pedagogo no museu- buscando através do conhecimento, a prática da liberdade

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  • 5/28/2018 PEDAGOGO NO MUSEU- buscando atravs do conhecimento, a prtica da liberdade

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    CENTRO UNIVERSITRIO DE BELO HORIZONTE

    BRBARA RAFAELA SILVA PEREIRA

    JACKELINE CRISTINA IZIDRIO

    JSSICA NATLIA COELHO

    NATIELLE ISABELLA SANTANA MOURA

    REBHECA SILVA AMORIM DIAS

    RBIA ATALLANTA DE OLIVEIRA ANDRADESNIA MARIA DE SOUZA DIAS

    SER PROFISSIONAL PEDAGOGO: caminhos e perspectivas

    BELO HORIZONTE

    2012

  • 5/28/2018 PEDAGOGO NO MUSEU- buscando atravs do conhecimento, a prtica da liberdade

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    BRBARA RAFAELA SILVA PEREIRA

    JACKELINE CRISTINA IZIDRIO

    JSSICA NATLIA COELHO

    NATIELLE ISABELLA SANTANA MOURA

    REBHECA SILVA AMORIM DIAS

    RBIA ATALLANTA DE OLIVEIRA ANDRADE

    SNIA MARIA DE SOUZA DIAS

    PEDAGOGO NO MUSEU:buscando atravs do conhecimento, aprtica da liberdade

    Trabalho apresentado ao Centro Universitrio deBelo Horizonte como exigncia parcial dadisciplina Trabalho Interdisciplinar de Graduao(TIG), do 1 Ciclo, Mdulo B, do Curso dePedagogia.

    Professora Orientadora: Maria da ConceioPassos Silva.

    BELO HORIZONTE

    2012

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    SUMRIO

    1 INTRODUO .................................................................................................... 4

    2 DESENVOLVIMENTO ......................................................................................... 6

    2.1 Histria da Pedagogia ................................................................................... 6

    2.2 O Pedagogo nos espaos no escolares ...................................................... 9

    2.3 A atuao dos pedagogos nos centros de promoo da cultura ................. 11

    2.4 Pedagogo no Museu: buscando atravs do conhecimento, a prtica da

    liberdade. .............................................................................................................. 12

    2.5 Relao entre educao e o processo cultural-museolgico ....................... 14

    2.6 O papel social e educacional dos museus .................................................. 16

    2.7 O museu e os trabalhos da incluso ........................................................... 16

    2.8 Entrevistas com pedagogos atuantes no ambiente museal ......................... 19

    2.8.1 Pedagoga A, atuante no Museu de Artes e Ofcios (MAO).................. 20

    2.8.2 Pedagoga B, atuante no Museu dos Brinquedos................................ 23

    3 CONCLUSO .................................................................................................... 26

    REFERNCIAS ....................................................................................................... 28

    ANEXOS .................................................................................................................. 30

    ANEXO AFotos da fachada dos Museus, 2012. ................................................ 31

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    1 INTRODUO

    O conceito de Pedagogia est diretamente ligado educao. Este surgiu ao longoda histria da civilizao ocidental, na forma de instituir o processo educativo.

    Em tempos passados, a educao formal tinha como objetivo levar as camadas

    populares ao aprendizado da leitura e da escrita. J na educao no formal, o

    cidado deve ser pensado no s na sua individualidade, mas tambm no coletivo.

    O indivduo deve interagir com outras pessoas, em situaes diferentes do seu

    cotidiano e em ambientes distintos daqueles que estes j esto acostumados,

    buscando lev-los a produo de novos conhecimentos e aprendizagens.

    O pedagogo est apto a atuar em mbitos escolares e no escolares, como, por

    exemplo, na cultura, pode-se citar: museus; centros culturais; teatros; casas de

    espetculo e muitos outros, difundindo a cultura e fazendo dela um espao de

    socializao e incluso entre os indivduos.

    A cultura popular tem como objetivo levar o povo a uma conscincia poltica. A

    expresso cultura poltica pode ter muito significados, entre eles esto culturamoderna, tradicional e cultura democrtica.

    O pedagogo , na teoria, o promotor da democracia e deve ter em mente que a

    educao direito de todos (distines no so aceitas) e tem como objetivo ser

    totalmente inclusiva, para fortalecer a formao dos cidados.

    Para o subtema do trabalho, definiu-se a seguinte proposta: Pedagogo no Museu:

    buscando atravs do conhecimento, a prtica da liberdade. A escolha do subtemadeu-se pelas possibilidades que o pedagogo e a cultura tm de proporcionar ao

    homem, liberdade atravs do conhecimento cultural, e assim, contribuir para o seu

    desenvolvimento pessoal.

    A pergunta inicial proposta para a elaborao do trabalho foi: Qual o papel do

    pedagogo dentro dos espaos museais e quais os benefcios proporcionados a

    comunidade com a presena desse profissional inserido nesta rea?

    Assim, definem-se como objetivo geral do estudo: Compreender o papel do

    pedagogo dentro dos centros culturais e os benefcios relacionados com tais prticas

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    para a vida social e educacional da comunidade. E como objetivos especficos:

    levantar o papel do pedagogo nos centros culturais, dando maior enfoque aos

    museus; citar os benefcios de sua atuao para a comunidade; e identificar o perfil

    necessrio ao pedagogo que atua em centros de promoo da cultura e espaos

    museais.

    A metodologia do trabalho ser desenvolvida atravs de pesquisas bibliogrficas, e

    de entrevistas com pedagogos atuantes nos centros museais e visitas tcnicas.

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    2 DESENVOLVIMENTO

    2.1 Histria da Pedagogia

    Segundo a Nova Enciclopdia Barsa (1999, p. 203), Pedagogia cincia da

    educao e tem como objetivo a reflexo, a crtica, a ordenao e sistematizao do

    processo educativo.

    O curso de pedagogia no Brasil, no incio, teve como principal objetivo os processos

    educativos e a gesto educacional. Com base no Decreto-Lei n 1.190/1939 era o

    lugar de formao de tcnicos em educao, ou seja, professores dos anos iniciais

    com estudos em Pedagogia que, atravs de concurso, podiam atuar na

    administrao, no planejamento de currculos, orientao a professores, inspeo

    escolar, avaliao de professores / alunos e tambm, com pesquisas e

    desenvolvimento tecnolgico da rea no Ministrio da Educao, nas secretarias do

    Estado e Municpio.

    Segundo Libneo (1996, p. 116-117)

    Pedagogo o profissional que atua em vrias instncias da prticaeducativa, direta ou indiretamente ligadas organizao e aos processosde transmisso e assimilao ativa de saberes e modos de ao, tendo emvistos formao histrica. Em outras palavras, pedagogo um profissionalque lida com fatos, estruturas e contextos, situaes referentes prticaeducativa em suas vrias modalidades e manifestaes.

