, design, posters, models, creating new teaching methods, ongoing training of educators, workshops and practices (agroecology fairs), avoid the use of pesticides, and intensify the struggle for Public Policy. Keywords: Education and Agroecology; Public Policy, Teacher Training; MST and Field Education.

Introdução

Na atualidade, o MST incorporou à construção da Agroecologia na luta pela Reforma Agrária Popular, em contraposição a agricultura capitalista, o Agronegócio. Este artigo trata de elementos sobre processos agroeocológicos construídos pelos trabalhadores em territórios da Reforma Agrária no Paraná, que foi socializado junto a professores que atuam nas áreas de assentamentos e acampamentos do MST, na região extremo sul da Bahia, no 28° Encontro Regional de Educadoras e Educadores em maio de 2015. A atividade foi organizada pelo Setor de Educação do MST, cujo tema foi “Educação não é Mercadoria”, na cidade de Alcobaça.

O objetivo foi contribuir na ampliação de conhecimentos a cerca da Agroecologia nas Escolas do Campo. Na intervenção, buscou-se a partir do conteúdo extraído da práxis social dos trabalhadores, socializar conhecimentos que pudessem instrumentalizar pedagogicamente a construção da Agroecologia nessas escolas, localizadas em territórios da Reforma Agrária.

A intervenção foi uma solicitação do Setor de Educação1 do MST da Bahia, para fazer uma discussão sobre a Agroecologia a partir de elementos práticos e processuais no Paraná, na perspectiva de contribuir com o debate que estava em andamento no coletivo de educadores e nas Escolas na região.

Para fomentar o diálogo /discussão sobre quais são e que aspectos poderiam subsidiar a construção da Agroecologia em Escolas do Campo, as questões apresentadas pelo responsável do Setor de Educação, para a organização e problematização do conteúdo, foram às seguintes: Como trabalhar a Agroecologia articulado com o conteúdo escolar? Como trabalhar os saberes tradicionais das famílias dos educandos? Em relação aos elementos de experiências da prática, quais são e como fazer na Escola? Metodologia

O conteúdo exposto na intervenção foi sintetizado a partir de processos agroecológicos em construção, em territórios da Reforma Agrária no Estado do Paraná, tais como: processos de formação e de intervenção de educadores das

Escolas Itinerantes; a criação de Escolas/Centros de Formação e Cursos Técnicos, o Projeto Flora e a formação massiva através das Jornadas de Agroecologia.

A metodologia utilizada foi a pesquisa documental, a observação participante, discussão e roda de conversas em grupos. Procurou-se informações e materiais, com integrantes do MST no Paraná, na Escola Milton Santos de Formação em Agroecologia, com agente multiplicador do Projeto Flora, com o Setor de Educação, responsáveis pela formação de Educadoras e Educadores1, com ênfase nas Escolas Itinerantes, em parceria com as Instituições de Ensino Superior – IES.

Num primeiro momento, fez-se um roteiro com as idéias centrais e definiram-se os conteúdos relacionados aos desafios da construção da Agroecologia no MST do PR, para serem socializados no sentido de provocar o debate e a reflexão, visando fortalecer as ações em andamento nas Escolas do Campo na região extremo sul da Bahia. A princípio, quando foi solicitada a contribuição junto ao coletivo de Educadores, havia diversas experiências e processos consolidados no âmbito da construção da Agroecologia. No entanto, em termos da elaboração de uma síntese sobre, ainda era uma tarefa que estava por fazer, ou seja, uma sistematização a cerca do trabalho em andamento e também de ações que estava sendo projetadas junto à juventude no espaço escolar, principalmente em práticas pedagógicas na Educação Básica (anos Finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio). Resultados e discussões: “Projetos de Agriculturas” em contraposição: elementos mediadores na relação entre Educação e Agroecologia

Na atualidade, a humanidade esta diante de uma crise estrutural abrangente e irreversível resultante de uma lógica predatória e gananciosa de uma minoria da população que compõem a classe dominante, concentradora de poder e de capital, de destruição em amplitude do solo, da vida, dos recursos naturais, enfim, predadora dos bens comuns. Mèszáros (2002) salienta que o sistema sociometabólico, situa-se em uma crise global, que pela lógica das relações sociais capitalista é incorrigível, e produz uma falha histórica nas relações humanas e com a natureza em seu sentido amplo.

