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48 An official publication of the Brazilian Society of Periodontology ISSN-0103-9393 Braz J Periodontol - Março 2018 - volume 28 - issue 01 PRESERVAÇÃO DE ALVÉOLO COM USO DE ENXERTO ÓSSEO PARTICULADO E MATRIZ DE COLÁGENO SUÍNO: REVISÃO DE LITERATURA E RELATO DE CASO CLÍNICO Ridge preservation using particulate bone graft and Matrix of porcine collagem: Literature Review and clinical case report Cristhiam de Jesus Hernandez Martinez 1 , Camila Alves Costa 2 , Kelly Rocio Vargas Villafuerte 3 , Arthur Belem Novaes Junior 4 , Mario Taba Junior 4 . 1 Mestrando em Periodontia pela Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FORP-USP). 2 Mestre em Periodontia pela Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FORP-USP). 3 Doutor em Periodontia pela Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FORP-USP). 4 Professor Associado do Departamento de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial e Periodontia da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FORP-USP) Recebimento: 01/08/17 - Correção: 26/10/17 - Aceite: 01/12/17 RESUMO Para tentar preservar as dimensões teciduais (ósseas e de tecido mole) do alvéolo até o momento da instalação do implante pode-se lançar mão de técnicas de preservação de alvéolos dentários imediatamente após a exodontia. Dentre as diversas técnicas e biomateriais existentes, a associação de um substituto ósseo (Bio-Oss ® Collagen) com um selador do alvéolo (Mucograft ® Seal) vem apresentando resultados satisfatórios na literatura. O objetivo do presente trabalho é apresentar uma breve revisão de literatura e um relato de caso clínico usando essa abordagem. Os principais achados da revisão de literatura é que a utilização desses substitutos mucosos e ósseos são a redução do tempo cirúrgico e diminuição da morbidade e desconforto pós-operatório do paciente, já que não necessita da área doadora. No relato de caso, os resultados clínicos de 15 e 60 dias de pós-operatório mostraram que essa abordagem foi eficaz em manter as dimensões ósseas e de tecido queratinizado do alvéolo. UNITERMOS: Preservação de alvéolo, biomateriais (Bio-Oss ® Collagen e Mucograft ® Seal). R Periodontia 2018; 28: 48-55. INTRODUÇÃO A modernização dos conceitos em perioimplantodontia levou a escolha de tratamentos com implantes dentários a um grande alcance no cenário mundial. Devido principalmente a um apelo estético e de economia de tempo, a principal escolha de pacientes está na instalação de implantes imediatos após a exodontia. Porém, para utilização dessa manobra alguns requisitos locais são necessários: apresentar uma adequada morfologia do alvéolo pós-extração, com uma inclinação favorável das paredes axiais, curvatura da raiz e posição final do vértice no alvéolo do dente a ser extraído (Bhola et al., 2008); qualidade e quantidade de osso alveolar; presença ou não de defeitos ósseos; necessidade de estabilidade primária suficiente do implante; e habilidade cirúrgica apropriada do cirurgião-dentista (Hammerle et al., 2004). Entretanto, o processo de cicatrização espontânea que ocorre após a extração de um dente leva a alterações em tecido mole e duro na região do alvéolo. Na maioria das vezes essas alterações levam a uma redução do contorno ósseo alveolar devido ao processo de reabsorção e remodelação óssea local (Araujo & Lindhe, 2005; Jung et al., 2013). A parede vestibular é a mais afetada e geralmente vem acompanhada de áreas de depressões de tecido ósseo e mucoso. Na tentativa de preservar as dimensões teciduais do alvéolo até o momento da instalação do implante pode-se lançar mão de técnicas de preservação de alvéolos dentários imediatamente após a exodontia. Essa manobra consiste em qualquer técnica ou procedimento que vise eliminar ou limitar o processo de reabsorção alveolar que ocorre após

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48 An official publication of the Brazilian Society of Periodontology ISSN-0103-9393

Braz J Periodontol - Março 2018 - volume 28 - issue 01

PRESERVAÇÃO DE ALVÉOLO COM USO DE ENXERTO ÓSSEO PARTICULADO E MATRIZ DE COLÁGENO SUÍNO: REVISÃO DE LITERATURA E RELATO DE CASO CLÍNICORidge preservation using particulate bone graft and Matrix of porcine collagem: Literature Review and clinical case report

Cristhiam de Jesus Hernandez Martinez1, Camila Alves Costa2, Kelly Rocio Vargas Villafuerte3, Arthur Belem Novaes Junior4, Mario Taba Junior4.

