pequeno curso de homilÉtica

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PEQUENO CURSO DE HOMILÉTICA

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PEQUENO CURSO DE HOMILTICA

Conceitos Bsicos de Homiltica 2- Objetivo da Homiltica 3- Princpios da Homiltica 4- Tipos de Sermo 5- Oratria

I-

EI

S SI

S-

1. Comunicao: Ao, efeito ou meio de comunicar, aviso, participao, ligao, comunho.

2. Dico: Dio - Maneira de dizer ou pronunciar, expresso, arte de recitar.

3. Exegese: Interpretao, explicao ou comentrio (gramatical, histrico, jurdico, etc.) de textos, principalmente da Bblia.

4. Eloqncia: Capacidade de falar e exprimir-se com facilidade; dom da falar com fluncia.

5. Fonao: Conjunto dos fenmenos que concorrem para a produo da voz.

6. Hermenutica: Princpios de interpretao bblica; arte de interpretar os livros sagrados e os textos antigos.

7. Homiltica: a cincia ou a arte de elaborar e expor o sermo. " a arte de pregar sermes", "a cincia da pregao", "arte de fala religiosa". a cincia que ensina os princpios fundamentais dos discursos em pblico.

8. Lgica: Cincia do raciocnio; coerncia; raciocnio encadeado; ligao de idias.

9. Oratria: Arte de falar em pblico eloqentemente ou em consonncia com as regras da retrica; pea dramtica religiosa.

10. Persuaso: Ato ou efeito de persuadir; convico; crena. Vem de Persuadir: Levar a crer ou aceitar, aconselhar, induzir.

11. Pronncia: Articulao do som das letras, slabas ou palavras. Maneira especial de pronunciar os sons de certa lngua.

12. Pregao: a comunicao verbal da verdade divina com o fim de persuadir. Tem em si dois elementos: a verdade e a personalidade.

13. Retrica: A arte do uso eficiente das palavras em falar e escrever. Conjunto de regras relativas a eloquncia; arte de falar bem.

14. S r :U f r al, as a t r s.

isc rs r ligi s a alavra s, j tiv salvar s

15. Tema: a matria de que trata o sermo; a idia central do sermo; o assunto apresentado no sermo.

II-

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ar a c f c s r s ara a r ga ais fici t .

A omiltica no : a) Substituta da vida espiritual; b) Substituta do Esprito Santo; c) ma garantia de ministrio eficiente.

A omiltica : a) m auxiliar no estudo e anlise do texto; b) m auxiliar na exposio de idias; c) ma compreenso de que o sermo tem muito a ver com o pregador. O pregador o sermo. d) ma compreenso de que Deus colocou no mundo recursos que devemos aproveitar. Inclusive os da cincia da comunicao verbal.

III - PRINCPIOS DE HOMILTICA -

1. A IMPORTNCIA DO CONHECIMENTO Tanto a preparao quanto a exposio so enriquecidas com o grau de conhecimento do pregador. A homiltica apresenta as regras tcnicas, e ensina como o pregador pode tirar proveito dos conhecimentos, ordenando os pensamentos e dosando-os com a graa divina.

"O que se vai dizer resultado do que sabemos, sentimos, pensamos, cremos e desejamos transmitir...

Para falar de um tema qualquer preciso dominar o assunto, a ponto de torn-lo de uma simplicidade quase alarmante e dar a impresso ao auditrio de que o estamos desvendando juntos, realizando uma agradvel excurso intelectual ou humana, participando os dois, ns e o ouvinte, do que vai surgir. O que vale mais a gente ser a gente mesmo."

Assim, a primeira e grande obrigao do pregador a LEITURA, constante, sistemtica dos assuntos que ele aborda em suas prdicas e de cultura geral.

2. PREGAO BBLICA "Pregao bblica, em poucas palavras, a proclamao da Palavra de Deus congregao.

A pregao bblica envolve a cuidadosa remoo do texto de seu engaste original, transferindo-o para a situao atual da igreja. Para efetu-lo, o ministro precisa compreender no somente as Escrituras, mas tambm a sua congregao - o mundo dos tempos bblicos e o mundo de sua igreja, bem como as semelhanas e diferenas entre ambos esses mundos.

