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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁSPROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS APLICADAS À
SAÚDE
PRESENÇA DA DISCIPLINA DE FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO NOS
CURSOS BRASILEIROS DE GRADUAÇÃO DA ÁREA DA SAÚDE
Jataí
2016
Zeuxis Assis Silva
PRESENÇA DA DISCIPLINA DE FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO NOS
CURSOS BRASILEIROS DE GRADUAÇÃO DA ÁREA DA SAÚDE
Dissertação apresentada à Universidade
Federal de Goiás – Programa de Pós-
graduação em Ciências aplicadas à
Saúde para obtenção do título de Mestre
em Ciências da Saúde.
Orientador: Prof. Dr. Claudio Andre
Barbosa de Lira.
Jataí
2016
Ficha de identificação da obra elaborada pelo autor, através do Programa de Geração Automática do Sistema de Bibliotecas da UFG.
ASSIS SILVA, ZEUXIS PRESENÇA DA DISCIPLINA DE FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
NOS CURSOS BRASILEIROS DE GRADUAÇÃO DA ÁREA DA SAÚDE [manuscrito] / ZEUXIS ASSIS SILVA. - 2016.
ix, 49 f.: il.
Orientador: Prof. Dr. CLAUDIO ANDRE BARBOSA DE LIRA. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Goiás, Unidade
Acadêmica Especial de Ciências da Saúde, Programa de Pós Graduação em Ciências da Saúde, Jataí, 2016.
Bibliografia. Inclui tabelas.
1. Ensino. 2. Exercício Físico. 3. Profissionais da saúde. 4.
Educação. 5. Conhecimento. I. ANDRE BARBOSA DE LIRA, CLAUDIO , orient. II. Título.
CDU 796
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS APLICADAS À
SAÚDE
PRESENÇA DA DISCIPLINA DE FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO NOS
CURSOS BRASILEIROS DE GRADUAÇÃO DA ÁREA DA SAÚDE
Diretor da Universidade Federal de Goiás - Regional Jataí: Prof. Dr. Alessandro Martins
Coordenador do Curso de Pós-graduação: Prof. Dr. Sauli Santos Junior
Subcoordenador: Prof. Dr. Marcos Gonçalves de Santana
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ZEUXIS ASSIS SILVA
PRESENÇA DA DISCIPLINA DE FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO NOS
CURSOS BRASILEIROS DE GRADUAÇÃO DA ÁREA DA SAÚDE
Presidente da banca:
Prof. Dr. CLAUDIO ANDRE BARBOSA DE LIRA
BANCA EXAMINADORA
Prof. Dr. CLAUDIO ANDRE BARBOSA DE LIRA
Prof. Dr. MARCOS GONÇALVES DE SANTANA
Prof. Dr. MÁRIO HEBLING CAMPOS
Prof.ª. Dra. NÚBIA DE SOUZA LOBATO (suplente)
Prof. Dr. CARLOS ALEXANDRE VIEIRA (Suplente)
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“Dedico este trabalho à minha mãe por seus
dias de silêncio e dor, os quais me trouxeram
até aqui para viver o agora”.
v
Agradecimentos
Agradeço a Deus, eterno pai de amor, criador bondoso e paciente que sempre nos dá o que
precisamos em detrimento daquilo que merecemos. À minha mãe por conta de sua doação
incondicional, a qual somente o amor de Deus pode recompensar, por ser celestial e permitir
que minha gratidão se iguale em expectativa, mas nunca sendo compatível ao amor a mim
dispensado. Ao meu orientador, Prof. Dr. Claudio Andre Barbosa de Lira por sua doação,
paciência e ensinamentos durante esta jornada que por um instante se aquieta. Ao meu pai,
família e amigos, sem os quais não poderia compreender que é preciso acreditar e seguir em
frente. Aos meus alunos, pessoas com as quais tenho aprendido que o ensinar é um eterno
aprender no esgotado vão de um saber que se dissipa e se refaz. Aos meus colegas
professores pelo respeito e companheirismo. Ao professor Dr. Marcos Gonçalves de Santana
pelas orientações iniciais, amizade e afeto, e ao Mestre e professor Marcelo Freire Guerra
pela oportunidade e lições de compreensão, paciência e respeito. À Universidade Federal de
Goiás – Programa de Pós-graduação em Ciências aplicadas à Saúde pelo crescimento
acadêmico e à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pela
bolsa de estudos concedida.
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Sumário
1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................................1
2 OBJETIVOS............................................................................................................................7
2.1 Objetivo geral....................................................................................................................72.2 Objetivos específicos........................................................................................................7
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA................................................................................................8
4 MÉTODOS............................................................................................................................21
4.1 Delineamento experimental............................................................................................214.2 Levantamento do número de cursos da área da saúde no Brasil – 1ª etapa....................214.3 Sorteio dos cursos cujas estruturas curriculares foram analisadas – 2ª etapa.................224.4 Análise das estruturas curriculares dos cursos sorteados - 3ª etapa................................234.5 Análise estatística............................................................................................................23
5 RESULTADOS......................................................................................................................24
6 DISCUSSÃO.........................................................................................................................28
6.1 Limitações do estudo......................................................................................................377. CONCLUSÃO......................................................................................................................38
Referências................................................................................................................................39
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Lista de Tabelas
Tabela 1 - Distribuição dos profissionais que trabalham no NASF...............................3
Tabela 2 - Número de profissionais ingressantes em um curso de pós-graduação Lato..............................................................................................................................17
Tabela 3 – Características dos cursos de graduação.................................................25
Tabela 4 - Características dos cursos brasileiros da área da saúde que apresentam adisciplina de Fisiologia do Exercício...........................................................................27
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Resumo
Assis, Silva Zeuxis. Presença da disciplina de Fisiologia do Exercício nos cursosbrasileiros de graduação da área da saúde. 2016. 60 p. Dissertação de Mestrado –Programa de Pós-graduação em Ciências aplicada à Saúde da UniversidadeFederal de Goiás
Cada vez mais os profissionais da área da saúde, têm aconselhado seus pacientesem relação à prática de exercícios. Para tanto, é desejável que estes profissionaistenham conhecimentos básicos sobre Fisiologia do Exercício e sobre as diretrizes erecomendações atuais para a manutenção da saúde, por meio de programas deexercícios físicos. O Exercício físico pode ser entendido como uma interação nãomedicamentosa altamente eficaz no combate e prevenção aos mais variados tiposenfermidades de característica crônica. Os profissionais da saúde serão melhorpreparados para combater o sedentarismo e entender a relação ideal de dose-resposta do exercício físico, na medida em que forem formalmente expostos aosconteúdos relacionados à Ciência do Exercício, durante a sua graduação. Objetivo:Verificar a presença da disciplina de Fisiologia do Exercício nas estruturascurriculares de sete cursos brasileiros da área da saúde; Biomedicina, EducaçãoFísica, Enfermagem, Fisioterapia, Medicina, Nutrição e Psicologia. Método: Oestudo foi dividido em três etapas, sendo que na primeira etapa foi feito umlevantamento do número total de cada um dos sete cursos da área da saúde noBrasil (Biomedicina, Educação Física, Enfermagem, Fisioterapia, Medicina, Nutriçãoe Psicologia), onde foram encontrados um total de 4.940 cursos distribuídos em seteáreas. Na segunda etapa foi realizado o sorteio de 10% do total dos cursosencontrados (494 cursos) para posterior análise de suas estruturas curriculares. Naterceira etapa foi realizada a análise das estruturas curriculares dos cursossorteados. Resultados: A disciplina de Fisiologia do Exercício não foi encontradaem 65,95% das estruturas curriculares investigadas. Conclusão: Não encontramosa disciplina de Fisiologia do Exercício na maioria das estruturas curriculares doscursos analisados. Isto pode ser potencialmente grave, pois os benefícios doexercício físico regular somente serão atingidos se estes forem corretamenteprescritos e/ou supervisionados.
Palavras-chave: Ensino; Exercício Físico; Profissionais da saúde; Educação;Conhecimento.
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Abstract
Assis Silva Zeuxis. Presence of Exercise Physiology course in the curriculumstructures of the health of undergraduate courses in Brazil. 2016. 60 p. Master'sthesis - Postgraduate Program in Sciences applied to Health of the FederalUniversity of Goiás.
Increasingly, health professionals, have advised their patients regarding exercise.Therefore, it is desirable that these professionals have basic knowledge of exercisephysiology and on the guidelines and current recommendations for maintaininghealth through physical exercise programs. Physical exercise can be understood asa non-drug interaction highly effective in combating and prevention of all kinds ofchronic diseases characteristic. Health professionals will be better prepared tocombat a sedentary lifestyle and understand the ideal ratio of exercise dose-response, as they are formally exposed to Exercise Science-related content duringtheir graduation. Objective: To verify the presence of Exercise Physiology course inthe curriculum structures of seven Brazilian courses in the health area; Biomedicine,Physical Education, Nursing, Physiotherapy, Medicine, Nutrition and Psychology.Method: The study was divided into three stages, and the first step was made asurvey of the total number of each of the seven health care courses in Brazil(Biomedicine, Physical Education, Nursing, Physiotherapy, Medicine, Nutrition andPsychology) where they were found a total of 4,940 courses distributed in sevenareas. In the second stage it was held the draw for 10% of total found courses (494courses) for further analysis of their curriculum structures. The third step was carriedout the analysis of the curriculum structures of selected courses. Results: ExercisePhysiology discipline was not found in 65.95% of the investigated curricularstructures. Conclusion: We found the Exercise Physiology discipline most of thecurriculum structures of the analyzed courses. This can be potentially serious,because the benefits of regular exercise will only be achieved if they are properlyprescribed and / or supervised.
Keywords: Education; Physical exercise; Health professionals; Education;Knowledge.
x
1
1 INTRODUÇÃO
A prevalência de doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) e seus fatores
de risco associados têm causado impactos negativos sobre a sociedade por conta
dos elevados índices de morbidade e mortalidade (Wang et al., 2015; Khotari et al.,
2013; Goulart, 2011; Feldenheimer et al., 2013). No Canadá, por exemplo, três em
cada quatro pessoas apresenta pelo menos uma condição crônica e as autoridades
de saúde já reconhecem que o gerenciamento das DCNTs precisa ser melhorado
(Johnston et. al, 2008). No Brasil, as DCNTs representam a primeira causa de
mortalidade e hospitalizações no Sistema Único de Saúde (SUS). Dentro desse
contexto, políticas públicas para a diminuição da prevalência dos fatores de risco
associados às DCNTs têm sido implantadas em vários países (Ball et al., 2016;
Politis et al., 2014; Allen et al., 2013; Caspersen et al., 2012). De fato, nos últimos
anos, os Estados Unidos da América (EUA) e diferentes países da Europa têm se
preocupado com a implantação de políticas públicas que possam reduzir a
prevalência das DCNTs. Tais iniciativas são desejáveis, pois os custos com o
tratamento de pacientes com DCNTs são bastante elevados (Allen et al., 2014; Yach
et al., 2004; Melo, 2011).