Sabe-se que as políticas e práticas da agricultura capitalista industrial – empresarial e financeira (moderna), organiza a produção em forma de negócio, vem se constituindo como um dos meios da expansão do capital, difundido por meio do agronegócio. Processo este, que é intrínseco as relações sociais capitalistas contemporâneas, na sua fase de mundialização, acumulação de riqueza,

1 Aqui destacamos as práticas educativas como: Graduação em Pedagogia da Terra-Campo; Curso de Licenciatura em Educação do Campo; Especialização em Educação do Campo; e Formação Docente no Colégio Estadual do Campo Iraci Salete Strozak.

concentração e centralização de capital. No caso do Brasil, houve algumas alterações,

[...] provou mudanças estruturais na forma de apropriação privada da terra e dos recursos naturais, na produção, nas condições de realização dos mercados, nas composições das classes sociais, no perfil da estrutura do emprego, na tecnologia utilizada e na produção científica e tecnológica no âmbito da pesquisa agropecuária em todo Brasil (MST, 2013, p.10).

Além de que, as grandes empresas capitalistas no caso brasileiro têm se apropriando da natureza, intensificando a exploração da força de trabalho, faz o uso do trabalho escravo e os monocultivos, a destruição da vida em sua agro biodiversidade. Na leitura de Carvalho, o crescimento da economia agropecuária e florestal, tem promovido,

[...] a exclusão das sementes crioulas do processo produtivo e incorporação de cima para baixo da biotecnologia transgênica; a mecanização intensiva e a automação; a terceirizada na prestação de serviços de rotina e a gestão terceirizada das grandes empresas agropecuárias e florestais; a abertura societária dessas empresas, assim como da agroindústria, ao capital estrangeiro etc. (2014. p. 21).

Os impactos do agronegócio para a população tem sido o envenenamento da

terra, (O Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo) não produz comida, não gera empregos, é sustentado pelo governo, envia as riquezas para o exterior, está entregando as terras para os estrangeiros, já que as principais empresas do setor são de fora do país (BRASIL DE FATO, 2014). Além de ser, um empecilho político para a realização da Reforma Agrária e viabilização de Políticas Públicas.

A contradição dessa lógica faz com que o protagonismo dos sujeitos coletivos e povos do campo incorporem as bases e princípios agrocológicos como parte estratégica da reconstrução da agricultura, integrando-a como parte da agricultura camponesa. A ação realizada se insere no plano da luta de classe e no contexto político organizativo, para fazer o enfrentamento direto ao agronegócio, denunciando que este não é a solução e a alternativa para a continuidade da existência e reprodução social da vida. Para Neto,

Agroecologia e agronegócio tornam-se incompatíveis quando se consta que a agroecologia desde a fase de transição tecnológica até seu pleno amadurecimento social produtivo, em situação concretas, prevê uma política de entrelaçamento produtivo – cultural com a produção familiar camponesa e visa continuadamente a sustentabilidade socioambiental (NETO, 2008. p.72).

Nessa discussão, acerca da relação e pela relevância do trabalho associado entre Agroecologia e a Educação, articulado com o processo de formação de

Educadoras e Educadores, ela é uma tarefa coletiva, haja vista, que a atuação destes em diversos espaços acontece pela formação humana dos sujeitos do campo em sua ampla representação em gênero e idade.

O debate sobre os Projetos de Agricultura antagônicos no Brasil, se faz necessário, no sentido, da tomada de conhecimento, e da tarefa colocada para aqueles que atuam diretamente no trabalho educativo e pedagógico, e que tem o compromisso de aprimorar a formação com interface para a Agroecologia.

