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Órgão Informativo do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Caçapava, Jacareí, Santa Branca e Igaratá
Ano 34 - nº 1187www.sindmetalsjc.org.br
De 15 a 21 de fevereiro de 2017
para defender nossos direitos,é preciso aquecer os motores
rumo à greve geral
conselho de representantes decide:
Pág. 3
Mudança na legislação permitiria que patrões terceirizassem todas as atividades das empresas, o que hoje é proibido. a medida é um terrível ataque aos direitos trabalhistas. Pág. 3
alerta: senado pode votar terceirização irrestrita a qualquer momento!
Fotos: Tanda Melo
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Plebiscito na Embraer decidirá destino do salário de Conselheiro
Democracia operária
O Sindicato organizará um ple-biscito entre 6 e 10 de março para definir como será usado o salário acumulado nos últimos dois anos pelo membro do Conselho Adminis-trativo da Embraer Herbert Claros.
Vice-presidente do Sindicato, Herbert abriu mão do salário rece-bido durante seu mandato como conselheiro. Todo dinheiro foi depo-sitado em uma conta do Sindicato. Agora, vai ser usado de acordo com decisão dos trabalhadores.
Todos os metalúrgicos da Em-braer em São José dos Campos e da Eleb poderão votar no plebiscito. Haverá sete propostas.
“Cumpri meu compromisso e não fiquei com o dinheiro. Defendo também o fim do salário para todos os membros do Conselho. Não faz sentido a Embraer demitir traba-lhadores e pagar altos salários para conselheiros”, afirma Herbert.
Vote nulo!O segundo turno da eleição do
Conselho Administrativo da Embraer será dia 23. Os candidatos Xuxa e Ernani sempre estiveram contra os trabalhadores e a favor da empresa. Por isso, o Sindicato, que não lan-çou candidatura, chama voto nulo. Quem tá junto com o patrão não merece apoio do trabalhador.
Trabalhadores da Embraer na entrada da unidade Faria Lima
Perseguição e demissões na EmbraerBasta!
Os diretores sindicais Eder de Andrade (à esq.) e Márcio José Barbosa, o Zeca
Tanda Melo
PROPOSTAS
O mesmo ocorreu com Edão, que foi mandado para uma área isolada da fábrica.
Além de afastá-lo da presença da maior parte dos metalúrgicos, a mudança ainda gerou desvio de função.
Demissões A Embraer segue com a política
de demissão a conta-gotas. Todos os dias há cortes em pequena escala, nos mais variados setores.
“O Sindicato está acompanhando de perto esta situação e já protocolou uma carta questionando a empresa. No entanto, para barrar as demissões, só com a mobilização dos trabalhado-res. É preciso se preparar para a luta. Nosso lema é ‘demitiu, parou’”, con-voca o diretor do Sindicato Geraldo de Jesus dos Santos.
Em um claro ataque à liberdade de organização dos trabalhadores, a Embraer tem perseguido diretores sindicais que atuam na fábrica.
Recentemente, Márcio José Bar-bosa de Morais, o Zeca, e Eder de Andrade, o Edão, foram transferidos
de seus locais de trabalho, em reta-liação à atuação sindical.
Zeca havia denunciado o assédio constante praticado por um supervi-sor contra os trabalhadores da área. Em resposta, a empresa o transferiu para outro setor.
É mentira do Temer!Para justificar a reforma da
Previdência, o governo de Michel Temer mente descaradamente ao dizer que a aposentadoria das mulheres custa mais caro que a dos homens.
Embora as mulheres sejam maioria da população idosa do País, 78% delas recebem aposentadoria, enquanto entre os homens este percentual é de 86%. Além disso, como nossos salários são menores, também recebemos aposentadorias in-feriores. E o governo ainda quer colocar a culpa na gente? Nem vem! Greve Geral pra barrar esse ataque.
8 de Março classistaA militante feminista norte-
americana Ângela Davis se uniu a outras lutadoras e lançou um chamado a uma greve mundial de mulheres no 8 de Março (Dia Internacional da Mulher Traba-lhadora).
Ângela afirma que, além de se opor às políticas machistas, racistas e homofóbicas, é preciso avançar na mobilização contra os ataques aos direitos sociais e trabalhistas.
