perspectiva pedagÓgica da saÚde como elemento … · defendiam o conceito de saúde e qualidade...
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PERSPECTIVA PEDAGÓGICA DA SAÚDE COMO ELEMENTO ARTICULADOR
DOS CONTEÚDOS ESTRUTURANTES DO ENSINO MÉDIO
André Nogaroto1
RESUMO
Discutir a temática saúde enquanto elemento articulador dos conteúdos estruturantes do ensino médio, por meio de conceitos teóricos, vivências e práticas reflexivas, buscando superar o conceito da Educação Física no âmbito escolar como mera atividade e/ou aquisição de aptidão física, para a categoria de conhecimento relevante, possível de ser apropriado pelos estudantes, foi o principal objetivo deste trabalho. O trabalho pedagógico consistiu do estudo de conceitos relacionados à temática, do estabelecimento de um protocolo de avaliação física e de uma tabela de critérios comparativos, os quais serviram para aprofundar o conhecimento dos estudantes em relação as suas aptidões físicas, possibilidades e limites do próprio corpo, além de reconhecerem o valor da aptidão física como um meio de usufruírem das práticas da cultura corporal. Durante toda a implementação do projeto, buscou-se a integração entre teoria e vivências práticas, com o intuito de facilitar a aprendizagem dos estudantes. Todas as etapas da implementação foram precedidas e orientadas por avaliações, as quais nortearam o trabalho didático e permitiram maior reflexão por parte dos estudantes. As avaliações e resultados obtidos, bem como o relato dos estudantes demonstram que os objetivos propostos inicialmente, foram atingidos, reforçando um dos importantes aspectos da Educação Física, qual seja, que o ser humano se constrói e reconstrói a partir dos conhecimentos que possui sobre o seu movimentar-se.
Palavras chave: Educação Física. Saúde. Ensino Médio. Conteúdos Estruturantes. Elementos Articuladores. Aptidão Física.
1 Graduado em Educação Física em 1990 pela FAFICLA. Especialista em Treinamento Desportivo
pela UEL – 1997. Professor da Rede Estadual de Ensino do Paraná desde 1994. Participante do
Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE/2007.
ABSTRACT
Teaching Perspectives of Health as an Articulating Element of the Structuring Contents of a High School Curriculum
Taking into account that health is Articulating Element of the Structuring Contents of a high school curriculum, through its theoretical concepts, practical experiences and reflective practice, one which goes beyond the concept of Physical Education as a
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mere activity for the acquisition of physical fitness to be seen as of relevant knowledge which may be appropriate for students, was the main objective of this academic work. It consisted of the study of educational concepts related to the theme, the establishment of a protocol for assessing physical fitness and the building of a table of comparative criteria, which served to deepen the knowledge students have of their physical aptitudes, possibilities and limits of their own body, as well as to allow them to recognize the value of physical fitness as a way to enjoy the practices of body culture. Throughout the implementation of this project, the aim was to integrate theory and practice in order to facilitate students’ learning. All stages of implementation were preceded and guided by assessments, which guided the teaching work and allowed greater reflection on the part of students. The evaluations and results obtained, as well as the reports of students show that the proposed objectives have been achieved by strengthening one of the important aspects of the of Physical Education, that is, human beings are built and rebuilt according to the awareness they have of their movements
Keywords: Physical Education. Health. High School. Structuring Content. Articulating Elements. Physical Fitness.
1 INTRODUÇÃO
Nas Diretrizes Curriculares de Educação Física para a Educação Básica,
propostas pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná, diversos conteúdos
foram categorizados como conteúdos estruturantes, sendo eles; os jogos, as
danças, as lutas, o esporte e a ginástica. Foram estabelecidos também os chamados
“elementos articuladores” que devem integrar e articular as práticas corporais,
permitindo um aprofundamento e diálogo entre elas (PARANÁ, 2006).
No presente artigo são apresentados os objetivos, fundamentações teóricas,
procedimentos e encaminhamentos pedagógicos, bem como os resultados
alcançados pelos alunos e conclusões emitidas pelo professor, durante o
desenvolvimento dos conteúdos relacionados à temática “saúde” enquanto elemento
articulador dos conteúdos estruturantes da Educação Física no ensino médio.
O projeto iniciou-se pela percepção de que dentre os elementos
articuladores, um deles, a saúde, esteve ligada em diversos momentos históricos
aos conteúdos da educação física escolar e presente, também, em várias vertentes
da educação física, como nos períodos higienista, militarista e tecnicista
(GUIRALDELLI JUNIOR, 1991), em que saúde era encarada apenas como
conseqüência da aptidão física obtida durante as aulas, fato que deu origem a
muitas críticas, pois o necessário suporte teórico e crítico que poderia subsidiar o
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conhecimento acerca da “cultura corporal” e elevar a temática ao nível de
conhecimento relevante, nunca foi ofertado aos estudantes nestes períodos.
Atualmente, a relação entre a aptidão física e um melhor estado de saúde é
propalada pela mídia, as academias estão repletas de praticantes que se atiram às
atividades sem refletir minimamente sobre elas e seus efeitos, e, até mesmo, o
neologismo “malhar” se tornou usual entre as pessoas, uma verdadeira mistificação
do “culto ao corpo”.
A par disso, a educação física escolar, não tem dado conta de subsidiar os
estudantes com conhecimentos técnicos e científicos que possam colaborar na
formação de cidadãos dotados de conhecimentos necessários a um entendimento,
amplo e aprofundado, acerca da aptidão física da saúde e dos elementos que
compõem a cultura corporal de movimentos.
Diante desses fatos, com a implementação do projeto, buscou-se atingir
alguns objetivos como; elaborar e aplicar um rol de conteúdos significativos que
contribuíssem na superação da aptidão física vista como mero resultado de
atividade, para a categoria de conhecimentos relevantes, que possibilitassem aos
estudantes a releitura e melhor entendimento das práticas corporais, expressas
pelos conteúdos estruturantes; por meio do conteúdo estruturante ginástica,
possibilitar aos estudantes, vivenciarem a prática de cada um dos componentes da
aptidão física relacionada à saúde; implementar um protocolo de avaliação física,
composto de testes motores que envolvessem conceitos teórico-práticos,
possibilitando aos estudantes interagirem com os componentes da aptidão física
relacionados à saúde, presentes nos elementos da cultura corporal de movimentos.
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A educação física escolar ao longo das últimas décadas apoiou-se em
diversas vertentes ou movimentos pedagógicos em busca de sua legitimação dentro
da escola. Algumas dessas vertentes criaram raízes profundas na “cultura” da
educação física escolar, enraizando-se fortemente nas práticas desenvolvidas até
hoje dentro das escolas.
Dentre algumas vertentes que balizaram ou tiveram elementos fortemente
enraizados na educação física escolar, podemos destacar, a educação física de
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cunho higienista, a militarista e a educação física tecnicista que buscou enfatizar o
ensino dos desportos de rendimento nas escolas, período em que se consolidou a
implantação da desportivização na Educação Física Escolar (GUIRALDELLI
JUNIOR, 991). Em todas estas vertentes, a aptidão física sempre foi tratada como
objetivo a ser atingido durante atividades realizadas nas aulas, reduzindo as práticas
corporais a meras atividades destituídas de reflexão crítica.
A partir dos anos 1980, algumas tendências nas áreas pedagógicas
começaram a ganhar destaque entre os profissionais, como foi o caso da
psicomotricidade que surgiu contrapondo-se as perspectivas metodológicas de
automação e rendimento motor, expressos no modelo didático da desportivização da
Educação Física Escolar.
Em meados da década de 1980 um movimento buscando a renovação da
Educação Física e que se denominou “progressista” desenvolveu algumas
abordagens em que se destacam a pedagogia desenvolvimentista e a pedagogia
construtivista.