1 Mestrando em Periodontia pela Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FORP-USP).

2 Mestre em Periodontia pela Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FORP-USP).

3 Doutor em Periodontia pela Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FORP-USP).

4 Professor Associado do Departamento de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial e Periodontia da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FORP-USP)

Recebimento: 01/08/17 - Correção: 26/10/17 - Aceite: 01/12/17

RESUMO

Para tentar preservar as dimensões teciduais (ósseas e de tecido mole) do alvéolo até o momento da instalação do implante pode-se lançar mão de técnicas de preservação de alvéolos dentários imediatamente após a exodontia. Dentre as diversas técnicas e biomateriais existentes, a associação de um substituto ósseo (Bio-Oss® Collagen) com um selador do alvéolo (Mucograft® Seal) vem apresentando resultados satisfatórios na literatura. O objetivo do presente trabalho é apresentar uma breve revisão de literatura e um relato de caso clínico usando essa abordagem.

Os principais achados da revisão de literatura é que a utilização desses substitutos mucosos e ósseos são a redução do tempo cirúrgico e diminuição da morbidade e desconforto pós-operatório do paciente, já que não necessita da área doadora. No relato de caso, os resultados clínicos de 15 e 60 dias de pós-operatório mostraram que essa abordagem foi eficaz em manter as dimensões ósseas e de tecido queratinizado do alvéolo.

UNITERMOS: Preservação de alvéolo, biomateriais (Bio-Oss® Collagen e Mucograft® Seal). R Periodontia 2018; 28: 48-55.

INTRODUÇÃO

A modernização dos conceitos em perioimplantodontia levou a escolha de tratamentos com implantes dentários a um grande alcance no cenário mundial. Devido principalmente a um apelo estético e de economia de tempo, a principal escolha de pacientes está na instalação de implantes imediatos após a exodontia. Porém, para utilização dessa manobra alguns requisitos locais são necessários: apresentar uma adequada morfologia do alvéolo pós-extração, com uma inclinação favorável das paredes axiais, curvatura da raiz e posição final do vértice no alvéolo do dente a ser extraído (Bhola et al., 2008); qualidade e quantidade de osso alveolar; presença ou não de defeitos ósseos; necessidade de estabilidade primária suficiente do implante; e habilidade cirúrgica apropriada do

cirurgião-dentista (Hammerle et al., 2004).Entretanto, o processo de cicatrização espontânea

que ocorre após a extração de um dente leva a alterações em tecido mole e duro na região do alvéolo. Na maioria das vezes essas alterações levam a uma redução do contorno ósseo alveolar devido ao processo de reabsorção e remodelação óssea local (Araujo & Lindhe, 2005; Jung et al., 2013). A parede vestibular é a mais afetada e geralmente vem acompanhada de áreas de depressões de tecido ósseo e mucoso.

Na tentativa de preservar as dimensões teciduais do alvéolo até o momento da instalação do implante pode-se lançar mão de técnicas de preservação de alvéolos dentários imediatamente após a exodontia. Essa manobra consiste em qualquer técnica ou procedimento que vise eliminar ou limitar o processo de reabsorção alveolar que ocorre após

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extração do elemento dentário visando manter o contorno de tecidos moles e duros ao ajudar a formação óssea dentro do alvéolo (Sanz et al., 2015).

Atualmente existem diversas técnicas para preservação de alvéolo, dentre elas a associação de substitutos ósseos com um selador do alvéolo, o qual pode ser um substituto mucoso. Além disso, vários biomateriais estão disponíveis no mercado, incluindo um substituto ósseo de origem suíno chamado Bio-Oss® Collagen (Geistlich Pharma, São Paulo, Brasil) e uma matriz de colágeno suína denominada Mucograft® Seal (Geistlich Pharma, São Paulo, Brasil).

O objetivo é apresentar uma breve revisão de literatura e um relato de caso clínico de técnica de preservação de alvéolo utilizando substituto ósseo (Bio-Oss® Collagen) e mucoso (Mucograft® Seal) associados, com acompanhamento de 2 meses e de um ano após terapia de implante.

