padre luiz turkenburg

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14/11/2014 Pe. Luiz Turkenburg http://itaunaemdecadas.blogspot.com.br/2012/11/normal-0-21-false-false-false-pt-br-x.html 1/5 Pe. Luiz Turkenburg Presente de DEUS para Itaúna ! Theodorus Maria Turkenburg, este é o verdadeiro nome do Padre Luiz. Theo (Deus) Dorus (presente) = presente de Deus. Expressa bem o que a comunidade itaunense sentia por ele: foi um verdadeiro presente para Itaúna. Holandês, nascido em Hillegon no dia 06 de Maio de 1926, filho de Nicolaas Gerardus Turkenburg e Alberdina Kroom Van Diest, ordenou-se sacerdote pela Congregação do Espírito Santo, em 20 de Julho de 1952. No ano seguinte veio para Itaúna. Inicialmente professor de música e canto no Colégio Santana. Regente de banda de música, pelas quais era apaixonado, ensaiava corais, compunha peças musicais e executava vários instrumentos, exímio pianista e organista, Pe. Luiz Turkenburg

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Presente de DEUS para Itaúna !

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Pe. Luiz Turkenburg

Presente de DEUS para Itaúna !

Theodorus Maria Turkenburg, este é o verdadeiro nome doPadre Luiz. Theo (Deus) Dorus (presente) = presente de Deus.Expressa bem o que a comunidade itaunense sentia por ele: foi umverdadeiro presente para Itaúna. Holandês, nascido em Hillegonno dia 06 de Maio de 1926, filho de Nicolaas GerardusTurkenburg e Alberdina Kroom Van Diest, ordenou-se sacerdotepela Congregação do Espírito Santo, em 20 de Julho de 1952. Noano seguinte veio para Itaúna. Inicialmente professor de música ecanto no Colégio Santana. Regente de banda de música, pelas quaisera apaixonado, ensaiava corais, compunha peças musicais eexecutava vários instrumentos, exímio pianista e organista,

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vibrava com os dobrados marciais. Na Holanda, obteve diploma denível superior em um Conservatório Musical. Tão competentenessa área, que a pedido do Diretor, para suprir uma necessidadede ter um professor titular na Escola Normal, naturalizou-sebrasileiro a fim de ser nomeado funcionário público e responderpela cadeira de Música e Canto Orfeônico. Graças a ele aPrefeitura de Itaúna doou um piano para o educandário. Grandesensibilidade, modelar ministro de Deus, semeou muito amor ecolheu inúmeros admiradores e amigos entre alunos, professores epessoas da comunidade. Em 1º de Janeiro de 1960, assumiu aParóquia de Nossa Senhora de Fátima, no Bairro Padre Eustáquio.Ali fez desabrochar sua personalidade, mostrou todo o seu carátere a bondade que sempre teve no coração. Revelou-se, ainda, serum homem empreendedor, preocupado com as condições sociaisde seus paroquianos, principalmente, pobres, doentes e crianças.Para estas dedicou esforços na construção de várias creches,escolas, como as da Vila Tavares, Padre Eustáquio e Várzea daOlaria. Desde que assumiu a Paróquia do Pe. Eustáquio, não paroude trabalhar. Na construção da Igreja Matriz do Bairro, ajudou afazer massa para os pedreiros, carregou tijolos e latas de concreto,"bateu" laje, incansavelmente. Foram inúmeras obras. Paraconseguir tantas melhorias em suas comunidades, Pe. Luiz teve quetrabalhar demais. Não media esforços. Atuava como servente depedreiro, pintor e, desta maneira, dava exemplo para acomunidade que o seguia. Envolvia todos num mutirão. Viam-secrianças, adultos e idosos colaborando. Era uma verdadeira festa aconstrução de uma nova Igreja, de uma nova Escola.Impressionante, ele sempre à frente de tudo Além das obrasreligiosas e educacionais, não se descuidava das caritativas. No

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Bairro Pe. Eustáquio fundou um refeitório que fornece alimentaçãogratuita para as crianças carentes. Nos fins de semana dáalimentação para toda a família dessas crianças. No local tambémfunciona um gabinete dentário, mantido pela Igreja. Eraresponsável por aproximadamente quinze comunidades, dentreelas Várzea da Olaria, Irmãos Auler, Vila Tavares, Carneiros,Itatiaiuçu, Pinheiros, Santo Antônio da Barragem, Vieiros eArrudas. Achava tempo para coordenar todas as obras, assistirreligiosamente suas comunidades, celebrar missas, casamentos ebatismos, visitar doentes e pobres, apoiar e promover reuniões decursilhistas, de jovens, de casais, de todos os inúmeros movimentosde sua Igreja. Parecia biônico, nunca demonstrava cansaço ouirritação. Quando alguma coisa não o agradava, fazia silêncio.Depois procurava explicar o seu desagrado, com justificadasrazões. Para conseguir fazer tantas coisas em tão pouco tempo,rodava pela cidade com uma velha "Lambreta", fizesse sol ouchuva. Ganhou um Fusca, da Holanda, o que veio facilitar suamaratona. Vicente Ventura, um dos grandes amigos do Pe. Luiz,diz que muitas vezes ele ficou atolado nas estradas ruins por ondepassava, e "voltava enlameado, mas feliz". Desde há alguns anos,vinha lutando contra uma dolorosa doença no maxilar, um terrívelcâncer que lhe corroía o físico, mas não abatia seu vigorintelectual e espiritual. Chegou a sair do Brasil, indo para aHolanda, fazer o tratamento e, segundo alguns, "viajou pra morrerem seu país". Os médicos deram-lhe três meses de vida. Quandoficou doente, recebeu a moléstia com tranquilidade, resignando-seao árduo caminho que iria percorrer. Porém, a resignação nãosignificou entrega. Pe. Luiz com esperanças redobradas em Deus,conseguiu suplantar os piores momentos de sua jornada.

