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CAPS
Constrangimento
travam
terapêuticaideal
28 DE FEVERE
Dia da Doença
Rara
Raríssimas | Associação Nacional de Deficiências Mentais e Raras | Fevereiro Directora: Paula Brito e Costa | Edição 10 | Bimestral | Preço €0.50
www.rarissimas.pt
RPISS
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RP
Estatuto Editorial
PÁGINAS RARAS
é uma publicação bi-mensal
que tem como objectivo
a divulgação de informação
sobre doenças raras
PÁGINAS RARAS respeita a Constituição da República
Portuguesa e todas as demais leis da República,
nomeadamente as que se enquadram nos direitos,
obrigações e deveres da Lei de Imprensa
e do Código Deontológico dos Jornalistas
PÁGINAS RARAS
pauta-se por preceitos
de rigor, isenção,
honestidade e respeito
pela pessoa humana
PÁGINAS RARAS
é publicada pela
Raríssimas – Associação
Nacional de Deciências
Mentais e Raras,
sua proprietária,
sendo gerida
pela sua Direcção
PÁGINAS RARAS
valoriza as notícias
exclusivamente pelo seu valor jornalístico e de interesse
para as famílias e doentes
com patologias raras
PÁGINAS RARAS
tem como director
a Presidente da Raríssimas
PÁGINAS RARAS terá
como Conselho de Redacçã
os membros da direcçãoda Raríssimas
PÁGINAS RARAS
terá como redacção
o Gabinete de Comunicaçã
e Imagem da Raríssimas
PÁGINAS RARAS é uma publicação rigorosamente
independente de partidos políticos, farmacêuticas,
ou quaisquer outras instituições
PÁGINAS RARAS prossegue os objectivos da Raríssimas,registados nos seus estatutos e que são justamente informa
e formar opiniões sobre patologias raras, numa tentativa
pedagógica de apoio às famílias e também de incentivo
à investigação em Portugal
PÁGINAS RARAS tem um âmbito nacional
garantindo a sua difusão
internacional através
do site da instituição:
www.rarissimas.pt
PÁGINAS RARAS
PÁGINAS RARAS
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PÁGINAS RARAS
PÁGINAS RARAS
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04 Mundo Raro
06 Em FocoDia das Doenças Raras
08 MimÍSSIMO
10 Acção SocialAvaliação da incapacidade
12 ActualDoenças ósseas
14 CapaCAPS: a realidadeportuguesa
20 ReportagemCentro RarÍSSIMOda Maia em expansão
22 Flash
24 PsicologiaExplicar a dor à criança
26 RostosJoaquina Teixeira – Vice--Presidente da Raríssimas
30 Donativos
RP
Ficha Técnica
Directora Paula Brito e CostaRedacção e Edição Paula SimõesDesign gráfico e paginação Leonel Sousa PintoPropriedade/Editora - Associação Nacional
de Deficiências Mentais e RarasMorada Rua das Açucenas, Lote 1, Loja Dta,
1300-003 LisboaTelefones 217 786 100 – 969 657 445Número de Pessoa Colectiva 506 027 244Impressão Textype Artes Gráficas Lda
Estrada de Benfica, 212-A, 1500-094, LisboaTiragem 3 000 exemplaresDepósito legal 320 723/10 ISSN 2182-0090 ERC 126 246© Publicação bimestral. Todos os direitos reservados.
Doenças Raras na Assembleia
Editorial
Por Paula Brito e CostaPresidente da Raríssima
Fevereiro/Março
RP PÁGINAS RARAS 3
No dia 28 de Fevereiro a Assembleia da Repúblicaacolhe a exposição fotográca da Raríssimas
“Mais Perto do que é Raro”, inaugurada aquando
do jantar comemorativo dos 10 anos da Raríssimas,realizado na Ordem dos Médicos, em Lisboa.
Este tão nobre “acolhimento” na casa de todos
os portugueses, a Assembleia da República, é um orgulho
para a nossa Raríssimas que tanto tem lutado
para dignicar os portadores de doenças raras
portugueses. Uma exposição com cerca de trinta painéis
que irão estar expostos no corredor principal
da Assembleia da República, onde todos os portuguesesa poderão visitar e conhecer, não só algumas
das patologias por nós selecionadas como também,
e pela primeira vez, o rosto dos nossos associados que,
aceitando o nosso desao decidiram dar a cara pela causa
que é, anal, de todos nós. Conta assim a Raríssimas ter
neste dia o que, um pouco por todo o mundo é comemorad
– as doenças dos lhos como o meu. Conto com a ilustre
presença de todos vós, bem como dos senhores deputados
e ministros das mais diversas áreas de resposta.Um agradecimento muito especial para o deputado
Ricardo Baptista Leite, pela preciosa ajuda na organizaçã
desta exposição comemorativa. Até dia 28, de manhã,
na Assembleia da República.
Abraço Raro!
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4 RP PÁGINAS RARAS
Mundo Raro
Assembleia Geral
Para os efeitos do disposto no art.º 27
alínea f) e 29.º alínea 2 c) dos Estatutos,
realizou-se no passado dia 21/12/2012, pelas
9h, na Av. da Liberdade, a Assembleia Geral
Extraordinária da Raríssimas.
A ordem de trabalhos foi a seguinte:
• Apreciação e votação do Plano de Activi-
dades e Orçamento, com respectivo parecer
do Conselho Fiscal, para o ano de 2013;
• Deliberação da constituição de hipoteca
sobre o imóvel da Casa dos Marcos;
• Deliberação sobre a alteração da redacção
do art.º 1º dos Estatutos da Associação.
Desta assembleia resultou a aprovação, por
unanimidade, do Plano de Actividades e do
Orçamento para 2013.
O Montepio desenvolveu o projecto Minuto Solidário e a Rarís-
simas foi uma das instituições contempladas com a divulgação de
um minuto solidário em TV, além de ter recebido o vídeo completo
espelho dos projectos desenvolvidos por esta instituição.
www.montepio.pt/SitePublico/pt_PT/terceiroSector/missao/minuto
-solidario/rarissimas-associacao -nacional-deficiencias-mentais-raras
page?altcode=900MS219
A AIP – Feiras, Congressos e
Eventos realizou, na FIL, de 1
a 9 de Dezembro, a NATALIS
- Feira de Natal de Lisboa onde
a Raríssimas teve a oportunidade
de divulgar o seu trabalho e an-
gariar fundos para a continuação
do mesmo, através da venda de
merchandising próprio.
A NATALIS é, reconhecida-
mente, a maior feira de Natal
do País e vem desenvolvendo,
desde a primeira edição, uma
ligação sustentada entre a ver-
tente comercial das empresas e
o apoio às IPSS.
Minuto Solidário
Natal partilhado
Helena Roseta,
Vereadora do
Pelouro de Acção
Social da CML,
visitou o stand
da Raríssimas
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RP PÁGINAS RARAS 5
Amigos dos Marcos
Após a paragem forçada decerca de um ano, por força da
conjuntura económica que o
País atravessava, a Raríssimas
conseguiu, nalmente, reunir as
verbas há muito adiadas para a
conclusão da Casa dos Marcos.Porém, dada a complexidade que
envolve toda a estrutura deste
equipamento social, a angariação
de fundos continua, desta feita
para conseguir equipar cinco milmetros quadrados, divididos por
dois pisos. Estamos a falar dequalquer coisa como 788 028,96€.
A m de avaliar as necessidades
efectivas da Casa dos Marcos e
testemunhar a magnitude deste
empreendimento, Marco António
Costa, Secretário de Estado da
Segurança Social e Ana Clara
Birrento, Directora do Centro
Distrital da Segurança Socialde Setúbal zeram questão deir à casa dos meninos raros
portugueses. Durante a visita, a
questão da sustentabilidade foicolocada tendo desde logo sido
assegurado que a mais valia dos
serviços aqui praticados, que
inclui um centro de investigação,
poderia ajudar a que esta obra
atingisse os seus objectivos.
