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Coruche-Bamako Challenge Entrevista com os pilotos nas páginas 35 e 36 Entrevista com os pilotos nas páginas 35 e 36 À descoberta de África À descoberta de África por uma causa justa por uma causa justa Páginas 14 e 15 Solenidades dos 100 anos do assassinato dos Reis de Portugal, veja a reportagem fotográfica dos eventos. Os artigos assinados são da inteira responsabilidade dos seus autores. Fundador: Abel Matos Santos – Director: José António Martins Ano 2 Número 23 Março de 2008 • Mensal • Preço: 1 – Registo ERC 124937 – ISSN 1646-4222 Destaques Página III - Sup. Tauromaquia José Luís Coragem - O Forcado, homenagem ao homem que pegava os toiros de costas. Carnaval na minha terra, as tradições na Erra já não são como antigamente. Página 46 Arlindo Pirralho, é o artista que estreia a nova rubrica “Artesanato em Coruche”, coordenada por Paulo Fatela. Página 11 CORUCHE O Seu Supermercado e Posto de Abastecimento de Combustíveis LAVAGENS AUTO * SELF-SERVICE SUPERCORUCHE – Supermercados SA. Telef. 243 617 810 Fax 243 617 712 Rua Açude da Agolada 2100-027 CORUCHE PREÇOS BAIXOS * QUALIDADE * ACOLHIMENTO Grande Entrevista com Abel Matos Santos, que deixa a direcção do Jornal de Coruche, conta como foi criar e dirigi-lo durante dois anos e fala-nos da realidade política e dos seus projectos futuros. Sem Pudor, nem Poder Usurpativo páginas 3, 4 e 5 Toda a Verdade páginas 12 e 13

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Coruche-Bamako Challenge

Entrevista com os pilotos nas páginas 35 e 36Entrevista com os pilotos nas páginas 35 e 36

À descoberta de ÁfricaÀ descoberta de Áfricapor uma causa justapor uma causa justa

Páginas 14 e 15

Solenidades dos 100 anos doassassinato dos Reis de Portugal,veja a reportagem fotográfica doseventos.

Os artigos assinados são da inteiraresponsabilidade dos seus autores.

Fundador: Abel Matos Santos – Director: José António Martins – Ano 2 • Número 23 • Março de 2008 • Mensal • Preço: € 1 – Registo ERC 124937 – ISSN 1646-4222

Destaques

Página III - Sup. Tauromaquia

José Luís Coragem - O Forcado,homenagem ao homem que pegavaos toiros de costas.

Carnaval na minha terra, astradições na Erra já não são comoantigamente.

Página 46

Arlindo Pirralho, é o artista queestreia a nova rubrica “Artesanatoem Coruche”, coordenada por PauloFatela.

Página 11

CORUCHEO Seu Supermercado e Posto de Abastecimento de Combustíveis

LAVAGENS AUTO * SELF-SERVICE

SUPERCORUCHE – Supermercados SA.

Telef. 243 617 810 • Fax 243 617 712Rua Açude da Agolada – 2100-027 CORUCHE

PREÇOS BAIXOS * QUALIDADE * ACOLHIMENTO

Grande Entrevista comAbel Matos Santos, que deixaa direcção do Jornal de Coruche,conta como foi criar e dirigi-lodurante dois anos e fala-nosda realidade política e dos seusprojectos futuros.

Sem Pudor, nem PoderUsurpativo

páginas 3, 4 e 5

TTooddaa aaVVeerrddaaddee

páginas 12 e 13

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Em jeito de introdução,começo por agradecer atodos aqueles que tomam

neste momento “O Jornal deCoruche” em mãos. Seja porcuriosidade, amizade, respeitoou por mera maledicência, porisso mesmo o meu obrigado, deresto, pelo benefício da dúvida,pelo apoio e pela compreensão,em meu nome e em nome do “OJornal de Coruche”.

A vida é tão prenhe de cer-tezas como de surpresas, e esteprojecto que agora assumo énada mais que a continuação deuma certeza já adquirida comdois anos de vida e, em simultâ-neo, uma aposta na novidadeconstante, no querer semprefazer melhor em prol da infor-mação, da cultura e das tradi-ções coruchenses e nacionais.

Assim, dados os óbvios agra-decimentos a quem em mimdepositou confiança e o leme

desta valente barca na pessoa doseu fundador, o Dr. Abel MatosSantos, e a todos os que anima-ram a minha motivação e von-tade, é tempo de dar continua-ção a esta viagem e de partilharconvosco os meus planos, osnossos objectivos e, porquanto,o futuro do nosso jornal.

Porque a política é insepará-vel do nosso quotidiano e a im-parcialidade a virtude do jorna-lismo informativo, é nosso deverassumirmo-nos desde já comoabertos a todos os partidos danossa terra com igual conside-ração e sem especiais tendênciasou maldizeres caseiros.

Porque o desporto é tesouronacional e paixão absoluta ondequer que se respire o ar lusitano,assumimos também o compro-misso de abusar da informaçãodesportiva de valor.

Porque a cultura é cada vezmais um tema de comum dis-cussão e uma escada para a nos-sa evolução enquanto seres pen-santes, é também nossa vontadefazer sempre mais e melhorcontribuindo para o enriqueci-mento de cada leitor. Porque oartesanato não deixa de ser cul-

tura aqui também terá a sua“oficina”.

Porque a economia e a in-dústria são os pilares da civiliza-ção, será frenética e constante anossa atenção e disposição parainformar, discutir e partilhar oque realmente é e acontece, oque deveria ser e acontecer, e oque nós, enquanto cidadãos po-demos fazer no sentido do desen-volvimento colectivo e da supe-ração individual.

Porque a historia é imortal,serão assíduas as nossas visitasao passado. Porque a sociedadeé a nossa casa, aqui estaremospara comentá-la, elogiando quan-do caso disso e criticando quan-do necessário.

Porque este é o mundo quetemos, tão longínquo e tão por-tátil quanto a informação podeser, viajaremos sentados nonosso sofá, lendo e desfrutandoo que se passa lá fora.

Por tudo isto, é nossa inten-ção manter todos os nossoscolaboradores que até ao dia dehoje tão bem deram conta dorecado, e se necessário angariaroutros, porque este não é o meujornal ou o jornal dos que o

escrevem, este é o Jornal de Co-ruche, e, quem o faz é você esou eu, somos todos, primeiroenquanto coruchenses, depoisportugueses e finalmente nacondição de seres humanos.

É esta a minha missão, é estaa minha vontade, que esperocumprir dentro das minhas qua-lidades e limitações. Será este ofuturo do jornal da nossa terraque crescerá mais, melhor e tãolonge quanto possível, se todosremarmos para o mesmo lado,se todos superarmos as nossasangústias em conjunto e dese-jarmos o mesmo na mesmadirecção.

O Jornal de Coruche somostodos nós, a sua vida é a nossavida, o seu sucesso é o nossosucesso.

Posto isto, resta-me agrade-cer a todos quantos ajudaram atornar um sonho possível e dese-jar boa sorte a nós mesmos e asi, bem como ao grande homemque é o Abel, que tudo lhe corrabem, não só a nível profissional,mas também na sua nova aven-tura como pai.

Prometo voltar, pelo menos,uma vez por mês. Espero por si.

____José António Martins

Director

2 O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 23 • Março de 2008

Crer para VencerEE D I TD I T O R I A LO R I A L

www.ojornaldecoruche.com • [email protected] • tlm. 91 300 86 58

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Fundador: Abel Matos Santos ([email protected])Director: José António Martins ([email protected])Redacção: Rua Júlio Maria de Sousa, 36 – R/c. 2100-192 CorucheAgenda e Notícias: [email protected] Fax: 243 679 404 • Tlm: 91 300 86 58Redacção: Mafalda Fonseca, Carlota Alarcão (CP 6731)Editor: ProSorraia – NIPC: 508 467 403 Registo ERC: 124937 Depósito Legal: 242379/06 ISSN: 1646-4222Tiragem: 5000 exemplares Periodicidade: Mensal Paginação e Grafismo: Manuel Gomes Pinto Assinaturas, Publicidade e Contabilidade: 91 300 86 58 • [email protected]ão: Empresa do Diário do Minho, Lda, Braga.Colaboraram neste número: Abel Matos Santos, Armando Gagueja, Brandão Ferreira, Carlota Alarcão, CarlosConsiglieri, César das Neves, Domingos da Costa Xavier, Euclides Cavaco, Hélio Lopes, Isabel Miranda, João Alarcão,Joaqim Tapada, Joaquim Mesquita, José Caeiro, Liliana Santos, Luís Martins, Madalena Veiga Fernandes, MafaldaFonseca, Manuel Alves dos Santos, Marília Abel, Marina Jorge, Mário Gonçalves, Miguel Mattos Chaves, OsvaldoFerreira, Paulo Fatela, Pedro Boiça, Rita Cruz, Silvia Del Quema, Rodrigo Taxa, Telma Caixeirinho, Búzios, Cáritas,EPSM, GI-CMC, GI-GCS, GI-PSD, GI-PS, GI-PCP, NERSANT, Paróquia CCH, Rádio ONU, RVS.Fotografias: Abel Matos Santos, Armando Gagueja, Carlota Alarcão, Catarina Bexiga, Filipe Pinheiro, Hélder Roque,José Macário, José António Martins, Luís Martins, Joaquim Mesquita, Mafalda Fonseca, Manuel Pinto, Nélson Filipe,Paulo Fatela, Rita Cruz, Telmo Ferreira, Búzios, GI-CMC, GI-GCS.Cartoon: Pedro Nascimento Web: Henrique Lima

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008

O Jornal de Coruchena Assembleia da RepúblicaO Jornal de Coruche, que transporta o nome da

nossa terra, está desde há três meses à venda naexclusiva banca de jornais e revistas da Assembleiade República, no parlamento nacional, em Lisboa.

É mais um marco deste jornal que vê assimreconhecida a sua qualidade e interesse.

Convocação de Assembleia GeralNos termos da lei e dos Estatutos, convoco a

Assembleia Geral da Caixa de Crédito AgrícolaMútuo de Coruche, a reunir em sessão ordinária nasua Sede Social, sita na Rua da Misericórdia, n.º 36em Coruche, pelas 15 horas do dia 28 de Março,com a seguinte:

Ordem de Trabalhos1 – Discussão e votação do relatório, balanço e

contas do exercício de 2006;2 – Aprovação da proposta da aplicação de Re-

sultados e da Reserva Legal;3 – Qualquer outro assunto de interesse para a

CCAM.Não havendo número legal de associados para a

Assembleia funcionar regularmente, fica desde jáfeita segunda convocação para uma hora depois, fun-cionando então com qualquer número de associados.

Coruche, 27 de Fevereiro de 2008O Presidente da Assembleia Geral

PUBLICIDADE E ASSINATURASPode pedir para colocar a sua publicidade, fazer-se assinante oupagar as suas facturas, na nossa agência na Cervejaria Cubata,frente ao Mercado Municipal em Coruche.

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Jornal de Coruche – O queo levou a criar o “O Jornal deCoruche?

Abel Matos Santos – Desdecedo me habituei a ler o jornal“O Sorraia”, que meu Pai assi-nava, e esse hábito continuoucomigo até ao fim da existênciado jornal. Quando isso aconte-ceu em princípios de 2006, fi-quei triste como coruchense, porver que a minha terra ia ficarsem voz. Um jornal é um repo-sitório dos acontecimentos e dahistória de uma comunidade eisso era muito mau para Coru-che.

Como tinha contactos naárea de produção gráfica, pelofacto de organizar congressos eedições na área médica, come-cei a pensar na hipótese de criarum jornal moderno, assente nastecnologias do século XXI paraque a memória colectiva de Co-ruche não se perdesse e pudés-semos ter um órgão de informa-ção digno desse nome.

JC – A ideia não o assus-tou?

AMS – (sorri) Não, quandotemos convicções fortes e pro-fundas é muito difícil que algonos assuste. Posso dizer-lhe queandei duas semanas a pensar sedeveria criar o jornal ou não, eclaro que me aconselhei juntode algumas pessoas de família eamigos e consultei algumas pes-soas e entidades de Coruche,fundamentais para que este pro-jecto tivesse sucesso.

Ao fim desse tempo decidique avançava e isto deu-se nodia 18 de Abril, sendo que até aofim desse mês, se constituiu aentidade editora, a equipa e se

fez o primeiro número que saiua 1 de Maio, fazendo referênciaàs noticias e acontecimentos domês de Abril de 2006. Assimnasceu o Jornal de Coruche.

JC – Qual o balanço quefaz destes dois anos à frente de“O Jornal de Coruche?

AMS – Penso que é franca-mente positivo! Ultrapassou to-das as expectativas que pudésse-mos ter, mas isto também só foipossível porque há que ter a capa-cidade de sonhar e pensar gran-de, além de que se mobilizouuma equipa para se dar corpo aoque hoje existe.

Devo assinalar que o Jornalde Coruche, desenvolveu umaspecto gráfico cuidado, pensouno conforto dos leitores, em coi-

sas que poucos se podem aper-ceber, como o tamanho do cor-po de letra que é maior do quena maioria dos jornais e no for-mato.

Apostámos fortemente naqualidade e na isenção e inde-pendência junto das forças polí-ticas e de quaisquer interesses,que não fossem os de defender anossa terra e as convicções doestatuto editorial e do seu direc-tor.

Conseguimos uma parceriaabsolutamente única com a pra-ça de toiros do Campo Pequeno,onde em todos os espectáculostaurinos se encontra publicidadeao Jornal de Coruche, e fazemosa cobertura desses eventos.

Ganhámos, logo no primeiro

ano de vida, o prémio SHIP Im-prensa Regional, um importanteprémio nacional. Editámos olivro “Crónicas da Nação” quejuntou os melhores artigos e cró-nicas do primeiro ano de exis-tência do jornal.

Enfim, temos um vasto nú-mero de assinantes e de anun-ciantes e o nosso jornal há muitoque transbordou as fronteiras deCoruche e é lido um pouco portoda a parte, devido aos seusconteúdos de qualidade e serie-dade, levando o nome da nossaterra.

JC – Acha que isso con-tribui para o desenvolvimentoda nossa terra?

AMS – Sem dúvida nenhu-ma! Vejamos, o desenvolvimen-

to dá-se de duas formas, interna-mente pelo maior acesso à cul-tura e à informação, permitindouma maior capacidade de deci-dir e optar em consciência, o queé benéfico para as populações,bem como ao nível da respon-sabilização dos decisores políti-cos e dos nossos governantes,que passam a contar com umórgão de informação que dá aconhecer os seus actos e as suasintenções.

Isto aproxima as pessoas dasdecisões, apoiando ou contestan-do, sendo uma forma de respon-sabilização pública e política.

Externamente, com umavisão de expansão, dá-se a con-hecer a nossa terra, o que por cáse passa, se faz e existe para ver,promovendo o comércio, a res-tauração e a indústria. Não te-nha dúvidas que muita gente jáveio a Coruche por causa donosso jornal.

JC – Como foi dirigir esteprojecto durante dois anos?

AMS – Foi um desafio mui-to interessante e combativo, commuito trabalho para se montartoda uma estrutura. A generali-dade das pessoas não faz a míni-ma ideia dos meios e da quanti-dade de pessoas necessáriaspara se fazer o JC. Olhe, de cadavez que sai uma edição do jornalsó na parte de produção, ex-cluindo as pessoas que escre-vem, temos sempre cerca de 12pessoas envolvidas no processoprodutivo. Se incluirmos os co-laboradores, aqueles que forne-cem conteúdos e fotos, falamosde cerca de 50 pessoas. Comovê, é uma “engrenagem” queexige muita coordenação, orga-nização e muito trabalho.

Daqui se depreende que sejafundamental o apoio das pes-soas e entidades, fazendo-se assi-nantes e colocando a sua publi-cidade, o que lhes vai tambémtrazer retorno, até porque hoje oJC é um jornal de referência.

JC – Foi uma experiênciagratificante?

AMS – Muito gratificante!Fundamentalmente pelo nívelde conhecimento que se passa ater da realidade local e regional

O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 23 • Março de 2008 3

GG R A N D ER A N D E EE N T R E V I SN T R E V I S TT AA

AAbbeell MMaattooss SSaannttooss

> continua na página seguinte

Abel Matos Santos, nasceu em Coruche há 34 anos, onde viveu até à altura de ir para a faculdade, tendo participado semprenas actividades e associações da terra. Tem uma carreira consolidada como clínico na área da Saúde Mental,

desempenhando funções no Hospital de Santa Maria em Lisboa, e doutorando pela Faculdade de Medicina de Lisboa.Catorze anos depois de sair de Coruche para estudar, nunca deixou de se interessar pela terra e suas gentes, fundou

“O Jornal de Coruche”, que se tornou ao longo de dois anos uma referência no jornalismo regional e nacional.Deixa agora a Direcção do jornal e fomos ouvi-lo para perceber porquê e quais os seus projectos futuros.

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e das necessidades das pessoas edos verdadeiros problemas deuma forma transversal e muitoreal. Até porque muitas pessoasnos enviam cartas anónimas oucom pedido explícito de não seidentificarem e nós vamos sa-bendo informação muito rele-vante.

Além de ter aprendido bas-tante com os conteúdos que fo-ram chegando ao JC, o contactocom os colaboradores e com osleitores e anunciantes, foi tam-bém algo de muito positivo eenriquecedor. De facto é umadiversidade que nos preenchedo ponto de vista humano, so-cial e cultural.

JC – Qual a melhor recor-dação que guarda enquantodirector?

AMS – O apego dos leitoresdo JC ao seu jornal e à sua terra,a forma positiva, abnegada edesinteressada como todos oscolaboradores participaram nojornal e sem nunca estarem àespera de ser pagos por isso.Essencialmente a vontade daspessoas participarem e teremvoz! Tudo isto levou a que secriasse uma dinâmica que esti-mula as nossas gentes e que nosenriquece em termos informa-tivos e formativos.

JC – Existe alguma coisaque gostaria de ter feito e nãofez?

AMS – Não, felizmente tudoaquilo a que me propus comofundador e director do JC foiconseguido. Claro que existemsempre mais ideias e ambições,mas essas naturalmente vãosurgindo com o tempo e atrás doque se vai realizando. Penso queultrapassei claramente aquiloque inicialmente tinha projecta-do para o jornal da nossa terra.

JC – Dado que vivemosnum meio pequeno, onde todaa gente se conhece, foi difícilser imparcial?

AMS – De modo nenhum.Sabe que a questão da impar-cialidade está em nós, na nossaformação moral e nas nossasideias e convicções. Quando es-tas dimensões em nós estão bemresolvidas, sabemos lidar bemcom as pressões e não nos dei-xamos influenciar, nem mani-pular. Se o JC alguma vez ti-vesse sido parcial, tinha acabado.

Sabe que o facto de não ser ojornal a minha actividade eco-nómica que me permite viver,deu-me uma liberdade parapoder sempre manter a minhadistância das pressões, que exis-tiram, e manter-me fiel às mi-nhas convicções e à verdade.

Desta forma, o jornal vin-gou, e, se financeiramente não

fosse viável, teria terminado.Agora, “morreria” de pé, fielaos seus princípios e nunca ver-gado às pressões politicas oueconómicas, que existiram, queo pudessem tornar parcial, masque nunca tiveram capacidadede me influenciar ou modificarna nossa linha editorial e nonosso projecto. No dia que o JCfor parcial, está condenado.

JC – Especula-se por aí,que o facto de não ter conse-guido reerguer o busto do Ma-jor Luíz Alberto de Oliveira,foi um dos motivos que olevaram a deixar a direcçãodo jornal?

AMS – (Sorriso) Só mesmono campo da especulação… Sa-be que a iniciativa do JC de lutarpela reposição da verdade his-tórica, através da reposição dobusto do Sr. Major Luiz Albertode Oliveira, surgiu de forma na-tural, pela figura que foi e pelobem que fez pela nossa terra.

Felizmente, eu tive acesso adocumentos e à nossa históriapassada que foi malvada e deli-beradamente apagada da nossavida e das nossas gentes, devidoao fanatismo político comunistado pós 25 de Abril, que perdu-rou largos anos em Coruche eque felizmente hoje já só temrestos, mas que lesou gravemen-te a nossa história colectiva dosúltimos 100 anos.

Quer mais um exemplo? Ve-ja, devemos ser a única CâmaraMunicipal do país que não con-hece os seus presidentes deCâmara do 25 de Abril para trás,até à fundação centenária daautarquia de Coruche! Acha queé por acaso? Claro que não, deli-beradamente isso foi apagado,nem sequer é escondido e guar-dado, foi destruído, apagado, talcomo aconteceu com a obra e amemória do Major, integradonuma estratégia mais ampla deapagar o Estado Novo e o regi-me de Salazar da história dePortugal.

Até se caiu no ridículo, co-mo por exemplo na toponímia,mudaram-se muitos nomes deruas e praças em Coruche e atése deram nomes de comunistasilustres como Bento de JesusCaraça e Lopes Graça, que nun-ca nada fizeram por Coruche,nem nunca cá vieram e possi-velmente nem sabiam que exis-tia, em vez de nomear esses espa-ços com nomes de pessoas danossa terra, como o Padre JoséAlves, ou o comandante dosBombeiros Jorge Potier, quetendo os seus nomes aprovadosainda hoje aguardam que secoloque o seu nome nas ruas.

Já para não falar no que se

fez no centro histórico, que paradar um “cunho culto”, de colo-car por debaixo dos actuaisnomes de ruas e praças os ante-riores, mas omitindo, de formaprimária e mal intencionada,todos os nomes que tivessem aver com a Ditadura do EstadoNovo, como é o caso da actualpraça da Liberdade que antesdisso se chamou Praça Dr. Oli-veira Salazar.

Podemos não gostar, nãoconcordar, mas temos o deverde respeitar a história. Não épossível apagá-la… até porquehaverá sempre uns “chatos”como eu que vêm incomodar al-

guns, mas agradar a muitosmais, porque a verdade e o rigorhistóricos e a justiça, são a baseda condição humana, pelo me-nos para mim.

JC – Sentiu-se defraudadocom os resultados da votaçãoda Assembleia Municipal?

AMS – Não defraudado,porque não foi a mim que rou-baram a memória histórica e averdade. Essa não se apaga porvotações. Acima de tudo, senti--me triste com a atitude precon-ceituosa e humilhante como al-guns senhores deputados muni-cipais se comportaram, semterem qualquer pejo em recorrera todo o tipo de inverdades parajustificarem um voto e uma po-sição eminentemente política e,repito, preconceituosa.

Lamento que o Sr. Presiden-te da Câmara não tivesse tido acoragem de assumir aquilo queimagino lhe iria na alma, mastambém nunca mo disse, nemsei se terá sido condicionado.

Seja como for, a verdade foireposta para a nossa geração eos nossos tempos. Aquilo quefoi escondido, hoje sabe-se eestá disponível para todos con-sultarem.

Hoje, as gentes de Coruchesabem que quando se atravessao Rio Sorraia, isso se deve aoMajor Luiz Alberto, que não quiso seu nome na ponte, que tem onome do General Teófilo da Trin-dade, que por acaso também foium homem dessa época proscri-ta. Vai ver que agora vão já a cor-rer mudar o nome à ponte (riso).

Foi para mim assustador aforma pouco documentada e

quase ao “nível do café” comose discute e vota na nossaAssembleia Municipal. Além deum espaço condigno para todosos munícipes participarem, énecessário que a população sejamais exigente na escolha dosnossos deputados eleitos.

JC – Quais os motivos queo levaram a deixar a direcçãodo jornal?

AMS – Duas razões fortes.A primeira, a de vir a ser pai embreve, se Deus quiser, e o dese-jo enorme que tenho em acom-panhar a gravidez da minhamulher e os primeiros temposdo meu primeiro filho. A segun-da razão, a de ter iniciado oDoutoramento na Faculdade deMedicina de Lisboa, sob orien-tação dos Professores DanielSampaio e Isabel do Carmo, oque exige muitas vezes mais tra-balho do que aquele que tinhacom o jornal, o que acumuladocom a minha actividade clínicae profissional, torna impossível

a dedicação diária que dava aojornal.

Depois, outra razão que vemdo inicio da criação do jornal,que é a de que deveria “entre-gar” o jornal a Coruche, logoque o tivesse implantado e tinhano início pensado nesta metados dois anos, que se vem agoraa confirmar. O facto de devido àminha vida profissional estarem Lisboa, não permite o con-tacto diário que é preciso terpara fazer crescer ainda mais oJC, e penso que com uma pes-soa que está sempre em Co-ruche, como é o caso de JoséAntónio Martins, o novo Direc-tor, o jornal ainda vai melhorarmais.

JC – Ao longo destes doisanos enquanto director do JC,seguiu directamente a vida po-lítica do concelho, qual a ava-liação que faz do caldo políticocoruchense?

AMS – Bem, para começar,penso que o actual presidente daCâmara se destaca a larga dis-tância dos actuais actores políti-cos do Concelho, não lhe reti-rando qualidades, que as tem,penso que essencialmente porfalta evidente destas nos res-tantes.

E este facto é mau para anossa democracia e para a alter-nância e sã convivência demo-cráticas. É fácil de perceber, quese tivéssemos uma elite dedeputados municipais, com umaforte formação nas várias áreasque interessam à governaçãomunicipal, como a economia,cultura, saúde, engenharia, assun-tos sociais, entre outros, que emvez de se andar a discutir políti-ca no mau sentido, se podia tra-balhar em conjunto em prol donosso concelho e das nossasgentes.

Contudo, também constateique há gente boa e verdadeira-mente interessada em colaborare ajudar Coruche. No entanto,verifiquei que a maioria destaspessoas não tem assento a nãoser através do aparelho parti-dário, o que é pena. Neste senti-do, os partidos, fazem isso mes-mo, dividem. Penso que cadavez mais os partidos se estão aesgotar, e cada vez mais movi-mentos de cidadãos irão surgir,como é o caso do movimento deManuel Alegre e de outros.

JC – Está nos seus objec-tivos candidatar-se à presi-dência da Câmara Municipalde Coruche?

AMS – Actualmente, sintoque não existem condições paraisso, devido às razões que apon-tei anteriormente. Penso contu-do que Coruche precisa de se re-

GG R A N D ER A N D E EE N T R E V I SN T R E V I S TT AA

AAbbeell MMaattooss SSaannttooss ddeeiixxaa aa DDiirreeccççããoo ddoo JJoorrnnaall ddee CCoorruucchheeee ffaallaa ddoo ccaallddoo ppoollííttiiccoo

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 23 • Março de 2008 5

novar ao nível autárquico. Aspessoas que lá estão são as mes-mas há muito tempo, existe umaenorme massa humana de quali-dade, com melhor formação,mais nova, com mais vontade ecom outra visão da forma comose deve fazer obra, provocardesenvolvimento sustentado eaumentar a qualidade de vidados coruchenses.

Neste sentido, se um movi-mento de cidadãos, fora dos par-tidos tradicionais, se constituir etomar forma, estou disponívelpara colaborar e ajudar ao seudesenvolvimento.

Tenho a certeza que osmunícipes se revêem cada vezmais neste tipo de solução paraa governação do Concelho, numgrupo de pessoas que não pre-cisem da política ou do lugarpolítico para viverem, mas quetenham a sua vida profissionalbem sucedida e que por issoqueiram dar algum do seu tem-po, ou todo, para contribuir parao bem comum. Penso que estaunião de pessoas e vontades terámuito mais vantagens do que ajá gasta escolha entre partidos,que já não traz nada de novo.

JC – Em tempo de mu-dança, quais os motivos que olevaram à escolha do JoséAntónio Martins para direc-tor do jornal?

AMS – José António Mar-tins, é uma pessoa que conheçodesde muito novo, conheço asua família, gente de trabalho eseriedade. São estas as condi-ções necessárias para se poderdirigir seja o que for, e neste ca-so um jornal. Depois, cursouComunicação Social e Jornalis-mo, tem a sua profissão consoli-dada e é reconhecido por todoscomo competente e respeitável,além de amar a sua terra, gentese tradições.

Além do mais, demonstroulogo vontade e determinaçãopara agarrar uma oportunidadeque lhe permitisse desenvolveraquilo para que estudou e quegosta. Posso dizer-lhe que foi aprimeira e única escolha.

JC – Acha-lo com moti-vação e capacidade para assu-mir e dar continuidade a esteprojecto?

AMS – Sim, claramente!Como é óbvio o novo Directornão vai estar sozinho. Hoje oJornal de Coruche tem muitosamigos, e, a terra percebe bem aimportância de apoiar e nãodeixar acabar o jornal que é seu.E eu, como proprietário destetítulo, continuarei a apoiar esteprojecto.

JC – Até onde pensa que oJC pode chegar?

AMS – Penso que pode alar-gar bastante a sua área de in-fluência, se mantiver uma diver-

sidade de notícias, artigos etemas de fundo de qualidade, eseguramente pode vir a ter a im-portância que o jornal do Fun-dão teve há uns anos. Claro quedependerá muito do impulso dadirecção do jornal e da capaci-dade de gerar receitas para sepoder desenvolver. Como secostuma dizer “sem ovos não sefazem omeletas” e o apoio dosassinantes e dos anunciantes éfundamental, além da obrigaçãomoral que algumas entidades eempresas terão para com o jor-nal da terra onde se inserem.

JC – Pensa algum diavoltar à direcção do jornal?

AMS – Seria um mau sinal!A minha vida profissional émuito preenchida e gosto muitodaquilo que faço. Tenho uma for-te componente de intervençãocívica e gosto essencialmente decriar e promover o desenvolvi-mento de ideias, projectos eacontecimentos. É de algummodo o que faço com os meusdoentes, ajudá-los a promover oseu desenvolvimento e autono-mia enquanto pessoas. Destaforma se compreende o gostoque tive em criar um jornal, quecom toda a imodéstia (sorrisos),é muito bom e criou uma dinâ-mica totalmente nova na nossaterra.

Portanto, não seria do meuagrado voltar à direcção do jor-nal, mas será com certeza do meuagrado, continuar a contribuirpara novos projectos, ideias erealizações para a minha terra epara as minhas gentes.

JC – Há alguma ideia oumensagem que queira deixar?

AMS – Quero, primeiro,agradecer muito a todos aquelesque ao longo destes dois anosapoiaram este jornal e que o tor-naram possível, em particularao meu querido pai.

Depois, a ideia, que é a deque é possível fazermos coisas erealizarmos aquilo a que nos pro-pomos. A mensagem, a de quenão desistam daquilo em queacreditam. Coruche tem gentemuito capaz dentro e fora de por-tas, no nosso Concelho, e, espa-lhadas pelo país inteiro e pelomundo. É tempo de as pessoasse apoiarem e puxarem todaspara o mesmo lado, para que sepossam melhorar as nossasinfra-estruturas, acessibilidades,as condições de vida que tantosde nós ansiamos.

Para isso é preciso trabalharmuito e lutar, fazendo opções edefendendo valores, às vezesmal entendidos.

Que o provérbio passe a ser“Coruche é tão boa Mãe comomadrasta!”, pois o outro já nãonos serve.

Entrevista deJosé António Martins

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O Partido Socialista de Co-ruche veio em comunicadoacusar a forma como a Assem-bleia Municipal é conduzida,a propósito da que se realizouno passado dia 22 de Feve-reiro, considerando “anómala esem qualquer respeito peloRegimento”.

Para o PS, “a Sr.ª Presidentee os seus secretários” permiti-ram “apenas que alguns vogais(da CDU naturalmente) usas-sem e abusassem do tempo deintervenção, fazendo repetidasalegações, o que só deve serpermitido no caso da defesa dahonra”, levando a que o períodode antes da ordem do dia du-rasse mais de duas horas e meia,muito mais dos que os 60 minu-tos estipulados.

As criticas não ficaram poraqui e quando se iniciou “a dis-cussão dos nove pontos da or-dem do dia à meia noite e cincominutos, a Sr.ª Presidente deci-diu e informou de forma autori-tária, que a Assembleia termi-

naria impreterivelmente à umahora da manhã, deixando pordiscutir a maior parte dos as-suntos agendados”, tendo estaque continuar no dia 27 de Feve-reiro, representando um gasto desenhas de presença dos deputa-dos municipais de “cerca de2.500 euros, que servirá na cer-teza, para financiamento dealguns grupos políticos”.

“Comissãode IInquéritoinventada”

O comunicado refere-se ain-da ao parecer jurídico elaboradopelo serviço de consultoria jurí-dica da Câmara Municipal refe-rente à “Comissão de Inquéritoinventada pela CDU e pelo PSD”,a que a Presidente da Assembleiaapresentou uma contestação

jurídica, “feita por um advoga-do que ninguém conhece: Nãose sabe como foi contratado,Não se sabe quanto vai custar,Não se sabe quem lhe vai pa-gar....”, refere o PS local, acu-sando ainda a Dr.ª FernandaPinto de ter recebido o parecer a7 de Fevereiro e este não ter si-do “entregue aos grupos parti-dários e muito menos enviado àCâmara Municipal, cuja posi-ção pretende contestar”.

Desta forma o PS de Coru-che afirma “que a Presidente ea Mesa da Assembleia Munici-pal se mostram incompetentes,incapazes e parciais na condu-ção dos trabalhos e que a Co-missão de Inquérito criada pelaAssembleia não é válida”.

Conclui o comunicado quelamenta “a estranha coligaçãoCDU/PSD que só se pode ex-plicar pelo apagamento políti-co, pela falta de ideias e de pro-postas destas forças politicas, eainda pela deserção de algumasfiguras conhecidas”.

PS acusa fortementeAssembleia Municipal

O Partido Social Democra-ta apresentou, no passado dia22 de Fevereiro, na reunião daAssembleia Municipal de Co-ruche, uma moção contra oprojecto de lei da nova lei elei-toral das autarquias, solida-rizando-se com a AssociaçãoNacional dos Municípios Por-tugueses (ANMP).