MATERIAL E MÉTODOS

Estratégia de buscaUma busca sistemática estruturada e lógica foi realizada

para identificar artigos relevantes. Pesquisas nas bases de dados eletrônicas MEDLINE / PubMed, Embase, LILACS e SCIELO foram realizadas e buscando estudos feitos a partir de janeiro de 2004 até janeiro de 2017, usando palavras-chave e combinações de palavras. Os termos “regeneração óssea, preservação de alvéolo, Bio-Oss® Collagen, Mucograft® Seal”. Os autores selecionaram todos os títulos das pesquisas e avaliaram os critérios de elegibilidade descritos abaixo.

Critérios de inclusão(1) Estudos em humanos avaliando preservação de

alvéolos após extração, (2) Estudos publicados em inglês e português.

Critérios de exclusão(1) Cartas ao editor, editoriais ou “Position papers”; (2)

Relatos de casos; (3) Estudos in vitro.

REVISÃO DE LITERATURA

Após a exodontia de um elemento dentário ocorrerá a cicatrização espontânea do alvéolo, a qual se baseia principalmente em formação e remodelação óssea local. (Araujo & Lindhe, 2005) mostraram que nas 8 primeiras semanas pós-extração ocorrem alterações dimensionais consideráveis, com uma notável atividade osteoclástica, resultando em reabsorção das cristas ósseas vestibular e lingual, as quais ocorreram em duas fases sobrepostas. Na primeira fase, o osso fibroso foi reabsorvido e substituído por tecido ósseo, o qual resultou em uma redução vertical

substancial da crista vestibular, uma vez que ela é composta basicamente por osso fibroso. Já na segunda fase a reabsorção ocorreu a partir das paredes externas das tabuas ósseas, resultando em uma reabsorção horizontal a qual pode induzir uma redução vertical no osso vestibular.

Na cicatrização espontânea, embora ocorra neoformação óssea com um preenchimento do alvéolo, o defeito será somente parcialmente restaurado, mesmo quando a cicatrização ocorre sem intercorrências (Van der Weijden et al., 2009). Mudanças em medidas horizontais do alvéolo ao nível da crista alveolar após 6 meses podem alterar de 29 a 63% com a cicatrização espontânea de alvéolos (Tan et al., 2012; Jung et al., 2013). A espessura óssea é mais prejudicada do que a altura do rebordo alveolar, mas ambas as perdas são mais pronunciadas no aspecto vestibular do que no palatino (Botticelli et al., 2004; Araujo & Lindhe, 2005; Araujo et al., 2005; Van der Weijden et al., 2009; Pelegrine et al., 2010). A literatura científica mostra que a parede óssea vestibular é a que sofre maiores alterações dimensionais pós-extração devido a sua menor espessura anatômica obtendo uma taxa de reabsorção vertical de 11 a 22% e horizontal de 29 a 63% em 6 meses após a exodontia (Tan et al., 2012). Sendo assim, a instalação de implantes e a estética local em regiões onde já ocorreu a exodontia de elementos dentários podem ser prejudicadas devido a um volume insuficiente de tecido ósseo horizontal e vertical e consequentes alterações em tecido mole.

Quando implantes imediatos não são indicados pode-se lançar mão de técnicas de preservação de alvéolos dentários imediatamente após a exodontia, a qual consiste em qualquer técnica ou procedimento que vise eliminar ou limitar o processo de reabsorção alveolar pós-extração com o objetivo de manter o contorno de tecidos moles e duros ao ajudar a formação óssea dentro do alvéolo, até o momento da instalação dos implantes dentários (Sanz et al., 2015). O último consenso da Associação Europeia de Osseointegração comprovou que procedimentos de preservação de alvéolos podem reduzir significativamente perdas teciduais em alvéolos pós-extração, podendo melhorar a viabilidade da instalação de implantes em posições protéticas (Sanz et al., 2015).