Visto que o sermo serve de ponte entre o passado e o presente, e no constitui meramente um comentrio sobre o texto, no se deve confundir a pregao bblica com exegese gramatical, histrica ou teolgica. Ela vai alm disso, a fim de proclamar a passagem bblica como normativa para a f e prtica crist, de modo que informa, desperta, assegura e sustm a congregao em sua vida de f.

3- A interpretao do texto Definio : " Interpretao o esforo de uma mente em seguir as processos mentais de outra mente por meio de smbolos que ns chamamos linguagem".

3.1 - Passos na interpretao do texto a) Conhecer o autor e sua situao - Salmos 32 e 51, de Davi. b) sar dicionrio bblico. c) Os leitores e o meio ambiente - Cartas s igrejas do Apocalipse, o gnosticismo. d) A ocasio e o propsito do autor - Tiago e Pedro sobre Abrao. e) As condies geogrficas, polticas, econmicas e sociais - Maria era noiva de Jos mas chamada de esposa.

3.2. O texto e seu contexto a) Prximo - O imediato, antes ou depois b) Remoto - O livro, a Bblia sobre o assunto. c) Principio da revelao progressiva. (do pouco claro ao muito claro)

3.3. O texto e sua anlise a) preciso conhecer os sentidos das palavras. poesia? Linguagem figurada ? O uso de dicionrios e lxicos. Fee & Stuart, Entendes o que ls? b) preciso recriar, tanto quanto possvel, a vivncia da passagem. Conhecer aquela cultura. d) preciso entender a relao entre as palavras. Graa e f, por exemplo.

3.4. O texto e suas verdades a) Enunciar a verdade central em uma proposio clara e correta b) Fazer uma lista das verdades significativas do texto c) Ordenar as verdade em grupos comuns d) Aplicar essas verdades s necessidades dos ouvintes.

3.5. O texto e seu estudo a) Estudar o texto em vrias tradues em portugus (VR, BLH, ERAB, BJ, BV, BL, NVI) b) Examinar outras tradues c) Examinar o texto grego ou hebraico d) Dar sua prpria interpretao e) Examinar outros recursos na biblioteca, inclusive comentrios f) Relacionar com a vida de hoje

4. PRINCPIOS FUNDAMENTAIS DE INTERPRETAO BBLICA

4.1 - Princpio de Interpretao Gramatical "A pregao bblica comea com a exegese do texto, e a exegese segue os princpios gramaticais. Ela procura entender o significado verbal do texto analisando a funo e o sentido das palavras empregadas...

4.2 - Princpio de Interpretao Histrica"A exegese histrica dimana.., da convico de que a revelao divina era um produto de determinada cultura. Isto no nega, de modo algum, a inspirao da Bblia; antes confirma o carter histrico da revelao bblica... Quanto mais conhecermos as condies poltico-religiosas e socioeconmicas sob as quais foi escrito certo documento, tanto melhor poderemos compreender a mensagem do autor e aplic-la de acordo com isso."

4.3 - PRINCPIO DE INTERPRETAO TEOLGICA "O pregador deve conhecer as tradies, a filosofia, a maneira de pensar, a "Cosmoviso", as idias acerca de Deus e da religio na poca em que aquela mensagem foi escrita.

5. A APLICAO DA MENSAGEM BBLICA "...A mensagem do texto precisa ser traduzida para a linguagem da congregao e apresentada de tal maneira que se veja claramente que corresponde a situao contempornea. Para realizar isto, o ministro precisa ser versado no s nas Escrituras, mas tambm nas cincias sociais, especialmente as que tem que ver com a conduta humana...

6. A APRESENTAO DO SERMO

1. Improviso - nenhum preparo especfico; 2. Extemporneo - idias preparadas; 3. Manuscrito - pensamentos e palavras preparados; 4. Memorizao - pensamentos e palavras preparados e decorados.