Muito legal o chamado e a proposta de fortalecer o clas-sismo e o internacionalismo. O feminismo precisa disso!
Legalização da violênciaO presidente da Rússia, Vla-
dimir Putin, promulgou uma lei que diz que a violência doméstica não é crime se o agressor não for reincidente no prazo de um ano.
Este é um grave ataque ao direito de proteção das mulheres russas e um péssimo exemplo para todo mundo.
No país onde uma mulher morre a cada 40 minutos vítima da violência de gênero, o que o governo fez, na prática, foi lega-lizar a agressão contra elas. Um absurdo sem tamanho!
Festival de prêmios
Doação ao GACC (Grupo de Apoio à Criança com Câncer)
Construção de quadra poliesportiva equiosque na subsede de Eugênio de Melo
Fundo de Greve
Criação da Rádio dos trabalhadores
Doação para movimento social
Sorteio de brindes
22 Jornal do Metalúrgico2
Garanta a sua camiseta e o CD do bloco Acorda PeãoContinuam à venda as camisetas e o CD do bloco de Carnaval Acorda Peão. O
samba-enredo deste ano traz o título “A roubalheira continua”. O metalúrgico pode comprar a camiseta que será usada no desfile por R$10. Já o CD custa R$ 5. Os dois
itens podem ser adquiridos na sede do Sindicato, em São José dos Campos.
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RÁPIDAS
Vamos fortalecer as lutas rumoà construção da Greve Geral
Conselho de Representantes
Na Gerdau, urna eletrônica foi derrotada
O Sindicato conseguiu derrubar, na Justiça, a tentativa da Gerdau em usar urna eletrônica na eleição de Cipa que acontece nesta quarta-feira (15). Por meio de uma liminar, ficou garantido o direito ao uso de cédulas de papel na votação. A urna eletrônica coloca em risco o sigilo do voto, permitindo que a empresa faça o rastreamento. “Com o voto na cédula, o trabalhador terá mais condições de fazer a sua escolha livremente”, afirma o diretor do Sindicato Marco Antonio Ribeiro. Os candidatos Amadeus (nº 6) e Brasileiro (nº 4) têm o apoio do Sindicato.
Em manobra contra ativista, Eaton adia eleição da Cipa
A eleição da Cipa na Eaton, que deveria ter ocorrido na segunda-feira (13), foi adiada para quarta-feira. A mudança não passa de uma manobra vergonhosa da empresa, na tentativa de prejudicar a candidatura do companheiro Valdir (nº 5). Os trabalhadores do primeiro turno chegaram a votar, mas a empresa cancelou todos os votos. Agora, todos terão de ir novamente às urnas. Aproveite para votar no candidato Valdir, porque este é de luta!
Ericsson, Dovale e M. A. Montagem terão eleição
O processo de eleições de Cipa está aberto nas fábricas Dovale, Ericsson e M. A. Montagem. Na Dovale, os trabalhadores vão às urnas nesta sexta-feira (17). Na Ericsson, o período de inscrições encerra-se dia 24 e a eleição será dia 6 de março. Na M. A., os candidatos podem se inscrever até o dia 21, sendo que a eleição será dia 27. Em todas as fábricas, é importante ficar de olho em quem está se candidatando. Não vamos dar moleza para aqueles que são apoiados pela chefia. A Cipa é um instrumento de luta e deve ser ocupada por trabalhadores que lutam por direitos.
O presidente do Sindicato, Antônio Macapá, discursa durante reunião do Conselho
Num ano em que os direitos trabalhistas e previdenciários estão sob grave ameaça, os metalúrgicos terão de fortalecer as lutas rumo à Greve Geral.
A discussão ganhou força na reu-nião do Conselho de Representantes, no sábado (11), que contou com 75 participantes de 18 fábricas.
Com aprovação pelo Conselho, a categoria vai organizar e participar de mobilizações.
O calendário de lutas começa dia 21, em Brasília. O Sindicato vai levar uma caravana ao Congresso Nacio-nal, onde haverá “corpo a corpo” com parlamentares para pressioná-los a derrubar as reformas trabalhista e da Previdência.
Também estão previstas manifes-tações no 8 de Março, Dia Internacio-nal das Mulheres, e 15 de março, Dia Nacional de Paralisações convocado por diversas centrais sindicais.
