problemas das cartas de mariana alcoforado

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PrOOIPMIS ila S  C art as (  I I bror M  ariana 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 kallheIMIMII ~U~M,111811~1111111~41HIS11.1hineldillenlell101:~11,11~0~Oldielnififileinla Mirante, varandas e janelas do Convento da Conceição "DOI- MANUEL RIBEIRO 1000 ii r i ó d o  ANO VII—NUMERO 2080  J ORNA L DA TARDE— PORTA-VOZ REGI ONA LISTA BEJA, Quinta-feira, 2 de Marco de 1939 Proprietárioe :  g Redacção eAdministraço :  D i r ec t or , E d i t o r  ã eAdministrador  É Composição eImpressa°  g Aisinaturs: CARLOSMARQUEIS ék - 1 C. &  L " t R, Dr. Augusta Barreto, 10 —REJA  e M. A. ENGANA  • -  M i a 3 inerva Comerci -- al— SEJA  -  .  : -  _ . . -- ___.... _ _ .  - , ............ . (Continuadodonumeroanterior) Liquidada a questão do mi- rante, examinemos a segunda interpretação: eDona Brites...  julgan do distrair-me, la inc le- vou a passear a varanda donde se vaem as portas de Mertola». E' a variante adoptada por Lu- ciano Cordeiro e aque passa por mais exata. .Está ela dependente da exis- tencia duma varanda na parte sul do convento que desse vista para o local bastante frequenta- do ela cidade—as Portas de Mertola. Havia esta varanda no tempo das cartas? E' um ponto discutivel e mui- to duvidoso. Náo é intuitivo que se ela existisse lhe chamariam a «va- randa das portas de Mariola», ou ede Mariola», do mesmo modo que assim, se denominara a ja- nela que abria para esse sitio dacidade? Todas as varandas da Con- ceição tiveram na toponimia das freiras, para poderem diferen- ça-las, li ma designação propria, derivada quasi sempre da sua localização. Não contando . , já se vê, as varandinhas das moradias privativas, teve o mosteiro seis varandas . comuns, de epocas di- versas, onde as religiosas iam espairecer e recrear-se. Foram elas: a <varanda do palacio» ou «dos paços», no anexa dos In- fantes, e noconvento propria- mente dito, a «varanda de bai- xo», em arcadas; a «varanda de cima», sobre o claustro, coberta e com janelas; a evaranda no- va», por sinal bastante antiga, cerca da torre, a principal, com u mpequeno pavilhão .  que man- dou fazer a abadessa Peregrina Alcoforado, irnrã, de Mariana, e bastante melhorada em 1775; a .varanda alta», no plano supe- rior á (varanda de cima», a mais moderna (1792), adornada de uma capelinha encantadora, co- nhecida, pelo poetico nome de Nossa, Senhora da Varanda Alta. Outra varanda havia ainda, de que  j á falaremos. Nenhuma destas cinco varan- das dava vista para fora, a não ser a do palacio, da li-anda da Mercado, que estava defendida por altas redes de tejolo, que um Provincial mandou lambem fe- char em 1729. Todas as outras eram interiores e apenas de uma se enxergavam campos. Luciano Cordeiro enganou-se, por não conhecer a topografia do Convento através das idades. A varanda que ele pisou foi a de cima ou a alta, donde se descor- tinava ao fundo, já entr e ruma s dos desabamentos, a famosa eja- nela de Mertola». O equivoco de Luciano Cordei- ro proveio de supor, erradamen-. te, que, notempo dos amores da freira, havia do lado das Por- tas deMariola uma espaçosa varanda, que aconstrução do Dormitorio novo emais tarde» fez desaparecer. Fundando-se em certo letreiro que se lhe deparou na cimeira duma porta, o ilustre autor da «Soror Mariana» (2 . 1  ed. pg. 204) deu por certo que o Dorinitorio novo foi obra demadre Brites Angelica, que ela fez eá sua cus- ta» no seculo XVIII, não exis- tindo portanto este edificio em 1668 no tempo das Cartas e ocu- pando olugar dele a tal aspa- çasa varanda. H aaqui alguns desacertos. Primeiramente, obras da comu- nidade não eram estipendiadas pelo bolso particular das religio- sas. Concorriam. estas para em- belezamentos e adornos, faziam casas suas, capelas, oratorios, mas nunca edificação de grande Vulto e dispendiosa como um Dormitorio. a abadessa, como governo e administradora das rendaa do mosteiro, dispunha de cabedais e poderes para constru- ções de importancia, associan- do-lhes quasi sempre o nome. Ora Brites Angelica não foi aba- dessa e o mais que poderia ter feito era a tal porta, ou um re- paro, e pôr-lhe por cima a nome, que até ai lho consentia a digni- dade de viga.ria. Era-o de facto em 1740, data da inscrição. Em segundo lugar, soror Brites An- gelica, que por sinal se chamava Brites Porribeiro e foi natural de Messejana, não podia ter feito o Dormitaria novo, porque nas- ceu em 1679 (onze anos depois das Cartas) e nessa data já a dormitorio novo era... velho. De modo que, sendo o Dormi- torio novo anterior a1668, não podia haver no seu lugar a va- randa que L. Cordeiro imaginou na epoca das Cartas, aberta so- bre as Portas de Mariola. Este Dormitorio fez-se, não no seculo XVIII como afirmou Cor- deiro, e por causa da ruma e fria incomodidade do Dormito- rio velho sobre a rua da Concei- ção, mas em consequencia do numero, sempre em aumento, das