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1º de Abril (Dia da Mentira) Ano 2 Número 3 Contagem enfrenta o caos na educação Assembleia geral com paralisação: trabalhadores e comunidade estão cansados de tantas mentiras A saúde de Contagem pede socorro nas UPA’s da cidade A cultura não é e nem nunca foi prioriddade do governo Os trabalhadores em educação de Contagem realizaram a primeira assembleia geral do ano, no dia 19 de março, com paralisação total das atividades do dia em todas as escolas municipais, Cemei’s e Funec’s, para discutir e aprovar a pauta de reivindicações relacionada à Campanha Salarial de 2015. A assembleia, organizado pelo Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-Ute Contagem), aconteceu no auditório da Escola Municipal Heitor Villa Lobos, no bairro Inconfidentes, e contou com a participação de professores e servidores do quadro administrativos da rede municipal de educação de Contagem. Página 03 Enquanto a Prefeitura de Contagem posa na propaganda de cidade dos sonhos, os contagenses vivem um verdadeiro pesadelo nas filas dos postos de saúde ou quando o assunto é agendar uma consulta ou atendimento de emergência. No pronto socorro do JK faltam medicamentos e sonda, muitas camas estão amarradas com tiras de pano e esparadrapos. Página 04 Contagem vive hoje vários problemas relacionados à cultura. Para Jessé Duarte, artista e líder do Fórum Popular de Cultura, o artista não tem seu valor e os projetos não são encarados como deveriam. Jessé acredita ainda que Contagem vive um problema histórico. Para piorar a cidade está com o Cine Teatro Municipal e a Casa do Movimento Popular de porta fechadas. Página 06 Muitas escolas de Contagem estão em situação de calamidade, com estrutura danificada e falta de professores

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Um jornal que mostra as mentiras do desgoverno Carlin Moura, publicado especialmente no Dia 1º dee Abril.

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1º de Abril (Dia da Mentira) Ano 2 Número 3

Contagem enfrenta o caos na educação

Assembleia geral com paralisação: trabalhadores e comunidade estão cansados de tantas mentiras

A saúde de Contagem pede socorro nas UPA’s

da cidade

A cultura não é e nem nunca foi prioriddade

do governo

Os trabalhadores em educação de Contagem realizaram a primeira assembleia geral do ano, no dia 19 de março, com paralisação total das atividades do dia em todas as escolas municipais, Cemei’s e Funec’s, para discutir e aprovar a pauta de reivindicações relacionada à Campanha Salarial de 2015. A assembleia, organizado pelo Sindicato Único dos

Trabalhadores em Educação (Sind-Ute Contagem), aconteceu no auditório da Escola Municipal Heitor Villa Lobos, no bairro Inconfi dentes, e contou com a participação de professores e servidores do quadro administrativos da rede municipal de educação de Contagem.

Página 03

Enquanto a Prefeitura de Contagem posa na propaganda de cidade dos sonhos, os contagenses vivem um verdadeiro pesadelo nas fi las dos postos de saúde ou quando o assunto é agendar uma consulta ou atendimento de emergência. No pronto socorro do JK faltam medicamentos e sonda, muitas camas estão amarradas com tiras de pano e esparadrapos.

Página 04

Contagem vive hoje vários problemas relacionados à cultura. Para Jessé Duarte, artista e líder do Fórum Popular de Cultura, o artista não tem seu valor e os projetos não são encarados como deveriam. Jessé acredita ainda que Contagem vive um problema histórico. Para piorar a cidade está com o Cine Teatro Municipal e a Casa do Movimento Popular de porta fechadas.

Página 06

Muitas escolas de Contagem estão em situação de calamidade, com estrutura danifi cada e falta de professores

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Abril/2015 Nº 03

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MENTIRAS PARA A EDUCAÇÃO

Editorial

Expediente

Neste dia 1º de abril, nosso informativo “Prefeitura Não Faz” completa um ano e a cidade completou dois anos de desgoverno baseado na mentira. Nunca vimos as novas prioridades que o governo municipal tanta falou e nos sentimos totalmente enganados pelo prefeito Carlin Moura.