Vinculadas às discussões da pedagogia crítica brasileira e às análises das
ciências humanas, sobretudo da Filosofia da Educação e da Sociologia estão às
pedagogias crítico-emancipatória, e a pedagogia crítico-superadora – cujo objeto de
estudo da Educação Física é a “cultura corporal”, formada por conteúdos, tais como:
o esporte, a ginástica, a dança, as lutas e os jogos (PARANÁ, 2006).
Na década de 1990 foram elaborados os PCN – Parâmetros Curriculares
Nacionais – que continham elementos da pedagogia construtivista piagetiana,
elementos da abordagem tecnicista, sob a idéia de eficiência e eficácia, e, também,
defendiam o conceito de saúde e qualidade de vida do aluno pautado na aptidão
física. Verificou-se também, uma desvalorização da teoria, em nome de questões
imediatistas e abstratas, presentes na pedagogia das competências (PARANÁ,
2006).
Em alguns momentos da trajetória da Educação Física na escola, algumas
propostas descaracterizavam o caráter educativo da disciplina, vinculando a mesma
a momentos de lazer e recreação, conforme podemos observar nas palavras de
Guedes e Guedes (1993, p. 16):
Dentro desta realidade, varias propostas tem sido advogadas, entretanto, a maioria delas, a nosso ver, colocando o Professor de Educação Física como um simples coadjuvante do processo educacional, responsável, simplesmente por entreter e recrear as crianças e jovens através das chamadas atividades esportivas,
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organizar e acompanhar atividades comemorativas, ensinar habilidades relacionadas ao esporte, orientar atividades lúdicas, orientar atividades ginásticas, etc, ao invés de desenvolver um conjunto de conteúdos que possa, verdadeiramente, contribuir na formação, em termos educacionais do indivíduo, assim como o fazem qualquer outra disciplina pertencente ao currículo de I e II graus.
As Diretrizes Curriculares de Educação Física para a Educação Básica
ancorada na pedagogia crítico-superadora e que adota como objeto de estudo a
“cultura corporal” propõe como ‘conteúdos estruturantes’ para o ensino médio: Os
jogos, as danças, as lutas, o esporte e a ginástica, estabelecem também “elementos
articuladores” que devem integrar e articular as práticas corporais permitindo um
aprofundamento e diálogo entre elas. Os elementos articulares propostos são: O
corpo, a saúde, a desportivização, a tática e técnica, o lazer, a mídia e a diversidade
étnico-racial, de gênero e de pessoas com necessidades educacionais especiais
(PARANÁ, 2006).
Em todas as fases históricas da Educação Física Escolar em praticamente
todas as vertentes adotadas a cada tempo, percebemos que a aptidão física sempre
foi um tema valorado ou criticado como conteúdo, na maioria das vezes as críticas
foram procedentes, pois nos períodos higienista, militarista e tecnicista a aptidão
física foi tratada como meta a ser atingida e desenvolvida em sala de aula sem o
necessário suporte teórico e crítico da “cultura corporal” tão presente em nossa
sociedade.
Nas novas Diretrizes Curriculares para a Educação Física, um dos
elementos articuladores dos conteúdos de ensino médio é o tema saúde:
A saúde pode ser abordada tanto em seu aspecto individual, como bem de um sujeito singular, quanto em seu aspecto social, ou seja, no âmbito das relações socioambientais. Eis alguns elementos a serem considerados como constitutivos da saúde, na perspectiva destas Diretrizes Curriculares de Educação Física: - Nutrição: trata-se da abordagem das necessidades diárias de ingestão de carboidratos, de lipídios, de proteínas, de vitaminas e de aminoácidos, e também de seu aproveitamento pelo organismo, no processo metabólico que ocorre durante uma determinada prática corporal; - Aspectos anatomo-fisiológicos da prática corporal: trata-se de conhecer o funcionamento do próprio corpo; identificar seus limites na relação entre prática corporal e condicionamento físico, e propor avaliação física e seus protocolos; - Lesões e primeiros socorros: abordam informações sobre as lesões mais freqüentes ocorridas nas práticas corporais e como tratá-las a
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partir das noções de primeiros socorros. Trata-se, ainda, de discutir as conseqüências ou seqüelas do treinamento de alto nível no corpo dos atletas; - Doping: discutem-se as influências das condições econômicas, sociais, políticas e históricas no uso de substâncias ilícitas por atletas e não-atletas, numa sociedade pautada na competição exacerbada; os motivos, os valores determinantes no uso de esteróides anabolizantes e seus efeitos. (PARANÁ, 2006, p. 37).
Apontados estes elementos articuladores e após uma breve análise,
percebe-se que o tema saúde deve ser abordado tanto em seu aspecto individual,
como bem de um sujeito singular, quanto em seu aspecto social, ou seja, no âmbito
das relações sociais e nas relações com o ambiente.
Mais um aspecto a ser redimensionado na Educação Física Escolar são os
protocolos de avaliação física, que apesar de já terem superado os “exames
biométricos”, realizados durante décadas burocraticamente, com seus resultados
abandonados em arquivos e gavetas, sem cumprir nenhum papel de relevância para
o processo de ensino-aprendizagem, continuam sendo aplicados em muitas escolas,
sem contextualização, significação e valorização dos conhecimentos que podem
estar entrelaçados, aos resultados obtidos, a um nível de aptidão e saúde e aos
conteúdos estruturantes.
Diante disto, para desenvolver a temática saúde enquanto elemento
articulador dos conteúdos estruturantes do Ensino Médio, optou-se pela elaboração
de um material didático específico, bem como pela implementação do mesmo na
escola e acompanhamento dos resultados por meio de avaliação.
Algumas reflexões e questionamentos serviram como base na elaboração do
material didático bem como na implementação do projeto, sendo elas;
• Quais conteúdos devem ser desenvolvidos em sala de aula, relacionados
à aptidão física e a saúde, que venham superar o caráter de mera
atividade e aquisição de aptidão física nas aulas, para a categoria de
“conhecimento” relevante e que possa ser apropriado pelos alunos de
forma a torná-los autônomos em relação à prática de atividades
corporais?
• Quais conceitos teóricos são fundamentais para que o aluno possa balizar
as atividades corporais de forma a possibilitar um entendimento
aprofundado em relação ao funcionamento e aos limites do corpo?
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• Qual o protocolo de avaliação física deve ser implementado e quais
conceitos teórico-práticos devem ser ministrados de forma a tornar esta
prática parte de um conhecimento com importância social, e que permita
uma leitura e um aprofundamento das possibilidades e necessidades
corporais dentro da cultura de movimentos?
Na busca por respostas para esses questionamentos, foram consultados
autores e literaturas, os quais apontaram alguns caminhos.
Atualmente entende-se a Educação Física Escolar como uma área que trata
da “cultura corporal” e que tem como finalidade introduzir e integrar o aluno nesta
esfera, auxiliando na formação de quem vai produzi-la, reproduzi-la e também
transformá-la. Nesse sentido, o aluno deverá ser instrumentalizado para usufruir dos
jogos, danças, lutas, ginástica e esporte em benefício do exercício crítico da
cidadania e da melhoria da qualidade de vida (BETTI, 1992).
Ao analisarmos o fenômeno do culto ao corpo, da cultura das academias de
ginástica, da criação do neologismo “malhar”, do surgimento do personal trainner, e
do consumo ligado às atividades físicas, notaremos claramente que existe toda uma
mistificação em relação à atividade física e sua relação com a saúde.
A Educação Física Escolar deve sob este contexto ser capaz de propiciar
condições de dotar os alunos de autonomia em relação à prática de atividades
corporais, desmistificando o “culto ao corpo”, buscando durante o período de
escolarização, promover uma formação sólida em relação à prática de atividades
físicas, com conhecimentos teóricos e vivências práticas de maneira que eles
possam manter uma atividade física regular, sem o auxílio de especialistas se assim
desejarem.
