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Plano Nacional de Saúde 2012-2016 Plano Nacional de Saúde 2012-2016 Versão Resumo (Maio 2013)

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  • Plano Nacional de Sade 2012-2016

    Plano Nacional de Sade 2012-2016

    Verso Resumo

    (Maio 2013)

  • Pg. 1/114

    NDICE

    NDICE DE QUADROS, FIGURAS E TABELAS ........................................................................................... 4

    FICHA TCNICA ...................................................................................................................................... 5

    CONTRIBUTOS RECEBIDOS .................................................................................................................... 9

    SIGLAS E ACRNIMOS ......................................................................................................................... 14

    NOTA EXPLICATIVA .............................................................................................................................. 17

    PREFCIO DO MINISTRO DA SADE .................................................................................................... 18

    MENSAGEM DO DIRETOR GERAL DA SADE....................................................................................... 20

    1. ENQUADRAMENTO DO PLANO NACIONAL DA SADE ................................................................... 22

    1.1. Nota Introdutria ...................................................................................................................... 22

    1.2. Viso do PNS ............................................................................................................................. 23

    1.3. Misso do PNS ........................................................................................................................... 23

    1.4. Processo de Construo do PNS ............................................................................................... 24

    1.5. Valores e Princpios do PNS ...................................................................................................... 25

    1.6. Modelo Conceptual e Estrutura ................................................................................................ 25

    2. PERFIL DE SADE EM PORTUGAL .................................................................................................... 29

    2.1. Estado de Sade da Populao ................................................................................................. 29

    2.1.1. Determinantes de sade ...................................................................................................... 29

    2.1.2. Estado de sade ................................................................................................................... 31

    2.2. Organizao de Recursos, Prestao de Cuidados e Financiamento ........................................ 34

    2.2.1. Estrutura .............................................................................................................................. 34

    2.2.2. Financiamento e despesa .................................................................................................... 35

    3. EIXOS ESTRATGICOS ...................................................................................................................... 37

    3.1. Cidadania em Sade .................................................................................................................. 37

    3.1.1. Conceitos ............................................................................................................................. 37

    3.1.2. Orientaes e evidncia ....................................................................................................... 38

    3.1.3. Viso para 2016 ................................................................................................................... 40

  • Pg. 2/114

    3.2. Equidade e Acesso aos Cuidados de Sade .............................................................................. 42

    3.2.1. Conceitos ............................................................................................................................. 42

    3.2.2. Orientaes e evidncia ....................................................................................................... 43

    3.2.3. Viso para 2016 ................................................................................................................... 45

    3.3. Qualidade em Sade ................................................................................................................. 47

    3.3.1. Conceitos ............................................................................................................................. 47

    3.3.2. Orientaes e evidncia ....................................................................................................... 48

    3.3.3. Viso para 2016 ................................................................................................................... 50

    3.4. Polticas Saudveis .................................................................................................................... 52

    3.4.1. Conceitos ............................................................................................................................. 52

    3.4.2. Orientaes e evidncia ....................................................................................................... 54

    3.4.3. Viso para 2016 ................................................................................................................... 56

    4. OBJETIVOS PARA O SISTEMA DE SADE ......................................................................................... 58

    4.1. Obter Ganhos em Sade ........................................................................................................... 58

    4.1.1. Conceitos ............................................................................................................................. 58

    4.1.2. Orientaes e evidncia ....................................................................................................... 61

    4.1.3. Viso para 2016 ................................................................................................................... 62

    4.2. Promover Contextos Favorveis Sade ao Longo do Ciclo de Vida ....................................... 64

    4.2.1. Conceitos ............................................................................................................................. 64

    4.2.2. Orientaes e evidncia ....................................................................................................... 66

    4.2.3. Viso para 2016 ................................................................................................................... 68

    4.3. Reforar o Suporte Social e Econmico na Sade e na Doena................................................ 70

    4.3.1. Conceitos ............................................................................................................................. 70

    4.3.2. Orientaes e evidncia ....................................................................................................... 72

    4.3.3. Viso para 2016 ................................................................................................................... 74

    4.4. Fortalecer a Participao de Portugal na Sade Global ............................................................ 75

    4.4.1. Conceitos ............................................................................................................................. 75

    4.4.2. Orientaes e evidncia ....................................................................................................... 76

    4.4.3. Viso para 2016 ................................................................................................................... 78

  • Pg. 3/114

    6. INDICADORES E METAS EM SADE ................................................................................................. 80

    6.1. Conceitos ................................................................................................................................... 80

    6.2. Indicadores do PNS 2012-2016 ................................................................................................. 83

    6.2.1. Indicadores Previstos ........................................................................................................... 83

    6.2.2. Indicadores a Desenvolver ................................................................................................... 86

    7. BIBLIOGRAFIA GERAL ....................................................................................................................... 88

    8. ANEXO .......................................................................................................................................... 103

  • Pg. 4/114

    NDICE DE QUADROS, FIGURAS E TABELAS

    Quadro 1 Avaliao do PNS 2004-2010 pela OMS ............................................................................................ 24

    Quadro 2 Valores e princpios do PNS 2012-2016 ........................................................................................... 25

    Quadro 3 Dimenses do Modelo Conceptual .................................................................................................. 25

    Quadro 4 Polticas transversais e prestao de cuidados de sade para concretizao estratgica do PNS .. 28

    Quadro 5 Desigualdades em sade .................................................................................................................. 42

    Quadro 6 O acesso adequado resulta de vrias dimenses inter-relacionadas ............................................... 42

    Quadro 7 - A promoo da qualidade em Sade envolve................................................................................... 47

    Quadro 8 Etapas do Ciclo de Vida .................................................................................................................... 65

    Figura 1 Definio de Sade ............................................................................................................................. 26

    Figura 2 Eixos estratgicos do PNS ................................................................................................................... 26

    Figura 3 Heatlh Canadas Public Involvement Continuum, departmental Policy, 2000 ................................... 37

    Figura 4 Necessidades de sade, procura e oferta de servios ........................................................................ 43

    Figura 5 Modelo dos Determinantes de Sade ................................................................................................ 53

    Figura 6 - Processo de estabelecimento de metas.............................................................................................. 59

    Figura 7 Articulao entre os diferentes nveis de planeamento para obteno de Ganhos Potenciais em Sade................................................................................................................................................................... 60

    Figura 8 Processo de identificao de intervenes prioritrias ...................................................................... 60

    Figura 9 Perda do Capital de Sade ao Longo do Percurso Individual ............................................................. 64

    Tabela 1 Grupos de indicadores de sade e respetivas reas ......................................................................... 81

    Tabela 2 Lista de indicadores de Ganhos em Sade e respetivos valores em Portugal Continental ............... 83

    Tabela 3 Lista de indicadores do Estado de Sade e do Desempenho do Sistema de Sade em Portugal Continental .......................................................................................................................................................... 84

    Tabela 4 - Lista de indicadores de Ganhos em Sade a desenvolver .................................................................. 86

    Tabela 5 Lista de indicadores do Estado de Sade e do Desempenho do Sistema de Sade a desenvolver... 86

  • Pg. 5/114

    FICHA TCNICA

    COORDENADORES DO PNS 2012-2016

    Francisco George (2011/atualmente)

    Maria do Cu Machado (2009/2011)

    Paulo Ferrinho (2009/2010)

    Jorge Simes (2009/2010)

    GRUPO TRABALHO DO PNS 2012-2016 DIREO-GERAL DA SADE (DESDE SETEMBRO 2012)

    Catarina Sena

    Rui Portugal

    Maria Cortes

    Carlota Pacheco Vieira (tempo parcial)

    Isabel Alves (tempo parcial)

    GRUPO TRABALHO DO PNS 2012-2016 DIREO-GERAL DA SADE (JUNHO A OUTUBRO 2011)

    Alexandre Diniz

    Alexandre Duarte

    Ana Lea

    Belmira Rodrigues

    Emlia Nunes

    Isabel Castelo

    Jos Robalo

    Paulo Nogueira

    Srgio Gomes

    Vasco Prazeres Outros Colaboradores da DGS

    Ana Cristina Portugal

    Anabela Coelho

    Elisabeth Somsen

    Jos Gria

    Jos Martins

    GRUPO TCNICO DO PNS 2012-2016 ALTO COMISSARIADO DA SADE

    Paulo Nicola (Diretor Executivo)

    Carlota Pacheco Vieira

    Isa Alves

    Lusa Couceiro

    Maria Cortes

    Slvia Machaqueiro

    Hugo Morgado

    Outros Colaboradores do ACS

    Ponciano Oliveira

    Ana Cristina Bastos

    Ana Guerreiro

    Ana Veiga

    Carla Silva

    Dulce Afonso

    Filipa Pereira

    Irina Andrade

    Isabel Alves

    Leonor Nicolau

    Lus Paiva

    Marta Castel-Branco

  • Pg. 6/114

    Marta Salavisa

    Regina Carmona

    Ricardo Almendra

    Sofia Ferreira

    Telma Gaspar

    GRUPO DE PERITOS

    Alcindo Maciel

    Catarina Sena

    Joo Pereira

    Jos Manuel Calheiros

    Pedro Pita Barros

    Vtor Ramos

    Zulmira Hartz

    Outros Colaboradores no Grupo de Peritos Celeste Gonalves

    Lus Campos

    Natrcia Miranda

    Rui Monteiro

    GRUPO DE GESTORES REGIONAIS

    Administrao Central do Sistema de Sade Ana Sofia Ferreira (Alexandre Loureno)

    Administrao Central do Sistema de Sade Jos Alberto Marques

    Administrao Regional de Sade de Lisboa e Vale do Tejo

    Antnio Tavares e Ana Dinis

    Administrao Regional de Sade do Alentejo Antnio Duarte (Filomena Arajo)

    Administrao Regional de Sade do Algarve Estela Fabio (Francisco Mendona)

    Administrao Regional de Sade do Centro Antnio Morais (Lcio Meneses de Almeida)

    Administrao Regional de Sade do Norte Fernando Tavares

    Direo-Geral da Sade Alexandre Diniz

    CONSELHO CONSULTIVO DO PROCESSO DE ELABORAO DO PNS 2012-2016

    Pontos Focais do Ministrio da Sade Administrao Central do Sistema de Sade Ana Sofia Ferreira

    Administrao Regional de Sade Alentejo Antnio Duarte

    Administrao Regional de Sade Algarve Estela Fabio

    Administrao Regional de Sade Centro Antnio Morais

    Administrao Regional de Sade Lisboa e Vale do Tejo

    Antnio Tavares e Ana Dinis

    Administrao Regional de Sade Norte Fernando Tavares

    Autoridade para os Servios de Sangue e da Transplantao

    Margarida Amil

    Coordenao Estratgica dos Cuidados de Sade Primrios

    Vtor Ramos

    Coordenao Nacional da Infeo VIH/SIDA Joana Soares Ferreira

    Coordenao Nacional da Sade Mental Jos Miguel Caldas de Almeida

    Coordenao Nacional das Doenas Cardiovasculares Rui Cruz Ferreira

    Coordenao Nacional das Doenas Oncolgicas Manuel Antnio Silva

    Direco-Geral da Sade Alexandre Diniz

    Entidade Reguladora da Sade Csar Carneiro

    Gabinete do Ministro da Sade Rui Monteiro

    Gabinete do Secretrio de Estado Natrcia Miranda

    Gabinete do Secretrio de Estado Adjunto Nuno Venade

    INFARMED Aut Nac Medicamento e Produtos de Sade

    Maria Joo Morais

    Inspeo-Geral de Atividades em Sade Maria Edite Soares Correia

  • Pg. 7/114

    Instituto da Droga e da Toxicodependncia Ftima Trigueiros e Cristina Ribeiro

    Instituto Nacional de Emergncia Mdica Anabela Verssimo

    Instituto Nacional de Sade Dr. Ricardo Jorge Pedro Coutinho

    Instituto Portugus do Sangue Antnio Sousa Uva

    Secretaria Regional da Sade da RAM Jos Melim

    Pontos Focais do Ministrio da Sade (continuao) Secretaria Regional da Sade da RAA Sofia Duarte

