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Ficha Técnica Trabalho realizado no âmbito da cadeira de Fontes de Informação Sociológica,
do 1º ano da licenciatura em Sociologia, sob orientação do docente Paulo Peixoto.
Título: Pobreza e Exclusão Social
Trabalho realizado por: Daniela Brás do Rêgo
Nº de estudante: 2009109783
Fotografia da capa
Fonte: http://ipt.olhares.com/data/big/140/1408079.jpg
Pagina consultada a: 29 de Maio de 2010
Coimbra, Maio de 2010
Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra
Horror de Ser Pobre
Risco c'um traço
(Um traço fino, sem azedume)
Todos os que conheço, eu mesmo incluído.
Para todos estes não me verão
Nunca mais
Olhar com azedume.
O horror de ser pobre!
Muitos gabavam‐se que aguentariam, mas era ver‐
‐lhes as caras alguns anos depois!
Cheiros de latrina e papéis de parede podres
Atiravam abaixo homens de peitaça larga como toiros.
As couves aguadas
Destroem planos que fazem forte um povo.
Sem água de banho, solidão e tabaco
Nada há que exigir.
O desprezo do público
Arruina o espinhaço.
O pobre
Nunca está sozinho. Estão todos sempre
A espreitar‐lhe pra o quarto. Abrem‐lhe buracos
No prato da comida. Não sabe pra onde há‐de ir.
O céu é o seu tecto, e chove‐lhe lá pra dentro.
A Terra enxota‐o. O vento
Não o conhece. A noite faz dele um aleijado. O dia
Deixa‐o nu. Nada é o dinheiro que se tem. Não salva ninguém.
Mas nada ajuda
Quem dinheiro não tem.
Bertold Brecht, in 'Lendas, Parábolas, Crónicas, Sátiras e outros Poemas'
Índice
1.Introdução ..................................................................................................................... 1
2.Estado das Artes ............................................................................................................ 3
Pobreza e Exclusão Social: Delimitações ...................................................................... 3 Das Mutações Societárias às dos Discursos políticos ................................................... 3 Desenvolvimento dos Conceitos .................................................................................. 4 Distinção entre pobreza e exclusão social ................................................................... 5 Diferentes abordagens conceptuais ............................................................................. 5 Exclusão e Globalização ................................................................................................ 6 Novas Exclusões na sociedade contemporânea ........................................................... 7
3. Descrição detalhada da pesquisa ................................................................................. 8
4. Ficha de Leitura........................................................................................................... 10
5. Avaliação de uma página da Web .............................................................................. 13
6.Conclusão .................................................................................................................... 14
7. Referências Bibliográficas ........................................................................................... 15
8. Anexos ........................................................................................................................ 16
1. Introdução
No âmbito da cadeira de Fontes de Informação Sociológica foram‐nos propostos 4
temas para desenvolver um trabalho final para realizar o regime de avaliação contínua.
Dos 4 temas propostos eu escolhi o quarto tema, “Pobreza e exclusão social”, pois
para além de ser um tema do meu interesse, não poderia ser mais actual, visto que
este é o ano Europeu da Luta contra a Pobreza e a Exclusão Social.
A pobreza é normalmente associada aos países em vias de desenvolvimento,
nos quais a subnutrição, a fome e a falta de água limpa e potável são desafios
quotidianos. Contudo, a Europa também é afectada pela pobreza e pela exclusão
social, onde apesar de estes problemas poderem não ser tão gritantes, são ainda assim
inaceitáveis. A pobreza e a exclusão de um indivíduo implicam o empobrecimento de
toda a sociedade. A Europa só pode ser forte se utilizar ao máximo o potencial de cada
um dos seus cidadãos.
Decidi começar o meu trabalho abordando as delimitações da pobreza e da
exclusão social, dando um definição de cada um desses conceitos, depois decidi fazer
uma abordagem ao tema da exclusão social e a globalização, e por fim ainda fiz uma
abordagem as novas exclusões na sociedade contemporânea.
Depois de estruturado e desenvolvido o estado das artes, seguindo o
alinhamento facultado pelo professor, fiz uma descrição detalhada da minha pesquisa
onde expliquei todas as etapas que efectuei para recolher as matérias e seleccionar a
informação que serviram de base para o desenvolvimento do trabalho.