Também Ricardo Baptista Leite,deputado do PSD na Assembleia
da República, testemunhou a
qualidade e espírito visionáriodesta casa, única no Mundo,
assegurando a sua dedicação a
esta causa que é, anal a de todosnós – a dos doentes raros.
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6 RP PÁGINAS RARAS
ção com a Assembleia da República, assinala do Dia d
Doenças Raras com a exposição fotográfica “Mais Pe
to do que é Raro”. Através da colaboração solidária d
fotógrafos portugueses de renome, foram captadas im
gens, a preto e branco, de vários doentes com patologi
raras que poderão ser visitadas no átrio da Assemble
da República. Com vista a tornar as doenças raras o asunto do mês a Associação Raríssimas prepara-se par
durante este mês, lançar uma campanha de sensibilizaçã
massiva sobre as doenças raras, através da sua helplin
Linha Rara. Previsto está ainda o relançamento da ob
Vidas Raras, um livro que conta vinte estórias de vida d
doentes e famílias que convivem com estas patologia
numa parceria com o jornal Correio da Manhã. Esper
-se ainda, durante este mês, o alargamento dos serviço
P or ser um mês singular, Fevereiro, mais concreta-
mente dia 29, foi eleito para as comemorações do
Dia das Doenças Raras. Este ano, a data assinala-se a 28
com diversos eventos já previstos para todo o Globo. Para
2013, a EURORDIS, principal impulsionadora do even-
to, escolheu o lema “Pelas doenças raras, vamo derrubar
fronteiras!”. Páginas Raras levanta o véu sobre o que asassociações de doentes estão a planear para que este dia
seja recordado pela sociedade civil.
Portugal Com o objectivo de impactar osórgãos institucionais e a população em geral
para a problemática das doenças raras, nomeadamente
no que se refere à discriminação dos doentes no acesso
a terapêuticas órfãs, a Raríssimas em estreita colabora-
Seguindo o lema das comemorações deste ano – Derrubar Fronteiras – a Assembleia
da República associou-se à Raríssimas na organização de uma exposição única…
28 DE FEVEREIRO
Dia das Doenças Raras
Em Foco
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RP PÁGINAS RARAS 7
sentante da Comissão Europeia que falará sobre os cui
dados de saúde transfronteiriços.
CanadáO país dos plátanos propõe, para as
sinalar a data, uma conferência sobre a temática
um jantar com a entrega de prémios a realizar no Pantage
Hotel, em Toronto. Em simultâneo, a Organização Cana
diana para Doenças Raras (CORD) oferece uma pequen
bolsa de viagem a todos os representantes dos grupos d
doentes, para ajudar a compensar os custos suportados com
a presença na conferência.
EUA O Instituto Nacional de Saúde celebraráno auditório Natcher, durante dois dias consecu
tivos, as doenças raras. Especialistas da Food and Dru
Administration’s Office of Orphan Product Developmen
da National Organization for Rare Disorders e da Geneti
Alliance irão reunir-se em torno das últimas investigaçõe
sobre doenças raras. As sessões serão exibidas, em simul
tâneo, em webcast . Paralelamente, o projecto Global Ge
nes irá incentivar todos os participantes a usar o seu par fa
vorito de jeans, numa campanha de sensibilização rara.
desta associação ao Brasil, numa parceria que promete
vir a revelar-se altamente frutuosa para os doentes raros.
FrançaA Aliança das Doenças Raras gaulesa
organiza, pela sexta vez consecutiva, as Jornadas
Internacionais de Doenças Raras, agendadas para dia 28
de Fevereiro.
Bélgica A EURORDIS realiza a 26 de Feve-reiro, em Bruxelas, a conferência Acesso Mais Rá-
pido às Terapêuticas onde será apresentado, por Antonyia
Parvanova, deputada do Parlamento Europeu, o relatório
Directiva da transparência: a perspectiva da Saúde Pública.
Irlanda Este país organiza, através dasassociações de doentes, uma conferência su-
bordinada à temática do dia das doenças raras deste
ano – “Doenças Raras Sem Fronteiras”. Coincidindo com
a presidência irlandesa do Conselho Europeu da União
Europeia, este encontro irá promover a colaboração e
formas inovadoras de trabalho entre a Irlanda (Norte e
Sul). Do programa final consta a presença de um repre-
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8 RP PÁGINAS RARAS
Para ter acesso a todas as condições que envolvem estas ofertas, por favor, entre em contacto com a Rarís
As Pousadas de Portugal continuam a apoiar a RaríssimasPara mimar os nossos leitores oferecemos duas «Grandes Histórias
de Amor» que incluem, cada uma, 1 noite mágica, para duas pessoas
nas pousadas de Portugal. A frase mais original contendoas expressões Raríssimas e Pousadas de Portugal
dará acesso a uma das noites, com pequeno almoço incluído,numa pousada da sua preferência. Oferta válida até 31 de Março.Participe, enviando a sua frase para [email protected]
e habilite-se a viver a noite da sua vida!
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RP PÁGINAS RARAS 9
Não vai sair da cid
este verão
QUE SORTE
és do telefone 217 786 100 (extensão 22).
A todos os sócios da Raríssimas,
as farmácias Sousa Torres eNova de Ardegães, da região Nortoferecem descontos nos produtoadquiridos. Para ter acesso aos mimos
proporcionados por estes dois parceiros
solidários, deve entrar em contacto
com a Delegação Norte da Raríssimas,
através do número 229 608 463 ou
do email [email protected] e
solicitar uma declaração comprovativa
da sua situação enquanto associado.
O Health Club Holmes Place também
se associa à Raríssimas e oferece,a todos os associadosda instituição, 7 dias de utilização
gratuita em qualquer um dos ginásiosHolmes Place. Sinta-se em forma
com este miminho
Holmes Place/Raríssimas!
Graças à colaboração dos nossos parceiros, os mimos
para os leitores da Páginas Raras continuam a chegar!
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10 RP PÁGINAS RARAS
AcçãoSocial
nente, de deficiência ou de dependência, cons
ante cada caso.
Quais os documentos necessários?
Aquando da realização do pedido, o doente
ou a sua família devem preencher os requer
mentos de acordo com a prestação a ser solic
tada, nomeadamente o requerimento da pensã
de invalidez, pensão social de invalidez, com
plemento por dependência, subsídio mens
vitalício e, caso seja aplicável, a declaração da actividadprofissional exercida nos últimos três anos. Além deste
requerimentos, o doente e/ou a sua família devem també
apresentar informação médica devid
mente fundamentada, complementad
por relatórios médicos dos especialist
que acompanham o doente e exames
análises que fundamentem o respectiv
parecer. A informação médica pode s
elaborada por um médico escolhid
pelo(s) interessado(s).
Quem faz esta avaliação?
O médico relator e os três peritos méd
cos da comissão de verificação, nom
ados pelos centros distritais do Institu
da Segurança Social, são os respons
veis pelo processo de verificação d
O s doentes raros e as suas famílias têm,muitas vezes, de adaptar-se a uma reali-dade considerada “diferente” no que respeita
à sua vida profissional.
O sistema de verificação de incapacidade
permanente da Segurança Social, vulgarmente
reconhecido como Junta Médica, prevê a veri-
ficação e revisão de situações de deficiência,
dependência ou incapacidade permanente para
o trabalho. Respectivamente, esta avaliação verifica se odoente tem direito ao subsídio mensal vitalício, ao sub-
sídio por assistência de terceira pessoa ou às pensões de
invalidez e sobrevivência.
O que se avalia?
Pretende avaliar-se se a pessoa está ou
não apta para o trabalho, bem como se
tem ou não uma deficiência ou uma do-
ença que lhe cause dependência de ter-
ceiros. Neste processo, avalia-se o grau e
o impacto da incapacidade motora, orgâ-
nica, sensorial e/ou intelectual do doente.
Onde e como solicitar a avaliação?