    Em 1939, ficou estabelecido que o ttulo de bacharel fosse oferecido queles que

    cursassem trs anos de estudo contidos na rea, tais como fundamentos e teorias

    educacionais; ao trmino do bacharelado, seria consentida a licenciatura a quem

    dedicasse um ano de estudos Didtica e a Prtica de Ensino. Essa separao

    levava a entender que o bacharelado formava o tcnico em educao, j a

    licenciatura formava o professor. Esse esquema de ensino ficou conhecido como

    3+1.

    No ano de 1961, definiu-se que o curso de bacharelado em pedagogia abrigaria no

    seu currculo mnimo, sete disciplinas indicadas pelo Conselho Federal de Educao

    (CFE) e mais duas escolhidas pelas instituies. Essa definio deu-se pelanecessidade de padronizao do contedo em todo o territrio nacional dentro do

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    curso, para que em caso de transferncia, por exemplo, o aluno no se

    prejudicasse.

    Com a chegada do Parecer CFE n 292/1962, a licenciatura passou a conter trsdisciplinas: Psicologia da Educao, Elementos de Administrao Escolar, Didtica e

    Prtica de Ensino (por meio de estgio supervisionado). A diferenciao entre

    bacharelado e licenciatura permaneceu.

    Como consequncia do desenvolvimento social e econmico do pas, mais pessoas

    passaram a ter acesso s escolas, ento surgiu necessidade de qualificar o

    docente, para melhor orientao na aprendizagem de crianas e adolescentes e,

    tambm, para cargos de direo e assessoramentos em geral. No incio da dcada

    de 1980, as instituies reformularam seus planos curriculares, com o intuito de

    formar na Pedagogia, professores para trabalhar com crianas, jovens, adultos e

    funes como especialistas. Como sempre, no centro das preocupaes estavam os

    processos de ensinar, aprender, alm do de gerir escolas.

    A atuao do pedagogo escolar imprescindvel na ajuda aos professoresno aprimoramento do seu desempenho na sala de aula (contedos,

    mtodos, tcnicas, formas de organizao da classe), na anlise ecompreenso das situaes de ensino com base nos conhecimentostericos, ou seja, na vinculao entre as reas de conhecimento pedaggicoe o trabalho de sala de aula. (LIBNEO, 1996, p. 127)

    Os movimentos sociais tm insistido em demonstrar a existncia de uma demanda

    ainda pouco atendida, no sentido de que os estudantes de Pedagogia sejam

    tambm formados para garantir a educao, com vistas incluso plena, dos

    segmentos historicamente excludos dos direitos sociais, culturais, econmicos e

    polticos.

    Art. 3 O estudante de Pedagogia trabalhar com um repertrio deinformaes e habilidades composto por pluralidade de conhecimentostericos e prticos, cuja consolidao ser proporcionada no exerccio daprofisso, fundamentando-se em princpios de interdisciplinaridade,contextualizao, democratizao, pertinncia e relevncia social, tica esensibilidade afetiva e esttica.Pargrafo nico. Para a formao do licenciado em Pedagogia central:I - o conhecimento da escola como organizao complexa que tem a funode promover a educao para e na cidadania;II - a pesquisa, a anlise e a aplicao dos resultados de investigaes deinteresse da rea educacional;III - a participao na gesto de processos educativos e na organizao efuncionamento de sistemas e instituies de ensino. (RESOLUOCNE/CP N 1, 2006, p.11).

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    O curso de Pedagogia tem como finalidade formao de profissionais e

    pesquisadores da rea da educao com o avano da demanda e exigncias

    curriculares. Apresentando princpios na organizao curricular, podendo planejar,

    avaliar a formao acadmica, acompanhar o padro de qualidade.

    [...] no se pode formar o educador com partes desconexas de contedos,principalmente quando essas partes representam tendncias opostas emeducao: uma tendncia generalista e outra tecnicista. Essas tendncias[...] a primeira que exclusivamente na parte comum, considera que ela secaracteriza, grosso modo, pela desconsiderao da educao concretacom objetivo principal e pela centralizao inadequada nos fundamentos emsi (isto , na psicologia e no na educao; na filosofia e no na educao,e assim por diante). A segunda, por sua vez, identificada com ashabilitaes, consideradas como especializaes fragmentadas.Obscurecendo seu significado de simples diviso de tarefas do todo que a

    ao educativa escolar. (BISSOLI DA SILVA, 1999, p. 70).

    A resoluo CNE/CP n 1, de 15 de maio de 2006 define que:

    Art. 2 As Diretrizes Curriculares para o curso de Pedagogia aplicam-se formao inicial para o exerccio da docncia na Educao Infantil e nosanos iniciais do Ensino Fundamental, nos cursos de Ensino Mdio, namodalidade Normal, e em cursos de Educao Profissional na rea deservios e apoio escolar, bem como em outras reas nas quais sejamprevistos conhecimentos pedaggicos. 1 Compreende-se a docncia como ao educativa e processopedaggico metdico e intencional, construdo em relaes sociais, tnico-

    raciais e produtivas, as quais influenciam conceitos, princpios e objetivosda Pedagogia, desenvolvendo-se na articulao entre conhecimentoscientficos e culturais, valores ticos e estticos inerentes a processos deaprendizagem, de socializao e de construo do conhecimento, no mbitodo dilogo entre diferentes vises de mundo. 2 O curso de Pedagogia, por meio de estudos terico-prticos,investigao e reflexo crtica, propiciar:I - o planejamento, execuo e avaliao de atividades educativas;II - a aplicao ao campo da educao, de contribuies, entre outras, deconhecimentos como o filosfico, o histrico, o antropolgico, o ambiental-ecolgico, o psicolgico, o lingustico, o sociolgico, o poltico, o econmico,o cultural.Art. 3 O estudante de Pedagogia trabalhar com um repertrio de

    informaes e habilidades composto por pluralidade de conhecimentostericos e prticos, cuja consolidao ser proporcionada no exerccio daprofisso, fundamentando-se em princpios de interdisciplinaridade,contextualizao, democratizao, pertinncia e relevncia social, tica esensibilidade afetiva e esttica.Pargrafo nico. Para a formao do licenciado em Pedagogia central:I - o conhecimento da escola como organizao complexa que tem a funode promover a educao para e na cidadania;II - a pesquisa, a anlise e a aplicao dos resultados de investigaes deinteresse da rea educacional;III - a participao na gesto de processos educativos e na organizao efuncionamento de sistemas e instituies de ensino. (p.11)

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    2.2 O Pedagogo nos espaos no escolares

    O Pedagogo se insere neste novo contexto social, percebendo sua relaoem diferentes espaos [...] Verifica-se hoje, uma ao pedaggica mltiplana sociedade. O pedaggico perpassa toda a sociedade, extrapolando ombito escolar formal, abrangendo esferas mais amplas da educaoinformal e no-formal. (LIBNEO, 2002, p.28)

    Segundo Gohn (2010), a educao no formal aquela que o educador o outro,

    onde o conhecimento adquirido atravs da interao com o indivduo e sua

    aprendizagem se faz a partir da cultura e das experincias dos demais. Alm disso,

    h intencionalidade na ao de participar e interagir com o outro, que a troca de

    saberes e os conhecimentos adquiridos ao longo da vida. A educao no formal

    acontece na sociedade, podendo ou no estar inserida no ambiente escolar.

    necessrio enxergar na profisso de educador a capacidade de apresentar s

    pessoas um mundo novo, repleto de possibilidades. Para tal, preciso relacionar a

    democratizao do conhecimento ao exerccio do pensar; refletir e criar para que o

    sujeito seja capaz de assumir sua autonomia perante a sociedade, ou seja,

    possibilitar atravs da curiosidade, instigao e pesquisas o verdadeiro aprendizado,

    permitindo que todos sejam sujeitos do processo educacional, diferente do ato dereproduzir informaes.

