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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA Rodrigo Gonzalez Alves Ponto- gatilho miofacial: histórico e métodos de identificação Porto Alegre, 2011

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Manual de Ponto Gatilho

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

    ESCOLA DE EDUCAO FSICA

    Rodrigo Gonzalez Alves

    Ponto- gatilho miofacial: histrico e mtodos de identificao

    Porto Alegre,

    2011

  • Rodrigo Gonzalez Alves

    Ponto- gatilho miofacial: histrico e mtodos de identificao

    Monografia de concluso de curso,

    apresentado na disciplina Trabalho

    de Concluso de Curso II, da

    Escola de Educao Fsica, da

    Universidade Federal do Rio

    Grande do Sul, como requisito para

    a obteno do diploma de

    Bacharelado em Educao Fsica.

    Orientador: Prof. Dr. Marco Vaz

  • Rodrigo Gonzalez Alves

    Ponto- gatilho miofacial: histrico e mtodos de identificao

    Conceito Final: B

    Aprovado em 14 de _Dezembro___de_2011__

    Banca Examinadora

    Professor Dr. Luiz Fernando Martins Kruel

    Orientador professor Dr. Marco Vaz

  • Agradecimentos

    Gostaria de agradecer a minha famlia, especialmente a minha namorada

    Rafaela Bleil, que me deu suporte e incentivo para a realizao deste curso. Aos

    meus amigos que sempre estiveram do meu lado em todos os momentos.

    Agradeo ao professor Marco Vaz pela orientao neste trabalho e apoio na

    minha vida acadmica.

    Aos meus colegas de faculdade que sempre se mostraram dispostos a me

    ajudar na realizao deste estudo.

    Por fim, agradeo a minha famlia, pais e irmo, por sempre me auxiliarem

    nos momentos difceis.

  • RESUMO

    Neste trabalho realizamos uma reviso da literatura especfica sobre o

    histrico dos pontos-gatilho miofasciais e a metodologia utilizada na identificao

    dos mesmos. A presena destes pontos-gatilho (trigger points na lngua Inglesa)

    tem caracterizado uma sndrome conhecida como Sndrome Dolorosa Miofascial,

    prevalente na populao adulta ativa, e que historicamente sub-diagnosticada por

    requerer profissional especializado e treinado para estabelecer seu diagnstico, o

    qual realizado atravs de exame fsico. Portanto, este trabalho tem como objetivo

    geral aprofundar os conhecimentos sobre a eficincia da utilizao de diferentes

    mtodos de identificao de pontos-gatilho miofasciais. Alm disso, tambm se

    procurou revisar as teorias de formao dos pontos-gatilho. A metodologia utilizada

    de reviso de literatura envolveu as seguintes etapas: caracterizao da

    investigao, identificao das fontes, localizao das fontes, organizao do

    material, fichamento dos dados, anlise e interpretao e redao. Os seguintes

    tpicos sero abordados na reviso de literatura: processo de formao de pontos-

    gatilho (primeira descrio na literatura), principais correntes, evoluo dos pontos-

    gatilho, propriedades fisiolgicas e subdiviso dos mtodos de identificao. Este

    trabalho conclui que dentre os mtodos diagnsticos analisados (algometria de

    presso, termografia, ultrasonografia e eletromiografia) a eletromiografia apresenta

    resultados mais precisos fazendo a distino entre pontos-gatilho ativos e latentes.

    Porm, mais estudos so necessrios para a identificao precisa dos mecanismos

    desencadeadores dos pontos-gatilho, assim como novas formas de avaliao.

    Palavras-chave: Trigger Points, Pontos-Gatilho, Sndrome dolorosa miofascial.

  • SUMRIO

    1 Introduo............................................................................................................8

    2 Metodologia.........................................................................................................9

    2.1 Caracterizao da investigao.........................................................................9

    2.2 Identificao das fontes.....................................................................................9

    2.3 Localizao das fontes......................................................................................9

    2.4 Organizao do material....................................................................................9

    2.5 Fichamento dos dados......................................................................................9

    2.6 Anlise e interpretao...................................................................................10

    2.7 Redao.........................................................................................................10

    3 Histrico...........................................................................................................11

    3.1 Primeira descrio na literatura......................................................................12

    3.2 Conceito de dor referida.................................................................................13

    3.3 Fisiopatologia.................................................................................................14

    3.4 Teoria da crise energtica.............................................................................15

    3.5 Hiptese das terminaes motoras...............................................................15

    3.6 Hiptese neurognica...................................................................................15

    4 Tipos de pontos-gatilho.................................................................................17

    4.1Pontos-gatilho miofasciais.............................................................................17

    4.2 Caractersticas..............................................................................................17

    4.3 Eletromiografia de superfcie........................................................................18

    4.4 Ponto-gatilho no miofascial.........................................................................18

    5 Sndrome dolorosa miofascial....................................................................20

  • 6 Mtodos de identificao............................................................................22

