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Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Farroupilha - 2014 Universidade de Caxias do Sul | Instituto de Saneamento Ambiental | PREFEITURA MUNICIPAL DE FARROUPILHA PLANO MUNICIPAL DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS

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    Universidade de Caxias do Sul | Instituto de Saneamento Ambiental |

    PREFEITURA MUNICIPAL DE FARROUPILHA

    PLANO MUNICIPAL DE GESTÃO

    INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS

  • Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Farroupilha - 2014

    Universidade de Caxias do Sul | Instituto de Saneamento Ambiental |

    PREFEITURA MUNICIPAL DE FARROUPILHA

    PLANO MUNICIPAL DE GESTÃO INTEGRADA DE

    RESÍDUOS SÓLIDOS

    Prefeito: Claiton Gonçalves

    Vice–Prefeito: Pedro Evori Pedrozo

    Chefe de Gabinete: Jorge Fantinel

    Procurador Geral do Município: Valdecir Pedro Fontanella

    Secretário Municipal de Agricultura: Fernando Silvestrin

    Secretário Municipal de Planejamento: Deivid Argenta

    Secretário Municipal de Habitação: Rogir Centa

    Secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo: Fabiano André

    Piccoli

    Secretária Municipal de Educação: Elaine Giuliato

    Secretário Municipal de Finanças: José Henrique Machado dos Santos

    Secretário Municipal de Gestão e Governo: Francis César Dobner Casali

    Secretário Municipal de Assistência Social e Cidadania: Miguel Angelo de Souza

    Secretário Municipal de Meio Ambiente: Márcio Güilden

    Secretário Municipal de Obras e Trânsito: Roque Severgnini

    Secretária Municipal de Saúde: Solange Sonda

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    Prefeitura Municipal de Farroupilha

    Plano Municipal de Gestão Integrada

    de Resíduos Sólidos

    Secretaria Municipal de Meio Ambiente

    Secretário

    Marcio Güilden

    Farroupilha, dezembro de 2014.

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    Equipe Técnica Universidade de Caxias do Sul

    Coordenação

    Biól. D.ra Vania Elisabete Schneider

    Professores

    Biól. D.ra Vania Elisabete Schneider CRBio-RS: 04266-03 D

    ART 2013/18223

    Eng. Civil D.r Juliano Rodrigues Gimenez

    CREA-RS: RS097333

    Bel. em Direito M.e Airton Guilherme Berger Filho OAB-RS: 54864

    Biól. D.ra Gisele Cemin CRBio-RS: 45784-03 D

    Biól. M.ª Neide Pessin CRBio-RS: 009761-03 D

    ART 2014/00238

    Eng. Ambiental M.e Taison Anderson Bortolin CREA-RS: RS181551

    ART 7395358

    Eng. Ambiental M.e Tiago Panizzon CREA-RS: RS172587

    Enf. D.ra Nilva Lúcia Rech Stédile

    Técnicos

    Biól. M.ª Denise Peresin CRBio: 45302-03 D

    ART: 2013/18156

    Biól. M.ª Kira Lusa Manfredini

    CRBio-RS: 69490-03

    Eng. Ambiental Verônica Casagrande

    CREA-RS: RS194863

    Eng. Química Isalmar Brustolin CRQ: 05301565

    Bel. em Ciências da Computação M.e Marcio Bigolin

    Eng. Ambiental Elis Marina Tonet Mota CREA-RS: RS193417

    Acad. de Eng. Ambiental Roberta Elamarine Neimaier Graeff

    Monitores de pesquisa

    Acad. de Eng. Ambiental Artur Rech da Rosa

    Acad. de Eng. Ambiental Bruna Bittencourt

    Acad. De Eng. Ambiental Camila Lazzaretti

    Acad. de Eng. Ambiental Nicolas Finkler

    Acad. de Eng. Ambiental Sasha Leal dos Santos

    Acad. de Enfermagem Janini Paiz

    Acad. de Enfermagem Adriane Carine Kappes

    Acad. de Eng. Ambiental Indianara Donazzolo

    Acad. Tecnologias Digitais Miguel Ângelo Pontalti Giordani

    Acad. Enfermagem Éverton Carlos Brezolin

    Acad. Biologia Michel Mendes

    Colaboradores

    Eng. Ambiental D.ra Renata Cornelli (Bolsista Docfix)

    D.r Matheus Poletto

    Eng. Ambiental Sofia Helena Zanella Carra (Mestranda)

    Lic. Química M.ª Gisele Bacarim

    Paula Giacomelli – Apoio administrativo

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    Equipe Técnica Municipal

    Comitê Diretor

    Marcio Güilden - Secretário Municipal de Meio Ambiente

    Angela Maria Jung Silvestrin (Professora)

    Leomar da Silva (Metalúrgico)

    Marcia Finimundi Nóbile (Professora)

    Paulo de Castro (Eng. Civil)

    Rogério Pergher (Eng. Civil)

    Rubens Souza Esmeraldo (Eng. Mecânico)

    Rui Ernesto Gonçalves de Oliveira (Analista de Sistemas)

    Tarciana Maino (Eng. Agrônoma)

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    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1 - Distância aproximada de Farroupilha a outros municípios do Estado. .............................. 20

    Tabela 2 - Culturas temporárias no município de Farroupilha no ano de 2012. ................................. 28

    Tabela 3 - Culturas permanentes no Município de Farroupilha no ano de 2012. ............................... 29

    Tabela 4 - Tipos de criação e quantidade de animais no ano de 2012. ............................................ 30

    Tabela 5 - Representatividade das atividades industriais no município de Farroupilha. ..................... 30

    Tabela 6 – Dados da segunda Normal Climatológica da estação Bento Gonçalves – 83941 no período

    de 1961 a 1990. .......................................................................................................................... 33

    Tabela 7 – Dados da segunda Normal Climatológica da estação Caxias do Sul – 83942 no período de

    1961 a 1990. ............................................................................................................................... 33

    Tabela 8 – Características hidrogeológicas do aquífero fraturado. ................................................... 39

    Tabela 9 - Dados de uso e cobertura do solo. ................................................................................ 45

    Tabela 10 - Distribuição populacional. ........................................................................................... 45

    Tabela 11 - Evolução da taxa de urbanização do município de Farroupilha. ..................................... 46

    Tabela 12 - Indicadores para o IDH municipal no ano de 2010. ...................................................... 47

    Tabela 13 - Informações referentes à rede de ensino do município de Farroupilha (2013). ............... 49

    Tabela 14 - Série histórica de geração de resíduo sólido domiciliar orgânico 2004-2014 (valores em

    toneladas). .................................................................................................................................. 87

    Tabela 15 - Série histórica de geração de resíduo sólido domiciliar seletivo 2004-2014 (valores em

    toneladas). .................................................................................................................................. 87

    Tabela 16 - Geração per capita no período de 2004-2013. ............................................................. 88

    Tabela 17 - Frota de veículos para a coleta do resíduo sólido urbano. ............................................. 90

    Tabela 18 - Setores e frequência da coleta seletiva. ....................................................................... 94

    Tabela 19 - Quantidade de resíduos sólidos urbanos destinados ao aterro sanitário no período 2004-

    2012 (valores em toneladas). ....................................................................................................... 96

    Tabela 20 - Quantidade de resíduos sólidos urbanos destinados a central de reciclagem no período

    2004-2012 (valores em toneladas). ............................................................................................... 96

    Tabela 21 - Custo unitário do gerenciamento de resíduos domésticos no município. ...................... 100

    Tabela 22 - Evolução dos valores arrecadados com a cobrança da taxa de coleta de resíduos em

    conjunto com o IPTU – 2010 a 2014. .......................................................................................... 100

    Tabela 23 - Origem das amostras para a caracterização de Resíduos Sólidos Domésticos. .............. 103

    Tabela 24 - Percentual dos materiais poliméricos presentes nas Coletas Regular e Seletiva. ........... 111

    Tabela 25 - Percentual dos materiais recicláveis considerados rejeito da central. ........................... 112

    Tabela 26 - Percentual dos polímeros no rejeito da central. .......................................................... 113

    Tabela 27 - Valor de comercialização dos materiais recicláveis. ..................................................... 119

    Tabela 28 - Estimativa econômica da perda de materiais recicláveis destinados à Coleta Regular e

    rejeitos da Central de Triagem. .................................................................................................. 121

    Tabela 29 - Estimativa econômica dos materiais potencialmente comercializáveis. ......................... 122

    Tabela 30 - Resíduos de capinas encaminhados para o aterro sanitário (em toneladas). ................ 124

    Tabela 31 - Geração média semanal de resíduos de serviços de saúde em cada unidade. .............. 126

    Tabela 32 - Estimativa de geração de RSS pra estabelecimentos específicos. ................................ 127

    Tabela 33 - Resumo do gerenciamento de resíduos no hospital filantrópico. .................................. 128

