percepÇÃo sÓcioambiental um estudo de caso na resex maracanÃ

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  PERCEPÇÃO SÓCIOAMBIENTA L: UM ESTUDO DE CASO NA RESEX MARACANÃ Regiara Croelhas Modesto 1 ; Ailson dos Santos Cardoso 2 ; Vanessa Monteiro da Rocha 3 . 1 Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará    EMATER/PA, Tv. Anísio Dias, n.10, Centro, Maracanã /PA, e-mail:  [email protected] 2 Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará    EMATER/PA, e-mail: [email protected] 3 Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará    EMATER/PA, e-mail: [email protected]  RESUMO A percepção ambiental é uma ferramenta importante no processo de transição agroecológica, pois  permite o conhecimento da represen tação e valoraçã o do homem em relação ao meio em que está inserido. Este estudo foi desenvolvido com seis famílias da comunidade Pauxis, área da Reserva Extrativista Marinha, no município de Maracanã, Pará. Foram realizadas à observação direta, interrogação e consulta documental ao Registro de Beneficiários RB/INCRA. Os dados foram analisados de forma quantitativa e qualitativa, sendo que nesta última foram reunidas algumas falas  para a apresentaçã o dos resultados. A percepção dos moradores da comunida de em relação a Reserva Extrativista Marinha Maracanã está muito relacionada aos benefícios da construção das casas e ao fomento de embarcações e apetrechos de pesca fornecidos pelo governo federal. Existe a necessidade de desenvolver atividades educativas para esclarecimentos da importância da Reserva e do papel dos usuários/beneficiários na gestão desta unidade, para que assim eles possam contribuir na preservação do ambiente em que vivem. PALAVRAS-CHAVE: Agroecologia, Sustentabilidade, Saberes. ABSTRACT The environmental perception is an important t ool in the process of agroecological transition, because it allows the knowledge represe ntation and valuation of man in relation to the environment in which it operates. This study was designed with six families in the community Pauxis, area of the Marine Extractive Reserve in the municipality of Maracana, Para were made to direct observation, questioning and consultation document to the Registry of Beneficiaries RB/INCRA. The data were analyzed quantitatively and qualitatively, and this last few lines were gathered for the presentation of results. The perception of community residents regarding the Marine Extractive Reserve Maracana is closely related to the benefits of construction of houses and encouraging vessels and fishing gear provided by the federal government. There is a need to develop educational activities for clarification of the importance of the Reserve and the role of users/beneficiaries in the management of this unit, so that they can contribute to preserving the environment in which t hey live. KEY-WORDS: Agroecology , Sustainability, Knowledge INTRODUÇÃO A transição agroecológica é um processo gradual e multilinear de mudança nas atitudes e valores do homem em relação ao manejo e conservação dos agroecossistemas, de evolução contínua e crescente no tempo, sem momento final determinado (CAPORAL, 2005), e que permite a articulação

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PERCEPÇÃO SÓCIOAMBIENTAL: UM ESTUDO DE CASO NA RESEXMARACANÃ

Regiara Croelhas Modesto1; Ailson dos Santos Cardoso2; Vanessa Monteiro da Rocha3.

1Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará – EMATER/PA, Tv. Anísio Dias, n.10, Centro,

Maracanã/PA, e-mail: [email protected] de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará – EMATER/PA, e-mail: [email protected]

3Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará – EMATER/PA, e-mail:

[email protected] 

RESUMOA percepção ambiental é uma ferramenta importante no processo de transição agroecológica, pois

permite o conhecimento da representação e valoração do homem em relação ao meio em que está

inserido. Este estudo foi desenvolvido com seis famílias da comunidade Pauxis, área da Reserva

Extrativista Marinha, no município de Maracanã, Pará. Foram realizadas à observação direta,

interrogação e consulta documental ao Registro de Beneficiários RB/INCRA. Os dados foram

analisados de forma quantitativa e qualitativa, sendo que nesta última foram reunidas algumas falas

para a apresentação dos resultados. A percepção dos moradores da comunidade em relação a Reserva

Extrativista Marinha Maracanã está muito relacionada aos benefícios da construção das casas e ao

fomento de embarcações e apetrechos de pesca fornecidos pelo governo federal. Existe a necessidade

de desenvolver atividades educativas para esclarecimentos da importância da Reserva e do papel dosusuários/beneficiários na gestão desta unidade, para que assim eles possam contribuir na preservação

do ambiente em que vivem.