Um aspecto que deve ser considerado neste caso é o domínio cognitivo, ou
seja, o conhecimento e o reconhecimento da importância da atividade física, que
significa, entender, compreender o porquê realizar atividade física, como realizá-la,
quais os efeitos, além de outros, (DARIDO, RANGEL-BETTI, RAMOS, GALVÃO,
FERREIRA, SILVA, RODRIGUES, SANCHEZ, PONTES e CUNHA, 2001).
Para possibilitar a integração dos conteúdos estruturantes através do tema
articulador saúde, com aquisição significativa de conhecimentos, fez-se necessário
dominar conceitos básicos relativos ao tema.
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Sendo abordada inicialmente em seu aspecto individual e com isso
possibilitar o avanço do conhecimento em relação ao seu aspecto social, permitindo
a reflexão e crítica de condicionantes históricas em relação às práticas corporais.
Dentre os conceitos que devem ser levados em consideração destacamos:
Saúde; Com alguma freqüência o termo saúde tem sido caracterizado como
ausência de doença, uma concepção vaga e difusa, pois a saúde não pode ser algo
de apreensão empírica, ou um fenômeno objetivo e diretamente observável. Pelo
contrário, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, saúde se identifica com
uma multiplicidade de aspectos do comportamento humano, voltados a um estado
de completo bem-estar físico, mental e social (GUEDES e GUEDES, 1995).
Graças a essa conceituação, assumimos uma posição de mudança em
relação à dicotomia saúde e doença, apontando para uma visão mais abrangente
em que essas duas noções antagônicas devam ser analisadas como fenômeno de
um processo multifatorial e contínuo.
Nessa perspectiva fica evidente que o estado de ser saudável não é algo
estático, pelo contrário, é necessário adquiri-lo, construí-lo e reconstruí-lo
constantemente ao longo da vida, oferecendo claros indícios de que a saúde além
de ser fruto do ambiente social é também de domínio educacional, e, que não deva
ser tratada apenas com base em referenciais de natureza biológica e higienista,
mas, sobretudo num contexto didático-pedagógico.
Atividade física; É definida como qualquer movimento corporal, produzido
pelos músculos esqueléticos, que resultem em gasto energético maior do que os
níveis de repouso (GUEDES e GUEDES, 1995).
Exercício Físico; Por definição, exercício físico é toda atividade física
planejada, estruturada e repetitiva que tem por objetivo a melhoria e a manutenção
de um ou mais componentes da aptidão física (GUEDES e GUEDES, 1995).
Aptidão Física: Apesar da sua importância para a saúde e para a realização
de atividades corporais, uma definição exata não tem sido aceita universalmente,
porém duas definições serão consideradas segundo a Organização Mundial da
Saúde (WHO, 1978), a aptidão física deve ser entendida como “a capacidade de
realizar trabalho muscular de maneira satisfatória”, o que nos parece um tanto
restrito em relação a uma definição bem mais ampla e abrangente proposta por
Bouchard e colaboradores (1990) e reproduzida por Guedes e Guedes (1995, p.15):
[...] um estado dinâmico de energia e vitalidade que permita a cada um não apenas a realização das tarefas do cotidiano, as ocupações
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ativas das horas de lazer, mas também evitar o aparecimento das disfunções hipocinéticas, enquanto funcionando no pico da capacidade intelectual e sentindo uma alegria em viver.
Outro ponto importante que pode influenciar no conhecimento do próprio
corpo, bem como identificar limites na relação entre prática corporal e
condicionamento físico, é o estabelecimento de um protocolo de avaliação física
para os alunos do ensino médio, não como apenas um instrumento de medida, mas
correlacionado com conceitos teóricos e análise crítica dos resultados observados.
Utilizado como estratégia para atingir um conhecimento amplo a respeito do
“culto ao corpo” presente em nossa sociedade e permitir uma tomada de posição
autônoma em relação às práticas corporais e aos mecanismos sociais circundantes.
Em relação à adoção de um protocolo de avaliação física, parece-nos
interessante que este protocolo seja composto de testes que mantenham relação
com componentes da aptidão física relacionados à saúde, em detrimento de
componentes com relação à prática esportiva, em que predominam a competição e
níveis máximos de esforço.
Neste sentido, Barbanti (1991), relaciona alguns componentes da aptidão
física relacionada à saúde que são: resistência aeróbica, força muscular, resistência
muscular, flexibilidade e composição corporal. Já Gallahue e Ozmun (2002),
relacionam um conjunto de testes mais comumente utilizados em pesquisas de
aptidão física relativa a saúde em crianças, bem como uma síntese das descobertas
apuradas por estas pesquisas, tornando-se um referencial bastante importante na
adoção de um protocolo de avaliação física para os alunos do ensino médio.
Os Componentes descritos por Gallahue e Ozmun (2002), para os quais eles
apresentam alguns testes comuns realizados são: Resistência cardiovascular, força
muscular, resistência muscular, flexibilidade e composição corporal.
Na maioria dos estudos realizados em escolares os componentes testados e
os testes realizados não diferem muito, tornando-se um bom referencial em relação
a qual teste usar, cabendo ressaltar que é possível e desejável criar adaptações
para uma realização com ênfase pedagógica quando pensarmos em um protocolo
de avaliação física que deva ser utilizado como estratégia de aprendizagem sobre a
saúde e as práticas corporais, na Educação Física Escolar.
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2.2 DESENVOLVIMENTO METODOLÓGICO DA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
Durante o desenvolvimento do projeto, buscou-se elaborar e re-elaborar
conteúdos que pudessem facilitar o entendimento dos alunos em relação à saúde
enquanto elemento articulador dos conteúdos estruturantes da Educação Física
Escolar, bem como se buscou estabelecer uma padronização mínima no
desenvolvimento e abordagem dos conteúdos, facilitando o trabalho docente e
respeitando as diferenças locais e equipamentos disponíveis.
O conteúdo estruturante com o qual se trabalhou durante o desenvolvimento
do projeto foi à ginástica. Optou-se por este conteúdo pela facilidade de aplicar
diretamente atividades ginásticas que se relacionam com os componentes da
aptidão relacionada à saúde.
O material didático teórico foi produzido com base nos conceitos de saúde,
aptidão física, componentes da aptidão física relacionados à saúde e critérios de
avaliações físicas.
Estabeleceu-se ainda um protocolo de avaliação física, que está descrito
detalhadamente no tópico sobre material didático, o qual foi implementado com os
estudantes e que em sala de aula, tiveram seus resultados classificados, discutidos
e analisados, o que contribuiu significativamente para aprimorar o nível de
conhecimentos sobre o próprio corpo, sobre suas limitações e possibilidades e sobre
os componentes da aptidão física, colaborando para desmistificar as práticas ligadas
ao “culto ao corpo”.
Procurou-se constantemente reforçar o caráter pedagógico desses
conteúdos e procedimentos, entrelaçando-os com os conteúdos estruturantes,
cientes da importância da abordagem dessas informações que podem e devem ser
transformadas em conhecimentos úteis e necessários dentro de um entendimento
amplo e aprofundado da cultura corporal de movimentos.
Durante todo o desenvolvimento do projeto, bem como na sua finalização,
foram realizadas avaliações (APÊNDICES A e B), para apurar os níveis de
apreensão dos conteúdos, como também para direcionar o encaminhamento
pedagógico e oferecer subsídios ao professor quanto aos resultados dos
procedimentos adotados e analisar a efetividade e necessidade de possíveis
modificações nos conteúdos e protocolos propostos.