    Secretaria-Geral do Ministrio da Sade Angelina Campos

    UMCCI Joaquim Abreu Nogueira

    Pontos Focais de Outros Ministrios Ministrio da Administrao Interna Jos Cunha da Cruz

    Ministrio da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas

    Francisco Rico e Fernando Amaral

    Ministrio da Cincia, Tecnologia e Ensino Superior Maria dos Anjos Macedo

    Ministrio da Cultura Manuela Viana

    Ministrio da Defesa Nacional Alberto Coelho

    Ministrio da Economia, da Inovao e do desenvolvimento

    Paula Santos

    Ministrio da Educao Isabel Batista

    Ministrio da Justia (inclui IML; Servios Prisionais; Direo Geral da Reinsero Social)

    Maria Joo Gonalves, Jorge Costa Santos e Afonso Albuquerque

    Ministrio das Finanas e da Administrao Pblica Paulo Ferreira

    Ministrio das Obras Pblicas, Transportes e Comunicaes

    Tiago da Silva Abade

    Ministrio do Ambiente e Ordenamento do Territrio (APA)

    Regina Vilo

    Ministrio do Trabalho e da Solidariedade Social (inclui ISS)

    Raquel Pereira e Joana Vallera

    Ministrio dos Negcios Estrangeiros Antnio Quinteiro Nobre

    Ministro da Presidncia CNPD Isabel Cristina Cerqueira Cruz

    Ministro da Presidncia Instituto do Desporto Lus Sardinha

    Ministro da Presidncia Instituto Nacional de Estatstica

    Eduarda Gis

    Ministro da Presidncia Sec de Estado para a Igualdade

    Elza Pais

    Pontos Focais de Outros Organismos Agncia de Avaliao e Acreditao do Ens Superior Alberto Amaral

    Associao Nacional de Defesa do Consumidor DECO

    Ana Fialho e Joo Oliveira

    Associao Nacional dos Municpios Portugueses Artur Trindade

    Confederao Nac das Instituies de Solidariedade Social

    Jos Venncio Vicente Quirino

    Conselho Nacional de tica para as Cincias da Vida Miguel Oliveira da Silva

    Conselho Nacional para a Promoo do Voluntariado Maria Elisa Borges

    Fundao Calouste Gulbenkian Jorge Soares

    Fundao Champalimaud Leonor Beleza

    Fundao Francisco Manuel dos Santos Antnio Barreto

    Grupo Esprito Santo Sade Isabel Vaz

    Grupo Jos de Mello Sade Salvador de Mello e Jos Carlos Lopes Martins

    HPP-Sade Antnio Manuel Maldonado Gonelha

    Instituto Nacional de Reabilitao Alexandra Pimenta

    Ordem dos Enfermeiros Isabel Maria Oliveira e Silva

    Ordem dos Farmacuticos Ana Paula Martins

    Ordem dos Mdicos Miguel Joaquim Silva Dias Galaghar

  • Pg. 8/114

    Ordem dos Mdicos Dentistas Paulo Melo

    Ordem dos Psiclogos Portugueses Telmo Mourinho Baptista

    Plataforma Sade em Dilogo Irene Rodrigues e Isabel Machado

    Unio das Misericrdias Portuguesas Grupo Misericrdias Sade

    Manuel Caldas de Almeida

    AUTORES DAS ANLISES ESPECIALIZADAS

    Adalberto Campos Fernandes e Ana Escoval Cuidados de sade hospitalares

    Ana Dias e Alexandra Queirs Integrao e continuidade de cuidados

    Antnio Faria Vaz, Carlos Gouveia Pinto, Antnio Loureno, Emlia Monteiro, Henrique de Barros, Maria do Carmo Vale, Pedro Marques, Carlos Fontes Ribeiro, Eduardo Mesquita da Cruz, Antnio Paulo Melo Gouveia, Gabriela Plcido, Pedro Silvrio Marques, Lus Mendo, Wim Vandevelde, Daniel Pinto, Bruno Heleno, Pascale Charondire, Paula Broeiro, Nuno Miranda, Amrico Figueiredo; Jos Feio, Francisco Batel Marques, Osvaldo Santos

    Poltica do medicamento, dispositivos mdicos e avaliao de tecnologias em sade

    Constantino Sakellarides, Celeste Gonalves, Ana Isabel Santos, Casimiro Dias

    Estratgias locais de sade

    Gilles Dussault e Ins Fronteira Recursos humanos da sade

    Joo Lobo Antunes Investigao em sade

    Joo Pereira e Cludia Furtado Equidade e acesso aos cuidados de sade

    Jorge Simes, Pedro Pita Barros e Sara Ribeirinho Machado

    Descrio do sistema de sade portugus

    Lus Silva Miguel e Armando Brito S Cuidados de sade primrios

    Manuel Lopes, Felismina Mendes, Ana Escoval, Manuel Agostinho, Carlos Vieira, Isabel Vieira, Cristina Sousa, Suzete Cardozo, Ana Fonseca, Vitria Casas Novas, Graa Eliseu, Isaura Serra, Clara Morais

    Cuidados continuados integrados

    Paulo Ferrinho e Ins Rgo Politicas pblicas saudveis

    Rita Espanha e Rui Brito Fonseca Tecnologias de informao e comunicao

    Suzete Gonalves e Alberto Manuel Miranda Ordenamento do territrio

    Vaz Carneiro e Lus Campos Qualidade dos cuidados e dos servios

    Vtor Ramos e Clia Gonalves Cidadania e sade um caminho a percorrer

    Grupo Tcnico PNS 2012-2016 Anlise de planos nacionais de sade de outros pases

    Grupo Tcnico PNS 2012-2016 Painel de informao para planeamento em sade

    Grupo Tcnico PNS 2012-2016 Levantamento de recomendaes de organizaes internacionais da sade

  • Pg. 9/114

    CONTRIBUTOS RECEBIDOS

    Individualidades de reconhecido mrito, Instituies, Profissionais de Sade e Cidados em nome

    individual que contriburam atravs de diferentes meios, entre eles diretamente no microsite do PNS

    2012-2016.

    Alberto Pinto Hespanhol Eduardo Mendes Manuel Correia Antnio Arnaut Henrique Botelho Manuel Jos Lopes Antnio Barreto Isabel Loureiro Manuel Sobrinho Simes Artur Vaz Isabel Santos Manuel Villaverde Cabral Baltazar Nunes Joo Lobo Antunes Manuela Felcio Celeste Gonalves Jos Carlos Leito Maria de Belm Roseira Constantino Sakellarides Jos Pereira Miguel Mirieme Ferreira Couto dos Santos Lus Campos

    Cristina Correia Lus Lapo

    ACES Espinho - Gaia / Jos Carlos Leito ACES Espinho - Gaia / Rui Cernadas ACES Porto Ocidental / Maria Jos Ribas ACES S. Mamede / Margarida Silva ACES V / Manuela Baeta Administrao Central do Sistema de Sade, IP / Ana Sofia Ferreira Agncia Portuguesa do Ambiente - Ministrio Ambiente Ordenamento do Territrio / Regina Vilo ARS Alentejo, IP / Antnio Duarte ARS Alentejo, IP / Arquimnio Eliseu ARS Alentejo, IP / Fernanda Santos ARS Alentejo, IP / Fernando Miranda ARS Alentejo, IP / Maria do Carmo Velez ARS Alentejo, IP / Paulo Baslio ARS Alentejo, IP / Rui Santana ARS Centro, IP / Lcio Almeida ARS LVT, IP / Lusa Dias Associao de Doentes Obesos e Ex-Obesos de Portugal - ADEXO / Carlos Oliveira Associao de Educao e Apoio na Esquizofrenia (AEAPE) Associao de Familiares Utentes e Amigos do Hospital Magalhes Lemos / Maria Jlia Coelho Associao de Medicina Natural e Bioteraputicas / Fernando Neves Associao dos Amigos da Grande Idade - Inovao e Desenvolvimento Associao Nacional das Unidades de Sade Familiares / Bernardo Vilas Boas Associao Nacional de Crianas e Jovens Transplantados Doenas Hepticas (Hepaturix) Associao Nacional de Defesa do Consumidor (DECO) / Teresa Figueiredo Associao Nacional de Esclerose Mltipla / Joo Augusto Casais Associao Nacional de Farmcias (ANF) / Snia Queirs Associao Nacional de Farmcias / Duarte Vilar Associao Nacional de Tuberculose e Doenas Respiratrias / Maria Conceio Gomes Associao para a Preveno do Tabagismo - Braga e Universidade Minho / Jos Precioso Associao para a Promoo do Desenvolvimento da Sociedade Informao / Maria Helena Monteiro Associao para o Desenvolvimento de Novas Iniciativas Vida (ADVITA) / Rosrio Sobral Associao Portuguesa da Indstria Farmacutica (APIFARMA) / Joo Almeida Lopes Associao Portuguesa da Indstria Farmacutica (APIFARMA) / Rui Santos Ivo Associao Portuguesa de Analistas Clnicos Associao Portuguesa de Apoio Vitima / Maria de Oliveira Associao Portuguesa de Audiologistas Associao Protectora dos Diabticos de Portugal e Programa Nacional para a Diabetes / Jos Manuel Boavida Associao Portuguesa de Dietistas / Graa Raimundo