A ANMP na análise que fazao projecto de lei, considera queas alterações ai preconizadas,introduzem distorções ao princí-pio da proporcionalidade, “veri-ficando-se que o número de ve-readores designados pelo Presi-

dente da Câmara Municipal,não corresponde somente a umamaioria simples. Que uma forçapolítica que tenha vencido aseleições, mas de forma minori-tária, tenha no executivo umarepresentatividade, em termosde membros, que não corres-ponde à votação obtida, poden-do-a exceder largamente e quese cria a instabilidade, ao esta-tuir que os vereadores designa-dos pelo Presidente, são obriga-toriamente da lista vencedorada Assembleia Municipal, impe-dindo a escolha de vereadoresnas listas da oposição ou em lis-tas que não tenham represen-

tação no executivo, sendo tam-bém menorizados os Presiden-tes de Junta de Freguesia, en-quanto membros das Assemblei-as Municipais”.

Desta forma a moção foiaprovada por unanimidade,fazendo referência à defesaintransigente do princípio daproporcionalidade, nos ÓrgãosAutárquicos, e, à defesa da par-ticipação de pleno direito, dosPresidentes de Junta de Fregue-sia na Assembleia Municipal.

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PSD de Coruche contralei eleitoral

AAsssseemmbblleeiiaa MMuunniicciippaall vvoottaa eemm uunnaanniimmiiddaaddee

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 23 • Março de 20086

Lembra algo, ou alguém???....Pense....Tenho a certeza, certe-zíssima, que todos conhecemuma. Nem que seja pelas revis-tas (com o nome de) cor-de-rosa,que lemos quando vamos aodentista ou outro médico qual-quer, normalmente desfasadasda verdadeira data meses oumesmo anos.

Porventura até pertencemosa uma delas, que na sociedadeportuguesa (e não só), brotamcomo se de cogumelos, em flo-resta húmida, se tratassem. Bemsei, a auto identificação não estámesmo ao alcance de todos.

Nelas, usualmente há ummentor, ou seja, o elemento “cé-rebro” que encabeça a “quadri-lha” e dá início à prática. Aosoutros, se bons alunos de ensi-namentos superiores, basta re-

petir e imitar (com o devido cu-nho pessoal) o estilo. A verdadee, aqui é que está a verdadeiraarte da coisa, é que, quem está aser ensinado – por mera obser-vação, nunca se apercebe disso.Então, de geração em geração....... ... poing, poing, poing... ... ...a renovação faz-se e, cada vezcom mais apuramento (daraça!!!). Se não há resultadosque confirmem o “óptimo”, nãohá qualquer problema semsolução – pois fabricar resulta-dos, inventar resultados, omitirirresultados... tudo é possível epraticável – e claro... a posemantém-se!!!!

Desta forma, a versão do “so-mos todos felizes e óptimos!”torna-se cada vez mais verda-deira! Por vezes, há até umaligeira nuance, que torna tudo

mais bicudo – ‘‘somos todosfelizes, óptimos e damo-nostodos muito bem!”. Chegados adeterminado ponto, afastados ouabafados os elementos incómo-dos.... milagre... milagre.... jánão é preciso fingir – o que sediz, torna-se de facto e, para ospróprios, em realidades. Porincrível que nos pareça, a nósque estamos de fora, ele acredi-tam veementemente no que di-zem e, acredito, há outros quetambém vão acreditar.

Ops, de repente e no meiodesta tão sucinta mas, tão suma-renta descrição, lembrei-me devárias famílias pertencentes aesta tribo, numa definição maisalargada do “parece mas (é evi-dente que) não é” – se não, veje-mos – a família Política, afamília da Bola e outras classes

profissionais! Atenção, muitoimportante, nestes casos nuncase pode declinar em – damo-nostodos bem! Nos exemplos dadosaté, o damo-nos bastante mal, émuito apreciado e, dá de comera muitas outras famílias!

Senão, veja-se – alguémconhece algum partido políticoque tenha perdido (repito, perdi-do!) eleições? Algum governoque não esteja com boas perfor-mances? Algum jogo de futebolem que a equipa que vence o feztão somente porque é boa e, aque perde apenas porque o árbi-tro está comprado e tem másorte (o que é isso?).

A classe médica nunca se dábem com o Ministro da saúde;sempre que alguém não se cura(para não ser mais drástica) – aculpa é do médico ou da entida-

de “Hospital” (dá sempre jeitoculpar entidades)! A classe dosprofessores também conseguirialevar adiante um projecto edu-cativo caso não fosse um qual-quer Ministro da Educação, ca-so o menino chumbe – a culpa édo professor!

E assim por diante, nume-rosos são os exemplos que sepodem dar mas eles, eles pró-prios continuam (de uma formaou outra) felizes a, julgarem-seóptimos – a culpa é do outro!!Mas... que país... que gente??Sempre à procura de culpa-dos??!!!

Caso não se encontrem – istoé, caso cada um não tente fazerdiferente (pelo menos), há sem-pre a hipótese de mergulhar acabeça nas tais revistinhas cor--de-rosa – elas agradecem!!

CARTÓRIO NOTARIAL DE CORUCHECERTIFICO, para efeitos de publicação que, por escritura de Justificação lavrada no

dia trinta de Janeiro de dois mil e oito, neste Cartório, de folhas cento e sete a folhas centoe oito verso, do livro de notas para escrituras diversas número quinhentos e cinquenta equatro-D, AUGUSTO JOÃO DO PINHEIRO, cont. 109 692 845 e mulher MARIAALICE LUZIA MATIAS, cont. 109 693 426, casados, sob o regime da comunhão deadquiridos, naturais da freguesia e concelho de Coruche, residentes na Rua do Pinheiro, nolugar de Brejoeira, freguesia de Santana do Mato, concelho de Coruche, DECLARARAMque, são donos com exclusão de outrem, do seguinte prédio:

PRÉDIO URBANO, sito no lugar da Brejoeira, freguesia de Santana do Mato, con-celho de Coruche, composto por uma casa de habitação de rés-do-chão, com a superfíciecoberta de setenta e dois metros quadrados e logradouro com a área de três mil oitocentose setenta e três metros quadrados, a confrontar de Norte com Joaquim Nunes Cerca, deSul com Alfredo Lourenço, de Nascente com Rua do Pinheiro e Herdade das Nateiras ede Poente com Rua do Moinho e Herdade dos Carapuções, inscrito na respectiva matrizem nome do justificante marido sob o artigo 586, ao qual atribuem para este acto o valorde cinco mil euros.

Que o prédio não se encontra descrito na Conservatória do Registo Predial do conce-lho de Coruche e dele não têm qualquer título formal que permita o respectivo registo.

Que justificam, porém, aquele seu direito de propriedade nos termos seguintes:O prédio ora justificado veio à sua posse, por compra meramente verbal feita a Ana

Maria Casinhas e marido Joaquim Teixeira Constantino, casados sob o regime dacomunhão geral de bens, residentes no lugar de Carapuções, freguesia de Santana do Mato,concelho de Coruche, em data que não podem precisar mas no ano de mil novecentos eoitenta e três, ainda este tinha a natureza de rústico, ao tempo composto de terreno de cul-tura, onde plantavam cultivavam e colhiam diversas culturas, a determinada altura inicia-ram a construção da referida casa, alterando assim a natureza do prédio, que depois de con-cluída participaram à matriz, tendo nela passado a habitar com a sua família, guardandoalfaias e cuidando do logradouro fazendo obras de conservação sempre que necessário epagando a contribuição por ele devidas, sem, no entanto, terem celebrado a competenteescritura pública.

Exercendo essa posse por mais de vinte anos, sem interrupção e com a consciência deestarem a agir como verdadeiros donos do prédio, o que confere a tal posse a natureza depública, pacífica e contínua, fundamentando assim a aquisição do respectivo direito depropriedade por usucapião, o que, pela sua natureza, impede a demonstração documentaldo seu direito e a primeira inscrição, que se pretende, no registo predial.

Desde aquela data, porém, entraram na posse do imóvel, posse que exerceram emnome próprio até hoje, sem qualquer interrupção, à vista de toda a gente e sem oposiçãode quem quer que fosse, actuando em tudo o mais sobre ele em correspondência perfeitacom o exercício do direito de propriedade.

ESTÁ CONFORME.Cartório Notarial de Coruche, trinta de Janeiro de dois mil e oito.

A Segunda Ajudante(Maria Jacinta Fitas Martins Garcia Nunes)

NOTARIADO PORTUGUÊS

Jornal de Coruche, n.º 23 de 1 de Março de 2008

CARTÓRIO NOTARIAL DE CORUCHECERTIFICO, para efeitos de publicação que, por escritura de Justificação lavrada no

dia trinta de Janeiro de dois mil e oito, neste Cartório, a folhas cento e cinco e seguintesdo livro de notas para escrituras diversas número quinhentos e cinquenta e quatro-D,JOSÉ FERNANDES MAURÍCIO, cont. 124 781 110 e mulher MARIA DE JESUSLOPES ALVES MAURÍCIO, cont. 124 781 128, casados, sob o regime da comunhão deadquiridos, naturais, ele da freguesia Montargil, concelho de Ponte de Sor, ela da fregue-sia de Ganha, concelho do Montijo, residentes na Rua da Escola Nova, no lugar e fregue-sia da Branca, concelho de Coruche, DECLARARAM que, são donos com exclusão deoutrem, do seguinte prédio:

PRÉDIO URBANO, sito no lugar de Foros da Branca, freguesia da Branca, concelhode Coruche, composto por uma casa de habitação de rés-do-chão, com quatro divisões,com a superfície coberta de oitenta metros quadrados, e logradouro com a área de dois milnovecentos e setenta e oito virgula noventa metros quadrados, a confrontar de Norte comAntónio Ferreira Barraca, de Sul com Rua da Escola, de Nascente com António RibeiroOliveira da Cruz e de Poente com Luísa Maria Alves da Cunha Pereira, inscrito na respec-tiva matriz em nome do justificante marido sob o artigo 640, ao qual atribuem para esteacto o valor de cinco mil euros.

Que o prédio não se encontra descrito na Conservatória do Registo Predial do conce-lho de Coruche e dele não têm qualquer título formal que permita o respectivo registo.

Que justificam, porém, aquele seu direito de propriedade nos termos seguintes:O prédio ora justificado veio à sua posse, por doação meramente verbal feita por seus

pais e sogros, respectivamente Eduardo Alves e mulher Maria de Lurdes Lopes, casadossob o regime da comunhão geral de bens, residentes no mencionado lugar e freguesia daBranca, em data que não podem precisar, mas no ano de mil novecentos e setenta, aindaeste tinha a natureza de rústico, ao tempo composto de terreno de cultura, onde plantavamcultivavam e colhiam diversas culturas, a determinada altura iniciaram a construção dareferida casa, alterando assim a natureza do prédio, que depois de concluída participaramà matriz, tendo nela passado a habitar com a sua família, guardando alfaias e cuidando dologradouro fazendo obras de conservação sempre que necessário e pagando a contribuiçãopor ele devidas, sem, no entanto, terem celebrado a competente escritura pública.

Exercendo essa posse por mais de vinte anos, sem interrupção e com a consciência deestarem a agir como verdadeiros donos do prédio, o que confere a tal posse a natureza depública, pacífica e contínua, fundamentando assim a aquisição do respectivo direito depropriedade por usucapião, o que, pela sua natureza, impede a demonstração documentaldo seu direito e a primeira inscrição, que se pretende, no registo predial; desde aquela data,porém, entraram na posse do imóvel, que exerceram em nome próprio até hoje, sem qual-quer interrupção, à vista de toda a gente e sem oposição de quem quer que fosse, actuan-do em tudo o mais sobre ele em correspondência perfeita com o exercício do direito depropriedade.

ESTÁ CONFORME.Cartório Notarial de Coruche, trinta de Janeiro de dois mil e oito.

A Segunda Ajudante(Maria Jacinta Fitas Martins Garcia Nunes)

NOTARIADO PORTUGUÊS

Jornal de Coruche, n.º 23 de 1 de Março de 2008

A Família do “parece mas não é”Madalena Veiga Fernandes *

* Lic. em Gestão

CRÓNICA DE COSTUMES

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Na semana da passagem deano, fui passear pelo MédioOriente e, obviamente, não pudedeixar de ir a Jerusalém. A trav-essia da fronteira foi feita pelaJordânia e foi uma surpresa. Jáatravessei vários postos frontei-riços de regiões com menor oumaior intensidade de conflito,mas nunca tinha sentido umadiferença tão grande, num pe-queno espaço entre uns dois qui-lómetros de estrada…

Na Jordânia encontramosum povo extremamente afável,compreensivo para as diferen-ças – brutais – culturais graças aum turismo forte, crescente eque pretende ser um substitutopara a ausência de petróleo (ouserá só ausente no que respeita àsua exploração?) num Estado debeduínos sedentarizados que sepode caracterizar como a Suíçado Médio Oriente, mas com umcariz diplomático ainda maisacentuado.

O espírito árabe existe emcada esquina, a aculturação épequena quando comparandocom as capitais marroquina outunisina, no entanto, o grau civi-lizacional – que podemos medirface aos parâmetros ocidentais,neste caso, pelas boas vias rápi-das, o tipo de serviço hoteleiro,o cuidado na preservação daágua e talvez pela parcial pre-ocupação urbanística (cheio deerros arquitectónicos como os‘algarvios’) – está num nívelbastante razoável para receberturistas e pensar que o país pre-tende ter um futuro. Numa es-cala de 0 a 10 estaria num nível6, 7…

A educação está preparadapara ir até aos 16 anos e nas uni-versidades estudam jovens parapoderem vir a preencher muitasvagas de quadros médios esuperiores que ainda não exis-tem. O inglês disseminou-se hámuito, em terras onde ThomasEdward Lawrence (o da Ará-bia) se perdeu em diversos sen-tidos e fez amizades históricas.Apesar de alguma falta de res-peito pelos livros (a cada finalde ano lectivo, quando sabemque passaram de ano, os alunosatiram-nos para o ar nas ruas enão são recuperados), a leitura égeneralizada pelas diversas ca-madas sociais. Os homens e asmulheres, embora frequentemescolas separadas, encontram-senas ruas e falam-se entre si, den-tro dos parâmetros do respeito

islâmico que não é muito dife-rente daquele que existia no iní-cio do século passado entre oscatólicos.

As mulheres maquilham-secomo pela Europa dos anos 80(para quem não se lembre, erauma maquilhagem bastante fe-minina e excessiva…), querusem véu ou não, mas que não ocolocam, e apresentam tambémbastante ousadia no trajar. Nãonos podemos esquecer, que tan-

to a rainha anterior, como aactual que é palestiniana, nãousaram véu e apresentaram-sesempre com um bom grau da-quilo que o Ocidente classificacomo modernidade e que tam-bém podemos caracterizar comoaculturação. Uma manobra demarketing, consciente ou incons-ciente…

Todo este cenário permitiu--me desfrutar de um País compaisagens extraordinárias, comas melhores estâncias sobre oMar Morto e que abre facilmen-te a porta a quem quer ter umprimeiro contacto com o MédioOriente, sobretudo se estivercom vontade de ir passear ouperegrinar pela Terra Santa eainda guarde alguns receios.

Quando chegamos à frontei-ra entre a Jordânia e Israel, sen-te-se a cada quilómetro adensar--se a tensão. E observa-se a es-trada, com lombas desagradá-veis, cheia de casas que noslembram os nossos bairros de

barracas de cimento, que noentanto são estruturas mais oumenos habituais e aceitáveispara os autóctones em toda aÁfrica e também naquela zona.

Amã é conhecida como acidade branca, o que para Por-tugal que tem o Alentejo tãobem caiado, não faz sentido,porque se trata de um brancosujo, como marfim velho, ondeos prédios e mais de três andaressão proibidos, excepto se perten-

cerem a grupos económicossuficientemente fortes para con-tornarem – de um modo que merecorda várias instituições nacio-nais do nosso país – essa regula-mentação. Por outro lado, essestrês andares contam para afrente do edifício que dê para aestrada, sendo que numa cidadeque já se equiparou a Lisboa nassuas sete colinas é fácil ficar-mos, como eu, num hotel cujaentrada é no quinto piso, pois osoutros dão para o outro lado dacolina, e de frente parece umpequeno prédio.

Quando deixamos a capitaljordana, a paisagem vai-se mo-dificando, porém as estradasnão atravessam muitas outrascidades. Com a aproximação dafronteira israelita passamos pordiversas zonas habitadas. Overde escasseia, não apenas aquionde seria natural encontraralguma ruralidade espevitada,mas por todo o país. Cabras eovelhas são o único gado que se

vislumbra e uma vacaria leiteiraé o único complexo que nos levaa compreender porque é que hásempre leite ao pequeno-almo-ço…

Quando já falta pouco maisde meia-hora para chegar aoposto fronteiriço, encontramosvárias mulheres que pedemboleia ao nosso autocarro turís-tico e por mais proibido que issoseja, o nosso condutor pára. Por-que dar boleia às jovens, que

trabalham na fronteira, e queteriam de ir a pé ou num pe-queno autocarro cheio, facilitaas burocracias fronteiriças dolado jordano.

Realmente, conseguir o vistode saída foi um processo sur-preendentemente rápido e empouco tempo estávamos peranteos jovens que prestam serviçomilitar obrigatório, em Israel,entre os 18 e os 21 anos. Umaespécie de lavagem cerebralisraelita, onde se incute a postu-ra de cara de pau e uma atitudede arrogância como de superio-ridade de um país que parecenão saber, histórica e cultural-mente, o que é ser feliz.

As dificuldades para passaresta fronteira são imensas ecuriosas. Uma cúfia que eu usa-va (o lenço que costumamos verna cabeça dos beduínos, equiva-lente ao que Arafat sempre usa-va em preto e branco) de tonsvermelhos levantou-me proble-mas: é algo que todos os turistas

em Petra compram… foramrevistados até para verificaçãoda eventualidade de armasquímicas! O facto de irem trêsportugueses num grupo de 13pessoas, das quais as restanteseram espanholas, também levan-tou problemas. Porque pareciaque estávamos a querer despis-tar de onde vínhamos, uma vezque lhes não fazia sentido nãotermos feito a viagem só comportugueses. Questionaram-nosmesmo se os portugueses sedavam bem com os espanhóis.Não resisti e disse: “temos umpequeno problema por resolverem Olivença, mas está esqueci-do para todos, fora isso não luta-mos pelas fronteiras desde háalguns séculos e até partilhamosa água, pacificamente…”

Sinceramente, não sei comoobtive o visto depois disto, massuponho que o facto de tê-lodito a sorrir e o grupo se ter rido,teve influência na decisão daoperacional de fronteira, meninabonita com cara de má, queinsistia ainda em “porque é queeu tinha uma cúfia…” e terásido definitivo o facto de eu tercarteira profissional de jorna-lista, apesar de ser claro que pre-tendia passar em turismo e nãoem trabalho. O quarto poder alimete mais medo do que res-peito…

Passados 500 metros depoisda agitação na fronteira e, já dooutro lado, encontramos um sis-tema de irrigação que lembravao Sorraia, os terrenos são geo-logicamente idênticos aos daJordânia, ou seja, pedras e maispedras e terra que parece areiagrossa. É uma verdadeira sur-presa. Aquelas terras estavamexploradas agricolamente, ten-do até estufas, a primeira terrin-ha que nos surgiu tinha umMacDonald’s (será um símbolode civilização?) e o aspecto dascasas era o equivalente a qual-quer bairro suburbano europeu.O verde agrícola perseguiu-nosdurante duas horas até Jerusa-lém, contrastando com a memó-ria fresca da nula paisagem agrí-cola jordana e com o alto dosmontes, onde o terreno se con-firmava idêntico ao da Jordânia.

Em Jerusalém, dos primeirospontos visitados de uma terraque é em si um monumento pelaforça histórico-teológica, o Mu-ro das Lamentações era palco deum Bar-Mitzvah. Não senti um

Muro das Lamentações,Muro de Lamentar…

Sílvia Del Quema *

* Analista Política

OUTRAS CULTURAS

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 23 • Março de 2008 7

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CARTÓRIO NOTARIAL DE CORUCHECERTIFICO, para efeitos de publicação que, por escritura de Justificação lavrada no

dia onze de Fevereiro de dois mil e oito, neste Cartório, de folhas cento e trinta e seis a fol-has cento e trinta e oito do livro de notas para escrituras diversas número quinhentos ecinquenta e quatro-D, RICARDA MARIA PEREIRA, cont. 113 999 216 e maridoOTÍLIO DOMINGUES MARQUES, cont. 103 904 263, casados, sob o regime dacomunhão de adquiridos, naturais, ela da freguesia e concelho de Coruche, ele da fregue-sia de Pinhal Novo, concelho de Palmela, residentes na Rua Miguel Torga, n.° 9, no lugarCabeço Velhinho, freguesia e concelho de Palmela, DECLARARAM que, são donos comexclusão de outrem, do seguinte prédio:

PRÉDIO URBANO, sito na Rua de Montemor, no lugar e freguesia do Biscainho,concelho de Coruche, composto por parcela de terreno, com a área de mil, cento e vinte eoito virgula trinta e dois metros quadrados, a confrontar de Norte com Gertrudes Pereira,de Sul com José Santos Pereira, de Nascente com António José e de Poente com Antónioda Silva Augusto, inscrito na respectiva matriz em nome da justificante mulher, sob o arti-go 1121, com o valor patrimonial de € 2.430,00, ao qual atribuem para este acto valor igualao seu valor patrimonial.

Que este prédio não se encontra descrito na Conservatória do Registo Predial do con-celho de Coruche e dele não têm qualquer título formal que permita o respectivo registo.

Que justificam, porém, aquele seu direito de propriedade nos termos seguintes:O prédio ora justificado veio à sua posse por doação meramente verbal feita por seus

pais e sogros, respectivamente, Joaquim dos Santos Pereira e mulher Jacinta Maria, resi-dentes que foram no referido lugar do Biscainho, no ano de mil novecentos e setenta, emdia e mês que não pode precisar, sem, no entanto, terem celebrado a competente escriturapública.

Desde aquela data, porém, entraram na posse do imóvel, que exerceram em nomepróprio até hoje, sem qualquer interrupção, à vista de toda a gente e sem oposição de quemquer que fosse, fazendo obras de conservação e suportando todos os encargos a ele respei-tantes, designadamente os de natureza fiscal e actuando em tudo o mais sobre ele em cor-respondência perfeita com o exercício do direito de propriedade.

Exercendo essa posse por mais de vinte anos, sem interrupção e com a consciência deestarem a agir como verdadeiros donos do prédio, o que confere a tal posse a natureza depública, pacífica e contínua, fundamentando assim a aquisição do respectivo direito depropriedade por usucapião, o que, pela sua natureza, impede a demonstração documentaldo seu direito e a primeira inscrição, que se pretende, no registo predial.

ESTÁCONFORME.Cartório Notarial de Coruche, onze de Fevereiro de dois mil e oito.

A Segunda Ajudante(Maria Jacinta Fitas Martins Garcia Nunes)

NOTARIADO PORTUGUÊS

Jornal de Coruche, n.º 23 de 1 de Março de 2008

Com o intuito de elaborar o RoteiroArqueológico dos monumentos megalíti-cos de Coruche, foi estabelecida – noâmbito do Programa de Apoio a Museusda Rede Portuguesa de Museus e noseguimento da celebração do contratoentre a Câmara Municipal de Coruche eo Instituto dos Museus e da Conservação– uma parceria entre o Museu Nacionalde Arqueologia (MNA) e o MuseuMunicipal de Coruche.

O projecto em questão tem por base oestudo e fichagem de uma colecção demateriais oriunda do concelho deCoruche, a qual resultou das escavaçõesrealizadas pelo Dr. Manuel Heleno (entãodirector do MNA), na década de 30 doséculo XX, e os respectivos espólios

conservados no MNA.Este Roteiro incluirá percursos diver-

sos, direccionados a diferentes públicos--alvo, e será acompanhado, no terreno,da respectiva sinalética de encaminha-mento e de informação.

Parceria entre osMuseus de Coruchee Nacional deArqueologia

O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 23 • Março de 20088

pingo de insegurança desde que deixei afronteira, onde as crianças militarizadasassustavam com as suas duras atitudes,metralhadoras e pistolas.

De Salomão ou de Herodes? Aquelemuro podia bem ser visto como o umbi-go da discórdia regional. Contudo, o ou-tro muro é que me chocou. O que divideBelém de Jerusalém, e que se o víssemosno “GoogleEarth” ou noutra foto tiradado céu, seria como uma serpente sibilinaa enrolar-se sobre ela própria evitandoesmagar casas, preferindo enroscar-seentre elas. Lembra o Muro de Berlim,lembra a virtual Cortina de Ferro, massobretudo lembra o próprio Muro das La-mentações, porque é lamentável que umaterra que todos consideram santa, sejavilipendiada desta forma.

A fronteira de Israel para a Palestinaé, neste muro (provavelmente como emtodos os outros lugares onde exista muroidêntico), tão tensa que o guia que tínha-mos, por ser palestiniano e católico, pre-feria sentar-se e esconder as credenciaisde guia turístico oficial do que ter de dia-logar com os israelitas, pois isso fariaperder demasiado tempo à excursão. EmBelém, nova surpresa. Reentrámos naJordânia? Onde está o desenvolvimento?Não há um MacDonald’s? Não me fazfalta que exista, só o espírito associado aoque pode simbolizar: saneamento básico,poder económico, organização político-económica, estabilidade. O que é de re-ferir é a diferença.

Não há perigo nas ruas, visitamos olocal onde se supõe que tenha nascidoJesus e há turistas de todo o mundo, maso que retenho na memória é o ladopalestino do muro de Belém. Está pinta-do por artistas de todo o mundo e acabapor ser uma exposição de arte que vemao nosso encontro a cada curva.

Surpreendendo-nos por ter desapare-cido durante um percurso e, de repente,voltar a surgir. Na minha ideia ficou umainformação que já tinha e que o guia meconfirmou pela real experiência própria,

que continua a acontecer. Algo que asnotícias recentes me avivaram.

Em Jerusalém, no Verão, há água cor-rente todos os dias. Todavia, em Belémsó há água corrente durante três dias emcada 40: a água é cortada por Israel!

Em Gaza, Israel proibiu, em meadosde Janeiro, a passagem de mercadorias,criando um cerco (maior) a Gaza. O temaPalestina voltou ao Conselho de Segu-rança das Nações Unidas e, mais umavez, não se decidiu nada, apelando-seapenas e demagogicamente, a que Israelnão permitisse uma crise humanitária naárea.

Curiosamente, há 15 Estados no Con-selho de Segurança. Só 14 membros subs-creveram um texto, sendo que o embai-xador dos EUA disse que só podia subs-crevê-lo depois de consultar o seu Go-verno. Este órgão só trabalha com textosaprovados por unanimidade. Nem se tra-tava de uma resolução vinculativa,mas…

O texto expressava “profunda preo-cupação pela abrupta deterioração dasituação humanitária em Gaza”, e deixa-va um apelo a “todas as partes para quesuspendam imediatamente todos os actosde violência, incluindo o lançamento defoguetes sobre o território de Israel etodas as actividades que contrariem odireito internacional e exponham civis aorisco”. E sublinhava a necessidade deIsrael “suspender o encerramento detodos os pontos de passagem”.

O Egipto, liderado por Hosni Muba-rak, já permitiu que entrassem no seupaís milhares de palestinianos de Gaza,alegando que eles estavam com fome eprecisavam de entrar no Egipto para co-mer e comprar comida, o que podiamfazer desde que não empunhassem ar-mas. Por causa do cerco israelita…

Quantos muros poderão continuar aser levantados naquela região da TerraSanta, do petróleo e dos acordos porbaixo da mesa?

____

> continuação da página 7

Muro das Lamentações,Muro de Lamentar…

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 23 • Março de 2008 9

7.º PERÍODO– 1936 – 1939Será muito oportuno relatar

como introdução deste períodoo que se passou entre Salazar eFranco, antes da ocupação fran-quista de Olivença.

Segundo o Prof. Dr. Freitasdo Amaral nos informa, no seulivro de Memórias, o Dr. Lum-bralles ter-lhe-ia confidenciadoque Salazar teria proposto que oapoio do governo portuguêsseria dado em troca da devo-lução de Olivença, a que Francoanuíra. Porém, três dias antes dadata acordada as tropas fran-quistas irrompem em Olivença(17 de Agosto) espezinhando oacordo feito.

Talvez por se conhecer emOlivença este acordo, a bandeiraportuguesa já estava içada e apopulação preparava-se parareceber as tropas portuguesasque, entretanto, tinham estado emmanobras em terras de Elvas.

As tropas franquistas, dirigi-das por Carlos Blanco, entraramem Olivença e reprimiram seve-ramente. Apoiando-se nas de-núncias de patrões agrários, sãofeitas muitas detenções. Por ou-tro lado, as novas “autoridades”apelam à colaboração de deter-minados proprietários e comer-ciantes. Exige-se que os “furti-vos entregassem as armas”.

Após a limpeza política feitacom a repressão sobre a popu-lação, com fuzilamentos e a per-seguição aos fugitivos pelosfalangistas em território portu-guês, que tiveram permissãopara atravessarem o Guadiana, àcaça de foragidos.

As barbaridades e a repres-são foi um desvario. ComoMário Neves nos refere, umadas cenas mais horríveis foi vercentenas de cadáveres carboni-zados, ao longo da estrada deOlivença para Badajoz, ondeviu pilhas de mortos a seremdevoradas pelo fogo.

O espelho de miséria dopovo de Olivença é dado pelo

livro de “La Farrape” onde apobreza, prostituição e margin-alidade é enorme. A situação étal que as autoridades espanho-las acabarão por aceitar, a ofertade venda de grupos de criançasoliventinas para “colónias de fé-rias” em Portugal, algumas de-las através do Grupo dos Ami-gos de Olivença. O Boletim doGrupo reproduz fotografias dedezenas de crianças, na antigaColónia de Férias de “O Século”.

A repressão que caiu sobre

Olivença foi inqualificável, comprisões e dezenas de fuzilamen-tos: Muitos oliventinos deban-daram para Badajoz, onde in-corporaram os grupos republi-canos que defenderam a cidadeda fúria franquista. Há registosde actos de heroísmo e de mui-tas mortes, entre os oliventinos.Também muitos outros refugia-ram-se nos concelhos limítrofescomo em Elvas, Olivença e Ju-romenha, onde a “polícia polí-tica” portuguesa os prendia einterrogava, devolvendo-os àsautoridades espanholas, os sus-peitos de serem republicanos,anarquistas ou comunistas. Noentanto, muitos foram bemacolhidos e, facilmente se inte-

graram nas comunidades locaise mesmo em Lisboa.

8.º PERÍODO– 1940 – 1975Neste longo período da his-

tória do franquismo Olivençaviveu os principais momentosdo regime ditatorial monárquicosem rei, dirigido pela oligarquiamilitar mas, de igual modo, pe-los caciques regionais ou locais,submetidos ao dirigismo centra-lista, em nome da “Nação”.

Logo após o termo da guerraas autoridades franquistas man-

dam instalar um forte contin-gente da Guarda Civil no Con-vento das Clarissas, que se man-teve até 1953, numa ocupaçãomilitar de grande rigor. Em1956 o ditador Franco inaugurao “embalse” de Pedra Aguda emanda construir “aldeias” paraonde transfere populações, noâmbito da denominada “coloni-zação interna”. Como escreveuBorralho Gil, as duas aldeias fo-ram chamadas, respectivamen-te, de San Francisco e San Ra-fael, em homenagem ao Cau-dilho e ao ministro da Agricul-tura e destinavam-se a receber“nuevos pueblos”.

Em 1961, Franco é declara-do “alcaide perpétuo” de Oli-

vença.Franco para demonstrar o

seu “carinho” por esta terra man-dou alterar não só a toponímia,como ordenou que se retirassedo calendário tradicional S.João, para o substituir por SanIsidro, Patrono dos labradores.S. João quase foi expulso deOlivença, como Santo Antóniojá tinha sido.

Olivença é, hoje, ainda, umbom exemplo da repressão e domedo, instigada no sentido daaculturação espanholizante. Ossinais mais violentos deram-sepela via do ensino e da repres-são linguística, aprofundando-se o medo de falar português navia pública.

Não é difícil, encontrar asprovas reais das argumentaçõese das práticas dessas políticas,ao serviço da colonização de Oli-vença, com o uso das mais ver-gonhosas injúrias e deturpaçõesculturais e históricas. Bastaráler, com alguma atenção, o livrode Borralho Gil, intitulado “Misrecuerdos de la Olivenza es-pañola” onde se reproduz ver-sos dum tal Francisco Ortiz:Don Francisco Ortiz, escreveusobre o idioma português, unsversos muito divulgados emOlivença, donde se extrai oseguinte fragmento: “El idiomaportuguês/ es lingua de moron-danga/ inventóla el tio ginés/que era um pastor de Ber-langa/”.

Se observarmos com aten-ção o Museu instalado em Oli-vença, do ponto de vista ideo-lógico-cultural, encontramostoda a intenção do obscurantis-mo histórico. Há por aí, entrenós, quem confunda, fruto dealguma ingenuidade, as boascondições de museologia ou aqualidade dos espécimes, com aideologia que as peças expostassão portadoras. É o que se passacom grande parte do recheiodeste Museu, que tem comoobjectivo central demonstrar

quanto o território de Olivença éde espírito e de cultura espanho-la e quase nada das suas origensportuguesas. É um bom exercí-cio de ilusionismo político.

