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Pastejo Rotacionado Irrigado da Gramínea Tifton 85 (Cynodon spp) para Produção de
Leite “Um Enfoque na Eficiência Energética”
Antônio Carlos Coutinho (1), Antônio Carlos Barreto (2), Othon Carlos da Cruz (3),
Leonardo de Oliveira Fernandes (4), Diogo Gonzaga Jaime (5)
(1) Engº Agrº aposentado - CEMIG Distribuição S/A
(2) Profº Doutor - IFET Triângulo Mineiro
(3) Profº Doutor - IFET Triângulo Mineiro
(4) Pesquisador Doutor - EPAMIG
(5) Profº Doutor - Escola de Veterinária da UFMG
Resumo: O objetivo desse trabalho foi analisar os resultados obtidos com a gramínea
Tifton 85 (Cynodon spp), submetida ao pastejo rotacionado irrigado na produção de
leite, indo além do que comumente se avalia em trabalhos desse gênero como:
resposta da gramínea a irrigação no tocante a teores de MS, MO, PB, NDT, Fibras,
hemiceluloses, celuloses, lignina, capacidade suporte, taxa de lotação, resposta dos
animais a produção de leite, ganho corporal, índice de prenhês, etc. Também foram
medidos os consumos de energia elétrica (kWh) e água (m³), insumos considerados
básicos e importantes na prática de irrigação. Com isso, foi possível determinar os
diversos consumos específicos tais como: kWh/t de MS de forragem produzida,
kWh/1.000 kg de leite produzido, kWh/ha de pastagem irrigada, m³ de água/t de MS
de forragem produzida, m³ de água/1.000 kg de leite produzido, m³ de água/ha de
pastagem irrigada, custo da energia elétrica, etc.
Com a determinação desses consumos específicos torna se possível criar parâmetros
ou índices que com certeza, irão medir a eficiência da prática da irrigação de pastagens
na produção de leite, quanto ao consumo de energia elétrica e água, possibilitando
quem sabe num futuro próximo, o estabelecimento de “benchmark”, referência ou
padrão para classificação dos produtores de leite “ecológicamente corretos”, quanto
ao uso dos insumos energia elétrica e água. Com certeza, será um grande avanço no
campo da eficiência, sob todos os aspectos, condição indispensável na busca da
sustentabilidade!
Palavras-chave:água,consumo específico, custos, eficiência, energia elétrica,
sustentabilidade.
Introdução
A prática da irrigação de pastagens, capineiras e canaviais tanto na pecuária leiteira
como de corte tem intensificado nos últimos 15 anos no Estado de Minas Gerais. Uma
pesquisa realizada pela FAEMG e SEBRAE em 2005, de 1.000 propriedades produtoras
de leite de Minas Gerais entrevistadas, elas detinham em média a posse de 5,8% de
equipamentos de irrigação, sendo que as que produziam na faixa de até 50 l/dia =
2,73%, de 50 a 200 l/dia = 4,80%, de 200 a 500 l/dia = 11,43%, de 500 a 1.000 l/dia =
17,50% e acima de 1.000 l/dia = 30,77% (COUTINHO, 2007). A partir de meados da
década de noventa, a irrigação de pastagens começou a ser utilizada por alguns
pecuaristas e a chamar a atenção de técnicos e pesquisadores (DRUMOND e AGUIAR,
2005). Essa prática começou a ser utilizada no Estado depois que o Engenheiro
Agrônomo Máximo José dos Santos e o Engenheiro Agrícola Carlos Augusto Brasileiro
de Alencar “tiraram da gaveta” o projeto de irrigação por aspersão fixa circuito
fechado (tubos enterrados) concebido no ano de 1991, pelos Engenheiros Agrônomos
Abílio José Antunes e Hugo Mourthé. Brasileiro e Máximo começaram a divulgá-lo e
implantá-lo, primeiramente no Vale do Rio Doce e Mucuri em 1997, depois
expandindo para outras regiões do Estado. Em 1999 através de iniciativa da CEMIG em
parceria com outras entidades foram realizadas na Região do Triângulo Mineiro e Alto
Paranaíba, mais precisamente nas cidades de Uberaba e Ibiá, duas palestras técnicas
para divulgar a tecnologia da irrigação de pastagens. O público alvo foi técnicos,
lideranças classistas e produtores rurais inovadores. Nesses dois eventos participaram
203 pessoas que tiveram a oportunidade ouvirem do Brasileiro e Máximo, detalhes
técnicos do Projeto. Posteriormente foram realizados cursos visando à capacitação de
técnicos para elaboração dos projetos de irrigação. O primeiro foi ministrado em 1999
para 24 técnicos dos quais 20 deles pertenciam ao quadro de funcionários da EMATER-
MG. Em 2000 e 2001 foram ministrados mais dois cursos com a participação de 31
técnicos (ARRUDA e OUTROS, 2002). Portanto, no final dos anos 90 e início de 2000,
esse projeto começou a ser divulgado e implantado, principalmente entre os pequenos
produtores de leite, por ser consenso que a sua concepção adequava-se mais ao perfil
desse grupo por uma série de particularidades tais como: necessidade de aumentar a
produção de leite e renda, porém não dispondo de condições favoráveis, quer