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    Associao Portuguesa de Economia Sade (APES) / Pedro Pita Barros Associao Portuguesa de Enfermeiros de Reabilitao / Belmiro Rocha Associao Portuguesa de Enfermeiros Obstetras Associao Portuguesa de Enfermeiros Obstetras / Dolores Sardo Associao Portuguesa de Estudos da Primeira Infncia / Jos Carlos Rosa Associao Portuguesa de Fertilidade / Cludia Vieira Associao Portuguesa de Fisioterapeutas / Isabel Souza Guerra Associao Portuguesa de Hemofilia e de Coagulopatias Congnitas / Maria Lurdes Fonseca Associao Portuguesa de Mdicos de Clnica Geral / Rubina Correia Associao Portuguesa de Nutrio Entrica e Parentrica / Lurdes Tavares Associao Portuguesa de Nutricionistas / Alexandra Bento Associao Portuguesa de Parkinson / Josefa Domingos Associao Portuguesa de Pessoas com DPOC e outras Doenas Respiratrias Crnicas (RESPIRA) / Isabel Saraiva Associao Portuguesa de Portadores de Pacemakers e CDIs (APPPC) Associao Portuguesa de Psorase / Irene Escudeiro Associao Portuguesa de Segurana Infantil (APSI) / Sandra Nascimento Associao Vida / Teresa Almeida Pinto Autoridade Nacional de Proteo Civil Unidade de Planeamento / Carlos Mendes Autoridade para as Condies Trabalho - Cent Nac Proteo contra Riscos Profissionais Inst Seg Social, IP / Mariana Neto Autoridade para as Condies Trabalho - Cent Nac Proteo contra Riscos Profissionais Inst Seg Social, IP/Alice Rodrigues Autoridade para as Condies Trabalho - Cent Nac Proteo contra Riscos Profissionais Inst de Seg Social, IP / Jos Fortes Autoridade para o Servio Sangue e Transplantao / Joo Rodrigues Pena Bureau Veritas / Ana Pereira Cmara Municipal de Baio / Jos Pereira Carneiro Cmara Municipal de Batalha / Antnio Lucas Cmara Municipal de Boticas / Teresa Queiroga Cmara Municipal de vora / Maria Lusa Policarpo Cmara Municipal de Odivelas / Paula Ganchinho Cmara Municipal de Oliveira de Azemis / Gracinda Leal Cmara Municipal de Palmela / Adlio Costa Cmara Municipal de Seixal / Corlia Loureiro Cmara Municipal de Silves / Rute Santos Cmara Municipal de Torres Vedras / Carlos Manuel Soares Miguel Centro Tecnolgico das Instalaes e dos Equipamentos da Sade / Fernando Silva CH de Coimbra, EPE / Lus dos Reis CH de Entre Douro e Vouga, EPE / Lcia Leite CH de Pvoa de Varzim - Vila do Conde / Clarisse Maio Milhazes CH de Setbal, EPE / Miguel Quaresma Oliveira CH de Tmega Sousa, EPE / Alexandrina Lino CH do Barreiro - Montijo, EPE / Mrcio Pires Colgio Especialidade Oncologia Mdica - Ordem dos Mdicos / Jorge Esprito Santo Comisso de Coordenao Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo / Paula Santana Comisso de tica - ARS Norte, IP / Maria Irene Magalhes Comisso para a Cidadania e Igualdade de Gnero / Isabel Elias Comisso para a Cidadania e Igualdade de Gnero / Sara Falco Casaca Conselho Nacional de tica para as Cincias da Vida / Miguel Oliveira da Silva Coordenao Estratgica para a Reforma dos Cuidados de Sade Primrios / Lino Ministro Cruz Vermelha Portuguesa / Aldina Gonalves CS de Anadia / Graa Salvador CS de Queluz / Cristina Correia CS de So Joo/Faculdade Medicina da Universidade do Porto / Alberto Hespanhol CS de Torres Vedras / Lus Cruz Direo Regional de Sade dos Aores / Sofia Duarte Direo-Geral da Sade / Carlos Silva Santos Direo-Geral da Sade / Maria Goreti Silva Direo-Geral Sade / Joo Manuel Vintm

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    Direo-Geral Sade / Joo Miguel Gomes Diviso de Sade Ambiental e Ocupacional Direo-Geral da Sade / Leonor Batalha Diviso de Sade Ambiental e Ocupacional - Direo-Geral Sade / Paulo Diegues Entidade Reguladora da Sade / Csar Carneiro Entidade Reguladora da Sade / Jorge Simes EPI - Associao Portuguesa de Familiares, Amigos e Pessoas com Epilepsia / Nelson Ruo Escola de Cincias da Sade - Universidade do Minho / Mrio Freitas Escola Nacional de Sade Pblica - Universidade Nova Lisboa / Teodoro Briz Escola Nacional de Sade Pblica - Universidade Nova Lisboa / Antnio Sousa Uva Escola Superior de Enfermagem S. Joo de Deus - Universidade de vora / Manuel Jos Lopes Escola Superior de Sade - Instituto Politcnico de Portalegre / Raul Cordeiro Escola Superior de Sade - Instituto Politcnico de Setbal / Dulmira Pombo Escola Superior de Sade - Instituto Politcnico de Setbal / Fernanda Pestana Escola Superior de Sade - Instituto Politcnico de Setbal / Ondina Rabaa Escola Superior de Sade - Instituto Politcnico Setbal / ngela Barroso Escola Superior de Sade - Instituto Politcnico Setbal / Joo Louro Escola Superior de Sade - Instituto Politcnico Setbal / Maria Joo Belo Escola Superior de Sade - Instituto Politcnico Setbal / Maria Manuela Antunes Escola Superior de Sade - Instituto Politcnico Setbal / Marisa Biscaia Escola Superior de Sade - Instituto Politcnico Setbal / Ondina Esperana Escola Superior de Sade - Instituto Politcnico Viana do Castelo / Mara Rocha Escola Superior de Sade - Universidade do Algarve / Ana Freitas Escola Superior de Sade- Instituto Politcnico de Setbal / Clara Soares Escola Superior de Tecnologias Sade Instituto Politcnico de Lisboa / Aida Sousa Escola Superior de Tecnologias Sade Instituto Politcnico de Lisboa / Alunos 3 ano Licenciatura Sade Ambiental Escola Superior de Tecnologias Sade - Instituto Politcnico de Lisboa / Manuel Correia Escola Superior Desporto Rio Maior - Instituto Politcnico de Santarm / Rita Rocha Escola Superior e3 Enfermagem / Pedro Miguel Parreira Faculdade Cincias da Sade Universidade Fernando Pessoa / Jos Frias Bulhosa Faculdade Medicina Dentria - Universidade Lisboa / Mrio Bernardo Faculdade Medicina Dentria - Universidade Lisboa / Paula Marques Fundao Portuguesa Comum Contra a Sida / Filomena Frazo Aguiar Fundao Portuguesa do Pulmo Fundao Portuguesa do Pulmo / Artur Teles de Arajo Gabinete do Secretrio de Estado da Sade - Ministrio da Sade / Natrcia Miranda Gabinete Sade - Cmara Municipal Loures GER - Grupo Estudos de Retina - Sociedade Portuguesa Oftalmologia / Jos Henriques Gilead Sciences / Humberto Martins Grupo de Estudo Desnutrio - Associao Portuguesa Nutrio Entrica e Parentrica / Teresa Amaral Grupo de Interveno e Reabilitao Ativa / Sofia Couto Health Cluster Portugal / Lus Portela Hospital Arcebispo Joo Crisstomo / urea Andrade Hospital Arcebispo Joo Crisstomo / Maria Luz Reis Hospital Central do Funchal - CH Funchal, EPE / Herberto Jesus Hospital D. Estefnia - CH Lisboa Central / Maria do Carmo Vale Hospital de So Bernardo - CH Setbal, EPE / Ana Lusa Hospital de So Joo, EPE / Jos Fonseca Hospital Distrital de Pombal / Maria Helena Porfrio Hospital Distrital de Santarm, EPE / Ana Grais Hospital Dona Estefnia - CH Lisboa Central, EPE / Maria do Carmo Vale Hospital dos Lusadas / Etelvina Ferreira Hospital Geral de Santo Antnio - CH Porto / Ernestina Aires Hospital Narciso Ferreira - Santa Casa Misericrdia Riba de Ave / Salazar Coimbra Hospital Ortopdico de SantAna / Maria Conceio Moreira Inspeo Geral das Atividades em Sade (IGAS) / Maria Edite Correia Instituto Administrao da Sade e Assuntos Sociais, IP - RAM / Rita Vares

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    Instituto da Droga e da Toxicodependncia, IP / Cristina Ribeiro Instituto de Medicina Preventiva - Faculdade Medicina Lisboa / Leonor Bacelar Nicolau Instituto de Patologia e Imunologia Molecular (IPATIMUP) / Manuel Sobrinho Simes Instituto de Segurana Social, IP / Joana Vallera Instituto Droga e Toxicodependncia, IP / Joo Meira Instituto Higiene e Medicina Tropical - Universidade Nova de Lisboa / Lus Lapo Instituto Nacional de Estatstica / Eduarda Gis Instituto Nacional de Reabilitao, IP / Alexandra Pimenta Instituto Nacional de Reabilitao, IP / Deolinda Picado Instituto Nacional de Sade Dr. Ricardo Jorge / Pedro Coutinho Instituto Piaget Instituto Portugus de Sangue, IP / Antnio Uva Instituto Portugus do Ritmo Cardaco / Daniel Bonhorst Instituto Superior de Lnguas Aplicadas CIES ISCTE / Rita Espanha Instituto Superior Dom Afonso III / Ventura de Mello Sampayo Jos de Mello Sade / Jos Carlos Lopes Martins Lao - Associao de Voluntariado / Lynne Archibald Liga de Profilaxia e Ajuda Comunitria / Manuel Marques Liga Portuguesa Contra a Epilepsia / Francisco Sales Liga Portuguesa Contra a SIDA / Maria Eugnia Saraiva Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) / Carlos Freire de Oliveira Maternidade Alfredo da Costa / Ftima Xarepe Ministrio da Cincia, Tecnologia e Ensino Superior / Maria dos Anjos Macedo Ministrio da Cultura GPEARI / Manuela Viana Ministrio da Economia Inovao e do Desenvolvimento - Direo Geral Consumidor / Paula Santos Ministrio da Educao - DGIDC / Isabel Baptista Ministrio da Justia / Maria Joo Gonalves Ministrio do Ambiente e Ordenamento do Territrio / Catarina Venncio Ministrio do Estado e das Finanas / Paulo Alexandre Ferreira Ministrio do Trabalho Solidariedade Social / Raquel Pereira Ministrio dos Negcios Estrangeiros / Antnio Quinteiro Nobre Misso dos Cuidados Sade Primrios Observatrio Nacional de Recursos Humanos / Joo DOrey OMS - Europa /Casimiro Dias Ordem dos Enfermeiros / Isabel Oliveira Ordem dos Enfermeiros / Isabel Silva Ordem dos Enfermeiros / Maria Augusta de Sousa Ordem dos Enfermeiros / Antnio Marques Ordem dos Farmacuticos / Ana Paula Martins Ordem dos Farmacuticos / Carlos Barbosa Ordem dos Farmacuticos / Lgia Reis Ordem dos Mdicos / Miguel Galaghar Ordem dos Mdicos Dentistas / Paulo Melo Ordem dos Psiclogos Portugueses / Telmo Baptista Organismo de Verificao Metrolgica / Jos Freire Plataforma Sade em Dilogo Programa Nacional da Viso / Castanheira Diniz Programa Nacional de Controlo Asma / Antnio Bugalho de Almeida Programa Nacional de Preveno Controlo Doena Pulmonar Obstrutiva Crnica / Antnio Segorbe Lus Programa Nacional de Sade Ocupacional / Carlos Santos Programa Nacional de Sade Ocupacional / Eva Rasteiro Programa Nacional Reumatologia / Jaime Branco Rede Portuguesa Cidades Saudveis / Mirieme Ferreira Santa Casa Misericrdia de Lisboa / Ana Campos Reis Santa Casa Misericrdia de Vila Verde / Lus Barreira Secretaria-Geral Sade / Angelina Campos