O doente e/ou a sua família devem diri-
gir-se ao centro distrital do Instituto da
Segurança Social e efectuar um pedido
de verificação de incapacidade perma-
Carina Reis
Assistente Social
Linha Rara
DIREITOS DO DOENTE
Avaliaçãode incapacidade
Uma doença rara pode impedir a inserção no mercado de trabalho ou, no decorrer
de uma vida profissional activa, forçar o doente a deixar o seu trabalho
de forma permanente. Saiba como requerer os subsídios de apoio para incapacidade…
O doente e/ou a sua família devem
também apresentarinformação médica
devidamente fundamentada,
complementada porrelatórios médicos
dos especialistas queacompanham o doente
e exames e análisesque fundamentem
o respectivo parecer
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RP PÁGINAS RARAS 1
incapacidade permanente. O médico relator faz a recolha
da documentação que permita fundamentar este processo
convocando o interessado para a realização de exame mé-
dico que permita a emissão do relatório que descreve a
situação clínica do doente. Por fim, a comissão de verifi-
cação procede à análise e ao estudo do relatório elaborado
pelo médico relator e de toda a documentação clínica apre-
sentada pelo requerente, a fim de qualificar a incapacida-
de, deficiência ou dependência da pessoa.
Quanto tempo demora a obter uma resposta?
Após a entrega de toda a documentação no centro dis-
trital do Instituto da Segurança Social por parte do do-
ente e/ou sua família, não há prazo específico para a
realização do exame do médico relator, no entanto o(s)
interessado(s) deve(m) ser convocado(s), com a antece-
dência mínima de dez dias, por carta registada.
Cabe às Juntas Médicas avaliarem,
através de exames e relatórios
médicos, os graus de deficiência,
dependência ou incapacidade
permanente para o trabalho
Este médico deve concluir o relatório do exame até trint
dias após a sua realização. A comissão de verificação dever
proceder à apreciação deste relatório no prazo máximo d
dez dias, a contar da data do seu recebimento. Por fim, a de
cisão desta comissão será enviada à instituição responsáve
pela atribuição da prestação, no prazo máximo de oito dias
(Fonte: Decreto-Lei n.º 360/97 de 17 de Dezembro, al
terado pelo Decreto-Lei n.º 377/2007 de 9 de Novembro)
O doente e/ou a sua família podem contestar a decisão
da comissão de verificação e requerer a realização d
uma comissão de recurso.
Para mais informações sobre este assunto, contacte
Linha Rara através do número 707 100 200 (custo d
chamada local) ou do e-mail [email protected].
Na próxima edição, iremos abordar a temática das aju
das técnicas.
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12 RP PÁGINAS RARAS
Actual
A100 quilómetros do Instituto Or-
topédico Rizzoli, em Bolonha, na
Itália, uma equipa de médicos acompa-
nhava um menino de seis anos de idade comuma doença óssea hereditária que lhe tinha já
causado deformidade acentuada. Duvidosos so-
bre o melhor procedimento, os especialistas estavam
inclinados a realizar uma grande cirurgia corretiva.
Porém, antes, decidiram enviar as informações clíni-
cas da criança para o Instituto Ortopédico Rizzoli. Ao
analisar os dados genómicos, testes de imagem deta-
lhados e história clínica, e através da comparação com
a sua base de dados de cerca de 600 pacientes com
evolução clínica semelhante, estes especialistas conse-
guiram chegar a um prognóstico, aconselhando a que
se realizasse apenas uma
pequena cirurgia, poupan-
do a família a semanas de
hospitalização e cuidados
adicionais na recuperação.
Este é pois o pequeno milagre preconizado pe
Pedigree Visualization and Analytics Platform, um
ferramenta tecnológica implementada pelo Institu
Ortopédico Rizzoli e que reúne todas as informaçõ
hospitalares de forma
serem facilmente comp
ráveis. Trata-se de um
solução flexível, capaz d
reutilizar os component
Uma equipa italiana de
investigadores desenvolveu,
em conjunto com a IBM,uma plataforma de análise
genealógica que permite
compreender a interacção
de factores genéticos em
doenças ósseas hereditárias
DOENÇAS ÓSSEAS
Tecnologia permiteavanços no tratamento
«A análise cruzada de dados genotípicose fenotípicos de uma família inteira de
um doente permite analisar os cenáriosque determinaram a doença»
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RP PÁGINAS RARAS 13
rias é a sua variabilidade clínica – a forma como afecta
pessoas da mesma família, com drásticas diferença
na gravidade dos sintomas. A compreensão detalhad
desta dinâmica poderá significar avanços importante
nos tratamentos destes doentes.
Durante a sua investigação, Sangiorgi e a sua
equipa de investigadores observaram que o impac
to das doenças ósseas nos doentes vai muito além
da dor e deformação causada pelos sintomas clíni
cos. Grande parte deste impacto pode ser atribuído
ao facto de os médicos sobre-medicarem os doente
visto não possuírem dados clínicos que estabeleçam
a relação entre a terapêutica e as necessidades efec
tivas do doente, em particular. «Apesar de as ma
nifestações graves apenas surgirem num terço do
doentes com doença óssea, os médicos têm indi
cações específicas para aplicar os protocolos mai
agressivos na maioria dos casos», afirma Sangiorgi
Agora, os especialistas estão a usar este sistema par
optimizar as suas terapêuticas, conseguindo melhora
a qualidade de vida dos doentes. «Devemos consideraque estamos a falar de doenças para as quais não exist
cura. Por isso o desafio para os médicos é a gestão da do
ença a fim de permitir ao paciente a melhor qualidad
de vida possível», esclareceu o médico para quem isto
significa fornecer a cada doente a terapêutica mais ade
quada, com base nas especificidades de seu prognóstico
No futuro, este sistema deverá reduzir os internamen
tos e o número de exames complementares de diagnos
tico, como a tomografia computadorizada e ressonânci
magnética, em 30% e 60%, respectivamente. «A nova
abordagem de análise possibilitada pela tecnologia in
troduzida pela IBM permi
tirá alcançar novos insight
(abordagens) sobre o trata
mento das doenças hereditá
rias», concluiu Sangiorgi.
existentes dentro do hospital e
facilmente extensível a novos da-
dos. Existe um núcleo, Gerenciador
de Conteúdo Empresarial, responsá-vel pelo acesso e gestão da informação
utilizada na análise do doente, contendo
imagens biomédicas e dados hospitalares e
laboratoriais, além de uma enorme variedade de
aplicações que permitem a autenticação do utilizador
e o arquivo a longo prazo. «A análise cruzada de dados
genotípicos (predisposição genética para uma doença
particular) e fenotípicos (a forma em que a doença
ocorre) de uma família inteira de um doente permi-
te analisar os cenários que determinaram a doença»,
explica Luca Sangiorgi, director do ambulatório de
Genética Médica do insti-
tuto e responsável pela fru-
tuosa parceria com a IBM.
Um dos grandes mistérios
das doenças ósseas hereditá-
Os especialistas estão a usareste sistema para optimizar as suasterapêuticas, conseguindo melhorar
a qualidade de vida dos doentes
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14 RP PÁGINAS RARAS
São raras, crónicas, debilitantes e modificadoras da qualidade de vida.Uma nova substância parece devolver a alegria de viver a estes doentes porém, por cá, existem constrangimentos na sua disponibilização…
N asceu há 5 anos, após uma gravidez tranquila com
um término de 37 semanas, num parto que decorreu
de forma normal. Porém, o pequeno príncipe desde logo
demonstrou ser um menino especial… “Logo na noite em
que nasceu começou a ficar com o corpo cheio de man-
chas, não queria mamar e vomitava. Até aos nove meses
foi correr com ele constantemente para o pediatra e para o
hospital com as ditas «manchas» e febre”, lembra a mãe,
Teresa Morais. Após o primeiro internamento, verificou-
-se que o pequeno Gui possuía também o baço dilatado e
anemia, embora os médicos não conseguissem identificar
a origem destes sintomas. Somente nove meses depois,durante um segundo internamento, se começou a suspeitar
do verdadeiro mal que acometia o bebé. “A suspeita de
uma síndroma foi confirmada com o resultado do teste de
genética – tinha o Gui acabado de fazer 1 ano”, relembra
a progenitora. Por esta altura, o pequenito reunia já sinais
mais graves da doença – “começou a apresentar papos e
dor nas dobras dos joelhos que tinha a ver com o cresci-
mento excessivo dos ossos”, diz.
