portugal post novembro 2010

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Página 13 Página 9 Publicidade Bar Cod Portugal Post - Burgholzstr 43 - 44145 Do PVST Deutsche Post AG - Entgelt bezahlt K25853 ANO XVI • Nº 196 • Novembro 2010 • Publicação mensal • 2.00 € Portugal Post Verlag, Burgholzstr. 43 • 44145 Dortmund • Tel.: 0231-83 90 289 • Telefax 0231- 8390351• E Mail: [email protected] •www. portugalpost.de •K 25853 •ISSN 0340-3718 PORTUGAL POST Federação de Empresários tem nova direcção Em cima da Esq.: Simeon Ries, presidente. Maria do Rosário de Pinho Bayer e Rogério Pires, vice- presidentes e Niels Peters, tesoureiro. Página 7 Eleições Candidatos presidenciais já têm mandatários na Alemanha Cultura O “Livro”, a nova obra de José Luís Peixoto, uma reflexão sobre a emigração «O fado é o meu caminho» Entrevista com Ana Moura O Círculo de Amigos de Herigoyen festejou com individuali- dades da política, da cultura e da economia os duzentos anos da nomeação régia do arquitecto português Manuel José de Herigoyen (1746-1817) como Alto-Comissário das Obras Ré- gias da Baviera. O simpósio comemorativo teve lugar no pas- sado dia 29 de Outubro Königssaal do Palácio Montgelas, actualmente integrado no prestigiado Hotel Bayerischer Hof, em Munique com a presença do Secretário de Estado da cul- tura de Portugal. Página 3 Arquitecto português que viveu em Munique entre 1746 e 1817 homenageado por Círculo de Amigos Ana Moura está de regresso à Alemanha com um concerto na Philharmonie de Co- lónia . Vem apresentar o seu quarto álbum, «Leva-me aos Fados», numa casa com um público tradicionalmente exigente. Mas não há motivos para preocupações: a ele- vada qualidade do trabalho e da execução da artista e dos seus músicos já demonstra- ram ser garantia de sucesso mesmo em paí- ses onde o fado continua a ser considerado um género «exótico». A poucos dias do concerto de Colónia, o Portugal Post falou com Ana Moura sobre o novo álbum, o con- certo e a emoção do fado. Página 19

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Portugal Post Novembro 2010

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Page 1: Portugal Post Novembro 2010

Página 13

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Portugal Post - Burgholzstr 43 - 44145 DoPVST Deutsche Post AG - Entgelt bezahlt K25853

ANO XVI • Nº 196 • Novembro 2010 • Publicação mensal • 2.00 €

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PORTUGAL POSTFederação de Empresários tem nova direcção

Em cima da Esq.: Simeon Ries, presidente. Mariado Rosário de Pinho Bayer e Rogério Pires, vice-presidentes e Niels Peters, tesoureiro. Página 7

EleiçõesCandidatos presidenciais já têm mandatários na Alemanha

CulturaO “Livro”, a nova obra de JoséLuís Peixoto, uma reflexãosobre a emigração

«O fado é o meu caminho»

Entrevista com Ana Moura

O Círculo de Amigos de Herigoyen festejou com individuali-dades da política, da cultura e da economia os duzentos anosda nomeação régia do arquitecto português Manuel José deHerigoyen (1746-1817) como Alto-Comissário das Obras Ré-gias da Baviera. O simpósio comemorativo teve lugar no pas-sado dia 29 de Outubro Königssaal do Palácio Montgelas,actualmente integrado no prestigiado Hotel Bayerischer Hof,em Munique com a presença do Secretário de Estado da cul-tura de Portugal. Página 3

Arquitecto português que viveu em Munique entre 1746 e 1817 homenageado por Círculo de Amigos

Ana Moura está de regresso à Alemanhacom um concerto na Philharmonie de Co-lónia . Vem apresentar o seu quarto álbum,«Leva-me aos Fados», numa casa com umpúblico tradicionalmente exigente. Masnão há motivos para preocupações: a ele-vada qualidade do trabalho e da execuçãoda artista e dos seus músicos já demonstra-ram ser garantia de sucesso mesmo em paí-ses onde o fado continua a ser consideradoum género «exótico». A poucos dias doconcerto de Colónia, o Portugal Post faloucom Ana Moura sobre o novo álbum, o con-certo e a emoção do fado. Página 19

Page 2: Portugal Post Novembro 2010

PORTUGAL POST Nº 196 • Novembro 2010

EditorialMário dos Santos

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DIRECTOR: MÁRIO DOS SANTOS

REDACÇÃO E COLABORADORESCRISTINA KRIPPAHL: BONAFRANCISCO ASSUNÇÃO: BERLIMFERNANDO A. RIBEIRO: ESTUGARDAJOAQUIM PEITO: HANNOVERLUÍSA COSTA HÖLZL: MUNIQUE

CORRESPONDENTESALFREDO CARDOSO: MÜNSTERANTÓNIO HORTA: GELSENKIRCHENJOÃO FERREIRA: SINGENJORGE MARTINS RITA: ESTUGARDAJOSÉ PINTO NASCIMENTO: DÜSSELDORFKOTA NGINGAS: DORTMUNDMANUEL ABRANTES: WEILHEIM -TECKMARIA DOS ANJOS SANTOS - HAMBURGOMICHAELA AZEVEDO FERREIRA: BONAZULMIRA QUEIROZ: GROß-UMSTADT

COLUNISTASANTÓNIO JUSTO: KASSELCARLOS GONÇALVES: LISBOADORA MOURINHO: ESSENFERNANDA LEITÃO: TORONTOHELENA GOUVEIA: BONAJOSÉ EDUARDO: FRANKFURTJOSÉ VALGODE: LANGENFELDLAGOA DA SILVA: LISBOALUIS BARREIRA, LUXEMBURGOMARCO BERTOLOSO: COLÓNIAMARIA DE LURDES APEL: BRAUNSCHWEIGPAULO PISCO: LISBOARUI MENDES: AUGSBURGRUI PAZ: DÜSSELDORFTERESA COLAÇO: COLÓNIA

ASSUNTOS SOCIAISJOSÉ GOMES RODRIGUES: ASSISTENTE SOCIALCONSULTÓRIO JURIDICOCATARINA TAVARES: ADVOGADAMICHAELA A. FERREIRA: ADVOGADAMIGUEL KRAG: ADVOGADO

FOTÓGRAFOS:FERNANDO SOARESAGÊNCIAS: LUSA. DPAIMPRESSÃO: PORTUGAL POST VERLAG

REDACÇÃO, ASSINATURAS E PUBLICIDADEBURGHOLZSTR.43 - D - 44145 DORTMUNDTEL.: (0231) 83 90 289FAX: (0231) 83 90 351WWW.PORTUGALPOST.DEE MAIL: CORREIO @ FREE.DE

REGISTO LEGAL: PORTUGAL POSTJORNAL DA COMUNIDADE PORTUGUESA NA ALEMANHAISSN 0340-3718 • K 25853PROPRIEDADEPORTUGAL POST VERLAG REGISTO COMMERCIAL HRA 13654

PORTUGAL POSTAgraciado com a medalha da Liberdade e Democracia da

Assembleia da RepúblicaFundado em 1993

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ais uma vez se volta a falar aquida situação de agonia que o mo-vimento associativo vive.

Todos os meses recebemosnotícias de fecho de associações,para tristeza de muitos, a passi-vidade de outros e o desinte-

resse de uma boa percentagem dacomunidade.

Está bom de ver que o que está a ditar amorte lenta do associativismo luso aqui naAlemanha é a implacabilidade dos novostempos, isto é, as transformações sociais eculturais que as associações não acompan-ham, reflectindo um atraso que se estende,em muitos casos, às próprias pessoas que asdirigem pouco sensíveis à sua formação evalorização social e cultural.

É pena que as associações acabempouco a pouco devido a muitos factores,uma das quais tem a ver com a própriatransformação que se verifica no seio da co-munidade.

Não se pode dizer que estamos peranteum processo inevitável. Há formas alterna-

tivas de evitar o colapso, uma delas é, porexemplo, transformar as associações emcasas portuguesas com funções sociais e cul-turais bem diferentes daquelas que no pas-sado moveram as colectividades. Dizemosainda que é preciso transformar e unir, istoé, acabar com a dispersão, unir por regiõesas associações que ainda existem e apetre-cha-las de uma gestão moderna, condiçõesque podem ditar o seu futuro.

Associações tal como na maioria doscasos existem hoje tinham sentido no pas-sado longínquo. Talvez até fizessem sentidoem aldeias portuguesas onde se iria parajogar à sueca, ao dominó, beber uma “mini”e... nada mais.

Mas estamos na Alemanha. As novas ge-rações de portugueses pensam moderno e“alemão” e a sociedade é hiper desenvol-vida. Aquela ideia de que é necessário levaros jovens às associações para os atrair está-se a tornar falsa. Primeiro: os jovens nãovão lá e, segundo, se vão lá produz-se umefeito contrário ao desejado, isto é, aquelemundo não é o deles.

As associações fundadas por aquelesque hoje estão muito idosos e sem forças de-veriam ter um papel de solidariedade sociale de apoio à terceira-idade; de apoio ao en-sino da língua e cultura portuguesas; deapoio às mães, à assistência social; e teractividade culturais e recreativas onde oprazer do convívio e o fomento do conheci-mento através de actividades lúdicas contri-buísse para retirar à solidão muitos idosose não idosos, etc..

O tempo da sueca, disto e daquilo seminteresse e do truque em transformar as ins-talações em casas de pasto com o fito de an-gariar receitas para as despesas já acabou.Esse truque tem, até, trazido bastantes maisproblemas quando o fisco aparece com afactura.

É sobre esta questão que abrimos nestaedição um debate em que alguns dirigentessão chamados a depor sobre alternativas àactual forma de associativismo. Esperamosque possamos contribuir para encontrar so-luções que fortaleçam as associações,senão...

MCrise do associativismo - o eterno problema

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PORTUGAL POST Nº 196 • Novembro 2010 3ENTREVISTA

O governo português esteverepresentado por Elísio Summa-vielle, actual Secretário de Estadoda Cultura, que comparou obrilho e a glória de Herigoyencom a aura europeia de hoje dopintor-residente, António CostaPinheiro, que partilha o sol e aclaridade algarvia do Sotavento eo forte cosmopolitismo de Muni-que no Inverno.

Factor especial e decisivo foio empenho concreto e detalhadorealizado por Pedro Pires de Mi-randa, vice presidente da Sie-mens AG, que apadrinhou ecativou o evento com uma delibe-rada e dinâmica relação com oprojecto da multinacional sobre„O Desenvolvimento SustentávelUrbano“ que está a lançar atravésdos Cinco Continentes.. Era es-perada uma forte delegação por-tuguesa - com a ministra daCultura à cabeça - que ficou re-tida pelas áleas espectaculares dadiscussão do Orçamento de Es-tado para 2011. Só o presidentedo IPPAR e um representante daOrdem de Arquitectos portugue-ses acompanharam E. Summa-vielle no fim-de-semana de 29 e30 do passado mês de Outubro.

A Jornada cultural de Muni-que destacou o impacto positivoque os „líderes de opinião „ lusi-tanos têm granjeado ao longo dosanos junto da activa e multicultu-ral Comunidade Portuguesalocal. Construíram uma Liga dosAmigos do famoso arquitectoluso-alemão, onde, justamente, oconselho e a perspicácia do pin-tor Costa Pinheiro serviu de in-centivo e grande e avisadoconselho. A ideia germina há umquarto de século e só este ano seconsumou na criação de uma en-tidade cultural com vida e perso-nalidade. O consultor deempresa, José Rodrigues dosReis, o arquitecto, Pedro Castro,e o empresário José Carlos Fon-seca aglutinaram e concitaramtodas as boas-vontades e polari-zaram a Opinião Pública, mesmoa nível regional, o que não é de-spiciendo. Carlos Faria, um Lei-tor de Português da Universidade

de Munique, associou-se tam-bém à iniciativa com um saber dequase duas perfeitas décadas deintercâmbio social e cultural dealto nível.

O que sobressaiu muito doevento luso cultural de Muniquefoi a proximidade das autorida-des regionais da Baviera e a sim-patia e respeito que dispensamaos nossos compatriotas. Aimagem de Portugal está muitovalorizada pelo intercâmbio cul-tural e científico entre Portugal ea Baviera, caso único no concertonacional na Europa Continental.As Universidades e os Centros dePesquisa Científica de Muniquebem como as grandes empresas -Siemens e BMV à cabeça – rece-bem muitos estagiários e bolsei-ros portugueses todos os anos.

O exemplo do grande arqui-tecto luso-alemão, Manuel Joséde Herigoyen, nunca se apagou.Tendo nascido em Lisboa, a 4 deNovembro de 1746, Herigoyenpermaneceu alguns anos naCorte Portuguesa que o reinadode D. José I interrompeu parasempre, por causa da polémicapolítica reformista muito forte doMarquês de Pombal. Segundorezam os historiadores, o grandeterramoto de Lisboa (1755) cau-sou uma impressão decisivaneste jovem, educado no seio dacorte: os anos seguintes, os deuma reconstrução maciça e mo-

derna da capital lusitana, contri-buíram muito para desenvolver oseu talento precoce.

Depois de uma curta estadiana terra dos avós paternos, Bay-onne, foi estudar Arquitectura eMatemática para Paris. Comple-tou os seus estudos em Viena,onde construiu os seus primeiros

edifícios e viveu como represen-tante militar da Renânia-Palati-nado na Inglaterra e na Holanda.Manuel d´Herigoyen foi no-meado em 1798 arquitecto dacorte e encontrou em Aschaffen-burg um campo de actividadeque veio ao encontro das suas in-clinações. Ainda nos anos da sua

residência em Mainz, Herigoyenlevou a cabo a reconstrução docastelo de Johannisburg, que sóveio a ser concluída na transiçãodo século. Especial enlevo consa-grou aos arranjos paisagísticosdo parque e castelo na quase-ilhade Schönbusch, mesmo emfrente de Aschaffenburg.

Comunidade lusa de Munique valoriza  e aposta na cooperação cultural com a BavieraO Círculo dos Amigos do ar-quitecto Manuel José Heri-goyen(1746/1817), o governoregional da Baviera e a Sie-mens AG uniram esforços elevaram a cabo um Simpósioem honra do célebre luso-alemão, de que ainda hoje sepodem ver algumas „ obras „nos jardins e imóveis de vultoda capital bávara.

F.A.Ribeiro, em Munique

Valorizar a comunidade lusa em Munique foi o motivo do simpósio. Foto: Marion Vogel

O acontecimento cultural de Muni-que - a homenagem ao arquitectoluso-alemão M.José Herigoyen-de-monstra duas grandes verdades.Concretas, incontornáveis e positi-vas: A Cultura- livre-totalmentelivre, multicultural e cosmopolita éum factor de intercâmbio e inteli-gência superior dos povos e Comu-nidades. A 29 e 30 de Outubropassados. a Comunidade lusa da ca-pital da Baviera mostrou comoandar para a frente. Com justo sen-tido e entreajuda. Com garra e brio:encheu o magnífico terrazo doFórum da Siemens com a nata dasociedade alemã e lusitana resi-dente. Todos se empenharam em

realçar a ousadia, bravura e génio do Manuel José de Herigoyen. E todos celebraram e brindaram em honrade António Costa Pinheiro, o grande pintor português da Europa do séc.XXI, vivo, feroz e despreocupadoque se passeava entre nós, a contar as suas fortes histórias de Paris, Lisboa, Porto e Munique. F.A.R.

As armas da verdadeira culturaUm espectáculo só tem sentido através de uma Cultura, uma Civilização, umaaprendizagem. A. Saint-Exupéry.(In Terre des Hommes )

Page 4: Portugal Post Novembro 2010

PORTUGAL POST Nº 196 • Novembro 20104

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NACIONAL & COMUNIDADES

Sindicato Trabalhadores Consula-res anuncia adesão à greve Os tra-balhadores dos consulados emissões diplomáticas portuguesasvão aderir à greve geral convocadapelas duas centrais sindicais por-tugueses para o próximo dia 24 denovembro, disse fonte sindical.

Jorge Veludo, secretário geraldo Sindicato dos TrabalhadoresConsulares e das Missões Diplo-máticas (STCDE), salientou queem causa estão as promoções quedeixaram de ser feitas a partir de1999 e o congelamento, desde2004, das progressões na carreira.

“Isto é perfeitamente insusten-tável. É a política socialista quetemos, mas que não pode ser

aceite de modo nenhum com a fa-cilidade com que o Governo achaque este é o caminho único: tirar aquem trabalha”, acrescentou.

Aquele dirigente sindical con-siderou ainda possível que os tra-balhadores consulares venham apronunciar-se de “forma maisdura”, porque, frisou: “aquilo aque estão a sujeitar-nos é aindamais duro do que a situação geraldos nossos colegas na Administra-ção Pública”.

“Isto é perfeitamente insusten-tável. Não pode deixar de mereceruma resposta que será aquilo queos trabalhadores quiserem e quecom certeza vai ser aderir, pelomenos, à greve geral”, assegurou.

Esta redução é justificada, naproposta de Orçamento para 2011entregue na Assembleia da Repú-blica, como „medida de contençãoda despesa pública no agrupa-mento económico afecto aos en-cargos com o pessoal“.

A promoção da língua conti-nua no centro da política do Insti-tuto Camões, que aponta para umreforço da oferta de cursos no ex-terior e o incentivo a parcerias pu-blico-privadas também nestecampo.

Esta é a principal linha de açãoapontada na proposta de Orça-mento, no capítulo referente à po-

lítica cultural externa a desenvol-ver pelo Ministério dos NegóciosEstrangeiros através do InstitutoCamões.

Como nos outros setores, aorientação é no sentido de racio-nalizar o investimento e potenciaros recursos disponíveis.

As linhas gerais da política de-finida para o Instituto Camõesvêm na sequência da política de-senvolvida em 2010, nomeada-mente com a estratégia da“intervenção por blocos regio-nais”.

É proposto o reforço da articu-lação da diplomacia cultural coma diplomacia económica, “emlinha com a crescente importânciado peso das indústrias culturais naeconomia e do valor económico dalíngua portuguesa para a interna-cionalização do país”.

A promoção da língua seráfeita através do ensino, quer na

tradicional rede nos níveis básicoe secundário, a envolver as comu-nidades portuguesas, quer no re-forço nas universidades e outrasinstituições, para responder à“crescente procura do portuguêscomo língua internacional”.

Esta entrada no mercado daslínguas envolve a possibilidade dacriação de centros de língua por-tuguesa em parcerias público-pri-vadas, à semelhança do que foirecentemente criado em Milão.

No domínio da cultura, o Or-çamento mantém o objetivo de,até 2013, reforçar a presença por-tuguesa nas diferentes manifesta-ções artísticas internacionais,através da criação e qualificaçãode uma rede de centros culturais.Esta ação deverá ser desenvolvidade uma forma concertada com ou-tros departamentos do estado, ecom entidades públicas ou priva-das.

Orçamento de Estado 2011:

Instituto Camões perde oito por cento da verba de 2010O orçamento para o Insti-tuto Camões sofre um cortede oito por cento em relaçãoà estimativa da execução de2010, passando de 44 para40,5 milhões de euros.

Consulados:

Sindicato Trabalhadores Consulares anunciaadesão à greve geral de 24 de Novembro

A Câmara luso-alemã trouxe em-presários portugueses à Alema-nha em Outubro paraconhecerem algumas das últimassoluções de eficiência energéticapara a indústria.

A Câmara de Comércio e In-dústria Luso-Alemã realizou de12 a 15 do passado mês de Outu-bro de Outubro uma missão co-mercial à Alemanha, paradivulgar aos empresários portu-gueses algumas das mais recentessoluções para a eficiência energé-tica na indústria.

A missão visitou oito empre-sas alemãs na cidade de Estu-garda. Entre os produtos em focona visita dos empresários portu-gueses foram motores eléctricos,sistemas de produção de calor efrio e de compressão e ventilação,bombas, iluminação, entre ou-

tros. A Câmara Luso-Alemã lembra

que „a Alemanha constitui umareferência internacional pelo re-duzido consumo energético dasua produção industrial“ e que„nos últimos trinta anos o paísconseguiu baixar a energia utili-zada para cada unidade produ-zida em cerca de 30%“.

„Esta missão comercial per-mite aos empresários conhece-rem as mais recentes soluçõespara reduzir os custos da facturaenergética e ganharem uma pa-norâmica geral sobre as oportuni-dades de poupança nastecnologias transversais, além deterem a oportunidade de falaremcom especialistas sobre a situaçãoindividual da sua empresa“, re-fere a mesma entidade, em comu-nicado.

