petrobras magazine - edição especial "rio oil & gas 2010"

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Conheça em detalhes o Plano de Negócios 2010-2014 Pré-sal pra valer Sistemas definitivos dão a largada para produção em escala comercial na acumulação de Tupi Petrobras impulsiona indústria e parque tecnológico brasileiro EDIÇÃO ESPECIAL DE NEGÓCIOS

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Conheça em detalhes o Plano de Negócios 2010-2014

Pré-sal pra valerSistemas definitivos dão a largada para produção

em escala comercial na acumulação de Tupi

Petrobras impulsiona indústria e parque tecnológico brasileiro

EDIÇÃO ESPECIAL DE NEGÓCIOS

06_PetMagespecialcapa_PORTUGUES_fg.indd 1 9/3/10 10:48 PM

ESCRITÓRIOS DA PETROBRAS

AngolaRua Pedro Felix Machado, 51 - 2º andar - Caixa Postal 2665 - Luanda - AngolaTel: (244 2) 39 0330 / fax: (244 2) 39 0480 / e-mail: [email protected] Geral: Manoel Murilo Silva

ArgentinaAv. Maipú, nº 1 - 22º piso - C1084AB - Buenos Aires - ArgentinaTel: (54 11) 4344-6072 / e-mail: [email protected] CEO: Carlos Alberto da Costa

BolíviaAvenida Grigota, esquina Los Troncos, casi 4to anillo, casilla 6886Santa Cruz de la Sierra - BoliviaTel: (591 3) 358 6030 / fax: (591 3) 358 6157 / e-mail: [email protected] General: Claudio Castejon

ChileAv. Los Conquistadores, 1700 - Torre Santa María, 6° piso A - Providencia - Chile.Tel: 00562 3812130/31/32 / fax : 00562 3812133 / e-mail: [email protected] General: Vilson Reichemback da Silva

ChinaLevel 12th floor, units 21-25 - China World Tower 1 / China World Trade Center - nº 1JianGuoMenWai Avenue - Beijing 100004 - ChinaTel: (86 10) 650 598 37 / fax: (86 10) 650 59 850 / e-mail: [email protected] Manager: Marcelo Castilho da Silva

Cingapura435 Orchard Road, 17-05 Wisma Atria - Singapore 238877Tel: (65) 6550 50 80 / fax: (65) 6734 9087 / e-mail: [email protected] Director: Odilia Dauzacker

ColômbiaCarrera 7, 71/21 - Edificio Bancafé, torre B, 17º piso - Santa Fe de Bogotá - ColombiaTel: (57 1) 313 5000 / fax: (57 1) 313 5070 / e-mail: [email protected] General: Abilio Paulo Pinheiro Ramos

CubaPiso 2, Oficina 216, Avenida 3º, entre 76 e 78, Miramar, Municipio Playa - Ciudad de LaHavana – CubaTel: (53 7) 207 9754 / e-mail: [email protected] General: João Carlos Figueira Araújo

Petrobras Magazine • Edição Especial de Negócios Editada pela Petrobras

Redação: Cláudia Gisele Peres Martins, Eduardo Gutterres Villela,

Estephani Zavarise, Larissa Asfora, Odília Raquel Raulino de Almeida,

Telmo Wambier e Vinícius Bastiani

Revisão: Cláudia Gisele Peres Martins

Editoração: Flávia da Matta Design

Foto da capa: Roberto Rosa / Banco de Imagens Petrobras

Pré-impressão e Impressão: Ipsis Gráfica e Editora

A Petrobras Magazine não é vendida. Para solicitar exemplares, uso de imagens,

informações adicionais, entre em contato conosco:

Endereço:

Petrobras – Av. Chile, 65 – sala 1001

Rio de Janeiro – RJ – CEP: 20031-912 – Brasil

E-mail: [email protected] – web: http://www.petrobras.com

© Copyright 03/09/2010

EquadorEsquina de Av. Amazonas N39-123 y José Arízaga - Edificio Amazonas - Plaza, piso 5- Quito, EcuadorTel: (593-2) 2985-300 / fax. (593-2) 2985-396 / e-mail: [email protected]: Javier Jorge Gremes Cordero

EUA - Houston10350 Richmond Ave., Suite 1400 - Houston, TX 77042 - USATel: (1 713) 808-2000 / fax: (1 713) 808-2017 / e-mail: [email protected] Manager: José Orlando Melo de Azevedo

EUA - Nova York570 Lexington, 43rd floor - New York, NY 10022-6837 - USATel: (1 212) 829 1517 / fax: (1 212) 832 5300 / e-mail: [email protected] Manager: Theodore Helms

HolandaWeenapoint, toren A - Weena 722, 3e. verdieping - 3014 DA - Rotterdam - The NetherlandsTel: (31 010) 206-7000 / e-mail: [email protected]: Samir Passos Awad

JapãoTokyo Ginko Bldg. 5th floor, rooms 505/506 - Marunouchi 1-3-1, Chiyoda-ku, Tokyo100-0005 - JapanTel: (813) 5218-1200 / fax: (813) 5218-1212 / e-mail: [email protected] Manager: Osvaldo Kawakami

LíbiaAl Fateh Tower, 2 - rooms 156 and 157 - Tripoli - LibyaTel: (218 91) 215-0634 / e-mail: [email protected] Manager: Iran Garcia da Costa

MéxicoAvenida Paseo de la Reforma, 115 - piso 11 - oficina 1101 - Colonia Lomas de Chapultepec11000 - México, D.F.Tel: + 52 (55) 30 67 91 00 / fax: + 52 (55) 30 67 91 02 / e-mail: [email protected] General: Milton Costa Filho

NigériaPlot 98, Adeola Odeku Street - 5th Floor - Victoria Island, Lagos - NigeriaTel: (+ 234 1) 462-1300 / fax: (+ 234 1) 461-8987 / e-mail: [email protected] Manager: Nelson Marçal Blanco

ParaguaiEspaña e Brasilia - Edif. España - piso 3 - Casilla de Correos, 942 - Asunción - ParaguayTel.: (595 21) 249-1405 / e-mail: [email protected] General: Jose Otavio Alves de Souza

PeruAmador Merino Reyna 285, piso 5, San Isidro - Lima - PerúTel: (51 1) 222 4455 / fax: (51 1) 221 7921 / e-mail: [email protected]: Pedro Grijalba

Reino Unido4th floor, 20 North Audley Street - London W1K 6WL - UKTel: (44 0 20) 7535 1100 / fax: (44 0 20) 7467 5800 / e-mail: [email protected] Manager: Marcelo Malta da Costa Messeder

TanzâniaPlot 1403/1 A, Makaki Area, P.O. Box 31391Off Chole Rd, Behind Old Canada VillageDar es Salaam - TanzaniaTel: (255 22) 216 5676 / e-mail: [email protected] Manager: Samuel Bastos de Miranda

TurquiaKarum Business Center, 427, Iran Caddesi, No. 21, Kat5 - Kavaklidere - 06680Ankara - TurkeyTel: (90 312) 457 6222 / fax: (90 312) 457 6271 / e-mail: [email protected] Manager: Hércules Tadeu Ferreira da Silva

UruguaiPlaza Independência 831 - piso 10, CP11100 - Montevideo - UruguayTel: (598 2) 500-84-00 / e-mail: [email protected] General: Irani Varella

VenezuelaAv. Venezuela del Rosal - Edificio Torre Lamaletto - piso 8 - 1060Caracas - VenezuelaTel: (58 212) 957-7300 / e-mail: [email protected] General: João Carlos Figueira Araújo

A Petrobras informa que iniciou estudos para realização de eventual oferta de ações. Antes de investir em ações da Petrobras, leia cuidadosamente o Prospecto, em especial a seção Fatores de Risco.

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Carta aos Leitores

Os anos 2000 vêm sendo muito bons para o Brasil em todas as esferas, mas principalmente para a indústria de energia. Atingimos a autossuficiência na produção de petróleo, ex-portamos para o mundo inteiro nossa experiência com o etanol e fizemos a maior descoberta em décadas no Ocidente ao encontrarmos as reservas do pré-sal.

Sabemos que, na nossa indústria, não existe curto prazo. Esses resultados são fruto de um movimento que começou com a criação da Petrobras, movido pela crença de que o Brasil poderia se tornar de fato uma potência energética global. E esse pensamento se mantém até hoje, mais de 50 anos depois.

Passos decisivos nessa direção serão dados pela Petrobras nos próximos anos. Com o apoio de nossos parceiros e cadeia de fornecedores, estamos lançando agora as bases para a pro-dução no pré-sal. Concluímos com sucesso o TLD de Tupi, com resultados muito úteis para o aperfeiçoamento dos siste-mas definitivos de produção. O desafio agora é atingirmos, até 2017, a produção de um milhão de barris por dia somente na área do pré-sal. Para isso, iremos investir US$ 33 bilhões entre 2010 e 2014 em exploração, desenvolvimento da produção, infraestrutura e suporte para desenvolver o novo polo. Temos plena confiança de que a Petrobras está preparada para liderar este complexo e desafiador projeto.

Não se trata apenas da retirada do petróleo e do gás do fundo do mar, a grandes profundidades. Nosso objetivo é maximizar os frutos dessa descoberta histórica, gerando, a partir dessas reservas, o maior benefício possível para a Companhia e para o país. É por este motivo que estamos ampliando e moder-

Brasil: uma potência energética global

nizando nosso parque de refino, com vistas a nos tornarmos exportadores de derivados muito em breve e produzirmos combustíveis com menor teor de enxofre. Estamos também nos preparando para aumentar nossa participação no merca-do global de gás natural e energia elétrica. E investindo cada vez mais em pesquisas e na garantia da segurança de todas as nossas operações. Para possibilitar a execução de mais de 600 projetos nos próximos cinco anos, a Petrobras desenvolveu um dos mais ambiciosos planos de negócios da indústria, que prevê um investimento total de US$ 224 bilhões em todas as áreas da Companhia.

