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Papa FranciscoApresentação:
Pe. Leomar Antonio MontagnaParóquia Santo ExpeditoArquidiocese de Maringá
Fevereiro de 2014
Jorge Mario Bergoglio(17/12/1936)
• No violento período da ditadura militar na Argentina certamente teve seu espaço de ação muito reduzido, mas ajudou realmente a muitos no que pôde.
• Eleito Papa em 13/03/13.
• Momento de crise moral e política, que atingiu a Cúria Romana.
• Crise, também, da sociedade, sociedade líquida como alguns a denominam.
• Bispo de Roma, sem título de doutorado, vindo da periferia do mundo.
• Francisco (ensinamento: humildade, amor universal, paz, ecologia, estética etc).
• Ministério focado mais na misericórdia do que no legalismo e moralismo. Quer a descentralização do poder e transparência administrativa.
“Francisco, vai e reconstrói a minha Igreja, que está em ruínas”
Como se apresentou
• 232 páginas divididas em:– Apresentação– Cinco capítulos.
Estrutura da Exortação
• A experiência de Deus toca o coração e ninguém jamais esquece (EG, 13):
Foco da Apresentação
Os Apóstolos nunca mais esqueceram o momento em que
Jesus lhes tocou o coração: “Eram às quatro horas da tarde” (Jo 1, 39).
Gera a alegria que ninguém poderá nos tirar (Jo 16, 22).
• O Papa adverte: Há cristãos que parecem ter escolhido viver uma Quaresma sem Páscoa (EG,
5 e 6).– Vê no desânimo e no egoísmo uma ameaça a fé:
Desenvolve-se a psicologia do túmulo, que pouco a pouco transforma os cristãos em múmias de museu. Desiludidos com a realidade, com a Igreja ou consigo mesmos, vivem constantemente tentados a apegar-se a uma tristeza melosa, sem esperança, que se apodera do coração como “o mais precioso elixir do demônio” (EG, 83).
Foco da Apresentação
• Papa nos diz para não deixar que nos roubem a alegria e a esperança:
- “Nos tempos atuais, [...] devemos discordar desses profetas de desgraças, que anunciam acontecimentos sempre infaustos, como se estivesse iminente o fim do mundo... Quem começa sem confiança, perdeu de antemão metade da batalha e enterra os seus talentos”. (EG, 84 e 85).
- Consequentemente, um evangelizador não deveria ter constantemente uma cara de funeral (EG, 10).
Foco da Apresentação
• Quanto ao método: passar “de uma pastoral de conservação para uma pastoral missionária” (EG, 15).
• Rever as estruturas (EG,27).
• Descentralização do poder e transparência administrativa (EG, 16 e 32).
Propostas
Capítulo I:A transformação missionária da Igreja (19-49)
• Descobrir que o cristianismo ou é missionário ou não é cristianismo.
• A Igreja deve chegar aos afastados e excluídos: Sentir o “cheiro de ovelha” (EG, 24).
• Forte chamada do papa que se estabeleça um saudável equilíbrio entre o conteúdo da fé e a linguagem que a expressa (EG, 27).
Capítulo I:A transformação missionária da
Igreja (19-49)• Quanto aos Movimentos: manter raízes (EG,
29).• Quanto ao bispo e ao clero: “devem
favorecer sempre a comunhão e devem ouvir a todos, e não apenas alguns sempre prontos a lisonjeá-los” (EG, 31).
• Quanto ao agir pastoral: recusar o «fez-se sempre assim» (EG, 33).
Capítulo I:A transformação missionária da Igreja (19-49)
• Quanto à pregação: Do que se fala mais?Não é prudente falar mais da lei que da graça, mais da Igreja que de Jesus Cristo, mais do Papa que da Palavra de Deus” (EG, 38).
• Rever costumes e conceitos do passado (EG, 43 e 94).
• Acolher com misericórdia: o confessionário não deve ser uma câmara de tortura (EG, 44).
