plano estratÉgico centro vivo- o centro que queremos em 2022

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PLANO ESTRATÉGICO CENTRO VIVO O CENTRO QUE QUEREMOS EM 2022 Resultado das Oficinas de Colaboração com os cidadãos para a criação de uma visão de futuro compartilhada para o Centro de São José dos Campos

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Resultado das Oficinas de Colaboração com os cidadãos para a criação de uma visão de futuro compartilhada para o Centro de São José dos Campos

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PLANO ESTRATÉGICO

CENTRO VIVOO CENTRO QUE QUEREMOS EM 2022

Resultado das Oficinas de Colaboração com os cidadãos para a criação de uma visão de futuro compartilhada para o Centro de São José dos Campos

“Cidades são importantes porque potencializam as maiores forças da humanidade. Elas ajudam a formar as redes de colaboração e criatividade que estão por trás de

tudo que a humanidade tem sido capaz de fazer.” Edward Glaeser, autor do livro “Os Centros Urbanos - a maior invenção da humanidade”

2012

PLANO ESTRATÉGICO

CENTRO VIVOO CENTRO QUE QUEREMOS PARA 2022

Resultado das Oficinas de Colaboração com os cidadãos para a criação de uma visão de futuro compartilhada para o Centro de São José dos Campos

PG 07 | IntroduçãoPG 08 | Mapa do PerímetroPG 10 | 2. Contexto Do Plano

Estratégico Centro Vivo2.1. A Visível Degradação2.2 Bases Para A Criação Do Projeto Centro Vivo

PG 12 | 3. Diagnósticos Elaborados Sobre A Área Central3.1 Estudos Relacionados À Elaboração Da Lei De Zoneamento 3.2 Estudos Específicos Para O Centro Vivo

PG 14 | 4. Oficinas De Colaboração Centro Vivo4.1 Diagnóstico Colaborativo4.2 Participação Do Cidadão4.3 Objetivos E Organização Das Oficinas4.4 Metodologia4.4.1 Visão De Futuro4.4.2 Fluxos De Participação

PG 20 | Oficina 1 - Abertura PG 24 | Oficinas 2 - Diagnóstico 1PG 28 | Oficinas 3 - Diagnóstico 2PG 30 | Oficinas 4 - Visão de FuturoPG 38 | Oficinas 5 - Visão de FuturoPG 40 | Conclusão

PLANO ESTRATÉGICO CENTRO VIVO5

Sumário >>

PLANO ESTRATÉGICO CENTRO VIVO 6

Expediente<<

Publicação baseada nas cinco Oficinas de Colaboração Centro Vivo realizadas entre outubro e dezembro de 2011 na Casa do Idoso/Centro – como parte do Plano Estratégico Centro Vivo.Esta é uma iniciativa do IPPLAN – Instituto de Pesquisa, Admi-nistração e Planejamento sendo parte integrante do Contrato de Gestão com a Prefeitura Municipal de São José dos Campos - Secretaria de Planejamento Urbano

Diretora Geral: Engª Cynthia Márcia de Oliveira Gonçalo • Equipe Técnica Centro Vivo: Angélica Avellar, Bárbara Azeve-do, Guilherme Rosa, Lívia Toledo e Maria Lígia Vianna.

Secretário de Planejamento Urbano: Engº Oswaldo Vieira de Paula Júnior

IPPLAN

Alameda ComunicaçãoEditor: Enio MachadoProjeto Gráfico e Edição de Arte: Bruna Santana

Fotos e Arte: Arq. Gilberto Cunha, Adenir Britto e Ronny Santos / PMSJC

Tiragem: 50 exemplares.

Descrição:

IPPLAN:

Prefeitura Municipal de São José dos Campos:

Divulgação:

Produção:

*CAPA IMPRESSA EM PAPEL SUPREMO 250G COM LAMINAÇÃO E MIOLO EM PAPEL COUChÉ FOSCO 150G. ESTE PROJETO TEM SEUS DIREITOS RESERVA-

DOS ONDE É PERMITIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL DESDE QUE CITADA A FONTE E OS RESPECTIVOS AUTORES. ESTE PROJETO NÃO TEM DISTRIBUIÇÃO

COMERCIAL SENDO VEDADA SUA COMERCIALIZAÇÃO POR QUALQUER MEIO, EMPRESA OU PESSOA FÍSICA.

EXPEDIENTE:

Foto CapaRonny Santos / PMSJC

Vista aérea da orla do Banhado de São José dos Campos

PLANO ESTRATÉGICO CENTRO VIVO7

Introdução >>

A Prefeitura Municipal de São José dos Campos (PMSJC) e o Instituto de Pesquisa, Administração e Planejamento de São José dos Campos (IPPLAN) têm coordenado juntos o Plano Estratégico Centro Vivo para a requalificação da área central da cidade. É uma proposta de alto impacto na qualidade de vida do cidadão joseense e que, pela sua complexidade, exige grande coordenação de esforços da administração pública, da iniciativa privada e da sociedade civil. Para que exista um engajamento efetivo de to-das as esferas envolvidas, é preciso trans-parência, responsabilidades compartilha-das e acompanhamento mútuo das ações.

Ao conhecer a proposta do Centro Vivo, o leitor poderá perceber que se trata de uma iniciativa que procura conciliar as deman-das dos diversos públicos aos conhecimen-tos específicos da área de Planejamento Urbano. A requalificação de um centro de cidade, seja ela qual for, traz em si o desafio de lidar com a complexidade de um siste-ma de agentes sociais com diferentes inte-resses, histórias, recursos e com diversos níveis de envolvimento com as políticas e os problemas que estão ao seu redor. Este sistema é composto ainda pelo ambiente, instituições e pelas relações entre eles e re-quer que o Plano Estratégico Centro Vivo seja permeável ao diálogo com todos os públicos e passível de adequações ao longo de sua implantação.

Um ano se passou desde a realização

das Oficinas de Colaboração Centro Vivo no período de outubro a dezembro de 2011 e muitos cidadãos já tiveram contato com algumas ações realizadas no perímetro do Centro Vivo, podendo avaliar seu impacto positivo sobre a cidade. Esta publicação visa mostrar de modo mais completo a contribuição das Oficinas de Colaboração Centro Vivo no processo de construção deste Plano Estratégico, pois elas consti-tuíram uma etapa de extrema importância, na qual a população participou com seus conhecimentos, sentimentos e anseios para a construção de uma visão compartilhada. Além disso, é esperado que esta publica-ção favoreça a crescente colaboração entre sociedade civil, iniciativa privada e poder público, permitindo a criação de novas ins-tâncias de diálogo, que se utilizem de uma linguagem que aproxime o cidadão das de-cisões para o futuro da nossa cidade.

Todas as ações que compõem o plano de requalificação têm buscado o diálogo com as partes envolvidas, pois entende-se que apenas pelo entendimento e cooperação de esforços é possível realizar as ações pla-nejadas, que são ousadas por ir além de propostas pontuais. Que este trabalho tam-bém inspire outras iniciativas semelhantes e estimule a participação da sociedade na cobrança de instrumentos e políticas que tornem a vida de quem mora em São José dos Campos uma grata experiência de ci-dadania.