As políticas públicas de saúde têm origem no conceito de “Atenção primária à
saúde” (APS), inicialmente apresentado no Relatório Dawson, um documento
elaborado pelo Ministério da Saúde do Reino Unido, em 1920. Este documento e
suas concepções influenciaram a criação do sistema de saúde britânico no ano de
1948 (Lavras, 2011). Desde então, o sistema de saúde britânico, passou a orientar a
reorganização dos sistemas de saúde de diversos países, contribuindo para o
surgimento da APS, instituída oficialmente em 1978, na Conferência Internacional
sobre “Cuidados Primários de Saúde”, realizada em Alma-Ata (República do
Cazaquistão), com a colaboração da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do
Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef (Lavras, 2011; Mendes, 2014;
Scabar et al., 2012).
Implantada em 1994, a vertente brasileira da APS é denominada de
Estratégia da Saúde da Família (ESF) e constitui-se por um complexo conjunto de
conhecimentos e procedimentos padronizados, de ampla intervenção, que se
caracteriza, prioritariamente como uma porta de entrada para o SUS, sendo
2
concebida como uma estratégia para reorientação, reorganização e reformulação do
modelo assistencial em saúde, anteriormente centrado na doença e no médico e não
no indivíduo (paciente) e na equipe de saúde (Trindade et al., 2010).
Inicialmente formada por enfermeiros, médicos, agentes comunitários de
saúde, técnicos, auxiliares de enfermagem, cirurgiões dentistas, técnicos de saúde
bucal e auxiliares de saúde bucal, a ESF foi ampliada em 2008, com a criação do
Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), um núcleo de apoio à inserção da ESF
na rede de serviços, ideologicamente constituído por uma equipe multiprofissional,
definida pelos gestores municipais e as respectivas equipes da ESF, tendo em vista
as prioridades, necessidades locais e disponibilidade de profissionais das diferentes
ocupações. De modo geral, os profissionais do NASF atuam em conjunto com os
profissionais das equipes da ESF nos territórios sob sua responsabilidade,
compartilhando e apoiando as práticas em saúde (Rocha et al., 2011).
Em 2011, a cobertura ESF no Brasil já atingia 95,6%, com 5.328 municípios
atendidos e 1.377 NASFs implantados em 995 municípios (18,6%). Em 2013, o
número de NASFs aumentou 55,9%, passando para 2.147 NASFs em atividade no
país (Santos e Benedetti, 2012). A figura 1 sintetiza os profissionais e/ou cargos que
podem compor o quadro multidisciplinar do NASF, destacando que o mesmo é um
Núcleo de apoio à ESF, termo que representa o conceito de APS no Brasil
(Figueiredo, 2012).
APS
ESF
NASF
ARTE-EDUCADOR
ASSISTENTE SOCIAL
FARMACÊUTICO
FISIOTERAPEUTA
FONOAUDIÓLOGO
MÉDICO ACUPUNTURISTA
MÉDICO DO TRABALHO
MÉDICO GERIATRA
MÉDICO GINECOLOGISTA/OBSTETRA
MÉDICO HOMEOPATA
MÉDICO INTERNISTA (CLÍNICO)
MÉDICO PEDIATRA
MÉDICO PSIQUIATRA
MÉDICO VETERINÁRIO
NUTRICIONISTA
PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA
PSICÓLOGO
SANITARISTA
TERAPEUTA
Figura 1 - Profissionais que constituem o quadro multidisciplinar doNúcleo de apoio à saúde da família (NASF). APS: Atenção primária àsaúde. ESF: Estratégia da saúde da família.
3
É interessante notar na Tabela 1, que o profissional de Educação Física está
entre as cinco profissões mais contratadas nos NASFs brasileiros. No entanto, o
percentual de profissionais que compõem as equipes é pequeno, quando
comparado Psicologia e Nutrição, por exemplo. Desta forma é possível inferir que a
utilização do exercício físico como ferramenta não medicamentosa não se constitui
como o foco das ações no NASF. Ademais, é possível visualizar a falta de
centralidade no trabalho a ser executado, uma vez que, para a profissão de
professor de Educação Física há outras denominações similares (avaliador físico,
treinador, etc.). Finalmente, no âmbito da ESF o número de profissionais de
Educação Física é bastante inexpressivo, sendo um profissional para cada 100.000
habitantes (Martinez, Silva e Silva, 2014).
Tabela 1 - Distribuição dos profissionais que trabalham no NASF
PROFISSIONAIS NASF I NASF II
Fisioterapeuta 86,0% 75,4%
Psicólogo 85,5% 77,1%
Nutricionista 79,9% 60,9%
Assistente social 67,9% 42,5%
Fonoaudiólogo 47,3% 24,8%
Profissional de Educação Física 41,7% 17,8%
Farmacêutico 41,1% 20,8%
Avaliador Físico 7,6% 10,85%
Fonte: Martines, Silva e Silva, 2014.
Martiniano et al., (2015) verificaram que 71,24% dos pacientes de uma das
equipes da ESF não praticavam atividades físicas e, entre os que praticavam,
apenas 55,88% tinha uma frequência superior a três vezes por semana. Os autores
concluíram que entre estes pacientes, a prática de atividades físicas não é habitual,
ficando abaixo dos níveis recomendados pelas organizações internacionais. Tal
comportamento, talvez possa ser explicado pela pouca ênfase dada ao exercício
físico como fator de prevenção e terapia não medicamentosa. Tal hipótese ganha
força pois o número de professores de Educação Física atuando nos NASF e ESF
ainda é muito pequeno e o trabalho, multifacetado (Tabela 1).
Vários programas internacionais de prevenção das DCNTs têm enfatizado que
4
a prescrição de exercícios físicos deve ser realizada por profissionais de saúde,
principalmente aqueles envolvidos nos cuidados primários (Jones, Brooks e Wylie,
2013; Patrick, Pratt e Sallis, 2009; Kreuter et al., 1997). Tal fato é reforçado com a
formalização de recomendações de entidades como o American College of Sports
Medicine (Colégio Americano de Medicina do Esporte – ACSM) e a American
Medical Association (Associação Médica Americana – AMA), as quais
desenvolveram um programa, denominado “Exercise is medicine”, para o
treinamento de médicos e profissionais da saúde, no sentido de prepará-los e
incentivá-los a dar orientações e prescrever por escrito, recomendações para que
seus pacientes iniciem um programa de atividades físicas (Tipton, 2014).
Especificamente, o programa tem o intuito de estimular médicos de todo país a
avaliarem e reavaliarem o nível de atividade física de cada paciente, a cada visita,
como parte de um sistema padrão de prevenção primária de DCNTs. O programa
pretende fazer com que a atividade física seja vista como um “sinal vital” entre os
prestadores de cuidados à saúde (Ball et al., 2016; Patrick, Pratt e Sallis, 2009;
Earton e Menard, 1998; Mackenna, Naylor e Macdoweel, 1998). Trata-se de uma
iniciativa de conscientização de que o exercício é realmente um medicamento, como
forma de fortalecer o ato da prescrição para o exercício, tornado-o seguro e eficaz.
O programa é, complementarmente, uma ferramenta de incentivo para que
profissionais médicos e demais profissionais da área da saúde se tornem
fisicamente ativos, melhorando a eficiência de suas prescrições e encaminhamentos
(Morishita et al., 2014; Muegge et al., 2009; Kreuter et al., 1997).
No Brasil, o programa “Exercise is medicine” é representado pelo Celafiscs
(Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul), tendo
sido aceito de maneira positiva nas seguintes instituições: Associação Medica
Brasileira (AMB), Associação Paulista de Medicina (APM), Centro de Reabilitação do
Hospital Israelita Albert Einstein, Coordenadoria de Recursos Humanos da
Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, Departamento de Terapia Física –
Faculdade de Medicina da USP, Diretoria científica - DERC – Sociedade Brasileira
de Cardiologia (SBC), Divisão de Medicina Física – Instituto de Ortopedia e
Traumatologia (Hospital das Clínicas) - Faculdade de Medicina da USP; Grupo de
Medicina do Esporte do Hospital das Clínicas; Sociedade Brasileira de Diabetes
(SBD), Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte (SBME), Sociedade Paulista de
Medicina Esportiva (SPAMDE) e Unidade de Eletrocardiografia do INCOR (Matsudo
5
Sandra, 2012).
À primeira vista, o movimento desencadeado pelo ACSM/AMA parece ir
contra a ordem natural da hierarquia profissional, visto que os profissionais
responsáveis pela prescrição e gerenciamento de um programa de exercícios
deveriam ser aqueles com formação específica na área, ou seja, os profissionais de
Educação Física, pelo menos para a realidade brasileira. No entanto, esta parece
não ser a lógica aplicada em outros países do mundo. Ives e Knudson (2007), em
um artigo de revisão, afirmam que é ingenuidade pensar que a prestação de
serviços profissionais utilizando exercício físico seja uma exclusividade somente dos
profissionais com formação em Educação Física. De fato, estes profissionais sofrem
com a competição de outros que incorporam a utilização do exercício às suas
práticas profissionais. Reforçando esta ideia, não existem evidências científicas que
mostrem benefícios superiores do exercício físico prescrito por profissionais
graduados em Educação Física (Ives e Knudson, 2007).
Em um trabalho realizado no Setor de Fisiologia Humana e do Exercício da
Universidade Federal de Goiás (UFG), Leal (2015) mostrou que Fisioterapeutas,
profissionais de Educação Física e Nutricionistas apresentam concepções erradas
sobre conceitos de Ciência do Exercício. Portanto, a presença de conteúdos
curriculares relacionados à Ciência do Exercício e do Esporte é desejável não
somente para a formação do profissional em Educação Física, mas também para
outros profissionais da saúde. Adicionalmente, é lícito considerar a viabilidade
prática do programa Exercise is medicine, dado que o número de profissionais em
Educação Física e Fitness inseridos em programas públicos brasileiros de
prevenção e tratamento de doenças, é bastante reduzido (Santos e Benedetti,
2012).
Sabe-se que o exercício físico regular é uma ferramenta importante na
prevenção e tratamento das DCTNs relacionadas ao sedentarismo, em virtude de
causar adaptações positivas sobre os sistemas fisiológicos, especialmente, sobre os
sistemas respiratório, cardiovascular, muscular e endócrino (Garatachea et al., 2015;
Haskell et al., 2007). Tais benefícios podem ser maximizados se o profissional da
saúde conhecer as respostas e adaptações fisiológicas ao exercício físico e os
parâmetros que regem a avaliação da aptidão física e prescrição do exercício
(Hoffman, Golan e Vinker, 2016; Leemrijse et al., 2015; Florindo et al., 2012).
Tradicionalmente, estes conteúdos são investigados pela Fisiologia do Exercício.
6
Portanto, é lícito supor que profissionais da saúde que vierem a ter contato com a
disciplina de Fisiologia do Exercício na graduação, terão uma maior habilidade em
tratar com eventuais temas relacionados ao exercício físico.
Frente a isso, os objetivos do presente estudo foram: verificar a presença da
disciplina de Fisiologia do Exercício, de sete cursos de graduação da área da saúde;
descrever em qual ano e/ou período do curso a disciplina é ministrada e, comparar a
frequência da presença da disciplina entre os cursos analisados.
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2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo geral
Verificar a presença da disciplina de fisiologia do exercício nas estruturas
curriculares de sete cursos brasileiros da área da saúde: Biomedicina, Educação
Física, Enfermagem, Fisioterapia, Medicina, Nutrição e Psicologia.