financeira, quer de espaço, para ampliação da área de pastagens, capineiras e
canaviais; aproveitamento do transformador de energia elétrica já existente, sem
necessidade de substituí-lo por outro de potência maior, diminuindo despesas de
investimento em infra estrutura; custo de investimento no equipamento de irrigação
relativamente baixo; possibilidade de automação do sistema de irrigação permitindo a
sua prática no período noturno, das 21:30 horas as 06:00 horas, quando a tarifa de
energia elétrica tem um custo menor, 73% de desconto e 0% de ICMS para o Vale do
Jequitinhonha e área da ADENE, para as demais regiões do Estado, 67% de desconto e
12% de ICMS, no caso de consumidores rurais irrigantes classificados como do Grupo B
ou Secundário; diversificação de atividades em função do melhor aproveitamento das
áreas (maior produtividade) e respeito ao Código Florestal, por melhorar a eficiência
das áreas cultivadas, “produzindo mais em menos hectares”; em fim, inserir na
“cultura” do pequeno produtor de leite a idéia de sustentabilidade! A partir de 2000, o
Engenheiro Agrônomo Luis César Dias Drumond e o Zootecnista Adilson de Paula
Almeida Aguiar também começaram a divulgação e implementação da prática da
irrigação de pastagens, capineiras e canaviais na região do Triângulo Mineiro, demais
regiões do Estado e em outros Estado do País, elaborando e prestando consultorias
nesse segmento.
Vários trabalhos vêem sendo publicados ultimamente, inclusive livros editados sobre
os resultados obtidos com a prática da irrigação de pastagens, capineiras e canaviais
tanto na pecuária leiteira como de corte. A evolução no número de trabalhos sobre
irrigação de pastagens apresentados nas reuniões anuais da Sociedade Brasileira de
Zootecnia (SBZ) demonstra a renovação de interesse da comunidade científica sobre o
assunto. O número de trabalhos publicados até o ano de 2000 foi muito pequeno.
Porém entre 2000 e 2002 houve mais de 20 trabalhos publicados nos anais da SBZ
sobre o assunto (DRUMOND e AGUIAR, 2005). Todos os trabalhos publicados até hoje
sobre irrigação de pastagens para produção de leite deixam sempre uma lacuna
relativa a consumos e custos, principalmente de energia elétrica em pequenas áreas
irrigadas. Os produtores de leite, mais precisamente os pequenos incentivados a
adotar essa nova prática, tinham e ainda têm uma grande dúvida e preocupação com
relação ao “gasto de energia elétrica e o valor da conta no final do mês ou período de
irrigação”! Sob essa percepção e verificando que através das Unidades de
Demonstração instaladas nas propriedades produtoras de leite não se conseguia
monitorar todas as variáveis implícitas na determinação dos consumos específicos de
energia elétrica e água, além do acompanhamento diário de todas as etapas da prática
do manejo da irrigação, do manejo e adubação de pastagens, ajustes da carga animal,
pesagem periódica do leite, alimentação suplementar, etc., uma parceria foi feita entre
a CEMIG, IFETTM, EPAMIG e a EMATER-MG. Essa parceria possibilitou a instalação a
Unidade de Experimentação e Demonstração de Irrigação de Uberaba –
UEDI/Uberaba, contemplando várias atividades produtivas tais como: Fruticultura,
Olericultura e Pecuária Leiteira, cujo investimento total na época foi de R$120.624,00.
No Projeto Pastagem Irrigada a CEMIG investiu R$25.480,00 (79%) e o IFETTM
R$6.773,00 (21%), totalizando R$32.253,00. Do total investido no Projeto Pastagens,
73% foram gastos no período de setembro de 1999 a março de 2000, pois na época a
idéia era testar duas gramíneas sob irrigação, Brachiaria brizantha cv Marandu e
Panicum máximum cv Mombaça na produção de leite, submetidas ao pastejo
rotacionado. A área total bruta destinada ao experimento era de 6,00 ha e irrigada
(líquida) de 5,20 ha. O sistema de irrigação adotado foi o de aspersão fixa, circuitos
fechados ou anéis, com tubos enterrados. O custo do equipamento de irrigação ficou
na época (1999) em R$5.409,00, correspondendo a um custo médio de R$1.040,00 por
ha. O sistema de irrigação por aspersão em circuito fechado e tubos enterrados, é uma
opção para o produtor de leite, principalmente o pequeno, pois entre as várias
vantagens apresentadas, o custo de investimento no equipamento de irrigação está
entre R$1.800,00 a R$2.500,00 por ha (COUTINHO, 2007). O projeto de irrigação foi
elaborado pelo Brasileiro e a instalação, operação, manutenção e manejo da irrigação
pelos professores Barreto e Othon, contando com a colaboração de estagiários graduandos no
Curso de Tecnologia em Irrigação e Drenagem do IFETTM.
