petros, administradora do culturaprev, comemora bom ... · não possa dispor dos poetas, eu quero...

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Selo Rádio Mec Selo da Rádio lança novos compositores e preciosidades da música clássica e popular 4 Petros, administradora do CulturaPREV, comemora bom desempenho no triênio 2003-2006 Órgão Oficial do Sindicato dos Músicos Profissionais do Estado do Rio de Janeiro www.sindmusi.org.br e-mail: [email protected] N o 35 - Edição de Janeiro a Março de 2007 Nayran José Siqueira e Camargo Guarnieri. Centenário de titãs 11 Dia da Música Clássica 5 Centenário Contagem regressiva para os festejos de um século do SindMusi 8 Parceiros Estratégicos CulturaPREV Parceiro Institucional Governador Sérgio Cabral sanciona Lei que faz do dia 5 de março o Dia da Música Clássica Veja também... Guinga fala sobre música, influências e seu novo lançamento “Casa de Villa” Pág.2 Wagner Pinheiro, Presidente da Petros, fala sobre o desempenho acima da meta da instituição e comenta sobre o CulturaPREV. Pág.6 Entrevista: Guinga

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Page 1: Petros, administradora do CulturaPREV, comemora bom ... · não possa dispor dos poetas, eu quero mais é conviver com meus parceiros a vida inteira. Mas o que me carrega primeiro

1Jornal Musical No 35

Selo Rádio Mec

Selo da Rádio lança novos compositores epreciosidades da música clássica e popular

4

Petros, administradora do CulturaPREV, comemorabom desempenho no triênio 2003-2006

Órgão Oficial do Sindicato dos MúsicosProfissionais do Estado do Rio de Janeiro

www.sindmusi.org.bre-mail: [email protected]

No 35 - Edição de Janeiro a Março de 2007

Nayran

José Siqueira e Camargo Guarnieri.Centenário de titãs

11

Dia da Música Clássica 5

Centenário

Contagem regressiva para os festejosde um século do SindMusi

8

Parceiros Estratégicos CulturaPREV Parceiro Institucional

Governador Sérgio Cabralsanciona Lei que faz do dia5 de março o Dia da MúsicaClássica

Veja também...

Guinga falasobre música,influênciase seu novolançamento“Casa de Villa”

Pág.2

Wagner Pinheiro,

Presidente da Petros, fala sobre o desempenhoacima da meta da instituição e comenta sobreo CulturaPREV. Pág.6

”““Entrevista: Guinga

Page 2: Petros, administradora do CulturaPREV, comemora bom ... · não possa dispor dos poetas, eu quero mais é conviver com meus parceiros a vida inteira. Mas o que me carrega primeiro

2 Jornal Musical No 35

Expediente

Gravações

CDPor PeríodoChamada mínima 03 períodos ........ R$ 525,00Instrumentista/ Corista/ Ritmistapor período ........................... R$ 175,00Dobra 01 período .................... R$ 175,00Solo 10 períodos .................... R$ 1.750,00Por FaixaFaixa (Instr./ Corista/ Ritmista) ... R$ 525,00Dobra ................................... R$ 175,00Solo ................................... R$ 1.750,00Obs: Tempo máximo para gravação de uma faixa2h30m. Hora excedente ou fração........................................... R$ 175,00

DVDPor Faixa .............................. R$ 525,00Obs: Caso o material gravado para o DVD seconverta em CD, deverá ser pago em adicional ovalor de tabela para gravação de CD.

ArranjoPor arranjo .......................... R$ 1.230,00Por Regência ........................ R$ 1.230,00Cópias - Garantia mínima550 compassos ....................... R$ 235,00Por compasso ............................ R$ 0,45

Jingle ou VinhetaPor PeríodoChamada mínima 02 períodos ........ R$ 585,00Peça até 1 minuto período ......... R$ 290,00Dobra ................................... R$ 290,00Solo 10 períodos .................... R$ 2.900,00FaixaCada faixa ............................. R$ 585,00Cada Dobra ........................... R$ 290,00Solo ................................... R$ 2.900,00Obs: Tempo máximo para gravação de umafaixa 2h. Hora excedente ou fração........................................... R$ 290,00

FilmesTrilha sonora para longa metragem ou entre-tenimento além de 60 min. (onde se desobriguemúsica ao vivo)Por PeríodoTrilha para filme nacionalChamada mínima 03 períodos ....... R$ 1.160,00Período ................................. R$ 385,00Trilha para filme internacionalChamada mínima 03 períodos ....... R$ 1.580,00Período ................................. R$ 525,00Obs: Esses valores não incluem lançamento datrilha em CD.

Normas de gravação1. O tempo de trabalho começa a ser contadoa partir do momento em que o músico estiver àdisposição do contratante.2. Na gravação por período, o primeiro períodoé de 60 (sessenta) minutos e os subseqüêntes,de 45 (quarenta e cinco) minutos.3. Dobra é a execução da mesma partituracom o mesmo instrumento mais que uma vez.4. Cada troca de instrumento corresponde anova chamada mínima ou faixa.

5. Cada nova partitura executada pelo mesmomúsico, num mesmo arranjo, corresponde anova chamada mínima ou faixa.6. Na gravação por período, quando o númerode faixas for maior que o nº de períodos, omúsico receberá o número de períodos cor-respondente ao número de faixas gravadas.7. Pout-pourri é o arranjo de mais de uma mú-sica com, no máximo, 100 compassos. Ultra-passando este limite, corresponde a novo ar-ranjo e assim subseqüentemente.

Tabela de Cachês para Trabalhos Eventuais(Valores em Reais - a partir de 26/04/06)

Músicos contratados no Rio de Janeiro receberão cachês estabelecidos na tabela do SindMusi/RJ

Tapes EspeciaisTeatro/ Historieta/ etcPor Período ............................ R$ 175,00

Cachê de TelevisãoChamada mínima de 05 horas ...... R$ 710,00Hora Excedente ou fração ......... R$ 210,00

Apresentação ao vivo

Acompanhamento de Artistas NacionaisPor show ............................... R$ 730,00Por hora de ensaio ................... R$ 235,00

Acompanhamento de Artistas EstrangeirosPor show ............................... R$ 900,00Por hora de ensaio ................... R$ 290,00Obs: O valor do show inclui passagem de som(sound-check) de 3 horas. Após este tempo,paga-se hora extra de ensaio.

Concerto Sinfônico, Câmara, Balé,Ópera, Opereta e Congêneres

Orquestra - por EspetáculoSpalla ................................... R$ 550,00Instrumentista - Cordas/ SoprosPercussão/ Outros .................. R$ 430,00Orquestra - por ensaio (máx. 03 horas)Spalla ................................... R$ 450,00Instrumentista - Cordas/ SoprosPercussão/ Outros .................. R$ 350,00Coro - por espetáculoCorista ..................................... 450,00Coro - por ensaio (máx. 03 horas)Corista ..................................... 200,00Obs: Será cobrado 20% sobre o valor do perío-do de ensaio para cada hora ou fração de horaexcedente.Pianista Co-Repetidor(por hora de ensaio) .................... 100,00

Músico acompanhador para aulas debalé, dança e congêneres

Por hora ................................. R$ 55,00

BailePor baile ............................... R$ 295,00

Música ao vivo (ambiente)Por apresentação .................... R$ 295,00

Casamentos / Cerimônias religiosasPor cerimônia ......................... R$ 175,00