A Secretaria Municipal de Educação de Contagem iniciou o ano de 2015 aprofundando ainda mais o sucateamento da educação pública da cidade. Após aprovar a proposta pedagógica das unidades escolares, no fi nal de 2014, para execução em 2015, a secretaria está alterando a proposta de forma autoritária e arbitrária, desrespeitando a autonomia pedagógica e contrariando sua própria orientação ao fi nal de 2014. Com essa medida, está juntando alunos, ampliando o quantitativo de estudantes por turma, trocando profi ssionais das escolas em pleno início do ano letivo e desconsiderando o número de aulas necessárias de cada disciplina para o desenvolvimento do trabalho.

O mais cruel de todo o processo é que a única justifi cativa para esse caos é o fi nanceiro, ou seja, a educação é um gasto para o governo municipal e, nesse sentido é preciso reduzir esse gasto. Em nenhum momento a discussão da qualidade da educação destinada às crianças e jovens está sendo avaliada, nem se quer considerado o princípio da gestão democrática, pois as medidas são impostas sem nenhuma discussão com a comunidade escolar.

Esta prática do Governo de Contagem não é diferente de Pimentel no governo Estadual ou de Dilma no governo Federal,

ambos nas eleições disseram que a Educação seria prioridade. Dilma até lançou o slogan de Pátria Educadora, mas na prática nada foi feito a Educação de Contagem e do Brasil ainda está longe de ser o que apregoam os discursos. Muitos, nas ruas, dizem que a alternativa seria o PSDB de Aécio neves, mas após 12 anos a frente do governo de Minas Gerais, este senhor também foi um dos grandes destruidores da educação e só conversar com um trabalhador da educação do estado de Minas Gerais ou visitar uma escola estadual para percebermos que o PSDB também destruiu a educação.

Essa atitude é mais uma prova de que as prioridades desse e de outros governos não são pautadas nas necessidades da população, nem no direito da mesma a serviços públicos de qualidade; mostram também que, para a educação pública municipal não ser assassinada de vez, como quer o atual governo, precisamos unir trabalhadores, estudantes, pais e toda população para combater essa política de destruição.

VAMOS NOS UNIR PARA DE FATO TERMOS A EDUCAÇÃO E A SAÚDE DE QUALIDADE QUE TANTO

MERECEMOS! COLABORE VOCÊ TAMBÉM: ENVIE SUA DENÚNCIA

PARA O EMAIL: [email protected] EM NOSSA PRÓXIMA EDIÇÃO DO

PREFEITURA NÃO FAZ

Governo PCdoB aprofunda política de caos na educação

Cerca de 60 estudantes, representantes das unidades da Fundação de Ensino de Contagem (Funec) Inconfi dentes e Ressaca protestaram no último mês, na porta da Prefeitura de Contagem. Durante 20 minutos, o grupo fechou a rua da sede do governo municipal e reivindicou a contratação de professores em ambas as unidades, além de exigirem melhorias na infraestrutura das instituições. Os alunos receberam o apoio da diretoria do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-Ute Contagem).

Os estudantes exigiram a contração imediata de professores, pois desde o início do período letivo, em fevereiro, estão sem aulas de várias disciplinas. Somente na unidade Inconfi dentes faltam sete professores. No ano passado, os alunos fi caram vários meses sem aulas de Geografi a e Espanhol.

Vale destacar que a reabertura das Funec’s foi um compromisso de campanha do atual prefeito Carlin Moura, mas que não tem sido cumprido como deveria. Isso porque ainda que as escolas estejam abertas, faltam profi ssionais e infraestrutura adequada em muitas unidades, muitas delas inclusive dividem o espaço com escolas municipais.