    Tabela 34 - Tipos de atividades realizadas nos estabelecimentos veterinários. ............................... 129

    file:///C:/Users/ucs/Dropbox/PGIRS%20-%20Farroupilha/Versão%20preliminar%20-%20PMGIRS/Versão_final_PMGIRS_dezembro.docx%23_Toc405997561file:///C:/Users/ucs/Dropbox/PGIRS%20-%20Farroupilha/Versão%20preliminar%20-%20PMGIRS/Versão_final_PMGIRS_dezembro.docx%23_Toc405997561file:///C:/Users/ucs/Dropbox/PGIRS%20-%20Farroupilha/Versão%20preliminar%20-%20PMGIRS/Versão_final_PMGIRS_dezembro.docx%23_Toc405997562file:///C:/Users/ucs/Dropbox/PGIRS%20-%20Farroupilha/Versão%20preliminar%20-%20PMGIRS/Versão_final_PMGIRS_dezembro.docx%23_Toc405997562file:///C:/Users/ucs/Dropbox/PGIRS%20-%20Farroupilha/Versão%20preliminar%20-%20PMGIRS/Versão_final_PMGIRS_dezembro.docx%23_Toc405997566file:///C:/Users/ucs/Dropbox/PGIRS%20-%20Farroupilha/Versão%20preliminar%20-%20PMGIRS/Versão_final_PMGIRS_dezembro.docx%23_Toc405997566file:///C:/Users/ucs/Dropbox/PGIRS%20-%20Farroupilha/Versão%20preliminar%20-%20PMGIRS/Versão_final_PMGIRS_dezembro.docx%23_Toc405997567file:///C:/Users/ucs/Dropbox/PGIRS%20-%20Farroupilha/Versão%20preliminar%20-%20PMGIRS/Versão_final_PMGIRS_dezembro.docx%23_Toc405997567file:///C:/Users/ucs/Dropbox/PGIRS%20-%20Farroupilha/Versão%20preliminar%20-%20PMGIRS/Versão_final_PMGIRS_dezembro.docx%23_Toc405997575file:///C:/Users/ucs/Dropbox/PGIRS%20-%20Farroupilha/Versão%20preliminar%20-%20PMGIRS/Versão_final_PMGIRS_dezembro.docx%23_Toc405997575file:///C:/Users/ucs/Dropbox/PGIRS%20-%20Farroupilha/Versão%20preliminar%20-%20PMGIRS/Versão_final_PMGIRS_dezembro.docx%23_Toc405997577

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    Tabela 35 - Representatividade dos estabelecimentos veterinários prestadores de diferentes tipos de

    serviços. ................................................................................................................................... 129

    Tabela 36 - Quantidades de embalagens de agroquímicos enviados a ARACAMP pela Prefeitura de

    Farroupilha no ano de 2012. ...................................................................................................... 134

    Tabela 37 - Proporção de REEE utilizada por residência. .............................................................. 136

    Tabela 38 - Vida útil adotada para diferentes EEEs. ..................................................................... 137

    Tabela 39 – Estimativa da geração de REEEs domésticos em Farroupilha. ..................................... 139

    Tabela 40 - Geração de REEEs, por linha. .................................................................................... 140

    Tabela 41 - Geração per capita para diferentes REEEs. ................................................................ 140

    Tabela 42 - Composição dos REEEs. ........................................................................................... 141

    Tabela 43 - Volumes estimados de resíduos de medicamentos para o Brasil. ................................. 143

    Tabela 44 - Culturas Permanentes (ano de referência 2012). ....................................................... 152

    Tabela 45 - Culturas Temporárias (ano de referência 2012). ........................................................ 153

    Tabela 46 - Produção pecuária no município de Farroupilha (ano de referência 2012). ................... 154

    Tabela 47 - Estimativa da quantidade de dejetos gerados pelas principais criações. ....................... 155

    Tabela 48 - Extração vegetal e silvicultura no município de Farroupilha no ano de 2012. ................ 156

    Tabela 49 - Estimativa da geração de resíduos da silvicultura. ...................................................... 156

    Tabela 50 – Síntese da geração de resíduos industriais pelas indústrias licenciadas pela FEPAM no

    município de Farroupilha (2010 - 2014). ..................................................................................... 159

    Tabela 51 - Valores e percentual de cada segmento no ano de 2011. ........................................... 160

    Tabela 52 - Projeção da população do município de Farroupilha. .................................................. 174

    Tabela 53 - Cenário 1 - Destinação de resíduos recicláveis e de biodegradáveis (úmidos) dispostos em

    aterro no município de Farroupilha (conforme metas do Plano Nacional). ...................................... 176

    Tabela 54 - Cenário 2 – destinação de resíduos biodegradáveis e de descartáveis/rejeitos destinados a

    coleta seletiva do município de Farroupilha. ................................................................................ 177

    Tabela 55 - Cenário 3: Resíduos recicláveis destinados a Coleta Seletiva do município de Farroupilha.

    ................................................................................................................................................ 178

    Tabela 56 - Cenário 4: Resíduos biodegradáveis destinados para compostagem ou outro tratamento.

    ................................................................................................................................................ 179

    Tabela 57 - Caracterização das células de disposição final do atual aterro sanitário municipal. ....... 180

    Tabela 58 – Panorama 1: Estimativa do preenchimento das células de disposição final de RSD. ..... 181

    Tabela 59 - Panorama 2: baseado no montante de rejeito da coleta seletiva, efetivamente aterrado.

    ................................................................................................................................................ 183

    Tabela 60 - Receitas e despesas anuais do gerenciamento de resíduos sólidos no município. ......... 185

    Tabela 61 - Receitas e despesas anuais do gerenciamento de resíduos sólidos no município. ......... 185

    Tabela 62 - Valores pagos pela „Taxa de Coleta de Lixo‟, vinculada ao IPTU (2013). ...................... 186

    file:///C:/Users/ucs/Dropbox/PGIRS%20-%20Farroupilha/Versão%20preliminar%20-%20PMGIRS/Versão_final_PMGIRS_dezembro.docx%23_Toc405997586file:///C:/Users/ucs/Dropbox/PGIRS%20-%20Farroupilha/Versão%20preliminar%20-%20PMGIRS/Versão_final_PMGIRS_dezembro.docx%23_Toc405997605file:///C:/Users/ucs/Dropbox/PGIRS%20-%20Farroupilha/Versão%20preliminar%20-%20PMGIRS/Versão_final_PMGIRS_dezembro.docx%23_Toc405997606file:///C:/Users/ucs/Dropbox/PGIRS%20-%20Farroupilha/Versão%20preliminar%20-%20PMGIRS/Versão_final_PMGIRS_dezembro.docx%23_Toc405997606

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    LISTA DE QUADROS

    Quadro 1 – Atrativos turísticos do município de Farroupilha ...........................................................................33

    Quadro 2 – Projetos de educação ambiental aplicados atualmente no município de Farroupilha ........................51

    Quadro 3 – Síntese das leis, resoluções e normas aplicáveis aos resíduos sólidos no âmbito federal .............. 55

    Quadro 4 - Síntese das leis, resoluções e normas específicas às tipologias de resíduos sólidos no âmbito federal...57

    Quadro 5 - Síntese da legislação relacionada aos resíduos sólidos no âmbito estadual ......................................59

    Quadro 6 – Instrumentos resolutivos relacionados aos resíduos sólidos no âmbito estadual ..............................59

    Quadro 7 – Diretrizes e ações estratégicas para a Política Municipal dos Resíduos Sólidos ................................64

    Quadro 8 – Legislação municipal relacionada aos resíduos sólidos ..................................................................66

    Quadro 9 – Módulos temáticos contemplados no curso EaD „Capacitação para o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Farroupilha‟ ...............................................................................................70

    Quadro 10 – Informações coletadas através de questionário em um estabelecimento farmacêutico .................140

    Quadro 11 - Situação atual da gestão dos resíduos sólidos no município de Farroupilha .................................167

    Quadro 12 - Características do cenário pessimista .......................................................................................168

    Quadro 13 - Características do cenário otimista ...........................................................................................168

    Quadro 14 - Características do cenário adequado ........................................................................................168

    Quadro 15 – Cronograma de execução dos programas, projetos e ações do PMGIRS Farroupilha ....................239

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    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1 - Relação entre Plano Municipal de Saneamento Básico e Plano Municipal de Gestão

    Integrada de Resíduos Sólidos. ..................................................................................................... 19

    Figura 2 - Mapa da localização do município em relação ao Corede-Serra. ....................................... 21

    Figura 3 - Mapa da Região Metropolitana da Serra Gaúcha (2013) com destaque para o município de

    Farroupilha. ................................................................................................................................. 22

    Figura 4 - Vias de acesso ao município. ......................................................................................... 22

    Figura 5 - Praça da imigração italiana, em Nova Milano, símbolo do início da colonização italiana no

    Estado. ....................................................................................................................................... 26

    Figura 6 - Estação férrea na área central de Farroupilha, inaugurada em 1910. ............................... 26

    Figura 7 - Distribuição da economia do município de Farroupilha. ................................................... 27

    Figura 8 - Evolução da participação dos setores da economia no PIB Municipal. .............................. 27

    Figura 9 - Regiões morfoclimáticas do Rio Grande do Sul. .............................................................. 32

    Figura 10 - Divisão hidrográfica nacional e estadual. ...................................................................... 34

    Figura 11 - Recursos Hídricos do município de Farroupilha. ............................................................ 36

