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PERCEÇÕES E INTENÇÕES NA UTILIZAÇÃO DAS TIC POR EDUCADORES E PROFESSORES NA SUA FORMAÇÃO INICIAL E NA FUTURA PRÁTICA PROFISSIONAL Rita Brito Instituto Superior de Ciências Educativas [email protected] Resumo: A discussão em torno da utilização do computador evoluiu de “devemos ou não utilizar o computador em educação?” para “como podemos melhorar a utilização do computador na educação?”. No entanto, são vários os estudos concluem que os computadores ainda não são utilizados eficazmente para e com as crianças (Dawson, 2008; Tezci, 2011). A investigação refere a adoção das TIC (Tecnologias de Informação e Comunicação) no ambiente educativo depende dos sentimentos dos profissionais, competências e atitudes perante as TIC. Ou seja, educadores/professores que têm atitudes positivas relativamente às TIC e que as compreendem como uma ferramenta útil na aprendizagem vão, obviamente, integrá-las na sala mais facilmente que outros professores Porque é que o computador continua a não ser utilizado como uma ferramenta do educador no ensino e aprendizagem? De modo a responder a esta questão foi desenvolvido um estudo que contemplará 3 fases, onde na primeira fase será aplicado um questionário aos alunos da licenciatura em Educação Básica antes da lecionação da Unidade Curricular (UC) “TIC aplicadas à educação”, a segunda fase consta da aplicação do mesmo questionário aos mesmos alunos após o final da UC e numa terceira fase serão selecionados alguns alunos que responderam a ambos os questionários e será feito um período de observação na sua futura prática profissional. Nesta comunicação apresentaremos dados referentes à primeira fase do estudo. Palavras-chave: Tecnologias de informação e comunicação, formação, professores. Introdução A importância do computador em educação tem sido já largamente investigada. As conclusões dos estudos respeitantes a esta temática revelam que crianças que utilizem o computador regularmente em sala têm maiores ganhos desenvolvimentais relativos à inteligência, competências não verbais, conhecimento estrutural, memória de longo prazo, destreza manual, competências verbais, resolução de problemas, abstração e competências conceptuais relativamente a outras crianças sem experiência de utilização do computador na sala (Haugland, 1992; Nir-Gal & Klein, 2004). No entanto “o problema da integração das

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A discussão em torno da utilização do computador evoluiu de “devemos ou não utilizar o computador em educação?” para “como podemos melhorar a utilização do computador na educação?”. No entanto, são vários os estudos concluem que os computadores ainda não são utilizados eficazmente para e com as crianças (Dawson, 2008; Tezci, 2011). A investigação refere a adoção das TIC (Tecnologias de Informação e Comunicação) no ambiente educativo depende dos sentimentos dos profissionais, competências e atitudes perante as TIC. Ou seja, educadores/professores que têm atitudes positivas relativamente às TIC e que as compreendem como uma ferramenta útil na aprendizagem vão, obviamente, integrá-las na sala mais facilmente que outros professoresPorque é que o computador continua a não ser utilizado como uma ferramenta do educador no ensino e aprendizagem? De modo a responder a esta questão foi desenvolvido um estudo que contemplará 3 fases, onde na primeira fase será aplicado um questionário aos alunos da licenciatura em Educação Básica antes da lecionação da Unidade Curricular (UC) “TIC aplicadas à educação”, a segunda fase consta da aplicação do mesmo questionário aos mesmos alunos após o final da UC e numa terceira fase serão selecionados alguns alunos que responderam a ambos os questionários e será feito um período de observação na sua futura prática profissional. Nesta comunicação apresentaremos dados referentes à primeira fase do estudo.

