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Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
Ciclos de comutação de uma lâmpada até ao seu fim de vida - Investigação, construção e
implementação de uma ferramenta de análise
Maxime Duarte Lopes Ferreira
Dissertação realizada no âmbito do Mestrado Integrado em Engenharia Electrotécnica e de Computadores
Major Energia
Orientador: José Rui da Rocha Pinto Ferreira (Professor)
29/06/2015
v
Resumo
Com a veloz e profunda evolução tecnológica em que estamos inseridos nos dias de hoje,
todos as empresas necessitam de evoluir a nível tecnológico, mas também a nível do tempo
de resposta da avaliação de novas tecnologias. No setor da indústria, nomeadamente da
iluminação, esta evolução é cada vez mais sentida, uma vez que o atravessar de uma crise
económica fez com que as necessidades de tecnologias mais eficientes e economizadoras
aumentassem, havendo uma pressão muito grande por parte de toda a comunidade para a
investigação de novas tecnologias que fluam no sentido economizador. Por parte das
empresas, essa evolução é um verdadeiro desafio, uma vez que ao não apostar em novas
tecnologias, poderão tornar-se em empresas com lucros baixos ou até prejuízos devido à sua
tecnologia poder estar a ser ultrapassada, exigindo então a rápida e eficaz resposta para as
novas tecnologias. Assim, esta atuação torna-se um ponto muito importante para uma
empresa onde única fonte de lucro é através da venda de material elétrico nomeadamente na
área da iluminação.
Esta dissertação realizada em ambiente empresarial vem criar uma parceria entre a
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e a empresa Geonext, no âmbito de
visualizar as necessidades sentidas no laboratório da empresa e desenvolver uma solução para
tornar o mesmo mais eficaz e eficiente.
Durante o período de familiarização no laboratório constatou-se que havia necessidade de
novos mecanismos autónomos para testar os equipamentos, contribuindo para confrontar com
os dados do fabricante. Estes testes seriam executados no laboratório da empresa. Perante o
levantamento do material já existente no laboratório e analisando as normas europeias que
ditam as obrigações da empresa no que diz respeito às informações a transmitir ao
consumidor final, constatou-se vários pontos de fragilidade existentes no laboratório, que
foram convertidos em possíveis melhorias a implementar no laboratório. Após analisar todos
os pontos de melhoria, o equipamento que tornaria o mesmo mais completo e competitivo
seria a integração de uma máquina capaz de calcular o ciclo de comutação de uma lâmpada
até ao seu fim de vida, libertando os operadores do laboratório, do teste de comutação
permitindo assim executar outras tarefas controlando o teste remotamente.
vii
Abstract
With the rapid and profound technological change in which we operate nowadays, all
companies need to evolve in terms of technology, but also in the response time of
assessment of new technologies. In the industrial sector such as lighting these developments
are increasingly felt, since, by going through an economic crisis, the need for more efficient
and economic technologies has increased, creating great pressure from the community to
force research of new technologies in that direction.
For the companies, this evolution is a real challenge. Not investing in new technologies
would affect sales and profit. When the only source of income is through the sale of
electrical equipment (particularly in the lighting area), research and investment in new
advanced technologies becomes essential.
This work in a business environment is to create a partnership between the Faculty of
Engineering, University of Porto and the Geonext company to better visualize the needs felt
in the labs and develop a solution to make the same product more effective and efficient.
During the familiarization period in the laboratory, it was found that the lab needs
autonomous mechanisms to evaluate the characteristics of the equipment to confront the
manufacturer's data.
Picking up of existing equipment in the lab, it was found that the equipment that would
make the product more complete and competitive would be the integration of a machine to
calculate the switching time of a lamp till the end of it's life, freeing the lab workers of the
switching test and, therefore, allowing them to perform other tasks and control the test
remotely. This is the beginning of the abstract. The inclusion of an abstract in English is
mandatory. …
ix
Agradecimentos
Este espaço está reservado para agradecer a todas as pessoas que ao longo da dissertação
em ambiente empresarial prestaram toda a sua ajuda e apoio para a sua realização, às quais
deixo aqui os meus sinceros agradecimentos.
Começo por agradecer aos meus orientadores, Doutor José Rui da Rocha Pinto Ferreira,
orientador académico da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Gestor dos
Recursos Humanos Jorge Ferreira, orientador por parte da empresa Geonext, e ao Engenheiro
Helder Araújo responsável pelo laboratório do departamento de qualidade da empresa, pela
disponibilidade, auxílio, motivação e transmissão de conhecimentos prestado, que sem eles
seria impossível desenvolver a dissertação e atingir os padrões de qualidade.
Agradeço a todos os colaboradores da empresa Geonext que em muito contribuíram para o
sucesso deste estágio, dando o seu contributo ao nível de transmissão de experiências, de
conhecimentos e integração no ambiente e organização da empresa.
Estendo igualmente os meus agradecimentos a todos os que me apoiaram, seja através da
sua amizade ou de aconselhamento, durante esta fase, sendo alguns anónimos e outros bons
amigos.
Um agradecimento especial ao meu pai, Duarte ferreira, mãe, Cristina Ferreira e irmã,
Dora Ferreira pelo apoio dado, sem o qual não seria possível ter êxito neste projeto.
Finalizo com um sincero muito obrigado a todos.
xi
Índice
Resumo ................................................................................................ v
Abstract ............................................................................................. vii
Agradecimentos .................................................................................... ix
Índice ................................................................................................. xi
Lista de figuras .................................................................................... xv
Lista de tabelas ................................................................................... xix
Abreviaturas e Símbolos ........................................................................ xxi
Capítulo 1 ............................................................................................. 1
Introdução ......................................................................................................... 1 1.1 - Contextualização do tema ........................................................................... 2 1.2 - Objetivos do trabalho ................................................................................. 2 1.3 - Estrutura do trabalho ................................................................................. 3
Capítulo 2 ............................................................................................. 5
A Empresa ......................................................................................................... 5 2.1 Apresentação da empresa ............................................................................ 5 2.2 Mercado da Geonext .................................................................................. 6 2.3 Estrutura da empresa ................................................................................. 6 2.4 Diferentes departamentos ........................................................................... 7 2.5 Local de dissertação em ambiente empresarial .................................................. 9 2.6 Considerações a reter neste capítulo .............................................................. 9
Capítulo 3 ........................................................................................... 11
Luminotecnia ................................................................................................... 11 3.1 Evolução histórica da luminotecnia............................................................... 11 3.2 Conceitos básicos da luminotecnia ............................................................... 13 3.2.1 O que é a Luz .................................................................................... 13 3.2.2 Luz e Cores ....................................................................................... 13 3.3 Grandezas ............................................................................................. 14 3.3.1 Fluxo Luminoso .................................................................................. 14 3.3.2 Intensidade Luminosa .......................................................................... 14 3.3.3 Iluminância ....................................................................................... 15 3.3.4 Luminância ....................................................................................... 15
3.4 Características das lâmpadas e acessórios ...................................................... 16 3.4.1 Índice de Eficiência Energética .............................................................. 16 3.4.2 Temperatura e Cor ............................................................................. 19 3.4.3 Índice de restituição de cores ................................................................ 20 3.5 Tecnologias de iluminação ......................................................................... 20 3.5.1 Incandescência .................................................................................. 21 3.5.1.1 Lâmpada incandescente normal ...................................................... 21 3.5.1.2 Lâmpada de halogéneo ................................................................. 22 3.5.2 Descarga elétrica em gases ................................................................... 23 3.5.2.1 Lâmpadas de vapor de mercúrio a alta pressão ................................... 24 3.5.2.2 Lâmpadas de luz mista ................................................................. 25 3.5.2.3 Lâmpadas de mercúrio com iodetos metálicos ..................................... 26 3.5.2.4 Lâmpada de vapor de sódio de alta pressão ........................................ 26 3.5.2.5 Lâmpada fluorescente .................................................................. 27 3.5.2.6 Lâmpada fluorescente compacta ..................................................... 28 3.5.2.7 Lâmpada de vapor de sódio a baixa pressão ....................................... 29 3.5.3 LED ................................................................................................ 30 3.5.3.1 O funcionamento e constituição do LED ............................................ 30 3.5.3.2 Características da Luz .................................................................. 32 3.5.3.3 Tecnologias LED atuais ................................................................. 33 3.5.3.4 Outras considerações do Led .......................................................... 34 3.6 Material de apoio à iluminação ................................................................... 35 3.6.1 Casquilhos ........................................................................................ 35 3.6.2 Balastros .......................................................................................... 35 3.6.3 Arrancadores .................................................................................... 36 3.7 Considerações ........................................................................................ 36
Capítulo 4 ........................................................................................... 37
O laboratório ................................................................................................... 37 4.1 Tarefas executadas pelo laboratório ............................................................. 37 4.2 Testes executados na receção de mercadoria e aquisição de novos equipamentos .... 45 4.3 Equipamentos de medida para a execução dos testes ........................................ 47 4.4 As informações necessárias a disponibilizar aos utilizadores finais......................... 49 4.5 Possíveis melhorias a aplicar no laboratório .................................................... 51 4.6 Considerações ........................................................................................ 52
Capítulo 5 ........................................................................................... 53
Desenvolvimento da solução consoante as necessidades da empresa ................................ 53 5.1 Objetivos que a máquina deve cumprir .......................................................... 53 5.2 Normas a seguir ...................................................................................... 54 5.3 Necessidades do laboratório ....................................................................... 55 5.4 Projeto ................................................................................................. 55 5.5 Materiais a utilizar................................................................................... 57 5.6 Orçamento ............................................................................................ 61 5.7 Programação .......................................................................................... 62 5.8 Interface .............................................................................................. 63 5.9 Considerações ........................................................................................ 65
Capítulo 6 ........................................................................................... 67
Caso de aplicação .............................................................................................. 67 6.1 Características das lâmpadas utilizadas ......................................................... 67 6.2 Verificação do ciclo de comutação na melhoria construída para as tecnologias
escolhidas. ............................................................................................ 69 6.3 Considerações ........................................................................................ 72
Capítulo 7 ........................................................................................... 73
Conclusões ...................................................................................................... 73
xiii
Anexo A ............................................................................................. 77
Código do programa ........................................................................................... 77
Anexo B ............................................................................................. 87
Fichas técnicas das lâmpadas ................................................................................ 87
Referências ......................................................................................... 93
xv
Lista de figuras
Figura 1: Imagem de apresentação da empresa [1] ..................................................... 5
Figura 2 : Cronograma da empresa Geonext [4].......................................................... 8
Figura 3: Layout do Laboratório [5] ........................................................................ 9
Figura 4 : Lucerna [9] ....................................................................................... 12
Figura 5 : Espetro da radiação eletromagnética [10].................................................. 13
Figura 6: Fluxo Luminoso [10] ............................................................................. 14
Figura 7: Intensidade Luminosa [10] ..................................................................... 14
Figura 8: Iluminância [10] .................................................................................. 15
Figura 9: Luminância versos Iluminância [10] .......................................................... 15
Figura 10: Modelo de etiqueta energética de uma lâmpada e de uma luminária [12] .......... 16
Figura 11: Diferentes tonalidades das diferentes temperaturas de cor [13] ...................... 19
Figura 12: Iluminação dos mesmos objetos com diferentes IRC [14] ............................... 20
Figura 13: Exemplo de uma lâmpada incandescente normal [15] ................................... 21
Figura 14: Exemplo de lâmpadas de halogéneo [21] .................................................. 22
Figura 15: Princípio de funcionamento das lâmpadas de descarga de baixa pressão [22] ...... 24
Figura 16: Princípio de funcionamento das lâmpadas de descarga de alta pressão [23] ........ 24
Figura 17: Lâmpada de vapor de mercúrio a alta pressão [24] ...................................... 25
Figura 18: Lâmpada de luz mista [25] .................................................................... 26
Figura 19: lâmpada fluorescente T8 [30] ................................................................ 28
Figura 20: Lâmpadas fluorescentes compactas [32] ................................................... 29
Figura 21: Camadas de junção tipo P e N utilizados nos LED's [36] ................................. 31
Figura 22: Constituição de um LED [36] ................................................................. 31
Figura 23: Comprimentos de onda das diferentes cores na tecnologia LED [37] ................. 33
Figura 24: Aplicações dos LED's na iluminação artificial [38] ........................................ 33
Figura 25: diferentes casquilhos utilizados na iluminação artificial [40] .......................... 35
Figura 26: Exemplo de um balastro [42] ................................................................. 36
Figura 27: Exemplo de um arrancador [43] ............................................................. 36
Figura 28: Diagrama utilizado na receção de mercadoria [44] ...................................... 38
Figura 29: Processo de seleção de novos modelos [45] ............................................... 41
Figura 30: Diagrama de Equipamentos de Medição e Monotorização [46] ......................... 43
Figura 31: Esquema de ligações para controlar a tensão da lâmpada. Tendo o pino A e C para a ligação da tensão da rede [56] ............................................................. 56
Figura 32: Esquema de montagem para o controle da tensão da rede [56] ....................... 56
Figura 33: Esquema de ligação para a contagem do ciclo de comutação [56] .................... 56
Figura 34: Esquema de montagem para a contagem do ciclo de comutação [56] ............... 57
Figura 35: Esquema de montagem da junção dos circuitos do controle da tensão e da contagem do ciclo de comutação. [56] ........................................................... 57
Figura 36: Arduino Uno. [56]............................................................................... 57
Figura 37: a) Resistência de 2,2K b) Resistencia de 10K [57] ...................................... 58
Figura 38: Díodo 1N4148 [57] .............................................................................. 58
Figura 39: Rele SRD-05VDC-SL-C [57] .................................................................... 58
Figura 40: Tirístor BCD 546 [57] ........................................................................... 58
Figura 41: LDR 200V [57] ................................................................................... 59
Figura 42: Breadboard [57] ................................................................................ 59
Figura 43: Cabos de ligação [57] .......................................................................... 59
Figura 44: Tomada interruptora [58] ..................................................................... 59
Figura 45: Casquilho de ligação das lâmpadas T8 [58] ................................................ 60
Figura 46: a) Lâmpada T8 LED b) Lâmpada T8 fluorescente [59] ................................. 60
Figura 47: Informação transmitida para o utilizador .................................................. 63
Figura 48: Local onde o utilizador deve introduzir a informação ................................... 63
Figura 49: Informação sobre a opção escolhida ........................................................ 63
Figura 50: Informação dada ao utilizador a cada ciclo do teste .................................... 64
Figura 51: Informação dada pela máquina no fim do teste .......................................... 64
xvii
Figura 52: Utilização do Teamviewer .................................................................... 64
Figura 53: Imagens das lâmpadas usadas para o teste, a) LED e b) fluorescente [59] .......... 68
Figura 54: Etiqueta energética da lâmpada a) T8 GLASS LED b) T8 fluorescente [59] .......... 69
xix
Lista de tabelas
Tabela 1 : Índice de eficiência energética .............................................................. 17
Tabela 2 : Correção da potência caso o modelo exija um dispositivo de comando [12] ........ 18
Tabela 3 : Preço de cada componente adquirido para a construção da melhoria ............... 61
Tabela 4 : Características das lâmpadas [59] ........................................................... 67
Tabela 5 : Dados eléctricos da lâmpada T8 GLASS LED [59] ......................................... 68
Tabela 6 : Dados ópticos das lâmpadas [59] ............................................................ 69
Tabela 7 : O intervalo temporal em dias necessário para os diferentes ciclos de comutação .............................................................................................. 70
xxi
Abreviaturas e Símbolos
Lista de abreviaturas
AC Corrente Alternada
CLF Compact Fluorescent Lamp
DCI Departamento de Comercio Internacional
DIR Diretor
EMA Erro Máximo Admissível
EMM Equipamentos de Medida e Monotorização
GP Gestor de produto
I Intensidade Luminosa
I & D Investigação e Desenvolvimento
IEE Índice Eficiência Energética
INFOR Informática
IRC Índice de Restituição Cromática
L Luminância
LDR Light Dependent Resistor
LED Lighting Emitted Diodes
Max Máximo
Min Mínimo
MKT Marketing
REP Responsável
SI Sistema Internacional
SMN Seleção de Novos Modelos
T Temperatura de cor
TA Temperatura Ambiente
UV Ultra Violeta
Lista de símbolos
Φ Fluxo luminoso
lm Lúmen
I Intensidade luminosa
W Watt
cd Candela
E Iluminância
L Luminância
lx Lux
h Hora
s Segundo
min Minutos
ºC Graus Celcius
K Kelvin
m Metro
V Voltes
A Amperes
Ω Ohm
M Mega
K Kilo
Hz Hertz
mg Miligrama
€ Euros
Vac Tensão alternada
1
Capítulo 1
Introdução
A crescente competitividade do mercado, as alterações frequentes no custo das matérias-
primas, a imposição de restrições ambientais e a constante procura pela redução de custos
exigem respostas rápidas e rigorosas das indústrias e um melhor controlo das suas atividades.