    Figura 12 - Contexto geológico da área de estudo. ........................................................................ 37

    Figura 13 - Mapa hidrogeológico do município de Farroupilha. ........................................................ 40

    Figura 14 - Mapa de solos do município de Farroupilha. ................................................................. 41

    Figura 15 - Contexto geomorfológico do município de Farroupilha. ................................................. 44

    Figura 16 - Pirâmide por faixa etária e gênero. .............................................................................. 47

    Figura 17 - Projeção populacional do município de Farroupilha. ...................................................... 48

    Figura 18 – Áreas temáticas do saneamento básico, segundo Lei Federal nº 11.445/2007. .............. 52

    Figura 19 - Pré-Audiência Pública referente ao PMGIRS Farroupilha. ............................................... 68

    Figura 20 - Tela da visualização do curso no AVA. ......................................................................... 69

    Figura 21 - Aula presencial do curso „Capacitação para o Plano Municipal de Gestão Integrada de

    Resíduos Sólidos de Farroupilha‟ (08/03/2014). ............................................................................. 70

    Figura 22 - Participantes na Reunião Temática: Resíduos de Serviços de Saúde (RSS). .................... 72

    Figura 23 - Audiência Mirim - Escola de Ensino Fundamental Vivian Maggioni. ................................. 72

    Figura 24 - Participantes da 1ª Audiência Pública sobre o PMGIRS. ................................................. 73

    Figura 25 - Registro fotográfico do I Encontro Municipal de Catadores. ........................................... 74

    Figura 26 - Reunião Temática: farmácias e drogarias. .................................................................... 75

    Figura 27 - 2ª Audiência Pública sobre o PMGIRS Farroupilha. ........................................................ 77

    Figura 28 - Reunião Temática: Educação....................................................................................... 78

    Figura 29 - Registro fotográfico da 3ª Audiência Pública sobre o PMGIRS. ....................................... 79

    Figura 30 - Disposição final dos resíduos sólidos em Farroupilha (década de 90). ............................ 81

    Figura 31 - Disposição final dos resíduos sólidos em Farroupilha (década de 90). ............................ 82

    Figura 32 - Disposição final dos resíduos sólidos em Farroupilha (década de 90). ............................ 82

    Figura 33 – Ocorrência de incêndios no lixão de Farroupilha (década de 90). .................................. 83

    Figura 34 – Início da obra do aterro sanitário. ............................................................................... 83

    Figura 35 – Pavilhão construído para a Central de Triagem (1997). ................................................ 84

    Figura 36 – Central de Triagem (1997). ........................................................................................ 84

    Figura 37 – Esteira da Central de Triagem (1997). ......................................................................... 84

    Figura 38 - Demonstrativo da coleta orgânica no município (2004 – 2012). ..................................... 92

    file:///C:/Users/ucs/Dropbox/PGIRS%20-%20Farroupilha/Versão%20preliminar%20-%20PMGIRS/Versão_final_PMGIRS_dezembro.docx%23_Toc405997722

  • Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Farroupilha - 2014

    Universidade de Caxias do Sul | Instituto de Saneamento Ambiental |

    Figura 39 - Demonstrativo da coleta seletiva no município (2004 – 2012). ...................................... 93

    Figura 40 – Área do aterro sanitário municipal. .............................................................................. 97

    Figura 41 - Aterro sanitário municipal. .......................................................................................... 97

    Figura 42 - Esteira - Central de Triagem. ....................................................................................... 98

    Figura 43 - Central de Triagem. .................................................................................................... 98

    Figura 44 - Fardos compactados para a comercialização. ............................................................... 99

    Figura 45 - Fluxograma de custos do sistema de coleta e destinação final de resíduos orgânicos e

    rejeitos em Farroupilha (2014). .................................................................................................. 101

    Figura 46 - Fluxograma de custos do sistema de coleta e destinação final de resíduos seletivos em

    Farroupilha (2014). .................................................................................................................... 102

    Figura 47 - Metodologia utilizada para composição das amostras de resíduos. ............................... 104

    Figura 48 - Composição das amostras da coleta seletiva. ............................................................. 104

    Figura 49 - Composição das amostras da coleta regular. .............................................................. 105

    Figura 50 - Segregação dos resíduos que compõem as amostras nos diferentes materiais. ............. 106

    Figura 51 - Composição dos resíduos encaminhados à coleta seletiva. .......................................... 106

    Figura 52 - Percentual médio das categorias/materiais dos resíduos destinados à coleta seletiva. ... 107

    Figura 53 - Composição dos resíduos encaminhados à Coleta Regular. .......................................... 108

    Figura 54 - Percentual médio das categorias/materiais dos resíduos destinados à coleta regular. .... 109

    Figura 55 - Potencial de tratabilidade dos resíduos destinados à coleta regular e seletiva, pelos

    sistemas de coleta conteinerizada e porta-a-porta. ...................................................................... 110

    Figura 56 - Percentual do rejeito da Central de Triagem. .............................................................. 112

    Figura 57 - Fluxograma de destinação dos resíduos gerados no município de Farroupilha. ............. 114

    Figura 58 - Fluxograma da composição dos resíduos encaminhados para a coleta regular. ............. 115

    Figura 59 - Fluxograma da destinação dos resíduos encaminhados para a coleta seletiva. .............. 116

    Figura 60 - Fluxograma da composição dos resíduos considerados como rejeitos na central de triagem.

    ................................................................................................................................................ 117

    Figura 61 - Cartaz de divulgação do calendário e roteiro de recolhimento de embalagens vazias de

    agrotóxicos. .............................................................................................................................. 133

    Figura 62 - Cartaz de divulgação para o recolhimento de resíduos eletrônicos. .............................. 142

    Figura 63 - Equipamentos eletroeletrônicos encontrados nas caracterizações de resíduos (2013/2014).

    ................................................................................................................................................ 142

    Figura 64 - Medicamentos encontrados nas caracterizações de resíduos. ...................................... 145

    Figura 65 – Representatividade dos locais de armazenamento temporário de pneus inservíveis nos

    estabelecimentos amostrados em Farroupilha (2014). .................................................................. 147

    Figura 66 – Armazenamento temporário inadequado dos pneus inservíveis. .................................. 148

    Figura 67 – Armazenamento temporário de pneus inservíveis em área externa, com cobertura de lona.

    ................................................................................................................................................ 148

    Figura 68 - Depósito de grande quantidade de pneus no subsolo de um posto de combustíveis. ..... 149

    Figura 69 - Gráfico da distribuição da faixa etária dos catadores entrevistados. ............................. 165

    Figura 70 – Representatividade dos motivos pelos quais os catadores realizam esta atividade. ....... 166

    Figura 71 – Representatividade das principais dificuldades encontradas pelos catadores. ............... 166

    Figura 72 - Gráfico com as áreas prioritárias para a coleta de resíduos. ........................................ 167

    Figura 73 - Gráfico com os valores obtidos com a comercialização mensal dos materiais recicláveis. 168

    Figura 74 - Evolução da geração per capita de resíduos sólidos em Farroupilha (2004-2013). ......... 175

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    LISTA DE ANEXOS

    Anexo I - Instrumentos legais, resolutivos e normativos

    I.A - Lista de instrumentos legais, resolutivos e normativos relacionados à temática de Resíduos

    Sólidos

    I.B – Instrumentos legais relacionados à temática Resíduos Sólidos

    I.C – Instrumentos resolutivos relacionados à temática Resíduos Sólidos

    I.D – Instrumentos normativos relacionados à temática Resíduos Sólidos

    Anexo II - Documentos e informações gerais

    II.A - Contrato da empresa responsável pelo gerenciamento de resíduos sólidos no município de Farroupilha

    II.B - Rotas das coletas regular e seletiva

    II.C - Licenças de Transporte e Licença de Operação do sistema de incineração, e Licença de Operação do Aterro Classe I

    II.D - Lista completa dos estabelecimentos de saúde do município de Farroupilha (2013)

    II.E – Licença de Operação da empresa responsável pelo gerenciamento dos equipamentos

    eletroeletrônicos e certificado de destinação (abril de 2014)

    II.F – Dados das quantidades de resíduos encaminhadas para as coletas regular e seletiva, rejeitos

    da central de triagem e materiais recicláveis comercializados.

    Anexo III – Anotações de Responsabilidade Técnica (ARTs)

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    LISTA DE APÊNDICES

    Apêndice I - Mapa de uso e cobertura do solo

    Apêndice II - Plano Municipal de Mobilização Social – PMGIRS Farroupilha

    Apêndice III - Audiências, reuniões técnicas e temáticas

    III.A – Ata, lista de presença, questionários e registros fotográficos da Pré-Audiência Pública sobre

    o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Farroupilha

    III.B – Pautas, atas, listas de presença e registros fotográficos das reuniões técnicas

    III.C - Lista de presença e registros fotográficos da aula presencial do curso EaD: „Capacitação para o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Farroupilha‟

    III.D - Atas, listas de presença e registros fotográficos das reuniões temáticas

    III.E - Lista de presença e registros fotográficos da Audiência Mirim na Escola Vivian Maggioni

    III.F - Listas de presença, atas, questionários e registros fotográficos da 1ª e 2ª Audiência Pública

    sobre o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Farroupilha

    III.G - Entrevistas e termos de consentimento livre – Reunião Temática: I Encontro Municipal de

    Catadores

    III.H – Documento encaminhado às farmácias e drogarias com os resultados da respectiva reunião temática.