Câmara luso-alemã promoveu missãocomercial a Estugarda

O diário “Correio da Manhã”(CM) revelou que há 220 jorgado-res emigrantes espalhado pelasmais variadas equipas do mundo.

Revela o diário lisboeta que osfutebolistas portugueses nãofogem à tradição nacional de ras-gar fronteiras em busca de novase melhores oportunidades. O din-heiro é a principal motivação –Cristiano Ronaldo ganha no RealMadrid, entre salários e prémios,30 milhões de euros por ano, quefazem dele o terceiro futebolistamais bem pago do Globo.

O CM descobre um futebolistaluso no outro lado do Mundo,geograficamente e na conta finan-ceira, também há um português:

chama-se Fangueiro, é extremo,destacou-se no V. Guimarães e noGil Vicente e agora actua no TopHanoi.

Numa Liga portuguesa muito‘estrangeirizada’, o mercado na-cional está saturado, disse ao CMJoão Vieira Pinto, vice-presidentedo Sindicato de Jogadores. „Hámuitos jogadores que emigrarampor não terem encontrado clubespara actuar em Portugal. É um re-flexo da economia em que vive-

mos e da Lei Bosman, que permi-tiu a abertura de fronteiras. Mui-tos dos jogadores que andam peloChipre e outras Ligas de menorexpressão aos olhos dos portugue-ses não tiveram mercado em Por-tugal.

O antigo jogador internacionaldiz que o dinheiro nem sempre ex-plica as mudanças radicais na vidados atletas, e dá o seu caso. „Euposso dizer que quando comecei acarreira ganhava pouco menos do

Portugueses no Mundo:

220 emigrantes futebolistas

Nani,uma das estrelas do futebol mundial

que quando a terminei, vinte anosdepois, no Boavista“, afirmou oex-internacional português eagora dirigente.

Mas João Pinto também re-conhece que há, por exemplo, di-versos clubes na II Liga espanholaque pagam muito melhor do queequipas portuguesas da I Liga.Esta realidade do êxodo de futebo-listas portugueses do nosso cam-peonato é lamentada por JoãoPinto. „Nada tenho contra osestrangeiros, até porque tambémhá jogadores portugueses a actuarno estrangeiro. Mas é preciso cui-dado“, disse o dirigente do sindi-cato, salientando a boa qualidadedos futebolistas portugueses.„Muitos dos que estão fora po-diam estar a jogar em Portugal. Ojogador português tem valor, maseste êxodo reflecte muito da con-juntura internacional. Há equipasinglesas sem jogadores ingleses,só para dar um exemplo“, disseJoão Vieira Pinto ao CM.

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Page 5: Portugal Post Novembro 2010

PORTUGAL POST Nº 196 • Novembro 2010 5NOTÍCIAS

Os veículos pesados de matrículasestrangeiras que optem pelo dis-positivo temporário para circularnas antigas SCUT têm de pagar,pelo menos, 100 euros de três emtrês meses, já que eventuais saldosnão transitam de um carrega-mento para o outro.

“Um pesado estrangeiro temde carregar 100 euros de 90 em 90dias. O carregamento é válido ape-nas para esse prazo. No final decada carregamento, perde auto-maticamente direito ao dinheiroque entretanto não tiver gasto”,explicou fonte dos CTT.

Esta “novidade” apanhou des-prevenidos alguns automobilistas

espanhóis, que estavam convenci-dos de que os saldos acumulariam.

“É, realmente, impressio-nante. É roubar o mais quepodem. Obrigam-nos a comprareste aparelho e obrigam-nos a gas-tar pelo menos 100 euros de trêsem três meses. Mas onde é que jáse viu uma coisa destas?”, insur-gia-se Carlos Padin, oriundo dePontevedra, na Galiza.

Os carregamentos para os pe-sados estrangeiros que optem pelodispositivo temporário são de 100euros de três em três meses, bai-xando o valor para metade no casodos ligeiros.

“É muito dinheiro, muito di-

nheiro”, desabafava Rui Marques,português há oito anos radicadona Galiza. Os dispositivos tempo-rários para estrangeiros estavam aser vendidos num posto de atendi-mento dos Correios montado “deemergência” na estação de serviçoda A28 em Neiva, Viana do Cas-telo.

Os estrangeiros podem aindaoptar por um dispositivo da ViaVerde, indicado para os utilizado-res regulares.

“Não sabíamos de nada, vínha-mos cheios de dúvidas. Há umaenorme confusão e uma grandefalta de informação”, queixou-seCarlos Padin.

SCUT: Estrangeiros obrigados a carregar 100 euros de três em três meses, eventuais saldos não acumulam

A Lei Eleitoral para o Presidenteda República vai ser alterada e asmudanças deverão entrar emvigor já no escrutínio do próximodia 23 de Janeiro, foi decidido naAssembleia da República.

As mudanças mais significati-vas têm a ver com a redução detrês para dois dias de votação doseleitores residentes fora do terri-tório nacional e a fixação em 5000eleitores do número mínimo paraa criação de assembleias de voto,quando anteriormente aquele li-mite era de 1000 eleitores.

Durante o debate realizado naComissão de Assuntos Constitu-cionais, Direitos, Liberdades eGarantias, as bancadas parlamen-tares do PS, PSD e CDS-PP anteci-param que vão votarfavoravelmente o texto no plená-rio, em data ainda a fixar, en-quanto o PCP e o Bloco deEsquerda anunciaram que votarãocontra.

No final dos trabalhos, o depu-tado Paulo Pisco (PS) disse que asalterações aprovadas são “um in-centivo à participação nas eleiçõespara a Presidência da República”,que juntamente com as legisla-tivas são escrutínios que, recon-heceu, são marcados por“elevadíssima abstenção”

Hugo Velosa (PSD), por seulado, destacou a uniformizaçãodos regimes eleitorais em que sãochamados a participar os emig-rantes portugueses.

“Existiam vários regimes paraos processos eleitorais para osportugueses residentes no estran-geiro e o processo para o Presi-dente da República seguia regrasque já não condiziam com as ou-tras. O objetivo do que aqui se fez,independentemente de haveragora um processo eleitoral ounão, é haver regimes iguais para

todas as eleições”, frisou.O deputado social-democrata

rejeitou, por outro lado, as alega-ções dos deputados comunistas edo Bloco de Esquerda, defen-dendo que as alterações “não fa-vorecem ninguém”.

Nuno Magalhães (CDS-PP)saudou as alterações aprovadas, esustentou que as mesmas “satisfa-zem o interesse que deve ser detodos e que é a promoção da par-ticipação eleitoral, nomeadamentede portugueses que são nossosconcidadãos e que não residem noterritório nacional”.

Em sentido contrário pronun-ciaram-se António Filipe (PCP) eLuís Fazenda (BE).

“Não estamos em momento dealterar a Lei Eleitoral para o Pre-sidente da República, e é essa anossa objecção de fundo”, disse odeputado comunista.

O facto das presidenciais esta-rem já marcadas e a legislação quevier a ser aprovada em votaçãofina global no plenário ser depoispromulgada pelo atual chefe deEstado, merece as maiores reser-vas do PCP.

“Estamos com eleições marca-das. Estamos precisamente a trêsmeses de eleições, e esta legisla-ção, a ser aprovada em votaçãofinal, vai ser promulgada pelo Pre-sidente da República que já é can-didato e tem eleições marcadas.Não é altura”, vincou.

Luís Fazenda disse que apenaspode estar satisfeito pelo facto damaior parte dos emigrantes portu-gueses poder vir a votar nas presi-denciais e, referindo-se ao PS ePSD, recordou que “há muitotempo que os partidos políticosque têm deputados eleitos peloscírculos da emigração poderiamter suscitado a questão”.PP com Lusa

Lei eleitoral para Presidente da República vai ser alterada

Comunidades:

As transferências correntes comos Países Africanos de Língua Ofi-cial Portuguesa (PALOP) tiveram,pela primeira vez, em 2009, umsaldo positivo para Portugal de67,1 milhões euros, sustentadopelas remessas de emigrantes por-tugueses em Angola, revelou estasegunda-feira o Banco de Portu-gal.

No total, incluindo PALOP eTimor-Leste, o volume de remes-sas líquidas atingiu 67,1 milhõesde euros, sendo que emigrantesportugueses enviaram para o país109,1 milhões de euros, enquantoas remessas dos imigrantes foramde 42 milhões de euros.

Este valor traduz uma subidade 130 por cento face a 2008,quando o volume de remessas lí-quidas tinha sido ainda negativopara Portugal em 6,4 milhões de

euros. A grande evolução deu-se nas

remessas de emigrantes portugue-ses em Angola, que atingiram os103,5 milhões de euros (70,9 mil-hões de euros em 2008), en-quanto os imigrantes as remessasde imigrantes angolanos em Por-tugal foram de 12,3 milhões deeuros (13,1 milhões de euros em2008).

Em 2005, o saldo foi negativopara Portugal em 35,4 milhões deeuros, tendo vindo a melhorardesde então até atingir em 2009,pela primeira vez como referido,um saldo positivo.

Os dados são do relatóriosobre a evolução das economiasdos PALOP e Timor-Leste, e rela-ções comerciais e balanças de pa-gamentos de Portugal com estespaíses.

Emigrantes enviam 109,1 milhões deeuros para Portugal

PALOP

O Partido Social-Democrata(PSD) remeteu ao PP um comuni-cado em que manifesta preocupa-ção sobre a situação do ensino deportuguês na Alemanha e, comoadianta, “tomou medidas para quesejam resolvidos, o mais rapida-mente possível, as actuais situa-ções de falta de professores e salasde aulas para os cursos de língua ecultura portuguesas”.

O PSD diz que “com a passa-gem da responsabilidade do en-sino de português no estrangeirodo Ministério da Educação para oInstituto Camões, sem ter sidodado a este os meios necessáriospara a resolução de muitos proble-mas e como não se acautelaram si-tuações, com a substituição decoordenadores, fecho de secçõesde apoio ao ensino nos consuladosetc. gerou-se uma acomulação deproblemas que, no caso da Ale-manha, a nova coordenadora, pes-soa competente, não poderesolver com a brevidade quetodos desejamos, pois sem meiosnão há resultados”.

Sem poder “culpar quem nãotem culpa”, o PSD remeteu o as-sunto para a Assembleia da Repú-blica, ao cuidado do deputados doPSD pela Europa, Carlos Gonçal-

ves e, fora de Europa, José Cesá-rio, “que já solicitaram ao Minis-tro dos Negócios Estrangeirosesclarecimentos sobre o que seestá a passar”.

“Não aceitamos que tantas cri-anças e jovens portugueses, umagrande mais valia para Portugal,não tenham aquilo a que têm di-reito, o ensino de português”, de-nuncia o partido de Pedro PassosCoelho..

“Estamos, pois, atentos aoproblema, não deixaremos passardespercebido e lutaremos, emconjunto com os pais e encarrega-dos de educação, pela resoluçãodeste problema, que depois de al-guns anos de normalidade voltouà confusão”, conclui o comuni-cado.

PSD-Alemanha diz que Coordenação do Ensino em Berlimnão tem meios para resolver as situaçõesPublicidade

”Coordenador do ensino em Berlim,Sílvia Melo, é competente”, diz PSD

Page 6: Portugal Post Novembro 2010

6 PORTUGAL POST Nº 196 • Novembro 2010

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Christian Wulff, ainda no primeirodia de visita ao país amigo, falatexto claro. Perante o Parlamentoturco em Ankara começou porlouvar a produtividade dos pri-meiros trabalhadores imigrantes,passando depois a referir os pro-blemas da integração dos descen-dentes turcos na sociedade alemã:“É importante que nomeemos osnossos problemas com clareza. Aeles pertencem persistir na ajudaestatal, nas quotas de criminali-dade, atitude macho, recusa deformação e de produtividade (tra-balho e rendimento) ”.

Com este discurso, o presi-dente mostra aquilo em que osturcos sobressaem na Alemanha.Enquanto a juventude turca naTurquia se revela activa e interes-sada na formação e produtividade,na Alemanha manifesta-se comorecusadora da mesma dinâmica.

De notar que na Turquia a juven-tude não se pode encostar à provi-dência do Estado.

Além disso instruiu os parla-mentares dizendo que “sem dú-vida, o cristianismo faz parte daTurquia”. Apelou indirectamentepara a importância da reciproci-dade bilateral ao dizer que os mu-

çulmanos na Alemanha podiam“praticar a sua fé em ambientes di-gnos”, referindo-se às muitas mes-quitas na Alemanha. Defende osmesmos Direitos para Cristãos. AAlemanha “espera que cristãostenham em países islâmicos omesmo direito de viver a sua fé empúblico, de formar nova geração

de teólogos e de construir igrejas”.De facto na Turquia, e pior aindanoutros países islâmicos, as admi-nistrações locais e o povo impe-dem a construção de igrejas e arestauração de igrejas antigas; oestado não permite a formação depadres na Turquia; e os cristãossão discriminados na sociedade e

na administração. São identifica-dos através dum número caracte-rístico para cristãos no bilhete deidentidade, de modo a não pode-rem assumir postos representati-vos ou de confiança no aparelhodo estado. A política de repressãodos cristãos conseguiu reduzir naregião, nos últimos 100 anos, a po-pulação cristã de 25% para umaquota ridícula que não atinge jánúmeros inteiros na escala per-centual ficando-se numa repre-sentação de pró mil!

Revelador da dificuldade dodiálogo com uma grande maioriada comunidade turca na Ale-manha é o facto de o Presidentealemão ter de optar por falar naTurquia para poder ser ouvidopelos turcos na Alemanha. De mo-mento a única maneira que os po-líticos têm de fazer chegar a suamensagem à comunidade turca naAlemanha é falar a partir da Tur-quia.

O facto de a Alemanha poderfalar abertamente na Turquia re-vela não só um sinal da mentali-dade franca e rectilínea alemã mastambém um indício de que a Tur-quia se torna mais madura social-mente.

OpiniãoAntónio Justo

Presidente alemão fala Texto claro no Parlamento Turco

Integração e liberdade religiosa um problema árabeO presidente alemão, em vi-sita de cinco dias à Turquia,expressa dois temas quepreocupam a Europa: o pro-blema da integração de tur-cos e árabes e o problema daliberdade religiosa.

Page 7: Portugal Post Novembro 2010

PORTUGAL POST Nº 196 • Novembro 2010 7COMUNDADES-ALEMANHA

O candidato comunista à Presi-dência da República FranciscoLopes passou pela Alemanha paracontactar os portugueses em en-contros tidos em associações emDüsseldorf e Hilden.A deslocação, que aconteceu nopassado dia 8 de Outubro, serviu

para um debate na AssociaçãoPortuguesa Sanjorgense (Düssel-dorf) com representantes da Co-munidade Portuguesa daquelaregião no qual participaram diri-gentes associativos, membros decomissões de pais, conselheirosdas comunidades e do conselho

Candidato comunista às presidenciais visitou a Alemanha

Presidenciais

Francisco Costa, à direita, em conversa com portugueses numa associação

consular, professores e outrosmembros destacados da comuni-dade portuguesa. Foram debatidos problemas queafectam a comunidade, com des-taque para o agravamento da si-tuação do ensino do português e afalta de apoio do Governo e do Es-tado português ao movimento as-sociativo. À noite realizou um jantar no Cen-tro Português de Hilden com aparticipação de dezenas deapoiantes onde Francisco Lopes,acompanhado de Rosa Rabiais,responsável pelo sector da emigra-ção do PCP, explicou as razões dasua candidatura à Presidência daRepública no contexto da grave si-tuação que se vive em Portugal. No início do jantar, o Candidatofoi saudado por Luciano Caetanoda Rosa em nome da Organizaçãodo PCP na Alemanha.

Nelson Rodrigues, mandatáriopara a Alemanha do candidatopresidencial Manuel Alegre (vernotícia na página 9), anunciou emnota enviada ao PP a criação deuma comissão de apoio “com indi-vidualidades civis, de norte a sulda Alemanha”, individualidadesestas com reputação entre os por-tugueses na Alemanha. Nelson Rodrigues aponta as re-giões de Estugarda e Hamburgocomo áreas de onde vão surgirnomes para a composição da co-missão.

No comunicado enviado aoPP, Nelson Rodrigues recorda queaceitou ser mandatário porque,diz, defende os mesmos valores deManuel Alegre: solidariedade so-cial, a liberdade de pensamento eespírito crítico perante o poder

neoliberal e financeiro da actuali-dade”.

Nelson Rodrigues adianta que“temos que fazer frente ao labi-rinto financeiro e impedir uma re-signação política. A direita à voltade Cavaco Silva rebaixam-se aessas forças do mercado finan-ceiro”

“Manuel Alegre “é conse-quente e realista. Sem medos ecom a coragem necessária. É umhomem da palavra e com grandesvalores”, adianta o mandatário

Nelson Rodrigues recorda queo candidato Manuel Alegre diri-giu-se recentemente às comunida-des dizendo que se candidata paralevar a cabo o cumprimento doprojecto que está inscrito na Con-stituição: “uma República mo-derna, com liberdades e garantias

individuais, com direitos sociaisinseparáveis dos direitos políticose que continue a assegurar os di-reitos dos portugueses que resi-dem e trabalham no estrangeiro”

Nelson Rodrigues, de 49 anosde idade, estudou Sociologia, Ger-mânicas e jornalismo nas Univer-sidades de Mainz e Münster, éfilho de emigrantes e diz-se“membro da segunda geração”.Trabalha desde 1988 como assis-tente social da Cáritas para os por-tugueseses. Chefia também oDepartamento de Migrações e deIntegração das Cáritas de Rheine,na Vestefália. Foi ainda um dosimpulsionadores da geminaçãoentre as cidades de Rheine e Lei-ria. Desde 1987 ocupa diferenteslugares políticos na autarquia deRheine e no Distrito de Steinfurt.

Mandatário de Manuel Alegre na Alemanha anuncia criação de comissão de apoio ao candidato A Federação de Empresários Por-

tugueses na Alemanha (VerbandPortugiesischer Unternehmen inDeutschland e.V. - VPU), reuniu asua assembleia-geral no passadodia 8 de Outubro para eleger osseus novos corpos gerentes.

Reconduzido no cargo de Pre-sidente da agremiação empresa-rial fundada em 1996 por DuarteBranco, Simeon Ries volta a diri-gir os destinos da VPU desta vezacompanhado por novos vice-pre-sidentes, tais como Rogério Pires,responsável na Alemanha pelobanco Santander Totta, e aindapelos advogados Maria do Rosáriode Pinho Bayer e Niels Peters,entre outros.

A nova direcção da VPU, man-datada por um período de doisanos, chamou a si alguns dos ob-jectivos a concretizar no seu man-dato. O reforço de parcerias,concretamente com entidades na-cionais, é uma das apostas da novadirecção

O presidente Simeon Ries e osrestantes membros da nova direc-ção manifestaram o desejo emcontinuar a empenhar-se na tarefareforçar a sua base de sócios demodo a alargar a plataforma decontactos que tem vindo a ser pro-porcionada aos seus associados.Apenas assim se pode fazer jus aopapel de organização represen-

tante do empresariado. Para tal depositam especial

confiança numa boa rede de par-ceiros, da qual fazem parte o con-selho consultivo da VPU, comosejam, a AICEP Portugal Global,a Embaixada de Portugal em Ber-lim e a Embaixada da Alemanhaem Lisboa, o grupo parlamentarluso-alemão e, ainda, as empresasportuguesas na Alemanha, bemcomo e as empresas alemãs emPortugal.

A continuação da cooperaçãosobretudo com a União dos Em-presários das PME de Portugal(UEMPE) e com outras federaçõesempresariais na Alemanha, será,igualmente fomentada.

Outro dos objectivos destanova equipa é o desenvolvimentoe a implementação de novos pro-jectos a nível comunitário.

Por último, o recém-eleito pre-sidente da VPU convida todos osempresários portugueses na Ale-manha a tornarem-se sócios daVPU. Simeon Ries diz que umadas vantagens em ser sócio daVPU é a possibilidade de acesso auma vasta plataforma de con-tactos de empresas alemãs e por-tuguesas, sendo este um excelentemeio de divulgação para estabele-cer contactos comerciais e trocade experiências. Michaela Ferreira dos Santos

Constituição dos novos corpos gerentes daVPU

Dr. Simeon Ries (Presidente), FrankfurtMaria do Rosário de Pinho Bayer (Vice-Presidente), BerlimRogério Pires (Vice-Presidente), ColóniaNiels Peters (Vice-Tesoureiro), WuppertalOutros membros da Direcção: António Vasconcelos (Ham-burgo), Augusto Ramos (Colónia),Dr. Carla Batuca-Branco(Bona), Michaela Ferreira dos Santos (Colónia), Nuno Men-doça (Munique), Paulo Amaral (Porto).

