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PRÓ-INOVA: PROJETO PARA IMPLANTAÇÃO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO EM MPE’S INDUSTRIAIS - RIO GRANDE DO NORTE, BRASIL Monica Maria Mendes Luna (UFSC) [email protected] Karla Souza da Motta (UFSC) [email protected] Este artigo visa contribuir para o aprendizado e a difusão da inovação organizacional, apresentando uma experiência do projeto Pró-Inova no estado do Rio Grande do Norte, situado na região Nordeste do Brasil, realizada no período de 2012 a 2014. O projeto foi promovido pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e desenvolvido nacionalmente, com o objetivo de “motivar, mobilizar e capacitar empresários; realizar diagnóstico e elaborar planos e projetos de gestão da inovação de empresas”. Para alcançar este intuito, o caso aqui analisado adotou a metodologia de pesquisa-ação (Coughlan & Coghlan, 2002), contemplando (1) coleta, (2) feedback e (3) análise dos dados, (4) planejamento, (5) implementação, (6) avaliação e (7) monitoramento de ações. Como resultados, identificou-se as práticas de inovação presentes nas indústrias participantes do projeto e realizou-se ações voltadas ao desenvolvimento desta cultura de gestão, sendo implantadas 88 iniciativas inovadoras nas indústrias e encontrando-se em fase de implantação 117 novas práticas. O estudo realizado estimula os pesquisadores a refletirem sobre a gestão da inovação, ao consolidar os resultados de uma experiência prática, realizada com abordagem científica, a qual poderá ser expandida para as demais empresas participantes do projeto no estado e no país, propiciando maiores amplitude e aprofundamento ao tema em questão, assim como replicada em outros projetos. Palavras-chave: Competitividade, MPEs industriais, Inovação XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015.

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PRÓ-INOVA: PROJETO PARA

IMPLANTAÇÃO DE GESTÃO DA

INOVAÇÃO EM MPE’S INDUSTRIAIS -

RIO GRANDE DO NORTE, BRASIL

Monica Maria Mendes Luna (UFSC)

[email protected]

Karla Souza da Motta (UFSC)

[email protected]

Este artigo visa contribuir para o aprendizado e a difusão da inovação

organizacional, apresentando uma experiência do projeto Pró-Inova

no estado do Rio Grande do Norte, situado na região Nordeste do

Brasil, realizada no período de 2012 a 2014. O projeto foi promovido

pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e desenvolvido

nacionalmente, com o objetivo de “motivar, mobilizar e capacitar

empresários; realizar diagnóstico e elaborar planos e projetos de

gestão da inovação de empresas”. Para alcançar este intuito, o caso

aqui analisado adotou a metodologia de pesquisa-ação (Coughlan &

Coghlan, 2002), contemplando (1) coleta, (2) feedback e (3) análise

dos dados, (4) planejamento, (5) implementação, (6) avaliação e (7)

monitoramento de ações. Como resultados, identificou-se as práticas

de inovação presentes nas indústrias participantes do projeto e

realizou-se ações voltadas ao desenvolvimento desta cultura de gestão,

sendo implantadas 88 iniciativas inovadoras nas indústrias e

encontrando-se em fase de implantação 117 novas práticas. O estudo

realizado estimula os pesquisadores a refletirem sobre a gestão da

inovação, ao consolidar os resultados de uma experiência prática,

realizada com abordagem científica, a qual poderá ser expandida para

as demais empresas participantes do projeto no estado e no país,

propiciando maiores amplitude e aprofundamento ao tema em questão,

assim como replicada em outros projetos.

Palavras-chave: Competitividade, MPEs industriais, Inovação

XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015.