Em 2005 o Projeto de Pesquisa Pastagem Irrigada foi modificado e em decorrência
disso foi necessário um aporte de capital na ordem de R$8.798,00 para investimento,
correspondendo a 27% do total gasto até março de 2000. Esse aporte de capital foi
utilizado na formação de 5,28 ha de pastagem de Tifton 85 irrigado, no local que
originalmente existia uma pastagem constituída pelas gramíneas Brachiaria brizantha
cv. Marandu e Panicum máximum cv. Mombaça e formação de mais 5,28 ha de
pastagem também de Tifton 85, que seria utilizada sob regime de sequeiro
(Testemunha), construção de cercas eletrificadas e áreas de lazer. A área total
destinada ao experimento passou para 10,56 ha.
Em 2008, mais precisamente no mês de agosto, foi iniciada a avaliação de
desempenho da gramínea Tifton 85 em regime irrigado e de sequeiro sob pastejo
rotacionado para produção de leite. Também foram medidos os consumos de energia
elétrica e água no processo, para se calcular os respectivos consumos específicos, bem
como levantar a participação da energia elétrica no custo de produção do leite em
sistema de pastejo rotacionado irrigado.
Infra Estrutura, Materiais e Métodos
O projeto de pesquisa foi conduzido na Fazenda Santa Rosa de propriedade do
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – IFETTM-
Campus Uberaba-MG, sob a coordenação do Pesquisador da EPAMIG Leonardo, com a
colaboração dos Professores Diogo, Barreto e Othon, a supervisão do Engº Agrº da
CEMIG Distribuição S/A Coutinho. Os trabalhos de campo foram executados pelos
estagiários Hebert Borges Araujo (2007), Michael Baptista de Rezende (2008) e Renato
Alves Cavalcanti (2009), graduandos do Curso de Tecnologia em Irrigação e Drenagem.
A Fazenda Santa Rosa está localizada nas coordenadas, 19º 39’ 17” Latitude S e 47º 57’
41” Longitude W e numa altitude de 825 m. O clima da região é classificado como Aw,
tropical quente, segundo Köppen, apresentando inverno frio e seco. O solo foi
classificado como Latossolo Vermelho distrófico de textura franco argilo arenosa,
relevo suave ondulado, apresentando na camada de 00 a 20 cm 180 g kg¹ (18%) de
argila, 770 g kg¹ (77%) de areia e 50 g kg¹ (5%) de silte.
1) Infra estrutura – Transformador monofásico de 10 kVA; rede elétrica de baixa
tensão protegida por pára-raios nas duas fases que alimentam o motor elétrico;
abastecimento de água para o sistema de irrigação da pastagem através de um
reservatório descentralizado com capacidade para 300 m³, que recebe água
bombeada de uma adutora cuja moto-bomba tem uma vazão total de 120
m³/h e está instalada em um dos córregos da fazenda, sendo que o
bombeamento é feito sempre no período das 21:30 as 06:00 horas, quando o
preço da tarifa de energia elétrica tem um desconto de 67% e ICMS de 12%,
para a região do Triângulo Mineiro, onde se localiza a Fazenda Santa Rosa; 5,28
ha de pastagem irrigada de Tifton 85 dividida em 3 blocos sub-divididos em 8
piquetes cada, totalizando 24 piquetes cuja área média de cada piquete é de
0,22 ha; 5,28 ha de pastagem de sequeiro (Testemunha) de Tifton 85, também
dividida em 3 blocos sub-divididos identicamente ao tratamento anterior;
cercas eletrificadas alimentadas por eletrificador de cercas a energia solar. As
análises bromatológicas da forrageira foram realizadas no Laboratório da
UNESP em Jaboticabal. As análises de solo foram realizadas no Laboratório da
EPAMIG em Uberaba.
2) Materiais - Equipamento de irrigação por aspersão fixa circuito fechado com
tubos enterrados (malha ou anéis), composto por um conjunto moto-bomba
monofásico de 7,5 cv, devidamente aterrado com proteção de flanges contra
acidentes, com vazão total projetada de 21,6 m³/h, altura manométrica de 48
mca, 10 circuitos, 10 aspersores em funcionamento por vez, espaçados entre si
de 21 x 21 m, cobrindo uma área de 441 m², com vazão projetada de 2.160 l/h
e precipitação projetada de 4,9 mm/h, tempo de funcionamento por posição
projetado de 6 h, lâmina bruta projetada por posição de 29,4 mm, período de
irrigação projetado de 6 dias (de 2ª a sábado), turno de rega de 7 dias e tempo
total projetado de funcionamento de 12 h por dia; Proteção do motor elétrico
através de chave termo-magnética e disjuntor;
Programador de irrigação e automatizador de escorva de bomba hidráulica;
Equipamentos de medição de consumo de energia elétrica (medidor de kWh),
de consumo de água (hidrômetro) e de tempo de funcionamento do conjunto
moto-bomba (horímetro); Vatímetro e Voltímetro; Estação meteorológica
automática; Balança para pesar os animais; Balança para pesar o leite; Material
de laboratório como estufa, moinho estacionário, etc.