    III.I - Lista de ações para votação nas 1ª e 2ª Audiências Públicas

    III.J – Método de condução, ata, lista de presença, questionários e registros fotográficos da 3ª

    Audiência Pública.

    Apêndice IV - Resultados das caracterizações dos resíduos sólidos domésticos

    IV.A - Resultados das campanhas de caracterização de resíduos sólidos provenientes das coletas

    orgânica e seletiva, e rejeitos da central de triagem realizadas em novembro de 2013, abril e julho de 2014.

    Apêndice V - Formulários e entrevistas

    V.A - Formulários aplicados nos estabelecimentos de assistência à saúde animal

    V.B - Formulário aplicado em farmácias e drogarias

    V.C - Formulários aplicados nos estabelecimentos que comercializam pneus

    V.D - Formulários aplicados nos estabelecimentos geradores de resíduos da construção civil – RCC

    Apêndice VI - Plano Municipal de Gerenciamento Integrado de Resíduos da Construção Civil

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    SUMÁRIO

    Apresentação ........................................................................................................................................ 16 1 Introdução ....................................................................................................................................... 17 2 Caracterização socioeconômica e ambiental do município ............................................................ 20

    2.1 Localização ...................................................................................................................... 20 2.2 Estrutura Político – Administrativa ..................................................................................... 23

    2.2.1 Prefeitura Municipal ..................................................................................................... 23

    2.2.1.1 Outros órgãos e entidades ...................................................................................... 23

    2.3 Aspectos socioeconômicos ................................................................................................ 24

    2.3.1 Histórico do Município ................................................................................................. 24

    2.3.2 Aspectos Econômicos .................................................................................................. 26 2.3.2.1 Setor Primário ........................................................................................................ 28

    2.3.2.2 Pecuária ................................................................................................................ 29

    2.3.2.3 Setor secundário .................................................................................................... 30 2.3.2.4 Setor Terciário ....................................................................................................... 30

    2.3.2.5 Turismo ................................................................................................................. 31

    2.4 Aspectos ambientais ........................................................................................................ 31

    2.4.1 Climatologia ................................................................................................................ 31

    2.4.2 Hidrologia ................................................................................................................... 34

    2.4.3 Contexto geológico...................................................................................................... 36 2.4.4 Contexto hidrogeológico .............................................................................................. 38

    2.4.5 Pedologia ................................................................................................................... 40

    2.4.6 Geomorfologia ............................................................................................................ 42 2.4.7 Uso e cobertura do solo ............................................................................................... 44

    2.5 Informações Populacionais ............................................................................................... 45

    2.6 Educação ........................................................................................................................ 48 3 Instrumentos legais, resolutivos e normativos .............................................................................. 51

    3.1 Âmbito Federal ................................................................................................................ 51 3.2 Âmbito Estadual ............................................................................................................... 58

    3.3 Âmbito Municipal ............................................................................................................. 60 4 Mobilização Social ............................................................................................................................ 67

    4.1 Ações de mobilização e participação social em Farroupilha ................................................. 67 5 Diagnóstico - Resíduos Sólidos ....................................................................................................... 81

    5.1 Histórico dos resíduos sólidos em Farroupilha .................................................................... 81

    5.1.1 Áreas inadequadas de disposição final de resíduos sólidos ............................................. 85

    5.2 Situação atual da gestão de resíduos sólidos ..................................................................... 85

    5.2.1 Geração ...................................................................................................................... 86

    5.2.2 Coleta e Transporte ..................................................................................................... 89

    5.2.2.1 Coleta Regular ....................................................................................................... 90

    5.2.2.2 Coleta Seletiva ....................................................................................................... 93

    5.2.3 Destinação final .......................................................................................................... 94

    5.2.4 Custos associados ....................................................................................................... 99

    5.3 Caracterização de Resíduos Sólidos Domésticos ............................................................... 102 5.3.1 Coleta Seletiva .......................................................................................................... 106

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    5.3.2 Coleta Regular .......................................................................................................... 107

    5.3.3 Avaliação da eficiência do método de coleta ............................................................... 109 5.3.4 Análise do material polimérico.................................................................................... 110

    5.3.5 Análise do rejeito - Central de Triagem ....................................................................... 112

    5.4 Geração de resíduos sólidos domiciliares ......................................................................... 114 5.4.1 Quantidades geradas e estimativas das categorias destinados a cada uma das coletas e do

    rejeito da central de triagem ............................................................................................... 114

    5.4.2 Estimativa econômica: materiais recicláveis ................................................................ 118 5.5 Resíduos de capinas e roçadas ....................................................................................... 123

    5.6 Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) ............................................................................. 125

    5.6.1 Estabelecimentos Públicos de Saúde Humana ............................................................. 125

    5.6.2 Estabelecimentos Privados de Saúde Humana ............................................................. 127 5.7 Resíduos de assistência à saúde animal ........................................................................... 128

    5.7.1 Estabelecimentos veterinários geradores de resíduos .................................................. 129

    5.7.1.1 Coleta de resíduos de assistência à saúde animal ................................................... 130

    5.7.1.2 Tratamento e destinação de resíduos de assistência à saúde animal ........................ 130

    5.7.1.3 Capacitações ........................................................................................................ 130

    5.7.1.4 Informações obtidas com a observação direta nos estabelecimentos veterinários ..... 130 5.8 Resíduos farmacêuticos .................................................................................................. 131

    5.9 Resíduos da Construção Civil (RCC)................................................................................. 131

    5.10 Resíduos Reversos ......................................................................................................... 132

    5.10.1 Embalagens de Agroquímicos .................................................................................. 132

    5.10.2 Resíduos de Equipamentos Eletroeletrônicos (REEEs) ................................................ 134

    5.10.3 Resíduos de medicamentos ..................................................................................... 143

    5.10.4 Pneus .................................................................................................................... 145

    5.10.4.1 Estimativa da geração de resíduos pneumáticos ............................................. 147

    5.10.4.2 Armazenamento de pneus inservíveis ............................................................ 147 5.10.5 Lâmpadas .............................................................................................................. 150

    5.10.6 Pilhas e baterias ..................................................................................................... 151

    5.10.7 Embalagens de óleos lubrificantes ........................................................................... 151 5.11 Resíduos Rurais ............................................................................................................. 152

    5.11.1 Resíduos orgânicos da produção agrícola ................................................................. 152

    5.11.2 Resíduos orgânicos da produção pecuária ................................................................ 153 5.11.3 Resíduos orgânicos: silvicultura e geração de resíduos .............................................. 156

    5.11.4 Resíduos inorgânicos: embalagens e resíduos de agrotóxicos .................................... 157

    5.11.5 Resíduos inorgânicos: embalagens de medicamentos veterinários .............................. 157

    5.12 Resíduos dos Serviços Públicos de Saneamento Básico ..................................................... 157

    5.13 Resíduos Industriais ....................................................................................................... 158

    5.14 Resíduos dos Serviços de Transporte .............................................................................. 161 5.14.1 Resíduos do terminal rodoviário ............................................................................... 161

    5.14.2 Resíduos de transportadoras de cargas e resíduos .................................................... 161

    5.15 Geradores de resíduos Classe IIA isentos de licenciamento ambiental ............................... 162 5.15.1 Resíduos de óleo de cozinha .................................................................................... 162

    5.15.2 Resíduos volumosos ................................................................................................ 163

    5.15.3 Roupas e calçados pós-consumo .............................................................................. 163

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    6 Diagnóstico – Catadores de materiais recicláveis e reutilizáveis ................................................. 164 6.1 Catadores de materiais recicláveis e reutilizáveis em Farroupilha ...................................... 165

    7 Prognóstico .................................................................................................................................... 169 7.1 Projeção da população ................................................................................................... 173

    7.2 Prognósticos Resíduos Sólidos Domésticos (RSD) ............................................................. 174 7.3 Estimativa da vida útil do atual aterro sanitário municipal ................................................. 179

    7.4 Avaliação da sustentabilidade econômica da taxa de cobrança pelos serviços públicos de

    gerenciamento de resíduos sólidos .......................................................................................... 185 8 Programas, projetos e ações ......................................................................................................... 188

    8.1 Síntese dos Programas, Projetos e Ações ........................................................................ 188

    8.2 Fichas dos Programas, Projetos e Ações .......................................................................... 190

    8.3 Cronograma de execução dos programas, projetos e ações .............................................. 245 252 Referências ......................................................................................................................................... 253

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    Apresentação

    O presente documento apresenta o produto resultante do Contrato Administrativo de Prestação

    de Serviços nº 72/2013, assinado pela Prefeitura Municipal de Farroupilha e Universidade de

    Caxias do Sul (UCS) – por meio do Instituto de Saneamento Ambiental (Isam), com vistas à

    elaboração do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS Farroupilha).

