poder e política
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PODER E POLÍTICA
O PODER E A POLÍTICA
O PODER consiste num conjunto de relações de forças que indivíduos
ou grupos sociais estabelecem entre si a partir da posição
que ocupam na sociedade.
O PODER
PODER é
o domínio sobre algo ou situação, que privilegia um determinado lado da
relação devido à condição de força que cada um apresenta.
FORÇA
FORÇA são recursos utilizados
na conquista e manutenção
do poder.
A força existe sob várias formas:
física, psíquica, apelo à emoção, chantagem.
O objetivo do poder é manter a ordem, assegurar a
defesa e promover o bem- estar da sociedade; é realizar, enfim,
o bem público.
O verdadeiro sentido do poder ou dominação estatal não é que
alguns homens estão submetidos a outros, mas sim
o de que todos os homens estão submetidos às normas.
OBJETIVOS DO PODER POLÍTICO
JUSTIÇA E FORÇA
É justo que o que é justo seja seguido. É necessário que o que é mais forte seja seguido.
A justiça sem a força é impotente; a força sem a justiça é tirânica. A justiça sem a força será contestada, porque há
sempre maus; a força sem a justiça será acusada.
É preciso, pois, reunir a justiça e a força; e,dessa forma, fazer com que o que é justo seja forte, e o
que é forte seja justo.
Blaise Pascal
A POLÍTICA
O poder não se restringe à organização do Estado,
está presente em todas as relações sociais.
Todas as situações em que vivemos envolvem relações de
poder que estruturam e mantêm a ordem social: a família, a escola, o
mercado.
HETERONOMIA
Aceitação da norma que não é nossa, que vem de fora.
Nos submetemos passivamente aos costumes por conformismo
ou temor à reprovação da sociedade ou dos deuses.
Essa postura permite as relações políticas autoritárias.
Hetero - “diferente”nomos - “lei”
AUTORITARISMO
Relação de exploração onde quem exerce o poder obtém
todas as vantagens através da manipulação daquele sobre o qual o poder é exercido.
O poder é uma imposição baseada na força física,
no status, no cargo que se ocupa numa empresa, na
política, na família etc.
TEMOR E OBEDIÊNCIA
No sistema autoritário não há escolha;
quem determina as normas, o bem e o mal é sempre uma
autoridade superior.
Sistema baseado não na razão e no conhecimento,
mas no temor à autoridade e na sensação de fraqueza
e dependência dos subordinados.
A VIRTUDE É A OBEDIÊNCIA
A virtude é a obediência. O pecado é a rebeldia, a
objeção ao poder da autoridade de ditar normas segundo os
seus interesses.
UMA ÉTICA DE DOMINAÇÃO
O autoritarismo é uma “ética” fechada,
exploradora e dominadora.
O bem e o mal são estabelecidos em
função dos interesses da autoridade.
AUTONOMIA
Não nega a influência externa, mas recoloca no homem a capacidade
de refletir sobre as imposições, orientando a sua ação para
superar os condicionamentos.
Somente o homem pode determinar, segundo a sua
consciência moral, o que deve e o que não deve fazer.
Auto - “próprio” nomos - “lei”
O CENTRO DE DECISÃO É A CONSCIÊNCIA DO INDIVÍDUO
Pressupõe conhecer diferentes valores e poder apreciá-los, experimentá-los, analisá-los
criticamente e eleger um sistema de valores para si.
Fora disso, o máximo que se consegue são
comportamentos adequados, sob controle externo.
AUTORIDADE
A autonomia dificulta a relação autoritária, pois
o respeito não é obrigatório, não implica em medo,
surge como resultado da atuação moral, ou seja, da competência, da interferência com discernimento e
justiça com que o indivíduo se relaciona com os demais.
FORMAS DE PODER
ECONÔMICORiqueza - organiza as forças produtivas.
IDEOLÓGICOSaber - organiza o consenso.
POLÍTICOForça – organiza o poder de coerção.
PODER E DESIGUALDADE
O que essas três formas de poder têm em comum é que elas contribuem conjuntamente para instituir e manter sociedades de desiguais divididas em
PODER ECONÔMICO
PODER IDEOLÓGICO
PODER POLÍTICO
Ricos e pobres
Sabedoria e ignorância
Sábios e ignorantes
Riqueza e pobreza
Força e fraqueza
Fortes e fracos
AS FACES DO PODER
O PODER SOBRE MIMo poder como coisa: como dominação, o aparato do poder.
O PODER EM MIMo poder como liberdade: como algo que se cria, associação livre de vontades.
Regra geral, estamos preparados para perceber o sentido da política antes na violência do que no diálogo, antes na
coerção do que na liberdade.
E quanto ao poder, se alguém nos pergunta o que é isso, as primeiras imagens que nos ocorrem são sobre os aparatos
do poder. São sobre o poder como coisa.
É que a tradição – conservadora e autoritária - faz de tudo para obscurecer a dimensão essencialmente constituinte
da noção de poder, ou seja,
o poder como algo que se cria, como associação livre de vontades (...)
Francisco Weffort
O PODER COMO COISA
( ... ) Para a tradição é mais fácil perceber, por exemplo, o poder de um burocrata que apenas implementa decisões
de outros, do que o poder de uma proposta política que mobiliza enorme quantidade de pessoas para chegar
a determinadas decisões.
Percebe melhor o poder morto do aparelho, da máquina, do que o poder vivo, potencialmente transformador, das
relações políticas reais. No limite, vê no poder a capacidade da repressão muito mais do que é a libertação.
Francisco Weffort
PODER E LEGITIMIDADE
A força física, condição necessária e exclusiva do Estado para estruturar a ordem social, não é condição suficiente para
a manutenção do poder;
ele precisa ser legítimo, ter o consentimento daqueles que
obedecem, visto que o poder é uma relação.
LEGALIDADE
A legalidade nos sistemas políticos exprime
basicamente a observância das leis, isto é,
o procedimento da autoridade em consonância estrita
com o direito estabelecido.
Traduz a noção de que todo poder estatal deverá
atuar sempre de conformidade com as regras
jurídicas vigentes.
LEGITIMIDADE
A legitimidade indaga acerca dos preceitos
fundamentais que justificam ou invalidam a existência
do título e do exercício do poder,
da regra moral, mediante a qual se move o poder dos governantes para receber e merecer o assentimento
dos governados.
A legalidade de um regime democrático é o seu
enquadramento nos moldes de uma constituição
observada e praticada.
Sua legitimidade será sempre o poder contido naquela constituição, exercendo-
se em conformidade com as crenças, os valores e
os princípios da ideologia dominante, no caso a ideologia democrática.
PRINCÍPIOS HISTÓRICOS DE LEGITIMAÇÃO DO PODER
Teocracia
Tradição
Aristocracia
Oligarquia
Democracia