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PLANO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA
CONTRA INCÊNDIOS DO MUNICÍPIO DE
CASTRO DAIRE
CADERNO I – DIAGNOSTICO
COMISSÃO MUNICIPAL DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS
PLANO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DO MUNICÍPIO DE CASTRO DAIRE
CADERNO I – DIAGNÓSTICO
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ÍNDICE
1 – Caracterização física ................................................................................ 2 1.1 – Enquadramento geográfico do concelho ............................................... 2 1.2 – Hipsometria............................................................................................ 4 1.3 – Declive ................................................................................................... 6 1.4 – Exposição .............................................................................................. 8 1.5 – Hidrografia ........................................................................................... 10 2 – Caracterização Climática ........................................................................ 12 2.1 – Temperatura ........................................................................................ 13 2.2 – Humidade relativa do ar....................................................................... 14 2.3 – Precipitação ......................................................................................... 15 2.4 – Ventos.................................................................................................. 16 3 – Caracterização da População................................................................. 17 3.1 – População residente por censo e por freguesia (1991, 2001 e 2011) e densidade populacional (2011)..................................................................... 17 3.2 – Índice de envelhecimento e sua evolução (1991/2001/2011) .............. 19 3.3 – População por sector de actividade..................................................... 21 3.4 – Taxa de analfabetismo......................................................................... 23 3.5 – Romarias e festas................................................................................ 25 4 – Caracterização do Uso e Ocupação do Solo e Zonas Especiais............ 27 4.1 – Uso e ocupação do solo ...................................................................... 27 4.2 – Povoamentos florestais........................................................................ 30 4.3 - Áreas protegidas, rede natura 2000 e regime florestal......................... 33 4.4 – Instrumentos de planeamento florestal ................................................ 35 4.5 – Zonas de recreio florestal, caça e pesca ............................................. 37 5 – Análise do Histórico e da Casualidade dos Incêndios Florestais............ 39 5.1 – Área ardida e ocorrências – distribuição anual .................................... 39 5.2 – Área ardida e ocorrências – distribuição mensal, semanal, diária e horária........................................................................................................... 45 5.3 – Área ardida por tipo de coberto vegetal ............................................... 50 5.4 – Área ardida e nº de ocorrências por classes de extensão ................... 51 5.5 – Pontos prováveis de inicio e causas.................................................... 53 5.6 – Fontes de alerta................................................................................... 57 5.7 – Grandes incêndios: distribuição anual ................................................. 60 5.5 – Grandes incêndios (área > 100 ha) – Distribuição mensal, semanal e horária........................................................................................................... 64
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1 – Caracterização física
1.1 – Enquadramento geográfico do concelho
O concelho de Castro Daire situa-se na região centro, distrito de Viseu,
inserido na sub-região Dão\Lafões (NUT III) e no Departamento de
Conservação da Natureza e Florestas do Centro do INCF, I.P.
Este concelho ocupa uma área equivalente a 379,04 km 2 distribuída por
16 freguesias: Almofala (1859,59 ha), Cabril (2201,69 ha), Castro Daire
(3253,82 ha), Cujó (845,97 ha), Gosende (2045,81 ha), Mões (4414,82 ha),
Moledo (4699,35 ha), Monteiras (2113,33 ha), Pepim (1193,46 ha), Pinheiro
(1959,57 ha), S. Joaninho (805,70 ha), União de Freguesias de Mamouros,
Alva e Ribolhos (2365,17 ha), União de Freguesias de Picão e Ermida (1595,01
ha), União de Freguesias de Reriz e Gafanhão (2261,94 ha), União de
Freguesias de Parada de Ester e Ester (4024,75 ha) e União de Freguesias de
Mezio e Moura Morta (2265,15 ha) (figura 1). Entre estas freguesias duas são
vilas: Castro Daire e Mões.
Confina a Norte com os concelhos de Tarouca, Lamego, Resende e
Cinfães; a Este com o concelho de Vila Nova de Paiva e Moimenta da Beira; a
Sul com o concelho de Viseu e a Oeste com os concelhos de S. Pedro do Sul e
Arouca.
Na Figura 1 pode-se visualizar o enquadramento geográfico do concelho
de Castro Daire.
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Figura 1 – Enquadram
ento geográfico do Concelho de Castro Daire
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1.2 – Hipsometria
Ao nível do relevo, o concelho de Castro Daire é tipicamente montanhoso,
registando, no entanto grandes variações altimétricas que vão desde os 190m
em Pereiró, povoação pertencente à freguesia de Cabril, atingindo na Serra de
Montemuro altitudes superiores a 1150m, sendo o ponto culminante a 1387m
(vértice geodésico do Montemuro).
O relevo é, portanto, acidentado o que facilita a propagação das chamas e
dificulta o combate, além de os povoamentos aí instalados possuírem uma
maior continuidade vertical da carga de combustível que agrava a situação.
O concelho de Castro Daire oferece três áreas distintas: a denominada
Beira-Serra contínua à região apresentando colinas cortadas por ribeiros ou
vales; a serra de Montemuro, entre o N e o No é a zona das maiores altitudes;
e o vale do rio Paiva, particularmente a partir do rio Paivó, para jusante, oferece
encostas fortemente declivosas e verdes onde se pratica uma policultura
intensa até cotas intermédias, aproveitando-se os sítios mais altos para a
criação de gado.
Na figura 2, apresenta-se o Mapa Hipsométrico, onde se pode observar as
variações do relevo.
A altitude, é um parâmetro que está bem correlacionado com outros
factores preponderantes ao risco de ignição, como por exemplo a temperatura
e a humidade, pois de uma forma geral, como o aumento da altitude diminui a
temperatura e aumenta a humidade, assim quanto maior for a altitude, menor é
o risco de ignição.
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Figura 2 – Mapa hipsométrico do Concelho de Castro Daire
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1.3 – Declive
Em sequência do modo não linear de propagação do fogo com o declive,
estabelecem-se ponderações que pretendem representar o aumento do risco
de incêndio com o aumento do declive. Um declive acentuado tem tendência a
favorecer a propagação do fogo pela aproximação dos combustíveis das
chamas, devido ao pré-aquecimento, favorecido pela continuidade vertical dos
combustíveis e à presença de fortes ventos ascendentes, já que as depressões
com grandes declives dão origem a ventos ascendentes intensos (Botelho,
1992).
O mapa de declives (figura 3), através de uma escala de cores, expressa
claramente a variabilidade das características geomorfológicas do terreno.
Verifica-se que no quadrante Noroeste a classe 20 graus e superiores tem
maior representatividade, o que dificulta o combate aos incêndios. Na restante
área do concelho os declives são menores, sendo na maioria inferiores a 15
graus.
No quadro 1 apresenta-se a distribuição da área do concelho por classes
de declives.
Pela sua análise verifica-se que a maior percentagem da área situa-se nas
classes de declives superiores a 10 graus com 62,66% da área total (23754,74
ha). A classe de 5 a 10 graus com uma área de 9129,16 ha representa 24,08%
da área. A que tem menor representatividade (13,25%) é a classe 0 a 5 graus
com 5023,86 ha.
Quadro 1 – Distribuição da área do concelho de Castro Daire pelas classes de declives (graus)
Classes de declives (graus)
Área (ha) % de área
0 a 5 5023,86 13,25%
5 a 10 9129,16 24,08%
10 a 15 8554,66 22,57%
15 a 20 6572,27 17,34%
20 e superiores 8627,80 22,76%
Total 37907,76 100%
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Figura 3 – Mapa de Declives do Concelho de Castro Daire
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1.4 – Exposição
A exposição do relevo é um factor que influencia a propagação do
incêndio, por determinar as variações do tempo atmosférico durante o dia, já
que à medida que a posição do sol se modifica varia a temperatura à
superfície, bem como a humidade relativa, o conteúdo em humidade dos
combustíveis e a velocidade e direcção dos ventos locais. Por outro lado, de
acordo com Botelho (1992), as encostas ensolaradas são mais secas e detêm
menos combustíveis que as de sombras.
As latitudes em Portugal, regra geral, nas vertentes Sul e Sudoeste
apresentam condições climatéricas e um mosaico de vegetação, caracterizado
pela abundância de espécies esclerófitas, favorável à rápida inflamação e
propagação do fogo, contrariamente às vertentes Norte e Nordeste que
detendo maiores teores em humidade, ardem mais lentamente e atingem
temperaturas inferiores (Almeida et al., 1995).
Analisando a figura 4 e o quadro 2, verifica-se que predomina ligeiramente
a área voltada a Sul com 30,31% da área total do concelho (11491,09 ha),
seguida das vertentes voltadas a Oeste (29,01%) e Este (25,08%). A vertente
Norte representa 14,48% da área total do concelho e as áreas planas
representam apenas 1,12 ha área concelhia.
Quadro 2 – Distribuição da área do concelho de Castro Daire pelas classes de exposição
Classes de exposição
Área (ha)
% de área
Plano 424,09 1,12%
Norte 5487,99 14,48%
Este 9506,24 25,08%
Sul 11491,09 30,31%
Oeste 10998,35 29,01%
Total 37907,76 100,00%
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Figura 4 – Mapa de Exposições do Concelho de Castro Daire
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1.5 – Hidrografia
As galerias ribeiras transformam-se, muitas vezes, em corredores
preferenciais na propagação dos fogos, devido quer à sua posição topográfica,
quer à elevada densidade e continuidade de combustível, quer ainda, à alta
inflamabilidade em condições climatéricas e edáficas desfavoráveis.