profissões a partir de Seis- centos, século a que pertenceu o Dormitorio novo. Foi certamente na ocasião de seconstruir este novo edificio, que se rasgou no muro de cir- cuito a janela ch amada mais tarde de Mariola, a qual pela sua contiguidade com o Dormi- torio ficou integrada nele, de tal sorte que a essa janela chama- vam tambern as freiras a«ja- nela do dormitado novo». Na ja- nela das Portas de Mariola, de- pois, por brevidade,  ja nel a de Mariola, unico lugar publico a- berto para o  exterior, se junta- vam as freiras moças a curiosar aruamuito concorrida que, mesmo defronte, passava por 'baixo do arco e ia ter a S. Fran- cisco. Dali via Mariana Alcofora- do passar o capitão Chamilly nas cavalgadas dos oficiais france- ses em passeio pela cidade. Dali, da janela de Mariola, e não du- r ma varanda na opinião de Cor- deiro, varanda que não existia tal com,o ele supôs, em miradou- ro de recreio. Todavia, se Luciano Cordeiro se enganouneste ponto, pode talvez ter ; acertado, pOT acaso, ao interpretar o ebalcon» fran- cês por varanda. Além das cinco varandas atrás mencionadas, outra houve na Conceição: a chamada «varan- da coberta» quenão nos foi possivel ainda situar, tão escas- sas são as referencias que dela achamos. Sabe-se que o peque- no recinto onde ficava a janel a de Mariola, anexo ao Dormito- rio, tinha telhado, como pro- vam os documentos e uma foto- grafia no livro de Cordeiro. Cha- mariama esse recinto a «va- randa coberta»? E desde quan- do tomou esse nome? A localização desta varanda é tão importante que dela de- pende unia nova interpretação da discutida passagem das Car- tas, que não nos atrevemos a propor, porque trabalhamos com dados certos, não obstante ser essa a mais racional. Estamos convictos, mas não o podemos assegurar, que no tem- po das Cartas o recinto da  ja- nela deMariola senão consi- derava varanda, e cremos que não era a uma varanda que Ma- riana se referia, mas sim á pro- pria janela de Mariola. A existencia do Dormitorio novo antes das Cartas, que jul- gamos não ter sido ainda veri- ficada documentalmente antes de nós, modifica por completo a configuração dos locais em 1668 proposta por Luciano Cor- deiro. Com os elementos novos apresentados, vamos agora re- constitui-los. Dando costas á velha rua da Fabrica e ocupando quasi todo o flanco sul do mosteiro, cor- ria pela cumiada do muro nu- ma extensão de mais de trinta metros, o Dormitorio novo res- pirando paraum largosinho atrás da igreja plantado de amoreiras e com seu poço, re- cinto a que chamavam o «ter- reiro» por não se semear nele. Diga-se que ali ergueu Inês do s Serafins, freira rica «que come- çando errada, acabou exem- plar», uma capela dedicada á Senhora da Piedade com uma adorava' tradição no mosteiro, santuario que Mariana viu cons truir nãosendo ainda velha. Mais tarde, certa abadessa de bom gosto—aquela que refor- mo u a torre da igreja e fez a grande obra da varanda alta— ajardinou e alindou galante- mente o «terreiro» á maneira d o«grande seculo», quando acabava de rolar no cadafalso a cabeça de Luiz XVI. Fazendo corpo com o dormito- rioe na mesma muralha da rua da Fabrica, quasi á esquina da rua da Conceição—rua da Portaria» como diziam as frei- ras, abria-se a depois celebre ja- nela de Mariola, gradeada e ainda sem a rotula que acusam registos porteriores,  janela tom- bem coberta e em recinto fecha- do, como testemunham o telha- doe as portadas que antigos documentos lhe dão. Seria este recinto chamado no secuio XVIII «varanda cober- ta»? E' possivel. No tempo da paixão de Mariana não o julga- mos provavel. A Cronica de fr. Fernando da Soledade, cujo eiaaprimatur» é de1702, foi evidentemente es - crita por fins do seculo XVII. Declarando o cronista quando a redigia que o convento não ti- nha miradouro, isto é, mirante ou varanda com vista para fóra, é licito admitir que em 1668 d olugar publico da janela de Mariola se alcançava o exterior; mas esta janela não podia com rigor chamar-se miradouro, que é lugar oficial e autorizado de ajuntamento da comunidade para desafogo e espairecimen- to, condição a que só o mirante e a varanda satisfaziam no caso. Tudo parece pois demonstrar que não era duma varanda, mas da janela de Mertola que a frei- raapaixonada falava na Carta. Manuel Ribeiro ( )  MELHORAMENTO NA VIDA RURAL DA FRANÇA Cada dia se torna mais atra- ente a vida rura l da França, gra ças ao impulso que receoeu o emprego daelectricidade nos campos. E' este uni meio indiS- cutivel de estreitar osvinculos que unem o trabalhador com a terra. Otrabalho torna-se me- nos rude graças ás comodidadU domesticas da electricidade, que éapreciada emalto grau pe,os seres  pr iva do s d ur ante longo tempo das vantagens dailumi- nação electrica e da a tracção do cinema e do radio. Aviso O ¡Diário do GOVènflOs 11. a  45 , 2 a série, publicou um aviso mandando apresentar n asede da Junta Autonomia de Estradas, o sr. Manual Piteira Santos, no prazo de 8 dias, a contar da. da- ta do mesmo asrishe, a fim de to- mar posse do lugar de escritura- raa .  