Aula ParticularHora/aula ............................... R$ 55,00

SINDMUSI - Sindicato dos Músicos Profissionais do Estado do Rio de Janeiro: Presidente: Déborah Cheyne • Vice-Presidente: Itamar Assiére • Diretor Tesoureiro: Luiz Carlos Hack • Diretor do Trabalho: Leandro Vasques• Diretor Secretário: José Augusto • Diretora do Patrimônio: Ariane Petri • Diretor Administrativo: Álan Magalhães • Diretor Social: Adil Tiscatti • Diretor de Comunicação: Kleber Vogel • Diretor de Informática: FlávioPereira • Representante I: Carlos Malta • Representante II: Victor Neto • Conselho Fiscal: Carlos Soares, Mauro Ávila e Nayran Pessanha • Suplentes: Anselmo Mazzoni, Fabiano Krieger, Nando Gomes, Jair de Sousa, FernandoMerlino, Laura Rónai, Sonia Katz e Ubiratã Rodrigues • Quadro Funcional:Gerente Administrativa: Natalia Carneiro • Advogados: Helder Silveira e Karen Rocha • Escritório Contratado: José Carlos Quental • AuxiliaresAdministrativos: Alex Gomes Freire e Angelica Angelo • Serviços Gerais: Vera Kloczko • Endereço: Rua Álvaro Alvim, 24/405 • Cinelândia • Rio de Janeiro - RJ • CEP: 20031—010 • Tel: (21) 2532-1219 • Fax: (21) 2240-1473•homepage: www.sindmusi.org.br • email: [email protected] • Horário de Atendimento: 2ª a 6ª das 10 às 18h. • Delegacia Regional Serrana do SindMusi: Delegado: Álan Magalhães • Jornal Musical: Jornalistaresponsável: Miguel Sá • Projeto Gráfico e Diagramação: Amarilio Bernard ([email protected]) •Fotolito e Impressão: Monitor Mercantil •Tiragem: 5.000 exemplares • Circulação: Rio de Janeiro.

Palavra de Presidente Déborah Cheyne

CEM ANOS!É com orgulho que comemoramos umséculo de conquistas e muitas histórias.

Ainda jovem, este sindicato já haviaconquistado um lugar de reverência emtodo o Brasil. Hoje não há dúvida que oSindMusi é parâmetro para outras ins-tituições representativas da categoria.Cada passo é dado com serenidade, pru-dência e sabedoria de quem já viu eviveu muito.

Afinada com a maturidade está a lepidez:ingrediente fundamental para um sindi-cato que deve estar atento às velhasdemandas e ser ágil o bastante para li-dar com a velocidade do mundo de hoje.Manter-se atualizado é uma tarefa queexige olhos atentos diante da rapidezdas novas tecnologias que atingem di-reta e indiretamente o trabalho domúsico. Afirmamos isso com a tranqüili-dade e modéstia de quem, já maduro,tem o que comemorar.

Sindicato dos Músicos Profissionaisdo Estado do Rio de Janeiro

ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA

EDITAL DE CONVOCAÇÃO

A Presidente do Sindicato dos Músicos Profissionais do Estado do Rio deJaneiro, no uso de suas atribuições legais e estatutárias, convoca os mú-sicos profissionais para participarem da Assembléia Geral Extraordiná-ria, a ser realizada em sua sede à Rua Álvaro Alvim, 24 - Grupos 401/405,nesta cidade, às 14:30 horas do dia 19 de abril de 2007, em primeiraconvocação. Caso não haja número legal de presentes, será feita segun-da convocação às 15:00 horas, observando-se os artigos 43 letra "a" e 38letra "f", do Estatuto, para deliberação sobre a seguinte ORDEM DO DIA:1). Tabela de Cachês Mínimos. Rio de Janeiro, 12 de março de 2007.DÉBORAH CHEYNE PRATES - Presidente.

Gostaríamos de brindar, antes de tudo,àqueles associados que, junto com a suaconfiança, nos trazem estímulo e razãode ser. Brindemos também à nossa novacompanheira, a Central Geral dos Tra-balhadores do Brasil (CGTB). O SindMusirecentemente se filiou à CGTB, o quenos traz respaldo e ampliação de espa-ço político. Este enlace é também umaadequação antecipada à nova realidadeque está por vir junto com a ReformaSindical, que prevê a filiação de todo equalquer sindicato à uma central sindi-cal. Um brinde ainda aos nossos parcei-ros Petros e Mongeral, que com dedica-ção fazem do CulturaPREV nosso símbo-lo maior de preocupação e cuidado como associado, um grande sucesso.

Enfim, que este século de atividades sejamotivo de orgulho não só para a atualdiretoria mas para toda a categoria mu-sical do Estado do Rio de Janeiro, quemais uma vez está a frente e se consoli-da como referência de organização.

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3Jornal Musical No 35

Quando você tocava com outros artistas,trabalhou com muitos sambistas. A sua mú-sica foi mais influenciada pelo samba porcausa disto?

Guinga - Engraçado, eu não sou composi-tor de samba. Amo samba, mas não sou umsambista. Isso é até uma frustração minha.Na minha obra, tenho uns quatro ou cin-co sambas só. Tenho medo de fazer sam-ba, porque já se fez tanto samba maravi-lhoso na música brasileira que eu digo,não vai dar para mim não... Eu amo o sam-ba mas não sinto em mim uma força decompositor de samba.

Como compositor, quem mais te influ-enciou?

Guinga - O cara que eu mais amo mesmo sechama Villa-Lobos. Coloco ele na galeria dosmaiores gênios da humanidade. Tchaikovsky,Beethoven... Bach é como se fosse Deus. Opróprio Villa-Lobos o considerava assim. Villa-Lobos é um fenômeno da natureza que nãodeve a nenhum deles.

Você se considera um compositor demúsica instrumental?

Guinga - Eu sou um compositor de can-ções. Minha música se torna instrumen-tal porque quando faço a melodia, queroque ela tenha vida independente. Achoque o melodista não precisa se segurarna letra para fazer uma boa canção. Masa canção é um conjunto de letra e músi-ca. Mas isso não quer dizer que a gentenão possa dispor dos poetas, eu queromais é conviver com meus parceiros a vidainteira. Mas o que me carrega primeirona música é a melodia.

Por que o nome Casa de Villa para o CD?

Guinga - O título é dúbio mesmo, aquelacoisa da cultura da casa de vila, que éuma coisa que está acabando. Não queeu seja somente nostálgico, mas não exis-te modernidade se você não tiver uma re-lação com a tradição. Então o nome é porcausa disso também, da tradição carioca

das casas de vila. Aproveitei e fiz uma pe-quena homenagem ao nosso gênio, Villacom dois L, como se meu coração fossea casa dele.

Você começou a tocar cedo.Chegou a es-tudar com professor? Qual é a sua forma-ção como instrumentista?

Guinga - Quando fui estudar violão já eracasado, dentista, estava com 27 anos deidade, fui estudar com o JodacilDamasceno. Já era músico profissional, to-cava de ouvido. Estudei com ele durantecinco anos. Como grande professor e mú-sico que é, percebeu que eu jamais seriaum concertista, eu não tinha disciplina paraisto, estudar oito horas por dia... Ele in-vestiu no meu lado de compositor. Botavatudo para eu ouvir. Eu só aprendia trechosdas músicas, ele não me dava bronca porcausa disso. Devo muito a Jodacil. A minhamúsica deu uma guinada muito grande de-pois que fui estudar com ele.

Quem te influenciou como instrumentista?