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Page 1: Perceções e intenções na utilização das TIC por educadores e professores na sua formação inicial e na futura prática profissional

PERCEÇÕES E INTENÇÕES NA UTILIZAÇÃO DAS TIC POR

EDUCADORES E PROFESSORES NA SUA FORMAÇÃO INICIAL E

NA FUTURA PRÁTICA PROFISSIONAL

Rita Brito

Instituto Superior de Ciências Educativas [email protected]

Resumo:

A discussão em torno da utilização do computador evoluiu de “devemos ou não utilizar o computador em educação?” para “como podemos melhorar a utilização do computador na educação?”. No entanto, são vários os estudos concluem que os computadores ainda não são utilizados eficazmente para e com as crianças (Dawson, 2008; Tezci, 2011). A investigação refere a adoção das TIC (Tecnologias de Informação e Comunicação) no ambiente educativo depende dos sentimentos dos profissionais, competências e atitudes perante as TIC. Ou seja, educadores/professores que têm atitudes positivas relativamente às TIC e que as compreendem como uma ferramenta útil na aprendizagem vão, obviamente, integrá-las na sala mais facilmente que outros professores

Porque é que o computador continua a não ser utilizado como uma ferramenta do educador no ensino e aprendizagem? De modo a responder a esta questão foi desenvolvido um estudo que contemplará 3 fases, onde na primeira fase será aplicado um questionário aos alunos da licenciatura em Educação Básica antes da lecionação da Unidade Curricular (UC) “TIC aplicadas à educação”, a segunda fase consta da aplicação do mesmo questionário aos mesmos alunos após o final da UC e numa terceira fase serão selecionados alguns alunos que responderam a ambos os questionários e será feito um período de observação na sua futura prática profissional. Nesta comunicação apresentaremos dados referentes à primeira fase do estudo.

Palavras-chave: Tecnologias de informação e comunicação, formação, professores.

Introdução

A importância do computador em educação tem sido já largamente investigada. As

conclusões dos estudos respeitantes a esta temática revelam que crianças que utilizem o

computador regularmente em sala têm maiores ganhos desenvolvimentais relativos à

inteligência, competências não verbais, conhecimento estrutural, memória de longo prazo,

destreza manual, competências verbais, resolução de problemas, abstração e competências

conceptuais relativamente a outras crianças sem experiência de utilização do computador na

sala (Haugland, 1992; Nir-Gal & Klein, 2004). No entanto “o problema da integração das

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tecnologias de informação e comunicação (TIC) na escola continua muito longe de estar

resolvido” (Costa, 2010, s/p), persistindo a integração da tecnologia no curriculum da escola

como um processo complexo, não tendo sido ainda alcançada a integração dos

computadores no ensino e aprendizagem (Dawson, 2008; Papanastasiou & Angeli, 2008;

Tezci, 2011).

Segundo vários investigadores existe uma lacuna entre o que os professores aprendem na

sua formação inicial relativamente às TIC e como eles as utilizam na sua prática profissional

(Ottenbreit-Leftwich, Glazewski, Newby, & Ertmer, 2010; Pope, Hare, & Howard, 2002).

Watt (1980) refere que as perceções e atitudes têm um papel fundamental na maneira de

como os professores lidam com as TIC na sala. Veen (1993) diz-nos que uma

implementação efetiva das TIC depende se os seus utilizadores têm uma atitude positiva

perante as mesmas. O mesmo autor diz que as escolas apenas conseguem encorajar a

utilização das TIC e que a verdadeira adoção depende acima de tudo dos sentimentos dos

professores, competências e atitudes face às TIC. Isto significa que os professores que têm

atitudes positivas relativamente às TIC e que as compreendem como uma ferramenta útil na

aprendizagem vão, obviamente, integrá-las na sala mais facilmente que outros professores

(Becker & Riel, 2000; Sandholtz, Ringstaff, & Dwyer, 1997). Infelizmente a investigação

indica (Brush, 1998; Cuban, 2000; Ely, 1995; Hunt & Bohlin, 1995) que as reformas

relativas à tecnologia falharam porque as perceções, as competências e as atitudes dos

professores nunca são tidas em consideração.