O MST, na luta pela reforma agrária tem assumido a Agroecologia como instrumentos de luta, resistência e de reconstrução do campo. O programa agrário apresenta diversos aspectos,

[...] integra relações amplas entre o ser humano e a natureza, que envolve diferentes processos que representam a reapropriação social da natureza, como negação da apropriação privada da natureza realizada pelos capitalistas. Implica em um novo modelo de produção e desenvolvimento tecnológico que se fundamente numa relação de co-produção homem e natureza, na diversificação produtiva capaz de revigorar e promover a biodiversidade e em uma nova compreensão política do convívio e do aproveitamento social da natureza (MST, 2013. p. 31).

A construção de processos formativos e produção agroecológicos têm vínculo

com a necessidade de um Projeto Popular para o Campo. E a Agroecologia insere-se como parte dessas possibilidades concretas de os seres humanos forjarem novas relações de sociabilidade, cultura e conhecimento, ou seja, ela articula a luta pela Reforma Agrária Popular, inserindo-se num amplo processo de mudanças na sociedade. Na sequência, abordam-se aspectos gerais dos processos agroecológicos socializados no Encontro de Educadores na Bahia. Processos agroeocológicos em territórios da Reforma Agrária: ações e práticas de Formação, Educação no Paraná. As Jornadas de Agroecologias: “Terra livre de transgênicos e sem agrotóxicos”

Na leitura de Hadich, a realização das Jornadas de Agroecologia, representa

a “síntese do processo de construção da agroecologia e embate ao agronegócio, consolidando-se como uma escola popular e camponesa permanente, renovada ao longo de cada ano nos territórios camponeses [...]” (2014, p.25). A primeira Jornada Paranaense de Agroecologia foi realizada em abril de 2002, cujo lema, foi: marco histórico Terra livre de transgênicos e sem agrotóxicos. As Jornadas não são um processo isolado do conjunto das ações e luta dos trabalhadores camponeses e urbanos, elas “[...] fortalecem o embate ao modelo explorador e degradante do capitalismo, apontando suas contradições e propondo alternativas concretas, na construção de outro campo” (p.29).

As Jornadas de Agroecologia são uma das ferramentas da classe trabalhadora camponesa, embora aconteça no PR, tem abrangência internacional, tem promovido o encontro e intercâmbio de estudo e mobilização de milhares de

camponesas e camponeses. Tem-se organizado a Ciranda Infantil2, aspecto relevante para garantir a participação das mulheres, cada participante é um militante da agroecologia. Na programação são contemplados estudos temáticos, seminários, oficinas, marchas, feiras, exposições, divulgação da diversidade na produção de alimentos, produção cultural, artesanal e industrial, e o ato da troca de sementes crioulas entre outros (HADICH, 2014).

Nesse percurso de quinze anos, a articulação popular e em mobilização permanente promoveu a 15ª Jornada de Agroecologia, que aconteceu de 27 a 30 de julho de 2016, no município da Lapa, no Paraná, “Terra Livre de Transgênicos e Sem Agrotóxicos Cuidando da Terra, Cultivando Biodiversidade, Colhendo Soberania Alimentar Construindo um Projeto Popular e Soberano para a Agricultura”, sendo uma palavra de ordem que expressa um desafio contemporâneo. Dessa forma, percebeu-se que as Jornadas tecem contribuições na construção de Projeto Popular Soberano para o campo e a sociedade.

Centros/Escolas de Formação e Cursos Formais em Agroecologia

No Brasil, o MST em território nacional tem uma média de 50 Centros/Escolas de formação, as principais atividades que acontecem são: Reuniões, Encontros, Cursos formais e não formais. Na compreensão do MST/PR, os Centros/Escolas de Formação são conquistas dos Trabalhadores e Trabalhadoras (MST/PR, 2004). A criação deles foi num contexto de reorganização da estrutura de funcionamento do MST e da decisão política em incorporar a Agroecologia em seu Programa Agrário e em suas ações.

No Estado do Paraná temos os seguintes Centros/Escolas: Escola José Gomes da Silva – EJGS vinculada ao Instituto Técnico de Educação e da Reforma Agrária- ITEPA, a Escola Iraci Salete Strozak (em Cantagalo) e Escola Ireno Alves dos Santos (em Rio Bonito do Iguaçu), ambas pertencem ao Centro de Desenvolvimento Sustentável Agropecuário de Educação e Capacitação em Agroecologia – CEAGRO, Escola Milton Santos (em Maringá) e a Escola Latino Americana de Agreocologia - ELAA (no município da Lapa) em parceria com a Via Campesina.