Gui sofria de síndroma Crónico Infantil Neurológico
Cutâneo e Articular – uma inflamação sistémica rara, en
globada nas Síndromes Periódicas Associadas à Criop
rina – CAPS.
As CAPS são um conjunto de patologias caracterizada
por episódios recorrentes de febre e inflamação sistémic
sem envolvimento de agentes infecciosos, que resultam d
várias mutações diferentes no gene CIAS1 (ou NLRP3)
que dão origem à perpetuação dos fenómenos inflamatório
fisiológicos, devido a anomalias na criopirina, com man
festo prejuízo do organismo dos doentes afectados. Est
síndromas têm transmissão autossómica dominante, pode
do contudo surgir, devido a mutação, numa família que ates não tinha nenhum caso conhecido. Foi justamente o qu
aconteceu com o pequeno Gui. “Eu e o pai fizemos os teste
de genética que nos foram pedidos e não somos portador
de algo que justificasse a doença do Gui”, conta Teresa.
As CAPS apresentam um conjunto de síndromas: CIN
CA (síndroma Crónico Infantil Neurológico Cutâneo
Articular), MWS (síndroma de Muckle-Wells) e FCA
(síndroma Familiar Auto-Inflamatório ao Frio) de grav
dade variável, mas sintomatologia bastante comum ent
CAPS
A realidade portuguesa
Capa
O gene NLRP3 localiza-sno braço longo (q) d
cromossoma 1, na posição 4…… 1 p 3 6
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RP PÁGINAS RARAS 15
elas. “As síndromas periódicas associadas à criopirina,apesar de englobarem quadros de gravidade muito dife-
rente, desde os mais ligeiros (FCAS) até situações muito
graves como a MWS e, especialmente, a CINCA, têm
frequentemente alguma sobreposição clinica. O início é
geralmente precoce, na 1.ª infância, e sem predomínio
de sexo. Caracterizam-se, como o nome indica, pela re-
corrência de episódios, com artral-
gias, febre e exantema urticariforme.
A presença de inflamação persistente
das meninges pode condicionar, sem
terapêutica atempada, alterações do de-
senvolvimento, bem como a existência
de repercussões graves a nível visual
secundárias a atrofia do nervo óptico. A
surdez é também frequente”, esclarece
a reumatologista Margarida Guedes.
O diagnóstico das CAPS é sobretudo clínico, pela existência das manifestações típicas da doença, podendo se
confirmado por estudos genéticos. No entanto, sintoma
como dor de cabeça e febre, podem ser confundidos com
os de outras doenças, nomeadamente gripe, o que lev
muitas vezes à demora de respostas, até porque, tratando
-se uma patologia que afecta ambos os sexos e com um
prevalência estimada de 1 caso por mi
lhão de habitantes, dificilmente os mé
dicos conseguem identificá-la no ime
diato. “O diagnóstico destas síndroma
baseia-se numa forte suspeita clínica e
sendo relativamente pouco frequentes
podem não ser reconhecidas tão pre
cocemente como desejaríamos. No en
tanto, de acordo com o registo europe
(Eurofever), o atraso de diagnóstico da
As formas mais graves de CAPS
são facilmente detectáveis à nascença
As CAPS resultamde várias mutações
diferentes no geneCIAS1 (ou NLRP3)e que dão origem
à perpetuaçãodos fenómenosinamatórios fsiológicos
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16 RP PÁGINAS RARAS
síndromas periódicas tem tido tendência
a diminuir, referindo-se para a CAPS, a
nível europeu, uma demora média de
1,4 anos (oscilando entre 2 meses e 9
anos)”, elucida a reumatologista.
De acordo com o tipo de CAPS e a
gravidade dos sintomas, o médico pode
sugerir qualquer uma das opções actu-
ais de tratamento para tentar controlar
os sintomas da doença. Estes tratamen-
tos podem ser usados em monoterapia
ou em combinação com outros tratamentos e compõem-
-se por AINES (anti-inflamatórios não esteroides), para
diminuir sintomas como dor e febre, anti-histamínicos,
para aliviar as erupções cutâneas, corticosteroides, para
surtos de inflamação com sintomas exacerbados e agen-
tes biológicos. “O tratamento para estes doentes baseia-
-se em terapêuticas anti-interleucina 1, mediador infla-
matório implicado na patogénese da doença. Entre nós,
temos até agora apenas disponível as injecções diárias de
Anacinra (antagonista recombinante do receptor IL-1). Aresposta clínica é rápida e com remissão dos marcadores
inflamatórios. A instituição precoce da terapêutica pode
evitar as alterações no sistema nervoso central, incluin-
do alterações do desenvolvimento, surdez ou alterações
visuais”, diz Margarida Guedes. Foi aliás graças a esta
terapêutica que o nosso pequeno Gui deixou de ter fe-
bres constantes e erupções cutâneas, apesar de vez em
quando surgirem “os pequenos papo
no corpo que entretanto desaparecem
mas sempre associados a dor”. Porém
apesar do sucesso nos sintomas, esta t
rapêutica apresenta graves constrang
mentos, nomeadamente no que respei
à sua administração em crianças dad
que, sendo um antagonista do recepto
humano da interleucina-1 indicado n
tratamento dos sinais e sintomas da a
trite reumatoide não foram, segundo
Agência Europeia do Medicamento, estabelecidos prot
colos pelos criadores da substância que assegurem a “s
gurança e eficácia em crianças com 0 a 18 anos de idade
Além disso, o facto de ser ministrado diariamente, degr
da substancialmente a qualidade de vida destes doente
na sua maioria crianças, como experiencia diariamen
Teresa Morais. “O que provoca bastantes constrangime
tos ao Gui é ter de ir todos os dias ao Centro de Saúd
para fazer a medicação, que o mesmo rejeita, pois nã
compreende porque tem que tomar todos os dias «picase os primos e amigos não! Ele diz que já lhe dói a barrig
ou as pernas e, por vezes, faz tanta força que acaba po
ficar marcado. A força é de tal forma que são necessári
2 ou 3 pessoas para o segurarem, para que a enfermeir
possa administrar a medicação…”. Este relato acontec
apesar de, segundo Margarida Guedes, “o Canacinuma
(anticorpo monoclonal anti-interleucina 1-beta) é o ún
• Apresenta com frequência man-chas na pele, febre
ou dor de cabeça?
• Sofre uma forte reacçãoà temperatura fria?
• O seu corpo dói constantemente?• Sente como se estivesse
sempre com gripe?
• Sente as mesmas doresdesde criança?
• As suas doresparecem estar a piorar?
• Alguém da sua família já sofreusintomas semelhantes?
• Alguém da sua família tem CAPS
Identifique os sintomas CAPS
Capa
O Canacinumab é
o único medicamentoconcebido,
exclusivamente, para o tratamento
da CAPS obtendoresultados bastante
satisfatórios nasintomatologia e
progressão da doença
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RP PÁGINAS RARAS 17
co agente biológico aprovado para a CAPS, em crianças
com idade superior a 4 anos, mas apenas recentemente foi
aprovado pela Agência Europeia do Medicamento. Além
da eficácia, é administrado de 8/8 semanas, também por
via subcutânea, o que modifica completamente a qualida-
de de vida dos doentes, especialmente das crianças mais
pequenas. No entanto, o seu preço, ainda muito elevado,
leva a ter de ser ponderado, em cada instituição, caso a
caso a sua deliberação”.