Protesto na prefeitura: alunos da Funec reivindicam contratação de professores

Os próprios alunos de unidades da Funec se juntaram e realizaram a manifestação na porta da prefeitura pedindo a contratação de professores

De acordo com o sindicato, outro agravante para essa falta de equipe docente é encontrar profi ssionais que aceitem trabalhar em várias unidades da Funec, sem receber pelo deslocamento entre elas. Cada unidade está em uma região e todas elas se localizam em diferentes pontos da cidade.

DIRETORIA COLEGIADA — GESTÃO 2013/2015Adriana Veronez, Bárbara Vilaça, Cássio Neves, Daniel Silva, Daniel Reis, Donaldo Pedroso, Gustavo Olímpio, Inês Coelho, Kelly Cristina, Marcelo Magela, Márcia Ramos, Marcos Antônio, Maria Francisca, Patrícia Pereira,

Reginaldo do Carmo, Sandra Zica, Sueli Cristina e Sebastiana Vieira.Tiragem: 25 milRedação: Imprensa Sind-Ute Contagem | Contato: [email protected]

sindutecontagem.blogspot.comsindutecontagem.blogspot.com

facebook.com/sindutecontagem

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Os trabalhadores em educação de Contagem realizaram a primeira assembleia geral do ano, no dia 19 de março, com paralisação total das atividades do dia em todas as escolas municipais, Cemei’s e Funec’s, para discutir e aprovar a pauta de reivindicações relacionada à Campanha Salarial de 2015. A assembleia, organizado pelo Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-Ute Contagem), aconteceu no auditório da Escola Municipal Heitor Villa Lobos, no bairro Inconfi dentes, e contou com a participação de professores e servidores do quadro administrativos da rede municipal de educação de Contagem.

Durante a assembleia geral, a diretoria do sindicato realizou um balanço da situação da educação na cidade, relembrando a luta da categoria no ano anterior. “Fizemos uma greve de 56 dias, enfrentando toda a truculência de um governo cheio de promessas não cumpridas. Ganhamos a comunidade em favor da defesa da educação e mostramos que não tememos cara feia. Nossa luta

foi dura e manteremos nossa resistência”, frisou a diretoria do Sind-Ute Contagem.

Pauta de reinvindicações aprovada

A proposta da categoria é o reajuste em parcela única de 13% para todos os profi ssionais, tendo como referencia o Piso Salarial Profi ssional Nacional (PSPN), a ser realizado na data base de 1° de maio. Os trabalhadores também discutiram ponto a ponto todo o conteúdo da pré-pauta de reivindicações, elaborada durante os conselhos de representantes que aconteceram nas últimas semanas, no Sind-Ute Contagem. Alguns tópicos

foram alterados, suprimidos e acrescentados. Ao fi nal, a assembleia aprovou a pauta de reivindicações, que

refl ete as difi culdades vivenciadas no cotidiano das escolas. “Nossa categoria está unida e pronta para o embate com o governo no sentido de lutar por nossos direitos e por cada ponto presente em nossa pauta”, reforçou a diretoria do sindicato.

Entre os pontos presentes na pré-pauta estavam o salário, carreira, previdência e aposentados, questões funcionais, política educacional, saúde e segurança do trabalhador, formação profi ssional e relações institucionais.

Também foi votada uma comissão formada por trabalhadores da categoria que irá participar das negociações com o governo municipal. Participam do grupo, representantes dos professores e do quadro administrativo. Já no dia 24, a comissão protocolou a pauta de reivindicações da Campanha Salarial 2015 na prefeitura, na secretaria de educação, Câmara Municipal e Funec.

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Trabalhadores da educação em Contagem discutem pauta de reivindicações

Categoria vota e aprova pauta de reivindicações

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MENTIRAS PARA A EDUCAÇÃO

Saúde contagense pede socorro e adoece a cada dia nos corredores das UPA’s da cidade

Enquanto a Prefeitura de Contagem posa na propaganda de cidade dos sonhos, os contagenses vivem um verdadeiro pesadelo nas fi las dos postos de saúde ou quando o assunto é agendar uma consulta ou atendimento de emergência. No pronto socorro do JK faltam medicamentos e sonda, muitas camas estão amarradas com tiras de pano e esparadrapos. Muitos pacientes se amontoam nos corredores passando mal.