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Surpreendentemente voltou ao Brasil com a doença sob controle.Para definir sua luta, e porque não dizer, seu triunfo sobre adoença, é importante relembrar uma afirmação do médico que oatendia em Belo Horizonte, citada por Dona Zulmira Antunes: "nasua cura entrou um pouco de medicina: o restante é algo que nãose explica, algo divino, onde a ciência não entra". Na década de 90,continuou entre nós, trabalhando, como se nada tivesseacontecido, muitas vezes contrariando as recomendações médicas.A sua força de vontade, a crença em Deus, que o premiou comuma graça sublime, a de servir seus paroquianos, o mantinha vivoe atuante. Vê-lo alimentar-se através de uma sonda, como auxíliode uma dedicada paroquiana, enfermeira Maria das Graças, eraum bálsamo para quantos, desesperados, não aceitam os desígniosda Providência. Debilitado pela doença, Pe. Luiz lia diariamente,celebrava (fazia a consagração), dava aulas de música, faziaensaios do Coral. De vez em quando, "assustando" a todos quecuidavam dele, pegava o carro da Paróquia e punha-se a dirigir,principalmente para visitar doentes. Ele era muito amigo do Dr.José Campos, seu colega de magistério na Escola Normal, maridode Dª Alba Regina, esposa desse ilustre médico e professor. Dª Alba,em decorrência de diabetes, foi ficando cega. Padre Luiz escreveu-lhe, em 24 de Abril de 1993, uma carta consoladora, da qualextraio alguns trechos: "é uma cruz pesada que Deus reservou paraa senhora e toda a família, sem dúvida! Mas com seus méritos,costumeira alegria e poder de comunicação, conseguirá aliviar osofrimento. Seu problema, suponho igual ao meu, surgiu derepente, mudando profundamente nossas vidas. Temos agoramuito tempo para refletir e descobrir que há outras pessoassofrendo mais, nos dão grande exemplo e não perdem a vontade de

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viver, continuam participando e convivendo com a família e acomunidade. Rezo para a senhora, celebro missa na sua intenção eestou certo de que o bom Deus atenderá nossos pedidos,aumentando nossa alegria de viver dia após dia". Grande e SantoPadre Luiz. Em 1989, no 1º Encontro de Bandas de Itaúna, Pe. Luizdeu, mais uma vez, exemplo de força de vontade, de sua crença navida, sua fé inabalável nos desígnios divinos, e regeu o "Bandão"(união de todas as Bandas participantes do evento), na Praça daMatriz, emocionando a todos. Compôs um Credo novo para aParóquia. Em Outubro de 1991, teve suas músicas escolhidas paraserem executadas no Congresso Eucarístico Internacional, nacidade de Natal. Na sua humildade, mandou as músicas sobpseudônimo, não quis se identificar, apenas colaborar para omaior brilhantismo do evento. Padre Luis Turkenburg completou40 anos de sacerdócio em 20 de Julho de 1992, na Paróquia deNossa Senhora de Fátima, que lhe tributou as maiores homenagenspela dedicação com que dirigiu os destinos da Igreja no BairroPadre Eustáquio. Pela Resolução nº 06/80, a Câmara Municipal deItaúna concedeu-lhe o título de Cidadão Honorário, entreguesolenidade ocorrida no dia 20 de Novembro de 1980. Faleceu em23 de Junho d e 1994, deixando consternada toda a comunidadecatólica itaunense. Enterrado no cemitério local, teve seus restosmortais transferidos para a Igreja Matriz de sua paróquia. THEO-DORUS, nosso presente de Deus, foi para a Casa do Pai, aureoladode santidade.

Texto: Guaracy de Castro NogueiraLocal Pesquisa : Instituto Cultural Maria de Castro Nogueira - ICMC Digitalização: Juarez Nogueira FrancoRealização:Charles Aquino, graduando em História pela Universidade do Estado de Minas Gerais /FUNEDI - Campus da Fundação Educacional De Divinópolis.