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    SERES VIH/SIDA / Isabel Nunes Servio de Gastroenterologia e Hepatologia do Hospital Santa Maria - CH Lisboa Norte, EPE / Rui Tato Marinho Sindicato das Cincias e Tecnologias da Sade / Almerindo Rego Sindicato dos Fisioterapeutas Portugueses / Cristina de Abreu Freire Sociedade Portuguesa de Cefaleias Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetologia e Metabolismo / Manuela Carvalheiro Sociedade Portuguesa de Esclerose Mltipla / Jorge Silva Sociedade Portuguesa de Oftalmologia / Antnio Travassos Sociedade Portuguesa de Pneumologia Sociedade Portuguesa de Pneumologia / Carlos Robalo Cordeiro Sociedade Portuguesa de Sade Ambiental / Rogrio Nunes SOS Voz Amiga / Estela Loureno Turma do Bem Portugal / Murilo Casa Grande UCSP S. Roque da Lameira ARS Norte, IP / Emlia Aparcio ULS Alto Minho, EPE / Graa Ferro ULS Alto Minho, EPE / Maria Cu Faria ULS Alto Minho, EPE / Maria Joo Carneiro ULS Matosinhos, EPE / Ana Ribeiro Unidade de Misso dos Cuidados Continuados Integrados / Abreu Nogueira Unidade de Misso dos Cuidados Continuados Integrados / Ins Guerreiro Unidade de Planeamento - Autoridade Nacional de Proteo Civil / Arnaldo Cruz Unidade de Sade Ilha do Pico (Administradora Hospitalar) / Leonor Balco Reis Universidade Autnoma de Lisboa / Denise Capela dos Santos Universidade de Aveiro / Gonalo Santinha Universidade de vora / Felismina Mendes Universidade do Minho / Catarina Samorinha US Vale Formoso - ACES Porto Oriental / Hermnia Machado USF Alm Douro / Maria Assuno Dias USF Conde Lous / ACES II Amadora USF Faria Guimares - ACES Porto Oriental / Nuno Filipe Incio USF Marginal / Vtor Ramos USF Monte da Caparica / Amrico Varela USF Santo Andr do Canidelo / Fernando Ferreira USF Uarcos / Sofia Azevedo USP - ACES Baixo Mondego I / Arlindo Santos

    Alberto Melo Ester Moutinho Freitas Lina Borges Ana Maral Ftima Contreiras Lusa Mascarenhas / Mdica Famlia Ana Marques Pedro Coelho Manuel Abecassis Andreia Sara Rocha Rita de Barros e Vasconcelos Manuel S Moreira Augusto Kutter Magalhes Rosa Maria Ferreira Manuela Castro Carmo Carnot Roslia Marques Margarida Sizenando/Prof Sade Reabilitao Celeste Long Rui Cordeiro Maria Cabral / Cidad da RAA Clia Pedras Joo Dias Maria Loureno Nunes Csar Nunes / Naturopata Graduado Joo Guerra Maria Manuela Castro Cludia Sequeira Joo Santos Rui Pedro ngelo

    Cristina Correia / Enfermeira Jos Loureiro dos Santos / General do Exrcito Aposentado

    Sara Nobre

    Cristina da Cunha Jos Castro Torcato Santos Cristina Melo Jos Galrinho Vasco Calisto Duarte Dlia Isabel / Sociloga Leonor Fernandes

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    SIGLAS E ACRNIMOS

    ACES Agrupamento de Centros de Sade

    ACIDI Alto Comissariado para a Imigrao e o Dilogo Intercultural

    ACS Alto Comissariado da Sade

    ACSS Administrao Central do Sistema de Sade

    ADSE - Assistncia na Doena aos Servidores do Estado

    AID Associao Internacional de Desenvolvimento

    APD Ajuda Pblica ao Desenvolvimento

    APAV - Associao Portuguesa de Apoio Vtima

    AQSA Agncia da Qualidade Sanitria de Andaluzia

    ARS Administrao Regional de Sade

    AVC Acidente Vascular Cerebral

    AVPP Anos de Vida Potencialmente Perdidos

    BERD Banco Europeu de Reconstruo e Desenvolvimento

    BSc Balanced Scorecard

    CAD Comit de Ajuda ao Desenvolvimento (OCDE)

    CCI Cuidados Continuados Integrados

    CE Comisso Europeia

    CECSP Coordenao Estratgica para os Cuidados de Sade Primrios

    CH Cuidados Hospitalares

    CH4 - Metano

    CIC Comisso Interministerial para a Cooperao

    CIF - Classificao Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Sade

    CIHI - Canadian Institute for Health Information

    CNPD Comisso Nacional de Proteo de Dados

    CNP Centro Nacional de Penses

    CNRSE Comisso Nacional para o Registo de Sade Eletrnico

    CNECV Conselho Nacional de tica para as Cincias da Vida

    CNSIDA Coordenao Nacional para a Infeo VIH/SIDA

    CNUDPD - Conveno da Naes Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficincia

    CMSMCA Comisso Nacional de Sade Materna, da Criana e do Adolescente

    CO2 - Dixido de carbono

    CODU - Centro de Orientao de Doentes Urgentes

    COREPER Comit de Representantes Permanentes do Conselho da Unio Europeia

    CPLP Comunidade dos Pases de Lngua Portuguesa

    CS Centros de Sade

    CSP Cuidados de Sade Primrios

    CTH Consulta a Tempo e horas

    DeFTV Doente em Fase Terminal de Vida

    DDD - Dose Diria Definida

    DGS Direco-Geral da Sade

    DIC - Doena Isqumica Cardaca

    DL Decreto-Lei

    DPOC - Doena Pulmonar Obstrutiva Crnica

    EAM Enfarte Agudo do Miocrdio

    ECCI - Equipa domiciliria de Cuidados Continuados Integrados

    ECDC European Centre for Disease Prevention and Control (Centro Europeu para a Preveno e Controlo de Doenas)

    ECOSOC United Nations Economic and Social Council (Conselho Econmico e Social das Naes Unidas)

    ELSA Estratgias Locais de Sade

    EM Estado(s) Membro(s)

    ENDEF - Estratgia Nacional para a Deficincia 2011-2013

    EMEA European Medicines Agency (Agncia Europeia do Medicamento)

    ENQS Estratgia Nacional para a Qualidade na Sade

    ENRP Estratgias Nacionais de Reduo da Pobreza

    ENSP Escola Nacional de Sade Pblica

    EPE Entidade Pblica Empresarial

    EPSCO Employment, Social Policy, Health and Consumer Affairs Council (Conselho de Emprego, Poltica Social, Sade e Consumidores)

    ERA Equipas Regionais de Apoio

    ERS Entidade Reguladora da Sade

    EUROMED Euro-Mediterranean Partnership (Parceria Euro-Mediterrnica)

    EUROSTAT - Autoridade Estatstica da Unio Europeia

    FAO Food and Agriculture Organization of the United Nations (Organizao das Naes Unidas para a Alimentao e Agricultura)

    FCG Fundao Calouste Gulbenkian

    FMI Fundo Monetrio Internacional

    FML Faculdade de Medicina de Lisboa

    FNUAP Fundo das Naes Unidas para a Populao

    GAIN Global Alliance for Improved Nutrition (Aliana Global para Melhorar a Nutrio)

    GAVI Global Alliance for Vaccines and Immunisation (Aliana Global para o Fomento da Vacinao e da Imunizao)

    GDH Grupos de Diagnstico Homogneo

    GEE - Gases de Efeito de Estufa

    GeS - Ganhos em Sade

    GFATM Global Fund to Fight AIDS, Tuberculosis and

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    Malaria (Fundo Global de Combate SIDA, Tuberculose e Malria)

    GHWA Global Health Workforce Alliance

    GOARN Global Outbreak Alert and Response Network

    GPEARI Gabinete de Planeamento Estratgico, Avaliao e Relaes Internacionais

    GPS Ganhos Potenciais em Sade

    I&D&i Investigao, Desenvolvimento e Inovao em Sade

    ICOR Inqurito s Condies de Vida e Rendimento

    IDT Instituto da Droga e da Toxicodependncia

    IEFP Instituto do Emprego e Formao Profissional

    IHMT Instituto de Higiene e Medicina Tropical

    IHP International Health Partnership

    II Instituto de Informtica

    IMC - ndice de Massa Corporal

    INML - Instituto Nacional de Medicina Legal

    IMVF Instituto Marqus de Valle Flr

    INE Instituto Nacional de Estatstica

    INEM Instituto Nacional de Emergncia Mdica

    INFARMED - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Sade, I.P.

    INR - Instituto Nacional de Reabilitao, I.P.

    INSA Instituto Nacional de Sade Doutor Ricardo Jorge

    INS Inqurito Nacional de Sade

    IOM International Organization for Migration (Organizao Internacional para as Migraes)

    IP Instituto Pblico

    IPAD Instituto Portugus de Apoio ao Desenvolvimento

    IPJ - Instituto Portugus da Juventude

    IPO Instituto Portugus de Oncologia

    IPOFGL Instituto Portugus de Oncologia, Francisco Gentil

    IPS Instituto Portugus do Sangue

    IPSS Instituies Particulares de Solidariedade Social

    LBS Lei de Bases da Sade

    LIC - Lista de Inscritos para Cirurgia

    LVT Lisboa e Vale do Tejo

    M - Milhes de Euros

    MAI Ministrio da Administrao Interna

    MCSP Misso dos Cuidados de Sade Primrios

    MCTES Ministrio da Cincia, Tecnologia e Ensino Superior

    MIGA Multilateral Investment Guarantee Agency (Agncia Mulilateral de Garantia dos Investimentos)

    MNE Ministrio dos Negcios Estrangeiros

    MS Ministrio da Sade

    MTSS Ministrio do Trabalho e da Solidariedade Social

    NOC Normas de Orientao Clnica

    NU Naes Unidas

    OCDE - Organizao para a Cooperao e Desenvolvimento Econmico

    ODM Objetivos de Desenvolvimento do Milnio

    OECD Organization for Economic Cooperation and Development (Organizao para a Cooperao e Desenvolvimento Econmico - OCDE)

    OIT Organizao Internacional do Trabalho

    OMC Organizao Mundial do Comrcio

    OMS Organizao Mundial de Sade

    OND - Observatrio Nacional da Diabetes

    ONG Organizao No Governamental

    ONGD Organizao No Governamental para o Desenvolvimento

    ONU Organizao das Naes Unidas

    PALOP Pases Africanos de Lngua Oficial Portuguesa

    PECS/CPLP Plano Estratgico de Cooperao em Sade da CPLP

    PIC Programas Integrados de Cooperao

    PIB - Produto Interno Bruto

    PIO Programa de Interveno em Oftalmologia

    PmA Pases Menos Avanados

    PMA Procriao Medicamente Assistida

    PME Pequenas e Mdias Empresas

    PNPSO Programa Nacional de Promoo de Sade Oral

    PNS Plano Nacional de Sade

    PNUD Plano das Naes Unidas para o Desenvolvimento

    PNV Programa Nacional de Vacinao

    PPP Parcerias Pblico Privadas

    PT Portugal

    PTCO Programa de Tratamento Cirrgico da Obesidade

    QUAR- Quadro de Avaliao e de Responsabilidade

    QeS Qualidade em Sade

    RAA Regio Autnoma dos Aores

    RAR Rede de Articulao e Referenciao

    RH Recursos Humanos

    RNCCI Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados

    RRH Rede de Referenciao Hospitalar

    RSE Registo de Sade Eletrnico

    SAP Servio de Atendimento Permanente

    SARS Severe Acute Respiratory Syndrome (Sndrome Respiratrio Agudo)