Com isto, torna-se necessário desenvolver novas estratégias e mecanismos para encontrar
novas soluções que permitam, às empresas, uma maior otimização dos seus processos de
resposta para que estas possam acompanhar a crescente competitividade do mercado em que
se encontram inseridas.
Sendo assim, o desenvolvimento dos processos de testes e verificações de conformidade
nos laboratórios de qualidade, estão diretamente relacionados com a velocidade em que essa
resposta é obtida, colocando em espera todo o departamento de comercialização e venda dos
produtos por parte dos fornecedores e por parte dos clientes.
Este projeto de Dissertação visa essencialmente desenvolver e implementar um sistema
que seja capaz de medir o número de vezes que uma lâmpada acende até ao seu fim de vida,
na empresa Geonext – Produtos Eléctricos S.A., com o intuito de melhorar os testes
executados aos equipamentos e acelerar a resposta ao departamento comercial. Essa
melhoria poderá ser alcançada através da aplicação deste sistema no laboratório de
qualidade da empresa que é responsável pelos testes luminotécnicos aos equipamentos
elétricos nomeadamente as lâmpadas.
2 Introdução
1.1 - Contextualização do tema
Com a veloz e profunda evolução tecnológica em que estamos inseridos nos dias de hoje,
todos as empresas necessitam de evoluir a nível tecnológico, mas também, ao nível do tempo
de resposta na avaliação de novas tecnologias.
No sector da indústria, nomeadamente na iluminação, esta evolução é cada vez mais
sentida, uma vez que ao atravessar uma crise económica, as necessidades de tecnologias mais
eficientes e economizadoras aumentam, criando assim uma pressão muito grande por parte
de toda a comunidade para a investigação de novas tecnologias que fluam no sentido
economizador. Por parte das empresas essa evolução é um verdadeiro desafio, uma vez que
ao não apostar em novas tecnologias, tornar-se-ão empresas ultrapassadas e com poucas
vendas, devido à tecnologia já estar ultrapassada, então a rápida e eficaz resposta para as
novas tecnologias é um ponto muito importante para as empresas onde a sua fonte de lucro é
através da venda de material elétrico nomeadamente na área da iluminação.
Esta dissertação em ambiente empresarial veio criar uma parceria entre a Faculdade de
Engenharia da Universidade do Porto e a empresa Geonext com o intuito de analisar as
necessidades sentidas no laboratório da empresa com o principal objetivo de desenvolver
uma solução para o tornar mais eficaz e eficiente.
Durante o período de familiarização no laboratório constatou-se que necessitava de
mecanismos autónomos para avaliar as características dos equipamentos, contribuindo para
verificar os dados do fabricante. Perante o levantamento do material já existente no
laboratório, verificou-se que o equipamento que tornaria o mesmo mais completo e
competitivo era a integração de uma máquina capaz de calcular o ciclo de comutação de uma
lâmpada até ao seu fim de vida, libertando os operadores do teste de comutação permitindo
assim executar outras tarefas e controlar o teste remotamente.
1.2 - Objetivos do trabalho
O principal objetivo do trabalho em ambiente empresarial é utilizar os conhecimentos
adquiridos na faculdade de forma a executar melhorias numa empresa, tornando o quotidiano
de trabalho de uma empresa mais eficiente e eficaz, permitindo a empresa tornar-se mais
competitiva e com processos mais rápidos e inteligentes.
Com o intuito de cumprir o objetivo atrás descrito, um outro conjunto de objetivos
necessitam de ser cumpridos, e para tal concluiu-se que a construção e implementação de
uma ferramenta de análise do ciclo de comutação de uma lâmpada até ao seu fim de vida,
tornaria os testes executados, no laboratório, mais eficientes e os operadores ganhariam
assim tempo para outras tarefas, uma vez que poderá ser controlado remotamente.
Estrutura do trabalho 3
Com vista a uma melhor compreensão do trabalho executado na empresa estruturou-se os
objetivos nos seguintes pontos:
O sistema ser capaz executar os testes sem a supervisão contínua em toda a
duração do teste;
Armazenar a informação do número de vezes que a lâmpada ligue e desligue;
Seja capaz de executar os testes para os diferentes tipos de casquilhos e
tecnologias.
1.3 - Estrutura do trabalho
Este documento está dividido em sete capítulos, iniciando o trabalho no capítulo um, a
Introdução, dividido em três sob capítulos abordando a contextualização do tema, os
objetivos do trabalho e a sua estrutura.
No capítulo dois, “A Geonext”, é efetuada a descrição da empresa, referindo o mercado
em que a empresa opera, a estrutura da empresa a nível de submarcas, os diferentes
departamentos e finalizando o capítulo com a descrição do local de estágio.
No capítulo três, “a Luminotecnia”, é descrita a evolução histórica da luminotecnia, os
conceitos básicos, as grandezas associadas à iluminação, as principais características das
lâmpadas e os principais acessórios para um bom funcionamento das lâmpadas, como
balastros, arrancadores, e casquilhos.
No capítulo quatro, “o Laboratório”, são ilustradas as atividades executadas no
laboratório, bem como os testes executados nas lâmpadas e luminárias, todo o material e
salas de teste que o laboratório contém, e são descritas algumas exigências impostas pelas
normas que obrigam a disponibilizar aos consumidores finais a informação dos produtos,
perante estas informações são descritas possíveis melhorias nos testes executados.
O capítulo cinco, “Desenvolvimento da ferramenta de teste”, referencia os objetivos que
a máquina deve cumprir, os materiais a utilizar para a sua construção, e a utilização das
normas comparativamente com as necessidades da empresa, a programação utilizada, a
interface criada, e as conclusões técnicas da máquina.
O capítulo seis, “Caso de aplicação”, faz referência às tecnologias utilizadas para teste e
à verificação do teste comparativamente aos dados do fornecedor.
Por fim, o capítulo sete é reservado para as conclusões gerais da dissertação/tese em
ambiente empresarial.
5
Capítulo 2
A Empresa
A Geonext é uma empresa portuguesa que desenvolve a sua atividade no setor de
material elétrico e de iluminação. Fundada em 1982, a evolução da empresa reflete a
ambição, visão e espírito empreendedor dos seus fundadores e o esforço e empenho
profissional dos seus colaboradores. [1]
2.1 Apresentação da empresa
Figura 1: Imagem de apresentação da empresa [1]
A principal atividade da empresa Geonext – Produtos Eléctricos S.A. está ligada aos
setores de material elétrico e de iluminação. O grupo Geonext orgulha-se dos 35 anos de
história, crescimento e sustentabilidade, honrando e tornando férteis as relações de longo
prazo. O compromisso inequívoco assumido pela empresa com a qualidade dos seus produtos
6 A Empresa
e serviços complementares associados são a sua principal força e fator de competitividade. O
gabinete técnico da Geonext é qualificado para conceber estudos e soluções de iluminação
enquadrando os conceitos arquitetónicos impostos pela legislação luminotécnica em vigor.
Todos os seus produtos são fabricados de acordo com as Normas e Regulamentos europeus, a
empresa é certificada através da Norma de Sistema de Qualidade ISSO 9001-2008. A empresa
condiciona as suas infraestruturas de modo a que os seus processos possam originar a
melhoria contínua do seu sistema de gestão de qualidade. [1]
2.2 Mercado da Geonext
Os atuais e principais continentes de destino de exportação da empresa Geonext são fruto
de um forte investimento em recursos humanos e financeiros. Estes mercados são
conquistados através de uma equipa constituída por comerciais e pelo departamento de
comércio externo, que avaliam os mercados em crescimento e desenvolvimento, dirigindo-se
a esses mesmos países e transmitindo as tecnologias de iluminação que a empresa oferece. Os
pontos de contacto no mercado externo são desde o continente Europeu, o Asiático e o
Africano, nomeadamente China, França, Angola, e Gabão. [2]
2.3 Estrutura da empresa
A empresa é detentora de três marcas: Blink, Lumitek e Luxtek, onde cada uma oferece
um conjunto de características específicas para o utilizador final.
A Blink oferece aos profissionais do sector uma ampla gama de produtos elétricos para
espaços e ambientes profissionais e decorativos. Através de processos de fabrico e testes
laboratoriais intensivos qualificados e certificados, a Blink produz luminárias de construção
robusta, design inovador e tecnologias avançadas dirigidas para a economia no consumo de
energia participando ativamente no esforço para a diminuição de emissão de dióxido de
carbono na atmosfera colaborando, deste modo, para um ambiente mais saudável.
A LUXTEK é uma marca de lâmpadas introduzida no mercado português em 1987,
distinguindo-se pela elevada qualidade do produto e pelo seu baixo custo. A marca definiu
como estratégia a participação ativa na promoção de utilização de lâmpadas de baixo
consumo, desenvolvendo paralelo e intenso trabalho de investigação. Duas décadas após o
seu lançamento a LUXTEK apresenta-se ao público como um produto de referência. Desde
2001 LUXTEK está presente nos principais mercados internacionais. A marca possui como cor
dominante dos seus meios de comunicação o verde, querendo com essa escolha simbolizar o
interesse e o esforço por um ambiente melhor e por isso pensando nas gerações futuras.
LUXTEK está associada a eventos desportivos e outros de natureza social.
A Lumitek disponibiliza aos clientes uma vasta gama de produtos de iluminação,
elaborados com elevado espírito de funcionalidade e inovação estética. Mediante um rigoroso
Difrentes departamentos 7
processo de fabrico e controlo de qualidade, os produtos apresentam alto teor de
investigação e performance técnica às exigências que lhes são impostas. Oferece grande
diversidade de soluções que permitem agradáveis efeitos de iluminação e cariz arquitetónico
como ferramenta de trabalho e forma de partilha destes elementos com os clientes. [1, 3]
2.4 Diferentes departamentos
A empresa Geonext está dividida pelos departamentos representados na figura 2 iniciando
o cronograma pela Administração, Diretor Executivo e Diretor Geral que com o auxílio de
outros dois departamentos, o de Consultadoria Financeira e o de Assessoria Jurídica/
Recursos humanos coordenam toda a atividade da empresa. Estes departamentos servem de
suporte para toda a estrutura da empresa encontrando-se esta dividida em outros sete
departamentos, como o departamento da Informática, Investigação e Desenvolvimento,
Armazém/Logística, Contabilidade, Comercial, Marketing e finalizando com o departamento
Técnico.
O local para o desenvolvimento da dissertação em ambiente empresarial é o laboratório.
Este está ligado ao departamento de Marketing e ao departamento Técnico, executando
tarefas paralelamente com a Qualidade. [4]
Local de dissertação em ambiente empresarias 9
2.5 Local de dissertação em ambiente empresarial
O local onde decorreu o projeto, que deu origem a esta dissertação em ambiente
empresarial, foi o laboratório da empresa Geonext em parceria com o departamento da
Qualidade da mesma empresa. O projeto decorreu revendo todos os processos e os testes
executados aos equipamentos luminotécnicos no laboratório da empresa, avaliando assim as
fragilidades existentes, de forma a criar possíveis melhorias no que diz respeito a novos
testes aos equipamentos para a empresa Geonext. O laboratório está dividido em dois
espaços físicos representados na figura 3.
Figura 3: Layout do Laboratório [5]
Sendo o primeiro espaço (representado na figura 3 pela letra A), dedicado ao escritório e
a testes elementares aos equipamentos, como a verificação dos parâmetros da embalagem
testes funcionais, entre outros descritos detalhadamente mais à frente, e o segundo espaço
(representado na figura 3 pela letra B), está reservado para os testes de aquecimento, de
imersão e longevidade das lâmpadas e luminárias. O espaço representado na figura 3 pela
letra D é o espaço cedido pela empresa para a implementação da melhoria do laboratório, o
ciclo de comutação de lâmpadas até ao seu fim de vida.
2.6 Considerações a reter neste capítulo
Neste capítulo é apresentada a empresa GEONEXT, e as suas áreas de atuação no
mercado, assim como as suas marcas e o que cada uma oferece aos consumidores finais. É
também apresentado o Cronograma de empresa descrevendo os departamentos em que o
laboratório, o local do trabalho que conduziu à dissertação, realiza interações. Este capítulo
termina com a descrição do local da dissertação.
11
Capítulo 3
Luminotecnia
Este capítulo é destinado, à introdução teórica dos conhecimentos técnicos da linguagem
luminotécnica e das suas tecnologias, com o âmbito de uma melhor perceção de todo o
conteúdo descrito nos próximos capítulos. Iniciando o capítulo com a evolução histórica da
luminotecnia, de seguida os principais conceitos, alargando para as grandezas utilizadas e
finalizando com as diferentes tecnologias empregues na luminotecnia.
3.1 Evolução histórica da luminotecnia
A iluminação iniciou-se na época do homem primitivo, onde este utilizava as
manifestações da natureza, através dos relâmpagos, que ao incidirem em árvores
desencadeavam o fogo. O domínio do fogo veio mais tarde no período neolítico, onde o
homem desenvolveu técnicas para obter o fogo usando pedras. Esta evolução nas ferramentas
de iniciação do fogo produziu uma forte evolução na humanidade diminuindo a necessidade
de se esconder ou lutar, e tornando a noite num período não tão perigoso. Acredita-se que
com esta descoberta o homem passou a ter mais tempo para pensar, permitindo um
desenvolvimento veloz das suas capacidades. [6]
O uso do fogo como principal meio de iluminação estendeu-se até ao século XIX,
utilizando óleo de baleia e outros materiais para manter postes de iluminação pública e
lampiões acessos.