    Dessa forma, a educao em espaos no escolares vem confirmar estadiscusso que vivenciamos. A atuao do pedagogo ultrapassa o espaoescolar, que at pouco tempo, era seu espao (restrito) de trabalho, para seinserir num novo mbito de atuao com uma viso redefinida da atuaodeste profissional. (NOGUEIRA, 2009, s/p)

    O pedagogo dentro da rea no formal atua como um facilitador que colabora para o

    desenvolvimento da instituio onde se encontra, possui a habilidade de transformar

    os mtodos j existentes para melhorar a gesto dos colaboradores, constri uma

    base para o desenvolvimento das pessoas levando em conta os valores sociais,

    morais e culturais de cada indivduo e do seu local de interao.

    Com o desenvolvimento e a possibilidade de flexibilizao, percebe-se um novo

    campo de atuao para o pedagogo onde este no ensina o trabalho em si, mas

    ensina o caminho do querer saber, sendo por meio do instigamento e do despertar

    da curiosidade do educando. O pedagogo no possui formao para ensinar otrabalho, mas sim, para estimular a busca pelo conhecimento, a construo do

    cidado criativo e ativo dentro do seu ambiente de trabalho e da sociedade.

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    Hoje o mercado no precisa mais do trabalhador mecanizado e sim do trabalhador

    que inova e transforma seu trabalho. Assim, os campos de atuao do pedagogo

    no escolar so diversos, uma vez que este bem preparado para assumir funes

    que, at pouco tempo atrs, no eram reconhecidas como sendo dele. Com isso,

    pode-se citar como campos de atuao do profissional pedagogo no formal:

    Empresas, hospitais, ONGs, associaes, igrejas, eventos, emissoras detransmisso (rdio e Tv), e outros formam hoje, o novo cenrio de atuaodeste profissional, que transpe os muros da escola, para prestar seuservio nestes locais que so espaos at ento restritos a outrosprofissionais. Esta atual realidade vem quebrando preconceitos e idias deque o pedagogo est apto apenas para exercer suas funes na sala deaula. (NOGUEIRA, 2009 s/p).

    Alm destes relatados acima, como exemplo de atuao no formal do pedagogo,

    pode-se citar ainda o trabalho educativo e libertador desenvolvido em museus, que

    tm diante de si a tarefa de reinventar sua identidade sociocultural e exercer projetos

    educativos capazes de acolher a todos, de modo democrtico e inclusivo.

    Enfim, o espao no escolar foi aberto para o pedagogo devido a este profissional

    possuir competncias relevantes em sua formao, possibilitando-o colaborar dentro

    de empresas e outros ambientes diferentes da escola, como assim define aResoluo do Conselho Nacional de Educao (CNE / CP), n 1, publicada em 15 de

    maio de 2006, que diz que:

    Art. 5 O egresso do curso de Pedagogia dever estar apto a:IV - trabalhar, em espaos escolares e no-escolares, na promoo daaprendizagem de sujeitos em diferentes fases do desenvolvimento humano,em diversos nveis e modalidades do processo educativo.

    Segundo Ado Myszak (1994, s/p), a civilizao o aperfeioamento do homem

    pela educao. Sendo assim, faz-se necessrio que como todas essas

    transformaes do mercado de trabalho tambm se transforme as concepes dos

    pedagogos. imprescindvel que se tenha a conscincia do dever de acompanhar o

    desenvolvimento que hoje existe e que so gerados pela globalizao e pelo avano

    tecnolgico para que esse se mantenha em constante aperfeioamento e

    melhorando cada vez mais o seu potencial competitivo, visando sempre ampliao

    do seu campo de trabalho e de conhecimento, alm da criao de novas

    possibilidades de atuao.

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    2.3 A atuao dos pedagogos nos centros de promoo da cultura

    A cultura est ligada a educao antes mesmo de ser compreendida como tal. Para

    ser entendido o conceito de cultura, cita-se a definio de Freire (1974), mencionadopor Mizukami (1986, p.87):

    Cultura todo o resultado da atividade humana, do esforo criador erecriador do homem, de seu trabalho por transformar e estabelecer relaesdialogais com outros homens. [...] Neste sentido, lcito dizer que o homemse cultiva e cria a cultura no ato de estabelecer relaes, no ato deresponder aos desafios que lhe apresenta a natureza, como tambm, aomesmo tempo, de criticar, de incorporar a seu prprio ser e de traduzir poruma ao criadora a aquisio da experincia humana feita pelos homensque o rodeiam ou que o precederam.

    A educao pela cultura prioriza a formao humana do cidado com saberes e

    conhecimentos. Essa a maneira adequada de transmitir educao, pois estamos

    passando por um fenmeno educacional onde presenciamos o pedagogo abrindo

    cada vez mais o seu espao de trabalho dentro do ambiente cultural-educacional.

    O pedagogo tem habilidades para trabalhar dentro da cultura com excelncia, pois,

    conhece todo o processo de formao humana das pessoas e esse o objetivo da

    cultura: educar de uma forma humana e no simplesmente transmitir o contedo.Busca-se sempre despertar a curiosidade, acompanhar o desenvolvimento do

    individuo sem buscar metas ou objetivos prontos. A funo do pedagogo estimular

    o desenvolvimento natural da pessoa por meio da liberdade de suas emoes,

    sempre respeitando os seus limites. Assim, a abordagem humanista ressalta que:

    [...] a educao sem liberdade resulta numa vida que no pode serintegralmente vivida. Tal educao ignora quase inteiramente as emoesda vida, e porque essas emoes so dinmicas, a falta de oportunidade de

    expresso deve resultar, e resulta, em insignificncia, em fealdade, emhostilidade. Apenas a cabea instruda. Se as emoes tivessem livreexpanso, o intelecto saberia cuidar de si prprio. (NEILL, 1963, p. 93)

    De agora em diante, o estudo ser direcionado ao pedagogo no ambiente museal,

    buscando mostrar suas especificidades e as suas funes dentro do seu ambiente

    de trabalho no formal.

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    2.4 Pedagogo no Museu:buscando atravs do conhecimento, a prtica daliberdade.

