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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARAN
WAGNER GUILHERME LENHARDT
GESTO DA COMUNICAO EM CMARA DE VEREADORES:
PROPOSTA PARA A CMARA DE VEREADORES DE PIRATUBA,
SC
CURITIBA
2013
WAGNER GUILHERME LENHARDT
GESTO DA COMUNICAO EM CMARA DE VEREADORES:
PROPOSTA PARA A CMARA DE VEREADORES DE PIRATUBA,
SC
Trabalho de Concluso de Curso apresentado ao MBA em Gesto da Comunicao Pblica e Empresarial, da Universidade Tuiuti do Paran, como requisito para obteno do grau de especialista. Orientador: Prof. Aldo Antonio Schmitz, MSc
CURITIBA
2013
AGRADECIMENTOS
- Aos vereadores e funcionrios da Cmara de Piratuba, por permitirem a realizao
deste estudo;
- Ao orientador deste projeto, professor Aldo Antonio Schmitz, por acreditar neste
trabalho e abra-lo comigo;
- Martha Lenhardt Koch, servidora da Cmara e minha irm, por me auxiliar com a
distribuio dos questionrios;
- Aos meus pais, Ari e Wilma, por me ajudarem na realizao de mais um sonho;
- Aos amigos Luiz Eraldo e Gilcione, por abrirem as portas de suas casas nos dias de
aula em Florianpolis;
- Aos colegas Rodrigo Dalmonico, Francine Cadore e Vivian de Oliveira, pela amizade
e companheirismo ao longo do MBA;
- Mnica Pupo, amiga desde a graduao, pelo apoio e estima imensurveis.
Para meus pais, Ari e Wilma.
RESUMO
O presente trabalho tem como objeto de estudo a Cmara de Vereadores de
Piratuba, SC, enquanto ambiente propcio para a implantao de uma assessoria de
comunicao. A pesquisa justifica-se por propor um modelo de comunicao pblica
singular, respeitando as caractersticas da comunidade e demais pblicos da
organizao, em uma rea em que parmetros e conceitos se estabelecem de forma
no consensual. Tem como objetivo geral propor aes e estratgias iniciais de
estruturao do setor de comunicao no rgo em questo. Para tanto, foi utilizada
reviso bibliogrfica e pesquisa no mtodo exploratrio quantitativo, onde se
destacam a opinio dos vereadores sobre necessidade e principais atribuies de
uma assessoria de comunicao no rgo. Por fim, percebe-se que a criao do
setor na Casa Legislativa em anlise uma demanda atual, carente de
planejamento, estratgias e mtodos profissionais e especializados. Ao final, o
trabalho sugere uma metodologia inicial para a divulgao da Cmara, mediante o
que foi levantado na pesquisa.
Palavras-chave: Comunicao pblica. Poltica e planejamento em comunicao.
Cmara de Vereadores.
ABSTRACT
The present work aims to study the City Council of Piratuba, SC, while enabling
environment for the implementation of a communications consultancy. The research
is justified by proposing an unique model of public communication, respecting the
characteristics of the community and other stakeholders of the organization, in an
area in which concepts and parameters are set in a non- consensual way. The
general goal is to propose actions and initial strategies for structuring the
communication sector in the organ mentioned. Therefore, we used literature review
and research in quantitative exploratory method, which highlights the views of
councilors on the needs and main duties of a press office in the organization. Then, it
is perceived that the creation of this sector for the the Legislative House in analysis is
a current demand, poor of planning, strategies and methods and specialized
professionals. Finally, the paper suggests a methodology for a initial communication
plan for the City Council, according to what was found during the research.
Key words: Public communication. Politics and planning in communication. City
Council.
SUMRIO
1 INTRODUO ............................................................................................... 9
1.1 OBJETIVOS ................................................................................................. 10
1.1.1 Objetivo Geral ............................................................................................... 10
1.1.2 Objetivos Especficos ................................................................................... 10
1.2 JUSTIFICATIVA............................................................................................ 10
1.3 MTODO E TCNICA DE PESQUISA ......................................................... 11
2 COMUNICAO ORGANIZACIONAL ........................................................ 13
2.1 MDIA E ASSESSORIAS .............................................................................. 14
2.2 COMUNICAO ESTRATGICA ................................................................ 16
2.3 POLTICA DE COMUNICAO ................................................................... 18
2.4 PLANEJAMENTO DE COMUNICAO ....................................................... 20
2.4.1 Pesquisa ou diagnstico ............................................................................... 22
2.4.2 Anlise e interpretao ................................................................................. 24
2.4.3 Planos e aes ............................................................................................. 24
2.4.4 Avaliao ou mensurao de resultados ...................................................... 25
2.5 COMUNICAO PBLICA .......................................................................... 25
2.5.1 Assessorias de comunicao a servio de rgos pblicos ......................... 28
3 O CENRIO DA PESQUISA ........................................................................ 33
3.1.1 Piratuba ........................................................................................................ 33
3.1.2 Cmara de Vereadores de Piratuba ............................................................. 34
3.1.3 Estrutura miditica da regio ........................................................................ 34
4 PESQUISA DE CAMPO ............................................................................... 36
4.1 TIPO DE PESQUISA .................................................................................... 36
4.2 POPULAO E AMOSTRA ......................................................................... 36
4.3 TCNICA DE ABORDAGEM E INSTRUMENTO A SER UTILIZADO .......... 36
4.4 TRATAMENTO DOS DADOS ...................................................................... 36
4.5 LIMITAES DA PESQUISA ....................................................................... 36
4.6 APLICAO DA PESQUISA E ANLISE DOS DADOS .............................. 37
5 POLTICA DE COMUNICAO PARA A CMARA DE PIRATUBA ......... 40
5.1 VALORES ..................................................................................................... 40
5.2 PBLICOS ESTRATGICOS ...................................................................... 42
5.3 GESTO DA COMUNICAO .................................................................... 43
5.4 CANAIS DE RELACIONAMENTO ................................................................ 44
5.5 COMUNICAO INTERNA .......................................................................... 44
5.6 RELACIONAMENTO COM A IMPRENSA .................................................... 45
5.7 COMUNICAO NA INTERNET .................................................................. 45
5.8 GESTO DE CRISES .................................................................................. 45
6 PLANO DE COMUNICAO PARA A CMARA DE PIRATUBA ............. 47
6.1 DIAGNSTICO............................................................................................. 47
6.2 OBJETIVOS ................................................................................................. 47
6.3 ESTRATGIAS............................................................................................. 48
6.4 AES ......................................................................................................... 48
6.5 ANLISE DE RESULTADOS ....................................................................... 50
7 CONSIDERAES FINAIS ......................................................................... 51
REFERNCIAS ......................................................................................................... 53
APNDICES...............................................................................................................55
9
1 INTRODUO
A rea de comunicao corporativa vem crescendo no Brasil. De um lado,
agncias de comunicao surgem pelo Pas afora, oferecendo servios to diversos
como assessoria de imprensa, gesto de relacionamento em redes sociais,
assessoria em marketing, comunicao interna, anlise de mdia, e por a vai.
Inimaginvel h alguns anos, o ensino de comunicao corporativa nas faculdades
de Jornalismo comea a se tornar obrigatrio no currculo dos cursos. Tanto que
os profissionais que no tiveram a cadeira na graduao, agora buscam nos cursos
de ps-graduao o embasamento terico de que necessitam.
Seja na rea privada ou pblica, as organizaes das grandes cidades j se
deram conta da importncia de manter setores de comunicao com profissionais
especialistas na rea. No cabe a ns e a este trabalho, mais especificamente
provar tal argumento. O assunto, ainda que no esgotado, no o objeto desta
pesquisa. O que o presente trabalho pretende analisar um quadro bastante
peculiar: a comunicao organizacional em pequenas cidades mais que isso, em
um rgo pblico municipal.
Sairemos das capitais e nos voltaremos para Piratuba, pequeno municpio do
Meio-Oeste catarinense com pouco mais de 4 mil habitantes. Nosso objeto de
estudo ser a Cmara Municipal de Vereadores, com nove representantes da
sociedade. H demanda para a implantao de uma assessoria de comunicao em
tal ambiente? Caso positivo, como seria um Plano de Comunicao para este
rgo? Estas so algumas das perguntas que este trabalho prope-se a responder.
10
1.1 OBJETIVOS
1.1.1 Objetivo Geral
Propor a gesto da comunicao em cmaras de vereadores, a partir de uma
proposta para a Cmara Municipal de Piratuba (SC).
1.1.2 Objetivos Especficos
- Levantar junto aos vereadores da Cmara de Piratuba as necessidades de
comunicao organizacional;
- Sugerir diretrizes para a comunicao deste rgo;
- Propor um plano de comunicao especfico para a Cmara de Vereadores
de Piratuba, de acordo com as necessidades levantadas.
1.2 JUSTIFICATIVA
Este trabalho justifica-se, em primeiro lugar, pela relevncia de se ter um
modelo de comunicao organizacional especfico para as cmaras de vereadores
dos municpios de pequeno porte. de cincia de todos os profissionais da rea que
planejamento em comunicao geralmente est mais no discurso do que na prtica.
Ao se levar em conta a baixa profissionalizao em municpios pequenos, sobretudo
na rea pblica, o caos torna-se ainda mais evidente.
Ao mesmo tempo, o mercado e os rgos pblicos em geral, tero elementos
que podero servir de ponto de partida para a construo de seus setores de
11
comunicao, na medida em que os pressupostos apontados por esta pesquisa se
adequar s suas realidades.
Cabe salientar ainda que, para o autor do trabalho, os conhecimentos
apreendidos sero de enorme valia, uma vez que a rea pblica um dos objetivos
profissionais a serem considerados. Por fim, a academia ter disposio um
referencial terico para estimular a continuidade da pesquisa nos temas que analisa.