    6.1 Algometria de Presso...............................................................................22

    6.2 Termografia................................................................................................23

    6.3 Ultrasonografia...........................................................................................24

    6.4 Eletromiografia...........................................................................................26

    7 Consideraes finais..................................................................................29

    8 Referncias................................................................................................31

  • 1 INTRODUO

    Este estudo visa identificar a metodologia utilizada na identificao de pontos-

    gatilho (PG - trigger points). A sndrome dolorosa miofascial (SDM) uma das

    causas mais comuns de dor musculoesqueltica. uma condio dolorosa muscular

    regional, caracterizada pela ocorrncia de bandas musculares tensas palpveis, nas

    quais se identificam reas hipersensveis, os PG. Estes, quando estimulados por

    palpao digital, geram dor localmente, distncia ou referida (TRAVEL e SIMONS

    1992). Acomete msculos, tecidos conjuntivos e fscias, principalmente na regio

    cervical, cintura escapular e lombar. A dor e a incapacidade gerada pela SDM

    podem ser bastante significativas (TEIXEIRA 2001, 2003; LIN 2003).

    Frequentemente, os pacientes com SDM fazem uso de numerosos medicamentos e

    podem apresentar recorrncia da dor aps tratamento mal idealizado. Um programa

    teraputico adequado deve obedecer a um modelo interdisciplinar para controle da

    dor e reabilitao fsica, psquica e social do paciente.

    Basicamente, o tratamento da SDM consiste na inativao dos PG e

    interrupo do ciclo vicioso dor-espasmo-dor. Porm, imprescindvel o diagnstico

    correto da localizao de todos os PG implicados, uma vez que, a perpetuao

    destes pontos, se no tratados, podem recidivar a doena e ser causa de diversos

    retornos ao consultrio mdico (TRAVEL e SIMONS 1992).

  • 2 METODOLOGIA

    2.1 Caracterizao da investigao

    Este estudo caracterizado por ser uma reviso bibliogrfica. Visa

    aprofundar os conhecimentos sobre a eficincia da utilizao de diferentes mtodos

    de identificao de PG miofasciais, alm de revisar as teorias de formao de PG,

    principais correntes, propriedades fisiolgicas e evoluo dos mesmos.

    2.2 Identificao das Fontes

    Para a realizao desta reviso foram coletados dados em livros referentes

    ao assunto, trabalhos de concluso de curso, teses de dissertao de mestrado,

    artigos cientficos e consulta a pginas da Internet.

    2.3 Localizao das Fontes

    A literatura impressa foi pesquisada nas bibliotecas da Escola de Educao

    Fsica da Universidade Federal do Rio grande do Sul e da Pontifcia Universidade

    Catlica do Rio Grande do Sul e atravs de pginas da internet como Google

    acadmico, Lume, Scopus e Scielo.

    2.4 Organizao do material

    Leitura do material foi realizada de maneira sistemtica a fim de identificar as

    informaes importantes para a organizao da reviso dos contedos relacionados

    com os PG.

    2.5 Fichamento dos dados

    O procedimento foi realizado aps a leitura do material, fazendo-se a

    confeco das fichas atravs da identificao das obras consultadas, do registro do

    contedo da obra, do registro dos comentrios em relao obra. Todos os

    registros foram ento separados em dados referentes fisiopatologia dos PG e aos

    mtodos diagnsticos dos PG.

  • 2.6 Anlise e interpretao dos dados

    Foi realizada uma anlise do material bibliogrfico consultado, e considerado

    um juzo de valor sobre o determinado material cientfico, buscando identificar

    convergncias e divergncias nas diferentes obras da rea especfica. Alm disso,

    se procurou identificar possveis lacunas na literatura especfica dos PG.

    2.7 Redao

    Na etapa final da pesquisa, o estudo foi redigido dentro das normas exigidas

    pela comisso de graduao do curso de Educao Fsica-Bacharelado da

    Universidade Federal do Rio Grande do Sul para o trabalho de concluso de curso.

  • 3 HISTRICO

    A histria dos PG e da SDM tem mais de um sculo, tendo sido primeiramente

    proposta antes de 1900. Aps esses primeiros relatos, diversos cientistas

    apresentaram diferentes definies e/ou descries de doenas com diferentes

    nomes, mas cujo diagnstico apresentava a presena desses pontos dolorosos.

    Abaixo procuramos listar algumas dessas obras em ordem cronolgica, iniciando

    pelos livros e depois passando a identificar os principais autores de artigos

    cientficos na rea de PG e SDM.