INTROdUçãO

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sebastião humel

coronel josé monteiro

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1. Rodoviária Velha 2. Igreja Matriz 3. Praça da Matriz 4. Ciretran 5. Mercado Municipal 6. Museu de Arte Sacra 7. Cine Teatro 8. Biblioteca 9. Praça Cônego Lima 10. Banhado 11. Escola Olímpio Catão 12. Calçadão 13. Praça Afonso Pena 14. Espaço Mário Covas 15. Shopping Centro 16. Praça do Sapo 17. Largo São Miguel 18. Delegacia 19. Galeria Pedro Rachid 20. Igreja São Benedito 21. Correios 22. Praça Maurício Cury 23. Praça Pres. Kennedy 24. AESJ

Mapa do Perímetro>>

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1. Rodoviária Velha 2. Igreja Matriz 3. Praça da Matriz 4. Ciretran 5. Mercado Municipal 6. Museu de Arte Sacra 7. Cine Teatro 8. Biblioteca 9. Praça Cônego Lima 10. Banhado 11. Escola Olímpio Catão 12. Calçadão 13. Praça Afonso Pena 14. Espaço Mário Covas 15. Shopping Centro 16. Praça do Sapo 17. Largo São Miguel 18. Delegacia 19. Galeria Pedro Rachid 20. Igreja São Benedito 21. Correios 22. Praça Maurício Cury 23. Praça Pres. Kennedy 24. AESJ

Mapa do Perímetro >>

PLANO ESTRATÉGICO CENTRO VIVO 10

Contexto do Plano Estratégico Centro Vivo02

• 2.1 A VISÍVEL dEGRAdAçãOA degradação dos centros urbanos tem

sido uma problemática vivida nas últimas décadas em diversas cidades ao redor do mundo e se tornou um tema recorrente aos urbanistas, que têm se dedicado à busca de soluções para questões que se tornaram crônicas, tais como:

1. o esvaziamento da população residente em busca de bairros com menos trânsito e menos ruído, em que o uso residencial seja predominante;

2. a mudança do perfil socioeconômico da população usuária do Centro;

3. a escassez de áreas para novos usos e para melhoria da infraestrutura de circula-ção, o que limita as possibilidades de aden-samento;

4. a criação de novas centralidades con-correntes ao Centro, resultante do proces-so de expansão urbana e da saída de pólos geradores de tráfego para locais com maior atratividade, melhor acessibilidade ou que tenham maior possibilidade de expansão do sistema de circulação.

As principais consequências do conjun-to dessas mudanças são a degradação do patrimônio construído, desvalorização imo-biliária do Centro e a sensação de insegu-rança pela falta de fluxo de pessoas. Uma vez havendo um abandono generalizado, abre-se lugar à ocorrência de atividades

ilegais e informais, como o comércio am-bulante, a prostituição e a concentração de usuários de drogas, degradando essas áre-as de enorme importância histórica para as cidades.

• 2.2 BASES PARA A CRIAçãOdO PROJETO CENTRO VIVO O Plano Diretor de Desenvolvimen-

to Integrado (PDDI) - Lei Complementar 306/2006, em seu artigo 69 prevê diretri-zes da política do uso e ocupação do solo e já estabelece a necessidade de estímulo à implantação de habitações e atividades econômicas de lazer no Centro com a fina-lidade de requalificá-lo.

Durante a elaboração da atual Lei de Zo-neamento (Lei Complementar 428/2010) foi diagnosticado entre os principais desa-fios enfrentados para a requalificação do Centro o grande esvaziamento à noite, que gera insegurança à população e que evi-dencia a necessidade de um plano integra-do de requalificação mais efetivo e estru-tural para a área central, incluindo fomento de atividades de lazer no período noturno.

Tendo o objetivo de recuperar a área de-teriorada, qualificar o patrimônio histórico, cultural e paisagístico, promover a recupe-ração das atividades econômicas do Cen-tro, criar novas oportunidades de negócios e, consequentemente, melhorar a qualidade de vida da população, foi criado o Plano Es-tratégico Centro Vivo.

A Lei de Zoneamento previu que a re-qualificação do Centro deveria ser tratada através de uma Operação Urbana Consor-

CONTExTO dO PLANO ESTRATéGICO

CENTRO VIVO

PLANO ESTRATÉGICO CENTRO VIVO11

Contexto do Plano Estratégico Centro Vivo 02

ciada, que é um recurso legal para realizar um conjunto de intervenções e medidas coordenadas pelo Poder Público Munici-pal, com a participação dos proprietários, moradores, usuários e investidores priva-dos com o objetivo de alcançar, em uma área específica, transformações urbanísti-cas estruturais visando melhorias sociais e a valorização ambiental. As Operações Urbanas Consorciadas se caracterizam pela possibilidade de propiciar incentivos tributários municipais e alteração de nor-mas para a construção de edifícios, desde que considerados os impactos ambientais. No artigo 26 a Lei de Zoneamento prevê a Operação Urbana Centro Vivo e a obriga-ção de ser regulamentada por legislação especifica.

Iniciaram-se os estudos para a definição da Operação Urbana Centro Vivo, em maio de 2010 pela a Secretaria de Planejamen-to Urbano e em agosto de 2011 firmou-se um contrato de gestão com o IPPLAN para conduzir a então chamada Operação Ur-bana Centro Vivo. Após este momento foi pertinente que houvesse algumas mudan-ças estruturais na condução do projeto:

A. Mudança de ”Operação Urbana” para “Plano Estratégico”: Foi entendido que as ações de melhorias no Centro precisam ser planejadas, coordenadas e articuladas de maneira sinérgica para obter resultados efe-tivos nos próximos dez anos, mas não ne-

cessariamente exigiriam modificações nos índices e características de parcelamento do solo. Portanto a Operação Urbana Cen-tro Vivo assumiu, por hora, os moldes de um Plano Estratégico, cuja intenção é unificar diagnósticos e prever ações futuras, com atuações públicas e privadas, estabelecen-do a cooperação mútua dos agentes que compõem o cenário urbano.

B. Intensa participação da sociedade: A mobilização dos cidadãos e das organiza-ções da sociedade é essencial para a gover-nança do Plano, pois favorece a transparên-cia e o monitoramento entre os envolvidos. A convergência de esforços nesta partici-pação é facilitada no desenvolvimento de um Plano Estratégico, que orienta o envol-vimento dos públicos envolvidos.

C. Revisão do perímetro da área do Plano: O Plano previa que seu perímetro de atua-ção coincidiria com o perímetro da ZC-1 – Zona Central Um, área delimitada na Lei de Zoneamento, que mereceria maior atenção pelo fato de concentrar a maior parte das atividades de comércio e serviços, porém com pouco uso residencial. Posteriormen-te, ao entender que por estar no entorno da ZC-1, a ZC-2 também seria diretamente im-pactada, decidiu-se que a ZC-2 seria incor-porada ao perímetro do Plano Estratégico Centro Vivo, possibilitando que nesta área seja estimulado o uso residencial.

Técnica Mista | Gilberto Cunha

PLANO ESTRATÉGICO CENTRO VIVO 12

Diagnósticos elaborados sobre a Área Central03

O diagnóstico é essencial para embasar as proposições futuras e, visando esclarecer os problemas do Centro e identificar possíveis soluções, foram feitos vários tipos de análise:

A. Estudos técnicos específicos para o Centro Vivo e análise de outros estudos rea-lizados para a mesma área, tais como levan-tamento fotográfico e cadastral.

B. Para um diagnóstico mais completo e abrangente da área central, entendeu-se que seria necessário um diagnóstico colabo-rativo que captasse a complexidade dos an-seios, valores, dificuldades e pontos críticos do Centro percebidos pelos cidadãos. Para uma abordagem estruturada, foram organi-zadas as Oficinas de Colaboração do Centro Vivo, que estão detalhadas ao longo desta publicação.

Abaixo, de maneira resumida, são des-

critas outras etapas do diagnóstico, que ajudaram no embasamento do Plano Estra-tégico.

• 3.1 ESTUdOS RELACIONAdOS À ELABORAçãO dA LEI dE ZONEAMENTOO diagnóstico realizado para a revisão

da Lei de Zoneamento e os depoimentos colhidos nas audiências públicas aponta-ram a necessidade de melhorias no Centro, relacionadas ao incremento da segurança, retirada de comerciantes ambulantes das calçadas, assim como programas de com-bate à prostituição e usuários de drogas nos espaços públicos e a valorização do patrimônio arquitetônico e da paisagem. Diante da existência de conflito entre o uso residencial e as atividades de lazer noturno e considerando a carência dessas ativida-des no município, nada mais conveniente do que incentivar sua ocorrência no Centro tradicional da cidade, pois isso vai ao en-

dIAGNóSTICOS ELABORAdOS SOBRE A

ÁREA CENTRAL

PLANO ESTRATÉGICO CENTRO VIVO13

Diagnósticos elaborados sobre a Área Central 03

contro dos anseios de melhorias a serem realizadas e corresponde ao que foi de-tectado nas oficinas. Em função do que foi acima exposto, a zona central ficou dividida em dois tipos: ZC1, constituída pela porção onde predominam os usos comerciais e de serviços e que necessita de renovação ur-bana, onde é vedado o uso residencial e é incentivado o uso para entretenimento e lazer, especialmente em período além do horário tradicional; e ZC2, constituída pela porção onde se pretende estimular, além das atividades comerciais e de prestação de serviços, o uso residencial multifamiliar, o que deve contribuir também para a re-qualificação desejada.