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1. Introdução

O fato de que inovação e conhecimento são os principais fatores que definem a

competitividade e o desenvolvimento de nações, regiões, empresas, setores e até indivíduos, é

um dos poucos consensos estabelecidos no debate contemporâneo que procura compreender o

atual processo de globalização (Cassiolato & Lastres, 2000). A crescente competição e a

necessidade de introduzir eficientemente os avanços tecnológicos nos processos produtivos

tem levado as empresas a centrar suas estratégias no desenvolvimento de capacidade

inovativa, fator que marca o presente estágio do capitalismo. Neste contexto, a inovação surge

como elemento fundamental para alavancar o potencial competitivo empresarial. Um exemplo

da importância deste fator para a economia é apontado em relatório do Instituto de Pesquisa

Econômica Aplicada (De Negri, Salerno, & Castro, 2005), cujos dados demonstram que a

escala produtiva das empresas inovadoras é significativamente maior do que nas demais

categorias. Conforme o estudo, faturamento médio das firmas que inovam e ampliam seu

leque de produtos é mais de cinco vezes superior ao daquelas especializadas em produtos

padronizados. Estes dados indicam que a inovação é um caminho para as empresas

alcançarem a competitividade e sua implantação precisa ser planejada, uma vez que requer

que recursos financeiros, humanos e tecnológicos sejam articulados continuamente e de modo

sistemático, por líderes capazes de integrar atitudes inovativas da equipe. Desse modo, a

inovação faz parte do posicionamento estratégico e do modelo de gestão adotado pela

empresa, ligados ao papel do planejador.

Segundo o Manual de Oslo (OCDE, 2005), inovação é a implementação de um produto, seja

ele bem ou serviço, novo ou significativamente melhorado, ou um processo, ou um novo

método de marketing, ou um novo método organizacional nas práticas de negócios, na

organização do local de trabalho ou nas relações externas. O referido manual define quatro

tipos de inovação:

Inovação de produto: introdução de um bem ou serviço novo ou significativamente

melhorado, referente à suas características ou seus usos previstos. Inclui melhoramentos nas

especificações técnicas, componentes e software incorporados, facilidade de uso ou outras

características funcionais.

Inovação de Processo: execução de novos métodos de produção ou distribuição de outros

significativamente melhorados. Inclui mudanças nas técnicas, equipamentos e/ou software.

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Inovação Organizacional: execução de novo método organizacional nas práticas de negócios

da empresa, na organização do local de trabalho ou nas relações externas.

Inovação de Marketing: execução de novo método de marketing abrangendo mudanças

significativas na concepção ou na embalagem do produto, no posicionamento do produto, na

promoção do produto ou na formação de preços.

Nesta mesma linha de pensamento, Dauscha (Dauscha, 2010) afirma que a inovação é a

realização de um produto novo ou significativamente melhorado, que pode ser um bem ou

serviço, ou ainda um processo efetivamente introduzido em um mercado ou em uma empresa

onde inexistia anteriormente, sendo esse o requisito mínimo, não precisando ser

necessariamente inédito para se classificar como inovador.

O entendimento desse autor (Dauscha, 2010) remete à classificação do Manual de Oslo da

OCDE, referente aos graus de inovação, que diz respeito à intensidade das diferenças criadas,

com relação à realidade anteriormente existente, podendo se classificar como radical ou

incremental.

Inovação radical se refere à implantação de mudanças significativas das características,

atributos ou forma de uso de produto ou processo, seja por meio da criação de tecnologias

radicalmente novas ou da combinação de tecnologias existentes para novos usos.

Quanto à inovação incremental, corresponde à reconfiguração de uma tecnologia já criada

para uso com outras finalidades.

Observa-se que a inovação no dia a dia das empresas industriais tem se mostrado um

componente fundamental à manutenção da sua competitividade. Para que as práticas

inovadoras estejam presentes no cotidiano destas firmas é necessária a adoção de rotinas e

procedimentos de gestão da inovação, o que pode ocorrer por meio da transferência de

tecnologia.