    Adler (1900) Reumatismo muscular

    Gowers (1904) Fibrosite

    Schade (1919) Miogelose

    Travell (1952) Ponto-gatilho Miofascial, dor referida de 32 padres

    Travell e Simons (1983) Vol. 1 Manual dos Pontos-gatilho

    Travell e Simons (1992) Vol. 2 Manual dos Pontos-gatilho

    Michael Gutstein (Good) Polnia

    12 artigos entre 1938 e 1957

    Pontos milgicos

    Constrio vascular local pela superatividade das fibras simpticas dos

    mesmos

    Michael Kelly Austrlia

    12 artigos entre 1941 e 1963

    Fibrosite

    Distrbio funcional neurolgico de origem milgica, causador de dor referida

    Janet Travell (1901-1997) EUA

    40 artigos entre 1942 e 1990

    Ponto-gatilho miofascial

    Mecanismo de retroalimentao entre os PG e o SNC

  • 1952 definiu padro de dor para 32 msculos, o que foi considerado a

    gnese miofascial da dor

    1983 Vol. 1 do Manual dos Pontos-gatilho

    1992 Vol. 2 do Manual dos Pontos-gatilho

    3.1Primeira descrio na literatura

    Froriep (1843) foi o primeiro autor a descrever a existncia de pontos

    dolorosos (PDs) no tecido subcutneo, msculo e peristeo, que resultam em alvio

    da sintomatologia dolorosa quando tratados. Mais tarde, Strauss (1898) sugere que

    estes PDs seriam causados pelo aumento de tecido conectivo nos msculos e no

    tecido subcutneo adjacente e enfatiza a necessidade do desenvolvimento de

    tcnicas de palpao para localizar tais pontos. Em 1900, Adler (1900) define o

    conceito de dor irradiada a partir dos PDs e, em 1921, Lange e Eversbusch (1921)

    descrevem que estes pontos estariam associados a regies de endurecimento

    muscular palpvel, denominados enduraes musculares. Passados quatro anos,

    Lange (1925) descreve uma resposta contrtil localizada (twitch response) do ponto

    doloroso como reflexo a um estmulo mecnico.

    A partir de 1938 inicia-se um processo de importantes descobertas que a

    posteriori trariam tona o conceito dos Pontos-Gatilho (PGs). Kellgren (1938) foi o

    primeiro autor a estabelecer que cada msculo e sua fscia tm caractersticas

    padronizadas de dor referida, ao injetar pequena quantidade de soluo salina

    hipertnica. Este autor tambm observa que um estmulo no ponto doloroso provoca

    uma reao que ficou conhecida como sinal do pulo. Em seguida, pesquisadores

    de diferentes localidades realizam uma srie de estudos em populaes

    heterogneas e ressaltam quatro achados cardinais: (1) ponto hipersensvel, (2)

    banda tensa muscular palpvel (3) reproduo da queixa dolorosa do paciente

    durante a palpao e (4) alvio da dor pela massagem ou injeo dos PDs

    (GUTSTEIN 1938. KELLY, 1944. TRAVELL,1942). Assim, em 1959 Steindler (1959)

    denominou estes achados como sendo as caractersticas de um PG. Nos anos de

    1983 e 1992, Travell & Simons publicam um manual completo dos msculos e seus

    respectivos PG, que se tornou uma referncia clssica na rea especfica.

  • 3.2 Conceito de dor referida

    O conceito de dor referida comea a surgir atravs das observaes clnicas

    de Kellgren (1939), que encontrou reas dolorosas distantes dos pontos sensveis.

    Outros autores (Gutstein, 1938 e Kelly, 1946) conceituaram e descreveram os PG,

    assim como a reao do paciente palpao e a dor referida.

    Os PG podem ser classificados em ATIVOS e INATIVOS (ou LATENTES),

    significando que os ativos provocam dor localizada espontnea e referida e

    apresentam limiar inferior de tolerncia presso, e os inativos ou latentes no

    provocam dor espontnea e apresentam limiar de dor maior presso (GERWIN,

    1995; FISCHER, 1997; 1998).

    Gerwin (1995), em sua crtica a esta classificao, comenta que os estados

    ativo e latente so dinmicos e variveis de acordo com a dinmica muscular e a

    demanda postural, sendo que os pontos ativos diferem apenas por apresentarem

    menor limiar de dor presso pontual no momento do exame previamente descrito

    de forma reversvel.

    O ponto gatilho um lugar irritvel, localizado em

    uma estrutura de tecido mole, mais

    frequentemente no msculo, caracterizado por

    baixa resistncia e pela alta sensibilidade em

    relao a outras reas. Quando se estimula esse

    ponto por 30 segundos com uma presso

    moderada, surge uma dor referida.

    (FISHER, 1995).