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2.2.1 Implementação do projeto na escola
A implementação do projeto na escola se deu durante um semestre e foi
realizado em 36 aulas, em seis ações distintas, porém interligadas e
complementares que foram planejadas e executadas a fim de possibilitar o
desenvolvimento da proposta de intervenção na escola.
O que se propôs foi explorar o elemento articulador saúde numa perspectiva
de interligação das atividades corporais por meio de conteúdos teórico-práticos que
subsidiassem a prática pedagógica no desenvolvimento da temática proposta.
Como estratégia foi proposta a implementação de uma bateria de testes
motores, junto com análises dos resultados e completo entendimento dos conceitos
acerca dos componentes da aptidão física, com o objetivo de oferecer aos
estudantes subsídios para chegarem a um melhor entendimento das práticas
corporais e maior conhecimento dos limites e capacidades do seu próprio corpo,
reforçando o caráter pedagógico dessa atividade.
A apresentação, discussão e análise dos conceitos sobre aptidão,
componentes da aptidão e saúde, precederam a aplicação da bateria de testes
motores, subsidiando todas as ações e conclusões resultantes do processo.
A primeira ação implementada, com base no material didático desenvolvido,
foi à apresentação, discussão e análise de conceitos teóricos relacionados com os
componentes da aptidão física e saúde. Neste primeiro momento, cada conceito foi
trabalhado de forma teórica, porém, buscando sempre adequar o conteúdo à
realidade dos estudantes, valendo-se de exemplificações que puderam facilitar o
entendimento e apreensão do conteúdo.
Os temas e conceitos que foram estudados foram:
• Saúde;
• Aptidão física;
• Componentes da aptidão física;
• Força muscular;
• Resistência muscular;
• Flexibilidade;
• Resistência Cardiorrespiratória.
A segunda ação implementada consistiu na apresentação de um protocolo
de avaliação da aptidão motora, uma tabela de critérios e de uma bateria de testes,
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tendo como base a proposta Physical Best (AAHPERD, 1988), os quais foram
utilizados com o objetivo de avaliar os componentes da aptidão física dos estudantes
e subsidiar a discussão de suas implicações e aplicações no cotidiano e nas
relações com os conteúdos estruturantes da Educação Física no Ensino Médio.
Optou-se por uma bateria de testes que pudesse ser facilmente aplicada e
com resultados referenciados por critérios compatíveis com a população escolar,
facilitando com isso que cada jovem individualmente pudesse saber se é capaz de
alcançar os padrões previamente estabelecidos.
Cada teste foi apresentado, analisando o que se procurar medir com ele e
quais os critérios estabelecidos e sua significação enquanto resultado. Durante toda
a análise, buscou-se não perder o enfoque pedagógico dado a esta bateria de
testes, deixando bastante claro que os padrões a que esta bateria de testes se
refere, mede uma situação em que se pode inferir que a pessoa se encontra em um
melhor estado de aptidão física e que estar "fora do padrão", não significa demérito
algum, apenas a constatação de um estado corporal que inspire novas atitudes por
parte do estudante.
A terceira ação consistiu-se na aplicação das avaliações de peso, estatura e
desenvolvimento do cálculo de índice de massa corporal para jovens (IMC), com os
estudantes, os quais realizaram uma auto-avaliação através da comparação com
critérios estabelecidos pela tabela Physical Best estudada anteriormente
(AAHPERD, 1988).
Os testes de peso e estatura, bem como a aprendizagem do cálculo do
índice de massa corporal, foram precedidos de uma devida explicação quanto aos
seus significados e implicações, buscando-se assim abordar o tema sob um enfoque
pedagógico.
Atividades como realizar a medida de estatura corporal deitado e comparar
com o resultado alcançado pelo protocolo em pé, conduziu os estudantes a
questionamentos bastante interessantes, garantindo-se dessa maneira uma melhor
apreensão dos conteúdos e uma aprendizagem mais significativa.
Outra estratégia adota foi, como tarefa de casa, realizar a medida de
estatura na parte da manha e à noite, o que também possibilitou aprofundar a
reflexão sobre a dinâmica corporal e as variações decorrentes dessa dinâmica.
Após aprendizagem do cálculo, e da realização da auto-avaliação, os
estudantes puderam desenvolver atividades complementares, tais como; avaliar o
índice de massa corporal dos pais, familiares e ou conhecidos, como forma de
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reforço do conteúdo e para perceberem a variedade da condição física da população
da qual fazem parte.
Nesta ocasião foram ainda abordadas como conteúdo complementar por
meio de artigos e pesquisa na Internet as conseqüências do sobrepeso no
comprometimento da saúde e as possíveis estratégias de manutenção ou de
redução do peso corporal.
A quarta ação realizada foi a aplicação dos testes de flexibilidade, flexões
abdominais, flexões de braço e corrida/caminhada de 12 minutos, analisando cada
teste e possibilitando por meio da reflexão e análise dos estudantes a percepção das
suas capacidades e limitações.
A aplicação de cada um dos testes segundo o protocolo proposto no material
didático permitiu aos estudantes coletar os resultados, anotá-los e fazer sua auto-
avaliação no momento da apresentação dos critérios pré-estabelecidos (tabela de
critérios estabelecidos pela proposta Physical Best – Adaptada por sugestões do
autor).
Durante a aplicação de cada um dos testes buscou-se a fidedignidade na
realização, porém o enfoque mais importante sempre foi o pedagógico, que
explicitava claramente qual o componente mensurado bem como a sua relação com
a aptidão física, com um melhor estado de saúde e com os elementos presentes na
cultura corporal de movimento.
O desenvolvimento de um circuito de ginástica calistênica como estratégia
para vivenciar e melhorar os índices obtidos na avaliação física foi a quinta ação
implementada, a qual contou ainda com uma outra estratégia de ensino, a saber, o
desenvolvimento de um circuito de exercícios ginásticos, que permitiu aos alunos
vivenciar a aplicação e formas de se alcançar melhorias nos níveis de cada um dos
componentes da aptidão física estudados, avaliados, mensurados e classificados
anteriormente.
O circuito de exercícios foi composto de seis “estações” com diferentes
atividades, em cada estação. A realização de cada uma das atividades (exercícios)
variou entre 30 segundos e um minuto, em cada uma das passagens pelo circuito.
Ao comando do professor, que controlava o tempo, os estudantes mudavam de
“estação” e realizavam outro exercício.
Em cada uma das estações os exercícios realizados abordavam
prioritariamente um dos componentes da aptidão física estudados, num primeiro
momento foi adotada a seguinte seqüência;
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• Sobe e desce da arquibancada ou escada ou ainda “step” (força muscular
localizada);
• Corrida suave em torno de cones (resistência cardiorrespiratória);
• Alongamentos dos membros inferiores – podendo realizá-los sentados na
postura do teste de flexibilidade ou ainda de pé (flexibilidade);
• Flexão de braços com apoio (força/resistência muscular localizada);
• Pular corda ou pequeno obstáculo repetidamente (atividade
cardiorrespiratória);
• Alongamentos dos membros superiores e do tronco, realizados de forma
dinâmica (flexibilidade).
Num segundo momento os estudantes foram divididos em grupos e com
auxílio do material didático disponibilizado pelo professor elaboraram diferentes
circuitos contemplando os diversos componentes da aptidão física relacionada à
saúde.
Nas aulas subseqüentes os circuitos desenvolvidos pelos estudantes foram
executados por todos, sempre seguidos por discussão e análise acerca das
atividades realizadas. Todas as atividades realizadas foram anotadas através de
relatórios e comparadas em sala de aula, com o objetivo de estabelecer quais
circuitos foram mais efetivos, contemplando os principais componentes da aptidão
física relacionada com a saúde.