Perante isto, o objetivo do nosso estudo centra-se na verificação das perceções e intenções

na utilização das TIC por futuros educadores de infância e professores do 1º Ciclo nas suas

práticas profissionais.

De seguida apresentaremos a contextualização teórica deste tema, a metodologia utilizada,

analisaremos os resultados e terminaremos com algumas conclusões.

Antes de apresentarmos o marco teórico explicamos alguns termos utilizados neste artigo. O

termo perceções designa o efeito de perceber. O termo atitude é sinónimo de intenção, ou

seja, o resultado da vontade de praticar algo ou de ter algum comportamento. O termo

opinião refere-se a um juízo formado sobre alguma coisa. Ao longo deste artigo utilizamos o

termo docentes para profissionais que já detêm a habilitação e o termo aluno para futuros

docentes.

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1. Contextualização

Atualmente verifica-se a presença de computadores nas escolas devido ao largo

investimento feito pelo Ministério da Educação nas últimas décadas, nomeadamente, e

segundo informação do Plano Tecnológico de Educação (ME, s/d), em 2010 o objetivo seria

que as escolas tivessem 2 alunos por cada computador com ligação à internet e a certificação

de 90% dos docentes com competências TIC. Para além disso os planos de estudos das

instituições de formação inicial de educadores de infância e de professores do 1º Ciclo têm

também sido atualizados, verificando-se a introdução de, pelo menos, uma unidade

curricular (UC) relacionada com TIC nos últimos anos (Brito & Madrid, 2011).

No entanto, o computador, só por si, não contribui significativamente para as aprendizagens

das crianças. Esta utilização só se torna numa aprendizagem importante para as crianças

quando os educadores/professores o utilizam corretamente a nível pedagógico e é integrado

no ambiente de aprendizagem destas e no seu currículo (Gialamas &, Nikolopoulou, 2009),

passando este a ser mais uma ferramenta, equiparada aos livros, jogos, pinturas, entre outros.

O papel do educador/professor na integração do computador no ensino e na aprendizagem é

de extrema importância e as reformas educativas deveriam ter em conta os conhecimentos

destes profissionais, as suas competências, opiniões e atitudes (Cuban, 2000).

Para a integração do computador em ambiente educativo é necessário que o

educador/professor tenha boas perceções sobre o mesmo e que tenha a intenção prévia de o

utilizar. As opiniões de alunos e educadores/professores são essenciais para a integração das

TIC no ambiente educativo, sendo as opiniões positivas fundamentais, na medida em que

influenciam as suas práticas com TIC (Sime & Priestley, 2005). As suas opiniões e

intenções predizem a integração (ou não) dos computadores na sua prática, enquanto que

uma integração com sucesso dependerá de outros fatores como as suas competências e a

formação. Essa formação deve ser providenciada contextualmente e socialmente situada

num ambiente escolar, ao invés de ser um curso autónomo. Este pode ajudar na construção

de conhecimentos básicos, mas inibe a necessária transferência de competências, ou seja,

colocar em prática o que se aprendeu. As “práticas de campo” de alunos relativas à

tecnologia têm um impacto positivo nas suas atitudes em relação à utilização do computador

nas suas práticas profissionais de futuro (Ertmer, 2005; Dexter and Riedel, 2003; Schrum,

1999). À medida que os alunos experienciam a integração das TIC durante estas práticas,

tornam-se mais confiantes na aplicação destas na sua futura profissão (Stulmann, 1998).

