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    CAFUFPI

    Piscicultura

    Jackelline Cristina Ost Lopes

    Tcnico em Agropecuria

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    2012

    Floriano

    Piscicultura

    Jackelline Cristina Ost Lopes

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    Ficha catalogrfica

    Universidade Federal do Piau

    Biblioteca Comunitria Jornalista Carlos

    Castello BrancoServio de Processamento

    Equipe de ElaboraoColgio Agrcola de Floriano / UFPI

    ReitorProf. Luiz de Sousa Santos Jnior

    Vice-ReitorProf. Edwar de Alencar Castelo Branco

    Diretor do CAF

    Prof. Aroldo de Carvalho Reis

    Coordenador GeralProf. Laurielson Chaves Alencar

    Coordenadora do CursoProfa. Rosiane de Neiva Ribeiro

    Coordenador AdjuntoProf. Sidclay Ferreira Maia

    Professor-AutorJackelline Cristina Ost Lopes

    Equipe de ValidaoSecretaria de Educao a Distncia / UFRN

    ReitorProf. Jos Ivonildo do Rgo

    Vice-ReitoraProfa. ngela Maria Paiva Cruz

    Secretria de Educao a DistncIa

    Profa. Maria Carmem Freire Digenes Rgo

    Secretria Adjunta de Educao a DistncIaProfa. Ione Rodrigues Diniz Morais

    Coordenador de Produo de Materiais DidticosProf. Marcos Aurlio Felipe

    RevisoCamila Maria GomesEmanuelle Pereira de Lima DinizEugenio Tavares BorgesPriscilla Xavier de MacedoRhena Raze Peixoto de LimaVernica Pinheiro da Silva

    DiagramaoRafael Marques Garcia

    Arte e IlustraoAnderson Gomes do Nascimento

    Projeto Grficoe-Tec/MEC

    Colgio Agrcola de Floriano, rgo vinculado a Universidade Federal do Piau (UFPI)

    Este Caderno foi elaborado em parceria entre o Colgio Agrcola de Floriano da UniversidadeFederal do Piau (UFPI) e a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) para o Sistema

    Escola Tcnica Aberta do Brasil e -Tec Brasil.

    Presidncia da Repblica Federativa do Brasil

    Ministrio da Educao

    Secretaria de Educao a Distncia

    L864t Lopes, Jackelline Cristina Ost

    Tcnico em agropecuria: piscicultura/ Jackelline Cristina OstLopes.-Floriano: EDUFPI, 2012.

    80p.

    ISBN: 978-85-7463-529-3

    1. Piscicultura. I. Titulo.

    CDD: 639.3

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    e-Tec Brasil

    Apresentao e-Tec Brasil

    Prezado estudante,

    Bem-vindo ao e-Tec Brasil!

    Voc faz parte de uma rede nacional pblica de ensino, a Escola Tcnica

    Aberta do Brasil, instituda pelo Decreto n 6.301, de 12 de dezembro 2007,

    com o objetivo de democratizar o acesso ao ensino tcnico pblico, na mo-

    dalidade a distncia. O programa resultado de uma parceria entre o Minis-

    trio da Educao, por meio das Secretarias de Educao a Distancia (SEED)

    e de Educao Profissional e Tecnolgica (SETEC), as universidades e escolas

    tcnicas estaduais e federais.

    A educao a distncia no nosso pas, de dimenses continentais e grande

    diversidade regional e cultural, longe de distanciar, aproxima as pessoas ao

    garantir acesso educao de qualidade, e promover o fortalecimento da

    formao de jovens moradores de regies distantes, geograficamente ou

    economicamente, dos grandes centros.

    O e-Tec Brasil leva os cursos tcnicos a locais distantes das instituies de en-

    sino e para a periferia das grandes cidades, incentivando os jovens a concluir

    o ensino mdio. Os cursos so ofertados pelas instituies pblicas de ensinoe o atendimento ao estudante realizado em escolas-polo integrantes das

    redes pblicas municipais e estaduais.

    O Ministrio da Educao, as instituies pblicas de ensino tcnico, seus

    servidores tcnicos e professores acreditam que uma educao profissional

    qualificada integradora do ensino mdio e educao tcnica, capaz de

    promover o cidado com capacidades para produzir, mas tambm com auto-

    nomia diante das diferentes dimenses da realidade: cultural, social, familiar,

    esportiva, poltica e tica.

    Ns acreditamos em voc!

    Desejamos sucesso na sua formao profissional!

    Ministrio da Educao

    Janeiro de 2010

    Nosso contato

    [email protected]

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    e-Tec Brasil

    Indicao de cones

    Os cones so elementos grficos utilizados para ampliar as formas delinguagem e facilitar a organizao e a leitura hipertextual.

    Ateno: indica pontos de maior relevncia no texto.

    Saiba mais: oferece novas informaes que enriquecem o

    assunto ou curiosidades e notcias recentes relacionadas ao

    tema estudado.

    Glossrio: indica a definio de um termo, palavra ou expresso

    utilizada no texto.

    Mdias integradas: remete o tema para outras fontes: livros,

    filmes, msicas,sites, programas de TV.

    Atividades de aprendizagem: apresenta atividades em

    diferentes nveis de aprendizagem para que o estudante possa

    realiz-las e conferir o seu domnio do tema estudado.

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    e-Tec Brasil

    Palavra do professor-autor 11

    Apresentao da disciplina 13

    Projeto instrucional 15

    Aula 1 Aspectos gerais da piscicultura 17

    1.1 O que piscicultura? 17

    1.2 Aspectos socioeconmicos da piscicultura 19

    Aula 2 Anatomia e fisiologia do peixe

    e principais espcies de peixe 27

    2.1 Anatomia e fisiologia do peixe 27

    2.2 Espcies de peixes 29

    Aula 3 Sistemas de criao e Instalaes em piscicultura 37

    3.1. Sistemas de criao em piscicultura 37

    3.2. Instalaes em Piscicultura 40

    Aula 4 Qualidade da gua, manejo e fases do cultivo 474.1 Qualidade da gua 47

    4.2. Manejo do viveiro 52

    4.3. Fases do cultivo 55

    Aula 5 Alimento e nutrio em piscicultura 59

    5.1. Alimento 59

    5.2. Nutrio 61

    Aula 6 Reproduo dos Peixes 696.1. Reproduo dos peixes 69

    Aula 7 Sanidade e doenas dos peixes 75

    7.1. Sanidade 75

    7.2. Doenas dos peixes 76

    Sumrio

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    e-Tec Brasil9

    Palavra do professor-autor

    Caro aluno

    Atualmente, a carne de peixe vem ganhando destaque no prato de inmeras

    famlias. Isso porque uma carne rica em protenas, vitaminas e minerais,

    sendo considerada mais saudvel quando comparada a de outros animais.

    Nesse contexto, a oportunidade para a prtica da piscicultura cresce. Vi-

    sando abastecer o mercado consumidor que a cada dia se preocupa com a

    alimentao ideal.

    Contudo, produzir essa carne no to simples. A produo de peixes en-

    volve varias etapas que devem ser estudas, planejadas e monitoradas para o

    bom resultado da atividade.

    Bons estudos

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    e-Tec Brasil11

    Apresentao da disciplina

    Na Aula 1, voc vai conhecer o que piscicultura e identificar seu papelsocioeconmico no Brasil. Vai conhecer um pouco sobre a produo do pes-

    cado no Brasil e no mundo.

    Na Aula 2, voc vai conhecer a anatomia e fisiologia do peixe e as principais

    espcies cultivadas na piscicultura brasileira. Explore as figuras, elas sero a

    base para a identificao das espcies.

    Na Aula 3, iremos conhecer os sistemas de criao de peixes e saber o que

    preciso para implantar e iniciar construes para explorao de projeto empiscicultura.

    A Aula 4, descreve a qualidade da gua destinada produo, ponto pri-

    mordial para a sobrevivncia dos peixes por ser se tratar do habitat dos mes-

    mos. Fala tambm sobre o manejo do viveiro e as fases de cultivo dos peixes.

    Na Aula 5, iremos conhecer sobre os hbitos alimentares dos peixes identi-

    ficando a preferncia por determinados alimentos. Em seguida, veremos os

    elementos fundamentais utilizados na nutrio dos peixes.

    Na Aula 6, voc ir identificar os mtodos de reproduo dos peixes utiliza-

    dos na piscicultura. Ver tambm sobre a utilizao de hormnios na fase

    de reproduo.

    Na Aula 7, ser abordado a importncia de oferecer aos peixes o controle

    sanitrio ideal. Vai conhecer as principais doenas que acometem os peixes.

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    Projeto instrucional

    Disciplina: Piscicultura

    Ementa: Definio piscicultura. Aspectos socioeconmicos. Anatomia e

    fisiologia. Espcies. Sistemas de criao. Construes. Qualidade da gua.

    Manejo. Fases de cultivo. Hbitos alimentares. Nutrio. Reproduo

    Aulas Objetivos de aprendizagem Carga Horria (45h)

    1Definir piscicultura.

    Identificar os aspectos socioeconmicos da piscicultura.6 horas

    2Identificar a anatomia e fisiologia do peixe.Listar as principais espcies de peixes exploradas na piscicultura.

    7 horas

    3

    Identificar os sistemas de criao em piscicultura.

    Identificar as condies de implantao de criatrio de peixes.

    Listar as construes em piscicultura.

    7 horas

    4

    Conhecer a qualidade da gua para a piscicultura.

    Estabelecer o manejo do viveiro.

    Identificar as fases de cultivo de peixes.

    7 horas

    5Identificar hbitos alimentares dos peixes.

    Listar as exigncias nutricionais dos peixes.6 horas

    6Reconhecer a reproduo natural e artificial dos peixes.

    Identificar a tcnica de hipofisao. 6 horas

    7Descrever sanidade em piscicultura.

    Identificar as doenas dos peixes.6 horas

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    Objetivos

    Definir piscicultura.

    Identificar os aspectos socioeconmicos da piscicultura.

    1.1 O que piscicultura?Vamos iniciar a Aula 1 com alguns conceitos importantes que muitas vezespodem parecer idnticos, mas na verdade no so. Vejamos.

    Voc j ouviu falar em aquicultura? Sabe o que significa?

    Aquicultura o processo de produo em cativeiro, ou seja, em condies

    controladas, de organismos que vivem em ambiente predominantemente

    aqutico.

    A aquicultura uma atividade praticada pelo ser humano h milhares de anos.Existem registros de que os chineses j tinham conhecimentos sobre estas

    tcnicas h muitos sculos e de que os egpcios criavam a tilpia h cerca de

    quatro mil anos (Fonte: Ministrio da Pesca e Aquicultura).

    O Ministrio da Pesca e Aquicultura define aquicultura como o cultivo de or-

    ganismos cujo ciclo de vida em condies naturais se d total ou parcialmente

    em meio aqutico.

