percursos da inclusão digital em comunidades rurais (2º congr. literacia media cidadania)
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Luísa Aires CEMRI/Universidade Aberta
PERCURSOS DA INCLUSÃO DIGITAL EM ESPAÇOS RURAIS:
VOZES DE PAIS E PROFESSORES DO 1º CICLO
11-12 de maio 2013 , Lisboa
2º CONGRESSO
LITERACIA, MEDIA CIDADANIA
Trajetória da investigação
Processos de apropriação das tecnologias na Escola e na Família
em contexto rural
2013 2009-2010
Suspensão do projeto
e-Escolinha
Objetivos
REDE DE OBSERVATÓRIOS
MUNICIPAIS PARA A LITERACIA E A
INCLUSÃO DIGITAL
Conhecer os usos e apropriações das
tecnologias digitais na família e na escola
Refletir sobre cronótopos da
inclusão digital - discursos de Pais e
Professores
Elementos Contextuais e Teóricos
• Forte investimento na disseminação de instrumentos digitais, em âmbito escolar, a partir de 2005 (PTE): Projeto e-escolinha.
• Aumento da acessibilidade à Internet.
• Transformação das práticas quotidianas com novos acessos à informação.
• Necessidade de desenvolvimento de competências para o uso das TIC e Internet (Pais e Professores).
• Geografia (a par da idade, nível educacional e de rendimento) dimensão a ter em conta - rural
Inclusão digital
Conceito a interpretar nos sistemas de práticas culturais
localmente situados (Cole, 1986; Warschawer, 2002).
Vinculado aos processos de construção identitária
de indivíduos e grupos sociais
Redimensiona os processos de inovação tecnológica
Desenvolvimento de saberes e competências para a
participação de indivíduos e grupos na vida coletiva
Ultrapassa a mera presença ou domínio de recursos instrumentais
Literacia
Multiliteracias, Transliteracias
Reportórios de práticas para comunicar em contextos sociais e
culturais diversos.
Vinculada a práticas textuais híbridas
Domínio de competências de uso da escrita e da leitura
Estudo Empírico
2009-2010
2013
2ª Fase
1ª Fase
Guião da Entrevista
1ª Fase 2ª Fase
1- Experiências e emoções associadas ao uso das tecnologias digitais e Internet.
1- Experiências e emoções associadas ao uso
das tecnologias digitais e Internet.
2- Rotinas no uso do computador e da Internet, na Escola (1º ciclo) e na Família.
2- Mudanças nas rotinas dos Pais no uso do
computador e da Internet, na Escola (1º ciclo) e na Família.
3- Participação e vigilância dos pais nas escolhas e nos usos do computador no dia-a-dia (em casa e na escola).
3- Participação e vigilância dos pais nas escolhas
e nos usos do computador no dia-a-dia (em casa e na escola).
4- Perspetivas sobre a utilização pedagógica do computador na escola (1º ciclo) e na família.
4- Mudanças nas perspetivas sobre a utilização pedagógica do computador na escola (1º ciclo) e na família.
O Terreno
Entrevistados
N Idades Profissões
1ª Fase:
2010
Mães 7 35-43 2 desempregadas; 3 domésticas; 1 empregada de limpeza; 1 assistente social;
Pais 4 39-46 1 motorista; 1 empregado bancário; 1 GNR; 1 desenhador técnico.
Professores 13 35-54 Professores do 1º ciclo
Total: 24
2ª Fase:
2013
Mães 3 38-45 2 empresáriasi; 1 assistente
social
Pais 2 42-49 1 GNR; 1 desenhador técnico
Professores 6 38-57 Professores do 1º ciclo
Total: 12
i Uma das informantes alterou a sua situação profissional.
Entrevistados
Cronótopos da 1ª fase (2009-2010)
“Domesticação” do Magalhães e reorganização do espaço lúdico
familiar
O computador na Escola: do “dizer” ao “fazer”
O olhar dos pais sobre o computador na Escola
O olhar dos professores sobre o computador na Família
Lugares dos Artefactos em
Contexto Familiar
Lugares dos artefactos tecnológicos no espaço familiar
Tele
visã
o
• Faz parte das memórias de infância.
• Lugar de afetos que marca a organização do espaço família
Tele
mó
vel
• Função utilitária
Co
mp
uta
do
r e
Inte
rnet
• Computador: Importante no dia-a-dia
• Internet: Pouco presente nas famílias carenciadas
• Práticas: Lúdicas; web 1.0
Primórdios da domesticação do “Magalhães”
Reorganização do espaço lúdico da família.
Contexto de uso: descoberta, alegria, aproximação e colaboração entre Pais e Filhos.
Riscos de navegação na Internet – reduzidos (poucas crianças têm acesso à Internet, por razões de ordem económica).
Afastamento entre o discurso social sobre o artefacto e os usos na família.