2.2 Objetivos específicos
Descrever em qual ano e/ou período do curso a disciplina é ministrada;
Comparar a frequência da presença da disciplina entre os cursos analisados.
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3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
As DCNTs são, na maioria das vezes, doenças de longa duração, de múltiplas
causas, que exigem acompanhamento multidisciplinar permanente, intervenções
contínuas e uma relevante quantidade de recursos materiais e humanos com altas
demandas ao erário público (Coelho e Burini, 2009). Países de baixa e média renda
apresentam maiores índices de morte por DCNTs quando comparados a países
ricos. No entanto, pode-se dizer que em todos os países do mundo as DCNTs
constituem o principal problema de saúde pública em ambos os sexos,
independentemente da idade (Goulart e Kemper, 2011).
A suscetibilidade às DCNTs tem na hereditariedade, uma de suas causas. No
entanto, o desenvolvimento dessas morbidades se dá, primordialmente, por fatores
ambientais e do estilo de vida (hipertensão; tabagismo; colesterol alto; baixo
consumo de frutas e hortaliças; sobrepeso e obesidade; sedentarismo e o consumo
abusivo de álcool) (Goulart e Kemper, 2011), os quais constituem um conjunto de
fatores comumente compartilhados entre os diferentes países (Goulart e Kemper,
2001; Coelho e Burini, 2009).
Atualmente, o sedentarismo tem se caracterizado como o estilo de vida
predominante em boa parte da população mundial. Consequentemente, a
predominância das DCNTs nas causas globais de mortalidade e o compartilhamento
de seus fatores de risco tem norteado a formulação de estratégias preventivas que
buscam promover alterações em nível social; nomeadamente, nos valores
norteadores, atitudes e condutas direcionadas ao entendimento da estreita relação
de dose-resposta entre saúde e exercício físico (Rezende et al., 2014; Oni et al.,
2014; Teixeira et al., 2012; DUNCAN et al., 2012).
Nos EUA, os elevados níveis de sedentarismo são preocupantes, uma vez
que, mais de metade dos adultos não se envolve em nenhum programa de
atividades físicas (Muegge et al., 2009; Wang, Wen e Xu, 2013, Lavie et al., 2001).
No Brasil as DCNTs são a principal causa de doenças e mortalidade, sendo
responsáveis por 80,7% dos óbitos (DUNCAN et al., 2012).
A atividade física e o exercício físico, quando realizados regularmente, são
altamente benéficos para a saúde física e o bem-estar psicológico. No entanto,
apenas uma pequena parcela da população adulta pratica exercícios físicos em
níveis compatíveis com a maioria das diretrizes de saúde pública (TEIXEIRA et al.,
9
2012).
Está bem estabelecido na literatura que a prática regular de exercícios físicos
e atividades físicas associa-se a inúmeros benefícios à saúde, independentemente
do sexo. Por exemplo, a atividade física regular é responsável pela redução da
mortalidade por todas as causas, diminuindo o risco de desenvolvimento de doença
arterial coronariana (DAC), acidente vascular cerebral (AVC), diabetes mellitus tipo
2, alguns tipos de câncer (câncer de cólon e mama), redução da pressão arterial,
melhora do perfil lipídico, aumento da sensibilidade à insulina, entre outros (Pearson
et al., 2016; Balducci et al., 2012; Warburton et al., 2010). Adicionalmente, o
exercício físico preserva a massa óssea, reduz o risco de queda em idosos,
promove a prevenção e melhoria nos transtornos depressivos e de ansiedade e
altera positivamente a qualidade de vida (Tavani et al., 1999; Pearson et al., 2002;
Garber, 2011; Booth, Roberts e Laye, 2012).
Do ponto de vista da aptidão física, um programa de exercícios físicos produz
melhoras na aptidão cardiovascular, respiratória e muscular, assim como, alterações
positivas na composição corporal, com redução dos percentuais de gordura e
alterações benéficas na flexibilidade e melhora na aptidão neuromotora. Todos estes
fatores se relacionam a menores riscos para a saúde, desde que o indivíduo esteja
engajado em um programa de exercícios físicos de forma a manter os níveis
mínimos de aptidão em todos os aspectos (físico, psicológico, neuromotor, etc.)
(Dacey et al., 2014; Balducci et al., 2012).
Os efeitos positivos do exercício físico sobre a saúde são potencializados
quando este é corretamente prescrito e orientado por profissionais com
conhecimento acerca das adaptações e recomendações baseadas em evidência
(Mendéz-Hernándes et al., 2009; Vicent, Raiser e Vicent, 2012; Mann, Beedie e
Jimenez, 2014).
As recomendações atuais para prescrição de exercício físico por
organizações científicas como a American Heart Association (AHA) e o American
College of Sports Medicine (ACSM) são fundamentais para que profissionais de
saúde possam prescrever exercícios físicos de maneira individualizada para adultos
de todas as idades, aparentemente saudáveis (Pearson et al., 2016; Pescatello et
al., 2014; Garber et al., 2011; Haskell et al., 2007; Elder, Pujol e Barnes, 2003;
Weber, 2001).
A atividade física e o exercício físico são terapias multifatoriais capazes de
10
alterar positivamente vários fatores relacionados à saúde, bem-estar e longevidade.
Caminhar, andar de bicicleta, movimentar-se, mesmo que durante pouco tempo, são
atividades que promovem melhoras nos aspectos gerais de saúde. O exercício físico
exerce efeitos benéficos sobre a ansiedade, os níveis de humor e qualidade do
sono, podendo ser considerado como tratamento não medicamentoso no tratamento
da insônia crônica (Willis, 2012; Rezende et al., 2014; Booth et al., 2012;
Singh,Clements e Fiatarone, 1997; Passos et al., 2012 ).
Evidências têm apontado a prescrição de exercícios físicos oferecida por
profissionais de saúde, como um caminho viável para a redução dos níveis de
sedentarismo na população em geral (Taylor, 2014; Martínez, Velázquez e Castro,
2014; Carneiro, 2011; Dabrowska-Galas, 2013). No entanto, as Diretrizes
Curriculares Nacionais (DCNs) de boa parte dos cursos da área da saúde não fazem
uma referência direta a qualquer disciplina relacionada ao exercício físico e sua
prescrição.
No Brasil, a estrutura curricular de cada um dos cursos de graduação é
elaborada em observância aos parâmetros e orientações estabelecidas nas
Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) de cada curso. Estes documentos
instituídos pelo Conselho Nacional de Educação CNE/CES – Câmara de Educação
Superior (Ministério da Educação), contém as normas gerais de elaboração dos
conteúdos essenciais que devem ser ministrados e/ou apresentados no decorrer do
processo de formação acadêmica. É lícito supor que a baixa ocorrência da disciplina
de Fisiologia do Exercício nas estruturas curriculares analisadas, esteja relacionada
às DCNs dos respectivos cursos de graduação. No entanto, é fato que as DCNs de
todos os cursos analisados no presente estudo, não deixam dúvidas acerca da
relação intrínseca entre os conteúdos elaborados e o processo saúde-doença do
cidadão, família e comunidade.
O curso de Biomedicina que tem como parâmetro curricular a resolução
CNE/CES nº 2, de 18 de fevereiro de 2013, a qual institui as DCNS dos cursos de
graduação em Biomedicina, contém orientações referentes aos conteúdos
essenciais, determinando que os mesmos devem relacionar-se a todo processo
saúde-doença do cidadão, família e comunidade. Complementarmente, o mesmo
documento faz orientações acerca da formação técnica e científica do futuro
profissional biomédico, reiterando a importância da escolha das áreas do
conhecimento a serem desenvolvidas em seu processo de formação profissional. De
11
forma geral, as DCNs em Biomedicina especificam que os conteúdos elaborados
devem contemplar as ciências exatas (incluem-se os processos, os métodos e as
abordagens físico-químicas, matemáticas e estatísticas como suporte à
biomedicina), ciências biológicas e da saúde (incluem-se os conteúdos teórico-
práticos de base moleculares e celulares, dos processos normais e alterados, da
estrutura e função dos tecidos, órgãos, sistemas e aparelhos, bem como processos
bioquímicos, microbiológicos, imunológicos e genética molecular em todo
desenvolvimento do processo saúde-doença, inerentes à biomedicina), ciências
humanas e sociais (incluem-se os conteúdos referentes às diversas dimensões da
relação indivíduo/sociedade, contribuindo para a compreensão dos determinantes
sociais, culturais, comportamentais, psicológicos, ecológicos, éticos e legais, e
conteúdos envolvendo a comunicação, a informática, a economia e gestão
administrativa em nível individual e coletivo) e as ciências da Biomedicina (incluem-
se os conteúdos teórico-práticos relacionados à saúde, doença e meio ambiente,
com ênfase nas áreas de citopatologia, genética, biologia molecular, eco-
epidemiologia das condições de saúde e dos fatores predisponentes à doença e
serviços complementares de diagnóstico laboratorial em todas as áreas da
biomedicina).
À semelhança das DCNs dos cursos de graduação em Biomedicina, as DCNs
dos cursos de graduação em Enfermagem estabelecem que os conteúdos
essenciais devem, como um todo, relacionar-se ao processo saúde-doença do
cidadão, da família e da comunidade e contemplar áreas temáticas afins, fazendo
referência às bases biológicas e sociais da Enfermagem, Ciências biológicas e da
saúde, Morfologia, Fisiologia humana, farmacologia, Patologia (agressão e defesa),
Biologia celular, Molecular, Nutrição, Saúde coletiva, Saúde ambiental/Ecologia,
Ciências humanas; Fundamentos de enfermagem; História da enfermagem;
Exercício da enfermagem (Bioética, Ética profissional e Legislação); Epidemiologia;
Bioestatística; Informática; Semiologia e Semiotécnica de Enfermagem e
Metodologia da Pesquisa, Assistência de Enfermagem, Administração de
Enfermagem e Ensino de Enfermagem. Este conjunto de competências deve
promover no estudante, futuro enfermeiro, a capacidade autônoma e permanente de
desenvolvimento intelectual e profissional.
Para os cursos de graduação em Medicina, a resolução CNE/CES/3/2014
institui as suas DCNs. Este documento determina que os conteúdos fundamentais
12
para o referido curso devem relacionar-se a todo o processo saúde-doença do
cidadão, da família e da comunidade, assim como, contemplar o conhecimento das
bases moleculares e celulares nos processos normais e alterados da estrutura e
função dos tecidos, órgãos e sistemas. Especificamente, no artigo vinte e três,
parágrafo sexto, o documento faz referência à promoção e compreensão dos
processos fisiológicos dos seres humanos, às atividades físico-desportivas e às
relacionadas ao meio socioambiental.