3) Métodos – Foram utilizadas 22 vacas mestiças, Holandês x Gir, com peso vivo
médio de 530 kg (1,18 UA) e potencial de produção média de 4.200 l/lactação.
Levou-se em consideração para alocação dos animais nos tratamentos o grau
de sangue, produção de leite, ordem de parição e período de lactação, tanto
para o sistema irrigado como para o de sequeiro, repetindo-se esse
procedimento até a alocação de 11 animais em cada tratamento. As pastagens
foram manejadas em condições de lotação rotacionada, recebendo adubação
para permitir uma taxa de lotação de 7,0 UA/ha durante o período das águas
(TEIXEIRA e OUTROS, 2010). Segundo recomendações do Zootecnista Leonardo
de Oliveira Fernandes, Pesquisador da EPAMIG e Coordenador do Projeto de
Pesquisa, com base nos resultados de análises de solo, foram aplicados no mês
de outubro de 2008 nas áreas dos dois tratamentos (irrigado e sequeiro) 52 kg
de super fosfato simples/piquete e 14 kg de FTE BR12/piquete. A adubação
nitrogenada foi parcelada, sendo que no período das águas aplicou-se 27 kg de
uréia/piquete, após a saída dos animais. Essa adubação foi realizada de
novembro de 2008 a maio de 2009 em sete aplicações. No período da seca,
foram aplicados 26 kg uréia/piquete, também após a saída dos animais. Essa
adubação foi realizada no período de junho a outubro de 2009 em três
aplicações. A adubação nitrogenada só foi realizada no tratamento irrigado no
período da seca. Sempre que os animais desocupavam os piquetes fazia-se a
adubação nitrogenada em cobertura e a lanço, para logo em seguida proceder
à irrigação. O tempo de irrigação por posição era de aproximadamente duas
vezes o tempo normal, pois de acordo com os dados de Umidade de Solo, cujas
amostras eram coletadas um dia antes da adubação nos respectivos piquetes e
o valor da Capacidade de Campo de 0,21 g.g¹, esse tempo de irrigação por
posição era em torno de 12 horas. Já, a adubação potássica, foi realizada nos 2
tratamentos da seguinte maneira: no irrigado, foram aplicados em cada
adubação 43 kg de cloreto de potássio/piquete durante os meses de novembro
de 2008, janeiro e março de 2009. Quanto ao tratamento de sequeiro foram
aplicados em cada adubação 54 kg de cloreto de potássio/piquete nos meses
de novembro de 2008, janeiro e março de 2009. O manejo das pastagens foi
feito com 3 dias de ocupação, sob uma pressão de pastejo de 6% em intervalos
de 21 dias de descanso. Considerando que o clima seco impede a taxa de
crescimento das gramíneas, o intervalo variou no decorrer do período,
atingindo no máximo cinco dias de ocupação por piquete sob uma pressão de
pastejo de 7% em intervalos de 35 dias de descanso. Para ajuste da taxa de
lotação, realizava-se a pesagem dos animais quinzenalmente. Em cada sistema
manteve-se um lote fixo de 11 vacas em lactação para efeito de avaliação do
desempenho animal. Foram utilizados animais extras para ajustar a oferta de
forragem, de modo a se obter uma oferta de matéria seca de 5 a 7% do peso
vivo médio, no período das águas e da seca, respectivamente. A forragem
disponível era estimada considerando-se a quantidade de forragem cortada a
altura do ponto de crescimento da gramínea (meristema apical) antes da
entrada dos animais, recolhida no interior de um “quadrado latino” feito de
material metálico (vergalhão de ferro de construção), que era lançado
aleatoriamente por quatro vezes em cada piquete. Após o corte, as amostras
eram homogeneizadas e pesadas, sendo obtida a massa de forragem verde.
Dessas amostras eram retiradas subamostras pesando aproximadamente 300
g, para determinação da matéria pré-seca em estufa de ventilação forçada a
uma temperatura de 55º C por 72 horas. Posteriormente, as amostras eram
moídas em moinho estacionário do tipo Willey utilizando-se peneira de 1 mm e
armazenadas em recipientes de polietileno com tampa. Eram feitas análises em
duplicatas de Matéria Seca (MS) em estufa a 105º C. A massa de forragem em
kg/ha de MS foi determinada pela multiplicação da biomassa de matéria verde
pelo teor de MS da amostra. A massa de forragem disponível/ha em cada ciclo
de pastejo, período necessário para cada grupo de vacas pastejarem os 8
piquetes, foi calculada pela média da biomassa da forragem obtida em cada
grupo de piquetes (de 1 a 8), naquele ciclo de pastejo. Nos dois sistemas
(irrigado e sequeiro) as vacas produzindo acima de 10 kg de leite.dia¹ recebiam
no período das águas uma suplementação com concentrado na quantidade de
1 kg de concentrado para cada 2,5 kg de leite produzido acima de 10 kg de
leite.dia¹. O concentrado era composto por 51% de milho grão moído, 44% de
farelo de soja e 5% de núcleo mineral, com composição química média de 26%
de proteína bruta (PB) e 81% de nutrientes digestíveis totais (NDT). Já no
período da seca, para o lote apascentado na pastagem irrigada, a quantidade
de concentrado foi alterada para 1 kg para cada 3,6 kg de leite produzido. O
lote apascentado na pastagem de sequeiro sofreu uma alteração, sendo que as
matrizes em lactação foram confinadas por apresentarem queda brusca na
produção de leite e perda de peso. Elas passaram a receber alimentação
volumosa (silagem de milho) e ração concentrada. No sistema de sequeiro
permaneceram apenas as vacas “secas”. Os controles leiteiros foram realizados
a cada 14 dias bem como a determinação de produção de leite diária por vaca.