Os cursos de água com maior relevância no concelho de Castro Daire
são o rio Paiva e o seu afluente, o rio Paivó, tanto ao nível de caudal como de
galeria ripícola ao longo das margens. O Paiva é um afluente do Douro e é
considerado o menos poluído da Europa estando inserido na Rede Natura
2000.
Na figura 5 pode-se observar o mapa hidrográfico do concelho de Castro
Daire, estando inseridas as linhas de água permanentes, não permanentes e a
mini-hidrica.
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Figura 5 – Mapa hidrográfico do Concelho de Castro Daire
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2 – Caracterização Climática
O clima da região caracteriza-se por uma situação de transição dos climas
temperados, na zona dos climas médios, em que o Verão e o Inverno são
equivalentes. A região considerada interior beneficia de posição privilegiada pela
penetração das massas de ar marítimo através do corredor da Bacias Hidrográficas
dos rios Vouga e Douro e dos seus afluentes Arda e Paiva. Para efeitos climáticos
considera-se inscrita na região Atlântica Norte ou setentrional “Beira Alta”. É uma
região húmida com chuvas moderadas e frequentes, grau de nebulosidade médio,
Inverno frio e Verão por vezes quente.
Considera-se a temperatura, a precipitação, a humidade relativa do ar e o vento
como os elementos climáticos com mais interesse no âmbito dos incêndios
florestais.
Para caracterização destes elementos utilizaram-se dados registados na
estação meteorológica de Viseu (Latitude 40º 43’N, Longitude 07º 52’ W e Altitude
644 m) durante o período entre 1961 e 1990.
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Valores mensais da temperatura média, média das máximas e valores máximos no concelho de Castro Daire (1961-1990)
0
5
10
15
20
25
30
35
40
ºC
Média Mensal 6,8 8,0 9,6 11,3 14,3 18,3 21,0 20,7 18,8 14,3 9,8 7,4
Média das máximas 11,5 12,5 14,9 16,8 20,4 25,1 28,8 29,0 26,1 20,1 14,6 11,8
Valores máximos 20,0 22,5 27,4 27,8 34,0 39,0 39,5 39,5 39,6 31,2 27,4 22,5
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
2.1 – Temperatura
Os valores mensais de temperatura média variam durante o ano como é
normal no resto do país, aumentando a partir do mês de Abril e diminuindo a
partir de Setembro.
No período considerado, o valor mensal máximo de temperatura média
observado foi de 21ºC no mês de Julho e o valor mensal mínimo foi de 6,8ºC
em Janeiro. Quanto às médias das máximas o mês de Janeiro continua a ter o
valor o mais baixo com 11,5ºC, o mês de Agosto com 29ºC, foi o que
apresentou a média mais alta das temperaturas máximas. Relativamente aos
valores máximos, o mais elevado verificou-se no mês de Setembro com
39,6ºC, seguido pelos meses de Julho e Agosto com 39,5ºC. Durante os quatro
meses de Verão (Junho, Julho, Agosto e Setembro) que constituem a época de
maior perigo de incêndios, é quando se verificam os valores mais elevados da
média das máximas (superiores a 25ºC).
Na Figura 6 pode-se observar os valores mensais da temperatura média,
média das máximas e valores máximos no concelho de Castro Daire.
Fonte: Instituto de Meteorologia.
Figura 6 – Valores mensais da temperatura média, média das máximas e valores
máximos no concelho de Castro Daire (1961-1990)
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Valores médios mensais da humidade relativa do ar às 9h e 18 h no concelho de Castro Daireh (1961 - 1990)
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
%
9 h 87 83 76 74 71 68 66 66 72 81 85 86
18 h 78 71 63 60 57 56 48 45 59 73 78 80
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
2.2 – Humidade relativa do ar
As variações da humidade relativa do ar são principalmente
condicionadas pelas variações de temperatura e pela natureza das massas de
ar, podendo admitir-se que uma variação de temperatura, provoca, regra geral,
uma variação da humidade relativa em sentido contrário.
Observando a Figura 7, podemos concluir que a humidade relativa do ar
em média, durante o período considerado (1961-1990), diminui durante os
quatro meses de Verão, quer às 9 horas, quer às 18 horas. Os valores medidos
às 18 horas, são sempre inferiores aos medidos às 9 horas. Às 9 horas os
valores mais baixos, em média, ocorreram nos meses de Julho e Agosto com
66% e os máximos em Janeiro com 87%. Às 18 horas a média mais baixa
ocorreu no mês de Agosto com 45% e a média mais elevada verificou-se em
Dezembro com 80%.
Na Figura 7 pode-se visualizar os valores médios mensais da humidade
relativa do ar às 9h e 18 h no concelho de Castro Daire.
Fonte: Instituto de Meteorologia.
Figura 7 – Valores médios mensais da humidade relativa do ar às 9h e 18 h no
concelho de Castro Daire (1961-1990)
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Precipitação mensal e máxima diária no concelho de Castro Daire (1961-1990)
0,0
50,0
100,0
150,0
200,0
(mm)
Total 167,9 176,9 98,7 102,6 83,3 55,7 16,3 14,0 54,4 121,5 149,1 159,8
Máx. (diária) 72,5 81,4 66,5 69,5 45,0 51,0 49,3 28,5 63,5 85,4 95,5 80,6
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
2.3 – Precipitação
Na Figura 8 pode-se observar os valores médios mensais de
precipitação e máxima diária no concelho de Castro Daire.
Analisando esta figura, podemos concluir que durante os quatro meses de
Verão (Junho, Julho, Agosto e Setembro), período mais susceptível à
ocorrência de incêndios, se verifica que em média a precipitação menor,
55,7mm, 16,3mm, 14,0mm e 54,4mm, respectivamente. O mês de Fevereiro a
precipitação é maior com 176,9 mm. Quanto às máximas diárias, o mês de
Novembro foi quando ocorreu maior precipitação com 95,5mm, já em Agosto a
máxima verificada foi de 49,3mm.
Fonte: Instituto de Meteorologia.
Figura 8 – Precipitação mensal e máxima diária no concelho de Castro Daire (1961-
1990)
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2.4 – Ventos
Comos se pode observar no quadro 3, em Viseu o vento sopra com
maior frequência do quadrante Nordeste (20,6%), seguindo-se em importância
decrescente os quadrantes de Sudoeste (15,7%) e Noroeste (10,1%). Os
períodos de calmaria são bastante elevados atingindo os 27,6%.
As velocidades médias registadas podem ser consideradas muito
baixas, variando entre os 3 Km/h e os 7 Km/h. Os valores mais altos registados
neste período são NE, SW com 6,9 Km/h e 6,6 Km/h, respectivamente.
De um modo geral, os ventos de Sul e Sudoeste, embora pouco
frequentes, fazem elevar as temperaturas dos meses mais frios.
Quadro 3 – Médias mensais da frequência do vento no concelho de Castro Daire
(1961-1990)
f = frequência média (%) e v = velocidade média do vento (km/h) C = situação em que não há movimento apreciável de ar, a velocidade não ultrapassa 1 km/h
Fonte: Instituto de Meteorologia.
N NE E SE S SW W NW C
f v f v f v f v f v f v f v f v f
Janeiro 2,7 3,1 19,3 5,7 5,4 4,9 3,6 4,9 6,1 4,6 19,6 8,1 5,2 8,0 4,5 6,3 33,6
Fevereiro 3,6 2,9 18,3 7,8 5,4 6,6 3,0 4,5 5,4 5,5 23,5 7,4 7,7 6,6 6,5 6,5 26,4
Março 4,0 3,7 22,6 9,5 7,4 6,6 2,2 4,0 4,3 4,7 17,7 7,4 8,4 6,3 12,5 5,3 20,9
Abril 5,7 4,0 25,2 7,3 6,5 6,3 3,0 3,5 3,9 4,7 17,1 7,0 8,9 6,9 16,0 5,9 13,7
Maio 5,8 4,8 21,6 7,1 4,7 5,9 2,6 4,5 4,9 4,2 18,9 6,1 11,1 6,5 17,3 5,2 13,2
Junho 7,4 3,8 21,1 6,9 4,6 5,3 3,4 3,7 3,7 3,5 15,6 6,3 11,6 6,2 14,7 5,2 17,9
Julho 10,2 4,3 20,6 6,3 4,9 5,4 2,3 3,9 3,2 4,3 10,9 5,1 12,1 5,4 14,2 5,0 21,7
Agosto 8,3 4,5 19,9 7,4 2,2 6,6 1,9 4,3 2,1 4,1 10,6 5,3 11,1 6,0 15,6 6,0 28,4
Setembro 7,3 3,9 16,3 6,2 3,2 6,0 3,6 4,0 3,1 4,2 13,9 5,8 11,2 5,9 8,5 5,0 32,8
Outubro 2,5 2,2 18,8 6,1 6,4 4,1 4,0 3,9 3,5 4,6 12,2 5,5 5,9 5,0 4,3 4,9 42,4
Novembro 2,7 3,0 19,6 6,4 6,6 4,8 3,2 4,2 2,5 5,3 13,6 7,0 4,6 6,9 4,0 4,9 43,4
Dezembro 2,2 4,0 23,8 6,2 7,3 4,1 3,8 3,6 3,9 4,1 15,1 6,5 4,0 6,9 3,1 5,6 36,7
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3 – Caracterização da População
3.1 – População residente por censo e por freguesia (1991, 2001 e 2011) e
densidade populacional (2011)
Analisando a figura 9, verifica-se que em termos populacionais as
freguesias com maior número de habitantes são: Castro Daire, Mões e União
de Freguesias de Mamouros, Alva e Ribolhos. As 16 freguesias têm distintas
áreas geográficas, compreendidas entre os 8,06 Km2 de S. Joaninho e os
46,99 Km2 de Moledo, o que lhes confere densidades populacionais distintas. A
densidade populacional varia entre os 14 hab/ Km2 e os 150 hab/ Km2. Entre
1991 e 2001, verificou-se uma perda de população nas diferentes freguesias,
excepto Castro Daire e Mões, relativamente a 2011 só na freguesia de Castro
Daire se verificou um aumento da população.