Guinga - No violão, para mim a perfeiçãose chama Garoto e a alma se chama BadenPowel, Dilermando Reis... Eu acho o Garo-to perfeito como compositor, mas acho oBaden uma alma monstruosa, como achoDilermando um dos maiores melodistas quejá escutei na minha vida, e Agustín Barriosé o cara que mais amo compondo paraviolão. Villa-Lobos também, Tarrega, asmúsicas espanholas... A escola do violãoespanhol é maravilhosa, e tem muita coisamaravilhosa que se faz na América Latina.O violão é um instrumento que tem com-positores maravilhosos espalhados. Os me-xicanos, argentinos, venezuelanos, sãotodos grandes violonistas.

Por tocar violão, você costuma escutarmais violonistas?

Guinga - Não. Eu amo violão mas não soude ficar escutando violão. Eu escuto seele vier no pacote. Eu quero é ouvir músi-ca. Tem gente que padece de "violonismo".O cara toca pra c., fica aquela exuberân-

cia violonística, mas a música mesmo ficaem oitavo plano. Não arrepia um pelo.Enquanto você ouve um Django Reinhardttocar com uns pedaços de dedo corta-dos, ouve um Nelson Cavaquinho, comaquele violão todo "troncho" e se emoci-ona. Se puder aliar a perfeição técnica àalma, aí você é um Deus, é um Segóvia(risos). Hélio Delmiro foi a minha maior in-fluência na maneira de entender o senti-mento violonistico. Ele e o Baden. O Hé-lio é um compositor maravilhoso. É queele nunca ligou muito para isso.

Porque se impressionou tanto com oHélio Delmiro?

Guinga - Nós somos amigos desde queeu tinha 14 anos. Foi aí que desisti deser violonista e decidi ser só composi-tor. Eu sonhava em ser violonista, mas aíeu vi o Hélio com 16 tocando tudo oque toca hoje. Dos caras que vi tocarviolão, o que mas me impactou, dentrodo violão popular, até dois anos atrás,foi o Hélio Delmiro. E o Marcos Tardelli,depois que conheci ele, cheguei a con-clusão que, enquanto o cérebro huma-no tiver em evolução, nada é impossível.Ele é o maior violonista que eu já vi to-car na minha vida. Eu coloco ele ao ladodo Segóvia e do Julian Bream. Ele toca oviolão de uma maneira que ninguém toca.A técnica dele é totalmente revolucio-nária, mas não é só por isso. Eu consi-dero ele a maravilha que é por causa daemoção que ele passa. Toninho Horta éoutro que sempre me impressionou, oChiquito Braga, que foi o cara que in-ventou essa escola do Toninho Horta,foi um cara que me influenciou muito.Turíbio Santos é meu amigo que eu sem-

pre vi tocar.

Como é o seu proces-so de composição?Você escreve suasmúsicas?

Guinga - Não sei es-crever música. Acre-dito na inspiração,mas busco a inspira-ção também com oinstrumento na mão.Não tem hora, nãotem método. Vocêtem de agarrar a mú-sica diariamente, mascompor só comoexercício vai contraos meus princípios,

porque eu acredito na inspiração. Fui den-tista 30 anos e a maior parte da minha obrafoi feita dentro do consultório dentário.

No seu novo CD há uma letra sua. Você játinha feito letras antes?

Guinga - Nesse disco fiz a segunda letrada minha vida. A primeira fiz com 16 anos.Quarenta anos depois fiz outra letra. Fizdentro do ônibus, voltando do futebolem Caxias, lá em Santa Cruz da Serra. Foia Maviosa. Mas não é o mesmo prazer quefazer uma música.

Para este disco você já tinha músicas guar-dadas?

Guinga - Das guardadas usei uma só. Fo-ram músicas que fiz nos últimos dois anos.

Prefere tocar no estúdio ou ao vivo?

Guinga - Eu gosto de fazer disco, mas nãogosto de gravar. Eu tenho um amigo quediz assim: eu não gosto de pagar ninguém,mas gosto muito menos de dever(risos).É por aí... Não gosto nem de palco nemde estúdio. Mas como é que vou sobre-viver se não for para o palco nem para oestúdio? Se pudesse vivia compondo eabastecendo todo mundo. Não quer di-zer que depois que eu esteja lá no palcoeu não goste...

O que você poderia destacar neste novodisco?

Guinga - Consegui realizarum sonho anti-go que era cantar o maior número de mú-sicas em um disco. Cantei oito músicas, eisso é um recorde! Nunca tinha consegui-do cantar isso. Na verdade até tinha con-seguido cantar sim, no Delírio Carioca, maso resultado não foi bom. Agora as máqui-nas melhoraram, aí o cantor melhorou tam-bém (risos). Tem inclusive uma participa-ção especial da Paula Santoro, fizemos umdueto em uma música chamada Via Crucis,minha e do Edu Kneip. O resto, sou euque canto. Vocês vão ter de me engolir.

““Entrevista: Guinga

Desde pequeno Guinga convivia com a música. Em casa, ouvia mui-ta seresta tocada por seu tio materno Marco Aurélio, um seresteiroque gostava muito de jazz. Por conta do pai, ouviu de ópera italianae música clássica ao jazz, passando pela canção de compositorescomo Cole Porter, além de Villa-Lobos, Pixinguinha e Garoto. "Aca-bou que na minha casa chegou tudo: seresta, jazz, canção america-na, a ópera, a música clássica...", enumera o compositor.

Mesmo tendo trabalhado como dentista durante 30 anos - só hádois largou a profissão que lhe sustentou esses anos todos - Guingateve uma vivência como músico profissional bastante diversificada.Enquanto estudava odontologia tocou com Alaíde Costa, João No-gueira, Cartola, Beth Carvalho e outros nomes do samba. Nestaentrevista, Guinga fala de seu novo disco, o Casa de Villa, compo-sição e música, muita música.

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4 Jornal Musical No 35

Rádio MEC: transmitindo cultura musical

Já são 70 anos em que a Rádio MEC cumpre um papel importante para a cultura do Brasil. Seja natransmissão ou mesmo na produção de conteúdo educativo por meio dos programas gerados naemissora. Fundado em 1999, o selo da Rádio MEC vem complementar a ação cultural da Rádio.

O selo é coordenado por Xico Teixeira, o gerente executivo da rádio. Em 2004 ele começou a seconsolidar nos moldes em que funciona hoje: o de produzir CDs que tenham o caráter de registrocultural, tanto na música erudita como na popular. Marcelo Brissac e Amaury Santos, os líderes dosgrupos FM, ligado à música erudita, e AM, que transmite jornalismo e a parte de música popular(choro, samba, MPB, etc.), ajudam na seleção dos projetos. Brian Higgin é o produtor musicalresponsável pelo selo.

O empreendimento ganhou im-pulso em 2005, quando a Petro-bras começou a patrociná-lo. Pormeio dele, a rádio traz ao públi-co discos que, de outra forma,não poderiam ser apreciadospelo grande público.

Lançamentose critériosAinda não há uma equi-pe específica para acuradoria, que estásendo montada, mas aseleção dos projetosnão é aleatória. A par-tir de recursos própri-os, é possível fazer cin-co lançamentos porano, sendo dois naárea de música clássi-ca e três na de popu-lar. Em 2005, por exem-plo, na música popu-lar, o selo procuroucontemplar três ver-tentes importantes naMPB: a música de Mi-nas, com o discoEmCantos Geraes, deMárcio Lott, a do nor-deste, com Do Espinho da Flor doMandacaru, do compositor cearense EudesFraga e a música afro-brasileira e suas ver-tentes, com o álbum Matrizes, de CláudioJorge e Luiz Carlos da Vila. Os discos demúsica erudita foram do grupo Calíope,

Além de gerar e transmitir a sua programação, a RádioMEC também tem um selo próprio. O Selo Rádio MEClança novos compositores e preciosidades da músicaclássica e popular.