1. A maioria dos homilticos concorda em que a maneira ideal de pregar um sermo fazer primeiro um manuscrito, e depois preparar um esboo - quer o pregador use esse esboo no plpito ou o decore...

7- PREPARANDO O ESBOO

7.1. Ore e medite para que haja desenvoltura na pregao do sermo.

7.2. Escolher a Passagem Bblica. Ao escolher a passagem tenha em mente as necessidades espirituais e temporais da congregao, dificuldades, tenses ou ocasies especiais. O texto deve ser apropriado para a ocasio e precisa-se confiar na direo do Esprito Santo.

7.3. Estudar o Assunto. Pesquisar a passagem para no aplic-la fora do contexto.

DEZ PASSOS PARA UMA BOA EXEGESE 1 - Leia o texto em voz alta, comparando com verses diferentes para maior compreenso. 2 - Reproduza o texto com suas prprias palavras. (Fale sozinho) 3 - Observe o texto imediato e remoto. 4 - Verifique a linguagem do texto ( histria, milagre, ensino, parbola, profecia, etc.)

5 - Pesquise o significado exato das principais palavras; 6 - Faa anotaes; 7 - Pesquise o contexto ( poca, pas, costumes, tradio, etc.) 8 - Pergunte sempre onde? Quem? O que? Por que? 9 - Organize o texto em sees principal e secundrias; 10 - Resuma com a seguinte frase: O assunto mais importante deste texto ...

7.4. Descobrir o Ponto Principal da Mensagem. 7.5. Construir do Esboo. 7.6. Preencher o Esboo. 7.7. Preparar a Concluso, Introduo e Ttulo.

8- O PREGADOR DIANTE DO AUDITRIO a) Suba plataforma bem preparado, mas dependente do Esprito Santo. b) Comece com calma. c) Prossiga de modo modesto. d) No trema. e) Fale com clareza, sem declamar.

f) Empregue frases curtas e bem claras. g) Evite monotonia. h) Seja sempre senhor da situao. i) No ataque hostilmente. j) Ande na plataforma com a devida dignidade. k) No ilustre com narraes longas. l) No se elogie a si mesmo. m)No se afaste do texto ou do tema.

n) No canse os ouvintes com discursos extensos. o) Procure suscitar interesse. p) Fale com autoridade, mas no em tom de mando. q) Fixe o ol ar nos ouvintes. r) No crave os olhos nem no cho, nem no teto, nem tampouco em algum ouvinte particular. s) Quando for citar um texto bblico, cite primeiro o livro, depois o captulo e por ltimo o verso. t) Exalte a Cristo.

O pregador que o povo mais ama aquele que lhes d ajuda para sua vida diria.

9. A ESTRUTURA DO SERMO Trs so as partes essenciais que formam a estrutura de um sermo: Introduo; Desenvolvimento, plano, corpo ou explanao e Concluso.

O que ?

Ttulo do sermo - a expresso do assunto que ser pregado. Pode ser: Interrogativo: ma pergunta, que deve ser respondida no sermo. Ex.: Onde ests? Que farei de Jesus? Tenho uma arma o que fazer com ela?

Lgico: Explicativo. Ex.: O que o homem semear, ceifar; Quem encontra Jesus volta por outro caminho.

Imperativos: Mandamento, uma ordem; Caracteriza-se pelo verbo no modo imperativo. Ex.: Enchei-vos do esprito; No seja incrdulo; No adores a um Deus morto.

Enfticos; Realar um aspecto especfico; Ex.: S Jesus salva; Dois tipos de cristos;

Geral: Abrangente, aborda um assunto de forma geral sem especific-lo. Ex.: Amor; f, esperana

Propsito do Sermo - a frase que resume toda a idia que o sermo vai apresentar.

Ilustrao - um recurso que torna a mensagem mais clara e o ouvinte mais suscetvel ao sermo. Ela est para o sermo assim como a janela est para casa. A janela permite a entrada de luz, a ilustrao possibilita o esclarecimento da mensagem. Ilustrar significa lanar luz .