Federação de Empresários Portugueses na Alemanha elege novadirecção

Em cima da Esq.: Simeon Ries, presidente. Maria do Rosário de Pinho Bayer, Rogério Pires, vice-presidentes, e Niels Peters, tesoureiro.

Mais uma associação portuguesaque fecha as suas portas à comu-nidade. Trata do Lar dos Portu-gueses em Ludwigsburg que põeum ponto final numa história commais de 40 anos de uma das maisantigas e fortes casas portuguesasdo estado de Baden- Württem-berg. Esta associação até ao seufecho albergou um rancho Folcló-rico com o mesmo nome e umaequipa de futebol (Águias de Lud-wigsburg) que era até bastante co-nhecida a nivel futebolistico emBaden- Württemberg. Nos últimosanos esta casa portuguesa vinha-se debatendo com os habituaisproblemas com que muitas asso-ciações se debatem. Problemasque, embora não sejam complica-dos, custam em muitos dos casosa resolverem por falta de recursos.

No entanto, o Lar dos Portuguesesdebatia-se com a falta de condi-ções para acolher as pessoas du-rante o Inverno. A juntar adeficiências que tinham a ver comas instalações que era tudo menos

O fim do Lar dos portugueses de Ludwigsburg acolhedor e simpático, existiamainda problemas em suportar oselevados custos mensais de manu-tenção.

De lamentar o algum desinte-resse dos dirigentes desta colecti-vidade ao não terem elaboradoatempadamente uma equipa detrabalho que pudesse eventual-mente ter encontrado uma solu-ção para resolver alguns dosproblemas existentes evitandoassim o fecho desta colectividade.Igualmente, é também de lamen-tar que os cerca de 100 associadostivessem mostrado pouco inte-resse no campo do associativismonão sendo capazes de encontrarum grupo de futuros dirigentes ca-pazes e interessados na continua-ção e preservação desta tradição. Jorge Rita, correspondente

Page 8: Portugal Post Novembro 2010

PORTUGAL POST Nº 196 • Novembro 20108 COMUNIDADE - ALEMANHA

Caros Leitores,O PORTUGAL POST exorta os seus leitores a sugeriram temas que digam respeito à comunidade lusa na Alemanha e que gostariam dever tratados nas páginas do nosso jornal

“Dixit

“O português residente no estrangeiro éfundamental para a TAP, mais do que eupróprio imaginava”(...) O português residente no estran-geiro é uma das bases mais sólidas quenós temos e de cada vez que se estuda apossibilidade de uma nova ligação

aérea, começamos sempre por avaliar a densidade da comunidade portuguesa aíresidente.Toda a vez que pensamos em aumentar os serviços avalia-se sempre a possibilidadede adesão dos portugueses das comunidades. O residente no estrangeiro é um com-ponente fundamental na operação da TAP, e, sinceramente é-o bastante mais doque eu próprio imaginava (...)

In Extracto da entrevista concedida ao Emigrante/Mundo Português a 6 deNovembro de 2009

Palavras sempreactuais

Para esclarecimento da Comu-nidade Portuguesa na Baviera,informa-se de que se estão aprocessar, conforme previsto enos termos do RegulamentoConsular português, as perma-nências consulares em Muni-que.

Dada a cessação de funçõesdo anterior titular do Consu-lado Honorário em Munique,ocorrida em Abril findo, resul-tou necessário, até ao presentemomento, recorrer à MissãoCatólica de Munique para arealização das referidas perma-nências. Contudo, a partir deagora e até à futura nomeaçãode um novo titular para aqueleposto honorário, aquele serviçoconsular realizar-se-á na Tech-nischen Rathaus, sita na Frie-denstrasse 40, 81660 München.Assim, e até ao final de 2010, apróxima permanência terálugar naquelas instalações, nodia 11 de Novembro, entre as10h00 e as 16h00 (serão breve-mente comunicadas as dataspara 2011).

O técnico de serviço socialdeste Consulado-Geral estará,por conseguinte, disponívelpara atendimento do públiconaquele local, quer para efeitosde apoio social, quer comoemissário deste posto consularpara o reconhecimento presen-cial de assinaturas e de procu-rações nas suas mais variadasformas. Recorda-se, ainda, quea instrução de pedidos decartão de cidadão e de passa-porte requer a deslocação dosrespetivos impetrantes residen-tes no Bade-Vurtemberga e naBaviera ao Consulado-Geral emEstugarda.

Manuel Gomes SamuelCônsul-Geral de Portugal emEstugarda

EsclarecimentoCom pedido de publicação

A Embaixada de Portugal emBerlim informa que, nos termosdo nº 1 do artigo 6º do DL227/2005, de 28 de Dezembro,a concessão de equivalência dashabilitações de sistemas educa-tivos estrangeiros ao sistemaportuguês de nível básico e se-cundário é da competência doestabelecimento de ensino por-tuguês que se pretende frequen-tar.

A Coordenação do EnsinoPortuguês e os Postos Consula-res na Alemanha não possuem,portanto, competência paraemitir declarações de equivalên-cia de habilitações do sistemaeducativo alemão.

A intervenção dos PostosConsulares na instrução do pe-dido de equivalência encontra-se regulada no nº 2 do artigo 7º,

que dispõe que, “o requerimentoé acompanhado dos documen-tos comprovativos das habilita-ções devidamente traduzidos,quando redigidos em línguaestrangeira, e autenticados pelaEmbaixada ou Consulado dePortugal, ou pela Embaixada eConsulado do país estrangeiroem Portugal, ou com a apostilhapara os países que aderiram àConvenção da Haia, de 5 de Ou-tubro de 1961”.

Tal significa que, no que re-speita às atribuições dos PostosConsulares na Alemanha nestamatéria, apenas a autenticaçãodos documentos comprovativosde habilitações releva da suacompetência. Dita autenticaçãonão releva, portanto, das com-petências da Coordenação doEnsino Português.

Informação da EmbaixadaEquivalência das habilitações

O Diário da República publicoua listagem de subsídios atribuí-dos a associações pela Direcção-Geral dos Assuntos Consulares edas Comunidades Portuguesasde Janeiro a Junho de 2010.

Vista no pormenor, apenasuma colectividade lusa na Ale-manha foi contemplada. Trata-se, neste caso, do CentroPortuguês de Braunschweig querecebeu € 3.200 para promoveras comemorações do 30º aniver-sário.

Noutro âmbito, o Diário daRepública, divulga que foramatribuídos € 2.250 para visita deestudo aos Cursos de Língua eCultura Portuguesas de Neuss.

Centro Português de Brauschweig contemplado comsubsídio

PP -Durante estesquase quatro anos demissão neste país,que iniciativas tomoua Embaixada para

ajudar a minorar as dificul-dades que o movimento asso-ciativo dos portuguesesatravessa? Visitou algumavez uma associação de Portu-gueses para se inteirarpessoalmente dessa preocu-pação dos nossos compatrio-tas?

Embaixador - A Embaixada eos Postos Consulares na Ale-manha dedicam permanente aten-ção a todos os assuntos que dizemrespeito à Comunidade portu-guesa neste país e assim, natural-mente, também às questõesatinentes ao associativismo.

Constatamos que na Ale-manha, como um pouco por todaa Europa, o movimento associa-tivo, nos moldes tradicionais queconhecemos, tem enfraquecido.Diversos factores, entre os quais ogeracional, bem como as diferen-tes perspectivas e novos interessesdas camadas mais jovens, e o factodas nossas Comunidades estaremcada vez mais bem integradas nassociedades que as acolhem,podem contribuir para este fenó-meno. Esta situação tem sidoacompanhada com atenção pelaEmbaixada e pelos Postos Consu-lares e também tem sido abordada

no âmbito das nossas reuniões pe-riódicas com os Senhores Consel-heiros para as ComunidadesPortuguesas na Alemanha.

É do conhecimento das Comu-nidades que existe a possibilidadede acesso a apoios nacionais, de-signadamente da Direcção-Geraldos Assuntos Consulares e das Co-munidades Portuguesas do Minis-tério dos Negócios Estrangeiros,que visam incentivar iniciativas deassociativismo, desde que preen-chidos os requisitos necessários.

Não posso deixar de felicitar osesforços desenvolvidos por algu-mas associações que prosseguema sua acção com determinação, vi-talidade e dinamismo e procuramser criativas, com novas formas depromover o associativismo.

Desde a minha chegada à Ale-manha que, aqui em Berlim e nasminhas deslocações por este país,tenho contactado centenas decompatriotas, membros ou não deassociações, que me dão conta da

realidade em que vivem e cujaspreocupações estão bem presentesno meu espírito.

PP- Os encontros queo Senhor tem tidocom os membros doCCP (Conselho dasComunidades Portu-

guesas) têm servido exacta-mente para quê?

Embaixador - Para mim e paraos meus colegas na Embaixada enos Postos Consulares, as re-uniões com os membros do Con-selho das ComunidadesPortuguesas na Alemanha têmsido muito úteis e proveitosas.Elas permitem passar em revista eproceder à regular avaliação dasdiversas facetas da vida da Comu-nidade Portuguesa na Alemanha.Os assuntos são tratados comgrande abertura, quer aqueles quesão levantados pela nossa parte,quer os que são levantados pelosSenhores Conselheiros.

Estou em crer que este senti-mento é partilhado pelos SenhoresConselheiros das ComunidadesPortuguesas na Alemanha, porquesempre me têm dado conta do seuinteresse na realização destas re-uniões.

Desde a constituição do Con-selho das Comunidades e da elei-ção dos representantes pelaAlemanha já realizámos cinco re-uniões, o que bem atesta a impor-tância que atribuímos a estediálogo.

PP – Já poderá comu-nicar aos portugue-ses se (e quando)haverá um Conse-lheiro Social nessa

embaixada? E, já agora, nãoserá a existência de um Con-selheiro Social mais prioritá-ria do que um ConselheiroCultural?

Embaixador - As áreas social ecultural, bem como política, eco-nómica, consular e de ensino, sãotodas importantes na acção ex-terna do Estado Português na Ale-manha, que, com o apoio dascompetentes entidades em Lisboa,a Embaixada e os postos Consula-res procuram levar a cabo, respon-dendo às solicitações e desafiosque nos são colocados. Como é doconhecimento geral, dispomos detécnicos na Embaixada para tratardos assuntos sociais.

3 perguntas a .... Embaixador de Portugal em Berlim, José Caetano da Costa Pereira

“As preocupações da comunidades estão bem presentes no meu espírito”

1

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Embaixador de Portugal em Berlim, José Caetano da Costa Pereira. Foto:PP

Page 9: Portugal Post Novembro 2010

PORTUGAL POST Nº 196 • Novembro 2010 9

GENTE

COMUNIDADE - ALEMANHA

Dia da Porta Aberta no Max-Planck-Gymnasium, Dortmund

Como já é habitual, vai-se realizar também este ano um Dia da PortaAberta para pais e alunos interessados no

Max-Planck-Gymnasium, Ardeystr. 70-72, 44139 Dortmund

( junto ao estádio Signal-Iduna)sábado, dia 20 de Novembro, das 9 às 14 horas

O Max-Planck-Gymnasium é o único Gymnasium em NRW que ofe-rece Português como ensino integrado para alunos luso-descendentes,alunos de países de expressão portuguesa, de famílias bilingues e tam-bém para todos os alunos interessados.

No Max-Planck, Português é- desde há 30 anos uma disciplina de opção para alunos lusófonos a partir do 5°ano de escolaridade- desde há alguns anos língua estrangeira para alunos do secundário(Sekundarstufe II)

- a partir deste ano lectivo, língua de opção no 8° ano.

Para os alunos lusodescendentes e lusófonos existe um projecto deapoio com longa tradição.Vimos por isso convidá-los a fazer, no Dia da Porta Aberta, uma visitaà escola para ter a oportunidade de conversar com as professorassobre o futuro escolar dos seus filhos e conhecer a escola.Cá os esperamos e… não hesitem em perguntar!

Contacto: Professora Margarida de Lima, tel. 0231 730019

NESTA EDIÇÃO MERECE DESTAQUE pormuitas e variadas razões a professora Margaridade Lima. Uma delas, a principal, tem a ver com oseu empenho no Max-Planck-Gymnasium, escolaonde lecciona português no âmbito de um pro-jecto de ensino integrado para alunos luso-des-cendentes, alunos de países de expressãoportuguesa, de famílias bilingues e também paratodos os alunos interessados. Aconselha-se, pois, os pais que têm filhos emidade escolar a recolher informações sobre o pro-jecto num Dia de Porta Aberta (ver caixa ao lado)em que os encarregados de educação e todos osinteressados são convidados a ficar a saber maissobre um projecto original de ensino da língua deCamões. Margarida de Lima, juntamente com osseus/suas colegas, tudo faz para atrair os alunosluso-descendentes e lusófonos a um projecto quedeve merecer o apoio de toda a comunidade daregião. Recorda-se ainda que, tal como Margarida deLima nos informou, no Max-Planck o Portuguêsé desde há 30 anos uma disciplina de opção paraalunos lusófonos a partir do 5°ano de escolari-

dade e desde há alguns anos língua estrangeira para alunos do secundário (Sekundarstufe II). A partirdeste ano lectivo, será língua de opção no 8° ano.

A última reunião aconteceu nopassado dia 16 de Outubro com apresença de um conselheiro, nocaso concreto do conselheiro nãoeleito Alfredo Cardoso, o embai-xador, os cônsules, o ConselheiroCultural...

Tanto quanto o PP pôde apu-rar, a questão que mais tempoocupou a reunião foi o ensino.Assim, a nova responsável peloensino informou quem quis ouvirque “80 % das aulas dos CLP es-tavam já em funcionamento”, ha-vendo ainda “seis horários porpreencher”, o que correspondia acerca de 540 alunos sem aulas,situação esta na iminência de serresolvida, segundo declaraçõesao PP da responsável pelo en-sino.

No que se refere ainda ao en-sino, os responsáveis informa-ram o único conselheiro que aárea de Estugarda era a maisafectada, isto é, “com cursos sem

docentes”. A reunião também serviu

para os cônsules informarem ospresentes sobre as várias dificul-dades no que diz respeito à ine-xistência de “docente de apoio”junto dos consulados, cabendoagora esta responsabilidade aoschefes de cada posto.

Para além de informações ac-tuais, o embaixador disse ao con-selheiro Alfredo Cardoso que “aComunidade de Berlim será enri-quecida com dois hotéis portu-gueses Sana e Pestana, de gruposempresariais portugueses” .

O conselheiro também ficouinformado que “serão anuncia-das oportunamente iniciativasdirigidas à comunidade”, sem seexplicarem que tipo de iniciati-vas. O conselheiro Alfredo Car-doso chamou a atenção para asituação dramática em que vive omovimento associativo, dizendoque “se devia criar um novo pro-

cesso de apoio junto das colecti-vidades, porque senão acabampor encerrar as suas portas. Istoporque não existem pessoas quequeiram tomar conta dos desti-nos das mesmas. A nova geraçãonão tem interesse em desenvol-ver as actividades, porque nuncaintegraram o processo de gestãodas colectividades”.

Alfredo Cardoso disse-nosque também informou as entida-des presentes sobre o bom exem-plo que o Centro Português emEssen representa “pelo enormeapoio que está a dar ao Projectode Intercâmbio da Escola Portu-guesa em Essen com outras esco-las espalhadas pela Alemanha.Pessoalmente, fiz entregar umdossier sobre o mesmo projecto,ao embaixador e à Sra. cônsul.Esperamos que seja aprovado eque recebam algum apoio finan-ceiro”, escreveu-nos Alfredo Car-doso. MS

Reunião entre embaixador, cônsules e um conselheiro Eleições presidenciais

Muita parra e pouca uvaAconteceu mais uma reu-nião em Berlim no segui-mento daquelas que setem vindo acontecer entreos membros do Conselhodas Comunidades Portu-guesas e o Embaixador dePortugal, o qual faz-sesempre acompanhar doscônsules, da responsávelpelo ensino e outros diplo-matas.

Os candidatos às eleições presi-dências já escolheram os manda-tários para a Alemanha. Aseleições, que vão decorrer no dia23 de Janeiro próximo, tem jácandidatos : Fernando José de LaVieter Ribeiro Nobre, DefensorMoura, Francisco Lopes , ManuelAlegre e José Pinto Coelho, candi-dato conotado com a extrema di-reita, são os candidatos que jáapresentaram oficialmente a suacandidatura.

O actual Presidente, CavacoSilva, também já anunciou a suarecandidatura ao Palácio deBelém. .

Tanto quanto o PORTUGALPOST pôde apurar, a candidaturado prof. Cavaco Silva terá comomandatário Manuel Ferreira, di-rector bancário e candidato peloPSD às últimas eleições legislati-vas pelo circulo da Europa.

Manuel Alegre, que concorrea estas eleições pela segunda vez,tem como seu representante junto

do eleitorado luso na Alemanha osociólogo Nelson Rodrigues, ex-membro do Conselho das Comu-nidades Portuguesas.

Por sua vez, o candidato doPCP, Francisco Lopes, terá comomandatário o professor catedrá-tico Luciano Caetano da Rosa.

Quanto ao candidato Fer-nando Nobre, a sede da candida-tura não respondeu ao nossopedido.

Quanto a quem tem possibili-dades de vencer as eleições, assondagens divulgadas pelos váriosórgãos de comunicação social atri-buem, regra geral, a vitória ao can-didato apoiado pela direitaportuguesa, PSD e CDS. Em se-guida, surge Manuel Alegre comcerca de 30 %. Francisco Costa eFernando Nobre seguem-se compercentagens que não chegam aosdois dígitos.

Na edição de Dezembro, o PPvai debruçar-se sobre as eleiçõespresidenciais. MS

Candidatos presidenciais já têmmandatários na Alemanha

Manuel Ferreira, mandatário de Cavaco Silva, Luciano Caetano da Rosa, mandatáriode Francisco Costa e Nelson Rodrigues, mandatário de Manuel Alegre. Fotos: PP

Page 10: Portugal Post Novembro 2010

PORTUGAL POST Nº 196 • Novembro 201010 OPINIÕES

Na sequência do artigo que publicamos na passada edi-ção sobre o projecto de fusão de associações na cidadede Hagen, pedimos a vários dirigentes associativos cur-

É do conhecimento de toda a comuni-dade, pelo menos da comunidade que fre-quenta as associações, que o movimentoassociativo atravessa uma crise, ou, comoalguns dizem, o associativismo está mal.Mas eu pergunto:Está mal ou em crise porquê?Os directores no activo, e futuros directo-res, terão conhecimentos de fundo para

gerir uma colectividade?Há apoios das entidades competentes?Será que as pessoas que mais falam da crise fazem algumacoisa para a tentar ultrapassar?Todas estas questões merecem uma reflexão e uma análisee acho que é por aqui que se deve começar a combater esteproblema.A realização de um „Congresso do Associativismo“, que sehouvesse meios financeiros de certeza já se teria organizado,seria uma possibilidade de reunir o maior número de direc-tores associativos para analisar o problema e elaborar solu-ções e tomar medidas concretas.* Membro do Conselho das Comunidades Portuguesas e di-rigente associativo, Düsseldorf

Realmente, a crise que o movimentoassociativo atravessa não é de agora e,se quisermos ser sinceros, já se registade alguns anos a esta parte.Em minha opinião, é preciso que asAssociações voltem em a serem a se-gunda casa onde se vai para praticar oassociativismo e não sejam só merosrestaurantes. Para que esta crise seja

vencida é preciso estimular os jovens e as crianças a aderi-rem às actividades das associações, isto é, devem investir nofuturo adaptando as suas práticas aos novos tempos.Um outro ponto que merece ser destacado aqui, é, sem dú-vida, a anunciada criação de uma Federação de Folcloreque, quanto a mim, que vem dividir o que há muito se que-ria unir: as associações . Esta dita Federação de folclorepode e deve ser integrada na FAPA (Federação das Associa-ções Portuguesas na Alemanha), até porque somos poucose não há espaço para as duas federações.A fórmula para este problema passa também pela maiorunião dado de todas as agremiações associativas para fazerjus ao ditado „ a união faz a força“* Presidente do Etnográfico SolingenMembro do conselho de Integração da cidade de Solingen(ZUWI)

Os problemas com as associaçõesnão são só de agora, já se vêm arras-tando há mais de 20 anos, sem queos membros directivos das mesmasse empenhem em debater a fundoesses problemas para tentar encon-trar soluções rápidas e eficazes.Como cada vez há menos pessoas,estes problemas vão-se agravando

ainda mais.Do meu ponto de vista não é só com cursos de formaçãocomo muitos já têm escrito no PORTUGAL POST que secombate a crise associativa. Se se frequentar um destes cur-sos e se abandonar a associação pouco depois sem se trans-mitir ao sucessor os conhecimentos necessários ficamos namesma. É necessário não só cativar novos sócios portugue-ses como também alemães ou de outras nacionalidades. Acondição essencial é ter gosto por este tipo de trabalho, terbom poder de comunicação e apresentar actividades e pro-gramas culturais ou de convívio interessantes e diversifica-dos. Os conselheiros da DGACCP deveriam visitar as associações(e não só as maiores!) mais assiduamente, pois o contactoinformativo é necessário. Lembro aqui que as direcções das associações se devemtambém dirigir às autoridades das cidades locais (câmarasmunicipais, institutos da cultura, etc.) para conseguiremapoios financeiros para as suas actividades culturais. Deve-se dinamizar e fomentar a divulgação da cultura por-tuguesa junto das comunidades locais mas sobretudo há quedirigir e gerir uma associação com transparência, honesti-dade, com um diálogo construtivo e entusiasmo pelo traba-lho associativo.* Dirigente associativo, Braunschweig

São muitas as dificuldades que temosde ultrapassar no dia a dia das nossasAssociações. Uma vez que as tarefasdos dirigentes, bem como os serviçosprestados pelos sócios, são cada vezmais escassas entre a nossa comuni-dade.É enorme o dilema que se vive quandose aproxima o momento de eleger

novas direcções e nos deparamos com a dificuldade em en-contrar substitutos capazes e disponíveis para prosseguiremo trabalho realizado ao longo dos anos. A comunidade portuguesa, tem, a meu ver novas exigên-cias, as quais não tinha nos anos 70 e 80 . Com o apareci-mento de vários canais de tv em língua portuguesa, quer porsatélite, quer via internet, e ainda as chamadas viagens deavião de baixo custo, leva-nos a estar mais próximos donosso País. Acrescida ainda da rápida e fácil integração dosnossos jovens em actividades lúdicas e desportivas em clu-bes Alemães, para já não falar de como é frequente con-versar com amigos e familiares do nosso sofá, através do ”Messenger ”ou outro meio virtual qualquer, o que nos levaa ter menos motivos para sair da nossa casa .As associações têm de se ajustar às novas realidades da so-ciedade actual. Sou dirigente Associativo numa associação em Weinheimcom 12 Anos de vida e sou daqueles que acredita que é pos-sível dar a volta a esta crise.Não posso deixar de apelar à comunidade Portuguesa paraque faça da união a força, para não deixar morrer o movi-mento associativo na Alemanha.Um bem haja para todos os dirigentes e para todos os quetrabalham para manter vivas todas estas colectividades.*Vice-presidente da Associação União Lusitana Rhein Nec-kar e. V.