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As opiniões influenciam as intenções e estas, por sua vez, influenciam o comportamento

(Dillon & Gayford, 1997; Ma, Anderson, & Streith, 2005). Ou seja, a intenção de um

professor utilizar o computador na sua prática profissional pode ser prevista pela sua

perceção da utilidade do computador. De modo a poder explicar a relação entre opiniões-

intenções-comportamento, quanto mais favoráveis forem as opiniões dos professores, maior

será a probabilidade de realizar o comportamento em questão (Ajzen, 2005). As opiniões

dos professores estão interligadas às suas anteriores experiências com computadores, assim

como as opiniões e atitudes positivas podem ser correlacionadas com o nível da sua anterior

experiência com o computador. Os professores que se sentem confiantes nas suas

competências de utilização do computador vão ver essa mesma utilização do computador na

educação de uma forma positiva. As opiniões dos professores sobre as suas competências na

utilização do computador têm mostrado predizer a integração do computador na sua prática

profissional (Wozney, Venkatesh, & Abrami, 2006). Uma fraca eficácia e falta de

competências na utilização do computador constituem os principais obstáculos na integração

e uso do computador na educação (Kumar & Kumar, 2003; Paraskeva, Bouta, & Papagianni,

2008; Yildirim, 2000).

Referindo-nos às opiniões de educadores de infância, investigações neste campo (Chen &

Chang, 2006; Tsitouridou & Vryzas, 2003, 2004) constataram que estas são modeladas pelos

seus conhecimentos e experiências com o computador, nomeadamente com a utilização

deste em casa juntamente com formação de qualidade que os educadores tenham tido

durante a sua prática profissional. Os educadores com experiência na utilização do

computador e que tenham recebido formação tendem a expressar opiniões positivas ligadas

à confiança na utilização do computador. Os educadores que têm computador em casa

estavam mais propensos a avaliar a sua confiança em níveis mais elevados (Chen & Chang,

2006). Angeli (2004) no seu estudo referencia que embora os futuros educadores de infância

se apropriem da tecnologia no seu papel de estudantes (e.g. trabalhos, preparar atividades),

ainda resistem em vê-la como uma ferramenta na sua prática profissional diária e expressam

pouco desejo de utilizar o computador com as crianças na futura prática profissional (Laffey,

2004).  

Como pudemos verificar, as atitudes e as crenças relativas à integração da tecnologia têm

sido estudadas por vários investigadores (Abbott & Farris, 2000; Ertmer, 1999; Pope, Hare

& Howard, 2002; Swain, 2006; Tezci, 2011), mas poucos fazem o acompanhamento desde

que os alunos estão em formação inicial até à sua prática profissional. Para além disso, a

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investigação tem-se centrado mais nas valências do 1º Ciclo e no ensino secundário (e.g.,

Choy, Wong & Gao, 2008; Jimoyiannis & Komis, 2007; Kiridis, Drossos, & Tsakiridou,

2006), tendo sido dada pouca relevância a alunos em formação inicial de educação de

infância ou já na prática profissional (Angeli, 2004; Kiridis, Tsakiridou, Kaskalis, & Golia,

2004; Laffey, 2004; Tsitouridou & Vryzas, 2001). Este tipo de investigação também é

importante no sentido do desenvolvimento de programas de formação de professores.

Reportando-nos ao caso português e segundo dois estudos efetuados com amplitude nacional

visando conhecer qual a formação ministrada aos alunos de licenciatura de formação inicial

de professores, verificou-se que apesar destas instituições possuírem os recursos humanos e

físicos para trabalharem neste campo, as TIC desempenhavam aqui um papel moderado,

direcionando-se as competências dos alunos mais para um nível técnico, nomeadamente na

utilização de processadores de texto e correio eletrónico. Em relação à integração das TIC

nas práticas profissionais, os alunos mostravam algumas fraquezas (Matos, 2004; Ponte &

Serrazina, 1998).

Perante isto, o objetivo do nosso estudo centra-se na verificação das opiniões, e intenções na

utilização das TIC por futuros educadores de infância e professores do 1º Ciclo nas suas

práticas profissionais. Apresentaremos o plano de investigação no ponto seguinte.

2. Metodologia

Esta investigação segue uma abordagem exploratória de caráter descritivo e interpretativo

(Bogdan & Biklen, 1994).