    A aquicultura envolve a produo de peixes, camares, rs, ostras e outrasespcies com o objetivo de servirem como alimento.

    Quando se fala especificamente em produo de peixes, essa atividade

    caracteriza-se como um subtipo da aquicultura denominado de piscicultura.

    e-Tec BrasilAula 1 Aspectos gerais da piscicultura 15

    Aula 1 Aspectos gerais da piscicultura

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    Figura 1.1: Criao de peixesFonte: . Acesso em: 21 jun. 2011.

    Em curtas palavras, piscicultura a criao de peixes e se enquadra como uma

    especialidade da aquicultura.

    Outro conceito importante o da pesca. Esta a extrao de organismos

    aquticos e seu produto chamado de pescado.

    Contudo, todo peixe considerado pescado, mas nem todo pescado peixe,

    podendo ser crustceo, molusco, anfbio, quelnioe mamfero de gua doce

    ou salgada.

    1.1.1. O peixe como alimentoA piscicultura tem o objetivo, alm de gerar renda, oferecer populao

    alimento de qualidade. O peixe um alimento facilmente digervel, rico em

    protena e de baixo valor calrico, e ainda apresenta excelente fonte de vita-

    minas e minerais.

    A Organizao Mundial da Sade (OMS) recomenda o consumo anual de

    pescado de pelo menos 12 quilos por habitante/ano. Em 2009, o consumo foi

    de 9,03 kg por habitante/ano (SECOM, 2011, extrado da Internet)

    Qual a relao entre piscicultura e aquicultura? Diferencie com suas palavras.

    Quelniorptil terrestre e aqutico.

    Visite o linka seguir e saibamais sobre a importncia

    dos pescados em nossaalimentao:

    Pisciculturae-Tec Brasil 16

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    1.2 Aspectos socioeconmicos dapiscicultura

    A piscicultura ao longo dos anos tem se mostrado uma alternativa a mais

    de renda para a populao, melhorando seu nvel de vida, gerando renda e

    difundindo tecnologia de criao de peixes em cativeiro, suprindo o mercado

    regional e diminuindo a presso da pesca sobre os rios da regio.

    No Brasil, a piscicultura tem sido privilegiada quanto ao fator gua, pois

    praticada em regies onde existe abundante reserva, o que podemos constatar

    em todas as regies do pas.

    No Piau, essa atividade est em constante expanso. O tambaqui e a tilpia

    so as espcies que predominam no cultivo de pescados no estado.

    Figura 1.2: Destaque do Estado do Piau na produo de peixes

    De acordo com a Associao Piauiense de Piscicultores (APP), o volume de

    pescado produzido no estado de duas mil toneladas/ano. O Piau possui entre

    dez e quinze associaes e/ou cooperativas de piscicultores, totalizando mais

    de quatrocentos produtores.

    1.2.1. Produo em nmerosO atual processo de crescimento da piscicultura mostra que realmente uma

    atividade lucrativa, o que contribui para o fortalecimento da economia da

    regio. Vamos agora identificar alguns nmeros na produo de peixes.

    e-Tec BrasilAula 1 Aspectos gerais da piscicultura 17

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    As principais espcies de peixes produzidas no Brasil esto listadas na Tabela

    1.1 a seguir.

    Tabela 1.1: Principais espcies produzidas no Brasil

    Espcie Tonelada

    Carpa 42490,5

    Tilpia 67850,5

    Tambaqui 25011,0

    Tambacu 10874,5

    Pacu 9044,0

    Piau 4066,5

    Tambatinga 2494,5

    Curimat 2413,0

    Truta 2351,5

    Bagre-americano 1684,5

    Matrinx 1517,5

    Pintado 1245,5

    Jundi 577,5

    Piraputanga 534,0

    Pirapitinga 327,5

    Bagre-africano 224,0

    Trara 115,0

    Aracu 92,0

    Pirarucu 9,0

    Outros 5824,0

    Total 179746,0

    Fonte IBAMA (2005).

    Como dito anteriormente, quando se fala em pescado podemos incluir, alm

    da piscicultura, outras atividades como a produo de camaro chamada de

    carcinicultura que tambm merece destaque na Figura 1.4, na qual veremos a

    produo nacional de pescados em toneladas.

    Observe os dados sobre a piscicultura e seu crescimento do ano de 2003 at

    o ano de 2009.

    Pisciculturae-Tec Brasil 18

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    Tabela 1.2: Produo Nacional de Pescados 2003 - 2009

    2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

    Pesca Marinha 484.592,5 500.116,0 507.858,5 527.871,5 539.996,5 556.176,3 585.671,5

    Pesca Continental 227.551,0 246.100,5 243.434,5 251.241,0 243.210,0 261.282,8 239.492,6

    Total Pesca 712.143,5 746,216,5 751.293,0 779.112,5 783.176,5 817.450,1 825.164,1

    Piscicultura 177.125,5 180.730,5 179.746,0 191.183,5 210.644,5 282.008,4 337.353,0

    Carcinicultura 90.196,5 75.895,0 63.134,0 65.000,5 65.000,0 70.251,2 65.189,0

    Aquicultura Outros 11.433,0 13.693,0 15.530,0 16.161,0 13.405,0 13.107,4 13.107,4

    Total Aquicultura 278.128,5 269.697,5 257.780,0 271.695,5 289.049,5 365.367,0 415.649,0

    Total Geral 990.272,0 1.015.914,0 1.009073,0 1.050.808,0 1.072.226,0 1.182.817,1 1.240.813,1

    Fonte: . Acessoem: 21 jun. 2011.

    Com a emergente produo de pescados no Brasil, o Ministrio da Pesca eAquicultura do Brasil atravs da Lei n 11.958 instituiu o Dia do Pescador, no dia

    29 de junho do ano de 2009. A responsabilidade desse ministrio de sustentar

    e desenvolver polticas voltadas ao setor pesqueiro no conjunto de seus anseios,

    ou seja, promover o constante crescimento e o controle da produo.

    Veja a Figura 1.3 que demonstra a evoluo da piscicultura em apenas dois

    anos. Os dados so de relatrios do Ministrio da Pesca e Aquicultura.

    Figura 1.3: Crescimento da piscicultura de 2007 a 2009Fonte: . Acessoem: 21 jun. 2011.

    Produo da piscicultura nacional e crescimento relativo2007 a 2009

    360.000

    340.000

    320.000

    300.000

    280.000

    260.000

    240.000

    60,2%

    220.000

    200.0002007 2008 2009

    337.353 t

    Toneladas

    282.008 t

    210.644 t

    e-Tec BrasilAula 1 Aspectos gerais da piscicultura 19

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    Esse eminente crescimento no surgiu do nada. Grandes cuidados e investi-

    mentos adequados contriburam para tal desenvolvimento.

    Com relao s estruturas, a explorao da piscicultura predomina em vivei-

    ros escavados representando 39% em relaes a outras estruturas. A seguir,

    iremos identificar as estruturas onde so criados os peixes em percentual deacordo com levantamento feito pelo Ministrio da Pesca e Aquicultura atravs

    do Censo Aqucola Nacional.

    Figura 1.4: Estruturas de cultivo utilizadas na engorda de organismos aquticos se-gundo o Censo Aqucola Nacional 2008

    Fonte: Boletim do Ministrio da Pesca e Aquicultura. Disponvel em: . Acesso em: 18 ago. 2011.

    Economicamente, existem trs tipos de uso da produo aqucola: no comer-

    cial, comercial e pesque-pague.

    A atividade no comercial quando a criao de peixes para prprio con-

    sumo de quem produz. Pesque-pague lazer/esporte. A atividade comercial

    definida quando envolve a venda do produto. A atividade de produo

    aqucola predominantemente comercial representando 84% (Figura 1.5).

    Figura 1.5: Usos gerais da produo aqucola segundo o Censo Aqucola Nacional 2008Fonte: Boletim do Ministrio da Pesca e Aquicultura. Disponvel em: . Acesso em: 19 ago. 2011.

    Outros1% 2%

    46%

    12%

    39%

    Tanque de alvenaria

    Tanque rede

    Viceiro escavado

    Aude

    Pesque-pague

    No comercial

    Comercial84%

    11%

    5%

    Pisciculturae-Tec Brasil 20

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    Em relao ao destino da produo comercial, pouco mais de 70% da produ-

    o aqucola destinada venda direta e apenas 0,2% segue para exportao

    (Figura 1.6).

    Figura 1.6: Destinos mais comuns dados produo aqucola das propriedades recen-seadas pelo Censo Aqucola Nacional 2008

    Fonte: Boletim do Ministrio da Pesca e Aquicultura. Disponvel em: . Acesso em: 18 ago. 2011.

    Existem poucos dados direcionados apenas para a piscicultura, porm temos

    registros da produo de pescado de forma geral. As Figuras 1.9 e 1.10 a

    seguir, citam os principais destinos das exportaes e origem das importaes

    do pescado do Brasil.

    Tabela 1.3: Principais destinos das exportaes em 2009

    Pases2009

    US$/KgUS$ Kg

    Estados Unidos 71,001.160,00 7.064.308 10,09

    Frana 28.812.323,00 6.312.693 4,56

    Espanha 13.896.788,00 4.243.421 3,27

    Japo 7.036.634,00 424.532 16,58

    Coria do Sul 5.514.955,00 2.014.145 2,74

    Reino Unido 5.436.589,00 1.389.269 3,91

    China 4.576.084,00 876.338 5,22

    Portugal 4.138.348,00 1.024.447 4,04

    Itlia 3.602.032,00 391.371 9,20

    Fonte: Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior (MDIC).

    0,2%

    23,8% Exportao

    70,8%

    5,2%

    Intermedirio

    Venda diretaOutros

    e-Tec BrasilAula 1 Aspectos gerais da piscicultura 21

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    Tabela 1.4: Principais origens das importaes brasileiras nos anos 2008e 2009

    Pases2008 2009

    Kg US$ Kg US$

    Chile 159.376.104,00 40.252.579 192.611.807,00 44.532.800

    Noruega 192.013.340,00 33.629.626 154.492.024,00 29.753.821

    Argentina 112.235.550,00 40.563.509 143.726.917,00 60.331.212

    Uruguai 49.098.949,00 28.047.800 53.126.572,00 29.305.585

    Portugal 59.428.087,00 8.416.918 51.069.632,00 7.857.315

    Marrocos 21.348.362,00 25.965.208 28.769.206,00 31.380.234

    China 30.794.506,00 11.179.772 27.271.968,00 7.624.220

    Vietn - - 6.302.650,00 3.283.000

    Espanha 7.642.899,00 3.427.697 5.919.253,00 2.609.023

    Fonte: Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior (MDIC).