Qual vingança de Mefistófeles nestes duros tempos que cor-rem: almoça-se já mais barato nos restaurantes – lusos ounacionais do país anfitrião – do que nos para-legais sítiosde comes-e-bes das ditas Associações. Que dizem zelar pelobem-estar, harmonia e Cultura pátrias! Qual foi a partidaque o destino nos(lhes)pregou? Como tudo isto é possívelnas barbas equivocadas e senis da burocracia nacionaliza-renta? Durante anos a fio, com a maré da reconstrução daAlemanha reunificada, despoletaram como cogumelos ce-tenas de pólos associativos, onde os legais e idealistas cote-javam com os arrivistas e caçadores de arcas encoiradas.Fizeram- se fortunas em pouco tempo.Houve novelas pas-sionais e um surto de doenças ...hepáticas em desmesura.

1 - Os jovens devem ser motivadospara assumirem as direcções das co-lectividades, tendo a ajuda dos maisvelhos que poderão ser o „conselhoda experiência“ mas nunca sabi-chões intolerantes;2 -Um maior trabalho de colabora-ção com as entidades oficiais,portu-guesas e alemãs,que poderão

tas intervenções sobre, na sua perspectiva, caminhospara a resolução da crise que o movimento associativoatravessa.

Fernando Genro*Congresso associativo resolveria os problemas

Manuel Botelho*Não à criação de uma federação do folclore

Francisco Morganho*Não é com cursos de formação que se resolvemos problemas

Maria do Céu Campos*É preciso aliciar os Jovens

Vitor Lima* Tenho esperança no futuro

subsidiar projectos que se apresentem,bem como umtrabalho de colaboração com as Câmaras Municipaisdas cidades onde existam associações3-Tem de haver um trabalho „relações públicas“ comoutras colectividades e organizações, estrangeiras ealemãs, isto é,não se pode andar sózinho,esse tempopassou.* Dirigente associativa, Ravensburg

Existiram donativos, tômbolas, bandas, farsas e muitas ilu-sões.Há quem se tenha tornado campeão de „ sueca „ desnooker e de comentários desportivos. Podia ter sido umafesta, mas não, quase que raia a tragédia, já. No mundo daInternet, paradoxalmente, a crise que nos arrasta desde2008, transformou-nos em papelões das(in)conveniências,do deixa andar e do quanto pior... melhor. Só nos falta pararpara pensar e sonhar com o regresso impossível da miragemde vender gato por lebre, que nos anima o coração,a carteirae o estômago. Sem emenda? Aoande iremos parar com estedesandar? Victor Faro, Estugarda

Comentário do Leitor

Aonde iremos parar com este desandar?

Associativismoem debate

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PORTUGAL POST nº 196 • Novembro 2010 11COMUNIDADE

José Gomes Rodrigues, AssistenteSocial da Cáritas, Neuss, é conhe-cido dos nossos leitores pela suaparticipação mensal no nosso jor-nal com uma coluna social, demuito interesse para a comuni-dade, diga-se.

No momento em que anunciapara 1 de Dezembro o início da suareforma após 32 anos ao serviçoda instituição, José Gomes Rodri-gues tem que obrigatoriamenteser notícia neste (seu) jornal quenão quer deixar de lembrar aquiloque foi a sua vida dedicada à co-munidade na Alemanha.

Antes convém dizer que JoséGomes Rodrigues (JGR) é umapersonalidade que deve merecerrespeito de todos pelo trabalhoque desempenhou ao serviço dacomunidade e do seu próximo.

José Gomes Rodrigues tinha28 anos de idade quando começoua trabalhar na Cáritas como assis-tente social. Mas, recorda, “tinhaexercido a função de professor delíngua e cultura portuguesas nascidades de Mülheim/ Ruhr, Duis-burg e Bochum”. Durante a sua

passagem nesta última cidade elefundou a “escola portuguesa”.JGM Rodrigues revela ao PP queesta sua experiência “foi como umtrampolim para o trabalho social”.

Assim, iniciou o seu serviço naCáritas no dia 2 de Janeiro de1978, em Bad Kreuznach. “Moravaentão em Hattingen e viajei, nomeu velho Fiat 127, para o meunovo local de trabalho numa ma-drugada de frio e de muita neve. Aviagem foi uma aventura. BadKreuznach situa-se entre Mainz eKaiserslautern. Foi aqui que ini-ciei a minha vida profissional. Eraassistente social das diversas co-munidades espalhadas pelas dio-ceses de Trier: Sinzig am Rhein,Merzig, Saarwelingen e Saarbrü-cken, entre muitos outros peque-nos núcleos. Nos primeiros doisanos servi também as comunida-des espanholas da cidade de Ko-blenz e arredores”, recorda.

Desde o dia 1 de Abril de 1986que JGR se encontra em Neuss,“onde permaneço até hoje e per-manecerei se Deus quiser”.

Agora, aos 60 anos de idade,

este português natural de VilaNova do Campo, Viseu, não vaideixar o contacto com os portu-gueses, ajudando-os sempre quefor possível. “Nunca poderei aban-donar totalmente, pois quem tra-balhou durante tanto tempo e, nãoapenas por interesse financeiro,mas também com prazer e até po-derei dizer como vocação, nãopode de forma alguma parar”, diz.

No que diz respeito à sua si-tuação no PORTUGAL POST, JGRcontinuará com a sua rubrica deinformação social, o que é umaboa notícia para os leitores do PP

Voltando um pouco para trás,JGR conta-nos que chegou à Ale-manha, a Hattingen/Rhur, emNovembro de 1974. Veio de Romaonde tinha cursado alguns anosem teologia. Até essa altura tinhapertencido a uma congregaçãomissionária, também presente emPortugal, chamada MissionáriosCombonianos.

Mas, no Verão desse ano, JGRtinha experimento a vida na Ale-manha, enquanto estudante, tra-balhando numa fábrica de plásticoem Hammertal, perto de Witten,Ruhr.

Já nessa altura trabalhavammuitos portugueses nessa região,incluindo alguns seus familiares.Foi esta circunstância que o trouxede novo à Alemanha, concreta-mente para o Ruhr Gebiet (Baciado Ruhr) “com a esperança de en-contrar algum trabalho para podersobreviver e programar devida-mente o meu futuro”.

Confrontado com as restriçõesque a Alemanha impunha à en-trada de emigrantes, JGR encon-tra no trabalho ilegal (aquilo quese chamava na altura trabalharsem papéis), “uma forma de gan-har algum dinheiro para poder so-breviver. Transportar móveis,limpezas, etc., foram os meus tra-balhos iniciais, mas sempre na ile-galidade”, conta o assistentesocial.

Um dia dirigiu-se ao consu-lado em Düsseldorf e aí “convida-ram-me para substituir, durantealgumas horas semanais, umaprofessora de férias de materni-dade em Dortmund, ”.

Inicia então a sua actividadede professor de português. Pas-sado um ano, JGR conseguiu umhorário completo junto da direc-ção escolar de Duisburg, Mulheime Bochum. JGR lembra que tinhacerca de 150 alunos até à 9 classe,em quatro escolas, onde leccio-nava semanalmente. “Foi duroter-me de desdobrar intelectual-mente e continuamente leccio-nando tantas crianças e em classestão díspares e com um desenvolvi-mento intelectual muito dife-rente”, recorda. Esta experiência eo permanente contacto com as co-munidades e a sua vocação de pes-

soa solidária, a juntar à amizadeque nutria pela saudosa assistentesocial, Inês Mendes, concorreucomo conselheiro social para adiocese de Trier, com êxito.

Em 1981, JGR iniciou umcurso piloto, paralelo ao trabalho,na Universidade católica da Renâ-nia do Norte, tendo obtido o di-ploma de Assistente Social.

JGM recorda que o seu tra-balho na diocese de Trier “consis-tia na pura assistência aosportugueses de toda a diocese, nosdiversos problemas do dia-a-dia”.Era este trabalho que o fazia per-correr grandes distâncias de umacomunidade para outra.

A sua transferência para Neussdeveu-se ao desejo de se fixarnuma cidade sem andar a percor-rer muitos quilómetros de umlado para o outro. A sua fixaçãoem Neuss levou a encontrar esta-bilidade numa cidade que o adop-tou como cidadão de plenosdireitos por ter requerido a nacio-nalidade alemã, sem renegar,porém, a portuguesa. A este pro-pósito diz que é “um português dealma e alemão de coração.”

Sobre as diferenças que JGRencontra entre a actualidade e osanos 70 e 80 no que diz respeito àemigração, “antes éramos trabal-hadores convidados, vivíamos di-gamos com as malas à porta.

O nosso trabalho social consis-tia em procurar aligeirar a estadiasempre provisória da comunidadeportuguesa. Dar qualidade a estapermanência às diversas geraçõesque então viviam aqui. Era o puroassistencialismo. O comporta-mento da comunidade portuguesaera e creio que continua a serexemplar”.

A actualidade e os sonhosA entrada gradual de Portugal

na Comunidade Europeia “veiodar à comunidade uma maior se-gurança e condições de adaptação.Hoje, os problemas são diferentese muitos deles são comuns a ou-tras comunidades, incluindo aalemã”, analisa.

Com a mudança dos tempos eo evoluir da sociedade, JGR re-corda que “a mudança politica deorientação do governo alemão,confessando publicamente umarealidade que sempre existiu: aAlemanha como pais de emigra-ção, veio aumentar a atitude maisaberta e livre da nossa comuni-dade. Ao mesmo tempo veio darum novo impulso ao nosso tra-balho social e a mudar drastica-mente o método de trabalho e devisão dos nossos serviços. A nossaclientela já não é somente a comu-nidade portugueses mas a pessoahumana independentemente dasua origem, incluindo até a popu-lação alemã”.

Mas, e sobre a carências so-

ciais de hoje entre aqueles compa-triotas que se encontram reforma-dos, “com reformas muito magrase não só, que reduz no mínimo opoder de compra e tendo em con-sideração também a desejo decontinuar a viver aqui junto dosfilhos e dos netos que viram nas-cer, é necessário, da parte dos nos-sos governantes e da sociedade deacolhimento, medidas apropria-das para dar qualidade aos com-patriotas nesta fase”, avisa JGR. .

Durante o seu longo trajectoenquanto assistente social, JGRtem muitas recordações que lhe fi-caram na memória.

Sem poder falar de casos con-cretos devido ao sigilo que foi / éobrigado a ter enquanto assistentesocial, ele escolhe algumas recor-dações como, por exemplo, agrande manifestação festiva da co-memoração dos 25 anos da pre-sença portuguesa em Neuss emAbril de 1994.

“Não quero deixar de mencio-nar a organização e realização deinúmeros fins-de-semana para fa-mílias portuguesas. A organizaçãoe a manutenção durante tantosanos dum grupo muito activo desenhoras portuguesas, espanholase brasileiras foi também um pro-jecto que deu os seus frutos e con-tinuam a dar em moldesdiferentes”, lembra

Findo este 32 anos de se ter co-locado ao serviço dos portuguesesatravés da sua missão social, onosso interlocutor tem ainda al-guns sonhos para concretizar, umdeles seria uma viagem a países dochamado terceiro mundo “paradar ainda um pequeno contributode promoção social e humana”,como ele diz.

Para já, JGR tem uma viagema Moçambique planeada ondepermanecerá dois meses para seinteirar da situação das popula-ções locais. Visitará também al-guns projectos humanitários ondeestão ex-colegas.

“Aqui na cidade de Neusstenho um sonho que o tempo nãopermitiu realizar. Costumo deam-bular pela cidade com a minha bi-cicleta pela mão. O sábado é paramim sagrado para esta digressão.Meto conversa com muitos trans-euntes. Paro muitas vezes compessoas já entradas na idade. Nosolhos de muitos deles leio as suasfrustrações, as muitas insatisfa-ções. Muitos já perderam a espe-rança de voltar ao seu meio ondevieram, para outros o aconchegoda família já não existe. Com estaspessoas, sonho em formar umgrupo multinacional e multicultu-ral e organizar com eles activida-des que os elevam e lhes dêem adignidade que sempre merecerame que lhes foi, por diversas cir-cunstâncias negada”, conclui.

MS

José Gomes Rodrigues despede-se ao fim de 32 anos ao serviço dos portugueses

Conta-nos como foiNo momento em que anuncia para 1 de Dezembro o inícioda sua reforma após 32 anos ao serviço da Cáritas, JoséGomes Rodrigues tem que obrigatoriamente ser notícianeste (seu) jornal que não quer deixar de lembrar aquilo quefoi a sua vida dedicada à comunidade na Alemanha.

1975 José Gomes Rodrigues 2010

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PORTUGAL POST Nº 196 • Novembro 201012

PP: Como funciona aestrutura da vossa associa-ção, quantos sócios tem, quala cota anual dos sócios edesde e há quanto existe?

Antje Griem : A nossa associa-ção foi fundada a 6 de agosto de1996, numa reunião de quase 40pessoas no Kulturhaus Eppendorf.Ao longo dos anos fomos cres-cendo em número de associados,atingindo hoje já os 320. A cotaanual é de 50 Euros por pessoa, de70 Euros por casal e de 25 Eurospara membros que tenham o esta-tuto de estudante ou se encontremdesempregados.

PP: Na lista dos vossos as-sociados surgem, por exem-plo, nomes de tradutores deescritores portugueses. Écapaz de nos mencionar al-guns nomes de sócios comprotagonismo cultural?

Antje Griem : Além das duastradutoras altamente prestigiadas,a nossa ex-presidente MaraldeMeyer-Minnemann (AntónioLobo Antunes, Inês Pedrosa,Paulo Coelho e outros) e Karin vonSchweder-Schreiner (Lídia Jorgee vários autores brasileiros),ambas várias vezes galardoadas,há vários sócios que são activos naárea do intercâmbio cultural luso-alemão. (Comecemos pelas senho-ras!) É o caso da leitora de línguae literatura portuguesas da Uni-versidade de Hamburgo, agoraaposentada, Dr. Fátima Figuei-redo Brauer, que se tem destacadodevido a várias publicações cientí-ficas e Natália Dourado von Rah-den, autora dos manuais dePortuguês Vamos lá e Vamos ver(editora Hueber). A obra maisvasta sobre os répteis e anfíbios dePortugal é da autoria do nossosócio Rudolf Malkmus. O ex-di-rector do Museum für Hamburgi-sche Geschichte, o Prof. JörgenBracker, grande especialista nahistória da (Störtebeker), publi-cou, em 2008, o romance histó-rico Die Reliquien von piratariaLissabon, que tem como tema aajuda prestada aos lisboetas peloscompanheiros de Störtebeker, os-Vitalienbrüder, aquando do cercode Lisboa pelos castelhanos. Demomento, está a preparar umnovo romance sobre outra figuraalemã de importância para a his-tória de Portugal, Henrique Ale-mão. Também em 2008, o nossosócio Volker Gold, autor de doislivros sobre o Algarve, publicou

um estudo sobre outro militar ale-mão que ajudou os portugueses, oconde de Schomberg (Schombergim Alentejo 1660-1668). Já em1996, o nosso responsável pelapasta da cultura, Dr. Peter Koj viua sua obra em prol da divulgaçãoda língua e da cultura portuguesasno estrangeiro reconhecida pelaatribuição do Prémio Fundação daCasa da Cultura de Língua Portu-guesa. É chefe de redacção da re-vista bilingue Portugal-Post, órgãooficial da nossa associação, publi-cando também em outros órgãos erevistas (tranvía, ESA, Merian).Encontra-se também nas fileirasda nossa associação o porta-voz deManuel Durão Barroso, JohannesLaitenberger, verdadeiro luso-hanseático, pois nasceu em Ham-burgo, crescendo na cidadehanseática e Lisboa.

PP: Graças à vossa asso-ciação, Hamburgo tem hojeuma rua com o nome deAmália Rodrigues. Sendoesta uma iniciativa conside-rada meritória, que outrasiniciativas de grande desta-que concretizaram?

Antje Griem: Como foi notíciatambém neste jornal, descerrá-mos, a 28 de Agosto passado, nomesmo sítio, uma placa comemo-rativa dos 90 anos que a grandefadista teria completado este ano.Em Abril de 1999, celebrámos os25 anos da Revolução dos Cravoscom uma grande exposição demurais revolucionários vindos so-bretudo de Lisboa e um serão noLiteraturhaus Hamburg, com poe-sia e canções de intervenção pro-feridas pela escritora ReginaCorreia e o ator Dietmar Mues.

Um ano antes, fizemos jus àsestreitas relações que existementre Hamburgo enquanto cidadeportuária e Portugal, festejando os500 anos da “descoberta” da viamarítima para a Índia por Vascoda Gama (exposição Mais Mala-gueta no veleiro Rickmer Rick-mers, ex-navio da escola daMarinha Portuguesa, e conferên-cias sobre as descobertas lusas noMuseu de Etnologia de Ham-burgo). Quando, em 2007, foi in-augurado, na nova HafenCity, oVasco-Da-Gama-Platz, a nossa as-sociação foi também a grande res-ponsável por um programa vastoe culturalmente adequado às cele-brações (teatro, música, informa-ções). O mesmo aconteceu no casoda exposição de pinturas de Ama-deo Souza-Cardoso no Barlach-Haus (12/2006 – 3/2007). Umavez que já não se realizam ArraiaisCulturais no Museu de Etnologia,

tentamos colmatar esta lacuna or-ganizando, no mesmo sítio, um oudois concertos por ano com mú-sica portuguesa (fado, jazz).

PP: Em tempos a vossa as-sociação promovia acções decaridade para com os portu-gueses em Portugal. Lem-bramo-nos, por exemplo, arecolha de roupa e outrasações. Isto quer dizer que asvossas acções vão para lá dacultura?

Antje Griem :As nossas activi-dades continuam a ter uma abran-gência mais alargada, que vai paraalém do âmbito cultural. Exem-plos disso são alguns apoios a ac-ções de caridade em Portugal(subsidiamos um lar de terceiraidade e uma sopa dos pobres emEstremoz, tal como a obra doPadre Crespo no Bairro da Sera-fina em Lisboa).

Para além disso, estamos sem-pre dispostos a contribuir com anossa ajuda sempre que identifi-camos áreas nas quais podemosser úteis.

No âmbito da PHG Jovem, porexemplo, auxiliamos jovens portu-gueses recém-chegados a Ham-burgo a lidar com problemasburocráticos.