    A liberdade, que uma conquista, e no uma doao exige permanente

    busca. Busca permanente que s existe no ato responsvel de quem a faz.Ningum tem liberdade para ser livre: pelo contrrio, luta por elaprecisamente porque no a tem. Ningum liberta ningum, ningum seliberta sozinho, as pessoas se libertam em comunho. (FREIRE, 1988,p.35)

    Segundo o Instituto de Patrimnio do Histrico e Artstico Nacional (Iphan) /

    Ministrio da Cultura (Minc)os museus so apresentados como:

    [...] casas que guardam e apresentam sonhos, sentimentos, pensamentos eintuies que ganham corpo atravs de imagens, cores, sons e formas. Osmuseus so pontes, portas e janelas que ligam e desligam mundos, tempos,

    culturas e pessoas diferentes. Os museus so conceitos e prticas emmetamorfose.

    Atravs de outro conceito, nota-se esse processo de mudanas atravs de uma

    pequena coleo de definies.

    Um museu uma instituio permanente, sem fins lucrativos, ao servio dasociedade e do seu desenvolvimento, aberto ao pblico, e que adquire,conserva, estuda, comunica e expe testemunhos materiais do homem e doseu meio ambiente, tendo em vista o estudo, a educao e a fruio. (THEINTERNATIONAL COUNCIL OF MUSEUMSICOM, 2006, s/p).

    Transpor as barreiras entre museu e escola de extrema importncia. Pode-se

    classificar o museu como ambiente de formao, j que ele possibilita aos que

    trabalham nele e tambm aos que o visitam conhecer e inventar, atravs do seu

    acervo, novas realidades sociais.

    Segundo o educador Neill (1963, p. 141), praticante da teoria humanista, o ensino

    deve ser baseado na satisfao da pessoa, a felicidade est ligada a liberdade que o

    individuo possui, a aprendizagem deve ser estimulada em um ambiente de liberdade

    e de responsabilidade, todos tm o direito de expresso e interpretao voluntria.

    Com isso, Duarte (1993, p. 47) menciona que o processo de formao do indivduo:

    [...] , em sua essncia, um processo educativo, no sentido lato do termo. Oindivduo se forma, apropriando-se dos resultados da histria social eobjetivando-se no interior dessa histria, ou seja, sua formao se realizaatravs da relao entre objetivao e apropriao. Essa relao se efetivasempre no interior de relaes concretas com outros indivduos, que atuamcomo mediadores entre ele e o mundo humano, mundo da atividadehumana objetivada. A formao do individuo , portanto, sempre umprocesso educativo, mesmo quando essa educao se realiza de formaespontnea, isto , quando no h uma relao consciente (tanto de partede quem se educa, quanto de parte de quem age como mediador) com oprocesso educativo que est se efetivando no interior de uma determinadaprtica social.

    http://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&cad=rja&sqi=2&ved=0CB4QFjAA&url=http%3A%2F%2Fwww.iphan.gov.br%2F&ei=v2hgUPS6GIno9ATEv4DQCA&usg=AFQjCNEnNAJRtrYFP5nTEXwTkPgnKooNTw&sig2=12jNac4Y17FNcHOb7Hrf5Qhttp://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&cad=rja&sqi=2&ved=0CB4QFjAA&url=http%3A%2F%2Fwww.iphan.gov.br%2F&ei=v2hgUPS6GIno9ATEv4DQCA&usg=AFQjCNEnNAJRtrYFP5nTEXwTkPgnKooNTw&sig2=12jNac4Y17FNcHOb7Hrf5Qhttp://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&cad=rja&sqi=2&ved=0CB4QFjAA&url=http%3A%2F%2Fwww.cultura.gov.br%2F&ei=OGlgUOKzJZLI9QTwx4DwCQ&usg=AFQjCNEix4N5nrM0PmzK_yhv4Oo2svGwkg&sig2=yr2R-bnxnmy1okOE0CqQkghttp://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&cad=rja&sqi=2&ved=0CB4QFjAA&url=http%3A%2F%2Fwww.cultura.gov.br%2F&ei=OGlgUOKzJZLI9QTwx4DwCQ&usg=AFQjCNEix4N5nrM0PmzK_yhv4Oo2svGwkg&sig2=yr2R-bnxnmy1okOE0CqQkghttp://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&cad=rja&sqi=2&ved=0CB4QFjAA&url=http%3A%2F%2Fwww.iphan.gov.br%2F&ei=v2hgUPS6GIno9ATEv4DQCA&usg=AFQjCNEnNAJRtrYFP5nTEXwTkPgnKooNTw&sig2=12jNac4Y17FNcHOb7Hrf5Q
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    O pedagogo atuando no museu tem como possibilidade a formao profissional

    permanente, algo que no acaba nunca e ocorre em todos os ambientes por onde

    ele circula. Trabalhar nessa instituio permite ricas experincias, contatos e trocas

    de conhecimentos que possibilitam situaes inovadoras, reinventadas e ainda, o

    exerccio da aprendizagem.

    O museu ser entendido como local de dilogo entre homens e o seu acervo,

    visando novas leituras do que exposto, autoconfiana para conhecer e entender o

    que antes era desconhecido, construo de experimentaes e prticas

    pedaggicas, produzindo e estimulando os diversos saberes, promovendo a

    transformao pessoal e social.

    Nestas instituies, muitos conhecimentos esto disponveis, conceitos so

    formados e ampliados, o saber individual mesclado aos saberes culturais diversos.

    A esttica; a cincia; a arte e as emoes, presentes nos museus permitem o

    aprender a aprender, desenvolvem a capacidade de pensar, de enxergar o mundo

    de outra maneira, contribuindo para a expanso e democratizao da educao.

    Nem todos tm as mesmas oportunidades, infelizmente a maior parte do saber

    determinada pela estrutura social e cultural. A compreenso de que os processos

    educativos ocorrem na interao do homem com outros homens, bem com o seu

    mundo e a sua histria, necessria para a construo da Pedagogia no Museu,

    capaz de implantar um projeto de educao que, por meio de seu acervo; patrimnio

    e os demais elementos promova a criao de uma identidade cultural na sociedade.

    O que nos parece indiscutvel que, se pretendemos a libertao doshomens no podemos comear por alien-los ou mant-los alienados. A

    libertao autntica, que a humanizao em processo, no uma coisaque se deposita nos homens. No uma palavra a mais, oca, mistificante. prxis, que implica a ao e a reflexo dos homens sobre o mundo paratransform-lo. (FREIRE, 1988, p.67).