Mas o legado do pré-sal para o país e para a Petrobras vai além do ciclo produtivo. A mobilização da indústria nacio-nal, com a qualificação dos trabalhadores e a geração de em-prego e renda, e o desenvolvimento do parque tecnológico brasileiro são duas premissas das quais a Petrobras não abre mão. Do total a ser investido entre 2010 e 2014, nada menos que US$ 142,2 bilhões serão destinados a compras de bens e serviços no mercado nacional. Essa política terá repercus-são direta na demanda por mão de obra, tanto na Petrobras quanto nas indústrias e empresas fornecedoras, com a ge-ração de cerca de 1,5 milhão de novos postos de trabalho. Se existem “gargalos” na indústria da energia no Brasil, eles devem ser identificados e tratados. Representam uma opor-tunidade de melhoria, e não um empecilho intransponível. Mais do que isso: são a certeza de que estamos apenas no início de uma nova era na história da Petrobras, do Brasil e da indústria.

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2 petrobras magazine 2010

petrobras magazine – edição especial de negócios

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Transformando a indústria brasileira Petrobras conta com fornecedores nacionais

para o desenvolvimento do Polo Pré-sal.

Parceriaspara crescerArticulação entre Petrobras, empresas fornecedoras e o meio acadêmico para desenvolver o Polo Pré-sal incentiva o surgimento de um dos mais avançados parques tecnológicos do mundo no setor de energia.

Banco de Imagens Petrobras

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É dada a partidaPetrobras instala a primeira plataforma definitiva na acumulação de Tupi até o fim de 2010.

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32 Rumo ao topoPlano de Negócios 2010-2014 prepara Petrobras para ficar entre as cinco maiores empresas produtoras de petróleo do mundo.

Segurança nas operaçõesGestão de contingência reforça prevenção e assegura soluções rápidas em caso de acidentes.

Integrar para evoluir

Petrobras implanta nova filosofia de trabalho para integrar suas operações.Banco de Im

agens Petrobras

Bruno Veiga / Banco de Imagens Petrobras

Juarez Cavalcanti / Banco de Im

agens Herm

es G

eraldo Falcão / Banco de Imagens Petrobras

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4 petrobras magazine 2010

Petrobras instala a primeira plataforma definitiva na acumulação de Tupi até o fim de 2010.

É dada apartida

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2010 petrobras magazine 5

partida

Roberto Rosa / Banco de Imagens Petrobras

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6 petrobras magazine 2010

A PETROBRAS DEVERÁ COLOCAR EM PRODUÇÃO ATÉ dezembro deste ano o FPSO Cidade de Angra dos Reis, no pré-sal da Bacia de Santos. Primeira pla-taforma de produção em escala comercial progra-mada para a área de Tupi, a entrada em operação dessa unidade é um passo importante no plane-jamento da empresa para desenvolver as grandes acumulações descobertas nos últimos anos abaixo da camada de sal.

O FPSO Cidade de Angra dos Reis, afretado da empresa Modec, será ancorado em 2.149 metros de lâmina d´água. De imediato, será ligado ao poço 9-RJS-660 e começará produzindo de 15 mil a 20 mil barris de óleo por dia (bpd). A nova pla-taforma tem capacidade para produzir até 100 mil bpd e processar até 5 milhões de metros cúbicos de gás/dia. No pico de produção, estará conectada a seis poços produtores de petróleo, um injetor de gás, um injetor de água e, por fim, um capaz de injetar água e gás alternadamente.

Com a entrada em operação do Cidade de Angra dos Reis, o FPSO BW Cidade de São Vicente, que realiza o Teste de Longa Duração (TLD) de Tupi por meio do poço 3-RJS-646, será transferido para a área de Tupi Nordeste, onde dará início a um novo TLD. Assim como o BW Cidade de São Vicente, o Cidade de Angra dos Reis continuará a coletar dados técnicos do reservatório até dezembro. A partir da declaração de comercialidade da área de Tupi, prevista para ocorrer no fim de dezembro próximo, o Cidade de Angra dos Reis iniciará a fase denominada Projeto Piloto de Tupi, também interligada ao poço 3-RJS-646, e complementará o objetivo do TLD trazendo informações valiosas de reservatório e de produção, indispensáveis à concepção das demais unidades que irão operar no pré-sal. Essas informações serão fundamentais para as demais áreas do pré-sal, especialmente no que se refere à otimização do número de poços dos projetos para a definição de sua melhor geome-

tria e do tipo de estimulação; para a avaliação do desempenho dos diferentes métodos de recupe-ração; para a calibração dos estudos de garantia do escoamento do óleo nas linhas submarinas; para a verificação do desempenho dos sistemas submarinos; e para maximizar a eficiência ope-racional da planta de processamento de gás na plataforma.

O Piloto de Tupi testará o desempenho dos diversos métodos de recuperação previstos para o pré-sal, especialmente a Injeção Alternada de Água e Gás (WAG). A planta de processamento tratará o petróleo e separará o gás natural, o CO

2 e

a água produzidos, que poderão ser utilizados para melhorar a recuperação de petróleo do reservató-rio, por meio da reinjeção de água do mar depois de extraído o sulfato e da possível reinjeção de gás natural e CO

2, ou somente de CO

2.

O escoamento do gás comercial se dará por um gasoduto de 18 polegadas que ligará o FPSO do Piloto a um conjunto de válvulas submarinas (PLEM) a ser instalado próximo à plataforma de Mexilhão, um campo de gás não-associado locali-zado na Bacia de Santos. A partir desse ponto, será escoado para a costa, junto com o gás de Mexilhão e de outras áreas, por um gasoduto de 34 pole-gadas já existente, até à Unidade de Tratamento de Gás Monteiro Lobato, em construção pela Petrobras na cidade de Caraguatatuba, no litoral do estado de São Paulo, onde será tratado antes de ser levado ao mercado consumidor. Já o óleo será escoado do FPSO Cidade de Angra dos Reis por navios aliviadores.

Até o momento, já foram perfurados seis poços na área de Tupi. Até 2017, a Petrobras espera colocar em operação, no Polo Pré-Sal da Bacia de Santos, 11 unidades de produção, dentre as quais três pilotos de produção nas acumulações de Tupi, Tupi Nordeste e Guará, e oito em locais ainda a serem definidos, como preveem os planos de desenvolvimento da área.

FPSO Cidade de Angra dos Reis tem capacidade para produzir até 100 mil bpd e processar até 5 milhões de metros cúbicos de gás/dia

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O PLANSALO desenvolvimento da produção do pré-sal da

Bacia de Santos tem características bem diferentes do realizado na Bacia de Campos, nas últimas décadas, não só pelos aspectos exploratórios, mas também devido à expectativa de elevados volumes potenciais de óleo e gás, dispersos ao longo de uma área extensa.

O Polo Pré-sal da Bacia de Santos apresenta especificidades que tornam o seu desenvolvi-mento de modo integrado não só viável, como altamente vantajoso. Os blocos em exploração estão próximos uns dos outros geograficamente, em uma área de cerca de 11,6 mil km², e foram adquiridos simultaneamente em rodadas de lici-tações promovidas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) em 2000 e 2001. O risco exploratório da área tem se mostrado muito menor do que o geralmente identificado na indústria. Todos os poços explo-ratórios perfurados no Polo Pré-sal da Bacia de Santos, operados pela Petrobras, até o presente momento, resultaram em descobertas.

A conjunção desses fatores permitirá que a Petrobras e seus parceiros (BG, Partex, Shell, Petrogal-Galp, Repsol) desenvolvam as desco-bertas criando soluções que serão utilizadas em diversas áreas do polo. Com isso, serão otimizadas as estratégias para o desenvolvimento tecnológico, assim como a contratação e a utilização de recur-sos físicos e financeiros.

É com esse objetivo que a Petrobras trabalha de forma integrada na elaboração do Plano

Diretor de Desenvolvimento Integrado do Polo Pré-sal da Bacia de Santos, o Plansal. O plano engloba o conjunto de estratégias e projetos que deverão ser implantados nos próximos 20 anos. É composto por cinco subprogramas de pro-jetos: Avaliação Exploratória; Desenvolvimento da Produção; Infraestrutura Logística e de Escoamento; Transporte e Utilização do Petróleo; e Transformação e Comercialização do Gás.

Esses subprogramas são apoiados por oito pla-nos funcionais: Desenvolvimento Tecnológico; Disponibilização de Recursos Críticos; Disponi-bilização de Competências; Qualidade, Segurança, Meio Ambiente e Saúde (QSMS); Gestão de Parcerias Operacionais; Aspectos Regulatórios; Otimização de Investimentos; e, por fim, Plane-jamento Integrado.

O Plansal não é um planejamento definitivo e estático. É revisado anualmente, em um proces-so de permanente incorporação de informações sobre a geologia da área, a produtividade dos reservatórios, o escoamento por linhas sub-marinas e o desempenho das instalações de produção. Daí a importância da estratégia de a Petrobras instalar testes de longa duração antes do sistema definitivo de produção.

Adquirir o máximo possível de informações permitirá à Companhia promover constantes aperfeiçoamentos nas concepções dos projetos, reduzirá incertezas e tornará o planejamento cada vez mais robusto.

Construção da Unidade de Tratamento de Gás

Monteiro Lobato

Elizabeth Dalcin / Banco de Imagens Petrobras

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8 petrobras magazine 2010

DESENVOLVIMENTO EM ETAPASOs subprogramas de Avaliação Exploratória e

de Desenvolvimento da Produção serão imple-mentados em duas etapas, denominadas de Fase 0 e Fase 1A. A Fase 0, ou etapa de aquisição de conhecimentos, que se iniciou em 2008 e deverá terminar em 2016, objetiva a delimitação das des-cobertas, com vistas à melhor caracterização geo-lógica das áreas, conforme previsto nos Planos de Avaliação estabelecidos pela ANP. Além de novos levantamentos e reprocessamentos sísmicos, serão perfurados até 37 poços de delimitação e reali-zados até 18 testes de longa duração (TLDs). O Piloto de Tupi está inserido nessa etapa.