PALAVRAS-CHAVE: Agroecologia, Sustentabilidade, Saberes.

ABSTRACTThe environmental perception is an important tool in the process of agroecological transition, because

it allows the knowledge representation and valuation of man in relation to the environment in which it

operates. This study was designed with six families in the community Pauxis, area of the Marine

Extractive Reserve in the municipality of Maracana, Para were made to direct observation, questioning

and consultation document to the Registry of Beneficiaries RB/INCRA. The data were analyzed

quantitatively and qualitatively, and this last few lines were gathered for the presentation of results.The perception of community residents regarding the Marine Extractive Reserve Maracana is closely

related to the benefits of construction of houses and encouraging vessels and fishing gear provided by

the federal government. There is a need to develop educational activities for clarification of the

importance of the Reserve and the role of users/beneficiaries in the management of this unit, so that

they can contribute to preserving the environment in which they live.

KEY-WORDS: Agroecology, Sustainability, Knowledge

INTRODUÇÃO

A transição agroecológica é um processo gradual e multilinear de mudança nas atitudes e

valores do homem em relação ao manejo e conservação dos agroecossistemas, de evolução contínua e

crescente no tempo, sem momento final determinado (CAPORAL, 2005), e que permite a articulação

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de diferentes conhecimentos científicos e saberes populares na busca de mais sustentabilidade na

agricultura.

Assim, surge a importância da percepção ambiental que pode ser definida como o ato do

homem perceber o ambiente que se está inserido, aprendendo a proteger e a cuidar do mesmo

(HOEFFEL et al., 2008), abrangendo os sentidos de audição e visão, e as imagens mentais sobre a

realidade: memórias, experiências, valores, cultura, interpretações, atitudes e expectativas.

Este trabalho ocorreu na comunidade Pauxis, área da Reserva Extrativista Marinha

Maracanã, que é uma categoria de Unidade de Conservação, criada em 2002, no município de

Maracanã, Pará. O trabalho teve início em abril de 2010, quando o escritório da Emater Pará,

em Maracanã atendendo a solicitações de emissão de Declarações de Aptidão ao PRONAF

(DAP)  para fins de financiamento agropecuário na linha de crédito do Programa Amazônia

Florescer realizou visitas a seis famílias da comunidade Pauxis, das quais cindo eram  

beneficiárias da Reserva Extrativista Marinha Maracanã, embora muitas delas não

re/conhecessem sua condição, e para as quais a Emater não emitiu os documentos, por ser esta

de responsabilidade legal do INCRA, o que causou desconforto entre famílias beneficiárias e a

empresa. Assim, neste trabalho, buscou-se conhecer a percepção dos moradores da comunidade em

relação a Reserva Extrativista Marinha Maracanã que pudessem nortear ações futuras no local.

MATERIAL E MÉTODOS

Este estudo foi desenvolvido na comunidade Pauxis, Maracanã, Pará através da observação

direta, interrogação e consulta documental ao Registro de Beneficiários RB/INCRA. Segundo Whyte

(1997 apud  LUCENA; FREIRE, 2011) a observação do comportamento humano no ambiente é o

método básico de todas as abordagens da Percepção. A interrogação foi feita por questionário

composto de perguntas abertas e fechadas, aplicados às seis famílias, com total de 15 entrevistados. Os

resultados foram quantitativos e qualitativos, sendo reunidas algumas falas na apresentação dos

resultados qualitativos.

RESULTADOS E DISCUSSÃODurante a pesquisa de campo foram entrevistadas 15 pessoas, com idades entre 22 e 80 anos,

sendo seis do sexo feminino e nove do sexo masculino. Quanto à escolaridade, oito possuem ensino

fundamental incompleto, três o ensino médio incompleto e quatro são analfabetos. Esses dados

escolares são semelhantes aos obtidos por Lucena e Freire (2011), onde 33% dos entrevistados

possuíam o ensino fundamental incompleto; 11% o ensino médio concluído e 4% eram analfabetos.