Por direitos, acampamento na MWL continua
Governo ameaça votar terceirização
Na porta da empresa
No Senado
“Estamos cobrando CUT, CTB e Força Sindical a abandonarem o co-modismo e construírem conosco uma Greve Geral contra as reformas do governo Temer”, disse o presidente do Sindicato, Antônio Ferreira de Barros, o Macapá.
Tanda Melo
O Sindicato vai realizar uma assembleia, no dia 9 de março, às 10h e às 18h, para dar informe sobre o processo nº 0022900-07.2005.083, que trata de insalubridade e periculosidade. Estão convocados todos aqueles que trabalharam na Philips de São José dos Campos no período de 23 de fevereiro de 2003 até o fechamento da fábrica e que constem na lista já divulgada.
2Jornal do Metalúrgico 3Sindicato faz assembleia com ex-trabalhadores da Philips
12º CongressoO Conselho de Representantes
também aprovou as datas do 12º Congresso dos Metalúrgicos. O evento será realizado nos dias 26, 27 e 28 de maio. Participarão delegados eleitos pelos próprios trabalhadores.
Ex-trabalhadores da MWL, em Caçapava, seguem firme na luta por direitos. O acam-pamento montado em frente à fábrica entra na segunda sema-na, nesta terça-feira (14).
Os metalúrgicos reivindicam que a empresa cumpra a decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TRT) e pague a indenização de
operários demitidos em 2016. “É inaceitável este calote e o
fato da MWL descumprir uma decisão judicial. A empresa quer empurrar a conta da crise para o trabalhador, mas nós não vamos aceitar. Por isso, o acampamen-to continua”, afirma o diretor do Sindicato Rogério Willians de Oliveira.
Mais um trator dirigido pelo go-verno Michel Temer (PMDB) pode passar por cima de direitos trabalhis-tas, já nos próximos dias.
Pode entrar em votação, no Se-nado, o projeto de lei que libera a terceirização do trabalho em todo o processo de produção.
Na prática, isso significa que as fábricas ou qualquer outra empresa poderão substituir toda mão de obra direta por terceirizados.
Ataque brutalO grande objetivo desse projeto é
rebaixar salários, retirar direitos e au-mentar a jornada dos trabalhadores.
Ex-trabalhadores da MWL durante protesto
O texto do Projeto de Lei 4330 foi aprovado, em 2015, pela Câmara dos Deputados. Agora, no Senado, se transformou em PLC (Projeto de Lei da Câmara) nº 30.
Se passar pelo Senado, a tercei-rização irrestrita segue para san-ção do presidente Temer.
O projeto faz parte dos ataques que o governo está promovendo con-tra os direitos dos trabalhadores. Essa
nova investida reforça a necessidade de construirmos uma Greve Geral que paralise todo o País.
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Órgão informativo do Sindicato dos Metalúrgicos de S. J. Campos, Caçapava, Jacareí, Santa Branca e Igaratá - Rua Maurício Diamante, 65, São José dos Campos - CEP 12.209-570. Telefone (12) 3946.5333 - Fax: 3922.4775 - site: www.sindmetalsjc.org.br - e-mail: [email protected]. Responsabilidade: Diretoria do Sindicato. Edição: Rodrigo Correia. Redação: Lucas Martins, Manuela Moraes e Shirley Rodrigues. Editoração eletrônica: Bruno César Galvão. Ilustração: Bruno César Galvao. Fotolito e Impressão: Unisind. Tel.: (11) 99907-9771
2Jornal do Metalúrgico 4
O governo de Michel Temer (PMDB) pretende, na prática, aca-bar com o direito à aposentadoria de milhões de brasileiros ao impor a idade mínima de 65 anos para que homens e mulheres tenham acesso ao benefício.
Ao exigir 65 anos de idade e pelo menos 25 anos de contribuição, o governo vira as costas para a realida-de do mercado de trabalho nacional, que rejeita profissionais nesta idade.
Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), o Brasil possui cerca de 500 mil idosos desempregados. São pessoas com mais de 60 anos e que dificilmente conseguirão um novo emprego em razão da idade.
Trabalho desgastanteA proposta também desconside-
ra as duras condições de trabalho a que a maioria dos brasileiros estão submetidos.