Em relação aos cursos de graduação em Psicologia, a resolução CNE/CES
338/2009 que institui as DCNs nessa graduação, em seu artigo quarto, parágrafos
um a seis, determinam a formação em Psicologia, e tem por objetivos gerais dotar o
profissional de uma série de conhecimentos requeridos para o exercício da
profissão, tais como: Atenção à saúde - Os profissionais devem estar aptos a
desenvolver ações de prevenção, promoção, proteção e reabilitação da saúde
psicológica e psicossocial, tanto em nível individual quanto coletivo, bem como a
realizar seus serviços dentro dos mais altos padrões de qualidade e dos princípios
da ética/bioética; tomada de decisões – O trabalho dos profissionais deve estar
fundamentado na capacidade de avaliar, sistematizar e decidir as condutas mais
adequadas, baseadas em evidências científicas; Comunicação – Os profissionais
devem ser acessíveis e manter os princípios éticos no uso das informações a eles
confiadas, quando da interação com outros profissionais de saúde e o público em
geral; Liderança – No trabalho multiprofissional em equipe, os profissionais deverão
estar aptos a assumir posições de liderança, sempre tendo em vista o bem-estar da
comunidade; Administração e gerenciamento - Os profissionais devem estar aptos a
tomar iniciativas, fazer o gerenciamento e a administração da força de trabalho, dos
recursos físicos e materiais e de informação, da mesma forma que devem estar
aptos a serem empreendedores ou líderes nas equipes de trabalho; Educação
permanente – Os profissionais – devem ser capazes de aprender continuamente,
tanto na sua formação, quanto na sua prática, e ter responsabilidade e compromisso
com a sua educação e o treinamento das futuras gerações de profissionais,
estimulando e desenvolvendo a mobilidade acadêmica e profissional, a formação e a
cooperação através de redes nacionais e internacionais
Adicionalmente, as DCNs dos cursos de graduação em Fisioterapia
(resolução CNE/CES nº 4) à semelhança das DCNs dos demais cursos,
anteriormente mencionados, determina que os conteúdos essenciais devem
13
relacionar-se a todo processo saúde-doença do cidadão, da família e da
comunidade, proporcionando a integralidade das ações do cuidar em Fisioterapia,
ao mesmo tempo em que agrega conhecimentos das ciências biológicas, da saúde,
sociais e humanas, biotecnológicos, fisioterapêuticos, semiológicos, diagnósticos e
preventivos.
Com relação ao curso de Nutrição, a resolução CNE/CES nº 5, normatiza as
DCNs dos cursos de graduação em Nutrição e estas estabelecem que os cursos de
graduação em Nutrição devem relacionar-se a todo processo saúde-doença do
cidadão, da família e da comunidade, proporcionando a integralidade das ações do
cuidar em nutrição. Seus conteúdos devem contemplar as ciências biológicas, da
saúde, sociais, humanas, econômicas, da alimentação, nutrição e a ciência dos
alimentos. Dos 39 cursos analisados, somente 1 (2,6%) apresentou a disciplina de
Fisiologia do Exercício.
Finalmente, com relação aos cursos de Educação Física (bacharelado e
licenciatura) a resolução nº 7, de 31 de março de 2004, institui as Diretrizes
Curriculares Nacionais para o curso de Educação Física em nível superior de
graduação plena e estabelece as orientações específicas para a licenciatura plena
em Educação Física, nos termos definidos nas DCNs para a formação de
professores da Educação Básica. Nas DCNs está estabelecido que as competências
de natureza político-social, ético-moral, técnico-profissional e científica deverão
constituir a concepção nuclear do projeto pedagógico de formação do graduado em
Educação Física.
A formação do graduado em Educação Física deverá ser concebida,
planejada, operacionalizada e avaliada visando a aquisição e desenvolvimento de
competências e habilidades que possibilitem o domínio dos conhecimentos
conceituais, procedimentais e atitudinais específicos da Educação Física e aqueles
advindos das ciências afins, orientados por valores sociais, morais, éticos e
estéticos, próprios de uma sociedade plural e democrática; Pesquisar, conhecer,
compreender, analisar, avaliar a realidade social para nela intervir acadêmica e
profissionalmente, por meio das manifestações e expressões do movimento
humano, tematizadas com foco nas diferentes formas e modalidades do exercício
físico, ginástica, jogo, esporte, luta/arte marcial e dança, visando a formação,
ampliação e enriquecimento cultural da sociedade para aumentar as possibilidades
de adoção de um estilo de vida fisicamente ativo e saudável; intervir acadêmica e
14
profissionalmente de forma deliberada, adequada e eticamente balizada nos campos
da prevenção, promoção, proteção e reabilitação da saúde, da formação cultural, da
educação e reeducação motora, do rendimento físico-esportivo, do lazer, da gestão
de empreendimentos relacionados às atividades físicas, recreativas e esportivas,
além de outros campos que oportunizem ou venham a oportunizar sua prática;
Participar, assessorar, coordenar, liderar e gerenciar equipes multiprofissionais de
discussão, de definição e de operacionalização de políticas públicas e institucionais
nos campos da saúde, do lazer, esporte, educação, segurança, urbanismo, cultura,
trabalho, dentre outros; Diagnosticar os interesses, as expectativas e as
necessidades das pessoas (crianças, jovens, adultos, idosos, pessoas portadoras de
deficiência, de grupos e comunidades especiais) de modo a planejar, prescrever,
ensinar, orientar, assessorar, supervisionar, controlar e avaliar projetos e programas
de atividades físico-recreativas e esportivas nas perspectivas da prevenção,
promoção, proteção e reabilitação da saúde, formação cultural, educação e
reeducação motora, rendimento físico-esportivo, lazer e de outros campos que
oportunizem ou venham a oportunizar a prática de atividades físicas, recreativas e
esportivas. Acompanhar as transformações acadêmico-científicas da Educação
Física e áreas afins, mediante análise crítica da literatura especializada com o
propósito de contínua atualização e produção acadêmico-profissional; utilizar
recursos da tecnologia da informação e da comunicação de forma a ampliar e
diversificar as formas de interagir com as fontes de produção e difusão de
conhecimentos específicos da Educação Física e áreas afins, com o propósito da
formação continuada.
Os profissionais de Educação Física têm sua ação profissional regulamentada
em lei, de forma que as prerrogativas vigentes corroboram o conjunto de
competências previamente estabelecidas nas DCNs dos cursos de graduação em
Educação Física. A lei nº 9.696, de 1º de setembro de 1998, a qual dispõe sobre a
regulamentação da Profissão de Educação Física e sobre a criação dos seus
respectivos Conselhos (Federal e Regionais) define:
Art. 1º - O exercício das atividades de Educação Física e a designação de
Profissional de Educação Física é prerrogativa dos profissionais regularmente
registrados nos Conselhos Regionais de Educação Física.
15
Art. 2º - Apenas serão inscritos nos quadros dos Conselhos Regionais de
Educação Física os seguintes profissionais:
I - Os possuidores de diploma obtido em curso de Educação Física, oficialmente
autorizado ou reconhecido;
II - Os possuidores de diploma em Educação Física expedido por instituição de
ensino superior estrangeira, revalidado na forma da legislação em vigor;
III - Os que, até a data do início da vigência desta Lei, tenham comprovadamente
exercido atividades próprias dos Profissionais de Educação Física, nos termos a
serem estabelecidos pelo Conselho Federal de Educação Física. Nestes termos, fica
evidente a necessidade de uma formação específica direcionada para uma correta
prescrição e acompanhamento de programas de exercícios físicos e/ou atividades
físicas. No entanto, para a realidade brasileira, o aconselhamento sobre exercícios
físicos por parte dos profissionais da saúde parece ser uma realidade.
A literatura atual não apresenta quaisquer modelos de prescrição escrita de
exercícios físicos realizada por profissionais da saúde. No entanto, há consenso
sobre a necessidade de se preparar estes profissionais, para que suas orientações
de exercícios sejam condizentes com as atuais recomendações baseadas em
evidências (Amonette, English e Ottenbacher, 2010; Siqueira et. al., 2009).
Está estabelecido que uma considerável parcela dos profissionais de saúde
envolvidos em rotinas de prescrição de exercícios físicos sente-se insuficientemente
preparados para exercer tal função (Windt et al., 2015; Muegge, 2009; Cullen, 2000).
Complementarmente, deve-se considerar a importância do conhecimento
acadêmico-científico à adequada formação profissional e, principalmente, para o
oferecimento de um serviço de qualidade à sociedade. Desta forma, tornam-se
relevantes os conhecimentos oriundos da Fisiologia do Exercício, os quais oferecem
suporte para a aplicação do conhecimento em atuações direcionadas à atividade
física e saúde (Carter e West, 2013; Santos, 2012; Vaisberg e Mello, 2010; Forjaz e
Tricoli, 2011; Cullen, 2000).
O conhecimento oferecido pela Fisiologia do Exercício permite ao estudante
de graduação compreender as alterações provocadas pelo exercício físico nos
sistemas fisiológicos do organismo humano e o capacita a desenvolver programas
16
educativos de atividades físicas e/ou exercícios. Em resumo, o conhecimento
cientificamente orientado permite ao futuro profissional, elaborar intervenções
baseadas nas adaptações fisiológicas previsíveis em curto, médio e longo prazo, as
quais conduzirão aos objetivos almejados (Amonette et al., 2010; Forjaz e Tricoli,
2011; Elder al., 2003).
Nas últimas décadas, a eficácia do aconselhamento sobre exercícios físicos,
por parte dos profissionais da saúde tem recebido certa atenção, uma vez que, os
níveis de sedentarismo da população em geral, relacionam-se inversamente ao
volume de prescrições realizadas no atendimento primário. Ademais, há evidências
de que cerca de dois terços das pessoas estariam dispostas a se tornar fisicamente
ativas se seus médicos realizassem um aconselhamento sobre exercícios físicos, e
que, isso seria potencializado, caso a prescrição fosse realizada por um profissional
fisicamente ativo (Carneiro, 2011; Morishita et al., 2014).
Poucos estudos investigaram o conhecimento de profissionais da saúde,
sobre os aspectos fisiológicos intervenientes no exercício físico. Na verdade, boa
parte da literatura especializada tem se dedicado ao entendimento das concepções
erradas sobre Fisiologia do Exercício em estudantes de graduação, da área da
saúde, e do nível de conhecimento das recomendações baseadas em evidência
(Ekkekakis, Albee e Zenko, 2015; Carnegie, 2015; Simonson, 2015; Bruce-Low et
al., 2013; Kay, 2008; Morton et al., 2008). Recentemente, a alta prevalência de
doenças crônicas em todo mundo, tem direcionado parte das pesquisas ao
entendimento da prescrição de exercícios físicos realizada por profissionais da
saúde, principalmente aqueles responsáveis pelo atendimento primário (Florindo et
al., 2012; Cheng e Durairajanayagam, 2012).
A maioria dos alunos ingressantes nos cursos de pós-graduação em
Fisiologia do Exercício e áreas correlatas são egressos dos cursos de Educação
Física. Desta forma, parece razoável considerarmos que, profissionais de outros
setores da área da saúde, principalmente aqueles envolvidos no atendimento
primário, não tenham os conhecimentos básicos necessários à compreensão dos
fenômenos fisiológicos relacionados à atividade física e ao exercício físico. Na
Tabela 2, estão representados os dados referentes ao total de ingressantes em um
curso de pós-graduação em Fisiologia do Exercício. Conforme observado
anteriormente, o número de profissionais de outros setores da área da saúde, é
muito pequeno, e até mesmo inexistente em relação ao quantitativo de profissionais
17
de Educação Física.
Tabela 2 - Número de profissionais ingressantes em um curso de pós-graduação Lato Sensu em Fisiologia do exercício.