As informações obtidas na Fase 0 serão fun-damentais para a definição da Fase 1, ou etapa de desenvolvimento definitivo. Essa fase será subdividida em 1A e 1B. A Fase 1A, prevista para o período 2013 a 2016, tem o objetivo de alcan-çar uma produção superior a 1 milhão de barris por dia (bpd) de petróleo em 2017, em locações operadas pela Petrobras, e, assim, gerar fluxo de caixa para os projetos da Fase 1B, que terá início em 2017.

Nesta fase 1A, serão aplicados os conceitos de produção já dominados pela Petrobras, devi-damente adaptados às condições do pré-sal.

Essa fase servirá de laboratório de campo para o desenvolvimento de novas tecnologias. Neste momento, serão instalados os dois pilotos de produção antecipados em Guará e Tupi Nordeste, ambos com capacidade para produzir até 120 mil bpd, além de outras oito unidades de produção denominadas replicantes (feitas em série) – cujos cascos serão construídos no Brasil, no Estaleiro Rio Grande – e aptas a produzir até 150 mil bpd cada. A capacidade de processamento de gás natural será de aproximadamente 5 milhões de m³ por dia. Cada sistema estará ligado a cerca de 20 poços, entre produtores e injetores, além de ins-talações submarinas para o controle e escoamento da produção.

A Fase 1B visa a completar o desenvolvimento do Polo Pré-sal com uso intensivo de novas tec-nologias a serem viabilizadas. Entre elas, estarão unidades de produção com sondas de perfuração dedicadas; sistemas de completação seca (com a árvore de natal na superfície); injeção alternada de água e gás e/ou CO

2 nos reservatórios (WAG)

visando ao aumento do fator de recuperação e soluções para a garantia de escoamento do petró-leo e do gás. A produção será escoada de acor-do com dois subprogramas: o de Infraestrutura

PERÍODO: 2008-2016

OBJETIVO: Delimitação das descobertas e caracterização geológica das áreas.

MARCOS: Além de novos levantamentos e reprocessamentos sísmicos, serão perfurados até 37 poços de delimitação e realizados até 18 testes de longa duração (TLDs). O Piloto de Tupi está inserido nessa etapa.

1A

PERÍODO: 2013-2016

OBJETIVO: produção superior a 1 milhão de barris por dia (bpd) de petróleo em 2017

MARCOS: Instalação dos pilotos de produção antecipados de Guará e Tupi Nordeste, ambos com capacidade para produzir até 120 mil bpd, além de outras oito unidades de produção

1B

PERÍODO: a partir de 2016

OBJETIVO: completar o desenvolvimento do Polo Pré-sal com uso intensivo de novas tecnologias

MARCOS: Entre essas novas tecnologias, estarão unidades de produção com sondas de perfuração dedicadas, sistemas de completação seca e injeção alternada de água e gás e/ou CO

2 nos reservatórios

FASE 1: DESENVOLVIMENTO DEFINITIVOFASE 0: AQUISIÇÃO DE

CONHECIMENTOS

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Logística e de Escoamento; e o de Transporte e Utilização do Petróleo, com instalação prevista de dois modais de transporte: por navios e dutos.

O transporte por navios empregará sistemas que permitam o transbordo de embarcações ali-viadoras de posicionamento dinâmico para navios convencionais, os quais transportarão a carga de petróleo até o destino final, dentro ou fora do Brasil. Esta opção atenderá integralmente à necessidade de escoamento da produção prevista para a Fase 1A e, parcialmente, para a 1B. O esco-amento por dutos poderá dispor de um conjunto de oleodutos que complementará a capacidade de escoamento para a produção da Fase 1B.

Em função de suas boas características, tais como baixo teor de enxofre e produção de deri-vados com alto grau de valor agregado, o petróleo do pré-sal poderá reduzir significativamente as importações brasileiras de petróleo médio/leve.

O gás natural a ser comercializado será escoado por meio dos projetos previstos nos subprogramas de Infraestrutura Logística e de Escoamento e de Transformação e Comercialização de Gás. Inicialmente, o escoamento será feito por um gasoduto marítimo, que interligará Tupi à malha de gás de Caraguatatuba. Posteriormente, será necessário implantar uma nova rota de escoamento, que poderá ser feita por meio de uma planta de gás natural liquefeito embarcado (GNLE) ou de um novo gasoduto para o Terminal de Cabiúnas, situado na Bacia de Campos. Essas alternativas estão sendo avaliadas para subsidiar a futura decisão sobre a melhor opção a ser instalada.

O suporte operacional será feito pelo subpro-grama de Infraestrutura Logística, cuja estratégia básica será a otimização dos custos de apoio. Será necessário instalar portos, aeroportos, anéis de fibra ótica, estações intermediárias para movimen-tação de fluidos e, eventualmente, uma platafor-ma intermediária de apoio logístico.

Objetivo do Plansal é produzir mais de 1 milhão de barris por dia em 2017

Petróleo do pré-sal possui boas características, como baixo teor de enxofre

Roberto Rosa / Banco de Imagens Petrobras

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10 petrobras magazine 2010

PROGRAMAS E INICIATIVASA Petrobras conta com diversas iniciativas e pro-

gramas que contribuirão para viabilizar os obje-tivos almejados para os próximos anos. Como, por exemplo, o Programa de Desenvolvimento de Tecnologias para o CO

2 (PRO-CO

2), que tem por

objetivo viabilizar a captura, o transporte e o armazenamento geológico do dióxido de carbo-no. Sendo a preservação do meio ambiente, além da segurança operacional, prioridade em todos os projetos, o programa desenvolve iniciativas para não ventilar para a atmosfera o CO

2 produzido

juntamente com o gás do pré-sal.Um novo modelo de operação denominado

GIOp-Gerenciamento Integrado das Operações será aplicado, com foco no monitoramento remoto e integrado das operações, visando à excelência em segurança e eficiência operacional.

O Programa Tecnológico para o Desenvolvimento de Reservatórios do Pré-Sal (Prosal) foi criado com o objetivo de maximizar a recuperação de hidro-carbonetos na área, identificar a geometria de poço mais adequada aos reservatórios e garantir que os fluidos produzidos escoem, sem proble-mas, dos reservatórios produtores até as unidades de produção.

MAIS FÔLEGO À INDÚSTRIACom a implantação dos projetos do Polo Pré-sal

da Bacia de Santos, haverá um aumento significati-vo da demanda por bens e serviços no Brasil. Com isso, deverão ser geradas grandes oportunidades para o crescimento da indústria nacional, seja pela expansão do parque fabril existente, seja pela cria-ção de novos atores nesse segmento.

Uma das estratégias do Plansal que viabiliza essa política de conteúdo nacional é a construção seriada de unidades de produção: a chamada “Fábrica de FPSOs”. É uma iniciativa inédita na indústria de petróleo e gás, que permitirá a antecipação da entrega das unidades e, conse-quentemente, viabilizará a antecipação da curva de produção e do retorno econômico dos inves-timentos realizados.

Um dos desafios do pré-sal naquela área é a quantidade de poços a serem perfurados. Considerando que, em média, cada unidade de produção das Fases 0 e 1A poderá ser interliga-da a até 20 poços, haverá algo em torno de 200 poços a serem perfurados nos próximos anos. Com esse intuito, aliado à demanda gerada pelo esforço exploratório e pelo desenvolvimento da produção do extenso portfólio de oportunidades da Petrobras, foram contratadas diversas sondas para operar em águas ultraprofundas e está em processo de licitação a aquisição de até 28 unida-des adicionais, a serem contruídas no Brasil, de acordo com a estratégia de todos os equipamentos estarem disponíveis dentro do prazo previsto.

Tanto a “Fábrica de FPSOs”, quanto a aquisição de sondas integram um conjunto de estratégias que possibilitarão elevar os índices de conteúdo nacio-nal, gerando escala para promover a expansão da indústria brasileira em termos competitivos.

As demandas por bens e serviços para os pro-jetos do pré-sal sustentarão a criação de milhares de novos empregos, a melhoria da qualificação da mão de obra existente e o aumento da renda de diversos setores existentes no país. Nesse contexto, torna-se cada vez mais evidente a valiosa contribuição do Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp) nos esforços para maximizar a parti-cipação da indústria nacional em bases competi-tivas e sustentáveis.

A Petrobras criou, também, o Programa de Desenvolvimento das Competências para o Pré-sal (Prodesal), com o objetivo de disseminar e per-petuar o conhecimento de sua força de trabalho adquirido sobre o acúmulo de tecnologias desen-volvidas e práticas inovadoras.

FPSOs replicantes serão construídos no Estaleiro Rio Grande

José Luis Rodrigues da Cunha/Banco de Imagens Petrobras

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A EXPANSÃO DA BACIA DE SANTOSCom o pré-sal, as atividades da Petrobras no

entorno da Bacia de Santos serão intensificadas nos próximos anos. Para dar apoio ao crescimento da atuação da empresa na região foi adquirida uma área de 25 mil m² no bairro histórico do Valongo, na cidade de Santos, em 2008. No terreno serão construídas três torres, de onde serão coordenadas as operações da bacia.

As instalações da futura sede da Unidade de Operações da Bacia de Santos terão capacidade para acomodar cerca de 6 mil pessoas. Com o projeto, em conjunto com outros realizados na região, o bairro passará por profundo processo de revitalização. Será o primeiro prédio com certifi-cação verde da cidade e que prevê, em seu proje-to, o uso inteligente de recursos naturais.