Forte aproximação entre o objetivo - “garantir o acesso ao primeiro computador a milhares de famílias” (PTE) - e as práticas na família.
Computador na Escola: das narrativas dos professores, às práticas pedagógicas
Reconhecimento do valor do
computador na mediação das aprendizagens
Reduzido uso do computador na
prática pedagógica
Necessidade de desenvolvimento de competências
pedagógicas para o uso na sala de aula
Conceção de literacia digital – valorização dos
contextos formais, em detrimento dos
contextos informais
Desencontro de olhares de Pais e Professores
Reduzido uso do computador
(“Magalhães”) na Escola
Elevado uso do computador
(“Magalhães”) em casa
Pais e Professores
- Os Professores e a Família
• Dimensão colaborativa, lúdica e gratificante das experiências mediadas pelo computador na família.
• Necessidade de se promover a formação dos pais.
• Questionam a atitude passiva da Escola
• Distanciamento do projeto
Reconhecimento das virtualidades pedagógicas do
computador
Esperam da escola maior
intervenção no desenvolvimento de competências
digitais das crianças.
Reclamam o uso sistemático do computador, à semelhança do
que acontece com os restantes materiais de
aprendizagem
Não reconhecimento
do valor de aprendizagem às
experiências lúdicas com o
computador na família
- Os Pais e a Escola
Regresso ao campo, 2013
2ª fase: Cronótopos
Suspensão do programa e-escolinha
Novos papéis dos artefactos digitais na Escola
Olhar retrospetivo dos Pais sobre os usos do computador na
Escola
Olhar retrospetivo dos Professores sobre os usos do
computador na Família
A web 2.0 na família
Transição para a web 2.0
O discurso desloca-se para as ações na web
Magalhães” perde centralidade nos
discursos
Práticas associadas à web 2.0 - participação
e colaboração em redes sociais.
Pais com maior capacidade económica: redes móveis no acesso
à Internet.
Acesso à Internet- mantém-se o fosso em alguns grupos sociais
Novos papéis dos artefactos digitais na Escola
Centros Escolares
Novas lógicas de
organização
Novos artefactos
Quadro Interativo
Novas práticas de
acesso à informação
Banda larga
Novas práticas
de ensino
Olhar otimista sobre as
tecnologias digitais
Suspensão do projeto e-escolinha
Pais Professores
Lamentam a suspensão do programa e.escolinha
O acesso ao computador foi importante e que continuaria a sê-lo (exceção de uma da mães), sobretudo para as crianças de famílias mais carenciadas.
Apesar dos problemas identificados na primeira fase do projeto e-escolinha, a medida teve resultados globais positivos.
Dimensão lúdica do uso do computador na família mantêm-se, sendo-lhe acrescentada importância nas práticas orientadas para a aprendizagem formal.
Suspensão do projeto - cria desigualdades no desenvolvimento de competências para as TIC, entre as crianças mais velhas que tiveram acesso ao computador Magalhães e as crianças mais novas que já não foram abrangidas pelo projeto.
Olhar retrospetivo sobre o computador na Escola e na Família
Pais e Computador na Escola Professores e Computador na
Família
Salientam:
Virtualidades do computador e Internet na escola;
As competências a desenvolver para o uso deste tipo de ferramentas;
Benefícios sociais (à exceção de uma mãe).
Reajustam:
Além da dimensão lúdica que parecem não subscrever, assinalam as vantagens do acesso e desenvolvimento de competências de uso das tecnologias.
A aquisição de competências de uso da Internet em contexto escolar, associada às novas práticas da web 2.0, terá permitido modalizar os discursos sobre o projeto Magalhães, reconhecendo-lhes as virtualidades educativas e sociais.
Reflexões finais
• Inclusão e literacia digital Fenómeno múltiplo e diverso. Enraíza-se nas dinâmicas culturais, educacionais,
económicas, relações de poder, contradições, artefactos presentes nas histórias de indivíduos e grupos.
• Conótopos Traduzem a natureza multidimensional da inclusão digital e,
sobretudo, o seu vínculo às experiências de vida. Do ponto de vista metodológico, rejeita lógicas lineares e
desenvolve-se segundo uma lógica flexível, aberta, construída em relações interdependentes.
Tempos e espaços - construção das narrativas individuais e
coletivas sobre a inclusão digital.
Reflexões finais
• Inclusão digital - cruza-se com a estratificação social, as desigualdades de acesso, adaptação e criação de conhecimento por via de uma domesticação progressiva e dinâmica das Tecnologias da informação (Warschauer, 2002)
• Estudar o fenómeno da literacia e inclusão digital em espaços rurais - interpretar, a partir dos discursos, as relações culturais, educativas e sociais que estruturam o devir social e cultural nestes espaços.
Agradecimentos:
• Pais e Professores participantes no estudo. • Câmara Municipal de Resende. • Câmara Municipal de Pêso da Régua.
Obrigada.