"A estrutura propriamente dita a organizao do sermo com suas divises tcnicas, que servem para orientar o pregador na apresentao da mensagem."

Um sermo precisa ter quatro qualidades principais: Unidade:no sermo o pregador deve ter um s tema e concentrar todo o seu argumento, ilustraes...com o objetivo de reforar o ttulo. Ordem: Saber colocar cada aspecto do sermo no seu devido lugar.

Proporo: colocar cada aspecto do sermo no devido tempo e segundo a ordem de importncia. Progresso: Um sermo no deve mover-se continuamente volta do assunto, mas deve moverse em direo ao clmax, ou seja, o ponto mais alto do sermo.

9.1 - A INTRODUO "A introduo a parte do sermo que serve como ponto de contato entre o pregador e o auditrio. Normalmente, a introduo a ltima parte a ser feita na preparao,.. Tendo uma idia geral do sermo, devidamente estruturada, pode ento preparar eficazmente a introduo.

a introduo de um sermo deve fazer com que os ouvintes sintam boa disposio para escutar o pregador; deve fazer com que lhe prestem ateno, e que fiquem desejosos de receber a mensagem que o predicante deseja apresentar.

Uma boa introduo deve ser: 1. Breve (em torno de 5 minutos) 2. Apropriada, de acordo com o tema do sermo. 3. Interessante. 4. Simples. Sem arrogncia, sem prometer muito. 5. Cuidadosamente preparada.

Evitar na Introduo: a) Desculpas b) Sensacionalismo c) Excesso de Humor d) Excesso de Humildade e) Expresses Rotineiras

Tipos de introduo: Voc pode usar um destes tipos para iniciar um sermo: 1 ILUSTRATIVA Comece com uma ilustrao que explique e esclarea o que pretende dizer.

2 DEFINIO Explicao detalha de um determinado conceito. Explique para o ouvinte o que tem a dizer. D a ele conceitos significados de smbolos, termos e assuntos que ele provavelmente no conhea.

3 INTERROGAO ma pergunta As perguntas da introduo devem ser respondidas no corpo do sermo. 4 ALUSO HISTRICA Explicar o contexto histrico. Explique o contexto do texto em que ser aplicada a mensagem ( poca, pas, costumes, tradio, etc.).

9.2 - O DESENVOLVIMENTOEle tambm chamado de esqueleto do sermo, que dever ser recheado com comentrios apropriados das divises pertinentes ao tema. A manuteno da seqncia lgica do sermo, especialmente na passagem da introduo para o corpo, depende principalmente de duas coisas, a saber: uma ordem prpria nas divises e transies fceis de um pensamento para outro.

9.2.1- DIVISES As divises devem obedecer a uma ordem ascendente, no sentido de um movimento progressivo durante o sermo.

As divises devem Ter significados para os ouvintes e, no devem se desviar da mensagem principal que a coluna do sermo, o objetivo ser finalizado e apresentado na concluso. O ouvinte precisa acompanhar o seu desenvolvimento .

Cada diviso, subdiviso, e at ilustraes e explicao, tem que apontar na direo do alvo e em ordem de interesse . Cada ponto deve discutir um aspecto diferente para que no haja repetio.

Resumindo... 1. Devem ter unidade de pensamento. 2. Elas ajudam o pregador a lembrar-se dos pontos principais do sermo. 3. Elas ajudam os ouvintes a recordaremse dos aspectos principais do sermo. 4. Elas devem ser distintas umas das outras. 5. Elas devem originar-se da proposio e desenvolv-la progressivamente at o clmax do sermo. 6. Elas devem ser uniformes e simtricas.

7. Cada diviso deve Ter apenas uma idia ou ensino. 8. O nmero das divises deve, sempre que puder, ser o menor possvel. 9. Deve girar em torno de uma nica idia principal da passagem, e as divises principais devem desenvolver essa idia. 10. As divises podem consistir em verdades sugeridas pelo texto. 11. As divises devem, preferencialmente e quando possvel, vir em seqncia lgica e cronolgica. 12. As prprias palavras do texto podem formar as divises principais do sermo, desde que elas se refiram idia principal.