Mas Olivença não deixavade ser fortemente policiada. Em1940 a Guarda Civil ocupa oConvento das Clarissas, ondeem 1840 as autoridades ocu-pantes tinham instalado o corpodos Carabineiros, ali perma-necendo até 1953. Este Con-vento, de grandes tradições por-tuguesas é adquirido pela Câ-mara em 1960, um tanto paraocultar este passado de repres-são. Quantas pessoas estiveramaqui presas e quantas foram tor-turadas?

O franquismo impôs, emtodas as regiões de Espanha,uma feroz ditadura, sem liber-dade política num Estado (Na-ção) policial em que os nacio-nalismos foram perseguidos ereprimidos. Olivença não esca-pou a esta repressão e a umaconcertada política de acultura-ção, vigiada pela Guarda Civil epela polícia secreta e seus infor-madores. Os sinais mais violen-tos registam-se no ensino e naspolíticas culturais, sobretudo asrelações com Portugal.

III – A usurpação materiali-zou-se nos seguintes aspectosgerais: proibição do uso da línguaportuguesa na Câmara, nas Igre-jas e lugares públicos. O ensinooficial é proibido e perseguido oensino particular. O Bispado deBadajoz toma conta das Igrejas eorienta o culto, com expulsão dereligiosos portugueses e com aapropriação de bens, conventose propriedades.

Os cartórios foram incendia-dos tendo havido substanciaismudanças de nomes, para alte-ração da grafia dos apelidos por-tugueses. Mais tarde, as mudan-ças impuseram nomes espanhóisna toponímia, e com a criaçãodo novo cemitério, este nos con-teúdos dos epitáfios. A religiãopopular cristã de raiz portugue-sa foi perseguida, com a demo-lição da Igreja de Santo Antónioe com a remoção de imagensligadas à religiosidade popularde antiga tradição. As festaspopulares foram substituídaspor outras dentro do ciclo festi-vo espanhol. A arquitectura pop-ular alentejana sujeita amodificações estruturais pormotivo do gosto da população

Olivença à vistaCarlos Consiglieri *

* Economista eProfessor Universitário

PORTUGALIDADE

(Parte III - última)

Convirá equacionar de forma esquemática, dadas as limitações deste trabalho,uma primeira tentativa das premissas da matriz das contradições do processo de colonização de Olivença.

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trazidas de várias partes deEspanha. O uso (e abuso porgosto oficial) das grades nasjanelas é um dos exemplos.

As necessárias vagas contraa propriedade da coroa portu-guesa (imediatamente espoliadaapós a ocupação) dos nobres(Cadaval, principalmente), daburguesia portuguesa, da Igrejae da Santa Casa da Misericór-dia, nas diversas fases dos pro-cessos de desamortização, aolongo de mais de um século. Avenda dos “baldios” que subs-tituíram populações rurais e queforçaram tantas migrações du-rante mais de um século a estag-nação do número de habitantes.A espoliação violenta e semcompensações financeiras aosverdadeiros donos de todo o tipode bens e propriedades, bemcomo à perseguição às pessoasque representavam interessesportugueses e sobretudo, a com-erciantes que desejavam manterrelações com Portugal. As fron-teiras estiveram fortemente vi-giadas durante muitos anos.Imensas prisões e até enforca-mentos mal esclarecidos ainda.

Todos estes acontecimentosque se mantêm debaixo de con-venientes silêncios – crimes,

violências e perseguições – nãotem lugar na chamada Históriaoficial. Do lado português porrazões incompreensíveis, pelolado espanhol, porque Olivençae os seus habitantes passam só ater lugar nas estatísticas e namassificação da região maisatrasada economicamente deEspanha. Olivença, que tinhaum património português riquís-simo e foi berço de vultos quedeixaram nome no mundo, coma ocupação passou a ser um es-paço sem história, sem direito afalar a sua língua, nem a recriaras suas tradições nas festaspopulares, ou a usufruir dasruas, as suas procissões e até daprópria gastronomia e doçariada qual sobressai o famoso doceportuguês técula-mécula.

Na labiríntica teia em que opovo oliventino tem vivido,houve, por todas estas investi-das, uma manifesta preocupa-ção – enterrar o passado sem ex-plicar o património edificado, osrestos da heráldica e as palavrasque se dizem fora do contextolinguístico imposto sem discer-nimento nem compreensão. Aprova cabal deste desnorte quemuitos oliventinos começam aentender é que não tem história

para nela se reverem eencontrar razões paraas necessárias decisõesdo futuro. Pelo contrá-rio, as grandes incom-preensões, silêncios efaltas de relaciona-mentos, fazem hoje re-flectir numa eventualatitude autonómica –nem tem dados con-cretos nem dum lado,nem do outro.

Estas contradiçõesrevelam-se nas diver-sas tentativas de seelaborar a História deOlivença, como qual-quer terra de Espanha ou dePortugal tem, dentro do pontode vista ideológico que os seusautores impusessem. Mas, emOlivença esta exigência não temresposta cabal. A primeira tenta-tiva foi feita em 1894, quando aCâmara sufraga a publicação dolivro de Victoriano C. Parra,intitulado “ENSAYO SOBRELA TOGRAFIA E HISTORIA”(1909) mas, cujo resultado nãosurtiu efeito. É um livro quehoje quase não tem qualquerreferência bibliográfica, e o seuespanholismo radical força aoseu esquecimento. Cento e dez

anos depois surge uma outratentativa da lavra de GregórioTorres Gallego que, tambémcom, apoios oficiais, pretendeestruturar uma história mescla-da de alguns episódios dahistória de Portugal, mas malamanhadas e sem a compreen-são do processo histórico.

Será, no que se refere ao pa-trimónio edificado de origemportuguesa registam alguns tra-balhos que têm surgido nos últi-mos anos, com mérito de análiseestética e com bastante profun-didade de enquadramento noseu contexto original. É o caso

dos trabalhos de Miguel Teodo-ro que devem ser lidos com mui-ta atenção. Deste autor, porém,merece uma referência muitoespecial o seu livro, “Olivenzaen su Historia” volume onde olargo período da soberania por-tuguesa aparece bem documen-tado e seriamente analisado, aomesmo tempo que dá muitaspistas para reflexão.

De grande mérito e de pro-funda honestidade são as deze-nas de páginas dedicadas aoperíodo da ocupação espanhola,paralelamente ao que concerneà desamortização da proprieda-de, às negociatas a favor da no-va classe dirigente e financeiraque dominam em Olivença, afim de fazerem as grandes aqui-sições de tudo o que valia, inclu-sive e, principalmente, dos bal-dios (próprios) que aceleraram atransformação da estrutura dapropriedade e a fuga de muitosoliventinos. Teodoro apresentaprovas que até há pouco falta-vam.

Bastará, que todos nós reflic-tamos sobre este processo decolonização e de usurpação esaibamos cumprir o dever quese impõe.

O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 23 • Março de 200810

> continuação da página anterior

Olivença à vista

Decorreu, na passada sex-ta-feira dia 22, em Santarém,o III Fórum Distrital das Co-missões Municipais de Defesada Floresta Contra Incêndios.Esta é uma organização doGoverno Civil de Santarémque pretende discutir a prob-lemática dos fogos florestaisfora da sua época crítica.___

Na sessão de abertura, o Se-cretário de Estado do Desenvol-vimento Rural e das Florestasafirmou que é tempo de atribuiruma nova dinâmica à vertenteda prevenção e, por isso, serãoinvestidos, este ano, 20 milhõesde euros. Este investimento,anunciou Ascenso Simões, serádireccionado para a constituiçãode mais de 200 Gabinetes Té-cnicos Florestais, para campan-has de sensibilização e para asequipas do exército. Para alémdisso, 2008 contará com umtotal de 1600 sapadores flores-tais.

Em 2006 e 2007, o total daárea ardida foi inferior à metaestabelecida para 2012, que pre-

vê uma média de 100 mil hec-tares por ano, mas, segundo oSecretário de Estado, ainda nãofoi percorrido um “caminhosuficiente para que as altera-ções sejam estruturais”.

O governante anunciouainda que, para 2008, será efec-tuado um reforço local do dis-positivo de combate aos incên-dios.

Para o Governador Civil,foram dados passos profundosnas vertentes do combate e davigilância, mas, na prevenção,existe uma revolução a fazer,

principalmente de mentalida-des. Paulo Fonseca defendeuque os mecanismos de detecçãoe combate nunca serão sufi-cientes se a prevenção primárianão acontecer e, por isso, énecessária uma renovação quecontribua para o cumprimentoda lei e para uma maior segu-rança de todos. “Cada um denós tem que se assumir comoagente de protecção civil, porisso devemos reflectir sobre oserros do sistema fora do perío-do crítico”, acrescentou o repre-sentante do Governo.

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CORRECÇÃO – Por infor-mação errada, o cargo referido no nú-mero anterior do JC sobre o nosso esti-mado colaborador Carlos Consiglierinão foi por ele desempenhado.

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Este novo espaço de artesanato que surge agora no Jornal de Coruche sob a coordenação de Paulo Fatela, na qualidade de artesão e de cidadãocom espírito colectivo pretende com pequenos artigos, poder contribuir para a divulgação dos artesãos Coruchenses e de actividades relacionadascom o artesanato local.É intenção poder dar a conhecer ou a conhecer melhor os artesãos naturais e/ou residentes no concelho de Coruche (Biscainho, Branca, Couço,Coruche, Erra, Lamarosa, Fajarda, Santana do Mato).

O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 23 • Março de 2008 11

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DELEGAÇÃO NO BISCAÍNHO

•• AArrtteessaannaattoo eemm CCoorruucchheePaulo Fatela

Arlindo Pirralho (fotos)

ARTE & CULTURA

Arlindo Pirralho fala de si

“Em pequeno via o meupai fazer pequenas peças demadeira”, justifica assim asua paixão por “talhar ma-deira”.

Há cerca de trinta anosque pratica a arte de modifi-car pedaços de madeira que anatureza lhe oferece. É nospasseios que faz pelo campo,que recolhe a matéria-prima,pequenos ramos, raízes, …,que encontra pelo chão.

Procura fazer peças quereproduzam símbolos doconcelho de Coruche ou ima-gens associadas à vida docampo.

Foi em 2005, que pela 1.ªvez expôs as suas peças aopúblico. Aconteceu na Sema-na da Cultura no Couço, foimuito acarinhado e apoiadopelos visitantes e organizado-res. Em 2006 expôs tambémem Mora, tendo, igualmente,sido muito acarinhado.

A paixão é tão intensa quetodos os tempos livres sãoutilizados na execução depeças. Trabalha em casa, sitana Rua Júlio Maria de Sousa,n.º 90, no Couço, e tem algu-mas peças expostas na Asso-ciação de Artesanato de Co-ruche – Corart.

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Freguesia do Couço

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 23 • Março de 200812

Nem André Brun na Malu-quinha de Arroios, nem Gervá-sio Lobato, na Lisboa em Cami-sa, nem mesmo Bordalo Pinhei-ro, na Paródia, conseguiriamcriar pequenas figuras tão paté-ticas e ridículas como as quemedraram no Portugal Contem-porâneo.

Não no de Oliveira Martins,mas no nosso, no de agora.

Lembro da minha infância aimponente figura do Senhor Fran-ça, que no Coliseu dos Recreios,tinha a responsabilidade deapresentar a dupla de palhaços,o pobre e o rico, que enchiam apequenada de alegria com assuas momices e disparates. Erasuposto o Pobre ser o mais ridí-culo, por mais primário e menosinteligente. Mas, no final, con-seguindo despertar a pena ecarinho na audiência, conseguiasempre iludir a vaidade e arro-gância do Rico através de maca-cadas manhosíssimas que liber-tavam na assistência gargalha-das sem fim..

Dei por mim a pensar nestadupla quando um amigo meume chamou a atenção para umlivrito agora oportunamente –não se leia oportunísticamente –saído a público numa altura emque tantos portugueses, monár-quicos ou republicanos, mastodos patriotas, com respeitopelo valor da herança históricacomum, olhavam com maisatenção para a perca nacionalque foi o bárbaro assassinato em1908 de Dom Carlos de Bragan-ça e de seu filho D.Luís Filipe.

Considerava este meu ami-go, que dera atenção ao livrito,ser este Um caso sério, assim ocatalogando pela escandalosa edesbragada virulência com queo pretensioso autor se referia,publicamente, ao actual chefe daCasa Real Portuguesa, o SenhorDom Duarte, Duque de Bragança.

Mas quem é que assina olivro, é aquele louco italiano, oPoidimani?, perguntei-lhe. Eachas isso um caso sério?

Não, respondeu-me, agora éum português, Câmara Pereira.O que canta.

Esse? Que pena, eu até gos-tava de o ouvir, ainda que prefi-ra as vozes do fado com trinadosmenos afeminados.

Recordei-me que deixara deo ouvir cantar, lembrando-me,apenas, de o ter visto há unstempos numa foto da revista Vi-são. Empunhava uma espadacom o nome dum membro dopartido social democrata escritana bainha e trazia amarrado àcintura um tecido às cores comgalões ou franjas.

Uma espécie de reposteiro.Quando o vira naqueles propó-sitos pensara que a foto fora tira-da numa récita, num espectácu-lo de capa e espada. Mas não,explicaram-me que o artistaestava de avental. Na qualidadede membro de um estabele-cimento ou loja em que se toca-va um Sino. Em tudo diferenteda alada ordenação que o artistaagora diz ser guardião. Masnada de preocupante. Apesar deinsólita e ridícula, a pose nãorevelava instabilidade de maior.

De tal modo que o citado par-tido o foi buscar para Deputadopor Lisboa, atendendo a que ha-via sido escolhido por 61 pes-soas para dirigente do PPM.Numa estratégia de captação defranjas eleitorais que me nãocustou a perceber quando melembrei do avental com franjasque o artista usava na menciona-da fotozita.

Milagre dos milagres, o ar-tista entrou no parlamento ondeterá permanecido até agora semque beneficiássemos duma inter-vençãozita oral, por mais mo-desta que fosse. Não o terá per-mitido a cautela das franjas quedecidem os graus de interessedas palavras dos mais obscurosou mais reluzentes.

Só recentemente um canaltelevisivo nos atirou com ima-gens do artista, desta vez despi-do de quaisquer insígnias. Ves-tido como uma pessoa, asas eaventais para trás das costas,surgiu-nos ele por detrás de ou-tros políticos beneficiados comfiguras de maior porte, e diri-gentes de pequenos partidos quePS e PSD tentam evitar que con-tinuem a existir.

Foi nada, perdão, foi tudo,que da vida política do artistasoubemos. Talvez por isso, pornão ter ocasião de abordar, pelapalavra, problemas de maiorenvergadura, tivesse procuradovirar-se para a escrita, conse-guindo, finalmente, dar à estam-pa este grosseiro, perdão, gros-so, volume.

E foi ao vê-lo, ao ouvir oscomentários do meu amigo, quelhe disse: Um caso sério, nãopode nunca ser. Nem pela dispa-ratada intenção, nem pelo pre-tensiosismo de que inevitavel-mente, virá revestida. Além deque a tentativa de diminuir umespólio colectivo como é o darepresentação histórica dos Reisde Portugal, dos Reis de todosnós, não a consegue quem quer.Por mais pretensioso, gongóri-co, sinuoso ou afadistado quetente ser. E lembrei-lhe os per-cursores na difícil tarefa de se

darem a conhecer sem o serem,como Dons, Condes, Duques epequenezas, perdão, Altezas.Desde os nascidos em famíliasde alguma tradição aos arrivis-

tas mais primários que imaginarse possa. Numa opera buffa queas revistas de corazon, pensandoser isso o Jet Set, repetem des-lumbradas.

Recordei-lhe, aliás, que essepatético desejo de estrelato afi-dalgado, titulado, principesco,de mantos e ordens recém cria-das com maior ou menor habili-dade jurídica, não é só nosso.Até os ternurentos Jean BedelBokassa, da Republica CentroAfricana, e Idi Amin Dada, doUganda, se coroaram Imperado-res ou criaram Ordens da Abe-lha e de mais animais de asas.

Mais caseiramente, lembrei--lhe “Doña” Ilda Toledano, aquem alguns davam o nome deD. Maria Pia de Bragança e o jácitado “Don” Rosário Poidimanique lhe adquirira – sem pagar –o que ela o convenceu a com-prar, sem ter quaisquer direitospara lho poder vender. Nadamais nada menos do que o direi-to de sucessão à Coroa (Será amesma que vem na capa destelivro?) de Portugal. Recordei-lheos tristes espectáculos, de discu-tível humor mas de muitoridículo, com que ambos se con-certaram e separaram, depois deuma vender o que não podia eoutro não pagar o que comprara.

Mas nem por isso pararamcom os disparatados, e igual-mente grosseiros, argumentospara tentarem fazer esquecer oreconhecimento público doSenhor Duque de Bragança.Nem viram um fim, mesmodepois de a polícia italiana, emMarço passado, na operaçãochamada The Kingdom, ter acu-

sado o Poidimani de associaçãocriminosa, burla, extorsão, falsi-ficação de documentos, atiran-do-o para a prisão com mais 8companheiros de luta que a

troco de euros e dólares faziamquem o quisesse Condes, Cava-leiros e Comendadores de Or-dens portuguesas.

Comércio burlesco assentena compra não liquidada dosdireitos que Ilda Toledano nun-ca teve, pois mesmo que fossequem tentou fazer crer que era,uma filha bastarda do Rei D.Carlos, nunca nela poderia re-cair qualquer representação, emuito menos passível de servendida a terceiros. Enfim, umadisparatada hipótese dinástica,uma alucinação a raiar as fron-teiras da loucura, que para DonaIlda & Don Rosário, só se nãoverificara por ela ser uma demo-crata e, como tal, uma assinala-da inimiga dessa fonte de todosos males que era o Dr. Salazar,que, transido de medo pelo queela era capaz de fazer, a perse-guira impiedosamente.

Com o meu amigo relembra-do dos precedentes da obra deCP, olhei com mais atenção anovel peça literária, perguntan-do-me a mim próprio se a inten-ção não teria sido a de produziruma obra teatral. Desde logo,porque a capa se alargava, coma escuridão dum pano de palco,ao redor duma desmedida ecolorida coroa, sobre a qual, em3 linhas apenas, o autor resumiaa obrita.

Na primeira, não à propor-ção da sua dimensão humana,mas, talvez, da ciclópica ambi-ção em que ele e o irmão do“pretendente” assentam a inten-ção reinvidicativa, estava ins-crito o seu nome em gigantescasletras douradas. Seguia-se-lhe,

SEM PUDOR, NEM P

“Don” Rosário Poidimani, o comprador de direitos reais,preso em Março passado em Milão

Uma entusiastaapoiante de

insólitas figuras

Nuno da Câmara Pereira, o artista

Jean B. Bokassa que se coroou im

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mais tímido, em letra menosescorreita, mais sinuosa, e a ver-melho cor de sangue, o título.Tudo no mais primário arcaísmomelodramático dos teatros de

bairro. Por último, como que aresumir o escrito na sua globali-dade, uma máxima. Uma máxi-ma que o autor terá sonhado serforte e drástica e que, realmente,retrata a intenção artística: Umpoder, sem pudor.

Quanto ao interior, denso,mas fácil de adivinhar, abre comuma ínvia árvore a que só nãopodemos chamar genealógicaporque o tal poder, sem vergo-nha, nem pudor, levou o autor acortar-lhe ramos, e ramos, e ra-mos de linhas genealógicas queo precediam no remoto paren-tesco, seu e dos afilhados, aossoberanos legitimistas e consti-tucionais. Circunstância que le-vou a que estes últimos monar-cas nunca tivessem dado aosascendentes de ambos os Trata-mentos oficiais de Alteza, Sobri-nhos del-Rei ou sequer Honrasde Parente, comuns em paren-tescos reconhecidos.

E quando dizemos ramos eramos, não exageramos. O autorsem pudor, omitiu vários titu-lares e suas famílias, em númerode centenas, senão de mais deum milhar de pessoas, todas elascom muito mais direitos do queele de aí figurarem. À poda nemescapou o próprio Conde deBelmonte, representante dostitulares de quem o autor se ufa-na de descender, ainda que porlinha bastarda perfilhada.

Dir-se-à que era impossívelenumerá-los a todos. Mas sen-do-o, não o era mencionar pelomenos os chamados chefes deCasa. Omissão com que todoseles, estou certo, se congratu-lam, já que, sendo pessoas que

nasceram e sempre viveramcom grandeza, sem complexosde suborbanismo ou menospre-zo social, nunca perdoariamver-se incluídas em semelhante

rigoletto. Conseguiu, assim, oautor ter espaço num quadradi-nho em que, oportunamente,pendurou o seu nome, acrescidodo frustrado dom que não pos-sui: O dom de ser Dom, sem oqual nasceu e que ninguém lhoreconhece.

Desta forma amputada, aarvorezinha fica assim com oaspecto de evidência genealógi-ca, pretensamente clara e trans-parente, mas à qual ninguém po-derá chamar esclarecedora dadaa exiguidade dos ramos exibidos.Mas que fazer, o autor decidiu eestá no direito discricionário depodar como quer as copas dasárvores que fabrica, sendo denotar a desconexa inclusão nestade D. Ilda Toledano, a contra-tante de Poidimani, percursorado autor na insólita insónia desonharem ser o que nunca foram.

À arvorezinha seguem-sepáginas e páginas de trabalhadascitações que pela trivialidade sepodam à paciência dos leitores,da mesma forma discricionáriacom que o estufado autor sempoder nem pudor jardineirou agenealogia para épater les bour-geois com o bem classificadolugar em que o seu acrescentadonome ficou inserido.

Ficamos a saber, como mes-mo uma criança calcula, que a1820 se sucedeu 1828 e 34. Quea 1908 se continua por 1910 atéchegar ao 28 de Maio de 1926que veio a cair no Abril de 1974prolongado até à data por políti-cos que o povo português já nãopode nem cheirar.

Tudo recheado dos aconteci-mentos que todos sabemos te-

rem ocorrido, alguns dos quais oartista nos pretende apresentarcom possuído de uma argutavisão alada que até à data, pas-me-se, teria escapado a geraçõesde homens que os viveram econdicionaram. Abrindo o aven-tal duma possível história detur-pada, e oculta até à data, corta –possivelmente com a espaditade nome gravado – as amarrashistóricas que a todos nos temmantido unidos. Unido, mas ilu-didos.

O Senhor Dom Duarte, Du-que de Bragança, o Chefe da Ca-sa Real Portuguesa, afinal não o é.

Até à data, os Reis e sobera-nos da Europa, os do resto domundo, os seus parentes que jánão são chefes de estado, oschefes do estado que não sãoreis, etc., etc., que reconhecem ovalor da manutenção da cargahistórica que determinadas fi-guras encarnam, andaram e an-dam todos enganados.

Da mesma forma que anda-ram enganadas a nossa geração,a dos nossos pais, avós, ou bisa-vós, ao ter a felicidade de con-tribuir para ver terminadas asdivisões fraticidas.

O pretendente mais legitima-do para encarnar esta tradição,essa carga histórica, afinal não équem pensavam.

É um primo que CP tem emCarcavelos, como nos mostra nahábil arvorezita que podou e,oportunamente, incluiu no iní-cio do livro.

Primo esse que, no segui-mento de outras absurdas pre-tensões encaminhadas por ummano mais novo, passou mesmojá a usar, aqui e ali, o disparata-do título de Alteza.

Com o mesmo absurdo e ri-dículo pretensiosismo com queo artista autor usa o Dom.

E português que disser ocontrário é um atropelador inve-terado dos direitos dinásticosmais claros e evidentes. Aindaque ninguém neles tivesse fala-do até agora, mas que, para feli-cidade dos portugueses e repo-sição da verdade histórica, CPretirou debaixo das asas e doavental neste início do séculoXXI. Assessorando, assim, os 2primos de Carcavelos, em quemnenhum de nós até à data tinhavisto com estes olhos.

Tudo isto, desprendidamen-te. Sem sequer pensarem emDons e Altezas, medalhões, me-dalhas e mantos de recente fa-brico, reduzidíssima importân-cia ou fidelidade duvidosa, pom-posamente exibidos.

E muito menos, certamente,nos prédios da Rua António Ma-

ria Cardoso que o autor excita-damente enumera na sua obra.Só mesmo espíritos mal inten-cionados se deixarão inclinarpara a dúvida de serem estesconjuntos de vaidades, benessese bens, que movem tão dedica-dos reformadores da verdadehistórica.

Mas ninguém poderá evitarque os mais cépticos em relaçãoà bondade de intenções, deixede ver o problema psicológicodos reivindicadores por esteprisma materialista.

Quanto a mim, apesar de serlevado a crer que há que procu-rar explicar os Poidimanis por-tugueses ou italianos mais naintimidade da sua psique, nãodeixo, como tantos outros, deme insurgir contra a pretensiosaarrogância com que, publica-mente, essa meia dúzia de insi-gnificantes pretendem cobrir-sedum significado que ninguémlhes atribui.

Insultando, com ademanesteatrais, um compatriota, o Du-que de Bragança, património detodos nós, de Portugal e dos por-tugueses, que nada mais fez doque receber desde o berço a he-rança histórica que as geraçõesanteriores a nós lhe atribuíram.

A senha agressiva com quegarotadas são escritas, ou a for-ma despudorada com que osrecalques e invejas sociais sãovertidos sobre os nossos símbo-los são um insulto gratuito, ba-rato e indigno que atinge quemse respeite.

Apesar da espécie de incons-ciente mea culpa com que oautor anunciado encerra o seuesforço dinástico probatório,parecendo querer retratar assima sua personalidade e obra:

Árvore que dá pilritos,porque não dás cousa boa?Cada um dá o que temSegundo a sua pessoa.

P.S. Uma vez que, mesmo noPPM, CP só foi eleito por 61 pes-soas, permitimo-nos sugerir aoPSD que nas próximas eleiçõesinclua na sua lista de deputados“Don” Rosário Poidimani.

Este, só da vez que a políciaitaliana lhe prendeu os burlõesque trabalhavam para ele, levou-lhe 8 de uma vezada, sendo, pois,previsível que tenha uma capaci-dade de mobilização superior àque o artista CP poderá acrescen-tar aos votantes do PSD. Sobre-tudo depois de produzir tão ele-gante e aprofundada obra.

____Joaão Alarcão Carvalho Branco

PODER USURPATIVO

Idi Amin Dada, do Uganda, criador de várias ordenshonoríficas que atribuiu a si próprio

a autor saltando alguns obstáculos

mperador da R. Centro-Africana

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 23 • Março de 200814

SSoolleenniiddaaddeess ddooss 110000 aannoossddoo AAssssaassssiinnaattoo ddooss RReeiiss ddee PPoorrttuuggaallRealizou-se no passado dia 1 de Fevereiro, as solenidades da evocação da

vida e obra do Rei D. Carlos, quando passam 100 anos sobre o seu cobardeassassinato pela maçonaria em 1908, que também ceifou a vida ao PríncipeReal D. Luís Filipe.

O Jornal de Coruche associou-se a estas cerimónias, sendo distribuído onosso Jornal e a separata por nós editada, que foi do agrado de todos e levou,mais uma vez, o nome da nossa terra ao país inteiro.

Aqui publicamos uma foto reportagem dos eventos.____AMS

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 23 • Março de 2008 15

O ministro da Defesa proibiu a participação das Forças Armadas nas comemo-rações do regicidio. As comemorações, não são oficiais e ainda por cima são organi-zadas por Monárquicos! Também está certo! Até parece que o Rei D. Carlos, nemsequer era Chefe de Estado!

Já agora, um monárquico tem que jurar a bandeira republicana, quando serve nasForças Armadas?

Sou obrigado a declarar-me cidadão da república portuguesa, ou sou Português?É que segundo a lei republicana, nem sequer posso propor a mudança de regime.Posso ir cuspir no túmulo de um regicida? Mesmo estando no Panteão Nacional?

Afinal foram os republicanos que o lá meteram! Logo não me merece qualquer tipo derespeito.

In: http://sol.sapo.pt/blogs/ahbruto/archive/2008/01/30/Regicidio_2E00_.aspx

Desabafos… RegicidioD. Carlos a inaugurar a ponte ferroviária de Coruche, em 1903

Na cidadela de Cascais, no dia 1 de Fevereiro, SAR, o Duque de Bragança, oPresidente da República e o Presidente da Câmara de Cascais, inauguraram uma estátuade sua magestade o Rei D. Carlos, na presença de centenas de populares.

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 23 • Março de 200816

Dr.ª ConceiçãoDr. Mendonça

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Rua de Santarém, 75-1.º2100-226 CORUCHE

Tel. 243 675 977

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Clínica Geral

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B - FRAZÃORua Direita, 64 2100-167 Coruche Tel. 243 660 099

C - HIGIENERua da Misericórdia, 11 2100-134 Coruche Tel. 243 675 070Posto da BrancaTel. 243 606 444

D - MISERICÓRDIALargo S. Pedro, 4 2100-111 Coruche Tel. 243 610 370

– OLIVEIRARua do Comércio, 72 2100-330 CouçoTel. 243 650 297

– S. JOSÉRua Júlio Dinis, Nº 3 - B 2100-405 LamarosaTel. 243 724 062

Centro de Saúde de CorucheUrgência - SAP - 24 horas/dia

Estrada da Lamarosa2100-042 CorucheTelef: 243 610 500 Fax: 243 617 431

Hospital Distrital de Santarém Av. Bernardo Santareno

2005-177 SantarémTel: 243 300 200Fax: 243 370 220

www.hds.min-saude.ptMail: [email protected]

Tel: 243 300 860243 300 861

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Extensão de Saúde CouçoRua Sacadura Cabral

2100-345 Couço243 669 080 - 243 650 109

Biscaínho - 243 689 129Lamarosa - 243 724 113As farmácias do Couço e Lamarosa estão sempre de serviço, por serem as únicas.

FARMÁCIAS DE SERVIÇO

MARÇO 2008

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ANUNCIENO JORNAL

DE CORUCHETlm: 91 300 86 58

Pub.

A Orientação consiste num des-porto saudável, praticado ao ar livre,caracterizado pela existência de umdesafio constante que permite exer-citar simultaneamente a mente e pra-ticar actividade física numa vertentede competição ou lazer.

O facto de possibilitar a activi-dade física em contacto com a na-tureza a todos os escalões etários dapopulação conduz a uma habitualdesignação de “desporto para todos”.

Com o intuito de divulgar esta desafiante modalidade no concelho de Coruche, oCOAC – Coruche Outdoor Adventure Club (FPO – 144) e a Câmara Municipal deCoruche levam a cabo, no dia 16 de Março de 2008, o “I Ori-Coruche 2008”, arealizar na Herdade dos Concelhos, na Erra, Coruche.

A realizar na Herdade dos Concelhos, junto à Vila da Erra, Coruche, numa zonade magníficas paisagens, esta prova apresenta também uma elevada qualidade técni-ca, caracterizada pela constante irregularidade do terreno, repleto de preciosos por-menores de relevo, tal como uma abundante vegetação, cuja dimensão ostenta umaoscilação considerável. Além disso, a totalidade dos participantes usufruíram de ummapa novo, consistindo no primeiro mapa de orientação pedestre alguma vez reali-zado no concelho de Coruche.

O “I Ori-Coruche 2008” encontra-se aberto a pessoas de qualquer idade, com ousem experiência na modalidade, as quais poderão participar individualmente ou emgrupo. A prova possui quatro níveis de dificuldade progressiva: iniciação, fácil,médio e difícil. Relativamente aos prémios de participação, será realizada a dis-tribuição de uma t-shirt alusiva ao evento, a cada um dos participantes, assim comooutros prémios de participação.

Os primeiros classificados dos escalões Fácil Masculino, Fácil Feminino, MédioMasculino, Médio Feminino, Difícil Masculino e Difícil Feminino, receberão estu-pendas taças, enquanto os segundos e terceiros classificados dos mencionadosescalões, têm direito a glorificas medalhas.

Este evento corresponde à 8.ª Etapa do 2.º Troféu Ori-Évora, o qual permite aprática desta modalidade com o objectivo de passear, treinar ou competir num totalde 16 provas.

As inscrições são só até ao dia 12 de Março através do COAC, entidaderesponsável pela organização da prova, poderá ser contactado através do e-mail: [email protected] ou pelo telemóvel 93 957 48 96, estando todas as informaçõesdisponíveis em www.coaclub.pt.

II OOrrii-CCoorruucchhee 22000088

Estão a decorrer com algum lustre emuita pertinência a evocação do cen-tenário da morte do ilustre Rei D. Carlos I,assassinado com seu filho o Principe D.Luis Filipe, no Terreiro do Paço, em 1 deFevereiro de 1908. Desfecho triste elamentável a que as paixões e cegueirapolíticas da época conduziram e transfor-mam numa das páginas mais negras daHistória de Portugal.E que marcou e man-chou, desde então, a nóvel forma deregime republicano que nos governa desde1910.

Em boa hora se promovem estas evo-cações que se irão estender por todo o anoe que se pretende decorram com sentidode Estado, participação cívica e cunhopatriótico.

Neste sentido procurou-se envolver omaior número de entidades e instituiçõesque pudessem dar repercussão nacional àefeméride e concorressem para uma maiscorrecta compreensão do que a figura deD. Carlos e do seu reinado.

Foi assim que surgiu a ideia de queuma representação do Regimento deLanceiros de que D. Carlos e o Príncipe D.Luiz foram, respectivamente, comandantehonorário e porta estandarte; e do ColégioMilitar, que este último cursou e ambosforam comandantes de batalhão honorá-rios, estivessem presentes na evocação doregicídio, no Terreiro do Paço.

Colocada a questão ao Comando doExército, logo este anuíu, acordando-sesem qualquer problema o modelo de par-ticipação. A cerimónia seria ainda abril-hantada por uma fanfarra. Parecia pois,que estava tudo a decorrer na tal “normal-idade democrática”, tão amiúde propala-da.