  • 3.3 Fisiopatologia

    Na dcada de 70 os estudos sobre a fisiopatologia dos PG contriburam no

    esclarecimento de sua definio. O PG foi, portanto, definido como uma rea

    circular, em torno de 1cm de dimetro, com hiperirritabilidade, inserido em uma

    banda tensa de um msculo esqueltico ou em sua fscia, que doloroso a

    compresso e pode ter caractersticas de irradiar dor (FISCHER 1986, 1987, 1990,

    1994).

    Segundo Mense (1997), obrigatoriamente a presena de PG inclui a formao

    da banda tensa, que um grupo contrado de fibras musculares localizado ao longo

    do msculo, e no ativado pelo motoneurnio ; portanto, no um espasmo

    muscular, tampouco apresenta atividade eltrica capaz de justificar a continuao

    da contratura.

    O mecanismo de contrao muscular dependente do clcio, e ocorre com o

    deslizamento entre os filamentos de actina-miosina dentro do sarcmero. Ao alongar

    a fibra muscular, o que ocorre a separao desta ligao molecular dos filamentos.

    A presena de sarcmeros densamente contrados no caso das bandas tensas, cuja

    primeira imagem foi apresentada com o auxlio da ultrassonografia (GERWIN e

    DURANLEAU, 1997), sugerem que os PG tem origem no mecanismo contrtil.

    Segundo Balbinot (2006), h vrias teorias para a fisiopatologia dos PG:

    liberao de Ca+2, inflamao neurognica, abertura das comportas de dor,

    desfacilitao do fuso muscular, modificao no SNC, reflexos viscerossomticos e

    somatoviscerais e dor referida, e sinais de SNA e memria. Das teorias referidas, a

    mais aceita a liberao de Ca+2, e afirma que os PG ativos podem ser iniciados por

    um trauma que localmente abre o retculo sarcoplasmtico, liberando Ca+2. Este

    Ca+2 combina-se com o ATP para continuamente ativar os mecanismos locais de

    contrao, gerando deslizamento e interao de actina e miosina com encurtamento

    O mecanismo ativado e sustentado pelo

    prprio mecanismo contrtil da fibra

    muscular (FISCHER, 1990; GERWIN, 1995;

    MUSSE, 2001).

  • do feixe muscular afetado. Isto causa uma contratura local (banda tensa), ou seja, a

    ativao de miofilamentos sem atividade eltrica e controle neurognico. Esta

    atividade gera alto gasto energtico e colapso da microcirculao local. O consumo

    energtico sob condies de isquemia leva depleo de ATP, o que impede a

    recaptao do Ca+2 pelo retculo, criando um ciclo vicioso auto-sustentado (Musse,

    1995).

    3.4 TEORIA DA CRISE ENERGTICA

    A primeira teoria formulada para explicar o fenmeno da formao dos PG

    conhecida como teoria da crise energtica. Baseia-se na premissa de que alteraes

    locais do metabolismo muscular agem como fatores formadores dos PG (Travell &

    Simons, 1999). Esta teoria afirma que o aumento da demanda muscular (aumento

    do input neural), macrotrauma, ou microtrauma recorrente podem levar a um

    aumento da liberao de Ca+2 a partir do sarcolema e gerar um encurtamento

    prolongado dos sarcmeros. Este encurtamento sustentado compromete a

    circulao, e a consequente reduo do aporte de oxignio prejudica a produo de

    ATP necessria para iniciar o processo ativo de relaxamento muscular (HUGUENIN,

    2004).

    3.5 HIPTESE DAS TERMINAES MOTORAS

    Uma segunda explicao conhecida como hiptese das terminaes

    motoras, e est focada nas fibras musculares e nas terminaes motoras como os

    fatores primrios no desenvolvimento dos PG. Travell & Simons (1999) afirmam que

    o aumento patolgico da liberao de acetilcolina pela terminao nervosa na placa

    motora gera uma contrao muscular prolongada, a qual acarreta as alteraes

    metablicas locais previamente citadas. A teoria da crise energtica e a hiptese das

    terminaes motoras so consideradas compatveis e complementares (HUGUENIN,

    2004).

    3.6HIPTESE-NEUROGNICA

    A terceira explicao defende uma causa neurolgica como fator primrio

    desencadeante, sendo a formao dos PG um fenmeno secundrio (HUGUENIN,

    2004). GUNN (1997) sugere um modelo radiculoptico para a dor muscular e afirma

  • que a dor miofascial a manifestao de uma dor neuroptica, a qual se apresenta

    predominantemente no sistema musculoesqueltico. Neste modelo, a dor miofascial

    relaciona-se compresso ou angulao de uma raiz nervosa devido a um espao

    intervertebral reduzido e resultante espasmo dos msculos paraespinhais. Este

    mecanismo pode ser descrito como uma forma de neuropatia, a qual sensibiliza as

    estruturas na distribuio da raiz nervosa causando espasmo muscular distal e

    contribuindo para alteraes degenerativas em tendes e ligamentos na distribuio

    da raiz nervosa afetada.