1.3 MTODO E TCNICA DE PESQUISA
Definidos os objetivos deste trabalho, iniciou-se uma pesquisa bibliogrfica
para reunir o maior nmero possvel de informaes disponveis sobre o assunto.
Como explica Novelli (2005, p. 167), essa medida visa ampliao de enfoque do
tema abordado. Assim, a fundamentao terica foi construda tendo por base
fontes secundrias, que passeiam por duas temticas ncoras: comunicao
organizacional e comunicao pblica.
Para propor um plano de gesto da comunicao em uma cmara de
vereadores, optou-se pelo tipo exploratrio, mtodo quantitativo, com a tcnica de
pesquisa de opinio (survey). A pesquisa de tipo exploratrio justifica-se por prover
o pesquisador de maior conhecimento sobre o tema em perspectiva
(MASSUCHETTO, 2012, slide 23) no caso, a opinio dos vereadores.
De acordo com Novelli (2005, p. 164), a pesquisa de opinio, com mtodo
quantitativo, destaca-se pela viabilidade de realizao de anlises estatsticas de
variveis como dados sociodemogrficos, de atitude, sem falar no baixo custo de
aplicao ao se considerar a quantidade de informaes recolhidas.
12
Assim, preferiu-se aplicar um questionrio impresso, contendo questes
fechadas. Segundo Novelli (2005, p. 173), as respostas fechadas prestam-se
melhor comparao entre as respostas dos entrevistados. Permitiu-se que os
respondentes devolvessem os questionrios em 15 dias, de forma annima.
13
2 COMUNICAO ORGANIZACIONAL
A informao essencial para as organizaes sejam elas pblicas ou
privadas. Estreitar laos com os interlocutores de sua rede j no bnus para
ningum, questo de sobrevivncia. Em um mundo de rpida evoluo
tecnolgica, em que os meios de comunicao se modernizam a cada dia, as
paredes das organizaes passam a ser de vidro. Conceitos como informao
sigilosa perdem terreno para outros como transparncia. Com o clique do mouse,
acessam-se dados que vo desde o pequeno armazm do bairro at a maior
multinacional do mundo. A opinio ultrapassa barreiras geogrficas. O processo de
comunicao construdo com a velocidade de um piscar de olhos. O resultado:
especialistas so contratados pelas mais diferentes organizaes para conduzir o
trabalho de relacionamento com os mais diferentes pblicos (FERRARETTO;
FERRARETO, 2009, p. 8).
Para estes autores, j no h lugar para o amadorismo na comunicao
organizacional. As complexas estruturas, nas maiores empresas, so prova disso.
Jornalistas, relaes pblicas, publicitrios: esses so s alguns dos especialistas
que povoam os departamentos de Comunicao, quando estes utilizam a alcunha
de Comunicao Integrada, com cada agente prestando seu servio especializado e
estabelecendo polticas e estratgicas condizentes com suas funes.
O mundo globalizado exige isso: capacidade de relacionamento alm
fronteiras, sejam elas sociais, econmicas, geogrficas ou virtuais. Observa Monteiro
(2011, p. 122): no mundo interligado em que vivemos a comunicao legtima e
digna de crdito da instituio com seus pblicos de interesse passa a ser uma
necessidade comercial. Muito disso em razo da prpria mdia, que se configura
14
como arena ou campo social no qual os interesses tornam-se visveis na batalha
pela conquista do apoio da opinio pblica.
2.1 MDIA E ASSESSORIAS
Ora, se a sociedade em que um rgo est inserido naturalmente maior que
o prprio, no h canal que se configure como mais proeminente do que a mdia
leia-se jornais, rdio, TV e internet. o que afirma Chaparro (2011, p. 3): o
jornalismo tornou-se, pois, espao pblico de socializao dos discursos
particulares, para os confrontos da atualidade, em todos os campos da atividade
humana. Para Monteiro (2012, p. 44), a mdia o principal instrumento de difuso
das vises de mundo e dos projetos polticos nas sociedades contemporneas.
Assim, natural que as relaes com a imprensa se configurem como
primordiais para a comunicao organizacional, uma vez que a sociedade liga-se s
organizaes atravs do que dito (ou no dito) pelos jornais. A notcia tornou-se
produto abundante nas relaes humanas globalizadas. Inundou as redaes.
Porque hoje noticiar a forma mais eficaz de interferir no mundo (CHAPARRO,
2011, p. 19). O resultado, de acordo com Monteiro (2012, p. 43) um s: as foras
representativas e participativas da sociedade investem tempo e esforos para
promover acontecimentos em notcias.
A fora do discurso democrtico, notvel a partir da dcada de 1970 na
imprensa brasileira, salientou a importncia das organizaes prepararem com mais
profissionalismo suas estruturas de comunicao. Isso porque, segundo Torquato
(2010, p. 87), os jornais passaram a denunciar escndalos e corrupo, no s nas
15
malhas da administrao pblica como tambm nos negcios ilcitos das empresas
privadas.
Com a suspenso da censura aos jornais nos idos de 1975, esse cenrio se
intensificou. Na esfera governamental, era preciso mais que departamentos de
relaes pblicas. Era preciso que o governo se comunicasse de fato com a
imprensa, utilizando tcnicas genunas da comunidade jornalstica. Da esfera
Federal Municipal, nasciam os primeiros modelos de comunicao organizacional
aplicados ao setor pblico. Em 1979, o governo de Figueiredo criou a Secretaria de
Comunicao Social (Secom), com atribuies de ministrio (TORQUATO, 2010, p.
21).
Para gerenciar esse processo, jornalistas foram contratados pelas principais
organizaes. Com o decorrer dos anos, porm, criou-se uma caricatura do papel
desses profissionais, alados ao termo de assessor, que permanece at hoje
(sendo inclusive o adotado nesta pesquisa). As palavras de Duarte (2011, p. XXIV)
esclarecem bem essa viso turva: as AIs so como a ponta de um iceberg nas
organizaes brasileiras: a nica rea visvel para o administrador que, ao identificar
problemas de comunicao, tende a imaginar que divulgao a resposta.
Com o prprio crescimento do setor, hoje, sabido que o perfil do assessor
de comunicao exige mais que habilidade para se relacionar com a mdia. A
expanso dos pblicos (stakeholders) e a linha tnue que os divide faz emergir a
necessidade de um especialista que tenha capacidade de analisar ambientes, prever
cenrios e possveis crises (incluindo o gerenciamento destas), liderar equipes, lidar
com as velocidades tecnolgicas, etc.
Com relao ao trabalho de relacionamento com os veculos, Ferraretto e
Ferraretto (2009, p. 7) destacam ainda que:
16
De fato, a funo de assessoria de imprensa tem sofrido relevantes modificaes ao longo dos ltimos anos. Uma delas diz respeito alterao do perfil do assessor, que, cada vez mais, deixa de ser algum que entulha as redaes com incontveis e inspidos relises, movido apenas pela nsia de ver as notcias de seu assessorado divulgadas, para se transformar em mediador e facilitador da circulao de notcias relevantes e interessantes, beneficiando dessa forma tanto os assessorados, que passam a contar com melhores resultados, quanto os jornalistas, com um apoio efetivo e eficaz.
Ao mesmo tempo em que ocorrem essas mudanas de perfil profissional, o
assessor de imprensa ainda precisa lutar para que seus superiores entendam essa
nova postura. necessrio que as empresas deem espao para que a comunicao
participe ativamente de todos os processos, do planejamento anlise de
resultados. O empresrio precisa enxergar no comunicador mais do que um
operador, precisa ver nele o estrategista, um assessor prximo, cuja contribuio
ser decisiva para a articulao de um discurso adequado (TORQUATO, 2010, p.
11).
2.2 COMUNICAO ESTRATGICA
A comunicao estratgica ocorre quando as aes do setor esto claramente
interligadas com todos os outros mbitos da organizao, passando por processos
definidos e internalizados por todo o escopo gerencial. Na verdade, o conceito de
comunicao estratgica criou fora em todos esses anos. E se perdeu.
Abordaremos o assunto na viso de Bueno (2013, p. 1), que critica o esvaziamento
de tal concepo, sobretudo nas organizaes brasileiras. De acordo com o autor, a
comunicao estratgica no Brasil, de maneira geral, ainda no aconteceu. Virou
moda no discurso de executivos e at de especialistas da rea. Assim, ainda
preciso vencer desafios neste terreno. necessrio considerar que a Comunicao
17
Empresarial no flui no vazio, no se realiza margem das organizaes, mas est
umbilicalmente associada a um particular sistema de gesto.
Popularmente, h quem considere que, na rea pblica, tudo acontece a
passos mais lentos que na iniciativa privada. Se as empresas ainda carecem de
alocao adequada de recursos financeiros, que pensar da situao nas
assessorias de comunicao dos rgos pblicos? Ou da falta de profissionais
especialistas que possam compor um departamento respeitvel e digno de atender
s necessidades da organizao? Mas no vamos entrar nesses mritos to
profundamente. Limitemo-nos, por enquanto, na crtica de Bueno (2013, p. 7) que
acredita que a comunicao empresarial precisa estar intrinsecamente ligada
administrao estratgica. Para o autor, esta compreende o seguinte:
conjunto amplo e diversificado de processos, cenrios e produtos (aes, planos etc) que permitem a uma organizao obter resultados positivos em conformidade com os seus objetivos (ou metas), misso, valores etc. A definio de uma estratgia est, geralmente, sob a responsabilidade da alta administrao.