• 3.2 ESTUdOS ESPECÍFICOS PARA O CENTRO VIVOAo adentrar nesta proposta de um Plano

Estratégico que preveja todas as interven-ções necessárias para o sucesso do Centro Vivo, identificou-se a necessidade de enri-quecer o diagnóstico feito anteriormente, a fim de melhor explorar os diversos temas en-volvidos e inter-relacionados. O Centro Vivo, tal qual um ecossistema complexo, requer uma abordagem que considere as múltiplas leituras do mesmo território.

Alguns estudos específicos foram realiza-dos para a compreensão das particularidades da área de abrangência do Plano Estratégico:

> Caracterização do Perfil Socioeconômico;

> Caracterização do Uso do Solo;

> Caracterização da Mobilidade Urbana.

Estes levantamentos são subsídios téc-nicos para uma análise da situação atual do Centro e para a identificação das po-tencialidades e fragilidades locais. Soma-dos aos estudos já citados – diagnósticos do Plano Diretor e Lei de Zoneamento, caracterização do Centro Vivo e Oficinas de Colaboração (que serão detalhadas a seguir) –, também foram realizadas pes-quisas qualitativas e quantitativas. Essas pesquisas puderam ser melhor direciona-das a partir dos resultados das Oficinas de Colaboração, tendo sido elaboradas de três formas:

> Pesquisa Qualitativa com usuários e não usuários para percepção da imagem do Centro;

> Pesquisa Quantitativa com usuários do Centro;

> Pesquisa Quantitativa nos pontos de maior transformação prevista;

O resultado de cada uma destas pesqui-sas integrará a publicação do Plano Estraté-gico Centro Vivo.

Além das ações que estão sendo pensa-das para o Plano, também foram apresen-tados alguns projetos considerados estru-turantes, uma vez que servem de base para outras iniciativas, conforme descrito neste quadro.

Técnica Mista | Gilberto Cunha

PLANO ESTRATÉGICO CENTRO VIVO 14

Oficinas de colaboração Centro Vivo04

• 4.1 dIAGNóSTICO COLABORATIVOFoi necessário um diagnóstico que inclu-

ísse as percepções e o conhecimento de di-versos públicos do Centro de São José dos Campos para que a sociedade estivesse re-presentada nele.

Um dos grandes desafios da organiza-ção das Oficinas de Colaboração foi buscar uma resposta à seguinte pergunta: Como envolver a sociedade neste propósito de requalificar o Centro de São José dos Cam-pos, incorporando seus anseios e ganhando seu apoio no desenrolar das ações ao longo dos próximos anos?

Entendemos ser essencial incorporar, des-de o início, os anseios de todos os agentes deste Centro: moradores, usuários assíduos ou esporádicos, motoristas, consumidores e profissionais que ali trabalham, ou seja, de todo cidadão joseense tem uma relação funcional, simbólica ou afetiva com o Cen-tro da cidade. A requalificação desta área passa por um processo de diálogo com todos os seus públicos e este foi o desafio enfrentado nas Oficinas de Colaboração. A experiência do cidadão na sua relação com o Centro é de grande valia no diagnóstico do Centro ao incorporar informações que se somam aos levantamentos técnicos.

• 4.2 PARTICIPAçãO dO CIdAdãOA realização de audiências públicas é uma

prática frequente na cidade de São José dos Campos e através delas a população é consultada sobre questões de grande re-levância no âmbito municipal. Elas seguem um formato pré-definido de apresentação

de ideias e participação dos cidadãos, de acordo com as regras definidas em edital a ser divulgado em pelo menos dois órgãos da imprensa local. De acordo com o artigo 16 da Lei Orgânica Municipal é obrigatória para os casos de:

1. projeto de licenciamento que provoque impacto ambiental;

2. atos que envolvam conservação ou mo-dificação do patrimônio histórico, arquite-tônico, artístico ou cultural do município;

3. elaboração dos projetos de leis de Di-retrizes Orçamentárias, Orçamento Anual e Plano Plurianual;

4. elaboração de Plano Diretor de Desen-volvimento Integrado e;

5. elaboração ou alteração de legislação reguladora do uso e ocupação do solo (com exceções).

Um Plano Estratégico como o Centro Vivo não necessita de audiências públicas para sua aprovação. Por outro lado, o Es-tatuto da Cidade – Lei 10257/01 - em seu artigo 43, inclui debates, audiências e con-sultas públicas, conferências sobre assun-tos de interesse urbano, entre outros, como instrumentos da Gestão Democrática da Cidade. Em busca da garantia dessa gestão democrática e da apropriação do Plano por parte da população, foram organizadas as Oficinas de Colaboração. Elas se tornaram

OFICINAS dE COLABORAçãO

CENTRO VIVO

PLANO ESTRATÉGICO CENTRO VIVO15

Oficinas de colaboração Centro Vivo 04

uma grande oportunidade para que novas formas de captar as contribuições dos ci-dadãos fossem experimentadas.

Em primeira análise, o histórico da intera-ção entre poder público e cidadãos foi mar-cado por alguma desconfiança na percep-ção das pessoas. De uma parte, cidadãos ficavam insatisfeitos de que nem sempre suas contribuições eram levadas em conta. Em outros casos, em consultas sobre me-lhorias e novos projetos, as mudanças re-queridas pela população frequentemente eram feitas em um momento tardio, quan-do as propostas já não poderiam ser alte-radas. Ressalta-se que em muitos casos, neste histórico de consultas à população, houve a presença de cidadãos menos habi-tuados a olhar de forma coletiva sobre a ci-dade, e prevaleceu, na participação destes, um olhar individualista.

Duas questões emergiram desta refle-xão para as formas de interação com os cidadãos:

1ª Em que momento os cidadãos devem

ser envolvidos na proposição de melhorias e novas ideias?

Decidiu-se pela criação das Oficinas de Colaboração na fase inicial do Plano Es-tratégico, como parte de um diagnóstico colaborativo do Centro, acontecendo em paralelo às outras etapas do diagnóstico técnico, de modo que as percepções da sociedade pudessem ser incorporadas ao diagnóstico final e servissem de referência na revisão dos valores e objetivos e na pro-

posição das ações integradoras do Plano Estratégico.

2ª Como deve ser a dinâmica dos eventos

de participação cidadã?O papel e a dinâmica da participação cida-

dã no âmbito da administração pública tem sido objeto de estudos e experimentos em muitos lugares do mundo. Muitas metodolo-gias fazem parte de um grande repositório de experiências relatadas, mas a adaptação à realidade local única é condição essencial em todos os casos de sucesso.

Três necessidades ditaram as primeiras decisões sobre o conceito das Oficinas:

> Forma de interação e contato com a população: uma palestra ou uma série de-las não produziria o mesmo efeito sobre os participantes do que um evento onde hou-vesse uma participação mais ativa, e não somente passiva. O conceito de oficina re-mete a uma construção coletiva, vivida na prática, de modo que os participantes se-riam protagonistas do resultado.

> Frequência dos eventos: necessidade de valorizar o acúmulo de conhecimento do contexto ao longo do processo e familiari-zar os participantes com as dinâmicas de grupo, ao invés da realização de um único evento onde não há tempo para construir sinergia entre pessoas e propósitos.

> Capacitação: necessidade de treina-

Técnica Mista | Gilberto Cunha

PLANO ESTRATÉGICO CENTRO VIVO 16

mento da equipe IPPLAN/PMSJC em facili-tação de metodologias participativas.