d e 2. ciaisse do (Falimo per- manente, findo o qual se consi- dera como dxssistancia. do lugae Efemérides Dia 1 dMARÇO; de 1160—Gualdim Paes fu ndao con- vento de Tomar. de1476—Trava-se -grande bataVia  pe rt o da cidade de Toro(Espanha), entreosexércitos dorei D.  Afonso V dc Portugal eode Fernando de Ara- gdo. de 1510-0vice-rei d a  In dia , D. Francisco d e Almeida , morre, noCa- boda Boa Esperança, assassinado pe- los Cafres. de 1724—Nasce o erudito bispo de  Be ja ,  D . F r . Manuel doCenaculo  Ia s Boa s. Dia 2 de mArtço de 1614—Gaspar de Melo e Sim:vaie tonta a cidade de Por, na India. de 1798—Na sce, em Braga,  Ma nue l de  Abr eu da Rocha eQuadros, aueSe evidenciou como genea2ogista. de 1834—Sá da  Ban deir a ve nce o ce- lebre guerrilheiro miguelista José Joa- quim de Sousa Rei s, co nhecido vor Re- mexido. de 1867—Re a2iza-s e noteatro deSou- saP ortouma recitapromovida a.or umgrupo deamadores constituídos 7. e- los snrs. Dr . Tello, A.  Adr ian a,  A. Go - mes,  J oã oDona e Dr. Sa nt' Ana.  j - PELO PAIS Um donativo de 100 contos á Obra das MIS» Tendo osi:. Artur Malheiros ofere- cido á Obra das Mais pela Educação Nacional o donativo de 100 contos, em homenagemá sua irmã D. Candida 1VIalheiros, o sr. ministro da Educação Nacional autorizou apresidencia da- quela instituição a receber o donativo, representado em 100 obrigações do empresthno português de 23/4. para constituir u mfundo patrimonial e inalienavel da dita instituição. Ao autor do donativo foi dado publi- c otestemunho de louvor pela sua generosa liberalidade. Acro Portuguesa Chegou ontem vindo de Tanger, o trimotor da Aero Portuguesa, com pas- sageiros daquela cidade, e malas pos- tais de Angola, Amenos do Sul, Afri- ca Ocidental Francesa e Marrocos. PELO ESTRANJEIRO A questão na Palestina Dizem d eLondres que ao afirmar que não existia nenhuma diferença na Grã-Bretanha entre um judeu, um escossês e umgalês, o uDaily Express» deplora que o diferendo da Palestina se prolongue. «Os judeus—diz—têm umdever a cumprir: persuadir a sco- munidades israelitas fora da Inglater- ra que aceitemo regulamento da questãopalestina, segundo o plano apresentado pelo governo inglês. Este plano—acentua—pod e r epresentar o fim do mandato inglês sobre aPa - a fiel Tão variados e complexos são o s diversos acontecimentos da política internacional, que quasi iam passado despercebidos os efeitos negativos das conferên- cias realizadas, em Londres, nos últimos dias, nas quais o °ovar- nu inglês procurava congraçar os árabes e judeus. Segundo as ultimas noticias, nada se conseguiu nessas confe- rências; de modo que o Govêr- no inglês vai, mais uma vez, tentar solucionar os dissidios, promovendo uma nova conte- renda, chamada da «mesa re- donda», a ver se os delegados árabes e judeus da Palestina che gam aum acordo. A questão árabe tem tomado, nos últimos tempos, aspectos graves e oferece perigos; cada vez maiores, á França e á In- giaterra. De modo algum pode convir a estas duas potências uma agitação que se estende lestina e a formação duma Palestina independente que nãoserá nem um Estado judeu nem um Estado árabe. O referido plano comporta certos sa- crificios da parte dos judeus porque se lhes prometeu um estado soberano e independente da Palestina. sua patria nacional. Mas éessencial que os ju- deus e ambas cheguem depressa a um aeórdo. E ' e ssencial—conclue—no in- teresse da Grã-Bretanha». Econom ia francesa De Londres noticiam queno suple- mento comercial de hoje, o«Times» publica umartigo do seu correspon- dente emParis, em que são cada vez mais evidentes Os sinais do ressurgi- mento da França. «Desde o advento de Paul Reynaud ao Ministerio das Finanças—di z—a situação do desem- prego melhora. As estatisticas de de- zembro mostram o aumento de activi- dade em varias industrias, especial- mente para ogoverno, que se encon- tram favorecida pelo facto da Tesou- ra liquidar agora pontualmente as su- as dividas». A eleição do novopapa D acidade d e Vaticano informam que o novo papa será eleito até do- mingo. E' o sentimento que prevalece na roda imediata dos cardiais enas altas esferas religiosas, onde na vos- para d oescrutinio nada mais conta senão aquestão da sucessão de Pio XI. A impressa ° de que o conclave se- r á de curta duração precisa-se Mais nitidamente depoisda ultima congre- (Continua  n,a  4."  pdr ina) sar de nenhum deles trazer uma se- lução palpava], aoproblema palesti- no, as três obras .  são entretanto pra- cosas. A obra francèsa, redigida pelos co- nhecidos irmãos jornalistas Jérõme e Je an Tharaud é intitulada « Alerte en Syrien (Plon, Paris 37), e constitue uma critica acerca da politica man- datária francesa, defeituosa, na Síria. A Palestina é parte da Sina. A divi- são do pais em Líbano, Síria, Pales- tina e Transjordânia, após a guerra mundial, foi efectuada arbitrariamen- te. Homens de um mesmo povo vivem dos dois lados da fronteira—mas o nrabe deDamasco eo de Jerusalem são obrigados a viver juntos! Imp ortante, neste livro, é ade- monstração do facto lamentavel, de que, na Síria, todos combatem a to- dos. Lutam árabes contra maroni- tas e sírios, árabes contra drusos, ára- bes contra alarnitas, e assim por dian- te. .  