Por comunicao estratgica, entende-se, assim, a capacidade de
determinada instituio alinhar suas aes de relacionamento com as aes prprias
da alta administrao. Capacidade esta calcada no planejamento. Porm,
o planejamento em Comunicao (muitas vezes confundido com mera descrio de aes e produtos e correspondentes custos de execuo) raramente est respaldado em cenrios previamente desenhados; frequentemente vislumbra a organizao individualmente, sem considerar a presena dos concorrentes; e apenas recentemente est buscando desenvolver metodologias que permitem avaliar, consistentemente, os resultados de suas atividades (assessoria de imprensa, patrocnios, publicaes etc.) (BUENO, 2013, p. 6).
Antes de adentrarmos no assunto planejamento e poltica de comunicao,
cabe considerar aqui como a comunicao organizacional est estruturada nas
instituies tanto pblicas quanto privadas. Usaremos as formas de comunicao
nas organizaes elencadas por Torquato (2010, p. 36), assim:
18
- Comunicao cultural: afirma o autor que, se um gerente ou diretor quer
saber o que est se passando ao seu redor, deve medir a temperatura do clima
organizacional, aferida a partir da cultura interna, que o arcabouo dos costumes.
- Comunicao administrativa: rene os papis, as cartas internas e os
memorandos. Em muitos momentos, a comunicao administrativa entope os canais
da organizao, prejudicando as operaes.
- Comunicao social: envolve as reas de jornalismo, relaes pblicas,
publicidade, editorao e marketing. a mais desenvolvida, tanto do ponto de vista
conceitual quanto dos pontos de vista operacional e tecnolgico.
- Sistema de informao: agrega as informaes armazenadas em bancos de
dados.
preciso considerar todas essas formas de comunicao como estratgicas.
S a partir de tal entendimento que ser possvel pensarmos em um planejamento
estratgico de comunicao.
2.3 POLTICA DE COMUNICAO
Se quisermos falar em planejamento, preciso, antes, falar em poltica o
que, de acordo com Bueno (2009, p. 307), ainda no ocorre nas organizaes
brasileiras, na medida em que estas no tm se preocupado em definir, de maneira
sistemtica e competente, diretrizes gerais e especficas de comunicao.
Talvez, a nsia pelo fazer, pela ao conceitos to ligados ao planejamento,
como veremos adiante faz com que as organizaes brasileiras se esqueam de
elencar, em um primeiro momento, as razes a que viemos, as premissas em que
acreditamos e que sero a base das nossas futuras realizaes. Torquato (2010, p.
19
56) sustenta que a ineficcia da comunicao tem a ver com a ausncia de uma
proposta de valores.
A poltica de comunicao precisa ser estabelecida para que saibamos, antes,
o contexto histrico em que estamos inseridos, a trajetria da organizao a que
pertencemos. Para fins de conceituao, Bueno (2009, p. 310) define poltica de
comunicao como
um processo articulado de definio de valores, objetivos, diretrizes, normas e estruturas, que tem como finalidade orientar o desenvolvimento de aes, estratgias e produtos de comunicao para uma organizao tendo em vista o seu relacionamento com os diversos pblicos de interesse.
Da mesma forma, Duarte (2012, p. 69) estabelece a poltica de comunicao
como um conjunto integrado, explcito e duradouro de definies, parmetros e
orientaes, organizadas em um corpo coerente de princpios norteadores de
atuao aplicveis aos processos de comunicao. Para ele, quando construdas
por todos os indivduos da organizao (carter participativo) e complementadas por
planos e planejamentos, as polticas constituem no apenas um indicador de
responsabilidade, mas tambm um avano enorme no aprimoramento das prticas
cotidianas.
Bueno (2009, p. 310) faz uma srie de referncias aos pressupostos que
devem ser considerados pela organizao que deseja construir um relacionamento
efetivo com seus pblicos de interesse. Utilizaremos essas bases para darmos
prosseguimento ao nosso estudo, pois servem tanto para empresas quanto para
rgos pblicos:
a) A poltica de comunicao precisa estar consolidada em um documento-
sntese;
b) Este documento precisa ser conhecido tanto pelo pblico interno quanto
pelo pblico externo da organizao;
20
c) Deve ser referncia para toda e qualquer ao de comunicao;
d) Mais do que expressar intenes, a poltica de comunicao deve
apresentar compromissos;
e) tica, transparncia, profissionalismo, proatividade e cidadania so termos
a serem considerados por toda organizao moderna;
f) A poltica de comunicao deve fundar-se com o processo de gesto, com a
cultura organizacional e com a premissa de estar vinculada a uma estrutura
profissionalizada de comunicao (recursos humanos e materiais);
g) A construo da poltica de comunicao se inicia pela fixao de
conceitos, objetivos, valores e princpios;
h) Deve listar os pblicos da organizao, buscando tambm conhecer com
mais profundidade os seus perfis e o nvel de interao e importncia de cada um
deles;
i) Diagnstico da atual situao da comunicao interna e externa;
j) Definio, aprovao e divulgao do documento.
Quando efetivadas por elementos como estes, a poltica de comunicao
impermeabiliza a empresa ou instituio quanto aos personalismos e achismos de
seus dirigentes, impedindo que as aes de relacionamento se adaptem a critrios
pessoais do momento (DUARTE, 2012, p. 70).
2.4 PLANEJAMENTO DE COMUNICAO
A partir da Poltica de Comunicao que se constri o Planejamento. Em
primeiro lugar, bom lembrar que, como afirma Torquato (2010, p. 50), a maior
parte dos problemas corrige-se com o planejamento sistmico de todas as reas de
21
comunicao. Porm, a organizao no acontece apenas pela comunicao. Se
uma empresa ou entidade no estiver solidificada em um conjunto norteador de
misso, viso e valores, no uma rea que se responsabilizar pelo sucesso do
negcio. Sem um planejamento estratgico macro, os objetivos de uma organizao
jamais sero atingidos (RIBEIRO; LORENZETTI, 2011, p. 212).
Dito isto, lembremos que o planejamento visa reduzir a ocorrncia de riscos
para o entorno e a incerteza no processo de formulao de decises estratgicas a
partir da anlise de cenrios e das oportunidades e ameaas advindas do
macroambiente (KUNSCH, 2009, p. 111), enquanto evita que at mesmo as
situaes mais inesperadas peguem o assessor [de comunicao] desprevenido.
(FERRARETTO; FERRARETTO, 2009, p. 34).
Uma organizao sem planejamento vive tateando no escuro. O dia a dia dos
seus profissionais permeado por aes com o propsito de apagar incndios. Na
correria do cotidiano, queixam-se por no ter controle do que fazem, reduzindo o
papel estratgico da comunicao e limitando-se a atuar como meros acessrios.
Assim, sobrar viver de aes isoladas, desconectadas da atividade central da
organizao (RIBEIRO; LORENZETTI, 2011, p. 212).
Para evitar esse tipo de aes que o planejamento existe. Porm, ele no
se cria sem bases concretas. Precisa ser formulado a partir de cenrios muito bem
traados e diagnosticados. Depois, estudam-se os caminhos e estratgias para
atingir os objetivos. Por fim, sua materializao se d em documentos visveis, que
so os planos, programas e projetos (KUNSCH, 2009, p. 108-109).
O planejamento pode ser visto ainda como uma ferramenta de integrao do
ambiente interno, na medida em que todos os funcionrios, dirigentes e presidncia
se unem em prol de um nico documento normativo e esclarecedor das decises a
22
serem tomadas (KUNSCH, 2009, p. 111). As atitudes, quando realizadas com base
no planejamento, blindam os especialistas na rea de no serem ouvidos, ou, o que
pior, de terem seu trabalho usurpado por amadores. Todavia, vale lembrar que,
para esta autora, pensamento estratgico envolve intuio e valoriza os insights
que ocorrem no processo da elaborao do ato de planejar. Esse pensamento
fecha perfeitamente com as palavras de Duarte (2012, p. 68-69), uma vez que o
autor afirma que os responsveis pela comunicao devem conhecer todos os
pontos de contato entre organizaes e a sociedade, os instrumentos possveis, seu
uso e potencial e saber articul-los no planejamento.
O planejamento deve ser construdo em etapas muito bem definidas. Os
modelos, as classificaes e as nomenclaturas variam de autor para autor, nas mais
distintas reas do conhecimento (FERRARETTO; FERRARETTO, 2009, p. 36). Na
verdade, mesmo em uma nica rea como no nosso caso, comunicao
organizacional h divergncias sobre os pontos a serem considerados na
formulao das etapas. Tudo depende muito da natureza da organizao e de sua
cultura. O que fazemos aqui uma miscelnea de diferentes autores, que, se vistos
por um olhar macro, convergem em muitos pontos.
2.4.1 Pesquisa ou diagnstico
unanimidade entre todos os autores pesquisados a importncia de
conhecer a realidade em que a organizao est inserida. Ao trabalhar com
comunicao, e entender o processo comunicativo, com a premissa do outro, temos
o entendimento de que nosso trabalho para algum, e este algum est situado
23
em algum lugar. Por isso, todo trabalho de assessoria em comunicao h de se
balizar pela realidade ambiental (TORQUATO, 2010, p. 90).
Parece bvio, mas, ao considerar as organizaes brasileiras, nem tanto.
Para Bueno (2013, p. 2-3), a pesquisa faz parte daquela srie de termos que se
impregnou no discurso das empresas e l ficou. Isso por uma srie de razes, a
comear pela pequena estrutura dos departamentos de comunicao e pelos seus
baixos oramentos, que, se alocam sempre no ato de divulgar, mas quase nunca no
de pensar. De acordo com Kunsch (2009, p. 117),
pensar e administrar estrategicamente a Comunicao Organizacional pressupe: reviso e avaliao dos paradigmas organizacionais e comunicacionais vigentes; uso de pesquisas e auditorias da comunicao; reconhecimento e auditoria da cultura organizacional.