O laboratório Labclim que atende o sistema de saúde de Contagem apresenta uma série de irregularidades, como a falta de seringas, ausência de geladeira, paredes mofadas, falta de acomodação para os usuários e demora no atendimento que gera grandes fi las.

Os moradores do Jardim Industrial estão apavorados com a notícia de que a prefeitura irá retirar o posto de saúde do bairro. As pessoas estão com muito medo de perder o posto que já atende precariamente a população da região; sem ele a situação irá fi car ainda pior.

No bairro Água Branca, a situação também não é das melhores. As pessoas não conseguem agendar consultas. Uma usuária relatou que possui dois pedidos de consulta, um com oftalmologista e outro de um ultrassom, a primeira é desde outubro do ano passado e a segunda desde janeiro deste ano. Até hoje não obteve qualquer tipo de retorno com relação ao agendamento. A população do bairro Solar do Madeira também está sofrendo com a falta de médicos desde fevereiro.

Outro problema grave é a falta de medicamentos nas farmácias distritais. Muitos moradores acabam tendo que recorrer às cidades vizinhas na busca por remédios. O governo aponta como saída o programa remédio fácil, que seria mais uma vez a fuga de sua responsabilidade em ofertar um serviço público de qualidade e que não resolve o problema, pois é necessário que a receita seja carimbada pelo médico e aí já sabemos o resultado.

O governo municipal então abriu um convênio com farmácias particulares pra atender a população, o que seria ótimo se a diferença de preços entre o remédio licitado e o que será fornecido nas farmácias privadas não fosse ate 300% mais caro. O título do programa é “Remédio fácil”, mas está difícil de engolir. Há ainda a ameada de fechamento das farmácias distritais.

Problemas de infraestrutura

Várias unidades de saúde estão sofrendo com sérios problemas de infraestrutura. O posto de saúde do bairro Santa Cruz está com a caixa d´agua vazando há mais de um mês. A prefeitura até então não tomou qualquer tipo de providência. Da mesma forma, UBS do Centro está vazando água, sem que nenhuma medida seja tomada.

Mais caótica ainda é a situação em que se encontra a antiga policlínica de Nova Contagem, que deveria ter sido transformada em um posto de saúde, mas que está abandonada. Recentemente

Abandono da policlínica de Nova Contagem: Rede Globo fez reportagem sobre a situação e imagens falam por sí

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Saúde contagense pede socorro e adoece a cada dia nos corredores das UPA’s da cidade

Maca destruída e remendada com pedaços de pano recebe pacientes do pronto socorro JK

Além da longa espera por atendimento, população ainda enfrenta goterias e vazamentos nos equipamentos de saúde da cidade

Esta é a situação da UPA Petrolândia. Pacientes são atendidos nos corredores, sem qualquer tipo de estrutura

a Rede Globo fez uma reportagem no local onde constatou que o prédio está sujo e com as portas arrombadas há mais de dois anos.

No prédio abandonado entra quem quer, crianças, moradores de rua, vândalos. Os consultórios estão sujos, as paredes cheias de traças, com muitas teias de aranha, lâmpadas quebradas, animais mortos, caixa de distribuição de energia aberta com os fi os soltos. Há também colchões jogados no chão, água parada e muitos tubos cheios de sangue e seringas contaminadas jogadas em caixas

abandonadas no local. O mais intrigante é que o local fi ca perto da Administração Regional da Várzea das Flores e que parece não querer ver a situação.

Para piorar a situação, os servidores da saúde não possuem acesso à medicina do trabalho e o número de trabalhadores com adoecimento mental e físico devido ao excesso de trabalho aumenta cada vez mais.

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Contagem vive hoje vários problemas relacionados à cultura. Para Jessé Duarte, artista e líder do Fórum Popular de Cultura, o artista não tem seu valor e os projetos não são encarados como deveriam. Jessé acredita ainda que Contagem vive um problema histórico.