No tocante aos partícipes do processo de transferência de tecnologia, a inclusão de agências

governamentais nas interações das universidades e centros tecnológicos com as empresas é

um fenômeno que tem se consolidado no decorrer do terceiro milênio. Destaca-se o novo

papel do governo no ambiente interconectado e global que caracteriza a época atual, onde são

requeridos: integração em vez de comando, convencimento em vez de controle, e a

possibilidade de atuação em parceria, em vez de execução isolada (Abonyi & Van Slyke,

2010; Mintzberg, 2004).

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Com base neste contexto, a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e o Conselho

Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) promoveram a realização do

projeto Pró-Inova no período de 2012 a 2014, com o objetivo de “motivar, mobilizar e

capacitar empresários; realizar diagnóstico e elaborar planos e projetos de gestão da inovação

de empresas”. Este artigo relata o desenvolvimento do Pró-Inova em uma região do estado do

Rio Grande do Norte, situado no Nordeste do Brasil.

2. Metodologia

O edital do Projeto Pró-Inova – Núcleos de Apoio à Gestão da Inovação 11/2010 foi lançado

pela FINEP com o objetivo de “motivar, mobilizar e capacitar empresários; realizar

diagnóstico e elaborar planos e projetos de gestão da inovação de empresas”. Para alcançar

esses objetivos do Pró-Inova, optou-se pela adoção da metodologia de pesquisa-ação (PA),

por se tratar de “uma ação de pesquisa que objetiva a criação do conhecimento ou da teoria

sobre a ação” (Coughlan & Coghlan, 2002).

Conforme Westbrook (Westbrook, 1995), a PA apresenta natureza prática, interativa e

intervencionista, aplicável a situações nas quais diversas variáveis não podem emergir de uma

só vez. Segundo Gummesson (2000, apud (Coghlan & Brannick, 2005), a PA apresenta dez

características principais, as quais também corroboraram para sua escolha como metodologia

adotada pelo Pró-Inova no Rio Grande do Norte:

(1) Pesquisadores-ação exercem a ação, trabalhando ativamente para fazê-la acontecer.

(2) Envolve sempre dois objetivos: resolver um problema e contribuir à ciência.

(3) É interativa, requerendo a cooperação entre os pesquisadores e o público alvo, e o

contínuo ajuste de novas informações e novos eventos.

(4) Visa desenvolver a compreensão holística durante um projeto e reconhecer sua

complexidade.

(5) É fundamentalmente aplicável à compreensão, planejamento e implantação de mudança

em empresas e organizações.

(6) Requer a compreensão da estrutura ética, valores e normas usados em cada particular

contexto.

(7) Pode incluir todos os métodos de coleta de dados.

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(8) Requer uma ampla compreensão preliminar do ambiente corporativo, das condições do

negócio, da estrutura e dinâmica do sistema de operação e dos fundamentos teóricos de tais

sistemas.

(9) Deve ser conduzida em tempo real, embora também seja aceitável por retrospectiva.

(10) Requer seus próprios critérios de qualidade.

Deste modo, a referida metodologia foi atodada devido ao caráter progressivo e interativo

requerido na implantação de um processo de gestão empresarial, conforme se caracteriza o

Pró-Inova.

A Figura 1 apresenta o ciclo da pesquisa-ação, composto por uma sequência de sete

atividades, desenvolvidas a partir da fase preliminar de contextualização da aplicação e da

definição do propósito do trabalho.

Um relevante componente da etapa de coleta de dados da PA, aplicada ao projeto em questão,

foi a realização do diagnóstico inicial da presença de práticas de gestão da inovação (GI) nas

empresas participantes.