Quinteto Villa-Lobos e Fernan-da Canaud e David Chew, odestaque fica por conta dodisco produzido por AdelzonAlves, MPB de Raiz , com par-ticipações de Beth Carvalho eZeca Pagodinho, entre outros.Neste ano de 2007, os proje-

tos fechados são de cunho sócio-educativo. Serão gravados CDs com aAcario Cameratta, a Orquestra Lunar,formada só por mulheres, e os flautistasda escola Pro Arte, entre outros.

O Selo Rádio MEC produz cinco CDs porano, mas isto não significa que outrosprojetos não possam ser lançados. Segun-

com a música sacra deHenrique Oswald eAlberto Nepomuce-no, e da flautistaOdette Ernest Dias,que, na ocasião, co-memorava os 55 anosde carreira.

No ano de 2006 acon-teceram oito lança-mentos, mas três de-les foram feitos a par-tir do acervo da rádio,comemorando os 70anos de fundação.Um com a antiga Or-questra Rádio MEC(hoje Orquestra Sin-fônica Nacional) to-cando Radamés Gnat-tali e Francisco Mig-

none, outro com Paulo Tapajós fazendouma homenagem aos 50 anos da mortede Noel Rosa e mais um com gravaçõesde Marlene e Herivelto Martins. Entreos outros cinco lançamentos, com dis-cos da Rio Maracatu, UFRJazz Ensemble,

Da esq/dir. Amaury Santos (lider do grupo AM), Xico Teixeira (Gerente executivo) eMarcelo Brissac (lider do grupo FM).

Brian Higgin, produtor do Selo Rádio MEC

Alguns discos lançados pelo Selo Rádio MEC

- MPB de Raiz, com Adelzon Alves e convidados

- 100 Anos de Radamés Gnattali - Obra integral para violoncelo e piano, comFernanda Canaud e David Chew

- Lapada, com Rio Maracatu

- Paisagens do Rio, com UFRJazz Ensemble

- Um Sopro Novo, com Quinteto Villa-Lobos

- Matrizes, com Cláudio Jorge e Luiz Carlos da Vila

- Henrique Oswald e Alberto Nepomuceno - Música Sacra, com Calíope

- Odette Ernest Dias, com a flautista Odette Ernest Dias

- Do Espinho da Flor do Mandacaru, de Eudes Fraga

- EmCantos Geraes, com Marcio Lott

do Xico Teixeira, discos que já estejamcom patrocínio fechado e se encaixem noperfil do selo são bem-vindos. Tanto osprojetos gerados a partir da Rádio MECcomo os patrocinados por outras empre-sas podem dispor da estrutura que incluio estúdio sinfônico da Rádio MEC - umadas melhores e maiores salas de gravaçãodo país - e uma equipe de arte para pro-dução da capa, encartes, etc. Como a TVEducativa (TVE) é da mesma empresa (verbox), os CDs têm seus lançamentos exibi-dos pela emissora. Quem quiser entrar emcontato, deve fazê-lo pelo e [email protected] A distri-buição é feita pela Rob Digital.

Reportagem Miguel Sá

A Rádio MEC faz parte da ACERP, empresa que opera dois canais de TVaberta, a TVE Brasil e TVE do Maranhão, um canal de TV via satélite (TVEBrasil), uma rede de afiliadas, três emissoras convencionais de rádio AMe FM - entre elas as Rádios MEC AM e FM do Rio de Janeiro - e uma rádiovia satélite. A empresa é uma organização de direito privado, sem finslucrativos e de interesse coletivo. Os recursos financeiros vêm de contratosde gestão, veiculação de apoio cultural e comercialização de produtos eserviços. Para saber mais, acesse o site www.radiomec.com.br

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5Jornal Musical No 35

O Governador Sérgio Cabral sanciona a Lei e sugere a volta daeducação musical nas escolas.

O Dia da Música Clássica agora é oficial

Às 10 horas da manhã oplenário da AssembléiaLegislativa do Rio de Ja-neiro (Alerj) estavacheio à espera do inícioda sessão solene. A mesafoi composta, inicialmen-te, pelos maestros IsaacKarabtchevsky, da Or-questra Sinfônica Petro-bras e Roberto Minczuk,da Orquestra SinfônicaBrasileira; a educadoraCecília Conde, do Con-servatório Brasileiro deMúsica e pelos deputa-dos estaduais GilbertoPalmares e AlessandroMolon, que apresentouo projeto de lei do Diada Música Clássica nacâmara. A presença dosecretário estadual de cultura, Luiz Paulo Conde e do se-cretário da casa civil do estado Regis Fichtner - sem contara presença do governador Sérgio Cabral Filho - demonstroua importância que o governo do estado do Rio de Janeirodeu ao evento.

O discurso do governador deu o tom do que seria a sessão,que praticamente se tornou um ato pela volta da educaçãomusical às escolas da rede estadual. Sérgio Cabral lançou aproposta de materializar o Dia da Música Clássica na política pública doestado, convidando o VivaMúsica!, representado por Heloisa Fischer,para levar Villa-Lobos aos um milhão e quinhentos mil alunos da redeestadual de ensino. Diversos discursos foram feitos pelos outros inte-grantes da mesa enfatizando a importância da educação musical, comapelos pela volta da música clássica ao currículo das escolas e desta-

O Dia da Música Clássica agora é oficial. No dia cinco de março o governador Sérgio Cabral sancionou a lei queinstitui a nova data comemorativa homenageando o aniversário de Villa-Lobos.

cando a presença da música clássica na As-sembléia Legislativa. No decorrer da sessão,o Quinteto Villa-Lobos fez apresentaçõescom obras de Villa-Lobos e LorenzoFernândez.

Ao falar sobre educação musical e a presen-ça da música clássica nas escolas, HeloisaFischer, idealizadora do Dia da Música Clássi-ca, destacou a fala do governador sobreapresentar Villa-Lobos para os alunos da redepública como um sinal de boas possibilida-des. "Tudo começa com a vontade política.Hoje vemos que existe uma vontade políticade reaproximar a música clássica das esco-las. Acho que é um primeiro passo". O depu-tado Alessandro Molon ressaltou a necessi-dade de retomar um projeto de educaçãomusical nas escolas públicas. "O governador,pelas palavras que proferiu, é sensível aotema. Vamos começar a discussão com a Casae estamos comprometidos com a apresenta-ção de um projeto que trate disso aqui noestado do Rio de Janeiro. Entendemos queisto pode trazer uma qualidade de vida mai-or a todos os nossos alunos e servir comoum elemento para induzir a inclusão social.Hoje foi dado um pontapé inicial para a apre-sentação e aprovação deste projeto aqui nacasa", finalizou o deputado.

O Quinteto Villa-Lobos se apresenta no plenário

Heloisa Fischer, idealizadora eprincipal articuladora do projetodo Dia da Música Clássica

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6 Jornal Musical No 35

Wagner Pinheiro fala sobre Petros e CulturaPREV

No fim de 2006, a Petros comemorou odesempenho acima do esperado no perí-odo de 2003 a 2006, com uma rentabilida-de acumulada acima da meta atuarial, queera de 61,9%. O resultado foi de 112,8%.Este é o fundo de pensão que administrao CulturaPREV plano de previdência com-plementar dedicado à classe artística naqual os músicos estão incluídos.

O que é a Petros? Quando ela surgiu?Quem é o beneficiado?