Dessa recolha de informação escolhi um capítulo de um dos livros para efectuar
a minha ficha de leitura, aproveitei um dos capítulos que não inclui no estado das artes
para assim ter uma maior variedade de temas para abordar dentro de esta temática
tão abrangente que é a “pobreza e exclusão social”
Posteriormente avaliei uma página da internet que também seleccionei entre
as minhas pesquisas realizadas no intuito de recolha de informação, refiro‐me à página
oficial da Presidência da República.
Já numa fase final encontram‐se no ponto 6 as minhas conclusões
relativamente ao estudo que realizei sobre a pobreza e a exclusão social, lá refiro ainda
as dificuldades que encontrei durante o processo de realização de todo este trabalho.
Seguidamente encontram‐se as referências bibliográficas consultadas para recolha de
informação para a elaboração deste trabalho.
Com este trabalho pretendo fazer uma abordagem mais explicativa desta
temática e não apenas uma abordagem de carácter informativo.
Nascer é condição Vir ao mundo pobre Não é defeito então Deve lutar‐se contra
Essa condição Criada pela sociedade Numa eterna aberração O pobre de espírito Se nasce pobre E não luta
Além da condição É como biruta
Mesmo que adulador Será sempre um anão
Sem ofensa Falta‐lhe ambição
Não sonha Parece sem objectivos
Sem ambição
Daniel Costa
2.Estado das Artes
Pobreza e Exclusão Social: Delimitações
Para abordar a pobreza e exclusão social pressupõe compreender:
• As mudanças societárias verificadas
• As implicações dessas mudanças, designadamente para a população mais vulnerável
às transformações
• As formas como a sociedade encara e responde a estas questões
Das Mutações Societárias às dos Discursos políticos
É no contexto europeu e no surgimento do II Programa de Luta Contra a Pobreza que
surge a referência à exclusão social, muito embora sem diferenças substantivas em relação à
noção de pobreza.
O alcance da medição da pobreza toma como base o rendimento, isto é, fundado em
análises económicas e critérios macroeconómicos associados à expressão do crescimento.
A adopção do termo exclusão social e o reconhecimento do seu estatuto do seu
estatuto de tema científico nos meios académicos europeus dão‐se quase simultaneamente.
Exclusão social: é um conceito anterior à década de 80, tendo surgido em França nos
anos 60, refere‐se à marginalização face a bens e serviços de que parte da população era alvo.
Encara a pobreza como problema individual ligado ao liberalismo económico (Paugan apud
Costa, 1998) tomando como mediação da pobreza a base de rendimento, análises económicas
e critérios macroeconómicos associados ao crescimento (Maxwell apud Costa, 1998). Esta
denominação de exclusão prende‐se sobretudo com razões de escolha politica, alguns países
europeus não reconhecem a existência de pobres no seu seio. Assim a sociedade capitalista
assentam o crescimento económico que conduzirá a melhores condições de vida e de bem‐
estar e à diminuição da pobreza. (Costa,1998)
Pobreza: é um termo usado para definir a ausência ou privação de recursos, e como
forma de exclusão dos padrões de vida aceitáveis por relação a uma dada sociedade. Esta
designação é essencialmente política. Situa‐se no marco das sociedades industriais ou
tradicionais os aspectos para o campo de intervenção, quer de permanência da
contemporaneidade do problema, quer da complexidade de exigir uma melhor compreensão e
ousadia de propostas de enfrentamento. (Costa,1998)
Desenvolvimento dos Conceitos Nos primórdios do capitalismo a sociedade é fundada em valores como os da
hierarquia, da privação, do sacrifício, da religiosidade, do caritativismo e do assistencialismo.
Daí que a pobreza fosse encarada como um elemento inerente à própria condição humana e,
como tal, as acções que a ela se dirigiam visavam manter sob controlo os pobres, que começa
a construir uma ameaça à ordem social. Os pobres começam a ser considerados com “classes
perigosas” e como aqueles que não querem aceder a um trabalho.
Os pobres e excluídos passam a depender cada vez menos da comunidade em que
estão inseridos e cada vez mais de si próprio e/ou do sistema de protecção social.