Este foi o primeiro instrumento para a iluminação, porque após o homem verificar que ao
cozinhar os alimentos sobre o fogo, a gordura escorrida destes mesmo alimentos, aumentava
o fogo, apercebeu-se assim que tinha um tesouro em mãos. O homem após esta descoberta
passou a armazenar essa gordura em recipientes, que através de uma trança vegetal se
tornava condutor do combustível. Estes artefactos são chamados de lucernas e foram
utilizados por milénios como forma de iluminação. [6]
12 Luminotecnia
Figura 4 : Lucerna [9]
Após o domínio de diversos materiais, nomeadamente, madeira, barro, cera, e
posteriormente o metal, foi modernizado o conceito de lucernas para a inspiração das velas.
Estes avanços permitiram a evolução da iluminação publica, que mesmo sem nenhum meio de
estudo o homem descobriu que quanto mais alto se encontrava a tocha ou outro tipo de
material para a utilização do fogo, maior era a área de iluminação. Criando assim os
castiçais, e os candeeiros, que não passavam de suportes para as lucernas ou para as velas,
pendurados ou fixos a paredes, a uma altura considerada do chão, permitindo a
direccionalidade da luz. [6]
Várias descobertas foram realizadas e com isso desenvolveram-se vários artefactos para
armazenar o fogo, mas sem nenhuma invenção revolucionária até o ano de 1783, onde o suíço
Pierre Argand desenvolveu a lâmpada de dupla corrente de ar, a chamada lâmpada de Argand
como ficou conhecida, que era composta por um pavio inserido no interior de uma chaminé
de vidro, por onde passava uma corrente de ar ascendente que auxiliava a combustão,
produzindo uma chama estável de forte intensidade e com pouco fumo.
Diversos cientistas contribuíram para a descoberta da primeira lâmpada elétrica, mas foi
o norte-americano Tomas Edison o criador das lâmpadas. O grande desafio foi tentar manter
o filamento incandescente intacto durante a transmissão da corrente elétrica, para isso, era
preciso achar um material ideal. Tomas Edison superou assim o desafio da descoberta do
material ideal para o filamento. Tentou vários materiais, desde ligas metálicas até ao bambu,
o sucesso veio quando teve a ideia de utilizar um filamento fino de carvão a alto vácuo, em
1879. Embora a durabilidade fosse limitada, os filamentos das lâmpadas de hoje são
elaborados a partir do tungsténio. [6, 7, 8]
E foi a partir desta descoberta que foram desenvolvidas todas as tecnologias usadas para
a iluminação artificial, desde a tecnologia incandescente, a tecnologia de descarga elétrica
em gases e por fim a tecnologia LED.
Conhecimentos basicos da luminotecnia 13
3.2 Conceitos básicos da luminotecnia
3.2.1 O que é a Luz
A luz é a radiação eletromagnética que a olho humano é possível ser interpretado, isto é,
uma fonte de radiação emite ondas eletromagnéticas, elas possuem diferentes comprimentos
de onda, e somente uma pequena gama é percetível pelo olho humano, como podemos
verificar na figura 5. A perceção ou sensibilidade visual para a luz varia não só com o
comprimento de onda da radiação, mas também com a luminosidade. As radiações de menor
comprimento de onda (violeta e azul) produzem uma intensidade de sensação luminosa
maior, enquanto as radiações com maior comprimento de onda se comportam ao contrário,
quando percetíveis a olho humano. [10]
3.2.2 Luz e Cores
Como foi explicado anteriormente só uma certa gama das radiações eletromagnéticas são
percetíveis pelo olho humano, e com este acontecimento a tendência é pensar que os objetos
já possuem cor, mas na verdade a aparência do objeto é resultado da iluminação incidente
sobre o mesmo. Expondo uma maçã a uma luz branca, a maçã apresentar-se-á com a cor
vermelha, este facto deve-se a que a maçã absorve todas as radiações nos outros
comprimentos de onda e reflete a radiação correspondente ao vermelho. Se colocarmos a
mesma maçã sobre a mesma luz, mas com um filtro que remova a radiação com o
comprimento de onda correspondente ao vermelho, a maçã não terá essa gama de radiação
para refletir, e apresentar-se-á com uma cor negra.
Figura 5 : Espetro da radiação eletromagnética [10]
14 Luminotecnia
A luz é composta por três cores primárias, o vermelho, azul e amarelo, a combinação das
três cores primárias dão origem as cores secundárias, obtendo assim todas as cores do
espectro visível. Este conceito é importante pois ao longo do dia o nível de radiações emitido
pela luz natural é inconstante, o que difere também nas cores apresentadas nos objetos. Com
as fontes de luz artificiais este fenómeno também acontece, pois as lâmpadas
incandescentes, tendem a reproduzir com maior facilidade as cores vermelha e amarela, do
que as cores verde a azul, criando a sensação de uma luz mais “quente”. [10]
3.3 Grandezas
3.3.1 Fluxo Luminoso
O fluxo luminoso (Φ) é a quantidade de luz total emitida por segundo por uma fonte
luminosa, a sua unidade é o lúmen (lm), ou seja, é a energia radiada sob a forma de luz
visível ao olho humano por segundo. A radiação ou energia de 1 watt luminoso corresponde a
um fluxo luminoso de 683 lúmen, correspondente á máxima eficácia espetral percetível pelo
olho humano. [10, 11]
Figura 6: Fluxo Luminoso [10]
3.3.2 Intensidade Luminosa
Intensidade luminosa (I) é o quociente entre o fluxo luminoso emitido pela fonte com um
comprimento de onda padronizado e propagado no elemento numa determinada direção por
unidade de ângulo sólido, a unidade SI é a candela (cd). [10, 11]
Figura 7: Intensidade Luminosa [10]
Iluminância 15
3.3.3 Iluminância
Iluminância (E) relaciona a luz que a fonte irradia, o fluxo luminoso e a superfície na qual
incide, situada a uma certa distância da fonte de luz. É expressa em lux (lx). É também a
relação entre intensidade luminosa e o quadrado da distância (l/d²). Na prática, é a
quantidade de luz dentro de um ambiente, e pode ser medida com o auxílio de um luxímetro.
Como o fluxo luminoso não é distribuído uniformemente, a iluminância não será a mesma em
todos os pontos da área em questão. Considera-se por isso a iluminância média (Em). Existem
normas que especificam o valor mínimo de Em, para ambientes diferenciados pela atividade
exercida relacionados ao conforto visual. [10, 11]
Figura 8: Iluminância [10]
3.3.4 Luminância
Luminância (L) é portanto o Fluxo Luminoso irradiado na direção de um determinado
ponto, isto é se a fonte luminosa irradiasse a luz uniformemente em todas as direções, o
Fluxo Luminoso distribuir-se-ia na forma de uma esfera. Tal fato é quase impossível de
acontecer, razão pela qual é necessário medir o valor dos lúmens emitidos em cada direção.
Essa direção é representada por vetores, cujo comprimento indica a Intensidade Luminosa.
[10, 11]
Figura 9: Luminância versos Iluminância [10]
16 Luminotecnia
3.4 Características das lâmpadas e acessórios
3.4.1 Índice de Eficiência Energética
As lâmpadas não são todas iguais não só pelos diferentes Fluxos Luminosos que emitem,
mas também pelas diferentes potências que consomem. Uma maneira de as poder comparar é
utilizando o Índice de Eficiência Energética (IEE), que compara quantos lumens são gerados
por watt absorvido. [12]
O IEE permite-nos comparar as lâmpadas e luminárias, essa informação é dada através das
etiquetas energéticas ilustradas nas imagens 10 a) e b), sendo a primeira para lâmpadas e a
segunda para luminárias.
Etiqueta energética das lâmpadas e das luminárias:
a) b) Figura 10: Modelo de etiqueta energética de uma lâmpada e de uma luminária [12]
A etiqueta energética das lâmpadas deve conter as seguintes informações:
I - Nome do fornecedor ou marca comercial;
II - Identificador do modelo, atribuído pelo fornecedor, ou seja, o código;
III - Classe de eficiência energética determinada em conformidade;
IV - Consumo de energia ponderado em kWh por 1 000 horas, calculado e arredondado
às unidades.
A etiqueta energética das luminárias deve conter as seguintes informações:
I - Nome do fornecedor ou marca comercial;
II - Identificador do modelo, atribuído pelo fornecedor, ou seja, o código;
III - A frase apresentada no exemplo ou uma das frases alternativas;
IV - A gama de classes de eficiência energética;
V - Uma das seguintes opções, consoante as circunstâncias:
Conhecimentos basicos da luminotecnia 17
a) Caso a luminária funcione com lâmpadas substituíveis pelo utilizador final
e essas lâmpadas estejam incluídas na embalagem da luminária, a frase
apresentada no exemplo, com indicação das respetivas classes de eficiência
energética;
b) Caso a luminária contenha apenas módulos LED não destinados a ser
retirados pelo utilizador final;
c) Caso a luminária contenha módulos LED não destinados a ser retirados pelo
utilizador final e suportes de lâmpadas substituíveis e essas lâmpadas não
acompanhem a luminária;
d) Caso a luminária funcione unicamente com lâmpadas substituíveis pelo
utilizador final, mas não incluídas na luminária, o espaço deve ficar vazio.
Para o cálculo da classe energética existem duas considerações distintas, as lâmpadas ou
as Luminárias. Para o procedimento de verificação de lâmpadas elétricas e módulos LED
comercializados como produtos individuais consideramos, uma amostra de no mínimo, vinte
lâmpadas do mesmo modelo e do mesmo fabricante, se possível obtidas em partes iguais em
quatro fontes selecionadas aleatoriamente, tomando em conta os parâmetros técnicos
estabelecidos na documentação técnica. Para as luminárias consideramos que a luminária
cumpre os requisitos estabelecidos se for acompanhada da necessária informação relativa ao
produto e se revelar ser compatível com as lâmpadas alegadamente compatíveis.
A classe de eficiência energética das lâmpadas é determinada com base no seu índice de
eficiência energética (IEE), como indicado na tabela 1. [12]
Tabela 1: Índice de eficiência energética
Classe de eficiência
energética
Índice de eficiência
energética (IEE) das
lâmpadas não direcionais
Índice de eficiência
energética (IEE) das
lâmpadas direcionais
A ++ IEE ≤ 0,11 IEE ≤ 0,13
A + 0,11 < IEE ≤ 0,17 0,13 < IEE ≤ 0,18
A 0,17 < IEE ≤ 0,24 0,18 < IEE ≤ 0,40
B 0,24 < IEE ≤ 0,60 0,40 < IEE ≤ 0,95
C 0,60 < IEE ≤ 0,80 0,95 < IEE ≤ 1,20
D 0,80 < IEE ≤ 0,95 1,20 < IEE ≤ 1,75
E (menor eficiência) IEE > 0,95 IEE > 1,75
18 Luminotecnia
Para calcular o IEE de um modelo, compara-se a sua potência, corrigida em função das
eventuais perdas nos dispositivos de comando, com a sua potência de referência. A potência
de referência é obtida a partir do fluxo luminoso útil, que é o fluxo total no caso das
lâmpadas não direcionais e o fluxo num cone de 90° ou 120° no caso das lâmpadas
direcionais. [12]
O IEE é calculado do seguinte modo e arredondado às centésimas:
(1.1)
Em que:
P cor – Potência corrigida é a potência efetiva (P ef ) nos modelos sem dispositivo externo
de comando e a potência efetiva (P ef ) corrigida, como indicado na tabela 2, nos modelos
com dispositivo externo de comando. A potência efetiva das lâmpadas é medida à sua tensão
de entrada nominal.
P ref - potência de referência obtida através do fluxo útil.
Tabela 2: Correção da potência caso o modelo exija um dispositivo de comando [12]
Âmbito da correção Potencia corrigida em função das perdas no
dispositivo de comando (P cor)
Lâmpadas que funcionam com dispositivos
externos de comando de lâmpadas
halogéneas.
x 1,06
Lâmpadas que funcionam com dispositivos
externos de comando de lâmpadas LED. x 1,10
Lâmpadas fluorescentes com 16 mm de
diâmetro (lâmpadas T5) e lâmpadas
fluorescentes de casquilho simples de quatro
pinos que funcionam com dispositivos
externos de comando de lâmpadas
fluorescentes.
x 1,10
Outras lâmpadas que funcionam com
dispositivos externos de comando de
lâmpadas fluorescentes.
x √
√
Lâmpadas que funcionam com dispositivos
com dispositivos externos de comando de
lâmpadas de descarga de alta intensidade.
x 1,10
Lâmpadas que funcionam com dispositivos
externos de comando de lâmpadas de sódio
de baixa pressão.
x 1,15
Conhecimentos basicos da luminotecnia 19
3.4.2 Temperatura e Cor
A temperatura de cor da lâmpada está diretamente relacionada com a cor da mesma. No
que diz respeito ao especto visual, é bastante difícil a avaliação comparativa entre a
sensação da tonalidade de cor de diversas lâmpadas. Uma forma para combater este
problema foi estabelecer um critério de temperatura de cor Kelvin (k) para classificar a luz.
Como um corpo metálico que, quando esta sujeito a um aumento de temperatura, passa
desde o vermelho até o branco. Quanto mais claro o branco, mais se assemelha à luz do
meio-dia, maior é a temperatura de cor, aproximadamente 6500K. A luz amarelada está em
torno de 2700K. É importante salientar que a cor da luz não influencia o IEE da lâmpada, mas
influencia a sensação de luz visível pelos nossos olhos, uma vez que para determinadas
tarefas necessitamos de diferentes tonalidades de luz para não fatigar a nossa visão.
Do ponto de vista físico, quando se diz que um sistema de iluminação apresenta uma luz
“quente” não significa que a luz apresente uma maior temperatura de cor, mas sim que a luz
tem uma tonalidade mais amarelada. Este tipo de iluminação é utilizada em salas de estar,
quartos ou locais onde o desejado é tornar o ambiente mais aconchegante. Da mesma forma
que quanto maior for a temperatura da luz mais “fria” ou branca será a luz emitida, esta
tonalidade de iluminação é utilizada em escritórios, cozinhas ou locais onde se deseje
executar alguma tarefa, uma vez que este tipo de iluminação estimula a concentração. Esta
característica é muito importante no ato de aquisição de uma lâmpada pois a sua
temperatura de cor irá determinar um ambiente, ou mais quente ou mais frio isto é mais
amarelo ou branco.