A influência da preservação de alvéolo na instalação de implantes tardios parece ser evidente, uma vez que utilizando essa manobra há 15% menos chance de se utilizar algum tipo de enxerto ósseo no momento da instalação do implante comparado com implantes instalados em alvéolos com cicatrização espontânea (Mardas et al., 2011). Estudos em animais mostraram que o uso de biomateriais colocados em alvéolos pós-extração podem compensar total ou parcialmente a contração de tecidos ao redor do alvéolo até

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instalação dos implantes (Araujo et al., 2008).Para se alcançar o máximo de êxito na preservação de

alvéolo deve-se evitar danos aos tecidos duros e moles no momento cirúrgico. Uma manobra cirúrgica utilizada para minimizar esses danos é realizar uma cirurgia flapless (do inglês, sem retalho). A utilização dessa manobra visa manter o suprimento sanguíneo advindo do periósteo, minimizando, assim, a reabsorção do osso cortical adjacente, principalmente na parede óssea vestibular devido à sua menor espessura anatômica (Suaid et al., 2013). Estudos recentes e revisões de literatura mostraram menores taxas de reabsorção em altura e espessura e maior manutenção ou até mesmo aumento de gengiva queratinizada ao redor do alvéolo associada a procedimentos de preservação de alvéolos com manobras flapless comparado com uso de retalho e divisão de periósteo, tanto com enxertos xenógenos, alógenos ou aloplásticos (Horvath et al., 2013; Barone et al., 2014; Jambhekar et al., 2015)

Fickl e colaboradores (Fickl et al.,2008), em um estudo em cães, mostraram que a elevação de um retalho levou em uma maior perda da dimensão do rebordo comparada à cirurgia flapless. Esse processo de reabsorção e perda de altura do osso alveolar ocorre supostamente devido à separação do periósteo e à ruptura de sua inserção de tecido conjuntivo na superfície óssea. Isso gera uma consequente redução do suporte sanguíneo que pode provocar a morte dos osteócitos e a necrose do tecido mineralizado circundante das paredes ósseas, o qual é gradualmente eliminado pela reabsorção superficial feita por osteoclastos no periósteo (Araujo & Lindhe, 2005; Aimetti et al., 2009)

No mercado há uma vasta gama de materiais para procedimentos de preservação de alvéolos, incluindo enxertos alógenos, xenógenos ou de materiais sintéticos; porém, ainda não está definido na literatura critérios para eleger qual melhor técnica ou biomaterial utilizar nessa abordagem (Cook & Mealey, 2013; Sanz et al., 2015). Na literatura parece clara a importância e benefício do uso de um substituto ósseo para preencher o alvéolo. Segundo Misch (Misch, 2008) sugere que, se o alvéolo estiver com paredes íntegras (defeito ósseo alveolar de 5 paredes), o reparo ósseo alveolar acontecerá naturalmente. No entanto, se a parede óssea alveolar, normalmente a vestibular, tiver menos de 1,5mm de espessura ou estiver parcial ou totalmente ausente, o profissional deverá utilizar materiais intra-alveolares (osso autógeno, osso xenógeno ou material aloplástico) associados a membranas ou seladores de alvéolo que melhoram a previsibilidade da restauração do contorno ósseo e mucoso original do processo alveolar.

Dentre os diversos substitutos ósseos no mercado, o Bio-

Oss® (Geistlich Pharma AG, Wolhuse, Switzerland) é o mais amplamente estudado e utilizado a nível mundial. O material xenógeno de origem bovina é composto por partículas ósseas mineralizadas e desproteinizadas com processamento industrial. É um biomaterial altamente hidrofílico e poroso, o que garante a penetração do coágulo, vascularização e células progenitoras de formação óssea. Sua função é unicamente de ser um material osteocondutor, ou seja, o Bio-Oss® dentro do alvéolo apenas vai ajudar na estabilização do coágulo para que células osteoprogenitoras possam migrar para o local e promover a formação de tecido ósseo. A ampla literatura demonstra a maior capacidade de promover regeneração óssea e preservar as dimensões do alvéolo, principalmente da parede óssea vestibular, com o uso desse substituto ósseo em comparação a alvéolos com cicatrização espontânea (Nevins et al., 2006).

O Bio-Oss® Collagen (Geistlich Pharma AG, Wolhuse, Switzerland) é uma nova categoria de Bio-Oss® composto por 90% de osso bovino anorgânico combinado a 10% de fibras colágenas suínas. A adição do colágeno foi feita para tornar o Bio-Oss® mais adaptável e facilitar seu manejo nos locais a serem regenerados. Sua apresentação é em forma de um bloco pré-moldado de 100 ou 250 mg composto pelas partículas ósseas, poros e colágeno.