Figura 1 – Ciclo da Pesquisa-ação

Fonte: (Coughlan & Coghlan, 2002)

Para efetuar a referida avaliação, foi utilizado um instrumento de pesquisa desenvolvido a

partir de (Bachmann, 2010), o qual foi ampliado para que se alinhasse aos requisitos

especificados no edital do Pró-Inova. Foram mantidas as 40 questões relativas a 13 dimensões

da inovação propostas por (Bachmann, 2010): (1) Oferta, (2) Plataforma Tecnológica, (3)

Marca, (4) Clientes, (5) Soluções, (6) Relacionamento, (7) Agregação de Valor, (8) Processos,

(9) Organização, (10) Cadeia de Fornecimento, (11) Presença, (12) Rede e (13) Ambiência

Inovadora. Dez questões complementares foram inseridas no questionário, referentes aos

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pontos cuja identificação foi requerida no edital, resultando no total de 50 pontos de

verificação. Os perfis identificados foram pontuados conforme escala Likert (Likert, Roslow,

& Murphy, 1993), sendo apresentados conjuntamente em gráfico no formato de radar (Figura

2), com o intuito de possibilitar a verificação visual do nível de evolução de cada perspectiva

analisada.

3. Desenvolvimento do Projeto

O Pró-Inova iniciou suas ações em 2012, sendo operacionalizado no estado do Rio Grande do

Norte por Instituições de Ensino Superior em 4 núcleos regionais. O Núcleo da Região

Seridó, que ao término das suas atividades contemplava 18 indústrias caracterizadas como

microempresas e empresas de pequeno porte (MPE), foi conduzido pelo Instituto Federal de

Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), sendo operacionalizado por

meio de uma equipe de bolsistas do CNPq com formação multidisciplinar nas áreas de

administração, arquitetura e urbanismo, comércio exterior, direito, ecologia, gestão da

inovação, logística e marketing.

O preparo da infraestrutura e dos recursos humanos (Tahmooresnejad, Shafia, &

Salami, 2011) são fatores que foram identificados na literatura como críticos para o sucesso

de um processo de transferência de tecnologia, referentes ao emissor, aos agentes de

transferência e ao receptor da tecnologia transferida. Como o caso do Pró-Inova se enquadra

neste perfil, durante oito meses os bolsistas do Nucleo Seridó se reuniram com bolsistas

gestores dos demais núcleos e a governança estadual do projeto, elaborando materiais,

uniformizando a base conceitual a ser adotada, mantendo contato e selecionando empresários

para participarem da iniciativa, assim como planejando a infraestrutura requerida.

Uma vez compostas as turmas de cada núcleo, iniciou-se o detalhamento do processo de

transferência de tecnologia de gestão da inovação propriamente dito, conforme o ciclo PA. Na

etapa de planejamento, foram detalhadas as atividades a serem efetuadas para que as empresas

participantes desenvolvessem a cultura da gestão da inovação. O edital do Pró-Inova

estabeleceu a realização de diagnostico, capacitação e assessoria para as empresas

participantes do projeto.

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Identificação de práticas de inovação presentes nas indústrias

Em março de 2013 houve a etapa de coleta de dados, em que se identificou práticas de gestão

da inovação presentes nas indústrias participantes do projeto, antes do seu início. A atividade

se realizou mediante entrevistas individuais efetuadas pelos bolsistas do Pró-Inova, para

aplicação dos questionários nas empresas. Os dados levantados foram tabulados e

consolidados por dimensão da inovação (Bachmann, 2010) e por empresa, gerando os

diagnósticos individuais e coletivo da situação inicial. O perfil da gestão da inovação do

grupo foi apresentado coletivamente aos participantes, enquanto que as situações individuais

lhes foram repassadas individualmente, sendo mantido o sigilo requerido ao processo de PA.

Práticas de inovação presentes nas indústrias participantes do projeto antes do seu início

O feedback dos dados foi apresentado aos empresários em um relatório com a situação

individual da sua indústria e o panorama consolidado do grupo (Figura 2).

Figura 2 – Pró-Inova Região Seridó/RN:

Diagnóstico inicial coletivo da gestão da inovação

Fonte: elaboração própria a partir de (Bachmann, 2010)

Esta abordagem foi selecionada por possibilitar análise e verificação do estágio de inovação

individual e coletivo, com o objetivo de configurar um processo de benchmarking.