A unidade utilizada para a temperatura de cor é o Kelvin (K), e o símbolo a utilizar é o
(T). [10]
Figura 11: Diferentes tonalidades das diferentes temperaturas de cor [13]
20 Luminotecnia
3.4.3 Índice de restituição de cores
O índice de restituição de cores IRC, não é mais do que a escala na aparência cromática
dos objetos, isto é, os objetos iluminados muitas vezes parecem-nos diferentes, mesmo que
as fontes de iluminação contenham a mesma tonalidade. As variações de cor dos objetos
iluminados sob fontes de luz diferentes são identificadas através da reprodução de cores de
um metal sólido quando aquecido. O mesmo metal, aquecido, até irradiar luz, foi utilizado
como referência para se estabelecer níveis de reprodução de cor. A classificação dada ao IRC
varia de 0 até ao ideal, de número 100.
Na figura 14 está representado um exemplo de dois diferentes IRC ou CRI Color rendering
índex, na iluminação. E podemos verificar que a imagem da esquerda, com um IRC mais
próximo do ideal, reflete melhor as cores naturais dos objetos. [10]
Figura 12: Iluminação dos mesmos objetos com diferentes IRC [14]
3.5 Tecnologias de iluminação
Neste tópico é feita uma pequena descrição das tecnologias utilizadas na iluminação,
descrevendo algumas características de cada tecnologia dividindo as tecnologias de
iluminação pelas seguintes categorias:
Incandescência
o Lâmpada incandescente normal
o Lâmpada de halogéneo
o Lâmpada de incandescência refletora
Descarga elétrica em gases
o Lâmpada de vapor de mercúrio de alta pressão
o Lâmpadas de luz mista
o Lâmpadas de mercúrio com iodetos metálicos
o Lâmpada de vapor de sódio de alta pressão
o Lâmpada fluorescente
o Lâmpada fluorescente compacta
o Lâmpada de vapor de sódio a baixa pressão
Conhecimentos basicos da luminotecnia 21
LED
o O funcionamento e constituição LED
o Características da luz
o Tecnologias LED
o Outras considerações do LED
3.5.1 Incandescência
3.5.1.1 Lâmpada incandescente normal
A lâmpada incandescente tradicional é constituída por um filamento, ampola, gás de
enchimento, suporte de vidro e casquilho como mostra a figura 13, a sua utilização é cada
vez menos frequente, uma vez que o seu consumo é elevado.
O filamento é a parte constituinte da lâmpada responsável por imitir a luz visível, o
mesmo deve ser capaz de aguentar temperaturas o mais alto possível, visto que quanto maior
a temperatura do filamento maior será a luz produzida e maior será o rendimento da
lâmpada. Por um outro lado, a temperatura à qual se consegue elevar o material, pela
passagem de corrente elétrica, é tanto maior quanto a resistência pelo que são necessários
materiais com elevada resistividade. Hoje em dia é usual a utilização de tungsténio.
A ampola da lâmpada não é mais do que a parte envolvente da mesma, o involucro de
vidro. É responsável pelo armazenamento do gás de enchimento e também pela distribuição
do fluxo luminoso, podendo este ser transparente ou opalino, e com diversas formas. O gás
de enchimento é responsável por reduzir a vaporização do filamento, este é colocado dentro
da ampola envolvendo o filamento. Os gases mais usados são o Azoto, Árgon ou o Crípton,
conseguindo-se maiores temperaturas de funcionamento e consequentemente maiores
rendimentos. A base ou casquilho da lâmpada tem como função a ligação ao suporte. É a
partir do casquilho que se montam os suportes de vidro que por sua vez contêm os fios
condutores que transportam a corrente elétrica. [16]
Figura 13: Exemplo de uma lâmpada incandescente normal [15]
22 Luminotecnia
O valor do rendimento das lâmpadas incandescentes varia entre os 9 a 20 lm/W, com a
agravante de ao longo do seu percurso de vida o seu rendimento baixar devido ao desgaste do
filamento. O tempo médio de vida das lâmpadas de incandescência variam aproximadamente
entre 1000 e 2500 horas, é conveniente que as condições de alimentação das lâmpadas se
mantenham aproximadamente constantes, especialmente a tensão de alimentação devido a
causar uma redução significativa no tempo de vida da lâmpada. [16]
A luz emitida por estas lâmpadas é dotada de níveis de luminância aproximadamente
entre os 500 e os 2000 cd/m2, valores demasiadamente elevados para se poder olhar
diretamente para a lâmpada, causando encadeamento e prejudicando a visão. Para evitar
este acontecimento devem ser usados acessórios adicionais como difusores, ampolas com
acabamento opalino, ou outras condições especiais de instalação que permitam apresentar
níveis de luminância adequados e que sejam seguros para os seus utilizadores.
A temperatura de cor emitida por estas lâmpadas é aproximadamente 2700K, emitindo
uma tonalidade quente. A sua emissão de luz abrange grande parte do espectro visível,
emitindo em todos os cumprimentos de onda, contendo assim um bom índice de restituição
de cores, aproximadamente 100. [16, 17]
3.5.1.2 Lâmpada de halogéneo
A lâmpada de halogéneo é igual à lâmpada incandescente no seu princípio de
funcionamento e nos seus componentes, mas com uma inovação, o gás que envolve o
filamento, contem halogéneo ou compostos de halogenados [18]. Esta evolução permite que o
ciclo de halogéneo regenerativo atue, e o desgaste do filamento seja mais lento, uma vez que
as moléculas do filamento de tungsténio que se desprendem com o uso, são capturadas pelo
composto halogéneo e quando esse composto fornecido pelo halogéneo e tungsténio se
aproxima do filamento, é decomposto pela alta temperatura do filamento, restituindo a
molécula de tungsténio, sobre o filamento da lâmpada, promovendo a sua regeneração. [19]
O rendimento desta lâmpada varia em torno dos 25lm/W e apresenta uma muito boa
restituição de cores. A duração de vida média da lâmpada de halogéneo varia entre as 2000 a
4000 horas e a temperatura de cor mais comum é de 3000ºK. [20]
Figura 14: Exemplo de lâmpadas de halogéneo [21]
Conhecimentos basicos da luminotecnia 23
3.5.2 Descarga elétrica em gases
Um outro tipo de tecnologia usada nas lâmpadas é a descarga elétrica em gases ou
vapores metálicos. Esta tecnologia baseia-se em colocar um gás ou vapores metálicos num
tubo de descarga, e através de dois elétrodos, colocados nos extremos do tubo, aplicar uma
tensão que dará origem á descarga elétrica produzindo a excitação dos eletrões, o que leva á
ionização do gás, e por sua vez dá origem á emissão de luz.
A ionização do gás só é alcançada quando a descarga elétrica é elevada, o que faz esta
tecnologia necessitar de um arrancador que gere uma sobretensão no arranque da lâmpada.
Para ajudar neste processo os elétrodos podem também previamente ser aquecidos,
reduzindo a sobretensão necessária para o arranque da lâmpada. Um outro equipamento
necessário para o bom funcionamento desta tecnologia é o balastro. A sua função é limitar a
corrente fornecida à lâmpada após o arranque, uma vez que após a formação do arco a
impedância da lâmpada desce drasticamente, e o balastro impede que ocorra um curto-
circuito.
Dentro da tecnologia das lâmpadas de descarga em gases, existe ainda uma divisão, em
função da pressão do gás. Esta divisão é feita de acordo com a pressão do gás, designando a
categoria das lâmpadas de descarga de baixa pressão, e a categoria das lâmpadas de alta
pressão. A diferença na pressão do gás faz com que as lâmpadas de alta pressão possuam
maior poder luminoso, visto que nos tubos com o gás a baixa pressão mais dificilmente
ocorrem interações entre a corrente elétrica e as moléculas do gás. Este facto tem como
resultado, as lâmpadas de descarga a baixa pressão produzirem linhas espectrais, ao invés das
de alta pressão que produzem faixas espectrais largas, propiciando um IRC mais elevado. [20]
Lâmpadas de descarga de gases a baixa pressão:
O tubo de vidro nas lâmpadas de descarga de gás de baixa pressão é enchido com um gás
nobre a baixa pressão e uma pequena quantidade de mercúrio. Dentro do tubo desenvolve-se
um campo elétrico entre dois elétrodos e a descarga no gás ocorre. A parede de vidro do tubo
é revestida com uma substância fluorescente. O processo de descarga faz com que o vapor de
mercúrio emita raios UV. A luz visível é emitida assim que a radiação UV faz contacto com a
camada de fluorescência. A cor da luz gerada pode variar usando a mistura fluorescente
adequada. [22]
24 Luminotecnia
Figura 15: Princípio de funcionamento das lâmpadas de descarga de baixa pressão [22]
Lâmpadas de descarga em gases a alta pressão:
As lâmpadas de descarga de alta pressão podem ser comparadas às fontes de luz
pontuais. O seu princípio de funcionamento é igual ao das lâmpadas de descarga de baixa
pressão mas a luz é produzida numa ampola mínima. Este facto tem muitos efeitos positivos
em termos de controlo de luz e brilho da luminosidade. A elevada eficiência luminosa, vida
útil longa, boa reprodução de cor e economia, são os principais benefícios das lâmpadas de
descarga de alta pressão. [23]
Figura 16: Princípio de funcionamento das lâmpadas de descarga de alta pressão [23]
3.5.2.1 Lâmpadas de vapor de mercúrio a alta pressão
Este tipo de lâmpada é utilizado em iluminação de ruas, locais públicos e recintos
desportivos, devido ao seu baixo IRC, esta tecnologia atinge um nível de até 65 IRC. Emite luz
de aparência branca-azulada. Necessita de aparelhagem auxiliar, como balastro e
condensador para o seu perfeito funcionamento. Não necessita de arrancador contudo
necessita de tempos de pré-aquecimento e de arranque relativamente longos
aproximadamente 5 min. Apresentam rendimento luminoso relativamente baixo 55lm/W,
podendo a vida útil variar de entre as 10000 e as 20000 horas. Na figura 17, é ilustrada um
exemplo de uma lâmpada com esta tecnologia.
Conhecimentos basicos da luminotecnia 25
Figura 17: Lâmpada de vapor de mercúrio a alta pressão [24]
3.5.2.2 Lâmpadas de luz mista
Este tipo de tecnologia, como o próprio nome indica é uma junção das duas tecnologias, a
descarga elétrica em gases e a incandescente, isto é, composta por um filamento de
tungsténio ligado em série com um tubo de descarga, como ilustra a figura 18.
Este tipo de lâmpada apresenta uma eficiência energética superior à da lâmpada
incandescente, entre os 20 e 30 lm/W, e é geralmente utilizada como alternativa a esta
última, quando se pretende uma solução com maior rendimento. A radiação de cor quente
incandescente é transmitida em conjunto com a de descarga elétrica no vapor de sódio onde
adicionalmente parte da radiação UV é convertida pela camada fluorescente. Este
acontecimento permite obter uma luz branca agradável, entre 3000K e 4000K, melhorando o
índice de restituição de cores. IRC aproximadamente 60.
As lâmpadas de luz mista não necessitam de qualquer equipamento auxiliar, logo
facilmente se procede à sua substituição. Uma vez que o filamento de tungsténio serve
também para limitar a corrente de arranque funcionando assim como balastro, permitindo
portanto que estas lâmpadas possam ser ligadas diretamente à rede. O Tempo de vida útil
desta tecnologia varia entre 3000 a 10000 horas. [25, 26]
26 Luminotecnia
Figura 18: Lâmpada de luz mista [25]
3.5.2.3 Lâmpadas de mercúrio com iodetos metálicos
Esta tecnologia de lâmpadas foi desenvolvida como intuito de proporcionar uma boa
restituição de cores, garantindo também um rendimento luminoso elevado e uma vida útil
longa. A luz emitida por esta tecnologia tem uma aparência branca-azulada, com uma
emissão na região visível dos comprimentos de onda do amarelo, verde e azul, faltando a
radiação vermelha. Porem neste tipo de lâmpadas 50% da potência é transformada em
radiação, dos quais 15% corresponde a radiação visível, 15% correspondem a radiação
infravermelha e 20% a radiação ultravioleta. Através do emprego de uma fina camada de pó
fluorescente na superfície interna do invólucro exterior, parte da radiação ultravioleta é
convertida em radiações visíveis. Para tal finalidade utiliza-se uma composição química
fluorescente especialmente rica na emissão de radiações vermelhas, o que contribui para
melhoria significativa na aparência de cor da luz emitida por estas lâmpadas.
Adicionando estas inovações obtém-se uma lâmpada com um excelente índice de
reprodução de cores, variando entre 85 a 90, elevada eficiência energética, rendimento
luminoso de 60 a 96 lm/W, com uma luz branca e brilhante, com possibilidade de 3000 a
6500K, uma longa durabilidade entre 3000 e 11000 horas, e uma carga térmica bastante
reduzida. Porem esta tecnologia necessita de aparelhos auxiliares, balastro, arrancador e
condensador. [26, 27]
3.5.2.4 Lâmpada de vapor de sódio de alta pressão
A tecnologia das lâmpadas de vapor de sódio de alta pressão segue a mesma metodologia
de funcionamento que as lâmpadas de mercúrio de alta pressão com a vantagem de o vapor
de sódio possibilitar uma proporção mais elevada de radiação visível. O tubo de descarga
neste tipo de lâmpada contém um excesso de sódio, para dar condições de saturação do
Conhecimentos basicos da luminotecnia 27
vapor quando a lâmpada funciona. Tal como na lâmpada de vapor de mercúrio, também na
de vapor de sódio metade da potência é convertida em radiação. No entanto a energia da
radiação visível obtida é de cerca de 15% no caso da descarga de vapor de mercúrio e no caso
da de sódio é o dobro, cerca de 30%. A radiação apresenta uma cor amarelo-alaranjada,
particularidade, que a torna mais sensível à nossa vista, pelo que a iluminação resultante da
utilização desta lâmpada causa uma impressão mais agradável do que a lâmpada de vapor de
mercúrio. Esta lâmpada tem um IRC alto, à volta dos 80, baixo consumo, alto rendimento até
150lm/W, diversidade de formatos e potências, temperatura de cor entre 1900 a 2500ºK, e
tem uma vida útil de 8000 horas até as 32000h. [27]
A aparelhagem necessária para o bom funcionamento desta tecnologia é, um balastro
para limitar as correntes de arranque, um arrancador que proporciona um pico de tensão
para a lâmpada arrancar e um condensador.
3.5.2.5 Lâmpada fluorescente
As lâmpadas fluorescentes fazem parte da tecnologia das lâmpadas de descarga elétrica
em gases de baixa pressão. O que a torna muito usada na iluminação, uma vez que as
lâmpadas com gases de baixa pressão tem rendimentos baixos, é a característica do mercúrio
emitir uma radiação com um espectro descontínuo, que se situa na zona do ultra violeta e
também na zona do visível, tendo conhecimento deste fenómeno, são introduzidas
substâncias fluorescentes depositadas na camada interior do tubo que ao serem excitadas por
essa radiação emitem radiação visível. Esta tecnologia converte 25 % da energia de
funcionamento em radiação visível, 30 % é convertido em perdas de calor por radiação
infravermelha e 45 % é perdido por condução e convecção. [28] Desta forma as características
da luz emitida por esta tecnologia são melhoradas contribuindo para uma melhor restituição
de cores, aproximadamente 90 IRC, e a temperatura de cor pode variar entre, 2500 a 6000K,
assim como rendimento luminoso que pode chegar aos 140lm/W.