Nesses espaços, foram concretizadas às práticas educativas nas seguintes modalidades: Técnico em Agroecologia Ensino Médio Integrado, Técnico em Agroecologia/Educação de Jovens e Adultos, Técnico em Agropecuária com ênfase em Agroecologia, Técnico em Agroecologia com ênfase em Sistemas Agroflorestais e Técnico em Agroecologia com Habilitação para a Produção de Leite, sendo na ELAA, o curso Tecnólogo em Agroecologia. Essas práticas foram realizadas em parceria com instituições públicas de ensino, com recursos do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (PRONERA), certificados pelo Instituto Federal do Paraná (IFPR) e pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA).

No MST e Via Campesina no Paraná, as práticas educativas formais em Agroecologia e a formação de educadores do campo são desenvolvidas nesses Centros/Escolas de formação em Agroecologia.

Projeto Flora (ações práticas em espaços escolares). Florestando a Reforma Agrária – Cultivando a Agrobiodiversidade no Paraná.

Este projeto é realizado em parceria e com patrocínio do Programa Petrobrás Socioambiental e outras Instituições (centros de formação, institutos, universidades e outros) comprometidos com a construção da Agroecologia em territórios da Reforma Agrária. O trabalho teve início no ano de 2013, atendendo 6 regiões do estado com abrangência em 42 municípios.

Fonte: www.projetoflora.com

Tem como objetivo promover a reconversão produtiva de áreas e a recuperação de áreas degradadas, através da formação e capacitação de

camponeses e camponeses, de um amplo processo de educação ambiental e de um processo dialógico entre conhecimento empírico e conhecimento acadêmico, a melhoria do agroecossistema e conservação ambiental, aliadas à geração de renda, nas áreas de reforma agrária do estado do Paraná.

As ações do projeto vêm sendo desenvolvidas a partir do Instituto Latino Americano de Agroecologia, Educação, Capacitação e Pesquisa da Agricultura Camponesa Contestado/ICA- Escola Latinoamericana de Agroecologia, ATEMIS- Escola Milton Santos e do ITEPA- Escola José Gomes da Silva, as quais são centros de formação em agroecologia e atuam na formação de camponeses e camponesas dos territórios de Reforma Agrária do Estado (PROJETO FLORA, s/d).

Socializou-se com as Educadoras e Educadores baianos, o relato da experiência na construção da Agroecologia com a Educação, a partir de atividades realizadas pelo Projeto Flora com as Escolas do Campo por meio das Caravanas Ambientais, com: a Escola municipal do Campo Contestado e o Colégio Estadual do Campo Contestado; no município da Lapa; Escola Itinerante Zumbi dos Palmares, no município de Cascavel; e o Colégio Estadual do Campo José Martí, no assentamento Oito de Abril, no município de Jardim Alegre.

Outro ato político realizado pelo Setor de Educação do MST tem sido a denúncia do fechamento de escolas do Campo, e a mobilização em repúdio à presença do Agronegócio nas escolas Públicas do Paraná, amplamente divulgado através de materiais (folhetos, cartilhas) e legitimado em alguns Núcleos de Educação, com a ampla distribuição das cartilhas do programa Agrinho3 e da multinacional produtora de agrotóxicos, Syngenta. Escolas “Itinerantes” e Formação de Educadores no Paraná

O direito e o acesso à educação para as crianças, adolescentes e jovens das famílias Sem Terra acampadas na luta pela Reforma Agrária do MST, tem se sido garantido através da Escola Itinerante. A Escola Itinerante é uma instituição pública de Educação Básica constituída em parceria com a Secretaria de Estado da Educação – SEED/PR e a Associação de Cooperação Agrícola e Reforma Agrária do Paraná. O Colégio Estadual Iraci Salete Strozak é o representante institucional.