Conforme os resultados da avaliação inicial realizada, a Plataforma Tecnológica foi a

dimensão na qual a inovação havia recebido maior atenção pelas firmas antes de participarem

do projeto, indicando que os sistemas de produção destas MPEs serviam a mais de uma

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família de produtos e o mesmo produto ou serviço era oferecido em mais de duas versões,

para atingir mercados ou nichos diferentes.

Presença e Marca foram as dimensões nas quais a inovação se apresentou como mais crítica,

em decorrência do fato das empresas não terem procurado desenvolver novos mercados nem

canais de vendas diferentes para seus produtos nos últimos 3 anos anteriores à realização do

diagnóstico, assim como de não possuírem marca própria, ou de não tê-la registrado. Com

base nestes resultados, foram planejadas ações a serem orientadas para implantação nas

empresas, em alinhamento aos assuntos abordados em cada encontro, conforme especificação

do edital da FINEP.

Capacitacão e assessoria voltadas ao desenvolvimento da cultura da gestão da inovação

No decorrer do Pró-Inova, a capacitação ocorreu em 12 encontros de inovação e a assessoria

em 12 visitas a cada empresa, versando sobre os temas indicados pelo edital. O ambiente

interno das organizações que se propõem a ser inovadoras é muito relevante para a efetividade

do processo de implantação do novo modelo de gestão, uma vez que é nele que a nova prática

se efetivará. Quando o receptor se trata de uma PME, torna-se essencial a adoção de

estratégias e de abordagem que leve em conta as características inerentes ao tipo de empresa

(Nunes, Annansingh, Eaglestone, & Wakefield, 2006), desde a etapa preparatória do processo

(Will, 2008). Segundo (Fernie, Green, Weller, & Newcombe, 2003) propõe uma metodologia

para desenvolvimento cooperativo, pautada na adaptação do conhecimento existente no

emissor à realidade do receptor.

Com respaldo nesta base teórica, nos encontros de assessoria empresarial, foi orientada a

implantação e realizado o monitoramento de ações alinhadas à realidade de cada empresa,

visando o desenvolvimento da cultura de gestão da inovação.

Os temas dos encontros e as respectivas implantações orientadas nas assessorias seguiram o

seguinte roteiro (Tema: assessoria):

(1) Planejamento Estratégico da Inovação: criação do núcleo de inovação na empresa,

composto por profissionais responsáveis pela disseminação da cultura da gestão da inovação

entre os demais colaboradores. Os representantes deste núcleo foram as pessoas que

interagiram com os bolsistas nas consultorias, sendo obrigatória a participação do proprietário

da empresa.

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(2) Estruturação dos Recursos Humanos (RH) para a Gestão da Inovação: elaboração de plano

de inovação incremental a ser implantado na empresa, no curto prazo, em atendimento a uma

necessidade da área de RH identificada pelo núcleo de inovação.

(3) Metodologias e Ferramentas de Avaliação e Desenvolvimento de Produto e Processo:

elaboração de plano de inovação incremental a ser implantado na empresa, no curto prazo, em

atendimento a uma necessidade da área produtiva identificada pelo núcleo de inovação.

(4) Metodologias e Ferramentas de Desenvolvimento de Novos Negócios: elaboração de um

modelo de negócio conforme a metodologia CANVAS (Osterwalder & Pigneur, 2010), a ser

detalhado ao longo do Pró-Inova, para posterior captação de recursos e implantação.

(5) Metodologias e Sistemas de Inteligência Competitiva: aplicação na empresa de sistemática

para obtenção de informações necessárias ao desenvolvimento e implantação da ideia

inovadora modelada no CANVAS, composta por diversas formas de pesquisa.

(6) Estruturação do Processo de Aprendizagem: identificação das competências requeridas à

implantação do novo modelo de negócio.

(7) Estruturação de Ambientes Inovativos: identificação da presença de práticas que

caracterizam um ambiente inovativo e planejamento da implantação de novas ações que

fortaleçam a cultura da inovação na empresa.