    O Convênio teve por objetivo elaborar um instrumento de planejamento voltado à gestão

    integrada dos resíduos sólidos gerados nos limites administrativos do município de Farroupilha.

    O Plano foi desenvolvido em conformidade com os pressupostos estabelecidos pela Lei do

    Saneamento (Lei Federal nº 11.445/2007 e Decreto Federal nº 7.217/2010) e pela Política

    Nacional de Resíduos Sólidos (Lei Federal nº 12.305/2010 e Decreto Federal nº 7.404/2010).

    Além de atender aos pressupostos da PNRS, o Plano de Gestão Integrada de Resíduos

    Sólidos (PGIRS) constitui-se em ferramenta de gestão para o município de Farroupilha,

    subsidiando a implementação, de forma democrática e participativa, de projetos e ações

    voltadas à melhoria do desempenho ambiental municipal.

    O PGIRS integra, ainda, a Política Municipal de Saneamento Básico, que em seu

    conjunto objetiva a melhoria da qualidade de vida da população.

    Este documento constitui a versão final do PMGIRS Farroupilha, com as contribuições

    obtidas no processo socioparticipativo, que ocorreram por meio de reuniões temáticas,

    audiências públicas e consulta pública, direcionadas tanto a setores especializados, quanto ao

    setor público e à sociedade em geral. O Plano está estruturado com a apresentação inicial das

    informações gerais do município e o diagnóstico da geração e manejo dos resíduos sólidos em

    Farroupilha, tendo em vista que o autoconhecimento municipal e sua interpretação subsidiam o

    processo de planejamento. Na sequência, descreve-se o prognóstico, que consiste na

    construção de cenários a partir de objetivos e metas, para a condução ao futuro desejado.

    Posteriormente são apresentados os programas, projetos e ações a serem implementados no

    município.

  • 17

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    1 Introdução

    O cenário atual da infraestrutura e dos serviços urbanos, no que tange o saneamento básico

    (abastecimento de água potável; coleta e tratamento de esgoto sanitário; drenagem urbana e o

    sistema de gestão e manejo dos resíduos sólidos), não acompanharam o crescimento dos

    municípios brasileiros.

    No Brasil, da mesma forma que em outros locais do mundo, as ações de saneamento

    básico emergiram conjuntamente com as ações de abastecimento público e de epidemiologia.

    Esta fase resultou, em termos práticos, na elaboração do Plano Nacional de Saneamento

    (Planasa), o qual teve por objetivo incentivar os estados a estruturarem suas próprias

    companhias de saneamento, por meio de aporte de investimentos. De forma prática, o Planasa

    resultou em significativa melhoria do fornecimento de água, devido à expansão das redes de

    abastecimento, em detrimento dos sistemas de esgotamento sanitário (FILHO, 2014; SILVA,

    2009). Vinte e quatro anos após sua instituição, e sem que suas metas fossem integralmente

    atingidas, os órgãos fomentadores do Planasa se dispersaram. Embora existissem iniciativas

    isoladas na área do saneamento básico, o país passou quinze anos sem um direcionamento

    concreto para o tema. Este cenário mudou com a promulgação da Lei Federal nº 11.445/2007,

    conhecida como Lei do Saneamento Básico, a qual estabelece diretrizes nacionais para o

    saneamento básico (BRASIL, 2007). Em 2010 ocorreu a promulgação da Lei

    Federal

    nº 12.305/2010, a qual institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). A combinação

    destes instrumentos legais, associados à Lei Federal nº 10.257/2001 – denominada Estatuto

    das Cidades – iniciou uma nova e desafiadora fase do saneamento no Brasil, na qual os

    municípios, como unidades administrativas, são os protagonistas e assumem a condição de

    titularidade dos serviços de saneamento básico.

    A PNRS apresenta a definição de Resíduo Sólido, que constitui em qualquer material,

    substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja

    destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados

    sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades

    tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d‟água, ou exijam

    para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis, em face da melhor tecnologia

    disponível. Destaca-se que este conceito difere da definição de rejeitos, os quais são definidos

    como resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as possibilidades de tratamento e

    recuperação por processos tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis, não apresentem

    outra possibilidade, que não a disposição final ambientalmente adequada.

  • 18

    Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Farroupilha - 2014

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    A política citada também define os conceitos de: responsabilidade compartilhada, ciclo

    de vida dos produtos, acordo setorial e logística reversa, aspectos que a partir da

    regulamentação da lei devem ser considerados e atendidos na gestão de resíduos sólidos. A

    responsabilidade compartilhada é definida como o conjunto de atribuições individualizadas e

    encadeadas dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, dos consumidores e

    dos titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, para

    minimizar o volume de resíduos sólidos e rejeitos gerados, bem como os impactos causados à

    saúde humana e à qualidade ambiental decorrentes do ciclo de vida dos produtos.

    A Lei do Saneamento Básico, por sua vez, define em quatro ações para gestão dos

    serviços de saneamento básico, cuja execução é obrigatória por parte do titular: planejamento,

    prestação do serviço, regulação e fiscalização. Dentre estas, somente a etapa de planejamento

    não pode ser delegada a outro ente.

    Visando subsidiar ações de planejamento nos municípios – indelegáveis a outros entes

    – as Leis Federais nº 11.445/2007 e 12.305/2010 estabeleceram a obrigatoriedade da

    elaboração de duas ferramentas: o Plano de Saneamento Básico e o Plano de Gestão Integrada

    de Resíduos Sólidos, respectivamente. Na Figura 1 é possível verificar que o Plano de

    Saneamento Básico aborda, por meio de seu Plano Setorial 4, a gestão dos Resíduos Sólidos

    Urbanos (RSU), contudo, esta mesma temática também é englobada pelo Plano de Gestão

    Integrada de Resíduos Sólidos, o qual contempla ainda, outros aspectos relativos a resíduos.

    Dessa forma, é possível substituir o Plano Setorial de Manejo de Resíduo Sólido Urbano, do

    Plano de Saneamento Básico, pelo Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos – mais amplo

    e completo – cumprindo as diretrizes estabelecidas pela legislação.

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    Figura 1 - Relação entre Plano Municipal de Saneamento Básico e Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos.

    Fonte: Autores (2014).

    Neste contexto, o PMGIRS Farroupilha tem por objetivo apresentar o atual cenário

    relacionado à gestão dos resíduos sólidos no município de Farroupilha, cujas tipologias a serem

    abordadas constituem: resíduos sólidos urbanos (domiciliares e de limpeza pública); resíduos

    comerciais; industriais; de serviços de saneamento; agrossilvopastoris; da construção civil; de

    serviços de saúde; de serviços de transporte e do setor de mineração. Ainda, tem por finalidade

    estruturar planos, programas, projetos e ações – por meio de processos de mobilização e

    participação social – os quais deverão ser executados tanto pelo poder público municipal

    quanto pela sociedade com vistas ao cumprimento de requisitos legais e ao desenvolvimento do

    município de Farroupilha.

    O processo de elaboração do PMGIRS Farroupilha teve início no mês de outubro do ano

    de 2013, de forma concomitante à Revisão do Plano Municipal de Saneamento de Farroupilha, e

    é fundamentado na metodologia participativa, onde são priorizadas atividades que oportunizam

    a participação social. Destaca-se que o horizonte de tempo de atuação dos Planos Municipais é

    de vinte anos, sendo que a atualização ou revisão deverá ser realizada a cada quatro anos.

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    2 Caracterização socioeconômica e ambiental do município

    Neste item são explanadas informações referentes a caracterização municipal, direcionada aos

    aspectos gerais de Farroupilha, os quais contemplam dados de localização, unidades de

    planejamento, estrutura administrativa, dados socioeconômicos, características ambientais,

    informações populacionais, entre outras.

    2.1 Localização

    O município de Farroupilha está localizado na Serra Gaúcha, mesorregião nordeste do

    Estado do Rio Grande do Sul, limitado, ao sul pelos municípios de Alto Feliz, Carlos Barbosa e

    Vale Real, ao norte pelos municípios de Flores da Cunha e Nova Roma do Sul, ao Leste pelo

    município de Caxias do Sul e a oeste pelos municípios de Bento Gonçalves, Garibaldi, Carlos

    Barbosa e Pinto Bandeira. A Tabela 1 apresenta a distância aproximada de Farroupilha à Capital

    Porto Alegre, e a outros municípios do Estado do Rio Grande do Sul.

    Tabela 1 - Distância aproximada de Farroupilha a outros municípios do Estado.

    MUNICÍPIO DISTÂNCIA DE FARROUPILHA (km)

    Porto Alegre 110 Caxias do Sul 18

    Bento Gonçalves 24 Gramado 80

    Fonte: Prefeitura Municipal de Farroupilha (2013a).

    Farroupilha está a uma altitude média de 770 metros, entre as coordenadas Latitude

    29°13‟29” S e Longitude 51°21‟4” W. Sua área territorial encontra-se inserida em duas bacias

    hidrográficas, as bacias do Rio Caí e Taquari-Antas.