Exemplos de divises: Ex.: 1 Tema: O Cristo que no muda Texto: Hebreus 13:8 Jesus o mesmo ontem, hoje e eternamente. Diviso I - O que no muda em Cristo ? Diviso II - Por que no h mudana em Cristo ?

Ex.2 Tema: Relacionando a f com a necessidade humana Texto: Mateus 14:14.21 Diviso I.O DESAFIO DA F Diviso II.A OBRA DA F Diviso III.A RECOMPENSA DA F

Deve-se fazer a transio entre as divises do sermo: Na proposio "A Vida Crist uma Vida Vitoriosa" podemos incluir a seguinte interrogativa: "Quais so os motivos que nos levam a considerar que a Vida Crist uma Vida Vitoriosa?" A transio para a interrogativa acima, por exemplo, poderia ser: "Vejamos cinco motivos pelos quais podemos afirmar que a Vida Crist uma Vida Vitoriosa". A palavra motivo a palavra-chave da transio.

Nas divises pode-se apresentar a palavra motivo como: Diviso I O primeiro MOTIVO ... Diviso II O segundo MOTIVO ... Diviso III O terceiro MOTIVO ... Diviso IV O quarto MOTIVO ... Diviso v O quinto MOTIVO ...

9.2.2 - A ILUSTRAO A ilustrao para o sermo o que so as janelas para uma casa. O objetivo principal da ilustrao facilitar a compreenso do assunto ou mensagem.

Quais os motivos que nos devem levar a usar ilustraes? 1 Por causa do interesse humano. 2 Clareza 3 Beleza 4 Complementao.

As ilustraes podem ser: a) HISTRICA E CONTEXTUAL b) CONHECIMENTO INTELECTUAL c) METAFRICA OU ALEGRICA d) EXPERINCIA PESSOAL

9.3 - A CONCLUSO o clmax da aplicao do sermo

COMO DEVE SER A CONCLUSO ? 1 Apontar o objetivo especfico da mensagem; 2 Clara e especfica; 3 Resumo do sermo (o sermo em poucas palavras) 4 Aplicao direta a vida dos ouvintes; 5 Pequena; 6 Faa um desfecho inesperado.

9.3.1- APELO Um esforo feito para alcanar o corao, a conscincia e a vontade do ouvinte.

Dois tipos de apelos: CONVERSO/RECONCILIAO Aos mpios e aos desviados. RESTAURAO/CONSAGRAO A igreja

COMO DEVE SER O APELO ? 1 2 3 4 Convite Impactante e direto No forado ou prolongado Logo aps a mensagem.

No apelo voc deve dizer ao ouvinte o que ele deve fazer para CONFIRMAR a sua aceitao. Seja claro e mostre como ele deve agir. Levantar as mos; Ir a frente; Ficar em p; Procurar uma igreja prxima; Conversar com o pastor em momento oportuno.

IV- TIPOS DE SERMO -

1- OBJETIVO GERAL DO SERMO O objetivo geral o propsito geral do sermo, a categoria a que ele se encaixa em termos de fim ltimo. O que se pretende com um sermo?

So seis os objetivos gerais do sermo, conforme Crane. (El sermon eficaz pg. 57-75): evangelstico, doutrinrio, devocional, consagrao, tica (ou moral) e alento (pastoral). Destina-se a crentes e no crentes.

1.1. Sermo evangelstico. Quatro verdades devem se delinear no sermo evangelstico: a) O homem natural est perdido; b) A obra redentora de Cristo; c) As condies pelas quais o homem se apropria da obra redentora de Cristo; d) A necessidade de uma deciso, se no pblica, pelo menos no ntimo.

1.2. O sermo doutrinrio. Sua finalidade instruir os crentes sobre as grandes verdades da f e como aplic-las, portanto, didtico.