Esse empreendimento ilustra uma história bem-sucedida que começou quando, no início da

década de 2000, a Petrobras decidiu expandir as suas atividades exploratórias para além do núcleo central da Bacia de Campos, intensificando as pesquisas a Norte e Sul daquela área, avançando pelas bacias de Santos e do Espírito Santo.

Para o apoio logístico, já são utilizadas, hoje, quatro áreas de apoio aéreo às operações da Bacia de Santos: em Jacarepaguá e Cabo Frio, no Rio de Janeiro; Itanhaém, em São Paulo; e Navegantes, em Santa Catarina. Para apoio marítimo, são uti-lizadas três outras áreas: porto do Rio de Janeiro e porto de Imbetiba/Macaé, no estado do Rio de Janeiro, e porto de Itajaí, em Santa Catarina Além disso, está sendo considerada a instalação de duas bases logísticas com infraestrutura portuária e aeroportuária em Itaguaí, no Rio de Janeiro, e em parte da base aérea de Santos, no Guarujá, em São Paulo.

Demandas por bens e serviços sustentarão a criação de milhares de novos empregos, a qualificação da mão de obra e o aumento da renda de diversos setores no Brasil

Aquisição de sondas possibilitará elevar os índices

de conteúdo nacional

Geraldo Falcão/Banco de Imagens Petrobras

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Transformando a indústria brasileira

Petrobras conta com fornecedores nacionais para o desenvolvimento do Polo Pré-sal.

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A PETROBRAS CONTA COM A CONSOLIDAÇÃO DO Brasil como um polo fornecedor de bens e ser-viços de engenharia com padrões internacionais de competitividade. Prova disso é a meta global de 67% de conteúdo local nos novos empreen-dimentos da Companhia, estipulada no Plano de Negócios 2010-2014. Estão previstas compras no valor de US$ 142,2 bilhões no mercado nacional nos próximos cinco anos, o que representa um nível de contratação anual no país de cerca de US$ 28,4 bilhões.

A maior prova da confiança que a Petrobras de-posita na indústria nacional reside no fato de que um dos recursos mais críticos para a exploração do pré-sal, a contratação de sondas de perfuração para águas profundas, está centralizada no merca-do brasileiro. Está prevista a construção, no Brasil, de 26 sondas até 2014 (serão 53 até 2020), com conteúdo nacional crescente.

Dois outros programas demonstram os esforços que a Petrobras vem empreendendo para estimu-lar a indústria nacional: o Programa de Moderniza-ção e Expansão da Frota da Transpetro (Promef) e o Programa de Mobilização da Indústria de Petróleo e Gás Natural (Prominp).

PROMINPO Programa de Mobilização da Indústria de Petróleo

e Gás Natural (Prominp), que possui estratégias focadas no fortalecimento da com-petitividade da indústria nacional e na geração de empregos, também tem obtido resultados significativos. O aumento do conteúdo nacional na execução de projetos passou de 57%, em 2003, para 75% em 2009. O crescimento representou encomendas adicionais de US$ 17,8 bilhões no mercado nacional, gerando 755 mil empregos no período.

Investimentos no Brasil (US$ Bilhões)

Área de NegócioInvestimentos no

BrasilColocação no

Mercado NacionalConteúdo Nacional

(%)

E&P 108,2 57,8 53%

Abastecimento 78,6 62,8 80%

Gás e Energia 17,6 14,4 82%

Distribuição 2,3 2,3 100%

PBio 2,3 2,3 100%

Corporativo 3,3 2,6 80%

Total 213,3 142,2 67%

+

US$ 46,4 BILHÕES DE PARCEIROS

Alunos do Prominp

Fonte: Plano de Negócios Petrobras 2010-2014

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Através do Plano Nacional de Qualificação Profissional (PNQP), com um investimento de aproximadamente R$ 260 milhões, o Prominp vai formar, até o final de 2010, 78 mil profissionais em cursos ligados às atividades do setor de petróleo e gás natural, em 15 estados do país. Segundo o coordenador executivo do Prominp, José Renato de Almeida, até o ano de 2013, devido aos investimentos na área do Pré-Sal, a demanda de qualificação profissional será de 207 mil pessoas, sendo boa parte ligada à indústria naval. A necessidade de novos profissionais é mensurada de acordo com o Plano de Negócios da Petrobras, cuja média de investimento anual cresceu mais de sete vezes desde 2003. Passou de US$ 5,8 bilhões para US$ 42,4 bilhões em 2010. “Isso significa para a indústria uma oportunidade e um desafio sete vezes maiores. Para conseguir fazer isso no Brasil, com empresas nacionais, é fundamental um alto nível de competitividade, de forma a prover os serviços necessários a esses projetos”, afirma o coordenador do Prominp.

PROMEFO Promef tem como principal objetivo oferecer

condições para os estaleiros nacionais conquista-

O esforço de resgatar a tradição e a qualidade da indústria naval brasileira já rendeu frutos

Prominp forma novos profissionais para a indústria

rem competitividade em nível global. O programa determina que a construção dos navios ocorra no Brasil com um índice de nacionalização mínimo de 70%. “O Promef é o exercício de uma política industrial. O Brasil, hoje, tem a 4ª maior carteira de encomendas de petroleiros do mundo. O obje-tivo é caminhar no mesmo sentido de sustentabili-dade da Petrobras, para que os estaleiros exportem navios e adquiram novos clientes”, diz o gerente executivo do Promef, Arnaldo Arcadier.

O programa recebeu um investimento de US$ 4,7 bilhões em suas duas primeiras fases (Promef I e II), tendo gerado cerca de 200 mil em-pregos entre diretos e indiretos. O Promef III, que deve iniciar os processos de licitação entre 2012 e 2013, levará em conta as demandas do pré-sal e a entrada em funcionamento das quatro novas refinarias do Nordeste (Pernambuco, Ceará, Ma-ranhão e Rio Grande do Norte) e do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).

O esforço de resgatar a tradição e a qualidade da indústria naval brasileira já rendeu frutos. Em agosto de 2010, durante um seminário no evento Navalshore, um grupo de fornecedores da Japanese Marine Equipment Association (JSMEA) apresentou seus produtos e demonstrou interesse

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em participar do Promef. Alguns deles já fornecem para a Transpetro, subsidiária da Petrobras, e pretendem investir no Brasil por conta da rea-tivação da indústria local de construção naval.

Ao investir em programas como o Promef e o Prominp, a Petrobras busca contribuir para a revi-

talização da indústria brasileira, estagnada desde a década de 90. Dessa forma, o esforço de introduzir conteúdo nacional nas demandas da Companhia irá contribuir para a consolidação do segmento naval no Brasil, país que tem hoje o maior progra-ma de investimentos offshore do mundo.

Estaleiro Brasfels, em Angra dos Reis (RJ)

Encomendas do PROMEF:Dos 49 navios das duas primeiras fases do Promef, 46 já foram licitados e contratados. Os últimos três navios estão em fase final de licitação:•10 navios Suezmax – US$ 1,2 bilhão•5 navios Aframax – US$ 693 milhões•4 navios Panamax – US$ 468 milhões•9 navios de produtos – US$ 552,5 milhões•4 navios aliviadores Suezmax DP – US$ 746 milhões•3 navios aliviadores Aframax DP – US$ 477 milhões•3 navios de bunker – US$ 46 milhões

Encomendas com o resultado definido, à espera da assinatura dos contratos:•3 navios gaseiros – US$ 536 milhões

Encomendas em fase final de licitação:•3 navios de produtos

Total já contratado: US$ 4,7 bilhões

Ari Versiani/Banco de Imagens Petrobras

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O Estaleiro Atlântico SulO Estaleiro Atlântico Sul S.A., criado em novembro de 2005 na região de Suape, em Pernambuco, é o maior estaleiro do Hemisfério Sul. Detém a maior carteira de encomendas do Promef, 22 navios. O empreendimento, um marco na revitalização da indústria naval no Brasil, gerou cerca de 60 mil empregos, entre diretos e indiretos. O EAS recebeu investimentos de R$ 1,4 bilhão e tem capacidade instalada de processamento da ordem de 160 mil toneladas de aço por ano. O estaleiro tem como sócios brasileiros os grupos Camargo Corrêa e Queiroz Galvão e a empresa PJMR. A sócia internacional é a sul-coreana Samsung Heavy Industries (SHI).

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Articulação entre Petrobras, empresas fornecedoras e meio acadêmico para desenvolver o Polo Pré-sal incentiva o surgimento de um dos mais avançados parques tecnológicos do mundo no setor de energia.

Parcerias para crescer

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A ARTICULAÇÃO DA PETROBRAS COM O MEIO

acadêmico e fornecedores de bens e serviços tem sido fundamental para o desenvolvimento das soluções tecnológicas necessárias aos negócios da Companhia. Aperfeiçoadas ao longo dos anos, e agora ainda mais estimuladas pelos imensos desafios do pré-sal, essas parcerias têm provocado uma verdadeira revolução nas instituições de pesquisa brasileiras e estão propiciando o surgimento, no Brasil, de um dos mais avançados parques tecnológicos do mundo nos segmentos de petróleo, gás e energia.

Com o pré-sal, a escala e a complexidade das demandas da Petrobras têm crescido constan-temente. Em função disso, fornecedores tradi-cionais, incluindo grandes multinacionais, estão procurando a Companhia para estabelecerem parcerias de longo prazo para fornecerem bens e serviços, muitas vezes envolvendo tecnologias avançadas. Para o desenvolvimento destas tec-nologias, a Petrobras estimula estas empresas a construírem centros de pesquisas no Brasil, em locais próximos a suas instalações e universi-dades parceiras, intensificando a integração e a troca de conhecimentos. As parcerias também resultam na criação de empregos e na formação de mão-de-obra brasileira altamente qualificada para o setor.