O aumento do número de indivíduos e famílias em situação de pobreza e exclusão
social e a incapacidade do sistema de protecção social em dar respostas aos problemas sociais
existentes e aos que emergiram ao longo do processo de desenvolvimento das sociedades
capitalistas e do seu modelo de Estado.
A única designação usada era a da Pobreza, encarada como ausência ou privação de
recursos e como forma de exclusão dos padrões de vida aceitáveis por relação s uma dada
sociedade.
“ A exclusão social é um processo mais vasto que engloba questões de
pobreza, isto é, que pode contemplar ou não situações de privação
material, mas que pressupõem sempre o não acesso a um ou mais
sistemas sociais fornecedores de bens e serviços.” (Jacques Delors,Ribeiro,
2007)
Para a Comunidade Europeia, a partir de meados da década de 90, a pobreza e a
exclusão social passam a ser olhadas como um problema de cidadania.
O aumento do desemprego e das desigualdades sociais constituem‐se em problemas
centrais da sociedade contemporânea, uma vez que conduzem à ruptura dos laços sociais e da
própria identidade individual e colectiva.
Nova Pobreza: fruto da evolução tecnológica atinge vários estratos da população. Entre eles
são exemplo vários trabalhadores das zonas urbanas que não conseguem manter o anterior
emprego nem aceder a novos postos de trabalho que exigem níveis mais elevados de
qualificação profissional. Os novos pobres enfrentam sozinhos os seus problemas
enveredando, por vezes, por vias de auto‐destruição. (Costa,1998)
Distinção entre pobreza e exclusão social
“A exclusão social é um processo mais vasto visto que engloba as questões da pobreza.
Na década de 90 surge o reconhecimento do carácter multidimensional da pobreza e
exclusão social e a ideia de indivisibilidade entre os diferentes direitos civis, políticos e
sociais, e a indissociabilidade entre exclusão social e a noção de cidadania, reconhece‐
se que ao ser negado a possibilidade de bem‐estar aos pobres e excluídos, impede
também que vivam segundo padrões de dignidade humana” (idem)
Diferentes abordagens conceptuais A pobreza e exclusão social nas suas análises explicativas e interpretativas revelam
aspectos diferenciados uma vez que a cada abordagem subjaz uma determinada forma de ver
o mundo.
As situações de pobreza e exclusão social apresentam significados sociais diferentes
consoante as sociedades em análise, uma vez que são profundamente marcadas por
especificidades de carácter nacional, social ou cultural.
Na Europa encontramos duas correntes dominantes: a inglesa que centra os estudos
da pobreza e exclusão social nos aspectos distributivos. Os ingleses põem a tónica na cidadania
social para a saída da exclusão social. A corrente Francesa que aborda sobretudo os aspectos
relacionais. Os franceses encaram a inclusão social através da implementação de processos de
socialização e integração social que promovam a recriação de sociabilidades.
Abordagens de orientação económica analisam a pobreza e a exclusão social a partir
de factores ligados aos rendimentos e estes fenómenos sociais. A pobreza absoluta traduz uma
situação de ausência total de recursos que põe em causa a própria sobrevivência humana, a
pobreza relativa significa uma situação de privação parcial de recursos que impede o acesso
aos padrões de vida da sociedade de referência.
Nas abordagens mais centradas em aspectos culturais encontramos as que consideram
que nas situações de pobreza estão presentes e interligados diversos tipos de carências que
gerem identidades negativas traduzindo uma certa forma de ser e estar, ou seja, um
determinado modo de vida.
Estas análises vão dar conta do carácter intra e intergeracional da pobreza e exclusão
social, movimento designado por muitos autores de “circulo vicioso da pobreza”, ou seja, dão
visibilidade a reprodução destes fenómenos no seio da família que os vivencia de geração em
geração.
As correntes ligadas aos critérios económicos reduzem essencialmente as suas análises
aos rendimentos e consumos, considerando como principal causa da pobreza e exclusão social
o emprego e o desemprego.
Neste pressuposto e partindo dos contributos de Castel diremos que a exclusão social
se traduz num processo em que ocorrem sucessivas rupturas, desde o mercado de trabalho
até ao núcleo familiar, podendo numa fase mais extrema levar ao corte das ligações
societárias.
Exclusão e Globalização Os processos de exclusão social e globalização não são características da nossa era. O
que faz diferir a globalização no presente do processo de mundialização no passado é a
desterritorialização financeira e o domínio da comunicação.