O valor da produção de leite por área representou a média das produções
diárias obtidas durante cada ciclo de pastejo multiplicada pela taxa de lotação.
Para a produção diária de leite por vaca foi utilizado o delineamento fatorial 2 x
10 (tratamentos x épocas), inteiramente ao acaso com onze repetições (vacas
em lactação). Para a biomassa de forragem, taxa de lotação e produção de leite
por área, utilizou-se o delineamento fatorial (2 x 10) em blocos casualizados. Os
dados obtidos foram submetidos à análise de variância sendo utilizado para
isso o pacote estatístico software SAS e as médias comparadas pelo teste Scott-
Knott ao nível de 5% de probabilidade (p<0,05) (TEIXEIRA e OUTROS, 2010).
Para o manejo da irrigação foram determinadas as condições atuais do solo
como: Capacidade de Campo – 18,5%; Umidade do Ponto de Murcha – 7,04%;
Densidade Aparente – 1,55 g/cm³; Profundidade do Sistema Radicular – 25 cm;
Fator de Disponibilidade de Água no Solo – 0,5 e Disponibilidade Real de Água
no Solo – 21,7 mm. Foi realizada também a avaliação da uniformidade de
aplicação da lâmina d’água, utilizando-se o Coeficiente de CHRISTIANSEN. Em
função de alguns problemas ocorridos durante a avaliação, o resultado de (CUC
= 53,30%) foi desprezado e considerado para efeito prático o CUC de 80%.
Durante o período de condução do experimento o equipamento de irrigação foi
avaliado e comparado com as especificações técnicas de projeto. Foram
encontrados os seguintes dados: vazão total do conjunto moto bomba – 19,51
m³/h contra 21,60 m³/h projetados (9,7% a menos); vazão do aspersor – 1.951
l/h contra 2.160 l/h projetados (9,7% a menos) e lâmina bruta aplicada – 4,4
mm/h contra 4,9 mm/h projetados (10,2% a menos) Tabela 1. Também foi
determinado o rendimento do motor elétrico monofásico de 7,5 cv que aciona
a bomba hidráulica através dos dados monitorados de consumo total de
energia, tempo de funcionamento e das potências projetadas e demandadas,
obtendo-se o resultado de 88%. A estratégia de manejo da irrigação adotado
durante a condução das avaliações foi o de turno de rega constante, sendo este
turno de 7 dias. Para a determinação da lâmina de reposição de água,
acompanhou-se a evaporação num tanque classe A circundado por grama
batatais e estimava-se a evapotranspiração da gramínea Tifton 85, a qual era
reposta via irrigação. Quanto às medições de consumo de energia elétrica e
água foram criadas planilhas para leitura diária do medidor de consumo de
energia elétrica (kWh), do horímetro (tempo de funcionamento do conjunto
moto bomba – h:m) e do hidrômetro (consumo de água – m³). As leituras
diárias tornam-se necessárias, pois caso alguns dos equipamentos de medição
sofram alguma pane no seu funcionamento, pode-se detectar mais rápido, sem
prejuízo para a avaliação!
Tabela 1 – Projetado x Realizado
Especificação
Vazão total do conjuntomoto bomba
(m³/h)
Vazão do aspersor
(1/h)
Lâmina bruta aplicada (mm/h)
Projetado 21,60 2.160 4, 90
Situação real 19,51 1.951 4, 42
Fonte: CEMIG /Fazenda Energética de Uberaba
Resultados e Discussão
Quando se pensa na prática da irrigação de pastagens pressupõe-se que irá
conseguir durante o ano todo, independente de que estação, uma planta
forrageira com alta produtividade com níveis de nutrientes capazes de suprir as
necessidades de mantença e produção dos animais, independente de serem
explorados para carne ou leite.
A produção total de MS do Tifton 85 no sistema irrigado durante os 10 ciclos
(13 meses) foi de 186.290 kg ou 186,29 t, apresentando uma produtividade
média de 3.528,2 kg/ha.
A Produção total de MS do Tifton 85 no sistema sequeiro durante os 10 ciclos
(13 meses) foi de 135.659 kg ou 135,66 t, apresentando uma produtividade
média de 2.569,3 kg/ha.
A produção total de MS no sistema irrigado foi 37,32% maior do que no
sistema sequeiro.
Os dados comparativos referentes à produção de MS nas pastagens de Tifton
85 sistema irrigado x sequeiro, encontram-se na Tabela 2.