Isso s possvel com uma srie de atitudes. Para Torquato (2010, p. 82),
preciso pesquisar o mercado, os concorrentes, os anseios e as expectativas dos
dirigentes a respeito do clima, da cultura e da comunicao. Para Duarte (2012, p.
68), conhecer caractersticas, interesses, expectativas e possibilidades dos
pblicos.
A pesquisa em veculos de comunicao, com o objetivo de aferir a percepo
destes perante a organizao, constitui um dos principais elementos do diagnstico.
Porm, a evoluo social e tecnolgica (com veculos segmentados e tambm pelo
fenmeno da internet), fez com que a pesquisa de imagem perante a imprensa se
configure como uma tarefa difcil e que requer muita ateno, de acordo com Bueno
(2013, p. 11).
Todavia, como advertem Lorenzetti e Ribeiro (2011, p. 220), quanto mais
detalhada e abrangente for a pesquisa, mais confiveis os parmetros que teremos
para planejar. Se falharmos nesse comeo, poderemos comprometer todo o nosso
planejamento, por vcio de origem.
24
2.4.2 Anlise e interpretao
Munido das informaes levantadas no diagnstico, hora de reunir os dados
e elaborar um quadro conceitual. Este ter como objetivo organizar aquilo que foi
percebido na primeira etapa, levando-se em conta expectativas da comunidade
interna e dos pblicos externos (TORQUATO, 2010, p. 82).
Para Kunsch (2009, p. 110), neste momento que se desenha um
diagnstico situacional com indicativos das ameaas, demandas e oportunidades
do ambiente externo. Para isso, a autora utiliza a tcnica da anlise swot.
Esta tcnica, chamada de swot, bastante utilizada para os planos de negcio, tem sido muito empregada, tambm, no planejamento da comunicao nas organizaes, permitindo analisar e avaliar as condies competitivas em relao ao ambiente.
O modelo tambm utilizado por Lorenzetti e Ribeiro (2011, p. 221). De
acordo com os autores, o pesquisador deve dividir os dados levantados na etapa do
diagnstico em quatro parmetros: pontos fortes, pontos fracos, oportunidades e
ameaas.
- Pontos fortes: mensagens que o trabalho de comunicao deve reforar para manter estes pontos como fortalezas estratgicas; - Pontos fracos: o que precisa ser corrigido na organizao para minimiz-los e no deixar que comprometam o todo; - Oportunidades: aes que podem gerar espaos de comunicao e contribuir para uma percepo positiva da organizao; - Ameaas: como atuar para evitar que se concretizem e, no caso de se concretizarem, as contraofensivas que podero ser implementadas para enfrenta-las.
2.4.3 Planos e aes
A definio dos planos e aes vem na sequncia da anlise swot. Aqui, o
responsvel pelo planejamento elenca prioridades e sequncia dos programas,
formas e canais de comunicao a serem adotados (TORQUATO, 2010, p. 82).
25
Pode-se comear estabelecendo objetivos (de acordo com o apontado na
anlise); depois as aes (incluindo canais); as metas; prazos e/ou cronogramas;
recursos materiais e humanos necessrios; os responsveis por cada ao; e,
ainda, os indicadores para mensurao dos resultados. Lorenzetti e Ribeiro (2011, p.
221) sugerem ainda a meno de mensagens-chave, de acordo com a atitude a ser
tomada.
2.4.4 Avaliao ou mensurao de resultados
O planejamento de comunicao tem carter cclico: ele comea e termina na
pesquisa. Seja qual for sua temporalidade (a pequeno, mdio ou longo prazo),
necessrio ter um olhar abrangente sobre o ambiente e as condies em que ele
acontece. Como ltima instncia, porm, a pesquisa se d como avaliao de
acordo com os indicadores estabelecidos para cada ao (descrita no item anterior).
O ideal que a avaliao seja feita constantemente, de modo a identificar se os
caminhos traados esto sendo seguidos, se esto gerando resultados, se precisam
ser melhorados ou modificados (LORENZETTI; RIBEIRO, 2011, p. 224).
Para Ferraretto e Ferraretto (2009, p. 37), a avaliao assume papel
fundamental. Se ela no existir, todo o processo ser estril. Se os comunicadores
no avaliam seus procedimentos, no conhecero seus reais resultados, e no tero
condies de aprimorar seu trabalho.
2.5 COMUNICAO PBLICA
H uma variedade de interpretaes para comunicao pblica. Rpida
pesquisa em livros do tema j deixa o pesquisador com a impresso de que cada
26
autor olha para o conceito de maneira distinta. Se definir limitar, faamos aqui uma
breve exposio das diferentes vertentes que cercam o assunto, que, de acordo com
Brando (2012, p. 1), vem sendo usado com mltiplos significados, frequentemente
conflitantes.
Da mesma forma, Monteiro (2012, p. 35) recomenda que se procure verificar
de qual comunicao pblica estamos falando quando nos propomos a pesquisar a
relao entre organizaes e sociedade no mundo contemporneo. Antes de
qualquer coisa, cabe lembrar que quase toda comunicao pode ser considerada
pblica (DUARTE, 2012, p. 59).
A primeira acepo est ligada ao campo da comunicao organizacional.
Aqui, o conceito de pblico refere-se muito mais ao receptor da informao: a
sociedade em geral. Soma-se a essa compreenso a finalidade da informao nas
instituies: atingir os diversos pblicos das corporaes com o intuito de vender
(BRANDO, 2012, p. 3). Para Duarte (2012, p. 60), inclui construo da imagem
organizacional, viso similar perspectiva da comunicao organizacional
brasileira.
O segundo entendimento o de que comunicao pblica identifica-se com a
comunicao cientfica. Parte do princpio de que qualquer informao sobre
produo do conhecimento cientfico de esfera pblica, enquanto tomada de
deciso poltica a respeito de assuntos da cincia (BRANDO, 2012, p. 4).
Uma terceira concepo do conceito relaciona a comunicao pblica
comunicao poltica. Aqui o termo est atrelado ao ato de comunicar enquanto
exerccio de poder e convencimento, enquanto expresso pblica de ideias,
crenas e posicionamentos polticos, tanto dos governos quanto dos partidos
(BRANDO, 2012, p. 6). Para Monteiro (2012, p. 38), est relacionada diretamente
27
aos processos eleitorais. Matos (2006, p. 67) complementa que este tipo de
comunicao trata-se de um conjunto de tcnicas usadas por polticos e
governantes para seduzir e manipular a opinio pblica.
O quarto entendimento compreende a comunicao pblica como as
manifestaes da sociedade civil organizada, feitas atravs de mdias consideradas
alternativas e/ou comunitrias, a partir da conscincia de que as responsabilidades
pblicas no so exclusivas dos governos, mas de toda a sociedade (BRANDO,
2012, p. 6). Conceito defendido tambm por Matos (2006, p. 63), quando afirma que
essa interpretao surgiu com a organizao dos movimentos sociais frente
democratizao dos meios de comunicao, aps o fim da ditadura militar. Monteiro
(2012, p. 40) salienta que, aqui, os meios de comunicao, mais do que peas de
divulgao (...), passam a ser instrumentos de construo da cidadania.
A quinta e ltima acepo de comunicao pblica pesquisada a que ser
utilizada neste trabalho. Ela entende que de responsabilidade do Estado e do
Governo estabelecer um fluxo informativo e comunicativo com seus cidados
(BRANDO, 2012, p. 4). Pode tambm ser entendida como comunicao
governamental, na medida em que
ela um instrumento de construo da agenda pblica e direciona seu trabalho para a prestao de contas, o estmulo para o engajamento da populao nas polticas adotadas, o reconhecimento das aes promovidas nos campos polticos, econmico e social, em suma, provoca o debate pblico. Trata-se de uma forma legtima de um governo prestar contas e levar ao conhecimento da opinio pblica projetos, aes, atividades e polticas que realiza e que so de interesse pblico. (BRANDO, 2012, p. 5)
Observa-se que Monteiro (2012, p. 38) liga o conceito de comunicao
institucional, que se refere ao que j abordamos no primeiro conceito, com o
entendimento de Brando acima exposto, ao afirmar que comunicao pblica a
divulgao do conjunto dos registros (...) que constituem os fatos da instituio.
28
O choque entre as interpretaes percebido tambm quando Monteiro
(2012, p. 38) classifica como comunicao governamental aquela que visa
prestao de contas, ao estmulo para o engajamento da populao (...) e ao
reconhecimento das aes promovidas nos campos poltico, econmico e social.
Por fim, decreta Monteiro (2012, p. 39), os pesquisadores concordam ao
menos em uma prerrogativa: o tipo de informao da comunicao pblica tem
como caracterstica ser portadora do interesse geral. Importa que essas informaes
sejam de interesse coletivo; que elas coloquem o interesse pblico frente do
interesse particular. Esse entendimento coincide com Duarte (2012, p. 61), que
afirma que praticar comunicao pblica implica assumir esprito pblico e
privilegiar o interesse coletivo em detrimento de perspectivas pessoais e
corporativas.
Abordaremos aqui, como dito anteriormente, a comunicao pblica como
ferramenta de gesto estratgica em rgos pblicos, enquanto modelo terico para
efetivao e qualificao de relacionamento entre instituio pblica e cidado,
enquanto incorpora o pressuposto da transparncia (...) busca de visibilidade e
legitimidade (DUARTE, 2012, p. 60). Isso no nos impede, porm, de acreditarmos
que a participao de setores sociais seja considerada, uma vez que todo o
processo de comunicao concentra-se nos cidados.