O concelho apresenta uma densidade populacional de cerca de 40
hab/Km2. Atendendo que a região Centro apresenta uma densidade
populacional de 75,1 hab\Km2 e o País de 112,4 hab\Km2, pode concluir-se que
o concelho de Castro Daire tem uma baixa densidade populacional.
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Figura 9 – Mapa da população residente (1991/2001/2011) e da densidade populacional do concelho de Castro Daire (2011)
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3.2 – Índice de envelhecimento e sua evolução (1991/2001/2011)
O contínuo declínio demográfico que se tem registado no concelho tem sido
acompanhado por um aumento do respectivo índice de envelhecimento, sendo este
igual à relação entre o nº de residentes com 65 e mais anos por cada 100 residentes
com menos de 14 anos.
Através da figura 8, pode verificar-se que o índice de envelhecimento em geral,
aumenta de 1991 para 2011, existe portanto, um menor número de população jovem
(0-14 anos) e um maior número de população idosa (65 ou mais anos), logo está-se
perante uma população envelhecida, devido ao decréscimo da natalidade, à
emigração e ao decréscimo de mortalidade.
Com a desertificação das aldeias e o envelhecimento da população, o espaço
florestal e agrícola é deixado ao abandono, conduzindo à redução da área cultivada
e consequentemente ao aumento dos incultos e à diminuição da área florestal com
gestão activa.
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Figura 10 – Mapa de índice de envelhecimento (1991/2001/2011) e sua evolução (1991/2001/2011) do concelho de Castro Daire
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3.3 – População por sector de actividade
Observando a figura 11, onde se apresenta a população por sector de
actividade (2011) no concelho, verifica-se que o sector dos serviços é que
ocupa tem maior representatividade em doze freguesias: Almofala, Castro
Daire, Cujó, Mões, Moledo, Monteiras, Pepim, Pinheiro, Gosende, União de
Freguesias de Mamouros, Alva e Ribolhos, União de Freguesias de Parada de
Ester e Ester, União de Freguesias de Reriz e Gafanhão e União de Freguesias
de Picão e Ermida, segue-se o sector secundário em duas freguesias: S.
Joaninho e União de Freguesias de Mezio e Moura Morta. Por último aparece o
sector primário em uma freguesia: Cabril.
É de salientar que em termos gerais, o sector dos serviços ocupam a
maior fatia em termos de população activa empregada (60%), contra 30%
empregada no sector secundário, ocupando o sector primário o último lugar
com 9%.
PLA
NO M
UNICIPAL DE DEFESA DA FLO
RESTA CONTRA IN
CÊNDIOS DO MUNICÍPIO DE CASTRO DAIRE
CADERNO I – DIAGNÓSTICO
22
Figura 11 – Mapa da população por sector de actividade (2011) do concelho de Castro Daire
PLANO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DO MUNICÍPIO DE CASTRO DAIRE
CADERNO I – DIAGNÓSTICO
23
3.4 – Taxa de analfabetismo
Analisando a figura 12, verifica-se que de um modo geral a taxa de
analfabetismo apresentou um decréscimo no período entre 1991 e 2011.
Ainda assim, os valores apresentados variam, em 2011, entre
percentagens na ordem dos 17% nas freguesias de Moledo e Pepim, e dos 7%
na freguesia de Castro Daire.
Nas freguesias com uma taxa de analfabetismo mais elevada, a nível da
prevenção, ter-se-á que se apostar mais nas sessões de sensibilização e
contactar as pessoas directamente no seu dia a dia.
PLA
NO M
UNICIPAL DE DEFESA DA FLO
RESTA CONTRA IN
CÊNDIOS DO MUNICÍPIO DE CASTRO DAIRE
CADERNO I – DIAGNÓSTICO
24
Figura 12 – Mapa da taxa de analfabetismo (1991/2001/2011) do concelho de Castro Daire
PLANO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DO MUNICÍPIO DE CASTRO DAIRE
CADERNO I – DIAGNÓSTICO
25
3.5 – Romarias e festas
Na Figura 13, representam-se as romarias e festas existentes no
concelho de Castro Daire, pela sua análise pode-se concluir que as festas
concentram-se mais nos meses de Verão, mais de 80% realizam-se nos meses
de Maio, Junho, Julho, Agosto e Setembro, sendo cerca de 35% realizadas
durante o mês de Agosto.
Torna-se importante identificar as festas e romarias, visto a sua
realização, no geral, ser na época de Verão, durante o período crítico. Neste
período deverá ser intensificada a fiscalização a nível da realização de
fogueiras e lançamento de foguetes.
Em todos os espaços rurais, durante o período crítico, a utilização de
fogo de artifício, que não produza recaída incandescente, está dependente de
uma autorização prévia da Câmara Municipal.
PLA
NO M
UNICIPAL DE DEFESA DA FLO
RESTA CONTRA IN
CÊNDIOS DO MUNICÍPIO DE CASTRO DAIRE
CADERNO I – DIAGNÓSTICO
26
Figura 13 – Mapa das romarias e festas do Concelho de Castro Daire
PLANO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DO MUNICÍPIO DE CASTRO DAIRE
CADERNO I – DIAGNÓSTICO
27
4 – Caracterização do Uso e Ocupação do Solo e Zonas Especiais
4.1 – Uso e ocupação do solo
Analisando a figura 14 e o quadro 4, podemos concluir que o concelho é
maioritariamente ocupado por incultos (15234,86ha), tendo maior
representatividade nas freguesias de União de Freguesias de Parada de Ester
e Ester e União de Freguesias de Mezio e Moura Morta , onde se localiza a
Serra do Montemuro e a sul na freguesia de Mões e Moledo devido à serra de
S. Lourenço. Dever-se-á dar especial atenção a esta zona no planeamento das
acções de defesa da floresta contra incêndios e na vigilância florestal durante o
período crítico.
Segue-se a ocupação florestal, que inclui a ocupação com eucalipto,
folhosas, povoamentos mistos e resinosas, com 10961,31ha, com maior
expressão nas freguesias de Castro Daire, Mões, Moledo e União de
Freguesias de Mamouros, Alva e Ribolhos.
A ocupação agrícola aparece em 3º lugar, ocupando uma área total de
9303,24ha, tendo maior significado nas freguesias de Castro Daire, Mões e
Moledo.
Dever-se-á apostar na sensibilização da população, para a importância
da manutenção destes espaços, de modo a criar descontinuidade de material
combustível.
Os improdutivos, que são áreas ocupadas por rochas, ocupam
1696,64ha, localizando-se maioritariamente nas freguesias de Moledo e
Pinheiro.
A hidrografia aparece em último lugar, com 151,75 ha e tem maior
expressão nas freguesias de Mões, União de Freguesias de Parada de Ester e
Ester e União de Freguesias de Reriz e Gafanhão. Deve-se ter em conta no
planeamento da construção ou manutenção de pontos de água.
PLA
NO M
UNICIPAL DE DEFESA DA FLO
RESTA CONTRA IN
CÊNDIOS DO MUNICÍPIO DE CASTRO DAIRE
CADERNO I – DIAGNÓSTICO
28
Figura 14 – Mapa do uso e ocupação do solo do concelho de Castro Daire
PLA
NO M
UNICIPAL DE DEFESA DA FLO
RESTA CONTRA IN
CÊNDIOS DO MUNICÍPIO DE CASTRO DAIRE
CADERNO I – DIAGNÓSTICO
29
Quadro 4 – Uso e Ocupação do Solo do Concelho de Castro Daire
Ocupação do solo (ha)
Freguesias
Áreas
Sociais Agricultura Floresta
Improdutivos
Incultos
Superficies
Aquáticas
Alm
ofa
la
23,12
394,92
150,95
39,49
1251,21
Ca
bri
l 28,99
338,70
594,20
130,69
1101,63
7,65
Ca
stro
Da
ire
122,02
1088,39
1252,90
20,95
753,52
14,83
Cu
jó
23,65
152,76
144,90
3,04
520,67
Go
sen
de
16,21
714,08
210,64
18,62
1086,31
Mõ
es
51,07
1139,07
1765,49
109,56
1322,56
27,07
Mo
led
o
44,70
920,14
1221,26
632,12
1878,65
2,48
Mo
nte
ira
s 33,11
720,20
290,22
33,72
1036,20
Pe
pim
6,75
237,90
680,92
265,23
2,71
Pin
he
iro
33,76
529,42
433,96
305,21
644,25
13,08
Sã
o J
oa
nin
ho
8,41
260,84
182,74
353,76
Un
ião
de
Fre
gu
esi
as
de
Ma
mo
uro
s, A
lva
e R
ibo
lho
s 25,08
707,64
1512,31
2,02
116,08
2,17
Un
ião
de
Fre
gu
esi
as
de
Me
zio
e
Mo
ura
Mo
rta
35,07
465,15
61,92
71,03
1632,57
Un
ião
de
Fre
gu
esi
as
de
Pa
rad
a
de
Est
er
e E
ste
r 55,10
601,67
901,08
236,12
2177,06
53,99
Un
ião
de
Fre
gu
esi
as
de
Pic
ão
e
Erm
ida
22,56
517,89
426,55
94,07
531,25
2,78
Un
ião
de
Fre
gu
esi
as
de
Re
riz
e
Ga
fan
hã
o
26,75
514,47
1131,27
563,91
25,00
TOTAL
556,35
9303,24
10961,31
1696,64
15234,86
151,75
Fonte: Instituto da Conservação da Natureza e Florestas.