    O saber do educador do museu, muitas vezes, tem como origem s experincias

    vividas na infncia, os comportamentos de antigos professores, as prticas

    adquiridas em outras instituies museais e, claro, as representaes que ele faz do

    papel do museu na sociedade, do seu prprio papel como profissional de

    comunicao e educao e das representaes que ele tem do outro, ou seja, dos

    usurios do museu. Tudo isso gera perguntas e inquietaes profissionais que, de

    maneira planejada ou espontnea, influenciam na prtica. Como planejar a ao

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    educativa? Como receber o pblico? De que forma o ensino e a aprendizagem

    acontecem no museu? So algumas das perguntas feitas pelo educador, no

    momento de elaborar os projetos de ao educativa.

    vlido ressaltar que os profissionais da educao enfrentam, na maioria dos

    museus brasileiros, a escassez de recursos e de oportunidades para envolvimento

    efetivo em projetos de formao educativa. Algumas equipes contam com poucos

    profissionais, que tm que se desdobrar em seus afazeres cotidiano devido a uma

    srie de razes, dentre elas: a expectativa de pblicos diversos, a precariedade de

    recursos para inovao, ausncia de dilogo com os demais setores do museu e a

    falta de instrumentos e mecanismos de avaliao de seu prprio trabalho. Outras

    equipes, ainda, so submetidas pelos museus lgica da produtividade (mais

    pblico, mais comisses), o que contribui para precarizao de suas condies de

    trabalho, dilogo e de formao.

    Durante muitos anos, a ao educativa ocupava papel secundrio na concepo,

    organizao e funcionamento dos museus. Ao trmino dos processos de

    planejamento e execuo dos projetos e exposies, os educadores eram

    substitudos por pessoas, quase sempre sem conhecimento sobre o acervo, querecepcionavam o pblico e atuavam como guias, tudo isso, sem nenhum

    direcionamento especfico.

    Em decorrncia de transformaes vivenciadas pelos educadores e museus, a

    concepo acerca das finalidades e mecanismos da ao educativa vem se

    modificando e a educao passou a ser percebida, pelos museus, no s como

    campo importante, mas como um dos elementos fundamentais para atingir os

    objetivos sociais do museu.

    2.5 Relao entre educao e o processo cultural-museolgico

    O museu e a educao possibilitam pensar nas aes do homem sobre o mundo,

    sendo estes os resultantes deste processo. Levando-se em conta que o processo

    museolgico tem significado de avano, esta gera a atividade reflexiva que pretende

    obter conhecimento de algo que est relacionado a mudanas de acordo com osistema. O meio educacional est voltado a uma viso transformadora do sujeito e

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    do mundo. "A educao pode ser compreendida como processo de formao da

    competncia humana, com qualidade formal e poltica, encontrando no

    conhecimento inovador a alavanca principal da interao da tica" (DEMO, 1996,

    p.01).

    A abertura de novos conhecimentos e novas diversidades so alguns dos objetivos

    desta parceria, que busca envolver e interagir as reas de conhecimentos. Desta

    forma consideramos a troca de conhecimentos na relao de educao formal e

    educao no formal, que so produzidas atravs de reflexes e conhecimentos que

    ns produzimos.

    Os processos educativos tem um crater contnuo e permanente que no seesgotam. Deve-se reconhecer que as aprendizagens que adquirimos no se

    reduzem quelas que so oferecidas pela escola, mas sim, a incorporao daquilo

    que aprendemos atravs de nossa vivncia na comunidade e pela troca de

    experincias que nos proporcionada ao nos relacionarmos com aqueles que fazem

    parte de nossas vidas.

    O patrimnio cultural suporte para que a ao educativa seja aplicada levando em

    conta os retrospectos culturais de vrios indivduos e as suas condies. Isso resulta

    em vrias relaes em que a cincia, cultura e tecnologia se vm unidas em um s

    local, possibilitando a reproduo de cada momento histrico e as suas evolues

    no decorrer da trajetria do mundo e do homem.

    Assim sendo, a escola passa a ser uma instituio que faz parte do patrimnio

    cultural. Ao longo do tempo, esta tambm alimentada por diversos patrimnios

    culturais, mantendo uma relao de construo e reconstruo do conhecimento. Aeducao alimenta-se da tradio, alm de manter e estimular os valores herdados,

    como afirma Sacristn (2000, p.49):

    O herdado compreende os mbitos mais diversos da experincia consttuidaem saber codificados: a cincia, a tecnologia, o conhecimento social, asartes, a literatura, [...]. Em todos eles, refletem-se as lutas da humanidadepara dominar o mundo, para melhor-lo, para viv-lo de maneirasdiferentes. Nesses lugares, tambm se encontram os instrumentos e asimagens que denunciam os erros cometidos, as injustias e asnecessidades insatisfeitas. Uma seleo adequada de tudo isso

    preenchenos o programa de uma ilustrao ponderada para continuarreflexivamente e refazer o progresso, que deve ser material e espiritual,instrumental e moral.

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    O processo museolgico um mtodo educativo que faz com que o cidado possa

    ver a realidade e expressar a mesma, de forma a ser tratada como uma ao de

    comunicao. Assim pode-se afirmar que o museu como prtica educacional tem o

    objetivo de inovar o meio social.

    2.6 O papel social e educacional dos museus

    com a arte que podemos trabalhar com todos os sentidos de um indivduo,

    podendo-se entender todo seu modo de vida e seus valores. Ento, possvel dizer

    que a arte uma linguagem e que por meio dela entendemos a cultura de uma

    pessoa ou de uma sociedade.

    No se pode entender a cultura de uma pessoa sem entender primeiramente sua

    arte. Ela se expressa atravs de gestos, imagens e fala conforme a sua linguagem

    particular. Com tudo podemos dizer ento que ela capacita o homem e o introduz na

    sociedade.

    Educao em museu se faz em torno da problematizao da cultura material, no

    enfrentamento do objeto patrimonial e no entendimento de como opera umainstituio museolgica.

    O museu como instituio pblica, deve atuar como agente de mudanas sociais.

    Dessa maneira, busca-se transformar as ferramentas necessrias para a incluso

    social na comunidade, atravs de meios de explorao de perspectiva individual,

    trazendo momentos bons e ruins, ou seja, histrias que marcaram e que geram

    algum tipo de experincia para o indivduo.

    O museu agente de mudana social e desenvolvimento, mas essa posio no

    dada e sim construda. O museu como agncia educacional forma pessoas

    habilitadas a transitar entre culturas, saboreando as nuances degustativas de outros

    patrimniosporque reconhece e respeita nelas o que mais significativo.

    2.7 O museu e os trabalhos da incluso

    O museu no tem razo de ser se no se abrir comunidade, se nodesenvolver aes direcionadas para diferentes pblicos atravs demediao que reelabore a informao, tornando-a acessvel mesmo na

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    forma de atividade ldicas e oficinais. (Instituto dos Museus e daConservao)

    A captao de pblicos tornou-se uma preocupao para os museus. Estabelecer as

    condies necessrias para que todos os cidados (deficientes ou no) tenham livreacesso aos espaos culturais fundamental. de responsabilidade das instituies

    acolher seus visitantes, independentemente das suas necessidades, tratando de

    fazer valer o direito de participao na vida cultural da sociedade.

    Segundo o psiclogo Rogers (1902, p. 147), praticante da teoria humanista,

    devemos aceitar as pessoas como so, posicionar-se no lugar do outro e fazer com

    que aceitemos e inclumos incondicionalmente o outro.