    Com relação às divisões administrativas que abrangem o município de Farroupilha,

    destaca-se o Conselho Regional de Desenvolvimento Econômico e Social da Serra (Corede-

    Serra), que visa o desenvolvimento local, através da definição de metas e prioridades para a

    região de 33 municípios, considerando seus aspectos socioeconômicos. Farroupilha também

    pertence à Associação dos Municípios da Encosta Superior do Nordeste (Amesne), que visa a

    solução dos problemas comuns aos municípios dessa região, tendo por fim associar, integrar e

    representar judicial e extrajudicialmente esses municípios, bem como atuar nas ações de

    interesse geral e por objetivo a valorização do municipalismo.

  • 21

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    A localização de Farroupilha no Estado do Rio Grande do Sul e em relação ao Corede ao

    qual pertence, está apresentada na Figura 2.

    Figura 2 - Mapa da localização do município em relação ao Corede-Serra.

    Fonte: Autores (2014).

    De acordo com o Atlas Socioeconômico do Rio Grande do Sul (2013), Farroupilha

    pertence à Região Metropolitana da Serra Gaúcha, reconhecida anteriormente como

    Aglomeração Urbana do Nordeste. Essa região é constituída, atualmente, por 13 municípios

    (Figura 3), os quais, juntamente com os municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre,

    forma um eixo de eixo de ocupação de direção norte-sul com características econômicas

    dinâmicas (RIO GRANDE DO SUL, 2013).

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    Figura 3 - Mapa da Região Metropolitana da Serra Gaúcha (2013) com destaque para o município de Farroupilha.

    Fonte: Rio Grande do Sul (2013).

    A Rodovia Estadual RS-122 (São Vendelino – Alto Feliz – Porto Alegre), RS-453 (Bento

    Gonçalves – Caxias do Sul) e a Rodovia VRS-813 (Carlos Barbosa) são as principais vias de

    acesso ao município. A Figura 4 apresenta a localização das vias de acesso à Farroupilha.

    Figura 4 - Vias de acesso ao município.

    Fonte: Autores (2014).

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    O município de Farroupilha possui uma extensão territorial de 359,3 km², sendo que

    sua área rural corresponde a aproximadamente 89% deste total; o restante (40,32 km²) é

    delimitado como perímetro urbano. De acordo com dados da Fundação de Economia e

    Estatística (FEE, 2010), referentes ao ano de 2010, a taxa de urbanização de Farroupilha é de

    86,5%.

    Segundo informações da Prefeitura Municipal de Farroupilha, a área territorial está

    dividida em quatro distritos: 1° distrito – Sede Farroupilha; 2º distrito – Jansen; 3° distrito –

    Nova Sardenha; e 4° distrito – Nova Milano.

    2.2 Estrutura Político – Administrativa

    2.2.1 Prefeitura Municipal

    O prefeito em exercício em Farroupilha, Claiton Gonçalves, assumiu a administração em

    1º de janeiro de 2013, juntamente com o Vice Prefeito Pedro Evori Pedrozo. Em seu quadro

    funcional, a prefeitura possui, atualmente, 1.072 servidores ativos. A estrutura administrativa

    municipal constitui-se de 11 secretarias, a saber: Secretaria da Agricultura; Secretaria de

    Assistência Social e Cidadania; Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo; Secretaria

    da Educação; Secretaria de Finanças; Secretaria de Gestão e Governo; Secretaria da Habitação;

    Secretaria de Meio Ambiente; Secretaria de Obras e Trânsito; Secretaria de Planejamento; e

    Secretaria da Saúde.

    O segmento da administração municipal responsável pela gestão ambiental municipal é

    a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, tendo como atual responsável, o secretário Márcio

    Güilden.

    2.2.1.1 Outros órgãos e entidades

    Farroupilha possui ainda, o Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comam), o qual

    constitui um órgão deliberativo, de caráter permanente, que atua no âmbito municipal. O

    Comam foi instituído através da Lei Municipal nº 2.272, de 11 de junho de 1996.

    Com relação às entidades não governamentais ambientalistas ou relacionadas a ações

    ambientais, contabilizam-se três atuantes em Farroupilha, a Associação Farroupilhense de

    Proteção ao Ambiente Natural – Afapan, a Associação Regional de Cuidados e Conscientização

    com os Animais – ARCCA, e a ONG dos Peludos.

  • 24

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    2.3 Aspectos socioeconômicos

    2.3.1 Histórico do Município

    De acordo com dados do IBGE (2013a), o território de Farroupilha começou a ser

    povoado no ano de 1875, quando as primeiras famílias de colonos italianos, oriundas de Olmate

    (vila da cidade de Monza, Itália) se estabeleceram, a cerca de 8 km ao o sul do município, na

    localidade que posteriormente passaria a ser chamada de Nova Milano (atual distrito de

    Farroupilha).

    Em 1876, visando dar prosseguimento ao processo de colonização, as autoridades

    construíram um abrigo para novos imigrantes, o qual foi edificado na mesma localidade onde as

    primeiras famílias italianas se estabeleceram. Este abrigo foi, inicialmente, chamado de

    Barracão, contudo, mais tarde passou a ser conhecido como Nova Milano. Nesse mesmo ano,

    um novo grupo de colonos, procedente de Vicenza (Itália), se instalou a 12 km ao norte do

    Barracão, em local que recebeu o nome de Nova Vicenza. Este núcleo prosperou com rapidez,

    favorecido pela circunstância de situar-se no entroncamento das estradas que conduziam às

    colônias de Caxias, Conde D'Eu (atual município de Garibaldi) e Santa Izabel (atual município de

    Bento Gonçalves).

    A estrutura do município de Farroupilha começou a tomar forma quase que

    imediatamente à instalação das primeiras famílias de imigrantes em Nova Milano. Segundo

    dados históricos, entre 1885 e 1886, Feijó Junior, dono de terras na Colônia Sertorina, que

    ficava em parte dentro do atual território farroupilhense, entre Linha Palmeiro (Bento

    Gonçalves) e a 1ª e 2ª Léguas (Caxias), instalou uma comunidade habitada por imigrantes

    italianos, trentinos e trevisanos. Esta acabou por tornar-se distrito do município de Caxias,

    através do Ato municipal n° 38, de 25 de setembro de 1902, com o nome de Nova Milano. Em

    21 de dezembro de 1917, por meio do Ato municipal nº 84, a sede deste distrito foi transferida

    para a povoação de Nova Vicenza, passando a denominar-se Nova Vicenza.

    Em 1º de junho de 1910 foi inaugurada a ferrovia Montenegro-Caxias do Sul. A linha

    férrea passou entre as duas localidades, sendo que a estação de trem e o armazém da ferrovia

    foram construídos onde atualmente é a área central do município de Farroupilha.

    O surgimento de casas comerciais às margens da ferrovia determinou a mudança do

    núcleo central de Nova Vicenza mais para o sul, ocasionando a transferência no ano seguinte,

    com a construção da rodovia estadual Júlio de Castilhos, que iniciava em São Sebastião do Caí,

    passava por Nova Milano, estação Nova Vicenza, e seguia até Antônio Prado. Esta ação

    expandiu o novo núcleo urbano e esvaziou, sob o aspecto populacional e econômico, tanto

    Nova Milano quando a primeira comunidade denominada Nova Vicenza. Atravessando o

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    povoado ainda em formação e atraindo intenso movimento de tráfego, a estrada transformou

    Nova Vicenza no centro comercial da região, por onde ocorria o escoamento da produção.

    Em 1927, Nova Vicenza passou a ser sede do 2° distrito de Caxias do Sul. Em 11 de

    dezembro de 1934, o Interventor Federal José Antônio Flores da Cunha elevava o 2º e o 6°

    distritos de Caxias (Nova Vicenza e Nova Milano), o 3° distrito de Bento Gonçalves (Jansen), e o

    9° distrito de Montenegro (Nova Sardenha) à categoria de município, com a denominação de

    Farroupilha.

    O Decreto estadual n° 5.779, de 11 de dezembro de 1934, criou, portanto, o município

    de Farroupilha, com território desmembrado dos municípios de Caxias, Bento Gonçalves e

    Montenegro. Com o Decreto estadual n° 199, de 31 de março de 1938, o município era

    composto por quatro distritos: Farroupilha (sede), Flores da Cunha (mais tarde Jansen), Nova

    Sardenha e Nova Milano (posteriormente Nova Milão). O Decreto Estadual n° 7.842, de 30 de

    junho de 1939, alterou os topônimos Nova Sardenha, que passou a Cajuru, e Nova Milão, que

    passou a Emboaba.

    Por força de Lei municipal n° 36, de 4 de julho de 1949, Emboaba retornou ao antigo

    nome de Nova Milano, e, pela Lei municipal n° 578, de 10 de agosto de 1962, o distrito de

    Caruara voltou à denominação de Nova Sardenha (IBGE, 2013a).

    As atividades econômicas de Farroupilha, no setor agrícola, iniciaram principalmente na

    fruticultura, com a produção de uvas. Após alguns anos, sua produção foi diversificada com

    pêssegos, kiwis, maçãs, ameixas, caquis e morangos. Nos anos 2000, o cultivo de kiwi projetou

    o município como o maior produtor do estado do Rio Grande do Sul desta fruta.