    Podemos notar que a piscicultura representa um bom investimento, seu pro-

    duto um alimento saudvel e nutritivo. Nosso pas conta com gua e rea

    para cultivo e vrias so as espcies a serem cultivadas. Para tanto, no garante

    o retorno da produo. So necessrios alguns cuidados para se obter bons

    resultados. Esse e outros assuntos sero descritos ainda nessa disciplina.

    Resumo

    Na aula 1 voc definiu piscicultura e identificou os aspectos socioeconmicos

    da piscicultura e do pescado no Brasil.

    Atividade de aprendizagem

    1. Defina, com suas palavras, piscicultura.

    2. O que aquicultura?

    3. O que voc entende por pescado?

    4. Descreva sobre o peixe como alimento.

    Visite o linka seguir e saibamais sobre o Ministrio da

    Pesca e Aquicultura:

    Pisciculturae-Tec Brasil 22

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    5. Descreva sobre a piscicultura no estado do Piau.

    6. Quando surgiu o Ministrio da Pesca e Aquicultura.

    7. Qual o destino da exportao do pescado brasileiro?

    8. Apesar da grande produo de pescado, o Brasil importa pescado de

    outros pases. Quais so esses pases? Cite 3.

    e-Tec BrasilAula 1 Aspectos gerais da piscicultura 23

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    e-Tec BrasilAula 2 Anatomia e fisiologia do peixe e principais espcies de peixes 25

    Aula 2 Anatomia e fisiologia do peixee principais espcies de peixes

    Objetivos

    Identificar a anatomia e fisiologia do peixe.

    Listar as principais espcies de peixes exploradas na piscicultura.

    2.1 Anatomia e fisiologia do peixeVamos iniciar nossa aula 2 conhecendo um pouco sobre a anatomia e fisiologiado peixe. Veremos que o peixe possui algumas particularidades que o torna

    apto ao desenvolvimento na gua.

    Observe a figura 2.1 que demonstra a anatomia externa e a morfometria do peixe.

    Figura 2.1: Anatomia externa e morfometria do peixeFonte: . Acesso em:23 jun. 2011.

    Os peixes so animais de sangue frio, chamados pecilotrmicos. Essa carac-

    terstica representa uma melhor eficincia alimentar visto que a energia dos

    alimentos ingeridos utilizada para seu crescimento e no para a manuteno

    de sua temperatura como observado nos mamferos.

    Altura (h)

    Comprimentoda cabea

    Nadadeira peitoral

    Nadadeira ventral

    Comprimento padro

    Comprimento total

    Boca

    Olho

    Oprculo

    Nadadeira dorsal

    Nadadeira anal

    Nadadeira caudal

    Linha lateral

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    Pisciculturae-Tec Brasil 26

    O corpo do peixe apresenta simetria bilateral, ou seja, as duas metades so

    iguais, recoberto por escamas e por uma camada de muco por todo o corpo.

    Os olhos no possuem plpebras e glndulas lacrimais e esto localizados na

    lateral da cabea com movimentos independentes.

    Os peixes apresentam olfato desenvolvido. Suas narinas esto ligadas ao epit-

    lio sensorial detectando mudanas qumicas na gua e orientando na procura

    de alimento.

    A percepo dos estmulos externos desempenhada pela linha lateral auxi-

    liando a aproximao de outros peixes e a presena de alimento.

    Os botes gustativos distribudos por todo o corpo do peixe permitem a de-

    teco dos sabores. Os peixes distinguem o salgado, doce, amargo e o acido(PEZZATO et al, 2001).

    Os peixes respiram por brnquias ou guelras. Ricas em capilares sanguneos, as

    brnquias so responsveis pelas trocas gasosas. Os peixes retiram o oxignio

    da gua e passam para o sangue, eliminando o gs carbnico do mesmo e

    lanando ao meio em que vivem. O consumo de oxignio aumenta com a

    elevao da temperatura da gua.

    O sistema digestivo dos peixes constitui de boca, estmago, intestino e esfncteranal. As fezes dos peixes se decompem por ao biolgica, consumindo oxig-

    nio e liberando nutrientes na gua. A amnia o principal resduo nitrogenado

    excretado pelos peixes e extremamente txica, devendo haver cuidados para

    evitar seu acmulo na gua.

    Merece destaque a anatomia dos peixes relacionada ao hbito alimentar, pois

    ocorrem variaes no trato digestivo desses peixes. Vejamos:

    Carnvoros: apresentam boca grande e mandbulas fortes. Os dentesso pontiagudos e afiados quando presentes. Seu estomago possui am-

    pla capacidade de distenso e seu intestino curto.

    Onvoros: possuem boca de tamanho mdio e os dentes aparecem em

    algumas espcies. O estomago apresenta forma de bolsa e o intestino e

    simples de tamanho mediano.

    Visite o linke saiba mais sobrea amnia nos sistemas de

    criao de peixes

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    e-Tec BrasilAula 2 Anatomia e fisiologia do peixe e principais espcies de peixes 27

    Herbvoros: possuem dentes importantes na triturao das fibras. Algu-

    mas espcies no possuem estomago como a carpa capim. Para melhor

    digesto possuem o intestino longo.

    Fitoplanctfagase zooplanctfagas:quando presentes os dentes so

    rudimentares. Possuem rastros branquiais em grande numero e bem de-senvolvidos. O estomago simples e pode estar ausente em algumas

    espcies. Assim como os herbvoros apresentam intestino longo.

    Ilifagas: possui boca rica em botes gustativos. Apresenta dentes farin-

    geanos ou filiformes. Algumas espcies possuem moela como estrutura

    auxiliar a triturao dos alimentos e o intestino de comprimento mdio.

    Na aula 5 voc conhecer mais sobre o hbito alimentar dos peixes.

    1. Indique as nadadeiras presentes nos peixes.

    2. Qual o papel da linha lateral e dos botes gustativos dos peixes?

    2.2 Espcies de peixesExistem varias espcies de peixes, no entanto, iremos relatar algumas das

    principais espcies de peixes utilizadas na piscicultura brasileira.

    Para melhor compreenso vamos subdividir as espcies em categorias. Vejamos.

    2.2.1 Peixes tropicaisOs peixes tropicais referem-se queles que apresentam o maior potencial de

    desenvolvimento, quando a temperatura da gua se encontrar entre 22C e

    30C (PEZZATO et al, 2001, p. 36).

    Tilpia, carpa, pacu, tambaqui, surubim, matrinch, piau e curimat so exem-plos de peixes tropicais.

    2.2.1.1 TilpiaTilpia o nome de vrias espcies de peixes cicldeos de gua doce da sub-

    -famlia (WIKIPDIA, 2012, extrado da Internet).

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    Pisciculturae-Tec Brasil 28

    A forma alongada predomina nos primeiros dias de vida. medida que ele vai

    crescendo, vai ficando mais curto e mais alto, com cabea e cauda pequenas,

    tornando-se um peixe oval arredondado.

    Figura 2.2: TilpiaFonte: . Acesso em: 25 maio 2011.

    De origem africana e hbito alimentar preferencialmente herbvoro, as tilpiasvivem bem em temperaturas elevadas ou guas quentes.

    Iniciam a reproduo ao atingir 15 a 20 cm de comprimento, antes de um ano

    de vida. Em ambiente adequado, cada fmea produz de 5.000 a 6.000 vulos

    (NOMURA, 1978). A populao excessiva uma problemtica nessa espcie.

    Uma prtica til associar a tilpia ao peixe carnvoro para manter o equilbrio

    da criao.

    A ou Tilpia do Nilo a espcie mais cultivada na piscicultura brasileira. Umacuriosidade nessa espcie a biologia da reproduo: as fmeas guardam os

    ovos na boca, que depois eclodem e se desenvolvem em larvas. A inteno

    proteg-los contra predadores.

    Figura 2.3: Tilpia com ovos na bocaFonte: Acesso em: 7fev. 2012.

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    e-Tec BrasilAula 2 Anatomia e fisiologia do peixe e principais espcies de peixes 29

    2.2.1.2 CarpaA carpa, peixe originrio da sia, foi introduzida no Brasil por suas excelentes

    qualidades de rusticidade, prolificidade e facilidade de criao (MACHADO,

    1982, p. 37).

    Destacamos trs espcies de carpas: carpa comum, carpa cabea grande ecarpa capim. Vejamos cada uma delas:

    A carpa comum tambm conhecida como carpa de escama e carpa espelho

    cultivada em quase todo o mundo. Quando juvenil, seu alimento natural

    o zooplancton, e, quando adulta, animais de fundo como minhocas e larvas

    de insetos.

    Figura 2.4: Carpa comum (Cyprinus carpio)Fonte: . Acesso em: 11 abril 2012.

    A Oreochromis niloticuscarpa cabea grande apresenta rpido crescimento,

    podendo chegar a dois quilos em apenas um ano. De habito alimentar natural-mente zooplanctfago, a carpa um peixe resistente quando comparado a ou-

    tras espcies e demonstra melhor desenvolvimento em criaes de policultivo.

    Figura 2.5: Carpa cabea grande (Aristichthys nobilis)Fonte: . Acesso em: 11 abril 2012.

    Acesse o linka seguir e saibamais sobre Cultivo de tilpiasno Brasil: origens e cenrioatual.

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    Pisciculturae-Tec Brasil 30

    A carpa capim um peixe herbvoro que, alm de plantas aquticas, come

    tambm gramas, capins e outras plantas terrestres. uma espcie que produz

    muito adubo para os viveiros, pois pode consumir diariamente at 80% do

    seu peso.

    Figura 2.6: Carpa capim (Ctenopharyngodon idella)Fonte: . Acesso em:11 abril 2012.

    2.2.1.3 PacuO pacu um peixe nativo encontrado em quase todo territrio brasileiro. Possui

    corpo achatado lateralmente e altura grande, o que o assemelha a forma de

    disco. Quando adulto, alcana mais de 70 cm de comprimento e pode pesar

    at 20 Kg.

    Figura 2.7: Pacu (Piaractus mesopotamicus)Fonte: . Acesso em: 25 maio 2011.

    Em condies naturais, o pacu um peixe onvoro e de reproduo anual na

    poca das chuvas. um peixe utilizado no cruzamento com o tambaqui.

    O cruzamento da fmea do tambaqui com o macho do pacu origina oTAMBACU.

    O cruzamento da fmea do pacu com o macho do tambaqui origina o

    PAQUI.

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    e-Tec BrasilAula 2 Anatomia e fisiologia do peixe e principais espcies de peixes 31

    Sobre as condies de temperatura, embora o pacu possa resistir bem a tem-

    peraturas de at 15C, a faixa ideal para sua criao entre 25 e 30C (VIDAL

    JUNIOR; ROSSI, 1998).