Fundada pela Petrobras em julho de1970, a Petros é uma das pioneiras nomercado de previdência complementarbrasileiro. Instituída pela Petrobras, atu-almente conta com 31 empresas Patro-cinadoras (empresas que contribuem aofundo de pensão para futuramente pa-gar benefícios aos seus empregados, quetambém contribuem), e por 23 Institui-dores (entidades de classe). Dentre osinstituidores, a Petros conta com 10 doplano CulturaPREV, são eles: SindiMusi,Assaim, Sated/SE, Sated/CE, Sated/PE,Cooperativa de Teatro, Sated/RJ eSinapesp, SindMúsicos/BA e ABM - Asso-ciação Brasileira de Museologia.

Por que a Petros abriu para outras cate-gorias?

Com o processo de privatização dos anos90, várias subsidiárias do Sistema Petrobrasforam vendidas, produzindo uma mudançaconjuntural na economia do país e, princi-palmente, na realidade dessas empresas.Essas mudanças afetaram a Petros e fize-ram com que ela tivesse que se reposicionarno mercado de previdência. Isso porque aprivatização atingiu algumas de suas Patro-cinadoras para as quais ela oferecia o mes-mo plano de previdência que atendia aostrabalhadores da Petrobras.

Assim, a Petros alterou o seu Estatuto daFundação, tornando-se oficialmente umaentidade multipatrocinada. Desta forma,pôde estender o leque de seus serviçospara outras empresas, não necessariamen-te ligadas à Petrobras, criando então pla-nos alternativos, com planos de custeiopróprios e moldados às necessidades des-tas empresas.

Desde 2003, o governo federal estimula ocrescimento da poupança previdenciáriabrasileira, democratizando o acesso detrabalhadores aos fundos de pensão einserindo a Previdência Complementar no

O que atraiu a Petros a fazer o Cultura-PREV?

Na realidade foram vários fatores. Os pla-nos instituídos, entre eles o CulturaPREV,vão beneficiar camadas crescentes da soci-edade, pois ampliarão sensivelmente o nú-mero de trabalhadores protegidos pela pre-vidência complementar fechada, que ofe-rece planos com menores custos e maiorsegurança. Hoje, há cerca de 2,3 milhõesde trabalhadores vinculados a fundos fecha-dos de previdência. Com a crescente disse-minação dos planos de instituidores, o ce-nário aponta para um importante incremen-to da poupança interna. Para a Petros, agestão de planos significa um "ganho de es-cala", pois será utilizada a infra-estrutura jáinstalada e haverá um aumento no volumedas aplicações financeiras. Na prática, issosignifica redução de custos administrativose mais rentabilidade nas aplicações, o quebeneficia todos os participantes.

Já há resultados?

A adesão tende a crescer, pois a Petros es-tabeleceu parceria com a Mongeral quepassou a ser a responsável por oferecer oplano. Existem 100 mil pessoas associadas àsentidades que patrocinam o CulturaPREV eque podem participar do plano. A Fundaçãoespera atingir 20% desse número nos próxi-mos cinco anos. Em 2006, a rentabilidadedos recursos do CulturaPREV foi de 15,71%,bem acima da poupança que rendeu 8,33%.Vale lembrar que a Petros administra umpatrimônio líquido estimado em R$ 32 bi-lhões de 27 planos, com 37 anos de experi-ência e mais de 95 mil participantes.

A Petros comemora, no início deste ano de 2007, a rentabilidade acima da meta atuarial no triênio2003-2006. Wagner Pinheiro, presidente do fundo de pensão, conversou com o Jornal Musical sobrePetros e CulturaPREV

projeto estratégico de desenvolvimentonacional. A Fundação, já multipatrocina-da, percebeu esta possibilidade de cres-cimento em sua base de participantes etem oferecido seus serviços às diversascategorias profissionais, além de conti-nuar a buscar mais empresas que se in-teressem em oferecer este benefício aseus trabalhadores.

Qual a diferença dos planosda Petros para o de um ban-co, por exemplo? O que umplano específico de catego-ria oferece que os outrosnão têm?

Como a Petros não tem finslucrativos, o custo dos pla-nos que administra é inferi-or ao dos bancos. Não hátaxa de gestão incidente so-bre o patrimônio e toda ren-tabilidade líquida obtida coma aplicação dos recursos éintegralmente repassada aosparticipantes. Isso faz umagrande diferença na hora de

calcular a renda de aposentadoria.Afinal, quanto maior o patrimônioacumulado maior a renda. Além dis-so, vale lembrar que devido a seu por-te, a Petros consegue ter acesso amelhores oportunidades de investi-mento, que se traduzem em melho-res resultados. Outra diferença é quea Fundação administra planos criadosespecificamente para atender às de-mandas de determinadas categoriase/ou empresas. No caso do Cultura-PREV, por exemplo, há a possibilida-de de suspensão do pagamento poraté 12 meses, sem que haja interrup-ção do plano de benefícios. Além dis-so, o valor mínimo de contribuição éR$ 27,31, condizente com a sua ca-pacidade de poupança.

Como surgiu o convite para fazer osuporte do CulturaPREV?

A especificação do plano foi elabo-rada pela Funarte, órgão do Ministé-rio da Cultura, com o apoio da Se-cretaria de Previdência Complemen-tar (SPC) e entidades representati-vas da classe artística. Estes órgãosse empenharam em criar um planode previdência complementar que

levasse em conta todas as particularida-des da classe, criando assim um plano re-almente diferenciado. O grupo que co-ordenou a criação do plano convidou al-guns fundos de pensão para apresenta-rem propostas para gerir o CulturaPREV,sendo a Petros a entidade escolhida poroferecer as melhores condições.

A Petros comemora o bom desempenho do triênio 2003-2006 e tem boas expectativas para o CulturaPrev

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7Jornal Musical No 35

Aumenta a adesão ao CulturaPREV

Leny AndradeArthur Maia e Itamar Assiére

Arthur Maia, baixista consagradoque faz gigs com os maiores no-mes da música popular brasilei-ra, é baixista na banda de Gilber-to Gil e faz trabalhos solos. "Oscálculos são mais justos e adap-tados a nossa realidade. A maio-ria das histórias de fechamentode carreira não são boas, temosque nos precaver disso".

Cláudio Infante, baterista, falousobre a indisciplina da classe comrelação ao seu futuro. "Nos últimos anos ajudei ami-gos que tiveram doenças graves e não tinham nem pla-no de saúde. O plano me pareceu atraente, com umrendimento bacana".

A cantora Leny Andrade, trabalha cantando desde os16 anos. Com 47 anos de carreira e aposentada peloINSS, nem por isso ela deixou de aderir ao CulturaPREV."Vida de artista é coisa de ascensorista. Uma hora estálá em cima, outra lá embaixo. A Rosemary é muito po-sitiva. Ela foi à luta (pelo CulturaPREV). O artista brasi-leiro tem de se proteger mesmo".

Na medida em que o CulturaPREV é mais divulgado, aumenta o número de contribuintes. Nos últimos 5 meses, mais de 100 músicosjá aderiram ao plano de previdência exclusivo para a classe artística. Arthur Maia e Yamandu Costa estão entre eles

Cláudio Zoli

Cláudio Zoli, cantor e compositor com diversos sucessos na bocado povo, aderiu ao plano porque "é uma oportunidade de garan-tia no final da carreira. Uma segurança para nós".

O violonista Yamandú Costa foi um caso típico onde a campanhade divulgação produziu efeito. "Eu nem tinha pensado em previ-dência. Venho de uma família de músicos e sei como é difícil".

Uma das adesões mais recentes é a da pia-nista Maria Teresa Madeira, em fevereiro. "En-trei porque achei conveniente. Como tem oapoio do sindicato dos músicos, me senti maissegura".