• Sacramentos: “abrir portas”, a Igreja não é uma alfândega; é a casa paterna, onde há lugar para todos com a sua vida fadigosa (EG, 47).
Capítulo I:A transformação missionária da Igreja (19-49)
• Evangelizar é sair ao encontro:
Capítulo I:A transformação missionária da Igreja (19-49)
Prefiro uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter
saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a
comodidade de se agarrar às próprias
seguranças (EG, 49).
• Relativismo:– o primeiro obstáculo para a evangelização e
como difusor de uma enorme superficialidade no campo moral.
• Sacerdotes e religiosos atraídos pela ‘mundanidade espiritual’ e com desejo dos aplausos do mundo.
• É necessário recuperar a própria identidade.
Capítulo II:Na crise do compromisso comunitário (50-109)
• Não a uma economia da exclusão - Esta economia mata. O ser humano é visto como: um bem de consumo, descartável, resíduo, sobra.... Para se poder apoiar um estilo de vida que exclui os outros ou mesmo entusiasmar-se com este ideal egoísta, desenvolveu-se uma globalização da indiferença, uma cultura do bem estar que anestesia-nos, já não choramos à vista do drama dos outros, responsabilidade de outrem, que não nos incumbe (EG, 53 e 54).
Capítulo II:Na crise do compromisso comunitário (50-109)
• A Igreja deve chegar às “periferias” "As grandes mudanças da história foram realizadas quando a realidade é vista não do centro, mas da periferia” (EG, 46 e 191).
• Não à desigualdade social que gera violência (EG, 59-60).
• Espiritualidade e compromisso social (EG, 78).• Espiritualidade não é fuga (EG, 88).• Liturgia e compromisso social (EG, 96 e 97).• Pastoralismo e burocracia (EG, 95).• Pastorais e Movimentos (EG, 98 e 100).• Missão do Leigo e da Mulher (EG, 102 e 103).
Capítulo II:Na crise do compromisso comunitário (50-109)
• A evangelização é uma tarefa de todo o povo de Deus, ninguém está excluído. Ela não está reservada nem pode ser delegada a um grupo particular. Todos os batizados estão diretamente envolvidos nela.
• Quanto à Piedade Popular (EG, 126).• Quanto ao mundo da Educação: Universidades e
Escolas Católicas (EG, 134)
Capítulo III:O anúncio do Evangelho (110-175)
• Quanto à homilia (EG, 135-175): Direcionado ao sacerdote que não prepara bem o sermão, que não anuncia a verdade da Igreja e sim a sua própria, ou que se limita a imitar os programas de televisão e de auditórios.
Capítulo III:O anúncio do Evangelho (110-175)
• Quanto à homilia:– não pode ser um espetáculo de
divertimento;
– deve ser breve e evitar que se pareça com uma conferência ou uma lição;
– PERIGO: quando “se fala mais da lei que da graça, mais da Igreja que de Jesus Cristo, mais do Papa que da Palavra de Deus” (EG, 38).
Capítulo III:O anúncio do Evangelho (110-175)
• A simplicidade tem a ver com a linguagem utilizada (EG, 158)
• Escutar com o coração– Escutar, na comunicação com
o outro, é a capacidade do coração que torna possível a proximidade, sem a qual não existe um verdadeiro encontro espiritual (EG, 171).
Capítulo III:O anúncio do Evangelho (110-175)
“O consentimento ao mal, que é um sinal preocupante de degeneração, intelectual, espiritual e moral não só para os cristãos, está produzindo, em numerosos contextos, um desconcertante vazio cultural e político, que torna incapazes de mudar e renovar Enquanto as relações sociais não mudarem e a justiça e solidariedade permanecerem ausentes e invisíveis, as portas do futuro fecham-se e o destino de tantos povos fica aprisionado num presente cada vez mais incerto e precário”.
(PONTIFICIO CONSELHO JUSTIÇAE PAZ. Para uma melhorDistribuição da terra – o desafioda reforma agrária. São Paulo:Ed. Paulinas, 1998, 61).
