pré-projeto cad
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Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC
Departamento de Ciências Exatas e Tecnológicas
Graduação em Engenharia de Produção e Sistemas
PRÉ-PROJETO DE PROJETO DE ENGENHARIA AUXILIADO
POR COMPUTADOR
2010
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FILIPE MATOS ANDRADE
GLAUBER OLIVEIRA FERNANDES
GEORGE WILSON LIMA NOBRE FILHO
LEIDSON MOREAU JÚNIOR
PROJETO DE PRODUTO PARA DESENVOLVIMENTO DE TIJOLO DE
ENCAIXE PARA ALVENARIA
Pré-projeto apresentado na Disciplina Projeto de
Engenharia Auxiliado por Computador como requisito básico
para obtenção de crédito avaliativo.
Professor: Robson Marinho Silva
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESC
Ilhéus-BA
2010
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RESUMO
O presente trabalho propõe o projeto de um tijolo de encaixe para alvenaria com
utilização dos softwares AutoCad e Google Sketchup, afim de desenvolver um produto que
tenha efeito positivo para a construção civil, tendo em vista o bom momento do setor,
buscando minimizar gastos, reduzir tempo e materiais na obra.
PALAVRAS CHAVES: Projeto de Produto; Construção civil; Tijolo; AutoCAD.
ABSTRACT
This paper proposes the design of a brick masonry dock using the softwares AutoCAD
and Google SketchUp in order to develop a product that is beneficial for the construction
industry, following the good momentum of the sector, seeking to minimize costs by reducing
time and materials during a project.
KEYWORDS: Product Design; Construction; Brick; AutoCAD.
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 5
2. MOTIVAÇÃO ........................................................................................................... 6
3. JUSTIFICATIVA ...................................................................................................... 7
4. OBJETIVOS .............................................................................................................. 8
4.1. Objetivo Geral .................................................................................................... 8
4.2. Objetivos Específicos ......................................................................................... 8
5. METODOLOGIA DE PESQUISA ............................................................................ 8
6. CRONOGRAMA ..................................................................................................... 15
7. CONCEITOS FUNDAMENTAIS........................................................................... 15
8. CONCLUSÕES PARCIAIS .................................................................................... 24
9. BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................... 25
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1. INTRODUÇÃO
Segundo Baxter (1998), a inovação é um ingrediente vital para o sucesso dos
negócios, é necessário introduzir constantemente novos produtos no mercado. Recentemente,
a pressão inovadora cresceu muito, com o lançamento de produtos globalizados, aumentando
a pressão competitiva e exigindo uma visão mais ampla.
Dentro deste contexto de inovação novas tecnologias, como o CAD e as ferramentas
de trocas rápidas estão reduzindo o tempo de desenvolvimento e lançamento de novos
produtos. Os consumidores têm maiores opções de escolha, e a cada dia surgem novidades.
A construção civil, figura 1,
engloba a confecção de obras como casas,
edifícios, pontes, barragens e outras
infraestruturas, onde participam
engenheiros, arquitetos em colaboração
com técnicos e outros profissionais.
Este setor no Brasil já passou por
várias e distintas fases, desde o
atrelamento às obras públicas, passando
pela abertura ao mercado internacional e chegando hoje no desenvolvimento de projetos de
moradia em parceria com entidades financiadoras e com o apoio de governos. A iniciativa é
ainda tímida e realmente popular e o empreendedor que conseguir desenvolver com
inteligência e criatividade neste setor, terá sucesso
As projeções para a Construção civil são as melhores possíveis segundo Moody´s
Investors services, uma das mais importantes agências de análise econômica do mundo, a
partir de 2008 o setor de construção civil no Brasil terá um sólido crescimento nos próximos
anos, com o ambiente favorecendo chances de realização de fusões e aquisições na indústria.
Figura 1: Área de construção civil em uma grande
metrópole.
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Os principais problemas deste setor estão relacionados com as perdas englobam tanto
a ocorrência de desperdícios de materiais quanto à execução de tarefas desnecessárias que
geram custos adicionais então agregam valor.
Tais perdas são conseqüência de um processo de baixa qualidade, que traz como
resultado não só uma elevação de custos, mas também um produto final de qualidade muitas
vezes deficiente.