A globalização caracteriza‐se por ser um processo heterogéneo entre os vários países e
no seio de cada país, encerrando em si uma relação conflituosa e contraditória. Quando a
globalização se traduz no processo de horizontalização de valores, perspectivas, ética, ela
mostra‐se altamente positiva. Quando vertical, ao contrário, ela é negativa e reveladora de
uma forma de hierarquização de cidadãos e dominação de elite.
O processo de globalização em curso tem implicações para o campo das políticas
sociais, designadamente por interferir com as fontes de regulação social. Faz sentido neste
contexto conhecer qual o papel das organizações inter governamentais como o Fundo
Monetário Internacional, o Banco Mundial e o Grupo dos Sete Países mais ricos, organizações
que regulam a nível mundial o sistema económico‐financeiro.
Neste processo, os diferentes Estados‐Nação perdem autonomia e soberania sendo
“obrigados” a funcionar de acordo com as regras estabelecidas pelos detentores do capital
financeiro.
O processo de globalização da economia, assente num modelo de gestão transaccional
e de tercearização, alerta a correlação de forças e o mapeamento económico e politico
mundial.
Os meios de comunicação são não só a base de funcionamento do sistema como
também se traduzem na legitimação e sobrevivência, constituindo‐se num excelente meio de
difusão do modelo de desenvolvimento e da cultura capitalista.
O endividamento de um elevado número de famílias tem aumentado
significativamente, uma vez que “o consumo de bens duráveis cresce, entre os pobres, mais do
que a renda medida permitiria”. Os pobres e excluídos são os mais afectados com esta
situação, sendo cada vez mais difícil o seu acesso aos padrões de consumo dominantes. Os
efeitos perversos da globalização atingem mais os países pobres ou em vias de
desenvolvimento do que os países ricos.
A dimensão da visibilidade dos pobres excluídos associados à ideia de que as
desigualdades são um estímulo à produtividade e competitividade e que reforçam o valor do
trabalho transforma a pobreza e exclusão social em fenómenos triviais e quotidianos.
Assistimos a uma naturalização destes problemas sociais.
A pobreza e exclusão social atingem novas categorias sociais e não só as
tradicionalmente mais desfavorecidas, apesar do alargamento do campo da protecção social
verificado ao longo das últimas décadas. Se não são criados mecanismos que afectivamente
diminuam as desigualdades sociais, função que o contracto social teve no passado, deixará de
existir sociedade, uma vez que a desigualdade social reduzirá o princípio de solidariedade.
Novas Exclusões na sociedade contemporânea A construção de bairros de habitação social ou outro tipo de habitats nas periferias das
cidades para alojar os trabalhadores provocou um crescimento exponencial de
comportamentos desviantes e de estigmas sociais que desencadearam, por sua vez, respostas
violentas e um clima de insegurança urbana. Esta situação veio alterar a própria estrutura
familiar passando a prevalecer o modelo de família nuclear e a surgir as famílias mono
parentais e os isolados.
A pobreza e a exclusão social expressam‐se de forma diferente e apresentam causas
diversas consoante nos situamos numa zona urbana e rural. Na zona rural os problemas
generalizam‐se mais à comunidade como um todo, do que a micro espaços territoriais ou
grupos da população. A procura de melhores condições de vida quer noutros lugares do país
quer noutros países têm levado ao êxodo rural. Esta situação faz decrescer a população
agrícola e ao nível de vida dos habitantes rurais. Os pobres rurais mantêm atitudes mais
próximas dos pobres tradicionais, ou seja, comportamentos de apatia, resignação,
conformismo, parecendo que viver em situação de pobreza e exclusão social é mais um modo
de vida de comunidade, do que um processo a reverter.
Nas zonas urbanas a pobreza e a exclusão social estão mais ligadas a razões
económicas. O ciclo de dependências criado entre serviços, infra‐estruturas, habitações e
postos de trabalho, face às necessidades do desenvolvimento económico, faz com que a não
existência ou insuficiência de qualquer destes aspectos gere grandes desequilíbrios na vida das
pessoas e das comunidades, pondo em causa a sua vivência e sobrevivência quotidiana.