“A atual gestão é totalmente atrelada a uma lógica de sucateamento da cidade muito maior do que as outras gestões, porque a aliança política feita já dizia que seria isso. O que a gente vive hoje é um momento de um governo que garantia vir com novas prioridades, mas na realidade elas não eram nem novas e nem boas; eram na realidade mais do mesmo que sempre teve, coisa velha”, revelou.

Questionado se há soluções para mudar o quadro cultural, Jessé pensa amplamente, mas se limita a culpar o Executivo. Apesar de os grupos receberem uma ajuda do governo municipal, o artista defende que é uma ilusão acreditar que o fundo de cultura destinado aos grupos é sufi ciente para se manter, principalmente se comparado aos altos salários mencionados por ele.

“A política é um mascaramento de prática antiga. O fundo de cultura de R$ 25 mil para um grupo se bancar durante um ano é o mesmo que dizer a este grupo: pense a lógica de evento, pois não há verba sufi ciente para pensar a lógica de continuidade, nem na política de formação”.

Contagem ainda possui sérios problemas com relação a espaços para a cultura e aqueles que existem enfrentam difi culdades, como, por exemplo, o Cine Teatro Municipal, que está fechado. “O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) acaba de autuar a Prefeitura de Contagem dando o prazo de 180 dias para apresentar projeto de reforma do Cine Teatro Municipal, com laudo de profi ssionais capacitados, mais 180 dias para executar o projeto e mais 180 dias após a conclusão das obras para apresentar programa de atividades para a cidade. Ele continua fechado, mas há essa vitória”, comemorou Jessé.

Cultura NÃO é e nunca foi uma prioridade do governo de Contagem

Fórum Popular de Cultura é expulso da Casa do Movimento Popular

De acordo com Jessé Duarte, em dezembro de 2014, o

Fórum Popular de Cultura foi procurado pelo presidente da Casa do Movimento Popular, Márcio Amaral, para tratar de uma possível parceria com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). “A OAB havia procurado o Márcio, que é advogado e tem uma ligação com a entidade, para a instalação de uma rede de televisão na cidade, a TV RIP – Rede de Informações Populares, que em Contagem seria a nossa TV”.

Durante a conversa, Jessé afi rma que Márcio Amaral cogitou que a casa fosse totalmente liberada para o funcionamento da TV e que assim o grupo teria cinco horas da programação semanal. “Mas, não concordamos, pois queremos continuar usando a casa de maneira livre, como sempre aconteceu. Contudo, decidimos convovar

uma assembleia com representantes da sociedade e da OAB”, revelou.

O encontro foi marcado para o dia 26 de janeiro, mas não aconteceu. “Quando chegamos, a casa estava fechada com um cadeado diferente, trancado, com faixa da OAB dizendo que as atividades estavam suspensas e que instituição havia se apropriado do espaço. Eles colocaram tapumes cercando a casa e nós não tivemos mais acesso ao local. Depois de várias justifi cativas, tentamos marcar outra reunião e ainda não temos respostas. Nós estávamos dentro dessa casa, mas agora, quando o PT volta a aderir ao governo, nós fomos expulsos”, lamentou.

De mãos atadas, o grupo tem o objetivo de garantir a independência da cultura local. O Fórum Popular de Cultura sempre esteve na oposição ao governo e a favor da cidade. Para o grupo, “a esquerda que está no poder em Contagem se opõe à cidade, faz oposição às pessoas”, concluiu.

O teatro municipal de está fechado até hoje e não há previsão de reabertura

A Casa do Movimento Popular também está

fechada

Buscando saídas “Na Rua”

Cansado de tanto abandono, o grupo do Fórum Popular de Cultura, juntamente com outros

movimentos e cidadãos órfãos de representatividade, vem organizando na cidade um movimento chamado “Na Rua”. O Sind-Ute Contagem está participando dos encontros, que têm como objetivo compartilhar demandas, problemas e buscar caminhos. Curta a página no facebook (facebook.com/narua), acompanhe e participe dos encontros. O próximo será realizado no dia 25 de abril na região da Várzea das Flores.