A sexta e última ação do projeto consistiu nas avaliações dos conteúdos
estudados através da aplicação de questionamentos a serem respondidos pelos
estudantes pautados nos resultados pessoais apurados e nas vivências realizadas.
Como reforço das atividades desenvolvidas, durante a implementação da
proposta de intervenção, para cada uma das ações, houve sempre a realização de
uma tarefa avaliativa, como se segue:
• Na ação referente à apuração de peso e estatura e cálculo do índice de
massa corporal, a tarefa de avaliar os familiares, foi levada em
consideração como instrumento que demonstrou a aprendizagem.
• Após a realização de cada teste da bateria avaliativa, uma auto-avaliação
foi realizada e os conceitos estudados retomados, reforçando o processo
de aprendizagem.
• Na ação referente ao circuito de exercícios de ginástica, a elaboração
pelos próprios estudantes de um novo circuito que buscou contemplar os
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componentes da aptidão física voltada à saúde foi indicativo do nível de
aprendizagem, constituindo-se num importante instrumento avaliativo.
Ao final das ações propostas, foram realizadas duas últimas avaliações, num
primeiro momento, os estudantes transcreveram os resultados obtidos nos testes
avaliativos e procederam a uma análise pessoal dos resultados e de suas
expectativas em relação à melhoria ou manutenção dos níveis alcançados, bem
como possíveis estratégias de prática motora a serem adotadas que envolvessem os
componentes estudados; num segundo momento os estudantes foram submetidos a
uma prova de múltipla escolha que buscou verificar o nível de conhecimento
adquirido sobre os conceitos aprendidos, as vivências realizadas e as
interdependências dos componentes da aptidão física relacionada à saúde com os
elementos da cultura corporal.
2.2.2 Material didático desenvolvido
O material didático desenvolvido foi apresentado em forma de um OAC –
Objeto de Aprendizagem Colaborativo e disponibilizado no Portal Dia-a-Dia
Educação. Dentre os principais elementos do OAC que embasam o material didático
produzido e que descrevem todos os procedimentos teóricos e protocolos de da
bateria de testes implementada, destacam-se a contextualização e a investigação
disciplinar, reproduzidos a seguir:
• Contextualização: Ginástica Escolar e Avaliação Física Como Proposta
Educacional no Combate ao Sedentarismo.
Os diversos meios de comunicação constantemente apresentam pesquisas
que atestam altos percentuais de sedentarismo, bem como doenças e complicações
decorrentes do mesmo entre a população brasileira (FOLHA ONLINE, 2007;
SANT’ANNA, 2008).
Algumas das notícias informam que os níveis de sedentarismo e doenças
relacionadas atingem uma parcela significativa de adultos e estão se intensificando
entre os mais jovens.
Conhecimentos mais aprofundados e significativos em relação à
manutenção da saúde, por meio de exercícios físicos, podem vir a se tornar um dos
aspectos de relevância na Educação Física Escolar. A avaliação física e a ginástica
escolar quando trabalhadas sob uma perspectiva pedagógica e com sólido
16
embasamento teórico deve propiciar se não a reversão dos níveis de sedentarismo,
ao menos o suporte para que os educandos adquiram clareza quanto à necessidade
e importância das práticas de atividades físicas constantes na vida do cidadão.
Comumente observa-se que pautadas na mídia e na questão estética
(CORPOPERFEITOVIDEOS, 2007), as academias de ginástica conseguem um
expressivo número de alunas e alunos (clientes), os quais geralmente buscam
resultados imediatos geralmente estéticos, sendo apenas orientados durante sua
prática, abdicando de conhecimentos mais aprofundados em relação aos benefícios
da prática regular de exercícios físicos. Via de regra os mesmos não se mantém
praticando as atividades físicas por um longo período, geralmente o fazem em
períodos que se restringem aos meses que antecedem o verão.
Enquanto conteúdo da Educação Física Escolar, a ginástica pode romper
com o paradigma estético, sendo abordada pedagogicamente em suas mais
diversas formas, quer seja como modalidade esportiva ou uma das variadas formas
não competitivas (localizada, natural, laboral ou mesmo recreativa).
Fundamentalmente o enfoque sobre a aptidão decorrente das práticas de ginástica,
deve ser pedagógico e estar focado no sólido embasamento dos educandos acerca
dos conceitos e entendimentos dos componentes da aptidão física.
A ginástica e a avaliação física na escola quando trabalhadas com o objetivo
de conscientizar os educandos sobre suas possibilidades e limitações, serão fortes
aliadas na construção da consciência corporal e na apropriação pelos educandos da
cultura de movimento corporal, os quais por sua vez poderão optar como sujeitos
pela prática corporal e motora de sua preferência, aprendendo a decidir e fazer
escolhas, exercícios esses fundamentais no aprendizado da autonomia e na
formação da cidadania.
• Investigação Disciplinar: Avaliação e Conceituação dos Componentes
da Aptidão Física, Relacionados à Saúde.
Como se apresenta a condição física de nossos alunos? Nossos alunos têm
conhecimento e ou percepção dos níveis de sua aptidão física? Conhecem algum
parâmetro para auto-avaliação em relação aos componentes da aptidão física?
Reconhecem quais são os componentes de aptidão física que se relacionam com a
saúde e sabem como aprimorar sua condição física em relação a esses
componentes? Qual protocolo de avaliação poderia ser implementado nas aulas de
Educação Física para compor uma prática pedagógica significativa e integradora dos
conteúdos?
17
Um primeiro momento fundamental é compreender que a aptidão física
permeia todos os conteúdos da Educação Física, facilitando ou limitando as práticas
corporais, dentro e fora das aulas. A relação entre exercícios físicos, aptidão física e
melhores níveis de saúde também precisa ser entendida, pois muitos estudos já
estabeleceram a complexa relação os níveis de prática de exercícios físicos, os
índices da chamada aptidão física e o estado de saúde das pessoas (SKINNER e
OJA, 1994; SHARKEY, 1984; CLAUSEN, 1973; SHEPHARD, 1987;
PAFFENBARGER et alii, 1983; apud GUEDES, 1995).
Uma abordagem quanto à aceitação e convivência com as diferenças
individuais de estatura, peso e aspectos relacionados à aparência, pode e deve ser
realizada neste momento, fortalecendo o enfoque pedagógico e atendendo o
proposto nas Diretrizes Curriculares para a Escola Pública do Paraná.
Em seguida é necessário e fundamental para o aluno conhecer e
compreender alguns conceitos básicos:
Saúde; Deve ser entendida como um estado de “bem estar físico, mental e
social”. Não bastando não estar doente para se ter saúde, mas apresentando
evidências ou atitudes que afastem ao máximo os fatores que possam desencadear
as doenças (GUEDES e GUEDES, 1995).
Aptidão Física: Apesar da definição proposta pela Organização Mundial da
Saúde (W.H.O.) que afirma ser a aptidão física “a capacidade de realizar trabalho
muscular de maneira satisfatória”, outra definição apesar de mais complexa, permite
um entendimento mais aprofundado do termo, reforçando a idéia de funcionamento
integrado dos sistemas de nosso organismo; “um estado dinâmico de energia e
vitalidade que permita a cada um não apenas a realização das tarefas do cotidiano,
as ocupações ativas das horas de lazer e enfrentar emergências imprevistas sem
fadiga excessiva, mas também evitar o aparecimento das disfunções hipocinéticas,
enquanto funcionando no pico da capacidade intelectual e sentindo uma alegria em
viver” (BOUCHARD et alii, 1990 apud GUEDES 1995, p.15).
Componentes da aptidão física voltados à saúde e à prática esportiva:
Apesar de ser bastante comum nas aulas de educação física a realização de
atividades em que estão presentes os componentes velocidade e agilidade, os
autores de maneira geral dividem os componentes da aptidão física voltados à
saúde em força e resistência muscular localizada, flexibilidade e resistência
cardiorrespiratória (componente cardiorrespiratório), além de uma composição
corporal adequada (peso adequado à altura).