    Com relação às atividades industriais, Farroupilha é conhecida como a Capital Nacional

    da Malha, e possui destaque nas indústrias calçadista, moveleira, metalúrgica, de sucos e

    vinícolas.

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    Figura 5 - Praça da imigração italiana, em Nova Milano, símbolo do início da colonização italiana no Estado.

    Fonte: Serragaúcha (2014).

    Figura 6 - Estação férrea na área central de Farroupilha, inaugurada em 1910.

    Fonte: Créditos Roberta Soriano (2012).

    2.3.2 Aspectos Econômicos

    Segundo a Fundação de Economia e Estatística (FEE, 2012), Farroupilha apresentou, no

    ano de 2010, um Produto Interno Bruto (PIB) per capita de R$ 26.201,00, o qual é superior ao

    PIB per capita do Rio Grande do Sul no mesmo ano (R$ 23.606,00), e superior ao PIB per

    capita brasileiro, no mesmo período, que foi de R$ 19.766,00 (RIO GRANDE DO SUL, 2013).

    A Figura 7 apresenta a distribuição econômica do município de Farroupilha, em função

    das atividades desenvolvidas. Segundo esta distribuição, baseada nos dados de IBGE (2010a),

    aproximadamente 57% da economia corresponde ao setor de serviços (terciário), sendo este o

  • 27

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    segmento de maior representatividade, enquanto que o setor industrial (secundário) apresenta

    36% e o setor agropecuário (primário), corresponde a 7%.

    Figura 7 - Distribuição da economia do município de Farroupilha.

    Fonte: Autores, com base em dados do IBGE (2010a).

    Figura 8 - Evolução da participação dos setores da economia no PIB Municipal.

    Fonte: Adaptado de Deepask (2011).

    Considerando a evolução na participação dos setores da economia no PIB do município,

    no período entre os anos de 2000 e 2010, de acordo com os dados da Figura 8, constata-se

    que todos os setores permanecem nas mesmas posições, configurando uma tendência no

    município. O setor de serviços mantém-se como o maior contribuinte do PIB municipal desde o

    ano 2000, representando entre 40 e 50% do valor do PIB, enquanto que o setor industrial,

    R$ 106.785

    R$ 515.976

    R$ 825.488

    0

    200.000

    400.000

    600.000

    800.000

    1.000.000

    Farroupilha

    Produto Interno Bruto - PIB Farroupilha (Valor adicionado)

    Agropecuária

    Indústria

    Serviços

    R$

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    sendo o segundo maior contribuinte, apresentou entre 25 e 35% da contribuição. Em menor

    proporção observou-se a agropecuária, com contribuição entre 0 e 10%.

    Cabe destacar que, ainda que sejam observadas as informações de uso e cobertura do

    solo, que apresentam a ocorrência de áreas agropastoris em 46% do territorial municipal, deve-

    se ponderar que as atividades industriais e de serviços, devido a maior arrecadação,

    caracterizam-se como mais significativas no valor do PIB Municipal.

    2.3.2.1 Setor Primário

    A atividade agropecuária refere-se ao setor de menor representatividade frente ao PIB

    do município, uma vez que corresponde a 7% da distribuição econômica. Deste percentual, a

    principal atividade é o cultivo de uva. Atualmente, Farroupilha é o maior produtor de uvas

    moscatel dentre os municípios brasileiros (IBRAVIN, 2014). A produção de uvas moscatel

    atende, principalmente, à demanda de fabricação de vinhos e espumantes.

    No setor primário, é possível diferenciar o cultivo em culturas temporárias e

    permanentes, havendo a ocorrência dos dois tipos no município de Farroupilha.

    Entende-se por cultura (lavoura) temporária as áreas plantadas ou em preparo para o

    plantio de culturas de curta duração e que necessitam, geralmente, de novo plantio após cada

    colheita. Na Tabela 2 são apresentadas informações relacionadas às culturas temporárias

    ocorrentes no município de Farroupilha, de acordo com dados da de Economia e Estatística

    (FEE, 2012).

    Tabela 2 - Culturas temporárias no município de Farroupilha no ano de 2012.

    CULTURA QUANTIDADE

    PRODUZIDA (t)

    VALOR DA

    PRODUÇÃO (R$)

    ÁREA

    PLANTADA

    (ha)

    ÁREA

    COLHIDA

    (ha)

    RENDIMENTO

    MÉDIO (kg/ha)

    Alho 900 3.600.000 90 90 10.000 Amendoim 7 21.000 6 6 1.167 Batata doce 75 38.000 5 5 15.000 Batata inglesa 216 86.000 15 15 14.400 Cebola 1.800 900.000 90 90 20.000 Feijão 45 54.000 40 40 1.125 Mandioca 120 60.000 8 8* 15.000 Melão 65 65.000 5 5 13.000

    Milho 3.840 1.766.000 1.000 1.000 3.840 Tomate 2.800 3.360.000 40 40 70.000

    * Área destinada à colheita. Fonte: FEE (2012).

    A partir dos dados apresentados na Tabela 2 é possível identificar que as duas

    principais culturas temporárias no município de Farroupilha, considerando-se o tamanho da

    produção, são milho e tomate. No entanto, as culturas de alho e amendoim apresentam maior

    lucratividade, em função do volume de produção, R$ 4.000,00 e R$ 3.000,00 por tonelada

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    produzida, respectivamente. As culturas que apresentam maior rentabilidade, considerando o

    peso e a área colhida são o tomate e a cebola. As maiores rentabilidades, em função do valor

    da produção e da área colhida são o tomate e o alho.

    Entende-se por cultura (lavoura) permanente, as áreas plantadas ou em preparo para o

    plantio de culturas de longa duração, as quais após a colheita não necessitam de novo plantio,

    produzindo por vários anos sucessivos. Na Tabela 3 são apresentadas informações relacionadas

    às culturas permanentes ocorrentes no município de Farroupilha (FEE, 2012).

    Tabela 3 - Culturas permanentes no Município de Farroupilha no ano de 2012.

    CULTURA QUANTIDADE

    PRODUZIDA (t)

    VALOR DA

    PRODUÇÃO (R$)

    ÁREA

    PLANTADA

    (ha)

    ÁREA

    COLHIDA (ha)

    RENDIMENTO

    MÉDIO (kg/ha)

    Caqui 3.300 1.980.000,00 220 220 15.000,00

    Figo 120 120.000,00 10 10 12.000,00

    Goiaba 100 10.000,00 4 4 25.000,00

    Laranja 990 851.000,00 55 55 18.000,00

    Limão 36 40.000,00 3 3 12.000,00

    Pera 360 389.000,00 20 20 18.000,00

    Pêssego 7.857 6.363.000,00 610 610 12.880,00

    Tangerina 306 256.000,00 17 17 18.000,00

    Uva 67.500 4.055.400,00 3.950 3.950 17.089,00

    Fonte: Autores, com base nos dados de FEE (2012).

    A partir dos dados apresentados na Tabela 3 é possível identificar que as duas

    principais culturas permanentes no município de Farroupilha, considerando-se o tamanho da

    produção, são uva e pêssego. Contudo, é a cultura do limão e da pera que apresentam maior

    lucratividade em função do volume de produção – respectivamente R$ 1.111,10 e R$ 1.080,60

    por tonelada produzida. As culturas que apresentam maior rentabilidade em função do peso e

    da área colhida são a goiaba, a laranja, a pera e a tangerina (este três últimos empatados).

    Entretanto, as maiores rentabilidades em função do valor da produção e da área colhida são a

    pera e a laranja. As maiores áreas destinadas a plantio são para as culturas de uva e pêssego.

    2.3.2.2 Pecuária

    O rebanho que apresenta maior representatividade em Farroupilha é o de aves (galos,

    frangas, frangos, pintos, galinhas e codornas), seguido pelo rebanho de suínos e bovinos. As

    criações de caprinos e coelhos ocorrem com menor expressão, porém, também são

    encontradas no município. Quanto à produção de origem animal no ano de 2012, destacam-se

    os ovos de galinha, com um valor de produção de R$ 24.975 (IBGE, 2012a). A Tabela 4

    apresenta os tipos de criação predominantes no município, quantidade de animais.

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    Tabela 4 - Tipos de criação e quantidade de animais no ano de 2012.

    ATIVIDADE QUANTIDADE (CABEÇAS)

    Asininos 5

    Bovinos 9.000

    Bubalinos 24

    Caprinos 565

    Codornas 88.000

    Coelhos 600

    Equinos 123

    Galinhas 1.300.000

    Galos, frangas, frangos e pintos 2.508.000

    Ovinos 1.539

    Suínos 9.800

    Fonte: IBGE (2012a).

    2.3.2.3 Setor secundário

    O setor secundário, que consiste nas atividades de produção industrial apresenta a

    segunda maior contribuição de renda para o PIB Municipal, com representatividade de 36%.

    Farroupilha possui destaque nos processos industriais relacionados à confecção de malhas,

    calçados e vinhos. Empresas metalúrgicas e indústrias moveleiras também são encontradas em

    quantidades significativas no município. No Tabela 5 são apresentadas as principais atividades

    industriais ocorrentes no município, de acordo com a representatividade de contribuição ao

    setor industrial do município.