2.5.1 Assessorias de comunicao a servio de rgos pblicos
No setor pblico, a necessidade de se trabalhar a comunicao possvel ser
percebida, de forma indireta, na Constituio Federal de 1988, atravs dos princpios
(expressos ou no) da administrao pblica. Hoje, os conceitos de moralidade,
29
transparncia e publicidade, por exemplo, no podem ser compreendidos sem o vis
da comunicao. Do jornal internet, os veculos de comunicao so responsveis
por proporcionar ao cidado informaes variadas. Temos acesso a dados
governamentais, estatsticas, relatrios, editais, discursos, atas, entrevistas, e por a
vai. Ao mesmo tempo em que tais informaes so disponibilizadas, o leitor-ouvinte-
internauta-telespectador comea a ter conhecimento sobre assuntos que so de sua
esfera enquanto cidado. Como afirmam Ferraretto e Ferraretto (2009, p. 7),
modificam-se, de um lado, os veculos, os processos, as rotinas de trabalho e a realidade de mercado relativa aos diversos meios de comunicao. Alteram-se, de outro, as necessidades de dilogo entre empresas, rgos pblicos, instituies, personalidades e seus diferentes pblicos, assim como as demandas destes em relao queles.
Neste movimento sempre crescente, o cidado rico em informaes que
podem fazer valer seus interesses e pontos de vista junto aos Poderes Pblicos.
Nas palavras de Torquato (2010, p. 12), ela, sociedade, que transfere a eles,
mandatrios de funes pblicas, o seu poder. E as organizaes, tanto privadas
quanto pblicas, finalmente se descobrem integrantes da sociedade.
Em um primeiro momento, a iniciativa privada e o terceiro setor teriam
percebido, com maior nfase, a necessidade de profissionalizao da comunicao.
Torquato percebe um vazio existente entre a sociedade e os rgos pblicos
espao este que comea a ser preenchido por outros personagens, a exemplo das
organizaes intermedirias. A sociedade se organiza em grupos, em setores, em
categorias, que se juntam em torno de organizaes, e estas passam a defender
seus interesses (TORQUATO, 2010, p. 31).
medida que ocorre o fortalecimento das organizaes intermedirias, essas
passam a fazer ressoar seus discursos perante a sociedade, atravs de canais
diversos de comunicao. Seus ideais, suas bandeiras, suas ideologias, por
representarem a palavra de grupos sociais, no mais ligados s grandes
30
organizaes, comeam a ser levados em conta tambm pelos veculos de
imprensa. Conscientes do que acontece nas entranhas da esfera pblica, os
cidados se tornam mais conscientes de suas necessidades e de seus direitos (...),
querem participar ativamente dos processos decisrios (idem). Da a necessidade
de os rgos pblicos iniciarem o processo de profissionalizao dos seus setores
de comunicao. Se incomunicvel, as organizaes abrem espao para o discurso
concorrente. Essa ideia, muito ligada esfera do mercado privado, pode muito bem
ser adaptada ao universo pblico.
Para Torquato (2010, p. 90), o desafio da comunicao na administrao
pblica aproximar seus servios da sociedade. Para isso, h que se levar em
considerao que a comunicao sozinha no faz milagres. Se o servio pblico
ruim, a comunicao no vai consertar a imagem da administrao. As estruturas de
comunicao dos governos, em nvel federal, estadual ou municipal, devem ser
profissionalizadas. Em primeiro lugar, tais estruturas devem possuir profissionais
qualificados.
Torquato (2010, p. 126) enxerga tambm que, no Brasil, a comunicao na
administrao pblica privilegia a pessoa e no o fato. Para o autor, a organizao
precisa ter em mente que o fato que a notcia, e o agente apenas um elemento
reforador desta.
Para Duarte (2012, p. 61), isso faz com que o desafio seja de lidar com um
tema cujo objetivo estratgico muitas vezes est mais relacionado a atender aos
anseios do corpo dirigente do que ao interesse pblico, o que prejudica todos os
esforos de comunicao.
A sada, prope Torquato (2010, p. 127), o estabelecimento de um fluxo
informativo, com as marcaes de ciclos para os eventos institucionais. (...) A
31
seleo de eixos de identidade deve ser ponto de partida de um programa de
comunicao para a rea pblica. Em outras palavras, estamos falando de
planejamento.
O planejamento aplicado comunicao pblica deve levar em considerao
a expresso de identidade, uma vez que o poder pblico sofre constantemente da
desintegrao das estruturas e equipes, o que acaba gerando dissonncia na
comunicao (TORQUATO, 2010, p. 128). Por dissonncia, entende-se aqui, o
fragmento da identidade governamental.
Quando unidos em um nico discurso no personalista, os agentes do rgo
pblico (governantes e funcionrios, entre outros), tm a possibilidade de
estabelecimento de agenda e de debates pblicos (DUARTE, 2012, p. 65). Isso tem
muito a ver com o que Torquato (2010, p. 128) chama de a comunicao como
forma de orientao aos cidados, quando assume o papel de fonte de educao,
pela transmisso de valores, ideias e cargas informativas.
Aqui, os veculos de comunicao assumem seu papel como
potencializadores do discurso organizacional. Como afirma Monteiro (2012, p. 41),
dentre os vrios espaos por onde transita a comunicao pblica, a imprensa o
mais valorizado pelas instituies, segundo a mxima de que o que existe o que
est na mdia. O que no toa, uma vez que, na imprensa que os
acontecimentos e as opinies ganham maior visibilidade pblica, constituindo-se
esse espao numa arena privilegiada (idem, p. 43).
Na inteno de fazer sua voz ecoar pela mdia, as assessorias de
comunicao pblica tm uma srie de dificuldades no seu dia a dia, como:
Poucos porta-vozes efetivos, discursos desarticulados e posio retrada na formulao das mensagens; dificuldades em estabelecer viso uniforme/compartilhada; recursos escassos e pouca priorizao; comunicao vista como simples operao de fim-de-linha; ausncia de Polticas ou Projeto de Comunicao; no entendida como processo
32
transversal e potencializador de todos os outros; muito correr para apagar incndio, pouco planejamento; muita reatividade, pouca iniciativa; baixa institucionalidade; falta de engajamento interno na perspectiva de colocar o cidado como referncia na comunicao. (DUARTE, 2012, slides)
Uma vez que atravs da comunicao (...) que a poltica construda
simbolicamente, adquire significado (LIMA, 2012, p. 86), faz-se necessrio utilizar
todas as potencialidades do processo comunicacional para qualificar a
administrao pblica, entendendo que a comunicao um dever desta e um
direito dos usurios e consumidores dos servios (TORQUATO, 2010, p. 129).
33
3 O CENRIO DA PESQUISA
3.1.1 Piratuba
A histria do municpio de Piratuba inicia no comeo do sculo XX, com a
construo da ferrovia que liga So Paulo ao Rio Grande do Sul. O trecho prximo
ao Rio do Peixe foi construdo entre 1907 e 1910. Lotes de terra prximos estrada
de ferro foram vendidos a colonos gachos, estes, de origem predominantemente
germnica. Comeava a Vila do Rio do Peixe, ento ligada ao municpio de Campos
Novos. Em 1923 a vila foi elevada a distrito. O municpio de nome Piratuba foi
fundado em 18 de fevereiro de 1949.
Em 1964, a Petrobras, ao perfurar o solo piratubense em busca de petrleo,
descobriu um lenol de guas sulfurosas em uma profundidade de 764 metros. As
guas, aflorando com uma temperatura de 38,6 graus, motivaram a construo de
um parque termal em 1975, que se desenvolveu durante os anos seguintes at se
consolidar como um dos principais polos tursticos de Santa Catarina. O municpio,
com pouco mais de 4 mil habitantes (Censo 2010), possui hoje 18 meios de
hospedagem, entre hotis, hotis-fazenda, pousadas e apart-hotis.
Apesar do movimentado fluxo de turistas que chegam durante o ano inteiro, a
agricultura ainda o setor responsvel pela maior renda econmica do municpio,
com destaque para o milho, feijo, bovinocultura e suinocultura.
Piratuba est a 446 km de Florianpolis. Localizada na Regio do Meio-Oeste
Catarinense e na Microrregio do Alto Uruguai Catarinense, tambm faz parte da
rota turstica do Vale do Contestado. Est muito prxima do limite com o Rio Grande
do Sul.
34
No campo poltico, Piratuba tem 4.045 eleitores. Destes, 1.378 so filiados a
algum partido. Os trs maiores em nmero de filiados so o PMDB com 829,
seguido pelo PT com 123, e PSDB com 121. So do PMDB tambm as trs ltimas
gestes da Prefeitura.
3.1.2 Cmara de Vereadores de Piratuba
O Poder Legislativo de Piratuba possui atualmente nove vereadores: Alcides
Gomes (presidente da Mesa Diretora), Acir Benjamini, Ivanete Potrich e Marli
Buzelato, do PMDB; Ivete Azeredo e Luiz Carlos Gomes, do PSDB; Anildo Longo,
do PT; Celso Souza, do PSD; e Ivo Weber, do PPS. As sesses acontecem uma vez
por semana, na tera-feira, a partir das 18h.
A cmara composta por cinco comisses parlamentares: Constituio,
Justia, Redao de Leis e Veto; Trabalho, Legislao Social, Defesa do
Consumidor e Atividades Privadas; Oramento, Finanas, Tributao e Controle de
Contas; Obras, Urbanismo, Servios Pblicos e Meio Ambiente; e Educao,
Cultura, Sade e Assistncia Social.
O quadro de funcionrios composto por uma secretria legislativa, uma
assessora jurdica, um contador, uma recepcionista e uma profissional de servios
gerais.