Este incentivo está sendo especialmen-te bem sucedido no Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), localizado próximo ao Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes). O parque já recebeu o anúncio da construção de centros de pesquisa de pelo menos três importantes fornecedoras de equipamentos e serviços na área de petróleo e gás: FMC Technologies, Schlumberger e Baker Hughes. As empresas são líderes de mercado nas suas atividades e irão investir milhões de dólares em instalações e pesquisas, principalmente vol-tadas a exploração e produção offshore.

Entre estas pesquisas previstas, está o teste de integração do primeiro sistema de separação submarina água-óleo (SSAO), fruto de um acor-do de cooperação tecnológica entre a Petrobras e a FMC. O sistema está em fase de construção no

exterior e, depois de concluído, será montado na futura unidade de teste em escala real da FMC no parque.

A UFRJ avalia, ainda, a solicitação de outras empresas que têm interesse em instalar seus cen-tros no parque, além de já ter confirmada a cons-trução de um centro de P&D da Usiminas. Esse movimento vem se ampliando: General Electrics (GE), IBM e Cameron são outras empresas que já anunciaram a intenção de construir centros de pesquisa junto a universidades brasileiras, além de firmar acordos de cooperação tecnológica com a Petrobras.

“Atualmente, o Parque Tecnológico da UFRJ é o único que tem acordos firmados e anunciados com empresas que fornecem bens e serviços para a Petrobras, mas outros acordos certamente serão estabelecidos ao longo dos próximos anos”, afir-ma o gerente executivo do Cenpes, Carlos Tadeu da Costa Fraga.

COLABORAÇÃO EM REDEA Petrobras é, hoje, a empresa que mais investe

em pesquisa e desenvolvimento no Brasil. Entre 2007 e 2009, U$ 2,5 bilhões foram destinados a essa área, na busca por soluções tecnológicas para os desafios da Companhia. Estes investi-mentos devem chegar a US$ 5,1 bilhões entre 2010 e 2014.

Investimentos da Petrobras em P&D entre 2007 e 2009, por área

Devido ao pré-sal, a escala e a complexidade das demandas da Petrobras têm crescido

Produção

Abastecimento

Exploração

Meio Ambiente

Biocombustíveis

Gás & Energia

Outros

47%

21%

12%

10%

3%3%4%

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Além de desenvolver pesquisas internamente e incentivar empresas parceiras, a Petrobras traba-lha em articulação com universidades e institutos de pesquisa. De 2006 a 2009, a Companhia investiu cerca de US$ 200 milhões anualmente em parcerias com essas instituições. Estes inves-timentos são estimulados por uma cláusula pre-sente nos contratos de concessão de exploração e produção entre a Petrobras e a Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), que prevê que pelo menos 1% da receita bruta gerada pelos campos de grande rentabilidade ou grande volume de produção deve ser investido em pes-quisa e desenvolvimento.

Para que estes recursos pudessem ser aprovei-tados de forma adequada, a Petrobras criou, em 2006, o modelo das Redes Temáticas. Cada rede abrange diversas universidades e instituições de pesquisa, que atuam, de forma integrada e sob coordenação da Petrobras, voltados para temas definidos pela Companhia.

Atualmente, existem 50 redes, nas quais cerca de 100 instituições de P&D trocam experiências, compartilham infraestrutura e desenvolvem atividades de pesquisa. No iní-cio, o maior volume de recursos foi destinado à melhoria da infraestrutura dos laboratórios, que passaram a ter padrão equivalente ao dos melhores laboratórios no mundo. Com a capa-cidade física já instalada, tem aumentado de forma constante o valor empregado na realiza-ção dos projetos de pesquisa e na qualificação dos pesquisadores.

Alguns resultados dessa estratégia já podem ser percebidos na prática. Um exemplo é a pes-quisa desenvolvida no Laboratório de Corrosão e Ensaios Não Destrutivos (LNDC), da UFRJ, que faz parte da Rede Tecnológica de Materiais e Controle da Corrosão e tem contribuído para os estudos de definição dos materiais mais adequa-dos para os equipamentos que serão empregados nos campos do pré-sal.

Por meio da estratégia das Redes Temáticas, a área laboratorial construída nas universida-des brasileiras já é cerca de quatro vezes maior que a área existente do Cenpes. E, em função

A inovação como diferencial tem sido um dos pilares para a obtenção de resultados pela Petrobras

das parcerias com estas instituições, para cada pesquisador do Cenpes há cerca de nove pesqui-sadores trabalhando em projetos de interesse da Petrobras na academia brasileira.

Técnico trabalhando no Laboratório de Corrosão e

Ensaios Não Destrutivos (LNDC)Leonardo Borba / Banco de Imagens Petrobras

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O Centro de Pesquisas da Petrobras também está sendo preparado para os desafios dos próxi-mos anos. O espaço físico está sendo duplicado, conforme projeto arquitetônico que é referência em ecoeficiência e propicia espaços colaborativos que incentivam a inovação. Além das instalações

Reconhecimento internacional

Desde o sucesso inicial em exploração e produção em águas profundas na Bacia de Campos, a Petrobras é reconhecida internacionalmente pelo seu desenvolvimento tecnológico. A estratégia tecnológica atual, com a intensificação dos investimentos em instituições de C&T e a crescente cooperação tecnológica com parceiros, vem evidenciando ainda mais esse reconhecimento. Não por acaso, a Companhia foi considerada a quinta empresa mais admirada do setor de petróleo, sendo a primeira no quesito “inovação”, de acordo com ranking da revista Fortune divulgado em março deste ano. O reconhecimento provém da opinião de altos executivos de empresas de todo o mundo e de analistas financeiros ouvidos para a elaboração do ranking, publicado anualmente.

Já o ranking das “50 Empresas Mais Inovadoras do Mundo”, divulgado em abril pela revista Bloomberg Business Week em parceria com o Boston Consulting Group, destaca a Petrobras como 41ª empresa mais inovadora. É a única empresa do Hemisfério Sul e também a única do setor de óleo e gás a constar nessa lista, que levou em consideração uma pesquisa com altos executivos e os resultados financeiros das empresas.

no Rio de Janeiro, o Cenpes conta com cinco núcleos experimentais instalados junto a uni-dades operacionais da Companhia, para testes em escala semi-industrial, possibilitando maior aproximação entre pesquisa e atividades indus-triais (veja figura abaixo).

BIOLUBRIFICANTESFortaleza (CE)

BIOCOMBUSTÍVEISGuamaré (RN)

GARANTIA DE ESCOAMENTO E PROCESSAMENTO

Aracaju (SE)

TECNOLOGIA DE POÇO Taquipe (BA)

REFINOSão Mateus do Sul (PR)

CENPESRio de Janeiro (RJ)

Instalações de P&D da Petrobras e focos de pesquisa

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O Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Banco de Imagens Petrobras

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Segurançanas operações

Gestão de contingência reforça prevenção e assegura soluções rápidas em caso de acidentes.

Juarez Cavalcanti / Banco de Imagens Petrobras

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nas operaçõesPARA AUMENTAR A SEGURANÇA DE SUAS OPERAÇÕES em terra e no mar, a Petrobras conta com a atua-ção integrada e sinérgica de suas unidades ope-racionais e áreas e trabalha em articulação com instâncias governamentais, fornecedores, outras empresas de energia e comunidades do entorno de suas instalações. Além disso, a Companhia par-ticipa da elaboração do Plano Nacional de Contin-gência, a ser instituído ainda este ano no Brasil, por decreto presidencial.

Internamente, cada unidade da Petrobras, seja refinaria, terminal, ou o conjunto de plataformas e ativos na Bacia de Campos, por exemplo, tem um Plano de Resposta a Emergência que define o que fazer no caso de cada possível cenário de incidente ou acidente e estipula os recursos necessários e a respectiva quantidade de que a unidade deve dis-por para atuação local.

Em âmbito mais amplo, a Petrobras tem um Plano de Contingência Regional que contempla o Brasil dividido em seis regiões – Amazônia; Per-nambuco e Maranhão; Bahia, Sergipe e Alagoas; Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais; São Paulo e Centro-Oeste; Paraná, Santa Catari-na e Rio Grande do Sul – e prevê o intercâmbio de recursos entre unidades. Dão suporte às ações deste plano os dez Centros de Defesa Ambiental (CDAs) da Companhia espalhados pelo Brasil, os quais contam com pessoal treinado e de prontidão 24 horas por dia para atuar em casos de derrames de óleo. O CDA de São Paulo, devido a sua pro-ximidade em relação ao Aeroporto Internacional de Guarulhos, o maior do Brasil, também dá su-porte a unidades da Petrobras no exterior. Bases Avançadas dos CDAs, muitas vezes localizadas em áreas inóspitas do Brasil, reforçam a estratégia de segurança da Petrobras.

No caso de os recursos regionais não serem suficientes, é posto em prática o Plano de Contin-gência Corporativo, que tem mapeada toda uma rede de relacionamento com outras empresas de energia, fabricantes de equipamentos, voluntá-rios cadastrados treinados para atuar em caso de emergências, instâncias governamentais e não-governamentais. “O objetivo é mobilizar todas as instâncias de forma rápida e eficaz. Contratos ou acordos nacionais e internacionais são um refor-ço a mais e possibilitam, por exemplo, o apoio de empresas como a Clean Caribbean & Améri-cas (CCA) no caso de ocorrências nos EUA e na América Latina e da Oil Spill Response (OSR) em

ocorrências na África e no Oriente Médio”, explica o gerente setorial de Contingência da Petrobras, Marcio José de Macedo Dertoni.

Somente nos CDAs, onde trabalham cerca de 300 técnicos, a Petrobras dispõe de 200km de bar-reiras de contenção, 100km de barreiras absorven-tes, 85km de mantas absorventes, 200 mil litros de dispersante, 40 mil kg de biorremediadores, 350 tanques infláveis, 222 recolhedores de óleo portá-teis, além de 130 barcos de apoio e 30 embarca-ções de grande porte, entre outros recursos.