O baixista Ivan Machado,que já foi diretordo Sindmusi, conheceu o plano em seurelançamento, em 2006. "Entrei em dezem-bro, porque estou resolvendo essas coisasda aposentadoria. O CulturaPREV é umacomplementação".

O seu irmão, o violinista Alfredo Machado,entrou no mês de fevereiro. "Entrei por causada idéia de ter uma aposentadoria especialpara músico pelo sindicato".

Cláudio Infante

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8 Jornal Musical No 35

Notas Musicais Kleber Vogel

Reeleição na FederaçãoNo dia 8 de março, o violinista João Daltrode Almeida foi reeleito, por unanimida-de, para mais um triênio à frente da Fe-deração dos Trabalhadores em Empre-sas de Difusão Cultural e Artística do Riode Janeiro.

João Daltro foi presidente do Sindmusino biênio 84-85. Com ampla experiênciana área sindical, ele chama a atençãopara o fato de que, muitas vezes, as ati-tudes em favor da categoria são toma-das de forma isolada. "Vejo o governoconvidar artistas, atores, atrizes, baila-rinos e músicos. Eles ouvem pessoas. Porsinal, pessoas respeitáveis, notórias, masque não estão por dentro de todo oproblema de uma categoria. Podem es-tar por dentro de um problema de um segmento deuma categoria. Em uma hora dessas o sindicato temde ser ouvido. É muito importante que o sindicatoseja fortalecido por todos.", ressalta.

Daltro acredita que a falta de música nas escolas éum dos motivos pelo qual jovens carentes partempara atividades como o tráfico de drogas. "Não háninguém do lado dele para dizer: estude violino queé muito mais gostoso. Se houver educação, não te-

remos assaltos. Não é um trabalho para agora. É para50, 100 anos.A música fazia parte da vida do colégio.

Essa platéia que está aí, todade cabeça branca, foi gen-te que cantou nos movimen-tos de Villa-Lobos e outrosgrandes professores de mú-sica. Canto coral era maté-ria obrigatória da escola", re-memora o músico.

João Daltro de Almeida re-força a mensagem de uniãoda categoria. "O que eu so-nho é em ver os músicosse querendo como irmãos,ganhando muito bem e cri-ando seus filhos e onde eupuder ser útil estarei até

o último dia da minha vida a disposição da minhacategoria", conclui o violinista.

Cara NovaNa próxima edição do Jornal Musical (especial decentenário), estaremos divulgando nossa novalogomarca, bem como a reforma realizada em todaa programação visual do SindMusi.

Sindmusi e Musical Carioca fazemdoação de clarinete

PLANTÃO JURÍDICONOTA FISCAL x NOTA CONTRATUAL

As únicas formas, legalmente previstas, para contratação de músicos profissionais são:

1º- CONTRATAÇÃO CONVENCIONAL PELA CLT (CARTEIRA ASSINADA)

2º- CONTRATO DE TRABALHO POR TEMPO DETERMINADO OU INDETERMINADO (POR-TARIA MTE 3347/86 modificada pela PORT. MTE 446/2004)

3º- NOTA CONTRATUAL PARA SUBSTITUIÇÃO OU SERVIÇO EVENTUAL. (PORTARIA MTE3347/86 modificada pela PORT. MTE 446/2004)

João Daltro é reeleito Presidenteda Federação

Weril

A renomada marca de instrumentos musicais, e aFundação Pró-Memória de Indaiatuba firmaram umaparceria através da qual a empresa oferecerá, a partirdesse ano, aos quatro primeiros colocados do Prê-mio Nabor Pires Camargo um instrumento de sopro.

Informações: http://www.premionabor.com.br

Medalha Pedro Ernesto

O Sindicato dos Músicos acaba de ser agraciado pelaCâmara de vereadores do Rio com a Medalha PedroErnesto pelo seu Centenário. O autor da condeco-ração, Vereador Eliomar Coelho fará a entrega dacomenda pessoalmente no Baile do Centenário, dia4 de maio.

Parceria Rádio MEC

O SindMusi fechou uma parceria com a gloriosa Rá-dio Mec, que passa a apoiar as festividades do nossoCentenário. Depoimentos de artistas parabenizandopela data estão sendo colhidos e veiculados naprogramação.

Nathalia Barbosa, de 11anos, conheceu o clari-nete na igreja católicaque freqüenta. Ela seapaixonou pelo instru-mento ao ver o seu fu-turo professor, WagnerSantos, tocá-lo duranteuma missa. A mãe da me-nina perguntou aWagner se ele poderiadar aulas e logo Natha-lia começou a estudarflauta doce com ele.Após um ano de aulas, amenina já podia estudarclarinete, mas a mãe ea avó não tinham condi-ções de comprar o ins-trumento. Na busca por uma solução, aavó pesquisou o endereço do sindicato dosmúsicos. No mês de setembro a meninamandou uma carta. Em janeiro foram fei-

Sindmusi e Musica Carioca doam clarinete. A entrega do instrumento foi nodia 2 de março, na sede do Sindmusi

tos contatos do Sindi-cato com a Musical Ca-rioca por meio do Sr.José Eduardo, dono daloja, que fez a doaçãopara Nathalia.

O clarinete foi entre-gue às 14 horas do diadois de março porCarlos Soares, clarine-tista e diretor do con-selho fiscal do Sindmu-si. Ele deu uma expli-cação básica sobre amontagem e o funcio-namento dos instru-mentos e se ofereceupara dar aulas a Natha-lia. Quem trouxe a me-

nina foi a tia avó Iracema Madureira. Ain-da estavam presentes a presidente do Sin-dmusi, Débora Cheyne, o vice-presiden-te, Itamar Assiere e o diretor de comuni-cação Kleber Vogel.

O Diretor Carlos Soares dá as primeirasdicas a Nathalia

Qualquer outro tipo de contratação,diferente destes citados acima é, sim,uma violação e sujeitará o responsávelàs sanções previstas.

Portanto, a exigência de Nota Fiscal paraa contratação de músicos profissionais éilegal, e, salvo raras exceções em que seconstata pura e simples desinformação,funciona como um mecanismo fraudulen-to por parte de contratantes que pre-tendem livrar-se do pagamento (de 20%do valor do cachê ou qualquer espéciede remuneração, pagos aos músicos) re-ferente às contribuições patronais ao sis-tema geral de Previdência (INSS), e ten-tam induzir os músicos a crer que devemtrabalhar clandestina e informalmente, ca-

racterizando-os como "biscateiros", quan-do na realidade, estes são integrantes deuma Categoria Profissional Diferenciada,uma vez que a profissão de músico é re-gulamentada pela Lei Federal 3857/60.

Assim, quando for exigida do músico a emis-são de Nota Fiscal, como condição paracontratação, ou pagamento de serviçosprestados, recomendamos que denuncie àDelegacia Regional do Trabalho (Av. Presi-dente Antônio Carlos, nº 251, Térreo, Cen-tro, Rio de Janeiro, RJ. Tel. (21) 2220-8923,Fax. 2220-1369). Ou ao SindMusi (R. ÁlvaroAlvim 24, grupo 405, Cinelândia, Centro, Riode Janeiro. Tel. 2532-1219, Fax [email protected]. no qual sua iden-tidade será mantida em absoluto sigilo.