Associado ao uso de um substituto ósseo pode-se empregar um selador de alvéolo, o qual pode ser um enxerto autógeno de epitélio-conjuntivo ou uso de um substituto mucoso. Uma das maiores vantagens dessa técnica é que ela deve ser realizada inteiramente com manobra flapless. Um novo substituto mucoso que vem sendo bastante utilizado é o Mucograft® Seal (Geistlich Pharma AG, Wolhuse, Switzerland), o qual consiste em uma matriz de colágeno de origem suína de 8 mm de diâmetro. Ela é produzida a partir de animais rigorosamente selecionados de onde se obtém o colágeno, o qual é, depois, somente purificado a fim de se evitar reações alergênicas. Não há processamento químico envolvido, uma vez que o colágeno já apresenta uma estrutura dimensional, o que elimina a possível liberação de produtos tóxicos não gerando, portanto, danos aos tecidos gengivais (Vieira et al., 2015).

O Mucograft® Seal tem uma espessura total de aproximadamente 3-5 mm compondo duas estruturas: uma compacta, que deve ficar voltada para a cavidade oral no momento da sutura no alvéolo e que tem um efeito oclusivo ao permitir a aderência de tecido mole adjacente sobre a mesma; e outra estrutura esponjosa, que deve ser posicionada voltada para o alvéolo pós-extração, uma vez que sua porosidade facilita a adsorção de sangue, a deposição do coágulo e a formação de novos vasos sanguíneos (Vieira et

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al., 2015). A diferenciação entre essas duas estruturas pode ser feita por meio da evidenciação dos sulcos e rugosidade que marcam a superfície esponjosa dessa matriz colágena. A manipulação do Mucograft® Seal deve ser realizada a seco, sem necessidade de pré-hidratação ou lavagem em soro fisiológico.

Tem sido mostrado que tanto Mucograft® Seal quanto o Enxerto autógeno de epitélio-conjuntivo, associados a um material de preenchimento de alvéolo, apresentam resultados melhores do que a cicatrização espontânea sem preservação de alvéolo. O estudo de Jung e colaboradores (Jung et al., 2013), por exemplo, mostrou que a taxa de perda óssea horizontal foi de 43% no grupo de cicatrização espontânea contra 17,4% no grupo de Bio-Oss® Collagen associado ao Mucograft® Seal e 18,1% no grupo de Bio-Oss® Collagen associado a enxerto autógeno de epitélio-conjuntivo. Pode-se notar também que parece não haver diferenças clínicas na taxa de perda óssea horizontal e vertical em alvéolos com preservação tratados com Bio-Oss® associado a Mucograft® Seal ou Enxerto autógeno de epitélio-conjuntivo. Um recente estudo clínico de Meloni et al., 2015 comprova isso. Os autores mostraram uma perda óssea vertical média após 5 meses de 1,60 mm em pacientes tratados com Enxerto Epitélio-conjuntivo associado a Bio-Oss® e de 1,47 mm em pacientes que receberam Mucograft® Seal associado a Bio-Oss®, sem diferenças estatísticas entre os grupos. Esse mesmo estudo também não mostrou diferenças na perda óssea horizontal entre os pacientes de ambos os grupos.

Por ser um produto novo no mercado mundial, as pesquisas publicadas utilizando esse biomaterial ainda são escassas. Porém, nos próximos anos acredita-se que diversos estudos irão surgir atestando os pontos positivos e negativos do Mucograft® Seal.

RELATO DE CASO

Paciente de 60 anos, sexo feminino, não fumante, apresentou-se a Clínica de Especialização em Periodontia na Associação Odontológica de Ribeirão Preto relatando incômodo estético e funcional no elemento 16. Ao exame clínico foi observada exposição completa das raízes mésio e disto vestibular, associado a acúmulo de placa e perda de tecido queratinizado no local, além de extrusão dentária e prótese fixa mal adaptada na região (Figuras 1A e B). O exame radiográfico confirmou os achados clínicos e demonstrou uma raiz palatina mais longa e espessa (Figura 2A e B).