    Tabela 5 - Representatividade das atividades industriais no município de Farroupilha.

    ATIVIDADE INDUSTRIAL

    REPRESENTATIVIDADE NO SETOR INDUSTRIAL (%)

    Metalúrgico 26,99 Plástico 15,62 Malheiro 10,81 Papelão 9,21 Vinho 4,81

    Moveleiro 4,6 Calçados 3,82 Outros* 24,14

    * Contabiliza empreendimentos industriais que não possuem representatividade individualmente. Fonte: Dados da Prefeitura Municipal de Farroupilha (2014a).

    2.3.2.4 Setor Terciário

    O segmento comercial e de serviços, que compõem o setor terciário, representam 57%

    do PIB Municipal de Farroupilha, apresenta a segunda maior contribuição de renda para o PIB

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    Municipal, com representatividade de 36%. O setor comercial possui 4.550 estabelecimentos

    cadastrados na Prefeitura, enquanto que o setor de serviços possui 3.938 prestadores de

    serviços.

    2.3.2.5 Turismo

    Tendo em vista que o município de Farroupilha possui eventos turísticos que atraem

    grande quantidade de pessoas de outros municípios e estados em determinados períodos do

    ano, deve-se considerar que nestes períodos a geração de resíduos sólidos tende a aumentar.

    No Quadro 1 são apresentados os principais eventos que ocorrem no município.

    Quadro 1 – Atrativos turísticos do município de Farroupilha.

    ATRATIVO TURÍSTICO PERÍODO DE REALIZAÇÃO

    Fenakiwi – Feira Nacional do Kiwi e Feira da Indústria de Farroupilha Julho e Agosto (anos pares)

    Romaria a Nossa Senhora de Caravaggio Maio

    Festival do Moscatel Setembro

    Kartódromo Internacional de Farroupilha *

    Semana Farroupilha Setembro

    Encontro das Tradições Italianas (Entrai) (anos ímpares)

    * Não possuem agenda definida. Fonte: Adaptado de Prefeitura Municipal de Farroupilha (2014b).

    2.4 Aspectos ambientais

    Esta etapa do diagnóstico tem por objetivo destacar os principais elementos ambientais

    relacionados à hidrologia, climatologia, geologia e geomorfologia, pedologia, uso e ocupação do

    solo, dentre outros elementos secundários. Estes destaques subsidiarão o diagnóstico com

    elementos e diretrizes para o planejamento futuro, permitindo que as macro soluções a serem

    indicadas sejam compatíveis com a realidade ambiental do município.

    2.4.1 Climatologia

    O clima do Rio Grande Sul é classificado de maneira geral, segundo o método de

    Köeppen, como Cf, clima temperado com chuvas em todos os meses (MORENO, 1961).

    Avaliando-se a classificação climática do estado identifica-se que o município de Farroupilha

    encontra-se em duas regiões morfoclimáticas. A maior porção do município está inserido na

    região CfaII1b denominada como Periferia Bordo Erodido do Planalto Basáltico Superior. Esta

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    região morfo- climática apresenta temperatura média no mês mais quente superior a 22oC e

    meses que marcam invernos com temperaturas que oscilam entre -3 e 18°C.

    Uma parte leste do município apresenta uma particularidade regional representada pela

    fórmula CfbIIa, região morfoclimática do Planalto Basáltico Superior, com altitudes superiores a

    600 m, a qual apresenta temperatura média do mês mais quente inferior a 22°C e temperatura

    média anual inferior a 18°C, além de meses que marcam invernos com temperaturas mínimas

    médias inferiores a 10°C. As regiões morfoclimáticas do estado do Rio Grande do Sul e a

    localização do município são apresentadas na Figura 9.

    Figura 9 - Regiões morfoclimáticas do Rio Grande do Sul.

    Fonte: Autores, com base em Moreno (1961).

    Como o município não possui estações climatológicas localizadas em seu território,

    características climáticas podem ser inferidas a partir de dois postos climatológicos, localizados

    no município de Bento Gonçalves e Caxias do Sul, sendo os dados de cada estação

    apresentados na Tabela 6 e Tabela 7.

  • 33

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    Tabela 6 – Dados da segunda Normal Climatológica da estação Bento Gonçalves – 83941 no período de 1961 a 1990.

    MÊS

    TEMPERATURAS PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA

    (mm)

    UMIDADE REL. AR

    (%)

    INSOLAÇÃO H

    VENTOS

    Média (°C)

    Máxima (°C)

    Mínima (°C)

    Direção predom.

    Velocidade. Média (m/s)

    Janeiro 21,8 27,8 17,3 140 75 231 NE;SE 1,5

    Fevereiro 21,7 27,5 17,3 139 77 199 NE;SE 1,5

    Março 20,3 26 16,1 128 78 208 SE;NE 1,5

    Abril 17,5 22,9 13,3 114 78 173 NE;SE 1,5

    Maio 14,5 20 10,4 107 79 162 NE;SE 1,5

    Junho 12,8 17,9 8,6 157 79 142 NE;SE 1,6

    Julho 12,9 18,2 9,1 161 78 154 NE;SE 1,8

    Agosto 13,6 19,2 9,3 165 76 159 NE;SE 1,8

    Setembro 14,9 20,4 10,6 185 76 162 NE;SE 1,9

    Outubro 17 22,8 12,3 156 74 192 NE;SE 1,8

    Novembro 18,9 24,8 14,2 140 73 219 SE;NE 1,7

    Dezembro 20,7 26,7 16 144 72 239 NE;SE 1,6

    Média/Total 17,2 22,9 12,9 1736 76 2240 NE;SE 1,6

    Fonte: Embrapa Uva e Vinho (2010).

    Tabela 7 – Dados da segunda Normal Climatológica da estação Caxias do Sul – 83942 no período de 1961 a 1990.

    MÊS

    TEMPERATURAS

    PRECIPITAÇÃO (mm)

    UMIDADE REL. AR (%)

    INSOLAÇÃO (horas)

    EVAPORAÇÃO (mm) MÉDIA (°C)

    MÁXIMA (°C)

    MÍNIMA (°C)

    Janeiro 20,6 26,6 16,7 145,7 77 208,3 89,2

    Fevereiro 20,7 26,4 17 151,6 79 185,8 74,1

    Março 19,2 24,6 15,7 205,1 82 183,9 67,3

    Abril 16,3 21,7 12,6 132,5 81 165,1 60,7

    Maio 13,9 18,9 10,6 109,3 80 165,6 58,1

    Junho 12,1 16,9 8,8 153,3 80 146,6 59,4

    Julho 12,4 17,3 8,7 153,6 78 154,2 70,4

    Agosto 12,7 18,1 9,2 177,7 78 141,9 74

    Setembro 14,2 19,7 10,4 204,1 77 142,3 72

    Outubro 15,9 21,6 11,8 172,8 78 180,9 77,4

    Novembro 18 23,7 13,7 140,1 75 199,7 86,7

    Dezembro 19,6 25,7 15,4 169,3 76 212,1 95

    Média/Total 16,3 21,8 12,6 1915,1 78 2086,3 884,3

    Fonte: Ministério da Agricultura e Reforma Agrária (1992).

    Identifica-se pela proximidade, que o município de Farroupilha deve apresentar

    distribuição de temperaturas semelhantes aos postos climatológicos avaliados, sedo

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    Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Farroupilha - 2014

    Universidade de Caxias do Sul | Instituto de Saneamento Ambiental |

    temperatura média da região no ano varia entre 16 a 17°C, sendo a máxima inferior a 23°C e a

    mínima próxima a 12,5°C. Em termos de precipitação, identifica-se uma pluviosidade superior a

    1700 mm anuais, com chuvas bem distribuídas ao longo do ano.

    2.4.2 Hidrologia

    O município de Farroupilha está localizado na região hidrográfica nacional de número

    12, conhecida como Atlântico Sul, a qual se destaca por abrigar um expressivo contingente

    populacional, pelo desenvolvimento econômico e por sua importância para o turismo (ANA,

    2010). Na divisão hidrográfica estadual, o município está inserido na Região Hidrográfica do

    Guaíba, conforme apresenta a Figura 10.

    Figura 10 - Divisão hidrográfica nacional e estadual.

    Fonte: Autores (2014).

    O município de Farroupilha está inserido em duas bacias hidrográficas contribuintes da

    região hidrográfica do Guaíba: a bacia Taquari - Antas e a bacia do Rio Caí. Aproximadamente

    72% da área da sede municipal e 61% do território do município se encontram na Bacia do

    Taquari-Antas, a qual se situa na porção nordeste do Rio Grande do Sul, entre as coordenadas

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    Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Farroupilha - 2014

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    28° 10'S e 29° 57'S; 49° 56'W e 52° 38'W, ocupando uma área de 26.428 km²,

    correspondendo a 9% do território estadual (FEPAM, 2002). Sua área localiza-se em partes das

    regiões do Planalto Médio, Campos de Cima da Serra, Encosta Superior do nordeste e Encosta

    Inferior do Nordeste. Limita-se ao norte com a bacia do Apuaê-Inhandava; ao sul com as bacias

    do Caí e Baixo Jacuí; a oeste com a bacia do Alto Jacu