Em Jerusalém, os representantes de 5religiões cristãs combatem pelos mesmos direitos sôbre a Igreja do Santo Sepulcro. Uma ambição desas- trosa, uns crimes insensatos que pre- ferem sacrificar êste santuário de o- da a cristandade a renunciar a parte deseus direitos costumeiros exclu- sivos, empról de uma colaboração cristã e de medidas construtivas. A obra dos Tharaud éde uma vi- vacidade encantadora; sua tendência é surpreendentemente anti-britânioa, surpreendentemente pro-Turquia. Que diferença com o livro do inglês Sir Ron ald Storrs: «Orientatione) 5 (Nicholson, Watson, Londres, 1937!— Esforça-se ele por se!:aobjectivore Storrs desempenhou o cargo de «Ori- ental Secretary» na residência britâ- nica do Cairo. Imediatamente após a ocupação britânica deJerulalém, em 1917. foi éle nomeado Governador mi- litar desta histórica cidade. Storrs descreve, cern extraordinário realismo e clareza, o estado de tensão, senão de exaltação, que je. nessa epoca existia entre os árabes e judeus e entre as dife rentes comunidades e congregações religiosas. A atmosfera tensissitna, por exemplo existente por ocasião da famo sa visita de Balfour, em 1925. A obra in- teira esta cheia deum humanismo comovente. ao lado deumrealismo verdadeiro. Ao contrário da obra de Storrs, qual apenas é tratada a política, como elase desenvolve, noslugares mais problemáticos,—a nova obra d e Gi- selher Wirsing, REnglãnder, Juden Araber In PalãstinaA (Eugen Diecle- rich, Jena 1938) da uma imagem cheia de vivacidade e realismo natural das fórças que, exterior e interiormente, actuam sobre a politica do pais, inces- santemente, tornando um verdadeiro gordio o problema palestiniano. A sua obra é a mais recente, e por isso contem ainda interessante relatório de viagem, efectuada em 1938, atraves da Arábia de Saud, pela tia do rei da In- glaterra, C.,ounteas of Athlone e seu marido. Haverá unia solução? Tombem Wir- sing não ousa responder directament e a esta delicadíssima questão. Mas de- fende o ponto de vista lógico de mia os britânicos não por muito terne.o mais poderão ter axito com a sua p.A1- tira de compromissos duvidosos, vio- lências e opressão injusta e injust.ti- cavei dos habitantes do Oriente Pró- ximo emchamas. APalestina :ar- nou-se objecto d epesquisas da politica oriental  britânica, imutave lmente condenada afracassar no futuro, -- eis a conclusão desta ótima ohm 4ue muitos problemas escuros esclarece». Tornamosa repetir: há exa- geros nestas conclusões. Não é crivei que a Inglaterra, que es- acrescentando velozmente. e formidavelmente, o seu poder aéreo e naval, se disponha a per- der posições e prestigio, consen- tindo que outras potências did.- Juni suas vistas para o mundo árabe. Todavia, nesse artigo carie seis dados que alguma coisa es- clarecem sobre o que se passa na Sina e na Palestina. Un a Foi-rã: interessesdeRelíquias desde o Mediterraneo ás mar- O sr. engenheiro Duarte Pa- gens do Mar Vermelho e do In- checo recebeu an t e-ontem uma dica. Essa agitação, nem só a- comissão dapovoação de Reli- meaça o prestigio da França e guias, composta pelos srs. José da Inglaterra na Siria e na Pa- Pereira Silva, Manuel Joaquim Guilherme e António Rosa, da lestina como pode servir admi- Casa do Povo e dr. Quim o Mea- ravelmente, aos adversários da lha, delegado doInstituto Na- politica franco-britânica, crian- cional do Trabalho em Beja, e do embaraças que se vão juntar Nuno Pacheco, que lhe foram ácomplicada politica do Me- agradecer a . dotação de algumas verbas destinadas a melhora- diterrâneo. mentos locais. Se descontarmos alguns exa- geros, não deixa de ser interes- ' funcionalismo publico sante o seguinte artigo, sobre Sina. e a Palestina, há pouco Pai aplicada apena d eir  . - tividade, por dois anos, seguida tempo publicado por Margaret de.transferencia, aooficial de Bovari, na revista eAtlantiss de diligencias da 'secretaria do co- Berlim: mando ala P. S. P. de Batalhai, sr. «Quem viaja no Oriente Próximo, José dos Santos Gonçalve.s. seja na S íria, no Irak ou no Golfo —Osi-. dr. Franciaaco GarVa- Pérsico, em todas as discussões encon- lhe Gamelt foi contratado para ira como assunto éste importantíssimo exercer as funções de director do . problema da actualidade: a Palestina. Asilo dos Velhos de Campolide E' este um ponto pr oblemático, quasi (em Marvila). insoluvet para os britanicos, --Está vago o lugar de médico Trés livros foram publicados , no ano veterinário municip al d ePare- passado, a tal respeito: um, francéS, des. outro inglês e o terceiro alemão.A pe - - Em poucas linhas SP"