PLANO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DO MUNICÍPIO DE CASTRO DAIRE
CADERNO I – DIAGNÓSTICO
30
4.2 – Povoamentos florestais
Observando a figura 15 e o quadro 5, pode-se verificar que o pinheiro
bravo é a espécie que ocupa maior área no concelho com cerca de 8692,78 ha,
localizando-se em diferentes freguesias, nomeadamente Castro Daire, Mões e
Moledo. Desta forma devem definir-se acções no âmbito da defesa da floresta
contra incêndios, para a protecção desta mancha florestal.
Seguido pelo eucalipto com 1147,15ha, com maior expressão na parte
oeste do concelho, essencialmente nas freguesias de Cabril, União de
Freguesias de Parada de Ester e Ester e União de Freguesias de reriz e
Gafanhão, que associado ao declive acentuado, se torna uma prioridade na
prevenção de incêndios.
O carvalho ocupa 540,59ha e aparece com maior significado em Moledo,
Gosende e União de Freguesias de Picão e Ermida. O castanheiro manso e o
castanheiro bravo ocupam uma área de 122,88ha, estando dispersos
essencialmente pelas freguesias de Castro Daire, União de Freguesias de
Picão e Ermida, Moledo, União de Freguesias de Freguesias de Mezio Moura
Morta e Pinheiro.
A existência destas folhosas, deverão servir de exemplo para a
sensibilização das populações, incentivando a plantação de novos
povoamentos e a manutenção dos já existentes.
Outras folhosas, tais como bétulas, choupos, amieiros, ocupam cerca de
385,93ha e aparecem em União de Freguesias de Picão e Ermida, União de
Freguesias de Parada de Ester e Ester, Pinheiro.
Outras resinosas são pouco significativas, ocupando 72ha e aparecendo
essencialmente na freguesia de Monteiras e União de Freguesias de Picão e
Ermida, onde existem povoamentos de Pinus nigra, Pinus sylvestris e
pseudotsuga.
PLA
NO M
UNICIPAL DE DEFESA DA FLO
RESTA CONTRA IN
CÊNDIOS DO MUNICÍPIO DE CASTRO DAIRE
CADERNO I – DIAGNÓSTICO
31
Figura 15 – Mapa dos povoamentos florestais do concelho de Castro Daire
PLA
NO M
UNICIPAL DE DEFESA DA FLO
RESTA CONTRA IN
CÊNDIOS DO MUNICÍPIO DE CASTRO DAIRE
CADERNO I – DIAGNÓSTICO
32
Quadro 5 – Distribuição das espécies florestais do Concelho de Castro Daire
Freguesias
Pinheiro
Bravo
Eucalipto Castanheiro Carvalho
Outras
Folhosas
Outras
Resinosas
Área
Florestal
(ha)
Alm
ofa
la
148,60
2,30
0,01
150,95
Ca
bri
l 119,75
434,39
4,72
35,23
594,2
Ca
stro
Da
ire
1177,28
16,53
22,73
17,94
18,32
1252,9
Cu
jó
130,86
11,02
2,99
144,9
Go
sen
de
74,22
4,33
109,22
20,13
2,74
210,64
Mõ
es
1646,15
46,61
65,57
7,16
1765,49
Mo
led
o
1071,90
6,73
14,63
100,19
27,81
1221,26
Mo
nte
ira
s 197,23
11,77
7,43
37,98
36,10
290,22
Pe
pim
674,33
0,25
2,41
3,91
680,92
Pin
he
iro
246,15
43,02
15,69
23,15
105,95
433,96
Sã
o J
oa
nin
ho
161,79
12,33
0,85
7,77
182,74
Un
ião
de
Fre
gu
esi
as
de
Ma
mo
uro
s, A
lva
e R
ibo
lho
s 1488,39
0,89
22,24
0,85
1512,31
Un
ião
de
Fre
gu
esi
as
de
Me
zio
e M
ou
ra M
ort
a
35,23
12,89
13,81
61,92
Un
ião
de
Fre
gu
esi
as
de
Pa
rad
a d
e E
ste
r e
Est
er
487,39
334,04
12,60
67,00
901,08
Un
ião
de
Fre
gu
esi
as
de
Pic
ão
e E
rmid
a
167,11
21,95
155,59
51,75
30,16
426,55
Un
ião
de
Fre
gu
esi
as
de
Re
riz
e G
afa
nh
ão
866,40
252,36
10,44
2,07
1131,27
TOTAL
8692,78
1147,15
122,88
540,59
385,93
72,00
10961,31
Fonte: Instituto da Conservação da Natureza e Florestas.
PLANO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DO MUNICÍPIO DE CASTRO DAIRE
CADERNO I – DIAGNÓSTICO
33
4.3 - Áreas protegidas, rede natura 2000 e regime florestal
No concelho de Castro Daire existem três sítios da Rede Natura 2000 como
se pode visualizar na figura 16. São eles:
- Sítio da Serra do Montemuro que está inserido nas freguesias de Cabril,
Gosende, Pinheiro, União de Freguesias de Parada de Ester, União de Freguesias
de Picão e Ermida e União de Freguesias de Mezio e Moura Morta.
- Sítio das Serras da Freita e Arada que apanha parte da União de Freguesias
de Reriz e Gafanhão;
- Sítio do Rio Paiva no qual se inserem parte das freguesias de Cabril, Mões,
Moledo e Castro Daire, União de Freguesias de Parada de Ester e Ester, União de
Freguesias de Reriz e Gafanhão, União de Freguesias de Mamouros, Alva e
Ribolhos.
Nestas zonas, devido à sua elevada biodiversidade, existem algumas
manchas florestais naturais, linhas de água e várias espécies animais e vegetais
com estatuto de ameaça que importa conservar, tornando-se necessário reforçar as
acções de prevenção e vigilância a incêndios florestais.
Relativamente às áreas submetidas ao Regime Florestal, que actualmente
ainda tem uma grande representatividade no concelho, que são geridos pelos
Conselhos Directivos das Comissões de Compartes das aldeias ou freguesias, ou
pelas Juntas de Freguesia, onde estão inseridas e pelo Instituto da Conservação da
Natureza (ICNF), antes denominada de Autoridade Florestal Nacional (AFN), dever-
se-á actuar de modo a que sejam um exemplo de boa gestão, implementando um
plano de gestão que contemple a defesa da floresta contra incêndios.
Os Perímetros Florestais, que inserem áreas do concelho são os seguintes:
- Freguesias de Cabril, Gosende, União de Freguesias de Parada de Ester e
Ester, União de Freguesias de Picão e Ermida e União de Freguesias de Mezio e Moura
Morta – Perímetro Florestal da Serra do Montemuro;
- Freguesias Castro Daire, Cujó, São Joaninho, Almofala, Monteiras, Mões União
de Freguesias de Mezio e Moura Morta - Perímetro Florestal da Serra do Leomil;
- Freguesias de Mões e Moledo – Perímetro Florestal da São Miguel e São
Lourenço;
- Freguesia de Moledo – Perímetro Florestal de São Salvador.
PLA
NO M
UNICIPAL DE DEFESA DA FLO
RESTA CONTRA IN
CÊNDIOS DO MUNICÍPIO DE CASTRO DAIRE
CADERNO I – DIAGNÓSTICO
34
Figura 16 – Mapa das áreas protegidas, rede natura 2000 e regime florestal do concelho de Castro Daire
PLANO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DO MUNICÍPIO DE CASTRO DAIRE
CADERNO I – DIAGNÓSTICO
35
4.4 – Instrumentos de planeamento florestal
No concelho de Castro Daire os baldios ainda têm muita
representatividade.
A maioria deles estão inseridos em Perímetros Florestais, que têm uma
gestão conjunta entre os Conselhos Directivos das Comissões de Compartes
das aldeias ou freguesias ou Juntas de Freguesia onde estão inseridas e o
Instituto de Conservação da natureza e Florestas (ICNF), antiga Autoridade
Florestal Nacional (AFN).
Na Figura 17 pode-se visualizar as áreas baldias para as quais foram
apresentados ao ICNF o Plano de Utilização de Baldios (PUB) e que aguardam
aprovação por parte das Assembleias de Compartes.
Analisando a figura pode-se verificar que a maioria dos baldios tem
gestão conjunta entre as Juntas de Freguesia e o ICNF, no entanto dentro das
áreas representadas existem algumas que estão sob gestão unicamente da
Junta de Freguesia.