Área doconhecimento
Total decandidatos
% relativo Autor do estudo/Ano
Biomedicina 0 0,00%
Leal (2015)
Educação Física 750 62,92%
Enfermagem 0 0,00%
Fisioterapia 300 25,17
Medicina 0 0,00%
Nutrição 142 11,91%
Psicologia 0 0,00%
Total 1.192 100%
Uma breve análise na Tabela 2 nos remete a idéia de especificidade, ao
mesmo tempo em que justifica a inserção da disciplina de Fisiologia do Exercício
nas estruturas curriculares dos cursos de graduação da área saúde. A proposta
ganha força, pois somente 37% dos profissionais de nível superior, na rede de
atenção básica à saúde, possuem especialização, sugerindo que a graduação seja o
único momento formal de aquisição de informações (Costa et al., 2013; Rocha et al.,
2011; Tomasi et al., 2008). Por outro lado, um estudo investigouCordoni Júnior e
Nunes (2012) investigaram o perfil dos gerentes da APS em pequenos municípios do
norte do Paraná e encontraram que 75,6% dos profissionais da região possuíam
grau de especialista. No entanto, é lícito supor que o alto índice encontrado, seja
referente às especializações em áreas específicas de atuação (saúde coletiva,
saúde da família, etc.), reforçando mais uma vez, a importância da inclusão da
disciplina de Fisiologia do Exercício e áreas correlatas nos cursos de graduação da
área da saúde (Ohira, Cordoni Júnior e Nunes, 2012).
Nos últimos anos, a atividade física prescrita por médicos e outros
profissionais de saúde tem sido alvo de investigação, por ser um método onde, o
aconselhamento realizado, resulta em uma receita escrita. Tal procedimento, se
relaciona diretamente à promoção e manutenção da saúde (Gnanendran et al., 2011;
Weber, 2001; Sorensen, Skovgaard & Puggaard, 2006) e tem sido utilizado desde a
década de 80, na Suécia e na Nova Zelândia, sendo majoritariamente aplicado em
18
todos os conselhos municipais da Suécia, desde 2008 e introduzido em diversos
países ao redor do mundo (Hellénius, 2011). Neste contexto, a visita ao médico,
parece representar uma oportunidade ímpar para que o paciente receba orientações
sobre o exercício físico e os benefícios decorrentes de sua prática (Ribeiro, Martins
e Carvalho, 2007; Conaughton, Weiler e Conaughton; 2001).
Etimologicamente a “prescrição” (do Latim praescriptione) significa ato ou
efeito de prescrever, é uma ordem expressa, uma indicação. Entretanto, a despeito
dos pacientes terem extrema confiança em seus médicos, não são todos os que
recebem orientações sobre a prática de exercícios físicos ou, por vezes, os que
recebem, a recebem de forma pouco detalhada (Gnanendran et al., 2011). O foco da
prescrição parece ser direcionado àqueles com maior número de fatores de risco
para DCNTs ou comorbidades, fazendo com que seu aspecto preventivo seja
negligenciado (Ribeiro, Martins e Carvalho, 2007). Tal situação, provavelmente é
decorrente da falta de informação que médicos e demais profissionais da saúde
possuem sobre a Fisiologia do Exercício e suas áreas correlatas (Leemrijse, Barker,
Ooms e Veenhof, 2015; Taylor, 2014; Richard-Greenblatt, Ginis e Ditor, 2012;
Matheson et al., 2016; Sorensen, Skovgaard & Puggaard, 2006; Weber, 2001).
Um estudo realizado no Canadá investigou os currículos de 113 cursos de
graduação, no sentido de verificar o quantitativo de cursos que abordavam
conteúdos relacionados à atividade física e exercícios para lesionados medulares.
Do total de cursos (currículos) analisados, 47 (42%) apresentavam temas
relacionados à atividade física e exercícios para o período pós-lesão. Os autores
consideraram que o percentual encontrado é baixo, de forma que um número
substancial de futuros profissionais da saúde, especialmente, enfermeiros, não
serão expostos ao conteúdo de interesse. Desta forma, conclui-se que a supervisão
e o aconselhamento de exercício para pessoas com lesão medular não serão
realizados de maneira eficaz, contribuindo para altos índices de inatividade nos
indivíduos acometidos (Richard-Greenblatt, Ginis e Ditor, 2012).
A prescrição de exercícios realizada por médicos é uma realidade. No
entanto, as recomendações internacionais têm direcionado tal tarefa aos demais
prestadores de cuidados à saúde (Persky, 2009). Um estudo que teve como objetivo,
desenvolver um método de tratamento de pacientes hipertensos, investigou o
conhecimento de enfermeiros sobre exercícios físicos. Ficou demonstrado que os
enfermeiros são capazes de orientar pacientes hipertensos em relação aos
19
exercícios, mesmo não tendo o conhecimento adequado para uma prescrição eficaz,
e que tal ação pode ser aprimorada, na medida em que o acesso à informação for
melhorado, aumentando o conhecimento sobre exercícios físicos (Grobler, Roets &
Joubert, 2005).
Há relatos de maiores níveis de atividade física em pacientes submetidos à
prescrição escrita, em detrimento da prescrição oral, sendo encontrados efeitos
benéficos, tais como, a redução do índice de massa corporal, a redução da pressão
arterial sistólica e melhora na qualidade de vida. Esses achados sugerem que a
prescrição escrita tem sido a preferência dos médicos por ter um maior efeito sobre
o comportamento dos pacientes (Sorensen, Skovaard & Puggaard, 2006). É
interessante notar que apesar da prescrição escrita ser uma realidade, boa parte dos
médicos relata a falta de conhecimento como uma das relevantes barreiras ao
desenvolvimento de uma prescrição eficiente para atividades físicas e exercício
(Holtz et al., 2013; Sorensen, Skovgaard & Puggaard, 2006).
No que concerne à Fisioterapia, um estudo recente investigou o atual sistema
de graduação no Reino Unido e Irlanda, no que diz respeito ao conhecimento prático
necessário à prescrição de atividades físicas e exercícios. Foram observadas as
mudanças ocorridas nos cuidados em Fisioterapia, uma vez que a prevenção tem se
tornado a palavra de ordem em cuidados de saúde. Desta forma, é necessário que o
foco de estudos da Fisioterapia se oriente pelos cuidados primários em detrimento
dos secundários, objetivando a prevenção e promoção da saúde, uma vez que é
crescente o número de evidências que apoiam a eficácia da atividade física e do
exercício físico como fatores de prevenção das doenças relacionadas ao estilo de
vida (Donoghue e Doody, 2012). Finalmente, é necessário que ocorram mudanças
no currículo de graduação em Fisioterapia como forma de otimizar a preparação dos
futuros profissionais, tornando-os aptos para a prática contemporânea de
prescrições para exercícios físicos (O'Donoghue, Doody e Cusack, 2011; O'
Donoghue e Doody, 2012).
Siqueira et al. (2009) investigaram o aconselhamento para a prática de
atividades físicas como estratégia de educação em saúde, nas unidades básicas de
saúde (UBS) de várias regiões brasileiras, e descobriram que o número total de
aconselhamentos é baixo, tanto para pacientes adultos, quanto para pacientes
idosos, independentemente da região ou modelo de assistência. Tal fato foi
considerado grave, uma vez que as unidades básicas de saúde são consideradas
20
como a porta de entrada para o SUS.
Burdick et al. (2014) analisaram o conhecimento atual sobre as
recomendações de atividade física e as consequências da inatividade física para a
saúde. Os autores entrevistaram 798 profissionais da área da saúde, sendo: 182
médicos, 347 enfermeiros e 269 agentes comunitários de saúde. Neste estudo, 97%
dos agentes comunitários de saúde e 80% dos médicos e enfermeiros relataram não
ter informações suficientes para responder as questões apresentadas, enquanto que
15,2% dos médicos disseram ter um pouco mais de conhecimento em relação às
demais categorias profissionais. Os autores concluíram que o conhecimento dos
profissionais pesquisados não condiz com as recomendações atuais de atividade
física. Tal fato reforça a ideia de que a falta de conhecimento torna o profissional
limitado, de forma que seus pacientes poderão não receber orientações, prescrição,
ou qualquer encaminhamento para iniciação em programas de atividades físicas e
exercícios, o que contribui para a continuidade de seu comportamento sedentário.
Windt et al. (2015) realizaram um estudo em que foi ministrado um workshop
de três horas de duração no intuito de orientar e treinar médicos para uma correta
prescrição da atividade física, fornecendo-lhes as ferramentas necessárias à
avaliação e prescrição eficientes em sua prática clínica. Um mês após a realização
do workshop, percebeu-se uma mudança no comportamento médico, em que houve
um aumento de 28% no número de profissionais que passaram a prescrever
exercícios físicos em sua rotina de atendimentos, assim como, um aumento no
número de encaminhamentos de pacientes para as avaliações físicas. No entanto,
todos os profissionais médicos que participaram do estudo foram unânimes em dizer
que a falta de conhecimento, educação continuada e tempo, são as principais
barreiras a uma correta prescrição, e melhor percepção da prescrição enquanto
processo.
21
4 MÉTODOS
4.1 Delineamento experimental
O estudo foi dividido em três etapas:
1ª etapa – Levantamento do número total de cada um dos sete cursos da
área da saúde (Biomedicina, Educação Física, Enfermagem, Fisioterapia, Medicina,
Nutrição e Psicologia).
2ª etapa – Sorteio de 10% dos cursos para análise das estruturas
curriculares;
3ª etapa – Análise das estruturas curriculares dos cursos sorteados.
Por se tratar de um estudo no qual não houve a participação de seres
humanos em protocolos experimentais, a aprovação por parte do Comitê de Ética
em Pesquisa não se fez necessária. A figura 2 representa o delineamento do estudo.
Figura 2 - Delineamento do estudo
4.2 Levantamento do número de cursos da área da saúde no Brasil – 1ª etapa
Foi feito um levantamento do número de cada um dos sete cursos da área da
saúde no Brasil. Neste contexto, existem, atualmente, no Brasil 290 cursos de
Biomedicina, 570 cursos de Educação Física (grau de bacharelado), 790 cursos de
Educação Física (grau de licenciatura), 1000 cursos de Enfermagem, 860 cursos de
Fisioterapia, 240 cursos de Medicina, 440 cursos de Nutrição e 750 cursos de
Levantamento do total de cursos pelo sítio e-Mec
(4.940 cursos)
Sorteio de 10% do total de cursos de graduação da
área da saúde (494 cursos)
Análise das estruturas curriculares encontradas nos sítios das respectivas
instituições (417 cursos)
Figura 2 – Delineamento do estudo.
22
Psicologia, totalizando, 4.940 cursos de graduação. A despeito do curso de
Psicologia ser comumente classificado como sendo da área das ciências humanas
ou ciências sociais aplicadas, decidiu-se pela sua incorporação, uma vez que o
psicólogo lida no tratamento de pessoas. Este levantamento foi realizado entre os
dias 25 e 29 de julho de 2014.