Quando se soube da participação doExército, o Dr. Severiano Teixeira queostenta actualmente o título de Ministro daDefesa, fez uns telefonemas “desaconsel-hando” a participação de forças militaresnestes eventos. Mas como nestas e noutrascoisas o Dr. Severiano Teixeira está maisprecisado de receber conselhos do que emos dar, os mesmos tiveram o tratamentoadequado.

Apareceu então, uma tão filantrópica

como obscura entidade, apelidada de“República e Laicidade”, que arvorando-senuma espécie de “polícia de costumes”republicana, veio protestar contra taldesaforo.

Tendo sido aposto um “visto” e“arquive-se”, no seu protesto, foi a vez doinefável Dr. Rosas, que em vez de ir final-mente aprender História (com maiúscula),resolveu ir levar a sua mais profundaindignação à Comissão Parlamentar deDefesa da AR, da qual faz parte por mis-térios insondáveis do Criador.

E com tais argumentos se muniu queconseguiu convencer os seus pares alavrarem uma douta declaração em que seopunham a que as FAs participassem emeventos “não oficiais”.

Engenhosa prosa esta, logo aproveita-da pelo inquilino do Alto do Restelo paraexarar um despacho às tropas, proibindo-as de participar – a dois dias do evento –,na cerimónia referida.

Tal, além da mesquinhez, que só nãodesacreditou o senhor ministro por já hámuito estar desacreditado, representa(mais) uma desautorização de um chefemilitar. Rejubilam as hostes carbonárias –ainda comedidamente –, até porque nomesmo dia o Presidente da dita Repúblicafoi – e bem – inaugurar uma estátua do ReiD. Carlos I, iniciativa do edil local, ondecompareceu o Chefe de Estado Maior daArmada e era suposto estar presente abanda da Armada! Enfim, teias que anossa conjugalidade constitucional, tece…

Ficamos agora à espera que o D.Afonso Henriques deixe de ser o Patronodo Exército; que essa “abominável” figurade militar que dá pelo nome de Mouzinhode Albuquerque, seja despromovido dePatrono da Arma de Cavalaria, que o fune-ral de Estado proporcionado ao senhor ReiD. Manuel II, seja riscado dos manuais deHistória, etc., isto e muito mais que a gentenão almeja, à semelhança dos nomes dosSantos que se pretendem eliminar de esco-las e hospitais públicos.

Aguardamos reverentes e obrigados, apróxima romagem aos túmulos do Costa edo Buiça.

João José Brandão Ferreira

Regicídio, militarese outras coisas

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 23 • Março de 2008 17

SÃO VVALENTIM

São Valentim padroeiroDo amor, idolatrado

A catorze de Fev'reiroO seu dia é celebrado.

Uma data que extasiaCorações apaixonadosPor consagrar este dia

Dedicado aos namorados.

Acordam-se as emoçõesOferecendo uma flor

Ou até simples cartõesContento frases de amor...

Soleniza-se o momentoCom muita simbologia

Dando ao nobre sentimentoUma expansiva euforia!...

São fogosos os desejosNo coração de quem amaAo trocar ardentes beijos

Qu'acendem d'amor a chama!...

Que esta bela tradiçãoSe mantenha sempre assimDando ao amor distinção

Honrando São Valentim!…

Euclides Cavaco

POESIA

PENSAMENTOS

Nos dias correntes, ele podeser considerado um amigo, obem mais lindo oferecido pelaNatureza, um destruidor, umafonte, uma filosofia, uma pai-xão… Uma emoção. É urgentepreservá-lo, tomemos uma ati-tude! Queremos salvá-lo – OMAR!

É no começo da vida, queiniciamos a cuidá-lo… Há sem-pre alguém que nos incute a não

o poluir, a não o aniquilar.Muitos de nós, inclusive, deslo-camo-nos junto a ele e apanha-mos o lixo da área em seu redor.Lavramos o Mar.

Entretanto, começamos acrescer e damo-nos conta que énele que navios descarregamcombustíveis, é nele que é efec-tuada a sobre-pesca. Aí, desper-tamos para a contínua aprendi-zagem de como salvar espécies

em extinção e lutamos pela suapreservação. Reivindicamos osseus direitos e necessidades.Semeamos o Mar.

É já na vida adulta, quereflectimos, ponderamos, apren-demos com a vida e surge anecessidade do apego ao Mar.Descobrimos, deleitosamente,que o Mar é um dos fundamen-talistas da poesia.

Oiçam: Ele é nosso refúgio!Ansiamos por ouvir e ler a

poesia em que acreditamos.Aquela que assenta nos pilaresdo Mar. E chegamos à conclu-são que este estado é o resultadoda nossa sublime e inteira dedi-cação ao Mar – a simbiose dosoceanos. Colhemos o Mar.

Em final de vida, sentimos acerteza de que tudo isto é o Mar,tudo isto é o resultado da pro-tecção do bem precioso. Quepossamos dele cuidar e ouvirmuitas, muitas histórias bonitasdo Mar!

Rita Vieira Cruz

Ondas da Vida

No passado dia 14 de Feve-reiro celebrou-se mais um diade São Valentim, dia dos namo-rados. Muitos foram os quecomemoram este dia, nem quefosse só para quebrar a rotina dodia-a-dia. Depois há os queassumem, os que não assumem,os que gostam e os que não gos-tam! Para todos os gostos, ida-des e carteiras o comércio temuma grande variedade de ofertaspara comemorar o tão apaixona-do dia. Das flores ao peluche ouchocolate, da lingerie ao jantar...o que é certo é que todos nósgostamos de um miminho.

O Jornal de Coruche foi até àEscola Preparatória e conheceude perto os namoricos dos ado-lescentes.

A Ana Rita de 14 anos jánamora há alguns meses com oMarcelo de 16 anos, os pais sa-bem que têm ambos namoradi-tos, apesar de não conheceremas suas caras metade.

Comemoraram o São Valen-tim com troca de surpresas, omelhor de tudo foi passarem odia juntinhos e acham que aidade não interessa, importantesão os sentimentos.

Também fomos encontrarem pleno banco do pátio da es-cola a Joana e o Bruno aos bei-jinhos apaixonados, ambos têm

14 anos acham que já não exis-tem amores eternos, e quando aspessoas gostam uma da outra éque têm que aproveitar. Os seusAvós são do tempo de namorarà janela... e no meio de risosreferem... devia ser engraçado,mas muito chato...nem haviabeijinhos.

O dia 14 de Fevereiro irá sersempre o dia de eleição para oscorações mais apaixonados, emalguns casos quem sabe algunsdos namorados que nesse diafizeram juras de amor não rom-peram já o romance.... para oano há mais.

Mafalda Fonseca

São Valentim

Envie por e-mail para [email protected] as imagens ou situaçõesque deseje ver aqui publicadas

Os bons exemplos?Ao lado de um estabelecimento de ensino, é esta a educação a darsobre código da estrada? Sobre respeito pelos sinais de trânsitoou do que fazer nas passadeiras? A passadeira certamente não épara estacionar. Uma chamada de atenção para o que todos osdias acontece bem perto do posto da GNR. E já agora uma suges-tão, porque não esta rua ter um só sentido? Devia ajudar…

TF

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 23 • Março de 200818

O alargamento a Sul, da en-tão CEE, foi motivado porrazões políticas e estratégicas.A CEE pretendia adquirir di-mensão territorial e humana deforma a poder vir a ter um papelrelevante no Sistema Internaci-onal, quer no continente euro-peu quer no resto do mundo.

No que se refere a Portugal aCEE pretendia estabilizar a for-ma democrática de organizaçãodo Estado e, como já se disse,reforçar-se para melhor poderjogar o “power politcs” a nívelinternacional.

Portugal, apresentou o seupedido de adesão em 28 de Mar-ço de 1977, tendo a Espanha apre-sentado idêntico pedido em 28de Julho de 1977 do mesmo ano.

A Espanha tinha feito o seuprocesso de transição de umaditadura militar para a democra-cia, nos anos de 1976 e 1977,aprendendo com os erros come-tidos em Portugal. O processofoi conduzido pelo seu Rei JuanCarlos de Bourbon e pelo Pri-meiro-Ministro Adolfo Suarezque colheram muito dos ensina-mentos que o processo portu-guês lhes tinha fornecido, paranão cometer os mesmos erros,sobretudo no campo económi-co, não só não intervindo comoreforçando os grupos econó-micos nacionais.

Os então nove membros daCEE, (em 1974 e nos anos a se-guir), foram confrontados pelogolpe de Estado português e coma transição espanhola. Dadas asvicissitudes dos processos, na-quela altura, a zona da Penínsu-la Ibérica representava a exis-tência de dois focos de instabili-

dade real e latente no cantoSudoeste da Europa. Instabilida-de política, económica e social.E esse quadro colocava, adicio-nalmente, um problema desegurança à comunidade.

Naquela altura era uma pos-sibilidade a ascensão dos Parti-dos Comunistas ao poder, emPortugal e em Espanha, o que aacontecer significaria um cercoa Sudoeste e a Leste, da EuropaOcidental, no significado políti-co e estratégico de então. Seessa situação acontecesse nosdois países criava-se uma situ-ação muito complicada que nãose sabia se, e como, o mundoocidental resolveria, ou se seriamesmo capaz de resolver. Facea este quadro, os nove adopta-ram o objectivo de tentar estabi-lizar as democracias nascentes.

E, assim, passaram a envidaresforços no sentido de apoiar odesenvolvimento económicoportuguês por forma a retirarpoder aos comunistas e adop-taram a atitude de receber noseu seio Portugal e Espanha, co-mo forma de afastarem a amea-ça existente. O mesmo se pas-sou, na prática, com a Gréciaque tinha saído do «regime doscoronéis».

Sob o ponto de vista econó-mico a adesão era vista, pelosnove, na dupla qualidade deameaça e oportunidade. Em1985 a CEE era já o principalcliente e fornecedor de Espanhae de Portugal. Os países da Co-munidade, sendo mais clientesque fornecedores, esperavamcom interesse a adesão dos doispaíses na expectativa que a livretroca intracomunitária permi-

tisse um reequilibro dos fluxos.No campo dos produtos agrí-

colas o regime de preferênciacomunitária abria perspectivasprometedoras aos exportadoresdos nove, nomeadamente noscereais, produtos lácteos e nascarnes bovina e porcina. Nomercado de capitais Portugal eEspanha eram importadores.

Mas a adesão provocava,também, receios por parte dosnove Estados. A crise que afec-tou estes países na década de1980 fez com que estes ficas-sem mais atentos aos riscos deum novo alargamento e tives-sem querido resolver algunsassuntos económicos das comu-nidades nomeadamente atravésdo aumento do nível do IVA –Fontainebleau Junho 1984 – oacordo sobre o vinho – Dublin,Dezembro de 1984.

Ao nível institucional estab-eleceu-se um acordo para alar-gar o número de decisões quepudessem ser tomadas por maio-ria qualificada – Luxemburgo– Dezembro de 1985.

A competitividade, pelopreço, dos dois países notava-semais nos Aços comuns, na con-strução naval, nos têxteis nocalçado e nas frutas e legumes.Por outro lado os trabalha-

dores do Norte da Europa sen-tiam-se ameaçados pelos baixossalários praticados nos dois pre-tendentes à adesão, sobretudonos sectores, têxtil, calçado ecouros onde os salários dos espa-nhóis eram inferiores em cercade 20 a 35%, embora a produ-tividade fosse menos 40%, faceà da média dos países da Co-munidade.

Os Tratados de Adesão, emtermos gerais, previam um pe-ríodo transitório de sete anospara a União Aduaneira e a ple-na aplicação das regras da Co-munidade. Foi de dez anos paraos sectores mais sensíveis.

De seguida referem-se osprincipais pontos acordadospela Comunidade EconómicaEuropeia com os dois países:

• Instituições – na comu-nidade o número de votos noConselho de ministros passoude 63 a 76, sendo 8 para a Espa-nha e 5 para Portugal. E a maio-ria qualificada, até aí de 45 vo-tos, passou para 54. A Comissãopassou a integrar um Comissá-rio português e dois espanhóis;o Parlamento Europeu recebeu60 deputados espanhóis e 24portugueses e o Comité Econó-mico e Social teve mais 21espanhóis e 12 portugueses.

• União Aduaneira e Indus-trial – supressão imediata derestrições quantitativas com 8anos de carência para os direitosaduaneiros. Aplicação do IVAdesde 1.1.1986, (1.1.1989 paraPortugal) e das regras de con-corrência.

• Pesca – dada a dimensãoda frota espanhola (2/3 da frotados dez e terceira mundial) as

negociações foram difíceis. Para a zona das 12 milhas o

Tratado previa o acesso recípro-co sobre a base de direitos his-tóricos existentes. Para a zonadas 12 às 200 milhas o acordoprevia um período de transiçãode dez anos em que os naviosespanhóis continuariam a ter depedir autorização e ficariam su-jeitos a quotas de pesca. Comocontrapartida a comunidadefinanciaria a reestruturação dafrota. Em relação a Portugal, oacordo proibia reciprocamente oacesso à zona das 12 milhas eregulamentava a das 12-200 mi-lhas. Foi estabelecido um perío-do de dez anos para que os país-es da Comunidade abrissem osseus mercados às sardinhas por-tuguesas, frescas ou de conserva.

• Agricultura – Os Tratadosde Adesão têm cláusulas difer-entes para os dois países. Para aEspanha o regime geral previasete anos para a eliminação pro-gressiva dos direitos intracomu-nitários, para a aplicação da pre-ferência comunitária.

Para os produtos mais sen-síveis foram estabelecidos dezanos e a possibilidade de umacláusula de salvaguarda. Nestecaso, se houvesse ultrapassagemdos níveis indicativos sobre asexportações espanholas de vinho,frutas e legumes e no campo dasimportações sobre a carne bo-vina, o trigo mole e os produtoslácteos. Para Portugal distin-guiam-se duas classes de produ-tos: para 15% da produção (fru-tas e legumes transformados, gor-duras vegetais e açúcar), o perío-do de transição era de sete anos,sendo de dez anos para o azeite.

Dr. Miguel Mattos Chaves *

A UNIÃO EUROPEIA

* Gestor e Mestreem Estudos Europeus

pela Universidade Católica

A Europa em mutação e as opções PortuguesasA Orientação de Política geral Portuguesa do final da 2.ª República

A Ruptura Política do 25 de Abril e os novos desafios Político-Diplomáticos

(parte VII)(continuação do número anterior)

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 23 • Março de 2008 19

Para 85% da produção, (ce-reais, produtos lácteos, carnes,frutas e legumes frescos e vi-nho), a supressão dos direitosintracomunitários teria, para serposta em prática, um prazo deoito anos para a CEE e de dezanos para Portugal; ficava pre-vista a manutenção do sistemanacional durante cinco anos,seguida de aplicação progressi-va dos mecanismos da PAC nodecurso de um período de maiscinco anos. Durante estes dezanos o FEOGA-O (Feoga deOrientação) daria uma ajuda de700 milhões de Ecus.

• Trabalho – os trabalhado-res de Portugal e Espanha ficari-am submetidos à autorizaçãoprévia de emigração durante umperíodo de sete anos, excepto noLuxemburgo para o qual o pra-zo seria de dez anos.

• Sistema Monetário Euro-peu – a Peseta entrou na com-posição do ECU e no mecanis-mo da “serpente monetária” em19 de Junho de 1989 com umamargem de flutuação de ± 6%.O Escudo entrou no ECU em21 de Setembro de 1989 e na“serpente monetária” em 6 deAbril de 1992 igualmente comuma margem de ± 6%.

• Orçamento Comunitário –durante sete anos, a Espanha se-ria neutra em matéria orçamen-tal ou seja, não seria contribuin-te líquida. Os dez reembolsari-am uma parte da sua contribui-ção de IVA. Portugal seria ben-eficiário líquido durante os seteanos de transição.

• O aumento das despesasdo FEOGA (Fundo Europeu deOrientação e Garantia Agríco-la), do FEDER (Fundo Europeupara o Desenvolvimento Regio-nal) e do FSE (Fundo SocialEuropeu) fizeram aumentar asnecessidades de recursos finan-ceiros da comunidade. Em Fon-tainebleau (1984) os dez já ti-

nham previsto recolher 1,4% doIVA para o orçamento comuni-tário, com a possibilidade de iraté aos 1,6% dois anos mais tar-de. No entanto, o Conselho deBruxelas de Fevereiro de 1988decidiu manter o nível nos 1,4%.Decidiu, igualmente, criar umquarto recurso calculado a partirdo PNB de cada país e da suataxa de crescimento.

A CEE, com a entrada dePortugal e da Espanha, au-mentou em tamanho: maiscerca de 600.000 Km2 de ter-ritório e em população adquiriumais 49 milhões de habitantes,

(+17%). Reforçou o seu lugar delíder mundial do comércio. Maso PIB comunitário subiu ape-nas 8,3% com a entrada dos doispaíses e o PIB per capita médiobaixou 7,7%. O número dedesempregados aumentou em30%.

A entrada dos dois países foiseguida pela entrada em vigordo Acto Único Europeu em1987 que lançou o programa doMercado Único. Este teve co-mo objectivos: 1) a eliminaçãodas barreiras não tarifárias – par-ticularmente as barreiras técni-cas, administrativas e fiscais –2) a instauração prática das li-berdades de circulação de bens,pessoas e capitais, de que resul-tou a eliminação das fronteiraspara o comércio de mercadoriascom o pagamento do IVA combase nas empresas.

Este programa estabeleceuainda a adopção de regras nãodiscriminatórias em função danacionalidade, ou outras, entreos agentes económicos, poten-ciais concorrentes aos concur-sos públicos para fornecimentosa entidades específicas, bem co-mo a liberalização da actividadebancária e de seguros e ainda aliberalização total dos movi-mentos de capitais.

____

>>

A Comissão de Festas emHonra de Santo António naFajarda, está a trabalhar desde opassado mês de Setembro.

Desde a organização de gru-pos de trabalho, à estruturaçãodas festas, escolha de empresá-rio e escolha de programaçãomais adequada à população alvo.

A festa de Santo António daFajarda que este ano irá decorrerde 13 a 15 de Junho já está orça-mentada no valor total de cercade vinte mil euros, sendo quenove mil e quinhentos euros se-rão destinados ao programa deanimação musical. Esta comis-são conta mais uma vez com acolaboração do Rancho Folcló-rico da Fajarda na organizaçãodo Festival de Folclore, integra-do nos festejos.

Segundo João Monteiro, pre-sidente da Comissão de Festas, oprimeiro peditório na freguesiateve um balanço positivo; “de-correu nos passados dias 9 e 10de Fevereiro e contou com aparticipação dos elementos dacomissão 2007/2008 e tambémde alguns voluntários, que nãofazendo parte da comissão, sãotambém uma ajuda preciosa naorganização das festas”.

Neste primeiro peditório acomissão de festas angariou ovalor de dois mil trezentos equarenta euros, de recordar tam-bém que durante o mês de Maioa comissão sairá para novopeditório na freguesia e junto docomércio na vila de Coruchepara angariação de artigos e oubrindes para sortear na quermesse.

A comissão de festas da Fajarda,que este ano contou com aentrada de sete novos elementosa dar continuidade à tradiçãodas Festas de Santo António naFreguesia.

____Mafalda Fonseca

Festas de Sto António na Fajarda– Primeiro peditório já corre

Jean-Marie Guéhenno (nafoto) elogiou a actuação dasautoridades após ataques de 11de Fevereiro. O Conselho de Se-gurança estendeu por mais umano a Missão Integrada das Na-ções Unidas em Timor-Leste, aUnmit.

A resolução foi aprovada porunanimidade, em reunião reali-zada nesta quinta-feira, na sededa ONU em Nova York.

O subsecretário-geral doDepartamento de Manutençãodas Operações de Paz, Jean-MarieGuéhenno, que participou dosdebates, elogiou a forma comoas autoridades timorenses reagi-

ram aos ataques de 11 de Feve-reiro que feriram o presidenteJosé Ramos-Horta.

Prioridades

Guéhenno disse que os aten-tados reforçam a importância deimplementar as recomendaçõesdo Secretário-Geral da ONU.Destacou quatro prioridadesdefinidas por Ban Ki-moon quesão a revisão e reforma do sis-tema de segurança, o reforço doestado de direito, o desenvolvi-mento e a promoção da demo-cracia.

O atentado

O presidente Ramos-Hortapermanece hospitalizado na ci-dade de Darwin, na Austrália, arecuper dos tiros sofridos nopeito e abdómen. O primeiro--ministro timorense, XananaGusmão, também sofreu umatentado mas saiu ileso.

A Unmit revelou que a ONUe a polícia timorense iniciaramuma investigação conjunta dosataques.

Em 15 de fevereiro, a Políciadas Nações Unidas, Unpol, pe-diu à Procuradoria da Repúblicaa prisão de cinco possíveis sus-peitos.

____Jorge Soares,

da Rádio ONU em Nova York

Conselho de Segurançarenova missão da ONUem Timor-Leste cortesia: http//radio.un.org/por

www.un.org/av/radio/portuguese/partnerships.html

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 23 • Março de 200820

4. A origem do fiascoPorque razão isto aconteceu?

A maior parte dos analistasapontou pequenos promenores econtratempos, procurando escon-der a razão de fundo.

A causa imediata da Consti-tuição é, como se sabe, o alarga-mento de 2004, com a entradade 10 países do leste europeu.Este foi o maior alargamento emtermos de população, acrescen-tado 76 milhões de pessoas, 20%do total (embora percentual-mente o alargamente de 1972tivesse sido maior). Foi tambémo maior alargamento em termosde produto, quase 5% do total(embora o salto percentual de1972 e de 1986 fossem maiores).É também a maior queda de todasno nível médio de vida da Europa(que desceu em todos os alarga-mentos, excepto em 1994). O sig-nificado da mudança dificilmentepode ser empolado.

Além disso, este alargamen-to é a consagração do fim da«guerra fria», com a entrada depaíses de Leste e até da ex--URSS. Terminava finalmente aestrutura pós-1945. Mas isso fazlembrar duas coisas: primeiro,que a União Europeia é, tam-bém ela, um produto da «guerrafria», e o fim dela tem criadograves tensões em todas as insti-tuições mundiais dessa época(ONU, NATO, etc). Segundo,que ainda não está claro o novoquadro no mundo pós-guerrafria. O período de sonho do«fim da História» e do consensomundial acabou a 11 de Setem-bro de 2001. A actual situaçãode um inimigo invisível e osEUA a criarem guerras quentespara o combater não é susten-tável.

Por tudo isto a Europa con-frontava-se com problemas gra-ves. Gerir uma União a 25, e de-pois 27 países soberanos, muitodiferentes num mundo em gran-de transformação nunca seriasimples. Mas, em vez de abor-

dar esse problema prático, de-cidiu criar um problema muitomaior. Conceber uma Conven-ção, onde os participantes sesentiam como os gregos antigosou os constituintes americanos,para criar um texto definitivo esublime, tornava a Europa opróprio problema em análise.

Uma Constituição significa adefinição de valores partihados.Mas a Europa dos 27 num mun-do turbulento quase não temvalores partilhados. De facto, aEuropa vive uma terrível crisede identidade. As Constituiçõesfazem-se para afirmar uma per-sonalidade conquistada. Quan-do ainda se aspira a uma identi-dade inexistente, o instrumentoacaba por funcionar mal. AUniãoEuropeia está a tentar fingir quetem uma identidade que nãoinventou.

Os nossos líderes, com esteprojecto, deixavam se olhar paraas dificuldades para se tornaremeles mesmos na dificuldade.

5. A emenda do sonetoComo era inevitável, o pro-

jecto de Constituição constituiuum exercício de compromissoentre posições incompatíveis,que vão desde os «federalistas»aos «eurocépticos». Isso querdizer que o texto se tornou in-compreensível e depende dainterpretação. Afinal, foi sempreassim desde o princípio. No pa-pel, a Europa nunca funciona,devido à complexidade das po-sições. Mas sempre houve a boavontade e o empenhamento parahaver compromissos e se avançar.

Aqui surge a outra novidade,porque essa antiga boa vontadeparece começar a escassear, aomesmo tempo que a ambição earrogância dos burocratas au-menta. O interesse nacional so-brepõe-se ao empenho comuni-tário. Aliás, com 27 países outracoisa não seria de esperar.

Mas uma tolice nunca vemsó. Pensando repetir as antigasnegociações que foram empur-

rando a integração ao longo dedécadas, os líderes da União Eu-ropeia planeiam agora um enor-me embuste: a aprovação dafamigerada Constituição, a mes-ma que foi chumbada há doisanos. Para isso limita-se a fazercedências de cosmética e, sobre-tudo, a conceber uma linha deargumentação que evite os refe-rendos nacionais. Trata-se deuma aldrabice tão grande e evi-dente que é difícil acreditar quealguém no seu juízo a tente nes-ta era da informação.

Será pedido às populaçõeseuropeias nos próximos mesesque acreditem em várias contra-dições. Primeiro que este tratadoé novo e diferente do anterior,mas faz exactamente o mesmo.Depois que se trata de um textocurto e reduzido, embora dema-siado grande para ser lido. Alémdisso que é indispensável e deci-sivo na vida da Comunidade,exigindo-se a sua aprovação rá-pida, mas tão ligeiro e poucoimportante que se torna inútil aconsulta popular. Não será pre-ciso perguntar, visto toda a gen-

te o apoiar, embora quando seperguntou a resposta fosse ne-gativa. Finalmente todos devemacreditar que ele consagra osprincípios de uma Europa demo-crática, governada pela vontadepopular e respeitadora das diver-sidades nacionais, embora estemesmo processo seja prova dooposto.

Quem apontar estas contra-dições é acusado de anti-euro-peísta, mas são elas próprias osargumentos preciosos para osverdadeiros anti-europeístas, queaí vêem a perversidade da inte-gração. Deste modo os lídereseuropeus transformam-se nosmaiores inimigos daquilo mes-mo que pretendem promover. AEuropa abandona os seus princí-pios fundamentais precisamenteno momento em que os procla-ma.

Por coincidência, quem diri-girá a fase final do processo éprecisamente o país cuja lide-rança está ligada a dois dos maio-res embustes europeus. No pri-meiro semestre de 1992 a presi-dência portuguesa fez assinar aprimeira reforma da PolíticaAgrícola Comum, a qual é a prin-cipal candidata ao título demaior roubo, desperdício e dis-torção da CEE. A reforma de1992 melhorou aspectos pontu-ais mas contribuiu para perpetu-ar a infâmia. Depois, no primei-ro semestre de 2000, cá foi assi-nada a mais patética declaraçãode incapacidade e menoridadeda Europa.

A «Estratégia de Lisboa»marcou as linhas de orientaçãoda década, a que ninguém ligou,e manifestou à evidência as nos-sas fraquezas e dependências.Agora, a terceira presidêncialusa tem de conduzir a supremaimpostura constitucional.

Um disparate deste calibresó é possível em circunstânciasbizarras. E essas não faltam àUnião. O ponto de partida é asupina desconfiança mútua en-

tre dirigentes e cidadãos que sefoi desenvolvendo precisamenteao longo deste processo consti-tucional. Os líderes e funcio-nários da Comunidade, que têmpuxado este processo de inte-gração desde o início, despre-zam as populações como igno-rantes, chauvinistas e antiqua-das. Pelo seu lado, os eleitoreshá muito deixaram de entendereste estranho aglomerado de 27países, preso numa incompreen-sível teia de regulamentos. Estácompleto o cenário para umdesastre democrático.

O desastre aconteceu: osburocratas conceberam um tex-to pomposo e absurdo, que oscidadãos chumbaram e agora osburocratas, revendo-o, insistemque o melhor é o chumbado.

A União tem uma longaexperiência destas piruetas le-gais. Há documentos que vigo-ram numa realidade oposta aoarticulado (como o Pacto de Esta-bilidade), proclamações bom-básticas sem substância (Estra-tégia de Lisboa) e até já foramaprovados textos depois de re-cusados em referendo (o Trata-do de Maastricht na Dinamar-ca). A construção europeia con-stitui um incrível amontoado denegociações tortuosas, eufemis-mos enganadores, cedênciascomprometedoras, mas até hojepudicamente encobertas. Destavez o nervosismo fez perder avergonha.

A UE tem 27 países, 23 lín-guas oficiais, 3 alfabetos e fron-teiras da Rússia ao Brasil (naGuiana Francesa). Esta Babel depovos só funcionaria na humil-dade e pragmatismo do equilí-brio. Os líderes insistem na arro-gância do sonho unitário, en-quanto os problemas reais –decadência demográfica, des-orientação cultural, ambiguida-de diplomática – se agravam nomundo global. Depois lamen-tam a perda de credibilidade dasinstituições comunitárias.

A saga da Constituição EuropeiaJoão César das Neves *

* Professor de Economiada Univ. Católica Portuguesa

Parte II

(continuação do número anterior)

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 23 • Março de 2008 21

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É a legitima pergunta quenos deve assaltar se tomarmoscomo ponto de partida o que sepassou no passado mês de Fe-vereiro. Refiro-me a dois terri-tórios tão distantes e tão próxi-mos. Timor e Kosovo.

Ainda que distantes geo-graficamente e certamente cul-turalmente, podemos julga-losmuito próximos quanto à cons-trução de uma identidade queteima em se afirmar e libertar.

Timor pode ser o exemplodo que não pode acontecer, a umPaís que dá os primeiros passos.Timor simboliza aquilo querepresentam esperanças perdi-das, ou pelo menos muito com-prometidas. Foi um verdadeirojúbilo nacional a criação deTimor. Não me lembro de verum País tão empenhado, dedica-do e unido em torno de um mo-

tivo tão nobre. Um País inteirosaiu às ruas, vestiu-se de branco,de flor na mão e lágrima norosto, não de tristeza, mas deprofunda e sentida comoção.Timor fazia sentido!

Passados poucos anos, tãopoucos que não chegam a pre-encher uma maré, já houvetumultos, confrontos, feridos emortos. Em perigo de vida estepaís crocodilo? Desgraçada espe-rança, de um povo que tãovalentemente soube sofrer. Masa quê, a quem se deve esta espi-ral de precipício? Para muitos àcomunidade internacional, queacusam de nunca se envolver osuficiente na rotura das cica-trizes do passado, para outros aessa mesma dificuldade que ostimorenses têm de construir umfuturo comum, e outros advo-gam que Timor não tem mesmo

condições para ser um País.Não é a mesma coisa, con-

struir uma Nação e construir umPaís. Num país deve existircapacidade de autonomia políti-ca, sem inflexões constantes aestes ou aqueles interesses,ordenados sempre por conjuntu-ralmente a geopolítica interna-cional assim o determinar. Umpaís sem este tipo de coerência éum país que fatalmente acabarápor definhar, ainda para maisquando ainda não cresceu osuficiente para se afirmar. Asalianças são quase sempre cir-cunstanciais, é preciso ter issobem presente. Há esperançapara Timor? Deve haver, se nãoos australianos não estavam lá.

Já os portugueses participamnas forças de “imposição” depaz (ou manutenção, o eufemis-mo que costumam utilizar),

sempre sem quaisquer interesse,a bem da afirmação de Portugalna comunidade internacional.Não quero discutir para já essaposição, só não me parece deacordo com o que todo o restodo mundo faz, e nós tambémnão somos nórdicos. Vem tudoisto a propósito, da auto procla-mada independência do Koso-vo. Neste caso específico, é con-sensual que muito dificilmenteo Kosovo conseguirá sobreviversem uma constante e generosaajuda internacional, isto a bemda autodeterminação de umpovo.

Acontece que o Kosovo ficamesmo na Europa, onde deveimperar o respeito pelos direitoshumanos, a estabilidade e jáagora o crescimento económico.Acontece que alguns dos ter-ritórios agora independentes,

têm na sua maioria populaçãoSérvia, que são tão só o “inimi-go”, que já agora é ali mesmo aolado. Acontece que a Rússia écompletamente contrária a estaindependência, por razões desolidariedade para com a Sérvia,já se vê. A Espanha e a Gréciatambém estão solidárias. É tãogratificante quando os Paísestomam decisões independente-mente dos seus próprios inter-esses, como fizeram os EUA e aFrança, é verdade, os últimossolidários com o povo kosovar,mas completamente contrárioaos próprios desígnios. Se esti-vessem todos de acordo aindaíamos pensar que era por causade algum interesse. Uma naçãoestabelecesse por entidade cul-tural, histórica, idiossincrática,religiosa. Já um País? É ser de-masiado inocente.

Timor e KosovoConstruir uma Nação é construir um País?

Quatro anos depois do seu encerra-mento devido a questões de segurança, ocentenário túnel ferroviário do Rossio,em Lisboa, voltou a abrir no passado dia17 de Fevereiro, completamente restau-rado e preparado com as mais recentestecnologias de segurança.

Com a abertura do túnel e da estaçãodo Rossio, a CP volta a ligar a Baixa deLisboa e o centro urbano de Sintra. Ospassageiros deste importante eixo fer-roviário voltam a dispor de duassoluções de entrada e saída na cidade deLisboa. A nova oferta reparte com igual-dade as circulações destinadas ao Rossio

e às estações da Linha de Cintura, nestecaso com destino a Roma-Areeiro,servindo igualmente as importantesestações de Sete- -Rios eEntrecampos. Assegurar-se-á também aligação à Gare do Oriente.

É objectivo da CP aumentar a suaprodução diária para além dos cerca de200.000 passageiros que transportaactualmente. Com este novo horário otrajecto Sintra-Rossio passa a efectuar-se com maior rapidez (menos três minu-tos), devido ao aumento de velocidadede circulação no túnel, dos anteriores30km/h para 90km/h.