A anamnese não demonstrou nenhum problema de saúde. Inicialmente, foi realizado tratamento periodontal básico, com profilaxia. Para tratamento foi sugerida a técnica

de preservação de alvéolo associando um substituto ósseo para preenchimento do alvéolo (Bio-Oss® Collagen) a um substituto mucoso para selamento (Mucograft® Seal). A instalação de implante imediato no local não foi a opção de escolha devido à perda de mucosa queratinizada na região, o que poderia gerar um comprometimento estético. Após ser informada sobre todo o tratamento proposto e respondida todas as dúvidas, a paciente assinou o consentimento livre e esclarecido tanto para realização do tratamento quanto para divulgação científica do caso, preservando sua identidade.

Previamente ao ato cirúrgico foi feita antissepsia intraoral da paciente com bochecho de Digluconato de Clorexidina a 0,12% por 1 minuto e antissepsia extra-oral também com Digluconato de Clorexidina, porém a 2%. Foi realizada anestesia infiltrativa alveolar superior posterior com complementação por anestesia interpapilar com Articaína 4% com epinefrina (Nova DFL, Rio de Janeiro, Brasil). Para descolamento e luxação do elemento 16 foi utilizado um periótomo (Hu-Friedy, Rio de Janeiro, Brasil) até a completa remoção atraumática do dente, sem prejuízos das tábuas ósseas e dos tecidos moles adjacentes (Figuras 1C e 1D). O alvéolo foi cuidadosamente curetado para remoção de qualquer tecido granulomatoso possível e em seguida irrigado com soro fisiológico estéril.

Para o uso do Mucograft® Seal é importante desepitelizar as paredes de mucosa circundantes ao alvéolo com pontas diamantadas, tesoura para tecido mole ou raspando com lâmina de bisturi. Essa manobra cirúrgica criará uma ferida no local e permitirá a migração de células do tecido mole para o enxerto ou matriz colágena.

Após desepitelização da mucosa circundante o Bio-Oss® Collagen foi devidamente inserido. No caso do Bio-Oss® Collagen pode-se verificar cuidadosamente a altura e espessura do alvéolo com uma sonda periodontal milimetrada e ajustar o tamanho do biomaterial cortando partes desnecessárias e garantindo, assim, uma melhor adaptação do material nas dimensões apropriadas do alvéolo (Figura 1E). O Bio-Oss® Collagen foi colocado somente até o nível das cristas ósseas vestibular e lingual (Figura 1F). Em seguida, o biomaterial foi comprimido no sentido apical para assegurar sua acomodação em todo o alvéolo.

A seguir, o Mucograft® Seal foi posicionado e suturado (Figura 1G). O posicionamento foi realizado através de suturas simples unindo o material às bordas do tecido mole de todo o alvéolo. As suturas foram feitas com monofilamento de nylon 5.0 não reabsorvível (Ethicon, Rio de Janeiro, Brasil). Neste momento é crucial garantir uma boa adaptação do selador às bordas do alvéolo, sem gerar tensão aos tecidos e ao material. Além disso, caso haja necessidade de prótese provisória no

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local, fixa ou removível, a mesma não deve exercer pressão no enxerto. Não foi adaptada nenhuma prótese provisória no local, uma vez que a paciente não se importou em ficar temporariamente sem o elemento e concordou com esse tipo de abordagem.

As devidas recomendações pós-operatórias foram passadas à paciente e prescrição medicamentosa analgésica

principalmente nos 3 primeiros dias pós-cirúrgicos foi realizada para auxiliar o controle da dor operatória do paciente. O uso de anti-inflamatório (Nimesulida 100 mg nos 3 primeiros dias) também foi recomendado para auxiliar na cicatrização inicial (12/12 horas). Além disso, a prescrição antibiótica no pós-operatório fez-se necessária para ajudar no controle de infecção nos sítios com cirurgia de preservação de alvéolo. O antibiótico de escolha foi Amoxicilina por 7 dias, devido sua ação bactericida, associado ao Clavulanato de Potássio, uma vez que essa medicação irá potencializar o efeito da amoxicilina ao atrair a penicilinase produzida pelas bactérias, sendo prescrito por 7 dias (8/8 horas). Além disso, foi prescrito bochechos com digluconato de clorexidina 0,12% 2 vezes ao dia, até o momento da remoção da sutura para auxiliar na limpeza da região durante os primeiros momentos de cicatrização.