É de salientar que existe muita área baldia que não possui Plano de
Utilização.
No Concelho não existem Zonas de Intervenção Florestal aprovadas.
PLA
NO M
UNICIPAL DE DEFESA DA FLO
RESTA CONTRA IN
CÊNDIOS DO MUNICÍPIO DE CASTRO DAIRE
CADERNO I – DIAGNÓSTICO
36
Figura 17 – Mapa dos instrumentos de planeamento florestal do concelho de Castro Daire
PLANO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DO MUNICÍPIO DE CASTRO DAIRE
CADERNO I – DIAGNÓSTICO
37
4.5 – Zonas de recreio florestal, caça e pesca
Na figura 18 apresenta-se as zonas de recreio florestal, caça e pesca
existentes no concelho de Castro Daire.
Nestas zonas, durante o período crítico, deverá haver especial atenção,
em sensibilizar as populações dos riscos e cuidados que se devem ter,
nomeadamente na realização de fogueiras para confecção de alimentos.
No concelho existe zonas de caça associativas e municipais, que
deverão ser alvo de gestão cinegética e florestal de modo a fomentar esta
actividade.
Torna-se relevante realizar acções de sensibilização nestas zonas de
caça de forma a alertar e sensibilizar os caçadores da importância da floresta
bem como da sua protecção e preservação.
As zonas de recreio florestal, nomeadamente parques de merendas,
estão distribuídas, um pouco por todo o concelho. É de referir que nenhuma
delas cumpre todas as normas referidas pela Portaria nº1140/2006, que define
as especificações técnicas em matéria de Defesa da Floresta Contra Incêndios
a observar na instalação e funcionamento de equipamentos florestais de
recreio inseridos em espaço rural.
.
PLA
NO M
UNICIPAL DE DEFESA DA FLO
RESTA CONTRA IN
CÊNDIOS DO MUNICÍPIO DE CASTRO DAIRE
CADERNO I – DIAGNÓSTICO
38
Figura 18 – Mapa de zonas de recreio florestal, caça e pesca do concelho de Castro Daire.
PLANO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DO MUNICÍPIO DE CASTRO DAIRE
CADERNO I – DIAGNÓSTICO
39
5 – Análise do Histórico e da Casualidade dos Incêndios Florestais
Para efectuar esta análise recorreu-se aos dados fornecidos pelo
Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF).
5.1 – Área ardida e ocorrências – distribuição anual
Observando a figura 19, onde estão representadas as áreas ardidas do
concelho de Castro Daire de 2000 a 2013, verifica-se que as freguesias mais a
norte, situadas na Serra do Montemuro são as mais fustigadas pelos incêndios,
ardendo todos os anos.
Analisando a figura 20, verifica-se que para o período de 2000 a 2013,
existe uma grande variação na distribuição anual da área ardida e do n.º de
ocorrências. No ano de 2005 registou-se a maior área ardida, 4773ha e 308
ocorrências. No ano de 2009 houve um maior n.º de ocorrências (330) e uma
menor área ardida, 563ha. No ano de 2011 verificou-se o menor nº de
ocorrências, assim como a menor área ardida, com 64 ocorrências e 40ha de
área ardida.
Conclui-se desta forma que a relação área ardida/número de ocorrências
não é linear, isto é, pelo facto de existir um elevado número de ocorrências não
pressupõe existir uma grande área ardida.
Pela observação da distribuição da área ardida e do n.º de ocorrências
em 2013 e média do quinquénio 2008-2012 por freguesia (figura 21), verifica-se
que houve uma diminuição em 2013, no geral, do n.º de ocorrências,
relativamente à área ardida houve um aumento. A freguesia mais afectada em
2013 foi S. Joaninho com 2471,46ha e com 11 ocorrências, superior à média
entre 2008 e 2012 que foi de 50,56ha e 7 ocorrências.
A figura 22 representa a área ardida com o n.º de ocorrências em 2013 e
a média do quinquénio 2008-2012 por espaços florestais em cada 100
hectares. Conclui-se que a área ardida por espaços florestais em cada 100
hectares e por freguesia aumentou em 2013, relativamente à média registada
entre 2008 e 2012, no entanto houve uma diminuição do n.º de ocorrências. A
freguesia onde ardeu uma maior área, por espaços florestais em cada 100
hectares média registada entre 2008 e 2012 foi a da União de Freguesias do
Mezio e Moura Morta com 144,89ha e 39,73 ocorrências, não ultrapassando a
PLANO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DO MUNICÍPIO DE CASTRO DAIRE
CADERNO I – DIAGNÓSTICO
40
média de 2013 com 316,60ha ardidos por espaços florestais em cada 100
hectares e 27,45 ocorrências. No entanto a freguesia de S. Joaninho foi a que
registou, em 2013, uma maior área ardida por espaços florestais em cada 100
hectares com 1352,45ha em 6,02 ocorrências.
PLA
NO M
UNICIPAL DE DEFESA DA FLO
RESTA CONTRA IN
CÊNDIOS DO MUNICÍPIO DE CASTRO DAIRE
CADERNO I – DIAGNÓSTICO
41
Figura 19 – Mapa das áreas ardidas do concelho de Castro Daire desde 2000 a 2013
PLA
NO M
UNICIPAL DE DEFESA DA FLO
RESTA CONTRA IN
CÊNDIOS DO MUNICÍPIO DE CASTRO DAIRE
CADERNO I – DIAGNÓSTICO
42
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
Total área ardida
2130,3
1434,0
609,8
2485,4
4772,8
118,6
516,6
193,5
563,8
4458,4
40,6
1211,6
4267,2
Nº oco
rrências
200
136
100
157
308
113
228
174
330
231
64
244
193
050
100
150
200
250
300
350
0,0
1000,0
2000,0
3000,0
4000,0
5000,0
6000,0
Nº de ocorrências
Área ardida (ha)
Distribuição anual da área ardida e nº de ocorrências (2001-2013)
Fonte: Instituto da Conservação da Natureza e Florestas.
Figura 20 – Distribuição anual da área ardida e nº de ocorrências do concelho de Castro Daire entre 2001 e 2013.
PLA
NO M
UNICIPAL DE DEFESA DA FLO
RESTA CONTRA IN
CÊNDIOS DO MUNICÍPIO DE CASTRO DAIRE
CADERNO I – DIAGNÓSTICO
43
Almofala
Cabril
Castro Daire
Cujó
Gosende
Mões
Moledo
Monteiras
Pepim
Pinheiro
S. Joaninho
União das
freguesias de
Mam
ouros,
Alva e Ribolhos
União das
freguesias de
Mezio e Moura
Morta
União das
freguesias de
Parada de
Ester e Ester
União das
freguesias de
Picão e Ermida
União das
freguesias de
Reriz e
Gafanhão
Área ardida 2013
4,00
454,83
8,32
9,90
508,38
107,95
156,33
21,17
142,11
43,00
2471,46
0,00
196,04
90,50
51,62
1,63
Média da área ardida 2008-2012
35,43
36,76
35,12
33,83
40,81
37,70
280,57
18,09
3,72
18,95
50,56
0,27
89,72
69,14
89,95
2,32
Ocorrências 2013
311
216
2812
1311
145
110
1716
169
Média nº de ocorrências 2008-2012
1016
4812
3118
1121
28
74
2524
153
05101520253035404550
0,00
500,00
1000,00
1500,00
2000,00
2500,00
3000,00
N º d e o c o r r ê n c i a s
Área ardida (ha)
Distribuição da área ardida e nº de ocorrências em 2013 e média no quinquénio 2008-2012, por freguesia
Fonte: Instituto da Conservação da Natureza e Florestas.
Figura 21 – Distribuição da área ardida e nº de ocorrências em 2013 e média do quinquénio 2008-2012, por freguesia do concelho de
Castro Daire
PLA
NO M
UNICIPAL DE DEFESA DA FLO
RESTA CONTRA IN
CÊNDIOS DO MUNICÍPIO DE CASTRO DAIRE
CADERNO I – DIAGNÓSTICO
44
Almofala
Cabril
Castro
Daire
Cujó
Gosende
Mões
Moledo
Monteiras
Pep
imPinheiro
S. Joan
inho
União das
freg
uesias
de
Mam
ouros,
Alva e
Ribolhos
União das
freguesias
de Mezio e
Moura
Morta
União das
freg
uesias
de Parad
a de Ester e
Ester
União das
freg
uesias
de Picão e
Erm
ida
União das
freg
uesias
de Reriz e
Gafan
hão
Área ardida em
2013/ha em
cad
a 100 ha
2,65
76,54
0,66
6,83
241,35
6,11
12,80
7,29
20,87
9,91
1352,45
0,00
316,60
10,04
12,10
0,14
Méd
ia da área ardida 2008-2012 em
cad
a 100ha
23,47
6,19
2,80
23,35
19,38
2,14
22,97
6,23
0,55
4,37
27,67
0,02
144,89
7,67
21,09
0,21
Oco
rrências 2013/ha em cad
a 100ha
1,99
1,85
1,68
4,14
13,29
0,68
1,06
3,79
2,06
1,15
6,02
0,00
27,45
1,78
3,75
0,80
Méd
ia nº d
e ocorrências 2008-2012/ha em cad
a 100h
a6,36
2,66
3,80
8,28
14,91
1,00
0,87
7,24
0,35
1,75
3,61
0,26
39,73
2,69
3,47
0,25
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
40,00
45,00
0,00
200,00
400,00
600,00
800,00
1000,00
1200,00
1400,00
1600,00
Nº de ocorrências/ha em cada 100ha
Área ardida/ha em cada 100ha
Distribuição da área ardida e nº de ocorrências em 2013 e média no quinquénio 2008-2012 por espaços florestais em
cada 100 ha
Fonte: Instituto da Conservação da Natureza e Florestas.