    Visita de cadeirantes e cegos ao Museu de Artes e Ofcios, 2012.

    O pedagogo, enquanto profissional educador deve estar constantemente atento

    questo da incluso, sendo esta no somente aos deficientes, mas tambm queles

    que necessitam de alguma acessibilidade e ateno diferenciada, mesmo que

    momentaneamente.

    Art. 5 O egresso do curso de Pedagogia dever estar apto a:V - reconhecer e respeitar as manifestaes e necessidades fsicas,cognitivas, emocionais, afetivas dos educandos nas suas relaesindividuais e coletivas;[...]VIII - promover e facilitar relaes de cooperao entre a instituioeducativa, a famlia e a comunidade;[...]X - demonstrar conscincia da diversidade, respeitando as diferenas denatureza ambiental-ecolgica, tnico-racial, de gneros, faixas geracionais,classes sociais, religies, necessidades especiais, escolhas sexuais, entreoutras. (RESOLUO CNE/CP N 1, 2006, p.11).

    Incluir significa adequar fisicamente o museu; bem como capacitar a equipe de

    educadores (antigos guias) para um acolhimento ideal, buscando a remoo de

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    barreiras que geram preconceitos e prticas discriminatrias. A incluso efetiva

    quando as diferenas so aceitas e respeitadas. primordial que o museu consiga

    se comunicar de forma correta e constante com todo pblico.

    O museu exerce funo social sobre o seu pblico, podendo despertar a autoestima;

    criatividade; autoconfiana; aprendizado; novas experincias e, principalmente, a

    possibilidade de se reconhecer como parte da sociedade. preciso que os locais

    culturais estejam devidamente preparados para receb-los e provocar-lhes

    satisfao, garantindo o retorno dos mesmos.

    A Lei Brasileira de Acessibilidade (NBR 9050) definida como toda condio de

    liberdade, percepo e compreenso para a utilizao segura e autnoma deespaos. Nos museus, envolvem as exposies; a circulao; informao; servios e

    comunicao. A preocupao permitir a opo de experimentar sem restries o

    ambiente; possibilitando a circulao em todos os locais; o toque nos objetos

    expostos; educadores capacitados que possam estabelecer uma comunicao e

    muito mais, ou seja, trata-se da busca pelo envolvimento nas emoes e sensaes

    presentes num museu.

    O Art. 27 da Declarao Universal dos Direitos Humanos, de 1948, garante a

    participao livre na vida cultural da comunidade, a apreciao das artes e a

    participao em programas cientficos e nos benefcios deles resultantes. No

    entanto, a aplicao destas medidas enfrenta dificuldades, pois, a democratizao

    cultural no realidade em todas as instituies. Infelizmente, as barreiras ainda

    esto presentes.

    Este pblico, bem como os demais, exigem menos empecilhos ao acesso, maisrespeito, melhorias no atendimento e comunicao, com a participao de

    funcionrios capacitados. Algumas mudanas so muito fceis de providenciar e

    podem ser prontamente colocadas em prtica (como a qualificao dos

    educadores), outras podem exigir mais recursos e planejamento (recursos

    financeiros que permitam criar aes educativas para que os museus programem

    atividades especficas na incluso de pessoas).

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    Como agente de desenvolvimento social, o museu juntamente com o pedagogo

    sempre dever trabalhar visando o benefcio dos direitos culturais dos cidados,

    garantindo a acessibilidade, a qualidade e o respeito todos igualmente.

    Tendo em vista a questo da incluso, por meio de uma oportunidade nica que nos

    foi ofertada, participamos de um dos projetos sociais oferecidos pelo Museu de Artes

    e Ofcios (MAO), que se chama Visita Vendada. A ideia proporcionar ao pblico

    vidente um momento de conhecer o Museu por meio dos sentidos, exceto o da

    viso, alm de possibilitar entender como os cegos veem o acervo do Museu.

    Visita Vendada - MAOFoi-nos explicado como seria a visita e nosinformaram que no precisaramos ficar com obrao erguido para frente com medo de sechocar contra a parede. Mesmo com aorientao, assim fiz quando comecei acaminhar segurando no brao do educadorque me guiou. Nunca havia ido a este museuento tudo que eu conheci foi pelo cheiro, tato,som e at mesmo, o paladar.

    Entendi o objetivo do museu muito mais doque se estivesse vendo, pois no enxergar fezcom que eu quisesse ver como nunca haviadesejado antes, queria saber qual era a cor,de onde o objeto havia sido retirado e comoera o ambiente onde estvamos, quais eramos outros objetos que no poderia tocar ecomo eles seriam.

    Este o objetivo do museu, criar dentro dens vrias perguntas e nos mostrarpossiblidades de descobrirmos as respostas.

    (Jssica Natlia Coelho, 2012).

    2.8 Entrevistas com pedagogos atuantes no ambiente museal

    Visando a ampliao do campo de estudos para a elaborao do trabalho, foram

    elaboradas oito questes para que servissem como base para as entrevistas com

    duas pedagogas que atuam dentro dos espaos museias na cidade de Belo

    Horizonte, sendo a primeira no Museu de Artes e Ofcios (MAO) e a segunda no

    Museu dos Brinquedos.

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    2.8.1 Pedagoga A1, atuante no Museu de Artes e Ofcios (MAO).

    A funo do museu refletir sobre o passado, pensando tambm no futuro.(ngela Gutierrez, 2012).

    O museu tem um compromisso com a emancipao humana. (Frase da Pedagoga A, 2012).

    Graduada em Pedagogia e em Direito, ps-graduada em Orientao Educacional e

    Especializada em Lngua Espanhola, a pedagoga Aatualmente ocupa o cargo de

    Coordenadora do setor educativo do MAO, ao qual est atuando h pouco mais de

    quatro anos.

    A pedagoga tem uma vasta experincia dentro do ambiente escolar, j tendo atuado

    como professora eventual, supervisora, orientadora, coordenadora e bibliotecria.

    Eu no posso deixar de falar da escola, pois, sem a escola, eu no estaria no MAO

    hoje. No tem como eu falar de museu sem mencionar as escolas que eu passei

    durante a minha vida, diz a pedagoga A.

    Deixou a rea escolar quando recebeu o convite da presidente do Instituto Cultural

    Flvio Gutierrez, ngela Gutierrez, para atuar no setor educativo do Museu de Artes

    e Ofcios, que precisava de uma reformulao.