Para o levantamento do total de cursos da área da saúde no Brasil, foi
utilizado o sistema eletrônico e-MEC, por meio do endereço eletrônico
www.emec.mec.gov.br. O “e-MEC” é um sistema eletrônico, do Ministério da
Educação (MEC), que permite o acompanhamento dos processos que regulam a
educação superior no Brasil. Todos os pedidos de credenciamento,
recredenciamento e autorização das instituições de educação superior, assim como,
a autorização, reconhecimento, renovação de cursos e processos de aditamento
(modificações de processos) são feitos por meio deste sistema que torna o trâmite
menos burocrático e mais eficiente. O sistema permite às instituições, acompanhar o
andamento de seu processo junto ao MEC e a geração de relatórios para tomada de
decisões. A tabela 3 apresenta o total dos cursos pesquisados no portal e-MEC.
4.3 Sorteio dos cursos cujas estruturas curriculares foram analisadas – 2ª etapa
Em virtude do grande número de cursos de graduação inicialmente
analisados (n=4.940), decidimos retirar deste total, uma amostra de 10% (494
cursos) para análise, sendo: Biomedicina (n=29), Educação Física Bacharelado
(n=57), Educação Física Licenciatura (n=79), Enfermagem (n=100), Fisioterapia
(n=86), Medicina (n=24), Nutrição (n=44) e Psicologia (n=75). O sorteio foi realizado
utilizando-se a função “aleatório” do software “libre Office Calc” – versão 4.2.3.3, que
permite um sorteio randômico e não tendencioso. Portanto, do total de 4.940 cursos,
inicialmente catalogados por meio do portal e-MEC, 494 foram selecionados para
posterior análise de suas estruturas curriculares.
23
4.4 Análise das estruturas curriculares dos cursos sorteados - 3ª etapa
Após a seleção aleatória dos 494 cursos, iniciou-se a busca das suas
estruturas curriculares por meio de pesquisa nos respectivos sítios virtuais das
instituições de ensino superior dos cursos sorteados. Posteriormente, foi realizada a
análise da presença e/ou ausência da disciplina de Fisiologia do Exercício nas
estruturas curriculares dos referidos cursos de graduação.
4.5 Análise estatística
Foi utilizada estatística descritiva (media aritmética, desvio padrão, frequência
absoluta e relativa) por meio do software GraphPad Prism (versão 5.0, San Diego,
EUA). Para o sorteio dos cursos analisados utilizamos o software libre Office Calc –
versão 4.2.3.3, função “aleatório”.
24
5 RESULTADOS
Dos 494 cursos sorteados, 77 (15,59%) não tiveram suas estruturas
curriculares analisadas, por não terem sido encontradas nos sítios virtuais das
instituições e/ou em outras fontes, sendo: Biomedicina, n=2; Educação Física
(Bacharelado), n=12; Educação Física (Licenciatura), n=13; Enfermagem, n=14;
Fisioterapia, n=19; Medicina, n=7; Nutrição, n=5 e Psicologia, n=5. Portanto, a
amostra final analisada constituiu-se de 417 cursos, sendo um oferecido na
modalidade EAD de ensino (Ensino à distância), sendo: Biomedicina, n=27;
Educação Física (Bacharelado), n=45; Educação Física (Licenciatura), n=66;
Enfermagem, n=86; Fisioterapia, n=67; Medicina, n=17; Nutrição (EAD), n=39 e
Psicologia, n=70. A Tabela 4 ilustra as características dos referidos cursos. Abaixo, a
figura 3 apresenta a distribuição dos dados obtidos em cada fase da pesquisa e a
Tabela 3 ilustra as características dos cursos analisados
Total de cursos de graduação na área da saúde no Brasil
(N=4.940)
Biomedicina(n=290)
Educação Física Bacharelado
(n=570)
Educação Física Licenciatura
(n=790)
Enfermagem(n=1000)
Fisioterapia(n=860)
Medicina(n=240)
Nutrição(n=440)
Psicologia(n=750)
Sorteio de 10% do total dos cursos de graduação na área da saúde para análise das estruturas curriculares
(N=494)
Biomedicina(n=2)
Educação Física Bacharelado
(n=12)
Educação Física Licenciatura
(n=13)
Enfermagem(n=14)
Fisioterapia(n=19)
Medicina(n=7)
Nutrição(n=5)
Psicologia(n=5)
Biomedicina(n=27)
Educação Física Bacharelado
(n=45)
Educação Física Licenciatura
(n=66)
Enfermagem(n=86)
Fisioterapia(n=67)
Medicina(n=17)
Nutrição(n=39)
Psicologia(n=70)
Excluídos por não terem as estruturas curriculares encontradas
(N=77)
Total de estruturas curriculares analisadas(N=417)
Biomedicina(n=29)
Educação Física Bacharelado
(n=57)
Educação Física Licenciatura
(n=79)
Enfermagem(n=100)
Fisioterapia(n=86)
Medicina(n=24)
Nutrição(n=44)
Psicologia(n=75)
Figura 3 - – Organograma de distribuição dos dados em cada fase da pesquisa.
25
Tabela 3 – Características dos cursos de graduação
CURSOCARGA HORÁRIA (Média ± DP, em
horas)
Modalidade(Presencial/EAD) Semestral/A
nual
Natureza da IES(Pública/Privada/Especial)
Região (N/NE/CO/S/SE)
Biomedicina (n=27) 3676 ± 450 27/0 24/3 3/23/1 2/7/2/8/8Educação Física Bacharelado (n= 45) 3472 ± 546 45/0 40/5 6/37/2 2/5/2/11/25Educação Física Licenciatura (n=66) 3158 ± 598 66/0 61/5 8/55/3 3/12/6/15/30Enfermagem (n=86) 4216 ± 311 86/0 79/7 17/67/2 6/18/9/18/35Fisioterapia (n=67) 4244 ± 562 67/0 63/4 6/56/5 4/14/11/12/26Medicina (n=17) 8473 ± 787 17/0 14/3 5/10/2 1/4/1/2/9Nutrição (n=39) 3489 ± 316 38/1 36/3 7/30/2 4/6/2/13/14Psicologia (n=70) 4066 ± 597 70/0 67/3 8/58/4 4/5/7/21/33
EAD: Ensino à distância; IES: Instituição de Ensino Superior; Pub: Pública; Priv: Privada; N: Norte; NE: Nordeste; CO: Centro Oeste; S: Sul e SE: Sudeste .
26
Nenhuma das estruturas curriculares dos cursos de Biomedicina,
Enfermagem, Medicina e Psicologia apresentaram a disciplina de Fisiologia do
Exercício. Estes cursos representam 65,95% das estruturas curriculares analisadas.
Adicionalmente 6,67% (3) cursos de Educação Física (Bacharelado), 12,66% (10)
cursos de Educação Física (Licenciatura), 27,91% (24) cursos de Fisioterapia e 38
(86,36%) cursos de Nutrição não apresentavam a disciplina de Fisiologia do
Exercício em suas estruturas curriculares. Consequentemente, 42 (93,33%) cursos
de Educação Física (Bacharelado), 56 (87,34%) cursos de Educação Física
(Licenciatura), 43 (72,09%) cursos de Fisioterapia e 1 (13,64%) curso de Nutrição
apresentavam a disciplina de Fisiologia do Exercício. A Tabela 4 apresenta os dados
e características acadêmicas dos cursos que apresentaram a disciplina de Fisiologia
do Exercício em suas estruturas curriculares.
27
Tabela 4 - Características dos cursos brasileiros da área da saúde que apresentam a
disciplina de Fisiologia do Exercício
Parâmetro Educação
Física
Bacharelado
Educação
Física
Licenciatura
Fisioterapia Nutrição
Total de cursos 42 56 43 1
Carga horária
(Media ± desvio padrão, em horas) 3.490 ± 562 3.181 ± 640 4.385 ± 651 3.400
Distribuição da disciplina de Fisiologia do Exercício por curso e período
Segundo período 9,52% (4) 3,57% (2) 2,33% (1) -
Terceiro período 21,43% (9) 28,57% (16) 32,56% (14) 100% (1)
Terceiro e Quarto períodos
4,76% (2) 1,79% (1)
- -
Terceiro e Quinto períodos
4,76% (2) -
- -
Quarto período 23,81% (10) 28,57% (16) 39,53% (17) -
Quarto e Quinto períodos
4,76% (2) 3,57% (2)
6,98% (3) -
Quinto período 7,14% (3) 10,71% (6) 4,65% (2) -
Quinto e Sexto períodos - 3,57% (2) - -
Sexto período 2,38% (1) 1,79% (1) - -
Sétimo período 4,76% (2) - - -
Não declarados 16,67% (7) 17,86% (10) 13,95% (6) -
28
6 DISCUSSÃO
O objetivo do presente estudo foi identificar a presença da disciplina de
Fisiologia do Exercício nas estruturas curriculares de sete cursos de graduação da
área da saúde. Considerando que o atendimento primário em serviços de saúde é
realizado por profissionais médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, entre
outros e, considerando que os benefícios do exercício para a saúde estão bem
estabelecidos, é desejável que as estruturas curriculares desses cursos contemplem
disciplinas relacionadas à Ciência do Exercício, sobretudo a Fisiologia do Exercício.
Como principal resultado, o presente estudo encontrou um alto percentual de cursos
que não apresentaram a disciplina de Fisiologia do Exercício em suas estruturas
curriculares. Surpreendentemente, alguns cursos de Educação Física também não
apresentaram a disciplina de Fisiologia do Exercício em suas estruturas curriculares.
Pelo menos do que é do nosso conhecimento, não há, até o presente
momento, estudos que tenham abordado a presença da disciplina de Fisiologia do
Exercício em estruturas curriculares de cursos da área da saúde, havendo apenas
estudos que investigaram a inserção de disciplinas correlatas.
Organizações de saúde têm promovido ações e programas no sentido de
incentivar os profissionais da saúde a dar orientações sobre atividades físicas e
exercícios aos pacientes, por meio de uma prescrição escrita (Holtz et al., 2013;
Sammut, 2006; Eakin, Smith e Bauman, 2005). Tal conduta visa combater os
altíssimos índices populacionais de DCNTs, uma vez que o sedentarismo é o
principal fator de risco para o seu desenvolvimento. Nesse sentido, são necessários
estudos que se proponham a investigar a inserção de disciplinas relacionadas à
Ciência do Exercício, entre as quais, a Fisiologia do Exercício às estruturas
curriculares dos cursos de graduação, uma vez que uma correta prescrição deverá
ser sustentada por um conjunto de conhecimentos de base científica.
Persky (2009) investigou a influência da inclusão de uma disciplina optativa
relacionada à Ciência do Exercício em estudantes do curso de Farmácia. Nesta
disciplina foram abordados tópicos como prescrição de exercícios para populações
especiais e outros relacionados. O estudo concluiu que os estudantes que cursaram
os dois anos da disciplina se tornaram mais confiantes para orientar e prescrever
exercícios físicos aos pacientes. Em um outro estudo, Poussel et al. (2013)
29
avaliaram o conhecimento de estudantes de medicina sobre o doping no esporte e
investigaram suas atitudes em relação à prevenção do doping. A despeito de 88%
dos estudantes sentirem que têm um importante papel na prevenção do doping no
esporte, 91% relataram que o treinamento acadêmico que recebem não fornece
informações suficientes para que possam exercer esse papel na futura profissão,
como médicos. No mesmo estudo, os autores submeteram os estudantes a uma
intervenção educacional sobre o assunto, baseada em RPG (role-playing games,
jogo de interpretação de personagens) e verificaram que a intervenção foi efetiva em
melhorar a atitude dos estudantes sobre o doping no esporte. Portanto, a presença
de disciplinas relacionadas à Ciência do Exercício na estrutura curricular dos cursos
de graduação da área da saúde parece ser um fator interveniente sobre o
conhecimento de estudantes e, consequentemente, dos futuros profissionais, a
respeito de determinado tema. Desta forma, reforça-se a necessidade de que os
estudantes necessitam ter contato com informações científicas atualizadas sobre
assuntos relacionados à Fisiologia do Exercício, mesmo naqueles cursos não
diretamente relacionados à Ciência do Exercício.