As principais atividades desenvolvidas no local são a pesca artesanal, seguida do extrativismo do

caranguejo e a agricultura de subsistência.

A percepção dos entrevistados em relação a Reserva foi sendo observada ao longo das

entrevistas. Quando perguntados se sabiam que a comunidade está dentro dos limites da Reserva,

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todos responderam positivamente, porém quando perguntados se eram beneficiários da reserva, dois

entrevistados responderam não saber, cinco positivamente e oito negativamente, sendo que cinco deles

responderam apenas “não” e três justificaram a resposta:

“Não. Eu fiz um cadastro, mas nunca recebi a casa da reserva” “Não. Nós aqui nunca ganhamos nada da reserva” 

“Não. Eu até derrubei a casa (quase) porque disseram que a gente já ia ganhar a da reservae até agora nada. Tivemos que levantar esse pedaço do barraco de novo, senão...” 

Entretanto, após consulta a RB/Incra, verificou-se que cinco das seis famílias entrevistadas

eram beneficiárias da Resex embora não re/conhecesse sua condição. Em seguida foi questionado à

importância de morar em uma área de reserva, criando-se categorias, atribuídas aos valores

mencionados e destacados em algumas falas transcritas a seguir. O valor da segurança, atribuído à

condição de se viver livremente, foi o principal valor percebido entre os entrevistados, citado por seis

deles; o valor da comunidade familiar, atribuído ao significado de viver próximo aos parentes foi

ressaltado por quatro pessoas; o valor da existência, atribuído à importância aos recursos naturais foi

percebido por três pessoas e outras duas se mostraram indiferentes à condição de pertencer a Reserva

Extrativista. Valores semelhantes foram descritos por Lucena e Freire (2011): de existência, ecológico,

risco de extinção, conflitivo, estético e religiosidade e também por Albuquerque (2008): a rotina, a

família, o trabalho e a escola.

“Aqui você dorme como quiser. Só não dorme fora por causa do frio, mas se agüentar dorme. Por aí tem ladrão que não dá” (Valor da segurança) 

“Aqui sempre foi importante. Quando eu nasci não era reserva. E eu nasci e me criei aqui.Somos muito parentes e tive meus filhos e agora já os netos. Tudo aqui” (Valor da

comunidade familiar)

“Aqui é o único lugar que caranguejo puxa carroça. Já viu? É verdade. O bicho é tãogrande que puxa mesmo. Mas só come quem visita a gente. A segunda vez, que é pra vê sevolta. Esse pessoal da Emater tem que voltar sempre aqui. Aí a gente convida pra conhecer ocaranguejo (risos)” (Valor da existência)

“Aqui já teve mais coisa. Tinha muito igarapé, mas começaram a tirar as árvores e secoutudo. Acho que já foi melhor. Os novos precisam cuidar. Com essa reserva tem que melhorar.  

(Valor da existência) 

“Para mim, nenhuma. Disseram que nós íamos ganhar as casas, mas até agora só fizeramquatro. As outras, um diz que é hoje é amanhã e até agora...” (Indiferente)

Quando perguntados se conheciam o Plano de Uso da Reserva todos responderam

negativamente, porém seis pessoas disseram já ter ouvido falar, com os seguintes destaques:

“Uma vez tiraram o curral do João (fictício) porque tava irregular. Disseram que na reservanão podia colocar lá onde tava, mas não mostraram onde tava escrito, só disseram” 

“Aqui não pode derrubar árvore, matar as caças que tá tudo na lei. Nessa aí que a senhora falou” 

“Eu acho que é nisso que tá escrito o negócio do caranguejo. Porque na época que ele andao IBAMA prende tudo que é caranguejo. Só que não é a gente que pega! É gente que vem de

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outro lugar, lá de Igarapé-Açu. Aí a gente não pega e eles pegam, porque eles (o IBAMA) não tão aqui toda hora pra prender”  

Analisando o conteúdo destas respostas fica evidente que os entrevistados não tiveram contato

com o documento que instituiu o Plano de Uso da Reserva. Essa realidade é preocupante, pois nele

está descrito todas as condições de uso sustentável dos recursos naturais desta área. Além disso, as

Reservas propõem um tipo de gestão participativa, na qual talvez não estejam envolvidos os usuários

desta comunidade. Segundo Cafaro (2005 apud  SIQUEIRA, 2008) um dos motivos da falta de

interesse no cumprimento das normas legais ambientais é a falta de poder decisório. Por outro lado,

segundo Wakeford (2001 apud SIQUEIRA, 2008) estudos mostram que, quanto maior o diálogo entre

as partes envolvidas e a percepção de controle sobre o processo de decisão, maior o compro-

metimento, o envolvimento, o desempenho e a motivação pessoal.