    2.2.1.4 Tambaqui

    O tambaqui uma espcie nativa da Bacia Amaznica apropriada para o cultivopor apresentar excelentes qualidades, dentre elas: carne saborosa, crescimento

    rpido, fcil manuseio e grande rusticidade.

    Assim como o pacu, possui corpo semelhante a um disco. Sua alimentao

    onvora, baseando-se em frutas e sementes, podendo atingir o peso de dois

    quilos em um ano.

    Figura 2.8: Tambaqui (Colossoma macropomum)Fonte: . Acesso em: 25 maio 2011.

    O tambaqui no se desenvolve muito bem em temperaturas inferiores a 20C,sua faixa ideal varia entre 26C e 32C (VIDAL JUNIOR; ROSSI, 1998, p. 11).

    2.2.1.5 SurubimO surubim pintado um peixe de gua doce de considervel valor comercial.

    Possui corpo alongado, cabea achatada, colorao escura no dorso e pintas

    na extenso do corpo.

    O baixo teor de gordura e a ausncia de espinhos refletem a preferncia desse

    peixe entre os consumidores.

    De hbito alimentar piscvoro, o surubim pode atingir at 1,50 metros de

    comprimento e 70 Kg de peso.

    Acesse os vdeos nos linksabaixo e saiba mais sobre acriao do Pacu e do Tambaqui.

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    Acesse o linka seguir e leiao texto sobre o surubim na

    aquacultura do Brasil.

    Pisciculturae-Tec Brasil 32

    Figura 2.9: Surubim pintado (Pseudoplatystoma corruscans)Fonte: .Acesso em: 11 abril 2012.

    2.2.1.6 MatrinxO Matrix considerado um dos peixes mais saborosos da Bacia Amaznica.

    Possui corpo alongado e comprido alcanando at 80 cm e um peixe de

    rpido crescimento, atingindo peso comercial com 7 a 8 meses de cultivo.

    Sua alimentao natural so frutas, sementes, insetos e pequenos peixes. O

    manejo relativamente fcil e um peixe resistente a guas frias e cidas. Nas

    primeiras horas de vida do Matrinx, o canibalismo esperado, o que exige

    maior ateno durante a criao.

    Figura 2.11: Matrix (Brycon sp)Fonte: . Acesso em: 11 abril 2012.

    O matrinx recomendado para criatrios desenvolvidos pela agriculturafamiliar (MATHIAS, 2012).

    2.2.1.7 PiauTambm conhecido como peixe trs pintas, o Piau um peixe encontrado em

    todas as bacias hidrogrficas brasileiras. Apresenta corpo alongado e fusifor-

    me, podendo chegar a 30 cm de comprimento quando adulto. Alimenta-se

    naturalmente de vegetais e insetos aquticos.

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    e-Tec BrasilAula 2 Anatomia e fisiologia do peixe e principais espcies de peixes 33

    O piau geralmente criado para a pesca de subsistncia e feiras populares.

    Figura 2.13: Piau (Leporinus sp)Fonte: . Acessoem: 11 abril 2012.

    2.2.1.8 CurimatDe colorao prateada e boca em forma de ventosa, o Curimat se alimenta

    naturalmente de matria orgnica e microorganismos associados lama dofundo dos viveiros, impedindo o acumulo de matria orgnica, por isso tam-

    bm chamado de papa terra.

    um peixe rstico e pode atingir cerca de 800g em um ano.

    Figura 2.9: Curimat (Phochilodus sp)Fonte: . Acesso em: 12 abril 2012.

    2.2.2 Peixes de clima frioComo o prprio nome diz, os peixes de clima frio so aqueles cultivados em

    temperaturas baixas.

    No Brasil, a principal espcie comercial dessa categoria a truta, sendo consi-

    derado um peixe nobre (PEZZATO et al, 2001, p. 37).

    2.2.2.1 TrutaDe formato alongado, a truta tem origem nos Estados Unidos. A truta arco-ris

    a espcie mais cultivada.

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    Pisciculturae-Tec Brasil 34

    De hbito alimentar carnvoro, se alimentando de insetos e outros peixes, essa

    espcie chega a maturidade sexual aos dois anos de vida.

    A criao da truta exige guas limpas e frias para o bom desempenho da espcie.

    Figura 2.10: Truta arco-ris (Oncorhynchus mykiss)

    Fonte: . Acesso em: 25 maio 2011.Fonte: ; . Acesso em: 11 nov. 2011.

    Um dos peixes mais cultivados no estado do Piau o tambaqui. Escreva sobre

    essa espcie.

    Resumo

    Nessa aula, voc estudou a anatomia e fisiologia do peixe e identificou as princi-pais espcies cultivadas na explorao da piscicultura com suas particularidades.

    Atividades de aprendizagem

    1. O que voc entende por peixe pecilotrmico?

    2. Explique como ocorre a respirao dos peixes.

    3. Escreva sobre a amnia excretada pelos peixes.

    4. Cite e descreva como os peixes podem ser caracterizados quanto ao h-

    bito alimentar.

    5. Descreva trs espcies de peixes tropicais.

    Acesse o linka seguir e saibamais sobre a criao de truta

    arco-ris

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    e-Tec BrasilAula 3 Sistemas de criao e Instalaes em piscicultura 35

    Aula 3 Sistemas de criao eInstalaes em piscicultura

    Objetivos

    Identificar os sistemas de criao em piscicultura.

    Identificar as condies de implantao de criatrio de peixes.

    Listar as construes em piscicultura.

    3.1 Sistemas de criao em pisciculturaExistem quatro tipos de sistemas aplicados criao de peixes, so eles: criao

    extensiva, criao semi-intensiva, criao intensiva e criao superintensiva.

    Vamos conhecer cada uma delas, identificando suas caractersticas.

    3.1.1 Piscicultura ExtensivaO sistema extensivo refere-se ao ato de colocar os peixes em lagos ou represas

    onde permanecem at a sua captura. As principais caractersticas desse sistema

    so: o no fornecimento de rao aos peixes; a utilizao, na maioria das vezes,da tcnica de policultivo permitindo que vrias espcies sejam cultivadas ao

    mesmo tempo e a falta de manejo adequado.

    O pouco investimento a principal vantagem da piscicultura extensiva. Apre-

    senta como desvantagens uma baixa produtividade e lenta taxa de crescimento.

    Figura 3.1: Piscicultura extensivaFonte: . Acesso em: 3 jan. 2012.

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    A taxa de estocagem geralmente de um peixe/10 m2.

    As principais espcies cultivadas so tilpias, carpas, tambaqui, piau, surubim,

    pacu, tambacu e matrinch. (RASGUIDO e LOPES, 2004)

    3.1.2 Piscicultura semi-intensivaO sistema semi-intensivo tambm praticado em lagos e represas, porm apre-

    senta caractersticas diferentes do sistema extensivo, tais como: fornecimento

    de alimento aos peixes, geralmente parte constituda de rao, apresenta

    maior produtividade se comparada ao sistema extensivo e tambm utiliza o

    policultivo.

    Figura 3.2: Piscicultura semi-intensivaFonte: . Acesso em: 3 jan. 2012.

    A taxa de estocagem utilizada de 3 a 5 peixes/10m2.

    Esse sistema pouco utilizado por haver gastos com rao e pouco retorno

    financeiro.

    3.1.3 Piscicultura IntensivaA piscicultura intensiva utiliza viveiros construdos estritamente para criar pei-

    xes. A finalidade desse sistema obter alta produtividade por metro quadrado.

    Esse sistema apresenta caractersticas como: alimentao dos peixes com rao

    balanceada e adequada para cada espcie e de acordo com a fase de cultivo,

    manejo criterioso e utiliza espcies adaptadas criao em alta estocagem.

    Pisciculturae-Tec Brasil 36

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    e-Tec BrasilAula 3 Sistemas de criao e Instalaes em piscicultura 37

    Surubins e tilpias so as espcies mais recomendadas no sistema intensivo.

    (RASGUIDO; LOPES, 2004).

    Figura 3.3: Piscicultura intensivaFonte: . Acesso em: 3

    jan. 2012.

    A taxa de estocagem utilizada de 1 a 3 peixes/m2.

    No viveiro de criao intensiva, cultivada apenas uma espcie de peixe, ou

    seja, ocorre a prtica de monocultivo.

    3.1.4 Piscicultura superintensivaA piscicultura superintensiva um sistema de criao aplicado nos cultivos emtanques-redeou gaiolas e nos racewaysou longos tanques de alvenaria,

    concreto ou fibra de vento dotado de fluxo contnuo de gua.

    Figura 3.4: Tanques-redeFonte: . Acesso em 3 jan. 2012.

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    Figura 3.5: RacewayFonte: . Acesso em: 3 jan. 2012.

    Nesse caso, uma s espcie de peixe cultivada em alta densidade de povoa-

    o. Geralmente, ficam cerca de 20 a 100 peixes/m2 em cada metro cbico degaiola ou tanques pequenos.

    A remoo dos metablicos dos peixes necessria, principalmente dos amo-

    niacais e dos restos de alimentos podres. A disposio de oxignio continua-

    damente tambm indispensvel na piscicultura superintensiva.

    Os peixes recebem alimentos comprimidos, chamados de pellets ou semelhan-

    te, balanceados com tipos e teores de protenas, minerais, vitaminas e outros

    ingredientes indispensveis para o seu crescimento.

    3.2 Instalaes em PisciculturaComo vimos, a piscicultura pode ser praticada em tanques, em viveiros, nos

    audes, em gaiolas ou tanques-redes, nas balsas, no sistema raceways etc.

    Para iniciar um projeto de piscicultura e ter sucesso na atividade, necessrio

    estar atento s condies de implantao, as quais dependem fundamental-

    mente dos seguintes fatores:

    Terreno adequado

    Preferncia aos terrenos planos ou com declividade suave de 5% que permita

    a construo de tanques com a mnima movimentao de terra.

    Alm dos sistemas de criao,a piscicultura possui o tipode explorao que pode ser

    de duas formas: monocultivoe policultivo. O monocultivo,como j foi dito, consiste na

    criao de uma nica espciee muito utilizado no sistema

    superintensivo. O policultivo,por sua vez, caracteriza-se pela

    criao de espcies diferentese de hbitos alimentares

    diferentes, podendo assimaproveitar melhor o alimento

    disponvel no tanque.

    Pisciculturae-Tec Brasil 38

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    Tipo de solo

    Na piscicultura, os melhores solos so os semipermeveis, ou seja, intermedi-

    rios entre o arenoso e o argiloso.

    Disponibilidade de gua

    A gua deve ser de boa qualidade e de quantidade abundante. A quantidade

    de gua dever ser o suficiente para permitir a reposio das perdas por eva-

    porao, infiltrao e renovao dos tanques. As guas superficiais de fontes,

    como rios e riachos, so as mais utilizadas na piscicultura e devem ser limpas,

    perenes e sem contaminantes.