Na construção civil, a literatura internacional indica que as atividades que agregam
valor correspondem, em média, a um terço do tempo total gasto pela mão de obra, podendo
atingir valores da ordem de 55 a 60% apenas para algumas atividades específicas, como a
execução de alvenaria. Mesmo na indústria da transformação, valores da ordem de 60% dos
tempos gastos em atividades que agregam valor são considerados excepcionalmente altos.
O esforço para melhoria do desempenho na construção civil deve considerar o
conceito mais amplo de perdas, isto é, visar à minimização do dispêndio de quaisquer
recursos que não agregam valor ao produto, seja eles vinculados às atividades de conversão
ou fluxo.
Segundo Múrcio Morais o principal desafio do setor é a criatividade para desenvolver
projetos de moradia para as classes B e C, parcerias e desenvolvimento de novas modalidades
de investimento consorciado para viabilização destes projetos, estruturação e certificação no
sentido da qualidade e eficiência.
2. MOTIVAÇÃO
Projeto do "Tijolo de Encaixe Para Alvenaria" com intenção de desenvolver um
produto de alta qualidade, benéfico à sociedade e ao setor da construção produzindo em escala
industrial.
7
A situação vivida no setor da construção civil (imobiliário), reflexo do momento
socioeconômico que atinge diretamente o movimento de mercado.
Os sintomas apresentados no setor como o tempo da construção, o desperdício de
material e o custo alto dos produtos existentes são fatores fundamentais para elevar o
orçamento. O principal desafio que é promover a busca pela inovação e transformá-la em
fonte lucrativa dentro da combinação custos e benefícios.
Segundo a pesquisa realizada pelo Departamento de Engenharia Civil da Universidade
de São Paulo (USP) com profissionais e estudiosos da cadeia produtiva da construção de todo
o Brasil, existe um déficit habitacional de cerca de 5,4 milhões de unidades no Brasil e que
deve permanecer praticamente inalterado nos próximos 10 anos. Em uma visão otimista cairá
para 3,8 milhões de residências neste período. Mas, em um cenário pessimista, pode aumentar
30%, passando para a necessidade de construção de 7,2 milhões de casas.
3. JUSTIFICATIVA
A possibilidade de crescimento cada vez maior do setor de construção civil estimula a
busca contínua por desenvolvimento de projetos e produtos que agreguem valor a esta ampla
área da engenharia, envolvendo desde a concepção do produto inicial, como tijolos, blocos,
cimento, vergalhões, dentre outros, até o término da obra.
Pelo seu tamanho a indústria da construção tem um grande papel no crescimento
econômico e também na geração de empregos e renda. Em relação à questão ambiental, a
construção civil pode inclusive ter um saldo positivo, à medida que é a única indústria capaz
de absorver resíduos produzidos por outros setores industriais. O cenário que se apresenta é
otimista, pois considera que o crescimento do país será acompanhado por uma melhor
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distribuição de renda – desta forma a grande demanda potencial por habitações passará a ser
efetiva.
Os resultados esperados com o projeto visam integrar qualidade, utilidade e vantagens,
além de representar uma vantagem competitiva para as empresas. Tais considerações são de
suma importância para que tal projeto seja aceito no mercado em curto espaço de tempo.
4. OBJETIVOS
4.1 Objetivo Geral
O foco deste trabalho se baseia na criação de um tijolo de encaixe, com utilização da
ferramenta CAD, que tem por finalidade minimizar os desperdícios durante o processo de
construção, visando reduzir significativamente o uso de argamassa e as perdas com tijolos,
agregando valor ao setor e buscando uma redução dos impactos ambientais.
4.2 Objetivos Específicos
Desenho do protótipo do produto, tijolo, com utilização do software
AUTOCAD;
Apresentação do procedimento em CAD para desenvolver estes tijolos de
encaixe;
Demonstração da importância do produto final e a viabilidade de aplicação;
O passo-a-passo da modelagem em CAD ressaltando porque esta ferramenta é
importante no desenvolvimento deste produto.