    SdS Sistema(s) de Sade

    SEF Servio de Estrangeiros e Fronteiras

    SIADAP Sistema Integrado de Gesto e Avaliao do Desempenho na Administrao Pblica

    SICAD - Servio de Interveno nos Comportamentos

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    Aditivos e nas Dependncias

    SIGIC Sistema de Informao de Gesto de Inscritos para Cirurgia

    SISO Sistema de Informao para a Sade Oral

    SNS Servio Nacional de Sade

    SPA Sector Pblico Administrativo

    SU Servios de Urgncia

    SUB Servios de Urgncia Bsica

    SUMC Servios de Urgncia Mdico-Cirrgica

    SUP Servios de Urgncia Polivalente

    TE - Tempo de Espera

    TMRG Tempos Mximos de Resposta Garantidos

    TMP - Taxa de Mortalidade Padronizada

    t CO2eq - Tonelada equivalente a dixido de carbono

    UCC Unidade de Cuidados na Comunidade

    UCF Unidade Coordenadora Funcional

    UCSP Unidade de Cuidados de Sade Personalizados

    UE Unio Europeia (EU European Union)

    ULS Unidade Local de Sade

    UMCCI - Unidade de Misso para os Cuidados Continuados Integrados

    UNAIDS United Nations Programme on HIV/AIDS (Programa das Naes Unidas para o VIH-SIDA)

    UNDP United Nations Development Programme (Programa das Naes Unidas para o Desenvolvimento)

    UNESCO United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization (Organizao das Naes Unidas para a Educao, Cincia e Cultura)

    UNICEF United Nations Childrens Fund (Fundo das Naes Unidas para a Infncia)

    UNL Universidade Nova de Lisboa

    URAP Unidade de Recursos Assistenciais Partilhados

    USF Unidade de Sade Familiar

    USP Unidade de Sade Pblica

    VIH/SIDA Vrus da Imunodeficincia Humana/Sndrome da Imunodeficincia Adquirida

    WFP World Food Programme

    WHO Word Health Organization

  • Pg. 17/114

    NOTA EXPLICATIVA

    A presente verso constitui uma smula alargada de documento Plano Nacional de Sade 2012-2016

    disponvel na pgina eletrnica www.dgs.pt .

    Este documento procurou manter o esprito do documento matricial, permanecendo a estrutura

    base de cada captulo: Conceitos, Orientaes e Evidncia, e Viso para 2016. Remeteu-se para

    anexo as Ameaas e Oportunidades referentes a cada um dos Eixos Estratgicos e Objetivos para o

    Sistema de Sade.

    Esta smula alargada no exclui a leitura do documento alargado.

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    PREFCIO DO MINISTRO DA SADE

    O Plano Nacional de Sade (PNS) o instrumento e o recurso de Planeamento em Sade

    enquadrador dos objetivos, planos e estratgias de todos aqueles que inscrevem, dentro da sua

    misso, manter, melhorar ou recuperar a sade de indivduos e populaes em Portugal.

    Portugal tem um percurso assinalvel do desenvolvimento de macroinstrumentos de Planeamento

    em Sade. A exigncia colocada pelo Plano Nacional de Sade 2004-2010, com o estabelecimento de

    indicadores e metas, programas prioritrios, uma comisso interministerial de acompanhamento e

    estruturas dedicadas sua operacionalizao e desenvolvimento, motivou a que Portugal fosse dos

    primeiros pases europeus a realizar uma avaliao externa e independente do seu PNS e do seu

    Sistema de Sade.

    Os desafios atuais de transio demogrfica, de sustentabilidade econmica e ambiental e de

    globalizao, requerem que os Sistemas de Sade dos pases desenvolvidos revisitem e refundem os

    seus objetivos e o objeto do seu contrato social.

    Este PNS prope-se como uma fundao para o Sistema de Sade do Sculo XXI:

    Envolve e dirige-se ao Sistema de Sade, recolhendo e enquadrando o contributo de todos,

    comeando pelo cidado e sociedade civil, para a obteno de ganhos em sade;

    Tem como misso o reforo da capacidade de todos os agentes em sade;

    Constri uma viso coletiva para o desenvolvimento do Sistema de Sade;

    Reconhece e promove a inovao e a gesto do conhecimento, estendendo-se

    progressivamente e atualizando-se ciclicamente, numa procura contnua das melhores

    solues a mdio-longo prazo para o Sistema de Sade.

    O PNS tem uma viso muito clara:

    Maximizar os ganhos em sade atravs do alinhamento e da integrao de esforos sustentados de

    todos os sectores da sociedade e da utilizao de estratgias assentes na cidadania, na equidade e no

    acesso, na qualidade e nas polticas saudveis.

    Esta viso uma direo em que todos so convidados a reconhecerem-se.

    Questes especficas em sade exigem respostas especficas. Esto a este nvel as necessidades

    locais, os planos de sade dirigidos a problemas concretos, ou as reformas de partes do Sistema de

    Sade. A misso do PNS dar um sentido e enquadramento maior, assegurando que o Sistema de

    Sade responde s necessidades, tem os planos e recursos que precisa e otimiza o impacto das suas

    reformas. Da o seu sentido estratgico.

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    Dada a sua natureza, o PNS prope aes de carter estratgico. No so todas as aes necessrias,

    nem todas as aes prioritrias. So as aes que, de carter estratgico e estrutural, conduziro a

    um Sistema de Sade com maior capacidade para a obteno de ganhos em sade para todos. Aps

    o alcance desses patamares, novas aes se tornaro necessrias e relevantes para os passos

    seguintes do desenvolvimento do Sistema de Sade. Um PNS vivo e dinmico assegurar que a sua

    misso, valor e contributo para o Sistema de Sade ser sempre inestimvel.

    A todos aqueles que, direta e indiretamente, contriburam para este PNS, ao agradecimento e

    reconhecimento junta-se, agora, um novo convite: que ajudem o PNS a cumprir a sua misso,

    envolvendo cada vez mais agentes e indivduos, continuando a trazer exigncia e contributos, bem

    como sendo agentes privilegiados na sua operacionalizao.

    No obstante a monitorizao, acompanhamento e avaliao continuada, este PNS ser avaliado

    tcnica e socialmente no trmino do seu mandato. Novas lies sero retiradas, e Portugal poder

    iniciar um novo ciclo ainda mais enriquecido. Poderemos olhar para trs e verificar as oportunidades

    que usufrumos, as que crimos e as que no pudemos responder. Que este PNS seja um guia til e

    essencial, um propsito comum e uma viso de convergncia para que, juntos, faamos mais e

    melhor.

    Pela Sade de Todos.

    Lisboa, 31 de Janeiro de 2012

    Paulo Jos Ribeiro Moita de Macedo

    Ministro da Sade

  • Pg. 20/114

    MENSAGEM DO DIRETOR-GERAL DA SADE

    Todos reconhecem, hoje, a oportunidade em harmonizar programas, projetos, aes e iniciativas no

    quadro de um rumo estratgico para a sade que faa articular os produtos resultantes dos

    trabalhos desenvolvidos para obteno de mais ganhos.

    O documento que ora se divulga traduz essa preocupao principal ao mesmo tempo que define

    orientaes que visam atingir as metas enunciadas.

    O Plano Nacional de Sade (PNS) 2012-2016 ergue-se sobre uma matriz transversal ao Sistema de

    Sade que recolheu amplos contributos e consenso nacional. Esta matriz estruturada em 4 eixos

    (Cidadania em Sade; Equidade e Acesso adequado aos Cuidados de Sade; Qualidade em Sade;

    Polticas Saudveis) e 4 objetivos para o Sistema de Sade (Obter Ganhos em Sade; Promover

    Contextos Favorveis Sade ao Longo do Ciclo de Vida; Reforar o Suporte Social e Econmico na

    Sade e na Doena; Fortalecer a Participao de Portugal na Sade Global).

    O PNS 2012-2016, como todos os planos, assume a misso de guia, alis, de grande utilidade, quer

    para decisores polticos, instituies e prestadores de cuidados, mas deve interessar, sobretudo, o

    cidado.

    Fundamenta-se na promoo da equidade e acesso adequado aos cuidados de sade, impondo o

    desenvolvimento de medidas inadiveis de melhoria da sade dos cidados, reduzindo gaps.

    Enfatiza a qualidade, na perspetiva que a melhoria contnua dever da Administrao Pblica, pois

    so os cidados que, na prtica, financiam, na sua quase totalidade, os servios que recebem.

    Um outro compromisso, correlacionado com o anterior, impe o aperfeioamento da governana

    atravs quer do impulso do processo de liderana, quer da facilitao da ampla participao, aberta a

    todos os agentes e, naturalmente, a representantes da sociedade civil.

    O PNS prope orientaes de investimentos em Sade Pblica que assentam na vigilncia da sade e

    bem-estar dos cidados; na monitorizao e resposta a riscos e emergncias; na proteo da sade

    nas suas diferentes vertentes (ambiental, ocupacional, alimentar, numa lgica de Sade em Todas as

    Polticas); na abordagem de determinantes sociais de sade e de promoo da equidade; na

    preveno da doena, incluindo a deteo e diagnstico precoce; bem como na sensibilizao,

    comunicao e mobilizao social; e na anlise da informao em sade produo de

    conhecimentos.

    Este Plano confronta os desafios impostos pela transio demogrfica e mudana do perfil

    epidemiolgico em Portugal. Em regime de complementaridade foram criados 9 programas

    nacionais, prioritrios, como resposta aos principais problemas de sade.

  • Pg. 21/114

    Este documento nacional, orientador da poltica de sade, tem como foco todos os cidados, famlias

    e comunidades, promovendo a sua resilincia, ou seja, a sua capacidade para resistir s

    adversidades. Em sntese, procura promover comunidades saudveis atravs de informao e

    literacia em sade, plataformas de comunicao, redes de apoio e de cooperao, e empowerment

    de doentes e cidados, sublinha-se, empowerment das famlias portuguesas.

    Lisboa, Maio de 2013

    Francisco George

    Diretor-Geral da Sade

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    1. ENQUADRAMENTO DO PLANO NACIONAL DA SADE

    1.1. NOTA INTRODUTRIA

    .1. O Plano Nacional de Sade (PNS) um conjunto de orientaes, recomendaes e aes

    concretas, de carter estratgico, destinadas a capacitar e promover o empowerment do Sistema de

    Sade para cumprir o seu potencial. Considera-se que a capacidade de manter e promover o

    potencial de sade est sob a responsabilidade do cidado, das famlias, das comunidades, das

    organizaes da sociedade civil e do sector privado e social, assim como do nvel de planeamento

    estratgico nacional. O PNS prope recomendaes e envolve estes agentes, procurando demonstrar

    como os seus esforos so decisivos para a misso social e para a concretizao de uma viso comum

    de Sistema de Sade.

    .2. O processo de elaborao do PNS englobou uma participao ampla dos agentes da sade e de

    outras reas do domnio da administrao pblica, incluindo peritos nacionais e internacionais,

    constituindo um capital de envolvimento e de conhecimento excecional. O PNS beneficiou de um

    consenso alargado quanto sua misso e viso, amplamente discutidas no III Frum Nacional de

    Sade que decorreu em maro de 2010.

    OBJETIVOS DO PLANO NACIONAL DE SADE

    .3. O PNS prope-se reforar a capacidade de planeamento e operacionalidade no Sistema de Sade.