Encontramos grandes assimetrias nas cidades, podendo as situações de pobreza e exclusão
social dispensar‐se por todo o tecido urbano ou concentra‐se em espaços territoriais bem
definidos, formando bolsas de pobreza. É no contexto urbano que encontramos graus de
maior severidade de pobreza e exclusão social.
A procura de melhores condições de vida da população dos países mais pobres junto
dos centros urbanos dos países desenvolvidos tem conduzido simultaneamente à
miscigenação de culturas, línguas e modos de vida ao reaparecimento de correntes
fundamentalistas, racistas e xenofóbicas.
O designado sistema de protecção social tem sido também gerador de desigualdades,
uma vez que mantém uma insuficiência ou inexistência de garantias sociais para determinadas
eventualidades. O elevado número de pensionistas pobres é uma realidade, tornando difícil a
sua sobrevivência quotidiana num período da vida em que os gastos, nomeadamente com a
saúde, atingem valores muito dispendiosos.
3. Descrição detalhada da pesquisa Devido ao tema que escolhi, a estratégia de pesquisa que utilizei começou por
uma selecção de livros que me pareceram credíveis, e páginas da Internet, depois fiz
uma pequena selecção de alguns capítulos desses livros e alguns artigos e imagens
encontradas nas páginas da Internet.
Para tal, dirigi‐me à biblioteca da Faculdade de Economia da Universidade de
Coimbra onde encontrei uma secção de grande destaque destinada apenas ao tema da
“Pobreza e Exclusão social” pois 2010 é o ano Europeu da Luta contra a pobreza e a
Exclusão social o que fez com que a recolha da informação e a selecção dos livros fosse
uma etapa de fácil execução.
Depois de recolhidos alguns livros e seleccionados os capítulos mais
interessantes dos mesmos, fui ainda recolher alguma informação no Catálogo da
biblioteca da nossa faculdade para confirmar se não haviam livros ou documentos
adicionais interessantes ao meu trabalho fora da secção destinada à exposição. No
catálogo, recorri a uma pesquisa simples, no campo “assunto” utilizei as palavras‐
chave “pobreza”, “exclusão social” e “pobreza e exclusão social”. Quanto a revistas
cientificas, consultei alguns volumes da revista “Sociedade e Trabalho” que também se
encontravam na biblioteca da faculdade mas, no desenvolvimento do meu trabalho
não achei a sua informação relevante.
Depois das pesquisas simples efectuadas, dediquei‐me às pesquisas avançadas.
Dentro destas não encontrei muita mais informação que se viesse a revelar útil para o
meu trabalho. Nesta fase utilizei as mesmas palavras “pobreza”, “exclusão social” e
encontrei alguns artigos já referenciados nas pesquisas anteriores e alguns artigos em
espanhol e inglês que também não utilizei para desenvolver o tema do meu trabalho.
Já na pesquisa na Internet, recorri apenas a um motor de busca, o Google. Lá
iniciei a pesquisa de forma simples com a expressão “pobreza e exclusão social” onde
obtive 909.000 resultados. Depois tentei fazer uma pesquisa mais selectiva mudando
expressão para “exclusão social+pobreza” e então encontrei 644.000 resultados.
Assim, achei que estes resultados eram suficientes e então comecei a
seleccionar os sites que achei mais apropriados e que viriam a ser valiosos para a
execução do trabalho entre eles estavam os seguintes:
http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/1468.pdf
http://www.slideshare.net/filomenojunior/atividade-exclusao-social-1459883
http://ec.europa.eu/social/main.jsp?langId=pt&catId=637
4. Ficha de Leitura
Titulo da publicação: Pobreza, direitos humanos e cidadania
Autor da obra: Faranaz Keshavjee
Local onde se encontra: Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra
Data da publicação: Novembro 2007
Edição: 1ª edição
Local de publicação: Lisboa
Editora: Cidade Nova
Numero de paginas do capitulo: 71‐75
Assunto: Pluralismo, pobreza e exclusão social
Data de leitura: Maio de 2010
Resumo:
Este texto fala sobre o ponto de vista de uma autora convidada a falar sobre a
ética das religiões, onde dialogar pode ser útil de forma a que sendo a caridade e
filantropia um elemento ventral das maiores regiões do mundo podemos a partir de
valores partilhados construir uma ética cosmopolita que responde aos desafios que
nos preocupam e que queremos ver todos resolvidos como a pobreza, exclusão social
e as injustas desigualdades humanas.