5. METODOLOGIA DE PESQUISA
Baxter (2006) estabelece um fluxograma para os princípios do desenvolvimento de
novos produtos:
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Figura 2: Fluxograma para o princípio de desenvolvimento de novos produtos
O planejamento estratégico deve estabelecer as metas ou missões que devem ser
alcançadas e definindo as estratégias ou ações que deve realizar, para que essas metas ou
missões sejam alcançadas. Segundo Baxter (2006), ainda existem dois tipos de compromissos
envolvidos no planejamento do produto.
Figura 3: Fluxograma estratégia de inovação
É freqüente começar a análise dos produtos concorrentes antes da pesquisa de
mercado. Favorecendo a pesquisa de mercado feita posteriormente. As questões podem ser
formuladas de forma mais estruturada e clara, focalizando exatamente aquilo que se deseja
saber dos consumidores potenciais. A análise dos produtos concorrentes visa três objetivos
gerais:
Descrever como os produtos existentes concorrem com o novo produto
previsto;
Identificar ou avaliar as oportunidades de inovação;
Fixar metas do novo produto, para poder concorrer com os demais produtos.
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Esses objetivos são fixados analisando-se as características dos produtos que poderiam
concorrer com o novo produto proposto.
O projeto conceitual tem por objetivo de produzir princípios de projeto para o novo
produto, deve ser suficiente para satisfazer as exigências do consumidor e diferenciar o novo
produto de outros produtos existentes no mercado. Especificamente o projeto conceitual deve
mostrar como o novo produto será feito para atingir benefícios básicos. Para o projeto
conceitual, é necessário que o benefício básico esteja bem definido e se tenha uma boa
compreensão das necessidades do consumidor e dos produtos concorrentes.
É necessário que haja uma análise das funções do produto que é uma técnica descritiva
e poderosa, além de mostrar como os consumidores usam o produto, pode provocar o
aparecimento de novos conceitos interessantes.
É muito importante que a especificação do projeto seja bem feita, para que o novo
produto possa ser desenvolvido corretamente, determinando as qualidades específicas a serem
incorporadas no produto.
Com base na metodologia citada anteriormente e tomada como referência para tal, será
necessário fazer uma revisão bibliográfica consistente acerca dos tijolos que já existem no
mercado, pois estes serão os concorrentes diretos. Sabendo que no Brasil são utilizados
principalmente cinco diferentes tipos de tijolos e blocos para construção, o tijolo maciço
cerâmico, o bloco cerâmico, blocos de concreto, bloco de concreto celular e o tijolo de vidro
(este é apenas utilizado na parte estética e não será mencionado). Inicialmente será feito uma
breve descrição de cada um destes, podendo ser estendido no projeto final.
Após uma análise aprofundada de cada bloco, buscando assimilar as vantagens e
desvantagens de cada um, de forma que a fusão dos benefícios de cada sirva de base para a
constituição do modelo até então proposto.
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A partir deste modelo ideal, deverá ser estudada cada uma das possíveis matérias
primas a serem utilizadas, dentre estas podem ser citadas;
Cerâmica;
Concreto;
Solo-cimento.
Vale ressaltar que os materiais citados anteriormente estão sendo utilizadas como
referência, havendo possibilidade de mudança ou acréscimo de outros materiais no decorrer
do projeto.
Uma próxima etapa deverá ser o estudo da norma técnica, atentando para a parte de
fabricação e principalmente para os ensaios a serem realizados no produto final, visando
garantir a qualidade, padronização, segurança e confiança do mesmo. Estas normas serão
adquiridas frente a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).
Com todas essas etapas concluídas é necessário que seja apresentado o procedimento
de desenho do protótipo com auxílio da ferramenta CAD, para facilitar a visualização e
possíveis alterações do projeto final. Um esboço do mesmo está representado pela figura 2,
ainda sem os dados dimensionais, pois é necessário um avanço nesta parte do projeto,
buscando sempre obter a melhor aplicação do mesmo.
A ideia inicial do tijolo de encaixe foi desenvolvida a partir do Google Sketchup, pela
praticidade que este software oferece e a facilidade na visualização do produto em três
dimensões. A figura 4 com a modelagem do tijolo se encontra abaixo, com a visão superior e
inferior:
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Figura 4: Vista superior e inferior do tijolo de encaixe.