Figura 22 – Área ardida e n.º de ocorrências em
2013 e média do quinquénio 2008-2012 por espaços florestais em cada 100 hectares do
concelho de Castro Daire
PLANO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DO MUNICÍPIO DE CASTRO DAIRE
CADERNO I – DIAGNÓSTICO
45
5.2 – Área ardida e ocorrências – distribuição mensal, semanal, diária e horária
Observando a figura 23, pode-se verificar que o mês de Agosto foi onde se
registaram mais ocorrências na média registada entre 1996 e 2013 (43 ocorrências)
e o mês quando ardeu maior área (1115,22ha). No ano de 2013, também foi o mês
de Agosto o mais fustigado pelos incêndios, registando-se o maior nº de ocorrências
(70 ocorrências) e maior área ardida (3498,90ha).
Estes valores são previsíveis, visto ser um mês inserido no período seco,
onde existem temperaturas elevadas e valores de humidade e precipitação baixa. È
de salientar que é durante o mês referido que ocorrem mais festas e romarias no
concelho.
Analisando a figura 24, verifica-se que entre 1996 e 2012, em média, a maior
área ardida ocorreu à Sexta-feira (443,04ha) com 24 incêndios, mas o maior n.º de
ocorrências verificaram-se ao Domingo, com 32 ocorrências. Relativamente ao ano
de 2013 o Sábado foi o dia em que ardeu maior área (2651,86ha) com 17
ocorrências, mas o maior nº de ocorrências sucederam à Terça-feira (39
ocorrências).
Observando a figura 25, onde está representada a distribuição diária da área
ardida e do n.º de ocorrências entre 1996 e 2013, pode-se concluir que no concelho
existem sete períodos críticos diários, com áreas ardidas superiores a 1500 ha e
onde arderam cerca de 48,36% da área total ardida.
Estes períodos críticos decorrem das 9:00-9:59 horas (12,2% da área total
ardida), das 13:00 -14:59 horas (35,1% da área total ardida) e das 17:00 – 17:59
horas (11,8% da área total ardida) (figura 26).
O período entre as 11:00 horas e as 20:59 horas também é considerado um
período crítico, pois foram registados um elevado n.º de ocorrências (69,2% do valor
total) e obteve-se cerca de 72,6% da área total ardida.
È de salientar Deverão ser reforçadas, neste período, as acções de vigilância
florestal, para tentar minimizar esta situação, de forma a serem detectados à
nascença eventuais focos de incêndio, a dissuasão de possíveis actos de
incendiarismos e a sensibilização da população para os cuidados e condicionantes a
ter no uso do fogo na realização de queimas e queimadas.
PLA
NO M
UNICIPAL DE DEFESA DA FLO
RESTA CONTRA IN
CÊNDIOS DO MUNICÍPIO DE CASTRO DAIRE
CADERNO I – DIAGNÓSTICO
46
Fonte: Instituto da Conservação da Natureza e Florestas.
Figura 23 – Distribuição mensal da área ardida e do nº de ocorrências em
2013 e média de 1996-2012 do concelho de Castro Daire
PLA
NO M
UNICIPAL DE DEFESA DA FLO
RESTA CONTRA IN
CÊNDIOS DO MUNICÍPIO DE CASTRO DAIRE
CADERNO I – DIAGNÓSTICO
47
Fonte: Instituto da Conservação da Natureza e Florestas.
Figura 24 – Distribuição semanal da área ardida e do nº de ocorrências em
2013 e média de 1996-2012 do concelho de Castro Daire
PLA
NO M
UNICIPAL DE DEFESA DA FLO
RESTA CONTRA IN
CÊNDIOS DO MUNICÍPIO DE CASTRO DAIRE
CADERNO I – DIAGNÓSTICO
48
Distribuição dos valores diários acumulados da área ardida e do nº de ocorrências (1996-2013)
0,00
500,00
1000,00
1500,00
2000,00
2500,00
3000,00
3500,00
1-Jan
13-Jan
25-Jan
6-Fev
18-Fev
1-Mar
13-Mar
25-Mar
6-Abr
18-Abr
30-Abr
12-Mai
24-Mai
5-Jun
17-Jun
29-Jun
11-Jul
23-Jul
4-Ago
16-Ago
28-Ago
9-Set
21-Set
3-Out
15-Out
27-Out
8-Nov
20-Nov
2-Dez
14-Dez
26-Dez
Área ardida (ha)
0102030405060
Nº de ocorrências
Área ardida
Nº de Ocorrências
19 de Agosto
4 de Agosto
7 de Agosto
26 de Julho
25 de Agosto
7 dias criticos
48,36% do total ardido
15 de Agosto
31 de Agosto
Fonte: Instituto da Conservação da Natureza e Florestas
Figura 25 – Distribuição dos valores diários acumulados da área ardida e do nº de ocorrências 1996-2013 do concelho de Castro Daire
PLA
NO M
UNICIPAL DE DEFESA DA FLO
RESTA CONTRA IN
CÊNDIOS DO MUNICÍPIO DE CASTRO DAIRE
CADERNO I – DIAGNÓSTICO
49
Distribuição horária da área ardida e nº de ocorrências 1996-2013
0,0
1000,0
2000,0
3000,0
4000,0
5000,0
6000,0
7000,0
8000,0
9000,0
050100
150
200
250
300
Área ardida Total
568,8394,8230,9
293,9
133,5
16,0
71,4
101,1
362,14389,81642,01515,92258,28195,84452,62504,61275,64247,1916,2
385,4
377,1
821,5
354,5
494,8
Nº Incêndios Total
9950
4131
26
23
3040
3461
106
174
171
202
258
245
256
219
220
173
178
149
137
105
0:00 -
0:59
1:00 -
1:59
2:00 -
2:59
3:00 -
3:59
4:00 -
4:59
5:00 -
5:59
6:00 -
6:59
7:00 -
7:59
8:00 -
8:59
9:00 -
9:59
10:00 -
10:5911:00 -
11:59
12:00 -
12:5913:00 -
13:5914:00 -
14:59
15:00 -
15:5916:00 -
16:59
17:00 -
17:5918:00 -
18:59
19:00 -
19:5920:00 -
20:5921:00 -
21:5922:00 -
22:5923:00 -
24:59
12,2% da área total ardida
22,8% da área total ardida
12,4% da área total ardida
11,8% da área total
Período Crítico - Ocorrências
11:00 - 20:59 horas
69,2% das ocorrências
72,6% da área ardida
Fonte: Instituto da Conservação da Natureza e Florestas.
Figura 26 – Distribuição horária da área ardida e do nº de ocorrências 1996-2013 do concelho de Castro Daire
PLANO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DO MUNICÍPIO DE CASTRO DAIRE
CADERNO I – DIAGNÓSTICO
50
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
Povoamentos 157,4 280,0 88,5 106,1 1826,0 26,5 169,8 22,4 0,0 890,9 20,4 512,1 3257,5
Matos 1972,9 1154,0 521,3 2379,3 2946,7 92,2 346,8 171,2 563,8 1783,7 20,2 699,5 965,2
0,0
1000,0
2000,0
3000,0
4000,0
5000,0
6000,0
Área ardida (ha)
Distribuição da área ardida por tipo de coberto vegetal (2001-2013)
5.3 – Área ardida por tipo de coberto vegetal
Analisando a figura 27, conclui-se que para o período de 2001 a 2013, a
maior parte da área queimada corresponde a matos em cerca de 77% da área
total. No ano de 2005 verificou-se uma maior área ardida (4773ha),
representando cerca de 30% da área total, dos quais 38% (1826ha)
correspondem a área queimada de povoamento. No ano de 2013 registou-se a
maior destruição da área de povoamentos florestais, ardendo 3258ha, cerca de
76% da área total ardida nesse ano.
O ano onde se obteve uma menor área ardida de mato e de
povoamento, foi o de 2011, com cerca de 40ha, representando cerca de 50%
para cada tipo de coberto vegetal.
Fonte: Instituto da Conservação da Natureza e Florestas.
Figura 27 – Distribuição da área ardida por tipo de coberto vegetal do concelho de Castro Daire (2001-2013)
PLANO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DO MUNICÍPIO DE CASTRO DAIRE
CADERNO I – DIAGNÓSTICO
51
5.4 – Área ardida e nº de ocorrências por classes de extensão
Na figura 28 observa-se a distribuição da área ardida e o n.º de
ocorrências por classes de extensão entre 2001 e 2013, concluindo-se que o
n.º de ocorrências é inverso à área ardida.
Na classe 0-1 ha sucederam 1848 ocorrências e arderam 430 ha, o que
representa 68,90% das ocorrências totais e 2,03% da área total ardida. Esta é
seguida pela classe 1-10 ha com 687 incêndios (25,62% das ocorrências totais)
onde arderam 2211,56 ha (10,43% da área ardida total). Na classe 10-20 ha
ocorreram 49 incêndios e arderam 701ha o que representa 1,83% do total de
ocorrências e 3,31% da área total ardida. Para a classe de extensão 20-50 ha
arderam 1435ha em 46 ocorrências, o que representa, respectivamente, 6,77%
da área total ardida e 1,72% do nº de ocorrências.