Bloqueio promissor Nos doentes com CAPS o corpo produz uma quantidade
excessiva de um mediador químico conhecido como inter-
leucina-1 beta (IL-1 beta). Foi justamente esta descoberta
que permitiu aos investigadores estabelecer como alvo te-
rapêutico o bloqueio da IL1. Até ao advento do bloqueio
monoclonal da IL-1 as alternativas terapêuticas apenas per
mitiam minorar os sintomas, não tendo efeito marcado n
história natural da doença. Com a criação do Canacinumab
um anticorpo monoclonal (um tipo de proteína) tudo mu
dou. O Canacinumab foi concebido para se ligar a um anti
génio denominado interleucina-1 beta, o qual é produzid
em níveis elevados em doentes com CAPS provocando in
flamação. Ao ligar-se à interleucina-1 beta, o Canacinuma
bloqueia a sua actividade, ajudando a aliviar os sintoma
da doença. Aplicado a cada 8 semanas, em dose única, sob
a pele (injecção subcutânea) este é de facto o único me
dicamento disponível no mercado para esta patologia. Em
Portugal, o Canacinumab está apenas disponível atravé
de Autorização de Utilização Especial (AUE), estando po
isso sujeito ao pedido apresentado ao INFARMED pel
director clínico ou entidade equivalente da instituição d
Com uma sintomatologia
bastante difusa, que muitas vezes
se assemelha a uma gripe, as CAPS
poderá representar um desafio
para os técnicos de saúde
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18 RP PÁGINAS RARAS
saúde onde o medicamento vai ser ad-
ministrado, mediante prévia autorização
do respectivo órgão máximo de gestão
sob proposta fundamentada do director
do serviço que se propõe utilizar o me-
dicamento e parecer da comissão de far-
mácia e terapêutica. (http://www.infar-
med.pt/portal/page/portal/INFARMED/
MEDICAMENTOS_USO_HUMANO/
AUTORIZACAO_DE_INTRODU-
CAO_NO_MERCADO/AUTORIZA-
CAO_DE_UTILIZACAO_ESPECIAL/
Delib_105CA_2007.pdf)
Principais formas de CAPSAs CAPS apresentam um conjunto de três síndromas infla-
matórias raras: CINCA, MWS e FCAS. Várias mutações
no gene NLRP3 foram identificadas nestes doentes. Os in-
vestigadores julgam que estas mutações são causadas pela
hiperactividade da criopirina. Porém, até hoje, parece não
estar muito claro porque é que algumas das mutações noexão 3 causam sintomas tão severos como os apresentados
na forma mais grave destas síndromas – a CINCA, modera-
dos no caso da síndroma Muckle-Wells e leves na FCAS.
Síndroma Familiar Auto-Inflamatório ao Frio – FCAS
Uma pessoa com FCAS começa, usualmente, a apresentar
sintomas a partir do nascimento. Ocasionalmente, os sin-
tomas podem começar mais tarde, na infância, e incluem
manchas na pele que vão e voltam, febre, sensação de
fraqueza ou cansaço, dor nas articulações, dor de cabeça,
calafrios, olhos vermelhos ou inflama-
dos, conjuntivite e dor nos músculos.
Os sintomas podem iniciar-se após
a exposição ao frio. Estar numa sala
com ar condicionado, comer comidas
frias ou nadar em água fria pode de-
sencadear os sintomas. As manchas n
pele normalmente aparecem 1 a 2 hor
após a exposição ao frio. Outros sinto
mas podem aparecer em 4 a 6 horas apó
a exposição. Pode haver dias em que o
sintomas não são sentidos, porém el
retornam e pioram ao longo do dia, d
rando até 24 horas e afectando, de form
intensa, a vida diária dos doentes.
Síndroma Muckle-Wells - MWS
A MWS foi reconhecida, pela primei
vez, numa família, no início dos ano
60, por dois médicos chamados Thom
James Muckle e Michael Vernon Wells. Os sintomas d
MWS são similares aos da FCAS, mas ocorrem mais fr
quentemente e podem durar mais tempo. Porém, existe
sintomas específicos desta patologia e que incluem altos n
veis de proteínas nos rins, complicada em cerca de 40% d
casos por instalação progressiva de surdez neurosensoria
Os sintomas podem ocorrer sem qualquer razão óbviPorém, tem sido referido que os sintomas podem surg
após uma pessoa ser exposta ao frio, sentir-se stressad
ou com o cansaço. A maioria dos sintomas dura 1 a 2 dia
embora alguns possam durar mais tempo. A Amiloido
é um risco potencial da MWS devido à acumulação d
proteína nos rins.
CINCA
As pessoas com CINCA quase sempre começam a apr
sentar sintomas a partir do nascimento. Um médico con
segue diagnosticar CINCA (també
denominada NOMID) rapidamen
num recém nascido, porque os sint
mas são mais fáceis de notar do qu
na FCAS ou MWS.
A CINCA pode ser incapacitante
Margarida Guedes,
especialista em
Reumatologia
Capa
As CAPS apresentamum conjunto
de três síndromasinamatórias raras:CINCA, MWS e FCAS
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RP PÁGINAS RARAS 19
não tem cura, podendo nalguns casos resultar em óbito.
A actual taxa de mortalidade da CINCA ronda os 20%,
sendo as principais causas de mortalidade as infecções e
complicações neurológicas. O tratamento pode aliviar os
sintomas em algum grau, porém eles nunca desaparecem
completamente.
Com a mesma sintomatologia que as condições ante-
riores, esta síndroma inclui ainda, eventualmente, joelhos
inchados, perda gradual d
visão e dificuldades mentais
A evolução clínica poder
envolver o atingimento d
outros órgãos, incluindo o sis
tema nervoso central e altera
ções de ossificação potencial
mente deformantes.
O factor genéticoO gene CIAS1 (também co
nhecido como NLRP3) per
tence a uma família de gene
chamados NLR. Este gen
fornece instruções para fabri
car uma proteína denominad
criopirina.
As proteínas NLR estã
envolvidas no sistema imu
nitário, ajudando a iniciar
regular a resposta do sistemimunitário a lesões, toxina
ou invasão por microorga
nismos. Estas proteínas, a
reconhecerem moléculas es
pecíficas, tornam-se activas
respondem de forma a ajuda
os componentes do sistem
imunitário.
A criopirina encontra-se, principalmente, nos glóbulo
brancos e nos condrócitos (células que formam a carti
lagem) e reconhece partículas bacterianas, produtos quí
micos, tais como amianto, sílica e cristais de ácido úrico
e compostos libertados por células danificadas. Uma ve
activados, os grupos de criopirinas juntam-se a outra
proteínas em estruturas denominadas inflamassomas, en
volvidas no processo inflamatório.
As manchas vermelhas
são um dos sintomas
apresentados pelos
portadores de CAPS
F o t o :
D . R .
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20 RP PÁGINAS RARAS
Reportagem
Dadas as crescentes necessidadesde espaço que permitam a cor-
recta realização das actividades dis-ponibilizadas no Centro rarÍSSIMOda Maia, fruto do aumento substan-cial de pedidos de apoio e de utentes,a delegação do Norte da Raríssimassolicitou à Câmara Municipal daMaia a cedência de um novo espaçono Empreendimento Monte Penedo.
Respondendo ao nosso pedido a Câ-mara Municipal disponibilizou trêsespaços no local que nos permitirãocolocar em funcionamento, lado alado, as consultas de terapia da fala,psicomotricidade, psicologia, nutri-ção e fisiatria e terapia sacro-craniana,além da sede da delegação do Norte,com a respectiva área administrativae de direcção. O novo espaço permiti-
rá ainda fazer mais um ginásio para arealização das sessões de fisioterapiae aumentar as instalações do CATL– Centro de Actividades de TemposLivres, podendo agora esta valênciaatingir a capacidade de 10 utentes, emregime de ocupação diária.
CENTRO RARÍSSIMO DA MAIA EM EXPANSÃO
Novas respostas para os doentes raros
Poder ajudar mais pessoas raras, com a qualidade e excelência que nos caracteriza e quos meninos merecem, é o objectivo que preside às obras de alargamento deste centro
Dada a enorme dimensão destaobra a colaboração de vários mecenastem sido preciosa – Lucio’s, com a
cedência de alguns materiais e mão--de-obra, Gamoval e Wipro Portugal,com a cedência de mobiliário de escri-tório e Linea Médica com a oferta decomputadores. Porém, apesar daquiloque foi dado, ainda nos faltam verbase materiais para finalizar os trabalhos
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RP PÁGINAS RARAS 2
que permitirão colocar em funcionamento pleno este novo espaço.