    Para tal, pretende responder a 4 questes:

    Na qualidade de agente do Sistema de Sade, como posso contribuir para maximizar ganhos em

    sade?

    Como Sistema de Sade, para que objetivos devemos convergir?

    Quais as polticas transversais que apoiam a misso de todos na concretizao dos Objetivos

    para o Sistema de Sade, incluindo a prestao de cuidados de sade?

    Qual o suporte operacional para concretizar o PNS?

    .4. O PNS estabelece tambm uma lgica para a identificao de ganhos em sade, definio de

    metas e de indicadores, bem como um enquadramento para programas prioritrios de sade, de

    mbito nacional, regionais e sectoriais, facilitando a integrao e articulao de esforos e a criao

    de sinergias.

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    1.2. VISO DO PNS

    .1. O PNS pretende:

    Maximizar os ganhos em sade, reconhecendo que so relativos, atravs de resultados de sade

    adicionais para a populao, globalmente e por grupo etrio, sexo, regio, nvel socioeconmico e

    fatores de vulnerabilidade;

    Reforar o Sistema de Sade como a opo estratgica com maior retorno de sade, social e

    econmico, considerando o contexto nacional e internacional (WHO, 2008), promovendo as

    condies para que todos os intervenientes desempenhem melhor a sua misso.

    1.3. MISSO DO PNS

    .1. O Plano Nacional de Sade tem por misso:

    Afirmar os valores e os princpios que suportam a identidade do Sistema de Sade e reforar a

    coerncia do sistema em torno destes;

    Clarificar e consolidar entendimentos comuns, que facilitem a integrao de esforos e a valorizao

    dos agentes na obteno de ganhos e valor em sade;

    Enquadrar e articular os vrios nveis de deciso estratgica e operacional em torno dos objetivos do

    Sistema de Sade;

    Criar e sustentar uma expectativa de desenvolvimento do Sistema de Sade, atravs de orientaes

    e propostas de ao;

    Ser referncia e permitir a monitorizao e avaliao da adequao, desempenho e

    desenvolvimento do Sistema de Sade.

    Maximizar os ganhos em sade, atravs do alinhamento em torno de objetivos comuns, a integrao de esforos sustentados de todos os sectores da sociedade, e da utilizao de estratgias assentes na

    cidadania, na equidade e acesso, na qualidade e nas polticas saudveis.

  • Pg. 24/114

    1.4. PROCESSO DE CONSTRUO DO PNS

    .1. A construo do PNS teve como pontos de partida: i) A reflexo sobre ganhos e insuficincias

    decorrentes da elaborao e implementao do PNS

    anterior (2004-2010) que incluiu a avaliao por uma

    entidade externa; ii) Uma proposta de modelo conceptual;

    iii) Anlises especializadas sectoriais, evidncias e anlises

    crticas, recomendaes, identificao de ganhos e recursos

    necessrios; iv) A recolha, integrao e discusso de planos e

    instrumentos institucionais e intersectoriais; v) A

    identificao de convergncias, oportunidades de reforo,

    colaborao e alinhamento; vi) A interao, envolvimento e

    consulta dos cidados, dos profissionais de sade,

    instituies pblicas, privadas e do sector social.

    .2. Este PNS est na continuidade do PNS 2004-2010, documento de orientao estratgica, poltica,

    tcnica e financeira do Sistema de Sade.

    .3. Avaliao do PNS 2004-2010 e do desempenho do Sistema de Sade pela OMS (WHO Euro,

    2010), realizada em 2009 e 2010, cujos resultados so apresentados sinteticamente no Quadro 1.

    .4. Foi recomendado que o prximo PNS deveria reforar o desempenho do Sistema de Sade: i)

    como uma plataforma para comunicar objetivos e organiz-los em prioridades, aes, indicadores, e

    metas; ii) com foco na avaliao do impacto da sade; iii) considerando as ameaas

    sustentabilidade; iv) suportando o alcance de ganhos em sade atravs de objetivos intermdios de

    melhoria dos indicadores de mortalidade, morbilidade, incapacidade e autoperceo do estado de

    sade.

    .5. Anlises especializadas sectoriais Foram realizadas vinte anlises especializadas de suporte

    elaborao do PNS, desenvolvidas por peritos nacionais com consultoria internacional e discutidas

    publicamente.

    .6. Envolvimento e consulta pblica Foram dinamizados diferentes grupos de trabalho,

    instrumentos facilitadores de participao ativa (microsite do PNS, redes sociais, Boletim Pensar

    sade, Newsletter, Fruns nacionais e regionais, entre outros), audio de pontos focais de

    diferentes Ministrios, Ordens Profissionais e outros organismos, bem como criado um Conselho

    Consultivo.

    Quadro 1 Avaliao do PNS 2004-

    2010 pela OMS

    ASPETOS POSITIVOS: Participao alargada; Consenso quanto a prioridades; Compromisso poltico. A MELHORAR: Suporte sustentabilidade; Hierarquia de indicadores e metas: Maior foco nos determinantes sociais e nos resultados em sade; Mtodo para atribuio de ganhos.

  • Pg. 25/114

    1.5. VALORES E PRINCPIOS DO PNS

    .1. O PNS assume os mesmos valores fundamentais dos sistemas de sade europeus (Quadro 2)

    (Conselho UE, 2006).

    .2. Dos princpios do PNS realam-se:

    A transparncia e a responsabilizao, que

    permitam a confiana e valorizao dos agentes;

    O envolvimento e participao de todos os

    intervenientes nos processos de criao de sade;

    A reduo das iniquidades em sade, como base

    para a promoo da equidade e justia social;

    A integrao e continuidade dos cuidados;

    A sustentabilidade, de forma a preservar estes

    valores para o futuro.

    .3. O PNS responde a estes valores e princpios:

    Promovendo-os no seu prprio processo de

    construo;

    Propondo orientaes, indicadores, aes e

    recomendaes no sentido da sua concretizao;

    Constituindo referenciais para a

    responsabilizao e avaliao da forma como o

    Sistema de Sade promove os valores e os

    princpios enunciados.

    1.6. MODELO CONCEPTUAL E ESTRUTURA

    .1. Para cumprir a viso e a misso, o PNS assume duas

    dimenses: INTRNSECA E EXTRNSECA (Quadro 3).

    .2. ALINHAMENTO ESTRATGICO - Procura garantir que os

    agentes assumam direes comuns para a concretizao de objetivos com maior valor em sade.

    .3. INTEGRAO ESTRATGICA - Procura garantir o melhor desempenho e adequao de cuidados que

    maximizem a utilizao de recursos, a qualidade, a equidade e o acesso.

    Quadro 2 Valores e princpios do PNS

    2012-2016

    VALORES DO PNS

    Universalidade;

    Acesso a cuidados de qualidade;

    Equidade;

    Solidariedade;

    Justia Social;

    Capacitao do cidado;

    Prestao de cuidados de sade centrados na pessoa;

    Respeito;

    Solicitude;

    Deciso apoiada na evidncia cientfica.

    Quadro 3 Dimenses do Modelo

    Conceptual

    Intrnseca

    Reforo estratgico do Sistema de Sade;

    Definio, evidncia e concretizao das orientaes estratgicas.

    Extrnseca

    Eixos Estratgicos;

    Objetivos do Sistema de Sade;

    Polticas Transversais;

    Processos e Instrumentos de Operacionalizao

  • Pg. 26/114

    .4. O Sistema de Sade encontra equilbrios entre a proximidade de cuidados e a gesto racional de

    recursos limitados; entre a redundncia e complementaridade de servios oferecidos pelo sector

    pblico, privado e social; entre a resposta compreensiva e a resposta especializada s necessidades

    de sade.

    .5. ESFOROS SUSTENTADOS - A definio de Sade til como horizonte para a priorizao de aes.

    Nesta perspetiva, todas as sociedades determinam que recursos e que investimento atribuem ao

    Sistema de Sade (Figura 1).

    .6. O investimento de recursos sociais no Sistema de

    Sade realizado em concorrncia com os outros

    sistemas sociais. Esta concorrncia reduz-se com a

    capacidade dos sectores integrarem esforos e recursos

    com ganhos para todos.

    .7. Criar e transmitir valor que promova e justifique o investimento responsabilidade do Sistema de

    Sade, que realiza continuamente compromissos entre os recursos disponveis e a desenvolver, os

    servios prestados e os resultados obtidos. Este o conceito de Valor em Sade (Porter ME &

    Teisberg EO, 2006), ou seja, obteno de ganhos considerando o investimento feito.

    .8. O PNS pressupe que os ganhos em sade resultaro da melhor adequao entre necessidades de

    sade e servios, da melhor relao entre recursos e resultados, ou seja do melhor desempenho.

    .9. As linhas de definio, evidncia e concretizao das orientaes permitem explicitar a lgica

    subjacente s propostas de orientaes, aes e recomendaes. O processo baseia-se em:

    Conceitos; Enquadramento; Orientaes e Evidncia; Viso para 2016; complementado com

    Referncias Bibliogrficas e Glossrio.

    .10. EIXOS ESTRATGICOS - So perspetivas do mbito,

    responsabilidade e competncia de cada agente do

    Sistema de Sade (cidado, profissional de sade, gestor e

    administrador, representante de grupos de interesses,

    empresrio, decisor poltico), cuja melhoria exige

    reconhecer a sua interdependncia, reforando a

    perspetiva de Sistema de Sade. Retornam ganhos,

    melhoram o desempenho e reforam o alinhamento, a

    integrao e a sustentabilidade do Sistema de Sade, bem

    como a capacidade de este se desenvolver como um todo.

    Figura 1 Definio de Sade

    Sade um estado dinmico de bem-estar caracterizado pelo potencial fsico, mental e social que satisfaz as necessidades vitais de

    acordo com a idade, cultura e responsabilidade pessoal (Bircher, 2005).

    Figura 2 Eixos estratgicos do PNS

    Mais valor em sade

    Cidadania

    Polticas saudveis

  • Pg. 27/114

    .11. So considerados quatro Eixos Estratgicos (Figura 2):

    Cidadania em Sade;

    Equidade e Acesso adequado aos Cuidados de Sade;

    Qualidade em Sade;

    Polticas Saudveis.

    .12. OBJETIVOS PARA O SISTEMA DE SADE - Asseguram que:

    Os valores e princpios so concretizados de forma objetiva e avalivel;

    O Sistema de Sade est orientado para a obteno de resultados de forma integrada, alinhada e aberta,

    dispondo de instrumentos e processos adequados para esse efeito;

    O Sistema de Sade promove as garantias de resposta, efetividade, proteo, solidariedade e inovao

    esperadas, e valorizado pela sua capacidade.

    .13. O PNS explicita e enquadra quatro Objetivos para o Sistema de Sade (OSS):

    OSS 1 - Obter Ganhos em Sade - O desenvolvimento do Sistema de Sade deve refletir-se na

    obteno de ganhos mensurveis em sade das populaes e subgrupos, atravs da identificao

    de prioridades e alocao de recursos aos vrios nveis, considerando as intervenes custo-

    efetivas com maior impacto.