O estudo que se encontra em desenvolvimento irá dividir-se em 3 fases: numa primeira fase será distribuído um questionário aos alunos do 2º ano da licenciatura em Ensino Básico

anteriormente à lecionação da UC “TIC aplicadas à educação”, de modo verificar as suas

opiniões, competências, perceções e atitudes face ao computador e à sua utilização em

educação; numa segunda fase os mesmos alunos irão responder ao mesmo questionário no

final dessa UC com o objetivo de verificar se as suas opiniões se mantêm após essa

lecionação; na terceira fase serão selecionados alguns alunos que responderam a ambos os

questionários e serão feitas observações na sua prática profissional de modo a averiguar se

as suas intenções referidas anteriormente no questionário se mantêm, e se não se mantêm

qual o motivo. Neste artigo apresentaremos dados referentes à primeira fase do estudo.

2.1 Participantes

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Neste estudo participaram 36 alunos (n=36) do 2º ano da licenciatura do Ensino básico de

uma instituição de ensino superior do concelho de Lisboa, sendo que 27.8% (10) tem menos

de 22 anos, 38.9% (14) tem entre 22 a 25 anos, 8.3% (3) tem entre 26 a 29 anos, 8.3% (3)

tem 30 a 35 anos e 16.7% (6) têm mais de 36 anos. Relativamente aos estudos futuros,

verifica-se que 69.4% (25) quer seguir educação pré-escolar, 13.9 % (5) quer seguir estudos

de 1º Ciclo e 16.7% (6) quer seguir ambas as valências.

2.2 Instrumento de recolha de dados

Como forma de recolha de dados foi utilizado um questionário. Foram feitas pesquisas de

modo a utilizar um questionário já validado pela investigação, no entanto não foi encontrado

nenhum que fosse ao encontro de todos os nossos objetivos, tendo sido encontrados dois

questionários em duas investigações semelhantes a esta (Nikolopoulou K. & Gialamas V.,

2009; Redmond P., Albion P., Maroulis J., 2005). Foi pedida a autorização aos autores dos

mesmos para a sua aplicação, embora com algumas alterações. Ambos os questionários

foram analisados, tendo sido escolhidas algumas perguntas dos mesmos. Visto os

questionários estarem escritos na língua inglesa foi necessário obter uma versão portuguesa

dos mesmos, adotando-se para isso o método de tradução-retroversão (Hill & Hill, 2008).

Posteriormente o questionário foi disponibilizado a outros investigadores na área de

tecnologias educativas, tendo sido feito um aprofundamento da análise ao instrumento. Por

fim foi realizado um pré-teste ao instrumento através da aplicação a uma amostra de alunos

(estudantes de mestrado em educação pré-escolar). Foram tecidas poucas apreciações ao

questionário, no entanto este ainda sofreu algumas alterações.

Assim, o questionário é composto por 5 partes. A PARTE 1 diz respeito aos dados

demográficos da amostra.

Com a PARTE 2 quisemos perceber a experiência na utilização das TIC pelos inquiridos,

nomeadamente que dispositivos usam, há quanto tempo utilizam o computador e durante

quanto tempo o usam diariamente. Ainda dentro da PARTE 2 foram apresentadas aos

inquiridos várias ferramentas/suportes tecnológicos de modo a verificarmos, com uma escala

de Likert de 5 graus (1 - Nenhuma experiência; 5 - Expert), qual a experiência de utilização

destes.

Com a PARTE 3 do questionário quisemos averiguar o nível de confiança dos alunos na

utilização das TIC em ambiente educativo, sendo para isso apresentadas várias afirmações

contendo uma escala de Likert de 5 pontos (1 - Concordo totalmente; 5 - Discordo

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totalmente) de modo aos inquiridos poderem selecionar o seu nível de concordância

relativamente às mesmas.

A PARTE 4 teve o intuito de verificar as atitudes dos inquiridos perante a utilização do

computador na educação. Para tal foram-lhes apresentadas várias afirmações contendo uma

escala de Likert de 5 níveis (igual à anterior) de modo a verificarmos o nível de

concordância para cada afirmação.