Assim, solicitamos a solidarieda
de de todos para o funcionamentde mais valências no Centro rarÍSSIMO, único na região Norte. Podefectuar o seu donativo em espéciou, através do NIB 0010 0000 4262030 0019 3. Os nossos meninos raros agradecem!
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22 RP PÁGINAS RARAS
Grupos de investigadores têm
vindo a trabalhar no sentido de
ser possível reconhecer a presença
da doença de Alzheimer, antes de
surgirem os sintomas que lhe estão
associados – perda progressiva de
memória, compreensão e lingua-
gem. Dois estudos apresentados
recentemente numa conferência
sobre Neurologia, em Boston, nos
EUA, confirmaram resultados
positivos em 34 por cento de
doentes sujeitos a ensaio clí-nico com solanezumab, uma
nova droga que procura
eliminar depósitos de placas
que interferem no funciona-
mento do cérebro. Paralela-
mente, um grupo de investigadores
americanos descobriu que uma
variante do gene TREM2, denomi-
nada R47H, se encontrava presente
em todos os doentes com Alzheimer
analisados. A coordenadora da
investigação, Rita Guerreiro, do
Instituto de Neurologia do UCL, em
Londres, diz que “esta é uma das
descobertas mais importantes dos
últimos 20 anos”.
A indústria farmacêutica tem
vindo nos últimos anos a investir
grande parte dos seus fundos na
investigação para criação de novas
terapêuticas para doenças raras e
patologias até agora incuráveis.
Neste momento encontram-
se a decorrer cerca de
8000 ensaios clínicos em
doentes, para potenciais
novos tratamentos. 1800
destes ensaios dizem respeito,
concretamente, a doenças raras.
Estes dados foram obtidos através
de um estudo elaborado pelo grupo
de investigação farmacêutica e de
fabricantes americanos.
A Food and Drug
Administration (FDA) ,
órgão governamental
responsável pelo controle
dos medicamentos, aprovou
o lomitapide como
terapêutica para a
hipercolesterolemia
familiar homozigótica,
uma doença rara que causa
anormalidades nas células
hepáticas responsáveis pela
compensação LDL, o chamado
mau colesterol, a partir do
sangue. A doença pode levar
a ataque cardíaco ou morte
em idade precoce. Quando
adicionado à terapêutica
de redução de lípidos,
o lomitapide ajudou a reduzir
o colesterol LDL em cercade 50 por cento.
Flash
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RP PÁGINAS RARAS 23
Investigadores da Western
University, no Canadá,
identificaram uma nova
mutação genética da Esclerose
Lateral Amiotrófica (ELA),
abrindo portas a futuras terapias
direccionadas. A equipa
constactou que mutações
no gene ARHGEF28
estão presentes em
doentes com ELA,
revelando inclusões anormais
da proteína que surge a partir
deste gene. Os resultados da
investigação foram publicados
no Amyotrophic Lateral
Sclerosis and Frontotemporal
Degeneration, o jornal oficial
da Federação Mundial de
Neurologia.
Um estudo preliminar realizado
em cães com Distrofia Muscular
de Duchenne (DMD), realizado
por investigadores da Universidadede Missouri, nos E.U.A., demonstra
que a introdução de um novo
microgene em animais afectados
consegue reforçar a força muscular.
“Colocámos o novo microgene num
vírus e depois injectámos o vírus
nos músculos de cães distróficos”,
revelaram os investigadores.
Seguindo a terapia genética a
equipa avaliou então os 22 cães
sujeitos à terapêutica descobrindo
que a nova versão da micro-
distrofna não só reduz a
inamação e fbrose, como
também melhora, de forma
efectiva, a força muscular.
A equipa de investigadores
do Instituto de Anatomia e
Biologia Celular, em Munique,
na Alemanha, liderados por Jens
Waschke, acabam de publicar um
estudo onde revelam a descoberta
de um pequeno peptídeo quebloqueia o reconhecimento de
anticorpos. Este peptídeo pode
prevenir as bolhas, quando
aplicado topicamente,
uma vez que, a nível
celular, melhora a adesão
célula a célula e atenua as vias de
sinalização activadas pela ligação
de anticorpos. Os resultados
sugerem que este péptido pode
servir como opção de tratamento
para o Pênfigo vulgar, uma doença
rara e fatal que ocorre quando
o sistema imunológico gera
anticorpos na pele conhecidos
como desmogleínas.
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24 RP PÁGINAS RARAS
Psicologia
apatia, entre outros. Por outro lado, os procdimentos médicos podem ser percepcionadpela criança como muito assustadores, sobrtudo nas mais novas, em idade pré-escolaque têm menor capacidade para compreendos tratamentos dolorosos e menos recursinternos para lidar com essa experiência peturbadora e incontrolável. A família tem aqum papel fundamental, muito embora seja im
portante que os pais tenham presente que, independenmente do seu esforço para aliviar os efeitos negativos,tratamentos serão sempre fonte de reacções emocionanegativas, podendo a criança ter manifestações de chro, recusas verbais e motoras. É fundamental que os paadequando necessariamente a linguagem à idade e nvel de compreensão, informem a criança de tudo o qdiz respeito à doença, de modo a que ela fique a sab
de que sofre e porque sofre e consigenfrentar melhor os tratamentos a qu
terá de se submeter. A falta de conhcimento pode dar azo a fantasias e aaparecimento de medos, gerando níveelevados de ansiedade nos pequenitoMuitas vezes, a criança necessita dser convencida do motivo, importânce necessidade de se submeter aos tr
Quando a doença atinge não o adulto mas acriança, o nosso filho, parece ainda maisdifícil gerir o turbilhão de emoções, medo,sentimento de culpa e impotência, desejandopoder trocar de lugar e “ser eu em vez dele”.Frequentemente, o primeiro impulso dos paisao confrontar-se com a doença do filho é es-conder da criança o seu mal e os tratamentos aque terá de ser submetida, com o objectivo sin-
cero de o proteger. No entanto, as crianças apercebem-sedo que se passa à volta delas e são permeáveis ao estadoemocional dos pais. A perspectiva da criança está muitodependente da atitude dos pais, pois a criança desconhecea sua doença e as suas repercussões. De forma distinta doadulto, só irá confrontar-se efectivamente com o proble-ma quando começar a sofrer os efeitos negativos, seja de-vido à própria sintomatologia, às limitações consequentesou à dor, seja devido às alterações narotina diária e na sua autonomia.
Os sintomas físicos podem ameaçara auto-imagem da criança e causar nelaansiedade, confusão, raiva, depressão,culpa e/ou vergonha, emoções que sepodem manifestar através de birras,isolamento, problemas de alimentaçãoe sono, agressividade, negativismo,
Mafalda da Costa
Psicóloga
EXPLICAR A DOR À CRIANÇA
Quando a “pica”afige a alma
Sofrer de uma doença grave, rara ou não, é uma circunstância que desencadeia
reacções emocionais negativas. Quando a situação clínica exige o recurso
a procedimentos invasivos e dolorosos, o desconforto é ainda maior...
Através da brincadeira
a criança pode imitarsituações
hospitalares,desempenhando
o papel do médicoou enfermeiro
que trata o boneco
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enfermeiro que trata o boneco (administrando injecçõeou medicamentos, por exemplo), o que alivia a sua tensã
tornando-a mais cooperante durante os procedimentos.Quanto mais positiva for a experiência para a crian
ça, mais recursos ela poderá desenvolver para lidar comsituações futuras semelhantes, aprendendo a desembaraçar-se e a adoptar estratégias de confronto com situaçõeadversas, aumentando a percepção de si como um secompetente e eficaz.
tamentos, muito embora os pais possam ficar relutantesem dizer a verdade e optarem por enganar ou esconder,
o que acaba quase sempre por não resultar. Estratégiascomo jogos e brincadeiras, que distraem a criança e pro-piciam a diversão, são também ocasião para expressar asemoções e fazer escolhas, numa altura em que a criançasente ter pouco controlo sobre o que lhe acontece. Alémdisso, através da brincadeira a criança pode imitar situa-ções hospitalares, desempenhando o papel do médico ou
É importante que a criança distinga os pais bons que cuidam, dos pais que a obrigam a submeter-se a tratamento
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RP PÁGINAS RARAS 27
Com dois filhos, a vice-president
da Raríssimas sente-se hoje
completa e pronta a ajudar
outras mães de meninos “raros”
também a paz interior que tanto precisávamos e a espe-rança de uma segunda gravidez…
O que pensou quando soube que ele tinha Angelman?