O processo de formação dos Educadores participantes das Escolas Itinerantes e de sujeitos que atuam em outras práticas educativas é articulado com a luta e construção das escolas, na luta por Políticas Públicas de Educação na Reforma Agrária e Educação do Campo, através do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária - PRONERA, Cursos de Graduação e Projetos com as Instituições de Ensino Superior.

Os processos é resultado de todo um trabalho de luta, persistência, e ação organizada dos Movimentos Sociais do Campo, em parceira com as Organizações, as IES e outros segmentos, possibilitando a articulação da luta pela Educação aos Povos do Campo, sendo a constituição da Articulação Paranaense por uma Educação do Campo, um acúmulo de forças, imprescindível nessa trajetória.

No diálogo com os professores da região extremo sul da Bahia, socializaram-se três ações (dois projetos e o Plano de Estudo) construídas no trabalho em conjunto com o Movimento (professores, setores e comunidades) e com a IES:

a) Plano de Estudos: é fruto do trabalho coletivo na elaboração dos “Planos

de Estudo da Escola Itinerante no Paraná”. São muitos os elementos teóricos e práticos que articulam e compõem o Plano de Estudos. Para um debate que abrange o tema da Educação e Agroecologia, está posta a discussão sobre a relação da Escola com o trabalho, o qual constitui uma das matrizes formativas, ambos, são processos indissociáveis nas relações sociais que incidem na educação entre o ser humano e desse com a natureza.

O trabalho humano em geral, os processos produtivos do campo em particular e a participação dos estudantes no trabalho devem ser objeto de estudo científico na escola por meio das disciplinas de ensino ou de outras atividades curriculares que se possa organizar para isso (COLÉGIO...2013, p.16)

Compreende-se, que uma intervenção que leva em conta, a prática social

atual como ponto de partida para mudar as relações a partir do chão da escola, o conteúdo e sua forma, é um dos aspectos centrais que permite inserir a relação dos educandos/estudantes com a Terra, em incentivar o estudo sobre a agroecologia, compreender as práticas e processos, a iniciar pelo local e ampliar para outras realidades.

Apresentou-se elementos de dois projetos construindo em parceria, um com a Universidade Estadual do Oeste do Paraná- UNIOESTE e o outro com a Universidade Estadual do Oeste do Paraná- UNICENTRO, numa perspectiva da concretização do trabalho articulado entre Ensino, Pesquisa e Extensão.

b) Projetos Novos Talentos - No trabalho com a UNIOESTE, teve início em

2013, o qual foi submetido a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior- CAPES. Teve como preposição, a continuidade da formação de Educadores integrantes de áreas de Reforma Agrária e Comunidades Camponesas. Os participantes do Curso de Graduação em Pedagogia para Educadores do Campo, e a Licenciatura em Educação do Campo (para atuar nos anos finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio, com habilitação nas áreas de Ciências Agrárias e Ciências da Natureza e Matemática) (CAPES, 2012).

c) “Fortalecimento da Juventude Rural” - No trabalho junto com a UNICENTRO, cujo título do Projeto foi: “Formação em Agroecologia dos jovens no Ensino Médio das Escolas Itinerantes do Paraná: do saber popular ao conhecimento científico para o cuidado com a terra e com a vida”. Socializou-se as ideias gerais e o objetivo, que foi a inserção da

juventude de escolas itinerantes, nas comunidades de acampamentos, por meio de estudo, pesquisa e implementação de práticas que contribuam para a compreensão da realidade do campo e para sua transformação.

As ações buscam o aprimoramento, a formação inicial de professores,

proporcionando uma interação entre Universidade e Educação Básica, objetivando o acesso, a socialização e produção de conhecimento aos educandos no processo de ensino aprendizado nas Escolas Itinerantes.

Através do trabalho de acompanhamento pelo Setor de Educação do MST, foi organizado um Programa de Formação de Professores das Escolas Itinerantes, em parceria com a UNIOESTE, UNICENTRO, Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS, SEED/PR, e Colégio Estadual Iraci Salete Strozak. Isso demonstra como os processos formativos apresentados, têm sua relevância e contribuição na construção das Escolas Itinerantes.