    Infraestrutura

    Deve ser observada a disponibilidade de energia eltrica e se essa energia

    constante ou no. As condies de estradas, pontes, fornecedores de insu-

    mos, alevinos, assistncia tcnica, equipamentos, oficina tambm devem ser

    observadas para que no comprometam a produo.

    Dados de meteorologia

    Registros anteriores de precipitao, temperaturas mdias, insolao, ventos

    dominantes devem ser levantados por um perodo longo de tempo, principal-mente dados de enchentes e estiagens prolongadas para a correta implantao

    da piscicultura.

    3.2.1 ConstruesNesse tpico, vamos estudar alguns pontos importantes nas estruturas das

    construes em piscicultura, sejam de tanques ou viveiros. Iniciando a parte

    de construes, vamos entender a diferena entre viveiros e tanques.

    e-Tec BrasilAula 3 Sistemas de criao e Instalaes em piscicultura 39

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    Canaleta(Telha)

    Tela

    Tela

    Anteparo paraevitar o revolvimento

    do fundo

    Pisciculturae-Tec Brasil 40

    Viveiros e tanques

    Figura 3.6: Viveiro (esquerda) e tanque (direita)Fonte: .Acesso em: 3 jan. 2012.

    Os viveiros so reservatrios construdos em terreno natural, dotados de siste-mas de abastecimento e de drenagem da gua.

    Os tanques so benfeitorias cuja caracterstica bsica de serem revestidos,

    seja de alvenaria, pedra, tijolos ou concreto. Esse revestimento pode ser total

    ou parcial, isto , apenas nas paredes laterais. So mais caros que os viveiros,

    porm apresentam alta produtividade. Tambm so de baixa manuteno e

    grande durabilidade.

    Canais de abastecimento de gua

    O abastecimento se d preferencialmente por gravidade ou com uso de bombas

    de abastecimento. A entrada da gua pode ser com canaletas de telha ou alve-

    naria, ou com uso de cano de PVC de alta presso. Os canais de abastecimento

    devem estar posicionados na extremidade e na parte superior do tanque.

    Figura 3.7: Canaleta de telha (esquerda) e tubos de PVC (direita)Fonte: Furtado (1995).

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    Filtro Tbua Tela

    Cano

    Caxilho

    Tela

    Brita

    Vista (Perfil)

    Taipa

    Tela

    Cotovelomvel

    Placa de concretofirmando o tubo

    de drenagem

    Tbuas

    Cerragem

    Tubo de drenagemTela

    N.A.

    e-Tec BrasilAula 3 Sistemas de criao e Instalaes em piscicultura 41

    Filtro biolgico

    Tem a funo de evitar a entrada de outras espcies nocivas ao cultivo, como

    predadores, e impedir a entrada de troncos, folhas, lama etc. Geralmente, so

    filtros de brita.

    Figura 3.8: filtro em tanques de alvenaria (esquerda) e filtros em canais de abasteci-mento (direita)Fonte: Furtado (1995).

    Sada da gua

    As estruturas de sada da gua devem estar na parte mais baixa do tanque

    para que o mesmo possa ser totalmente drenado. Estruturas de sada da gua

    podem ser do tipo cotovelo ou joelho e a conhecida como monge.

    O sistema de escoamento em vasos comunicantes conhecido como monge o

    mais indicado para tanques de piscicultura. Os monges podem ser construdos

    externa ou internamente aos tanques (NETO, 2008).

    Figura 3.9: Tipo cotovelo (esquerda) e tipo monge (direita)Fonte: Furtado (1995).

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    Declividade

    A declividade um fator relevante na construo dos tanques. O leito do tan-

    que deve apresentar uma pequena inclinao no sentido das paredes laterais

    para o centro. No sentido longitudinal, em direo ao escoamento, deve haver

    uma inclinao de 1,5% para facilitar a limpeza e drenagem total do tanque.

    Figura 3.10: inclinao no centro (esquerda) e declividade no tanque (direita)

    Fonte: Furtado (1995).

    Em piscicultura, o policultivo caracterizado pela criao de diferentes esp-

    cies. Acesse o linka seguir e responda s questes: http://www.aquabel.

    com.br/camarao.asp

    a) Qual o objetivo do policultivo?

    b) Como a despesca no sistema de policultivo?

    c) Como o fornecimento de rao no policultivo de peixe com camaro?

    Resumo

    Na aula 3, voc estudou os sistemas de criao em piscicultura: extensivo, semi-

    -intensivo, intensivo e superintensivo. Depois, descobriu que podem ser criadas

    uma ou mais espcies de peixes no mesmo local com os tipos de explorao:

    monocultivo e policultivo. Aprendeu tambm que importante levantar dados

    sobre a rea onde se quer implantar a piscicultura. Identificou a diferena entre

    viveiro e tanque e conheceu sobre construes para criao de peixes.

    Atividade de Aprendizagem

    1. Quais os sistemas de criao utilizados em piscicultura?

    2. Descreva sobre o sistema superintensivo.

    MongeEntrada dgua

    Declive 1,5%

    Taipa

    Canal dedesague

    Pisciculturae-Tec Brasil 42

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    3. Diferencie monocultivo e policultivo.

    4. O que deve ser investigado antes da implantao de projeto de piscicul-

    tura? Descreva.

    5. Qual a diferena entre viveiros e tanques de peixes?

    6. Descreva os canais de abastecimento.

    7. Para que serve o filtro biolgico?

    8. Descreva sobre as estruturas de sada de gua.

    9. Qual a importncia da declividade na construo de tanques?

    e-Tec BrasilAula 3 Sistemas de criao e Instalaes em piscicultura 43

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    e-Tec BrasilAula 4 Qualidade da gua, manejo e fases do cultivo 45

    Aula 4 Qualidade da gua,manejo e fases do cultivo

    Objetivos

    Conhecer a qualidade da gua para a piscicultura.

    Estabelecer o manejo do viveiro.

    Identificar as fases de cultivo de peixes.

    4.1 Qualidade da guaVamos iniciar nossa aula conhecendo um pouco sobre a gua de cultivo de

    peixes. A qualidade da gua um dos pontos mais importantes a serem ob-

    servados diariamente pelo piscicultor.

    O habitat dos peixes pode variar durante todo o dia e comprometer em curto

    espao de tempo toda produo. O controle da gua e o manejo adequado so

    prticas indispensveis para o sucesso da piscicultura. Iremos conhecer a gua

    como meio de cultivo nos seguintes aspectos: temperatura, pH, transparncia,alcalinidade, dureza, gases dissolvidos, amnia, salinidade e biologia da gua.

    4.1.1 TemperaturaA temperatura influencia diretamente nas atividades fisiolgicas dos peixes.

    Cada espcie possui uma zona trmica tima, ou seja, uma variao de tem-

    peratura confortvel que possibilita seu desenvolvimento.

    O termmetro um equipamento necessrio para o controle da temperatura

    que deve ser avaliada na superfcie e no fundo do viveiro.

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    Pisciculturae-Tec Brasil 46

    Tabela 4.1: Faixa de temperatura ideal paradiferentes espcies de peixes

    Espcie Temperatura (C)

    Pacu 25 a 30

    Tambaqui 26 a 28

    Tambacu 25 a 30

    Carpa comum 24 a 30

    Carpa capim 24 a 27

    Tilpia 26 a 28

    Bagre africano 24 a 28

    Pintado 22 a 28

    Dourado 20 a 28

    Fonte: CPT

    4.1.2 Potencial hidrogeninico (pH)Alteraes bruscas no pH da gua podem gerar mortalidade em massa dos

    peixes e exposies por longo tempo comprometem o desenvolvimento

    dos peixes.

    A escala de pH varia de 0 a 14. O pH igual a 7 neutro, abaixo desse a gua

    acida e acima alcalina. A faixa de pH para a piscicultura est entre 6,0 e 9,0,

    sendo ideal entre 7,0 e 8,5. O uso de equipamento como peagmetro auxilia

    a medio do pH da gua.

    4.1.3 TransparnciaA capacidade de penetrao da luz na gua define a sua transparncia. Na

    piscicultura, utiliza-se o disco de Secchi para avaliar a transparncia da gua

    utilizada no cultivo dos peixes.

    O disco de Secchi um disco de 20 cm de dimetro, com quadrantes al-

    ternados de preto e branco, preso a um cabo (SEBRAE, 2010). Ao utilizar o

    disco de Secchi, deve ser observada a maior profundidade que permite a suavisualizao na gua.

    A transparncia entre 30 e 60 cm de profundidade , geralmente, a mais

    adequada para a piscicultura. Quando a transparncia maior que 60 cm,

    existe maior possibilidade de crescimento de plantas aquticas; quando a

    transparncia menor que 30 cm, ocorre problemas de oxignio dissolvido e

    variaes de pH, ambos problemas devem ser evitados na criao de peixes.

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    e-Tec BrasilAula 4 Qualidade da gua, manejo e fases do cultivo 47

    Figura 4.1: Disco de SecchiFonte: ; .Acesso em: 3 jan. 2012.

    O monitoramento da visibilidade pelo uso do disco de Secchi, semanal ou a

    cada trs dias, permite que o piscicultor maneje adequadamente a qualidadeda gua.

    4.1.4 AlcalinidadeAlcalinidade a capacidade da gua em receber prtons, devido presena

    de carbonos, bicarbonatos e hidrxidos de metais alcalinos e alcalinos terrosos

    (Furtado, 1995, p.42).

    Quando se fala no poder da gua em neutralizar cidos fortes e na mineral-

    izao da gua trata-se de alcalinidade. Em viveiro de peixes desejvel nveisacima de 20mg/L.

    4.1.5 DurezaAs concentraes dos ons clcio e magnsio, combinados ao carbonato e

    bicarbonato, correspondem dureza total da gua. A presena de clcio e

    magnsio na gua contribui para a formao do esqueleto e outras estruturas

    do corpo do peixe.

    Valores acima de 40mg/L so recomendados em guas destinadas a piscicultura.

    4.1.6 Gases dissolvidosOs principais gases dissolvidos em guas de cultivo de peixes so: oxignio e

    gs carbnico. Vamos identificar a participao de cada um na piscicultura.

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    4.1.6.1 Oxignio (O2)

    O oxignio dissolvido o componente mais limitante em piscicultura. Em baixas

    concentraes pode causar atraso no crescimento, aumento de incidncia de

    doenas e mortalidade dos peixes.

    A variao do oxignio nos tanques ocorre em funo da quantidade de plan-tas, da profundidade do tanque, da temperatura da gua e da incidncia de

    luz dentro do tanque.

    Sinais de queda de oxignio na gua:

    Os peixes no se alimentam.

    A colorao da gua passa de verde para marrom.