    OSS 2 - Promover Contextos Favorveis Sade ao Longo do Ciclo de Vida - Fomentar

    contextos saudveis ao longo do ciclo de vida implica a promoo, proteo e manuteno da

    sade; a preveno, tratamento e reabilitao da doena, permitindo uma viso integrada das

    necessidades e oportunidades de interveno de modo contnuo (WHO, 2002), especfico de cada

    contexto. Permite sobrepor vises de articulao e de integrao de esforos entre contextos.

    OSS 3 - Reforar o Suporte Social e Econmico na Sade e na Doena - A sade um bem

    individual e social e os mecanismos de solidariedade e proteo na doena so determinantes

    para a coeso, justia e segurana social. A capacidade do Sistema de Sade para promover o

    suporte social e econmico na sade e na doena implicam a clarificao do papel dos vrios

    agentes do sistema, o reforo dos mecanismos e a sustentabilidade do prprio Sistema.

    OSS 4 - Fortalecer a Participao de Portugal na Sade Global - Os Sistemas de Sade devem

    ser abertos, interdependentes, de desenvolvimento rpido e capazes de resposta rpida a novas

    ameaas. O Sistema de Sade deve partilhar a inovao, articular-se internacionalmente,

    contribuir para o reforo e o desenvolvimento solidrio de outros sistemas e incorporar os

    avanos internacionais.

  • Pg. 28/114

    .14. POLTICAS TRANSVERSAIS, PROCESSOS E INSTRUMENTOS DE OPERACIONALIZAO - (Quadro 4) so

    orientaes para o Sistema de Sade (nveis de cuidados, processos, instrumentos e mecanismos)

    desenvolver a capacidade de concretizao das estratgias do PNS. Propem orientaes relativas ao

    planeamento, operacionalizao, participao e influncia, monitorizao e avaliao do PNS e dos

    processos de tomada de deciso associados.

    Quadro 4 Polticas transversais e prestao de

    cuidados de sade para concretizao estratgica do

    PNS

    Governao

    Participao e Influncia

    Monitorizao

    Avaliao

    Cuidados de sade

    Sade pblica

    Primrios

    Hospitalares

    Continuados integrados

    Articulao e continuidade de cuidados

    Ordenamento do territrio e estratgias locais de sade

    Recursos humanos da sade

    Tecnologias de informao e comunicao

    Medicamentos, dispositivos mdicos e avaliao das tecnologias

    Investigao, desenvolvimento e inovao

    Sustentabilidade do Sistema de Sade

  • Pg. 29/114

    2. PERFIL DE SADE EM PORTUGAL

    Pretende-se caracterizar o estado de sade da populao portuguesa1, fazendo sobressair os

    significativos ganhos de sade que Portugal alcanou nos ltimos anos, medidos e avaliados por um

    conjunto de indicadores que se tm aproximado dos melhores valores registados nos pases da Unio

    Europeia (UE). De facto, o estado de sade da populao melhorou de forma consistente e

    sustentada, o que ter resultado de uma evoluo positiva dos vrios determinantes da sade e da

    capacidade de investimento nesta rea.

    2.1. ESTADO DE SADE DA POPULAO

    2.1.1. DETERMINANTES DE SADE

    .1. Entre os determinantes da sade relacionados com estilos de vida destacam-se o consumo de

    tabaco e o consumo de bebidas alcolicas. Os dados recolhidos no 4 Inqurito Nacional de Sade

    (INS) (entre Fevereiro de 2005 e Fevereiro de 2006) permitem caracterizar estes consumos, na

    populao de 15 e mais anos.

    .2. Em 2006, 20,8% da populao residente em Portugal Continental era fumadora. Entre os

    fumadores, cerca de 10,6% fumava apenas ocasionalmente e 89,4% fazia-o diariamente. A proporo

    de fumadores atuais era mais elevada na populao masculina: 30,5%, contra 11,8% das mulheres.

    Em ambos os sexos, o valor mais elevado encontrava-se no grupo dos 35 aos 44 anos: 44,6% e 21,2%,

    respetivamente, em homens e em mulheres.

    .3. De acordo com dados recolhidos no 4 INS, 40,5% dos residentes em Portugal Continental referiu

    ter tomado pelo menos uma bebida alcolica na semana anterior entrevista. Essa proporo

    aumentou para os 54,8% no conjunto da populao masculina, o dobro da que se observou para as

    mulheres: 27,0%.

    .4. Em 2006, 15,2% da populao residente adulta (18 e mais anos) em Portugal era obesa2. A

    prevalncia de mulheres com obesidade (15,9%) era ligeiramente superior verificada para os

    homens (14,4%). Independentemente do sexo, a proporo de indivduos com obesidade era mais

    elevada nos grupos etrios entre os 45 e os 74 anos, com valores acima de 20%.

    .5. Outros determinantes relacionados com comportamentos de risco mostram uma melhoria,

    registando-se um decrscimo na proporo de internamentos exclusivamente atribuveis ao lcool,

    1 Os valores apresentados ao longo do captulo dizem respeito a Portugal Continental, exceto se tais valores no estiverem

    disponveis. Nesses casos apresentam-se os valores referentes a Portugal, incluindo as Regies Autnomas. 2 A condio de obesidade foi calculada com base no ndice de Massa Corporal (IMC). De acordo com este indicador, so

    consideradas obesas todas as pessoas com um resultado igual ou superior a 30 kg/m2.

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    assim como na proporo de vtimas mortais de acidentes de viao com taxa de lcool no sangue

    igual ou superior a 0,5 g/l. Tambm a mortalidade por acidentes com veculos a motor e por

    acidentes laborais tm apresentado, genericamente, tendncia decrescente.

    .6. A mortalidade prematura por doenas atribuveis ao lcool e por suicdio apresentam, nos ltimos

    anos, uma tendncia de aumento. Em 2009 a taxa de mortalidade padronizada por doenas

    atribuveis ao lcool, abaixo dos 65 anos, atingiu 12,9 bitos por 100000 habitantes e a taxa

    masculina foi cerca de 6 vezes superior taxa feminina, indicando que um problema que

    condiciona essencialmente a sade dos homens. Em 2009 a taxa de mortalidade padronizada por

    suicdio abaixo dos 65 anos, era de 5,9 bitos por 100000 habitantes, sendo a taxa masculina 4 vezes

    superior taxa feminina. No contexto europeu, Portugal permanece ainda entre os pases com

    menor mortalidade prematura por suicdio.

    .7. Numa anlise global dos dados apresentados para os determinantes da sade relacionados com

    estilos de vida, observam-se diferenas assinalveis entre sexos. Estas incidem maioritariamente no

    consumo de tabaco e lcool, em todos os grupos etrios estudados, e na mortalidade por acidentes

    laborais e com veculos a motor, por doenas atribuveis ao lcool e por suicdio, cabendo os valores

    mais elevados ao sexo masculino.

    .8. O Programa Nacional de Vacinao (PNV), de carter universal e gratuito, no terreno desde 1965,

    ultrapassou a cobertura de 95% da populao.

    .9. O nmero de camas contratualizado para cuidados continuados e integrados de sade tem vindo

    a aumentar, atingindo-se o valor de 5948 (2012): 906 de convalescena, 1808 de mdia durao e

    reabilitao, 3041 de longa durao e manuteno e 193 de paliativos, com taxas de ocupao

    entre 94% e 100% nas diversas regies de sade.

    .10. Na ltima dcada, registaram-se aumentos no nmero mdio de consultas mdicas por

    habitante, assim como na percentagem de primeiras consultas no total de consultas externas. Nas

    unidades hospitalares do SNS observou-se um ligeiro decrscimo em anos mais recentes tanto no

    nmero de doentes sados de internamento como no nmero de doentes observados nas urgncias

    (a partir de 2005 no primeiro caso e de 2007 no segundo caso). No entanto, nesta anlise temporal

    deve ser tido em conta o surgimento de novos estabelecimentos hospitalares privados, o que pode

    fazer variar, substancialmente, os resultados.

    .11. Em 2010 cada habitante de Portugal Continental recorreu 4,2 vezes ao mdico3, em mdia. Do

    total de consultas externas realizadas em 2010 em unidades hospitalares do SNS, 28,7% foram

    primeiras consultas. Relativamente ao acesso a cuidados cirrgicos, de acordo com o Relatrio

    3 Para clculo do valor mdio de consultas mdicas foram consideradas as consultas externas nos Hospitais (todas as

    especialidades) e as consultas nos Centros de Sade (seguintes especialidades: Medicina Geral e Familiar/Clnica Geral Sade de adultos, Ginecologia/Obstetrcia, Planeamento familiar, Sade do recm-nascido, da criana e do adolescente, Sade materna).

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    Sntese da Atividade em Cirurgia Programada, a procura de cuidados cirrgicos tende a crescer

    continuamente desde que efetuada uma medio sistematizada. O crescimento face ao primeiro

    semestre de 2006 de 41,5%.

    .12. A lista de inscritos para cirurgia (LIC) que representa o acumulado de episdios a aguardar

    cirurgia, tinha vindo a decrescer continuamente desde a instaurao do Sistema Integrado de Gesto

    de Inscritos para Cirurgia (SIGIC) e pela primeira vez inverteu a tendncia, apresentando em

    Dezembro de 2011, em relao ao perodo homlogo, um crescimento de 11,2%. O comportamento

    da mediana do tempo de espera (TE) dos utentes que aguardam cirurgia semelhante ao da LIC. No

    primeiro semestre de 2006 apresentava um valor de quase 7 meses e desde ento vinha

    progressivamente a diminuir, apresentando no primeiro semestre de 2011 um valor de 3,13 meses.

    Esta tendncia inverteu-se no segundo semestre de 2011 onde apresentava um valor de 3,33 meses.

    .13. A rede pblica/convencionada de estruturas especializadas para o tratamento de dependncias

    associadas ao consumo de lcool e drogas tem aumentado a cobertura nacional, facilitando a

    integrao em programas de desabituao. Em 2010, na rede pblica de tratamento da

    toxicodependncia (ambulatrio) estiveram integrados 37983 utentes, 8444 dos quais eram novos

    utentes (primeiras consultas).

    .14. Houve investimento em meios de suporte bsico e avanado de vida, cujo rcio por 100 000

    habitantes mais do que duplicou nos ltimos anos. Durante o ano de 2011, 56% das ocorrncias (a

    nvel nacional) foram triadas pelos Centros de Orientao de Doentes Urgentes (CODU) com envio de

    meios de emergncia para o local da ocorrncia, tendo-se verificado um aumento de 3% em relao

    ao ano 2010.

    .15. O consumo de medicamentos per capita, no mercado total, aumentou de 288 euros em 2002

    para 327 euros em 2009.

    2.1.2. ESTADO DE SADE

    .16. A esperana de vida nascena em Portugal Continental no trinio 2008/2010 atingiu 79,38 anos, vivendo as mulheres, em mdia, mais 6 anos do que os homens. Observa-se, ainda, uma diferena de cerca de 2,4 anos entre a esperana de vida nascena em Portugal Continental e o valor mdio deste indicador nos cinco pases da UE onde se vive mais. Esta diferena mais notria para o sexo masculino (3,1 anos) do que para o sexo feminino (1,8 anos). No entanto, quando analisada a esperana de vida sem incapacidade em Portugal, para o ano 2010, verifica-se que os homens vivem, em mdia, 59,3 anos sem limitaes na sua atividade, enquanto para as mulheres a esperana de vida sem incapacidade de 56,6 anos.