Capítulo IV:A dimensão social da Evangelização (176-258)
• Dedicado à doutrina social, faz uma defesa da política como vocação a santidade: A política, tão denegrida, é uma sublime vocação, é uma das formas mais preciosas da caridade, porque busca o bem comum. Lembremo-nos que «ser cidadão fiel é uma virtude, e a participação na vida política é uma obrigação moral» (EG, 183, 205 e 220).
• Missão da Igreja e promoção humana: não se limita a preparar as almas para o céu (EG, 182). Missão da Igreja é Evangelizar.
Capítulo IV:A dimensão social da Evangelização (176-
258)
A MISSÃO DA IGREJA É EVANGELIZAR
Evangelizar
Boa Nova, Boa Notícia
Jesus
Jesus é a Salvação.
Por que levar as pessoas a Cristo? Para salvar a alma?
ALMA
CORPO
MEIOS
AMBIENTE
AMBIENTE
• Miséria: pode embrutecer a pessoa e levá-la a violar as leis de Deus.
• Opulência: endurece o coração, esvazia o eterno.
Em Mateus 9,35-38• Jesus estava comprometido num projeto
de libertação integral do ser humano, por isso ia ao encontro dos mais excluídos (povoados, periferias, margem), lá Ele vê melhor a realidade, isto é, a condição das pessoas: cansadas, abatidas como ovelhas sem pastor (sem rumo, sem horizonte etc).
Então Ele chama mais pessoas para este projeto. A Igreja como continuadora de sua missão tem aqui a orientação e o lugar social para sua atuação. A missão de Jesus e da Igreja é salvar a pessoa na sua totalidade. Sua atuação será sempre profética, quando seu compromisso é com os mais desprotegidos da sociedade, não se atrela aos poderes deste mundo.
MISSÃO DA IGREJAPapel e tarefa do cristão
- Melhorar o mundo: da escola, do trabalho, da política...“Ai de mim se eu não evangelizar” (1Cor 9,16).
- Compromisso com realidades complexas (opção de fé, graça de Deus)
Gaudium et Spes
“Ao negligenciar os seus deveres temporais, o cristão negligencia os seus deveres para o próximo e o próprio Deus e coloca em perigo a sua salvação eterna” (GS, 43).
• O clamor dos pobres deve nos convencer:
Ex: Lc 16, 19-31.
• Deus vota em nós: “somos administradores
da vida” (Lc 12,32-48 ou Mt 24, 45-51).
O Catecismo da Igreja Católica diz que não usar as capacidades para transformar a realidade pra melhor é homicídio: “A aceitação pela sociedade humana de condições de miséria que levem à própria morte sem se esforçar para remediar a situação constitui uma injustiça escandalosa e uma falta grave. Todo aquele que se der a práticas desonestas e mercantis que provoquem a fome e a morte dos seus irmãos de humanidade comete indiretamente um homicídio que é de sua responsabilidade” (CIC, 2269).
• Igreja e os pobres: Desejo uma Igreja pobre para os pobres, mas, além de ser pobre para os pobres, a Igreja querida por Francisco é valente na hora de denunciar o atual sistema econômico, injusto desde a raiz (EG, 59).
• Papa Profeta: fala por aqueles que não têm voz, ninguém se preocupa quando ele abraça os doentes e ama os pobres. Mas quando ele se atreve a refletir sobre as causas morais e estruturais da pobreza, essa é outra questão.
Capítulo IV:A dimensão social da Evangelização (176-
258)
• Igreja e a ortodoxia: tomar posição (EG, 251).• A questão do diálogo: é a energia nuclear que
radia em todas as partes da Evangelii gaudium:– No diálogo pastoral trata-se de um
“processo participativo” que visa não somente à participação na Igreja, mas o diálogo com a humanidade (EG, 31) e as culturas com suas tendências de segregação e violência (EG, 74).
Capítulo IV:A dimensão social da Evangelização (176-
258)
• Busca expressar o “espírito da nova evangelização”. Este se desenvolve sob o primado da ação do Espírito Santo que infunde sempre e de novo o impulso missionário, a partir da vida de oração na qual a contemplação ocupa a posição central.