Túnel do Rossio de novoem funcionamento

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 23 • Março de 200822

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No passado dia 22 de Feve-reiro, após mais de uma déca-da de estagnação, reuniu emAssembleia Geral, no audi-tório do Museu Municipal deCoruche, a Associação Tauri-na de Coruche (ATC), funda-da em 1992.

A ordem de trabalhos consis-tiu na revitalização da ATC,eleição dos corpos gerentes parao biénio 2008/2009 e outrosassuntos com interesse para aassociação.

Na primeira parte, foi dada apalavra a João Baptista Potier naqualidade de Director ainda emexercício que procedeu à entre-

ga de toda a documentação àassembleia geral e teceu algu-mas considerações sobre a vidada associação, concretamente asrazões que levaram a este perío-do de mais de dez anos de estag-nação.

Posteriormente elegeram-seos novos corpos sociais, em listaúnica, com o intuito de dinami-zar a associação de modo a querealmente ela possa levar onome das tradições taurinas de

Coruche por diante. Foi aindavotado, por braço no ar, a pro-posta de quotas no valor de 20euros por ano.

Os corpos sociais eleitos fo-ram os seguintes;Direcção: Presidente – JoséManuel Banito, António Caldi-nhas, Francisco Tomás, Joa-quim José Capricho, David JoséAssembleia Geral: Artur LopesTeles Branco – Presidente; Mi-guel Telles Branco – Vice-Presi-dente; José Ribeiro da Cunha –SecretárioComissão de Contas: José Felis-mino Ferreira, Ricardo Faria,Vítor Rouxinol

AMS

Como já é de todos sabido, oEng.º Inácio Ramos concorreu,e, ganhou a gestão da praça danossa terra.

Não é uma surpresa, dadoque na matéria acumula provasprestadas, quer gerindo em so-ciedade a praça de toiros daMoita, quer a de Moura, queragora e também a de Alpalhão.

Inácio Ramos, ganadero, paida toureira (Isabel Ramos, demomento a mais promissoraactuante enquanto amadora nashostes da cavalaria), tem a sortede ser também pai de um filhocom o seu nome, Inácio RamosJr., que é um caso de afición, epor isso seu braço direito, pese ajuventude.

Creio não cometer um gra-ma de inconfidência se vos diss-er que imediatamente após adecisão das entidades tivemosocasião de nos juntar à mesacom o pai e filho, o Dr.º Diaman-

tino Diogo, Amorim Ribeiro, eJoaquim Mesquita, com o únicoe exclusivo intuito de que osramos se identificassem com osentir aficionado de Coruche, oque convenhamos é prova bas-tante de consideração pela terra,que concurso ganho só lhes ca-be dar satisfações à sua própriacarteira, que a mais ninguém!

Atrevo-me a expressar aminha convicção de que farãobem feito, e com tal facto cimen-tarão créditos e honrarão a pra-ça, que o merece. Face ao que jáfizeram na festa de toiros, a pre-sença de tal família em Coruchesuscita-nos justificada esperança.

DCX

Associação TTaurinade CCoruche rrevitalizada

Praça dde TToiros dde CCoruchennoovvaa eemmpprreessaa,, vviiddaa nnoovvaa!!

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1 – Costuma fazer as suas compras mensalmente ou prefere comprar só conforme quenecessita?

2 – Quando trás uma lista de compras, leva sempre ou quase sempre produtos que nãofazem parte dela?

3 – Normalmente escolhe produtos com marcas consagradas, ou não olha a marcas eprefere o mais barato?

4 – O pão e o leite, dois bens essenciais à nossa saúde; como vê a sua recente subidade preços?

Nelson Teles – Coruche3 Pessoas no agregado familiar

1 – Compro conforme vai faltando lá em casa.2 – Sim a minha esposa faz-me uma lista mas

quebro-a sempre, e acabo por levar mais coisas.3 – Sou fiel às marcas dos produtos, sempre fui

assim.4 – Tudo se deve aos aumentos de combustíveis,

mas é uma injustiça para o consumidor!

Zita Pereira – Coruche4 Pessoas no agregado familiar

1 – Venho às compras todas as semanas.2 – Nunca trago lista, é conforme vou vendo os

produtos nas prateleiras.3 – Opto por comprar o mais barato em alguns

produtos.4 – Acho que daqui a pouco não ganhamos para

comer!

José Barbas – Coruche4 Pessoas no agregado familiar

1 – Vou comprando conforme vai fazendo falta.2 – Não nunca trago lista. 3 – Sou muito fiel ás marcas, por exemplo venho

de propósito agora ás pilhas e....de marca.4 – Penso que o nosso governo é o culpado,

quando há fartura exporta-se... e depois quando faltaimporta-se a preços loucos!

Ronda nno ssupermercadoCom as recentes subidas nospreços dos bens essenciais, areportagem do Jornal de Coruchefoi saber os hábitos e as opiniõesdos coruchenses.

O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 23 • Março de 2008 23

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Gerência: Elias Mendes

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Oficina – 243 617 392Resid. – 243 679 868

Tlm. – 965 019 629

José Francisco dos Santos(Zé Nambaia)

No próximo dia 17 de Mar-ço, visitam Coruche para seinteirarem da realidade local, aex vice-presidente do PartidoSocial Democrata, a deputadaZita Seabra, Paula Carloto daComissão Política Nacional, oPresidente da Comissão PolíticaDistrital do PSD, deputado Vas-co Cunha e ainda os deputadosMiguel Relvas e Mário Albu-querque.

O Programa consta do se-guinte:

10h - Recepção na Sede doPSD aos Srs deputados e comu-nicação social (entrega de docu-mentação sobre a visita).

10h15m - Deslocação a pépela Rua Direita com passagempelos serviços regionais de agri-cultura, departamento do INIAeex Zona Agrária.

Memorando e esclarecimen-tos dos convidados – RicardoFerreira dos Santos.

11h - Visita ao Centro deSaúde com o Senhor Director

Dr. José Miguel Azevedo Cou-tinho.

Memorando e esclarecimen-tos dos convidados pelo SenhorCarlos Manuel de AlmeidaPríncipe Ceia.

12h - Visita ao Centro de Diada Associação S.S. de S. José daLamarosa com o Senhor Direc-tor Eng.º Manuel Azevedo Ro-cha seguido de almoço com osIdosos, Deputados e Comunica-ção Social.

Memorando e esclarecimen-tos dos convidados pelo SenhorManuel Azevedo Rocha.

14h - Visita ao Observatóriodo Sobreiro e da Cortiça.

Memorando e esclarecimen-tos dos convidados pelo SenhorJosé Manuel de Sousa Potier.

Deputados do PSDvisitam Coruchedia 17 de Março

Ricardo Ferreira dos Santos,presidente da Concelhia

Um livro é um mudoque fala.

Um surdo queresponde,

Um cego que guia,Um morto que vive.

Padre António Vieira

Reparação e Comércio de Automóveis, Lda.

Foros do Paúl2100-039 CORUCHE

Telef. / Fax: 243 619 184Telem.: 935 809 131

____Mafalda Fonseca

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Porque assim é, lá demandeiMourão no dia 1 de Fevereiropara ver amigos, comer bem epresenciar o tradicional festivalque como acima vos disse dáinício à temporada, concitandopor assim ser alguma da melhor“afición” nacional e estremenha.

Para dar lide a exemplares deDias Coutinho, no cartel e nascortesias, João Salgueiro, JoséManuel Duarte, o grupo de SãoManços, o veteraníssimo JoséJúlio, Vicente Bejarano, Luís“Procuna” e Santiago Ambel Po-sada.

O gadinho anunciado cum-priu e Salgueiro esteve à alturado seu nome, diligenciou e con-seguiu agradar, bom augúriopara a recente relação de apode-ramento que estabeleceu com otauriníssimo Armando JorgeTeixeira (um dos raros aficiona-dos que se pode gabar de ternascido na praça de toiros doCampo Pequeno… O que muitonaturalmente fez dele logo ànascença, um predestinado) e ogrupo de forcados honrou,pegando com acerto a jaquetade são Manços.

Depois Bejarano creden-ciou-se com uma boa série denaturais, o que contudo é curtopara a carreira que deseja, car-reira que em tempo o falecidoPallarés governou por escassoperíodo, por não encontrar con-sistência bastante para manter a

aposta. “Procuna”, brilhou co-mo costuma com as bandarilhase com entrega, e, posada deixou

claro e à evidência que o seuavô Juan Posada tem toda arazão quando diz com graça,

que o filho não lhe consentiudevaneios e o mandou paracasa, mas com neto é diferente,que aos netos tudo se consente.

Ora subverti intencional-mente a ordem de lide e só ago-ra vos vou falar de José Júlio.Aos setenta e três anos (feitos navéspera) apresentou-se comganas de novilheiro e triunfouforte, com toureria “Pinturera”,suscitando o aplauso unânimedo conclave pelo seu estar; obvia-mente que me congratulo com oocorrido, até porque dispenso aotoureiro consideração e amizadepessoal, e sempre gostamos dever triunfar quem respeitamos.Contudo não deixo de recon-hecer que ocupou um posto queum jovem poderia ter ocupado

(aliás os espanhóis também nãofizeram nada que qualquer dosnossos novilheiros não pudes-sem fazer), se bem que comtoda a honestidade tenha quereconhecer que no que reportaàs lides a pé foi o seu ofício quesalvou a tarde, o que convenha-mos dá que pensar e muito! …Valha-nos que a festa também éfeita de memórias.

Posto isto, que aqui deixe re-gisto da forma como os moura-nenses sabem receber, com sen-horio e ombridade, o que talvezjustifique a permanente enchen-te da sua pracita (que a seu tem-po foi, e só, o “tentadero” dolembrado Doutor Libânio Es-quível) seja qual for o cartel quepara lá se proponha.

* Médico veterinárioe escriba taurino

Memórias

Tauromaquiasuplemento

Coordenação de Domingos da Costa Xavier

Não pode ser vendido separadamente.

Director: José António Martins • Registo ERC 124937Este suplemento é parte de O Jornal de Coruche nº 23, de Março de 2008

Fotos: Joaquim Mesquita

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Dr. Domingos da Costa Xavier *

SS OBREOBRE TTOIROIR OSOS

De há muito que venho afirmando que a festa de toiros é uma das mais sacras actividadesdo homem, note-se que o cumprir do rito se inicia pela Senhora das Candeias (Santa de Luz)e só encerra no primeiro de Novembro, como bem sabem, dia de todos os santos.

A Festa também éfeita de memórias...

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A TTM – Tertúlia Tauromá-quica “A Mexicana”, na sendados eventos que tem vindo arealizar, reuniu-se, uma vezmais, num dos seus já habituais

jantares em que são convidadasprestigiadas figuras para nar-rarem as suas opiniões e vivên-cias na Festa de Toiros.

Por isso, no passado dia 31

de Janeiro, o Salão de Festas daconhecida Pastelaria da capital,voltou a reunir no seu jantardezenas de aficionados, paraescutarem o ilustre ganadeirovilafranquense, Fernando Palhaque falou de um tema que lhe étão caro: a Lezíria, o Campinoe o Toiro.

A conversa deste ilustreganadeiro, que confirmou todoo seu senhorio, dentro e fora domundo do toiro, prendeu a aten-ção dos presentes que seguiramcom a maior atenção a narraçãode diversos episódios, uns tris-tes, mesmo comoventes, enquan-to outros alegres e divertidosque fizeram rir até às lágrimas.

Falou de velhos campinos,cujos nomes são verdadeiraslendas, e as suas odisseias nocampo; falou das cheias e dosperigos que defrontavam na de-fesa do gado; salientou a impor-tância das mulheres dos campi-nos na faina dos campos e nosseus aconselhamentos.

Referiu-se a cavalos e a toiroscélebres, cujos comportamentosmarcaram de forma muito fortea história da lezíria. Não admi-rou que não fosse perdida uma

só palavra do convidado, umcomunicador nato e de imensomérito.

A anteceder a palestra, aliás“uma simples conversa”, comoexigiu o ganadeiro classificar asua intervenção, o aficionadochamusquense Raul Caldeira,declamou de maneira brilhantealguns poemas de temática tau-rina. Foi outro momento muitoespecial da noite, não só pelostemas escolhidos, de grandes

poetas, como pela magníficainterpretação de Raul Caldeira.

Este radialista, com o seuprograma “Tertúlia Taurina”, narádio da Chamusca, deu azo aoutro momento alto da noite eem boa hora a TTM decidiu con-vidar este verdadeiro homem doRibatejo.

A exemplo dos anteriores,este Jantar da TT “A Mexica-na” será mais um a recordar!

Joaquim Tapada

IITauromaquiasuplemento Suplemento de O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 23 • Março de 2008

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Tertúlia

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A recompensa assim como oreconhecimento vindo do exte-rior baseando-se na sua activi-dade durante cada época leva aque tornem público, com orgu-lho, o balanço de cada época.

O Grupo de Forcados Ama-dores de Coruche comandadospor Amorim Ribeiro Lopes queem 2007 actuaram em 21 feste-jos (idêntico numero ao da épo-ca anterior), repartidos por 20corridas e 1 novilhada, 9 empraças de primeira categoria, 5em praças de segunda e 7 de ter-ceira ou desmontáveis.

As arenas que mais vezesfizeram as cortesias foram as deCoruche e Campo Pequeno, por3 vezes cada. Pedro Crespim,Ricardo Dias e Miguel Raposoforam os forcados que maistoiros pegaram, 5 cada. Francis-co Duarte foi o que mais pri-meiras ajudas deu, 14 no total.Miguel Lopes foi o rabejador demaior actividade no grupo,rabujou 36 toiros.

O grupo pegou ao todo 61toiros, com a ganadaria de Veiga

Teixeira no top da que maistoiros o grupo pegou, 9 no total.Pegaram 45 à primeira, 6 àsegunda e à terceira, 3 à quarta eapenas 1 à quinta tentativa. Osgrupos de Forcados que maisalternaram com o Grupo de Co-ruche foram os de Vila Franca

de Xira e Aposento da Moita,em 3 corridas cada.

De salientar que o grupo pe-gou em 2 Corridas com honrasde transmissão televisiva, Povoado Varzim, (RTP Norte), CampoPequeno (4 Outubro). Em 2008o grupo prepara-se para iniciar a

temporada no domingo de Pás-coa participando num festivalem Arraiolos. Entretanto já sedeu inicio aos preparativos paraa nova época com a realizaçãodo primeiro treino a 23 de Fe-vereiro em St.º Estêvão, com apresença de muitos elementos e

um numero significativo dejovens a iniciarem-se nas lidesna esperança de envergarem ajaqueta do Grupo de ForcadosAmadores de Coruche, autenti-ca escola de forcados.

Joaquim Mesquita

Pegas ddos AAmadores dde CCoruche

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Em 2 de Junho de 1923, no seu nú-mero 902, 2.ª série, publicava a “Ilus-tração Portuguesa” a ilustrada notíciade uma corrida de toiros acontecida naPraça de Toiros da Areosa, a favor do“Recolhimento das Meninas Desampa-radas do Porto”.

Patente nas imagens que desde sem-pre a festa de toiros tem sabido sersolidária, não é de agora!

Depois, patente é também a impor-tância da Praça de Toiros em que oevento aconteceu, que as imagens nãomentem, e é bom que saibam que noPorto existiram três praças de toiros afuncionar em simultâneo, dado impor-tante que é bom se retenha, quando demá fé se acusa o aficionadíssimo nortede falta de afición.

Ainda! Esta “Ilustração Portuguesa”foi resgatada do “lixo” que um partido

político da nossa terra (poupo-lhe onome, que o que importa é unir, quenão desunir) produziu, quando ocupoupara sua sede local famosa casa senho-rial, e que, Heraldo Bento resgatou e jálá vai muito tempo teve a gentileza deoferecer.

Para que conste…!Mas, que não fiquemos por aqui,

dado que no mesmo número em “Fi-guras e Factos” se relata a alternativa deJoão Branco Núncio outorgada porAntónio Luíz Lopes, e ainda um outrofestival de beneficência, a favor doHospital de Jesus Cristo de Santarém.

Aos que por gostarmos da festa detoiros nos vituperam insensatamente, e,por incultura, aqui ficam as imagens daépoca… na convicção de que umaimagem vale mesmo mil palavras!

Domingos Xavier

Uma brilhante corrida debeneficência. Com grandeentusiasmo e enorme concor-rencia realisou-se, no dia 13do corrente, na Praça da Areo-sa, Porto, uma brilhante corri-da de beneficência, em favordo Recolhimento das Meni-nas Desamparadas, desta ci-dade.

Fundado em 15 de Abril de 1809,por D. Francisca de Paula da Concei-ção Gralho e Sousa, esposa do correge-dor e chanceler da Relação e Casa doPorto, dr. José Teixeira de Sousa, com ofim eminentemente caritativo de daracolhida a algumas das órfãs das victi-mas da catástrofe da Ponte das Barcas,ocorrida em 29 de Março do ano acimareferido, quando da invasão franceza,serviu inicialmente de guarida a 11 cre-anças apenas, o referido Recolhimento,instalado em modestíssima casa situadaem frente das antigas muralhas dacidade ou mais precisamente, duma sua

entrada, chamada o Postigo do Sol.D’aqui ainda hoje o ser também

conhecido pelo Recolhimento de D.Francisca (sua fundadora) ou Recolhi-mento do Postigo do Sol.

Desenvolvendo-o com o decorrerdos anos, graças a doações particularese tambem oficiaes, em 1883, o Reco-lhimento em questão sofreu profundaremodelação, passando a recolher 60creanças, numero este que, em 1889,foí ainda elevado a 80.

E das casas de caridade, que de maissimpatias disfructam na capital do

Suplemento de O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 23 • Março de 2008III Tauromaquiasuplemento

27 de Fevereiro de 1927.Nasceu o grande forcado

José Luís Coragem.Nome que se tornou famo-

so apenas por José Luís e porter sido um extraordinárioforcado.

Notabilizou-se nas suas cé-lebres pegas de costas e até ecadeira, bem demonstrativasdo seu enorme valor.

J. Trancas Lucas

N.R. – Natural de Alhandra,“a vila toureira” como lhechamou Almeida Garrett, neto esobrinho de dois grandes nomesda forcadagem, Luís e GermanoVintém respectivamente, JoséLuís Coragem ou apenas JoséLuís cedo veio viver para Co-ruche, acompanhando a famíliaquando esta, por circunstânciasda vida, aqui se fixaram, a ponto

de ser considerado coruchense.Apenas com 15 anos de ida-

de, apresentou-se como cabo deum grupo de jovens forcados deCoruche, contratados para actu-ar numa garraiada realizada napraça das Brotas, para em 16 deAgosto de 1947, debutar, numacorrida formal, celebrada nanossa terra por ocasião das Fes-tas do Castelo. A partir daí, a sua

fama como pagador de grandesmansos viria a projectar-se,levando a ingressar nos Profis-sionais de Lisboa, de MatiasLeiteiro, onde se estreou em 18de Março de 1948 e integrandotambém diversos grupos, comoos de Coruche, que comandou,numa fase bastante efémera dasua fugaz existência, os Ama-dores de Lisboa, Moita, Vale de

Santarém, Riachos, Alentejo,Vila Franca e Tomar entre ou-tros, pegando ao longo da suabrilhante carreira perto de 500toiros, ficando memoráveis nassuas pegas de costas e de ca-deira.

Mas a sua fama não se cir-cunscreveu apenas ao territóriode Portugal, pois actuou aindaem África e na Venezuela, onde

igualmente se notabilizou peloseu estoicismo e valentia.

Com efeito, José Luís consti-tui um caso raro de abnegação,raça e valor entre as gentes dasjaquetas, servindo ao mesmotempo como referência maior daforcadagem portuguesa, mere-cendo um lugar de relevo aolado dos grandes pegadores desempre.

Ora, com o estatuto de pro-fissional, ora apenas como ama-dor José Luís integrou como serefere ao longo da sua carreiradiversos grupos procurando sem-pre formar um agrupamento queperdurasse pelo tempo fora como nome da sua terra adoptiva.

Se por vários motivos, todasas tentativas feitas nesse sentidofalharam, teve no entanto aenorme satisfação de na hora dadespedida das arenas, ocorridaem Coruche a 23 de Abril de1973, poder envergar a jaquetado grupo do sentimento, precisa-mente os Amadores de Coruche.

No dia em que passa maisum aniversário, não podemosdeixar, pois, de prestar aqui umapequena homenagem a expres-sar a profunda admiração pelasua figura de forcado extraor-dinário.

José LLuís CCoragem – OO FForcado

Não é de Agora…!

Recolhimento ddas MMeninas DDesamparadas, ddo PPorto

Das memórias das páginas taurinas de “O Sorraia”, responsabilidade do saudoso Dr. FranciscoManuel da Silva Santos, retiramos este texto que faz justiça ao grande forcado José Luís Coragem,que assinala agora oitenta e uma primaveras. O Jornal de Coruche deseja-lhe as maiores felicidadese presta-lhe homenagem desta forma singela.

José Luís Coragem: A Legenda duma raça estóica

> continua na página VI

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A Tertúlia TauromáquicaSobralense apresentou no dia 16de Fevereiro o cartel da sua jáfamosa e tradicional novilhada,uma referência importante datauromaquia no dia 25 de Abril.Juntando o útil ao agradável aTertúlia Sobralense proporcio-nou um excelente dia camperocom uma visita à herdade dasCovas, concelho do Redondo,

solar da ganadaria de CarlosFalé Filipe.

O dia de campo teve iníciocom uma visita guiada pelacamada a lidar esta temporada,o curro de novilhos apartadopara a novilhada do sobral, utre-ros, anojos e vacada. Seguiu-sea apresentação oficial da sétimanovilhada cujo cartel é compos-to pelos cavaleiros praticantes

Francisco Palha e Marcelo Men-des pegam os Forcados Amado-res do Aposento da Moitacomandados por Tiago Ribeiro.A pé actuam os novilheiros Ma-nuel Dias Gomes e João Augus-to Moura.

Após a apresentação da no-vilhada realizou-se uma tentatendo como protagonistas osdois novilheiros seguindo-se aactuação a cavalo de MarceloMendes. Um verdadeiro repastode luxo rematou a tarde dos

Tertulianos, amigos e convida-dos ficando um excelente ambi-ente para a sétima edição danovilhada da Tertúlia Tauro-máquica Sobralense a realizarno dia 25 de Abril, feriadonacional.

IVTauromaquiasuplemento Suplemento de O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 23 • Março de 2008

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SS OBREOBRE TTOIROIR OSOS

Joaquim Mesquita

crítico taurino

Novilhada ddo SSobralapresentada ccom ssolera

A ganadaria de Lopes Bran-co, Herdeiros foi galardoadapela tertúlia “O Periquita” daArruda dos Vinhos com o troféuao melhor toiro lidado na praçade toiros da Arruda durante aépoca 2007.

A cerimónia da entrega dostroféus decorreu no sábado 23de Fevereiro.

O troféu foi recolhido pelorepresentante da ganadaria Arturpais de Amaral Lopes TellesBranco.

LLooppeess BBrraannccoo pprreemmiiaaddoonnaa AArrrruuddaa ddooss VViinnhhooss

Volta à arena de consagraçãoa Manuel Caetano “El DonDiestro”, em 1992 na Praça deToiros de Coruche, por ocasiãoda garraiada da Escola Secun-dária de Coruche.

Pode ver-se Pedro Simões,Luís Cardoso, Pedro Cabaci-nhas, Bernardo Gonçalves Fer-reira, Manuel Caetano, AbelMatos Santos, Rafael Dias eCarlos Potier.

MMeemmóórriiaassJoão Ribeiro Telles Jr., iniciou a

temporada de 2008 no passado dia10 de Fevereiro em Fuengirola,Espanha.

Viveu-se um bom espectáculode toiros, com um bom cartel eambiente, entre um público queencheu a praça e as figuras do tou-reio a pé, elevando a bom nível aqualidade do festival.

Desejamos que 2008 seja a épo-ca da consagração como profis-sional.

Telles JJr. eem EEspanha

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Suplemento de O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 23 • Março de 2008V Tauromaquiasuplemento

Julio Romero Torres conti-nua sendo considerado comoum dos maiores pintores espan-hóis de fins de XIX, princípiosdo século XX, e é muito bomsaber do seu sentir aficionado.

Eram conhecidos os seusretratos de “Guerrita”, “Macha-quito” e Belmonte, e por anosfoi considerado falso o retratode “Lagartijo”; a ciência moder-

na, capaz de avaliar peritagens eo querer de Mercedes Valverde,directora dos museus munici-pais de Córdoba, estabeleceramdefinitivamente a autoria deRomero Torres para o retrato de“Lagartijo”, que pintou em1900, com Rafael Molina po-sando directamente para ele.

Congratulamo-nos com ofacto.

Um retrato de Lagartijo

Com vista a angariação defundos para a aquisição deuma ambulância, a Associa-ção dos Bombeiros Voluntá-rios de Serpa, vai levar a efeitoum festival taurino, sábado dePáscoa, 22 de Março pelas15h30.___

O organizador, merece-nostodo o crédito, visto que desem-penhando hoje a presidência dadirecção, é tão só o cabo fun-dador do agora hibernante gru-po de forcados amadores deSerpa, isso mesmo, o popular erespeitado José Luís.

Dois matadores de toiros,Juan Pedro Galán e SérgioSantos “Parrita”, encarregar-se-ão das lides a pé, e, Joaquim

Bastinhas, Tito Semedo, SóniaMatias, Brito Paes e MarcosTenório, das lides a cavalo.Cinco grupos de forcados terãoa seu cargo as pegas – osamadores do aposento de Alco-chete, os amadores de São Man-ços, Moura, Cascais e Cuba, oque quer dizer que só com afamília e amigos preenchem umsector.

Ajude, caro aficionado apreencher os outros, que a festacomo sempre é solidária, comoé por demais evidente não existefestival taurino sem toiros, econquanto que as reses a lidarainda não estejam completa-mente confirmadas, até porqueserão oferecidas, já estão asse-guradas as presenças dos exem-plares de Varela Crujo, Ascen-

ção Vaz, Murteira Grave, BritoPaes, São Martinho, Domec emuito provavelmente José LuísPeneda.

Material genético não irá fal-tar, vontade generosa dos inter-venientes também não, o quefalta mesmo é a sua presença,num dia que se quer bonito naantiquíssima Serpa, em que Eçatomou ares, Miguel Hernandezescreveu Nacos Assombrososde poesia e em que agora LuísAfonso esgalha os seus “car-toons” e António Inverno dá core forma aos seus quadros.

Vamos a Serpa no sábado dePáscoa!

____Domingos Xavier

FFeessttiivvaall eemm SSeerrppaa,, ddee nnoovvoo……aa FFeessttaa ssoolliiddáárriiaa!!

Gosto de vos dar notíciasdestas. A universidade de LosAndes de Mérida (Venezuela),resolveu atribuir a ordem aca-démica “Parra Olmedo” aoMaestro Enrique Ponce, pelasua contribuição e enriqueci-mento das belas artes, dada aexpressão artística do seu tou-reio.

O acto foi apresentado porFortunato González, catedráti-co da universidade referida epor Juan Lamarca, em repre-sentação do “Circulo Bienve-nida”

Pese o destempero de Cha-vez, isto é possível na Vene-zuela.

E por cá?

Ponce, académicode Honra

Depois de trinta e cinco anosde entrega ao Sindicato Nacio-nal dos Toureiros Portugueses,José Carlos Amorim resolveucessar funções, o que é de jus-tiça, porque o tal humanamentetem dirigido.

Não podemos, contudo dei-xar de verberar a pena quetemos de que o facto aconteça,na incerteza de que quem o subs-

tituir esteja à altura de prestaraos toureiros e à festa os ser-viços que Amorim lhes prestou.

Pela nossa parte e sem ro-deios, um sincero obrigado;depois, que nos consola o saberque continuará no nosso con-vívio nas funções de apoderadoque com tanta dignidade de-sempenha.

Um senhor chamadoJosé Carlos Amorim

Na Quinta da Várzea em Co-ruche, a 7 de Março, realizar-se-á o IV jantar de fados a favor doCentro de Reabilitação de Co-ruche (CRIC), obra meritóriaque já vai com vários anos deexistência, em favor de pessoasportadoras de deficiência.

O evento que terá lugar pelas20 horas e apresenta um elenco

de respeito: Teresa Tapada, Dia-mantina, João Chora, FranciscoSobral, Maurício do Vale e Mi-guel Alvarenga, com acompan-hamento de José Luís NobreCosta, Joel Pina e também JoãoChora.

A causa é justa e o taurinis-mo, face aos intervenientes,assegurado. Não faltem!

Fado Taurino

A “Fibes”, entidade organi-zadora da Feira Mundial doToiro, atribui anualmente pré-mios ás personalidades taurinasde maior relevo, nos locais emque a festa de toiros ocorre.

Os prémios, com a designa-ção de “Tauromaquias do Mun-do” distinguiram, o club taurino

de Nova York, o actor Juan Echa-nove, Alejandro Talavante, e,Paco Camino pela sua carreira,e, Rui Bento Vasques, pela revi-talização taurina de Lisboa.

Que entre nós vislumbrem, oque lá fora vêem objectividade!

____DCX

Rui Bento, premiadoem Sevilha

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Joaquim Manuel CarvalhoTenório, artisticamente conhe-cido por Joaquim Bastinhas,nasce em Elvas no ano de 1956,e desde muito cedo ligado a todaa temática taurina, assim comoao contacto com o cavalo, vaidesenvolver todo o interessepelo mesmo, assim como peloseu ensino.

Desta maneira estreia-secomo cavaleiro amador, na Pra-ça de toiros do Campo Pequeno,corria o ano de 1969, tendo 13anos de idade, e desde logo nalide da rês que lhe calhou emsorte, mostrava já toda a alegriae desenvoltura que caracteri-zariam o seu toureio.

Após a sua estreia, e depoisde tourear alguns anos, na maio-ria das vezes em praças Espa-nholas, a fim de ganhar expe-riência e todo o “traquejo”necessário para enfrentar cartéiscom mais compromisso, Bas-tinhas toma a sua prova de pra-ticante a 9 de Setembro de 1979,na praça de toiros de Vila Viço-sa, obtendo mais uma vez umaactuação com excelentes mo-mentos artísticos.

A partir deste momento, estejovem cavaleiro começa a serconsiderado como uma dasgrandes revelações do toureioequestre, e desta feita, na tem-porada de 1980, além de estarpresente em várias das nossaspraças, vai também actuar pelaprimeira vez na sua carreira, naconceituadíssima Praça de Toi-ros de “Las Ventas”, em Madrid,alternando com os rejoneadoresCurro Bedoya, Luís Miguel Ar-ranz, e Fernando Sommer, obten-do ali um considerável êxito,sobressaindo os seus pares debandarilhas, para além do factoda maturidade toureira que

apresenta, embora sendo aindacavaleiro praticante.

Três anos depois o doutora-mento chegaria na praça detoiros de Évora, no tão afamadoconcurso de ganadarias daquelalocalidade, pelas mãos do sau-doso José Mestre Baptista, ecom o testemunho de JoãoMoura, e nessa tarde de tantaalegria, Bastinhas lidando umtoiro da ganadaria de BrancoNúncio, alcança mais uma boaactuação, pelo que criava jáneste momento expectativa e oseu grupo se seguidores fiéis.

No ano seguinte, viria a con-firmar a sua alternativa na praçado Campo Pequeno, sendo destafeita seu padrinho João PalhaRibeiro Telles, testemunhando oacto, Paulo Caetano, tendo aterna presente lidado um currode toiros da ganadaria coru-chense de A. José Teixeira, etendo à imagem do que haviaacontecido em Évora tudo saídoredondo para o jovem doutora-do. A partir daqui não maisparou a afirmação de Bastinhascomo um cavaleiro de “top”,tendo participado em todas ascorridas de importância donosso meio taurino, tornando-seassim naquilo que alguém umdia ousou chamar, caracterizan-do-o de “alegria do povo”, poiso seu toureio através da comuni-cação e vibração que “impunha”no público, colocava as ban-cadas em polvorosa.

Porém, a confirmar a “máxi-ma”, de que se “há rosas, estasde facto também têm espinhos”,Joaquim viu-se depois atingidopela tão indesejada colhida, porduas vezes com característicasduras, a primeira sucedendo napraça de Toiros do Campo Pe-queno, e a segunda na Póvoa de

Varzim, em 1992, onde fractu-rou a tíbia e o perónio.

Após todo o período de recu-peração, Bastinhas, surgiu em1993, com toda a “moral” redo-brada, voltando a ser um doslíderes do “escalafón”, tendodepois em 1994, iniciado umacampanha em território Mexica-no, alternando com Rodrigo dosSantos, e José António Hérnan-dez, tendo esta resultado empleno, e deixado o cavaleiro bomcartel também por aquelas para-gens.

Há que dizer ainda que Bas-tinhas conta no seu palmarésinúmeros troféus de corridas deresponsabilidade, como sendovárias da RTP, e da Rádio, tendocomo todo o cavaleiro atingidotantos sucessos, por via tambémdas excelentes montadas que foitendo ao longo da sua carreira,destacando-se o “Xeque- Mate”,ferro Pinto Barreiros, o “Vip”,de ferro Duarte Lopes, o “Dia-mante”, ferro Gustav Zenkl,“Rouxinol”, de ferro Rio Frio, emais recentemente, o “Pagani-ni” de ferro Irmãos Serrano, e o“Famoso”.

Após todo este trajecto Bas-tinhas usufrui agora dos “fru-tos” daquela que foi uma dascarreiras mais homogéneas,assim como do merecido estatu-to de “figura” consagrada, re-colhendo o carinho e respeito detodo o público aficionado.