3.1.3 Estrutura miditica da regio
Piratuba possui trs veculos de comunicao: dois jornais impressos e uma
rdio. Os jornais Comunidade e Cidades circulam predominantemente releases e
textos de colaboradores. O primeiro circula tambm no municpio de Ipira, e o outro,
35
em pelo menos outras trs cidades. J a Rdio Piratuba FM veicula programao
musical, sendo que em alguns momentos so veiculadas notcias. Pode ser ouvida
tambm pela internet.
Muitos jornais de cidades vizinhas circulam em Piratuba. o caso de O
Tempo e A Semana, de Capinzal; e Dirio do Oeste e O Jornal, de Concrdia. Alm
destes, o Dirio Catarinense, de circulao estadual do Grupo RBS, e Correio do
Povo, de Porto Alegre (RS), tambm compem a esfera miditica da regio e
cobrem o municpio.
Rdios AM das cidades vizinhas tambm veiculam notcias de Piratuba, alm
de produzirem matrias para seus respectivos sites como o caso da Rdio Rural,
de Concrdia, e a Rdio Catarinense, de Joaaba.
As emissoras de TV mais prximas so as que ficam em Joaaba, Concrdia,
Lages e Xanxer. Todas com programao jornalstica local.
Nota-se que h uma grande demanda por informaes locais. Porm, a falta
de profissionalizao dos veculos (muitos sequer tm jornalistas contratados,
sobretudo nos impressos) faz com que muitos se submetam apenas
veiculao/reproduo de releases produzidos pelas assessorias de imprensa.
36
4 PESQUISA DE CAMPO
4.1 TIPO DE PESQUISA
A presente pesquisa foi desenvolvida no mtodo exploratrio quantitativo,
atravs do levantamento de dados no qual sero evidenciadas as necessidades de
comunicao da Cmara de Vereadores de Piratuba.
4.2 POPULAO E AMOSTRA
Dez vereadores da Cmara de Piratuba, sendo um deles suplente.
4.3 TCNICA DE ABORDAGEM E INSTRUMENTO A SER UTILIZADO
O instrumento utilizado foi um questionrio impresso de 12 perguntas, de
mltipla escolha. Cada um pde levar o questionrio para casa, devolvendo em at
15 dias.
4.4 TRATAMENTO DOS DADOS
Aps aplicao da pesquisa os dados foram analisados.
4.5 LIMITAES DA PESQUISA
As limitaes da pesquisa quantitativa referem-se possibilidade de os
vereadores no responderem entrevista, por justificativas variadas.
37
4.6 APLICAO DA PESQUISA E ANLISE DOS DADOS
A pesquisa foi aplicada entre os dias 12 e 27 de junho de 2013, com os nove
vereadores, mais um vereador suplente (na ocasio, em exerccio). Os resultados
encontram-se no Apndice B deste trabalho.
Primeiramente, podemos delinear o perfil do vereador piratubense, a partir
dos dados levantados com as primeiras perguntas do questionrio. Assim,
afirmamos que o vereador de Piratuba adulto tem entre 46 e 55 anos de idade
(50% dos entrevistados). A maioria possui o ensino mdio completo aqueles que
possuem apenas o ensino fundamental vm em seguida. Depois, afere-se que a
maioria dos vereadores est no primeiro mandato de sua carreira poltica.
Com o questionrio, quisemos delinear como o vereador percebe a
importncia da imprensa para a sua prpria carreira poltica e, depois, para o
trabalho da Cmara. No houve diferena de uma esfera (mais particular) para outra
(que tem a ver genuinamente com o rgo em questo). Tanto na primeira pergunta
como na segunda, o resultado foi o mesmo: majoritariamente, a imprensa tem um
papel regular. Em segundo lugar vem a opo de alta importncia. Os dados
refletem, possivelmente, a falta de um trabalho profissionalizado de comunicao
tanto para o poltico-governante quanto para o rgo. Ao mesmo tempo, por outro
lado, a maioria dos vereadores 80% - considera que a imprensa representante
da sociedade civil.
Outro dado abordado que, mesmo no contando com nenhum tipo de
assessoria de comunicao, a maioria dos entrevistados 70% - j teve que
conceder entrevistas para algum veculo de comunicao. Isto invalida possveis
opinies de que Piratuba e seus governantes no receberiam ateno da mdia
regional.
38
Apesar de 43% dos vereadores sentirem-se preparados para conceder
entrevistas, este mesmo nmero de entrevistados demonstra a quantidade de
vereadores que gostariam de passar por algum tipo de media training.
Depois, indagamos se, caso uma assessoria de comunicao fosse
implantada na Cmara, qual seriam as principais funes do setor. A maioria dos
vereadores (29%) cr que a principal atribuio seria a de divulgar as aes do
rgo para os veculos de comunicao. Em segundo lugar (com 26%), outra funo
que a assessoria deveria ter, seria a de divulgar o trabalho dos vereadores. Os
dados deixam claro que no h, para os vereadores, o entendimento de que o setor
deveria trabalhar unicamente para o rgo, mas sim, tambm trabalhar para o
vereador.
Em terceiro lugar (23%), outra funo que tambm seria de atribuio da
assessoria, segundo os vereadores, a de registrar e documentar os trabalhos e
aes da Cmara. Apenas trs vereadores citaram a comunicao interna como
campo a ser trabalhado pela assessoria. Reviso de textos e organizao de
eventos foram tpicos citados apenas por dois vereadores.
Quando indagados taxativamente sobre a implantao de uma assessoria de
comunicao na Cmara de Piratuba, 80% dos entrevistados afirmam que esta
atitude necessria. Um vereador destacou ainda que ela muito necessria, e,
outro, desnecessria.
Outro dado mostra o quanto esto abertos os governantes para o
conhecimento da cultura de comunicao. Isto porque, de acordo com a pesquisa,
90% dos vereadores gostariam de passar por algum tipo de treinamento que lhes
ensinasse a potencializar o seu trabalho junto a jornalistas.
39
Uma ltima pergunta questionou os entrevistados sobre o nico canal de
comunicao externa da Cmara no momento: o site. Para 70% dos vereadores, o
atual site da Cmara bom. Um entrevistado classificou como muito ruim, outro
como regular e outro no respondeu.
40
5 POLTICA DE COMUNICAO PARA A CMARA DE PIRATUBA
Partimos da premissa de que a poltica de comunicao deve ser de
construo coletiva (BUENO, 2009, p. 325), uma vez que o relacionamento
(processo comunicacional) permeia no apenas os profissionais do setor, mas sim
todos os agentes da organizao. Dito isto, seria inaceitvel propor a construo de
um documento deste porte apenas com as afirmaes aqui expostas pelo autor do
trabalho. Queremos que a Poltica de Comunicao da Cmara de Vereadores de
Piratuba seja de natureza democrtica, isto , que todos os vereadores, servidores e
demais interessados (uma vez que tambm se trata de um rgo pblico),
participem de sua construo. Logo, o que vamos propor aqui, seriam apenas
premissas bsicas a serem postas em discusso por todos os agentes envolvidos.
5.1 VALORES
Todo o processo comunicacional da Cmara de Vereadores levar em
considerao um conjunto de valores, que serviro de parmetros para cada ao
de relacionamento na Casa. A comunicao que deixa de atender qualquer um dos
valores elencados ser ou ineficiente, ou inverdica, ou inadequada.
a. Verdade: toda ao de comunicao levar em conta o princpio da
verdade, como fonte bsica da credibilidade, da verossimilhana e da
legalidade. A Casa Legislativa precisa conduzir-se com firmeza de
propsitos, traduzida na tica profissional, no respeito coisa pblica,
ordem social e jurdica (TORQUATO, 2010, p. 76).
41
b. Adequao: partindo do princpio de que a comunicao pblica est
intrinsecamente ligada ao interesse pblico (DUARTE, 2012, p. 61), as
aes de comunicao da Cmara de Vereadores precisam adequar seus
objetivos real demanda da comunidade em que est inserida. Do
contrrio, o progresso e bem-estar, to almejados pelo Poder Legislativo,
estaro ameaados em nome de particulares. Assim, sero evitadas
comunicaes incuas, informaes inoportunas, desnecessrias e
desinteressantes e substitudas por informaes socialmente
significativas (TORQUATO, 2010, p. 94). Deve-se atentar tambm para o
carter impessoal de qualquer ao comunicativa assinada pela Cmara.
c. Clareza: em todas as suas aes, intenes e programas, a Cmara de
Vereadores de Piratuba deve se expor com a mxima clareza, a fim de
evitar distores. Para isso, os atos sero produzidos tendo-se em mente
o perfil do cidado piratubense, levando-se em conta as suas condies
sociais e o seu conhecimento de mundo.
d. Rapidez: a eficcia da comunicao implica, tambm, o pronto
atendimento a demandas socialmente significativas e importantes
(TORQUATO, 2010, p. 94). preciso considerar a varivel tempo como
determinante do sucesso da ao, da mesma forma que este parmetro
est ligado ao respeito dispensado pela Cmara aos seus diversos
pblicos.
e. Cordialidade e respeito: devem guiar as relaes entre a Casa e a
sociedade, bem como no ambiente interno. Dentro do entendimento, a
Cmara de Vereadores tem a obrigao de prestar contas; os meios de
comunicao e a comunidade, o direito de indagar, questionar e criticar,
42
sempre preservadas as regras do respeito recproco, principalmente em
relao s minorias, respeitada a diversidade religiosa, tnica, social,
sexual e econmica.