Em outro estudo, Ives e Knudson (2007) avaliaram a importância de um maior
equilíbrio disciplinar nos cursos de graduação em Ciência do Exercício e ficou
demonstrado que as habilidades clínicas inerentes à Ciência do Exercício estão
sendo rapidamente incorporadas às disciplinas de outras áreas profissionais
(Enfermagem, Fisioterapia e Nutrição, etc.). Os autores relataram que os graduados
em Ciência do Exercício encontram emprego em uma variedade de instituições, tais
como, Centros de Fitness, Clínicas e Centros de Pesquisa voltados à Educação em
Saúde. No entanto, está claro que estes graduados não são os únicos profissionais
capazes de desempenhar tais funções. Ademais, o corpo de conhecimentos
relativos a tais práticas não é exclusivo dos graduados em cursos relacionados à
Ciência do Exercício. Cada vez mais, médicos, assistentes médicos, enfermeiros,
fisioterapeutas, educadores de saúde e quiropráticos têm expandido seu âmbito
prático de atuação, com a programação de exercícios para clientes saudáveis e
doentes e, em alguns casos, contribuindo para o aumento do desempenho (Orrow et
al., 2012; Ribera, Mackenna e Riddoch, 2005; Ortega-Sanchez et. al., 2004).
O atual corpo científico de conhecimentos sustenta a aplicação da Fisiologia
do Exercício, a partir de abordagens médico-preventivas, por ser esta, uma
disciplina estreitamente relacionada à área da saúde, não se limitando à pesquisa
30
isolada (Boone, 2013).
Nos Estados Unidos, as recomendações de atividade física feitas por médicos
têm sido sistematizadas. O programa “Healthy people” 2010 recomenda que
médicos e outros profissionais de saúde incluam tal aconselhamento em todas as
suas consultas. No entanto, esta não é uma prática comum nos atendimentos
médicos. Alguns estudos sugerem que, em média, 35% dos idosos recebem alguma
forma de aconselhamento sobre atividade física durante consultas médicas. Deste
total, apenas 56% são questionados sobre seus níveis de atividade física nas
consultas de rotina (check-up) (Ribeiro, Martins e Carvalho, 2007). Os médicos
relatam várias razões para não fornecer aconselhamento médico, entre as quais, a
falta de treinamento, falta de confiança para um aconselhamento eficaz, o pouco
tempo para o aconselhamento durante as visitas e o baixo nível de reembolso das
medidas preventivas. Complementarmente, alguns profissionais médicos acreditam
que alguns pacientes com DCNTs possam ter suas condições clínicas pioradas,
caso sejam submetidos a um programa de exercícios físicos (Ribeiro, Martins e
Carvalho, 2007). Tal conduta médica relatada pelos autores, sugere que os médicos
não conhecem os aspectos gerais da prescrição de exercícios, bem como, as
particularidades das diferentes doenças que eventualmente possam resultar em
contra-indicações relacionadas à prática de exercício físico. Por exemplo, sabe-se
que o exercício físico regular é uma importante ferramenta não medicamentosa no
tratamento de pacientes com epilepsia, entretanto, alguns tipos de exercício físico
podem ser contra-indicados para pacientes com essa doença, especialmente nos
casos em que ela não estiver clinicamente controlada por tratamento
medicamentoso, como por exemplo; exercícios que envolvam risco de queda ou
afogamento (Arida et al., 2013; Vancini et al., 2011; Arida et al., 2010; Arida et al.,
2008; Vancini et al. 2008;).
A prescrição de exercícios físicos necessita de um conjunto de conhecimentos
científicos, e de normas elementares fundamentais, para que os benefícios da
prática sejam potencializados. Quando se pretende realizar uma prescrição a este
nível deve-se esclarecer os seus objetivos, como forma de se evitar orientações
distorcidas, que podem desencadear consequências nefastas à saúde das pessoas.
Não basta indicar que se deve fazer exercício, é necessário especificar os aspectos
quantitativos e qualitativos do mesmo, como se faz com qualquer outra medicação,
especificando o tipo de exercício, frequência, duração, intensidade, regularidade,
31
progressão e individualização (Sallis, 2016; Carneiro, 2011). Neste contexto
acreditamos que os cursos brasileiros da área da saúde, especialmente, os cursos
de Enfermagem, Fisioterapia, Psicologia, Medicina e Nutrição não fornecem os
subsídios mínimos para o profissional realizar um aconselhamento de atividade
física pautado em parâmetros científicos.
Considerando que os conteúdos dos cursos de Biomedicina devem ser
voltados ao estudo do processo saúde-doença do cidadão, família e comunidade e
considerando os efeitos benéficos do exercício físico nesse processo, a presença da
disciplina de Fisiologia do Exercício na estrutura curricular dos cursos de
Biomedicina parece desejável. Entretanto, dos 27 cursos de Biomedicina analisados
nenhum apresentou a disciplina de Fisiologia do Exercício em sua estrutura
curricular, o que sugere que o profissional Biomédico formado por esses cursos, não
adquire o conhecimento necessário à compreensão dos efeitos do exercício físico
sobre os sistemas fisiológicos e, consequentemente, seus efeitos benéficos sobre a
saúde humana. Ademais, a presença do profissional Biomédico em equipes da ESF
já é uma realidade (Da maia et al., 2013). De igual maneira, a mesma linha de
raciocínio pode ser seguida, em relação aos cursos de Enfermagem, Medicina e
Psicologia, os quais não apresentaram a disciplina de Fisiologia do Exercício em
suas estruturas curriculares.
No que concerne à atuação do profissional enfermeiro, a disciplina de
Fisiologia do Exercício poderia colaborar com a formação do profissional,
complementando a sua prestação de serviços. Tal constatação é relevante, pois, na
grande maioria dos locais públicos de serviços de saúde brasileiros, o enfermeiro é
responsável pelo atendimento inicial de pacientes com DCNTs relacionadas ao
sedentarismo. Adicionalmente, há relatos da existência de enfermeiros responsáveis
pela prescrição oral e acompanhamento em programas públicos de atendimento
primário de diversos países (Lobelo e Quevedo, 2014).
Oliveira e Rolim (2003) realizaram um estudo com o objetivo de identificar o
potencial de mudança de comportamento e crenças dos enfermeiros acerca dos
benefícios da atividade física para pacientes psiquiátricos e caracterizar as
atividades físicas desenvolvidas em um hospital psiquiátrico, assim como, os fatores
que influenciam profissionais a promoverem tais atividades. Estudos recentes têm
destacado a importância do exercício físico na melhoria da qualidade de vida de
pacientes com doença mental, considerando-o como uma importante ferramenta de
32
intervenção não medicamentosa, interveniente no processo de tratamento utilizado
pelos profissionais enfermeiros (Stanton, Happel e Heaburn, 2015). No entanto, a
falta de formação adequada, a falta de conhecimento para uma melhor definição das
prioridades e a falta de conhecimento para lidar com a baixa adesão dos pacientes,
são alguns dos fatores relatados por estes profissionais, os quais contribuem para a
realização de prescrições de impacto reduzido (Stanton, Happel e Reaburn, 2015;
Persson et al., 2013).
O ACSM recomenda 150 minutos de atividade física aeróbia de intensidade
moderada por semana, a todos os pacientes que tenham sido acometidos por
câncer (sobreviventes). No entanto, o atual conjunto de evidências revela que 80%
dos sobreviventes não têm atendido as recomendações relacionadas à prática de
atividades físicas, ficando vulneráveis ao desenvolvimento de um câncer secundário,
à recorrência da doença e ao desenvolvimento de outras doenças crônicas, uma vez
que a taxa de inatividade física nessa população é consistente com os valores da
população em geral (Barber, 2013). Complementarmente, mais de 30% dos
cânceres poderiam ser evitados por meio da adoção de ações simples, tais como, o
abandono do sedentarismo. Tal fato, tem sido reforçado pelo “apoio social em
atividades físicas”, um programa americano de ajuda não formal oferecida a
sobreviventes, que recentemente foi identificado como um determinante positivo da
participação de sobreviventes de câncer em programas de atividades físicas. Em
programas desse tipo o papel desempenhado pelos enfermeiros é indispensável,
tanto para os sobreviventes, como para os seus cuidadores (acompanhantes). O
enfermeiro ocupa uma posição de destaque no atendimento primário, de forma que
a eficácia da sua contribuição em relação à prática de exercícios físicos na
população de sobreviventes deve ser baseada em evidências. Portanto,
indubitavelmente, a inserção da disciplina de Fisiologia do Exercício nas estruturas
curriculares dos cursos de Enfermagem é uma necessidade que se harmoniza
perfeitamente ao conceito contemporâneo de prevenção no atendimento primário de
saúde (Tiedemann et al., 2014; Barber, 2013). No entanto, em nenhuma das
estruturas curriculares analisadas nos cursos de Enfermagem, foi encontrada a
disciplina de Fisiologia do Exercício.
Seixas et al. (2003) realizaram um estudo, cujo objetivo foi avaliar a
prescrição de atividades físicas realizada por médicos brasileiros (ortopedistas). Os
autores observaram que a maioria das prescrições realizadas se deu de forma
33
verbal, sem o uso de receituário médico e de maneira não condizente com as
recomendações atuais para a promoção da saúde. A despeito de a prescrição de
exercícios não ser formalmente, um atributo médico, não podemos negligenciar o
fato de que este profissional exerce grande influência no poder de decisão dos
pacientes por ele atendidos. Tal fato reforça a necessidade de conhecimento em
Fisiologia do Exercício, não somente pelo médico, mas também por outros
profissionais de saúde.
Alguns estudos têm relatado benefícios decorrentes da intervenção médica
nos padrões de exercício de pacientes previamente orientados. Desta forma, as
organizações de saúde destacam o relevante papel do médico na diminuição da
prevalência dos níveis de inatividade e, consequentemente, na redução do impacto
das DCNTs (Berryman, 2010, Dacey et al., 2014; Hoffman, Golan e Vinker, 2016).
Pacientes previamente orientados por médicos têm mantido os níveis de atividade
física elevados nos 12 meses seguintes à prescrição (Hoffman, Golan e Vinker,
2016). No entanto, a grande maioria das pessoas continua sedentária e o número de
médicos que incorporam aconselhamento sobre exercícios físicos em suas rotinas
clínicas ainda é discreto (Dacey et al., 2014).