Diálogo e Roda de conversa com os Coletivos de Educadores do MST na região extremo sul da Bahia.

Na intervenção realizada, fez-se a exposição do conteúdo junto aos participantes do 28° Encontro Regional, na média de 300 professores. A partir do conteúdo extraído da práxis social, buscou-se ampliar o conhecimento, e instrumentalizar pedagogicamente a construção da Agroecologia nas Escolas do Campo em territórios da Reforma Agrária.

Como parte da problematização, buscou-se um conhecimento prévio sobre o contexto da prática social em que estavam inseridos os trabalhadores-educadores Sem Terra, e as ações realizadas na construção da Agroecologia e da Educação do Campo. Identificou-se, que em 2015, naquela região, havia-se conquistado 50 Escolas de Educação Básica, anos iniciais e finais do Ensino Fundamental, e 7 Escolas com o Ensino Médio. O debate sobre a Agroecologia acontecia desde o ano de 2014, sendo que 8 escolas haviam definido em trabalhar com o tema. Foram realizados dois Seminários sobre o conceito de Agroecologia, portanto, naquele período, as atividades de construção estavam no início.

Retomou-se a discussão, sobre o entendimento do MST em relação aos projetos em disputa na agricultura na atualidade. A luta é contra a sociedade capitalista, pois a sua lógica de funcionamento é excludente, com a intensificação da exploração do trabalho, exploração dos bens coletivos da natureza, para garantir o seu objetivo principal, cuja finalidade visa à produção do lucro para a reprodução do capital, que transforma tudo em Mercadoria. Depara-se com um destino perverso que vem sendo a degradação da vida e da natureza, sinalizando como síntese, o fim da vida, a morte.

Vivencia-se a transformação da agricultura em negócio, a produção destinada para produzir capital, os produtos para alimentação contaminados com agrotóxicos e sementes transgênicas. Em oposição, o projeto da classe trabalhadora tem sido a defesa da Agricultura Camponesa, que significa a construção de novas relações entre os seres vivos, ou seja, dos seres humanos consigo e com a natureza e de novas relações sociais de produção. Assim, o desafio e a tarefa política consistem na produção de alimentos saudáveis, limpos de “agrotóxicos e transgênicos”, alimento para a Vida. Como construir uma relação política pedagógica indissociável entre a Educação e Agroecologia no chão da Escola? Sabe-se que é uma decisão que exige mudanças nas relações. A começar pela discussão acerca de que tipo de alimentos que as nossas crianças comem na merenda escolar, qual a sua origem? Em que condições foram produzidas? São alimentos que contribuem para a continuidade da vida, ou ao contrário, são envenenamos e estão a serviço do projeto de interesse do capital? Que ações e práticas podem ser construídas entre os sujeitos participante da Escola, na defesa do projeto da vida e debate contra o projeto de agricultura capitalista? Foi dialogado com os participantes, elencando, a experiência de processos em andamento no Paraná, sobre um conjunto de ações entre os Movimentos Sociais do Campo, em parceria com as Instituições, Articulações e sujeitos. A consolidação de todo um trabalho e esforço coletivo para potencializar as ações existentes. Em interlocução com os sujeitos, a problematização foi provocada com as seguintes questões: Como e qual projeto de agricultura estamos trabalhando em nossas escolas e na formação das nossas crianças? Para qual perspectiva “de presente e futuro” educamos os nossos sujeitos? Que ações e valores, estamos dispostos a construir e cultivar? Utilizaram-se algumas imagens de slides apresentadas por Sebastião Pinheiro na 11ª Jornada de Agroecologia no Paraná, com o seguinte comentário: Alimento Orgânico ou Dose Diária Aceitável de? (de alimentos contaminados com agrotóxicos e transgênicos). Ou seja, de acordo com a exposição reflexiva e crítica de Sebastião, “crianças expostas a agrotóxicos fosforados perdem a memória líbica e têm dificuldades no aprendizado”. O que significa, que a luta por um projeto de agricultura que contribua com novas relações, em que a produção de alimentos seja para o cultivo da vida, tem exigido ir além de fazer na escola a implementação de hortas, oficinas pontuais como: caldas, mudas e espaço experimental. A singularidade do MST no Paraná tem provocado reflexões e mudanças, a repensar a atuação enquanto sujeitos responsáveis pela formação humana, em retomar, qual a intencionalidade das práticas organizadas nos espaços escolares? Como por exemplo, qual a finalidade da auto organização dos estudantes nas Escolas Itinerante e na Escola de Assentamento? Na especificidade educacional do MST no Paraná, em relação ao processo organizativo da Escola Itinerante, a auto-organização tem sentido, se estiver articulada à preocupação com o conteúdo e forma de funcionamento da escola. De modo que, a partir das linhas políticas, de práticas, articulação entre o Movimento,