Também a Bastinhas, as feli-citações por parte do Jornal deCoruche por tudo o que fez pelafesta, desejando também queenquanto lhe dê prazer assimpossa continuar, oferecendo-nostodo o seu “garbo”, “chispa tou-reira” e profissionalismo.

____

VITauromaquiasuplemento Suplemento de O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 23 • Março de 2008

norte e, sem duvida tambem, dasque mais merecem essas simpatiaspelos preciosos serviços que temprestado sempre, devido áextrema dedicação não só dosseus dirigentes, como das profes-soras e outros empregados, osquaes, no esforço de bem fazer

constantemente teem vindo hon-rando a benemérita memória da sua

generosa fundadora.André Moura

Joaquim Bastinhas1983-200825 anos de profissionalismo Rodrigo Taxa

A temporada na praça detoiros de Salvaterra de Magosterá início a 30 de Março com atradicional Corrida do Tomate,na sua quarta edição.

O cartel ainda por rematartem garantidas as presenças dos

cavaleiros João Salgueiro e JoãoTelles Jr assim como dos gruposde Forcados de Vila Franca deXira e os de Salvaterra de Ma-gos, faltando apenas um cava-leiro e o curro de toiros.

VI Corrida do Tomate

A recém formada empresaTauroleve – Sociedade Taurom-áquica Letra da Neta, Lda deRicardo Levezinho programauma temporada para a Palha

Blanco com inicio já no mês deAbril com a realização de umfestival de beneficência a favorda Liga dos Amigos do Hospitalde Vila Franca de Xira no dia 5.

Vila Franca em Abril

> continuação da página III

Diversas são as praças quereabrem as suas portas no Do-mingo de Páscoa, não é o casodo Campo Pequeno, este ano,mas acreditamos que em próxi-mas temporadas poderá fazê-lo,entretanto fica a sugestão aosaficionados dos cartéis pascais

São Manços – Corrida deToiros à Portuguesa. Toiros daganadaria sorraiana de CunhalPatrício para António Telles,Ana Batista e João Telles Jr. For-cados Amadores de Santarém.

Alpalhão – Corrida de Toi-ros à Portuguesa. Toiros Guio-mar Cortes Moura (3) e InácioRamos (3) para Joaquim Bas-tinhas, João Moura Caetano eTiago Carreiras. Forcados Ama-dores de Portalegre, Monforte e

Alter do Chão. (o publico votaráo melhor grupo em praça e otroféu é a inclusão do triunfadorna corrida de Agosto).

Arraiolos – Festival Tauri-no. Novilhos de várias Ganada-rias para Manuel Jorge de Oli-veira, Francisco Núncio, MarcoJosé, Pedro Salvador, ManuelTelles Bastos e Tomás Pinto.Forcados Amadores de Évora,Coruche e S. Manços.

Sousel – Segunda-Feira, 24de Abril, Corrida de Toiros àPortuguesa com toiros de Antó-nio José Veiga Teixeira para RuiSalvador, Carlos Alves e TitoSemedo. Forcados Amadores deAlter do Chão e Póvoa de S.Miguel.

Páscoa Taurina

O Abono para a temporadade 2008 na Praça de Toiros doCampo Pequeno constará de 15espectáculos.

A inauguração da temporadae primeira corrida do Abono,será no dia 17 de Abril e a últi-ma no dia 2 de Outubro.

São as seguintes as datas dosespectáculos tauromáquicos in-

cluídos no Abono, todos noc-turnos e, como é hábito, à quin-ta-feira:

Abril: 17Maio: 8 e 15Junho: 5 e 19Julho: 3, 10, 17, 24Agosto: 7, 21, 28Setembro: 4, 18Outubro: 2

Campo PequenoAbono com 15 espectáculos para 2008

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 23 • Março de 200830

A participação dos alunos dosCursos de Electrónica, Auto-mação e Comando da EscolaProfissional de Salvaterra deMagos (EPSM) e da EscolaProfissional do Vale do Tejo –Santarém (EPVT) no Concursode Electrónica 2008: “Ampli-fica-te” foi um sucesso.

Apesar de terem participadonuma iniciativa que contempla-va também projectos de univer-sidades, os seis alunos das duasescolas conseguiram pôr a fun-cionar, com grande êxito, oamplificador de voz de 12 vol-tes com 750 mW de potênciamáxima.

A demonstração das funcio-nalidades do aparelho (trabalha-do e construído nos laboratóriosdas duas escolas) mereceu aos

jovens electrónicos um elogioda organização e o direito defazerem parte do Top 10 destamega iniciativa, organizada pelafamosa Universidade de Aveiro.

Segundo José Carvalho, Pe-dro Costa e Hernâni Neves, for-madores de electrónica queacompanharam os alunos, “omais importante não são osprémios conseguidos ou os elo-gios recebidos, são as oportu-nidades que os alunos tiveramde contactar – em prática simu-lada – com o trabalho desen-volvido por outras escolas dopaís”.

Recordar que a ideia doConcurso de Electrónica nasceuem 2006, no seio da Associaçãode Electrónica, Telecomunica-ções e Telemática da Universi-

dade de Aveiro (AETTUA),com o intuito de dinamizar asactividades da população estu-dantil ligada à área da electróni-ca.

O Concurso de Electrónica2008 destinou-se tanto aos alu-nos do ensino superior comoaos alunos do ensino secundá-rio, em particular aos alunos dasáreas de estudo de electrónica.

As atenções dos Cursos deElectrónica, Automação e Co-mando da Escola Profissionalde Salvaterra de Magos e daEscola Profissional do Vale doTejo estão agora viradas para o8.º Festival de Robótica 2008que se vai realizar, este ano, emAveiro, entre os dias 2 e 6 deAbril.

____

Sucesso para asEscolas Profissionais

NOTÍCIAS DO DISTRITO SALVATERRA DE MAGOSSANTARÉM

EPSM e EPVT no “Top 10” a nível nacional

ANUNCIENO JORNAL

DE CORUCHE

[email protected]

Tlm: 91 300 86 58

Pub.

A Junta de Freguesia de Sal-vaterra de Magos e a Associa-ção Portuguesa para a Defesa doConsumidor (DECO) assinaramum protocolo para abertura deum gabinete de informação aoConsumidor.

O atendimento aos consumi-dores da freguesia será feito nasinstalações da Junta, na últimaquarta-feira de cada mês. Osinteressados poderão fazer mar-cação junto dos serviços da sec-retaria da Junta ou pelo telefone263 504 415.

Entretanto serão tambémpromovidas sessões de esclare-

cimento ao consumidor, onde seprocurará responder a questõesfrequentes como é o caso:

– Quem é o consumidor?– Se não funciona posso

devolver?– Há normas para bens ali-

mentares?– Publicidade? Rotulagem?– Os Contratos são justos

para os Consumidores?Uma iniciativa que pretende

ser útil aos consumidores, e quetem como objectivo esclarecer einformar.

____Mafalda Fonseca

Atendimentojurídico gratuitoao consumidor

Num investimento global de151 mil euros e com prazo pre-visto de 110 dias, já está a de-correr a empreitada de execuçãode redes de drenagem nas RuasÓmnia do Jorge e Capitão Sal-gueiro Maia em Foros de Sal-vaterra.

Também em Marinhais vaiser dado o início a uma obra deRede de saneamento, EstaçãoElevatória e Rede de água naRua do Furo.

Esta é uma empreitada orça-da em 222 mil euros, que aindanão tem data de início dado queainda se encontra em fase deabertura de concurso.

Já em fase de recepção decandidaturas está o investimen-to destinado a pavimentação naRua da Moagem em Foros deSalvaterra, uma obra que seráuma breve realidade.

____Mafalda Fonseca

Novos investimen-tos no Concelho

É numa faixa etária maisavançada que os burlões ata-cam com mais frequência, oupor ser uma classe maisdesprotegida pois na maiorparte não sabem ler nem escr-ever, ou porque estão sozin-hos nas suas casas emhorários em que os familiaresestão a trabalhar, facilitando edando tempo aos burlões queusam a sua lábia para osiludir, e manipular.

Mais uma vez aconteceuno nosso concelho, fazendo-se passar por um funcionáriode um banco, o burlão iludiuduas idosas dizendo que asnotas de cinquenta euros

iriam sair de circulação,levando as idosas até ao localonde guardavam os tostõespara os medicamentos e paraa comida.

Quando já detinha o din-heiro em sua posse o burlãofugiu sem deixar rasto.Nestes dois casos de burlaforam roubados cerca de 500euros, a idosas com idades de86 e de 96 anos de idade.

De salientar que o GrupoTerritorial de Santarém daGNR tem estado empenhadoem prevenir e combater estetipo de crimes.

_____Mafalda Fonseca

Burlões voltama atacar

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ALMEIRIM

É já no dia 15 de Março, apartir das 10:00 h da manhã, quecomeça a grande festa de encer-ramento do 11.º Projecto UmDia Pela Vida a decorrer desde28 de Outubro de 2007 em Al-meirim.

Trinta e sete equipas estãoinscritas neste evento da LigaPortuguesa Contra o Cancroque já conta com mais de 100mil Caminhantes Pela Vida.

À Pista da Caminhada, vão--se juntar momentos de muitaemoção e diversão para todas asidades e para toda a família.

Pelo palco e ao longo do diaactuarão diversos artistas, Gru-pos Folclóricos, Tunas Acadé-micas, tendo já confirmado a

presença alguns artistas nacio-nais como o José Cid, Vicenteda Câmara, Maria Ana Bobone,Teresa Siqueira, Francisco Re-belo de Andrade, António deNoronha, Manuel da Câmara emuitos outros.

Um dia em que se prevê aafluência de dezenas de milha-res de pessoas no espaço monta-do junto à Praça de Touros deAlmeirim.

Este é um Projecto da LigaPortuguesa Contra o Cancro,que em menos de 3 anos se tor-nou um sucesso no panoramado Voluntariado Nacional.

____Rita Teles Branco

“Um Dia Pela Vida”de Almeirim chegaà sua fase final!

O renascer do Carnaval deTomar trouxe 35 mil pessoas aTomar, um número que a orga-nização diz que vai dobrar para2009.

O desfile foi descrito como“fantástico” e “espectacular”pelos milhares que encheram asruas do percurso. A excentrici-dade dos automóveis Mini e do

Custom Circus e as piadas polí-ticas locais, visíveis nos carrosalegóricos, juntaram-se à origi-nalidade das centenas de mas-carados que participaram noGrande Corso. Para o próximoano “há mais”, garante a Tomar-Iniciativas. – Associação deCultura, que organizou os seisdias de festa.

Grande Corso doCarnaval de Tomar

ALMEIRIM

SANTARÉM

O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 23 • Março de 2008 31

NOTÍCIAS DO DISTRITO

O Rancho Folclórico deBenfica do Ribatejo está a or-ganizar o 1.º Festival Interna-cional de Almeirim.__

Na organização deste festi-val estão envolvidas as váriasAssociações, e Colectividades doConcelho, bem como a CâmaraMunicipal de Almeirim e as Jun-tas de Freguesia, num eventoque vai decorrer nos dias 24, 25,26, e 27 de Abril, contando des-de já com a participação de 10grupos Folclóricos Estrangeiros.

Do programa fazem partedesfiles, actuações, ateliers dedança, noites de gala e anima-ções de rua a rodar pelas várias

freguesias com o intuito de atra-vés da música e da dança se que-bre barreiras de raças, credos ouideologias.

Grupos vindos dos quatrocantos do mundo terão oportu-nidade de celebrar a paz entre ospovos e revelar o que cada povotem de diferente e de único; ouseja; a sua identidade. Algunsdos grupos participantes vêm deTurquia, Índia, Finlândia, Grécia,Inglaterra, Finlândia e Angola.

A organização refere que sãocerca de 3 centenas de partici-pantes estrangeiros, perfazendoum total previsto de 500 pessoas.

O “O Jornal de Coruche”falou com José Carlos Silva,vereador da Câmara Municipal

de Almeirim que referiu: “a ini-ciativa partiu do Rancho deBenfica e os primeiros passosforam dados por eles, este é umevento de grande dimensão enão existe melhor forma que éficando já decidido que será umevento bienal. Acreditamos quevai ter um balanço positivo e asexpectativas são boas”.

De salientar também queainda não está decidido o localpara o espectáculo de encerra-mento, mas já existem ideiastais como a praça de touros.

Um espectáculo a não perderem Benfica do Ribatejo.

____

Mafalda Fonseca

Benfica do Ribatejo organiza

Internacional FolkdandeFestivalDe 24 a 27 de Abril, Benfica do Ribatejo engalanadapara receber Grupos de Folclore estrangeiros

Uma delegação da Comis-são Política Permanente Dis-trital do PSD de Santarém,reuniu, no passado dia 9 deFevereiro, na vila da Golegã,com o Secretariado Regional deSantarém da União das Miseri-córdias Portuguesas, decidindomanifestar a sua profunda pre-ocupação pela falta de diálogoque o Governo do PS tem de-monstrado para estas institui-ções, nomeadamente através dapublicação de normas e legis-

lação para o sector, sem ouvirestes interlocutores principais,atrofiando o normal funciona-mento de muitas Misericórdias;

Alertar o Governo para aprofunda desconfiança com queestá a tratar estas instituições –tendo em conta as limitaçõesorçamentais com que se deba-tem para acorrer a todos oscasos sociais – dado que nosforam confirmados alguns gra-ves problemas de asfixia finan-ceira, nalgumas Misericórdias,

que podem levar à extinção dasua actividade

Denunciar a difícil situaçãoeconómica e financeira pelaqual o País, muitas famílias emuitos cidadãos, estão a passar,levando as instituições de na-tureza social a um redobradoesforço para suprir e colmatar opapel social que incontornavel-mente cabe ao Estado no auxílioaos mais desfavorecidos e aosmais carenciados.

____

Comissão Política do PSDreuniu com Misericórdiasdo Distrito

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Em visita ao Couço no pas-sado mês de Fevereiro, numainiciativa em defesa dos produ-tos tradicionais, Jerónimo deSousa, secretário-geral do PCP(Partido Comunista Português),teceu algumas criticas à ASAE(Autoridade para a SegurançaAlimentar e Económica).

Jerónimo de Sousa, citadopela Lusa, acusou a ASAE deter um “fundamentalismo proi-bicionista que mata também osespaços de convívio nos merca-dos, festas e feiras tradicio-nais”. Jerónimo criticou aindaas pesadas multas a certas práti-cas comuns do mundo rural,como por exemplo o abate ca-seiro de animais.

O secretário-geral do PCP,afirmou ainda que: “não está emcausa a necessidade e exigênciade garantir regras de higiene esegurança alimentar na pro-dução e comercialização dosprodutos regionais tradicionais

e na sua confecção, mas o olharfundamentalista e proibicionis-ta de tudo o que é resultado deanos e anos de experiência acu-mulada de um povo, para pa-dronizar o que a vida tornou di-ferente em qualidade e sabor!”

O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 23 • Março de 200832

JAZIGO PARTICULAR ABANDONADOJacinto Amaro de Oliveira Barbosa, Presidente da Junta de Freguesia de Coruche, nos ter-

mos da Lei nº 169/99, de 18 de Setembro, Artigo 38º, alínea h), com as alterações introduzidaspela Lei nº 5-A/2000, de 11 de Janeiro, torna público que:

No cumprimento do estipulado no Regulamento dos Cemitérios de Santo Antonino,Azervadinha e Rebocho, Capítulo VI, Artigo 41.º, n.º 1, consideram-se abandonados, podendodeclarar-se prescritos a favor da Freguesia, os jazigos, cujos concessionários não sejam conheci-dos ou residam em parte incerta e não exerçam os seus direitos por período superior a dez anos,nem se apresentem a reivindicá-lo dentro do prazo de sessenta dias, depois de citados por meiode editais afixados nos locais habituais e publicados em dois dos Jornais mais lidos no Concelho.

Após proposta e respectiva aprovação por este Órgão Executivo em reunião ordinária de29.01.2008, faz saber que, desconhecendo-se a identidade do(s) concessionário(s) do Jazigo n.º15 do Cemitério de Santo Antonino, e apresentando o mesmo evidentes sinais de degradação edeterioração, seja declarado abandonado a favor da Freguesia de Coruche, caso ninguém se apre-sente a reclamá-lo dentro do prazo de sessenta dias.

Para constar se passou o presente e outros de igual teor, que vão ser legalmente afixados noslocais habituais e publicados em dois Jornais do Concelho.

Este Edital entra imediatamente em vigor a partir da data da sua publicação.

Junta de Freguesia de Coruche, 20 de Fevereiro de 2008

O Presidente da JuntaJacinto Amaro de Oliveira Barbosa

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 23 • Março de 2008 33

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Não houve outra nação a parda portuguesa que, com tãopoucos homens, tivesse escritopáginas tão significativas naevolução da humanidade. Cheiade actos individuais de bravurae heroísmo, demonstrados emsituações que desafiam a lógica,surgiram as perguntas de comofoi possível e com que armas éque se confrontaram tão escas-sos números de portuguesescontra exércitos, em geral, subs-tancialmente superiores!

Esta obra, não só narra umasérie de casos extraordinários,como dá acesso ao conhecimen-to das armas de ambos os ladosdas contendas. No estudo com-parativo do respectivo arma-mento surgem explicações quenos esclarecem sobre as razõespelas quais certos riscos foramassumidos. No entanto, não sepode simplificar a questão, pen-sando que a superioridade das

armas explica tudo. Sendo ver-dade, em alguns casos, noutrosnão o é, ficando a razão princi-pal na qualidade dos homens, nasua fé, coragem e convicção nadefesa da sua existência, enfim,da sua identidade portuguesa,então plenamente assumida.

Alguns Feitos HistóricosSurpreendentes Relatados Nes-te Livro

– Suleimão Paxá cercou,com cerca de 70 galés turcas eum exército de terra de 23.000homens, a fortaleza de Diu,defendida por apenas 600 por-tugueses. Após meses de lutasincessantes e a perda de milha-res de homens, o turco desistiudo cerco, considerando os por-tugueses invencíveis. Entre osmortos e feridos do lado por-tuguês, já só havia 40 guerreiroscapazes de lutar quando o exér-cito inimigo se retirou.

– Um piloto português veioda Índia para Portugal numpequeno barco a remos comuma só vela, tendo o Rei D.João III mandado queimar aminúscula embarcação para nãoconstar que uma viagem destasfosse possível.

– Um português desafiousozinho um exército turco demilhares de guerreiros pararecuperar um capacete perdidoque lhe tinha sido emprestado.

– Cinco portugueses toma-ram uma galé turca de 150 guer-reiros.

– Dois portugueses defende-ram um baluarte em ruínas con-tra 700 turcos que o estavam aescalar, impedindo a sua toma-da.

– 120 portugueses conquis-taram e queimaram uma fort-aleza defendida por um exércitode 50.000 guerreiros.

Homens, Espadas e Tomatesde Rainer Daehnhardt, editado pela Zéfiro

Os textos deste livro foramescritos entre 1978 e 2004 emnumerosas revistas militares ena imprensa a que se juntamtextos de intervenção em oca-siões diversas e conferênciasproferidas.

São fundamentalmente pe-ças de intervenção cívica queespelham a nossa observação dasociedade portuguesa e do mun-do vistos em vários âmbitos, aolongo de quase 30 anos.

Da análise dos textos evi-denciam-se as preocupações doautor, acompanhado de críticas,análise de eventuais causas epropostas de soluções ou pistaspara o futuro.

O autor descreve-nos o livro;onde não vão ler romance, fic-ção, mistério ou poesia. Vãomergulhar em escrita de “com-bate”, de crítica social e política,de enquadramento estratégico ehistórico e de considerandosprofissionais.

São textos de intervenção cí-vica com pretensões à defesa daInstituição Militar e à preser-vação da independência de Por-tugal.

Não é um escrever redondo,nem pretende agradar a todos.Implica escolhas. Politicamenteé incorrecta q.b. e para alémdisso. Muitos sentiram-na agres-siva e excessiva. Mas creio que

nunca se interrogaram verdadei-ramente se os factos sobre quese versava não seriam eles pró-prios mais agressivos e exces-sivos.

E, já agora, quem assim nãoprocedia será que conseguiuresolver algum dos problemascom que sucessivamente nosfomos sendo confrontados?

Procurámos não ser nuncaofensivos e deixar sempre algu-ma substância. Sem embargomuitas frases aparecem poucoburiladas.

A elegância, essa, é uma pro-cura de sempre. Houve sempreo factor tempo. Foi um riscoassumido.

À Frente do TempoJoão José Brandão Ferreira

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 23 • Março de 200834

Um dos sucessos de vendasdo momento é este romance dajovem Cecelia Ahern. P.S. – Euamo-te é um romance quemostra como é possível contin-uar a amar, mesmo depois dofim da vida.

Eis a história de Holly eGerry, um casal de jovens quese separa aquando da morte pre-matura de Gerry. Este, comoque prevendo a tragédia, deixauma série de cartas que vão per-mitir a Holly ter um recomeçode vida menos doloroso, cheiode aventuras, sempre com umagarantia, o amor do seu marido.

Uma história que tambémpoderá ver nas salas de cinemado país. Não perca!

A não perder . . .

Telma Leal Caixeirinho

SUGESTÕES

LIVRO

Se apenas uma razão houvessepara ver esta história bastaria ofacto de ser considerado o filme doano pelos Óscares da Academia deHollywood.

Além deste “pormenor” EstePaís Não é Para Velhos fala detemas tão reais e actuais como trá-fico de droga, dinheiro, muito din-heiro, violência, de crime e castigonum lugar onde ainda existemxerifes à antiga. Este filme contacom a participação de JavierBardem, que venceu o Óscar paraMelhor Actor Secundário, e deTommy Lee Jones, entre outros.

Não deixe de assistir ao filmedo ano de 2007.

CINEMA

Este País Não é Para Velhos de Joel e Ethan Coen

P.S. – Eu Amo-te de Cecelia Ahern

Into the Wild (O Lado Selva-gem), realizado por Sean Penn,é um dos melhores filmes de2007.

Graças à fantástica história,baseada num caso real, à inter-pretação e realização e, tam-bém, à extraordinária bandasonora, da responsabilidade deEddie Vedder, vocalista dosPearl Jam.

Melhor que quaisquer pala-vras será escutar este CD.Fascinante!

CD

Banda Sonora do filmeInto The Wild de Eddie Vedder

• Guia Prático da Encantadora de CãesEsta é talvez a melhor maneira de mudarmos a nossa maneira de pensar emrelação aos fiéis amigos de quatro patas. O “Guia Prático da Encantadora deCães”, da autoria de Jan Fennell, ajuda-nos a melhor compreender o nosso com-panheiro. O livro, muito bem ilustrado, aparece dividido em sete partes. Desdeo primeiro contacto que temos com o novo hóspede em nossa casa até ao saberlidar com os mais diversos problemas comportamentais que ele possa evidenciar.Este best-seller internacional, editado em Portugal pela mão das PublicaçõesEuropa-América, é o primeiro de um conjunto de três livros versando esta ma-téria, e escritos pela mesma autora. A sua fama atingiu tão grandes proporçõesque a autora é, hoje, presença activa e frequente em programas de rádio e tele-visão da BBC.

• A Senhora das EspeciariasChama-se Chitra Banerjee Divakaruni e escreveu, através da Booket (DomQuixote), “A Senhora das Especiarias”. Trata-se de um romance que revela osmistérios universais do coração humano e explora o choque entre o Oriente e oOcidente. O livro desvenda o dia-a-dia de uma comunidade indiana radicada nosEstados Unidos. Ao longo das páginas desta obra, surge a rotina diária de umaloja de especiarias situada em Oakland. É aqui que aparece Tilo, mestra em espe-ciarias que, no contacto directo com os seus clientes, os ajuda a encontrar a mer-cadoria preciosa que procuram. No entanto, tudo parece mudar quando a pro-tagonista conhece um americano por quem se apaixona…

• Vocabulário de DificuldadesDedicado a todos os amantes da língua portuguesa, “Vocabulário de Difi-culdades” é um livro de consulta permanente. Aqui podemos encontrar um con-junto de palavras correntes cuja ortografia acaba por suscitar algumas dúvidas.Segundo o professor António Matoso, autor desta e de outras obras do género,este livro da Quarteto contém muitos nomes recentes, nalguns casos aindaausentes dos dicionários. O objectivo é igualmente esclarecerem-se dúvidas quevão desde a função gramatical das palavras aos femininos e superlativos irregu-lares, passando pelas diferentes grafias do português de Portugal e do Brasil,fonemas mudos ou distinção das parónimas.

• Livro para Saber o que as Raparigas PensamÉ, sem margem para dúvidas, a obra mais divertida que li nos últimos meses.Este “Livro para Saber o que as Raparigas Pensam”, escrito por uma mulher –Rute Moreira – e prefaciado por Sérgio Godinho, responde a um conjunto deperguntas feitas por miúdos e graúdos. É essencialmente dirigido aos rapazes. Oque é que eu tenho de mudar para ela gostar de mim? O que temos de fazer quan-do elas nos irritam? Como é namorar… o que é que se faz? Como é que eu seise ela gosta de mim? São algumas perguntas que aqui terão resposta imediata.Mas não se pense que este livro da Guerra e Paz assenta em teorias. Nada disso!Ao longo de quase 200 páginas, podemos encontrar um conjunto de exemplospráticos que vão desde alguns segredos revelados a algumas situações cómicasno relacionamento entre homens e mulheres.

• SUGESTÕES DE LEITURA de Mário Gonçalves

A Fadista coruchense Ana Moura, esteveem Paris durante o mês de Fevereiro, ondeapresentou o seu novo álbum, “Para além dasaudade”.

Ana Moura, contou com Manuel Neto(guitarra portuguesa), Jorge Fernando (viola)e José Elmiro (viola – baixo), que a acom-panharam nesta deslocação a Paris.

Ana MMouraem PParis

A travessia do vale do Sorraia, é famosa pelassuas sete pontes, seis das quais metálicas.

O tom acinzentado a que estamos habituados,irá desaparecer, pois irá dar lugar a cores maisgarridas, começando com o amarelo ocre na pri-meira travessia de quem vem do cruzamento doMonte da Barca e terminando com o vermelho naponte Teófilo de Trindade, sobre o rio Sorraia.

Pontes ccoloridas

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Jornal de Coruche: Comofoi que tudo começou?

Nelson Filipe: Começou háum ano atrás na altura do Dakar2007, quando no revista Auto-sport li um artigo sobre a parti-cipação de duas equipas portu-guesas no rally Plymouth-Ba-mako e num almoço de amigos,surgiram mais umas quantasequipas mas só eu e o Zé em-barcamos nesta aventura.

Três meses depois formali-zamos as inscrições no site ofi-cial da “prova”. No início de Ju-nho fomos à apresentação ofi-cial da prova, onde nos faculta-ram algum material necessário,mapas, guias, etc.

JC: Foi fácil arranjarquem patrocinasse esta aven-tura?

José Macário: Esta aventu-ra foi patrocinada pelos nossosamigos e pelas nossas empre-

sas. E entre nós todos conse-guimos arranjar dinheiro paraequiparmos a viatura.

NF: recorremos também aalgumas empresas da regiãoque não deixaram de nos apoiar.

JC: Tinham noção dosperigos e problemas que po-deriam surgir a qualquer mo-mento?

NF: Tínhamos uma ideia dosperigos, já tinha atravessado aMauritânia duas vezes, mascom uma viatura de tracção àsduas rodas é muito mais difícil.

JC: O que sentiram aopartir?

NF: Estávamos ansiosos porpartir, o desejo por embarcarnesta aventura era enorme.

JM: As saudades da famíliacomeçaram dez dias depois.

JC: Onde dormiam e oque comiam?

JM: A alimentação era à ba-se de enlatados, como tínhamosfogão fazíamos o nosso almoçoe jantar.

NF: A dormida era na tendaou em pensões, em Marrocos,

como o frio era muito dormía-mos nos albergues, a oferta eramuita, era fácil arranjar dormi-da, mas daí para baixo, as noiteseram passadas na tenda.

JC: Onde estavam quandosouberam que o Dakar 2008tinha sido cancelado?

JM: Estávamos no SaharaOcidental, era a última noite queiríamos passar antes de entrar-mos na Mauritânea.

JC: Sentiram alguma pres-são por parte da organizaçãopara não atravessarem a Mau-ritânia?

NF: Não. No terreno não háorganização, estávamos por nos-sa conta e risco, tínhamos umroadbook que nos aconselhasobre o percurso e os perigos.Houve no entanto, alguns ele-mentos do nosso grupo que en-traram em contacto com o orga-nizador, que os informou que oque se tinha passado com osfranceses terá sido um caso iso-lado, dado que tinham sidoassaltados, não foi nenhum actoterrorista. E que a partir dessaaltura tudo iria ser mais seguro,dado que iria existir mais pa-trulhamento nas estradas. Postoisto decidimos todos continuar a“prova”.

JC: Sentiram medo quan-do souberam a notícia?

JM: Não, nem no terrenonotámos algum tipo de proble-ma. No dia em que passámos nolocal onde os franceses forammortos, íamos preocupados,psicologicamente afectou-nosum pouco, devido às noticiasque corriam e que chegaram aténós. Não é uma zona bonita daMauritânia, bem pelo contrário,o povo tem um aspecto pior.Uma zona horrível mesmo(risos).

JC: A vossa amizade foiposta à prova? Em algum mo-mento entraram em conflito?

NF: Não, porque não nosconhecemos desde ontem e se-ria bastante difícil a nossa ami-zade ser posta à prova. Tivemosalgumas divergências mas com

O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 23 • Março de 2008 35

Nelson Filipe e José Macário

ÀÀ ddeessccoobbeerrttaa ddee ÁÁffrriiccaappoorr uummaa ccaauussaa jjuussttaa

Nelson Filipe e José Macário viveram uma inesquecível aventura, ao participar no Coruche–Bamako Challenge comum propósito humanitário. Nestes 26 dias foram postos à prova, não só pelas condições climáticas mas também pelaviatura que conduziam e pela dureza do percurso. Fomos saber como foi!

Coruche-Bamako Challenge

> continua na página seguinte

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Decorreu, como todos osanos acontece, a Sessão Solenede Abertura do Ano Judicial,desta vez muito publicitada emfunção das declarações espera-das do Bastonário da Ordem dosAdvogados, António MarinhoPinto.

Mais uma vez foi possívelescutar as palavras do Presiden-te do Supremo Tribunal de Jus-tiça, Luís António de NoronhaNascimento, e mais uma veznos foi dado ver a pouca atençãoque, de um modo repetido, acomunicação social televisivaàs mesmas atribuiu.

De resto, nem mesmo consi-go recordar, no momento emque escrevo este texto, peranteos tão candentes problemas do

nosso Sistema de Justiça, umaentrevista televisiva ao Presi-dente do Supremo Tribunal deJustiça e do Conselho Superiorda Magistratura.

E se dei, desde o início, omeu mais cabal acordo às maisrecentes declarações de AntónioMarinho Pinto, também nãoposso deixar de concordar comaquela frase bem significativado Presidente do Supremo Tri-bunal de Justiça, quando referiuquem vê todos os males do Sis-tema de Justiça numa só corpo-ração, porventura a dos que maistrabalham e a ele se dedicam.

Fixei, contudo, uma frasemuito particular de um dosoradores, o Procurador-Geral daRepública, ao garantir que todos

devem ficar cientes de que oscrimes, todos os crimes, serãopunidos independentemente daescala social, da fortuna ou daposição política.

A questão que aqui coloco éesta: pode uma tal garantia serdada, em Portugal, por quemquer que seja? A minha opiniãoé que não pode. Uma coisa sãoos princípios e a boa formaçãomoral de muitos dos que andamnas coisas da Justiça, outra omodo português de estar na vidae o nosso ordenamento jurídico,que, entre outros mimos, impe-de que quem tem riqueza inex-plicada tenha de demonstrar asua origem!

Se as coisas fossem como oProcurador-Geral da Repúblicanos referiu, nós teríamos hojenas prisões, para lá dos portu-gueses da classe mais humilde,ou da classe média, tambémoutros dos patamares mais ele-vados e de todas as profissões.

O que hoje se passa é, emtermos de probabilidade, umacontecimento quase-impos-sível.

____* Analista político

O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 23 • Março de 200836

Hélio Bernardo Lopes *

POLÍTICA

Tomei conhecimento do con-junto de instruções que o Pro-curador-Geral da República emi-tiu sobre a execução da Lei dePolítica Criminal, mas ficou-meuma dúvida algo inquietante, seacaso tenho razão.

Uma das áreas que consideraprioritárias no âmbito da apli-cação daquela lei é a criminali-dade organizada e violenta so-bre as pessoas, o que, a uma pri-meira vista, parece merecer todoo apoio. Tenho, porém, dúvidassobre o alcance da expressão.

E a dúvida é esta: tal áreainclui, ou não, a criminalidadeorganizada, mesmo que se nãomaterialize em violência sobrepessoas? A uma primeira vista,parece que não, antes sendo ori-unda, tal preocupação, da corre-spondente a quanto se pôde verem torno do sub mundo da noiteportuense, e daquele históricohomicídio do dono do bar “OAvião”, de que nunca mais sefalou.

Uma segunda área prioritáriaé a que diz respeito aos maustratos sobre pessoas idosas, cri-anças e deficientes. Uma inicia-

tiva que merece o mais cabalapoio de todos os portugueses,mas que se materializa, primeiroque tudo, através de medidas denatureza preventiva e pedagógi-ca. E será que isso irá ser feitopelas entidades a quem taismedidas competem? É poucoprovável. Ou seja, resta o exem-plo punitivo, que também éimportante.

Quanto ao caso dos arguidosdetidos e dos processos à beirada prescrição, pois, trata-se deuma medida absolutamenteessencial, desde logo, para a de-fesa do próprio prestígio doSistema de Justiça.