PP: Consideram-se umaimportante frente da culturalusa em Hamburgo?

Antje Griem : Tentamos seruma plataforma para o intercâm-bio cultural entre as duas naçõesoferecendo aos portugueses radi-cados em Hamburgo, a possibili-dade de se realizarem nos doissentidos: integrarem-se na culturaque os rodeia sem prescindiremdas suas raízes lusas. Essas nossasiniciativas são bem aceites, o quenos encoraja a continuar este tra-balho, que fazemos sem fins lucra-tivos, por simples prazer econvicção.

PP: Como é que acontecea vossa ligação à comunidadede emigrantes portuguesesna cidade

Antje Griem :Há excelentes li-gações com a comunidade portu-guesa. Por um lado, temos umaalta percentagem de portuguesesna nossa própria associação, entreeles alguns que se associaramtambém a outras associações por-tuguesas de Hamburgo. Por outro,cooperamos com entidades e em-presas portuguesas com sede em

Hamburgo.

PP: Como são as vossasrelações com os organismosoficiais portugueses: embai-xada, Instituto Camões, con-sulado, etc?

Antje Griem : Também comesses organismos existem excelen-tes relações. Há uma cooperaçãomuito estreita com o Centro deLíngua Portuguesa (Instituto Ca-mões) na Universidade de Ham-burgo, na pessoa da Dra.Madalena Simões (p. ex. organizá-mos juntos um festival de filmesportugueses a 20 de Junho pas-sado). Do mesmo modo, todos oscônsules portugueses que, desde anossa fundação, em 1996, estavamem exercício, apoiaram o nossotrabalho. Além disso, cooperamosestreitamente com o grupo Elba-tejo (no passado denominadoGrupo Dinamizador da CulturaPortuguesa), no qual há, além derepresentantes de vários gruposculturais e recreativos, do InstituoCamões e do Museu de Etnologia,vários sócios da nossa associação.

PP: Sabendo da exis-tência de uma outra entidadeluso-alemã, a DPG (Deutsch-Portugiesische Gesellschafte.V.), por que é que a vossaassociação não procura ali-anças, parcerias ou mesmo afusão com o objectivo dehaver uma grande e forte as-sociação-luso alemã?

Antje Griem : Entre as nossasduas organizações existe uma par-tilha permanente no que se referea temáticas diversas. Achamos quenão precisamos de fusões paramanter a amizade que nos une efomentar as actividades portugue-sas em Hamburgo.

PP: Em vosso entender,que falta fazer na Alemanhapara que a cultura lusa tenhaa divulgação e o protago-nismo de um país com umacultura e identidade comquase mil anos?

Antje Griem: Claro que sepode fazer muito mais para mel-horar a divulgação da cultura por-tuguesa na Alemanha. Mas nãonos compete menosprezar ou cri-ticar os esforços já efectuadospelas entidades responsáveis. Anós compete-nos oferecer o nossopequeno contributo a quem esti-ver interessado. MS

Antje Griem , presidente da Portugiesisch-Hanseatische Gesellschaft e.V.

Achamos que não precisamos de fusões para fomentar as actividades portuguesas

A Associação Luso-Hanseática(Portugiesisch-Hanseatische Ge-sellschaft e.V.), com sede emHamburgo, é uma agremiaçãolocalmente conhecida por tercongregado esforços para que acidade de Hamburgo atribuísse

o nome de uma rua à fadistaAmália Rodrigues. Ainda recen-temente aquela associação des-cerrou uma lápide no mesmosítio alusiva aos 90 anos da fa-mosa cantora de fado.Para além desta iniciativa, a As-

sociação Luso-haseática tem-sedesdobrado em iniciativas deâmbito cultural em Hamburgo. O PORTUGAL POST pediuuma entrevista à presidente daassociação, Antje Griem. De todas as perguntas enviadas

à presidente, por escrito, ficouuma por responder em que seperguntava concretamente quetipo de apoios a associação rece-bia das entidades portuguesas.Depois de uma insistência nossapara que esta pergunta fosse

respondida, a presidente da asso-ciação informou o jornal que“reserva o direito de não discu-tir assuntos de natureza mone-tária, quaisquer que eles sejam,em meios de comunicação so-cial”.

Antja Griem: “Subsidiamos um larde terceira idade e uma sopa dos po-bres em Estremoz”. Foto: PHG

Detalhe da cerimónia do descerramento da lápide alusiva aos 90 anos da fa-dista Amália Rodrigues. Foto: cortesia PHG

ENTREVISTA

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PORTUGAL POST Nº 196 • Novembro 2010 13

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LIVROS

“Pela primeira vez dentro dos ro-mances que já escrevi, comeceipelo título. Fez parte da ideia ini-cial e esteve presente durante todoo tempo de escrita”, contou JoséLuís Peixoto.

O autor não tem dúvidas sobrea particularidade da sua escolha:“Acabam por existir várias ideiasna construção do romance que sedirigem para esse título, quesendo um título tão simples, acabapor ser inclusivamente original”.

Uma delas prende-se com umlivro que é nomeado logo na pri-meira frase do romance – “A mãepousou o livro nas mãos do filho”– um livro que vai percorrendotoda a história, “que decorre desdeos anos 50 até aos nossos dias eque passa, naturalmente, por mo-mentos marcantes da história re-cente de Portugal”, com especialincidência na emigração.

“Parecia-me que a emigraçãoportuguesa para França, especifi-camente, mas a emigração portu-guesa em geral, não tinha aindasido tratada pela literatura portu-

guesa da forma como eu imagi-nava que merecia, tendo em contaa riqueza do tema”, justificou oprémio Saramago de 2001.

O tema não é estranho a JoséLuís Peixoto: “Existe uma relaçãopessoal com esse tema, baseadano facto dos meus pais terem emi-grado para França e de eu ter cres-cido com essa mitologia de ouvirfalar do que era a emigração e doque tinha sido a experiência deles,sem que eu nunca a tivesse vi-vido”.

“À medida que fui aprofun-dando o tema, pareceu-me que erauma questão chave na compreen-são do que é a história de Portugale a evolução do país, nos últimos50 anos”, destacou.

Para o autor de “Cemitério dosPianos”, a emigração congrega emsi dois aspectos antagónicos: osonho e a realidade.

“Em toda ela existe a ilusão, osonho, um acreditar tão forte quefaz deixar tudo, às vezes comgrande sacrifício, e ir perseguiressa quimera”, afirmou José Luís

Peixoto, enumerando as dificulda-des que se colocam no concreto –o pouco apoio, a ausência de direi-tos e o respeito – para explicar oconfronto com a realidade.

É desse confronto, sustenta,que nasce a escrita: “A escritaexiste numa outra dimensão darealidade.

É uma transmutação daquiloque na realidade são elementosconcretos, que existem sobre umasérie de regras e de lógicas quepertencem à própria realidade eque no texto existem sob a formade palavras”.

“Tem de existir um trabalhoem que se transforma uma maté-ria noutra matéria – é quase alquí-mico. Esse trabalho envolve,necessariamente, toda a abstraçãoe efabulação que existe no sonho,mas também não tem outro refe-rente que não seja a realidade”, sa-lientou o escritor.

“Livro” está nas livrarias desde24 de Setembro e pode tambémser encomendado à Portugal PostShop.

O “Livro”, a nova obra de José Luís Peixoto,uma reflexão sobre a emigração

Este livro elege como cenário aextraordinária saga da emigra-ção portuguesa para França,contada através de uma galeriade personagens inesquecíveise da escrita luminosa de JoséLuís Peixoto. Entre uma vila dointerior de Portugal e Paris,entre a cultura popular e asmais altas referências da litera-tura universal, revelam-se ossinais de um passado que levoumilhares de portugueses à pro-cura de melhores condições ede um futuro com dupla nacio-nalidade. Avassalador e mar-cante, Livro expõe a poderosamagnitude do sonho e acrueza, irónica, terna ou gro-tesca, da realidade. Através dehistórias de vida, encontros edespedidas, os leitores de Livrosão conduzidos a um final des-concertante onde se ultrapas-sam fronteiras da literatura.Livro confirma José Luís Peixotocomo um dos principais ro-mancistas portugueses con-temporâneos e, também,como um autor de crescenteimportância no panorama lite-rário internacional.

José Luís Peixoto Título: LivroCapa mole - Preço: € 29,90

Novidade

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José Luís Peixoto volta aos livros, três anos depoisde “Cal”, com “Livro”, uma reflexão sobre a emi-gração, “uma questão chave na compreensão doque é a história de Portugal e a evolução do país,nos últimos 50 anos”.

Page 14: Portugal Post Novembro 2010

PORTUGAL POST Nº 196 • Novembro 201014 PUBLICIDADE

Dia de Cromos Comédia em Português Domingo 05.12.2010Local: Stadthalle NeussLocais de Pré-Venda e Reserva de bilhetes: www.ticketonline.comPara si que tem dificuldades em aceder à internetTodas as Terças-Feiras e Sábados: 12H00 às 18H30 Na Cave Portuguesa / Erkratherstr. 206 / 40233 DüsseldorfOu, para mais informações e locais de venda pode telefonar: Todos os dias das 12 Horas até às 16 Horas:0157 / 73 78 42 69 • [email protected]

Está a aproximar-se o dia em que ire-mos todos rir com o melhor da comédiahá portuguesa, o convívio “Dia de Cro-mos” espera as mais frescas notíciasde “Curral de Moinas”, a aldeia maisdesenvolvida de Portugal, temos notí-cias do casal mais falado “ Tiburcio eMatumbina” entre outros.Para falar de algo que só mesmo elespodem divulgar fica o que se pode des-cobrir.“A dupla”

Conheceram-se em 2000. João Paulorealizava um espectáculo de stand upcomedy num bar do Porto; Pedro Alvesestava sentado no público fazendoquestão de divulgar o fim das anedotasantes do tempo.João convida para Pedro tomar o seulugar. E ele aceitou!Desta brincadeira surge o convite para

uma entrevista na Rádio Nova Era emais tarde para fazer parte da equipedas manhãs com Pedro Alves.Nasce a dupla “Quim Roscas e Zeca Es-tacionancio”.Apenas um ano mais tarde, já eram oshumoristas mais requisitados na noitedo Porto e arredores.O salto para a televisão era esperado erapidamente começaram a ser convida-dos para participarem em vários pro-gramas.

Mas temos a outra parte que não deixade ser interessante, falamos pois deFernando Rocha

Começou a ser conhecido depois deganhar o concurso televisivo Ri-te, Ri-teda TVI, mas o seu talento de humoristaressentiu-se sobretudo após a venda doseu primeiro CD, intitulado Portugal aRir, nessa altura editado pela Edisco.Grande parte do seu sucesso é devido

às suas anedotas que tratam de formaaberta assuntos como o sexo, as raçase etnias ou a biologia mais básica doser humano. Tanto que no espaço de 6anos, a Espacial editou cinco CDs e doisDVDs do artista.Fernando Rocha fez, também, parte deum programa humorístico transmitidopela SIC denominado de "Levanta-te ERi", bem como parte de outro pro-grama de stand-up comedy na PortoCanal de nome "Zumba Na B'jeka".Além de humorista, Fernando Rochatambém tornou-se actor não só ao de-sempenhar o papel de um traficante dearmas no filme de comédia Balas e Bo-linhos 2 - O Regresso, mas também empapeis humorísticos nos programas daSIC - Os Malucos do Riso, Maré Alta,entre outros. Também tornou-se porduas vezes apresentador de televisão,na SIC, com o programa humorístico OuBai ou Rocha e o concurso A ganhar éque a gente se entende. Assim para completar, a EleganciaEvents vem até vós para partilhar oevento “Dia dos Cromos “ porque aindanão são autocolantes no dia 05/12 emStadthale Neuss a partir das 14:30.Reserve o seu lugar para poder chorara rir em: www.ticketonline.com

Dia de Cromos Comédia em Português

“Rir é o melhor remédio”

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PORTUGAL POST Nº 196 • Novembro 2010 15

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PP- Como se explica esteinvestimento do MONTEPIO

Luis de Freitas: - A OPA, aconcretizar, tem como origem avontade de garantir crescimento,desenvolvimento, de criar valorespara os associados e clientes. Pa-ralelamente permite reforçar apresença do MONTEPIO no mer-cado financeiro nacional.

PP- Operações desta di-mensão exigem esforço fi-nanceiro.

LF- O MONTEPIO suportaesta aquisição sem recorrer a cré-dito.

PP- Normalmente as aqui-sições trazem despedimen-tos. LF- A afirmação responsável

do Sr. Presidente, Dr. AntónioTomás Correia, é bem clara: “ Nãofaz sentido que uma instituiçãocom a natureza do MONTEPIO,numa altura de crise social e decrescimento do desemprego,ponha em causa postos de tra-balho”. Os postos de trabalho doscolaboradores do Finibanco serãogarantidos. Repare, concluída aoperação, a marca MONTEPIOabsorve a rede de balcões Fini-banco e contará com cerca de 505agências em Portugal. O MONTE-PIO estará em zonas do país ondeaté esta data não está presente e, onumero de balcões que coincidemé muito reduzido. Esses vão assu-mir outra função, como por expl.agências para PME.

PP- O MONTEPIO temcrescido?

LF- Efectivamente, a activi-dade comercial, a excelente rela-ção com os nossos clientes eassociados permitiu ao MONTE-PIO aumentar a sua quota de mer-cado.

No ano em que completa 170 anos de actividade, o MONTEPIO temautorização para adquirir o Finibanco do Banco de Portugal e do Ins-tituto de Seguros de Portugal.Com Escritório de Representação na Alemanha, o MONTEPIO dáum passo importante para o reforço da sua posição no panorama dabanca nacional. Tratando-se de uma notícia de interesse, o PP enviou algumas per-guntas ao responsável na Alemanha, Luís de Freitas

Montepio tem autorização do Banco de Portugal e do Instituto de Seguros de Portugal para avançar com a compra do Finibanco

Luis de Freitas

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PORTUGAL POST Nº 196 • Novembro 201016 ALEMANHAPu

blic

idad

e

“Hitler soube aproveitar ha-bilmente a divisão da socie-dade, a crise depois daderrota da Alemanha naPrimeira Guerra Mundial,para se apresentar como osalvador da pátria, e mobi-lizar os receios popularesatravés de um discursoagressivo, anti-semita”, ex-plicou Simone Erpel, umdos curadores da mostra noMuseu de História Alemã.

Na opinião da mesmahistoriadora, isso não basta,no entanto, para explicarporque tanta gente votouem Hitler, “que chegoutambém ao poder graças aoapoio das elites, sobretudodo exército”, que preten-diam afastar os democratasdo poder, servindo-se deHitler, “para mais tarde re-porem um regime monár-quico e autoritário”.

Depois de Hitler se tor-nar chanceler, em 1933,“entende-se que tenha tidosucesso, porque impôs denovo, por exemplo, a Ale-manha como grande potên-cia face ao estrangeiro”,disse Simone Erpel.

“Já é mais difícil de per-ceber, porém, como é queconseguiu manter-se nopoder depois da derrota naBatalha de Estalinegrado, equando a dimensão dos cri-mes nazis já era muito

clara”, adianta a especialistaalemã.

A exposição, em que sepodem ver muitos objectosde culto dos nazis, como osuniformes, as cruzes suásti-cas, acompanhadas de fil-mes e fotos das gigantescasparadas militares, faz sem-pre o contraponto com oscrimes cometidos pelo na-cional socialismo.

Para isso, os organiza-dores não hesitaram em re-correr a imagens doHolocausto, mas também àsátira, por exemplo, compassagens do filme “OGrande Ditador”, em queCharlie Chaplin ridiculariza

a figura de Hitler.Uma toalha alusiva aos

Jogos Olímpicos de Berlim,em 1936, em plena Ale-manha nazi, com a bandeiraportuguesa estampada,entre as de todos os paísesparticipantes, recorda a to-lerância com que o resto do

mundo encarou o nazismo,sobretudo antes de rebentara II Guerra Mundial.

Na exposição há tam-bém uma edição em Portu-guês do “Mein Kampf”, olivro que Hitler escreveu nacadeia, após ser detido porencabeçar um “Putsch” emMunique, nos anos vinte, eonde expõe a sua doutrinaracista e anti-semita.

A exposição promete serum dos grandes aconteci-mentos político-culturaisdos próximos meses, mas osorganizadores não tememque se torne, simultanea-mente, um chamariz parasaudosistas neonazis.

“Não tenho receio deque a exposição se torne umlocal de peregrinação para aextrema direita, até porqueestão aqui coisas que tam-bém se podem ver na inter-net, não é preciso vir aomuseu”, explica SimoneErpel.

Se houver distúrbios,porém, a polícia estará desobreaviso, garantiu a cura-dora do evento.

Até 06 de Fevereiro,data de encerramento daexposição, que está divididaem sete secções, “O Mito doFuehrer”, “Hitler e o Par-tido Nacional-Socialista”“Transição do Poder e Re-volução Nacional”, “A So-ciedade Alemã e Hitler”, “OEstado do Fuehrer”, “OPoder do Fuehrer e aGuerra de Extermínio”, a “ASociedade Alemã naGuerra” e “Hitler sem Fim”,esperam-se dezenas de mil-hares de visitantes. FA

Exposição em Berlim sobre Hitler e o apoio do povo alemão ao Holocausto e à guerraAbriu no passado dia 15 de Outubro, emBerlim, a exposição “Hitler e Os Ale-mães”, sobre as relações entre Hitler e opovo germânico e o apoio ao ditador paralevar a cabo o genocídio dos judeus e a IIGuerra Mundial.

O presidente da Comu-nidade Turca na Alemanha,Kenan Kolat, foi maislonge, considerando as afir-mações de Seehofer „difa-matórias e inaceitáveis“.

A líder dos Verdes,Cláudia Roth, acusou o po-lítico conservador de„populista de direita incen-diário“.

Em entrevista publi-cada, esta segunda-feira, nosemanário Focus, Seehoferpronunciou-se contra aemigração „oriunda de cír-culos culturais estranhos“,alegando que os imigrantesturcos e árabes têm muitomais dificuldades de se in-tegrarem na sociedadealemã do que os imigrantesoriginários de países euro-peus.

Maria Boehmer acusouo chefe da CSU de „colocarsob suspeita geral pessoasde outros círculos cul-turais“. „É discriminatório etorpedeia os esforços parauma maior integração“,considerou. Ao matutinoBerliner Zeitung, Kolatdisse esperar que Seehoferapresente desculpas à co-munidade turca pelas suasafirmações.

Só o líder do grupo par-lamentar da CSU, Hans-

Peter Friedrich, saiu em de-fesa do governador da Ba-viera, garantindo queSeehofer „não exprimiuuma opinião pessoal, e sima opinião de todo o par-tido“.

Para Friedrich, o chefeda CSU „tem toda razão,porque não se pode conte-star que imigrantes oriun-dos de círculos culturaisestranhos se integrammuito pior do que imigran-tes com a mesma base cul-tural do que os alemães“.

O ministro dos NegóciosEstrangeiros e chefe dos Li-berais, Guido Westerwelle,também se pronunciousobre o tema, em entrevistaao Frankfurter Allgemeine,e exigiu que os imigrantesaceitem o sistema de valo-res alemães. Simultanea-mente, o chefe dadiplomacia germânica ad-vertiu contra tentativas de„explicar a discriminação deminorias com a origem cul-tural ou a identidade reli-giosa das pessoas“.

Na Alemanha existemquase sete milhões de imig-rantes, entre os quais cercade quatro milhões de mu-çulmanos. Os turcos, com2,7 milhões de imigrantes,são a maior comunidadeestrangeira residente naAlemanha, onde vivem tam-bém perto de 115 mil portu-gueses.

O presidente alemão,Christian Wulff, desenca-deou recentemente um de-bate sobre a forma de lidarcom a imigração de raiz mu-çulmana, ao afirmar, nodiscurso comemorativo dos20 anos da reunificaçãoalemã, que a religião mu-çulmana „também faz parteda Alemanha“, pesar de ocristianismo e o judaísmoserem as matrizes religiosasdo país.

Proposta para proibir entradade mais emigrantes turcos eárabes na Alemanha

Políticos de vários qua-drantes criticaram a pro-posta do governador daBaviera e presidente daCSU (democratas-cris-tãos, no governo) de proi-bir a entrada de novosimigrantes turcos e árabesna Alemanha. „Estou cho-cada com as afirmaçõesdo governador Horst See-hofer“, disse a delegada dogoverno federal para a in-tegração dos imigrantes,Maria Boehmer, tambémdemocrata-cristã.

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leite-se com as nossas receitas e experimente-as todas. Fique, ainda, a conheceras tradições deste peixe noutros países do Mundo.