Com o intuito de facilitar o arranque, é utilizado um circuito auxiliar, o arrancador, que
aplica uma tensão aos elétrodos aumentando a sua temperatura e permitindo uma tensão
mais baixa para o arranque, conseguindo assim ligar esta tecnologia diretamente à rede
elétrica, os elétrodos são revestidos com um material emissor de eletrões, são feitos à base
de tungsténio, coberto com materiais como o óxido de bário ou cálcio e servem para fornecer
energia elétrica à lâmpada e fortalecer a emissão dos eletrões.
Um outro equipamento necessário para o bom funcionamento desta tecnologia é o
balastro, a sua função é limitar a corrente de arranque necessária para se efetuar a descarga.
28 Luminotecnia
Esta tecnologia utiliza casquilhos específicos para a ligação da lâmpada à rede elétrica, e
os casquilhos podem variar consoante o seu número de pinos, constituídos por 1, 2 ou 4 pinos
conforme o tipo de lâmpada e a forma do tubo de descarga.
As dimensões do tubo estão também normalizadas, sendo adotado o tamanho adequado às
características pretendidas para a luz emitida. De acordo com o diâmetro do tubo existe uma
gama de lâmpadas desta tecnologia: a T12 a T8 a T5 e a T2.
O final de vida desta tecnologia ocorre com o desgaste dos elétrodos, que resulta da
perda do material emissor de eletrões. Com isto a tensão de alimentação deixa de ser
suficiente para o arranque da lâmpada. Uma outra causa comum é a perda da eficácia da
camada fluorescente que leva a uma diminuição do fluxo luminoso. A duração média de vida
desta tecnologia varia entre as 12000 e 20000 horas. [29]
Figura 19: lâmpada fluorescente T8 [30]
3.5.2.6 Lâmpada fluorescente compacta
Esta tecnologia de lâmpadas fluorescentes compactas ou CFL - Compact Fluorescent
Lamp, baseia-se no princípio de funcionamento das lâmpadas fluorescentes normais, mas com
a particularidade, do seu tamanho reduzido, constituídas por um tubo de descarga curvado ou
por um conjunto de tubos de menor dimensão, esta característica foi desenvolvida para tirar
partido desta tecnologia onde são utilizadas exclusivamente as lâmpadas incandescentes.
Uma outra particularidade é a possibilidade de escolha de equipamentos auxiliares
incorporados na lâmpada ou não. Esta particularidade divide esta tecnologia em duas
vertentes: as CFL com equipamentos auxiliares integrados são constituídas por casquilhos do
tipo Edison, o que as torna facilmente aplicáveis no lugar das lâmpadas incandescentes, uma
vez que o balastro, arrancador e o condensador estão incorporados no interior da lâmpada; as
CFL não integradas são constituídas por casquilhos de pinos, e necessitam dos equipamentos
auxiliares para o seu funcionamento, necessitam assim de condições específicas de instalação
mas tem vantagem no que diz respeito ao peso, e na questão económica, uma vez que os
equipamentos não necessitam de ser substituídos, quando ocorre o fim de vida da lâmpada.
Conhecimentos basicos da luminotecnia 29
Os valores característicos desta tecnologia são semelhantes aos das lâmpadas
fluorescentes, contudo tem um rendimento luminoso menor, até aos 70lm/W, um IRC por
volta dos 80, e a um tempo de vida útil por volta das 10000 horas. [31]
Figura 20: Lâmpadas fluorescentes compactas [32]
3.5.2.7 Lâmpada de vapor de sódio a baixa pressão
A tecnologia das lâmpadas de vapor de sódio a baixa pressão é semelhante no que diz
respeito ao princípio de funcionamento das lâmpadas fluorescentes, sendo diferente no uso
do vapor de sódio em vez do vapor de mercúrio. A utilização do sódio implica que o arranque
se faça com mais dificuldade porque o sódio está no estado sólido à temperatura ambiente,
este obstáculo é ultrapassado com a junção de um composto gasoso auxiliar, contendo árgon
e néon, em proporção adequada. Um outro obstáculo no uso de vapor de sódio é a elevada
tensão de arranque e um longo tempo de arranque, aproximadamente dez minutos, para
funcionar com rendimento máximo. No entanto o espetro eletromagnético emitido encontra-
se maioritariamente na zona visível pelo que não é necessário converter a radiação
ultravioleta como nas lâmpadas fluorescentes, contudo o tubo de descarga tem de ser
construído num material capaz de suportar as altas temperaturas, necessárias para a
vaporização do sódio.
Esta tecnologia é muito utilizada devido ao seu elevado rendimento luminoso, obtendo
valores até aos 200 lm/W, aliado a uma vida útil bastante elevada, 12000 a 20000 horas, no
entanto é fraca na restituição de cores, com um máximo de IRC de 10. A sua maior área de
utilização é a iluminação pública.
30 Luminotecnia
3.5.3 LED
O setor da iluminação está numa constante evolução, uma das novas tecnologias usadas
para iluminação artificial é a tecnologia LED, sigla em inglês para Lighting Emitted Diodes,
em português, díodos emissores de luz. A descoberta deste recurso foi devida a Henry Joseph
Roundm, que em 1907 comunicou a descoberta de um brilho emitido por um cristal de
carbono de silício. [33]
Esta tecnologia permaneceu esquecida e só uns anos mais tarde, na década de 60, é
lançado o primeiro LED, esta tecnologia veio a sofrer fortes desenvolvimentos conseguindo-se
assim, no ano de 1971, LED’s com diferentes cores, como o verde, o laranja e o amarelo, e
com melhorias na eficácia. Estes LED’s foram incorporados em diversas aplicações, como
calculadoras, relógios digitais ou equipamentos de teste e de medida. Esta utilização dos
LED’s permitiu que esta tecnologia não permanecesse esquecida, conseguindo-se aumentar os
níveis de eficiência e luminosidade bem como a redução dos custos de produção, levando em
1995, à criação do primeiro Led com luz branca criado por conversão de luminescência. Esta
descoberta permitiu que nestes últimos 30 anos as utilizações dos LED’s passassem de
sinalização para iluminação
Hoje o LED branco tem uma eficácia que vai dos 45 aos 130 lm/W, a eficiência depende
da temperatura de cor e reprodução de cor. A sua utilização em iluminação de emergência e
iluminação decorativa começa a ser cada vez mais frequente, assim como em painéis
publicitários, sobretudo porque permite maiores efeitos estéticos com um impacto superior
aos meios mais convencionais. Para além dos aspetos estéticos o impacto financeiro em
manutenção e em consumo são também significativamente mais baixos do que nos sistemas
convencionais. [34]
3.5.3.1 O funcionamento e constituição do LED
A constituição de um LED é semelhante à de um díodo normal, isto é, um conjunto de
regiões realizadas em material semicondutor, esse material é obtido através de um processo
designado por dopagem, que consiste na introdução de impurezas num material, formando
uma junção do tipo p-n. [35]
A junção do tipo p-n, como o próprio nome indica, tem 2 camadas distintas. A região n é
a fonte de cargas negativas. A camada n é obtida pela substituição de uma pequena
quantidade de átomos do material principal por átomos de um elemento químico com um
número superior de eletrões de valência, provocando assim nesta camada um excesso de
cargas negativas. É usual a utilização do silício e do germânio como elementos dopantes.
Conhecimentos basicos da luminotecnia 31
A região p será um processo semelhante à região n, tendo a finalidade de ser uma fonte
de cargas positivas onde o elemento introduzido terá um eletrão a menos na camada
exterior, provocando assim um défice de cargas negativas, este processo é designado como a
criação de lacunas, os materiais mais utilizados são o zinco ou o magnésio.
Juntando as camadas n e p, sendo estes separados por uma camada fina de um
semicondutor, iremos verificar que os eletrões da região n bem como as lacunas da região p,
se o material for submetido a uma tensão elétrica, facilmente se libertam da sua estrutura
atómica e iniciam a passagem de cargas pelo cristal. Este acontecimento é responsável pela
produção de luz uma vez as camadas n e p ao se reorganizarem atomicamente pela camada
semicondutora, libertam fotões, e consequentemente existe a emissão de luz. [36]
Figura 21: Camadas de junção tipo P e N utilizados nos LED's [36]
Uma lâmpada com tecnologia Led apresenta a seguinte constituição básica ilustrada na
figura 22.
Figura 22: Constituição de um LED [36]
32 Luminotecnia
O Led é constituído por uma base, designada de housing, onde incorpora todos os
componentes constituintes. Contem dois bonding wire, terminais elétricos designados de
ânodo e cátodo onde é ligada a tensão de alimentação a fornecer aos leds. Na parte inferior
destes componentes é colocado o heat sink, o dissipador de calor que envolve os chip’s ou
leds, responsável por diminuir a temperatura na zona semicondutora onde se produz a luz,
sendo possível haver uma camada intermédia que facilite a propagação de calor. Por fim
existe a lens, a lente, que é responsável por emitir a luz do pelo led com a forma e direção
desejadas.
A utilização da tecnologia LED é responsável pela forte evolução tecnológica na área da
iluminação, mas ainda sofre um problema que é a grande perda de eficiência com o aumento
da corrente direta de funcionamento. Uma vez que com os Leds consegue-se grandes
rendimentos luminosos, acima dos 130 lm/W, mas funcionando a baixas correntes, o que é
indicado para aplicações pequenas como aparelhagem eletrónica, telemóveis, relógios. Para
aplicações gerais de iluminação são necessários fluxos luminosos elevados, o que implica o
uso de um elevado número de Leds ou em alternativa usar uma corrente de alimentação
superior para elevar o seu fluxo luminoso emitido. No entanto, o que acontece é que o uso de
correntes mais elevadas baixa consideravelmente a eficiência dos LED. Atualmente a
indústria trabalha na vertente de investigar a iluminação LED de modo a obter uma maior
eficiência para compensarem os elevados custos de produção. [36]
3.5.3.2 Características da Luz
A luz emitida pelos LED tem um comprimento de onda específico e portanto uma cor
específica, facto que se deve à utilização de diferentes materiais semicondutores na
constituição do LED. Os semicondutores consistem em combinações dos elementos como, por
exemplo, fosforetos ou arsenetos, estas diversas combinações transmitem diferentes
quantidades de energia de acordo com o material.
Quando os transportadores de carga são recombinados, os fotões são emitidos de acordo
com os níveis de energia específicos. Este facto determina a tonalidade particular. Por
exemplo, a luz azul é produzida se um nível alto de energia for liberado e será luz vermelha
se um nível menor de energia for emitido. Assim a luz monocromática, cor única, é
produzida.
Cada cor de luz LED é portanto limitada por um intervalo de comprimento de onda que,
da mesma forma, só representa uma tonalidade específica. A única cor do espetro que não
pode ser produzida diretamente é a luz branca, uma vez que a luz branca é representada por
uma mistura de todas as cores de luz. [37]
Conhecimentos basicos da luminotecnia 33
Figura 23: Comprimentos de onda das diferentes cores na tecnologia LED [37]
3.5.3.3 Tecnologias LED atuais
Como já referido anteriormente o baixo consumo e a elevada eficiência energética
despertou aos investigadores a utilização da tecnologia LED na iluminação, com essa evolução
foram desenvolvidas várias aplicações LED. Neste tópico iremos ilustrar algumas dessas
aplicações.
Figura 24: Aplicações dos LED's na iluminação artificial [38]
34 Luminotecnia
Na imagem anterior, figura 24, temos no canto superior esquerdo uma lâmpada LED, onde
o utilizador final pode alterar a cor da lâmpada através de um comando, no canto inferior
esquerdo temos a fita LED, com a mesma possibilidade de alterar a cor consoante o gosto do
utilizador final, no canto superior direito temos uma lâmpada T8, semelhante as tubulares
fluorescentes, no canto inferior direito, temos uma lâmpada gota com casquilho E27 e uma
lâmpada com casquilho Gu10, com tecnologia LED, estas lâmpadas surgiram para que o
utilizador final não necessitasse de alterar os candeeiros para utilizar a tecnologia LED.
As vantagens destas tecnologias são:
Vida útil de 50000 horas, reduzindo os custos com a manutenção.
Controlo de variação de cor e criação de ambientes diferenciados.
O acionamento dos leds é imediato, o que além de favorecer a sua aplicação,
possibilita a criação de efeito tipo ―flashing;
Robustez - resiste a grandes variações de temperatura e de vibração, criando novas
possibilidades para aplicação de luz, como por exemplo, orientação do tráfico em
vias públicas (semáforos);
Operam em baixa tensão aumentando a segurança para os utilizadores, durante a sua
instalação e operação;
Os LED’s não contêm mercúrio ao contrário de todos os tipos de lâmpadas de vapor
de mercúrio;
Uma eficiência luminosa de até 130 lúmen por Watt é possível com os componentes
atualmente disponíveis. [37]
Contudo esta nova tecnologia também nos trás desvantagens:
Custo de aquisição elevado;
O índice de restituição de cor (IRC) pode não ser o mais adequado;
Necessidade de dispositivos de dissipação de calor, nos leds de alta potência (a
quantidade de luz emitida pelo led diminui com o aumento da temperatura);
Em algumas aplicações, a necessidade adquirir, aparelhos de ligação entre a fonte de
luz e a rede. [37]
3.5.3.4 Outras considerações do Led
A nível de duração da tecnologia LED, esta diferencia-se das restantes tecnologias, uma
vez que o led não deixa de emitir fluxo luminoso. Considerando que existe a rutura do
filamento nas lâmpadas incandescentes, ou desgaste dos elétrodos nas lâmpadas de descarga,
o fim de vida útil das duas lâmpadas é facilmente percetível, já na tecnologia led isso não
acontece. Portanto surge a necessidade de se definir uma forma diferente de classificar se a
lâmpada ainda é útil para a iluminação.
Conhecimentos basicos da luminotecnia 35
É necessário definir valores a partir dos quais a radiação emitida não é suficiente para
cumprir a função para a qual foi desenhada. Os valores dependem obviamente da aplicação,
mas em geral os testes efetuados indicam que o olho humano consegue aceitar sem se
aperceber de reduções de luxo luminoso de 70% para aplicações de iluminação geral e 50%
para aplicações decorativas. [39]
3.6 Material de apoio à iluminação
3.6.1 Casquilhos
O casquilho é a parte da lâmpada que permite a ligação à fonte de alimentação através
de um suporte ou conector e que pode ainda servir para fixar a lâmpada nesse suporte. Os
mais utilizados são os casquilhos ilustrados na figura 25.
Figura 25: diferentes casquilhos utilizados na iluminação artificial [40]
3.6.2 Balastros
O balastro é um dispositivo de comando de lâmpadas inserido entre a fonte de
alimentação e uma ou mais lâmpadas de descarga, destinado essencialmente a limitar a
corrente das lâmpadas e adequar a tensão para o perfeito funcionamento das lâmpadas.