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8/16/2019 Problemas Das Cartas de Mariana Alcoforado

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PrOOIPMIS ila S C a r ta s ( I I bror M  a r i ana1 1 1 1 1 1 1 k allheIMIMII~U~M,111811~1111111~41HIS11.1hineldillenlell101:~11,11~0~Oldielnififileinla

Mirante, varandas e janelas do Convento da Conceição

"DOI-MANUEL RIBEIRO

1000

iir ió do

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ANO VII—NUMERO 2080   J ORNAL DA TARDE—PORTA-VOZ REGI ONALISTA BEJA, Quinta-feira, 2 de Marco de 1939

Proprietárioe :  g Redacção eAdministraço : Director, Editor ã eAdministrador   É ComposiçãoeImpressa°   g Aisinaturs :

CARLOS MARQUEIS ék- 1

C.& L"

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R, Dr. Augusta Barreto, 10 —REJA   e M. A. ENGANA   • - Mia3 inerva Comerci

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al— SEJA   - . : -

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(Continuado donumeroanterior)

Liquidada a questão do mi-rante, examinemos a segundanterpretação: eDona Brites...ulgando distrair-me, la inc le-ou a passear a varanda dondee vaem as portas de Mertola».

E' a variante adoptada por Lu-iano Cordeiro e aque passa

por mais exata..Está ela dependente da exis-

encia duma varanda na parteul do convento que desse vistaara o local bastante frequenta-

do ela cidade—as Portas deMertola. Havia esta varanda noempo das cartas?

E' um ponto discutivel e mui-o duvidoso.Náo é intuitivo que se ela

xistisse lhe chamariam a «va-anda das portas de Mariola», ouede Mariola», do mesmo modoque assim, se denominaraa ja-nela que abria para esse sitiodacidade?

Todas as varandas da Con-eição tiveram na toponimia dasreiras, para poderem diferen-a-las, lima designação propria,

derivada quasi sempre da suaocalização. Não contando .

, já seê, as varandinhas das moradias

privativas, teve o mosteiro seisarandas .

comuns, de epocas di-versas, onde as religiosas iamespairecer e recrear-se. Foramelas: a <varanda do palacio» ou«dos paços», no anexa dos In-fantes, e no convento propria-mente dito, a «varanda de bai-xo», em arcadas; a «varanda deima», sobre o claustro, coberta

e com janelas; a evaranda no-va», por sinal bastante antiga,

cerca da torre, a principal, comumpequeno pavilhão . que man-dou fazer a abadessa PeregrinaAlcoforado, irnrã, de Mariana, ebastante melhorada em 1775; a.varanda alta», no plano supe-ior á (varanda de cima», a mais

moderna (1792), adornada deuma capelinha encantadora, co-nhecida, pelo poetico nome deNossa, Senhora da Varanda Alta.Outra varanda havia ainda, deque já falaremos.

Nenhuma destas cinco varan-das dava vista para fora, a nãoer a do palacio, da li-anda da

Mercado, que estava defendidaor altas redes de tejolo, que um

Provincial mandou lambem fe-char em 1729. Todas asoutrasram interiores e apenas de umae enxergavam campos.Luciano Cordeiro enganou-se,

por não conhecer a topografiao Convento através das idades.

A varanda que ele pisou foi a de

ima ou a alta, donde se descor-inava ao fundo, já entre rumasos desabamentos, a famosa eja-ela de Mertola».O equivoco de Luciano Cordei-

o proveio de supor, erradamen-.e, que, notempo dos amoresa freira, havia do lado das Por-as deMariola uma espaçosaaranda, queaconstrução do

Dormitorio novo emais tarde»ez desaparecer.Fundando-se em certo letreiroue se lhe deparou na cimeirauma porta, o ilustre autor daSoror Mariana» (2 . 1 ed. pg . 204)eu por certo que o Dorinitorioovo foi obra demadre Brites

Angelica, que ela fez eá sua cus-a» no seculo XVIII, não exis-ndo portanto este edificio em668 no tempo das Cartas e ocu-andoolugar dele a tal aspa-asa varanda.Haaqui alguns desacertos.

rimeiramente, obras da comu-idade não eram estipendiadaselo bolso particular das religio-as. Concorriam. estas para em-elezamentos e adornos, faziamasas suas, capelas, oratorios,

mas nunca edificação de grandeVulto e dispendiosa como umDormitorio. Só a abadessa, como

overno e administradora dasendaa do mosteiro, dispunha de

cabedais e poderes para constru-ções de importancia, associan-do-lhes quasi sempre o nome.Ora Brites Angelica não foi aba-dessa e o mais que poderia terfeito era a tal porta, ou um re-paro, e pôr-lhe por cima a nome,que até ai lho consentia a digni-dade de viga.ria. Era-o de factoem 1740, data da inscrição. Emsegundo lugar, soror Brites An-gelica, que por sinal se chamavaBrites Porribeiro e foi natural deMessejana, não podia ter feitoo Dormitaria novo, porque nas-ceu em 1679 (onze anos depoisdas Cartas) e nessa data já adormitorio novo era... velho.

De modo que, sendo o Dormi-torio novo anterior a1668, não

podia haver no seu lugar a va-randa que L. Cordeiro imaginouna epoca das Cartas, aberta so-bre asPortas de Mariola.

Este Dormitorio fez-se, não noseculo XVIII como afirmou Cor-deiro, e por causa da ruma efria incomodidade do Dormito-rio velho sobre a rua da Concei-ção, mas em consequencia donumero, sempre em aumento,das profissões a partir de Seis-centos, século a que pertenceu oDormitorio novo.