Estrutura:
Este capítulo está dividido em duas partes, a primeira onde a autora faz uma
breve introdução ao tema que vai abordar e onde agradece o convite que lhe foi feito
para poder falar de uma temática que tanto aprecia.
A segunda parte é o desenvolvimento, onde a autora divide o seu ponto de
vista em três lições importantes a retirar sobre a colaboração e parceria para a
restauração e para a manutenção da dignidade humana. A primeira das lições diz que a
dádiva e a caridade podem ter várias formas pois podemos dar fundos, tempo, ideias
ou a nossa especialidade ou capacidade profissional. Neste sentido todos podem ser
doadores, não apenas os ricos e todas as formas de dar devem ser encorajadas e
reconhecidas. O voluntariado é de extrema importância na nossa cultura e tem vindo a
perder‐se numa brutalidade de materialismo e individualismo.
A segunda lição diz que os fundos devem ser bem vindos desde que
encontremos as condições certas e o ambiente propício: ou seja desde que haja
instituições sólidas com uma liderança comprometida que transmite clareza e
confiança e num ambiente legal e regulador que encoraja a acção filantrópica, as
acções, os programas que se baseiam nas necessidades locais, e desde que essas
iniciativas sejam informadas pelo pensamento mais actual e pelas experiencias.
Na última lição Faranaz diz que finalmente, não devemos pensar que nas novas
formas de caridade ou de filantropia estaremos a competir com formas tradicionais de
caridade. Se dermos fundos às instituições que estão comprometidas com o
desenvolvimento humano e social, e se têm demonstrado sucesso isso não deve
parecer que se está a diminuir a caridade face às instituições religiosas; pelo contrário,
uma cultura de caridade, quando apoiada pelas instituições apropriadas, e num
ambiente que ajude, só revela um profundo humanismo, que de resto é veiculado pelo
pensamento religioso em geral.
Com isto a autora quis concluir que, como sabemos, o desenvolvimento só é
sustentável se os beneficiários se tornarem de forma gradual nos mestres do processo
assim isto quer dizer que as iniciativas não devem ser contempladas unicamente em
termos de economia mas enquanto parte de um programa integrado que inclua as
dimensões sociais e culturais. A educação, a formação qualificada, a conservação da
herança cultural, o desenvolvimento infra‐estrutural, água e energia, e vários outros
aspectos, devem ser tomados em conta, ao mesmo tempo que se pretende uma
intervenção cívica para o combate a exclusão e uma cidadania plena. A integração
desta ideia do pluralismo onde a tolerância, o respeito e o sentimento de verdade ‐ e
que não se faz de um dia para o outro nem é fenómeno natural da humanidade mas
que deve ser trabalhado – prepara o mundo para uma mudança de atitude face ao
outro e de vontade de fazer pela justiça e pela dignidade humana. Neste sentido todos
individualmente devemos ser embaixadores desta filosofia e prática, sendo certo que
daqui poderá resultar uma gradual irradiação da pobreza e eliminação de formas
actuais de conflito mundial.
5. Avaliação de uma página da Web Ao fazer a minha pesquisa encontrei vários sites, e para a minha avaliação
escolhi o site oficial do Presidente da Republica Portuguesa.
http://www.presidencia.pt/
Escolhi este site pois sabia que seria uma fonte credível e segura pois é um site
vindo de um organismo estatal. Outro indicador da credibilidade deste site é o facto de
encontrarmos muitas páginas relacionadas com este, e entre eles encontramos muitos
outros sites de instituições estatais e, quando este é procurado no Google temos
acesso a 505.000 resultados o que nos revela uma grande variedade de conteúdos e
informação nele existente.
Na sua página inicial, este site tem vários separadores relativos a várias
categorias, a actualidade, um boletim informativo, tudo pormenores que tornam a
navegação nele muito mais fácil e acessível.