Saímos de Madrid apenas com o nome e uma breve ex-plicação da síndrome. Quando chegámos a casa corremospara a internet e estivemos horas a ler tudo o que nos
aparecia pela frente… ao lermos “atraso mental severo,ausência de linguagem, descoordenação motora, epilep-sia…” eram facadas directas aos nossos pobres coraçõesde pais. Era mau demais para ser verdade… Nesse diaatingi o ponto mais alto da dor e sofrimento… Na verda-de, senti que nem a dor da morte seria tão profunda, facea uma vida cujo destino se afigurava tão “negro”…
Qual a terapêutica seguida pelo Gonçalo?
Os meninos com Angelman necessitam de uma intervençãmultidisciplinar ao nível terapêutico: fisioterapia, terapiaocupacional, terapia da fala (muito importante para osproblemas da deglutição e comunicação alternativa), hipo-terapia, hidroterapia, bem como acompanhamento médicoao nível da Neurologia devido, essencialmente, à epilepsia
Estes meninos regra geral são bastante resistentes peloque aguentam bem a intensidade das terapias. Pela experi-ência que tenho com o Gonçalo, quanto mais persistentese rigorosos formos com eles mais ganhos eles adquirem.Quando intensificámos os tratamento – por volta dos 6anos de idade – os progressos foram magníficos: ao fim deapenas alguns meses ele dava os primeiros passos, sozinho
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28 RP PÁGINAS RARAS
Como é o dia a dia com o Gonçalo?
O Gonçalo está agora com 10 anos e é um rapazinhotraquinas, alegre, simpático e com muita energia. Os dis-túrbios de sono têm melhorado, a alimentação já é normale o seu dia-a-dia é como o de qualquer outra criança: vai àescola e às suas actividades – neste caso as terapias, brincacom o irmão e com os primos e adora passear, ir aosparques infantis e a festas. Fazemos uma vida normal, nãodamos a desculpa da condição do Gonçalo para deixarmosde fazer o que qualquer família faz: férias, almoçar ou
jantar em restaurantes, convívio com familiares e amigos,etc. Obviamente que não podemos tirar os olhos de cimadele por um segundo que seja…
Os episódios aterradores abundam (principalmente nos2 primeiros anos de vida) mas o que realmente mais memarcou foi quando o vi aflito, quase sem respirar, com umplástico na garganta. Tentava desesperadamente abrir-lhea boca e ele teimava em cerrar o mais que podia até que,vendo-o já a desfalecer, dei-lhe uma palmada para quechorasse e abrisse a boca e então aí consegui chegar à sua
garganta e retirá-lo… dei então por mim a tremer comonunca e fiquei completamente sem forças… mas tudo aca-bou em bem. Porém, tenho também situações engraçadas,uma das quais passou-se recentemente. Uma das maioresdificuldades que sentimos com o Gonçalo são as noitessem dormir. Andamos sempre a engendrar novas estraté-gias para não recorrer à medicação em demasia. Aprovei-tando a adoração que o Gonçalo tempelo pai, e porque se ele sentir a suapresença ao seu lado lá se vai mantendo
na cama, achei que o ideal era arranjarum “vulto” que substituísse a figura dopai. Pensei, pensei, e eis que achei terencontrado a solução: se arranjasse umboneco insuflável e o vestisse com umpijama do pai era capaz de o conseguir“enganar”, nas noites em que o pai se
ausenta profissionalmente. Fui a umasexshop comprar o
dito, vesti-o a rigor, adaptei-lhe uma bola para que fizessede cabeça, enfiei-lhe um gorro e, nessa noite, depois doGonçalo adormecer, deitei o nosso amigo ao lado dele. Aprimeira noite correu lindamente e eu estava orgulhosa dminha brilhante ideia! Porém, apesar de não parecer, esterapazinho é muito esperto e, na segunda noite, arrancou acabeça ao boneco deixando-o, literalmente sem consertoe lá veio ele ter ao nosso quarto, a rir-se, com o boneconuma mão e a cabeça na outra, e como que a dizer “julgavam que conseguiam enganar-me, eheheh…”
Como teve contacto com a Raríssimas?
Cheguei à Raríssimas no final de 2004, logo depois de tero diagnóstico. Recordo sempre com emoção a resposta dRaríssimas, na pessoa da sua presidente – Paula Brito eCosta, ao nosso email carregado de angústia e de dúvidasAs palavras de apoio e orientação aqueceram os nossoscorações. Sentimos que afinal havia alguém que nos compreendia, que sabia o que era isto de ter um filho com um
doença rara… Por sorte, a Raríssimas estava a organizar ucongresso sobre doenças raras onde ia ser debatido tambéa síndrome de Angelman. Fomos ao congresso e tivemosaí a oportunidade de conhecer outras famílias, médicos etécnicos que foram uma ajuda preciosa para que percebêssemos quais os passos a dar nesta caminhada “diferente”das nossas vidas. Chegar à Raríssimas, foi a luz ao fundo
do túnel, o nosso porto de abrigo…
O que a levou a integrar este projecto
Desde que cheguei à Raríssimas quefui sempre acompanhando a evoluçãodos projectos e fazia gosto em parti-cipar. Em 2006, juntamente com maiduas mães, falámos com a presidenteda Raríssimas para criarmos umadelegação no Norte. E assim foi: em
Rostos
“Senti que tinhaa força
e capacidadenecessárias para,tal como zeramcomigo, ajudar e
apoiar outras mãese outros lhoscomo o meu…”
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RP PÁGINAS RARAS 29
2007 nasce a delegação e, mais tarde, em 2010, o CentroRarÍSSIMO da Maia. Senti que tinha a força e capacidadenecessárias para, tal como fizeram comigo, ajudar e apoiaroutras mães e outros filhos como o meu…
Que trabalho desenvolve dentro da instituição?
Sou responsável pela delegação do Norte e pelo CentroRarÍSSIMO da Maia. Grande parte do meu tempo é
dedicado ao apoio directo a famílias e utentes. Temosactualmente mais de 60 utentes, distribuídos pelas diversasvalências terapêuticas, incluindo a mais recentementeimplementada – o CATL – Centro de Actividades de Tem-pos Livres, para jovens/adultos portadores de deficiênciamental e rara. O meu tempo é distribuído entre os meni-nos, os pais e a divulgação, informação e sensibilização da
temática das doenças raras, através de palestras, maiorita-
riamente em escolas e universidades. São dias compridose intensos na gestão deste Centro que, através de umafantástica equipa de 14 colaboradores e voluntários, sefazem, diariamente, pequenos “grandes milagres”. É muigratificante acompanhar as conquistas dos nossos meninoa alegria dos pais pelos progressos dos seus filhotes…
Pensa que uma mãe tem maior facilidade em ajuda
outras mães?
Desde que soube que o Gonçalo era portador de Angel-man que sempre tive curiosidade em conhecer outrasfamílias, outros “anjos”. Naturalmente, criou-se umpequeno núcleo, que foi crescendo à medida que ia tendconhecimento de mais famílias. Fazemos, frequentemente, convívios deveras importantes para a partilha de ex-periências e aquisição de novos conhecimentos. A maioajuda que estes pais podem ter é a experiência de outropais que passam pelo mesmo… Os nossos meninos têmcaracterísticas muito próprias que só quem lida com ele
consegue percepcionar. É nestes convívios que, muitasvezes, encontramos soluções para dilemas de gestãodiária destes “anjos” que teimam em não dormir, que sãum poço de energia e de teimosia sem fim… de pôr oscabelos em pé ao mais resistente dos mortais! Que projectos tem para o futuro?