Foi certamente na ocasião deseconstruir este novo edificio,que se rasgou no muro de cir-cuitoa janela chamada maistarde de Mariola, a qual pelasua contiguidade com o Dormi-torio ficou integrada nele, de talsorte que a essa janela chama-vam tambern as freiras a «ja-nela do dormitado novo». Na ja-nela das Portas de Mariola, de-

pois, por brevidade, janela de

Mariola, unico lugar publico a-berto para o  • exterior, se junta-vam as freiras moças a curiosararuamuito concorrida que,mesmo defronte, passava por'baixo do arco e ia ter a S. Fran-cisco. Dali via Mariana Alcofora-do passar o capitão Chamilly nascavalgadas dos oficiais france-ses em passeio pela cidade. Dali,da janela de Mariola, e não du-

rma varanda na opinião de Cor-deiro, varanda que não existiatal com,o ele supôs, em miradou-ro de recreio.

Todavia, se Luciano Cordeirose enganou neste ponto, podetalvez ter ;acertado, pOT acaso,ao interpretar o ebalcon» fran-cês por varanda.

Além das cinco varandas atrásmencionadas, outra houve naConceição: a chamada «varan-da coberta» quenão nos foipossivel ainda situar, tão escas-

sas são as referencias que delaachamos. Sabe-se que o peque-no recinto onde ficava a janel ade Mariola, anexo ao Dormito-rio, tinha telhado, como pro-vam os documentos e uma foto-grafia no livro de Cordeiro. Cha-mariama esse recinto a «va-randa coberta»? E desde quan-do tomou esse nome?

A localização desta varandaé tão importante que dela de-pende unia nova interpretaçãoda discutida passagem das Car-tas, que não nos atrevemos apropor, porque sótrabalhamoscom dados certos, não obstanteser essa a mais racional.

Estamos convictos, mas não opodemos assegurar, que no tem-po das Cartas o recinto da  ja-nela deMariola senão consi-derava varanda, e cremos quenão era a uma varanda que Ma-riana se referia, mas sim á pro-

pria janela de Mariola.A existencia do Dormitorionovo antes das Cartas, que jul-gamos não ter sido ainda veri-ficada documentalmente antesde nós, modifica por completoa configuração dos locais em1668 proposta por Luciano Cor-deiro. Com os elementos novosapresentados, vamos agora re-constitui-los.

Dando costas á velha rua daFabrica e ocupando quasi todoo flanco sul do mosteiro, cor-ria pela cumiada do muro nu-ma extensão de mais de trintametros, o Dormitorio novo res-pirando paraum largosinhoatrásda igreja plantado deamoreiras e com seu poço, re-cinto a que chamavam o «ter-reiro» por não se semear nele.Diga-se que ali ergueu Inês do sSerafins, freira rica «que come-çando errada, acabou exem-plar», umacapela dedicada áSenhora da Piedade com umaadorava' tradição no mosteiro,santuario que Mariana viu construirnãosendo ainda velha.Mais tarde, certa abadessa de

bom gosto—aquela que refor-mou a torre da igreja e fez agrande obra da varanda alta—ajardinou e alindou galante-mente o «terreiro» á maneirado«grande seculo», quandoacabava de rolar no cadafalsoa cabeça de Luiz XVI.

Fazendo corpo com o dormito-rioe na mesma muralha darua da Fabrica, quasi á esquinada rua da Conceição—rua daPortaria» como diziam as frei-ras, abria-se a depois celebre ja-nela de Mariola, gradeada eainda sem a rotula que acusamregistos porteriores, janela tom-bem coberta e em recinto fecha-do, como testemunham o telha-doeas portadas que antigosdocumentos lhe dão.

Seria este recinto chamado nosecuio XVIII «varanda cober-ta»? E' possivel. No tempo dapaixão de Mariana não o julga-

mos provavel.A Cronica de fr. Fernando daSoledade, cujo eiaaprimatur» éde1702, foi evidentemente es -crita por fins do seculo XVII.Declarando o cronista quando aredigia que o convento não ti-nha miradouro, isto é, miranteou varanda com vista para fóra,é licito admitir que em 1668 sódolugar publico da janela deMariola se alcançava o exterior;mas esta janela não podia comrigor chamar-se miradouro, queé lugar oficial e autorizado deajuntamento da comunidadepara desafogo e espairecimen-to, condição a que só o mirantee a varanda satisfaziam no caso.

Tudo parece pois demonstrarque não era duma varanda, masda janela de , Mertola que a frei-raapaixonada falava na Carta.

Manuel Ribeiro

—( ) 

MELHORAMENTO NAVIDA RURAL DA

FRANÇA

Cada dia se torna mais atra-

ente a vida rural daFrança,

graças ao impulso que receoeu oemprego daelectricidade nos

campos. E' esteuni meio indiS-

cutivel de estreitarosvinculos

que unem o trabalhador com a

terra.Otrabalho torna-se me-

nos rude graças ás comodidadU 

domesticas da electricidade, que

éapreciada emalto grau pe,osseres privados durante longo

tempo das vantagens da ilumi-

nação electrica e da atracção

do cinema e do radio.

A vi so

O ¡Diário doGOVènflOs 11.

a 45 ,

2a série,

 

publicou um avisomandando apresentar nasededa Junta Autonomia de Estradas,o sr. Manual Piteira Santos, noprazo de 8 dias, a contar da. da-ta do mesmo asrishe, a fim de to-mar posse do lugar de escritura-raa . de 2.

n

 ciaisse do (Falimo per-manente, findo o qual se consi-dera como dxssistancia. do lugae

EfeméridesDia 1dMARÇO;

de 1160—Gualdim Paes fundao con-

vento de Tomar.de 1476—Trava-se -grande bataVia

 perto da cidade de Toro (Espanha),

entreosexércitos dorei D. Afonso V

dc Portugaleode Fernando de Ara-

gdo.

de1510-0vice-reida India, D.