• 4.3 OBJETIVOS E ORGANIZAçãOdAS OFICINASQual o produto esperado ao fim das Ofi-

cinas?Ao convidar pessoas tão diversas para

colaborar com o Plano Estratégico Centro Vivo, criou-se a necessidade de apresentar objetivos claros, para que a infinidade de assuntos relacionados ao tema não prejudi-casse o produto final. Por isso, durante to-das as Oficinas, foram relembrados os qua-tro objetivos desta série de eventos:

I. Elaborar para o Centro uma Visão de Futuro compartilhada pelos cidadãos, po-der público e iniciativa privada que oriente as ações;

A. Além do diagnóstico, a construção de uma visão de futuro desejada e comparti-lhada por todos permite combater o ime-diatismo de ações pontuais e incentivar o olhar para os próximos 10 anos do Centro da cidade.

II. Permitir que cidadãos de diversos perfis encontrassem um ambiente propício à cola-boração, aprendizado e geração de ideias a partir da sua realidade;

A. Conhecendo a limitação de espaço para os eventos e sabendo que a efetividade da metodologia aplicada também dependeria de um número limitado de pessoas, foram

convidados para a série de Oficinas repre-sentantes de diversos setores da sociedade, associações de classe, instituições de ensi-no, empresários e profissionais com relação direta ou indireta com o Centro. Uma parte das vagas ficou reservada aos moradores e outros interessados que ficaram sabendo através da mídia ou dos cartazes espalha-dos em algumas universidades.

III. Obter um diagnóstico mais rico e abrangente da realidade da zona central de São José dos Campos e das relações sociais ali presentes;

A. As dinâmicas das Oficinas precisariam capturar as características das relações en-tre as pessoas, os fluxos e a subjetividade que dificilmente seriam percebidas através dos outros levantamentos técnicos. Estas informações são valiosas para a compreen-são e planejamento das ações futuras.

IV. Desenvolver instrumentos de gover-nança do Plano Estratégico junto à socie-dade para sua manutenção ao longo do tempo.

A. Este objetivo foi colocado pela neces-sidade de estimular a organização da so-ciedade em torno dos objetivos do Plano, de maneira que garantisse ao Centro Vivo o caráter de perenidade ao longo dos anos, graças à participação democrática nas de-cisões mais importantes, ficando menos suscetível às mudanças políticas. Assim, esse primeiro contato poderia motivar o

Oficinas de colaboração Centro Vivo04

PLANO ESTRATÉGICO CENTRO VIVO17

exercício da cidadania a partir da cobrança da sociedade à implantação e manutenção do Plano.

• 4.4 METOdOLOGIAForam organizadas cinco Oficinas de Co-

laboração entre 25 de outubro e 07 de de-zembro. Nesta época do ano, todos ficam saturados de compromissos, especialmente os comerciantes, que já estão se preparan-do para as vendas para o Natal, mas são um importante público para este trabalho. Mes-mo cientes desta dificuldade, a realização das Oficinas não poderia ser postergada, para que as ações imediatas previstas pu-dessem ser enriquecidas e aperfeiçoadas pelos resultados destas Oficinas.

Uma das necessidades dos eventos de participação era de que houvesse um ali-nhamento dos participantes aos conceitos relativos à requalificação de um centro de cidade, para que todos pudessem ter uma contribuição mais efetiva e pertinente à re-alidade em questão.

Nos convites foi enfatizada a importância da participação em toda a série de eventos como forma de enriquecer o debate ao lon-go do processo. Por este motivo, foi tam-bém desestimulada a participação esporá-dica, especialmente nos encontros finais, em que se esperava a construção de alguns consensos entre os participantes. Uma vez que algumas pessoas tem compromissos fixos em determinados dias da semana, a programação das Oficinas tentou minimi-

Oficinas de colaboração Centro Vivo 04

zar esta eventual dificuldade, alternando os dias da semana para a realização das Ofi-cinas, permitindo maior flexibilidade para aqueles que quisessem participar de todas ou da maioria delas.

• 4.4.1 VISãO dE FUTUROUma das práticas comuns em planeja-

mento urbano para se ligar o presente ao futuro é a de criar uma visão compartilha-da sobre o futuro desejado. O processo de criação desta Visão de Futuro envolve representantes e líderes de diversos seg-mentos da sociedade que fazem parte do território em questão. Quando se trata de uma cidade ou, neste caso, o Centro da ci-dade, o processo de criação de uma visão compartilhada favorece o diálogo entre os participantes para alinharem os interesses comuns, negociarem pontos de vista di-vergentes e gerar engajamento rumo ao futuro desejado. A Visão de Futuro é uma descrição narrativa sobre este futuro de-sejado e, embora composta de algumas poucas linhas, costuma ser redigida em um processo de intenso diálogo na escolha das palavras que melhor transmitirão a síntese dos anseios coletivos. Todo este processo de apropriação coletiva do futuro permite que sejam amenizados os efeitos do ime-diatismo e do individualismo. A definição do horizonte de tempo a ser vislumbrado não segue uma fórmula científica, mas o bom senso precisa atentar em definir um horizonte nem muito curto, que não com-

Técnica Mista | Gilberto Cunha

PLANO ESTRATÉGICO CENTRO VIVO 18

porte mudanças mais ousadas, nem muito longo, que se torne excessivamente impre-visível. O Plano Estratégico Centro Vivo tem os próximos 10 anos como o tempo estimado para que ocorra a requalificação que atenda aos anseios delineados na Vi-são de Futuro.

• 4.4.2 FLUxOS dE PARTICIPAçãOA inclusão de diferentes perfis de parti-

cipantes num processo de construção co-letiva traz o desafio de manter as pessoas engajadas e as conversas em um nível de diálogo significativo. O ritmo, ou seja, o flu-xo da participação que se deseja imprimir nestas conversas precisa ser considerado no planejamento dos eventos, de modo que se consiga extrair o resultado desejado ao final das conversas.

No caso das Oficinas, a diversidade das pessoas e a complexidade do tema seriam grandes oportunidades de conexão e tro-ca de experiências, mas como canalizá-las para atingir seu objetivo?

Existe um modelo que foi adotado como referência à construção dos fluxos de par-ticipação que é o modelo ‘Divergente-Con-vergente’. Neste modelo, a fase divergente é o momento em que há a criação de pos-sibilidades, surgimento de novos temas, alternativas para soluções de problemas, sempre refreando o julgamento das opini-ões e permitindo discordância e liberdade de expressão. A fase divergente precisa ser sucedida de uma fase convergente, onde são extraídas conclusões, consensos, resul-tados e próximos passos do processo. Esta dinâmica ‘Divergente-Convergente’ pode

acontecer várias vezes durante um fluxo de participação e, no caso das Oficinas de Colaboração Centro Vivo, ele acontece em dois momentos: na construção do diag-nóstico e na elaboração da visão de futuro, conforme gráfico abaixo.

As Oficinas de diagnóstico (Oficina 2 e Oficina 3) foram iniciadas com palestras de especialistas nos assuntos que iriam ser discutidos na sequência, contribuindo para ampliar o conhecimento de todos. Na Ofi-cina 2 os temas foram Mobilidade Urbana e Qualificação dos Espaços Públicos e, na Oficina 3 foi discutido Patrimônio e Diver-sidade Cultural e Oportunidades de Negó-cios. No momento seguinte à palestra que tinha o objetivo de introduzir o assunto e estimular as conversas, cada participante escolhia em qual dos dois temas desejaria participar da discussão.

Foram formados pequenos grupos de até 6 pessoas de ambos os temas e esta conversa tinha um tempo pré-estabelecido, direcionado por algumas perguntas. Cada grupo deveria escolher um ‘anfitrião da mesa’, que seria o responsável em registrar os principais pontos das conversas acon-tecidas nesta primeira rodada. Ao final do tempo pré-estabelecido todos do grupo, com exceção do ‘anfitrião’, eram convida-dos a trocar de mesa, encontrando pessoas diferentes para discutir o mesmo tema es-colhido previamente. Ao formar uma nova mesa, os ’anfitriões’ das mesas recapitula-vam nos primeiros minutos o que havia sido conversado na rodada anterior e iniciavam uma nova conversa.