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Para celebrar o mês das mulheres, o Sind-Ute Contagem realizou o XII Fórum sobre a Mulher, com as palestrantes Maria da Consolação Rocha, Maria de Fátima Oliveira e Michele Lopes da Silva. O evento aconteceu no dia 25 de março, em parceria com o Sind-Saúde Contagem.

Entre os temas discutidos estavam: “Histórico da luta pelos direitos da mulher”, “O papel das mulheres negras na luta feminista” e “A saúde da mulher”. O objetivo do evento foi o de discutir o papel da mulher e as principais difi culdades que enfrenta na vida pessoal, profi ssional e na luta pela igualdade.

O objetivo do evento foi o de discutir o papel da mulher e as difi culdades que enfrenta na vida pessoal, profi ssional e na luta pela igualdade

Sind-Ute Contagem promove XII Fórum sobre a mulher com palestras e mesa redonda

Mais um 8 de março na nossa caminhada de luta. No momento em que a grande mídia investe nas propagandas de presentes, homenagens diversas, como se tudo estivesse perfeito e seguindo o curso normal da vida, é fundamental recuperarmos o signifi cado do 8 de março.

Em uma categoria majoritariamente feminina, debater a fundo o signifi cado deste dia é dar mais um passo na construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Nossa categoria sofre diariamente com a desvalorização profi ssional, através dos baixos salários e das péssimas condições de trabalho vivenciados por professores e professoras, mas não de forma igualitária. Para as mulheres as conseqüências são agravadas pelo machismo e pelas constantes cobranças de uma sociedade totalmente patriarcal que insiste em ditar as regras de como devemos nos vestir, como devemos falar e sentir, que insiste em jogar exclusivamente em nossas costas a responsabilidade pelas tarefas domésticas, a criação dos/as fi lhos/as, impondo-nos jornadas triplas de trabalho e a violência psíquica de nos culpar por não sermos super heroínas. Não, não somos. Somos humanas!

Essa realidade se repete em outras profi ssões e por todo mundo, e requer de nós o enfrentamento adequado. Muitas lutas foram travadas para que obtivéssemos várias conquistas, como direito à educação, direito ao trabalho, direito ao voto e com ele participação na vida política do país. Entretanto ainda sofremos com o assédio, a violência física, o estupro,

a criminalização do aborto. Esses, dentre outros, são desafi os constantes na pauta da luta por uma vida mais digna e uma sociedade igualitária, onde as barreiras culturais sejam derrubadas e possamos ocupar uma real posição de igualdade intelectual, civil e trabalhista.

Para isso precisamos garantir que mais mulheres ocupem espaços na direção sindical, nos partidos e onde mais for necessário, tendo a compreensão de que a consciência machista, inculcada desde a mais tenra idade, não deixou imune nossos companheiros, e, portanto é preciso superar as relações desiguais também em nossos espaços de luta, ocupando-os.

Assim, compreendendo que a luta feminista é uma luta de classes e que se assim a enfrentarmos teremos maiores chances de sairmos vitoriosas/os na construção desta sociedade que tanto almejamos, vamos seguir resistindo às investidas que nos desqualifi cam e tentam minar nossas forças. Vamos ao debate! Vamos à luta!

“Por um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres.” Rosa Luxemburgo

Nosso 8 de março é de luta

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MENTIRAS PARA A EDUCAÇÃO

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Contagem está vivendo o caos na educação, faltam professores e escolas em boas condições. Há várias denúncias de escolas com problemas sérios de infraestrutura, outras que estão sendo recuperada, com obras não concluídas, mesmo com o início do período letivo. O Sind-Ute Contagem vem denunciando essa situação há muito tempo, mas nenhuma providência foi tomada por parte do governo municipal.