Capítulo V:Evangelizadores com Espírito (259-288)
Só pode ser missionário quem se sente bem ao
buscar o bem do próximo, quem deseja a felicidade
dos outros (EG, 272).
• Igreja, clericalismo e carreirismo (EG, 277).“Quando não há profecia no povo de Deus, o vazio é ocupado pelo clericalismo. Senhor, livra o teu povo do espírito do clericalismo e ajuda-o com o espírito da profecia!” (Papa Francisco, Casa Santa Marta, 16/12/2013).
Capítulo V:Evangelizadores com Espírito (259-288)
Por isso, se consigo ajudar uma só pessoa a viver melhor, isso já é suficiente para justificar o dom da minha vida (EG, 274).
• Na relação com o mundo, que o cristão sempre dê razão da sua própria esperança, não como um inimigo que aponta com o dedo e condena (EG, 271).
• Somos incentivados a vencer “o mal com o bem” (Rm 12,21), sem nos cansarmos de “fazer o bem”.
• Muito obrigado!• Pe. Leomar Antonio Montagna• [email protected] • Fevereiro de 2014.
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Conclusão
Homilia do Papa em Lampedusa
08 de julho de 2013
"Peçamos ao Senhor a graça de chorar pela nossa indiferença"
“Adão, onde estás?” “Onde está o teu irmão?”
São as duas perguntas que Deus coloca no início da história da humanidade e dirige também a todos os
homens do nosso tempo, incluindo nós próprios.
“Barcos que em vez de ser uma rota de esperança, foram uma rota de morte [...] o caso volta-me continuamente ao pensamento como
um espinho no coração que faz doer”
Quem de nós chorou por este
fato?
E por fatos como este?
Estamos desorientados, já não estamos atentos ao mundo em que vivemos, não cuidamos nem guardamos aquilo que Deus criou para todos, e já não somos capazes sequer de nos guardar uns com os outros.
Hoje ninguém no mundo se sente responsável por isso; perdemos o sentido da responsabilidade fraterna.
A cultura do bem-estar faz-nos viver como se fôssemos bolas de sabão: estas são bonitas mas não são nada, são pura ilusão do fútil, do provisório caímos na globalização da indiferença.
Globalização da IndiferençaSomos uma sociedade que esqueceu a experiência de
chorar, de “padecer com”: a globalização da indiferença tirou-nos a capacidade de chorar!
“Pedimos perdão pela indiferença por tantos irmãos e irmãs;
pedimo-Vos perdão, Pai, por quem se acomodou, e se fechou no seu próprio
bem-estar que leva à
anestesia do coração”
PAPA FRANCISCO, Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, Ed. Paulinas. São Paulo: 2013, 232 p. Publicada em 24/11/13.
PASSOS, J. Décio e SOARES, M. L. Afonso (Orgs). Francisco: Renasce a esperança. São Paulo: Paulinas, 2013, p. 141-142.
PONTIFICIO CONSELHO JUSTIÇA E PAZ. Para uma melhor distribuição da terra – o desafio da reforma agrária. São Paulo: Ed. Paulinas, 1998, 61.
Encontro do Papa com os Formadores da União Geral dos Superiores dos Institutos religiosos masculinos em 06/01/14, no Vaticano. http://www.ihu.unisinos.br/noticias/526951-qformem-o-coracao-caso-contrario-formarao-pequenos-monstrosq-os-seminarios-segundo-o-papa
Homilia do Papa em Lampedusa, 08/07/13, em: http://www.zenit.org/pt/articles/pecamos-ao-senhor-a-graca-de-chorar-pela-nossa-indiferenca
Homilia na missa de 16/12/13, Casa Santa Marta, em http://www.zenit.org/pt/articles/homilia-do-papa-francisco-senhor-livra-o-teu-povo-do-clericalismo
Referências
Muito Obrigado!
Pe. Leomar Antonio Montagna
Fevereiro de 2014.