Dentro da família dos balastros existe uma divisão:
Os balastros magnéticos são constituídos por um núcleo laminado de aço silício e bobinas
de fio de cobre esmaltado. Tem baixas perdas, mas um peso elevado devido às bobinas;
Os balastros eletrónicos são constituídos por componentes eletrónicos nomeadamente
condensadores e pequenas bobinas para alta frequência, resistências, circuitos integrados
entre outros componentes eletrónicos. Este facto torna os balastros eletrónicos mais
compactos e leves. Proporcionam também, um maior fluxo luminoso com menor potência de
consumo. [41]
36 Luminotecnia
Figura 26: Exemplo de um balastro [42]
3.6.3 Arrancadores
O arrancador é responsável por aquecer os elétrodos das lâmpadas de descarga, de forma
a ajudar o arranque da mesma.
Figura 27: Exemplo de um arrancador [43]
3.7 Considerações
Neste capítulo várias informações sobre a iluminação são-nos transmitidas. No subcapítulo
da história da iluminação, é nos transmitido o percurso da iluminação bem como os
obstáculos e inovações obtidas ao logo do tempo, uma outra informação importante a reter, é
a forte mudança que ocorre na iluminação. Este facto é também transmitido no subcapítulo
das tecnologias existentes no mercado, uma vez que cada tecnologia descrita significa uma
nova era na iluminação. De igual importância é transmitida a recente aposta no mercado da
iluminação, a utilização das tecnologias LED, bem como as grandezas e conceitos utilizados
na iluminação, que nos permitem avaliar a qualidade de luz e as características de cada
tecnologia.
37
Capítulo 4
O laboratório
O laboratório da empresa Geonext está articulado com vários departamentos como
podemos verificar no cronograma do Capitulo 2, Figura 2. É responsável pelos testes
executados aos equipamentos luminotécnicos, nomeadamente lâmpadas e luminárias
(candeeiros). Os testes realizados aos equipamentos na aquisição de novos modelos ou mesmo
na validação da mercadoria rececionada, são registados e posteriormente é criado um
relatório interno com a constatação dos testes executados. O relatório contém os resultados
dos testes verificando a qualidade e as características dos equipamentos e um pequeno
comentário do responsável do laboratório com a sua opinião relativamente aos resultados
obtidos.
Os seus resultados implicam vários impactos em outros departamentos, pois os resultados
obtidos no laboratório podem alterar ou anular ações de alocação de mercadoria no
armazém, ou alterar encomendas realizadas aos fornecedores, bem como sugerir possíveis
melhorias em equipamentos, alterando todo o trabalho dos departamentos envolventes.
Para uma melhor perceção destes impactos apresenta-se neste capítulo os diagramas de
tarefas que o laboratório realiza, de acordo com a certificação da empresa. Os diagramas de
tarefas desenvolvidas no laboratório são, a seleção de novas amostras, receção de
mercadoria e por fim EMM’s (Equipamentos de Medição e Monotorização).
4.1 Tarefas executadas pelo laboratório
Receção de mercadoria
O processo de trabalho, receção de mercadoria, ilustrado na figura 28, destina-se à
chegada de mercadoria por parte dos fornecedores. O principal objetivo desta figura é uma
melhor compreensão das etapas deste processo bem como todos os departamentos envolvidos
38 O laboratório
neste processo. Permitindo ainda verificar o impacto das decisões tomadas no laboratório nos
processos e nos departamentos envolvidos. [44]
Figura 28: Diagrama utilizado na receção de mercadoria [44]
3 Inspeccionar
visualmente a emb.
primaria e o produtoLaboratório
4 Realização de
ensaios.
Laboratório
Recepção e
Armazenamento
de Materiais
2 Seleccionar a amostra
por produto
Responsável da Recepção
1 Validar recepção
Responsável da Recepção
Material Conforme?Não
Sim
Material Conforme?
Não
Sim
9 Efectuar a reclam. ao
fornecedor DCI
IT Gestão de Fornecedores
6 Identificar como
material não conformeLaboratório /GP
8 Inutilizar o material
Laboratório /GP
Material Conforme?
Sim
Não
Recepção e
Armazenamento
de Materiais
É possível reparar ?
Sim
Não
7 Reparar Material
Responsável Reparação
5 Arquiva Relatório.
Informa Resp.
ImportaçãoLaboratório
Tarefas executadas pelo laboratório 39
Explicação das tarefas nas diferentes etapas do diagrama:
1. Na etapa 1, Validar a receção, a equipa responsável pela receção inspeciona a
embalagem exterior, para verificar se não existe à primeira vista:
- Material danificado, partido e/ou caixas amassadas.
- Embalagens com humidade.
Se encontrar alguma anomalia, o responsável na receção informa de imediato o
Gestor de Produto responsável pelo material que está na receção como material
não conforme.
2. O Responsável de Receção seleciona uma embalagem de cada uma das
referências rececionadas, ou a quantidade definida como amostra (com base nos
critérios de amostragem definidos no plano de ensaios) e coloca-as no Laboratório
para serem testadas. Caso o produto tenha mais de 3 inspeções com resultado
satisfatório no último ano, não carece de inspeção.
3. O Colaborador do Laboratório efetua a inspeção de acordo com os pontos do
Relatório de Inspeção (modelo estabelecido no PHC), registando a conformidade,
não conformidade ou oportunidades de melhoria em cada situação. O PHC é a
base de dados da empresa, onde contem todas as informações sobre os produtos,
desde os preços, os testes executados, os relatórios de conformidade, as fichas
técnicas e os fornecedores.
4. O Colaborador do Laboratório efetua os ensaios de funcionamento, de acordo com
o definido no plano de inspeção para cada família, e efetua o registo da
conformidade, não conformidade ou oportunidades de melhoria e resultados
obtidos em cada situação, no Relatório de Ensaio (modelo estabelecido no PHC).
5. O Colaborador do Laboratório arquiva o impresso Relatório de Inspeção e o
Relatório de Ensaio com as não conformidades da encomenda.
Informa o DCI (Departamento Comercio Internacional) e o GP (Gestor de Produto)
das não conformidades que foram detetadas na inspeção, através de correio
eletrónico ou outro, enviando o Relatório de Inspeção e o Relatório de Ensaio que
corresponde a encomenda.
40 O laboratório
6. O Laboratório identifica a totalidade do material, como Material Não Conforme, e
juntamente com o GP, avaliam a possibilidade de corrigir no imediato as não
conformidades identificadas.
É efetuado o registo das não conformidades da encomenda, sendo definida qual a
ação a tomar e quem será o Responsável da realização da mesma.
7. Dependendo da não conformidade detetada, é efetuada a reparação/correção,
cujo responsável será definido aquando a inspeção, pois vai depender do tipo de
ação a realizar, registando a reparação/correção realizada no relatório de não
conformidades da encomenda.
Uma vez que o produto é reparado ou a correção feita, passa novamente o
processo de verificação, para determinar se a não conformidade foi corrigida, e
se o produto encontra conforme.
8. O Colaborador do Laboratório inutiliza a material não conforme, registando qual
a localização final do produto no relatório de não conformidade da encomenda.
Eventualmente o material inutilizado, poderá ser convertido para peças de
substituição.
9. O DCI, baseada nas não conformidades detetadas na Inspeção do Material, efetua
a reclamação ao fornecedor, alertando para a necessidade de efetuar
correções/melhorias nos próximos fornecimentos. [44]
Seleção de novos modelos
Esta instrução de trabalho destina-se a ser utilizada aquando da necessidade da seleção
de novos modelos a serem comercializados, utilizando uma das marcas propriedade da
Geonext, Produtos Elétricos. Para uma melhor compreensão está ilustrada através de um
diagrama na figura 29. [45]
Tarefas executadas pelo laboratório 41
Figura 29: Processo de seleção de novos modelos [45]
1. Analisar o catálogo
do fornecedor
DCI/GP
Produto de
interesse
3. Pedir amostra e
documentação
DCI/GP
4. Registar a amostra
Laboratório
2. Arquivar para
consultas futuras
DCI/GP
5. Analisar a amostra
Laboratório
6. Armazenar
amostra
Laboratório
Amostra
conforme?
7. Enviar indicações
ao fornecedor
Laboratório/GP/DCI
Propor
melhorias?
N
S
N
N
S
S
IMPORTAÇÃO
IMPORTAÇÃO
42 O laboratório
Explicação das tarefas nas diferentes etapas do diagrama:
1. O DCI e ou os GP interessados analisam o catálogo do potencial fornecedor,
identificam os produtos de interesse para a empresa, preferencialmente
numa reunião conjunta de análise de novos produtos.
2. Se não existir interesse em algum dos produtos, o DCI arquiva os catálogos
para futuras consultas, separados dos catálogos dos fornecedores
selecionados.
3. Caso se identifiquem produtos com interesse, o DCI juntamente com o GP,
selecionam um conjunto de produtos para solicitar amostras ao fornecedor,
adicionalmente o DCI solicita o Dossier de documentos (certificados de
conformidade, relatórios de ensaio, outra informação/documentação
considerada necessária).
4. Quando se dá a receção da amostra o GP responsável, entrega a mesma no
Laboratório preenchendo o impresso SNM (Seleção de Novos Modelos)
(opcional), onde tem oportunidade de solicitar os dados pretendidos aos
restantes Departamentos.
5. As amostras são avaliadas no Laboratório Interno (ou recorrendo a
Laboratórios Externos com a adequada competência técnica, caso seja
necessário). Quando a avaliação é realizada no Laboratório Interno, o
Responsável realiza os ensaios, utilizando o ficheiro registo de dados
amostras, para registar os resultados obtidos.
De acordo com os resultados obtidos o Responsável do Laboratório informa ao
GP (via email), da conformidade da amostra ou as não conformidades ou
oportunidades de melhoria detetadas na amostra.
6. A amostra é armazenada no local destinado para tal fim, durante o tempo
indicado no Controlo de Registos. O Laboratório desencadeia a criação do
“Dossier de Produto” a partir do momento que recebe do DCI a informação da
Confirmação de Encomenda.
7. O Laboratório ou o GP indica ao DCI (que por sua vez irá comunicar ao
fornecedor) quais as não conformidades ou oportunidades de melhoria
Tarefas executadas pelo laboratório 43
identificadas e pedem evidências às melhorias propostas e ou uma nova
amostra para ser analisada. [45]
EMM’s - Equipamentos de Medição e Monotorização
Este diagrama de trabalho destina-se a ser utilizado quando existir a necessidade de
aquisição, reparação ou calibração de um equipamento para a empresa Geonext Produtos
Eléctricos S.A. [46]
Figura 30: Diagrama de Equipamentos de Medição e Monotorização [46]
1 Adquirir equipamento
Resp. Laboratório
2 Registar equipamento
Resp. Laboratório
3 Planear e efectuar a
manutençãoResp. Laboratório
5 Calibrar o equipamento
Resp. Laboratório
6 Verificar resultados da
calibraçãoResp. Laboratório
Sempre que
necessário
4 Verificar EMM´s não
calibradosResp. Laboratório
7 Registo da calibração
Resp. Laboratório
Equipamento
Apto
44 O laboratório
Explicação das tarefas nas diferentes etapas do diagrama:
1. Sempre que é adquirido um novo EMM, o responsável do laboratório:
- Elabora o respetivo registo individual de manutenção de equipamentos;
- Regista o equipamento no inventário dos equipamentos de medição e monotorização;
- Elabora, se necessário, instruções de utilização/ manutenção de equipamentos;
- Atualiza o plano de manutenção de equipamentos de EMM’s.
Os equipamentos devem ser adquiridos tendo em consideração as tolerâncias dos ensaios a
realizar em que a EMA (erro máximo admissível) deverá ser igual a 1/3 do intervalo de
tolerância das grandezas a medir.
2. A manutenção dos equipamentos é efetuada de acordo com as instruções constantes nos
manuais dos equipamentos, nas fichas de identificação de equipamento e eventuais
instruções de trabalho. O resultado das manutenções (calibrações ou verificações) é
registado pelo Responsável do Laboratório, no respetivo impresso, registo Individual de
manutenção de equipamentos e EMM’s.
3. A verificação consiste na confirmação do bom estado do equipamento, quer visual, quer
funcional, por comparação com o equipamento de referência.
4. De acordo com a data prevista mencionada no plano anual de manutenção de
equipamentos e EMM’s, e considerando a devida antecedência para o processo de envio,
pelo responsável do laboratório, a consulta da entidade calibradora sobre a
disponibilidade para execução do serviço, definindo o conjunto de equipamentos e uma
data e modo de envio de equipamentos, bem como a data e modo de receção de
equipamentos.
5. O responsável do laboratório verifica os resultados da calibração conferindo os pontos
existentes no impresso - Tratamento dos Certificados de Calibração.
6. Após a aprovação dos resultados da calibração, efetuados o registo do tratamento dos
certificados de calibração, é atualizado o registo individual de manutenção de
equipamentos e EMM’s. [46]
Tarefas executadas pelo laboratório 45
4.2 Testes executados na receção de mercadoria e aquisição de novos equipamentos
Este subcapítulo descreve os testes executados no laboratório da empresa, de forma a
explicar os procedimentos de cada teste.