O sermo doutrinrio atende quatro funes na vida da igreja: a) Atende o desejo de aprender que existe na vida do crente; b) Previne contra as heresias; c) D embasamento ao; d) Contribui para o crescimento dos ouvintes e do prprio pregador.

1.3. O sermo devocional Sua finalidade desenvolver nos crentes um sentimento de amorosa devoo para com Deus, despertando sentimento de louvor.

1.4. O sermo de consagrao Sua finalidade estimular os crentes a dedicarem talentos, tempo, bens, influncia, vida, etc, ao servio de Deus. Estimula a igreja para vocao, abertura de novos trabalhos, ofertas missionrias, etc.

1.5. O sermo tico ou moral Sua finalidade orientar os crentes para pautarem suas condutas dirias e relaes sociais de acordo com os princpios cristos. Assuntos que cabem aqui: Matrimnio, adultrio, divrcio, justia social, racismo, dignidade da pessoa.

1.6. O sermo de alento (ou pastoral) Sua finalidade fortalecer e alertar os crentes no meio de crises pessoais ou comunitrias. Focalizam o cuidado de Deus para com o seu povo e o livramento que o Senhor opera.

2- OBJETIVO ESPECFICO DO SERMO a aplicao do objetivo geral a uma determinada congregao. A formulao do objetivo especfico delimita o assunto do pregador, define o rumo em que ele vai seguir.

3- Existem trs tipos principais de sermes: SERMO TEXTUAL: Cujos argumentos (divises) so tiradas diretamente do texto bblico; SERMO TEM TICO: Cujos argumentos (divises) resultam do tema independente do texto; SERMO EXPOSITIVO: Cujos argumentos giram em torno da exposio exegtica completa do texto.

3.1- SERMO TEXTUAL aquele em que toda a argumentao est amarrada no texto principal que, ser dividido em tpicos. No sermo textual as idias so retiradas de um texto escolhido pelo pregador.

COMO TIRAR PONTOS DO TEXTO 1 Leia todo o texto. 2 Procure a idia principal do texto. (Observe o subtema, o contexto, e a situao) 3 Procure os principais verbos e seus complementos. Lembre-se verbo ao.

4 Procure os sentidos expressos nas representaes simblicas, metforas e figuras. 4 Com base nos verbos e significados retirados crie frases (divises) que os complemente e que, passem uma idia ou estejam ligadas com a mensagem a ser pregada.

5 Organize as frases dentro da idia principal. Leia todo o texto. Observe o exemplo: Texto: Salmo 40:1-4 Tema: Nem antes, nem depois, no tempo de Deus. Introduo: Esperana significa expectao em receber um bem. O mundo imediatista. Corpo: O que acontece quando voc espera no senhor? Diviso I Ele te retira da condio atual. ( Qual o seu lago terrvel? ) Diviso II Ele te coloca em segurana, na rocha. ( Te d viso para solucionar o problema ) Diviso III Ele requer a sua adorao, um novo cntico. ( Adorar em Esprito e verdade ) Diviso IV Ele te faz testemunha, muitos o vero. ( serme-eis testemunha )

Deve-se evitar divagaes e generalizaes vazias e inexpressivas. O sermo textual exige do pregador conhecimento do texto, contexto e cultura bblica.

3.2- SERMO TEM TICO (ou Tpico) aquele em que toda a argumentao est amarrada em um tema, divide-se o tema e no o texto, o que permite a utilizao de vrios textos bblicos. A diviso deriva-se do tema ou assunto apresentado e independente do texto bblico escolhido.

Observe o exemplo: Tema: A PAZ QUE S JESUS PODE DAR... 1 ...ilumina nosso caminho Lucas 1:79 2 ...liberta a nossa mente de pensamento perturbador Joo 14:27 3 ...retira sentimento de medo Joo 20:19 e 20 4 ...salva Joo 3:16

O sermo temtico exige do pregador mais cultura geral e teolgica, criatividade, estilo apurado, contudo, o sermo temtico conserva melhor a unidade.