Tabela 2 – Produção e desempenho de pastagens de Tifton 85 manejadas em
condições de irrigação e sequeiro
Ciclo
Época do
ano
Biomassa de Matéria Seca
(kg/ha)
Capacidade Suporte (UA/ha)
Produtividade de Leite
(kg/vaca/dia)
Produtividade de Leite
kg/ha/dia
Irrigado Sequeiro Irrigado Sequeiro Irrigado Sequeiro Irrigado Sequeiro
1 Ago-Set 08 3.234,4 2.275,8 1,6 1,2
2 Out- Nov 08 3.154,1 2.691,8 3,7 2,2
3 Nov-Dez 08 3.900,9 3.233,1 6,5 4,3
4 Dez 08Jan 09 6.129,7 3.352,3 7,3 4,6
5 Jan – Fev 09 4.789,9 3.711,3 5,1 3,1
6 Fev – Mar 09 4.033,1 2.790,5 3,1 2,3 15,0 13,5 75,7 41,6
7 Mar – Abr 09 2.577,8 2.034,2 4,8 1,4 13,2 11,8 40,3 27,5
8 Mai 09 2.753,5 1.726,1 6,5 1,3 9,9 11,9 47,6 00
9 Jun 09 2.501,3 1.762,7 4,7 1,2 7,8 11,3 50,4 00
10 Jul – Ago 09 2.207,6 2.115,0 2,5 0,9 9,6 10,9 44,7 00
Média 3.528,2 2.569,3 4,6 2,2 11,1 11,9 51,7 34,6
Fonte: TEIXEIRA e OUTROS, 2010
Obs: 1- Apenas as pesagens de leite realizadas a partir do mês de fevereiro de 2009,
foram utilizadas, no trabalho por questões de delineamento compatível, com as
análises estatísticas adotadas.
2- Nos ciclos 8, 9 e 10 não foi possível manter as matrizes em lactação no sistema
de sequeiro, devido a perda de peso e queda na produção de leite em função da baixa
qualidade do pasto. Em virtude disso as matrizes foram confinadas!
A produtividade média de leite obtida na pastagem de Tifton 85 do sistema
irrigado foi de 18.639 kg/ha/ano para uma produtividade média dos amimais
nela apascentados de 4.052 kg/vaca/ano.
A produtividade média de leite obtida na pastagem de Tifton 85 do sistema
sequeiro foi de 9.557 kg/ha/ano para uma produtividade média dos animais
nela apascentados de 4.344 kg/vaca/ano.
A capacidade suporte média da pastagem de Tifton 85 do sistema irrigado foi
de 4,6 vacas/ha. Na pastagem de Tifton 85 do sistema sequeiro a capacidade
suporte foi de 2,2 vacas/ha, ou seja, na pastagem de Tifton 85 irrigado, 2,09
vezes maior.
A produtividade média de leite obtida na pastagem de Tifton 85 sistema
irrigado foi 95% superior produtividade média obtida na pastagem de Tifton 85
sistema sequeiro, ou seja, 1,95 vezes maior, embora a produtividade média dos
animais apascentados nessa pastagem tenha sido 7,2% superior (11,9 kg de
leite/vaca/dia) a produtividade média dos animais apascentados na pastagem
de Tifton 85 sistema irrigado (11,1 kg de leite/vaca/dia), ou seja, 0,93 vezes
menor. O fator determinante da maior produtividade média de leite obtido na
pastagem de Tifton 85 do sistema irrigado foi que a capacidade suporte média
dela foi de 109% superior a pastagem de Tifton 85 do sistema sequeiro,
refletindo diretamente na produção de leite em função do maior número de
vacas apascentadas numa mesma área.
A produção total de leite obtida na pastagem de Tifton 85 do sistema irrigado
foi de 57.870 kg, para uma produtividade média de 51,7 kg/ha/dia
apascentadas em 5,28 ha por um período de 212 dias, ou seja, cinco ciclos do
trabalho correspondendo a sete meses. Fazendas comerciais tecnificadas e
produtoras de leite que utilizam o sistema pastagem sequeiro ou irrigado
comparadas entre si têm aumentado a capacidade suporte de 4,9 UA/ha para
8,0 UA/ha, ou seja, 1,63 vezes mais, a produtividade média animal de 12,0
l/vaca dia para 14,0 l/vaca dia, ou seja, 1,17 vezes mais e a produtividade média
por área de 12.000 l/ha/ano para 24.000 l/ha/ano, ou seja, duas vezes mais
(DRUMOND e AGUIAR, 2005).
Os dados referentes às médias obtidas no experimento comparativo Tifton 85
sistema irrigado x sistema sequeiro, como Capacidade Suporte, Produtividade
de Leite por Animal e Produtividade de Leite por Área, encontram-se também
na Tabela 2.
Para se conhecer os consumos específicos de energia elétrica e água, os
resultados do monitoramento do equipamento de irrigação, quanto ao tempo
de funcionamento, consumo de energia elétrica e consumo de água são
apresentados na Tabela 3, onde foi feito um resumo das anotações diárias,
condensando-as em 2 períodos: agosto de 2008 a agosto de 2009, para
avaliação dos consumos de energia elétrica e água na produção de MS e
fevereiro a agosto de 2009, para avaliação dos consumos de energia elétrica e
água na produção de leite.