Institutos, Universidades, escolas e setores de trabalho, tem-se buscado garantir campos de ações visando aprimorar os processos formativos, como por exemplo, a Formação de Educadores, a construção de processos concretos que incidem na relação entre Educação e Agroecologia.

A partir das questões orientadoras, já mencionadas anteriormente, os participantes socializaram um conjunto de ações, sendo, o trabalho na formação, educação em Agroecologia, interação entre a Comunidade e Escola, e vive versa, inserção da Agroecologia como disciplina na grade curricular (fundamentos, princípios e ações) da Escola. Haja vista, que os acampamentos da região são agroecológicos, e dar continuidade nas ações coletivas tais como, seminários, hortas, arborização, trabalhos de pesquisas, entrevistas, debate nas salas, projetos, desenho, cartazes, maquetes, e criar novos métodos de ensino, a formação continuada dos educadores, oficinas e práticas (feiras agroecológicas), não utilizar agrotóxicos, fazer a rotação de culturas.

Em suma, os participantes deram ênfase à necessidade articulada com a oportunidade de criar uma sociedade com um novo modelo cultural no que diz a respeito à alimentação e saúde, vivenciando no espaço escolar práticas pedagógicas voltadas para a saúde, preservação ambiental e dos recursos para uma melhor qualidade de vida.

Considerações Finais

Compreende-se que, a participação na interlocução junto aos professores, contribuiu para ampliar a leitura da realidade, sobre as possibilidades concretas da construção de novas relações de trabalho no espaço escolar associado com a práxis social contextualizada.

Principalmente pela luta em defesa da vida e pela vida, contra a alienação do ser humano, processo que se aprofunda mediante as relações de produção capitalista, através do trabalho explorado no campo e na cidade. Um dos grupos de trabalho fez a seguinte exposição “[...] a proposta agroecológica é uma questão de vida. Pois, há necessidade em ter um melhor alimento na mesa escolar. [...] falta uma conscientização junto à base governamental, que ainda acredita na monocultura, e cultura eucaliptos, onde o capitalismo é benfeitor. Porque o determinante é o poder econômico”.

No processo de formação dos professores-educadores, está colocada a intrínseca relação existente entre a matriz formativa do trabalho humano com os processos de educação no seu sentido amplo e com a construção da Agroecologia. Na singularidade do espaço das Escolas do Campo, percebe-se que a Agroecologia deve constituir-se objeto de estudo, incluindo-a na matriz curricular, em práticas e vivencia de uma nova cultura de valores, na luta pela vida.

Outro aspecto relevante foi o tema do Encontro “Educação não é Mercadoria” é uma chave para a continuidade da reflexão, de que, a produção de alimentos e os recursos naturais, o conhecimento, não são mercadoria, mas, são bens comuns, e

não pertencem ao capital. Caldart, no artigo sobre Escolas do Campo e Agroecologia: uma agenda de trabalho com a vida e pela vida traz uma síntese que pode ser relacionado com a continuidade da tarefa por construir.

[...] Entendemos que a construção de relações orgânicas entre escolas e processos de produção agrícola fundamentados na agroecologia, integra o desafio da Educação do Campo de firmar práticas educativas avançadas, vinculadas à vida e à complexidade de suas questões, além de contribuir no combate ao agronegócio e à lógica social destrutiva de que ele é parte (CALDART, 2016.p.1).