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Cupão de encomenda na pág. 19

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Page 17: Portugal Post Novembro 2010

PORTUGAL POST Nº 196 • Novembro 2010 17ALEMANHA

A nova lei para acelerar o reconhe-cimento de diplomas estrangeirosdeverá entrar em vigor no iníciode 2011. No futuro, o trâmite devalidação dos certificados deverádurar no máximo três meses.

Com essa nova medida, Scha-van espera que 300 mil pessoas deorigem estrangeira já residentesna Alemanha tenham sua qualifi-cação profissional reconhecida.Caso a qualificação dos candidatosnão seja suficiente para o exercícioda profissão, eles poderão se aper-feiçoar.

Diversos modelos em debateApós o debate político sobre

integração de estrangeiros na Ale-manha ter se reacendido nas últi-mas semanas, o governo pretendetomar medidas concretas para re-direccionar a política de imigra-ção. Em meados de Novembro, oGoverno vai avaliar uma concep-ção abrangente sobre imigraçãode profissionais qualificados. Em18 de Novembro, as ministras Vonder Leyen e Schavan, do Trabalhoe da Educação, e os ministros daEconomia, Rainer Brüderle, e doInterior, Thomas de Maizière, vãoapresentar um plano para comba-ter a falta de mão-de-obra qualifi-cada na Alemanha.

No entanto, no interior da co-ligação governamental ainda nãohá consenso sobre o novo modelopolítico de imigração e integração.O sistema de pontos sugerido peloliberal Brüderle é controverso

entre os democrata-cristãos,sendo apoiado pela ministra daEducação e rejeitado pelo ministrodo Interior.

A proposta de Brüderle, quelevaria três anos para ser imple-mentada, inspira-se no modelo deimigração de países como o Ca-nadá ou a Austrália, onde osestrangeiros interessados em imi-grar recebem pontos por seu níveleducacional; só quem atingir umapontuação específica pode perma-necer a longo prazo no país. Scha-van defende a sugestão,acentuando que as qualificaçõesprofissionais e o conhecimento dalíngua alemã deveriam ser valori-zados no processo de selecção deimigrantes a serem aceites no país.Aguns dirigentes do partido OsVerdes também favorecem essemodelo.

Entre os democratas-cristãoshá também outras ideias de comoatrair mão-de-obra qualificadacom mais eficiência. Uma das pro-postas é baixar de 66 mil para 40mil euros o nível salarial mínimoanual exigido a um estrangeiroque queira imigrar para o país.

Políticos social-cristãos, porsua vez, consideram desnecessáriotentar obter no exterior os trabal-hadores qualificados de que a Ale-manha precisa. Em vez disso, elesexigem que os políticos tentemconter a evasão de mão-de-obraqualificada alemã para o exterior.

Falta de mão-de-obra preju-

dica economiaA agilização do reconheci-

mento dos diplomas estrangeirosrepresenta um primeiro sinal aosimigrantes qualificados, muitasvezes obrigados a viver de empre-gos não qualificados. Actual-mente, estrangeiros ou alemãesque estudaram no exterior preci-sam esperar anos para ter seuscertificados reconhecidos.

Segundo o Ministério alemãoda Economia, a escassez de mão-de-obra qualificada custa ao paísbilhões de euros por ano. Só em2009, a falta de trabalhadoresespecializados ocasionou prejuí-zos de 15 bilhões de euros.

No sector de tecnologia de in-formação, por exemplo, a escassezde especialistas qualificados au-mentou 40% este ano, chegando a28 mil empregos vagos. Segundoa associação alemã do sector, Bit-com, trata-se de um problemaestrutural a ser sanado. Um es-tudo divulgado pela Bitcom mo-strou que 1.500 empresas dosector de tecnologia de informa-ção reclamam da falta de funcio-nários qualificados.

Paralelamente, o governo ale-mão também pretende pressionaros estrangeiros avessos à integra-ção. Berlim está a planear diversasalterações da legislação de estran-geiros, de direito de permanênciano país e de imigração. .

Uma delas, por exemplo, prevêque os departamentos sociais mu-nicipais sejam obrigados a notifi-car as autoridades de imigração,caso um estrangeiro tenha que re-ceber sanções por rejeitar a parti-cipação nos cursos obrigatórios deintegração. O Departamento Fe-deral de Migração e Refugiadoscalcula que 10% a 20% dos imig-rantes não frequentem os cursosobrigatórios. PP com agências

Governo alemão quer acelerar reconhecimentode diplomas estrangeiros

A ministra alemã da Educação, Annette Schavan quer atrairprofissionais qualificados do exterior. „Face ao desenvolvi-mento demográfico na Alemanha, acho que não podemos ma-nifestar a impressão de que ninguém mais deveria imigrar“,declarou a ministra, revidando declarações polémicas de po-líticos conservadores nesse sentido. A ministra do Trabalho,Ursula von der Leyen, também é da mesma opinião.

Cerca de 58 por cento dos ale-mães são a favor da limitação daliberdade religiosa dos muçulma-nos na Alemanha, segundo um es-tudo da Fundação Friedrich Ebertrecentemente divulgado.

No leste do país, território daantiga República DemocráticaAlemã (RDA) – as pessoas favor-áveis a restringir as liberdades dosmuçulmanos ascendem a 75 porcento.

O estudo teve como objectivodeterminar o potencial que podemter as ideias de extrema direita naAlemanha e concluiu, conside-rando seis variáveis, que o cenárioé preocupante.

Assim, por exemplo, 34,7 porcento dos alemães acreditam quea maioria dos muçulmanos vai

para a Alemanha com o objectivode abusar do sistema social e 23,6é a favor da criação de um únicopartido que represente todo opaís.

As outras três áreas em que oestudo procurou encontrar indí-cios de um potencial de extremadireita - atitudes anti-semitas, de-fesa do darwinismo social e mini-mização dos crimes do nazismo –tiveram resultados menos inquie-tantes.

As atitudes anti-semitas foramobservadas em 8,4 por cento dapopulação, as ideias procedentesdo darwinismo social foram iden-tificadas em 4,5 por cento e as ati-tudes que minimizam os horroresdo nazismo foram identificadasem 4,1 dos entrevistados.

Alemanha 58% da população quer limitar liberdade religiosa dos muçulmanos

Segundo a agência de notíciasAFP, a versão original deste planode austeridade, anunciado no iní-cio de Junho e aprovado em Con-selho de Ministros no mêsseguinte, tem sido enfraquecida,principalmente no que diz re-speito ao „imposto verde“ a serpago por todas as empresas ale-mãs.

Sobre esta questão, o governoalemão, que queria cortar nos sub-sídios concedidos a determinadossectores empresariais, curvou-se àindústria após esta ter levantado apossibilidade de centenas de mil-hares de despedimentos.

O novo imposto sobre as via-gens aéreas é destinado a empre-sas de transporte aéreo e incidesobre todos os voos da Alemanha.Compreendida entre 8 e 45 eurospor bilhete em função da distânciapercorrida, a nova taxa deve gerarum bilião de euros por ano, sendofortemente contestada por trans-portadoras e aeroportos.

Já no que diz respeito ao planode cortes nos benefícios sociais, o

plano de austeridade prevê a re-moção do subsídio para desemp-regados de longa duração, bemcomo o corte no orçamento daagência de emprego alemã e a re-dução do subsídio atribuído aospais que interrompam o trabalhopara cuidar das crianças.

O governo alemão vai aindaaumentar os impostos sobre o ta-baco.

Berlim anunciou uma receitade 80 milhões até 2014, apesar dea votação no parlamento não inci-dir sobre a totalidade deste valor,que permanece hipotético.

O governo alemão inclui, porexemplo, dois mil milhões deeuros de receita anual ao abrigo deum imposto sobre transacções fi-nanceiras, que aguarda o con-senso internacional eespecialmente da União Europeia.

Berlim espera que estas medi-das venham a corrigir as finançaspúblicas alemãs, abaladas pelacrise, e permitir ao país respeitaro limite de dívida inscrito na Con-stituição que entrará em vigor em2016.

Com este plano de austeri-dade, o défice alemão deverá fixar-se nos quatro por cento doProduto Interno Bruto (PIB),menos dois pontos percentuais doque os seis por cento propostos noinício deste ano.

Parlamento aprova plano de austeridade,com cortes nos benefícios sociais e imposto sobre viagens aéreasO parlamento alemão aprovouos principais pontos de um planode austeridade destinado a sal-var dezenas de biliões de eurosaté 2014, cortando nos benefí-cios sociais e introduzindo umimposto sobre viagens aéreas.

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PORTUGAL POST Nº 196 • Novembro 201018

Em Portugal as gerações maisnovas, criadas e mesmo já nasci-das em tempos pós-coloniais,olharão para o famigerado impé-rio português cuja agonia termi-nou em 1974 como quem olhapara o império romano ou para opersa, para épocas há muito enter-radas e para sempre desapareci-das. Porém verificamos pelasdatas que sobre o tempo imperial- e sobre o discurso imperial a eleligado - ainda nem duas geraçõespassaram e que as elites políticase económicas de Portugal, e tam-bém dos países lusófonos africa-nos, i. e. das antigas colónias,andaram na escola „no tempo daoutra senhora“, no qual a letra Sno livro da primeira classe seaprendia soletrando V-I-V-A-S-A-L-A-Z-AR. Se para muitos a épocasignificava „comer e calar“ (oupior ainda: não comer e calar namesma), havia quem tentasseatravés da palavra poética escre-ver contra a situação dum país quese imaginava centro do mundo,cego à sua real pequenez e insigni-ficância no xadrez político interna-cional, embandeirando em arcocom o seu „Portugal uno e indivi-sível de Minho a Timor, maior queos maiores“, como demonstravaaquele insólito mapa da Europacoberto com as manchas das „nos-sas províncias ultramarinas“. Umadas vozes foi Joaquim Namorado(1914 - 1986), licenciado em mate-mática e professor, ligado ao mo-vimento literário neo-realista eque nos deixou uma pequenaobra, das quais se destacam poe-mas, como o que aqui escolhi, dacolectânea „Aviso à Navegação“ de

1941:

De que ilha se trata? Vejamoscomo o poema no-la descreve: elaencontra-se aqui e agora onde o eufala, não parece pois tratar-seduma ilha longínqua, os prono-mes demonstrativos este/esta odizem: esta é a ilha, este é o mar,esta noite, a terra é esta. À ilhaaportaram barcos perdidos, abal-roados, e mais adiante „naus daÍndia“. A ilha encontra-se perdida,ela também, nos mapas e mar desargaços e de tormentas(v.5/6). Ea ilha vive num tempo nocturno:„noite negra sem limites/onde nãovive um astro, uma nuvem ou umaasa“(v.10/11), um tempo sem luz,sem poder olhar um céu estreladoque lhe indique o rumo, sem pro-jectos de futuro - nenhum „golpede asa“. Parece ter aportado a estailha toda uma armada desfigu-rada, cujos mastros estão desman-telados, os estandartes imperiaisflutuam desbotados e rotos, os po-rões foram arrombados e os heróistornaram-se almas penadas que„jazem insepultos“(v.19). Será estailha o Portugal de 1941? Um anoantes o regime havia comemoradocom grande pompa várias datas dahistória nacional: a fundação àvolta de 1140, a restauração de1640. O mundo estava em guerrae nós procurávamos engrandecerglórias passadas na Exposição doMundo Português“, em Belém,

nosso lugar de memória par excel-lence, onde o Padrão dos Desco-brimentos em conjunto com oMosteiro dos Jerónimos e a Torrede Belém constituem o ex-libris deLisboa e a memória/saudade doimpério perdido. Se para Pessoana „Ode marítima“ de Álvaro deCampos, o eu olha do cais para orio, neste poema de Namorado jánem cais existe, a faixa de terratransformou-se em ilha, à derivanum mar „das tormentas destavida,/onde há só tempestades eagoiros“(v.7/8). Aquilo a que cha-mamos - mesmo hoje e sempre emtom encomiástico - a gesta dosdescobrimentos ou o esplendor dePortugal como se canta no hino -todo esse heroísmo ou a memóriadele, naturalmente levado ao exa-gero durante as comemorações de1940, Namorado vai virá-lo doavesso. Ele apresenta-nos os bar-cos, símbolo das viagens e das des-cobertas, aqui partidos, perdidos,i.e. sem norte, sem direcção, e a aterra é feita de „cascos oscilantes“,como se o poeta quisesse demons-trar que tudo aquilo que o regimevendia como seguro e eterno, nãoera mais que um engodo, umafraude. O poema denuncia a ex-pansão como roubo e ganância(„tesoiros arrancados/a todos osorientes“, v.28/29) e os estandar-tes entretanto, perderam a cor,perderam pois o sentido comomitos sem significado.

O regime vai aguentar maisuns bons trinta anos, conjugandotodos os esforços numa guerra co-lonial que estava de antemão per-dida, pois é já nos anos 40 pela vozdos poetas e artistas que começaráum tempo que já não é o dos bar-cos. Esta ilha não é uma ilha en-cantada, não faz parte das ilhasparadisíacas, não é um locusamoenus, nenhuma Ilha dos Amo-res. Namorado escreve aqui -como mais tarde vários poetascomo Manuel Alegre e ainda maistarde romancistas como Lobo An-tunes em „As Naus“ - uma anti-epopeia. Se nos Lusíadas ascaravelas singravam „os maresnunca antes navegados“, aquitemos barcos desmantelados, he-róis-fantasmas, tesouros roubadosque chegam sem honra nem glóriaa um país que se transformou emilha, comunidade ilhada, isolada,obsoleta, parada no tempo. Porisso fica a conclusão final, numtom de infinita tristeza: „Não hágrandeza que baste/quando a des-graça é tamanha.“ Em tal estadode penúria não há consolo que nospossa animar. O poema disso dáparte, dum tempo de „naviosafundados“, quando discursosocos de „sonhos colossais“ de nadajá servem a uma realidade tor-mentosa. Realidade essa que, afi-nal, ainda não está tão longeassim.

Quando se aprendia a soletrar

V-I-V-A-S-A-L-A-Z-ARA ILHA DOS NAVIOS PERDIDOS

Aqui é a ilha dos navios perdidos,dos navios abalroados, afundadosnos naufrágios...Esta é a ilha perdida nos mapas,perdida no mar dos sargaços;este é o mar das Tormentas,das tormentas desta vida,onde há só tempestades e agoiros;o céué esta noite negra sem limitesonde não vive um astro, uma nuvem ou uma asa;a terra é esta,os cascos oscilantesdos mil navios perdidos:Naus da Índia,barcos piratas dos moiros,fragatas e caravelas,navios dos Corte-Reaisonde jazem insepultosos heróis mais verdadeirose os sonhos mais colossais.- Nos mastros desmanteladosflutuam,rotos e desbotados,estandartes imperiais,e nos porões arrombados,nos cofres de segredos inúteis,dormem os tesoiros arrancadosa todos os orientes.Não há grandeza que bastequando a desgraça é tamanha!...

Luísa Costa Hölzl

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Quando um estudante estrangeirochega à Universidade de Coimbra(UC) tem à sua espera um colegaportuguês que o ajuda nos primei-ros passos da vida académica.Lançado há um ano, este pro-grama é já um grande sucesso.

Para o sucesso ser total teriade haver um estudante portuguêspara cada colega estrangeiro dosprogramas de mobilidade, o queainda não acontece, mas as suasdinamizadoras esperam que amensagem “boca a boca” ajude aoobjectivo.

Inspirando-se em acções queexistem noutros países, as respon-sáveis do Gabinete de Relações In-ternacionais da UC lançaram háum ano o “Programa Buddy”, quejá envolveu 202 estudantes portu-gueses e outros tantos estrangei-ros.

Um inquérito lançado no finaldo ano para aferição do “Buddy”revelou que 95 por cento dosestrangeiros ficaram satisfeitoscom a ajuda. Entre os portugue-ses, o grau de satisfação era de 93por cento.

Este ano são já mais de meiomilhar os estudantes estrangeirosajudados por colegas portugueses,um número que se espera quevenha a aumentar no segundo se-mestre e por causa da crescenteadesão dos portugueses.

A primeira opção é escolherestudantes das mesmas faculda-des e em função das competênciaslinguísticas de cada um. Depoisestabelecem contacto entre siantes da chegada a Coimbra, ex-plicou Teresa Silva, uma das re-sponsáveis pelo “Buddy”.

Em Coimbra, o estudante por-tuguês normalmente orienta o co-lega estrangeiro dentro dafaculdade, mostra-lhe a cidade,apresenta-lhe amigos e ajuda-o aencontrar quarto. Depois ambosse mantêm em contacto para asnecessidades que forem surgindo.

Quando as culturas são muitodistintas, nos primeiros contactos

surgem alguns bloqueios, que gra-dualmente se esbatem.

Ruben Ribeiro esteve na Poló-nia no ano transacto num Pro-grama Erasmus, onde teve uma“buddy”, e de regresso a Coimbraquis retribuir em duplicado.Coube-lhe orientar duas colegasna Faculdade de Economia, umapolaca e uma turca.

Com a polaca Gosia ao fim dealgumas palavras já estavam abrincar, mas com a turca as dife-renças culturais evidenciaram-se.Orientou-a para um “hostel” ondepernoitaria antes de lhe arranjarquarto, mas ela recusou-se porestar lá um homem a dormir. Asolução foi oferecer-lhe guarida nasua própria casa.

“Agora sinto-me como emcasa. Está fixe, mas no início foimuito difícil”, recorda GosiaMozer, que chegou há um mês aCoimbra, e como ainda não ini-ciou as aulas de português recorreà língua inglesa e à “gestual” paracomunicar e adquirir os bens deque necessita.

“Olá, chamo-me Gosia, sou po-laco. Muito Obrigado. Duas cerve-jas por favor”, responde perante odesafio para se expressar em lín-gua portuguesa.

Para Ana Teresa Ferreira, umadas co-responsáveis do ProgramaBuddy na UC, esta é também umaforma de “internacionalização emcasa”, ao proporcionar-se a estu-dantes que não tem possibilidadesde ir para o estrangeiro contactoscom pessoas de outras línguas e deoutras culturas.

Este ano são esperados na UCcerca de 1300 estudantes em pro-gramas de mobilidade. Nem todosterão colegas portugueses aacolhê-los, mas é convicção quenum futuro próximo isso aconte-cerá.

No final fica a amizade. Rubencontinua a comunicar com amigosna Polónia, e já voltou lá, e fezquestão de se encontrar com a suaantiga “buddy”.

Programa põe estudantes portugueses a orientar estrangeiros à chegada

LÍNGUA PORTUGUESA

Universidade de Coimbra

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PORTUGAL POST Nº 196 • Novembro 2010 19MÚSICA

PP - Depois do sucesso de«Para Além da Saudade», oêxito de «Leva-me aosFados» ainda constituiu sur-presa?

AM - Alguma, sim. Poucotempo depois de ter saído, atin-giu logo o galardão de platina.Foi uma surpresa, apesar das ex-pectativas serem altas.

PP - Como explica a novapopularidade do fado emPortugal, sobretudo entre ascamadas mais jovens?

AM - As casas de fado sempreestiveram cheias. Logo que eu co-mecei a cantar fado reparei queestava lá gente até mais nova doque eu. O fado sempre agradou atodas as gerações. Obviamentenão em grande massa, mas ape-nas por não ter tido a exposiçãomerecida. As pessoas não sepodem identificar com aquilo quenão conhecem. A partir do mo-mento em que o fado começa ater alguma exposição, por exem-plo, com a Dulce Pontes, que re-criou o fado à sua maneira, aspessoas já começaram a ter opor-tunidade de se identificar. Eentão surge também uma geraçãonovíssima de intérpretes, poetas,

músicos.PP - Até que ponto ajudou

o interesse de ícones do rockinternacional como os Rol-ling Stones e o Prince no re-conhecimento de AnaMoura?

AM – Foi muito importante,sobretudo para a exposição deque falava agora. Público segui-dor dos Rolling Stones ou doPrince, que nunca tinha ouvidofado, ou que nunca tinha ouvidoo meu trabalho, de repente teveessa oportunidade. Muitas pes-soas tiveram então a curiosidadede ir procurar o meu trabalho eisso levou-me a públicos comple-tamente distintos.

PP - O que significa parao desenvolvimento do seutrabalho a colaboração comartistas deste gabarito?

AM – É importante na me-dida em que todas as experiên-cias que nos enriquecempessoalmente acabam por ter re-flexo naquilo que fazemos. Foi oque eu senti. Mas também emtermos pessoais foi muito impor-tante conhece-los. E repercutiu-se no meu trabalho de uma formainconsciente.

PP - Pode contar-noscomo «Levou» Mick Jagger«aos Fados»?

AM – Eu participei no CD«The Stones Projects», onde vá-rios artistas de origens diversashomenageiam os Stones. Cadaum de nós tinha um deles a tocarconsigo. Comigo tocou o CharlieWatts. Mas os restantes ouvirama gravação e quiseram ouvir-menuma tradicional casa de fados. Eassim eu acabei por levar pelaprimeira vez o Mick Jagger a umacasa tradicional de fados em Lis-boa.