Dadas as severas limitações, o Gonçalo jamais será umadulto que possa exercer qualquer actividade profissionaNecessitará sempre de cuidados de terceiros pelo que o
que mais desejo é que consigamos levar a cabo os projectos que temos na Raríssimas, nomeadamente aqui a Norta Quinta dos Marcos, para que ele possa estar integradonum espaço onde tenha as actividades e os cuidadosnecessários à sua condição e, consequentemente, umavida digna. Desejo para o Gonçalo não mais do que o ququalquer mãe deseja para os seus filhos: que seja feliz!
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30 RP PÁGINAS RARAS
ABBVIE, Lda. 2.500,0Agência Funerária Ernesto Silva, Lda. 63,0AMGEN – Biofarmacêutica, Lda. 5.345,0Associaçãodos Nadadores dos Estoris 112,0AVV-AROEIRA – Componentese Sistemas Eléctricos 50,0Banco Finantia, S.A. 750,0Best Partner – Consultoria
Contabilidade, Lda. 120,0Bidinâmica – RepresentaçõesConsultoria Gestão, Lda. 49,6BIOMARIN Europe Limited 7.000,0Castela & Castela, S.A. 625,0Companhia Portuguesade Hipermercados, S.A. 282,5Digidoc – Lda. 461,2Eletricidade dos Açores, S.A. 500,0ElogioVerde – ConstruçãoManutenção Jardins, Lda. 225,0Encantar – Criação de Moda,Unipessoal, Lda. 150,0finePRINT – LaboratórioAct. Fotográficas Lda. 1.752,7
Garland Laidley, SGPS, S.A. 250,0Gomoval – Serviços e Equip. de Escrt., Lda. 75,0Horto Alegria do Norte,Const. Manut. Jardins, Lda. 350,0Império dos Números – ContabilidadeGestão Unip. Lda. 20,0Jado Iberia – Prod. Metalúrgicos,Soc.Unipessoal, Lda. 220,0Junta de Freguesia de Barca 100,0Laboratórios PFIZER, Lda. 23.750,0Linea Médica – DispositivosMédico-Cirúrgicos, S.A. 50,0Lisgarante – Sociedadede Garantia Mútua, S.A. 7.454,2Master Natura – Gestãode Espaços Verdes, Lda. 500,0
MSC – Portugal, S.A. 750,0Norsecur – Mediadorade Seguros do Norte, Lda. 20,0OCTAPHARMA 20.000,0Pedro Nuno M.,Mediação de Seguros Unip. Lda. 30,0PKF & Associados – SROC, Lda. 3.000,0Transitar – Consultoriaem Gestão de RH, Lda 800,0
Donativos
Amigos notáveis A Raríssimas agradece a todos os parceiros raros que generosamente contribuíram para que os nossos doentes tivessem acesso aos serviços prestados pela instituição
Donativos de 31 de Outubro de 2012 a 18 de Janeiro de 2013
Particulares Entidades
Alberto Oliveira 36,00€
Amélia de Sousa 25,00€
Ana Catarina Caetano Duarte 10,00€
Ana Bernardo 25,00€
Ana Mayer 40,00€
Ana Paula Vieira C.P.C. Pinheira 5,00€
Ana Pinto 25,00€
Ana Neves 50,00€
António Camacho 20,00€António Joaquim Duarte Vilaça 245,00€
António José Pinto Alves da Silva 25,00€
António Manuel Pereira Oliveira 5,00€
António Manuel Romeirinho Matos 5,00€
Arminda Maria Avila Pimentel da Silveira 185,00€
Beatriz Silva Fernandes 20,00€
Bruno Manuel Vieira Alves 10,00€
Carla Alexandra de Oliveira Pinto Sestelo 25,00€
Carla Sofia Feiteira Matias 5,00€
Carlos A. Oliveira 15,00€
Carmen Maria da Costa Botelho 10,00€
Celestina Gonçalves 33,50€
Célia Fernandes Silva 40,00€
César José Lourenço dos Santos 200,00€Conquistadores do Futuro, Lda. 50,00€
Cristina Lencart 25,00€
Cristina Rebelo 220,00€
Depdois - Centro de dermatologia de Cascais, Lda. 50,00€
Domingos Manuel Almeida Gonçalves 25,00€
Elsa Ferreira 450,00€
Fernanda Cristina Rodrigues Malhão Pereira 10,00€
Filipe Mendonça 280,00€
Francisco Xavier Matos de Meireles 50,00€
Gonçalo Ayala Martins Barata 20,00€
Helga Cristiana Marques F. 1,00€
Hugo Emanuel Gonçalves Teixeira 75,00€
Hugo Moutinho 100,00€
Hugo Ricardo Almeida Chorão 5,00€
Hugo Soares Gonçalves 10,00€
Isabel Santos Castro 65,00€
Jacome Miguel Costa da Cunha 10,00€
João Coelho 5,00€
João Paulo Morgado Marques 350,00€
Joaquim Francisco Caeiro Barreiros 25,00€
Joaquina Teixeira 110,00€
Jorge Manuel Ribeiro Pinto 20,00€
José Alves 10,00€
Júlia Almeida 2,50€
Júlio Amilton Mesquita Barbeitos 10,00€
Letícia Fernandes 97,35€
M. Nogueira Verdeiro 150,00€
Marcia Maria Paiva Fernandes Palma Madeira 20,00€
Maria Clara Viana 5,00€
Maria Cláudia Lobão Carvalho 5,00€Maria Conceição Lima Magalhães 5,00€
Maria Conceição Teixeira 120,00€
Maria Conceição Torres 25,00€
Maria de Fátima Xavier Fernandes 25,00€
Maria de Lurdes Gomes Gonçalves 25,00€
Maria Júlia Alves de Moura Ferreira 50,00€
Maria Luísa Luna 30,00€
Maria Teresa G Ferreira Pinto Basto Carreira 10,00€
Marta Martins Alves de Sousa 5,00€
Marta Raquel Pereira S. Teixeira 10,00€
Marta Rita Oliveira Couto 50,00€
Miguel Baptista 25,00€
Mónica Sofia Lourenço Silva 10,00€
Nuno Caldas 5,00€Nuno Humberto Silva Paim 20,00€
Nuno Miguel Machado Silva 12,00€
Paulo Jorge de Jesus Oliveira 5,00€
Pedro Francisco Brandão de Almeida 3.500,00€
Pedro Gonçalves 30,00€
Pedro Herlander Pinto 10,00€
Perpétua Ana Lopes da Silva 20,00€
Rafael Patrício Quintas da Cunha Costa 5,00€
Raquel Nogueira Gomes Duarte 15,00€
Ricardo Miguel Manchinha Rodrigues 5,00€
Rosa Maria da Cunha Dias 5,00€
Rui Eduardo M. Sousa Lino 10,00€
Rui Jorge Lima Vieiro 10,00€
Rui Lopes dos Santos Matias 10,00€
Rui Miguel Ferreira Dias Barbosa 30,00€
Sentidos Rurais, Lda. 145,00€
Susana Maria N. de Melo de Menezes Soares 80,00€
Teresa Lucília Rangel de Oliveira Soares 60,00€
Vantagem G-Unipessoal 20,00€
Vera Sofia Pereira Neves 5,00€
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Um projeto
www.rarissimas.pt
Casa dos MarcosO amparo das crianças
com Doenças Rara A Raríssimas consta da lista de beneficiários para consignação do IRS. Quando preencher a s
declaração, coloque no ANEXO H, campo 9, um X, e a respectiva identificação fiscal da Raríssim
Seja solidário e ajude a equipar a Casa dos Marco
I RS 2 0 12 C onsi g naç ão d e 0 ,5 % d o i m
postl i qui d ad o , a f av or d e uma I P S S
( Ane x o H , c am po 9 ) O br i g ad Í
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