Finalmente, na PARTE 5 voltámos a apresentar as ferramentas/suportes apresentados na

PARTE 2 e questionámos os inquiridos sobre qual a frequência que pretendem fazer na sua

prática profissional das mesmas, apresentando uma escala de Likert com 5 valores (1 –

Nunca; 5 - Mais do que diariamente).

Os dados foram analisados pelo programa SPSS Statistics, versão 20.0.

3. Apresentação e análise de resultados

Iremos então apresentar os dados relativos à perceção e intenção dos futuros educadores e

professores na utilização do computador nas suas futuras práticas profissionais, detendo-nos

na atual experiência que a amostra tem no que concerne à utilização das TIC e em várias

ferramentas/suportes tecnológicos, qual a sua confiança e atitudes perante as TIC e qual a

frequência de utilização que pretendem fazer com várias ferramentas/suportes

tecnológicos na sua futura prática profissional.

Experiência na utilização das TIC

Do resultado da análise das respostas dos inquiridos relativamente à sua experiência na

utilização das TIC verificamos que o dispositivo mais utilizado é o computador, pois a

totalidade da amostra possui pelo menos um (100%, 36), de seguida o telemóvel (47.2%, 17)

e o leitor de MP3 (63.9%, 23). Os dispositivos menos utilizados são a máquina fotográfica

(66,70%) e a máquina de filmar (66,70%).

Relativamente à utilização do computador 80.6% (29) da amostra referiu utilizá-lo há mais

de 5 anos. No que concerne ao tempo diários de utilização, nota-se alguma aproximação

entre os resultados, sendo que 33.3% (12) utiliza-o entre 1 a 2 horas e 25% (9) utiliza

durante mais de 4 horas. No GRÁFICO 1 podemos visualizar a informação completa:

Gráfico 1: Tempo de utilização do computador diariamente

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No que concerne ao nível de experiência relativamente à utilização de várias ferramentas ou

suportes tecnológicos, os inquiridos afirmam ser expert (22.2%) na utilização das redes

sociais e 41,7% refere muita experiência nas mesmas. Verifica-se igualmente muita

experiência na utilização de programas de processamento de texto (ex: Word®) (58%) e

programas de apresentação (ex: Powerpoint®) (56%). As ferramentas que a amostra refere

não ter nenhuma experiência serão os sistemas de gestão de referências bibliográficas (Ex:

Mendeley; Zotero) (61,1%) e aplicações para criar páginas web (61,1%). Apresentando

pouca experiência verifica-se o correio eletrónico (55,6%), os programas para publicação

online de imagens (Ex: Flickr.com) (50%), programas de publicação online de ficheiros de

som (Ex. podcast) (52,8%), sistemas de gestão e sincronização de contactos (Ex: Plaxo) e

aplicações de gestão de ficheiros (Ex: Cloud, Dropbox). A TABELA 1 apresenta em

pormenor a informação referida.

TABELA 1: Experiência na utilização das seguintes ferramentas/suportes tecnológicos

33,30% 22,20%

8,30% 25%

1-2 Horas 2-3 Horas 3-4 Horas

Mais de 4 horas

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Confiança na utilização das TIC

A PARTE 3 do questionário consiste na apresentação de afirmações relacionadas com a

confiança dos inquiridos na utilização do computador em ambiente educativo (TABELA

2). Verificamos que a maioria da amostra concorda em como consegue resolver a maior

parte das dificuldades com que se deparam com o uso do computador (80.60%), pois os

programas baseados em Windows® não lhes causam problemas (72.20%) e o

computador torna-os muito mais produtivos (72.20%). São muito competentes na

utilização da internet e aplicações em geral (66.70%), referindo que é muito fácil

trabalhar com o computador (61.10%) e inclusivamente aprendem a trabalhar

rapidamente com novo software (61.10%). Consideram-se utilizadores experientes e

seguros (58.30%) e muito confiantes nas suas capacidades para usar o computador

(63.90%).