Assim, buscou-se identificar também os principais problemas encontrados ou o que eles não

gostam na comunidade Pauxis. Dois entrevistados não perceberam nenhum problema na comunidade e

cinco deles consideraram a precariedade da estrada o principal problema da comunidade. Os demais

problemas citados apareceram na seguinte freqüência de resposta: o lixo (4), o abastecimento de água

(3) e a dificuldade de acesso ao crédito rural (1).

“Não existi o que eu não goste. Moro aqui desde que eu nasci. Graças a Deus!” 

“Não gosto quando o IBAMA aparece por aqui, porque eles prendem o caranguejo, quebramcurral e vão embora. É o nosso ganha pão. Se a gente não pode fazer isso o que a gente pode?Eles não dizem” 

“O nosso problema aqui é a água. A bomba da comunidade já tem uns anos e já tá no fim. É 

a gente que cuida. Aquele dia que vocês vieram aqui [Os Extensionistas]  , vocês viram. Elavive quebrando” 

“Dessa estrada. Quando chove ninguém entra. O ônibus da escola não entra. Os meninostêm que andar esse pedaço [sete quilômetros] pra pegar na pista. E pra voltar de noite é  perigos ter bicho. Gente não, mas bicho. Cobra...” 

“O problema é essa estrada. Ninguém olha pela gente” “O lixo. Aqui não vem ninguém dizer nada. A gente queima o que dá. O resto amontoa. Mas fica cheio de lixo ali atrás: olha!” 

“Não tem dinheiro pra gente melhorar nossa condição. O governo de diz que tem, mas agente pediu pra Emater e não pode pra gente porque é da reserva. Ai ninguém entende”

CONCLUSÃO

A percepção dos moradores da comunidade em relação à Resex Maracanã está muito

relacionada aos benefícios da construção das casas e ao fomento de embarcações e apetrechos de

pesca. 

Existe a necessidade de desenvolver atividades educativas para esclarecimentos da importância

da Reserva Extrativista Marinha Maracanã e do papel dos usuários/beneficiários na gestão desta

unidade, para que assim eles possam contribuir na preservação do ambiente em que vivem.

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Todas as percepções expressas sobre os problemas ou descontentamentos da comunidade,

podem contribuir para que o poder público possa identificar quais os problemas são mais recorrentes e

quais soluções são mais facilmente exeqüíveis.

LITERATURA CITADA

CAPORAL, F. R. Agroecologia não é um tipo de agricultura alternativa. Manaus: Projeto de

Desenvolvimento Local Sustentável do Estado do Amazonas, 2005, 1p. (Informativo, 09)

HOEFFEL, J. L.; FADINI, A. A. B.; MACHADO, M. K.; REIS, J. C. Trajetórias do Jaguary  –  Unidades de conservação, percepção ambiental e turismo: um estudo na APA do SistemaCantareira, São Paulo. Ambiente e Sociedade, v.11, n.1, p. 131-148, 2008.

LUCENA, M. C. M. A.; FREIRE, E. M. X. Percepção ambiental sobre uma Reserva particular doPatrimônio Natural (RPPN), pela Comunidade do Entorno, Semiárido brasileiro. Educação

Ambiental em Ação, n.35, 2011. 

ALBUQUERQUE, M. B. Valores do cotidiano In: OLIVEIRA, I. A. de. Cartografia ribeirinha:

saberes e representações sobre práticas sociais cotidianas de alfabetizandos amazônidas. Belém:

UEPA, p. 81-90, 2008. 

SIQUEIRA, L. de C. Política ambiental para quem? Ambiente & Sociedade, Campinas. v.11, n. 2,

p. 425-437, 2008.