Francisco de Almeida, morre, noCa-boda Boa Esperança, assassinado pe-los Cafres.

de 1724—Nasce o erudito bispo de

 Beja, D. Fr. Manuel doCenaculo

 Ias Boas.

Dia 2 de mArtço

de 1614—Gasparde Melo e Sim:vaietonta a cidadede Por, na India.

de 1798—Nasce, em Braga, Manuel

de Abreu da RochaeQuadros,aueSe

evidenciou como genea2ogista.

de 1834—Sá da Bandeira vence o ce-

lebre guerrilheiro miguelista José Joa-

quim de Sousa Reis, conhecido vor Re-mexido.

de 1867—Re a2iza-se no teatro deSou-saPorto

umarecita promovida a.orumgrupo deamadores constituídos 7 . e -

los snrs. Dr. Tello, A.   Adriana, A. Go-

mes, JoãoDona e Dr. Sant'Ana.

 j

-

PELO PAIS

Um donativo de 100 contosá Obra das MIS»

Tendo o si:. Artur Malheiros ofere-cido á Obra das Mais pela Educação

Nacional o donativo de 100 contos, emhomenagemá sua irmã D. Candida1VIalheiros, o sr. ministro da EducaçãoNacional autorizou apresidencia da-quela instituição a receber o donativo,representado em 100 obrigações doempresthno português de 23/4. paraconstituirumfundo patrimonial einalienavel da dita instituição.

Ao autor do donativo foi dado publi-cotestemunho de louvor pela suagenerosa liberalidade.

Acro PortuguesaChegou ontem vindo de Tanger, o

trimotor da Aero Portuguesa, com pas-sageiros daquela cidade, e malas pos-tais de Angola, Amenos do Sul, Afri-ca Ocidental Francesa e Marrocos.

PELO ESTRANJEIRO

A questão na PalestinaDizemdeLondres que ao afirmar

quenão existia nenhuma diferençana Grã-Bretanha entre um judeu, um

escossês e um galês, o uDaily Express»deplora que o diferendo da Palestinase prolongue. «Os judeus—diz—têmum dever a cumprir: persuadir as co-munidades israelitas fora da Inglater-ra queaceitem o regulamento daquestãopalestina, segundo o planoapresentado pelo governo inglês. Esteplano—acentua—pode representar ofim do mandato inglês sobreaPa-

a fiel

Tão variados e complexos sãoos diversos acontecimentos dapolítica internacional, que quasiiam passado despercebidos osefeitos negativos das conferên-cias realizadas, em Londres, nosúltimos dias, nas quais o °ovar-nu inglês procurava congraçaros árabes e judeus.

Segundo as ultimas noticias,nada se conseguiu nessas confe-rências; de modo que o Govêr-no inglês vai, mais uma vez,tentar solucionar os dissidios,promovendo uma nova conte-renda, chamada da «mesa re-donda», a ver seos delegadosárabes e judeus da Palestina chegamaum acordo.

A questão árabe tem tomado,nos últimos tempos, aspectosgraves e oferece perigos; cadavez maiores, á França e á In-giaterra. De modo algum podeconvir a estas duas potênciasuma agitação que se estende

lestina e a formação duma Palestinaindependente que não será nem umEstado judeu nem um Estado árabe.O referido plano comporta certos sa-crificios da parte dos judeus porque selhes prometeu um estado soberano eindependente da Palestina. sua patria

nacional. Mas éessencial que os ju-deus e ambas cheguem depressa a umaeórdo. E'

essencial—conclue—no in-

teresse da Grã-Bretanha».

E co n o m i a f r an cesa

De Londres noticiam queno suple-mento comercial de hoje, o«Times»publica umartigo do seu correspon-dente em Paris, em que são cada vezmais evidentes Os sinais do ressurgi-mento da França. «Desde o adventode Paul Reynaud ao Ministerio dasFinanças—diz—a situação do desem-prego melhora. As estatisticas de de-zembro mostram o aumento de activi-dade em varias industrias, especial-mente para o governo, que se encon-tram favorecida pelo facto da Tesou-ra liquidar agora pontualmente as su-as dividas».

A eleição do novo papa

Dacidade de Vaticano informam

que o novo papa será eleito até do-mingo. E' o sentimento que prevalecena roda imediata dos cardiais e nasaltas esferas religiosas, onde na vos-paradoescrutinio nada mais contasenão aquestão da sucessão de PioXI. A impressa

. ° de que o conclave se-

ráde curta duração precisa-se Maisnitidamente depoisda ultima congre-

(Continua n,a 4." pdrina)

sar de nenhum deles trazer uma se-lução palpava], aoproblema palesti-no, as três obras

. são entretanto pra-

cosas.A obra francèsa, redigida pelos co-

nhecidos irmãos jornalistas Jérõme e

Je an Tharaud é intitulada « Alerte en

Syrien (Plon, Paris 37), e constitue

uma critica acerca da politica man-datária francesa, defeituosa, na Síria.A Palestina é parte da Sina. A divi-

são do pais em Líbano, Síria, Pales-tina e Transjordânia, após a guerramundial, foi efectuada arbitrariamen-te. Homens de um mesmo povo vivemdos dois lados da fronteira—mas o

nrabe deDamasco eo de Jerusalem

são obrigados a viver juntos!Importante, neste livro, é a de-

monstração do facto lamentavel, de

que, na Síria, todos combatem a to-

dos. Lutam árabes contra maroni-

tas e sírios, árabes contra drusos, ára-

bes contra alarnitas, e assim por dian-

te. . Em Jerusalém, os representantes

de 5 religiões cristãs combatem pelosmesmos direitos sôbre a Igreja do

Santo Sepulcro. Uma ambição desas-trosa, uns crimes insensatos que pre-

ferem sacrificar êste santuário de o-da a cristandade a renunciar a parte

deseus direitos costumeiros exclu-

sivos, em pról de uma colaboraçãocristã e de medidas construtivas.