Os inquiridos discordam totalmente que é muito frustrante trabalhar com o computador

(54.30%), que os computadores são demasiado complicados (41.70%) e que têm

problemas quando tentam usar o computador (47.20%). Discordam totalmente quando

se refere que não têm a certeza do que podem fazer com o computador (41.70%) e que

quando usam o computador têm receio de pressionar a tecla errada e danificar algo

(38.90%).

Discordam que se sentem inseguros quanto às suas capacidades para usar o computador

(75%), que acham confuso trabalhar com este (44.40%) e que é muito difícil conseguir

que o computador faça o que querem que ele faça (55.06%). Discordam igualmente que

não se consideram muito competentes no uso do computador (44.40%) e que às vezes

quando utilizam o computador parece que as coisas acontecem sem saberem porquê

(44.40%). No entanto 50% referiram incerteza perante a afirmação de não se sentirem

bem a trabalhar com o computador.

.

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Atitudes perante a utilização das TIC

Relativamente à PARTE 4 do questionário que diz respeito à opinião dos inquiridos

sobre a integração e utilização do computador no ambiente educativo, através da

TABELA 3 podemos verificar que os inquiridos estão interessados em integrar as TIC na

sua prática diária (58.30%) e concordam que este uso e integração na educação é

necessário (63.90%), sendo o computador complementar mas não “essencial” a todo o

processo educativo (47.20%). Os futuros professores concordam que a utilização do

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computador promove a participação ativa das crianças no processo de aprendizagem

(75%) e é útil para a sua melhoria (77.80%), motivando-as igualmente para este

processo (66.70%). São da opinião que o computador ajuda as crianças a entenderem os

conceitos de uma forma mais efetiva (52.80%) e não bloqueiam a imaginação e

criatividade da criança (55.60%). Concordam, no entanto, que a utilização do

computador pelas crianças favorece a sua isolação social (52.80%). O computador é

uma ferramenta valiosa para os professores (61.10%) e estes pretendem utilizá-lo com

as crianças na sua futura prática profissional (77.20%), pois são da opinião que é

importante a familiarização das crianças com a tecnologia (77.80%) e esta também os

irá auxiliar a ensinar de forma mais eficaz (47.20%).

Discordam que o uso dos computadores pelas crianças seja mais prejudicial do que

benéfico (63.90%), que o computador não favorece a aprendizagem dos alunos porque

não é de fácil utilização (63.90%) e discordam totalmente que o computador seja apenas

útil para a realização de jogos (47.20%).

Referem também que o computador não os deixa nervosos (58.30%), muito pelo

contrário, sentem-me confortáveis com a ideia de o utilizar como ferramenta no ensino e

na aprendizagem (69.40%), não sendo esta última uma ideia que os assuste (47.20%),

entusiasmando-os poderem utilizar o computador nas suas práticas (63.90%) e caso

alguma coisa corra mal tentarão resolver a situação (36.10%).

Os inquiridos não são céticos sobre o uso das TIC nas suas práticas de ensino (44.40%)

e são da opinião de que não há diminuição do papel do professor (58.30%) nem este é

afetado (66.70%), não conseguindo fazer tão bem o que o computador faz (58.30%).

São da opinião de que o computador não torna a aprendizagem mecânica (58.30%) e

gostavam de utilizá-lo nas suas futuras práticas com as crianças (63.90%).

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Utilização do computador pelo professor para /com as crianças

Por fim, a PARTE 5 diz respeito à futura utilização do computador para e com as

crianças pelo professor. Questionámos os inquiridos sobre quanto tempo esperam

utilizar o computador para/com as crianças diariamente e 38.90% referiu que espera

utilizar entre 20 a 30 minutos o computador (GRÁFICO 2).