Oficinas de colaboração Centro Vivo04FL

UX

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DIVERGÊNCIA CONVERGÊNCIA

PLANO ESTRATÉGICO CENTRO VIVO19

Oficinas de colaboração Centro Vivo 04

• ESTACIONAMENTO dE IdEIASPara garantir que os cidadãos presentes

nas Oficinas não desperdiçassem nenhu-ma ideia surgida ao longo dos encontros, foi criado o Estacionamento de Ideias, para receber ideias ou comentários relativos a qualquer assunto relacionado ao Centro Vivo.

Uma vez que em todas as conversas pro-

postas havia sempre uma orientação temá-tica, as questões que não se encaixavam necessariamente no tema debatido em grupo poderiam ser, ainda assim, registra-das no Estacionamento de Ideias. Com isso foram coletadas ideias de diversos temas que, agrupadas por afinidade, puderam en-riquecer ainda mais a visão coletiva sobre o Centro.

TOTALDE IDEIAS92

MOBILIDADE URBANA35

OPORTUNIDADEDE NEGÓCIOS14

COMUNICAÇÃO7GOVERNANÇA6SEGURANÇA3

SOCIAL4VALORES3

PATRIMÔNIO E DIVERSIDADE CULTURAL14

ESPAÇOSURBANOS29

ESTA

CIO

NA

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EIA

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PLANO ESTRATÉGICO CENTRO VIVO 20

Oficina 1 - Abertura | Terça-feira, 25/10/2011oficina

OBJETIVO dO dIA:

OFICINA 1

ABERTURATerça-feira, 25/10/2011

> Entendimento do processo colaborativo das Oficinas para o futuro do Centro;> Palestra: Revitalização de Centros Urbanos, com a Professora Doutora Heliana Vargas; > Palestra: Caso da nova/batata, a primeira agência pop-up que, durante 3 meses, ajudou comerciantes do Largo da Batata, em São Paulo, a melhorar o visual de seus negócios com ideias econômicas e operacionalmente viáveis. (www.novabatata.com.br)

PROGRAMA18h30 Recepção

19h00 Abertura

19h15 Dinâmica de quebra-gelo: Um sonho para o Centro*

19h40 Introdução - Centro Vivo e Oficinas

20h00 Palestra: Revitalização de Centros Urbanos – Profª. Drª. Heliana Vargas

20h30 Intervalo

20h45 Palestra: Apresentação do Caso da nova/batata - a 1ª agência de publicidade ‘pop-up’

21h15 Aquário

21h45 Considerações Finais

22h00 Encerramento

Ronny Santos / PMSJC

PLANO ESTRATÉGICO CENTRO VIVO21

Um sonho para o Centro: foram prepara-dos 4 modelos de cartão postal, cada um com uma estampa de lugares marcantes do Centro de São José dos Campos. Cada par-ticipante, ao chegar na 1ª Oficina, recebeu 1 cartão postal. Foram então convidados a en-contrar pessoas que tivessem a mesma es-tampa e formassem grupos de até 5 pesso-as para conversar sobre a seguinte questão:

Qual é o meu sonho para o Centro da cidade? Esta questão visava provocar a primei-

ra interação entre os participantes a partir de uma questão que os levaria a refletir de maneira mais aspiracional sobre a cidade e o Centro. As respostas individuais foram escritas no verso dos cartões postais, que foram expostos na Oficina seguinte.

Oficina 1 - Abertura | Terça-feira, 25/10/2011oficina

É fundamental que a sociedade civil perceba a importância de seu envolvimento e se una ao poder público e iniciativa privada para construir um plano sólido de revitalização do Centro. Em um projeto dessa dimensão, a sociedade recupera muito mais do que sua história e arquitetura, ela resgata também sua autoestima. Por isso a conjunção das ideias é tão fundamental nesse momento.”

• ELIANE ANDRADEgerente executiva de planejamento - nova/sbCom 11 anos de experiência profissional na área de planejamento, além da nova/sb, trabalhou nas agências Leo Burnett e Fischer & Friends onde atendeu clientes como FIAT, Procter & Gamble, Kellogg´s, Suzano Papel e Celulose, Prefeitura de São Paulo, CAIXA e Perfetti Van Melle.

Achei muito interessante a iniciativa do IPPLAN. São José dos Campos merece um projeto como o Centro Vivo e as oficinas são fundamentais. Os debates e a gestão colaborativa que estão em prática, geram ideias e soluções que poderão ser incluídas no plano, aumentando a sensação de cidadania das pessoas por terem feito parte de algo que realmente foi colocado em prática. Essa sensação de realização é única. Contando sobre o caso da nova/batata, espero ter contribuído para o projeto e sua estratégia. Que a iniciativa privada faça parcerias com a atuação pública e que com essa sinergia, grandes ações futuras sejam implementadas para o bem comum do cidadão Joseense.”

• Marcelo Maiadiretor de arte sênior - nova/sbSupervisionou a implementação e o dia a dia da nova/batata. Acumula prêmios como Leão de Bronze e shortlists em Cannes, Ouro no London Festivals, GPs e ouros pela ABP, Anuários do Clube de Criação de São Paulo, GP pelo Prêmio Colunistas Brasil e Prêmio ANJ (Associação Nacional de Jornais) de Criação Publicitária.

Achei a iniciativa muito importante, principalmente pela quantidade de pessoas da comunidade envolvidas. Outro ponto positivo foi o processo de trabalhos e a forma que o IPPLAN está fazendo as pessoas participarem, a dinâmica foi muito boa. A abertura para debates entre a população e nós participantes foi excelente. Há uma grande competência da equipe envolvida pelo instituto em promover o projeto. Já quanto ao projeto em si, o Centro Vivo, minha opinião é que as principais questões para a requalificação do Centro estão abordadas, logicamente que elas devem ser aprofundadas com o desenvolvimento do projeto. Exemplos: a qualificação dos espaços urbanos, a geração de novos negócios, a intenção de intensificação dos fluxos urbanos e a diversificação de uso são indicações, ou preocupações, que aparecem no Plano e que são fundamentais para o desenvolvimento da área central. É importante lembrar que a requalificação de um centro, ou de um bairro é um processo que tem que ter a participação de todos, não só do poder público, mas de todos os setores da sociedade.“

• Heliana VargasProfessora Doutora da FAU/USPPossui mestrado e doutorado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo (1993) e Pós-doc na Academia Internacional do Meio Ambiente em Genebra (1996). É professora Titular da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. É especialista em estudos de dinâmica e economia urbanas, com foco no setor terciário e com ênfase nas atividades de comércio e serviços varejistas. Entre outras publicações, é autora do livro “Intervenções em Centros Urbanos. Objetivos, estratégias e resultados”, pela Editora Manole, 2006/2009.