    4 TIPOS DE PONTOS-GATILHO

    4.1 PONTO-GATILHO MIOFASCIAL

    PG central: localizado no centro das fibras musculares; associado s placas

    terminais disfuncionais.

    PG de insero: localizado na juno musculotendnea e/ou na entese

    muscular.

    PG ativo: provoca dor espontnea e sensao de fraqueza, limita o

    alongamento do msculo e, ao ser pressionado, produz dor na sua zona de

    referncia.

    PG latente: no provoca dor espontnea, mas sendo pressionado pode

    produzir dor na sua zona de referncia e/ou local, ou no.

    PG primrio ou principal: geralmente ativado de forma direta por sobrecarga

    aguda ou crnica ou por uso excessivo e/ou repetitivo. o responsvel pela

    ativao dos PG satlites.

    PG satlite: ativado pela ao do PG primrio por uma ligao neurognica,

    antagonismo a um msculo com tenso aumentada ou sinrgico

    sobrecarregado.

    4.2 CARACTERSTICAS DE UM PONTO GATILHO

    Presena de banda tensa (Figura 1)

    Ndulo sensvel ao toque

  • Resposta contrtil local

    Aumento da temperatura local

    Sinais sensoriais referidos

    ADM diminuda

    Contrao dolorosa

    Sensao de fraqueza

    85% destes tem referncia de dor ao menos parcial para regio distal

    48% tem referncia somente para regio distal

    20% tem referncias tanto mediais como distais

    10% tem referncias no prprio local

    Apenas 5% tem referncia medial

    Figura 1. Desenho esquemtico de um ponto gatilho apresentando a banda

    tensa e o ndulo formado por ns de contrao de fibras musculares individuais.

    4.3 ELETROMIOGRAFIA DE SUPERFCIE E PG

    Resposta aumentada

    Fadiga aumentada

    Recuperao retardada

    Relaxamento retardado

  • 4.4 PONTO-GATILHO NO MIOFASCIAL

    Fasciais

    Tendneos

    Ligamentares

    Capsulares

    Cicatriciais

    Cutneos

    Periosteais

    Segundo o Vol. 1 do Manual de Pontos-gatilho de SIMONS, TRAVELL &

    SIMONS (2 edio, pgina 52), A razo para a sensibilizao dos nociceptores

    nesses pontos (no-miofasciais) precisa ser esclarecida...

    5 SNDROME DOLOROSA MIOFASCIAL (SDM)

    A SDM definida como uma disfuno neuromuscular regional que tem como

    caracterstica a presena de regies sensveis em bandas musculares

    contraturadas/tensas que produzem dor referida em reas distantes ou adjacentes.

    Esta dor miofascial pode se originar em um nico msculo ou pode envolver vrios

    msculos, gerando padres complexos e variveis de dor (WOLENS, 1998).

    Vrios fatores so precipitantes: traumas (macro

    e micro traumas), infeco ou inflamao devido

    a uma patologia de base, alteraes

    biomecnicas apendiculares (discrepncia de

    membros, aumento acentuado dos seios) e

    axiais posturais, distenses crnicas,

    esfriamento de msculos fatigados, miosite

    aguda, isquemia visceral (ZOHN, 1988).

  • Segundo Zohn (1988), estes fatores no corrigidos podem perpetuar a dor

    miofascial. J a sndrome miofascial tem componentes essenciais: PG, espasmo

    muscular segmentar, dor referida e o envolvimento de partes moles.

    SIMONS (1990 apud MUSSE 1995) estabeleceu cinco componentes que

    podem ser usados como critrio diagnstico:

    1. Queixa de dor regional

    2. Queixa dolorosa ou alterao sensorial na distribuio de dor referida

    esperada

    3. Banda muscular tensa palpvel

    4. Ponto dolorido na banda muscular

    5. Restrio de alguns graus de amplitude de movimento

    H trs critrios menores:

    1. Reproduo de queixa durante presso no ponto

    2. Contrao durante insero de agulha ou palpao transversal do ponto na

    banda

    3. Alvio da dor pelo estiramento do msculo.

    6 MTODOS DE IDENTIFICAO

    O diagnstico da SDM depende, sobretudo, da histria e do exame fsico. No

    entanto, devido subjetividade que cada paciente refere de seus sintomas, nem

    sempre se identificam todos os pontos na avaliao clnica. O no reconhecimento

    desta sndrome responsvel por numerosos diagnsticos errneos e insucessos

    teraputicos, de sintomas dolorosos crnicos, perda da produtividade e consequente

    incapacidade biopsicosocial. Em virtude disso, muitos doentes com SDM so

    considerados simuladores, neurticos, apresentando anormalidades

    psicossomticas ou transtornos psquicos (BONICA 1953; FISHBAIN 1986).