No 1º período ou período integral o equipamento de irrigação funcionou um
total de 1.009 h: 55min, o consumo de energia elétrica de 6.302 kWh de
energia elétrica e bombeou 19.810 m³ de água, para uma produção total de
186,29 t de MS em 5,28 ha de pastagem irrigada de Tifton 85.
No 2º período ou período parcial o equipamento de irrigação funcionou um
total de 495 h: 09 min, o consumo de energia elétrica foi de 3.379 kWh e
bombeou 11.070 m³ de água, para uma produção total de leite de 57.870 kg,
também em 5,28 ha de pastagem de Tifton 85 irrigado.
Tabela 3 - Resumo do monitoramento do equipamento de irrigação
Mês/Ano
Leitura do Horímetro Leitura do medidor E.E. Leitura do Hidrômetro
Inicial Final Tempo gasto (h:m)
Inicial Final Consumo (Kwh)
Inicial Final Consumo K=10 (m³)
Ago/2008 3.464,84 - - 34.758 - - 10.050 - -
Ago/2009 - 4.474,75 - - 41.060 - - 12.031 -
Total - 1.009,91 1.009:55 - 6.302 6.302 - 1.981 19.810
Fev/2009 3.979,60 - - 37.681 - - 10.924 - -
Ago/2009 - 4.474,75 - - 41.060 - - 12.031 -
Total - 495,15 495:09 - 3.379 3.379 - 1.107 11.070
Fonte: CEMIG/Fazenda Energética de Uberaba
Obtidos esses dados através de medições e procedimentos criteriosos,
tornou-se possível estabelecer os vários consumos específicos tais com:
1) Energia elétrica por MS produzida: 6.302 kWh : 186,29 t = 33,83 kWh/t MS;
2) Água de irrigação por MS produzida: 19.810 m³ : 186,29 t = 106,34 m³/t MS;
3) Energia elétrica por área irrigada por ano: 6.302 kWh : 5,28 ha : 13 meses x
12 meses = 1.102 kWh/ha/ano;
4) Água de irrigação por área irrigada por ano: 19.810 m³ : 5,28 ha : 13 meses
x 12 meses = 3.463 m³/ha/ano;
5) Energia elétrica por leite produzido = 3.379 kWh : 57.870 kg de leite x 1.000
= 58,39 kWh/1.000 kg;
6) Água de irrigação por leite produzido = 11.070 m³ : 57.870 kg de leite x
1.000 = 191,29 m³/1.000 kg.
Através dos consumos específicos determinados nesse experimento foi
possível levantar o custo da energia elétrica na produção de leite em sistema
de pastejo rotacionado irrigado de Tifton 85. O preço da tarifa de energia
elétrica praticada no cálculo é a cobrada do Consumidor Rural do Grupo B ou
Secundário pela CEMIG, com base na Resolução Normativa ANEEL nº 207 de
09/01/2006 e homologadas pela ANEEL conforme a Resolução 1127 de
05/04/2011, ou seja, R$0,242804 mais 18% de ICMS, totalizando
R$0,300356/kWh para irrigação diurna (06:00 horas as 21:30 horas) e
R$0,080126/kWh mais 12% de ICMS, totalizando R$0,092360/kWh para
irrigação noturna (21:30 horas as 06:00 horas), destinada a Classe Rural
Irrigante e Aqüicultor, localizada nas demais Regiões do Estado, que não nas
áreas abrangidas pela ADENE (Norte de Minas e Vale do Jequitinhonha).
Na produção de 57.870 kg de leite num período de 212 dias ou 7 meses, o
equipamento de irrigação funcionou durante 495 horas e 09 minutos,
bombeou 11.070 m³ de água e consumiu 3.379 kWh de energia elétrica que
custaram ao produtor de leite o equivalente a R$1.014,90, correspondendo a
R$17,54 para cada 1.000 l de leite produzidos. Como no mês de fevereiro de
2011 o preço pago pelo litro de leite ao IFETTM pela COPERVALE-Uberaba é de
R$0,67/l para cada 1.000 kg de leite produzidos o IFETM gastou com o
pagamento da conta de energia elétrica o correspondente a 26,18 l de leite.
Para uma receita bruta estimada com a venda de leite no período no valor de
R$38.772,90, as despesas com a conta de energia elétrica na irrigação
representaram 2,62%. O cálculo do custo da energia elétrica foi feito
exclusivamente com base no preço da tarifa diurna em vigor a partir de
05/04/2011, pois na Fazenda Santa Rosa, local onde foi conduzido o
experimento, não se irrigou no período noturno (das 21:30 horas as 06:00
horas).
Os dados levantados e medidos no trabalho possibilitam também de forma
didática mostrar ao produtor de leite o custo da energia nas várias etapas do
processo de irrigação de pastagens como: por água bombeada = R$0,10/m³;
por área irrigada = R$330,92/ha/ano e por produção de MS = R$10,16/t.