Na receção de mercadoria os ensaios executados são:
Ensaio de lâmpadas
São retiradas, aleatoriamente, do lote 5 unidades por referência e são elaborados todos
os testes necessários ao bom funcionamento da lâmpada. Se todas as amostras estiverem
conforme considera-se o lote aceite, se alguma das 5 não estiver conforme retiram-se mais 10
unidades, aleatórias, e repete-se os mesmos testes. Se todas estiverem conformes aceita-se o
lote, se alguma das 10 não estiver conforme bloqueia-se o lote e é preenchido o impresso,
(não conformidade da encomenda), sendo definida qual a ação a tomar e quem será o
responsável da realização da mesma. [47]
Teste funcional (IEC60598-1:2008)
Ensaio de luminárias
É retirado, aleatoriamente, do lote uma unidade por referência e são elaborados todos os
testes necessários ao bom funcionamento da luminária. Se a amostra estiver conforme
considera-se o lote aceite, caso contrário retiram-se mais 5 unidades, aleatórias, e repete-se
os mesmos testes. Se todas estiverem conformes aceita-se o lote, se alguma das 5 não estiver
conforme bloqueia-se o lote e é preenchido o impresso 97 (não conformidade da encomenda),
sendo definida qual a ação a tomar e quem será o responsável da realização da mesma. [48]
Teste funcional (IEC60598-1:2008)
Continuidade de terra (IEC60598-1:2008, secção 7)
Resistência de isolamento (IEC60598-1:2008, secção 10)
Na seleção de novos modelos os testes são:
Plano de ensaio módulos LED
Caso a nossa amostra seja um módulo LED, temos que verificar os seguintes aspetos:
Teste de endurance (IEC62384, secção 13.2);
46 O laboratório
Teste de alimentação intermitente (IEC62384, secção 13.1);
Teste de choque térmico (IEC62384, secção 13.1);
Teste de condições anormais (IEC62384, secção 12);
Teste de impedância de áudio frequência (IEC62384, secção 11);
Sobrecarga;
Limites caraterísticas [49]
Plano de ensaio para aparelhos de comando
Consumo elétrico
Corrente de fuga (EN60598-1, secções 10 e NP61347-1)
Resistência de humidade e isolamento (NP EN61347-1 secção 11)
Continuidade de terra (EN61347-1)
Rigidez dielétrica (NP EN61347-1-Secção 12)
Teste de endurance (EN60598-1, secção 12)
Parafusos, partes transportadoras de corrente e conexões (NP EN61347-1, secção 17)
Resistência à corrosão (NP EN61347-1, secção 19) [50]
Plano de ensaio para lâmpadas fluorescentes
Teste funcional (IEC60598-1)
Proteção contra choques elétricos (IEC60968)
Resistência de isolamento (IEC62532: IEC61199: IEC61195: IEC60968)
Rigidez dielétrica (IEC62532: IEC61199: IEC61195: IEC60968)
Resistência ao calor e ao fogo (IEC61199; IEC61195; IEC60968)
Aquecimento do casquilho da lâmpada (IEC 61199; IEC61195; IEC60968)
Condições de defeito (IEC60968)
Teste de endurance (IEC60598-1:2008, secção 12) [51]
Plano de ensaio para lâmpadas
Rigidez dielétrica (IEC62532: IEC61199: IEC61195)
Resistência de isolamento (IEC62532: IEC61199: IEC61195)
Teste funcional (IEC60598-1:2008)
Resistência ao calor e ao fogo (IEC61199; IEC61195; IEC60968)
Aquecimento do casquilho da lâmpada (IEC61199; IEC61195)
Teste de endurance (IEC60598-1:2008, secção 12) [52]
Tarefas executadas pelo laboratório 47
Plano de ensaio para luminárias Emergência
Classificação das luminárias de emergência (EN60598-2-22-Anexo B)
Ensaio térmico (IEC60598-1:2008, secção 12)
Ensaios de endurance (IEC60598-1:2008, secção 12)
Resistência de isolamento (IEC60598-1:2008, secção 10)
Determinação do índice de proteção (IEC60598-1:2008, secção 9)
Rigidez dielétrica (IEC60598-1:2008, secção 10)
Corrente de fuga (IEC60598-1:2008, secções 8 e 10)
Continuidade de terra (IEC60598-1:2008, secção 7)
Teste funcional (IEC60598-1:2008)
Construção (EN60598-2-22)
Baterias para iluminação de emergência (EN60598-2-22-Anexo A) [53]
Plano de ensaio para luminárias
Teste funcional (IEC60598-1:2008)
Continuidade de terra (IEC60598-1:2008, secção 7)
Corrente de fuga (IEC60598-1:2008, secções 8 e 10)
Rigidez dielétrica (IEC60598-1:2008, secção 10)
Determinação do índice de proteção (IEC60598-1:2008, secção 9)
Resistência de isolamento (IEC60598-1:2008, secção 10)
Ensaios de endurance (IEC60598-1:2008, secção 12)
Ensaio térmico (IEC60598-1:2008, secção 12) [54]
4.3 Equipamentos de medida para a execução dos testes
Os equipamentos que o laboratório dispõe para a realização dos testes aos equipamentos
são: O termohigrometro, equipamento que mede a temperatura dos 0º aos 70º e a humidade
(100%Hr), a entidade de calibração é o próprio laboratório, efetuando a verificação interna
da temperatura, a periocidade da verificação deste equipamento é anual.
Fonte de alimentação, equipamento que produz uma tensão contínua de 0 a 31,4V com
uma corrente contínua de 0,02A, não sujeito a calibração, a verificação é feita com o
multímetro no laboratório interno, a periocidade da verificação deste equipamento é anual.
48 O laboratório
Multímetro digital, equipamento que mede, tensão continua 400mV, tensão alternada:
750V, corrente continua 10A, corrente alternada 10A, resistência até 40MΩ, a entidade de
calibração ou verificação é um laboratório externo atempadamente contratado para este
efeito, a periocidade de calibração é feita de dois em dois anos.
CE Multitester, equipamento capaz de medir até, rigidez dielétrica 5KV, corrente de fuga
20mA, resistência de isolamento: 999MΩ, tensão alternada de 300V, corrente alternada de
16ª, frequência 50Hz, tensão AC 300 V, corrente AC 5ª, potência ativa monofásica 1200W a
entidade de calibração é um laboratório externo atempadamente contratado para este
efeito, a periocidade de calibração ou verificação é feita de dois em dois anos.
Dois Registadores de temperatura, equipamento capaz de medir temperatura até 150ºC e
humidade até 100%Hr, a entidade de calibração ou verificação é um laboratório externo
atempadamente contratado para este efeito, mas só 1 dos registadores é enviado, porque o
outro é feita a calibração internamente no laboratório, a periocidade de calibração ou
verificação é feita de dois em dois anos.
Termómetro, equipamento capaz de medir a temperatura, gama de 0 a 160ºC, a
calibração, é feita internamente no laboratório, e a verificação é feita anualmente.
Variac, equipamento capaz de produzir uma tenção de 0 a 260V, a calibração ou
verificação, é feita internamente no laboratório, e a verificação é feita anualmente.
Fita métrica, equipamento capaz de medir até 5m, a calibração ou verificação, é feita
internamente no laboratório, e a verificação é feita anualmente.
Parquímetro, equipamento capaz de medir ate 150mm, a calibração ou verificação, é
feita internamente no laboratório, e a verificação é feita anualmente.
Balança digital, equipamento capaz de medir de 0 até 5000g, a calibração ou verificação,
é feita internamente no laboratório, e a verificação é feita anualmente.
Balança digital, equipamento capaz de medir de 0 até 150Kg, a calibração ou verificação,
é feita internamente no laboratório, e a verificação é feita anualmente.
Mala multitester, equipamento capaz de produzir/medir uma tensão AC ate 230V,
Corrente AC 10ª, frequência 50Hz, Potencia ativa monofásica 1000W, fator de potencia de 0
até 1, consumo anual estimado em (KW/h):1000W, a calibração ou verificação, é feita
internamente no laboratório, e a verificação é feita anualmente.
Tarefas executadas pelo laboratório 49
4.4 As informações necessárias a disponibilizar aos utilizadores finais
As informações a disponibilizar aos utilizadores finais estão estabelecidas em normas e
diretivas, as informações diferem se estivermos a falar de lâmpadas ou luminárias e difere
também se falarmos em informações a conter nos equipamentos ou nas suas embalagens
sejam estas para venda em loja ou venda em locais Web (páginas de internet).
Informações a apresentar na própria lâmpada
Para as lâmpadas que não são de descarga de alta intensidade, o valor e a unidade («lm»,
«K» e «º») do fluxo luminoso útil nominal, da temperatura de cor e do ângulo nominal do
feixe devem ser apresentados em caracteres legíveis na superfície da própria lâmpada se,
após a inclusão de informações relacionadas com a segurança, como a potência e a tensão,
existir espaço disponível suficiente para tal na lâmpada, sem obstruir indevidamente a
passagem da luz da lâmpada.
Se existir espaço para apenas um dos três valores, deve ser indicado o fluxo luminoso útil
nominal. Se existir espaço para apenas dois valores, devem ser indicados o fluxo luminoso útil
nominal e a temperatura de cor. [11, 56]
Informações a apresentar de forma bem visível aos utilizadores finais, antes da venda, na
embalagem e nas páginas Web de acesso livre:
As informações representadas nos tópicos abaixo, devem ser apresentadas na embalagem,
em locais Web de acesso livre ou sob qualquer outra forma que o fabricante considere
adequada.
Se o produtor ou comerciante colocar o produto à venda utilizando embalagens, estas
devem conter as informações do produto de forma bem visível, clara e bem evidente, aos
utilizadores finais, antes da venda. Estas informações não têm a necessidade de serem
transmitidas através de redações idênticas aos tópicos abaixo descritos, as informações
podem ser descritas através de gráficos, desenhos, ou símbolos, em vez de texto.
Fluxo luminoso útil nominal, em caracteres duas vezes maiores do que os utilizados
em qualquer indicação da potência nominal da lâmpada;
50 O laboratório
Tempo de vida nominal da lâmpada, em horas (não superior ao tempo de vida
efetivo);
Temperatura de cor expressa em Kelvins e também graficamente ou por palavras;
Número de ciclos de comutação, antes de uma avaria prematura;
Tempo de aquecimento até se atingir 60% de plena emissão de luz (pode ser
indicado através da menção «luz total instantânea», quando inferior a 1 segundo);
Um aviso, caso a intensidade da luz da lâmpada não possa ser regulada ou só possa
ser regulada com reguladores específicos, neste último caso, a página web do
fabricante deve fornecer ainda uma lista de reguladores compatíveis;
Se concebida para uma utilização ótima em condições diferentes das condições
padrão (designadamente uma Ta (temperatura ambiente) Ta ≠ 25 °C, ou a
necessidade de uma gestão térmica específica), informações sobre essas condições;
Dimensões da lâmpada em milímetros (comprimento e maior diâmetro);
Ângulo nominal do feixe, em graus;
Um aviso de que a lâmpada não se destina a iluminação para efeitos de luz, se o
ângulo do feixe da lâmpada for ≥ 90° e o seu fluxo luminoso útil, for medido num
cone de 120°;
Se o casquilho da lâmpada for de um tipo normalizado utilizado igualmente em
lâmpadas de filamento, mas as dimensões da lâmpada forem diferentes das lâmpadas
de filamento que ela pode substituir, um desenho comparativo das dimensões da
lâmpada e das lâmpadas de filamento por ela substituídas;
A alegação de equivalência em relação à potência da lâmpada substituída de um
determinado tipo. Os valores intermédios, tanto do fluxo luminoso como da alegada
potência equivalente da lâmpada (arredondada ao watt), deve ser calculado por
interpolação linear entre os dois valores adjacentes;
Teor de mercúrio da lâmpada, expresso na forma “X,X mg”;
Indicação da página web a consultar em caso de quebra acidental da lâmpada, para
obtenção de instruções sobre a forma de eliminar os detritos da lâmpada. [11, 56]
Informações a divulgar publicamente nas páginas web de acesso livre e sob qualquer outra
forma que o fabricante considere adequada:
As informações mínimas a serem apresentadas, como os valores correspondentes são:
As informações especificadas no primeiro tópico deste subcapítulo;
Potência efetiva (com uma precisão de 0,1 W);
Fluxo Luminoso útil efetivo;
Tempo de vida efetivo;
Fator da potência da lâmpada;
Tarefas executadas pelo laboratório 51
Fator de conservação do fluxo luminoso no final do tempo de vida nominal (exceto
para as lâmpadas de filamento);
Tempo de arranque (na forma X,X segundos);
Restituição das cores;
Coerência cromática (apenas para LED);
Intensidade de pico efetiva em candelas (cd);
Ângulo efetivo do feixe;
Se for o caso, indicar que se destina a aplicações para espaços exteriores;
Distribuição espetral da potência na gama 180-800 nm;
Se a lâmpada contiver mercúrio, instruções sobre a forma de eliminar os detritos da
lâmpada em caso de quebra acidental e recomendações sobre como eliminar a
lâmpada no final do seu tempo de vida para efeitos de reciclagem; [11, 56]
Requisitos suplementares de informação relativa ao produto para as lâmpadas LED que
substituem lâmpadas fluorescentes sem balastro integrado
Para além de terem de satisfazer os requisitos de informação relativa ao produto,
previstos no primeiro tópico, os fabricantes de lâmpadas LED que substituem lâmpadas
fluorescentes sem balastros integrados devem publicar, nas páginas web de acesso público e
livre e sob qualquer outra forma que considerem adequada, um aviso de que a eficiência
energética global e a distribuição de luz de qualquer instalação que utilize essas lâmpadas
são determinadas pela conceção da instalação. [55, 56]
4.5 Possíveis melhorias a aplicar no laboratório
As possíveis melhorias a implementar no laboratório, não são mais do que, os testes para
verificar as informações dadas pelo fornecedor. Uma vez que existe um regulamento/norma a
especificar as informações necessárias a disponibilizar aos consumidores finais, cresce a
necessidade de introduzir testes novos no laboratório, para verificar esses mesmos valores,
dados pelo fornecedor. Estes testes vão aumentar a qualidade da resposta dada aos
departamentos que estão envolvidos na seleção de novos equipamentos e na aquisição de
mercadoria. As possíveis melhorias passam por criar testes onde se possa verificar as
seguintes características:
52 O laboratório
Fluxo Luminoso útil nominal;
Tempo de vida nominal da lâmpada;
Temperatura de cor;
Número de ciclos de comutação;
Tempo de aquecimento até se atingir 60% de plena emissão de luz;
Ângulo nominal do feixe;
Teor de mercúrio da lâmpada;
Fluxo Luminoso útil efetivo;
Tempo de vida efetivo;
Fator de conservação do fluxo luminoso no final do tempo de vida nominal;
Tempo de arranque;
Restituição das cores;
Coerência cromática (apenas para LED);
Ângulo efetivo do feixe;
4.6 Considerações
Neste capítulo são verificados todos os processos em que o laboratório está inserido, e os
departamentos que interagem com o mesmo. São descritas também todas as atividades
realizadas em cada etapa de cada processo sendo estes, seleção de novas amostras, recessão
de mercadoria e EMM, são descritos ainda os testes executados no laboratório.
Neste capítulo é também referenciado, todos os equipamentos utilizados para os testes já
existentes no laboratório e as informações necessárias a disponibilizar aos utilizadores finais,
esta informação é importante uma vez que a empresa confia nos valores dados pelos
fabricantes, que muitas vezes estão errados. Como resultado desta investigação surgem assim
possíveis melhorias para o laboratório, que passa pela inserção de novos testes, de forma a
validar as informações dadas pelos fornecedores e transmitidas aos utilizadores finais.
Estas possíveis melhorias permitem aumentar a qualidade e a velocidade na resposta em
alguns problemas que surgem no laboratório por parte da seleção de novas amostras ou por
reclamações. A construção de sistemas de testes rápidos e autónomos são um ponto muito
importante a ter em consideração na melhoria a desenvolver, uma vez que o objetivo desta
investigação é tornar o laboratório mais competitivo face à velocidade de inovação das novas
tecnologias de iluminação.
53
Capítulo 5
Desenvolvimento da solução consoante as necessidades da empresa
Este capítulo está direcionado para a construção de uma das melhorias descritas no
capítulo anterior. A melhoria escolhida é o ciclo de comutação das lâmpadas até ao seu fim
de vida, e neste capítulo são descritos os objetivos que a máquina deve cumprir, as normas
que servem de suporte para a construção da melhoria, as necessidades do laboratório
relativamente à melhoria escolhida, o projeto elétrico da máquina que irá contar os ciclos de
comutação, bem como os materiais para a sua construção, o orçamento para a construção, e
por fim a interface e a programação utilizada.
5.1 Objetivos que a máquina deve cumprir
Com o intuito de desenvolver e implementar a melhoria que seja capaz de medir as vezes
que uma lâmpada comuta até ao seu fim de vida, propõe-se que o sistema seja capaz de
cumprir os objetivos seguintes:
Executar os testes sem a supervisão contínua em toda a duração do teste;
Armazenar a informação do número de vezes que a lâmpada liga e desliga;
Executar os testes para os diferentes tipos de casquilhos e tecnologias.