Já quanto à necessidade deevitar os designados mega-pro-cessos, parece poder colocar-sealguma dúvida. E isto porque ésempre possível que na fase detribunal, porventura, mesmoantes, possam ser suscitadascorrelações fortes que levem aoalargamento do processo. Ou anovos processos.

Ou seja, não é possível, nemnatural, mandar estancar umainvestigação a dado passo, ape-nas por ser preferível evitar me-

ga-processos. Um tema sobreque teremos de esperar para ver.

Por fim, a grande dúvida, aomenos para quem acompanha oque se passa a partir da comuni-cação social: e a corrupção e agrande criminalidade económi-ca e financeira, que são fenóme-nos culturais e endémicos noseio da sociedade portuguesa?

Como se vai vendo quase to-dos os dias, este tipo de ilícitonão arrasta necessariamenteviolência sobre pessoas, maugrado ser o tipo de grande crimi-nalidade mais frequente no seiodas sociedades neoliberais dosnossos dias. Da nossa, muito emespecial.

A menos que se trate de umainformação parcialmente reco-lhida, não é possível deixar deestranhar que, num país com ascaracterísticas culturais que sãoas nossas, se possa não consi-derar como prioritário o comba-te a um dos maiores flagelos dosnossos dias, que são a corrupçãoe a grande criminalidade econó-mica e financeira. Será que eunão li tudo?

____

o diálogo facilmente as resol-víamos.

JM: Penso que a amizadenão foi posta à prova, houvealgumas divergências, mas tam-bém tinha a noção de o Nelsonser muito mais conhecedor des-tes percursos, pois já os fez mui-tas vezes, mas facilita demais,coisa que ele próprio tem noção.

JC: Como eram recebidospelos outros povos?

JM: Éramos muito bem re-cebidos, eram muito amistosose sempre prontos a ajudar noque precisávamos para seguir onosso percurso.

NF: Recebiam-nos com mui-ta alegria, queriam sempre sabero que andávamos a fazer, de on-

de vínhamos, para onde íamos eprincipalmente de onde éramos.Perguntavam-nos muitas vezes,o porquê de andarmos em auto-móveis convencionais e não emjipes.

JC: Chegaram ao fim?NF: Não chegámos ao fim

com o nosso carro, ficámos a400km do destino, problemascom o motor, não gripou masparou, fomos rebocados 130kmpor uns colegas ingleses, quetinham um Ford Transit. Mascomo não tínhamos o travão depé era muito difícil continuar-mos a reboque, valeu nessaaltura a habilidade do Zé, quecom o travão de mão fez comque conseguíssemos aguentaros 130km, mas a estrada nãotinha condições, era constante-mente atravessada por animais etinha muitas pedras e buracos enós decidimos então vender ocarro e entregarmos o dinheiroquando chegássemos a Bamako(a capital do Mali).

JC: Sentiram o sabor demissão cumprida?

JM: Sim, missão cumprida,conseguimos vender o carro nãoem Bamako mas 300km antes,mesmo assim realizámos bomdinheiro com a sua venda, di-nheiro esse que entregámos àorganização, pois era o nossoobjectivo. (Todas as verbas anga-riadas são entregues às ONG’slocais, que investem esse dinhei-

ro na abertura de poços de águapotável, melhoramento de salasde aula e compra de materialhospitalar, para as aldeias maiscarenciadas do deserto e SahelMaliano).

JC: Qual a história maismarcante nesta aventura?

JM: O dia mais marcante foiquando saímos da capital daMauritânia para irmos para osul, para apanharmos as pistaspara o Mali, íamos muito ten-sos, preocupados e angustiadoscom o que se tinha passado comos franceses e de também nosterem avisado que a estrada nãoprestava.

NF: Para mim a históriamais marcante foi a de no espa-

ço de 300m termos dois furos,dois furos incríveis, em que umbico de uma pedra escondidafura o pneu na lateral e que osrasga por completo. O engraça-do é que em 7000Km os únicosfuros que tivemos foram numadistância de 300m. Fizemos30km com um pneu furado, atéuma aldeia onde comprámosdois pneus usados e finalmenteultrapassámos esta situação in-sólita.

JC: Pensam voltar no pró-ximo ano?

NF: (risos) este ano não, ago-ra é tempo de parar e reflectir.Temos as nossas famílias e asférias também têm que ser par-tilhadas com os filhos e as espo-sas. Mas quem sabe um dia, quemsabe para outro destino, talvezÁsia.

JM: Eu partilho da mesmaopinião do Nelson até porquenão iria sozinho, dado que a me-lhor ferramenta para levar paraÁfrica é mesmo o Nelson (risos).

Nelson Filipe e José Macáriogostariam de agradecer a: A.A. João,Talho do Manel, Soldicorte, Metrime-dida, Constrotintas, JNR BP Gás,Arq.Dinis Serrão, A Tasca, ConsultoriaFinanceira, A Quintinha, CarregadoCabelereiros, Coelho Seguros, AutoPneus Carrapo, A&R Aguiar, DIKADesign, J.Macário, Mr. Rino, CaixaAgrícola, Corsat e Loja das Tintas.

____Entrevista de

José António Martins

E a corrupção?

A realidade dos factos

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> continuação da página anterior

Coruche-Bamako Challenge

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 23 • Março de 2008 37

Fazemos parte de uma orga-nização europeia com algunsanos de existência e que nos temproporcionado bastantes fundosfinanceiros para o desenvolvi-mento dos mais variados sec-tores das nossas actividadesprodutivas e não só.

É certo que se fizermos umaretrospectiva e olharmos para oque éramos há dez ou quinzeanos temos que concluir quetivemos bastantes melhorias emmuitos aspectos, mas que con-frontados com os nossos par-ceiros europeus ficamos quasesempre nos últimos lugares,salvo uma ou outra honrosaexcepção.

Para o nosso orgulho feridoverificamos que todos os paísesque iniciaram a união europeiaconseguiram, de um modo ge-

ral, desenvolver-se bem mais doque nós. A determinada alturaficámos um pouco mais anima-dos quando se deu o alargamen-to, uma vez que aqueles paísesde economias débeis e de menordesenvolvimento, ficavam, noranking europeu, abaixo de nós.

Os tempos foram passando ehoje em dia já alguns deles nosultrapassaram, tendo sabidoaproveitar as oportunidades eestruturando os seus países demodo a proporcionar aos seusnativos uma vida melhor e umamaior alegria de viver.

Embora não sejamos os“coitadinhos” da Europa, somosum país que não consegue de-senvolver-se convenientemente,que dificilmente cria riqueza,que parece estar fadado para oinsucesso.

Orgulhamo-nos dos emigran-tes que temos, pois salvo algu-mas excepções, são compatrio-tas que elevam bem alto as vir-tudes da raça Lusa, quer nocampo do trabalho indiferencia-do, quer no trabalho intelectuale científico.

O que se passa dentro dasnossas fronteiras parece nada tera ver com o atrás referido, umavez que tudo se complica, ondese proferem milhentas palavras,se fazem estudos brilhantes, secriam comissões para tudo epara nada e cujos resultados ounão se sabem por ser secretos ouentão ficam no mundo infindodas boas intenções ou no tradi-cional deixa andar que logo sevê, características muito comumda mentalidade portuguesa.

____

José Manuel Caeiro

REFLEXÕES

O nosso fado

Na noite de sexta feira 6 deAbril do ano passado, EduardaFerreira de 43 anos foi surpreen-dida por três assaltantes, erameles João Oliveira de 30 anos aresidir em Alhandra, pintor deprofissão, Luís Coutinho de 30anos, Serralheiro e Cláudio Ca-macho de 21 anos.

Os ladrões chegaram numacarrinha azul escura, proprieda-de de um deles (Luís Coutinho),com matrícula falsa, aguarda-ram a saída de todos os clientese ameaçando Eduarda Ferreira,e a sua filha Alexandra de 21anos que lhe fazia companhia.

Obrigaram a abrir a lojaintegrada no posto de abasteci-mento e exigiram o dinheiro queestava na caixa (cerca de 150euros), mantendo Eduarda e

Alexandra amarradas, tentaram,sem resultado abrir um cofreque está no local.

Entretanto um alerta foi da-do à GNR que se deslocou deimediato ao local, o que fez comque os indivíduos saíssem daloja com Eduarda Ferreira agar-rada e com uma espingardaapontada à cabeça.

Na altura em que a GNRpretende intimidar os assaltan-tes e dispara para o ar, eles fo-gem e um deles dispara emdirecção à patrulha da GNR,atingindo mortalmente EduardaFerreira.

Dois dos assaltantes fugiramna carrinha e o último fugiu apé. Depois da detenção os trêshomens são acusados de assal-tos à mão armada, ocorridos em

Março do ano passado em Mér-tola e Ferreira do Alentejo e defurto de um jipe e de diversosobjectos em Santo Isidro na fre-guesia de Samora Correia.Passado quase um ano, e nobanco dos Réus os três indivídu-os são acusados de Homicídioqualificado.

O Julgamento decorreu nopassado dia 14 no tribunal deBenavente, mais de meia cente-na de populares quiseram obser-var de perto a cara dos três ho-mens que roubaram a vida à sua

familiar, amiga, vizinha, ou ape-nas conhecida; Eduarda Ferreira.

Durante o julgamento a ad-vogada Susana Lourenço reque-reu tempo para preparar a defe-sa. Por sua vez o Colectivo deJuízes fez alteração de qualifi-cação Jurídica dos factos.

O advogado de acusação,Luís Raposo, referiu que osindivíduos estavam acusadospor roubo agravado e o Minis-tério Público entendeu que nãohavia indícios suficientes noprocesso que permitissem acu-

sar por Homicídio Doloso, isto éHomicídio Intencional.

Sendo Doloso não é simples(punido com pena de 8 a 16anos de prisão), porque emfunção de um conjunto de cir-cunstâncias que terão ocorrido eque estão previstas na lei.

O homicídio passa a serqualificado com a pena de 12 a25 anos de prisão.

A população esteve presentee mostrou a sua indignação erevolta e as opiniões foram di-versas, mas todas no mesmosentido; “é uma miséria, matamas pessoas e ainda se estão arir”; “deviam ser condenados àpena de morte”; “é um abuso jánão há leis” – Estas algumas dafrases que se faziam ouvir entrea população aquando da pas-sagem dos arguidos para o carroque os transportou até ao estabe-lecimento prisional, onde se vãomanter até ao próximo julga-mento.

Este Julgamento irá ter con-tinuidade no próximo dia 13 deMarço, a partir da 9 horas equinze minutos, no TribunalJudicial de Benavente.

____Mafalda Fonseca

Alteração na condenação de homicidasDecorreu no passado dia 14 de Fevereiro, no Tribunal de Benavente,

a primeira fase do julgamento dos três indivíduos que assaltaram o posto de combustíveis ETC,o qual culminou na morte da funcionária Eduarda Ferreira.

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Desta vez, neste viciantejogo de conversão de realidadesterrenas, reboquei o meu canas-tro português para esferas maisnórdicas, e consequentementemais frias, mais altas, mais sisu-das, mais cabisbaixas, mais bemsucedidas, mais realizadas, maisorganizadas, porém, menos fe-lizes.

Sim, estou a falar das gentesnorueguesas. Escandinavas, sequisermos. E em que me baseioeu para considerar o nosso graulatino de felicidade superior?No barulho das ruas, no olhardos que me olham, nas roupasque carregam, nas cores dasroupas que as roupas carregame, por fim, no preço dos bens.Sólidos e líquidos, claro está.

Na arquitectura, na lisonjaexcessiva, no “está tudo bemporque sou daqui” sem um sor-riso natural, enfim no que vejode ouvido e ouço de olhar.

Naturalmente, que um latinogeneraliza sempre, para nós verum casal de namorados norue-gueses sem dar um beijo du-rante meia hora, significa quetodos os noruegueses são frios,que os noruegueses-homem nãosão românticos, e que – qual con-clusão natural qual quê – nenhu-ma mulher norueguesa resistiriaao charme de um puro latino,lusitano neste caso.

Nestas análises sulistas es-quecemo-nos sempre que écomplicado beijar uma mulhernorueguesa quando a maioriadelas se apresenta com o dobrodo nosso tamanho. Assim, vin-gamo-nos e dizemos “ah elassão frias”. Pois, então os norue-gueses são distantes, digo eu. En-vergonhados, por assim dizer.

Ao som de uma corneta queentoa o “Sole mio” soprado porum velhote que bate palmas a sipróprio, limitam-se a olhar des-confiados, como se ele fosse ma-luco, o que pode até ter um fun-do de verdade, mas e então?“Sole mio” à cornetada não épara todos.

Desertos de gelo de onde emer-gem pinheiros, cuja cor naturalse confunde com a própria neve.Talvez nasçam já brancos, sus-surro-me. De boleia em boleia,lá chego ao meu destino onde nomeio das montanhas me espe-

ram dez graus negativos. Deestômago a cantarolar uma mú-sica roufenha, collants pegadasao pernil lá vou andando nomeio daquilo que para mimmais parece o festival das natas,ou um colóquio de nuvens ousei lá...a revolta do pó-de-talco?

Que raio, o criador esqueceu--se de meter alguma cor nisto. Élindo, é diferente, contudo, nãodeixa de ser somente branco.Eis-me na Noruega.

Berço dos Vikings (aquelesbarbudos aventureiros ou bárba-ros), actual país europeu abas-

tado graças ao petróleo local eao investimento energético estran-geiro vive-se bem por estas ban-das, e sendo um país recente(independência em 1905) temna sua história um vasto períodosob domínio quer de dinamar-queses, suecos ou alemães (du-rante a II guerra mundial).

Tudo funciona, transportes,reformas, velhice e juventude.Até irrita de tanta justiça apa-rente. Agricultura apenas 3% detodo o solo vigente, pecuáriapouca (servem-se do maior pro-dutor de porcos do mundo, avizinha Dinamarca), resta a abun-dante madeira e água, água, águae mais água, e por consequênciao que a água acarreta, isto é,peixe, peixe e mais peixe.

Em plena conferência fuiobrigado a questionar ao orador(que teimava em armar-se aoscágados) o que faria a Noruegacom tão pequena área agrícola –findo o petróleo e dada a escas-sez futura de água doce – paramanter o seu nível económico.Respondeu-me que farão umparque eólico ao longo de toda acosta de modo a garantir a ener-gia. Sabendo que para cada mi-lhão de pessoas a média de ven-toinhas gigantes necessárias éde 22000, imaginem a enormi-dade de torres que cobrirá a cos-ta. Não me pareceu viável, a eletambém não e ambos sorrimos.

Contudo, a organização abun-da, e como não podia deixar deser, emigrantes asiáticos (querda Ásia branca, quer da mestiça)compõem as ruas com os seuspequenos negócios e vestindocasacos dois tamanhos acima doideal, onde bem acalcada cabiamais uma pessoa.

Renunciando à União euro-peia, a Noruega pertence à Asso-ciação Europeia de livre comér-cio (a par da Suíça, Liechtens-tein e a Islândia) possuindo ain-da um rei e um primeiro-mi-nistro, ou seja, uma monarquiaconstitucional com parlamentoà mistura, mais ou menos comoum crepe de chocolate com unspikles por cima.

Na capital, Oslo, a beleza édirectamente proporcional aoolhar, por exemplo para um por-tuguês aquilo que a maioriaacha deslumbrante não o é –

O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 23 • Março de 200838

Noruega – Branco EscuroCRÓNICAS DE VIAGENS

Noruega, Fevereiro de 2008

Lá longe um ajuntamento de algodão. Algodões de todo o mundo reuniram-se à minha volta.Não. Não é algodão. É talvez um concílio de noivas. Todas as noivas do mundo amigaram-se ali ao fundo

e aqui mesmo. Talvez procurem maridos ávidos de famílias sonolentas (que não contem comigo). Malfadadas donzelas.Branco magnífico. Paisagem caucasiana. Estalactites nervosas, estalagmites rasteiradoras.

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O presidente da CâmaraMunicipal de Coruche apro-veitou a cerimónia de inaugu-ração da Semana de Activi-dades (Anim´Arte – Ser éAgir!) da Escola Profissionalde Coruche (EPC) para anun-ciar que já existe um novoespaço para serem construí-das as novas instalações daEPC.__

Dionísio Mendes recordouque as actuais instalações já nãosatisfazem as necessidades edu-cativas da escola, por isso, foipreciso encontrar uma alternati-va. O autarca lembrou ainda que

a Escola Profissional de Coru-che tem tido um papel prepon-derante na sociedade coruchen-se, relembrando o envolvimentoque este estabelecimento de en-sino vai também ter no Observa-tório do Sobreiro e da Cortiça.

Salomé Rafael, presidenteda Direcção da Escola Profis-sional de Coruche, fez questãode referir que a sua escola “é umexemplo de envolvência na co-munidade local, nacional etransnacional”. E que esta se-mana de actividades é uma pro-va disso mesmo. “Muito antesde irem para estágio, é nestetipo de iniciativas que os alunosaplicam uma série de saberes”,

referiu a responsável. A ideia acaba por ser refor-

çada por Paulo Cardoso na ceri-mónia de inauguração da sema-na de actividades.

O Governador Civil de San-tarém disse que a EPC tem to-das as condições para “brilhar,pois tem contribuído para odesenvolvimento de Coruche eda região onde está inserida”.Acrescentou ainda que “outracoisa não seria de esperar”,pois conhece a directora daescola há muitos anos, e não serecorda de algum projecto emque Salomé Rafael estivesseenvolvida que não tivesse tidoêxito.

Escola Profissional de Coruchevai ter novas instalações

O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 23 • Março de 2008 39

Lic. em Filosofia

Luis António Martins

falo da zona costeira da cidade –de portos bonitos estamos nóscheios, mas por exemplo umasingela rua coberta de nevetorna-se num suspiro imaginá-rio tornado realidade.

Um país rico não é sinónimode ter as melhores vistas, não ésinónimo de encanto, não é aperfeição aplicada ao meio. Dapobreza também se avistam hi-nos ao deslumbro. A glória quese vê num carro de três rodas(sendo a quarta um cavalo) noNepal não se absorve de trêsMacDonalds a operar em 100metros quadrados em Oslo. Oprogresso traz tantas coisasfoleiras que se fossemos todosnaturalmente abastados have-ríamos de escolher uma décadae viver nela para sempre semnos preocuparmos com a evo-lução da estética, da mecânica ede tudo o mais que nos mete acarteira em franja. Oslo é gira.Oslo não é linda.

De regresso às montanhas,optei pelo comboio embora estafosse uma opção arriscada, ten-do em conta que pagar 50 eurospelo bilhete não estava nosmeus planos. Socorri-me da tác-tica do sono. Ciente da educa-ção e dos bons costumes escan-dinavos, calculei por entre esta-tísticas de joelho a probabili-dade do “pica-bilhetes” meacordar sob pretexto de mepicar o dito que, em abono daverdade, eu não possuía.

Sentei-me, fechei os olhos emantive-me naquele estado emque o meu corpo garante queestou a dormir e o meu cérebro“portuquiavélico” prepara o dis-curso em caso de um “pica-bi-lhetes” mal-educado me “acor-dar”. Três horas depois missãocumprida. Estatísticas correctas.Excessivamente bem-educadospara interromper o “descanso doguerreiro-caloteiro”. O quê? 50euros? São cinquenta dias devida, bem comido e bem bebidoem cerca de 45 países por essemundo a fora. Jamais os inves-tiria em comboios. Eu chamo--lhe sensatez, mas desconfioque não seja virtude.

Parti então, em direcção aTrondheim numa Mercedes de1984, o mesmo será dizer 400km de pura fantasia pelo meiode montanhas, riachos, gelo,árvores, encostas e muita alga-zarra mental. Chegado ali fiquei

surpreso. Trondheim é estranha.Canais venezianos, becos afran-cesados, um bairro alto a fazerângulo recto com a baixa local,ruas longas à moda de Bruxelas,bicicletas a vulso a fazer lem-brar Amsterdão e um turbilhãode misturas arquitectónicas.

Foi-se a neve veio a chuvaao jeito do alívio que nos per-corre quando choramos lágri-mas com razão e sem razão.Vistas imperdíveis de ilhas ins-piradoras, senhoras de porte,cabelos loiros, “rabos-tesoiros”,sorrisos camuflados de respeitodesusado e muita tranquilidaderarefeita e, porquanto, respirá-vel. Trondheim é engraçada.

Sentam-se em redor da tele-visão e vibram. Não, não é umBenfica-Sporting na última jor-nada no apuramento do cam-peão, é somente meia dúzia derapazes que esquiam uns atrásdos outros e o primeiro a chegarganha.

Fez-me uma certa confusãomas é este o sistema: cada paísum desporto, cada país um des-gosto, cada país um mododiverso de dizer que não, cadapaís com diferentes níveis defingimento, cinismo, solidarie-dade e misticismo. Cada paíscom os seus prós e os seus con-tras, os seus nós e as suas mon-tras. Cada país os seus traumas,as suas glórias, as suas frustra-ções. Os seus amores e os seusódios. As suas religiões e dese-jos.

Posto isto, pergunto-me sehaverá diferença entre um país eum homem. A resposta flui: Sãoum e o mesmo, sendo tantos emtoda a parte. Visitar um país di-verso é como entrar em casa dealguém, olhar em volta, dizerolá, provar tudo o que está emcima da mesa, agradecer, despe-dir-se e prometer voltar mesmoquando não faz parte dos nossosplanos fazê-lo.

Sai-se, fecha-se a porta eguarda-se memória. Chamamo--lhe experiência e continuamosa andar. Para onde? “Para omundo” diria o poeta. E anda--se... e anda-se... e anda-se...

Ps: De que serve ter as ferra-mentas se não se souber usá--las? Com tanto bacalhau e nemuma só pessoa conhece o senhorGomes de Sá.

Viva Portugal.

A companhia de bandeiraportuguesa TAP inaugurou oprimeiro voo da linha directaentre Lisboa e Belo Horizonte,no dia 11 de Fevereiro.

Com a abertura desta novalinha, a TAP passará a ter 65ligações semanais directas entrePortugal e oito capitais estaduaisbrasileiras: Brasília, S. Paulo, Riode Janeiro, Natal, Recife, Salva-dor, Fortaleza e Belo Horizonte.

A abertura da rota para BeloHorizonte vai permitir potenciaro turismo português para ascidades históricas do Estado deMinas Gerais, onde reside umimportante património artísticode origem portuguesa.

Nova linha da TAP paraBelo Horizonte

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CONTROLO DAMIGRAÇÃO E A

GLOBALIZAÇÃOAs estatísticas indicam que o

tipo de emigrante não é o maiscarenciado, ou seja, o mais po-bre. Isto porque, como já foi re-ferido na edição anterior, o desen-volvimento dos países emissoresaumenta a taxa de emigraçãoporque o processo migratóriorequer uma certa dose de capitalhumano e social e este capital sócomeça a estar disponível quan-do surge um determinado desen-volvimento.

São os desequilíbrios regio-nais à escala global os que justi-ficam em grande medida osdeslocamentos voluntários dapopulação. Quem emigra nãosão os mais pobres mas sim apopulação com mais expectati-

vas de sucesso no lugar de des-tino (jovens e com alguma pre-paração) que é a que constitui ogrosso da migração nos dias dehoje. São as diferenças relativasentre o status de partida e o dechegada as que acentuam o de-sejo de emigrar e procurar ri-queza, pelo que se estas diver-gências se atenuam, segura-mente será reduzido o interessena mudança de residência, enten-da-se de país.

Para isto, tem que se traba-lhar para garantir a estabilidademacroeconómica de forma re-duzir a vulnerabilidade das eco-nomias e facilitar o investimen-to produtivo para o qual se temque elaborar normas de regula-ção nos mercados financeiros,de supervisão do seu comporta-mento e de fornecimento de

informação aos mercados, e au-mentar esforços em matéria fis-cal de forma a harmonizar atributação e dando um especialenfoque à evasão fiscal.

Torna-se então necessárioapostar na competitividade sis-témica para atacar a reproduçãointer-geracional da pobreza e adesigualdade entre os países emvias de desenvolvimento. Para oefeito são imperiosas as políti-cas activas ao nível da educa-ção, do emprego e da protecçãosocial baseadas em princípiosde universalidade, solidarieda-de, eficiência e integridade.

É necessário regular os mo-vimentos populacionais medi-ante acordos cujo objectivo sejaampliar a mobilidade da mão-de-obra e fortalecer a integraçãodos emigrantes nos países deacolhimento. Não restam dúvi-das que na realidade a emigra-ção é um problema de dimen-sões temporais atendendo a quena segunda ou, no máximo, naterceira geração a integração se-rá um feito consumado.

Por outro lado é imprescin-dível mentalizar a população deque a migração é necessária,tanto para os países de origem,aliviando-lhes a sua pressãodemográfica, como para os país-es de destino, rejuvenescendo asua população envelhecida e, sefeita de forma regular, contribuipara a sustentabilidade finan-ceira dos seus sistemas de pro-tecção social. Assim sendo, omais adequado é contemplar aemigração de um ponto de vistaglobal – económica, social, jurí-dica, cultural – e também deli-near as estratégias para canali-zar os movimentos populacio-nais, facilitando-lhes o acesso –

porque a repressão provoca irre-gularidades – combatendo asmáfias e potenciando activamen-te a integração e, permitindo queos emigrantes desfrutem dosmesmos direitos que os nacio-nais com as mesmas caracterís-ticas em termos de idade, sexo,educação, permitindo-lhes con-servar os seus sinais da identi-dade de origem: a língua, a reli-gião, os costumes, etc. A inte-gração depende não apenas dosrecursos que os imigrantes têmpara abrir caminho no mercadolaboral como também do seunível de escolaridade, da suaqualificação profissional, daexperiência profissional antece-dente, do conhecimento do idio-ma e da cultura do país de desti-no, do seu status jurídico e dasatitudes e valorizações ideológi-cas à volta dos direitos dos emi-grantes e deve transcender oâmbito do estritamente ocupa-cional.

É importante ir mais além domero controlo migratório, nãovendo os emigrantes ilegais co-mo delinquentes e procurar umacorrecta gestão da emigraçãoque comporte políticas racionaisde admissão que premei a per-manência, o regresso, a reunifi-cação e os movimentos frontei-riços. As políticas de migraçãodevem facilitar a máxima trans-parência com o objectivo deproporcionar um conhecimentoverdadeiro da oferta e da procu-ra de trabalho por parte dos tra-balhadores estrangeiros e dosempresários nacionais e colabo-rar activamente com os paísesde origem. Devem adoptar-semedidas pedagógicas orientadaspara a minimização dos riscosdos emigrantes face à vulnera-

bilidade legal e social a que seencontram expostos e a forne-cer-lhes informação ex ante so-bre as possibilidades legais deentrada no país e sobre as conse-quências de recorrer a vias clan-destinas, devem ser tambémaproveitadas as vantagens quese podem obter com o retornoinstitucionalizado como formade apoio ao desenvolvimentodos países de origem.

CONCLUSÃOA globalização é um proces-

so imparável porque os avançosna tecnologia e comunicaçõessão irreversíveis. Na medida emque se conseguir canalizar osefeitos negativos da globaliza-ção e combatê-los de forma deci-dida e harmonizada, pode-semanter a autonomia necessáriapara tomar medidas eficazesperante os acontecimentos a quea globalização nos conduz. Écerto que a globalização com-porta e requer a formação de ummercado único onde todos osfactores produtivos tenham umagrande mobilidade, sem restri-ções, mas também é um factoque os fluxos descontrolados depopulação podem conduzir, senão se tomarem medidas atem-padamente, à violação dos dire-itos fundamentais das pessoas eo agravamento das circunstân-cias a que se quer dar solução.

É assim necessário que todosos agentes implicados, Estados,Organizações não Governamen-tais, Associações de Consumi-dores, Organismos Internacio-nais, entre outros, levem a caboum debate o mais imparcial pos-sível sobre esta problemática,dando-lhe a importância que oproblema exige, de forma a per-mitir não apenas um intercâm-bio cultural inerente aos movi-mentos populacionais, aos seuscontactos com outras formas devida social e outros valores, masà verdadeira integração na so-ciedade do país de destino e, seos seus protagonistas o desejarem,o regresso em condições dignasaos seus lugares de origem.

N.R.: O artigo publicado ao longo das últi-mas cinco edições do Jornal de Coruche éum excerto do trabalho realizado peloautor, na disciplina de FinançasInternacionais, no âmbito do Mestrado emGestão de Empresas (Finanças), 2005.

O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 23 • Março de 200840

Dr. Osvaldo Santos Ferreira *

ECONOMIA

A Globalização e a Fuga de Cérebros V* Economista“A globalização comporta e requer a formação de um mercado único onde todos os factores

produtivos tenham uma grande mobilidade (…) mas também é um facto que os fluxosdescontrolados de população podem conduzir à violação dos direitos fundamentais

das pessoas e ao agravamento das circunstâncias a que se quer dar solução”.

E-mail: [email protected]

EESSTTÁÁGGIIOO PPRROOFFIISSSSIIOONNAALLSECRETÁRIO(A) / ADMINISTRATIVO(A)

12.º ano • 20 a 30 anosGestão de expediente de Escritório • Conhecimentos de

Informática, Facturação/Contabilidade e InglêsCapacidade de Comunicação • Disponibilidade Imediata

Enviar Currículo Vitae até 05-03-2008 para:FENAREG, Rua 5 de Outubro, 2100-127 Coruche

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Vânia Correia regressou acasa mais cedo do que estavaprevisto, derivado aos proble-mas na Vesícula e na Bexiga (Oúltimo já antes diagnosticado).

De recordar que Vânia via-jou para Cuba na companhia doseu pai, no passado dia 9 deSetembro, afim de se submeter aexames e, uma semana depois afisioterapia intensiva.

O Jornal de Coruche foiouvir na primeira pessoa aexperiência vivida por Vânia naAmérica do Sul.

Depois de estar instalada naClínica cubana CIREN – CentroInternacional de RestauraçãoNeurológica, Vânia Correia ini-ciou um ciclo especifico deexames afim de diagnosticar oseu estado e verificar as possi-bilidades de recuperação, o queterminou ao fim de uma sem-ana. Altura em que Vânia soubeque a sua recuperação seria pos-sível até um nível bastanteavançado, não sendo, no entantodeterminado o tempo suficientepara alcançar esse objectivo.

A jovem iniciou logo de se-guida um tratamento intensivode fisioterapia “...Eram cincohoras no ginásio sempre acom-panhada por médicos e enfer-meiros, uma hora de terapiapara as mãos e uma hora deterapia respiratória...as princi-pais diferenças que senti entre afisioterapia de Portugal (doCentro de Alcoitão, por exem-plo) e de Cuba foram a intensi-dade com que os exercícios sãoefectuados, assim como as ho-ras de tratamento...” – As pa-

lavras de Vânia à nos-sa reportagem.

A jovem revelouque foi invadida porum enorme sentimen-to de ansiedade, masos objectivos estavama ser cumpridos.

Ao fim de umasemana de tratamentocom sete horas diáriasde tratamento, con-seguiu mexer a suaperna esquerda, e de-pois desta evoluçãosurge o desafio de sercolocada a fazer exer-cícios com barras.

Já tinham passadoquatro semanas emeia e já conseguiasegurar-se de pé agar-rada às barras e coma ajuda de um apa-relho chamado, orto-dodes.

Vânia conseguiudeslocar as duas per-nas e passadas duassemanas com a ajudade um andarilho edos ortododes con-seguia a andar porminutos seguidos.

“...Foi uma sen-sação inexplicável,um conjunto de senti-mentos . . . sent i -memuito feliz...” – con-tou Vânia Correia,esboçando um enor-me sorriso e de olhosreluzentes.

Estava tudo a se-guir o bom caminho, e

o apoio do pai de Vânia tambémestava a ser muito importante,entretanto o imprevisto aconte-ceu, a jovem adoeceu.

Depois de diagnosticadauma infecção urinária, e queapesar de medicada evoluiu (oseu organismo rejeitou a medi-cação), ainda soube que tinhatambém pedra na vesícula e queteria de ser submetida a umapequena intervenção cirúrgica,o que a obrigava a interromper o

ciclo de terapia e regressar aPortugal muito mais cedo doque estava previsto.

Regressa a Portugal e a casado seu pai em Samora-Correiano dia 11 de Novembro, para seroperada à vesícula o que veio aacontecer no dia 8 de Janeiro.

A recuperação foi um poucocomplicada como referiu Vâniaao nosso jornal “...estive umasemana com vómitos e mádisposição, felizmente não tinha

dores”. Passado um mês e meio,o sorriso da Jovem recebe-nosem sua casa para nos contar que“...com a vesícula já está tudobem...agora falta a bexiga...”.

Antes de ser submetida aoperação que teria como objec-tivo aumentar o tamanho dabexiga, aumentando assim acapacidade de controlo; Vâniaaceitou o desafio de se submetera um tratamento à base deinjecção de toxinas nas paredesda bexiga, o qual se correr bemirá resolver parcialmente oproblema.

Nesta fase, a jovem aguardaa chamada para o tratamento,depois conta conseguir voltar aCuba para dar continuidade àfisioterapia e atingir um patamarmais evoluído na sua recupe-ração.

Para pagar os tratamentos, asua conta ainda soma a quantiade 15 mil euros (de recordar quea campanha de ajuda à recupe-ração de Vânia teve um balançomuito positivo e antes de rumara Cuba a sua conta somava ovalor de 38 mil Euros).

Vânia Correia agora precisade nova ajuda, pois o valor quepossui é suficiente só para umasemana e meia de tratamento.

O que para si pode ser poucopara a Vânia é muito...!