(8) Estruturação de Sistemas de Informação para Inovação (políticas públicas e programas de

apoio à inovação): orientação para acompanhamento sistemático de programas de apoio à

inovação pela empresa, com indicação de procedimentos a adotar.

(9) Sistema de Marketing Inovador: identificação de estratégia de marketing adequada ao

negócio, ao cliente e ao produto da empresa.

(10) Prospecção Tecnológica e Ações de Gestão da Propriedade Intelectual: orientação para

verificação e registro de marcas e patentes.

(11) Sistemas de Monitoramento e Avaliação da Inovação (desenvolvimento e implementação

de indicadores): verificação dos indicadores de gestão e de inovação adotados pela empresa e

orientação para uso das informações obtidas e ampliação do escopo identificado.

(12) Sistemática de Informações sobre financiamentos para inovação (capital de risco e linhas

de crédito para fomento, pesquisa e inovação): orientação aos empresários para elaboração de

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Pitch do projeto inovador desenvolvido no programa; apresentação do projeto a potenciais

financiadores e apoiadores.

Resultados alcançados

A etapa de consultoria e aprendizado proposta pelo Pró-Inova foi concluída nas firmas

participantes do Núcleo Seridó em março de 2014, após a realização de uma reauniao para

sensibilização do grupo, 12 encontros coletivos dos empresários com especialistas e de 234

visitas de consultoria técnica individual e personalizada, totalizando 1.196 horas dedicadas à

orientação e ao suporte à adoção de práticas inovadoras pelas equipes das empresas.

Como resultados finalísticos alcançados, foram implantadas 88 iniciativas inovadoras nas 18

indústrias e 117 novas práticas estavam em fase de implantação na última consultoria

realizada.

A atividade (1) - criação de um núcleo de gestão da inovação foi implantada por todas as

participantes, por ser essencial para a realização das assessorias personalizadas. As empresas

foram orientadas para manterem as reuniões do núcleo de inovação após a conclusão do

projeto, como maneira de manter vivas as práticas adotadas e dar continuidade a futuras

inovações.

Dentre as demais praticas orientadas, a atividade (3) - plano de inovação incremental para a

área produtiva ficou em segundo lugar, ao lado da atividade (4) - metodologia CANVAS,

ambas adotadas por 11 empresas. As práticas como menor incidência de implantação

concluída foram (10) registro de marcas e patentes e (8) acompanhamento sistemático de

programas de apoio à inovação pela empresa, adotadas por 2 empresas.

Estes resultados permitem inferir o interesse dos participantes em iniciativas dirigidas ao

processo produtivo e novas ideias de negócio, assim como a necessidade de fortalecer a

consciência acerca da importância da propriedade intelectual e sobre o conhecimento a

respeito de programas de apoio a inovação.

Foram ainda elaborados 18 planos de gestão da inovação, descrevendo em detalhes o processo

de implantação das práticas recomendadas em cada empresa.

Os projetos inovadores elaborados no decorrer do Pró-Inova contemplam estabelecimento de

parceria horizontal, diversificação do ramo de atividade, mudança de mercado, mudança de

produto, agregação de valor aos produtos desenvolvidos, reestruturação da infraestrutura

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organizacional com aquisição de sede própria com layout integrado dos processos e vendas

através da rede mundial de computadores (Internet).

Gestão do projeto - práticas, oportunidades e desafios

O Pró-Inova se deparou com alguns obstáculos para obter os resultados buscados. Destacam-

se entre os desafios enfrentados o desconhecimento dos empresários sobre o tema e a baixa

incidência de práticas de gestão da inovação nas indústrias participantes, os quais limitavam o

potencial de expansão da competitividade dessas organizações.