AÇÕES DE RESPOSTATendo interface com os três planos, vigora na Pe-

trobras, desde 2006, o Projeto Estratégico de Excelên-cia em SMS, que tem como pilares gestão integrada de SMS; ecoeficiência de operações e produtos; prevenção contra acidentes, incidentes e desvios; saúde dos trabalhadores; prontidão para atuar em situações de emergência, e minimização de riscos e passivos. Nesse projeto, estão previstas ações que reforçam a capacidade de resposta da empresa a derramamentos de óleo de qualquer proporção.

Primeiramente, adota-se o Incident Command System (ICS), sistema de gerenciamento de inci-dentes desenvolvido nos EUA que objetiva res-ponder de maneira integrada e sustentável, sem impedimentos de jurisdições políticas e alfande-gárias, a qualquer tipo de acidente. Nesse caso, padronizam-se terminologias, comunicação e pro-cedimentos, integrando planejamento, logística, operações, finanças, segurança e informações.

O compartilhamento de recursos materiais e humanos, entre diferentes instâncias e empresas, deve estar internalizado em cada um dos pares e ser feito de forma rápida. Afinal, no caso de um acidente de grandes proporções, seria muito pouco provável que uma empresa tivesse todos os recursos necessários disponíveis na quantidade necessária no exato local do ocorrido, sem precisar deslocá-los de outro endereço para lá.

Fica valendo, também, a internalização de recursos em regime de excepcionalidade para que, em caso de necessidade, não haja demora na liberação de equipamentos importados e na concessão de vistos para especialistas trazidos do exterior para atuar nas contingências.

Redimensionam-se os recursos de todos os CDAs da Petrobras, tendo em vista a internaciona-lização da Companhia, a criação prevista de novas unidades e a possível incorporação de outras. Para

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Treinamento de contenção de acidentes na Amazônia

Bruno Veiga / Banco de Imagens Petrobras

tanto, mais equipamentos serão adquiridos. Vale lembrar que, como afirma o consultor técnico da área de Segurança, Meio Ambiente e Saúde da Petrobras Marcus Vinícius Lisboa Brandão, “hoje, a Petrobras sozinha tem mais recursos materiais e humanos disponíveis do que todas as empresas internacionais que atuam em caso de derrames de óleo, com exceção da MSRC, porque trabalha em associação com cerca de outras 50 empresas de menor porte”.

A capacidade de resposta da Petrobras a aciden-tes e o acionamento de todas as possíveis instân-cias envolvidas para atuação em rede, já avaliados periodicamente, passam a ser testados também por meio de exercícios simulados, para que sejam asseguradas soluções rápidas e eficazes em contin-gências reais.

Novas tecnologias passam a ser buscadas para modelar manchas de óleo cada vez melhor, isto é, definir com mais precisão sua origem, sua trajetó-ria e seu destino, o que agiliza o trato da questão. O intercâmbio constante mantido com outras em-presas de energia do mundo contribui para a atua-lização de todos os pares. E o compromisso com a inovação e a tecnologia de ponta também na pre-venção de acidentes se mantém, por intermédio

do centro de pesquisas e desenvolvimento da Pe-trobras (Cenpes) e de parcerias com universidades e outros institutos de P&D em todo o mundo.

Por fim, trabalha-se em articulação total com o governo brasileiro para que, em emergências, es-tejam previamente autorizadas medidas excepcio-nais que não podem ser morosas, de modo que os impactos gerados sejam os menores possíveis.

Todas essas iniciativas ocorrem em sintonia com o Plano Nacional de Contingência em finalização no Brasil, de cujas discussões a Petrobras participa, por intermédio do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis.

A Petrobras também participa das discussões de elaboração do Plano Nacional de Prevenção, Prepa-ração e Resposta Rápida a Emergências Ambientais com Produtos Químicos Perigosos, o qual, dentre outras medidas, objetiva regrar melhor o uso de dispersantes de óleo in situ, alternativa muitas ve-zes descartada no Brasil devido à falta de clareza na regulamentação.

Como se vê, a Petrobras está equipada para atu-ar em caso de incidentes e acidentes de grandes proporções, informada em relação à vanguarda da tecnologia mundial, de modo a adquirir e/ou de-senvolver o que há de melhor nesse âmbito, e apta

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a atuar em rede com instâncias governamentais, fornecedores de bens e serviços e outras empre-sas de energia no Brasil e no exterior por conta de parcerias e contratos internacionais. Essa é a sua segurança em um negócio que, por envolver petró-leo e gás, é de risco e onde todo o cuidado é pouco.

Além disso, lança mão de uma importante fer-ramenta. “A Companhia trabalha intensamente para reduzir riscos, controlar desvios, diminuir a quantidade de acidentes, tornar suas respostas mais eficientes e rápidas e atuar em rede de forma sinérgica. Destaca-se, no setor de energia mun-dial, principalmente nos âmbitos da prevenção e da capacidade de resposta. E, para isso, é necessá-ria uma gestão eficaz, o que hoje temos e estamos continuamente aperfeiçoando”, finaliza o gerente de Articulação e Contingência da área de SMS da Petrobras, Jayme de Seta Filho.

Petrobras participa da elaboração do Plano Nacional de Contingência, a ser instituído ainda este ano no Brasil

Terminal da Ilha D’água (RJ)

Thelma Vidales / Banco de Imagens Petrobras

Um dos dez Centros de Defesa Ambiental da Petrobras

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Integrarpara evoluir

André Valentim / Banco de Imagens Petrobras

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Petrobras implanta nova filosofia de trabalho para integrar suas operações.

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COM O CRESCIMENTO E A DISPERSÃO GEOGRÁFICA

das atividades, além da complexidade cada vez maior das operações nos últimos anos, a Petrobras prepara-se para um salto ainda maior na forma de trabalhar e no gerenciamento de suas operações. A mudança se propõe a integrar um conjunto de ferramentas e sistemas gerenciais criados princi-palmente ao longo da última década. Para que isso aconteça, a empresa começa a implantar uma nova filosofia de trabalho e gerencial: o Gerenciamento Integrado de Operações – GIOp.

Todas as boas práticas e lições aprendidas na longa caminhada da Petrobras para se tornar refe-rência mundial em exploração e produção de pe-tróleo em águas profundas, nas últimas décadas, contribuíram para que a sua área de exploração e produção possa, agora, enfrentar os enormes desafios definidos em seu ambicioso Plano Es-tratégico 2020. O desenvolvimento das grandes acumulações de hidrocarbonetos descobertas na camada pré-sal da Bacia de Santos é um bom exemplo desses desafios e das oportunidades que a Companhia tem pela frente. Ao mesmo tempo, o plano estratégico estabelece que a produção total de petróleo e gás da Petrobras deverá ser superior a 5 milhões de barris de óleo equivalente por dia até 2020. É uma meta ousada, que exigirá formas inovadoras de gerenciamento e de trabalho.

O conceito básico dessa nova filosofia é a inte-gração das operações, com foco em pessoas, pro-

cessos e tecnologia, com o objetivo de aumentar a segurança operacional, a eficiência e reduzir cus-tos. Com o foco nas pessoas, a Petrobras espera es-timular uma forma de trabalhar mais colaborativa, que elimine interfaces e barreiras. Em relação aos processos, a Companhia entende que é necessário redefini-los e simplificá-los. E, sempre que possí-vel, integrar disciplinas e planejar em terra, já que a maior parte de suas atividades é no mar, além de adotar prioritariamente a manutenção preventiva. Em relação à tecnologia, o GIOp privilegiará solu-ções cada vez mais inteligentes e inovadoras, dan-do preferência a tecnologias já existentes. Prevê, também, a adoção de tecnologias desenvolvidas por parceiros, tanto da indústria de petróleo e gás, quanto de universidades.

Para alcançar esses objetivos, a área de Explo-ração e Produção contará com a participação de importantes parceiros tecnológicos. Entre estes, o Centro de Pesquisas da própria Petrobras (Cenpes) e universidades nacionais e internacionais, como a Norwegian University of Science and Technology (NTNU). Além disso, contará com o reforço in-telectual da Cambridge Energy Research Associate (Cera), consultoria independente norte-americana que faz análise de implantações de projetos em grandes empresas.

As unidades operacionais da Companhia já co-meçaram a implantar essa nova filosofia de tra-balho. Uma das prioridades no cronograma de

Centro de Suporte à Decisão na atividade de

construção de poços

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implantação foi, inicialmente, atender aos novos desafios para o desenvolvimento do Polo Pré-sal na Bacia de Santos. No primeiro trabalho em con-junto, a Cera já avaliou como excelente, por exem-plo, o projeto conceitual do Piloto do GIOp para a Unidade de Operações da Bacia de Santos.

PRINCIPAIS ÁREAS AFETADASO GIOp promoverá a integração das informa-

ções na área de Exploração de petróleo da empresa, criando um ambiente colaborativo que englobará geologia, geofísica, perfuração exploratória, labo-ratórios, gestão de projetos e SMS. Os ganhos es-perados com essa nova forma de trabalhar serão o melhor acompanhamento dos processos explorató-rios, a racionalização das atividades e a redução dos custos operacionais e de investimentos.

Na área de Produção, o objetivo será a integra-ção dos processos próprios da produção de pe-tróleo e das interfaces com o gerenciamento das outras áreas, de modo a aumentar a segurança, a eficiência operacional, para melhorar o fator de recuperação (volume de petróleo extraído dos re-servatórios), e reduzir custos de operação e in-vestimentos.