Relativamente às áreas ardidas com uma extensão que varia entre 50-
100 ha foram consumidos 1707ha (8,05% da área total ardida) e ocorreram 23
incêndios (0,86% do nº de ocorrências). Áreas ardidas com extensão superior a
100 ha, classificados como grandes incêndios, registaram-se 29 ocorrências
que representam 1,08% das ocorrências totais nos quais arderam mais de
14721 ha e que representa 69,42% da área total ardida
.
PLA
NO M
UNICIPAL DE DEFESA DA FLO
RESTA CONTRA IN
CÊNDIOS DO MUNICÍPIO DE CASTRO DAIRE
CADERNO I – DIAGNÓSTICO
52
Distribuição da áre ardida e nº de ocorrências por classes de extensão (2001-2013)
0,00
2000,00
4000,00
6000,00
8000,00
10000,00
12000,00
14000,00
16000,00
0200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
2000
Área ardida
430,76
2211,56
701,00
1435,00
1707,00
14721,00
Nº ocorrências
1848
687
4946
2329
0-1
> 1-10
> 10-20
> 20-50
> 50-100
>100
Fonte: Instituto da Conservação da Natureza e Florestas
Figura 28 – Distribuição da área ardida e nº de ocorrências por classes de extensão do concelho de Castro Daire (2001-2013)
PLANO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DO MUNICÍPIO DE CASTRO DAIRE
CADERNO I – DIAGNÓSTICO
53
5.5 – Pontos prováveis de início e causas
Na figura 29 estão representados os pontos de início e causas dos
incêndios que ocorreram entre o ano de 2001 e 2013 e no quadro 6 pode-se
observar o nº total de incêndios e causas neste período. Conclui-se que o nº de
incêndios investigados tem vindo a aumentar ao longo dos anos, em 2013 foram
investigados cerca de 60% das ocorrências registadas.
Relativamente às causas, verifica-se dos 27155 incêndios que ocorreram
no concelho, só 1610 foram investigados, sendo o maior nº nas freguesias de
Castro Daire e Gosende.
A principal causa determinada foi a causa Uso do Fogo, que representa
44,53% dos incêndios investigados, segue-se as indeterminadas e o
Incendiarismo com 26,15% e 17,64%, respectivamente. A causa Reacendimento
representa 10,83%. As causas Acidentais, Estruturais e Naturais aparecem em
último com apenas 0,31%, 0,12% e 0,37%, respectivamente.
A freguesia de Castro Daire é a que apresenta um maior n.º de pontos de
início, representando 18% do n.º total de incêndios investigados, seguida pela
freguesia de Gosende onde existem cerca de 12%. Na União de freguesias de
Reriz e Gafanhão, relativamente ao n.º total de incêndios investigados,
representam 2,11%, também foram as freguesias onde se registaram menor
número de pontos de início.
PLANO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DO MUNICÍPIO DE CASTRO DAIRE
CADERNO I – DIAGNÓSTICO
54
Quadro 6 – Nº total de incêndios e causas (2001-2013) no Concelho de Castro Daire
Freguesias Causas Total
incêndios
Nº de incêndios
investigados
Indeterminada 5
Uso do Fogo 23
Reacendimento 8 Almofala
Incendiarismo
107
14
Indeterminada 29
Uso do Fogo 41
Acidentais 1
Reacendimento 6
Cabril
Incendiarismo
153
30
Indeterminada 121
Incendiarismo 49
Uso do Fogo 90
Reacendimento 32
Acidentais 1
Castro Daire
Estruturais
561
2
Indeterminada 17
Uso do Fogo 33
Reacendimento 11 Cujó
Incendiarismo
106
8
Indeterminada 51
Uso do Fogo 114
Reacendimento 3 Gosende
Incendiarismo
291
21
Indeterminada 33
Uso do Fogo 29
Reacendimento 17
Naturais 4
Mões
Incendiarismo
247
32
Indeterminada 15
Incendiarismo 29
Acidentais 1
Reacendimento 18
Naturais 1
Moledo
Uso do Fogo
113
11
Indeterminada 23
Incendiarismo 16
Reacendimento 11 Monteiras
Uso do Fogo
183
70
Indeterminada 7 Pepim
Uso do Fogo
62
2
PLANO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DO MUNICÍPIO DE CASTRO DAIRE
CADERNO I – DIAGNÓSTICO
55
Reacendimento 13
Incendiarismo 10
Indeterminada 9
Reacendimento 1
Incendiarismo 2 Pinheiro
Uso do Fogo
95
34
Uso do Fogo 13
Incendiarismo 10
Reacendimento 4
Acidentais 1
S. Joaninho
Indeterminada
79
16
Indeterminada 8
Uso do Fogo 5
Reacendimento 2 União das freguesias de Mamouros, Alva e Ribolhos
Incendiarismo
70
11
Incendiarismo 10
Indeterminada 25
Reacendimento 11
Uso do Fogo 96
União das freguesias de Mezio e Moura Morta
Naturais
215
1
Incendiarismo 26
Uso do Fogo 91
Reacendimento 17 União das freguesias de Parada de Ester e Ester
Indeterminada
243
30
Uso do Fogo 53
Acidentais 1
Indeterminada 25
Reacendimento 13
União das freguesias de Picão e Ermida
Incendiarismo
136
9
Incendiarismo 7
Indeterminada 7
Reacendimento 8 União das freguesias de Reriz e Gafanhão
Uso do Fogo
54
12
Total 2715 1610
Fonte: Instituto da Conservação da Natureza e Florestas.
PLA
NO M
UNICIPAL DE DEFESA DA FLO
RESTA CONTRA IN
CÊNDIOS DO MUNICÍPIO DE CASTRO DAIRE
CADERNO I – DIAGNÓSTICO
56
Fonte: Instituto da Conservação da Natureza e Florestas.
Figura 29 – Mapa dos pontos de início e causa dos incêndios do concelho de Castro Daire (2001-2013)
PLANO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DO MUNICÍPIO DE CASTRO DAIRE
CADERNO I – DIAGNÓSTICO
57
5.6 – Fontes de alerta
Observando as figuras 30 e 31, que representam a distribuição do nº de
ocorrências por fonte de alerta em 2005 e 2011 e a distribuição do n.º de ocorrências
por fonte e hora de alerta destes anos, pode-se concluir que os populares são os
que mais alertam para os incêndios, representando mais de metade do n.º de
ocorrências registadas, com 79%. Seguem-se, com 8%, os alertas dados via
telefónica para o 117 e e com 7% os alertas pelos postos de vigia. Por último,
aparecem os alertas dados por outras fontes, com 6% e pelo CCO e Sapadores com
0%.
Pode concluir-se que a principal fonte de alerta por hora, é sem dúvida a fonte
de alerta populares, para todo o período compreendido entre às 00:00 às 23:59
horas.
PLA
NO M
UNICIPAL DE DEFESA DA FLO
RESTA CONTRA IN
CÊNDIOS DO MUNICÍPIO DE CASTRO DAIRE
CADERNO I – DIAGNÓSTICO
58
Distribuição do nº de ocorrências por fonte de alerta (2005-2013)
POPULARES
1661
79%
OUTROS
117
6%
117
164
8%
SAPADORES
9 0%PV
153
7%
CCO3 0%
Fonte: Instituto da Conservação da Natureza e Florestas.
Figura 30 – Distribuição do nº de ocorrências por fonte de alerta no concelho de Castro Daire (2005-2013)
PLA
NO M
UNICIPAL DE DEFESA DA FLO
RESTA CONTRA IN
CÊNDIOS DO MUNICÍPIO DE CASTRO DAIRE
CADERNO I – DIAGNÓSTICO
59
Distribuição do nº de ocorrências por fonte e hora de alerta (2005-2013)
53
33
10
33
23
1010
915
2020
65
58
83
44
4730
2112
1210
2219
2832
6183
93
120
118
126
127
149
124
117
102
90
5860
2
31
1
7
53
6
1112
8
99
7
1
33
2
3
1
22
4
7
84
6
1114
14
138
9
7
511
1
2
2
12
1
812
1
0
20406080100
120
140
160
180
200
0:00 -
0:59
1:00 -
1:59
2:00 -
2:59
3:00 -
3:59
4:00 -
4:59
5:00 -
5:59
6:00 -
6:59
7:00 -
7:59
8:00 -
8:59
9:00 -
9:59
10:00 -
10:59
11:00 -
11:59
12:00 -
12:59
13:00 -
13:59
14:00 -
14:59
15:00 -
15:59
16:00 -
16:59
17:00 -
17:59
18:00 -
18:59
19:00 -
19:5920:00 -
20:5921:00 -
21:5922:00 -
22:5923:00 -
23:59
Horas
PV
POPULARES
OUTROS
117
CCO
SAPADORES
Fonte: Instituto da Conservação da Natureza e Florestas.