18
Os componentes da aptidão física voltados à prática esportiva são definidos
como, velocidade, potência muscular, agilidade, equilíbrio, tempo de reação e
resistência anaeróbia. Além de separarem os componentes de maneira semelhante,
também são unânimes em afirmar que os componentes voltados à prática esportiva
devem ser perseguidos pelos atletas já os componentes voltados à saúde, deveriam
ser objetivo de busca constante por todas as pessoas em razão da adquirirem
juntamente melhores níveis de saúde.
Força/Resistência Muscular: Pode ser definida fisiologicamente como a
capacidade de exercer tensão muscular contra uma determinada resistência.
Portanto, todas as vezes que desenvolvemos tensão onde exista uma resistência
oposta estaremos realizando um trabalho de força. Já a resistência muscular refere-
se ao tempo máximo em que um indivíduo é capaz de manter a força isométrica ou
dinâmica em um determinado exercício ou capacidade de manter a capacidade
contrátil do músculo.
Flexibilidade: É definida como amplitude máxima de movimento voluntário
em uma ou mais articulações sem lesioná-las.
Resistência Cardiorrespiratória: Definida como a capacidade de suprir com
oxigênio todo o organismo humano durante trabalho muscular, associada à
capacidade dos tecidos de utilizar o oxigênio na sustentação do esforço físico
intenso e de duração mais ou menos prolongada.
Após o completo domínio pelos alunos dos conceitos estudados, o passo
seguinte será a aplicação de uma bateria de testes motores, o que possibilitará a
vivência prática de cada componente da aptidão física especificamente, além da
obtenção de resultados individuais, e uma efetiva avaliação e auto-avaliação dos
resultados.
A literatura disponível apresenta alguns protocolos de avaliações
antropométricas e motoras para os componentes relacionados à saúde (BARBANTI
e FREITAS JÚNIOR, 1993; MARINS e GIANNICHI, 1996) e cada protocolo
apresentado trás para avaliação de resultados obtidos, parâmetros ou critérios
próprios estabelecidos com base em achados clínicos e às vezes por comparação
entre populações e ainda algumas vezes por valores médios de populações, o que
pode resultar em parâmetros muitas vezes inadequados para serem utilizados com
escolares.
Diante disso optamos por uma bateria que possa ser facilmente aplicada e
com resultados referenciados por critérios compatíveis com a população escolar,
19
facilitando com isso que cada jovem individualmente possa saber se é capaz de
alcançar os padrões previamente estabelecidos, adaptando os resultados e
propondo substituição de testes buscando simplificar sem perder, porém, o enfoque
pedagógico dado a está bateria de testes.
Neste ponto, novamente devemos atentar para o enfoque pedagógico,
explicitando claramente que os padrões a que este esta bateria de testes se refere,
mede uma situação em que se pode inferir que a pessoa se encontra em um melhor
estado de aptidão física e que estar "fora do padrão", não significa demérito algum,
apenas a constatação de um estado corporal que inspire novas atitudes por parte do
aluno.
Um dos protocolos mais utilizados para avaliação em escolares, por utilizar
padrões específicos para cada sexo e grupo etário e interpretar as informações
concernentes com o modelo de aptidão física relacionada à saúde, e que tem
recebido maior aceitação em todo o mundo e também muito utilizado no Brasil é o
“Physical Best” (AAHPERD, 1988). Diante de muitos protocolos que não foram
estabelecidos para escolares estes é o que se apresenta como a melhor alternativa
para se utilizar como instrumento pedagógico.
Os testes que compõe a proposta Physical Best e que facilmente podem ser
realizados e podem compor uma bateria avaliativa, permitindo uma clara explicitação
dos componentes da aptidão física e suas relações com a saúde são: Teste de
“sentar e alcançar” (flexibilidade), Flexões abdominais (força/resistência muscular
localizada) e corrida/caminhada de longa distância (resistência cardiorrespiratória),
além da determinação do índice de massa corporal por meio da aferição de peso e
estatura e aplicação de fórmula de cálculo apropriada.
Além dos testes constantes na bateria proposta, seria adequada a aplicação
de mais um teste de força/resistência muscular localizada, que pode ser a tradicional
flexão de braços, pela sua simplicidade de aplicação e avaliação de resultados pela
média da turma, separados por sexo.
Os resultados propostos pelo Physical Best – adaptado em metros de
corrida por minuto, com o teste de flexão de braços e resultados avaliados por média
da turma são apresentados na TABELA 1 (feminino) e TABELA 2 (masculino).
TABELA 1 – Critérios específicos de aptidão física e saúde para o sexo feminino e
faixa etária estabelecidos pela proposta Physical Best (AAHPERD,
20
1988) – adaptada em metros por minuto e flexões de braço conforme
os objetivos pedagógicos propostos para o Ensino Médio.
Idade IMC Corrida/Caminhada
Metros/Minuto
Sentar e
Alcançar
Flexões
Abdominais
*Flexões
de Braço
10 14–21 146,27 25 30 Valor
médio da
turma
11 14–21 146,27 25 33 Valor
médio da
turma
12 15–22 146,27 25 33 Valor
médio da
turma
13 15–23 153,23 25 33 Valor
médio da
turma
14 17–24 153,23 25 35 Valor
médio da
turma
15 17–24 153,23 25 35 Valor
médio da
turma
16 17–24 153,23 25 35 Valor
médio da
turma
17 17–25 153,23 25 35 Valor
médio da
turma
18 18–26 153,23 25 35 Valor
médio da
turma
TABELA 2 – Critérios específicos de aptidão física e saúde para o sexo masculino e
faixa etária estabelecidos pela proposta Physical Best (AAHPERD,
21
1988) – adaptada em metros por minuto e flexões de braço conforme
os objetivos pedagógicos propostos para o Ensino Médio.
Idade IMC Corrida/Caminhada
Metros/Minuto
Sentar e
Alcançar
Flexões
Abdominais
*Flexões
de Braço
10 14–20 169,37 25 34 Valor
médio da
turma
11 15–21 178,78 25 36 Valor
médio da
turma
12 15–22 178,78 25 38 Valor
médio da
turma
13 16–23 201,13 25 40 Valor
médio da
turma
14 16–24 207,61 25 40 Valor
médio da
turma
15 17–24 214,53 25 42 Valor
médio da
turma
16 18–24 214,53 25 44 Valor
médio da
turma
17 18–25 214,53 25 44 Valor
médio da
turma
18 18–25 214,53 25 44 Valor
médio da
turma
Os procedimentos para a aplicação dos testes devem ser precedidos de
uma clara explicação aos alunos quanto aos objetivos e procedimentos em cada
situação. Lembrando sempre que o objetivo dos testes é antes de tudo pedagógico e
22
que a fidedignidade dos testes deve sempre ser buscada, porém a ênfase deve ser
dada nos testes e na avaliação como estratégia pedagógica.
Algumas estratégias podem ser adotadas neste ponto, possibilitando o
surgimento de diversos questionamentos e visando melhorar o nível de
aprendizagem. Atividades como realizar a medida de estatura deitado e comparar
com o resultado alcançado pelo protocolo em pé, pode levar a questionamentos
bastante interessantes, ou ainda, como tarefa de casa, realizar a medida de estatura
na parte da manha e à noite, o que também pode aprofundar a reflexão sobre a
dinâmica corporal e as variações decorrentes dessa dinâmica.