Outra área que deverá ser beneficiada será a cons-trução de poços, com o objetivo de reduzir o tempo de construção. Para isso, entre outras coisas, serão modernizados os Centros de Suporte à Decisão, que possibilitam o monitoramento remoto, a modela-gem e o controle dos processos em tempo real nas operações de perfuração e intervenção em poços.

Na área de instalação e manutenção de sistemas submarinos de produção de petróleo, serão pro-movidos o aprimoramento do já existente Centro de Controle Integrado, assim como a programação e o monitoramento das operações de engenharia submarina, com ênfase nas atividades das embar-cações de apoio. Essas mudanças se propõem a otimizar o atendimento às demandas dos diversos ativos de produção da empresa.

Outro objetivo é disponibilizar, em tempo real, informações de todas as etapas do processo de for-

necimento e transporte de materiais para as diver-sas áreas de exploração e produção. Com isso, a área operacional da empresa poderá planejar, con-trolar e ajustar seus processos, a fim de priorizar o atendimento às suas demandas logísticas.

Mais que uma ferramenta de trabalho, o GIOp é uma mudança cultural que permeará transversal-mente toda a cadeia de valor da área de Explora-ção e Produção da Companhia, preparando-a para cumprir sua visão empresarial de tornar-se uma das cinco maiores empresas integradas de energia do mundo.

O Gerenciamento Integrado de Operações (GIOp) tem como objetivo aumentar a segurança operacional, a eficiência e reduzir custos

Sala de visualização sísmica 3D

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O GIOp cria um ambiente colaborativo e multidisciplinar

Bruno Veiga / Banco de Imagens Petrobras

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Lições aprendidas

O GIOp deverá, ao longo dos próximos anos, integrar ferramentas e sistemas gerenciais de exploração e produção de petróleo no País já desenvolvidos pela Companhia nas últimas décadas. Abrange salas de realidade virtual, centros que controlam as operações, equipamentos que monitoram plataformas a distância, entre outras tecnologias. Caberá ao GIOp coordenar tudo isso, de forma a possibilitar uma visão integrada de todo o processo produtivo da área. Entre as ferramentas e sistemas desenvolvidos pela Companhia nos últimos anos que serão integrados, incluem-se:

• Monitoração e Controle de Processos – A trajetória da Petrobras, até chegar ao estágio atual de automação, teve início nos anos 80, época em que a Companhia introduziu os primeiros sistemas de Monitoração e Controle de Variáveis de Processos. O aprendizado culminou, em 1996, com a instalação da primeira plataforma automatizada, no campo de Ubarana, no Rio Grande do Norte. Na Bacia de Campos, esse processo ocorreu com a instalação, em 1998, do cabo submarino integrado de energia elétrica e telecomunicações no Polo Nordeste e do anel de fibra ótica com perímetro de 490 km. Era a espinha dorsal para outras redes de acesso por radiovisibilidade que atendem, hoje, 83 unidades de produção da Companhia. Em 2000, foi montada uma base tecnológica para possibilitar acesso seguro e em tempo real às informações operacionais integradas nas plataformas. Nascia ali o Plant Information, que posteriormente seria disseminado pela Companhia.

• Processamento de Alto Desempenho de Dados – Dali em diante, muitas outras ferramentas e sis-temas gerenciais surgiram. Em 2001, foi inaugurada a primeira sala de visualização 3D da Companhia. Com o objetivo de dar suporte aos estudos de caracterização de reservatórios de petróleo, outras salas do gênero foram inauguradas em diversas regiões do Brasil.

• Monitoração integrada de campos – Com a crescente inter-relação das diferentes disciplinas nos processos de E&P e a necessidade de tomar decisões de forma integrada, a Petrobras começa a implan-tar, a partir de 2006, seis projetos-pilotos de Gerenciamento Digital Integrado, o GeDIg. Essa iniciativa permitiu avaliar diferentes tecnologias e melhorar a monitoração e o controle das operações diárias de produção, com uma visão integrada dos campos. No ano seguinte, foi instalado o Centro de Controle Operacional (CCO) na Bacia de Campos, com o objetivo de facilitar as decisões de controle da produção em toda a bacia. Já em 2008, foram instaladas, na sede da Bacia de Campos, salas que permitem o monitoramento e controle remoto das operações offshore, as SCR. Essas salas garantem maior interação com os Centros de Gerenciamento Digital Integrado e as Salas de Controle das Plataformas, facilitando a tomada de decisões e o envolvimento imediato dos especialistas em terra.

• Construção de Poços – Em 2006, foram criados os Centros de Suporte à Decisão (CSD), que permitem monitoração remota, modelagem e controle de processos em tempo real nas operações de perfuração e intervenção em poços. Essa nova abordagem aumentou a segurança e a eficiência, além de reduzir tempo, riscos e custos nessas atividades.

• Integridade das instalações – Ainda em 2006, começou a ser implantado um projeto-piloto de Manutenção Baseada na Condição, que consiste no acompanhamento, sistemático e em tempo real, das variáveis e dos parâmetros que indicam o desempenho de turbinas, geradores, compressores e bombas. Dois anos depois, foi implantado o Centro Integrado de Monitoramento de Turbomáquinas (CIM-TBM).Esses projetos buscam definir a necessidade de intervenção em equipamentos críticos, permitindo a realização de ações preventivas e contribuindo para que operem por mais tempo.

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Rumo ao topo

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Plano de Negócios 2010-2014 prepara Petrobras para ficar entre as cinco maiores empresas produtoras de petróleo do mundo.

ESPECIAL PLANO DE NEGÓCIOS

Geraldo Falcão / Banco de Imagens Petrobras

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A PRODUÇÃO TOTAL DE ÓLEO E GÁS DA PETROBRAS, incluídos os campos de petróleo no Brasil e no ex-terior, deverá aumentar da média diária de 2,7 mi-lhões de barris de óleo equivalente (boe), este ano, para 3,9 milhões em 2014 e para 5,3 milhões em 2020. As projeções são do Plano Estratégico 2020 da Companhia, que fixa um crescimento de 9,4% ao ano para a produção de petróleo entre 2010 e 2014 e de 7,1% ao ano entre 2010 e 2020. A estratégia da empresa é chegar a 2020 como uma das cinco maiores empresas produtoras de petró-leo do mundo.

O investimento total da Companhia nos próximos cinco anos, abrangendo todas as áreas de negócios, atingirá US$ 224 bilhões, dos quais US$ 212,3 bilhões (95%) serão aplicados no Brasil e US$ 11,7 bilhões, no exterior. Esse volume de recursos garantirá, entre outras aplicações, a execução de 686 projetos. Do total a ser investido, US$ 31,6 bilhões corresponderão a projetos novos. “Nenhuma outra grande empresa tem um programa de crescimento da produção de petróleo e gás tão acelerado”, anunciou o presidente da

Companhia, José Sergio Gabrielli de Azevedo, ao lançar o Plano de Negócios da Petrobras para os próximos cinco anos.

A área de Exploração e Produção da empresa continuará a absorver a maior fatia dos recursos programados. Serão US$ 118,8 bilhões, entre 2010 e 2014, englobadas as aplicações no Brasil e nos demais países onde a Petrobras atua. Esse volume de investimentos corresponde a 53% do total programado para toda a Companhia.

As aplicações na Área Internacional, nos pró-ximos anos, corresponderão a 5% dos investi-mentos totais programados pela empresa. Serão, basicamente, projetos voltados para o desenvol-vimento da produção no Golfo do México, na Costa Oeste da África e nos países onde a Petro-bras atua na América Latina. As atividades ex-ploratórias fora do Brasil estarão concentradas na área do Atlântico.

Como consequência, principalmente, do cres-cimento acelerado da produção, os investimentos no segmento de refino, transporte e comerciali-zação (RTC), totalizarão, proporcionalmente, o

A estratégia da Petrobras é chegar a 2020 como uma das cinco maiores produtoras de petróleo do mundo

ESPECIAL PLANO DE NEGÓCIOS

Ehder de Souza / Banco de Imagens Petrobras

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maior aumento percentual em relação ao Plano de Negócios anterior. Serão US$ 73,6 bilhões, no pe-ríodo, 69,5% a mais que o valor nominal do PN 2009-2013, divulgado em janeiro do ano passado, que previa aplicações de US$ 43,4 bilhões. A ex-pectativa da empresa é chegar a 2014 com uma capacidade de refino de 2,26 milhões de barris por dia. E a 3,19 milhões de bpd em 2020.

A área de gás e energia é outra cujos investi-mentos foram bastante aumentados do plano de negócios anterior para o atual. Enquanto o PN 2009-2013 reservava US$ 11,8 bilhões para esse segmento, o de 2010-2014 prevê aplicações de US$ 17,8 bilhões, o que corresponde a um au-mento de 50,8%.

APOSTA NA INDÚSTRIA NACIONALUma decisão estratégica importante da Compa-

nhia, ao formular o novo Plano de Negócios, foi dar prioridade à indústria brasileira na elabora-ção dos projetos a serem executados. Do total a ser investido entre 2010 e 2014, nada menos que US$ 142,2 bilhões serão destinados a compras de bens e serviços no mercado nacional. Essa cifra é 40% maior que a prevista no PN 2009-2013, que destinava US$ 100,9 bilhões para as indústrias e empresas prestadoras de serviço brasileiras.

Essa estratégia deverá ter enorme repercussão em diversos setores produtivos da indústria nacio-nal. Serão, na média, US$ 28,4 bilhões por ano de aquisições no mercado interno, com reflexos não só na produção, como também de empregos no País. Na média, os projetos programados terão mais de dois terços de conteúdo nacional, ou 67%.

Essa política de investimentos terá repercus-são direta na demanda por mão de obra, tanto na Petrobras quanto nas indústrias e empresas for-necedoras de bens e serviços. O novo Plano de Negócios calcula que, entre 2010 e 2014, esses in-vestimentos terão gerado 1 milhão 456 mil novos postos de trabalho, dos quais 380 mil na própria Companhia, 542 mil nas empresas fornecedoras e 534 mil decorrentes do aumento do consumo gerado pela renda dos empregos criados.