    Outro fato importante que o examinador seja treinado e experiente na

    avaliao destes pacientes, pois mesmo assim, a confiabilidade inter-examinadores

    varia de 35 a 74%, o que torna imprescindvel a associao de mtodos que

    aumentem a sensibilidade clnica (WOLF, 1992; NICE, 1992; NIJOO, 1994;

    GERWIN, 1997).

  • Diferentes mtodos tm sido apresentados para a identificao da presena

    de PG.

    6.1Algometria de presso:

    A algometria de presso uma tcnica semi-quantitativa que utiliza um

    dinammetro especial para localizar pontos dolorosos por meio da mensurao da

    intensidade da dor a presso (dolorimetria, Figura 2). empregada para propsitos

    diagnsticos, experimentais e mdico-legais (FISHER, 1986). Apesar de ser uma

    tcnica simples e superior palpao manual, ela apresenta grandes limitaes

    como: resposta do paciente, localizao e magnitude da dor, nvel de contrao

    muscular e taxa de aplicao da presso, alm de no diferenciar pacientes com

    SDM dos com fibromialgia, atingindo confiabilidade intra- e inter-examinador de 59 a

    78% (FISHER, 1986; JANSSEANS, 1992).

    Figura 2. Algmetro de presso

    (fonte:http://www.google.com.br/search?q=algmetro+de+presso)

    A calibrao do algmetro possvel

    atravs da colocao de carga acoplada a um

    pequeno orifcio em local oposto ao disco de

    borracha. H um boto de zerar que deve ser

    pressionado antes e depois de cada teste; h

    necessidade de ajuste de calibrao sempre que,

    ao zerar o marcador do dinammetro, este no

    marque zero.

  • 6.2 Termografia

    Fisher (1986) usou a termografia para demonstrar a presena de PG em

    estudos individuais e com colaboradores (FISCHER; CHAN, 1986; FISCHER, 1990;

    1998). Dentre estas publicaes salientamos a documentao termogrfica de PG

    miofasciais, corroborada pela algometria de presso em 150 sujeitos. Neste estudo

    os autores definem que um PG corresponde a uma zona quente (hot spot) de 0,5 a

    1,0C mais quente que o lado oposto correspondente ou rea circundante. Esta zona

    usualmente em formato discide e com 5mm a 10mm de rea. Esses autores

    encontraram boa correlao entre as zonas quentes e a confirmao de PG ativos

    pela algometria de presso (91%).

    Os casos onde a termografia no identificou os PG foram discutidos. Os

    autores relataram que alguns PG latentes, confirmados pela algometria, foram

    identificados como zonas quentes e alguns no, provavelmente por no

    apresentarem assimetria trmica passvel de deteco pelo termgrafo, ou a rea

    hipertrmica seria pequena demais para a resoluo das cmaras utilizadas. Alguns

    PG ativos no apareceram como zonas quentes, e os autores comentaram que,

    provavelmente, houve falha tcnica no protocolo de coleta. Tambm houve falha

    quando utilizada a termografia de contato. Conclui-se que o equipamento utilizado

    para o diagnstico da Sndrome Miofascial, entre outras, seja capaz de detectar

    assimetrias trmicas de 0,5C, visto que Uematsu (1986; 1998), como outros autores

    (HOOSHMAN, 1986; HONORIO, 2004), salientaram que a variao normal de

    temperatura entre pontos simtricos no corpo pode variar fisiologicamente at 0,5C.

    Em estudo utilizando a termografia na avaliao de PG (BALBINOT, 2005)

    mostra a comparao de imagens entre indivduo normal (sem PG) e, logo abaixo

    apresenta outro paciente com queixa de dor na regio do trapzio direito e limitao

    de amplitude cervical no mesmo lado (Figura 3).

  • Figura 3. Imagens de termografia de um sujeito saudvel (Figura 6) e de um

    paciente com dor miofascial (Balbinot e Vieira, 2005).

  • 6.3 Ultrassonografia

    Em estudo comparativo, SIKDAR et al. (2009) avaliaram os PG utilizando: 1)

    exame fsico ; 2) algometria de presso e 3) trs tipos de ultrassom de imagem

    incluindo tons de cinza e imagens em 2D, sonoelastografia e doppler (Figura 4). O

    objetivo do presente estudo era utilizar a ultrassonografia como mtodo diagnstico

    na identificao de trigger points do msculo trapzio. Os indivduos foram

    submetidos a um exame fsico por um fisiatra experiente, que determinaria a

    presena ou ausncia de PGM no msculo trapzio superior de acordo com padro

    de critrios clnicos definidos por Travell e Simons. Na apresentao dos resultados

    os PG apareceram com ndulos hipoecides (sem distino entre slido ou lquido).