COMO RETIRAR IDIAS E ARGUMENTOS (DIVISES) DO TEMAEscolher o tema (Criar frases, retirar de textos bblicos ou de outras fontes); Analisar o tema (repetir e refletir vrias vezes); Pergunte-se, o que deve falar sobre o tema; Extrair a principal palavra ou frase do tema (Ela pode se repetir nos argumentos); Separe no mnimo 3 argumentos ligados ao tema; Pesquisar passagens bblicas que se refiram aos argumentos.; As divises so explicao ou respostas do tema.

3.3- SERMO EXPOSITIVO aquele que explora os argumentos principais da exegese, hermenutica e faz uma exposio completa de um trecho mais ou menos extenso. O sermo expositivo uma aula, uma anlise pormenorizada e lgica do texto sagrado. Este tipo do sermo requer do pregador cultura teolgica e poder espiritual. O sermo expositivo est diretamente ligado ao sermo textual, com a diferena de que o seu desenvolvimento feito sob as regras da exegese bblica, e no abrange um s versculo, mas uma passagem, um captulo, vrios captulos, ou mesmo um livro inteiro

O sermo expositivo o mtodo mais difcil, apreciado pelos que se dedicam leitura e ao estudo dirio e contnuo da bblia, deve ser feito uma anlise de lnguas, interpretao, pesquisa arqueolgica, e histrica, bem como, comparao de textos.

CARACTERSTICAS DO SERMO EXPOSITIVOPlanejamento Poder abordar um grande texto ou uma passagem curta; Interpretao mais fiel; Anlise profunda do texto; Unidade, idias subsidirias devem ser agrupadas com base em uma idia principal; No suficiente apresentar s tpicos ou divises; Tempo de estudo dos pontos difceis; Pode ser abordado em srie.

Exemplo: O encontro com a vida Lucas 7:11-17 Diviso I - A multido que seguia a Jesus A ) Pessoas desejosas B ) Pessoas com esperanas C ) Pessoas alegres Diviso II - A multido que seguia a viva A ) Pessoas entristecidas B ) Pessoas sem esperanas C ) Pessoas inconformadas

Diviso III - O encontro da vida com a morte A ) A vida uma autoridade B ) A morte se curva ante a vida Diviso IV - O resultado do encontro A ) A ressurreio do jovem B ) A alegria da multido entristecida C ) A edificao da multido que seguia Jesus D ) A converso de muitos

Outra diviso que pode ser usada a textual analtica. Este tipo de diviso baseia-se em perguntas: quem? que? quando? por qu? como? e, onde? O tema do sermo textual analtico tirado da idia geral do texto. Exemplo: Lucas 19: 1-10: a) foi uma visita inesperada; b) foi uma visita transformadora; c) foi uma visita salvadora.

1. REQUISITOS NECESS RIOS A UMA BOA ORATRIA 1.1 - Influncia Pessoal 1.2 - Dico 1.3 - Timbre (inflexo, correto uso da voz; agradvel) 1.4 - Gesticulao (oportuna e efetiva) 1.5 - Correo Gramatical 1.6 - Expressividade 1.7 - Persuaso 1.8 Comunicao

2. INFLUNCIA PESSOAL Os cientistas do comportamento afirmam que nos comunicamos sempre que o contato com algum seja feito. Com freqncia a comunicao mais eficiente no-verbal.

3. COMUNICAO"A falha na comunicao afasta muitas pessoas das igrejas... A monotonia na pregao uma falta grave, principalmente porque existem muitas maneiras de se variar a comunicao da mensagem. A m comunicao comea com uma voz irritante, fraca, estridente, aguda ou grave demais. Assim como as boas vozes produzem convico as vozes defeituosas geram dvidas e rejeio.

A comunicao do pregador deve ser com pessoas, no com galerias imaginrias, corredores, paredes, ventiladores, planos ou qualquer outro objeto no santurio.'