Colabore por uma boacausa, deixe o seu donativo nascaixas distribuídas pelo comér-cio local de vários concelhos dodistrito, ou através do:nib.003300004520045100805do Milennium bcp

No próximo dia 10 de Maioo centro Cultural de Samora--Correia irá receber também umespectáculo de variedades ondeas receitas irão receber a favorda campanha.

Este espectáculo conta jácom diversos nomes do panora-ma Musical Português, tem iní-cio marcado para as 15 horas eas entradas custam o simbólicovalor de 5 Euros.

Mais um espectáculo a con-tar com a organização da Amigade Vânia e de todos, a Poetizade Samora-Correia, PiedadeSalvador.

Vânia Correia conta consigo.Ajude quem precisa!

Seja solidário.

____Mafalda Fonseca

O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 23 • Março de 2008 41

AADDEEGGAA AARRRRAATTEESSVViinnhhooss ee PPeettiissccooss

CCoozziiddoo àà AAnnttiiggaa PPoorrttuugguueessaaààss QQuuiinnttaass-FFeeiirraass

Bar nno AAçude dda AAgolada

Rua Alto do MarauFOROS DO PAÚL2100-039 Coruche

Tel. 243 675 364Telem. 964 636 570Rua de Diu, n.º 9 – 2100-144 CORUCHE

Escritório:Telef./Fax: 243 617 501

Telem.: 966 288 506

Gabinete de Contabilidade e Gestão

ARRAGEST

Contactos:Tlm. 914 196 527Tel. (resid.) 243 679 495

Escritório:Rua 5 de Outubro, 21 – 1ºTel./Fax 243 675 638

António Carrilho Galveia

MEDIADOR DE SEGUROS

Vânia Correia prepara-se para vencera próxima batalha

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 23 • Março de 200842

Cáritas Paroquial de Coruche

ApoiarGabinete deAconselhamentoParental

Quando morre alguém signi-ficativo sentimos dor, angústia,saudade, desejo de reaver a pes-soa que perdemos. Neste panfle-to procuramos ajudá-lo(a) a com-preender melhor a forma como acriança vivencia a perda.

A CRIANÇA E A PERDATanto o adulto como a crian-

ça têm o desejo de reaveremquem faleceu. No entanto, cons-tata-se que a criança, especial-mente com menos de 6 anos deidade, tem maior dificuldade doque o adulto em compreender eem aceitar a irreversibilidade damorte.

Enfrentar a morte de alguémque era próxima é um processodifícil em qualquer idade, prin-cipalmente, quando ainda nãoexistem estratégias para superaressa situação. Quanto mais novaé a criança, maiores poderão seros efeitos que essa morte irátrazer. Assim, todos os senti-mentos de perda e de dor sãomaximizados e de difícil inte-gração na vida dela. A perda po-derá ser, principalmente, deses-truturante se acontecer num mo-mento em que a criança depen-da daquela pessoa (p. ex. pais,irmãos, avós com relação próxi-ma), para a construção da suaidentidade e da sua personali-dade.

A CRIANÇA E A FAMÍLIA

Para ajudar na elaboração daperda, é necessário que, após amorte, alguém com quem a cri-ança tenha uma história de con-fiança e afectividade explique oque aconteceu, para que ela nãosinta que está sozinha. É tam-bém fundamental que existampessoas que lhe possa dar aten-ção, carinho e cuidado.

Ainda que a criança possaaparentemente não expressartristeza, é nos gestos mais subtisque ela parece regredir, ficarhostil com os colegas ou trataros brinquedos com violência. Acriança pode negar inicialmentea morte e tornar-se agressiva,assim como, acreditar que foiela mesma que a causou.

Como tal, é fundamental aatenção e o suporte familiar, pa-ra estes pequenos sinais.

EXPRESSÃO EMO-CIONAL NA CRIANÇA

A forma pela qual a criançaagirá diante da morte é particu-lar de cada uma. A duração e a

intensidade dos sentimentosdependerá tanto da sua persona-lidade quanto do seu vínculoafectivo com a pessoa falecida.

Não falar da dor não signifi-ca não a sentir. Muitas vezes, ascrianças podem estar a sofrer,não lidando com a perda de ummodo saudável. Para que issoocorra, é necessário que estavivencie os sentimentos do luto.Elas devem ser encorajadas afalar sobre o que estão a sentir,para conseguirem elaborar oluto, impedindo que este últimose mantenha indefinidamente.

É por meio do brincar que acriança repete vivências pas-sadas, fantasias e ansiedades.Por meio do “faz-de-conta” elaconsegue aliviar-se, fazendo comque a brincadeira seja essencialpara seu desenvolvimento.Assim, é importante que tenhaespaço para expressar o luto naforma de brincadeiras.

Perder uma pessoa significa-tiva implica a necessidade deadaptação a viver sem ela. Paraa criança a perda de um elemen-to próximo influencia o seudesenvolvimento. Estas influên-cias podem ser tanto no con-vívio social, como na forma delidar com a vida, na parte emo-cional e afectiva, na fragilidadepara lidar com assuntos delica-dos, entre outros.

A criança pode comunicar asemoções relativas à perda, tam-bém, através do seu corpo: pordificuldades em saber expres-sar-se, ela demonstra a dor atra-vés de comportamentos agres-sivos e de irritabilidade, ouatravés de doenças psicossomá-ticas (p. ex. dores de barriga,febre, asma, doenças dermato-lógicas, enurese nocturna, etc.)

Entre os factores que influ-

enciam o luto das crianças,destacam-se o conhecimentoque elas têm das causas e cir-cunstâncias da perda. A formacomo as crianças compreendemo luto está muitas vezes rela-cionado como que lhes é ditosobre a perda e as oportunidadesque têm de compartilhá-la (p.ex. escolherem ir ou não ao fu-neral, explicarem-lhes o seuobjectivo e protegerem-na demanifestações de pesar exacer-badas), os padrões de relaciona-mento familiar anteriores, amudança desses padrões e asreestruturações do sistema fami-liar em consequência da perda.

ETAPAS DO LUTO NACRIANÇA

18-24 meses: não entendetotalmente que as pessoas têmuma existência separada da suapercepção e manipulação sensorial.

2-5 anos: a criança passa ater uma melhor compreensão damorte, mesmo que ainda incom-pleta. As crianças dessa idade,também, reflectem mais os sen-timentos dos adultos depois daperda, mas o risco é que elaspodem perceber a perda comotendo sido da sua responsabili-dade. Também, exibem umaforte tendência a idealizar oadulto que faleceu.

5-7 anos: a criança tem umamelhor compreensão da mortede uma perspectiva cognitiva,mas ainda faltam habilidadesinternas para lidar com a inten-sidade dos sentimentos.

7 anos até à adolescência: acriança vive o luto mais seme-lhante às vivências dos adultos,com uma melhor compreensão emelhores habilidades para lidarcom este processo.

QUANDO PEDIR AJUDA?

É aceitável que a criançaexprima dor e sofra com a perdae, posteriormente, se adapte àausência do falecido. Nos lutosnormais, é salutar que tal suce-da, pois demonstra que a criançaestá a exprimir e adequar-se àperda. De uma maneira geral,demora 4 a 7 meses para queuma criança elabore a perda. Noentanto, quanto mais pequena é,maior a dificuldade em conse-guir integrar o luto na vida delae maior a possibilidade de vir ater problemas de adaptação ànova realidade, ou seja, sofrerde um luto patológico. Se os sin-tomas referidos anteriormenteforem fortemente repetitivos erígidos, este é um sinal evidentede que a criança não está a vivercorrectamente a superação doluto. Se após um ano, a criançacontinua a sentir a perda de umaforma muito intensa, influen-ciando a sua vida escolar e fa-miliar, seria pertinente a procurade apoio especializado.

ALGUNS CONSELHOS

• Seja simples e directo aexplicar a morte de alguém;

• Seja honesto. Expresse osseus próprios sentimentos emrelação à morte. Assim, as crian-ças terão um modelo para ex-pressar a dor;

• Permita às crianças expres-sarem todos os sentimentos.Raiva, culpa, desespero e pro-testar são reacções naturais àmorte de alguém;

• Não fale apenas com as cri-anças. Escute também o queelas têm a dizer sobre a morte dealguém próximo;

• Não existe nenhum proce-dimento padrão para todas ascrianças, durante o momento damorte ou nos meses que se se-guem. Seja paciente, flexível eajuste-se às necessidades indi-viduais da criança;

• Seja bom observador. Vejacomo se comporta a criança.Não apresse explicações. É me-lhor questionar as perguntas, doque responder rapidamente;

• As crianças, aquando amorte, sentem segurança pertode alguém que amam e no cui-dado com ternura e afecto;

• As crianças também fazemparte da família. Ao afastá-las,só vai deixá-las com maioresdúvidas.

____

Se quiser falar connosco,contacte-nos:

Cáritas Paroquial de CorucheApoiar – Gabinete de

Aconselhamento Parental

Travessa do Forno n.º 16-18,2100-210 Coruche

Telefs: 243 679 387 / 934 010 534

E-mail:aconselhamentoparental.apoiar

@hotmail.com

O atendimento é realizado àssegundas-feiras à tarde

Equipa Técnica:

Isabel Miranda(Psicóloga Clínica/Coordenadora)

Mauro Pereira(Psicólogo Clínico/Psicoterapeuta)

Gonçalo Arromba(Técnico de Psicologia Clínica)

Sara Luís(Técnica de Psicologia Clínica)

Noémia Campos(Assistente Social)

Sílvia Caraça(Assistente Social)

O Luto na criança

Não percana próxima edição

VIOLÊNCIADOMÉSTICA

Biblioteca Apoiar

O Projecto “Educar parao Futuro” já tem à sua

disposição alguns livrossobre as crianças e

o seu desenvolvimentoque pode requisitar.

Visite-nos na CáritasParoquial de Coruche.

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 23 • Março de 2008 43

A Embaixada de Portugalem Brasília passou a editar, apartir de 6 de Fevereiro, data emque se comemoram os 400 anosdo nascimento do Padre Antó-nio Vieira, um Blogue especial-mente dedicado à figura dojesuíta português que dedicou

grande parte da sua vida aoBrasil.

O Blogue (a que se pode teracesso pelo endereço electróni-co: www.vieira2008.blogspot.-com) recolherá notícias, comen-tários e testemunhos divulgadospor ocasião das comemorações.

Blogue sobre oPadre AntónioVieira

• BAPTISMOS •

IGREJA DO CASTELODia 12 - Miguel Filipe Dimas Bento

IGREJA DA AZERVEIRADia 13 - Luís Fernando Oliveira Carvalho

• FALECIMENTOS •Dia 2 - Albertina Maria Aldeias Mateus, 63

anos; António Justino, 91 anosDia 3 - Maria Luísa, 81 anos; Maria Luísa,

91 anosDia 4 - António Arromba, 95 anosDia 5 - Conceição Maria Constantino, 85

anos; Leonor Filipa Pinto, 83 anos

Dia 11 - Joaquim Miguel Serrão, 67 anos;Joaquim António Gomes, 85 anos

Dia 13 - Joaquina Maria Prates, 72 anos;Maria Margarida, 75 anos

Dia 16 - Jesuína Maria, 88 anos; CustódioLuís Fernandes, 93 anos

Dia 17 - Eugénia Maria Vitorino, 78 anosDia 19 - Lucília da Silva Sabino, 73 anos;

Custódia Maria Barbosa BarnabéClaudino, 63 anos

Dia 21 - Domingos dos Santos Bento, 89Dia 22 - José Rosa Cançado, 89 anos; João

Neves, 82 anosDia 23 - Custódio Maurício, 77 anosDia 26 - Gaudino Bernardo, 91 anosDia 31 - Maria Vitória, 85 anos; Rosaria

Pinto, 95 anos

Informações dda PParóquia dde CCorucheJaneiro dde 22008

Natação Pura12 de Janeiro em Ourém2.º Torneio do Circuito de

CadetesA Búzios – Coruche parti-

cipou com 3 dos seus mais no-vos atletas federados na 2ª provado circuito de cadetes, ondenadaram os 200m Livres e os100m Costas. A nadadora AnaMonteiro destacou-se ao classi-ficar-se nos 200m Livres em 1.ºlugar (03:01:13) e nos 100mCostas em 2º (01:41:34). LilianaHenriques classificou-se em 5.ªnos 100m Costas (01:45:60) e10º nos 200m Livres (03:21:67).O único representante masculi-no classificou-se em 4.º nos100m Costas (01:37:41) e em5.º nos 200m Livres (02:56:73).

19 de Janeiro em SamoraCorreia – Torneio da SFUS

A Búzios – Coruche partici-pou com 7 atletas (5 masculinose 2 femininos). Tendo-se classi-ficado em 8.º lugar por equipas.A nível individual destacamosPatrícia Vicente com dois 6.ºslugares nos 100m Mariposa(01:22:23) e 200m Estilos(02:59:70), João Pedro Pereiranos 100m Mariposa com 5.ºlugar (01:11:34) e João CarlosPereira nos 200m Estilos com02:40:54 (7.º lugar).

20 de Janeiro em CorucheFestival de Escolas de

Inverno – Jornadas deHidroginástica

As Piscinas Municipais fo-ram anfitriãs desta competiçãodestinada a atletas não federa-dos, com a participação de 6Escolas de Natação de todo odistrito num total de 90 partici-pantes, sendo mais de metade(47) da Escola de Natação Bú-zios – Coruche, sendo pelo 4.ºano consecutivo a Escola maisrepresentada neste evento. Nointervalo decorreu o Festival de

Hidroginástica, onde apresentá-mos 2 esquemas que muito bemrepresentaram o Fitness na nos-sa escola.

26 de Janeiro na GolegãXIII Taça do Ribatejo

Foi nas Piscinas Municipaisda Golegã que se deu a XIII Edi-ção da Taça do Ribatejo, onde aequipa da Búzios – Corucheparticipou desfalcada devido auma onda de lesões ter afectadoa equipa, nomeadamente as Ra-parigas. Mas participámos comobjectivos bem definidos detentativa de TAC para os Cam-peonatos Zonais que não foibem precedida e de avaliação de

alguns nadadores, que demons-traram bons níveis para esta faseda época.

Natação Sincronizada20 de Janeiro em Coruche

Demonstração no Festival deEscolas e Hidroginástica da

ANDSDecorreu o Festival de Esco-

las e Hidroginástica em Coru-che, onde a equipa de NataçãoSincronizada da Búzios – Coru-che foi convidada a embelezareste festival. Foi um belo mo-mento que animou este encontro.

Pólo AquáticoJogo a 12 de Janeiro em

AlvaladeBúzios de Coruche (Juniores)

vs Belenenses O jogo terminou com uma

vitória da equipa de Belém por20-5. A equipa do Sorraia me-lhorou a sua performance e jádemonstrou alguma dinâmicade equipa.

Jogo a 16 de Janeiro naAmadora

Búzios de Coruche (Juniores)vs Amadora

A Búzios realizou o 3.º jogodo Campeonato Regional dejuniores de Lisboa, frente àequipa vice-campeã nacional(CNAmadora). As diferenças anível de ritmo e de experiênciaeram notórias, mas mesmoassim a equipa de Coruche nun-ca baixou os braços e lutou atéao último período, tendo perdi-do por 40-0.

Jogo a 27 de Janeiro, noRestelo

Búzios de Coruche (Juniores)vs Sporting

Neste primeiro jogo da se-gunda ronda, na categoria de Ju-niores, a equipa ocupa o 4.º lu-gar do Campeonato Regional deLisboa. Fomos para este jogocom o Sporting Clube de Por-tugal desfalcados, mas com aambição de fazer melhor do quena primeira ronda.

A equipa neste jogo atingiumuitos bons momentos, chegan-do a certos minutos a disputar ojogo de igual para igual, tendono terceiro período conseguidoum parcial de 7 – 2. O resultadofinal deu uma vitória para aequipa de Alvalade por 36 – 4.Tendo a equipa do Sorraia man-tendo o 4.º lugar.

DestaquesDois atletas da Escola de Na-

tação Búzios – Coruche (JoãoPedro e João Carlos) foram con-vocados para o Estágio da Selec-ção Regional da ANDS;

A treinadora Andreia Fer-reira foi destacada para Selec-cionadora Regional de NataçãoSincronizada;

A Selecção Nacional de PóloAquático Sénior e Júnior Femi-ninas vão participar num estágiode 4 dias em Coruche, no fim--de-semana do Carnaval.

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Notícias

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 23 • Março de 200844

No dia 15 de Janeiro de 2008, fomosfazer uma visita de estudo a alguns mon-umentos da vila de Coruche. O primeiroedifício que visitámos foi o quartel dosbombeiros.

Descobrimos que a sua fundação foi a25 de Outubro de 1934 e quem construiuo edifício foi a Câmara Municipal. Porcima do portão está o alerta: azul – estátudo bem; amarelo – risco elevado;laranja – risco ainda mais elevado.

A seguir, passámos pela igreja de S.Pedro e ficámos a saber que foi construí-da no século XVII. As paredes sãorevestidas a azulejos azuis e amarelos, doséculo XVII.

Tem também duas pias de água benta.As professoras foram explicando e dandoas informações.

Vimos também o busto do Dr.Augusto Artur Teixeira de Almeida, omédico que esteve na origem da con-strução do primeiro hospital de Coruche.

Seguidamente, visitámos a igreja daMisericórdia que foi edificada no séculoXV, mas só a partir do século XVI é quepassou a pertencer àquela instituição.Estava ligada ao hospital, por isso osdoentes podiam ir assistir à missa. Oaltar-mor tem ao centro a imagem deNossa Senhora da Conceição, que é apadroeira.

Gostámos de ver o órgão de tubos nocimo e também uma coruja pendurada,que até parecia verdadeira.

Entretanto, fomos ver o pelourinho,que servia para castigar os criminosos.Primeiro, foi construído em frente da Câ-mara Municipal, mas em 1941 foi trans-ferido para este novo local.

A seguir, fomos à Câmara Municipalou Paços do Concelho (que era como sechamava na altura). Achámos muitointeressante ter funcionado lá o tribunal ea cadeia. Vimos a cadeia que era separa-da para mulheres e homens, e a pedraonde eles raspavam, e escreviam, e fazi-am desenhos.

Por fim, chegámos ao castelo. O paida Laura Malta foi-nos contando algu-mas histórias e lendas, e alguns milagresde Nossa Senhora do Castelo.

Gostámos de saber que existiu umverdadeiro castelo neste local e que aindaexistem vestígios da estadia dos mouros.Só não gostámos muito das escadas datorre sem corrimão, mas achámosengraçado ver as paredes em tijolo burro.

Apesar da chuva, foi muito agradávelesta visita, porque ficámos a percebermelhor a história da nossa vila.

____3º D, EB 1 de Coruche

Professora Sílvia Ribeiro

No dia 11 de Janeiro, fomos visitar oCastelo. Partimos da escola no autocarroda CMC. Pelo caminho, vimos a Ponteda Coroa, que foi reconstruída no séculoXIX.

Quando chegámos ao Castelo, apare-ceu o professor Gil, o nosso guia na visi-ta. Começou por nos dizer que debaixo

do chão, à entrada da igreja, havia gale-rias subterrâneas, onde se guardavamcereais e se armazenava água e tambémonde os seus habitantes se podiam refu-giar em caso de guerra.

Na igreja de Nossa Senhora do Cas-telo estava o retrato do nosso primeirorei, Dom Afonso Henriques.

De igual modo nos chamou a atençãoque a Nossa Senhora do Castelo, quandonós entrávamos dentro da igreja estava aolhar para nós e quando nos aproximáva-mos ela estava a olhar para cima.

De seguida, fomos ver fotos de mili-tares que foram para a guerra. Vimosainda fatos muito antigos da Nossa Se-nhora e do Menino Jesus. Por fim, fomosver a torre, que é feita em tijolo burro. Oprofessor Gil ainda nos disse que estedeverá ser o único vestígio que existe docastelo de antigamente.

Ficámos ainda a saber que havia umaestrada estreita que liga o Bairro Novo ao

Bairro da Areia e que Dom Afonso Hen-riques, quando estava quase a ser apa-nhado pelos Mouros disse: “Arriba Fal-cão!”. E essa estrada agora é conhecidapor Arriba Falcão. Quando Dom AfonsoHenriques ia a passar e viu duas corujasdisse: “Esta terra vai chamar-se Coru-je!”. Com o correr do tempo, passou achamar-se Coruche.

Adorámos a visita ao Castelo! Ummuito obrigado ao nosso guia!

E assim, ficámos a saber mais sobre anossa vila...

____Escola Básica n.º 1 do Rebocho

Turma B – Professora Umbelina FidalgoAlunos do 3.º/4.º Anos

Crónicas de Visitas de Estudo

Monumentos dda VVila dde CCoruche

A visita ao Castelo das crianças da EscolaBásica n.º 1 do Rebocho

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MANUEL DE MATOS ALVESFALECEU

Nasceu em 17-09-1928 e Faleceu em 25-02-2008

Sua esposa, filhos, noras, netos, bisnetas e restante família,agradecem a todos os que estiveram presentes neste momento doloroso

e a todos aqueles que o acompanharam à sua última morada,ou que, de qualquer modo manifestaram o seu pesar.

Obrigado e bem hajam.

A missa do 7.º dia, será celebrada no dia 1 de Março de 2008,às 17h.30m, na igreja de Nossa Senhora do Castelo.

Pai Nosso Avé Maria

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 23 • Março de 2008 45

No passado dia 16 de Fevereiro emLisboa, disputou-se o CampeonatoNacional no escalão Esperanças, no qualparticiparam cinco Judocas da Casa doBenfica de Santarém.

Vasco Veloso, obteve a medalha debronze na categoria de -66Kg, com umaprova brilhante, tendo saído vitorioso de 3combates e apenas foi vencido peloCampeão Nacional.

Bernardo Prata, também com uma exce-lente prestação, esteve à beira da medalha,classificando-se em 5.º lugar na categoria de-50Kg. João Veloso, na categoria de -55kg,classificou-se em 7.º lugar.

Participaram ainda neste torneio JoãoBatista a -60Kg e Hugo Assumpção a+90Kg, que efectuaram combates bastantedisputados com os seus adversários.

Todos estes atletas irão participar nas

provas de circuito Europeu, com vista aoapuramento para o Campeonato da Europade Esperanças.

Os atletas foram orientados pelostreinadores Jorge Barroca e Pedro Vargas, epelo monitor Carlos Ricardo.

Também a acompanhar os atletas esteveJoão Fernandes, aluno estagiário na Casa doBenfica de Santarém.

A FENCAÇA realizará uma recolha deassinaturas, até ao dia 11 de Maio, altura emque se realizará o Encontro Nacional deCaçadores da FENCAÇA, no âmbito daFeira Nacional da Caça, EXPOCAÇA, emSantarém, com a finalidade de as enviar àAssembleia da República, no intuito depressionar o Governo a alterar a Lei dasarmas que está a afectar o colectivo de ca-çadores e a levar ao abandono desta activi-dade, milhares de caçadores.

Os meios de recolha de assinaturas serãofeitos através dos Clubes e Associações decaçadores associados da FENCAÇA, emfolha modelo próprio, e no encontro na-cional em Santarém.

____Jacinto Amaro

JJuuddooccaa VVaassccoo VVeelloossooalcança medalha de Bronze no

Campeonato Nacional

Recolha de assinaturas pelaalteração da Lei das Armas

DEPARTAMENTO DE FUTEBOLDE FORMAÇÃO

Grupo Desportivo O Coruchense

RESULTADOS DA JORNADA

CAMPEONATO DISTRITAL ESCOLAS 2ª FASE - NÍVEL II - SÉRIE C

CAMPEONATO DISTRITAL INFANTIS 2ª FASE - NÍVEL II - SÉRIE F

RESULTADOS DA JORNADA

CAMPEONATO DISTRITAL INICÍADOS 2ª FASE - NÍVEL II - SÉRIE D

RESULTADOS DA JORNADA

CAMPEONATO DISTRITAL JUVENIS – APURAMENTO CAMPEÃO

RESULTADOS DA JORNADA

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 23 • Março de 200846

Tel. 243 689 331

Estrada Municipal 515 • 2100-651 Biscainho – Coruche

Cozinha Tradicional Ribatejana

O Município de Coruche vai começar“quatro importantes obras, para cum-prir mais um dos objectivos do executivomunicipal, que é o de dotar o concelhode Estações de Tratamento de ÁguasResiduais, salvaguardando as questõesambientais e dando mais qualidade devida aos munícipes”, refere o comunica-do do gabinete de imprensa da autarquiacoruchense.

Zona Industrial do Monte da Barca,Azervadinha, Montinhos do Pegos, Rebo-

cho, Salgueirinha, Branca, Couço, Lagoí-cos, Santa Justa e Santana do Mato, sãoas áreas que vão durante este ano vercomeçadas as obras das Estações de Tra-tamento de Águas Residuais, estando aabertura dos concursos públicos para aconstrução destas infra-estruturas jáaprovada pela CULT – ComunidadeUrbana da Lezíria do Tejo, esperandoapenas pelo decorrer do processo buro-crático.

O total do investimento a ser feitoronda os 7 milhões de euros e será con-cretizado no âmbito do projecto “Águasdo Ribatejo”.

A ETAR que vai servir a Zona Indus-trial do Monte da Barca e ainda as popu-

lações da Azervadinha, Montinhos dosPegos, Rebocho e Salgueirinha é a demaior dimensão e por isso também omais caro, quase 3 milhões e meio deeuros. Os equipamentos que vão servir aBranca e Santana do Mato estão orça-mentados em cerca de 550 mil euroscada um.

O sistema de Tratamento de ÁguasResiduais do Couço, Lagoíços e SantaJusta custará cerca de 1 milhão e nove-centos mil euros.

Entretanto a ETAR de Coruche (nafoto) está prestes a entrar em funciona-mento, prevendo-se que durante o mêsde Março esteja tudo em funcionamento.

O presidente da Câmara Municipalde Coruche diz que este é mais um passoem direcção àquilo que tem perseguidodesde que chegou à autarquia em 2001,“mais qualidade de vida para as popu-lações, mais atenção ao ambiente, maisargumentos para fixar pessoas e investi-mentos neste concelho”.

Dionísio Mendes lembra ainda que asrestantes freguesias não foram esqueci-das “estamos a estudar a melhor ma-neira de avançarmos com a ETAR doBiscainho, Erra, Fajarda e Lamarosa”.

MMaaiiss qquuaattrroo EEssttaaççõõeessddee TTrraattaammeennttoo ddeeÁÁgguuaass RReessiidduuaaiiss

eemm CCoorruucchhee

Lembro-me quando era mais novo, gaiato, o Carnaval começava um mês antes,era uma “batidela” nas portas da aldeia, até as pessoas mais distraídas sabiam logoque tinha começado o Carnaval.

Duas semanas antes do dia de Carnaval, as raparigas faziam o compadre, que eraum boneco feito de palha e vestido com roupas de homem, na semana seguinte nósos rapazes fazíamos a comadre da mesma forma, depois era uma brincadeira, osrapazes roubavam o compadre e as raparigas roubavam a comadre. Passeavam-se osbonecos por todas as ruas da nossa terra, para ser queimado na praça.

Tínhamos algumas brinca-deiras engraçadas, como trocaros vasos das flores das vizinhas,mudar algumas carroças delugar, etc.

No Sábado e Domingo Gor-do e também na terça-feira deCarnaval, fazíamos o jogo dapanela (era uma roda grandecom rapazes e raparigas eíamos passando a panela pelaroda, quem deixa-se cair saia daroda, tínhamos sempre váriaspanelas umas comprávamosoutras roubávamos e tambémquem tinha em casa, trazia), eramuito divertido, no final haviaum desfile de mascarados pelavila, seguindo-se uma grandematiné e um concurso de más-caras.

Hoje tudo se perdeu, já nãotemos comadre, nem compadre,nem o jogo da panela.

Resta-nos a matiné e alguns mascarados na terça-feira de Carnaval, e esta rapa-ziada nova só sabe brincar com balões de água, farinha e ovos não arranjam outrasbrincadeiras.

É uma pena todas as tradições mais bonitas e divertidas se estarem a perder. _____

Armando Gagueja

Carnavalna mminha

TerraAs tradições na Erra, já não são

como antigamente.

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 23 • Março de 2008 47

PPrreeppaarraaççããoo

• Corta-se a carne, previamente cozida, em fatias, coloca-senuma caçarola com mmaanntteeiiggaa oouu bbaannhhaa, dentes de aallhhoo esma-gados, lloouurroo, vviinnaaggrree, ffeerrmmeennttoo em pó e ccaallddoo de cozer acarne.

• Deixa-se ferver o tempo suficiente para apurar o molho eserve-se com bbaattaattaa cozida.

Carlos ConsiglieriMarília AbelMarina Jorge

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Aba ccom mmolho dde aalho

De firme convicção, é bom saber quetemos razão.

Desde a criação da Confraria Gas-tronómica do Toiro Bravo, que venhoafirmando que a sua função primeira étão só o transformar um nicho de lixonum nicho de luxo.

Em verdade, até aqui a carne do toirobravo não tem tido uma utilização con-sentânea com a sua real valia, e por ques-tões fundamentalmente relacionadascom o maneio, não raro a carne dostoiros corridos é destinada às fábricas de

ração para animais de companhia. Pri-meiro, que sorte têm os cães; segundo,quando se equaciona a fileira todos pen-sam no gado lidado e raramente se equa-ciona o refugo da tenta.

Dando razão ao que penso, na“Madrid Fusion 2008”, ocorreu umcolóquio intitulado “A vitela brava, oibérico do gado vacum” em que partici-param Paz Ivision (reputada critica gas-tronómica), Sacha Ormaechea (requinta-do e popular cozinheiro), Lucas Domin-guez (catedrático da Universidade Com-plutense de Madrid), José Luís Garcia-Palacios (ganadero) e Pablo Comas(conselheiro delegado de “SoluçõesGourmet”).

Foi Elevado o nível das Palestras enas conclusões foi dito que a vitela bravatem de facto um sabor delicioso e que étão só a carne mais sã proveniente dequadrúpedes. Por assim ser é que cozin-heiros de renome mundial, como JuanMaria Arzak, José Andrés, Ferrán Adriá,Abraham Garcia, Sergi Arola e muitosoutros fazem questão de incluir tal carnenas suas ementas de luxo.

Em Espanha, Tomás Oriz da empresa“Dehesa Carne Natural”, com tal produ-to prepara-se para enriquecer; por cácomo é? Já existe no seio da associaçãoa “BoviBravo”, mas que promoção têmfeito?

É bom que rapidamente dinamizemo sector; cá por mim fico contente porver confirmada a minha razão!

____Domingos da Costa Xavier

A Irmandade da Rosa, um grupo demulheres, namoradas e amigas dos for-cados amadores de Coruche, vai levar acabo a realização de uma Gala com ointuito de proporcionar uma agradávelnoite de convívio para todos os que sequeiram juntar a esta enorme família queé o grupo de forcados amadores de Co-ruche.

Quisemos retribuir alguma da emo-ção, alegria, companheirismo, diversão eboa-disposição com que nos brindam os“nossos” forcados e todos os que nosacompanham, numa altura em que osencontros são mais escassos porque esta-mos fora da época de corridas.

Assim, criámos prémios que não pas-sam de brindes ao bom humor e decidi-mos que com valor angariado neste jan-

tar será criado um fundo médico que seráposto à disposição dos moços de forca-dos de acordo com as suas necessidades.

Convidamos e agradecemos, desdejá, a todos os que queiram participarnesta festa que terá lugar no próximo dia8 de Março, pelas 20h, na Estalagem doSorraia em Santa Justa, Coruche.

A Irmandadeda Rosa

CARTOON

Vitela Brava, prazerde “gourmets”

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 23 • Março de 200848

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A autarquia de Coruchevai construir junto à entradadas Piscinas Municipais umanova zona de lazer.

O aspecto de maior realcenesta obra é a criação de um es-pelho de água com repuxos, apro-veitando a água das Piscinas.

O presidente do municípiodiz que “é mais uma peça dopuzzle que se encaixa na granderequalificação urbana de todaaquela área desportiva, recre-ativa e escolar”. Dionísio Men-des lembra o que já foi feito e oque se vai fazer, “requalifica-mos a rua Salgueiro Maia, ago-ra avenida, implantámos aqui oEstádio Municipal, requalifica-mos a entrada norte de Coru-che e agora vamos continuaressa requalificação até ao Cas-telo, e vamos ainda organizar eurbanizar toda a zona envol-vente ao Estádio, piscinas eescolas”.

Nova zona de lazerjunto às Piscinas Municipais

Novo QQuartel dde BBombeirosinicia-se este ano a construção do novo

quartel em Coruche

Paulo Fonseca, governador civil de Santarém,garantiu na passada sexta-feira dia 22 de Feve-reiro, durante o III Fórum Distrital das ComissõesMunicipais de Defesa da Florestas Contra Incên-dios, que durante este ano, vai iniciar-se a cons-trução de novos quartéis de bombeiros em trêslocalidades do distrito, Coruche, Samora-Correia,e Abrantes, bem como as obras de melhoria nasinstalações de Caxarias (Ourém) e Santa Marga-rida (Constância).

O Presidente da Câmara Municipal de Coru-che já reagiu a esta boa nova para o Concelho: “Éuma excelente notícia para todos nós a confir-mação do financiamento para o novo Quartel deBombeiros. Se é desnecessário justificar a suapertinência não podemos deixar de enfatizar aimportância desta decisão governamental: osnossos bombeiros merecem-no, as nossas popu-lações exigem-no!”.

QQuuaattrroo nnoovvaass EETTAARRsseemm CCoorruucchhee

Projecto do novo Quartel de Bombeiros de Coruche

Esta é a Estação de Tratamento deÁguas Residuais de Coruche, queentrará em funcionamento já duranteo mês de Março.

^ desenvolvimento na página 46