Para a medida de estatura recomenda-se a utilização de um estadiômetro de
madeira ou balança antropométrica, como material alternativo, também se pode
utilizar uma fita métrica fixada na presa à parede. O protocolo para esta avaliação
implica em que o avaliado esteja sem calçado, posicionado de maneira ereta, com
os membros superiores pendentes ao longo do corpo, pés unidos, procurando
colocar em contato com a escala de medida as superfícies posteriores do calcanhar,
a cintura pélvica, a cintura escapular e a região occipital, durante a determinação da
medida o avaliado deverá permanecer em apnéia respiratória, olhar voltado a frente
e com a cabeça paralela ao solo.
Para a medida de peso corporal o avaliado deve estar com o mínimo de
roupa possível e sem calçados, deve permanecer no centro da plataforma da
balança, ereto, braços ao longo do corpo, com olhar fixo a frente buscando evitar
oscilações durante a leitura da medida.
O índice de massa corporal deverá ser calculado de preferência pelos
próprios alunos, cada qual com suas próprias medidas antropométricas, mediante a
fórmula IMC= Peso Corporal (Kg)/Estatura (m2), o que permitirá realizar uma auto-
avaliação, ocasião em que o professor deverá aproveitar para explanar sobre as
conseqüências do sobrepeso no comprometimento da saúde, bem como
desenvolver conteúdo adequado que aborde estratégias de manutenção ou de
redução do peso corporal.
O teste de “sentar e alcançar” para medir a flexibilidade foi proposto por ser
de fácil aplicação e execução e por envolver um grande grupo de articulações com
ênfase na região posterior da coxa e na região lombossacra. Este teste foi proposto
inicialmente por Wells e utiliza-se de um equipamento que apesar de não se ajustar
de indivíduo para indivíduo é relativamente simples e de fácil construção. O
equipamento é uma caixa de madeira conhecida como “Banco de Wells”,
23
apresentando dimensões de 30,5 x 30,5 x 30,5 centímetros, tendo a parte superior
plana com 56,5 centímetros de comprimento, na qual é fixada a escala de medida
sendo que o valor 23 coincide com a linha onde o avaliado deverá acomodar seus
pés e o limite da escala é de 50 centímetros.
O protocolo determina que o avaliado deva estar descalço e assumir uma
posição sentada de frente para o aparelho e com os pés em baixo da caixa, joelhos
completamente estendidos e com os pés encostados contra a caixa. O avaliador
(professor) deverá apoiar os joelhos do avaliado, garantindo que os mesmos
permaneçam estendidos durante o movimento de extensibilidade. Para a realização
o avaliado deverá estender-se à frente com as palmas das mãos voltadas para
baixo, uma sobre a outra e em contato com a caixa, procurando alcançar a maior
distância possível, realizando o movimento de modo lento e sem solavancos. Devem
ser realizadas três tentativas, com manutenção da posição por aproximadamente um
segundo, sendo considerado o melhor valor alcançado.
O teste de flexões abdominais por utilizar um grande grupo muscular será
realizado durante 60 segundos, preferencialmente com a utilização de colchonetes
para maior conforto durante a aplicação do teste. O procedimento inicia-se com o
avaliado deitado de costas, joelhos flexionados, plantas dos pés no chão, com os
calcanhares afastados das nádegas aproximadamente 30 a 45 centímetros, os
braços cruzados sobre a face anterior do tórax, com a palma das mãos voltada para
este na altura dos ombros opostos, com o terceiro dedo em direção ao acrômio. Os
pés deverão ser seguros pelo avaliador, que deverá mantê-los em contato
permanente com o solo. O avaliado deverá elevar o troco até o nível em que ocorreu
o contato da face anterior dos antebraços com as coxas, retornando em seguida a
posição inicial até encostar toda as costas no solo. É permitido o descanso entre
uma repetição e outra, mas a finalidade do teste é realizar o maior número possível
de execuções completas.
O teste de corrida/caminhada de 12 minutos deverá ser realizado em uma
quadra de esportes ou pátio em um retângulo com dimensões de 15x25 metros,
totalizando 80 metros de periferia, demarcada a cada cinco metros para facilitar o
controle no final do teste.
O teste consiste em percorrer correndo e ou caminhando a maior distância
possível em 12 minutos, e ao final do tempo o avaliador emitirá um sinal sonoro para
que os avaliados deixem de se locomover, esperando pelo avaliador que registrará a
distância percorrida.
24
Levando-se em conta o enfoque pedagógico, o professor poderá utilizar-se
de estratégias diversas como colocar alunos monitores para contar as voltas dos
avaliados, desde que com a seriedade exigida pelo teste. Um número máximo de
alunos deve ser cuidadosamente estipulado pelo avaliador em cada avaliação para
que não ocorram congestionamentos durante a realização do teste.
O teste de flexões de braço é bastante eficaz para mensurar a força de
membros superiores, pois é de fácil execução e não demanda equipamentos
sofisticados, devendo-se fazer uso de colchonetes como material de auxílio, para
maior conforto do avaliado. O procedimento será a execução da flexão de braço
tradicional, sem o apoio dos joelhos, palmas da mão abertas e espalmadas, dedos
voltados para frente, olhar em direção ao solo e braços abertos na largura dos
ombros, flexionando os cotovelos junto à região lateral do tronco, vale o maior
número de repetições sem tempo estipulado. Quanto à classificação dos avaliados
em dentro ou fora dos critérios, na falta de critérios estabelecidos com validação
deverá ser adotada a média matemática de todas as realizações dividida pelos
alunos da turma como critério mínimo. Apesar de não ser do conhecimento de
ninguém na primeira vez, este é um número aleatório que pode incentivar um bom
número de repetições, lembrando sempre que o enfoque será pedagógico sobre
força/resistência muscular localizada e aptidão física e não prática competitiva.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através da realização deste projeto, que teve como objetivo trabalhar a
temática saúde enquanto elemento articulador dos conteúdos do ensino médio,
percebemos que os objetivos propostos inicialmente foram amplamente
contemplados, propiciando aos estudantes, aquisição de novos conhecimentos em
cada fase da implementação do projeto.
Acreditamos que a escolha dos conteúdos trabalhados teoricamente, foram
fundamentais para embasar um melhor entendimento da relação que se estabelece
entre a vivência prática dos elementos da cultura corporal, a aptidão física e um
melhor estado de saúde das pessoas, contribuindo também para superar o caráter
de mera aquisição de aptidão física em sala de aula, para uma categoria de
“conhecimento” relevante em relação aos elementos da cultura corporal.
25
Quanto ao protocolo de avaliação física implementado, bem como a tabela
de critérios que foi estabelecida para possibilitar à existência de parâmetros
comparativos, consideramos que foi uma estratégia que se mostrou bastante efetiva
para aprimorar e reforçar o conhecimento quanto aos limites e funcionamento do
próprio corpo por parte dos estudantes.
Ter trabalhado com o conteúdo estruturante “ginástica” durante o
desenvolvimento do projeto, parece ter sido uma escolha bastante adequada, pois
favoreceu aos estudantes vivenciarem cada um dos elementos da aptidão física
direcionada a saúde, conceituados teoricamente, estudados e mensurados durante
a bateria de testes aplicada.
Outro aspecto que nos pareceu relevante foi o de ter realizado práticas
avaliativas constantes, estabelecendo diferentes metodologias – trabalhos,
apresentações e avaliações escritas – que sempre contribuíram para reforçar a
aprendizagem dos conteúdos, ao mesmo tempo em que se buscava oferecer uma
retroalimentação para o professor.
Alguns aspectos do projeto que não dizem necessariamente à
implementação, também merecem citação: diante do número de estudantes que não
atingiram pelo menos um dos critérios estabelecidos pela proposta, em torno de
60%, podemos inferir que as práticas corporais das quais eles participam, sejam elas
nas aulas ou no tempo livre, aparentemente não tem sido efetivas em aprimorar a
condição física dos mesmos.