Gráfico 2: tempo de utilização diária estimado das TIC pelos futuros professores

Voltámos a apresentar as mesmas ferramentas e suportes tecnológicos relativos à

PARTE 2 do questionário, mas questionámos os inquiridos sobre a frequência de

utilização (para e com as crianças) que pretendem fazer com estes quando estiverem na

sua prática profissional (TABELA 4). Os inquiridos tencionam nunca utilizar as redes

sociais (Ex: Facebook) (41.7%), jogar jogos de computador (Ex: FIFA, Solitária)

(41.7%), referem que nunca irão utilizar linguagens de programação (Ex: Logo,

Scratch) (55.6%), programas para publicação online de imagens (Ex: Flickr.com)

(47.7%) e sistemas de gestão e sincronização de contactos (Ex: Plaxo) (50%). As

ferramentas que terão utilização mensal serão a folha de cálculo (ex: Excel®) (50%), as

bases de dados (Ex. access) (50%) e os sistemas de posicionamento global (GPS)

(52.8%). No que concerne a utilização diária consideram que irão utilizar aplicações

para digitalizar ficheiros (41.7%) CD’s educacionais (50%) e consulta de gramáticas,

dicionários ou prontuários em suporte digital (41.7%).

25% 38,90%

30,60% 2,80%

Entre 10 a 20 min Entre 20 a 30 min

Entre 30 min e 1 Hora Mais de 2 Horas

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4. Conclusões

A integração efetiva e com sucesso das TIC na educação depende de alguns fatores

como a experiência, a confiança, as perceções e atitudes. As perceções influenciam as

intenções e por sua vez estas influenciam o comportamento (Tezci, 2011).

As atitudes perante a utilização do computador têm um papel muito importante no

comportamento dos alunos/docentes. No seu estudo Khine (2001) refere-nos uma

correlação significativa entre as atitudes perante os computadores e a utilização destes

na educação. Gülbahar (2008) verificou igualmente uma correlação positiva entre as

experiências dos alunos com computadores, as suas atitudes em relação a estes e a sua

confiança em utilizar o computador na sala de aula.

O conhecimento pessoal e a experiência com as TIC têm também um papel relevante

na integração da tecnologia na educação e nas suas atitudes. Vários estudos

confirmaram igualmente correlação entre experiências e atitudes (Gülbahar 2008;

Roussos 2007).

Outro fator importante na integração das TIC na educação é a confiança, tendo sido

encontradas correlações entre experiência e confiança na utilização das TIC e

evidenciando-se que o desenvolvimento da confiança depende, em parte, de ter

experiências positivas com o computador (Li & Kirkup, 2007).

Em termos gerais, os resultados indicam-nos que, relativamente à experiência na

utilização das TIC todos os inquiridos têm computador e utilizam-no diariamente,

considerando-se moderadamente experientes em várias ferramentas/suportes

tecnológicos. Sentem-se muito confiantes na utilização diária que fazem do computador

e na sua atitude perante a utilização deste na futura prática profissional. Pensam utilizar

o computador de futuro, tanto com as crianças como para uso profissional e pretendem

que essa utilização seja diária.

Page 17: Perceções e intenções na utilização das TIC por educadores e professores na sua formação inicial e na futura prática profissional

Através dos resultados evidenciam-se favoravelmente todos os fatores referidos na

bibliografia. De modo a verificarmos se esses comportamentos se concretizam teremos

de aguardar pela terceira fase do estudo.

Recordamos que este questionário foi preenchido antes da lecionação da unidade

curricular (UC) de TIC aplicadas à educação. Posteriormente ao término dessa UC o

questionário será preenchido de novo pelos mesmos alunos e após a sua

profissionalização iremos aos seus locais de prática de modo a verificar se as suas

perceções e intenções influenciaram realmente o seu comportamento. Em caso negativo,

qual o motivo de não adoção do comportamento referido.

 

5. Referências bibliográficas

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