Figura 31 – Distribuição do nº de ocorrências por fonte de alerta no concelho de Castro Daire (2005-2013
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60
5.7 – Grandes incêndios: distribuição anual
Fazendo uma análise das figuras 32 e 33, onde estão representadas as áreas
ardidas dos grandes incêndios do concelho no período de 2000 a 2013 e a
distribuição anual da área ardida e nº de ocorrências dos grandes incêndios,
respectivamente, podemos concluir que o concelho de Castro Daire, durante o ano
de 2005, foi bastante fustigado por grandes incêndios. Definem-se como grandes
incêndios, todos os incêndios com área superior a 100 ha. É de salientar que nos
anos de 2006, 2008, 2009 e 2011 não ocorreram grandes incêndios no concelho.
As freguesias mais afectadas foram as que se situam na parte oeste do
concelho, tais como Cabril, União das Freguesias de Parada de Ester e Ester,
Pinheiro, União das Freguesias de Reriz e Gafanhão e Pepim. Mais a norte afetaram
Gosende, a União das freguesias de Mezio e Moura Morta, Monteiras e Amofala e
mais a sul S. Joaninho, Castro Daire e Mões.
No ano de 2003 ocorreram dois grandes incêndios onde arderam cerca de
400 ha. Em 2004 em três incêndios arderam mais de 2900 ha. No ano de 2005
registaram-se onze incêndios com área superior a 100ha que consumindo mais de
3800 ha. Em 2010 registaram-se 5 grandes incêndios onde arderam mais de
2100ha. No ano 2012 arderam 783ha em 2 grandes incêndios e em 2013
registaram-se 6 grandes incêndios com uma área ardida total de 3279,5ha.
Visualizando o quadro 5, onde se representa a distribuição anual do n.º de
grandes incêndios por classes de área para o período de 2000 a 2013, podemos
verificar que de entre os grandes incêndios a maior parte deles possui uma extensão
entre os 100 ha e 500 ha (38 ocorrências). Já nos incêndios com áreas entre os 500-
1000 ha foram registadas 3 ocorrências e 5 ocorrências para áreas superiores a
1000 ha.
PLA
NO M
UNICIPAL DE DEFESA DA FLO
RESTA CONTRA IN
CÊNDIOS DO MUNICÍPIO DE CASTRO DAIRE
CADERNO I – DIAGNÓSTICO
61
Figura 32 – Mapa das áreas ardidas dos grandes incêndios do concelho de Castro Daire (2000-2013)
PLA
NO M
UNICIPAL DE DEFESA DA FLO
RESTA CONTRA IN
CÊNDIOS DO MUNICÍPIO DE CASTRO DAIRE
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62
Distribuição anual da área ardida e nº ocorrências dos grandes incêndios (2000-2013)
0,0
500,0
1000,0
1500,0
2000,0
2500,0
3000,0
3500,0
4000,0
4500,0
024681012
Área ardida
1625,8
1134,4
1491,6
405,7
2965,5
3899,1
0,0
118,0
0,0
0,0
2166,0
0,0
783,0
3279,5
Nº grandes incêndios
55
52
311
01
00
50
26
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
Fonte: Instituto da Conservação da Natureza e Florestas.
Figura 33 – Distribuição anual da área ardida e nº de ocorrências dos grandes incêndios do concelho de Castro Daire (2000-2013).
PLA
NO M
UNICIPAL DE DEFESA DA FLO
RESTA CONTRA IN
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CADERNO I – DIAGNÓSTICO
63
Quadro 7 – Distribuição anual do nº de grandes incêndios por classes de área no Concelho de Castro Daire.
Classes de área (ha)
Ano
100-500
500-1000
>1000
Total
2000
4
1
0
5
2001
5
0
0
5
2002
4
1
0
5
2003
2
0
0
2
2004
1
0
2
3
2005
8
1
1
10
2006
0
0
0
0
2007
3
0
0
3
2008
0
0
0
0
2009
0
0
0
0
2010
4
0
1
5
2011
0
0
0
0
2012
2
0
0
2
2013
5
0
1
6
Total
38
3
5
Fonte: Instituto da Conservação da Natureza e Florestas.
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64
5.5 – Grandes incêndios (área > 100 ha) – Distribuição mensal, semanal e
horária
Na figura 34 encontra-se representada a distribuição mensal da área ardida e
o n.º de ocorrências dos grandes incêndios no período de 1996 a 2013.
Verifica-se que é durante os meses de Agosto que efectivamente se regista a
maior área ardida. Nos últimos 10 anos, durante os meses de Agosto arderam cerca
de 18815 ha.
Também o n.º de ocorrências aumenta durante este mês, tendo sido
registadas 25 ocorrências para o mesmo período.
Estes resultados devem-se essencialmente aos factores climáticos, uma vez
que, o mês de Agosto, é o que apresenta normalmente temperaturas mais elevadas
e humidades relativas mais baixas, estando inserido em pleno período crítico. È de
salientar que é durante este mês que muitas festas e romarias no concelho, havendo
por consequência uma maior afluência de pessoas.
Nos meses de Março, Julho, Setembro, Outubro e Novembro também
ocorreram grandes incêndios, registando-se uma área ardida de 1348, 2447 ha, 905
ha, 386 ha e 378 ha, respectivamente. Estes incêndios nestes meses podem resultar
no uso do fogo de forma negligente (queima de sobrantes ou queimadas de forma
descontrolada).
A figura 35 representa a distribuição semanal da área ardida e o n.º de
ocorrências dos grandes incêndios para o período de 1996 a 2013.
Comparando os sete dias da semana é à Sexta-feira e Sábado, que se nota
um maior n.º de ocorrências e uma maior área ardida, registando-se
respectivamente, um total de 7 grandes incêndios, perfazendo uma área ardida de
6171,5 ha, e um total de 6 grandes incêndios com uma ardida de 4975,5 ha. Esta
situação pode ocorrer devido é ser normalmente durante o fim-de-semana que
ocorrem a maior parte das festas e romarias e do concelho.
Relativamente à distribuição horária, é durante as 13:00 e 14:00 horas que se
verifica uma maior área ardida, tendo-se registado para o período de 1996 a 2013 5
ocorrências com um total de 6972,5ha (figura 36). Este é um período em que
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CADERNO I – DIAGNÓSTICO
65
normalmente temos temperaturas muito elevadas o que pode provocar o aumento
da área ardida.
Durante a manhã, das 9:00 às 10:00 horas, foram verificadas somente 2
ocorrências, no entanto registou-se um total de área ardida de 4055 ha. Segue-se o
período das 14:00 às 15:00, das 17:00 às 18:00 e das 12:00 às 13:00, com valores
significativos de área ardida e de n.º de ocorrências.
Desta análise, importa reter que é durante os meses de Agosto, ás Sextas-
feiras e nos períodos das 13:00 às 14:00 horas que se registam um maior n.º de
ocorrências e maiores áreas ardidas. Deverão nestes períodos ser reforçadas as
acções de vigilância florestal, para tentar minimizar esta situação, detectando à
nascença os focos de incêndio, pois é normalmente nestas alturas que existe uma
maior afluência de pessoas no concelho, devido ás festas e romarias existentes.
PLA
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66
Distribuição mensal da área ardida e nº de ocorrências dos grandes incêndios 1996-2013
0
5000
10000
15000
20000
051015202530
Área ardida total
00
1348
00
02446,5
18815
905
386
378
0
Nº de grandes incêndios
00
40
00
425
73
20
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Fonte: Instituto da Conservação da Natureza e Florestas.
Figura 34 – Distribuição mensal da área ardida e nº de ocorrências dos grandes incêndios do concelho de Castro Daire (1996-2013).
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RESTA CONTRA IN
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67
Distribuição semanal da área ardida e nº e ocorrências dos grandes incêndios 1996-2013
0,0
1000,0
2000,0
3000,0
4000,0
5000,0
6000,0
7000,0
024681012
Área adida total
2482,5
3912,0
2916,5
1250,5
6171,5
4973,5
2572,0
Nº de grandes incêndios
47
114
76
6
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sáb
Dom
Fonte: Instituto da Conservação da Natureza e Florestas.
Figura 35 – Distribuição semanal da área ardida e nº de ocorrências dos grandes incêndios do concelho de Castro Daire (1996-2013).
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RESTA CONTRA IN
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68
Distribuição horária da área ardida e nº de ocorrências dos grandes incêndios 1996-2013
0,0
1000,0
2000,0
3000,0
4000,0
5000,0
6000,0
7000,0
8000,0
01234567
Área ardida total
153,5
260,0
1141,0
223,0
103,0
0,0
0,0
0,0
0,0
4055,0322,5
872,51543,06972,52875,01141,5595,03257,0242,0
0,0
0,0
372,0
0,0
150,0
Nº de ocorrências total
11
21
10
00
02
24
45
45
36
20
01
01
0:00 -
0:59
1:00 -
1:59
2:00 -
2:59
3:00 -
3:59
4:00 -
4:59
5:00 -
5:59
6:00 -
6:59
7:00 -
7:59
8:00 -
8:59
9:00 -
9:59
10:00 -
10:5911:00 -
11:59
12:00 -
12:5913:00 -
13:59
14:00 -
14:5915:00 -
15:5916:00 -
16:5917:00 -
17:59
18:00 -
18:5919:00 -
19:5920:00 -
20:5921:00 -
21:59
22:00 -
22:5923:00 -
24:59
Fonte: Instituto da Conservação da Natureza e Florestas.
Figura 36 – Distribuição horária da área ardida e nº de ocorrências dos grandes incêndios do concelho de Castro Daire (1996-2013).