  • Pg. 32/114

    .17. Na ltima dcada (2001-2011), a mortalidade infantil diminuiu de 4,8 para 3,1 bitos e o risco de

    morrer antes dos 5 anos de 6,2 para 3,9 bitos de menores de 5 anos (por 1000 nados vivos). O

    nmero de nados vivos em mulheres adolescentes (idade inferior a 20 anos) decresceu de 5,9 para

    3,6; o nmero de nados vivos pr-termo aumentou de 5,7 para 7,5 e o nmero de nados vivos com

    baixo peso ao nascer de 7,2 para 8,4 (por 100 nados vivos). O nmero de partos por cesariana

    aumentou de 29,7 para 36,1 (por 100 nados vivos), entre 2001 e 2010.

    .18. A mortalidade em idades jovens (10 a 24 anos) reduzida, comparativamente ao que se observa

    em idades posteriores, mas mesmo assim tem diminudo de forma sustentada nas ltimas duas

    dcadas. As taxas de mortalidade so mais elevadas no sexo feminino do que no sexo masculino. No

    entanto, a diferena tem vindo progressivamente a diminuir. As principais causas de internamento

    de crianas e jovens com menos de 18 anos so as doenas dos aparelhos respiratrio (22,8%) e

    digestivo (13,9%). Na populao adulta, as doenas do aparelho circulatrio e o cancro representam,

    respetivamente, 10,1% e 7,9% dos internamentos hospitalares.

    .19. Nos internamentos considerados evitveis por preveno primria, nomeadamente

    internamentos por cancro da traqueia, brnquios e pulmes (0-74 anos), cirrose do fgado (0-74

    anos) e acidentes com veculos a motor (todas as idades)4, destacam-se com maior expresso os

    internamentos devidos a acidentes com veculos motorizados (43,5%). Relativamente aos

    internamentos evitveis atravs de cuidados de ambulatrio 5 destacam-se os relacionados com a

    diabetes (18,9%).

    .20. A morbilidade e a mortalidade por doenas infeciosas tm tido um decrscimo significativo e

    sustentado desde a implementao do Programa Nacional de Vacinao (PNV), em 1965. No

    entanto, apesar das melhorias expressivas registadas, a incidncia de tuberculose e de infeo por

    VIH em Portugal ainda muito elevada, quando comparada com a mdia dos cinco pases da UE com

    as taxas de incidncia mais baixas. Entre 2000 e 2010, a taxa de incidncia de tuberculose baixou de

    41,3 para 23,4 e a de VIH de 27,6 para 9,0 (por 100 000 habitantes).

    .21. As doenas circulatrias (32%), os tumores malignos (23%) e as doenas respiratrias (11,1%)

    so, para ambos os sexos, as principais causas de mortalidade. A quarta principal causa engloba

    acidentes, envenenamentos e violncia, para o sexo masculino, e diabetes mellitus, para o sexo

    feminino.

    .22. A mortalidade prematura por todas as causas de morte, medida pela taxa de Anos de Vida

    Potenciais Perdidos (AVPP), mais elevada para o sexo masculino do que para o feminino (duas

    vezes superior). A taxa de AVPP evoluiu positivamente na ltima dcada. Assistiu-se de 2002 para

    2010 a uma reduo considervel: de 5280 para 3906 anos de vida perdidos por 100000 habitantes.

    4 Metodologia de Ellen Nolte (Nolte e McKee, 2004) para as mortalidades evitveis por preveno primria.

    5 Internamentos considerados: Grande Mal epiltico, DPOC, Asma, Diabetes, Insuficincia cardaca e edema pulmonar,

    Hipertenso e Angina pectoris (0-74 anos). Metodologia do Canadian Institute for Health Information (CIHI, 2012).

  • Pg. 33/114

    Esta evoluo mais acentuada no sexo masculino, em que o problema da morte precoce mais

    importante. Nos ltimos anos, parece existir alguma tendncia de convergncia nestas taxas. No

    entanto, embora seja claro que, nos valores respeitantes ao sexo masculino existe larga margem de

    progresso positiva (para alcanar o nvel de AVPP observado nas mulheres, por exemplo), no sexo

    feminino parece ter sido atingido o ponto de nadir que coloca srios desafios quanto s polticas a

    seguir para se obterem ganhos neste indicador.

    .23. As principais causas de mortalidade prematura, medida atravs da taxa de AVPP, so os tumores

    malignos (31,7%), as causas externas (16,3%) e as doenas do aparelho circulatrio (11,5%), sendo de

    destacar que as causas indeterminadas ocupam efetivamente a 3. posio (13,0%).

    .24. As principais causas de AVPP em ambos os sexos esto completamente alinhadas com o padro

    observado no sexo masculino o que se compreende dado a mortalidade prematura estar

    particularmente associada ao sexo masculino.

    .25. A distribuio das principais causas de AVPP no sexo feminino apresenta um padro diferente.

    Causas como tumores malignos do aparelho respiratrio e dos rgos intratorcicos, doenas

    atribuveis ao lcool, acidentes de transporte e algumas doenas infeciosas e parasitrias so causas

    relevantes de mortalidade prematura para os homens mas no para as mulheres. Em contrapartida,

    ganham relevncia como causas de mortalidade prematura para o sexo feminino tumores malignos

    de certas localizaes (ossos, pele e mama ou dos rgos geniturinrios, por exemplo).

    .26. Os AVPP por causas consideradas evitveis por preveno primria e por cuidados de sade6

    correspondem a 36% do total de AVPP (12% e 24%, respetivamente). Em termos de causas de AVPP

    evitveis por preveno primria, em 2002 e 2010, os acidentes com veculos motorizados e os

    tumores malignos da traqueia, brnquios e pulmo foram as mais relevantes. Apesar das melhorias

    registadas, entre 2002 e 2010, as doenas cerebrovasculares e as doenas isqumicas cardacas

    mantiveram-se como as causas mais expressivas de AVPP evitveis atravs de cuidados de sade.

    .27. O envelhecimento e os estilos de vida menos saudveis acentuam o aumento da prevalncia das

    doenas crnicas, nomeadamente as crebro-cardiovasculares, a hipertenso arterial e a diabetes. A

    hipertenso arterial e a diabetes, para alm de doenas crnicas, so tambm importantes fatores

    de risco para outras doenas. Entre 1999 e 2006, a populao que reporta ter hipertenso arterial

    aumentou 34% e diabetes, 38%. Estima-se que a prevalncia de hipertenso arterial seja de 46%,

    aproximadamente e a de diabetes de 12,3%.

    .28. Alguns dos indicadores disponveis relativos a doenas associadas ao consumo de tabaco

    apresentam uma evoluo favorvel. A taxa de mortalidade padronizada por doena pulmonar

    obstrutiva crnica (DPOC) decresceu sustentadamente desde 1980, atingindo os valores mais baixos

    durante a primeira dcada de 2000; a taxa de mortalidade padronizada por doena isqumica

    6 Causas de morte selecionadas com base na metodologia de Ellen Nolte (Nolte e McKee, 2004).

  • Pg. 34/114

    cardaca (DIC) diminuiu desde o princpio dos anos 90, apresentando, em 2009, a taxa mais baixa das

    trs dcadas precedentes e a taxa de mortalidade padronizada por tumor maligno do pulmo parece

    ter atingido o seu valor mximo no final dos anos 90. Em termos de morbilidade, as taxas de doentes

    sados dos hospitais pblicos por asma, DPOC e DIC tambm apresentam aspetos positivos. A taxa

    por DIC aumentou at 2008, apresentando um decrscimo em 2009; a taxa de DPOC tambm baixou

    substancialmente em 2009 e a taxa por asma continua a decrescer desde meados da citada dcada

    de 90.

    .29. O nmero mdio de dias de absentismo laboral por doena7 tem vindo a decrescer, embora no

    ltimo ano a tendncia se tenha invertido, atingindo os 7,3 dias. O nmero de pensionistas por

    invalidez tambm tem vindo a diminuir.

    .30. A autoperceo do estado de sade um indicador importante preditivo de mortalidade e

    morbilidade, bem como de utilizao de servios de sade. Entre 1999 e 2006, a proporo de

    indivduos que avalia positivamente (bom ou muito bom) o seu estado de sade subiu de 47% para

    53%. Em todos os grupos etrios, as mulheres evidenciam uma autoperceo menos positiva do seu

    estado de sade.

    2.2. ORGANIZAO DE RECURSOS, PRESTAO DE CUIDADOS E FINANCIAMENTO

    2.2.1. ESTRUTURA

    .1. A prestao de cuidados de sade em Portugal caracteriza-se pela coexistncia de um Servio

    Nacional de Sade (SNS), de subsistemas pblicos e privados especficos para determinadas

    categorias profissionais e de seguros voluntrios privados. O SNS a principal estrutura prestadora

    de cuidados de sade, integrando todos os cuidados de sade, desde a promoo e vigilncia

    preveno da doena, diagnstico, tratamento e reabilitao mdica e social.

    .2. A ltima dcada foi marcada por um conjunto de reformas, com especial incidncia na rede e nas

    urgncias hospitalares, nos cuidados de sade primrios (CSP) e nos cuidados continuados integrados

    (CCI). A rede hospitalar em Portugal Continental formada por 212 Hospitais, dos quais 91 so

    privados. Os 363 Centros de Sade foram organizados em 74 Agrupamentos de Centro de Sade

    (ACES). Em 2012 estavam em atividade 342 Unidades de Sade Familiar e 186 Unidades de Cuidados

    na Comunidade. O nmero de camas contratadas em funcionamento at 31 de Dezembro de 2011,

    na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, atingia 5595. Estas camas estavam

    distribudas pelas seguintes tipologias: 906 de convalescena, 1747 de mdia durao e reabilitao,

    2752 de longa durao e manuteno e 190 de cuidados paliativos.

    7 Rcio Dias de Ausncia por Doena/Pessoas Singulares, com pelo menos uma remunerao e/ou contribuio no ano

    (MTSS/GEP, 2010).

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    .3. Este processo de reestruturao e criao de novos servios de sade foi acompanhado por uma

    evoluo positiva do nmero de profissionais de sade. O rcio de mdicos por 1000 habitantes

    aumentou de 3,3 para 4,0 entre 2001 e 2010, embora existam especialidades que j mostram ou

    anteveem alguma carncia, como a Medicina Geral e Familiar, Pediatria, Anestesiologia, Medicina

    Interna, entre outras. Tambm o rcio de enfermeiros por 1000 habitantes aumentou: de 3,8 para

    6,0, entre 2001 e 2011. A distribuio geogrfica dos servios de sade e dos recursos humanos

    evidencia assimetrias, traduzidas em maior oferta no litoral relativamente ao interior.

    2.2.2. FINANCIAMENTO E DESPESA

    .4. O sistema de sade portugus incorpora simultaneamente financiamento pblico e privado. O

    SNS maioritariamente (90%) financiado pela tributao, os subsistemas pelos trabalhadores e

    empregadores e o privado por copagamentos e pagamentos diretos do utente, bem como pelo

    prmio dos seguros de sade.

    .5. O aumento da longevidade da populao e a utilizao crescente de medicamentos e tecnologia

    tm determinado um acrscimo nas despesas em sade, traduzindo-se numa frao cada vez maior

    do Produto Interno Bruto (PIB) portugus. Os servios de cuidados curativos e reabilitao e os

    dispositivos mdicos disponibilizados a doentes no