PLANO ESTRATÉGICO CENTRO VIVO 22

Oficina 1 - Abertura | Terça-feira, 25/10/2011oficina

PLANO ESTRATÉGICO CENTRO VIVO23

Oficina 1 - Abertura | Terça-feira, 25/10/2011oficina

PLANO ESTRATÉGICO CENTRO VIVO 24

Oficina 2 - Diagnóstico 1 | Quarta-feira, 09/11/2011oficina

1. Palestra de especialistas sobre os temas de diagnóstico;

2. Participantes convidados a escolher um dos dois temas para as rodadas de conversa;

3. Formação de grupos de até 6 pessoas de acordo com o tema escolhido;

4. Divulgação da pergunta motivadora das conversas;

5. INÍCIO DA PRIMEIRA RODADA DE CON-VERSAS;

6. Grupos já formados escolhem um ‘anfi-trião da mesa’, responsável por registrar os principais pontos das conversas;

7. A duração das conversas segue um tem-po pré-estabelecido, de 20 à 30 minutos;

8. Ao final deste tempo, todos, com exce-ção do ‘anfitrião’, procuram outra mesa que tenha o mesmo tema para a conversa;

9. O anfitrião toma nota da síntese da pri-meira rodada;

10. INÍCIO DA SEGUNDA RODADA;11. Anfitriões usam os primeiros 5 minutos

da segunda rodada de conversa para com-partilhar os principais pontos levantados pelo grupo anterior com estes novos partici-pantes da mesa;

12. Participantes continuam as conversas a partir da mesma pergunta e conhecem ou-tros pontos de vista para a mesma questão;

13. Ao final do tempo estipulado, o anfi-trião faz o registro dos novos pontos levan-tados e os participantes mais uma vez são convidados a trocar de mesa, com exceção do anfitrião;

14. INÍCIO DA TERCEIRA RODADA;15. A atividade se repete como nas duas

OFICINAS 2 e 3 - DIAGNÓSTICOFLUXO DA PARTICIPAÇÃO / Oficinas de Diagnóstico

OFICINA 2

dIAGNóSTICO 1Quarta-feira, 09/11/2011

Adenir Britto / PMSJC

PLANO ESTRATÉGICO CENTRO VIVO25

Oficina 2 - Diagnóstico 1 | Quarta-feira, 09/11/2011oficina

primeiras rodadas;16. Nos últimos minutos desta terceira e úl-

tima rodada, os participantes são orientados a chegar a um consenso sobre os dois princi-pais pontos positivos do Centro de São José dos Campos em relação ao tema discutido e também os dois principais pontos a melho-rar. Cada um destes quatro pontos é escrito em uma folha de papel;

17. Ao concluir as conversas deste modo, as mesas entregam seus diagnósticos temáti-cos sintetizados e os expõe junto aos outros resultados das outras mesas;

18. Cada um dos pontos fortes e pontos a melhorar entregues foram lidos em voz alta e afixados no mural temático para que todos pudessem conhecer o resultado do trabalho coletivo;

Esta ordem dos acontecimentos se re-petiu nas duas Oficinas de Diagnóstico. Os momentos de divergência, de multiplicação das ideias e pontos de vista ficam evidentes nas conversas em várias mesas, bem como a convergência promovida pelo momento de síntese.

> Quatro temas foram abordados nas duas Oficinas de Diagnóstico, por meio de dinâmi-cas colaborativas para obter um diagnóstico mais rico e abrangente da realidade da Zona Central de São José dos Campos. > Os dois temas abordados nesta oficina foram: Mobilidade Urbana e Qualificação de Espaços Públicos> Palestra: Ricardo Correa - TCUrbes

• ricardo correaArquiteto e UrbanistaFormado em Arquitetura e Urbanismo pela FAAP, é mestrando em Planejamento Urbano e Regional na FAU USP e sócio-fundador da TC Urbes – empresa que desenvolve planos e projetos de humanização de cidades em todo território nacional, e que fará parte do grupo que representará o Brasil na 5ª Bienal de Roterdã em 2012, na Holan-da. Ricardo é coautor do livro “A bicicleta e as cidades” e criador da bicicleta ‘Urbana’, desenvolvida especialmen-te para as cidades brasileiras. Atua como consultor em planejamento cicloviário e de transportes para institutos nacionais, como a Rede Nossa São Paulo, e internacionais, como o ITDP.

OBJETIVO dO dIA:

PROGRAMA18h30 Recepção

19h00 Introdução

19h15 Palestra: Mobilidade Urbana e Qualificação de Espaços Públicos - Ricardo Correa - TC Urbes

19h45 Explicação da atividade de diagnóstico

19h55 Diagnósticos temáticos: Mobilidade Urbana e Qualificação dos Espaços Públicos

21h20 Colheita

21h50 Considerações Finais

22h00 Encerramento

21h45 Considerações Finais

22h00 Encerramento

PLANO ESTRATÉGICO CENTRO VIVO 26

Oficina 1 - Abertura | Terça-feira, 25/10/2011oficina

PLANO ESTRATÉGICO CENTRO VIVO27

Oficina 1 - Abertura | Terça-feira, 25/10/2011oficina

PLANO ESTRATÉGICO CENTRO VIVO 28

Continuação da etapa de diagnóstico, para obter um panorama mais rico e abrangente da realidade da Zona Central de São José dos Campos. Os dois temas que completam as Oficinas de Diagnóstico são: > Patrimônio / Diversidade Cultural> Oportunidades de Negócios.> Palestra: Benê Córdoba e Davi Albuquerque

• Benê córdoBaEmpresárioAtravés de um relato de sua própria experiência, o empresário Benê Córdoba foi convidado a compartilhar seus desafios e oportunidades, aproveitadas ao longo da história de seu bem sucedido Bar do Coronel na Zona Central.

• daVi alBuquerqueEstudante de históriaO estudante de história Davi Albuquerque foi convidado a pautar as conversas sobre Patrimônio e Diversidade Cultural apresentando um breve relato sobre o conceito de patrimônio e a formação do Centro de São José dos Campos.

Oficina 3 - Diagnóstico 2 | Quinta-feira, 17/11/2011oficina

OFICINA 3

dIAGNóSTICO 2Quinta-feira, 17/11/2011

OFICINAS 2 e 3 - DIAGNÓSTICOFLUXO DA PARTICIPAÇÃO / Oficinas de Diagnóstico

*Idem a Oficina 2 - Diagnóstico 1

OBJETIVO dO dIA:

Adenir Britto / PMSJC

PLANO ESTRATÉGICO CENTRO VIVO29

Oficina 3 - Diagnóstico 2 | Quinta-feira, 17/11/2011oficina

PROGRAMA18h30 Recepção

18h50 Abertura

19h10 Dinâmica inicial

19h20 Palestra: Oportunidade de negócios no Centro - Benedito Córdoba, proprietário do Bar do Coronel

19h35 Palestra: Patrimônio e Diversidade Cultural - Davi R. Albuquerque, Estudante de História

19h50 Explicação da atividade de diagnóstico

20h00 Diagnósticos temáticos: Patrimônio e Diversidade Cultural e Oportunidade de Negócios

21h15 Colheita

21h40 Aquário

22h00 Encerramento

PLANO ESTRATÉGICO CENTRO VIVO 30

FLUXO DA PARTICIPAÇÃO / Oficinas de Visão de Futuro

1. Participantes organizados em mesas de até 6 pessoas;

2. Recapitulação dos principais pontos do diagnóstico colaborativo feito anterior-mente;

3. Introdução à necessidade de se criar imagens do futuro;

4. Narração do cronista Augusto Dias so-bre o cotidiano no Centro de São José dos Campos nas décadas de 50 e 60. Áudio acompanhado de fotos;

(Leia texto ‘Coração da Cidade’, pg. 32)5. Depois de viagem imaginária ao passa-

do, estimulada pelo texto narrado, os parti-cipantes foram convidados a descrever as imagens de como seria o futuro do Centro da Cidade;

6. Ainda nas mesas e com uma folha com

o layout de um jornal, mas sem os textos, cada mesa foi convidada a criar manchetes sobre o Centro de São José dos Campos para o jornal fictício situado em 2022, usan-do os mesmos 4 temas debatidos anterior-mente como eixo: Mobilidade Urbana, Qua-lificação dos Espaços Públicos, Patrimônio e Diversidade Cultural e Oportunidade de Negócios;

7. Exposição dos jornais criados pelos grupos;*

8. Compilar as ideias-chave em frases como: ‘Em 2022, o Centro de São José dos Campos é...’;

9. São produzidas 3 frases por grupo, sen-do uma frase referente à Visão Geral sobre o Centro em 2022 e outras 2 frases relativas aos temas escolhidos.

Oficina 4 - Visão de Futuro | Quarta-feira, 09/11/2011oficina

OFICINA 4

VISãO dE FUTUROQuarta-feira, 09/11/2011

Adenir Britto / PMSJC

PLANO ESTRATÉGICO CENTRO VIVO31

Oficina 4 - Visão de Futuro | Quarta-feira, 09/11/2011oficina

Oficina 4 - Visão de Futuro | Quarta-feira, 09/11/2011oficina

O planalto que constitui o local que deu origem a São José dos Campos, foi o CORAÇÃO DA CIDADE, desde seus inícios com a fazenda de gado administrada por padres jesuítas, doações de sesmarias, constituição da Aldeia e Vila, até os anos 1970.