Em 15 dias de pós-operatório foi realizada remoção das suturas. Não foi observada nenhuma intercorrência nesse período (Figuras 3A e 3B). O aspecto clínico local era de boa cicatrização de tecido mole (Figuras 3C e 3D). Em 2 meses de pós-operatório notou-se que os tecidos moles na região estavam completamente cicatrizados. A gengiva queratinizada foi formada na região onde as raízes estavam expostas e notou-se uma boa manutenção das dimensões alveolares em ambos os sentidos mesio-distale vestíbulo-lingual (Figura 3E).

1A

1C

1E

1G

1B

1D

1F

Figura 1 A: Aspecto vestibular do elemento 16. Figura 1 B: Vista oclusal do elemento 16.Figura 1 C: Aspecto vestibular do alvéolo após exodontia atraumática do elemento 16.Figura 1 D: Visão oclusal do alvéolo após exodontia atraumática do elemento 16.Figura 1 E: Dente íntegro extraído e Bio-Oss® Collagen.Figura 1 F: Alvéolo preenchido com Bio-Oss® Collagen.Figura 1 G: Alvéolo selado com Mucograft® Seal.

Figura 2 A: Recorte de radiografia panorâmica para melhor visualização do elemento 16. Notar considerável comprimento e espessura da raiz palatina.Figura 2 B: Radiografia periapical do elemento 16, evidenciando raiz palatina maior e mais espessa e as raízes vestibulares.

2A 2B

Figura 3 A: Aspecto mesio-distal das suturas em 15 dias de pós-operatório.Figura 3 B: Aspecto vestíbulo-palatino das suturas em 15 dias de pós-operatório.

3A

3C

3E

BB

3D

Figura 3 C: Cicatrização inicial em 15 dias de pós-operatório após remoção de suturas.Figura 3 D: Aspecto vestibular em 2 meses de pós-operatório com manutenção de alvéolo em altura.Figura 3 E: Aspecto oclusal em 2 meses de pós-operatório com manutenção de alvéolo no sentido vestíbulo-lingual.

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Após 8 meses, foi feita a terapia de implante, radiografias periapicais foram realizadas (Figura 4), assim como reavaliações clínicas foram feitas observando conservação da gengiva queratinizada (Figura 5A e 5B).

ou preservem a faixa de mucosa queratinizada existente pode ser considerado quando planejados implantes dentários com o objetivo de simplificar a higiene oral do paciente e manter o nível de tecido mucoso ao redor dos implantes (Thoma et al., 2014).

O Mucograft® Seal vem apresentando resultados satisfatórios na literatura, ainda que escassa, na manutenção e formação de gengiva queratinizada na região do alvéolo dentário. O caso clínico apresentado nesse estudo mostrou que em 2 meses de pós-operatório o Mucograft® Seal conseguiu de forma eficaz manter a espessura e altura de gengiva queratinizada e até mesmo auxiliou na formação de mucosa queratinizada na região oclusal do dente extraído e na face vestibular onde as raízes estavam previamente expostas e que após 8 meses poderia ser feita terapia com implante. Além disso, dois estudos clínicos controlados e randomizados mostraram que essa nova matriz colágena (Mucograft®) quando usada associada a implantes dentários se mostrou efetiva e previsível para alcançar uma faixa de tecido queratinizado ao redor de implantes, além de reduzir a morbidade do paciente (Sanz et al., 2009; Lorenzo et al., 2012).

Existe grande variabilidade em relação à cicatrização de alvéolos regenerados dependendo do tipo de material selecionado para o procedimento de preservação de alvéolo (Cook & Mealey, 2013). Embora alguns biomateriais sejam capazes de limitar a reabsorção óssea da crista alveolar após a extração dentária, a qualidade do novo tecido formado dentro do alvéolo varia significativamente e necessita de atenção dos clínicos. Além disso, a quantidade de remanescente de partículas do biomaterial/enxerto frequentemente interfere no processo de cicatrização natural do alvéolo. O uso apenas de Bio-Oss® Collagen na preservação de alvéolos alcançou uma taxa de formação de osso vital de 28% com 11% de partículas ósseas residuais em 6 semanas de cicatrização (Heberer et al., 2011).