Assim, já na página inicial do site pesquisei sobre a temática que mais me
interessava, para tal pesquisei “pobreza e exclusão social” e não obtive grandes
resultados então, regressei ao motor de busca e pesquisei no Google “site oficial da
república pobreza e exclusão social” e então deparei‐me com 338.000 resultados e
entre eles escolhi o seguinte:
http://www.presidencia.pt/?idc=24&idi=608
Este artigo não falava directamente da pobreza relacionada com a exclusão
social mas relacionava ambos e ainda abordava o tema das desigualdades sociais. Para
além de uma breve explicação o artigo tem ainda um gráfico que depois de analisado
ajuda na compreensão e no esclarecimento de algumas dúvidas que possam ter ficado
ao ler o texto introdutivo.
Neste site encontravam‐se vários artigos com informação relativa a pobreza,
por exemplo a taxa de risco de pobreza após transferências sociais, o envelhecimento
e dependência da população entre outros. Escolhi este artigo porque abordava mais
proximamente a temática que estava a estudar o que foi produtivo para o
desenvolvimento de algumas partes do trabalho.
6.Conclusão
Durante todo o processo de elaboração do trabalho, surgiram‐me várias
dificuldades que tentei ultrapassar da melhor das maneiras para obter o resultado final
mais credível e bem elaborado possível. Uma das dificuldades foi a selecção dos dados
necessários para colocar no conteúdo mas, com o decorrer do tempo e com o
acompanhamento das aulas, esta tarefa veio a ficar cada vez mais fácil. Tentei utilizar
todos os recursos que foram abordados no âmbito da cadeira, penso que consegui
realizar esta tarefa com sucesso, tendo em conta que foi a primeira vez que apliquei
estas novas formas de pesquisa acho que até correu de uma forma bastante positiva,
desta forma poderei continuar a aplicar estes novos conhecimentos em trabalhos
futuros quer desta ou de outras cadeiras.
Este trabalho abordava um tema bastante vasto e complexo, por isso, os
subtemas que eu escolhi abordar para ajudar a perceber o grande fenómeno em si
ficam um pouco a margem dele mesmo. Assim, nessa escolha tentei ser a mais
selectiva possível e esforcei‐me ao máximo para conseguir transmitir as ideias e as
informações correctas expondo‐as de uma maneira lógica e sequencial para se revelar
um trabalho com nexo e bastante coerente.
Quanto ao tema do trabalho, acho que é lamentável o facto de a sociedade
ainda passar indiferente ao que algumas pessoas vivem. Com a realização deste
trabalho fiquei muito mais sensibilizada em relação a este tema e despertou em mim
um sentimento de revolta para com a sociedade que ainda existe, serviu também para
me fazer perceber ainda alguns pormenores do funcionamento de cada sociedade
fazendo com que tenhamos um contacto mais próximo com a realidade que nos
parecia uma ideia do passado mas que ainda há quem a viva num presente e que a
nós, por vezes, nos escapa.
7. Referências Bibliográficas
Almeida, João Ferreira de et al. (1992), Exclusão social: factores e tipos de pobreza em
Portugal. Oeiras: Celta Editora.
Chossudovsky, Michel (200), A globalização da pobreza e a nova ordem mundial. Lisboa: Editorial Caminho.
Costa, Alfredo Bruto (1998), Exclusões Sociais, Lisboa: Gradiva. Cadernos democráticos 2. Ribeiro, Eduardo; Oliveira, Isabel Roque de e Silva, Manuela (2007), Pobreza, direitos humanos e cidadania. Lisboa: Cidade Nova.
Páginas consultadas na internet: MTSS – Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social (2006), “Intervenção do MTSS na Jornada Nacional do Dia Europeu dos Assistentes Sociais”. Página consultada em 28 de Maio de 2010. Disponível em http://www.mssfc.gov.pt/index.php?corpo=min&min=interv_min&di sc=69
Página Oficial do Presidente da Republica Portuguesa (s.d.). Página consultada em 27 de Maio de 2010, disponível em: http://www.presidencia.pt/?id_categoria=240id_item=608 POEFDS (2006), “Exclusão Social e Pobreza”. Página consultada em 27 de Maio de 2010. Disponível em <http://www.poefds.pt/portal/page?_pageid=33,30902&_dad=gov_port al_poefds&_schema=GOV_PORTAL_POEFDS&p_cod=MENU_150& p_cod_pai=MENU_145> REMAR (s.d), “Benvindos à REMAR.Org”. Página consultada em 21 de Maio de 2010, disponível em
http://www.remar.org/index