Nesse trabalho por alguns problemas de causas contábeis, não foi possível
calcular o custo do leite produzido nos dois sistemas, nem determinar a
participação da energia elétrica no custo total do leite produzido no sistema
irrigado.
O custo total de produção do leite aumentou em 18% no período da seca nas
áreas não irrigadas, devido à introdução de mais alimentos concentrados e de
cana com uréia, que são mais caros que a pastagem. Só o custo da alimentação
aumentou em 46%. A introdução do sistema de irrigação possibilitou manter
praticamente o mesmo custo de produção do leite no período da seca, com um
pequeno aumento de 3% e reduziu em 18% o custo total do leite. Os custos
variáveis com as vacas diminuíram em 28,5%. O retorno sobre o capital
investido, sem incluir a terra, foi de 12% e, incluindo a terra, foi de 11%, o que
demonstra a viabilidade da atividade leiteira no Brasil quando conduzida com
índices de produção adequados. No sistema com irrigação, a margem líquida
(receita menos custo variável e menos custo fixo) foi de 16% maior (DRUMOND
e AGUIAR, 2005).
Conclusões
Quanto ao leite o experimento provou que a pastagem irrigada de Tifton 85 é
capaz de aumentar a produtividade média por área apascentada em 95%
quando comparada com a produtividade média da pastagem de Tifton 85 no
sistema de sequeiro.
Quanto à MS o experimento provou que a pastagem irrigada de Tifton 85 é
capaz de aumentar a produtividade média por área apascentada em 37%
quando comparada com a produtividade média da pastagem de Tifton 85 no
sistema sequeiro.
Quanto à Capacidade Suporte o experimento provou que a pastagem irrigada
de Tifton 85 é capaz de aumentá-la em média 109%, quando comparada com a
Capacidade Suporte da pastagem de Tifton 85 no sistema sequeiro.
A produtividade média diária de leite por vaca apascentada na pastagem
irrigada de Tifton 85, embora menor 6,7% comparativamente com a
produtividade média diária por vaca apascentada na pastagem de Tifton 85 no
sistema sequeiro, foi compensada em termos de produção total de leite, 49% a
mais, devido à maior produção de MS e conseqüentemente aumento da
Capacidade Suporte e taxa de lotação.
Quanto ao consumo de energia elétrica e água na irrigação de pastagem de
Tifton 85, bem como a determinação dos seus respectivos consumos
específicos e custo do energético, o experimento forneceu sem sombra de
dúvidas subsídios e parâmetros para que o “Tripé” ENSINO-PESQUISA-
EXTENSÃO, forme, questione, procure, descubra, aprimore, divulgue e ensine a
“cultura” da eficiência energética na irrigação, como um dos quesitos básicos
para a sustentabilidade do setor, que desperdiça de 23% a 28% de energia
elétrica nessa atividade.
Que a eficiência energética na irrigação não deva ser “buscada”
isoladamente, mas sim “atrelada” aos demais componentes do processo
produtivo como, adubação, manejo, padrão racial, alimentação suplementar,
sanidade, escrituração zootécnica, gestão da atividade, etc.
Infelizmente não conseguimos determinar no experimento os custos
comparativos do leite produzido nos sistemas sequeiro x irrigado e
conseqüentemente a participação da energia elétrica no custo final do leite
produzido em pastagem irrigada de Tifton 85.
Agradecimentos
À FAPEMIG pelo apoio financeiro, aos parceiros pela dedicação, compromisso e
responsabilidade com que assumiram o projeto de pesquisa e à RAYTEC
Lacerda Indústria e Comércio Ltda. pela assistência técnica no tocante as cercas
eletrificadas.
Referências
COUTINHO, A. C.; Uso Eficiente da Energia Elétrica na Produção de Leite. In:
Manual CEMIG Distribuição S/A, 2007. 32 p.
DRUMOND, L. C. D.; AGUIAR, A. P. A.; Irrigação de Pastagem. Uberaba, 2005.
210 p.
ARRUDA, M. L. R.; CRUZ, O. C.; BARRETO, A. C.; COUTINHO, A. C.; Gestão
estratégica para o desenvolvimento da pecuária leiteira na Região Campo das
Vertentes. In: Estratégia de irrigação de pastagem para aumento da produção
de forragem e leite; São João Del Rei, 2002. Anais. São João Del Rei: UFSJ,
EMATER-MG, CEMIG, EMBRAPA, 2003. 195 p. p. 83-97.
TEIXEIRA, A. M.; JAYME, D. G.; SENE, G. A.; FERNANDES, L. O.; BARRETO, A. C.;
JÚNIOR, D. J. R.; COUTINHO, A. C.; GLÓRIA, J. R.; Desempenho de vacas
girolando mantidas em pastejo de Tifton 85 irrigado e sequeiro. In: Relatório de
Conclusão de Projeto Experimental, Instituto Federal de Ensino e Tecnologia do
Triângulo Mineiro - Campus Uberaba, 2010. 16 p.