4. COMO APRENDER A FALAR?"... A fala o resultado de tantos fatores que preciso zelar por ela com o mximo de cuidado. Falar j algo de fabuloso. Falar bem requer, logicamente, um aprendizado, um contnuo aperfeioamento, porque falar bem representa ser bem, sentir bem, querer bem, fazer bem, ter dentro de si reservas a transbordar. "A fala deve ser aprendida, mas aprendida mesmo! Falar bem com boa voz no um dom natural.

"Nunca demais repetir que a voz o homem, que a voz "espel o da alma"; que se v melhor a pessoa ouvindo-a; que "a voz carrega consigo toda a histria do homem e da Humanidade".

5- COMO FALAR E SER ENTENDIDO. (COMUNICAO)Dicas do professor de expresso verbal Reinaldo Polito: Clareza: faa pequenas pausas durante as frases; pronuncie corretamente as palavras e alterne o tom da voz. Isso ajuda na compreenso da mensagem. Gestos: saiba olhar e usar expresses faciais; procure olhar globalmente ouvinte durante uma apresentao e faa gestos que correspondam a uma informao, mas sem excessos. Lngua: fale usando a norma culta da gramtica. Alm disso, empregue figuras de linguagem e a repetio de palavras no incio de frases seguidas para dar vida ao discurso. Preparo: o bom orador deve imaginar todas as perguntas que podero ser feitas antes de se apresentar, para evitar surpresas.

5.1- A pronunciao do sermo deve ser brilhante e tranqila, observe os seguintes pontos: Fora e convico; Existe um limite de rapidez que no deve ser ultrapassado; Manter contato visual com o auditrio; Simpatia.

Observe o comportamento do auditrio, pois este serve de base para avaliao do desenvolvimento e recepo do sermo.

A figura ao lado nos fornece alguns cdigos como:1 A menina, como um todo, oferece grande resistncia; 2 - As pernas presas aos ps da cadeira revela que a menina est segura em sua posio e no abre mo do seu ponto de vista; 3 Os braos cruzados indicam resistncia, proteo ou dvida; 4 O rosto mostra que a menina no te olha nos olhos, desinteresse, receio, acanhamento ou medo; 5 Os olhos indicam desconfiana.

5.1- FALA Comunicar vem do latim comunicare que significa por em comum.

5.3- RELAXAMENTO: Antes de falar ideal fazer um relaxamento dos ombros, cabea e pescoo. 5.4- INTENSIDADE: Cuidado para no usar a intensidade de forma inadequada.

5.5- ALTURA Classifica-se em grave, mdia e aguda.

5.6- RITMO Movimentos com sucesso regular de sons fortes com relao a elementos fracos.

5.7- INFLEXES As inflexes so ondulaes da voz que se elevam ou se abaixam, quando expressamos o nosso pensamento.

Toda frase falada descreve uma curva meldica.Vejamos Bom dia! pronunciado com vrias modulaes: 1 Indiferente 2 Natural 3 Atencioso 4 Alegre 5 Surpresa 7 Raiva O pregador precisa saber interpretar e exprimir bem os sentimentos para que sua pregao tenha mais vida . Saber expressar o que est escrito no texto e seus prprios sentimentos.

Fazer um teste: Falamos e s vezes no expressamos o que lemos. Procure exprimir com clareza os seguintes sentimentos de acordo com as frases: VONTADE Hei de vencer, haja o que houver . Tudo posso naquele que me fortalece . ALEGRIA Como boa a vida! . Jesus me libertou! CORAGEM Irei e enfrentarei a situao. Se Deus por ns quem ser contra ns? MEDO Esto nos perseguindo ORGULHO Consegui uma promoo por bons servios prestados HUMILDADE Quem sou eu, meu caro amigo SURPRESA Tirei em primeiro lugar no concurso

IMPORTANTE: 1 No fale com muita intensidade, reserve foras para o ponto culminante. 2 No deixe que a voz caia nas ltimas sentenas das palavras. 3 Respire de forma disciplinada 4 Varie a fora, a velocidade e o ritmo da voz para no cansar a platia. 5 Leitura do sermo somente em solenidade ou formaturas especiais.

TODO PREGADOR DEVE SER UM BOM LEITOR