A estrutura do bloco é um paralelo central, composto por dois cilindros na parte
superior, e dois furos na parte inferior. O tijolo terá a parte superior seja simétrica com a
inferior promovendo o encaixe entre os diferentes tijolos, de modo que facilite e acelere a
obra, economizando ao máximo a utilização de argamassa. Ainda foi simulada a construção
de uma parede com utilização destes tijolos, figura 5:
Figura 5: Muro modelado com os tijolos de encaixe
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Após esta etapa com o Google SketchUp, será iniciado o desenho com a utilização de
um software mais renomado e que valide a aplicabilidade do projeto, este software será o
AUTOCAD.
O AUTOCAD será utilizado na confecção das vistas do tijolo, principalmente as vistas
frontal, superior, inferior e lateral. As mesmas estão indicadas nas figuras abaixo
Figura 6: Vista frontal do tijolo de encaixe
Figura 7: Vistas laterais
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Figura 8: Vista superior
Figura 9: Vista inferior
Após apresentar o procedimento em CAD para desenvolver estes tijolos de encaixe,
demonstrando a importância do produto final e a viabilidade de aplicação, ainda deverá ser
montado o tutorial de como desenhar o modelo final. Lembrando que toda essa etapa deverá
ser detalhada no projeto final.
A fabricação deste tipo de tijolo provavelmente exigirá, em regime normal, a coleta da
matéria prima, que deverá atender as exigências legais dos órgãos responsáveis como o
IBAMA e licenças do DNPM, Departamento Nacional de Produção Mineral.
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6. CRONOGRAMA
Cronograma de atividades para projeto de
Metrologia e Controle Estatístico da Qualidade
Etapas Atividades Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
1 Estudo do CAD e
revisão bibliográficas
2 Pré-projeto
3 Apresentação do Pré-
projeto
4 Revisão do Pré-
projeto
5
Modelagem detalhada
em CAD
7 Análise do modelo
desenhado
8 Projeto
9 Apresentação do
Projeto
10 Revisão do Projeto
11 Artigo
Tabela 1: Cronograma de atividades
7. CONCEITOS FUNDAMENTAIS
É importante citar alguns dos principais conceitos até aqui abordados.
O guia PMBOK (2008) define projeto como um esforço temporário empreendido para
criar um produto, serviço ou resultado exclusivo. A sua natureza temporária indica um início
e término definidos. O término é alcançado quando os objetivos tiverem sido atingidos ou
quando se concluir que esses objetivos não serão ou não poderá ser atingidos e o projeto for
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encerrado, ou quando o mesmo não for mais necessário. Temporário não significa
necessariamente de curta duração. Além disso, geralmente o termo temporário são se aplica
ao produto, serviço ou resultado criado pelo projeto; a maioria dos projetos é realizada para
criar um resultado duradouro. Cada projeto cria um produto, serviço ou resultado exclusivo.
D’Ávila (2010), seleciona as nove áreas de conhecimento, figura 10, que caracterizam
os principais aspectos envolvidos em um projeto e no seu gerenciamento:
Integração
Escopo
Tempo
Custos
Qualidade
Recursos humanos
Comunicações
Riscos
Aquisições
Escopo, Tempo, Custos e Qualidade
são os principais determinantes para o objetivo de um projeto: entregar um resultado de
acordo com o escopo, no prazo e no custo definidos, com qualidade adequada; em outras
palavras, o que, quando, quanto e como. Recursos Humanos e Aquisições são os insumos para
produzir o trabalho do projeto. Comunicações e Riscos devem ser continuamente abordados
para manter as expectativas e as incertezas sob controle, assim como o projeto no rumo certo.
E Integração abrange a orquestração de todos estes aspectos.
Figura 10: Fluxograma das nove áreas do
conhecimento segundo D´ávila (2010)
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Um projeto consiste nisso: pessoas (e máquinas) que utilizam tempo, materiais e dinheiro
realizando trabalho para atingir determinado objetivo.