    As imagens em 2D (Figura 5) indicavam alteraes locais no tecido. No houve

    diferena significativa quando comparado o tamanho dos PG-A dos PG-L,

    demonstrando, portanto, que os diferentes tipos de PG no podem ser diferenciados

    pelo ultrassom. A principal concluso desta investigao que os PG podem ser

    diagnosticados atravs da ultrassonografia, porm sem a possibilidade de

    detalhamento em relao ao tipo de PG.

    Sikdar et al. Page 11 Figura 4. Ilustrao do posicionamento da sonda de ultrassom no msculo trapzio dos pacientes.

  • Figura 5. Imagens de ultrassom identificando a presena de pontos gatilho na poro superior do msculo trapzio.

    Figura 6. Desenho esquemtico anatmico da regio do msculo trapzio superior e dos vasos sanguneos da regio cervical (A). As imagens de ultrassom possibilitam tambm identificar o fluxo sanguneo em regies prximas de PG (B e C).

  • 6.4 Eletromiografia (EMG)

    Durette et al. (1991) avaliaram os PG por meio da eletromiografia (EMG) de

    profundidade por meio de agulhas, aps a localizao palpatria prvia, e no

    encontraram atividade eltrica anormal nos msculos estudados, nem sobre o PG,

    nem longe dele, sugerindo a ausncia de anormalidade nos PG. Por outro lado,

    Hubbard e Berkoff (1993), utilizando a mesma tcnica EMG no msculo trapzio,

    mostraram atividade espontnea vinda do eletrodo localizado no PG, por um perodo

    maior que 50 minutos. O contrrio ocorreu com o eletrodo que no estava sobre o

    PG, onde no foi registrada atividade. Assim, os autores concluram que a atividade

    eltrica espontnea encontrada no PG se deve estimulao simptica, causando

    contrao com baixo grau de tenso muscular involuntria. A atividade simptica

    explicaria os sintomas autonmicos associados aos PG.

    Em estudo sobre a anlise da atividade eletromiogrfica de superfcie de PG

    miofasciais, BIGONGIARI et al. (2008) avaliaram as alteraes da atividade

    neuromuscular no PG, em situaes de repouso e de contrao isomtrica

    voluntria mxima. Participaram do estudo 56 indivduos distribudos em dois

    grupos: grupo saudvel com 28 indivduos, que necessariamente no possuam PG,

    e o grupo dor, constitudo de 28 indivduos que possuam necessariamente PG no

    msculo escolhido. O grupo dor apresentava indivduos com PG latente e ativo, e

    com e sem fenmenos autonmicos (FA). Nos resultados o sinal EMG da poro

    muscular com PG mostrou-se significativamente maior quando comparado com a

    poro muscular sadia do grupo dor, e do grupo saudvel durante o repouso (26,56

    44,54, 5,39 6,29 e 1,56 0,76, respectivamente, p = 0,0001).

    Os PG podem ser classificados, de acordo com seu grau de irritabilidade,

    como ativos e latentes. O PG ativo causa dor constante, chegando a incapacitar o

    msculo acometido. Um PG latente est clinicamente em silncio com respeito a

    dor, mas pode causar restries de movimentos e fraqueza no msculo afetado.

    Com repouso adequado e a ausncia de fatores que acarretaram o aparecimento do

    PG ativo, este pode se reverter espontaneamente para o estado latente. Um PG

    latente pode persistir por anos, como aps o restabelecimento aparente de alguma

    leso, existindo a predisposio a ataques agudos de dor, desde o menor trabalho

    ou alongamento excessivo ate uma leso muscular reincidente. Mas os PG latentes

  • podem ser ativados por uma leso muscular direta, como queda ou toro, por

    fadiga por causa de esforo excessivo e/ou repetitivo e por estresse emocional

    (Wolens D 1998, Travell JG, Simons 1983, Ensenyel M, Caglar N, Tayfun 2000).

    Os indivduos com PG ativo obtiveram maior intensidade do sinal EMG do que

    aqueles que apresentaram PG latente (17,85 30,25 versus 3,74 1,52, p = 0,04).

    Alm disso, os indivduos que apresentaram fenmenos autonmicos

    (lacrimejamento, olho vermelho, queda palpebral, sudorese facial, inchao ocular,

    congesto nasal e coriza, todos do mesmo lado da dor ) tiveram maior intensidade

    do sinal EMG do que aqueles que no os apresentaram (16,78 28,44 versus 3,51

    3,65), na condio de repouso. Pode-se concluir que a EMG de superfcie capaz

    de mensurar a atividade do PG, principalmente na condio de repouso. Alm disso,

    atravs da intensidade do sinal tambm possvel diferenciar os PG ativos dos

    latentes.