    Peixes abrindo e fechando a boca na superfcie.

    Concentrao de peixes prximos entrada de gua do viveiro.

    Mortalidade de peixes maiores.

    Figura 4.2: Peixes procurando oxignio na superfcieFonte: . Acesso em: 3 jan. 2012.

    O que fazer na falta de oxignio:

    Parar a adubao orgnica e/ou arraoamento.

    Utilizar aerao mecnica.

    Encher o viveiro com o mximo de gua limpa possvel.

    ArraoamentoFornecimento de alimento.

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    e-Tec BrasilAula 4 Qualidade da gua, manejo e fases do cultivo 49

    Figura 4.3: uso de aerador na pisciculturaFonte: . Acesso em: 3 jan. 2012.

    Nveis acima de 3mg/l de oxignio dissolvido na gua so considerados timos

    para o cultivo de peixes.

    4.1.6.2 Gs Carbnico (CO2)O gs carbnico ou dixido de carbono normalmente encontra-se na gua em

    baixas concentraes. Pode ser encontrado na gua sobre 3 formas: Dixido

    de carbono livre, on de carbono e on carbonato.

    O CO2influencia diretamente o pH da gua. medida que o pH aumenta a

    concentrao de CO2diminui e vice versa.

    4.1.7 AmniaAmnia um composto nitrogenado dissolvido na gua e produto da decom-posio aerbia e anaerbia da matria orgnica.

    medida que aumenta a concentrao de amnia na gua, diminui a capaci-

    dade do peixe em excretar a amnia pelas brnquias, o que leva ao aumento

    de amnia no sangue do peixe causando problemas no seu rendimento.

    A renovao da gua utilizada para reduzir a concentrao de amnia em

    viveiros. Concentraes de amnia inferiores a 0,05 mg/L ideal para a criao

    de peixes.

    4.1.8 Salinidade da guaA salinidade da gua no afeta alguns peixes dentro de certos limites de

    tolerncia da espcie, no entanto, em alguns casos, pode tornar a gua im-

    prpria para o abastecimento na piscicultura.

    Visite o linke saiba mais sobre:A amnia nos sistemas decriao de peixes e seus efeitossobre a qualidade da gua.. Acesso em:3 jan. 2012.

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    As guas superficiais apresentam uma baixa salinidade. J guas de poos

    profundos apresentam uma salinidade alta. Para melhores resultados, antes

    da utilizao nos viveiros, a salinidade da gua deve ser medida pelo uso de

    salinmetros e refratmetros.

    4.1.9 Biologia da guaA gua, seja profunda ou superficial, habitada por milhares de espcies de

    organismos, os principais so as bactrias e o plncton.

    As bactrias so seres microscpicos que decompem a matria orgnica. So

    importante fonte de alimento para alguns grupos de animais inferiores. No

    entanto, grande nmero de bactrias pode prejudicar a vida dos peixes devido

    queda do oxignio dissolvido na gua.

    Plncton so todos os organismos microscpicos vegetais e animais ou fito-plncton e zooplncton, respectivamente. O plncton apresenta grande im-

    portncia na piscicultura, pois aps a absoro do saco vitelino, as larvas dos

    peixes alimentam-se do plncton.

    O disco de Secchi uma ferramenta til utilizada na piscicultura. Escreva para

    que serve, como funciona e quando deve ser utilizado esse disco.

    4.2 Manejo do viveiroAlgumas tcnicas devem ser includas no manejo dos viveiros. A calagem e

    a adubao so as tcnicas mais utilizadas na produo de peixes. Vamos

    identificar cada uma delas.

    4.2.1 CalagemA Calagem consiste na tcnica utilizada para melhorar a qualidade da gua na

    piscicultura, principalmente, em viveiros escavados de solos cidos.

    Logo aps o esvaziamento e exposio ao sol do viveiro, inicia-se a aplicaoem toda rea do viveiro da cal, podendo ser: cal virgem ou cal hidratada,

    calcrio dolomdico ou calcrio calctico.

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    e-Tec BrasilAula 4 Qualidade da gua, manejo e fases do cultivo 51

    Figura 4.4: Calagem em viveiroFonte: . Acesso em: 3 jan. 2012.

    Alm da correo da acidez do solo, a calagem ajuda na no proliferao de

    organismos indesejveis que venham competir futuramente por alimento com

    os peixes.

    4.2.2 AdubaoA adubao ou fertilizao da gua utilizada para incrementar a produo

    biolgica, ou seja, aumentar a disponibilidade de alimento natural aos peixes.

    Pode ser de trs tipos:

    Adubao orgnica utiliza adubo orgnico provindo de esterco de ani-

    mais domsticos, geralmente de galinhas e sunos.

    Adubao inorgnica os mais utilizados so os nitratos e fosfatos.Quando comparadas adubao orgnica, mais cara e mais fcil a sua

    aplicao por utilizar menores quantidades.

    Adubao mista utiliza adubo orgnico e inorgnico.

    4.2.2.1 Consorciamento com outros animaisO consorciamento consiste na criao de outros animais prximos s instala-

    es de piscicultura e tem como finalidade disponibilizar esterco fresco que iro

    servir como nutrientes aos peixes. Os animais mais utilizados nesse consorcia-mento so os patos, os marrecos, os frangos, as galinhas poedeiras e os sunos.

    Frangos e galinhas poedeiras os estercos desses animais so os melho-

    res entre os adubos orgnicos. Entre 200 a 300 galinhas podem abaste-

    cer 1ha de tanque.

    Visite o linke saiba mais sobrea Calagem e Controle da Acidezdos Viveiros de Aquicultura.

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    Figura 4.5: Consorciamento de galinhas com peixesFonte: . Acesso em: 3 jan. 2012.

    Sunos os sunos produzem grande quantidade de esterco de alta qua-

    lidade, contudo, deve-se ter cuidado nesse consorciamento. O melhor

    abastecer por meio de canais para evitar o excesso de esterco nos tan-ques. Podem ser construdos vrios canais favorecendo a distribuio uni-

    forme por todo o tanque.

    Figura 4.6: Consorciamento de sunos com peixes

    Fonte: Furtado (1995).

    Patos patos de pequeno porte, tipo carne e de crescimento rpido

    so as espcies mais adaptadas para o consorciamento com peixes. Ge-

    ralmente, eles so alojados em pequenas ilhas e nadam livremente nos

    tanques. Cerca de 300 patos podem ser criados em 1 ha de tanque.

    Galinheiro

    Canal

    Reservatrioe/ou aude

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    e-Tec BrasilAula 4 Qualidade da gua, manejo e fases do cultivo 53

    Figura 4.7: Consorciamento de patos com peixesFonte: Furtado (1995).

    Ao utilizar a prtica de consorciamento com outros animais, importante que

    exista o controle da entrada de dejetos nos viveiros para que no haja excesso

    e comprometa a qualidade da gua.

    4.3 Fases do cultivoAps conhecer a qualidade da gua e o manejo do viveiro, podemos iniciar as

    fases de cultivo dos peixes.

    4.3.1 AlevinagemA alevinagem a fase de cultivo de peixes de peso normalmente abaixo de

    10 g at atingirem 60 g. Realizada normalmente em viveiros berrios ou

    pequenos viveiros de 200 m2 que permite alta densidade de estocagem e ao

    atingir 60 g so transferidos para viveiros maiores.

    Figura 4.8: AlevinosFonte: . Acesso em: 3 jan. 2012.

    Com densidade de estocagem de at 10 alevinos/m2, em algumas regies do

    Brasil, o alevino de 10 g a 60 g chamado de juvenil.

    Cocho

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    Pisciculturae-Tec Brasil 54

    Devido ao estresse sofrido na adaptao dos alevinos nos tanques, a mor-

    talidade elevada na fase de alevinagem sendo aceitvel o mximo de 35%.

    4.3.2 EngordaA fase de engorda vai desde o fim da alevinagem com peixes de 60 g at a

    despesca, o peso final do peixe depende do valor comercial da espcie cultiva.

    Figura 4.9: Alevinagem e engorda do peixe TambaquiFonte: ; ; . Acesso em: 3 jan. 2012.

    Os peixes em processo de engoda so criados em viveiros de tamanhos varia-dos de 500 m2 a at 10 ha.

    O objetivo nessa fase obter peixes adultos, de tamanho uniforme, em menor

    tempo possvel e com baixos custos de produo. Para tanto, necessrio,

    alm do controle da qualidade da gua e fornecimento de rao adequada

    (assunto que veremos na prxima aula), o acompanhamento do crescimento

    do peixe que feito com a relao do consumo de rao e o tamanho do peixe.

    Na piscicultura, importante que todos os peixes possuam crescimento equiva-lente ao tempo de produo. O que deve ser feito para que no ocorra o

    crescimento desuniforme no viveiro?

    DespescaRetirada do peixe cultivado do

    viveiro quando aquele atinge otamanho comercial.

    Visite o linke saiba comoocorre a despesca de peixes

    em viveiros.

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    e-Tec BrasilAula 4 Qualidade da gua, manejo e fases do cultivo 55

    Resumo

    Na aula 4, voc viu que a temperatura, pH, transparncia, alcalinidade, du-

    reza, gases dissolvidos, amnia, salinidade e biologia da gua influenciam na

    qualidade da gua. Conheceu, tambm, o manejo dos viveiros e as fases de

    cultivos de peixes.

    Atividade de aprendizagem

    1. Qual a importncia da temperatura e do pH da gua para a prtica da

    piscicultura?

    2. Qual a funo do Disco de Secchi?

    3. O oxignio dissolvido o componente mais limitante em piscicultura.

    Quais os sinais de baixo oxignio na gua e o que fazer para corrigir a

    falta de oxignio?

    4. Descreva sobre a biologia da gua.

    5. O que calagem?

    6. Qual o objetivo e os tipos de adubao?

    7. Quais os cuidados do consorciamento de peixes com sunos?

    8. Descreva sobre as fases de cultivo na piscicultura.

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    Objetivos

    Identificar hbitos alimentares dos peixes.

    Listar as exigncias nutricionais dos peixes.

    5.1 AlimentoO conhecimento da preferncia alimentar, ou seja, do alimento que o peixe deuma determinada espcie mais gosta, til no desenvolvimento de estudos

    nutricionais, no preparo de raes e manejo da alimentao.

    Vamos identificar hbitos alimentares naturais dos peixes.

    5.1.1 Peixes planctfagosEsses peixes se alimentam de forma eficiente do plncton. Quase todas as

    espcies de peixe passam por uma fase planctfoga em seus primeiros dias de

    desenvolvimento. A tilpia um exemplo de peixe que mantm a prefernciaplanctfoga na fase adulta.

    Figura 5.1: TilpiaFonte: . Acesso em: 1 jul. 2011.