INVESTIMENTOS EM E&PDos US$ 108,2 bilhões previstos para a área

de Exploração e Produção no Brasil, US$ 77,9 bilhões serão investidos no desenvolvimento da produção. Os projetos no pós-sal absorverão US$ 75,2 bilhões. E os do pré-sal, que está em fase inicial de desenvolvimento, US$ 33 bilhões.

ESPECIAL PLANO DE NEGÓCIOS

Geraldo Falcão / Banco de Imagens Petrobras

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Para o segmento de Exploração estão reservados US$ 18 bilhões, dos quais US$ 13,7 bilhões para o pós-sal e US$ 4,3 bilhões para o pré-sal. Todos esses números referem-se exclusivamente às áreas já concedidas.

Até 2013, a empresa deverá ter contratado 26 novas sondas de perfuração, 465 barcos de apoio e especiais, 53 plataformas de produção, entre se-missubmersíveis e FPSOs, além de 81 outros equi-pamentos. Até 2015, esses números subirão, não cumulativamente, para 31 sondas, 491 barcos de apoio, 63 plataformas e 83 outros equipamentos. Até 2020, serão 53 sondas, 504 barcos, 84 plata-formas e 85 outros equipamentos.

Dos 5,3 milhões de barris de óleo equivalente (boe) diários produzidos previstos para 2020, qua-se 4 milhões serão de petróleo. Desse total, 1 mi-lhão será extraído das áreas do pré-sal. Para isso, nos próximos cinco anos, a empresa já deverá im-plementar, nessas áreas, 21 projetos, com 15 testes de longa duração, quatro pilotos de produção, um projeto definitivo e um de produção antecipada.

MAIOR CAPACIDADE DE REFINOPara acompanhar o crescimento acelerado da

produção de petróleo, o novo plano propõe, tam-

bém, aumento considerável da capacidade de refi-no da empresa. “A razão entre produção e refino, que hoje é de 1,08 vezes, passará para 1,32 vezes em 2014 e para 1,23 em 2020”, ressaltou Ga-brielli. Com isso, a empresa manterá o equilíbrio na relação entre produção de petróleo e capacida-de de refino. Parte do excedente será exportada.

Entre os principais projetos programados para ampliar a capacidade de refino, estão previstos, para 2010, a conclusão da refinaria Clara Cama-rão, no Rio Grande do Norte, e a conclusão do projeto de ampliação da Refinaria de Paulínia, em São Paulo. No período 2010-2014, deverão entrar em operação a Refinaria do Nordeste e a refinaria de derivados do Complexo Petroquími-co do Rio de Janeiro (Comperj). Em 2014, deverá entrar em operação, também, a primeira fase da refinaria Premium I, no Maranhão. Entre 2014 e 2020, o plano prevê a conclusão da segunda fase da refinaria Premium I, o início da operação da Premium II, que está sendo construída no Ceará, e o começo da operação da área de petroquímica do Comperj. Com esses projetos, a capacidade de refino da Companhia chegará a 2,26 milhões de barris por dia em 2014 e a 3,19 milhões de barris por dia em 2020.

ESPECIAL PLANO DE NEGÓCIOS

Geraldo Falcão / Banco de Imagens Petrobras

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MAIS GÁS E ENERGIADos US$ 17,8 bilhões a serem aplicados na área

de Gás e Energia da empresa, US$ 2,7 bilhões serão investidos em novas plantas de regaseifica-ção de gás natural liquefeito; US$ 4,1 bilhões na ampliação do parque gerador de energia elétrica; e US$ 5,7 bilhões nos segmentos de gás-química, fertilizantes e amônia. Os US$ 5,3 bilhões restantes serão aplicados na ampliação da malha de dutos.

A Petrobras pretende chegar ao fim de 2014 com uma capacidade instalada de energia elétrica de 7.892 MW, um crescimento de 9% em relação à capacidade atual, que já chega a 7.227 MW.

Os ciclos de investimentos na carteira de pro-jetos da empresa tendem a se reduzir na área de infraestrutura e aumentar na de gás-química. São projetos que permitirão aumentar o valor agrega-do ao gás produzido. A demanda por gás natural projetada pela empresa chegará a 130 milhões de metros cúbicos em 2014. Desse total, 53 milhões de metros cúbicos se destinarão à geração elétrica, 41 milhões, à geração industrial e 4 milhões, à produção de fertilizantes.

A produção de fertilizantes da Companhia deverá passar de 1 milhão de toneladas por ano, em 2010, para 3,74 milhões de toneladas/ano em 2020.

ESPECIAL PLANO DE NEGÓCIOS

Geraldo Falcão / Banco de Imagens Petrobras

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ETANOL E BIOCOMBUSTÍVEISO Plano de Negócios prevê, também, cresci-

mento de quase 200% na produção de etanol. O objetivo da empresa é chegar a 2014 totalizando produção anual de 2,6 bilhões de litros de etanol e a capacidade de produção de biodiesel, no Brasil, de 747 milhões de litros/ano.

A estratégia da empresa na área de biocombus-tíveis é atuar de forma integrada no Sistema Pe-

trobras, buscando sinergias, potencializar novos mercados e garantir os existentes. Nessa linha, a Companhia prepara-se para aumentar a exporta-ção de etanol, por exemplo, passando dos 330 mi-lhões de litros, do ano passado, para 449 milhões este ano e para 1 bilhão e 55 mil litros em 2014. Com isso, a empresa se firmará como a maior pro-dutora e exportadora do produto no Brasil.

ESPECIAL PLANO DE NEGÓCIOS

André Valentim / Banco de Imagens Petrobras

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ESCRITÓRIOS DA PETROBRAS

AngolaRua Pedro Felix Machado, 51 - 2º andar - Caixa Postal 2665 - Luanda - AngolaTel: (244 2) 39 0330 / fax: (244 2) 39 0480 / e-mail: [email protected] Geral: Manoel Murilo Silva

ArgentinaAv. Maipú, nº 1 - 22º piso - C1084AB - Buenos Aires - ArgentinaTel: (54 11) 4344-6072 / e-mail: [email protected] CEO: Carlos Alberto da Costa

BolíviaAvenida Grigota, esquina Los Troncos, casi 4to anillo, casilla 6886Santa Cruz de la Sierra - BoliviaTel: (591 3) 358 6030 / fax: (591 3) 358 6157 / e-mail: [email protected] General: Claudio Castejon

ChileAv. Los Conquistadores, 1700 - Torre Santa María, 6° piso A - Providencia - Chile.Tel: 00562 3812130/31/32 / fax : 00562 3812133 / e-mail: [email protected] General: Vilson Reichemback da Silva

ChinaLevel 12th floor, units 21-25 - China World Tower 1 / China World Trade Center - nº 1JianGuoMenWai Avenue - Beijing 100004 - ChinaTel: (86 10) 650 598 37 / fax: (86 10) 650 59 850 / e-mail: [email protected] Manager: Marcelo Castilho da Silva

Cingapura435 Orchard Road, 17-05 Wisma Atria - Singapore 238877Tel: (65) 6550 50 80 / fax: (65) 6734 9087 / e-mail: [email protected] Director: Odilia Dauzacker

ColômbiaCarrera 7, 71/21 - Edificio Bancafé, torre B, 17º piso - Santa Fe de Bogotá - ColombiaTel: (57 1) 313 5000 / fax: (57 1) 313 5070 / e-mail: [email protected] General: Abilio Paulo Pinheiro Ramos

CubaPiso 2, Oficina 216, Avenida 3º, entre 76 e 78, Miramar, Municipio Playa - Ciudad de LaHavana – CubaTel: (53 7) 207 9754 / e-mail: [email protected] General: João Carlos Figueira Araújo

Petrobras Magazine • Edição Especial de Negócios Editada pela Petrobras

Redação: Cláudia Gisele Peres Martins, Eduardo Gutterres Villela,

Estephani Zavarise, Larissa Asfora, Odília Raquel Raulino de Almeida,

Telmo Wambier e Vinícius Bastiani

Revisão: Cláudia Gisele Peres Martins

Editoração: Flávia da Matta Design

Foto da capa: Roberto Rosa / Banco de Imagens Petrobras

Pré-impressão e Impressão: Ipsis Gráfica e Editora

A Petrobras Magazine não é vendida. Para solicitar exemplares, uso de imagens,

informações adicionais, entre em contato conosco:

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EquadorEsquina de Av. Amazonas N39-123 y José Arízaga - Edificio Amazonas - Plaza, piso 5- Quito, EcuadorTel: (593-2) 2985-300 / fax. (593-2) 2985-396 / e-mail: [email protected]: Javier Jorge Gremes Cordero

EUA - Houston10350 Richmond Ave., Suite 1400 - Houston, TX 77042 - USATel: (1 713) 808-2000 / fax: (1 713) 808-2017 / e-mail: [email protected] Manager: José Orlando Melo de Azevedo

EUA - Nova York570 Lexington, 43rd floor - New York, NY 10022-6837 - USATel: (1 212) 829 1517 / fax: (1 212) 832 5300 / e-mail: [email protected] Manager: Theodore Helms

HolandaWeenapoint, toren A - Weena 722, 3e. verdieping - 3014 DA - Rotterdam - The NetherlandsTel: (31 010) 206-7000 / e-mail: [email protected]: Samir Passos Awad

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LíbiaAl Fateh Tower, 2 - rooms 156 and 157 - Tripoli - LibyaTel: (218 91) 215-0634 / e-mail: [email protected] Manager: Iran Garcia da Costa

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Pré-sal pra valerSistemas definitivos dão a largada para produção

em escala comercial na acumulação de Tupi

Petrobras impulsiona indústria e parque tecnológico brasileiro

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