PP - Recentemente es-teve na Alemanha para con-certos com uma «big band»de jazz. Como foi essa expe-riência?

AM – Cantar com uma bigband e ser conduzida por ummaestro foi, na realidade, total-mente diferente para mim. Foiuma experiência muito boa podercolaborar num projecto com ex-celentes músicos. Aliás, duranteos concertos eu até me distraia aouvir os solos de cada um daque-les músicos fenomenais.

PP - É um trilho que irácontinuar a explorar no fu-turo?

AM – A experiência foi tãoboa que tenho a esperança de apoder repetir para um públicoportuguês. Tenho a intenção deconvidar a big band para um con-certo especial em Portugal.

PP - Há a intenção deproduzir um álbum a partirdos espectáculos?

AM – Se correr bem, quemsabe?

PP - O conceito de fadotornou-se cada vez maiselástico. É correcto dizerque o fado se abriu aomundo juntamente com Por-tugal a partir da Revoluçãodos Cravos?

AM – Sim, acho que a partirdo 25 de Abril, Portugal abriu-semais ao mundo e talvez o fadopossa ter recolhido mais ideias enovas linguagens de outras ex-pressões musicais urbanas. Issodeve-se ao mundo global em quevivemos. Lisboa, por exemplo,hoje tem gente proveniente deoutros continentes, e isso acabapor influenciar os nossos músicose a forma como eles se mani-festam musicalmente.

PP - Até que ponto bene-ficiou o fado dessa abertura?

AM – É importante frisar queo fado nunca foi uma música es-tanque, sempre sofreu de proces-sos evolutivos. O que é essenciale sempre foi essencial no fado é orespeito pela tradição. Mas só alongo prazo é que poderemosdizer se foi benéfico ou não.

PP – Como procede à es-colha dos guitarristas?

AM – No baixo sou acompan-hada já há muitos anos pelosFilpe Larsen. E como neste mo-mento uso duas guitarras portu-guesas, toco com o CustódioCastelo e o José Manuel Neto ouo Bernardo Couto, por exemplo.Na guitarra acústica tenho o JoséElmiro Nunes, que foi o primeiroque me acompanhou quase desdeo início. Deixa-me muito feliz terestes músicos a acompanharem-me, porque são músicos exce-lente. Aliás, neste último disco euqueria gravar com duas guitarras

portuguesas e tenho feito isso nosconcertos ao vivo. Juntei duasdas melhores guitarras portugue-sas de momento, que são o Cus-tódio Castelo e o José ManuelNeto. Todos têm linguagens to-talmente diferentes, e fico muitofeliz por poder juntá-los e assistira este diálogo durante os concer-tos.

PP - O último trecho de«Leva-me aos Fados», comoavisa o título, não é um fadonormal. Ele aponta a suavontade de ir por outros ca-minhos que não sejam os dofado?

AM – O último trecho é daautoria de Amélia Muge e chama-se «Não é um fado normal».Achou-se interessante convidaros Gaiteiros de Lisboa para parti-ciparem neste tema por ter estetítulo, e por toda a atmosfera aque a linguagem da música nosinduzia. Mas não é uma vontademinha de seguir por outros ca-minhos que não o fado. Não, ofado é o meu caminho.

PP - É inegável que sesente na sua voz a identifica-ção total com aquilo quecanta. É técnica e aprende-se, é emoção que não seaprende, ou ambos?

AM – Tudo o que tem a vercom o fado tem a ver com a emo-ção, com aquilo que sentimos, oque nos força a ser muito hones-tos connosco próprios. O fado ésermos emotivos e estarmos aocomando das nossas emoções.Não existe qualquer tipo de preo-cupação estética. Acho que é tudouma forma natural de nos deixar-mos ser comandados por aquiloque nos vai na alma.

«O fado é o meu caminho»Entrevista com Ana Moura

Cristina Krippahl

Ana Moura está de regresso à Alemanha com um concertona Philharmonie de Colónia no dia 6 de Novembro. Vemapresentar o seu quarto álbum, «Leva-me aos Fados», numacasa com um público tradicionalmente exigente. Mas não hámotivos para preocupações: a elevada qualidade do trabalhoe da execução da artista e dos seus músicos já demonstra-ram ser garantia de sucesso mesmo em países onde o fadocontinua a ser considerado um género «exótico». A poucosdias do concerto de Colónia, o Portugal Post falou com AnaMoura sobre o novo álbum, o concerto e a emoção do fado.

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Muitos dos nossos clientes não re-ceberam do seu empregador umcontrato de trabalho celebrado porescrito. À primeira vista, não háproblema, dado que, ao contráriode uma rescisão do vínculo laboralou de um contrato de despedi-mento voluntário, o contrato detrabalho não está obrigado a ob-servar uma determinada forma.Portanto, o mesmo terá validadese for celebrado verbalmente,desde que se tenha chegado a umacordo sobre os pontos essenciais,tais como ordenado e trabalho aser executado.

Contudo, os problemas podemsurgir muitas vezes quando ocorrequalquer desentendimento. Comonão está escrito o que foi combi-

nado, há frequentemente conflitossobre o conteúdo exacto do con-trato, como por exemplo no quediz respeito à remuneração pagapor hora. Visto que o que foi defacto ajustado terá de ser compro-vado pela parte que faz a reivindi-cação, portanto quase sempre otrabalhador, este ficará em muitomaus pratos se não houver a pos-sibilidade de se recorrer a outrosdocumentos (por exemplo folhasde ordenados), ou se não existi-rem testemunhas que possam cor-roborar as suas afirmações.

Por estas razões, a chamada leide comprovação obriga todos osempregadores da Alemanha a re-digirem as condições essenciais decada contrato de trabalho, a assi-narem o que escreveram e a entre-garem o manuscrito/o documentoao trabalhador. Desta forma,todos os trabalhadores ficarão aconhecer os regulamentos queregem o seu vínculo laboral.

Assim, é um direito de todo otrabalhador exigir esta comprova-

ção do seu empregador, a fim deficar ciente da totalidade do teordo seu contrato de trabalho, a nãoser que este tenha sido desde logocelebrado por escrito. O mesmodeverá acontecer sempre que sealterem mais tarde quaisquer con-dições contratuais de importância.Deverá ser especialmente regis-tado por escrito o seguinte:

• nome e morada das partescontraentes•data de início do contrato• no caso de um contrato atermo, a duração planeadapara a actividade•o local de trabalho; no casode locais variados, a respec-tiva observação•uma descrição da actividade•o montante da remunera-ção, inclusive pagamentosextraordinários•horas de trabalho ajustadas•férias anuais•prazos de despedimento

•observações sobre os con-tratos colectivos de trabalho,os acordos de empresa ou deserviço válidos para este con-trato.

Como já acima referido, se oempregador não cumprir estaobrigação, o contrato de trabalhocontinuará a ter validade. Mas, emconsequência do não cumpri-mento dos deveres de comprova-ção, o empregador ficará emdificuldades e passará a responderpelos eventuais danos que o tra-balhador tenha sofrido, como porexemplo, os que tenham sido cau-sados por o mesmo não ter obser-vado um prazo improrrogávelmencionado no contrato colectivode trabalho devido a desconhecerque este rege o seu contrato labo-ral, ficando-lhe assim vedada asua reivindicação apenas por talfacto. Além disso, uma falta decomprovação por parte do empre-gador poderá, em tribunal, terconsequências favoráveis para o

trabalhador, pois ser-lhe-ão con-cedidas facilidades relativamenteà apresentação de provas.

Contudo, será sempre melhorter-se na mão, a preto e branco, osregulamentos que regem o con-trato do trabalho que cada umaceitou.

O contrato de trabalho – por escrito?

Voltamos, na edição de hojedo Portugal Post, a um temado âmbito do direito do tra-balho.

Page 21: Portugal Post Novembro 2010

PORTUGAL POST Nº 196 • Novembro 2010 21

3José Gomes Rodrigues

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Os seus gastos com a saúde e formas de poupar

> Qual a comparticipação financeiras com a saúde> Isenção de comparticipação na aquisição de medicamentos

Continuação da edição ante-rior

Isenção da comparticipa-ção nos cuidados de saúde

Há casos em que os pacientesestão isentos de diversos paga-mentos suplementares na suatotalidade. Deste modo vamosao encontro do nosso leitor. Apresente alteração entrou emvigor em Janeiro de 2004.Ficam isentos parcialmentedos pagamentos acima men-cionados, todos os que usu-fruem da ajuda social, da ajudasocial ao desemprego ou querecebem da caixa social umcomplemento à reforma ou seas entradas económicas nãoultrapassarem uma determi-nada quantia. As fontes de re-ceitas domésticas a ter emconta, incluem, além do orde-nado, rendimentos imobiliá-rios, reformas ou récitasoriundas de juros de capital. Aisenção não é automática, ésempre necessário, para quehaja direito, um requerimentoescrito. A isenção é geralmente parcial,passando depois a total, logoque a quantia estimada para osgastos, seja absorvida. Essaquantia considerada diminui,havendo no agregado alguémque sofra duma doença cró-nica. Mais adiante tentarei,através de exemplos, clarificarmelhor o afirmado.

Como se pode verificaresta isenção parcial?

Clarificando com algunsexemplos práticosCaso 1: Um determinado agre-gado familiar é composto de 4pessoas, o/a cabeça de casal, ocônjuge e dois filhos menores,em idade escolar. As entradasfinanceiras ilíquidas anuais sãode 35.000 €. Desta quantiadeduz-se 4.599 € para a esposae duas vezes 7. 008 € (14. 016)para os filhos. A quantia sobrea qual recai os 2% ou 1% será ade 16.385 €. O agregado fami-liar só poderá gastar com asaúde a quantia limite de327,70 € , havendo uma

doença crónica na fa-mília, a quantia quepoderá despender comos gastos com a saúdeserá de 163, 85 € du-rante um ano. Comoafirmámos, as criançasaté os 18 anos deidade, estão isentas dequalquer pagamento.

Caso 2: O senhor Ma-nuel dos Anjos vive sóe duma reforma anualde 8.400 € e é portador dumadoença crónica, devidamentejustificada pelo seu médico.Sendo assim, só poderá tergastos com a saúde o valor de84 € por ano.

Caso 3: A família do Sr. Ma-nuel João, após ter apresen-tado o pedido na sua caixafoi-lhe justificada os gastoscom a saúde no total de 327, 70€ no presente ano. Aconteceque a esposa teve de ser hospi-talizada durante 20 dias úteis.Pelo seu internamento teve depagar a quantia de 200 € (20dias a 10€ ). Em Janeiro o ma-rido teve de despender emconsultas e em medicamentos57,70 €. Deste modo tem aindade despender 70,00 € do bolsopara ficar isento na sua totali-dade. Deverão guardar todasas facturas e ao gastarem essaquantia deverão apresentá-lasà sua caixa para poderes estarisentes durante o resto do ano.

Como se justificam asdoenças crónicas?

As doenças crónicas têm de serverificadas e atestadas atravésdum formulário suplementarpróprio à disposição das Cai-xas de saúde, pelo médico as-sistente. Tem de haver anecessidade de tratamento re-gular ou seja pelo menos umavez por trimestre. Havendosido contemplada com umgrau de cuidados intensivos

não é necessário certificadomedico confirmativo, já que édo conhecimento prévio dascaixas de saúde.

Justificação dos gastoscom a saúde perante aCaixa

Todas as facturas com a saúdedevem ser bem guardas e jun-tas. Estas devem conter onome do segurado, a data decompra, a quantia do suple-mento pago, e o carimbo dafarmácia ou de outro serviçomédico ou medicamentoso. Osorganismos que prestam osserviços de saúde são obriga-dos, por lei, a passar, gratuita-mente, tais confirmativos,tanto os médicos como os tra-tamentos hospitalares pas-sando pelas farmácias ououtros. Alguns gastos não são conside-rados para esta isenção, taiscomo: os medicamentos ou

serviços de saúde queultrapassam os cus-tos que a caixa prevê,gastos que não sãoprevistos ou que sãoadquiridos sem ne-cessidade de receitamédica, como óculose outros. Existe também a pos-sibilidade de usaremum pequeno livropróprio, posto à dis-posição pelas caixas,

onde todas as aquisições paraa saúde são apontadas e carim-badas pelos que administramtais serviços.

Como e quando devereiapresentar esses justifica-tivos?

Se já souber de antemão que aquantidade a pagar pelos me-dicamentos será mínima,poderá apresentar o requeri-mento à caixa antes do anopara o ano seguinte. As caixasaconselham a apresentaçãodos requerimentos até 30 deOutubro do ano anterior parao ano seguinte. Há duas possibilidades de jus-tificar os gastos. Ou junta todasas facturas até à quantia a par-tir da qual ficará isento e apre-senta-as à caixa, após alcançaro máximo de gastos. Esta pas-sará então um cartão identifi-cativo de isenção total para oresto do ano. Ou então, paga

directamente à caixa até essaquantia reconhecida e receberáentão um cartão de isençãoapós o pagamento, estandoisento da participação para oano em questão.

NOTA IMPORTANTE

1. Segundo a nossa experiên-cia, há muitos compatriotasque estariam isentes de com-participação de gastos commedicamentos e gastos simila-res. Não percam tempo, façamcontas e averigúem se estãoabrangidos por essa situação.Basta tantas vezes um interna-mento hospitalar ou o trata-mento numas termas parachegarem a esses gastos. Se ul-trapassarem, a caixa poderáremeter-lhe os gastos superio-res a esse valor que lhe foi con-signado.

2. Façam o respectivo requeri-mento com antecedência,apresentem confirmativos dasentradas financeiras do agre-gado familiar e deixem que ascaixas verifiquem a quantiamáxima a que sois obrigadosna vossa comparticipação fi-nanceira. Juntem devida-mente, como afirmámos, asfacturas dos gastos com asaúde e apresentem-nas nacaixa quando ultrapassaremesse tope possível. Concluindo: para o ano 2011 asquantias a deduzir às entradasfinanceiras são maiores, o queprovocará o engrossamento donúmero de segurados isentesde pagamento. Não será o lei-tor também um deles? Façabem as suas contas!

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PORTUGAL POST Nº 196 • Novembro 201022

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2.11.2011 – BERLIM. Con-certo do Grupo OqueStrada.Local: Crystal, Columbia-damm 9-11, 10965 Berlin .Início: 20h00

6.11.2010 – ESSEN – Grandenoite de fados com o grupo“Gerações”. Local: Haus VillaRü, Giradetstr. 21 , 45131Essen Info. 0173-2938194.Início: 20h00. Org. CentroPortuguês de Essen.

6.11.2010 – LUDWIGS-BURG – Concerto de Mariza.Local: Forum am Schlos-spark, Stuttgarter Str. 33,71638 Ludwigsburg . Início:20h00

6.11.2010 - OSNABRÜCK-XXIII convívio de „Trans-montanos e Altodurienses“que se realiza no Centro Por-tuguês de Osnabrück. O con-vívio terá início pelas 17.00horas com o tradicional lan-che de produtos regionais,não faltaram bons vinhos du-rienses e pelas 20.00 horasserá servido o jantar sempre

acompanhado com boa mú-sica portuguesa pelo „GrupoMusical Segura-te“

6.11.2010 – COLÓNIA –Concerto de Ana Moura.Local: Kölner Philharmonie Bischofsgartenstr. 1 . 50667Köln. Início: 20h00

7.11.2010 – LEVERKUSEN– Concerto de Mariza. Local:Forum am Schlosspark, Stutt-garter Str. 33, 71638 Ludwigs-burg . Início: 18h00

7.11.2010 – LOHMAR -Noitede Fado com o grupo Gera-çoes. Local: Villa Friedlinde,Bachstr. 12 , LohmarInfo. 0173-2938194. Início:18h00

10.11.10 – 19.1.11. 2o10 -HAMBURGO - jeweils18:00 Uhr Mittwochskino/Ci-nema às quartas: Ein Jahr-zehnt in Kurzfilmen/Umadécada em curtas Portug.Kurzfilme mit engl. Unterti-teln der Agência da Curta Me-tragem, die dieses Jahr auf ihrzehnjähriges Bestehen zu-rückblickt. Ort: Centro deLíngua Portuguesa (InstitutoCamões), Philosophenturm,Raum 663 (6. Stock), Von-

Melle-Park 6. Der Eintritt istfrei.10.11. País „Saudade“ 17.11. Na família24.11. Dez anos de animação(7 Animationsfilme)

13.11.2010 – DORTMUND –Festa de São Martinho. Local:Centro Português de Dort-mund (Missão Católica). Iní-cio: 19h00

13.11.2010 – HAMBURGO –Baile de São Martinho naMissao Católica, DanzigerStr. 62. Há castanhas assadase muito mais. Baile abrilhan-tado pela BANDA LUSITA.Início: 20h00

12.11.2010 - PADERBORN -Convite da Paroquia St.Hein-rich e Kuningunde paraparticipar na sexta-feira dia12.11.2010 numa noite de cul-tura para todos. A comuni-dade portuguesa dePaderborn eproximidades(Bad Driburg,Gütersloh,Werl,Nieheim,Min-den etc.)vão estar presentesatraves de canticos portugue-ses. partir das 20.0o horasna Igreja de St.Heinrich undKunigunde em Schloß Neu-haus-33104 Paderborn

20.11. 2010 - BREMENMísia, Lisboarium Konzert imGroßen Saal der Glocke Bre-men, Domsheide 6-8. Tel.0421/33 66 99. 20:00 Uhr

20.11.2010 –PADERBORN– Conde noite de fado com aparticipação do grupo „Anto-logiado Fado”. Para mais in-formações podem ligar para05254.9306843 Local:KUL-TURWERKSTATT-Bah-nhofstr.64 em 33102 PB, apartir das 20h00

21.11.2010 – BREMEM –

Coincerto de Cármen Souza.(Fado, Morna, Latin- undAfro-Groove). Local: Bremen,Kulturzentrum Schlachthof,Findorffstr. 51. Início: 20h00.

20.11.2010 – BERLIM –Concerto Trio Fado . Local:Passionskirche Marheinekeplatz 1 . 10961Berlin. Início: 20h00

28.11.2010 – Wiesbaden-Concerto do grupo SINANOSSA. Local: Thalhaus Nerotal 18 . 65193 Wiesba-den. Início: 17h00

NOVEMBRO 2010

“A castanha é de quem a come e não de quem a apanha.”

Tempo de castanhas

Page 23: Portugal Post Novembro 2010

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"O filho de José e de Maria nasceu como todos os filhosdos homens, sujo de sangue de sua mãe, viscoso dassuas mucosidades e sofrendo em silêncio. Chorou por-que o fizeram chorar, e chorará por esse mesmo eúnico motivo." Todos conhecem a história do filho deJosé e Maria, mas nesta narrativa ela ganha tanta be-leza e tanta pungência que é como se estivesse sendocontada pela primeira vez. Nas palavras de José PauloPaes: "Interessado menos na onipotência do divinoque na frágil mas tenaz resistência do humano, a artemagistral de Saramago excele no dar corpo às preli-minares e à culminância do drama da Paixão"

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«Um romance histórico inovador. Persona-gem principal, o Convento de Mafra. O escri-tor aparta-se da descrição engessada,privilegiando a caracterização de uma época.Segue o estilo: "Era uma vez um rei que fezpromessas de levantar um convento emMafra... Era uma vez a gente que construiuesse convento... Era uma vez um soldado ma-neta e uma mulher que tinha poderes... Erauma vez um padre que queria voar e morreudoido". Tudo, "era uma vez...". Logo a come-çar por "D. João, quinto do nome na tabelareal, irá esta noite ao quarto de sua mulher,D. Maria Ana Josefa, que chegou há mais dedois anos da Áustria para dar infantes à coroaportuguesa a até hoje ainda não emprenhou

(...). Depois, a sobressair, essa espantosa personagem, Blimunda, ao encontro deBaltasar. Milhares de léguas andou Blimundo, e o romance correu mundo, na escritae na ópera (numa adaptação do compositor italiano Azio Corghi). Para a nossa me-mória ficam essas duas personagens inesquecíveis, um Sete Sóis e o outro Sete Luas,a passearem o seu amor pelo Portugal violento e inquisitorial dos tristes tempos dorei D. João V.» (Diário de Notícias, 9 de Outubro de 1998)

José Saramago Levantado do Chão - Preço: € 31,50

«A transformação social. A contestação.Personagens em diálogos. As cruentasdesigualdades sociais. Surgem as per-guntas proibidas. Vai-se adquirindoconsciência e espaço, para que tudo selevante do chão. Um livro composto por34 capítulos. No 17.º está a tortura e amorte de Germano Santos Vidigal. Ger-mano, o nome que significa irmão, ohomem da lança. Apesar de vencido, osacrifício da sua vida indica o caminho."Já o encontraram. Levam-no dois gu-ardas, para onde quer que nos voltemos

não se vê outra coisa, levam-no da praça, à saída da porta do sectorseis juntam-se mais dois, e agora parece mesmo de propósito, é tudoa subir, como se estivéssemos a ver uma fita sobre a vida de Cristo, láem cima é o calvário, estes são os centuriões de bota rija e guerreirosuor, levam as lanças engatilhadas, está um calor de sufocar, alto..»(Diário de Notícias, 9 de Outubro de 1998)

José Saramago CaímPreço: € 25.90Se em O Evangelho Segundo Cristo José Saramago nos deu a sua visão

do Novo Testamento, em Caim regressa aosprimeiros livros da Bíblia. Num itinerário he-terodoxo, percorre cidades decadentes eestábulos, palácios de tiranos e campos debatalha pela mão dos principais protagonis-tas do Antigo Testamento, imprimindo aotexto o humor refinado que caracteriza a suaobra.Caim revela o que há de moderno e sur-preendente na prosa de Saramago: a capa-

cidade de fazer nova uma história que se conhece do princípio ao fim.Um relato irónico e mordaz no qual o leitor assiste a uma guerra secular,e de certa forma, involuntária, entre o criador e a sua criatura.