A receita federal define construção civil como; qualquer construção, a demolição, a
reforma, a ampliação de edificação ou qualquer outra benfeitoria agregada ao solo ou ao
subsolo. Os profissionais responsáveis por esse setor são; arquitetos, engenheiros além de
outros profissionais. Na Bahia, algumas das principais construtoras são:
ODEBRECHT;
OAS EMPREDIMENTOS.
E na região cacaueira no eixo Ilhéus-Itabuna estão instaladas duas das principais
construtoras na região, são elas:
CICON;
WA ENGENHARIA.
A construção civil utiliza atualmente cinco tipos de tijolos e blocos para construção, o
tijolo maciço cerâmico, o bloco cerâmico, blocos de concreto, bloco de concreto celular e o
tijolo de vidro (este é apenas utilizado na parte estética e não será mencionado).
A revista Casa & Construção define cada um dos blocos acima citados:
Tijolo maciço cerâmico para
alvenaria:
A matéria prima do tijolo comum,
figura 11, é a argila misturada com um
pouco de terra arenosa. Possui aplicações
diversas: pode ser usado na construção de
Figura 11: Tijolo maciço cerâmico
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paredes estruturais, de vedação ou ficar aparente. Sua durabilidade depende da conservação,
exposição à umidade e isolação. Por ter dimensões menores, os tijolos de barro têm custo de
mão-de-obra e de assentamento maior, além de consumir mais argamassa. Por conta do peso
final do volume ser mais elevado, exige uma estrutura mais forte, que consome mais material.
Blocos cerâmicos, figura 12:
Fabricados com cerâmica vermelha
cujas propriedades físicas são obtidas após a
queima da argila em uma temperatura de
850ºC. Podem ser utilizados para alvenaria
estrutural e de vedação em qualquer tipo de
obra. Sua durabilidade depende da conservação, exposição à umidade e isolação. Têm maior
produtividade na mão-de-obra, menor consumo de argamassa de assentamento e revestimento
se comparada ao tijolo. Consome cerca de 12,5 peças por m², enquanto que para mesma
dimensão de tijolos o consumo é bem maior, cerca de 70 unidades. Em relação aos blocos de
concreto, as peças cerâmicas são 40% mais leves.
Bloco de Concreto, figura 13:
Utiliza os mesmos agregados que o concreto: areia, brita (pedrisco) e cimento.
Figura 12: Blocos cerâmicos
Figura 13: Bloco de concreto
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É usado para preencher espaços, vedar e, combinados com aço, como estrutura em
qualquer construção. Neste caso o elemento é autoportante, ou seja, podem suportar o peso de
toda construção sem a necessidade de vigas e pilares. Mesmo recebendo fatores intempéricos,
o concreto dura no mínimo 50 anos e tem a vantagem na economia no revestimento, pois este
pode ser aplicado diretamente sobre a peça, com boa aderência e precisão, proporcionando um
menor consumo de argamassa de assentamento em relação aos blocos cerâmicos.
Concreto Celular, figura 14:
São produzidos a partir de uma mistura de
cimento, cal, areia, água e agentes expansores (pó de
alumínio). Utilizado como elemento de alvenaria de
vedação e enchimento de lajes nervuradas. Por
serem leves, reduz o peso nas fundações e na
estrutura. Boa durabilidade e resistência à: umidade,
formação de fungos e ação de elementos químicos. Concreto celular é o melhor material de
vedação que existe, também é isolante térmico e acústico. Seu custo é inicialmente mais alto
que o de outros materiais (bloco de concreto ou cerâmico), porém o preço final da obra pode
ser mais baixo: por serem mais leves e terem grandes.
Após estudo de cada tipo de blocos e tijolos é necessário conhecer cada uma das
possíveis matérias primas que poderiam ser utilizadas na produção do tijolo encaixe. Foram
selecionadas três diferentes matérias primas, a argila (cerâmica vermelha), o concreto e o
solo-cimento.
A Associação Brasileira de Cerâmica (ABC) define a argila como material natural, de
textura terrosa, de granulação fina, constituída essencialmente de argilominerais, podendo
conter outros minerais que não são argilominerais (quartzo, mica, pirita, hematita, etc),
Figura 14: Concreto celular
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matéria orgânica e outras impurezas. Os argilominerais são os minerais característicos das
argilas; quimicamente são silicatos de alumínio ou magnésio hidratados, contendo em certos
tipos outros elementos como ferro, potássio, lítio e outros.