    Ela menciona quais so as atribuies e as delegaes de seu cargo:

    A minha atribuio principal relativa s responsabilidades do setoreducativo. Este setor do MAO possui duas grandes vertentes. A primeiravertente o cuidado com a recepo de pblicos diversos no museu, emespecial de pblicos ligados alguma instituio, ou seja, a recepo degrupos escolares ou no. A segunda vertente um projeto social doInstituto Cultural Flvio Gutierrez, chamado Valor Social. Este visa qualificarjovens para a rea da conservao de patrimnio. Vou iniciar um setoreducativo bsico no museu. Ns cuidamos do setor de pblicos. Logoquando cheguei, imaginava que, para fazermos uma recepo de gruposescolares ou no escolares bem feita, precisvamos cuidar da formaodas pessoas que esto aqui dentro. (PEDAGOGA A, 2012)

    O Setor educativo do MAO projeta-se rumo ao futuro, refletindo sobre o universo do

    trabalho em nosso pas, a partir de um acervo de grande importncia histrica e

    cultural, este o principal desafio do Trilho & Trilhas (sendo que trilhos fazem

    analogia ao espao onde o museu se localiza, e trilhas visa indicao de um

    caminho), o programa educativo do Museu de Artes e Ofcios. Desenvolvido para

    atender pblicos de diferentes geraes, vinculados ou no com instituies

    1A pedagoga foi tratada de A para preservar a sua identidade.

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    escolares, o programa implementado por uma equipe especialmente preparada,

    capaz de atender s singularidades de cada grupo. Nosso museu foi planejado para

    mltiplas interpretaes, preparado para visitas das mais variadas possveis, tudo

    dentro de prognsticos que esto em constante anlise, diz a pedagoga A.

    O MAO atualmente conta com dez pessoas atuantes no setor educativo, sendo

    estes ligados diretamente recepo de grupos. Esta equipe tem uma composio

    absolutamente variada, multidisciplinar, que esto ligadas as reas de Histria,

    Geografia, Artes Plsticas, Turismo, Letras e Pedagogia.

    Logo que chegamos, nos preocupamos com a formao desses potenciaisto diversos. A partir da, cuidando dessa formao e conscientes de que

    ela tinha que ser constante, pensamos em parcerias. [...] eu brinco com elese falo: Voc terminou a faculdade, o que vai fazer agora? Se voc notomar nenhuma atitude em seis meses, eu o matricularei nem que seja emum curso de corte e costura.(PEDAGOGA, A, 2012).

    O fundamento da ao educativa do Museu de Artes e Ofcios a mediao entre o

    acervo do MAO e o pblico que o visita. A mediao provoca uma aproximao

    prazerosa com o espao cultural, favorecendo a formao de pessoas conscientes

    da importncia do trabalho para a construo de um mundo mais digno e respeitoso.

    Sobre as aes educativas do Museu, a pedagoga A (2012)citou:

    O momento do educador, que um espao de interao e dilogo entre oseducadores interessados e a equipe do MAO. O passe livre do educadorpermite a entrada gratuita do professor no museu durante o perodo de umano. O Ampliando horizontes prope a criao de um espao alternativo dediscusso e debate sobre os temas que envolvem a memria. OSocializando prticas educativas busca valorizar as experinciassignificativas realizadas pelos educadores, sendo estes escolares e noescolares. O Ofcio e Arte Concursos de criao visa o compartilhamentodos prazeres que o mundo nos oferece a partir da dana, msica, poesia,pintura, entre outras. O Guia do educador visa compartilhar com os

    educadores a proposta do setor educativo do MAO. A Estao dabrincadeira uma programao de frias do MAO, que conta com diversasatividades socioeducativas. As Aes inclusivas buscam constantementefavorecer a aproximao de todas as pessoas juntamente ao acervo. E porfim, as Visitas Orientadas, que so feitas juntamente com um educador doMAO que explicar cada uma das trilhas presentes no museu.

    O Museu de Artes e Ofcios prope a

    construo de um espao de troca dasprticas educativas desenvolvidas pelas

    diversas instituies que o visitam.

    Socializando Prticas Educativas

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    A pedagoga fala sobre a autonomia que a rea museolgica proporciona e que esta

    totalmente diferente da autonomia das escolas regulares: A escola regular temuma formao que forte e, por mais criativa e autnoma que esta seja, ela estar

    sempre esbarrando em questes institucionais mais rgida do que a do museu.

    A pedagoga ainda acrescentou:

    O pedagogo vai lidar com todos os atores do ambiente escolar com muitascontradies nas instituies. Concordar com determinadas coisas quenormalmente no concordaria. A posio do professor uma posiopoltica, um papel de muita responsabilidade, trabalhando valores alm dasala de aula, dentro de concepes muito pessoais. (PEDAGOGA A, 2012)

    Quanto s dificuldades da rea, segundo a pedagoga A estas so inmeras, porm

    elas no so especificamente no Museu de Artes e Ofcios, mas de todos os

    espaos culturais, sendo esta a questo do no reconhecimento dos setores

    educativos dentro desses locais.

    Ela ainda cita que o maior desafio do MAO a agenda, pois, normalmente se

    trabalha com o ms totalmente ocupado por atividades e no limite em nmero de

    visitantes. Atualmente, recebem-se aproximadamente oito visitas por dia, totalizandotrezentos e vinte alunos por ms, sendo que uma vez na semana, na quarta-feira, as

    visitas podem chegar a dez, sendo assim, um total de quatrocentos visitantes

    mensais.

    Alm disso, outro desafio a questo da responsabilidade com relao prtica de

    ensinar e de aprender entre o visitante, as obras do museu e seu espao.

    Outra apreenso se centra no preparo do setor educativo do museu. So dez

    funcionrios e h a grande preocupao em mant-los trabalhando no MAO, j que

    a pedagoga A acredita que levaria aproximadamente dois anos para adequar o

    Visita Orientada - MAO Projeto Ofcioe Arte - MAO

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    museu, seus funcionrios e a rea educativa para estabelecerem um espao de

    convvio entre as obras e o pblico em geral.

    Sobre a atuao do pedagogo nos espaos no escolares, a pedagoga A fala sobreo que ela, particularmente, acha que deveria mudar na formao deste profissional:

    Pensando que o espao em questo no faz parte da realidade que opedagogo se prepara para atuar, eu me preocuparia com a modificao daformao durante o curso de Pedagogia. Eu procuraria oferecer asdiferentes reas do conhecimento para a composio do sujeito. Estamosestagnados, perdidos em credibilidade em outras reas do conhecimento.Fica claro que, com o que o pedagogo enfrenta hoje, ele precisa conhecersobre o que faz parte de sua realidade para conquistar algo que valorizeainda mais o seu papel e lhe proporcione maior autonomia.

    A pedagoga A (2012) finaliza a entrevista dizendo:O Museu de Artes e Ofcios o lugar de encontro do trabalhador consigomesmo, com sua histria, com seu tempo passado, presente e futuro. um projeto em permanente construo. Ele se realiza no olhar do visitante,que d sentido aos objetos. Por isso, o pblico se identifica muito com oacervo contextualizando-o com sua realidade, basta aproveitar aoportunidade de trazer, aproximar mais ainda o pblico mostrando que omuseu para todos.