Seja nas fábricas, canteiros de obras ou no serviço rural, predomi-nam as longas jornadas, exposição ao calor e ao sol, movimentos repeti-tivos e esforços físicos que provocam sérios danos à saúde do trabalhador.
Para Vilson Antonio Romero, presidente da Anfip (Associação Na-
cional dos Auditores Fiscais da Re-ceita Federal), o governo é perverso ao dizer que o brasileiro se aposenta cedo em comparação com países desenvolvidos.
“Não podemos estabelecer a ida-de mínima tendo como parâmetro países de primeiro mundo. A espe-rança de vida no Pará, assim como em outras partes do Brasil, é de 65 anos. Já os trabalhadores do campo, por exemplo, aos 50 anos, têm as-pectos de uma pessoa de 60, 70, sem condições de trabalhar. O governo vai condenar metade da população a uma velhice sem aposentadoria”, analisou Romero.
Combinado com a chefiaNa Embraer, o supervisor
Boi, do 1ºT de EGM, anda tirando sarro da empresa. Vive batendo no peito e
dizendo que o pessoal pode denunciá-lo no Complice, porque ele sabe que não
pega nada, e vai continuar assediando. Mas, com a
gente, sua batata tá assando!
Ajuste fiscal na GMA GM está seguindo a
cartilha do governo Temer e passando a tesoura no orçamento. A enfermaria
está um caos, falta até álcool gel. Já a liderança
economiza em educação: é supervisor falando ao
celular enquanto dirige e S.A. que desrespeita a faixa de pedestre. Vamos parar
com essa história?
Ordem para assédioO assédio e a pressão estão
demais na Parker Filtros. A chefia posa de boazinha, mas na verdade é ela quem dá a ordem para descer o chicote. É bom parar com
esse abuso!
Inferno na terra O encarregado do 2º T da J. Macedo não deixa o pessoal sair para beber água e ir ao banheiro. Pra piorar, vive humilhando e ameaçando de demissão.
O encarregado geral é cúmplice. Isso tem que
acabar!
Calendário da escravidãoA Sobraer e Sopeçaero estão pressionando o
pessoal a compensar os feriados do jeito que elas querem. Os trabalhadores estão cansados dessa falta de diálogo e rejeitaram a
proposta.
Calor de matarO calor na Haldex está
insuportável! A fábrica é fechada, faltam exaustores e os ventiladores não dão conta. Desse jeito, alguém
vai passar mal. Vamos mandar a fiscalização aí!
A partir desta edição, o Jornal do Metalúrgico trará, semanalmente, matérias especiais sobre a reforma da Previdência e os ataques incluídos nessa proposta tão prejudicial aos trabalhadores brasileiros. Caso tenha dúvidas sobre a reforma, você pode nos escrever: [email protected]
ExPEcTATivA dE vidA EmPAíSES cOm APOSEnTAdORiAAOS 65 AnOS
METALÚRGICOS SERãO gRAvEmEnTE AfETAdOS
PREciSAmOS dE umA GREvE GERALPARA bARRAR A REfORmA
Fonte: OMS (2015)
A proposta de idade mínima é desastrosa para os metalúrgicos.
Após anos de exploração nas linhas de produção, um núme-ro significativo de trabalhadores adquire doenças ocupacionais, como LER/DORT, tendinites e lesões na coluna. Muitos têm de ser submetidos a tratamento mé-
dico e intervenção cirúrgica para amenizar as lesões ocupacionais.
Nestas condições, o trabalho após os 60 anos é tarefa quase impossível.
Segundo um estudo do Diee-se, 86% dos metalúrgicos da re-gião terão de adiar a aposenta-doria se a reforma for aprovada.
A gravidade da proposta da re-forma da Previdência de Temer exige uma resposta à altura da classe tra-balhadora.
“Com mobilizações isoladas, te-remos pouca força para barrar esse
ataque. Precisamos de uma Greve Geral, construída em conjunto com todas as centrais, que pare o país con-tra essa proposta criminosa”, afirma o secretário-geral do Sindicato, Re-nato Almeida.
dareformaespec ial
previdência
Com idade mínima de 65 anos, Temer quer que você trabalhe até morrer
Japão 84 anos
frança 82 anos
Alemanha 81 anos
brasil 75 anos