A principal oportunidade identificada foi a abertura dos industriais para adquirirem

conhecimentos e implantarem novas práticas nas suas empresas, o que foi reforçado pelos

resultados do diagnóstico inicial de gestão da inovação. A constatação deste comportamento

por parte dos empresários de MPEs corrobora com o entendimento de (Caputo, Cucchiella,

Fratocchi, Pelagagge, & Scacchia, 2004), para quem o empenho genuíno por empresários de

MPEs na recepção de tecnologia pode ser motivado pela percepção de retornos significativos

para a empresa, baixo custo ou possibilidade de financiamento do processo, agilidade e

facilidade na implantação, caracteristicas estas presentes na abordagem utilizada pelo Pró-

Inova.

A fase de monitoramento de ações foi estruturada para estimular a participação dos

empresários ao longo de toda a iniciativa. Das 20 empresas iniciais, 18 concluíram o projeto.

Como meio para isto, foi estruturado um sistema de gestão da execução do Pró-Inova,

destinado a manter vivo o interesse dos participantes.

Os encontros de inovação foram conduzidos por distintos profissionais, possibilitando aos

empresários acesso a diversos repertórios de experiências enriquecedoras, compostos por

casos de sucesso e de fracasso.

Por outro lado, os bolsistas responsáveis pelas atividades de consultoria permaneceram

dedicados sempre às mesmas empresas, possibilitando o estabelecimento de relações de

confiança com os componentes dos núcleos de inovação.

Atribuições e rotinas foram especificadas para o bolsista coordenador e bolsistas consultores,

as quais foram cumpridas nas etapas que antecederam e procederam os encontros, assim como

nos momentos de interação em sala de aula e também nas consultorias. Um traço forte desta

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sistemática foi a intensa comunicação com os participantes, realizada por e-mails, chamadas e

mensagens telefônicas, assim como intenso diálogo nos encontros presenciais.

Os temas a serem abordados nas consultorias foram continuamente revisados e o

planejamento da sua aplicação discutido pela equipe, possibilitando a troca de experiências

entre os executores e a personalização das atividades à realidade de cada empresa.

Houve respeito pelos bolsistas às situações particulares vivenciadas pelos componentes dos

núcleos de inovação empresariais, sendo orientados encaminhamentos para questões por eles

apresentadas mas que fugiam ao escopo do Pró-Inova.

4. Conclusões e investigações futuras

Uma vez que empresários de indústrias foram motivados, mobilizados e capacitados, assim

como se realizou o diagnóstico de suas empresas e se elaborou planos e projetos de gestão da

inovação, pode-se afirmar que os objetivos estabelecidos pela FINEP para o Pró-Inova foram

alcançados pelos participantes do Núcleo Seridó/RN.

Além deste alcance, na implantação da cultura da gestão da inovação foram adotadas pelas

firmas 88 iniciativas inovadoras, encontrando-se em fase de implantação no momento de

encerramento do projeto 117 novas práticas.

O mesmo pode ser dito sobre o alcance dos objetivos do artigo, de contribuir para o

aprendizado e a difusão da inovação organizacional, apresentando uma experiência do projeto

Pró-Inova no estado do Rio Grande do Norte.

O estudo realizado estimula os pesquisadores a refletirem sobre a gestão da inovação, ao

consolidar os resultados de uma experiência prática, realizada com abordagem científica, a

qual poderá ser expandida para as demais empresas participantes do projeto no estado e no

país, propiciando maiores amplitude e aprofundamento ao tema em questão, assim como

replicada em outras iniciativas.

Recomenda-se que temas propriedade intelectual e programas de apoio a inovação recebam

maior destaque em projetos futuros, dada a sua relevância e baixo índice de adoção.

Ao serem questionados sobre a resistência a estas práticas, os empresários alegaram a

complexidade presente no Brasil para registrar marcas e patentes, assim como para

elaborarem eles próprios projetos de apoio a inovação.

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Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015.

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Os dados do diagnóstico final da presença de práticas inovativas nas empresas após a

participação do projeto se encontram em fase de elaboração. Mediante análise comparativa

com o diagnóstico inicial, poderá ser mensurada a evolução da gestão da inovação nas

empresas em cada perspectiva analisada, sendo recomendável sua publicação em um futuro

estudo.

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