O tempo de espera para instalação de implantes dentários após a exodontia e preservação do alvéolo é variável entre os estudos e clínicos. O momento de reentrada para instalação do implante deve ser aquele em que se atinja um volume e qualidade óssea adequados. Deve-se considerar que com o tempo o volume ósseo formado no alvéolo após os procedimentos de preservação tendem a diminuir gradualmente, devido ao processo natural de remodelamento e reabsorção óssea local e, portanto, esperar por longo período pode ser controverso. Por outro lado, deve-se esperar que o osso formado atinja uma qualidade efetiva para sustentar o implante que será instalado. Quando Bio-Oss® é utilizado como preenchedor de alvéolo é recomendado que se espere

Figura 4: Radiografia periapical após terapia com implante Alvim CM Acqua 4.3 x 8mm.

Figura 5 A: Aspecto vestibular em 1 ano após cirurgia de implante.Figura 5 B: Aspecto oclusal em 1 ano após cirurgia de implante.

5A

4

5B

DISCUSSÃO

O Bio-Oss® Collagen usado como preenchedor de espaço após a extração dentária é capaz de fornecer um suporte mecânico e prevenir o colapso de ambas as paredes ósseas vestibular e lingual servindo, assim, para retardar a reabsorção do rebordo residual, servir como um material osteocondutor para células osteoprogenitoras e permanecer no local até que ocorra suficiente cicatrização (Serino et al., 2008). O caso clínico apresentado demonstrou que o Bio-Oss® Collagen quando utilizado como preenchedor conseguiu manter as dimensões do alvéolo em espessura e altura sem grandes perdas ósseas locais em 2 meses de pós-operatório.

O contorno dos tecidos moles é dependente da anatomia óssea subjacente, uma vez que os tecidos moles possuem, em certa medida, dimensões constantes (Kan et al., 2003). Sendo assim, além de preservar os tecidos ósseos o uso de técnicas de preservação de alvéolos deve, consequentemente, preservar e manter os tecidos moles. Estudos clínicos sugeriram que uma adequada faixa de mucosa queratinizada pode reduzir o risco de recessões associadas a tratamentos com implantes (Adibrad et al., 2009). Além disso, uma revisão sistemática da literatura concluiu que uma quantidade adequada de gengiva queratinizada pode ser vantajosa para manter a saúde peri-implantar (Greenstein & Cavallaro, 2011). Sendo assim, lançar mão de biomateriais e técnicas que aumentem

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entre 4 a 6 meses para garantir uma efetiva formação óssea no alvéolo e uma quantidade segura de partículas residuais de Bio-Oss®, devido a taxa de reabsorção desse biomaterial ser mais lenta.

CONCLUSÃO

A partir do exposto, pode-se concluir que a associação entre Bio-Oss® Collagen e Mucograft® Seal para preservação de alvéolo com parede óssea vestibular parcialmente comprometida consegue obter resultados satisfatórios na manutenção das dimensões ósseas do alvéolo, tanto em altura quanto em espessura.

ABSTRACT

In an effort to preserve the alveolar tissue dimensions

(bone and soft tissue) until the time of implant installation can make use of ridge preservation techniques after the dental extraction. Among the many techniques and biomaterials the association of a bone substitute (Bio-Oss® Collagen) with an alveolar sealer (Mucograft® Seal) has shown satisfactory results in the literature.The objective of this study is present a brief literature review and a clinical case report using this approach.

The main findings of the literature review are that the use of these mucosal and bone substitutes are the reduction of surgical time and decrease of the postoperative morbidity and discomfort of the patient, since it does not need the donor area. In the case reportthe clinical results of 15 and 60 days postoperatively showed that this approach was effective in maintaining bone dimensions and keratinized alveolar tissue.

UNITERMS: Rigde preservation, biomaterials (Bio-Oss® Collagen and Mucograft® Seal).

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Endereço para correspondência:

Prof. Dr Mario Taba Jr.

Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto – USP

Avenida do Café, S/N

CEP: 14040-904 – Ribeirão Preto – São Paulo – Brasil

E-mail: [email protected]

Tel: 0055 16 3315-4128

Fax: 0055 16 3315-3980

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