Graças aos argilominerais, as argilas na presença de água desenvolvem uma série de
propriedades tais como: plasticidade, resistência mecânica a úmido, retração linear de
secagem, compactação, tixotropia e viscosidade de suspensões aquosas que explicam sua
grande variedade de aplicações tecnológicas. Os principais grupos de argilominerais são
caulinita, ilita e esmectitas ou montmorilonita.
Em função principalmente das possibilidades de emprego tecnológico, que são
influenciadas pela gênese e pela composição mineralógica do material, em muitos casos as
argilas recebem designações como: caulins, bentonitas, argilas refratárias, flint-clays e ball
clays.
As argilas apresentam uma enorme gama de aplicações, tanto na área de cerâmica
como em outras áreas tecnológicas. Pode-se dizer que em quase todos os segmentos de
cerâmica tradicional a argila constitui total ou parcialmente a composição das massas. De um
modo geral, as argilas que são mais adequadas à fabricação dos produtos de cerâmica
vermelha apresentam em sua constituição os argilominerais ilita, de camadas mistas ilita-
montmorilonita e clorita-montmorilonita, além de caulinita, pequenos teores de
montmorilonita e compostos de ferro. As argilas para materiais refratários são essencialmente
cauliníticas, devendo apresentar baixos teores de compostos alcalinos, alcalinos-terrosos e de
ferro; podendo conter ainda em alguns tipos a gibbsita (Al2O3.3H2O).
Concreto de Cimento Portland (Araujo) é o material resultante da mistura, em
determinadas proporções, de um aglomerante - cimento Portland - com um agregado miúdo -
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geralmente areia lavada -, um agregado graúdo - geralmente brita - e água. Pode-se ainda, se
necessário, usar aditivos.
A água e o cimento, quando misturados, desenvolvem um processo denominado
hidratação e formam uma pasta que adere às partículas dos agregados. Nas primeiras horas
após o preparo é possível dar a essa mistura o formato desejado. Algumas horas depois ela
endurece e, com o passar dos dias, adquire grande resistência mecânica, convertendo-se num
material monolítico dotado das mesmas características de uma rocha.
A resistência do concreto depende destes três fatores básicos:
• Resistência do agregado;
• Resistência da pasta;
• Resistência da ligação entre a pasta e o agregado.
Entretanto, para conseguir-se um conjunto monolítico e resistente, é indispensável
produzir corretamente o concreto.
A produção do concreto consta de uma série de operações executadas e controladas de
forma a obter-se, a partir dos materiais componentes, um concreto que depois de endurecido
resista aos esforços derivados das mais diversas condições de carregamento a que possa ser
submetido, bem como apresente características de durabilidade.
As operações necessárias à obtenção de um concreto são:
• Dosagem ou quantificação dos materiais;
• Mistura dos materiais;
• Transporte até o local da obra;
• Lançamento, ou seja, colocação do concreto no seu local definitivo (normalmente em
uma forma);
• Adensamento, que consiste em tornar a massa do concreto a mais densa possível,
eliminando os vazios;
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• Cura, ou seja, os cuidados a serem tomados a fim de evitar a perda de água pelo
concreto nos primeiros dias de idade.
A obtenção de um concreto de boa qualidade depende de todas essas operações. Se
qualquer delas for mal executada, causará problemas ao concreto. Não há como compensar as
falhas em uma das operações com cuidados especiais em outra.
Por fim, a última matéria-prima seria o solo-cimento, figura 15, que segundo Efren de
Moura Ferreira Filho, engenheiro agrimensor da CEPLAC (Comissão Executiva do Plano da
Lavoura Cacaueira) o solo-cimento é um material obtido através da mistura homogênea de
solo, cimento e água, em proporções adequadas e que, após compactação e cura úmida,
resulta num produto com características de durabilidade e resistências mecânicas definidas.
Vem se consagrando como tecnologia alternativa por oferecer o principal componente da
mistura - o solo – em abundância na natureza e geralmente disponível no local da obra ou
próxima a ela.