Relacionado ao mesmo aspecto, muitos estudantes demonstraram, através
de declarações em sala de aula e relatos na avaliação, certa “preocupação” em
aumentar sua participação nas práticas corporais, sejam elas; jogos, esporte,
danças, lutas ou ginástica, tanto nas aulas como também em seu tempo livre,
fazendo dessa uma estratégia para melhorar sua aptidão física relacionada a
melhores níveis de saúde. Acreditamos que esta seja uma das conseqüências
esperadas e desejáveis ao se conhecer de maneira mais aprofundada os limites, o
funcionamento e as possibilidades do próprio corpo. Se após estas aulas este
quadro persistir, no ano de 2009 outros objetivos e estratégias de ensino deverão
ser implantados para o desenvolvimento não mais de conhecimentos sobre a
aptidão física, mas de atitudes pró-ativas na formação de grupos de interesses em
relação à cultura corporal de movimentos como grêmio esportivo, grupos de
caminhada e passeio ciclístico, técnicas orientais etc. Como sugestão complementar
para futuros trabalhos que sejam realizados, ou mesmo em aulas curriculares, a
26
relação do elemento articulador saúde com outros conteúdos estruturantes pode ser
explorada e aprimorada, uma vez que priorizamos as aulas de ginástica durante o
desenvolvimento do projeto e, portanto a especificidade de outros conteúdos
estruturantes pode desenvolver novos encaminhamentos metodológicos ainda não
suficientemente elaborados.
REFERÊNCIAS
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BARBANTI, V. J. Aptidão física e saúde. Revista da Fundação de Esporte e Turismo, Curitiba, n.1, p.5-8, 1991.
BARBANTI, V. J. e FREITAS JÚNIOR, I. F. Comparação de índice de aptidão física relacionada à saúde em adolescentes. Revista da APEF, Londrina, v.7, n.14, p.42-46, 1993.
BETTI, M. Ensino de primeiro e segundo graus: educação física para quê? Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas, v.13, n.2, p.282-7, 1992.
CORPOPERFEITOVIDEOS. Ginástica Localizada - Dicas e benefícios. <http://www.youtube.com/watch?v=1vaoPawcu34>. Acessado em 04/02/2008.
DARIDO, S. C; RANGEL-BETTI, I; RAMOS, G. N; GALVÃO, Z; FERREIRA, L. A; SILVA, E. V. M; RODRIGUES, L. H; SANCHES, L; PONTES, G; CUNHA, F. Educação Física, a formação do cidadão e os parâmetros curriculares nacionais. Revista Paulista de Educação Física, São Paulo, v.15, n.1, p.17-32, 2001.
FOLHA ONLINE. Metade dos brasileiros é sedentária, diz pesquisa. <http://noticias.uol.com.br/ultnot/2008/01/05/ult4469u16692.jhtm>. Acessado em 04/02/2008.
GALLAHUE, D. L; OZMUN, J. C. Compreendendo o desenvolvimento motor – bebês, crianças, adolescentes e adultos. 3.ed. São Paulo: Phorte, 2002.
GUEDES, D. P.; GUEDES, J. E. R. P. Educação Física Escolar: Uma Proposta de Promoção da Saúde. Revista da APEF, Londrina. v.7, n.14, p.16-23, 1993.
GUEDES, D. P.; GUEDES, J. E. R. P. Exercícios físicos na promoção da saúde. Londrina: Midiograf, 1995.
GUIRALDELLI JUNIOR, P. Educação Física Progressista – A pedagogia crítico-social dos conteúdos e a educação física brasileira. São Paulo: Edições Loyola, 1991.
MARINS, J. C. B. e GIANNICHI, R. S. Avaliação e prescrição de atividade física: guia prático. Rio de Janeiro: Shape, 1996.
27
PARANÁ. Diretrizes Curriculares de Educação Física para a Educação Básica. Curitiba: Secretaria de Estado da Educação, 2006.
SANT’ANNA, E. Entre jovens brasileiros, 66% estão acima do peso. <http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u326873.shtml>. Acessado em 04/02/2008.
28
APÊNDICE A
Avaliação – 1º ANO ENSINO MÉDIO
Assinale a alternativa que melhor responda às questões seguintes: 1- O índice de massa corpóreo (IMC) é um índice que demonstra:
A) Qual é o nível de gordura do avaliado. B) Como o avaliado se alimenta diariamente. C) A relação entre peso e estatura do avaliado. D) O quanto à pessoa avaliada ainda vai crescer. E) Nenhuma das alternativas anteriores. 2- Uma pessoa adulta que tenha seu índice de massa corporal entre 20 e 25 é
classificada como: A) Abaixo do peso ideal. B) Acima do peso ideal. C) Obesidade mórbida. D) Peso ideal. E) Sobrepeso. 3- Dentre as diversas atitudes a serem tomadas por uma pessoa em estado de
obesidade, podemos relacionar: A) Fazer esportes, pois somente os esportes emagrecem. B) Fazer exercícios físicos extenuantes para emagrecer o mais rápido possível. C) Fazer regimes rígidos e dietas da moda, pois elas sempre garantem
resultados. D) Fazer exercícios físicos e dieta, com acompanhamento de profissional de
educação física e nutricionista. E) Todas as alternativas estão corretas. 4- O teste de abdominal (realizar abdominais por um minuto) testa
prioritariamente a seguinte qualidade física: A) Resistência cardíaca. B) Flexibilidade. C) Coordenação motora. D) Força muscular localizada. E) Todas as alternativas anteriores. 5- No teste de corrida/caminhada de 12 minutos em que a resistência geral do
organismo é avaliada, os órgãos que desempenham uma função primordial para o bom resultado neste teste avaliativo são:
NOME: Nº:
TURMA: DATA: DISCIPLINA: Educação Física
29
A) Coração e rins. B) Rins e pâncreas. C) Pulmões e Pâncreas. D) Coração e pulmões. E) Pulmões e rins. 6- A flexibilidade dos músculos e articulações é melhorada de maneira mais
adequada com a prática de: A) Exercícios de força como, por exemplo, a musculação. B) Exercícios de alongamento. C) Atividades de resistência como corrida. D) Esportes de quadra. E) Esportes individuais.
7- O teste de flexibilidade (Banco de flexibilidade) é importante por ser preditivo
da seguinte disfunção (doença): A) Cardíaca. B) Osteoporose. C) Diabetes. D) Postural. E) Nenhuma das alternativas. 8- Sedentário é um adjetivo que usamos para nos referir a uma pessoa: A) Preguiçosa. B) Folgada. C) Que não realiza atividades físicas. D) Que pratica esportes regularmente. E) Que está acima do peso ideal. 9- Atividade física (exercício físico) recomendado em qualquer idade: A) Esporte. B) Musculação. C) Caminhada. D) Modalidades esportivas radicais. E) Todas as alternativas anteriores. 10- Esporte na escola deve ser entendido como: A) Competição extrema. B) Participação e colaboração. C) Treinamento. D) Esforço físico intenso. E) Nenhuma das anteriores.
30
APÊNDICE B
Avaliação – resultados dos testes e análise pessoal
1º ANO ENSINO MÉDIO
Proceda à transcrição dos resultados obtidos em cada teste, compare com os critérios estabelecidos e a seguir elabore um parecer pessoal, indicando uma possível estratégia de melhoria ou manutenção dos níveis alcançados.
Peso:____________ Estatura:____________
IMC:____________
Parecer e estratégia:
Flexibilidade:____________
Parecer e estratégia:
Flexões abdominais:____________
Parecer e estratégia:
Flexões de braço:____________
Parecer e estratégia:
Corrida/caminhada de 12 minutos:____________
Parecer e estratégia:
NOME: Nº:
TURMA: DATA: DISCIPLINA: Educação Física