Em suma, os processos educativos e agroecológicos existentes no Paraná,

fazem parte da totalidade das ações em construção no MST em âmbito nacional. De modo que, as experiências socializadas, congregam do acúmulo da força social popular organizada que propõem e constroem processos de formação humana e processos produtivos que tem compromisso com a transformação social, e almejam um projeto societário emancipatório.

REFERÊNCIA BRASIL DE FATO, 13ª Jornada de Agroecologia: Cuidando da Terra, Cultivando Biodiversidade, Colhendo Soberania Alimentar. Terra Livre de Transgênicos e sem Agrotóxicos. Construindo o Projeto Popular e Soberano para a Agricultura. Edição especial Jornada de Agroecologia 2014- Paraná. Junho de 2014. Ano 08 edição 06. CALDART, R. S. Escolas do Campo e Agroecologia: uma agenda de trabalho com a vida e pela vida! Porto Alegre, 2016. CARVALHO, H. M. As lutas sociais no campo: modelos de Produção em confronto. In: MST, universidade e pesquisa. Roseli Salete Caldart, Paulo Alentejano (orgs) _ 1ª, Ed. São Paulo: Expressão Popular, 2014. CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Projeto Novos Talentos. “Interface entre a formação continuada de educadores e a Educação Básica do Campo no contexto das Escolas Itinerantes do Paraná”, UNIOESTE, 2012. COLÉGIO ESTADUAL DO CAMPO IRACI SALETE STROZAK /ESCOLA ITINERANTE DO ESTADO DO PARANÁ. Plano de Estudos. FREITAS, Carlos de. SAPELLI, Marlene Lucia Siebert, CALDART, Roseli Salete. (orgs). 1ª edição, 2013, Cascavel – Paraná.

NETO, C. C. Relações entre agronegócio e agroecologia no contexto do desenvolvimento rural brasileiro. In: Campesinato e agronegócio na América Latina: a questão agrária atual. Bernando Mançano Fernandes (org). Expressão Popular. 1ª. ed. São Paulo. p. 71-81. HADICH, C. As Jornadas de Agroecologia e sua contribuição na construção do Projeto Popular. In: 13ª Jornada de Agroecologia: Cuidando da Terra, Cultivando Biodiversidade, Colhendo Soberania Alimentar. Terra Livre de Transgênicos e sem Agrotóxicos. Construindo o Projeto Popular e Soberano para a Agricultura. 04 a 07 de junho de 2014. Escola Milton Santos (EMS), Maringá, Paraná, Brasil. MÈZÁROS, I. Para além do capital: rumo a uma teoria da transição. Trad. Paulo Cezar Castanheira e Sérgio Lessa. São Paulo: Boitempo, 2002. MST. Programa Agrário do MST. VI Congresso Nacional do MST. Lutar! Construir a Reforma Agrária Popular. São Paulo. 2014. MST/PR. Os centros de Formação do MST: Produzindo conhecimento e forjando militantes. IN: Cartilha de estudo- a organicidade e o planejamento construindo coletivamente. Nº3- setembro de 2004. 1984-2004: MST 20 anos de lutas, conquistas e dignidade.

PEREIRA,V.B. Programa Agrinho, concepção política-pedagógica para a formação de professores. X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014. PROJETOFLORA. Cultivando a Agrobiodiversidade. Disponível em:< www.projetoflora> . Acesso maio de 2015. 1 O setor de Educação do MST surgiu a partir das necessidades de educação dos Sujeitos Sem Terra participantes do Movimento. Ele é parte da estrutura da totalidade do Movimento, não é uma ONG. Existe um esforço coletivo para a sua ampliação em todos os espaços, onde tem demandas educativas e sujeito que precisam de humanização e educação. 2 A Ciranda Infantil é um espaço educativo específico para o cuidado com as crianças durante as atividades do MST. Mas, não é apenas o cuidar o objetivo, ela tem intencionalidades e práticas pedagógicas para trabalhar a formação humana do ser criança Sem Terrinha. Esse espaço é fundamental para garantir a participação das mulheres, que sem a Ciranda não teriam condições de se fazerem presentes. 3 Para aprofundar, ver: PEREIRA (2014).