Na Rua de Trás (Avenida São José), Rua Direita (Rua XV de Novembro), Rua do Fogo (Rua 7 de Setembro), Rua do Mercado (Rua Siqueira Campos), Rua do Cemitério (Antonio Saes e Francisco Rafael), Jardim da Preguiça (Praça Cônego Lima), Rua do Teatro (Se-bastião Hummel), Largo da Cadeia (Praça Afonso Pena) e o Largo da Matriz (Praça Padre João Guimarães), sempre estiveram, até então, os melhores equipamentos públicos, o po-der público nos seus 3 níveis, as escolas, os médicos, os dentistas, o comércio, os serviços e pequenas indústrias (Malharia Alzira, que se instalou na Rua 7 de Setembro, nº 42, na segunda metade dos anos 1920), os bancos, o Theatro, que nos seus tempos iniciais, vivia a transição teatro/cinema (prédio na esquina da Rua XV de Novembro com a Rua Sebastião Hummel, que depois viria a ser ocupado pela Prefeitura e Câmara Municipal, e depois pela Biblioteca Cassiano Ricardo.), o hospital, o cemitério, sedes sociais da Associação Esporti-va São José, Tênis Clube de São José dos Campos e São José Esporte Clube, e a ZYE-5 Rádio Clube de São José dos Campos, o ponto de ônibus urbanos na Praça da Matriz e o ponto de ônibus intermunicipal que ficava, inicialmente, no Bar XV, próximo à Praça da Matriz e depois na Avenida São José, próximo à igreja.

Principalmente na Praça Afonso Pena, Rua XV de Novembro e Praça da Matriz, acon-tecia os desfiles das datas cívicas, os de aberturas de jogos regionais, os corsos, depois os desfiles de blocos carnavalescos, as quermesses e os comícios políticos.

Costume antigo que acontecia nos finais de semana, o footing, era o percurso pela Rua XV de Novembro, entre a Rua Rubião Junior e a Praça da Matriz e se realizava logo após a saída do cinema (Cine Paratodos, na Rua Cel. Monteiro, e depois Cine Palácio, na Praça Afonso Pena).

O mercado municipal era um grande centro de compras, para onde acorriam moradores da cidade e da zona rural.

A Padaria Vulcão, na Rua 7 de Setembro, ao lado do Mercado Municipal, era a mais renomada da cidade.

A Casa Diamante, na Rua XV de Novembro, próximo à Praça Cônego Lima, tinha um comércio generalizado de bens e era uma loja conceituada, somando-se a outras lojas na mesma rua, e às lojas da Rua Siqueira Campos, muitas de propriedade de libaneses, como a Casa Confiança, a Casa São Jorge e, como eram tempos em que o homem, ainda usava chapéu, havia a Chapelaria Carioca e o Auto Posto Mercadante, na Praça Afonso Pena, que também vendia eletrodomésticos, e foi uma das lojas precursoras da venda da grande novidade dos anos 1950, a televisão, que era também vendida na Revendedora Salim Si-mão, na esquina da Rua Humaitá com a Avenida Dr. João Guilhermino. A Galeria Capri representou mais um salto de qualidade no comércio do Centro.

O Bar Paulistano, na esquina da Rua XV de Novembro com a Rua Sebastião Hummel foi um dos mais importantes bares e restaurantes da cidade, e onde se reuniam famílias e também os políticos, após as sessões da Câmara Municipal.

Principalmente até os anos 1960, o centro da cidade tinha movimento de pedestres até, geralmente, 11 horas da noite, mas era fácil encontrar notívagos.

O footing, de uma maneira natural, cessava em torno das 10 horas da noite. Mas, havia

O CORAçãO dA CIdAdE>> Augusto Dias <<

PLANO ESTRATÉGICO CENTRO VIVO 32

muita gente que ia ao Bar e Restaurante Santa Helena, comer sua tradicional pizza, ao Bar XV e ao Bar Lincoln, além de outros pequenos bares na avenida e na Praça da Matriz.

Os cinemas, primeiro o Cine Paratodos, e depois o Cine Palácio, que o substituiu como o melhor cinema da cidade, movimentavam o Centro, com filmes, shows, posses de prefeitos e festas de formatura, num tempo em que estacionar o carro no Centro era fácil, estacio-nando-os na rua mesmo. Não havia estacionamentos particulares, e não havia necessida-de deles.

O Centro tinha vida à noite, enquanto havia os bares e restaurantes (havia também a Cantina Bella Venezia e a Cantina do Mário, que ficava na Praça Afonso Pena), os cinemas e o Shopping Centro (inaugurado na segunda metade da década de 1970), que deu nova di-nâmica à questão do consumo e compras com tranqüilidade, sem possibilidades de chuvas ou sol forte, mas sem opções como um local de lazer dos usuários.

Com o Plano Diretor do Município, implantado a partir do início da década de 1970, o centro da cidade começou a se expandir em direção à Vila Adyanna, a contragosto dos comerciantes estabelecidos no Centro, que não acreditavam que isso pudesse dar certo.

A instalação de duas grandes redes de supermercados de renome nacional, um super-mercado na Rua Antonio Saes, e o outro na Avenida Dr. Nelson D’Ávila, próximo ao trevo do C.T.A., na década de 1970, começou a deslocar as compras de alimentos feitas em pe-quenos supermercados locais localizados no Centro, e no Mercado Municipal. Era mais um fator que ajudava a esvaziar o Centro.

Com a instalação do CenterVale Shopping, na área onde antes estava a fábrica da Eri-csson do Brasil, houve uma mudança de grande vulto na concepção de compras ligadas a comodidades e lazer, e o centro da cidade deixava de ser um local atrativo.

Foi iniciada, ao mesmo tempo, a verticalização da cidade, e sua expansão para as zonas sul, leste e oeste, e moradores do Centro começaram a deixar suas casas, muitas delas construções antigas, do início do século 20, sem garagens, em um tempo em que não havia muitos veículos, pois, a popularização do carro se iniciou na segunda metade dos anos 1950, com a implantação da indústria automobilística no Brasil e com as facilidades de financiamento de crédito para sua compra.

A Rua 7 de Setembro, que tinha pontos comerciais, mas, principalmente muitas casas com jardins na frente e/ou pomar atrás, começava a deixar de ter residências, pois, após reformas que modificavam suas fachadas, passavam a ser pontos comerciais. Na década de 1970, o projeto e a concretização da rua como Calçadão, para compras e passeio deu uma nova e marcante característica para o centro da cidade.

Ainda nos dias de hoje, à exceção da Rua XV de Novembro e Rua 7 de Setembro, o Cen-tro da cidade tem moradores, e muitos deles não têm carros, enquanto outros pagam por estacionamentos particulares.

O Centro da cidade, apesar de não ser esteticamente atraente no seu todo, tem atrações pontuais bem conservadas, com valor arquitetônico e histórico (pátio com a Igreja de São Benedito, prédio do Centro Cultural Mário Covas, prédio da Biblioteca Cassiano Ricardo, prédio da Igreja Matriz), e ainda é um coração fortemente pulsante durante o dia, com seu movimento bancário e comércio de bens utilitários e outros de natureza popular, mas carece de brilho, utilidade e segurança à noite.

Oficina 4 - Visão de Futuro | Quarta-feira, 09/11/2011oficina

AUGUSTO DIAS

Advogado, professor, escritor, pesquisador, autor do livro ‘Um tempo da vida em São José dos Campos” e ocupante

da cadeira nº 14 da Academia Joseense de Letras.