    5.1.2 Peixes herbvoros/frugvorosApresentam preferncia por alimentos de origem vegetal, rico em fibras e,

    geralmente, baixa energia. A carpa capim um peixe herbvoro que possui

    dentes molares para esmagar e cortar vegetais.

    e-Tec BrasilAula 5 Alimento e nutrio em piscicultura 57

    Aula 5 Alimento e nutrioem piscicultura

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    Figura 5.2: Carpa capimFonte: . Acesso em: 1 jul. 2011.

    5.1.3 Peixes bentfagos/ilifagos/detritvorosEsses peixes se alimentam com organismos bentnicos como larvas de insetos e

    ovos de moluscos, e detritos orgnicos como fezes de outros peixes e algas que

    se desenvolvem no fundo de tanques e viveiros. Um exemplo a carpa comum.

    Figura 5.3: Carpa comumFonte: . Acesso em: 1 jul. 2011.

    5.1.4 Peixes carnvoros/piscvorosPeixes que apresentam preferncia por organismos animais como insetos, pei-

    xes, anfbios e cobras. Tucunars, pirarucu e surubim so exemplos de peixes

    carnvoros.

    Figura 5.4: Surubim

    Fonte: . Acesso em: 1 jul. 2011.

    Na idade adulta cada espcie de peixe define seu hbito alimentar passando

    a exigir alimentos em quantidade e qualidade que satisfaam suas exigncias

    alimentares e nutricionais.

    Pisciculturae-Tec Brasil 58

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    O alimento natural dos peixes composto por vrios organismos, podendo ser

    vegetais como algas, plantas aquticas e frutos, ou animais como crustceos,

    larvas e moluscos.

    Segundo Kubitza(1999), os alimentos naturais explorados pelos peixes pos-

    suem grande valor energtico e protena de excelente qualidade e quantidade.

    Porm, quando se fala em piscicultura intensiva, o alimento natural insufi-

    ciente para os peixes, principalmente na fase adulta, j que o nmero de peixes

    por metro quadrado maior, o que motiva a competitividade por alimento.

    Na piscicultura importante conhecer o hbito alimentar do peixe a ser culti-

    vado. Cite o alimento e uma espcie de:

    a) Peixe planctfago

    b) Peixe bentnico

    c) Peixe carnvoro

    d) Peixe herbvoro

    5.2 NutrioAps conhecer os hbitos alimentares dos peixes, vamos identificar algunsaspectos da nutrio dos peixes.

    A nutrio torna os peixes mais fortes, ou seja, ela determina o melhor cresci-

    mento, a eficincia reprodutiva, tornando-os resistentes s variaes da gua e

    a doenas. A nutrio d ao peixe condies importantes para sua explorao

    em piscicultura.

    A seguir, veremos as exigncias nutricionais dos peixes.

    5.2.1 Exigncias nutricionais dos peixesOs peixes necessitam de diversos nutrientes para adequado crescimento, re-

    produo e sade (KUBITZA, 1999, p. 14).

    KubitzaFernando Kubitza engen-heiro agrnomo Doutor emAquicultura.

    e-Tec BrasilAula 5 Alimento e nutrio em piscicultura 59

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    Aminocidos essenciais, cidos graxos essenciais, minerais e vitaminas so os nu-

    trientes fundamentais exigidos pelos peixes. Destacamos tambm o componente

    energia na sua alimentao. Vamos identificar cada um deles.

    5.2.1.1 Aminocidos essenciais

    Os aminocidos so as unidades que formam as protenas responsveis pelaformao dos msculos, clulas sanguneas, pele, entre outros tecidos.

    Eles so ditos como essenciais por no serem sintetizados pelos peixes ou so

    sintetizados em pequenas quantidades, sendo insuficiente para a sua exigncia

    e devem ser fornecidos aos peixes com os alimentos preparados.

    So aminocidos essenciais:

    arginina

    histidina

    isoleucina

    leucina

    lisina

    metionina

    fenilalanina

    treonina

    triptofano

    valina

    Existe uma grande diferena quanto exigncia de aminocidos entre as

    espcies de peixes. A necessidade proteica diria geralmente decresce com o

    aumento de tamanho e avano da idade.

    A farinha de peixe (origem animal) e a soja (origem vegetal) so alimentos mais

    utilizados como fonte de protena aos peixes.

    Pisciculturae-Tec Brasil 60

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    Figura 5.5: Farinha de peixe (esquerda) e soja (direita)Fonte: ; . Acesso em: 1 jul. 2011.

    5.2.1.2 EnergiaOs peixes recebem energia atravs do metabolismo de carboidratos, lipdios e

    aminocidos contidos em alimentos como milho e sorgo.

    A energia dos peixes expressa em energia digestvel (ED) que a energia

    bruta ou consumida menos a energia excretada nas fezes. Assim como nos

    aminocidos essenciais, os nveis de energia vo depender da espcie explorada.

    A tabela 5.1 demonstra as exigncias de protena bruta e energia metabolizvel

    para alguns peixes.

    Tabela 5.1: Exigncias nutricionais das principais espcies

    Espcie PB (% da dieta) EM (kcal/ kg alimento) PD/ED (mg/kcal)

    Carpa 31 - 38 2.300 - 4.100 108

    Tilpias

    do Nilo 30 2.500 - 3.100 103

    azul 34

    moambica 40

    zilli 35

    Truta arco-ris 35 - 50 3.500 - 5.400 92 - 105

    Bagre do canal 32 - 36 2.500 - 3.200 95Tambaqui 22 - 26 3.200 - 3.600

    Pacu 22 - 26 3.200 - 3.600

    Matrinx 35 3.500

    PB = protena bruta; EM = energia metabolizvel; PD = protena digestvel; ED = energia digestvelFonte: . Acessoem: 25 jun. 2011.

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    5.2.1.3 cidos graxos essenciaisAssim como os aminocidos, o cido graxo essencial, pois os animais no

    sintetizam ou o fazem em quantidade insuficiente. Esses cidos essenciais

    servem como fonte de energia. Os principais cidos graxos de peixes tropicais

    e de gua doce so o cido linoleico e cido linolnico.

    O cido linoleico ou mega 6 abundante na natureza, presente nas sementes

    da maioria das plantas. O cido linolnico ou mega 3 encontra-se principal-

    mente em leos de peixe.

    Figura 5.6: Sementes ricas em cido linoleicoFonte: . Acesso em: 29fev. 2012.

    5.2.1.4 MineraisDentre as funes no organismo dos peixes, os minerais so importantes na

    formao dos ossos e dentes, no metabolismo energtico, no equilbrio os-

    mtico entre outros. As quantidades exigidas de minerais variam de acordocom a espcie criada.

    Veja na tabela 5.2 a exigncia de minerais para o crescimento de peixes.

    Tabela 5.2: Exigncias de minerais para o crescimento de peixes (por kg de rao)

    Minerais Unidades Truta Carpa comum Bagre do canal Tilpia

    P. disp. (%) 0,6 0,6 0,45 0,5

    Ca (%) - - - -

    Mg (%) 0,05 0,05 0,04 0,06

    Cu mg 3 3 5 -

    Fe mg 60 150 30 -

    I mg 1,1 - 1,1 -

    Mn mg 13 13 2,4 -

    Se mg 0,3 0,25 - -

    Zn mg 30 30 20 20

    Fonte: . Acesso em: 25 jun. 2011.

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    Os peixes exigem macro e microminerais. Os macrominerais so clcio, fsforo,

    magnsio, potssio, cloro e sdio. Os microminerais so o ferro, mangans,

    zinco, cobre, iodo e selnio.

    5.2.1.5 Vitaminas

    Assim como outros animais, os peixes necessitam de vitaminas que atuamcomo componentes enzimticos ou apresentam aes fisiolgicas especficas

    ao crescimento, reproduo e sade dos peixes (KUBITZA,1999, p. 30).

    As vitaminas necessrias aos peixes se dividem em dois grupos. As vitaminas A,

    D, E e K pertencem ao grupo das lipossolveis, ou seja, solveis em lipdios. A

    vitamina C e as que compem o complexo B so do grupo das hidrossolveis

    ou solveis em gua.

    Veja na tabela 5.3 quantidades de vitaminas exigidas para os peixes Truta,Carpa comum, Bagre do canal e Tilpia.

    Tabela 5.3: Exigncias de vitaminas para o crescimento de peixes (por kgde rao)

    Vitaminas Unidades Truta Carpa comum Bagre do canal Tilpia

    Tiamina mg 1,0 0,5 1 -

    Riboflavina mg 4 7 9 6

    Piridoxina mg 3 - 3 -

    B12 mg 0,01E - - -

    cido pantotnico mg 20 30 15 10

    Niacina mg 10 28 14 -

    Colina mg 1000 500 400 -

    Biotina mg 0,15 1 - -

    cido flico mg 1,0 - 1,5 -

    Inotisol mg 300 440 - -

    cido ascrbico mg 5050 - 25-50 50

    A U.I. 2500 400 1000-2000 -D U.I. 2400 - 500 -

    E U.I. 50 100 50 50

    K mg - - - -

    E = estimado

    Fonte: . Acesso em:25 jun. 2011.

    Acesse o linke, em seguida, leiao texto intitulado Alimentaona Criao de Peixes emTanques-Rede:

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    Fonte: . Acesso em: 6 mar. 2012.

    A nutrio fundamental para o crescimento, reproduo e sade dos peixes.

    Quais nutrientes so essenciais aos peixes? Descreva a importncia de cada um.

    Resumo

    Nesta aula, voc conheceu a preferncia alimentar dos peixes planctfagos,

    herbvoros, bentfagos e carnvoros. Em seguida, voc identificou as exigncias

    de aminocidos, energia, minerais e vitaminas dos peixes.

    Atividades de Aprendizagem

    1. O que so peixes planctfagos?

    2. De que se alimentam os peixes bentfagos?

    3. Cite um exemplo de peixe herbvoro.

    4. Defina peixes carnvoros.

    5. Qual a importncia da nutrio para os peixes?

    6. Quais os nutrientes que fazem parte das exigncias nutricionais dos peixes?

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    7. Cite os aminocidos essenciais e duas fontes.

    8. Como os peixes recebem energia?

    9. Os peixes exigem macro e microminerais. Cite trs exemplos de cada.

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    Objetivos

    Reconhecer a reproduo natural e artificial dos peixes

    Identificar a tcnica de hipofisao

    6.1 Reproduo dos peixesA reproduo dos peixes se d de duas formas: reproduo naturalque,como o prprio nome j diz, ocorre naturalmente onde no h interveno

    do homem; e reproduo artificial, onde existe a participao do homem.

    O sucesso da reproduo dos peixes levar em conta o local onde os ovos sero

    depositados, o qual dever oferecer condies ideais de oxignio, temperatura

    e alimentos. Sem esquecer tambm que esses ovos precisam estar protegidos

    contra predadores inimigos.