    7 Consideraes Finais

    Este estudo buscou na literatura atual, fundamentos para que o profissional

    de Educao Fsica possa identificar possveis casos de alunos com a presena de

    PG que ocorram na sua atuao profissional na rea da sade publica, a partir da

    busca de informaes de cunho prtico na rea de biomedicina. O objetivo geral

    dessa reviso era aprofundar os conhecimentos sobre a eficincia da utilizao de

    diferentes mtodos de identificao de PG miofasciais, para ampliar o espectro de

    atuao do profissional. Procuramos apresentar os diferentes mtodos utilizados

    para a anlise dos PG, identificando as vantagens e desvantagens de cada mtodo.

    Alm disso, tambm foi identificada a fisiopatologia dos PG.

    A algometria de presso, apesar de ser uma tcnica simples e superior a

    palpao manual, apresenta grandes limitaes como: resposta do paciente,

    localizao e magnitude da dor, nvel de contrao muscular e taxa de aplicao da

    presso, alm de no diferenciar pacientes com SDM dos com fibromialgia,

    apresentando confiabilidade intra- e inter-examinador de 59 a 78% (FISHER, 1986;

    JANSSEANS, 1992).

  • J a termografia apresentou casos onde se no identificou os PG. Os autores

    relataram que alguns PG latentes, confirmados pela algometria, foram identificados

    como pontos quentes e alguns no, provavelmente por no apresentarem assimetria

    trmica passvel de deteco pelo termgrafo. Outra possibilidade para explicar a

    limitao da tcnica foi a de que a rea hipertrmica seria pequena demais para a

    resoluo das cmaras utilizadas. Alguns PG ativos no apareceram como regies

    quentes, e os autores comentaram que, provavelmente, houve falha tcnica no

    protocolo de coleta. Tambm houve falha quando utilizada a termografia de contato.

    Conclui-se que o equipamento utilizado para o diagnstico da SDM, entre outras,

    seja capaz de detectar assimetrias trmicas de 0,5C, visto que Uematsu (1986;

    1998), como outros autores (HOOSHMAN, 1986; HONORIO, 2004), salientaram que

    a variao normal de temperatura entre pontos simtricos no corpo pode variar

    fisiologicamente at 0,5C. Porm, a termografia possibilita ao paciente acompanhar

    a sua evoluo no tratamento e no causa desconforto, pois no necessrio o

    contato fsico no diagnstico.

    A ultrassonografia apresentou resultados distintos: os PG apareceram com

    ndolos hipoecides (sem distio entre slido ou lquido). As imagens em 2D

    indicavam alteraes locais no tecido. No houve diferena significativa quando

    comparado o tamanho dos PG ativos dos PG latentes, sugerindo, portanto, que no

    podem ser diferenciados pelo ultrassom os diferentes tipos de PG.

    Na anlise eletromigrfica de superfcie os indivduos com PG ativo obtiveram

    maior intensidade do sinal EMG do que aqueles que apresentaram PG latente

    (17,85 30,25 versus 3,74 1,52, p = 0,04). Alm disso, os indivduos que

    apresentaram fenmenos autonmicos (lacrimejamento, olho vermelho, queda

    palpebral, sudorese facial, inchao ocular, congesto nasal e coriza, todos do

    mesmo lado da dor) tiveram maior intensidade do sinal EMG do que aqueles que

    no os apresentaram (16,78 28,44 versus 3,51 3,65), na condio de repouso.

    Conclui-se, portanto, que a EMG de superfcie capaz de mensurar a

    atividade do PG, principalmente na condio de repouso. e que atravs da

    intensidade do sinal possvel diferenciar os PG ativos dos latentes. Isso sugere

    que essa tcnica superior s demais na identificao no apenas da presena dos

    PG, mas tambm dos tipos de PG.

  • Portanto dentre os mtodos diagnostico apresentados no presente estudo de

    reviso, a eletromiografia de superfcie apresenta os melhores resultados quando

    comparados aos outros mtodos aqui citados. Porm, mais estudos so necessrios

    para os tpicos apresentados a fim de que os mecanismos desencadeadores dos

    PG e da SDM sejam elucidados. Alm disso, o nmero de estudos que utilizou cada

    uma das tcnicas ainda pequeno, o que sugere que estudos comparativos entre as

    diferentes tcnicas deveriam ser realizados a fim de identificar a acurcia e o erro de

    medio de cada uma das tcnicas de avaliao de PG e SDM. Por fim, esperamos

    que os conhecimentos apresentados na presente reviso possibilitem aos futuros

    educadores fsicos uma ao adequada quando do trabalho profissional com

    indivduos que apresentem caractersticas de presena de PG e/ou de SDM. Nesses

    casos, sugere-se que os mesmos sejam encaminhados a profissionais

    especializados (mdicos e fisioterapeutas) com o objetivo de identificar as possveis

    causas dos PG, identificao da localizao e do tipo dos mesmos e tratamento

    inicial antes do engajamento em atividade fsica sistemtica.

  • 8.REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

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