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9Jornal Musical No 35

SindMusi se filia à CGTBNo dia 12 de março o Sindmusi formalizoua adesão à Central Geral dos Trabalhado-res do Brasil (CGTB). Na reunião estavampresentes a presidente do sindicato,Déborah Cheyne, o diretor administrativoAlan Magalhães, o diretor de comunica-ção Kleber Vogel, o advogado do SindmusiHelder Silveira, o coordenador da CGTBno Rio de Janeiro Leandro Costa e o pre-sidente da central sindical AntônioFernandes dos Santos Neto.

Durante a reunião foram discutidos os úl-timos detalhes da filiação antes da assina-tura do documento de adesão porDéborah Cheyne. O presidente da cen-tral, Antônio Neto, declarou que "todo oprestígio que a CGTB tiver, nós vamos fa-zer o possível para repercutir para den-tro do Sindmusi. Quanto mais forte eleestiver, mais fortes nós estaremos".

Sindmusi e CGTBA aproximação entre o Sindmusi e a CGTBaconteceu por meio do Sindicato dosMúsicos de Araraquara, em São Paulo. Asconversas iniciais ocorreram entre Débo-ra Cheyne, Álan Magalhães e AntônioNeto. No período, foram verificadas diver-sas afinidades entre o Sindmusi e a CGTB."Vimos que temos muita coisa em comum.Acho que o mais importante não é só aafinidade que nós temos, quer seja domovimento político, sindical e social. Aci-ma de tudo a CGTB pode contribuir paraaumentar a inserção do Sindicato dosMúsicos do Rio de Janeiro, não só no es-tado do Rio mas também dos demais esta-dos", disse Antônio. Segundo ele, o Sind-

musi é o mais importante sindicato dosmúsicos brasileiros.

O acordo da assinatura de adesão temduas conseqüências imediatas. Uma é avaga para o Sindmusi no Conselho Nacio-nal de Migração, que regula o trabalhode estrangeiros no país. A outra é a en-trada do Sindmusi na direção da CGTB doRio de Janeiro. Além do Sindmusi, a CGTBtem ainda relação com o Sindicato dosMúsicos de Araraquara e da Bahia. Antô-nio Neto comemorou: "temos certeza quecom a entrada do sindicato dos músicosdo Rio de janeiro, outros sindicatos, não

Reportagem Miguel Sá

só de música, mas também ligados a artee espetáculos, poderão vir por causa darepresentatividade (do Sindmusi)".

Origens da CGTBA CGTB existe 20 anos. Ela foi idealizadaem 1983, no do primeiro Congresso Naci-onal da Classe Trabalhadora (Conclat). Trêsanos depois se tornou central sindical,com Joaquim dos Santos Andrade , o Joa-quinzão, sendo o primeiro presidente. Eleficou no cargo até 1992, quando adoe-ceu. Nesta época indicou Antônio Neto,ligado à categoria dos profissionais deinformática, para a sucessão. A entidadese considera herdeira do trabalhismo deGetúlio Vargas e da antiga CGT pré 1964,com um forte compromisso nacionalista.

Por conta das posições nacionalistas, aCGTB teve uma forte atuação contra asprivatizações na década de 90, inclusivefazendo protestos diante da antiga Bolsade Valores do Rio de Janeiro, onde ocor-riam os leilões de privatização.

O papel de uma central sindical é agir emassuntos que dizem respeito a todas ascategorias associadas, como o salário mí-nimo ou reforma trabalhista. "Não há ne-nhuma outra organização acima do sindi-cato. Tudo é derivação de sindicato. Umafederação é derivação do sindicato, as-sim como a confederação e a central sin-dical. Para nós, o importante é o sindica-to. O que pudermos fazer para fortalecero sindicato nós vamos fazer", diz o atualpresidente.

A CGTB é fortemente a favor da unicidadesindical. "Achamos que na cidade do Riode Janeiro não pode haver dois sindicatosdos músicos ou dos jornalistas. Se houver,em cada município, um sindicato dos músi-cos, ótimo, se também houver um que re-presenta (a categoria no) o estado, tam-bém ótimo, diferente de outras centraisque acham que o pluralismo sindical é fa-tor de desenvolvimento. Chegou-se até adizer que no Brasil, ao chegar o pluralismopartidário, chegou o pluralismo sindical.Mas nunca ninguém pensou que quandoalguém chega à prefeitura de uma cidade,quem perdeu espera quatro anos para dis-putar a eleição e quem administra naque-les quatro anos é quem ganhou a eleição.No movimento sindical é assim: perdeu aeleição, monta outro sindicato. Isto dividea categoria. Vamos defender que, em umfuturo breve, só possamos ter uma centralsindical no Brasil. Aceitamos várias centrais,mas trabalhamos pelo agrupamento porquenão há caminho para o trabalhador sem aunidade", ressalta Antônio Neto.

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Déborah Cheyne e Antônio Neto formalizam a adesão do SindMusi à Central Sindical

ObituárioLuiz ChavesMorreu no dia 22 de fevereiro o baixistaLuiz Chaves. Durante 30 anos o músicofez parte do Zimbo Trio, com MiltonGodoy e Rubens Barsotti. Ele tinha 75anos.

Luiz Chaves nasceu em 1931, em Belémdo Pará. Antes de tocar contrabaixo es-tudou violino, violão e piano, além decompor e fazer arranjos. Com mais de40 discos lançados com o Zimbo Trio, obaixista influenciou várias gerações demúsicos brasileiros. A banda foi uma dasinventoras do que viria a se chamarSambajazz, criando o correspondentebrasileiro da sonoridade de bandascomo o Modern Jazz Quartet.

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10Jornal Musical No 35

SindMusi prepara festa de seu centenário 1907 - 2007

Em 5 de janeiro de 1907, o PresidenteAffonso Pena assinou o decreto 1.637,que "criava" os sindicatos profissionaise as sociedades cooperativas. A lei di-zia que os sindicatos poderiam seconstituir livremente, sem autoriza-ção do governo, para estudo, a defe-sa e o desenvolvimento dos interes-ses profissionais de seus membros.

A partir desse aval concedido a todasas categorias profissionais, inclusive as li-berais, foi criado em 4 de maio de 1907,

Centenário SindMusi / Há 75 anos

Homenagem à maestrina Chiquinha Gonzaga - janeiro de 1932

pelo maestro Francisco Braga, o Centro Mu-sical do Rio de Janeiro, que anos mais tar-de passaria a se chamar Sindicato dos Mú-sicos do Rio de Janeiro.

A primeira década foi muito ativa. Villa-Lo-bos seria muito atuante como 2º secretá-rio. Foi até eleito 1º secretário em 1916,mas teve que renunciar ao cargo por seachar muito ocupado em seus trabalhosparticulares.

O Centro Musical foi reconhecido comosindicato da classe pelo Ministério do Tra-balho em 17 de fevereiro de 1932 e, apartir daí, começou a prestar contas aogoverno sobre seus sócios, as leis inter-nas e sobre os seus recursos financei-ros. Com o decreto n. 19.854, GetúlioVargas reconheceu o Centro Musical doRio de Janeiro como de utilidade públi-ca, considerando os serviços prestados àarte, desde a época de sua fundação. Atão sonhada Carta Sindical chega em 30de janeiro de 1941. Assim, o Centro passaa se chamar Sindicato dos Músicos do Riode Janeiro.

O fundador e primeiropresidente maestroFrancisco Braga foiautor de grande quan-tidade de hinos patrió-ticos, dos quais o maispopular é o Hino àBandeira.

Em 1987 foi assinada, pelo Ministro do Tra-balho Almir Pazzianoto, a Portaria 3384 (de15/12/87) para regulamentar a entrada deartistas, técnicos em espetáculos de diver-sões e músicos estrangeiros no país.