Entre as principais escolas que foram denunciadas por graves problemas estão a Escola Municipal Maria Silva Lucas (Laguna), que fi ca no bairro Jardim Laguna. A Defesa Civil chegou a interditar a escola, por oferecer risco, mas Prefeitura de Contagem pressionou para que as aulas recomeçassem na segunda semana de março. Essa escola apresenta fi ação exposta, problemas de infi ltração, buracos em janelas, afundamento de vigas, blocos das paredes afundados, com visíveis desníveis, banheiros sucateados e muito mato.

Já a Escola Municipal Gastão da Cunha (JK) está até hoje com as aulas suspensas, isso devido a sua estrutura que se encontra abandonada, com banheiros quebrados, quadra com gol enferrujado, mato e infi ltração.

Também estão sofrendo os alunos da Escola Municipal Ápio Cardoso (Nova Contagem), que não possui professores sufi cientes e ainda enfrenta a difi culdade de transporte dos trabalhadores. Ela ainda apresenta muito mato, infi ltração e carteiras quebradas.

A Escola Municipal Maria do Carmo Orechio (Nova Contagem) também está com problemas graças ao abandono de seu anexo. Assim como a Escola Municipal Glória Marques Diniz (Bom Jesus), que apresenta sérios problemas estruturais. Também enfrenta difi culdades a Escola Municipal Vereador Benedito Batista (Xangrilá), com uma obra interminável e problemas estruturais.

Em reunião em janeiro deste ano Sind-Ute Contagem recebeu a informação sobre a suspensão do transporte de trabalhadores em educação para a região de Nova Contagem. A justifi cativa da prefeitura foi a irregularidade desta forma de transporte, questionada pela Controladoria do Município. “Apresentamos a urgência em resolver tal questão antes do início do ano letivo para não gerar transtornos a trabalhadores e estudantes, contudo até hoje o problema persiste”, lamentou a diretoria do sindicato.

Em janeiro, aconteceu uma reunião com o secretario de Planejamento e Administração Fernando Máximo e o secretário de Educação José Ramonielle. No encontro, o governo foi questionado sobre a questão e apresentou a posição de que estava estudando o pagamento do auxílio deslocamento; disseram ainda que até o início do ano letivo a questão estaria resolvida; o que não aconteceu.

“Enviamos ofi cio à Administração, cobrando posição e, em contato com a Secretaria de Educação no dia 13 de fevereiro, fomos informados de que a questão ainda está sendo analisada pelo governo e que não havia até então um encaminhamento”, revelou a diretoria do sindicato.

Dessa maneira, mais uma vez, o governo mostrou seu desrespeito para com os trabalhadores, pois se há irregularidades, a função do governo é regularizar.

As escolas estão abandonadas, com equipamentos quebrados, colocando até em

risco a integridade dos alunos

Escolas de Contagem estão sucateadas

Solução

De acordo com o Sind-Ute Contagem, a própria pauta de reivindicações já trazia uma solução para o problema: a opção pelo pagamento em espécie. Contudo, o governo não planejou suas ações e jogou o ônus para os trabalhadores e comunidade. “Sabemos que não há possibilidade de deslocamento para o trabalho no segundo turno através do transporte público sem que haja atrasos”, acrescentou a diretoria do sindicato.

Assim, a orientação é que os trabalhadores, em caso de atraso, registrem o horário, motivo e anexem ao ponto para evitar punições e justifi car a reivindicação. A cobrança por parte do sindicato ao governo irá continuar, juntamente com a categoria. “É fundamental trazer a comunidade para o nosso lado mais uma vez, e dizer que os motivos dos atrasos e faltas são culpa do governo”, convocou a diretoria do sindicato.

Vale destacar que a situação do transporte público não é diferente para o restante da população da cidade. Em Contagem se prioriza o lucro das empresas, ao invés do bem estar do povo. Os atrasos são comuns, os ônibus estão sempre lotados e sucateados.

Transporte de trabalhadores de Nova Contagem está suspenso