    A maturao sexual, ou idade na qual se inicia a reproduo, depende de vriosfatores. Entre eles, podemos citar a temperatura do ambiente, o alimento

    disponvel, o tamanho do peixe e o ambiente em que vive.

    Algumas espcies variam a idade de reproduo de forma significativa. A

    primeira maturao sexual da tilpia, por exemplo, ocorre entre o 7 e 12

    ms; j a carpa capim pode atingir a idade para reproduo apenas aps 2 ou

    3 anos de vida.

    6.1.1 Reproduo naturalEsse tipo de reproduo, como j vimos, ocorre em ambiente natural. Os pei-

    xes sexualmente maduros lanam seus gametas sem a participao direta do

    homem no processo de reproduo.

    e-Tec BrasilAula 6 Reproduo dos Peixes 67

    Aula 6 Reproduo dos Peixes

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    Figura 6.1: reproduo natural de peixesFonte: Furtado (1995).

    Os gametas so lanados na gua livremente, por isso a taxa de fertilizao na

    reproduo natural baixa.

    Piracema: Ocorre no perodo das chuvas de vero onde os peixes sobem at

    as nascentes

    1. Qual a principal diferena entre a reproduo natural e a reproduo

    artificial dos peixes?

    2. Qual a importncia do local onde ocorre a reproduo dos peixes?

    6.1.2 Reproduo artificialA reproduo artificial conta com a interveno do homem com a finalidade

    de produzir quantidades abundantes de ovos, larvas e alevinos para seremutilizados em cultivos (FURTADO, 1995).

    Os peixes reprodutores so selecionados e destes retiram-se os vulos e

    esperma e, em seguida, realizada a fecundao artificial a seco, ou seja,

    fora da gua.

    6.1.2.1 Reproduo artificial sem tratamento hormonalOs peixes reprodutores so capturados durante a desova natural. Os produtos

    sexuais, vulos e esperma so retirados e unidos artificialmente, ocorrendo afertilizao da ova.

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    Figura 6.2: secagem e extrusoFonte: Furtado (1995).

    Aps a captura da fmea reprodutora, o primeiro passo a secagem do local

    com auxilio de toalha limpa; em seguida, se inicia a compresso da regio

    ventral para a extruso em vasilha limpa.

    Figura 6.3: EspermiaoFonte: Furtado (1995).

    O mesmo ocorre com o macho reprodutor, com a espermiao sobre a mesma

    vasilha onde foram coletados os vulos.

    Aps a coleta, os ovos fertilizados so incubados e cultivados at o estdiode larva e alevino, em condies controladas, assegurando elevada taxa de

    sobrevivncia e crescimento saudvel.

    Extrusoretirada de vulos

    Espermiaoretirada de esperma

    Secagem

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    6.1.2.2 Reproduo artificial com tratamento hormonalNesse mtodo, ocorre a manipulao dos reprodutores com a induo da

    ovulao e desova com hormnios hipofisrios.

    Para melhor compreenso, vamos explicar a o processo de hipofisao utilizado

    na piscicultura.

    A HIPOFISAO uma tcnica baseada na desova por induo em peixes.

    Consiste na seleo de peixes doadores com a extrao da sua hipfise,

    que dessecada em acetona, e depois macerada com solvente, formando

    o extrato hipofisrio.

    A hipfise est localizada no lado ventral do crebro, logo abaixo do hipo-

    tlamo, e ligada ao infundbulo. Tambm chamada de glndula pituitria, a

    hipfise produz, acumula e armazena os hormnios que desempenham papelfundamental na maturao sexual.

    Figura 6.4: Localizao da glndula pituitriaFonte: Furtado (1995).

    O hormnio, extrado do extrato hipofisrio, deve ser administrado por via

    intramuscular ou intraperitonealmente. O local mais utilizado a base da

    nadadeira peitoral (ELIAS NETO, 2008).

    As fmeas devem receber doses maiores de hormnios do que os machos,

    pois doses parceladas produzem melhores resultados nas fmeas do que

    uma nica dose.

    Pisciculturae-Tec Brasil 70

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    Diferencie a reproduo artificial com e sem tratamento hormonal dos peixes.

    Resumo

    Na aula 06, voc viu que os peixes se reproduzem naturalmente ou arti-ficialmente. Reconheceu como ocorre a reproduo artificial com e sem

    tratamento hormonal.

    Atividades de Aprendizagem

    1. Quais os tipos de reproduo dos peixes e qual a principal diferena

    entre eles?

    2. O que reproduo artificial? Quais so os tipos?

    3. O que hipofisao?

    Acesse olink

    e saiba maissobre as Tcnicas de induoda reproduo de peixesmigradores: http://www.cbra.org.br/pages/publicacoes/rbra/download/367.pdf

    e-Tec BrasilAula 6 Reproduo dos Peixes 71

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    Objetivos

    Descrever sanidade em piscicultura.

    Identificar as doenas dos peixes.

    7.1 SanidadeO controle sanitrio deve partir de cuidados bsicos no manejo. O piscicultordeve prevenir o aparecimento de doenas visando diminuir ou atenuar pro-

    blemas de sade nos peixes.

    Algumas medidas de preveno devem ser tomadas na piscicultura, tais como:

    manter boas condies de cultivo e manejo, principalmente a qualidade

    da gua;

    o manuseio dos peixes deve ser reduzido ao mnimo necessrio e feitonas horas mais frescas do dia;

    prevenir a entrada de agentes patognicos;

    os equipamentos utilizados no cultivo devem ser desinfetados antes do

    uso em diferentes grupos de peixes;

    a rao utilizada deve ser corretamente formulada e armazenada.

    O piscicultor deve sempre buscar a preveno de doenas ao invs do tratamento

    destas, pois, dependendo do estgio da doena, o problema pode ser irreversvel.

    A imunizao protetora por vacinao considerada a mais importante medida

    profiltica contra as doenas em peixes. Diferentemente do que ocorre em

    outras espcies, o controle de doenas dos peixes pela vacinao encontra-se

    ainda em fase de pesquisa e desenvolvimento.

    e-Tec BrasilAula 7 Sanidade e doenas dos peixes 73

    Aula 7 Sanidade e doenas dos peixes

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    Cite trs medidas de preveno para controle da sanidade dos peixes.

    7.2 Doenas dos peixesAs doenas de peixes podem ser divididas em duas categorias: no infecciosas

    e infecciosas.

    As doenas no infecciosas, que no so transmissveis, esto relacionadas

    com fatores ambientais, nutrio e neoplasias.

    As doenas infecciosas so transmissveis entre os peixes e causadas por para-

    sitas, bactrias, fungos e vrus.

    7.2.1 Doenas no infecciosasEsse tipo de doena pode ser causado pelos seguintes fatores:

    Fatores ambientais A presena de pssaros e larvas de insetos podem

    estressar os peixes ou carrear para o meio de cultivo parasitas e doenas.

    Mudanas sbitas na temperatura podem causar o aparecimento de doen-

    as infecciosas, atingindo o sistema imunolgico dos peixes. A exposio

    direta ao sol, por exemplo, causa danos e ulceraes na pele dos peixes,

    deixando-os mais suscetveis a infeces bacterianas secundrias ou fngicas.

    As modificaes bruscas no pH da gua , que podem gerar danos nas brn-

    quias, tambm consistem em outro fator ambiental, causando dificuldadesrespiratrias e morte.

    Fatores nutricionais As doenas nutricionais so causadas pela deficincia

    de nutrientes ou pela presena de fatores antinutricionais ou toxinas que se

    desenvolvem devido ao armazenamento incorreto da rao.

    Neoplasias Caracterizada pela formao alterada das clulas,as neopla-

    sias no so letais aos peixes, porm esses peixes deixam de ser comercia-

    lizados. Peixes de idade mais avanada apresentam maior probabilidade dedesenvolver tumores.

    7.2.2 Doenas infecciosasA seguir sero listadas as doenas infecciosas mais comuns na piscicultura.

    Argulose provocada pelo parasitaArgulus, tambm conhecida como pio-

    lho de peixe. comum o peixe que a contrai apresentar movimentos nervosos

    nas nadadeiras e manchas vermelhas no corpo.

    Pisciculturae-Tec Brasil 74

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    Figura 7.1:Argulus spFonte: . Acesso em: 25 jun. 2011.

    Furunculose causada pela bactriaAeromonas salmonicida. Causa hemor-

    ragia generalizada, lcera na pele. O tratamento feito atravs de antibiticos.

    Figura 7.2: Furuculosehttp://www.naturallagos.com.br/images/nishikigois/saude/furunculose.jpg. Acesso 24/04/2012.

    Viremia Primaveril da Carpa ocorre perda de coordenao e equilbrio,

    exoftalmia, ascite e hemorragia dos rgos internos.

    Figura 7.3: Viremia Primaveril da Carpahttp://desmond.imageshack.us/Himg812/scaled.php?server=812&filename=dsc00298dd.jpg&res=landing. Acesso24/04/2012.

    Vermes os nematoides so os principais vermes dos peixes. Presentes nos

    intestinos ou tecidos, esses vermes, quando encontrados na musculatura,

    causam perda do valor do peixe.

    e-Tec BrasilAula 7 Sanidade e doenas dos peixes 75

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    Saprolegnia altera a superfcie do corpo e nadadeiras dos peixes, podendo

    ocorrer perda de escamas.

    Figura 7.4: SaprolegniaFonte: . Acesso em: 25 jun. 2011.

    Ictioftirase doena causada pelo fungo Ichthyophthyrius multifiliis, conheci-

    da como doena dos pontos brancos, parasita a pele e brnquias de qualquer

    espcie de peixe. Ocorre mais comumente quando h variaes bruscas detemperatura.

    Figura 7.5: IctioftiraseFonte: . Acesso em: 25 jun. 2011.

    Resumo

    Na aula 7, voc identificou aspectos de sanidade na piscicultura e conheceu

    as doenas do peixes.

    Atividade de Aprendizagem

    1. Como o piscicultor pode prevenir o aparecimento de doenas na piscicultura?

    2. Descreva as categorias das doenas dos peixes?

    3. Cite trs doenas infecciosas comuns na piscicultura.

    Pisciculturae-Tec Brasil 76

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    e-Tec Brasil77

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    e-Tec Brasil79

    Currculo da professora-autora

    Mdica Veterinria, graduada pela Universidade Fede-

    ral do Piau (UFPI). Especialista em Vigilncia Sanitria.

    Atualmente, cursa Mestrado em Cincia Animal, na

    UFPI, na rea de Produo Animal. Atua nas reas deProduo Animal e Patologia Clnica Animal.

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    9 7 8 1 5 6 5 9 2 4 7 9 6

    ISBN 978-1-56592-479-6