Atualmente, o programa “Healthy people 2020” defende que a atividade física
deve ser discutida e avaliada entre os prestadores de cuidados da saúde e seus
pacientes, devendo ser tratada como uma prioridade imediata. Desta forma, o
programa espera que o número de visitas ao consultório médico, no sentido de obter
aconselhamento relacionado à atividade física e ao exercício, possa ser aumentado
(Taylor, 2014). De maneira semelhante, o “Exercise is medicine”, instituído pelo
American College Of Sports Medicine, procura encorajar profissionais da saúde a
incluírem a atividade física nos programas de tratamento de pacientes (Garber,
2011). Ambos os programas têm suas recomendações alicerçadas na evidência de
que médicos muitas vezes são vistos como fonte credível e respeitada de
informações relacionadas à saúde, sendo poderosos motivadores para o aumento
da prática de exercícios físicos (Berryman, 2010; Dacey et al., 2014). Entretanto,
salientamos mais uma vez que o aconselhamento sobre exercício físico deve se
alicerçar no conhecimento de tópicos relacionados à Fisiologia do Exercício. Caso
contrário o exercício prescrito, não somente por médicos, mas por outros
profissionais da saúde, poderá ser nocivo à saúde dos pacientes.
Programas como o “Heathy people” e o “Exercise is medicine” são iniciativas
34
louváveis, especialmente à luz dos atuais conhecimentos acerca dos benefícios do
exercício físico regular sobre a saúde humana, e devem ser ampliados a outros
profissionais da saúde, especialmente aqueles atuantes na atenção primária.
Entretanto, os objetivos de programas com este perfil só serão alcançados, na
medida em que os profissionais da saúde forem expostos aos conteúdos
relacionados aos efeitos fisiológicos do exercício físico. Sendo assim, consideramos
que o período de graduação seja o momento de formação do profissional, mais
propício à aquisição do conhecimento, por ser um momento de formação das bases
teórico-conceituais do futuro profissional. Infelizmente, os resultados do presente
estudo revelam que, com exceção do curso de Educação Física, poucos são os
cursos que apresentam a disciplina de Fisiologia do Exercício em suas estruturas
curriculares.
Nos países desenvolvidos, alguns tópicos sobre medicina esportiva têm sido
integrados aos cursos de graduação em medicina. Um grupo de médicos (clínicos
gerais) da Grã-Bretanha demonstrou interesse pela formação complementar em
medicina do esporte, uma vez que não se consideram adequadamente preparados
para realizar ações eficazes no campo da medicina esportiva. Considerando que a
atuação médica na área esportiva é algo recente, parece urgente a necessidade da
inserção de tópicos e disciplinas relacionadas ao exercício, às estruturas curriculares
dos cursos de graduação em medicina, como forma de melhor preparar o futuro
profissional médico para o entendimento das questões médico-preventivas
relacionadas ao esporte e à prática esportiva (Kordi et al., 2011). No Brasil, a
medicina esportiva foi considerada uma especialidade médica somente em 2005
(Resolução No 1.763/05 - Conselho Federal de Medicina), com os programas de
residência médica, nessa área, regulamentados pela Associação Médica Brasileira e
pela Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte (Hernandez, 2012; Lazzoli, 2009).
Anualmente são ofertadas apenas 20 vagas em residência médico-esportiva,
quantitativo muito inferior a outras tradicionais áreas medicas, tais como clinica
médica, pediatria e cirurgia geral. A sociedade Brasileira de Medicina do Esporte e
do Exercício (SBME), entidade cientifica responsável por coordenar às atividades da
medicina esportiva no país possui somente 700 médicos filiados (Chaves et al.,
2013).
Como esperado, em 100% das matrizes curriculares analisadas em
Psicologia, não foi encontrada a disciplina de Fisiologia do Exercício, o que coincide
35
com as orientações especificadas pelas DCNs em Psicologia. No entanto, é
importante destacar que a Psicologia do Esporte tem se desenvolvido de maneira
considerável nas últimas décadas (Andrade e Lira, 2016). Isto posto, consideramos
importante a inclusão da disciplina de Fisiologia do Exercício nas estruturas
curriculares dos cursos de graduação em Psicologia, uma vez que, os profissionais
psicólogos seriam melhor preparados para compreender a relação de causa e efeito
existente no mundo esportivo, assim como nos parâmetros de saúde da população
em geral, uma vez que, já está estabelecida na literatura a influência do exercício
físico sobre os transtornos de humor (Scully et al., 1998; Mello et al., 2005; Otto et
al., 2007, Vaisberg e Mello, 2010).
Considerando que um dos campos de atuação do profissional formado em
Fisioterapia é a reabilitação de pessoas (inclusive praticantes de atividades físicas e
atletas), a inclusão da disciplina de Fisiologia do Exercício é particularmente útil à
sua formação profissional. Os cursos de Fisioterapia apresentaram um relevante
percentual de estruturas curriculares em que a disciplina de Fisiologia do Exercício
foi contemplada. Dos 67 cursos analisados, 43 (64,2%) apresentaram a disciplina de
Fisiologia do Exercício. Tal resultado era esperado, pois o profissional Fisioterapeuta
utiliza a atividade física como ferramenta para a prevenção e tratamento de
pacientes com diferentes condições clínicas.
Fisioterapeutas são profissionais de cuidados primários com grande potencial
para a promoção das atividades físicas. Eles prescrevem exercícios com fins
terapêuticos, visando a reabilitação do paciente. Nesse sentido, um estudo realizado
com membros da Associação Australiana de Fisioterapia investigou as evidências
atuais de que boa parte dos problemas de saúde encontrados em pacientes no
atendimento primário poderiam ser evitados com a adoção de um estilo de vida
fisicamente ativo (Shirley, Ploeg e Bauman, 2010). É interessante notar que, tanto
estudantes de Fisioterapia, quanto os profissionais formados na área, acreditam que
a prescrição de atividades físicas para a promoção de saúde deva ser parte
integrante do seu currículo de formação (Shirley, Ploeg e Bauman, 2010).
Uma nutrição adequada é fator interveniente e por vezes determinante nos
processos de melhoria e busca pela alta performance esportiva e/ou desempenho
físico, além de ser uma importante e essencial ferramenta nos programas de
controle e perda de massa corporal. A despeito de não ser uma exigência legal
imposta pelas DCNs do curso de graduação em nutrição, é crescente a participação
36
do Nutricionista dentro da área da Ciência do Exercício e Nutrição Esportiva, uma
vez que a prática esportiva e a melhora da aptidão, de forma geral, estão
estreitamente relacionadas à Fisiologia do Exercício (Colberg et al., 2010; Richter e
Ruderman, 2009). (Arce et. al., 2015, Baker et al., 2015).
Surpreendentemente, três dos cursos de Educação Física analisados (6,67%)
na modalidade bacharelado e dez (17,85%) na modalidade licenciatura, a despeito
de serem específicos na relação disciplina-curso, também não apresentaram a
disciplina de Fisiologia do Exercício. Dos 45 cursos de Educação Física na
modalidade bacharelado, 93,3% (n=42) apresentaram a disciplina de Fisiologia do
Exercício em suas estruturas curriculares, enquanto que, nos cursos de Educação
Física na modalidade licenciatura, o percentual encontrado foi de 84,8% (n=56).
Surpreendentemente, três cursos na modalidade bacharelado e dez cursos na
modalidade licenciatura não apresentaram a disciplina de Fisiologia do Exercício.
Como mencionado anteriormente, a Fisiologia do Exercício investiga as respostas e
adaptações quando os sistemas fisiológicos são submetidos ao exercício físico.
Desta forma, parece impraticável que estudantes de graduação em Educação Física
não sejam contemplados com a disciplina de Fisiologia do Exercício durante seu
período de formação na graduação.
No Brasil a prescrição de exercícios físicos é um atributo do profissional de
Educação Física. Entretanto, é desejável que outros profissionais da área da saúde
tenham conhecimentos sobre os efeitos fisiológicos do exercício físico regular, como
forma de introduzir adequadamente esse relevante complemento não farmacológico,
nos programas de prevenção de doenças. Muitos desses programas contam com a
participação de equipes multidisciplinares, onde prevalece a heterogeneidade de
formações acadêmico-profissionais (médicos, enfermeiros, nutricionistas,
educadores, psicólogos, etc.). Neste contexto, profissionais para além daqueles
formados em Educação Física devem estar conscientes dos efeitos do exercício
físico regular sobre a saúde humana. Infelizmente, poucos são os cursos brasileiros
de graduação da área da saúde que possuem a disciplina de Fisiologia do Exercício
em suas matrizes curriculares.
Pelo exposto reiteramos a importância da inclusão da disciplina de Fisiologia
do Exercício nas estruturas curriculares dos cursos de graduação da área da saúde.
É instintivo pensar que havendo a oportunidade de contato com o assunto durante o
curso de graduação, um maior número de profissionais da saúde poderá se
37
interessar em ampliar os seus conhecimentos, estudando assuntos inerentes à
Ciência do Exercício. No Brasil existem iniciativas nesse sentido, como por exemplo,
uma disciplina optativa específica sobre Medicina do Exercício e do Esporte,
oferecida semestralmente aos alunos do curso de graduação em medicina da
Universidade Federal Fluminense (Lazzoli, 2009).
6.1 Limitações do estudo
Não avaliamos o conhecimento sobre Fisiologia do Exercício de profissionais
egressos de cursos que ofereciam ou não a disciplina de Fisiologia do Exercício,
com intuito de verificar possíveis diferenças no conhecimento entre aqueles
expostos e não expostos à disciplina. Para os cursos de Educação Física em que
não foi encontrada a disciplina de Fisiologia do Exercício em suas estruturas
curriculares, entendemos que a mesma possa estar contemplada com outros nomes
e/ou termos não familiares, dificultando a sua localização. Soma-se a isso, o fato de
algumas ementas não serem detalhadas ou, até mesmo, ausentes, dado que, no
presente estudo 77 estruturas curriculares não foram encontradas. Finalmente, não
foi possível realizarmos uma avaliação de quaisquer prescrições realizadas por
profissionais da área da saúde, uma vez que não foram encontrados documentos
que detalhassem tal procedimento e/ou recomendações utilizadas por estes
profissionais.
38
7. CONCLUSÃO
Pelo menos do que é do nosso conhecimento, este é o primeiro trabalho que
investigou a presença da disciplina de Fisiologia do Exercício nas matrizes
curriculares dos cursos brasileiros da área da saúde. Os dados encontrados
revelaram que a maioria dos cursos investigados não possui a disciplina de
Fisiologia do Exercício em suas estruturas curriculares. Isto pode ser potencialmente
grave, pois os benefícios do exercício físico regular somente serão atingidos se
estes forem corretamente prescritos e/ou supervisionados. As tentativas de
mudanças curriculares nos cursos da área da saúde ainda são bastante incipientes.
No entanto, acreditamos que mudanças realizadas nesse sentido estarão em
concordância com os critérios atuais para prevenção e manutenção da saúde. A
prescrição de exercícios físicos deve ser sustentada por um conhecimento
específico precedente, baseado em evidências atualizadas. Além disso, programas
brasileiros de formação continuada, de profissionais da saúde (por exemplo, cursos
de aperfeiçoamento, especialização, entre outros) devem ser fomentados, visando
oferecer aos profissionais já graduados, o embasamento científico necessário à
correta utilização dos conhecimentos da Fisiologia do Exercício em sua rotina
profissional.
39
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