    2.8.2 Pedagoga B2, atuante no Museu dos Brinquedos.

    O Museu considerado um espao de educao no formal, pois promovesituaes de construo de conhecimento, de adeso de valores, dereflexo, e interao social. Por isso importante ter um pedagogo paraelaborar um plano de ao cultural e educativo, propiciando odesenvolvimento de aes continuadas e com metodologia. (PEDAGOGAB, 2012)

    A pedagoga B formada em Histria e Pedagogia, j ministrou aulas e teve a

    prpria escolaAldeia Global Centro de Desenvolvimento Integral da Criana, alm

    de tambm j ter trabalhado na rea comercial. Aps aposentar-se, tornou-se

    voluntria em uma igreja e fundou a Organizao No Governamental (ONG)Instituio Cultural Luiza de Azevedo Meyer, mantenedora do Museu dos

    Brinquedos, que foi inaugurado no ano de 2006. Dentro do museu, ocupa o cargo de

    Diretora Presidente.

    Segundo a pedagoga B (2012), as principais habilidades e competncias para se

    atuar na rea museal sendo pedagogo : Ser paciente, criativo, idealista, feliz,

    espirituoso, socivel, espontneo, mediador, estudioso, decidido, planejador,

    respeitoso, brincalho, adaptvel, sensvel, etc.

    2A pedagoga foi tratada de Bpara preservar a sua identidade.

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    Ao elaborar um projeto educativo, a pedagoga B ressalta:

    Fao um planejamento com uma introduo, com a misso do Museu, nosbaseamos no que queremos alcanar, o que o projeto e para quem ofaremos. Aps a implantao, faz-se uma avaliao para saber a eficinciade tal projeto, evidenciando os erros e os acertos para melhorarmos emtudo o que for necessrio.

    Ela comenta sobre as dificuldades que o pedagogo no escolar enfrenta, ainda mais

    se tratando de um ambiente museal, destacando como principal problema a questo

    do estruturamento da rea educativa com recursos humanos dentro do Museu. Alm

    dos aspectos fsicos e financeiros que devem ser suficientes para que se coloquem

    em prtica as suas melhores aes educativas e socioeducativas, que visam o

    aperfeioamento do homem atravs do reconhecimento de sua histria.

    Para finalizar, a pedagoga B fala da importncia do museu para ela:

    O Museu um espao de relao, simbolizao e de memria. Todamemria social; cada um tem a sua memria museal e capaz de acion-la atravs das experincias vividas e que no esto depositadas no objeto.Est na relao que se tem com o objeto. Ela possibilita uma vivncia, amemria precisa ser acionada. Os brinquedos do nosso Museu so pontes,janelas, portas que ligam o mundo visvel e invisvel, grupos sociais entretempos, entre pessoas. (2012)

    As crianas esto numa idade em que fcil identificar os povos e osperodos da Histria. E os brinquedos so uma ferramenta que ajuda eauxilia no conhecimento. Eles aprendem brincando. A sada da sala de aulae a visualizao dos objetos so benefcios para a aprendizagem.(CLUDIA GUIMARES COSTA, professora levou os seus alunos paraconhecerem o Museu dos Brinquedos, 2012).

    Museu dos Brinquedos, 2012

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    2.9 Contextualizao das Entrevistas

    Por meio das entrevistas foi possvel identificar que a aes educativas projetadas

    pelos pedagogos tm como principais enfoques a questo da interao (entre o

    ambiente museal, o educador do museu e aqueles que o visitam), o instigamento da

    curiosidade e a aprendizagem daqueles que visitam o museu com o intuito da

    aprendizagem.

    Os museus se preocupam em representar os interesses coletivos da sociedade e a

    sempre estar a servio dela, voltando-se para a produo do conhecimento pelo

    indivduo, entrando ai, o papel do pedagogo, que ser o responsvel por intermediar

    tal conhecimento a fim de que este chegue ao seu objetivo, que proporcionar aaprendizagem. Os projetos educacionais desenvolvidos pelos pedagogos so as

    pontes que ligam as necessidades do conhecimento histrico e as possibilidades de

    aprendizagens existentes dentro do museu.

    preciso que o pblico sinta emoo ao visitar o museu. Atualmente, o espao

    museolgico est totalmente voltado para uma prtica educativa. O mediador do

    museu exerce um papel diferente de todos os que atuam no mesmo. A instituio

    procura mobilizar prticas educativas que facilitem a aprendizagem e visem odesenvolvimento do homem integralmente.

    Sendo assim, segundo Campani (1978, p.68) a cultura e o desenvolvimento devem

    estar interligados fortemente, visando o desempenho das aes educativas .

    Portanto, a educao utiliza o patrimnio cultural de um povo, dando suporte e base

    necessria para a construo do conhecimento e criando uma identidade

    relacionada ao contexto no qual se insere.

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    3 CONCLUSO

    Aps a elaborao deste trabalho, entende-se que atravs da rea museolgica

    podemos trabalhar os sentidos de um indivduo, observando suas caractersticas

    intelectuais e emocionais. Sendo assim, pode-se dizer que a arte uma linguagem,

    possibilitando entender a cultura de uma pessoa ou de uma sociedade em geral.

    Na educao ela fundamental, pois alm de identificar o indivduo, desenvolve a

    percepo, a imaginao, interage com a realidade e o meio ambiente, desenvolve a

    capacidade crtica, abre as portas para a criatividade e a intelectualidade. Assim,

    pode-se dizer ento que ela capacita o homem e o introduz num novo ambiente deinterao, porm, com uma viso diferente da que se tinha antes do conhecimento

    adquirido por meio da experincia proporcionada pelo museu.

    No entanto, no somente introduzindo a arte na educao que ela por si s ir

    transformar omeio e pessoas. Para que esta juno funcione necessria pea

    fundamental na educao, o educador, sendo este, o profissional pedagogo.

    O pedagogo que trabalha com a arte e as suas especificidades deve estar atento

    para que ela no se torne apreciao esttica e sim uma integrao reflexvel entre

    indivduo e arte. O objetivo deste profissional no fazer com que a pessoa veja

    apenas superficialmente a arte, mas que tambm seja capaz de question-la,

    identific-la e reconhec-la como parte significante do seu passado.

    O desenvolvimento da criatividade e da curiosidade um dos pontos mais

    trabalhados pelo pedagogo, pois este que far com que a criana e o adulto levem

    consigo tudo o que aprendeu e que isso seja relevante para a sua vida. A criao

    dos projetos de ao educativa dos museus busca exatamente isso, ou seja,

    proporcionar queles que visitam os museus muito mais do que simples momentos

    de visitao. um momento de troca de experincias e saberes entre os que sabem

    e aqueles que esto indo ao museu para aprender.

    Enfim, conclui-se que no existe um local mais certo para se conhecer a prpria

    histria do que o museu. O indivduo que conhece a contextualizao do tempo e da

    histria capaz de desenvolver todos os tipos de interpretao, sendo capaz dedecifrar as decodificaes e avaliaes a cerca do seu passado e como este

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    influencia ou influenciou o seu presente, devendo considerar tambm as suas

    contribuies para o futuro.

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    ANEXOS

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    ANEXO AFotos da fachada dos Museus, 2012.

    Fachada do Museu de Artes e Ofcios

    Foto da fachada do Museu dos Brinquedos