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Problematização do Dataismo Nelson Zagalo, Universidade de Aveiro Colóquio do GT Cibercultura SOPCOM UA, Aveiro, 18 Outubro 2017

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Problematização do DataismoNelson Zagalo, Universidade de Aveiro

Colóquio do GT Cibercultura SOPCOM

UA, Aveiro, 18 Outubro 2017

O dataismo não é mais do

que uma interpretação

cultural, podemos dizer

cibercultural, de uma das

mais recentes e impactantes

correntes de investigação

dos últimos

10 anos, o Big Data.

O big data refere-se a algoritmos

capazes de triar informação a

partir da agregação de grandes

bases de dados, permitindo

chegar a novas abordagens

através de correlações

impossíveis para o ser humano

pelas suas limitações cognitivas.

Maio 11 1997

Deep Blue utilizou algoritmos que fizeram uso de processadores

capazes de interpretar simultaneamente mais de 100,000,000

jogadas por segundo.

SWAPS

What You Is What You Get Recommended – WYSIWYGR

http://www.mirror.co.uk/thedavedesk/hipster-bar-only-lets-genuine-11313332 09:39, 11 OCT 2017

Hipster bar only lets in genuine hipsters

“Big data is also the vehicle for a point of

view, or philosophy, about how decisions

will be — and perhaps should be — made

in the future.”

“If exploited, this new revolution will change

the way decisions are made — relying

more on data and analysis, and less on

intuition and experience — and transform

the nature of leadership and management”

Steve Lohr, autor de

“Data-ism: The Revolution Transforming Decision Making,

Consumer Behavior, and Almost Everything Else” (2015)

“Dataism is a new ethical system that says,

yes, humans were special and important

because up until now they were the most

sophisticated data processing system in the

universe, but this is no longer the case.

The tipping point is when you have an

external algorithm that understands you —

your feelings, emotions, choices, desires —

better than you understand them yourself.”

Yuval Harari, autor de

“Homo Deus: A Brief History of Tomorrow” (2017)

O que fazem muitos de nós quando estamos doentes?

Consultamos o Google.

E quando temos dúvidas sobre uma proposta de trabalho, ou

uma relação que se deteriou?

Consultamos a Siri.

As máquinas porque baseadas na abstração

da realidade parecem capazes de produzir o

grau último da objetividade total, e em tempo

de pós-verdade, parecem oferecer uma

Nova-verdade.

A Nova-verdade está baseada em quê?

: News e Fake News

: Factos e Factos Alternativos

: Métricas, médias, medianias e normalizações.

: Conhecimento não-tácito.

: Correlações entre factos altamente díspares (criatividade máquina).

Métricas, médias, medianias e normalizações.

A base que suporta a algoritmia é binária, e depende exclusivamente de

lógica, para o que requer dados, dados filtrados por equações

matemáticas que pretendem garantir um conhecimento da realidade por

via da extração de médias e maiorias.

Conhecimento não-tácito, ou explícito.

Neste processo ocorre uma aniquilação do orgânico que sustenta o processo de

decisão humano. Não há espaço para a não consciência, e menos ainda para os

marcadores somáticos

Correlações entre factos altamente díspares – Criatividade Máquina

Sendo o melhor desse novo mundo, é também aquele que maior perigo

representa para nós, no sentido em que começa a garantir criatividade nas

máquinas. Daqui para a frente, deixamos de falar de verdade, porque falaremos

de novo mundo.

Problematização do Dataismo

Nelson Zagalo, Universidade de Aveiro

[email protected]

http://nelsonzagalo.googlepages.com

http://virtual-illusion.blogspot.com