5.2 PBLICOS ESTRATGICOS
De acordo com a reviso bibliogrfica e pesquisa aplicada com os
vereadores, foram identificados pelo menos seis pblicos estratgicos para a Casa
Legislativa. dever da Cmara de Vereadores conhecer cada um desses pblicos
com mais profundidade, de acordo com seus perfis e o nvel de interao e
importncia (BUENO, 2009, p. 314).
a. Vereadores: os nove vereadores de Piratuba so, de longe, aqueles que
personificam com mais fora a Cmara Municipal em suas identidade e
imagem. Eles so a principal vitrine do rgo, na medida em que esto
ali como representantes do povo e fiscalizadores do Poder Executivo
municipal.
b. Servidores: os servidores da Cmara (atualmente, cinco) so responsveis
pela operacionalizao do rgo, e agentes fundamentais para a Casa
atingir seus diversos objetivos.
c. Comunidade: os 4.707 cidados piratubenses so a razo de existir da
Cmara de Vereadores. pelo interesse da comunidade que os
vereadores e servidores da Casa atuam.
d. Sociedade civil organizada: compreende o universo de associaes,
clubes, sindicatos, etc.
43
e. Poder Executivo, Legislativo e Judicirio: a Prefeitura e suas autarquias,
bem como o Tribunal de Contas do Estado, Assembleia Legislativa e
Cmaras de Vereadores da regio, so exemplos de rgos com que a
Cmara de Piratuba se relaciona.
f. Imprensa: os veculos da comunicao (principalmente os regionais) so
importantes formadores de opinio, e representantes da sociedade como
um todo.
5.3 GESTO DA COMUNICAO
A estrutura de comunicao da Cmara de Vereadores de Piratuba deve
primar pela profissionalizao de suas atividades, na medida em que considera que
s o conhecimento tcnico-cientfico capaz de gerar resultados no apenas
positivos do ponto de vista estratgico, mas tambm que agreguem valor tico,
responsabilidade social, qualificao das mensagens e viso em longo prazo. Na
prtica, isto significa ter profissionais habilitados nas reas da comunicao social:
jornalistas, designers, relaes pblicas, publicitrios, etc. contratados mediante
concurso pblico, de acordo com a Legislao.
Hierarquicamente, o setor de comunicao da Cmara de Vereadores deve
trabalhar de forma paralela Presidncia da Casa, uma vez que todo o processo
comunicacional no deixa livre nenhum dos agentes que a compe. Afinal, de
responsabilidade da assessoria de comunicao, tambm, permitir aos nveis
gerenciais maior compreenso, melhor acompanhamento e interpretao das
tendncias sociais e uma leitura crtica mais adequada dos cenrios polticos e
econmicos, por meio de comunicaes especializadas (TORQUATO, 2010, p. 56).
44
Este entendimento importante tambm para que a comunicao mantenha-se
acima das vises personalistas (idem).
5.4 CANAIS DE RELACIONAMENTO
Os canais de comunicao social da Cmara de Vereadores de Piratuba, no
ato de veicular uma informao, tm o papel de encurtar distncias entre o rgo e
seus diferentes pblicos. So eles que ajudam a disseminar a identidade da Casa
Legislativa, ao mesmo tempo em que oportunizam o reforo dos valores
organizacionais.
Cabe ao setor de comunicao a coordenao e produo dos veculos de
comunicao (boletins, newsletters, releases, sites, redes sociais), mediante os
objetivos a serem alcanados e previamente delineados no Plano de Comunicao.
A escolha dos canais est associada (...) aos tipos de pblico que se quer atingir e
periodicidade das mensagens (TORQUATO, 2010, p. 57).
5.5 COMUNICAO INTERNA
A Cmara de Vereadores de Piratuba entende que o aperfeioamento da
comunicao interna deve ser uma constante, seja nas relaes vereador-vereador,
vereador-servidor ou servidor-servidor. A tarefa da Cmara oportunizar momentos
de confraternizao, substituio do monlogo pelo dilogo, processos de ouvidoria
interna, capacitao dos agentes perante novas tecnologias de comunicao, e
quaisquer outras aes que tenham como base o respeito e o desenvolvimento do
trabalho.
45
5.6 RELACIONAMENTO COM A IMPRENSA
Os veculos de comunicao representam a sociedade, e, dessa forma, tm a
funo de informar, analisar, criticar, questionar e sugerir qualquer ao da Cmara
de Vereadores. O rgo tem a viso de que a mdia parceira do interesse coletivo.
Por isso, no trato com a imprensa, as relaes devem ocorrer dentro de uma
diplomacia de respeito e intercmbio constante (TORQUATO, 2010, p. 50). Cabe
aos jornalistas da assessoria de comunicao da Cmara a qualificao desse
relacionamento, disponibilizando um sistema de fontes previamente capacitado.
5.7 COMUNICAO NA INTERNET
A Cmara de Vereadores entende que as novas tecnologias so ferramentas
auxiliares no trabalho, propiciando rapidez, qualidade e economia nos processos de
comunicao, quando bem utilizadas.
Assim, cabe a todos os vereadores e servidores conhecer o uso da internet e
de outras tecnologias, para o aprimoramento e profissionalizao da comunicao
organizacional.
5.8 GESTO DE CRISES
tarefa da assessoria de comunicao da Cmara de Vereadores
dimensionar os conflitos existentes entre veculos de comunicao e o rgo.
Enquanto o jornalista de assessoria abre as portas da organizao para os
jornalistas de Redao, natural que perspectivas fragmentadas e vises fechadas
corram o risco de se fazerem presentes. Quando detectadas deficincias em
46
processos internos, cabe a todos os agentes internos Cmara atuarem juntos para
a correo e ajustamento de aes.
47
6 PLANO DE COMUNICAO PARA A CMARA DE PIRATUBA
6.1 DIAGNSTICO
Utilizando a matriz SWOT, podemos compor o seguinte quadro-diagnstico
para o atual momento da Cmara de Vereadores de Piratuba:
PONTOS FORTES
Fluxo da comunicao interna face-to-face.
Interesse dos vereadores em profissionalizar a comunicao da Cmara.
A maioria dos vereadores j teve que conceder alguma entrevista para jornalistas, ou seja, j tiveram contato com a imprensa para fins profissionais.
PONTOS FRACOS
Uso precrio ou inexiste da internet como ferramenta de comunicao interna e externa.
A imprensa ainda no vista como pblico estratgico. Falta atendimento profissionalizado.
Alguns vereadores possuem forte presena em redes sociais e no contato com jornalistas da regio, o que pode desarticular o discurso da Cmara.
OPORTUNIDADES
Carncia de pautas na mdia regional.
Surgimento de novos veculos de comunicao na regio.
Crescimento de piratubenses conectados s redes sociais.
AMEAAS
A histrica falta de uma assessoria de imprensa na qualificao das fontes potencializa conflitos de dilogo com os veculos de comunicao.
A comunicao interna vista, pela maioria dos vereadores, algo que dispensa canais prprios.
Comparada com outras cidades, Piratuba ainda carece de ateno por parte da mdia.
6.2 OBJETIVOS
a. Divulgar a Cmara de Vereadores, estabelecendo adequado
posicionamento, assegurando uma identidade que possa conferir
organizao o respeito e o reconhecimento da sociedade.
48
b. Profissionalizar a comunicao interna e externa, buscando a
modernizao e qualificao dos processos.
c. Motivar a comunidade a participar efetivamente das sesses legislativas.
6.3 ESTRATGIAS
a. Fazer um trabalho de relacionamento com a imprensa a fim de dar mais
visibilidade Cmara de Vereadores.
b. Estabelecer procedimentos para atendimento a jornalistas e atuao de
vereadores e servidores na web.
c. Acompanhamento permanente da imagem da Cmara nos veculos de
comunicao.
d. Modernizar os canais de comunicao da Cmara de Vereadores na web.
e. Criar campanhas em parceria com organizaes da sociedade civil e
outros rgos pblicos.
6.4 AES
Estratgia 1: Fazer um trabalho de relacionamento com a imprensa a fim de
dar mais visibilidade Cmara de Vereadores.
a. Definir as mensagens-chave que vo permear todas as aes
programadas.
b. Definir o mailing list.
c. Comunicar a imprensa da implantao de uma assessoria na Cmara de
Vereadores.
49
d. Estabelecer uma rotina de produo e veiculao de releases,
principalmente antes e aps as sesses legislativas das teras-feiras.
e. Criar uma newsletter mensal com os principais destaques do ms.
f. Criar uma conta no Twitter especfica para acompanhamento das sesses
legislativas, com atualizaes minuto a minuto.
Estratgia 2: Estabelecer procedimentos para atendimento a jornalistas e
atuao de vereadores e servidores na web.
a. Criar um documento sntese que sirva de guia para entrevistas.
b. Fazer reunies peridicas de avaliao do que foi noticiado e de que como
nos comportamos.
c. Qualificar as fontes atravs de media training.
d. Qualificar vereadores e servidores quanto atuao na web a partir de
reunies e guias.
Estratgia 3: Acompanhamento permanente da imagem da Cmara nos
veculos de comunicao.
a. Clipagem diria dos veculos regionais e estaduais.
b. Reunies peridicas de avaliao com os vereadores.
Estratgia 4: Modernizar os canais da Cmara de Vereadores na web.
a. Implantar a cultura do e-mail entre vereadores e servidores.
b. Reformular o site da Cmara.
c. Criar canais de comunicao nas redes sociais: Facebook e Twitter.