Nos preços dos títulos em português jáestão incluídos os portes de Correio

Este livro elege como cenário a extraordinária sagada emigração portuguesa para França, contadaatravés de uma galeria de personagens inesque-cíveis e da escrita luminosa de José Luís Peixoto.Entre uma vila do interior de Portugal e Paris,entre a cultura popular e as mais altas referênciasda literatura universal, revelam-se os sinais de umpassado que levou milhares de portugueses à pro-cura de melhores condições e de um futuro comdupla nacionalidade. Avassalador e marcante,Livro expõe a poderosa magnitude do sonho e acrueza, irónica, terna ou grotesca, da realidade.Através de histórias de vida, encontros e despedi-das, os leitores de Livro são conduzidos a um finaldesconcertante onde se ultrapassam fronteiras daliteratura. Livro confirma José Luís Peixoto comoum dos principais romancistas portugueses con-temporâneos e, também, como um autor de cres-cente importância no panorama literáriointernacional.

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Page 24: Portugal Post Novembro 2010

PORTUGAL POST Nº 196 • Novembro 201024

Memória futura

Nós queremos publicar aqui as fotografias que fazemviver as suas recordações das férias, na associação, no tra-balho, com os amigos, no restaurante, nas festas, etc. Oenvio das fotos pode ser feito por e-mail ou por carta (coma garantia de restituirmos todas as fotos que recebermos)

Parecendo que não, este é o mais dra-mático momento da vida associativana Alemanha. Um grupo de sócios daextinta Associação Portuguesa emHamburgo (APH) entrega ao entãoCônsul-Geral de Portugal o espólio daAPH devido à dissolução da associa-ção por motivos de uma anquilosadagestão de alguns directores a quem sesacam responsabilidades pelo fim in-glório da primeira associação portu-guesa na Alemanha, Senão na Europa Foto: PP

2003

VIDAS

Um encontro atroz ou coisas do destino ?

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Caros amigos do Portugal Post, Já há muito que vos ando para

escrever para contar um pouco daminha história. Já tentei váriasvezes mas as palavras ou não mesaiam ou não as encontro certaspara dizer aquilo que quero.Mesmo assim arrisco e se nãoachar o jeito peço-vos que dêemmelhor forma ao que escrevo. Sóvos peço para não divulgarem omeu nome.

Tenho 49 anos de idade, nascialgures no Algarve e já por aquiando há 19 anos. Vim para a Ale-manha para ficar longe de um mo-mento bastante desagradável quepassei na minha vida. Graças adeus que depois de muitos anospassados e também devido à dis-tância posso dizer que o que sepassou comigo já não me causagrandes perturbações.

Neste 19 anos em que aquivivo, casei e tive filhos. Nuncacontei à minha mulher o que euagora quero vos contar e se vosconto é porque é uma história trá-gica e rara.

Em pequeno os meus pais vi-viam bem. O meu pai tinha um pe-queno supermercado e umaestação de gasolina e a minha mãeficava em casa. Tínhamos quasetudo para não termos problemasmateriais. O meu pai esfolava-se atrabalhar e a minha mãe ficava emcasa. Éramos dois irmãos: eu euma irmã mais nova.

Tinha eu para aí uns nove oudez anos quando um dia vi osmeus pais a berrarem um com ooutro. Desde esse dia que as coisase o ambiente em casa eram muitopesados. Às vezes a minha mãeentregava-nos à nossa avó paternae saía de manhã para chegar à

noite. Quando a minha mãe che-gava havia discussão pela certa. Omeu pai andava furioso. Fiqueisempre com a impressão que eleera mais fraco do que a minhamãe porque o ouvia chorar e a im-plorar mas nunca percebia os por-quês.

A minha mãe continua a fazero que lhe apetecia. Saía e entravade casa quando queria e só a vía-mos à noite antes de ir para acama.

Um dia, quando vim da escola,encontrei o meu pai a andar deuma lado para outro transtornadoe com um ar meio esgazeado. Nãoera normal o meu pai estar àquelahora em casa. Ele pegou em mime deixou-me em casa da minhaavó, a mãe dele. Passados algunsdias a minha avó levou-me ao hos-pital e vi o meu pai deitado numacama muito transtornado, mudo ede olhar vazio.

Alguns dias mais tarde, já emcasa, o meu pai disse-me que eupassaria a viver de ora em diantecom a minha avó e que a minhamana tinha ido com a minha mãepara outro lado. Foi assim que acasa da minha avó passou a ser aminha casa.

O meu pai nunca foi o mesmoe eu rara vezes o via até que umdia a minha avó disse-me a chorarque o meu pai tinha falecido.

Só mais tarde vim a saber quea minha mãe tinha fugido com umhomem estrangeiro e que tinha le-vado a minha irmã. O meu pai,desgostoso com a sua sina, suici-dou-se por enforcamento.

Os anos passaram e eu fuicrescendo sempre com o estigmado destino dos meus mais. Na

terra quando falavam de mim euera “o filho do enforcado” e toda agente sabia da história que setinha passado com a minha famí-lia.

Muito anos mais tarde, tinhaeu 27 anos, trabalhava eu numhotel em Vila Moura, conheci umarapariga que estava acomodadanesse hotel a passar férias. Erauma portuguesa que vivia na Ho-landa. Quando ela um dia entrouno hotel vindo da praia o nossoolhar encontrou-se e ficámos pre-sos a esse momento como se fosseuma eternidade, ou dito de outramaneira, houve ali qualquer coisaque fez faísca e que, pelo menosfoi o que eu senti, algo que fez oefeito de parecer que nos levanta-mos do chão e ficámos mais leves,isto é, como quem pode voar.

A rapariga não mais me saiuda cabeça. Todos os dias eupunha-me à cuca a ver se ela pas-sava e, várias vezes a vi mas numaárea que era interdita a trabalha-dores de outras áreas do hotel.

Comecei então, nas horasvagas, a rodear o hotel. Um diaquando tinha desistido de estar aliespecado à sua espera, voltei-mepara pegar na motorizada quetinha para ir para casa e dei decaras com ela. Creio que fiquei alipregado ao chão e sem palavrasdiante dela e como não sabia quedizer, perguntei-lhe se nós nosconhecíamos de algum lado. E seisso perguntei é porque de factosentia que tinha uma forte a im-pressão de a conhecer. Mas comoisso acontece a quem se apaixonaà primeira vista não dei importân-cia a esse pormenor.

Ficámos ali a dizer coisasassim sem sentido. Fiquei a saber

que ela era portuguesa e que tinhanascido no Algarve e tinha emi-grado com a sua família para aFrança e depois para a Holandaonde tinha estado casada.

No dia seguinte encontramo-nos de novo mas desta vez comencontro marcado num bar dianteda praia do Olhos de Água entreAlbufeira a Quarteira. Fiqueientão a saber que era mais novado que eu e que se chamava NiniKekiijkt (nome de casada) . Passa-mos dias naquilo, isto é, franca-mente apaixonados e, sempre quepodíamos, não havia momento emque não estávamos juntos.

Quando as suas férias acaba-ram despedimo-nos a muito custoe com muitas promessas, tantasque esta folha onde eu escrevo nãochegaria para as enumerar.

Telefonávamos tanto e tantasvezes que a conta do telefone dis-parou para valores quase insupor-táveis.

Neste entrementes, ela deslo-cava-se durante fins-de-semanaao Algarve e eu, às vezes, ia à Ho-landa. Nisto as coisas estavam jámuito adiantadas, funcionávamosbem. Contou-me então um poucoda sua vida e disse-me que se cha-mava Virgínia (conhecida pelasamigas como Nini) e que viveracom a sua mãe e o padrasto naHolanda até que à morte por do-ença da sua mãe. Enquanto ela mecontava aqui eu ia ficando apreen-sivo e assustado, pois a irmã que aminha mãe tinha levado para oestrangeiro também se chamavaVirgínia. Eu nada disse, ficara su-focado ao pensar numa coisa queeu não queria acreditar, isto é, queela pudesse ser a...minha irmã.

Estava eu na Holanda quando

ela me disse aquilo. Nesse dia enessa noite o meu comportamentoface às suas palavras, às suas mei-guices e à sua sedução alterou-secompletamente. Assustava-mequando me passava pela cabeçauma situação que eu não queriaacreditar, ou melhor, que estava aviver uma involuntária situação deincesto.

Ela ficou tão admirada com aminha mudança de humor e decomportamento que fez com insis-tentemente me perguntasse por-que é que eu estava assim.

Eu respondia como podia e,argumentando que queria com-prar tabaco, saí. Percorri as ruasdurante duas ou três horas.Quando cheguei a casa ela estavaquase a adormecer. Disse-lhe quenão conseguia dormir e ia ver te-levisão. Enquanto ela dormia, re-busquei os seus documentos efotografias e deparei com aquiloque eu não queria que fosse. Elaera a minha irmã que a minhamãe tinha levado quando fugiu domeu pai.

Fiz no maior dos silêncios amala e saí para a rua. Fiquei na es-tação de comboios, apanhei umque se dirigia para Paris e fui paraPortugal. Lá mudei de cidade deresidência e de telefone e tentei es-quecer a situação em que o destinome tinha colocado.

Leitor identificado

Pedimos aos leitores que nos en-viam correspondência para estarubrica para não se alongaremmuito nos textos que escrevem.A redacção reserva o direito decondensar e de trabalhar os tex-tos.Obrigado.

Page 25: Portugal Post Novembro 2010

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Astrologia, Karma e FelicidadePreço, 20,99 €Autor: Cristina CandeiasA astróloga residente do programa "Praça da Ale-gria", de Jorge Gabriel, tornouse um fenómeno nacio-nal, com as suas previsões em directo. Este é o seuprimeiro livro. O livro que nos ensina a atravessar odeserto para encontrar o oásis e a felicidade plena. Énecessário reflectir sobre quem fomos, o que somos eo que temos de vir a ser. Só depois de aceitarmos osnossos processos demudança a vida se nos revelará.

Como Cortar Trabalhos de BruxariaFormato: 14x21cmPáginas: 152Preço: 25,00 €Um ritual de magia negra posto em acção contra alguémpode prejudicar avítima e destruir a sua vida de formabrusca e surpreendente. Todas as áreasestão sujeitas aficar afectadas. Tudo à sua volta parece ruir. E, mais gra-veainda, a vítima de magia negra não consegue encontrarforças para reagir. Neste livro de carácter prático, a autora

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Previsões para Novembro de 2010

CARNEIROAmor: O seu poder de atracção vai abalarmuitos corações. Predisposição para namoris-car ou reavivar um amor, através do qual iráexprimir os seus sentimentos de uma formamuito sincera.Saúde: Prováveis dores de dentes. Poderápassar por uns dias de grande nervosismosem que consiga definir muito bem a sua ori-gem.Dinheiro: Será um bom período para fazeralgumas alterações profundas na sua vida, noseu comportamento e nos seus objectivos pro-fissionais. Não gaste o que tem e o que não tem.

TOUROAmor: Encontra-se num período difícil, masnão desespere que é passageiro. No entanto,pode trazer muitos benefícios através dassuas relações sociais e de amizade desde quetenha em conta tudo o que o rodeia.Saúde: Poderá ser tempo de começar umanova vida. Corte com tudo aquilo que acharsupérfluo ou inútil.Dinheiro: Boa altura para gastar e investirno que mais gosta, mas com cuidado. É ummês um pouco tenso a nível profissional, emque vai querer lutar pelos seus objectivos.

GÉMEOSAmor: Viva fogosamente todos os momen-tos com o seu amor. Este período é caracteri-zado por muita alegria, contentamento,optimismo e força interior.Saúde: Previna-se contra os excessos. Dinheiro: Este campo da sua vida não lhetrará problemas. Pode aproveitar aquilo quetem vindo a aprender com os outros parafazer uma coisa diferente na sua vida, comopor exemplo iniciar uma actividade por contaprópria.

CARANGUEJOAmor: Será um período muito bom de en-treajuda e em que pode receber ou oferecerboas oportunidades a novas relações de ami-zade. Saúde: Nesta fase estará muito dinâmico e

equilibrado, terá muita energia. Possíveisdores musculares.Dinheiro: Não imponha as suas ideias deuma forma agressiva e tenha em considera-ção a opinião dos outros.

LEÃOAmor: Este período é um teste à formacomo lida com as outras pessoas, em especialas que lhe estão mais próximas. Saúde: Procure não cometer excessos na ali-mentação. Durante este período lutará paraalcançar os seus objectivos a nível de formafísica e ajudará quem lhe está próximo afazer o mesmo. Boa fase para iniciar umadieta.Dinheiro: Situação financeira favorável. Éuma boa ocasião para conhecer outras terrase outras gentes e aproveitar o que lhe ensi-narem para aumentar as suas capacidades.

VIRGEMAmor: Tenha mais confiança em si e cuideda sua aparência. Este período pode trazer-lhe alguns problemas nas relações com os vi-zinhos ou pessoas próximas.Saúde: Uma fase de tensão, insegurança eimpaciência, com dificuldade em planificar asua vida particular. Procure aliviar o stressque traz acumulado.Dinheiro: O seu dinamismo, a sua cora-gem e espírito de liderança vão ser postos àprova. Será um mês recheado de afazeres eacontecimentos. Não se esqueça das suas ob-rigações, e se tiver dívidas, pague-as antes defazer novos investimentos.

BALANÇAAmor: Poderão surgir mudanças no seu com-portamento no que diz respeito às relaçõesafectivas. Seja mais ousado neste campo dasua vida.Saúde: Este período é muito favorável, masnecessita de ter muita reflexão para evitar osexcessos. A ansiedade não é benéfica para asua saúde.Dinheiro: Seja mais equilibrado nos seusgastos. Não será um período fácil porque terádificuldade em analisar as situações com cla-reza.

ESCORPIÃOAmor: Será uma fase importante para revero que não está bem na sua relação, com-preendendo o que lhe falta e o que pode sermelhorado. Saúde: Poderá sofrer de dores de cabeça.Deixe que se operem calmamente as mudan-ças que vierem a ocorrer na sua vida.Dinheiro: Possibilidade de ganhar algumdinheiro extra. Em relação à sua situação pro-fissional, logo no início do mês poderão existiralguns conflitos entre a sua vida familiar e aprofissional.

SAGITÁRIOAmor: Durante este tempo deve controlarmuito bem as suas reacções para com todasas outras pessoas, em geral e, muito particu-larmente, com as que lhe estão mais próxi-mas. Procure ser sincero nas suas promessasse quer que a pessoa que tem a seu lado con-fie em si.Saúde: Liberte-se mais, e a sua saúde irámelhorar. É uma oportunidade para concluiras ideias que tem em curso. Este mês será umencontro consigo mesmo.Dinheiro: Desde que não gaste dinheiroem excesso, pode pôr os seus assuntos finan-ceiros um pouco de parte, ocupando-se comoutras áreas da sua vida.

CAPRICÓRNIOAmor: Procure ser mais extrovertido, só tema ganhar com isso. É uma boa fase para in-vestir mais tempo na sua relação amorosa.Isto pode surpreender o seu par, mas certa-mente será uma excelente mudança.Saúde: Possíveis dores nas articulações. Arotina da sua saúde e a forma física são umaprioridade. Terá tempo para regularizar o seuhorário.Dinheiro: Esta é uma óptima altura paratentar reduzir os seus gastos. Existirá muitaacção na sua vida. Você pode decidir que aúnica forma de resolver um problema é assu-mindo outra responsabilidade; se assim for,poderá resolvê-lo fazendo simplesmente o seutrabalho.

AQUÁRIOAmor: A sua relação tem vindo a arrefecere você precisa de tomar uma atitude. Nãoexija tanto dos outros, dê mais de si próprio. Saúde: Não faça dietas demasiado rigoro-sas. Tenha a serenidade suficiente para deixaras coisas correrem, não se exalte nem pro-teste muito, pouco ou nada poderá fazer.Dinheiro: Invista neste momento em algoque planeia há muito. A sorte é-lhe favorável.Sentirá necessidade de se isolar para concluiro seu trabalho, mas poderão ocorrer mudan-ças.

PEIXESAmor: Se não disser aquilo que sente ver-dadeiramente, ninguém o poderá adivinhar.Este mês vai fazer uma triagem às suas rela-ções. Saúde: Cuidado com o excesso de açúcar noseu sangue, pois poderá ter tendência paradiabetes. Este é um período algo tenso, comoalgo que o incomoda mas de uma forma quenão sente de imediato.Dinheiro: Poderá sentir-se subjugado pelasobrecarga de trabalho. Para ultrapassar estasituação, estabeleça prioridades e reconheçaos seus limites, respeitando-os. Este é um pe-ríodo em que pode fazer uma pequena extra-vagância financeira.

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Page 26: Portugal Post Novembro 2010

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Page 27: Portugal Post Novembro 2010

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A casa Taylor’s vai lançar em Dezem-

bro perto de 1500 garrafas de um

vinho do Porto pré-filoxérico com

155 anos, “notável não só pela sua ra-

ridade e importância histórica”, mas

também por “estar em perfeitas con-

dições”.

O vinho chama-se Taylor’s Scion

e “a admirável forma como enfrentou

a passagem do tempo fazem da sua

descoberta um marco na história do

vinho”, destaca ainda a Taylor’s.

“O Scion é um dos raros sobre-

viventes do período préfiloxérico, é

um monumento a uma era perdida.

Vinhos como o Scion nunca mais

serão feitos”, acrescenta.

A filoxera foi uma praga que ata-

cou as vinhas do Douro em 1870, de-

vastando-as.Em 2008, David

Guimaraens, enólogo da Taylor’s, pro-

vou este “extraordinário vinho” que

repousava num armazém de uma dis-

tinta família do Douro, situado perto

da Régua, no coração da Região De-

marcada do Douro.

O preço recomendado para o

Taylor’s Scion é de 2500 euros por

garrafa.Com excepção de um casco,

que se diz ter sido adquirido pelo an-

tigo primeiro-ministro inglês Winston

Churchill, o restante vinho foi “con-

servado como uma relíquia de família

que o passava de geração em gera-

ção”. Em 2009, o único descendente

directo da família morreu sem deixar

filhos, tendo os seus herdeiros deci-

dido vender o vinho.

A Taylor’s adquiriu amostras dos

dois cascos e constatou que “o vinho

apresentava uma forma excepcional.

Quinze décadas de envelhecimento

no casco tinham-no concentrado

numa essência de complexidade má-

gica. Tornara-se uma essência su-

blime”, resume a própria companhia.

A empresa conseguiu comprar

este vinho graças “às boas relações

que tem no Douro”, disse a relações

públicas do grupo Fladgate Partners-

hip, que detém a casa Taylor’se, Ana

Margarida.

O director-geral da Taylor’s,

Adrian Bridge, adianta que reconhe-

ceu de imediato “a qualidade absolu-

tamente notável deste vinho e a sua

importância histórica”, pelo que deci-

diu não o lotar, mas lançá-lo como

“um vinho de coleção”.

“No vinho, como em outros cam-

pos de actividade, é uma vantagem re-

conhecer o sucesso de outros, bem

como o é alcançá-lo,” acrescentou.

A Taylor’se não tem dúvidas: “Um

vinho como este nunca mais será

feito”.O termo Scion tem dois signi-

ficados: o descendente ou herdeiro

de uma família nobre e garfo de uma

planta, especialmente utilizado para a

enxertia.

Vinhos: Taylor’s lança vinho do Porto com 155 anos

Page 28: Portugal Post Novembro 2010