A obra dos Tharaud éde uma vi-

vacidade encantadora; sua tendênciaé surpreendentemente anti-britânioa,surpreendentemente pro-Turquia.

Que diferença com o livro do inglês

Sir Ronald Storrs: «Orientatione) 5  .

(Nicholson, Watson, Londres, 1937!—Esforça-se ele por se!:aobjectivoreStorrs desempenhou o cargo de «Ori-

ental Secretary» na residência britâ-nica do Cairo. Imediatamente após a

ocupação britânica deJerulalém, em1917. foi éle nomeado Governador mi-litar desta histórica cidade. Storrsdescreve, cern extraordinário realismoe clareza, o estado de tensão, senão de

exaltação, que je. nessa epoca existiaentre os árabes e judeus e entre as diferentes comunidades e congregações

religiosas. A atmosfera tensissitna, porexemplo existente por ocasião da famosa visita de Balfour, em 1 9 2 5 . A obra in-

teira esta cheia deum humanismo

comovente. ao lado deum realismo

verdadeiro.

Ao contrário da obra de Storrs,qual apenas é tratada a política, como

ela se desenvolve, nos lugares mais

problemáticos,—a nova obra de Gi-

selher Wirsing, REnglãnder, JudenAraber In PalãstinaA (Eugen Diecle-

rich, Jena 1938) da uma imagem cheia

de vivacidade e realismo natural das

fórças que, exterior e interiormente,actuam sobre a politica do pais, inces-santemente, tornando um verdadeironógordio o problema palestiniano. Asua obra é a mais recente, e por issocontem ainda interessante relatório deviagem, efectuada em 1938, atraves daArábia de Saud, pela tia do rei da In-

glaterra, C.,ounteas of Athlone e seumarido.Haverá unia solução? Tombem Wir-

sing não ousa responder directamentea esta delicadíssima questão. Mas de-fende o ponto de vista lógico de miaos britânicos não por muito terne.omais poderão ter axito com a sua p.A1-

tira de compromissos duvidosos, vio-lências e opressão injusta e injust.ti-

cavei dos habitantes do Oriente Pró-

ximo em chamas. APalestina :ar-

nou-se objecto depesquisas da politicaoriental britânica, imutavelmente

condenadaafracassar no futuro, --eis a conclusão desta ótima ohm 4uemuitos problemas escuros esclarece».

Tornamosa repetir: há exa-geros nestas conclusões. Não écrivei que a Inglaterra, que es-

tá acrescentando velozmente. e

formidavelmente, o seu poderaéreo e naval, se disponha a per-der posições e prestigio, consen-

tindo que outras potências did.-Juni suas vistas para o mundoárabe.

Todavia, nesse artigo há carieseis dados que alguma coisa es-clarecem sobre oque se passana Sina e na Palestina.

Una Foi-rã:

interessesde Relíquias desde o Mediterraneo ás mar-O sr. engenheiro Duarte Pa- gens do Mar Vermelho e do In-

checo recebeu an te-ontem uma dica. Essa agitação, nem só a-

comissão dapovoação de Reli- meaça o prestigio da França eguias, composta pelos srs. Joséda Inglaterra na Siria e na Pa-Pereira Silva, Manuel Joaquim

Guilherme e António Rosa, da lestina como pode servir admi-Casa do Povo e dr. Quim o Mea- ravelmente, aos adversários dalha, delegado do Instituto Na- politica franco-britânica, crian-cional do Trabalho em Beja, e do embaraças que se vão juntarNuno Pacheco, que lhe foram

ácomplicada politica do Me-agradecer a .

dotação de algumasverbas destinadas a melhora- diterrâneo.mentos locais. Se descontarmos alguns exa-

geros, não deixa de ser interes-'funcionalismo publico sante o seguinte artigo, sobre

Sina. e a Palestina, há poucoPai aplicada apena deir   . -

tividade, por dois anos, seguida tempo publicado por Margaret

de .transferencia, aooficial de Bovari, na revista eAtlantiss dediligencias da 'secretaria do co- Berlim:mando ala P. S. P. de Batalhai, sr. «Quem viaja no Oriente Próximo,José dos Santos Gonçalve.s. seja na Síria,no Irak ou no Golfo

—Osi-.dr. Franciaaco GarVa- Pérsico, em todas as discussões encon-lhe Gamelt foi contratado para ira como assunto éste importantíssimoexercer as funções de director do . problema da actualidade: a Palestina.Asilo dos Velhos de Campolide E' este um ponto pr

oblemático, quasi(em Marvila). insoluvet para os britanicos,

--Está vago o lugar de médico Trés livros foram publicados , no anoveterinário municipal dePare- passado, a tal respeito: um, francéS,des. outro inglês e o terceiro alemão.A pe -

-

Em poucas linhas

SP"