50
Estratgia 5: Criar campanhas em parceria com organizaes da sociedade
civil e outros rgos pblicos.
a. Implantar o programa Cmara Mirim, em parceria com alunos da rede
municipal de ensino bsico.
b. Implantar o programa Cmara Debate, em parceria com Cmara de
Dirigentes Lojistas de Piratuba (CDL), clubes de mes, Secretaria de
Turismo, entre outros. A ideia promover um ciclo de palestras com
especialistas que possam discutir o desenvolvimento desses setores no
municpio.
c. Programa Voto Certo: ciclo de debates com candidatos a deputados
estaduais e governador nas eleies de 2014.
6.5 ANLISE DE RESULTADOS
A anlise de resultados ser feita tendo em vista o objetivo de cada ao
ttica. Dentro de alguns mtodos, destacamos alguns:
- Clipagem diria dos veculos de comunicao;
- Relatrio mensal com informaes qualitativas e quantitativas, explorando a
utilizao de mensagens-chave e valores atribudos a cada notcia divulgada pela
mdia;
- Acompanhamento de visitas ao site, atravs de ferramentas especficas para
este fim;
- Acompanhamento e relatrio dos canais da Cmara nas redes sociais;
- Reunies quinzenais com os vereadores para debate do que foi divulgado
na mdia e efetividade das aes de comunicao da Cmara.
51
7 CONSIDERAES FINAIS
A partir da pesquisa com os vereadores da Cmara de Piratuba, possvel
notar que h, sim, a necessidade de instalao de um setor de comunicao neste
rgo. Assim, sugeriu-se um plano de comunicao inicial, que visa estruturar a
gesto de uma assessoria de comunicao na Casa Legislativa. Para tal plano,
conseguiu-se tambm elencar subsdios para a construo de uma poltica de
comunicao, a ser discutida e reavaliada com o rgo em questo. Tudo conforme
a reviso bibliogrfica feita na primeira parte do projeto.
A pesquisa aplicada na cmara, junto aos vereadores, demonstrou que h
demanda da imprensa por informaes visto que a maioria dos eleitos j concedeu
algum tipo de entrevista para jornalistas. Com a anlise dos questionrios, observa-
se que a estruturao da assessoria necessria para a divulgao dos trabalhos
do rgo. Muitos vereadores sentem tambm a necessidade de compreender os
mecanismos de comunicao corporativa, via media training. O fato de muitos
entenderem a imprensa como representante da sociedade civil evidencia a
necessidade de se articular aes profissionalizadas de relacionamento com este
pblico.
Tais resultados fazem cair por terra o entendimento de que a comunicao
em rgos pblicos de pequena estrutura e localizados em cidades de pequeno
porte no seria necessria. As aes de comunicao precisam, sim, ser bem
delineadas em polticas e planos, com profissionais especializados na rea.
Como tentativa de aprimoramento da administrao pblica em Piratuba, cabe
agora Cmara de Vereadores analisar o projeto, suas implicaes, possveis
melhorias e, por fim, efetivar sua aplicao ou no.
52
Uma ressalva que deve ser feita a de que, por se tratar de uma pesquisa
acadmica, a implantao das aes aqui propostas devem passar pela discusso
na Cmara seja com vereadores, funcionrios ou at mesmo com a comunidade.
Como mencionado, trata-se de uma tarefa de construo coletiva. Fazer um trabalho
deste porte, externo, em que o autor no tem nenhum vnculo com o rgo, limita o
entendimento da entidade. Por isso a necessidade do dilogo permanente.
Uma dificuldade (ou constatao) a ser apontada, a de que no possvel
seguir modelos pr-determinados na rea da comunicao. Poltica e plano de
comunicao precisam estar adequados realidade em que a organizao se
encontra. O cenrio deste trabalho, mais especificamente, algo totalmente
diferente daqueles nos quais foram construdas estruturas de comunicao
reconhecidas Brasil.
No planejamento das aes, procurou-se no fazer um plano muito complexo.
Isto se deve ao fato de que preciso implantar uma cultura de comunicao aos
poucos, e no com ideias grandiosas que pequem pela falta de base.
Este trabalho um pontap inicial, e sua efetivao no se encerra com sua
publicao preciso discusso constante. Debate: este o termo que faz a
comunicao de fato acontecer. Seja em uma grande capital ou na pequena
Piratuba.
53
REFERNCIAS
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54
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55
APNDICES
APNDICE A ROTEIRO DA PESQUISA COM VEREADORES DE PIRATUBA
Pesquisa: Assessoria de comunicao e vereadores de Piratuba, SC
1. Qual a sua idade?
( ) 18 a 25 anos
( ) 26 a 35 anos
( ) 36 a 45 anos
( ) 45 a 55 anos
( ) 56 anos ou mais
2. Qual a sua escolaridade?
( ) Ensino Fundamental
( ) Ensino Mdio
( ) Ensino Superior
( ) Ps-graduado
3. Quanto ao seu mandato:
( ) Primeiro mandato
( ) Segundo mandato
( ) Terceiro mandato
( ) Quarto mandato ou mais
( ) Suplente
4. Considerando a sua carreira poltica, qual a importncia da imprensa?
( ) Muito baixa
( ) Baixa
( ) Regular
( ) Alta
( ) Muito alta
5. Considerando o papel e o trabalho da Cmara de Vereadores, qual a
importncia da imprensa?
( ) Muito baixa
( ) Baixa
( ) Regular
( ) Alta
( ) Muito alta
56
6. A imprensa representante da sociedade civil. Voc concorda com esta
afirmativa?
( ) Sim
( ) Mais ou menos
( ) No
7. Como vereador, voc j teve que conceder entrevista para algum veculo de
comunicao?
( ) Sim
( ) No
8. Voc se sente preparado para conceder uma entrevista? Assinale quantas
alternativas voc quiser.
( ) Acho que me sinto preparado e teria total segurana e tranquilidade para
conceder uma entrevista
( ) Gostaria de ser assessorado por algum profissional da rea, a fim de
lidar melhor com os jornalistas
( ) Tenho medo do que os jornalistas possam me perguntar
( ) No gosto e no concedo entrevistas de forma alguma
9. Na sua opinio, quais as principais funes de uma assessoria de
comunicao na Cmara de Vereadores? Assinale de 1 a 4 alternativas.
( ) Divulgar as aes da Cmara para os veculos de comunicao
( ) Trabalhar a comunicao interna
( ) Divulgar o meu trabalho como vereador
( ) Revisar textos em geral
( ) Registrar e documentar os trabalhos e aes da Cmara
( ) Cuidar do cerimonial e do protocolo em eventos
10. A implantao de uma assessoria de comunicao na Cmara de Vereadores
de Piratuba :
( ) Muito necessria
( ) Necessria
( ) Desnecessria
( ) Totalmente desnecessria
11. Voc gostaria de passar por um treinamento que lhe ensinasse formas de
lidar com jornalistas?
( ) Sim
( ) No
12. Para voc, o atual site da Cmara de Vereadores de Piratuba :
( ) Muito ruim ( ) Ruim ( ) Regular ( ) Bom ( ) timo
57
APNDICE B RESULTADOS DA PESQUISA COM OS VEREADORES
Qual a sua idade?
18 a 25 anos 0 0%
26 a 35 anos 1 10%
36 a 45 anos 2 20%
46 a 55 anos 5 50%
56 anos ou mais 2 20%
Qual a sua escolaridade?
Ensino Fundamental 3 30%
Ensino Mdio 4 40%
Ensino Superior 1 10%
Ps-graduado 2 20%
Quanto ao seu mandato:
58
Primeiro mandato 4 40%
Segundo mandato 2 20%
Terceiro mandato 1 10%
Quarto mandato ou mais 2 20%
Suplente 1 10%
Considerando a sua carreira poltica, qual a importncia da imprensa?
Muito baixa 0 0%
Baixa 0 0%
Regular 5 50%
Alta 4 40%
Muito alta 1 10%
Considerando o papel e o trabalho da Cmara de Vereadores, qual a
importncia da imprensa?
Muito baixa 0 0%
59
Baixa 0 0%
Regular 5 50%
Alta 4 40%
Muito alta 1 10%
"A imprensa representante da sociedade civil". Voc concorda com
esta afirmativa?
Sim 8 80%
Mais ou menos 2 20%
No 0 0%
Como vereador, voc j teve que conceder entrevista para algum veculo
de comunicao?
Sim 7 70%
No 3 30%
Voc se sente preparado (a) para conceder uma entrevista? Assinale
quantas alternativas voc quiser.
60
"Acho que me sinto preparado e teria total segurana e tranquilidade para conceder uma entrevista"
6 43%
"Gostaria de ser assessorado por algum profissional da rea, a fim de lidar melhor com os jornalistas"
6 43%
"Tenho medo do que os jornalistas possam me perguntar" 2 14%
"No gosto e no concedo entrevistas de forma alguma" 0 0%
Na sua opinio, quais as principais funes de uma assessoria de
comunicao na Cmara de Vereadores?
Divulgar as aes da Cmara para os veculos de comunicao 9 29%
Divulgar o meu trabalho como vereador 8 26%
Registrar e documentar os trabalhos e aes da Cmara 7 23%
Trabalhar a comunicao interna 3 10%
Revisar textos em geral 2 6%
Cuidar do cerimonial e do protocolo em eventos 2 6%
A implantao de uma assessoria de comunicao na Cmara de
Vereadores de Piratuba :
Muito necessria 1 10%
Necessria 8 80%
Desnecessria 1 10%
Totalmente desnecessria 0 0%
Voc gostaria de passar por um treinamento que lhe ensinasse formas
de potencializar o seu trabalho junto aos jornalistas?
61
Sim 9 90%
No 0 0%
No sabe/no respondeu 1 10%
Para voc, o atual site da Cmara de Vereadores de Piratuba :
Muito ruim 1 10%
Ruim 0 0%
Regular 1 10%
Bom 7 70%
timo 0 0%
No sabe/no respondeu 1 10%