Figura 15: Solo-cimento
O processo construtivo do solo-cimento é muito simples, podendo ser rapidamente
assimilado por mão-de-obra não qualificada.
Apresentam boas condições de conforto, comparáveis às construções de alvenarias de
tijolos cerâmicos, não oferecendo condições para instalações e proliferações de insetos
nocivos à saúde pública, atendendo às condições mínimas de habitação.
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É um material de boa resistência e perfeita impermeabilidade, resistindo ao desgaste
do tempo e à umidade, facilitando a sua conservação.
A aplicação do chapisco, emboço e reboco são dispensáveis, devido ao acabamento
liso das paredes monolíticas, em virtude da perfeição das faces (paredes) prensadas e a
impermeabilidade do material, necessitando aplicar uma simples pintura com tinta à base de
cimento, aumentando mais a sua impermeabilidade, assim como o aspecto visual, conforto e
higiene.
Também necessário conhecer um pouco mais dos softwares utilizados.
Leite (2010) define o AutoCAD,
figura 16, como um programa de CAD
(Computer Aided Draft and Design -
Desenho e Projeto Auxiliado por
Computador - ou somente CAD). A
AutoDesk Inc. apresentou a Versão 1.0 do
AutoCAD na COMDEX em Las Vegas em
novembro de 1982. Hoje o AutoCAD
encontra-se na 24ª versão (release 24). Por
sua arquitetura aberta, torna-se um ambiente ideal para o desenvolvimento de aplicativos por
terceiros, permitindo a utilização em praticamente qualquer área de desenho e projeto, tanto
como engenharia, arquitetura, agrimensura, indústria, científico, design ou qualquer outra
aplicação que necessite de desenho e projeto auxiliado por computador.
SketchUp, figura 17, é um sotware proprietário para criação de modelos em 3D no
computador. Foi originalmente desenvolvido pela At Last Software, uma empresa
Figura 16: AutoCAD 2010
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estadunidense com sede em Boulder Colorado, a qual foi adquirida pela Google. A versão
atual é a 7.1 e o programa está disponível para Windows e Macintosh. O SketchUp está
disponível nas versões profissional, PRO e a versão gratuita, free
Figura 17: Logomarca Google SketchUp
8. CONCLUSÕES PARCIAIS
O presente trabalho propôs a elaboração de um projeto para criação de um bloco de
encaixe para alvenaria com a finalidade de otimizar as obras na construção civil, reduzindo
gastos com a minimização do tempo de construção e redução de materiais. Sendo necessário
para tal utilização do software AutoCad, auxiliado pelo Google Sketchup. Durante este
trabalho foram apresentados os tipos atuais de blocos e tijolos, além de possíveis matérias
primas que poderão ser utilizados. É ainda necessário que haja um estudo mais aprofundado
nesta área para que haja um melhor desenvolvimento deste projeto.
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9. BIBLIOGRAFIA
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51). Rio de Janeiro: UFRRJ.
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d'Ávila, M. (3 de maio de 2010). Márcio d'Ávila web site. Acesso em 24 de outubro de 2010,
disponível em mhavila: http://www.mhavila.com.br/topicos/gestao/pmbok.html
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em fecra: www.fecra.edu.br/admin/.../MODELO_PRE-PROJETO_2009.doc
Filho, E. d. (s.d.). CEPLAC. Acesso em 11 de Outubro de 2010, disponível em CEPLAC:
http://www.ceplac.gov.br/radar/Artigos/artigo7.htm
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Leite, W. d. (s.d.). AutoCAD Fundamentos Modulo 2D. Belo Horizonte, Minas Gerais,
Brasil.
Morais, M. (2008). Artigos. Acesso em 11 de Outubro de 2010, disponível em Artigos:
http://www.artigos.com/artigos/sociais/administracao/grandes-possibilidades-de-crescimento-
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Souza, W. (s.d.). brasilescola. Acesso em 13 de Outubro de 2010, disponível em Brasil
Escola: http://www.brasilescola.com/informatica/autocad.htm
Teixeira, R. (2010). Qual a melhor estrutura? Dcasa , Editora Escala.