PLANO ESTRATÉGICO CENTRO VIVO33

PLANO ESTRATÉGICO CENTRO VIVO 34

Oficina 4 - Visão de Futuro | Quarta-feira, 09/11/2011oficina

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PLANO ESTRATÉGICO CENTRO VIVO35

Oficina 4 - Visão de Futuro | Quarta-feira, 09/11/2011oficina

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Oficina 4 - Visão de Futuro | Quarta-feira, 09/11/2011oficina

PLANO ESTRATÉGICO CENTRO VIVO37

Oficina 4 - Visão de Futuro | Quarta-feira, 09/11/2011oficina

PLANO ESTRATÉGICO CENTRO VIVO 38

1. Participantes organizados em mesas de até 6 pessoas;

2. Cada mesa recebe uma compilação de todas as frases formuladas na Oficina an-terior, separadas por tema; Visão Geral + 4 Temáticas (Mobilidade Urbana, Qualificação de Espaços Públicos, Oportunidades de Ne-gócio e Patrimônio e Diversidade Cultural);

3. Participantes leem os resultados e gri-fam principais conceitos e palavras-chave;

[Inserir exemplos]4. Participantes são divididos em 5 gran-

des grupos de aproximadamente 10 pessoas;5. Cada um deles é responsável por levar

as observações de seu pequeno grupo para um destes grandes grupos dividido pelos 5 temas;

6. Nestes grandes grupos os participantes conversam sobre a formulação de uma única frase que corresponda os anseios de todos, depurados ao longo do processo;

7. Ao fim das conversas, as frases são apre-sentadas a todos participantes da Oficina, que validam esta construção coletiva.

Oficina 5 - Visão de Futuro | Quarta-feira, 09/11/2011oficina

OFICINA 5

VISãO dE FUTUROQuarta-feira, 09/11/2011

FLUXO DA PARTICIPAÇÃO / Oficinas de Visão de Futuro

Ronny Santos / PMSJC

PLANO ESTRATÉGICO CENTRO VIVO39

> GeralEm 2022 o Centro de São José dos Campos deverá ser humano e inovador priorizando

a mobilidade e acesso da população, com total respeito à história, à cultura, à arte e ao

meio ambiente.

> Mobilidade UrbanaEm 2022 a MOBILIDADE URBANA no Centro de SJC possuirá excelência em seu sistema

intermodal de transporte público, privilegiando o conforto e a segurança dos não motori-

zados e a acessibilidade universal.

> Qualidade dos Espaços PúblicosEm 2022 a QUALIDADE DOS ESPAÇOS PÚBLICOS no Centro terá melhoria das instala-

ções, espaços destinados à cultura e lazer, participação da iniciativa privada e valorização

do sentimento de cidadania, proporcionando conforto e segurança.

> Oportunidade de NegóciosEm 2022 o Centro de SJC oferecerá OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS que ampliem a

população que consome no Centro, reforçando as especialidades existentes de maneira

disciplinada, valorizando a produção cultural e respeitando o cidadão morador e consumi-

dor em um conceito de centro de compras sustentável pela sua diversidade, com horário

de funcionamento estendido.

> Patrimônio e diversidade CulturalEm 2022, o PATRIMÔNIO E A DIVERSIDADE CULTURAL no Centro de São José dos

Campos serão compromissados com o desenvolvimento e qualidade de vida do cidadão e

com o meio ambiente de forma polifuncional, ou seja, comercial, residencial e cultural, com

circuito diversificado e integrado, reconhecidos por todos os cidadãos.

RESULTADOS

VISãO dE FUTURO

Oficina 5 - Visão de Futuro | Quarta-feira, 09/11/2011oficina

PLANO ESTRATÉGICO CENTRO VIVO 40

Conclusão>>

Para analisar os resultados obtidos pelas Oficinas de Colaboração Centro Vivo é ne-cessário resgatar os 4 objetivos que norte-aram a sua realização:

1. Elaborar para o Centro uma Visão de Futuro compartilhada pelos cidadãos, Po-der Público e iniciativa privada que oriente as ações;

O processo de formulação da Visão de Futuro mostrou-se trabalhoso, pela grande necessidade de convergência de interesses que precisam ser expressos em uma úni-ca frase. A grande diversidade de perfis de participantes almejada pela organização do evento foi tão enriquecedora que as fra-ses redigidas frequentemente incorporam vários pontos de vista. Se por um lado a redação das frases poderia ser aprimora-da, optou-se por manter a originalidade das palavras e das formas escritas pelos participantes, para não haver o risco de descaracterizar as contribuições dos gru-pos. Havia nas Oficinas representantes de cidadãos, poder público e iniciativa privada e puderam expor pontos de vista diversos sobre questões de interesse comum. Ao

final, com intenso envolvimento dos parti-cipantes, foi formulada a Visão de Futuro para o Centro em 2022, bem como uma Vi-são de Futuro direcionada a cada um dos quatro temas que orientaram os diagnós-ticos.

2. Permitir que cidadãos de diversos perfis encontrem um ambiente propício à colaboração, aprendizado e geração de ideias a partir da sua realidade;

A presença desta diversidade de partici-pantes foi tratada como uma das grandes riquezas deste processo e foi necessário fazer com que este encontro estimulasse aprendizado mútuo e polinização de novas ideias.

3. Obter um diagnóstico mais rico e abrangente da realidade da zona central de São José dos Campos e das relações sociais ali presentes;

As dinâmicas das Oficinas precisariam capturar as características das relações en-tre as pessoas, os fluxos e a subjetividade que dificilmente seriam percebidas atra-vés dos outros levantamentos técnicos. A

CONCLUSãO

PLANO ESTRATÉGICO CENTRO VIVO41

qualidade da participação das pessoas nas Oficinas permitiu a colheita de informações valiosas para a compreensão e planeja-mento das ações futuras, atingindo assim este objetivo.

4. Desenvolver instrumentos de gover-nança do Plano Estratégico junto à socie-dade para sua manutenção ao longo do tempo.

Este objetivo foi colocado pela necessi-dade de estimular a organização da socie-dade em torno dos objetivos do Plano, de maneira que garantisse ao Centro Vivo o caráter de perenidade ao longo dos anos, graças à participação democrática nas de-cisões mais importantes, ficando menos suscetível às mudanças políticas. Deste modo, esse primeiro contato poderia mo-tivar o exercício da cidadania a partir da cobrança da sociedade à implantação e manutenção do Plano.

As ações relacionadas ao Plano Estra-tégico Centro Vivo ganharam, a partir das Oficinas, maior visibilidade, resultando em apropriação da sua proposta pela popula-

ção e uma cobrança positiva por parte da sociedade e da própria mídia. Espera-se ainda que o natural desenvolvimento do Plano desperte novos arranjos entre esfera pública, privada e sociedade civil, para sua governança.

O IPPLAN teve nesta experiência das Ofi-cinas de Colaboração Centro Vivo um esti-mulante contato com a sociedade joseense na busca de uma visão de futuro comparti-lhada, que reafirmou a vocação do Instituto em trabalhar na articulação da Governança Social, essencial em projetos públicos. Cer-tamente outras experiências de criação de espaços de diálogo entre cidadãos e insti-tuições públicas e privadas serão promo-vidas pelo IPPLAN e carregarão as lições aprendidas nesta série de Oficinas.

Para o Plano Estratégico Centro Vivo, o caminho para concretizar esta visão de fu-turo nos próximos anos apresentará novos desafios de articulação, planejamento, exe-cução e monitoramento, mas as soluções buscadas estarão sempre calcadas em um fundamento construído pelo espírito e an-seio dos seus mais legítimos interessados: a população joseense.

Conclusão >>

O arquiteto, urbanista e artista plástico Gilberto Cunha é o autor das imagens artísticas utilizadas como ilustra-ção nas páginas desta publicação. Elas foram expostas no SESC São José dos Campos como parte do projeto São José dos Campos e dos Sonhos. Gilberto Cunha também participou ativamente das Oficinas de Colaboração Centro Vivo e se inspirou nos anseios dos cidadãos sobre o futuro do Centro. Estas imagens não tem o intuito de caracterizar projetos futuros, mas antes representar de maneira livre seus sonhos e anseios para a nossa cidade.