Recentemente, após a realização de diver-sos encontros com Grupos de Trabalho dosvários segmentos culturais, o SindMusi apre-sentou uma proposta para a criação de umPlano de Previdência Complementar, quepudesse reunir e beneficiar os profissio-nais que compõem a cadeia cultural.

Em esforço conjunto com a Funarte, Mi-nistérios da Cultura e da Previdência Soci-al e a Petros, foi lançado no dia 19 de ou-tubro de 2004, no II Encontro de Trabalha-dores da Cultura, o CulturaPREV, do qual oSindMusi/RJ é um dos instituidores.

A instituição chega aos cem anos conso-lidada como órgão representativo da clas-se dos músicos do Rio de Janeiro e pre-para uma série de eventos ao longo doano que farão parte das comemoraçõesdo centenário.

Kleber Vogel

No dia 26 de dezembro de 1931,a Junta Governativa, em sua úl-tima reunião, resolveu convocaruma assembléia para o dia 2 dejaneiro para a posse da nova di-retoria. Antes de terminar seumandato, concedeu o título deSócia Honorária à maestrinaChiquinha Gonzaga, a extraordi-nária compositora, pianista e re-gente que passou para a históriacomo uma das criadoras da mú-sica popular brasileira.

Em janeiro de 1932 ela estavacom 84 anos de idade.

Chiquinha Gonzaga, ao centro da mesa, com a diretoria do Centro Musicaldo Rio de Janeiro

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11Jornal Musical No 35

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Centenário de titãs

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“Se queres ser universal, comece porpintar a tua aldeia”. Essa citação de L.Tolstoi cabe na trajetória artística des-sas duas figuras importantes da músicabrasileira cujo centenário de nascimen-to se comemora esse ano: JOSÉSIQUEIRA e CAMARGO GUARNIERI.

Percorrendo caminhos diferentes,Siqueira veio da Paraíba, da cidade deConceição do Piancó e Guarnieri deTietê, interior paulista, o que os iden-tifica como elementos de um mesmoconjunto é a brasilidade, sem perdera universalidade.

Assim como Bartók e suas raízes húnga-ras, Siqueira nos traz a atmosfera nor-destina, cultura forte na nossa música.

Guarnieri por sua vez, influenciadocomo ele mesmo diz por Mario deAndrade, nos mostra de forma lapidara música do interior paulista, a canti-ga caipira tão clara nos andamentoslentos.

A música folclórica brasileira, pela suariqueza, continuará presente na cria-ção musical brasileira de concerto.

Siqueira e Guarnieri são detentores devasta obra em todos os gêneros e porisso aclamados no exterior, onde foramexecutados por importantes orquestrasdos Estados Unidos e Europa.

Guarnieri foi o mais premiado dos nos-sos compositores, principalmente nosEstados Unidos. Siqueira também pas-sou pela América mas sua grande atua-ção foi na Rússia, onde gravou e edi-tou suas principais obras sinfônicas ede câmara. O ponto comum foi Paris,onde ambos em épocas diferentes, se

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DISCOGRAFIA RECOMENDADA:

CAMARGO GUARNIERI - Concertospara piano nº 1,2 e 3. Max Barros -piano e Orquestra Filarmônica deVarsóvia, regente Thomas Conlin (CD)

SINFONIAS 5 E 6 E SUITE VILA RICA

Orquestra Sinfônica do Estado de SãoPaulo (OSESP) - regente John Neschling(CD).

JOSÉ SIQUEIRA - O Canto do Tabajara(poema sinfônico) - Orquestra Filar-monica Norte Nordeste, regenciaAylton Escobar (CD).

TRÊS ESTUDOS PARA TROMBONE E PI-ANO

Radegundes Feitosa (trombone) eMaria Teresa Madeira (piano) (CD).

aperfeiçoaram e respiraram o impres-sionismo de Debussy.

A atividade didática e de compositorexercida por Siqueira e Guarnieri dei-xou escola que formou muitos segui-

dores. Outra preocupação dos mestres eracom a classe musical e de forma contun-dente com a identidade musical brasileira.

Siqueira participou durante toda suavida nas questões relativas ao reconhe-cimento da profissão do músico, e a eledevemos a criação da OMB e a funda-ção da Orquestra Sinfônica Brasileira,só para pontuar.

Para esses dois titãs a grande homena-gem é a execução e divulgação das suasobras.

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12Jornal Musical No 35

LançamentosLançamentosDVDCDs

Pandeiro JazzScott Feiner

Casa de VillaGuinga

Os CDs desta sessão estão à venda na sede do SindMusi. Conheça nosso Armazém Virtual: www.sindmusi.org.br

Este é o primeiro disco de Guinga pelagravadora Biscoito Fino. Produzido porMarcus Tardelli, violonista e arranjador,ex-integrante do grupo Maogani. Emseu primeiro álbum pela Biscoito Fino,Guinga fez um disco diferente. Elecanta oito das 12 músicas e ainda feza letra da música Maviosa.

Com ênfase nos metais, este disco deGuinga conta com a participação dosmúsicos Marcos Tardelli, Lula Galvão,Paulo Aragão, Jorge Helder, Paulo Sér-gio Santos, Carlos Malta, Andréa ErnestDias, Cristiano Alves, Jessé Sadoc, JotaMoraes, Eliezer, Philip Doyle, João Arei-as, Popô, Wellington, Erivelton, Bolão,Bernardo e Durval.

Não é raro um músico "gringo" chegar aoBrasil e se fascinar com o samba e outrosritmos brasileiros. Difícil é aparecer ummúsico de fora com sensibilidade para fa-zer uma mistura boa com as referênciasculturais de sua origem. SensibilidadeScott Feiner teve de sobra ao fazer o seuPandeiro Jazz. O que dizer de Giant Stepsem ritmo de samba? Uma descobertasaborosíssima, assim como o clássico BigBrother, de Stevie Wonder, em uma levadatípica do pandeiro que se toca hoje noBrasil. Gravado nos EUA e mixado no Bra-sil, o disco conta com Freddie Bryant noviolão, Joel Frahm nos saxofones, JoeMartin no contrabaixo e Beto Cazes napercussão adicional.

LapadaRio Maracatu

Gravadora:Selo Rádio MEC

Gravado no estúdio sinfônico da RadioMEC, o disco Lapada é conseqüência dosucesso que o grupo Rio Maracatu já faza algum tempo nos circuitos boêmios dacidade. O CD foi produzido por PedroLuis e tem músicas dos integrantes eamigos da banda, como Pois Zé, de Ca-chaça, e de outros compositores que te-nham afinidade com a proposta do gru-po, como a música de Chico ScienceCidadão do Mundo. O grupo é conseqü-ência de uma oficina e conta com diver-sos músicos convidados. O Rio Maracatufoi fundado em 1997 no Rio de Janeiro,surgido da união de músicospernambucanos e cariocas.

Gravadora:Delira Música

Gravadora:Biscoito Fino

EstúdioNosso Trio

Kiko Freitas na bateria, Ney Concei-ção no baixo e Nelson Faria na guitar-ra exercitam toda a liberdade de im-provisar que o formato de trio permi-te. No CD em estúdio os músicos to-cam temas consagrados, como O Bar-quinho, de Roberto Menescal, e músi-cas próprias como Partindo pro Alto,de Nelson Faria e Resposta, de NeyConceição. Há ainda a bela música deVítor Assis Brasil Balada p'a Nádia. NoDVD ao vivo, a oportunidade de assistirem casa alguns dos melhores músicosdo mundo tocando. O CD foi gravadono estúdio de Celso Dias Filho e o DVDno teatro Maria Clara Machado.