Estes pontos são de grande importância uma vez que o principal objetivo é tornar o
laboratório mais veloz com a rotatividade de tecnologias de luz artificial.
54 Desenvolvimento da solução consoante as necessidades da empresa
5.2 Normas a seguir
Para a construção da máquina que conte o ciclo de comutação, é necessário saber como é
realizado o procedimento do ciclo de comutação das lâmpadas. Para satisfazer tal
necessidade este estudo é baseado em algumas normas europeias para descrever os pontos
fundamentais.
O primeiro ponto a verificar, é a amostra que necessitamos para realizar o teste do ciclo
de comutação. A amostra a ensaiar depende do tipo de equipamento que seja submetido a
teste. E dependendo do tipo de equipamento são criados dois tipos de amostras distintas, a
amostra proveniente de lâmpadas, incluindo as lâmpadas LED que podem ser substituídas
pelo utilizador final, e a amostra de módulos LED, que não se destinam a ser retirados pelo
utilizador final. Para a amostra das lâmpadas, incluindo as lâmpadas LED que podem ser
substituídas pelo utilizador final é necessário a amostra conter no mínimo, vinte lâmpadas do
mesmo modelo e do mesmo fabricante, se possível obtidas em partes iguais e em quatro
fontes selecionadas aleatoriamente.
No caso de a amostra ser de módulos LED, que não se destinam a ser retirados pelo
utilizador final, são necessários 20 módulos LED, caso cada luminária contenha apenas um
modulo LED, é necessário 20 luminárias, os módulos devem ser do mesmo modelo e do mesmo
fabricante de módulos LED ou luminárias. O número de fontes deve ser, no mínimo quatro, a
menos que o número de luminárias para extrair os 20 módulos LED seja menor que quatro.
O segundo ponto a verificar são os diferentes ciclos de comutação existentes. E o que se
verificou é que existem dois tipos de ciclos de comutação, o ciclo de doze horas (12h) e o de
três horas (3h). O ciclo de 12 horas consiste em manter a lâmpada ligada 11 horas e desligada
1 hora. O ciclo de 3 horas é semelhante ao anterior, mantendo a lâmpada ligada 2horas e 45
minutos e em seguida desligada durante 15 minutos.
O terceiro e último passo a verificar é, quando o ensaio termina ou a lâmpada entra
dentro da categoria “não conforme”. O ensaio termina quando se atinge o número de ciclos
de comutação requerido ou quando, em cada 20 lâmpadas da amostra, duas ou mais atingem
o final do seu tempo de vida.
Com o ensaio pode-se obter dois resultados, “conforme”, se pelo menos 19 das 20
lâmpadas da amostra não sofrem avaria após ser atingido o número de ciclos de comutação
requerido, ou “não conforme” para qualquer outro resultado. Caso os módulos LED que não
se destinem a ser retirados pelo utilizador final, se a documentação técnica da luminária
permitir, considera-se o ensaio de toda a luminária como uma lâmpada, as autoridades
devem ensaiar 20 luminárias como lâmpadas.
Se cada luminária que contenha apenas um modulo led for ensaiada e considerada como
lâmpada, e obtiver o resultado “conforme”, os seus módulos LED pertencem também a
categoria “conforme”. [11, 56]
Necessidades do Laboratório 55
5.3 Necessidades do laboratório
A empresa GEONEXT - Produtos eléctricos S.A. não produz internamente os seus produtos,
muitos dos projetos são criados ou melhorados na empresa mas a sua construção é feita por
fornecedores externos, esta informação é importante do ponto de vista de obrigatoriedades,
uma vez que os fornecedores externos, designados por produtores, são obrigados a testar e
certificar o material fornecido à empresa, como tal o laboratório tem a finalidade de testar
os produtos de forma a verificar as informações dadas pelo fornecedor.
Partindo do princípio que o ciclo de comutação é testado pelo fornecedor, uma vez que nos
transmite a informação do ciclo de comutação, o importante a executar é a verificação do
número de ciclos de comutação.
Como verificamos anteriormente o ciclo de comutação tem duas possíveis opções, a de 12
ou a de 3 horas, estas opções requerem um período de tempo muito extenso, uma vez que
uma lâmpada T8 LED tem um ciclo de comutação em torno dos 20000 ciclos [29], o que nos
obriga a necessitar de 60000 horas se utilizado o ciclo de 3 horas, ou seja 2500 dias para
realizar este teste.
A verificação do ciclo de comutação torna-se assim um teste bastante demorado, pois a
espera de 2500 dias para verificar este parâmetro é bastante extenso. De forma a combater
este elevado período de tempo as grandes marcas na área da iluminação, para verificar o
número de ciclos de comutação, diminuem o tempo dos intervalos de comutação para 30
segundos no estado ON e 30 segundos no estado OFF da lâmpada. Assim consegue-se verificar
este parâmetro e dar uma resposta rápida sobre a tecnologia submetida ao teste. De forma a
superar o grande período de tempo necessário para realizar o teste do número de ciclos de
comutação, foi definido internamente uma nova opção, o ciclo de 1 minuto, no qual a
lâmpada está acesa 30 segundos e apagada 30 segundos.
5.4 Projeto
Este projeto baseia-se na construção de um mecanismo/máquina que seja capaz de
contar o número de ciclos de comutação de uma lâmpada. Para a construção da máquina são
necessários 2 circuitos distintos, um circuito que controle a tensão da lâmpada permitindo
variar o tempo do ciclo pretendido, e um outro circuito que seja capaz de detetar se a
lâmpada acende ou não, de forma a contabilizar o número de ciclos de comutação
pretendido. Para controlar os diferentes circuitos é utilizado um Arduino Uno. É uma placa
programável com 14 saídas/entradas digitais e 6 saídas/entradas analógicas, de modo a
controlar o tempo On/Off da lâmpada.
56 Desenvolvimento da solução consoante as necessidades da empresa
Um outro componente importante para a execução da máquina é o relé, uma vez que o
Arduino Uno trabalha a 5V e é necessário controlar a tensão da rede a 230V, para atingir o
objetivo do controle dos ciclos de comutação.
Nas figuras 32 e 36 estão ilustrados os esquemas de ligação dos dois circuitos e também a
junção dos dois circuitos. [56]
Controle da tensão da lâmpada de 230V, de acordo com a tensão do Arduino Uno:
Figura 31: Esquema de ligações para controlar a tensão da lâmpada. Tendo o pino A e C para a ligação da tensão da rede [56]
Figura 32: Esquema de montagem para o controle da tensão da rede [56]
Como controlar o número de ciclos de comutação de uma lâmpada através de uma
LDR:
Figura 33: Esquema de ligação para a contagem do ciclo de comutação [56]
Necessidades do Laboratório 57
Figura 34: Esquema de montagem para a contagem do ciclo de comutação [56]
Junção dos dois circuitos:
Figura 35: Esquema de montagem da junção dos circuitos do controle da tensão e da
contagem do ciclo de comutação. [56]
Com a junção dos dois circuitos e a ligação dos mesmos ao Arduino, é obtido o total
controlo da lâmpada. O Arduino permite também imprimir uma mensagem para o utilizador
pedindo para o mesmo escrever o teste que deseja executar para o ciclo de comutação da
lâmpada. A deteção do estado da lâmpada é feito pela LDR, que está inserida num divisor de
tensão, o seu funcionamento passa por, a sua resistência variar com a iluminação incidente
na mesma, obtendo assim valores diferentes de tenção, permitindo a deteção do estado da
lâmpada, esta informação é transmitida à porta analógica do Arduino, onde é possível ler o
valor da tensão aos terminais da LDR e assim definir o estado On e Off da lâmpada.
5.5 Materiais a utilizar
Arduino Uno
Figura 36: Arduino Uno. [56]
58 Desenvolvimento da solução consoante as necessidades da empresa
Resistências 2,2K e 10K:
a) b) Figura 37: a) Resistência de 2,2K b) Resistencia de 10K [57]
Díodo 1N4148:
Figura 38: Díodo 1N4148 [57]
Rele 5V/250V:
Figura 39: Rele SRD-05VDC-SL-C [57]
Tirístor BC 546:
Figura 40: Tirístor BCD 546 [57]
Necessidades do Laboratório 59
Resistência variável com a iluminação, LDR:
Figura 41: LDR 200V [57]
Breadboard:
Figura 42: Breadboard [57]
Cabos de ligação:
Figura 43: Cabos de ligação [57]
Tomada interruptora:
Figura 44: Tomada interruptora [58]
60 Desenvolvimento da solução consoante as necessidades da empresa
Casquilhos G13:
Figura 45: Casquilho de ligação das lâmpadas T8 [58]
Lâmpada T8 LED e T8 fluorescente:
a) B) Figura 46: a) Lâmpada T8 LED b) Lâmpada T8 fluorescente [59]
Necessidades do Laboratório 61
5.6 Orçamento
Tabela 3: Preço de cada componente adquirido para a construção da melhoria
Descrição do
componente Quantidade
Preço em € por
unidade
Total
Arduino UNO 1 22,90 22,90
Cabo USB do Arduino 1 2,85 2,85
Resistência 2,2K 1 0,1 0,1
Resistência 10K 1 0,1 0,1
Díodo 1 0,05 0,05
LED 1 0,90 0,90
Rele 1 3,45 3,45
Tirístor 1 1,04 1,04
LDR 1 0,40 0,40
Breadboard 1 4,95 4,95
Cabos de ligação 5 m 0,25 1,25
Tomada interruptora 1 4,52 4,52
Casquilho G13 2 0,65 1,3
Lâmpada T8 LED 1 25,2 25,2
Lâmpada T8 fluorescente 1 1,15 1,15
Balastro 1 4,95 4,95
Arrancador 1 0,32 0,32
Barra junção 1 0,52 0,52
Total: 75,95 €
Para a construção da melhoria a implementar no laboratório da empresa Geonext, e a
verificação do ciclo de comutação para duas lâmpadas com tecnologias diferentes o
orçamento necessário é de 75,95 €, como podemos verificar na tabela 3 antes descrita.
62 Desenvolvimento da solução consoante as necessidades da empresa
5.7 Programação
A programação está condicionada pelo microcontrolador escolhido, e após uma pesquisa
para obter o melhor microcontrolador que satisfaça as necessidades para a execução do
projeto, foi escolhido o Arduino Uno.
O Arduino Uno tem uma série de facilidades no que diz respeito à comunicação, seja
utilizando um computador, outros Arduinos ou outros microcontroladores. Este possui um
processador ATmega328 que nos permite a comunicação por pinos digitais, pinos analógicos e
por USB, este último comporta-se como uma porta COM virtual para o software fornecido
pelo mesmo.
O software fornecido pelo Arduino permite o envio de novos códigos sem o uso de um
programador de hardware externo. Através de um botão de upload no ambiente do Ardunino
e através de um arquivo “.inf”, onde o utilizador pode alterar o seu conteúdo, assim é
possível a passagem do programa pretendido para a placa. A programação desenvolvida e
testada pelo uploud (uploud é o nome dado à transferência do código para a placa
programável) do código na placa Arduino, este inclui ainda um monitor serial que permite
que dados simples de texto sejam enviados para a placa Arduino ou que sejam transmitidos
da placa para o monitor em tempo real.
Esta funcionalidade permite a interação entre o utilizador e a máquina, através de um
computador ligado à placa, de forma a executar o pretendido pelo utilizador.
Desta forma, foi desenvolvida a melhoria a implementar no laboratório, onde a placa
Arduino permite-nos a verificação, através da LDR, se a lâmpada está ligada ou desligada,
colocando uma LDR num divisor de tensão, como mostra a figura 34, e com a informação
dada pela tensão que atravessa a LDR ligada à placa, através de uma das entradas analógicas,
permite a perceção do estado da lâmpada; o controlo da tensão da lâmpada bem como o
tempo em que esta permanece nos estados ligada e desligada, com o auxílio do Relé, como
nos ilustra a figura 32, consegue-se que a placa dê a ordem de ligar ou não a lâmpada; e
permite também que o utilizador possa escolher o ciclo de comutação pretendido, para a
placa executar na lâmpada, bem como a contagem dos ciclos que esta executa. [56]
Estes pontos que o microprocessador nos permite obter, foram a grande razão para a sua
escolha para este projeto. O código desenvolvido no documento “.inf”, encontra-se descrito
e devidamente legendado no anexo A.
Necessidades do Laboratório 63
5.8 Interface
A interface entre o utilizador e a máquina que excuta o ciclo de comutação é executada
através de um monitor virtual fornecido pela placa Arduino Uno. [56] A informação que é
transmitida para o utilizador quando é iniciado o teste do ciclo de comutação está ilustrada
na figura 47, e não é mais do que as opções de teste existentes para o ciclo de comutação, o
teste de 12 horas, o teste de 3 horas e o teste criado internamente de 1 minuto.
Figura 47: Informação transmitida para o utilizador
Após ser impressa a mensagem, para a escolha do ciclo de comutação pretendido, o
utilizador deve introduzir o número 1, 2 ou 3 para a máquina executar o teste pretendido. A
escrita do número correspondente ao teste a executar deve ser introduzido no local ilustrado
pela figura 48, e posteriormente, pressionado o botão “Enviar”.
Figura 48: Local onde o utilizador deve introduzir a informação
Após a escolha de um dos testes, é ilustrada no ecrã a opção efetuada. Como exemplo
temos a figura 49 que ilustra a mensagem caso o utilizador escolha a opção 1.
Figura 49: Informação sobre a opção escolhida
Após a escolha da opção pretendida é iniciado o ciclo de comutação. Em cada ciclo é
exibido um conjunto de informações como ilustra a figura 50. As informações apresentadas
são, o estado da lâmpada em tempo real, de seguida o valor lido pela LDR quando a lâmpada
está ligada (ON), e com o seguimento do teste, é ilustrado a mudança de estado da lâmpada
para desligada (Off) e o valor lido pela LDR. Por fim é indicado o número de ciclo
correspondente. Para uma melhor perceção dos diferentes ciclos é ilustrado um conjunto de
cardinais “#” quando ocorre a passagem de ciclo.
64 Desenvolvimento da solução consoante as necessidades da empresa
Figura 50: Informação dada ao utilizador a cada ciclo do teste
Por fim quando a lâmpada chega ao seu fim de vida, é impresso o número de vezes que
este executou os ciclos como podemos ver no exemplo da figura 51.
Figura 51: Informação dada pela máquina no fim do teste
O monitor virtual, onde é ilustrado o estado do teste, é remotamente visualizado através
do Teamviewer. O Teamviewer é um programa que permite o acesso remoto a computadores.
Este ponto tem um grau de importância elevado, uma vez que a placa programável está
ligada a um computador que se encontra numa outra divisão do laboratório. Assim é
alcançado um dos objetivos que a melhoria deve cumprir, pois o responsável do laboratório
teria de se deslocar a outra divisão para verificar o estado do teste, e através deste
programa, o mesmo pode verificar o estado do teste no escritório do laboratório.
A figura 52 permite uma melhor perceção da utilidade do Teamviewer na implementação
da melhoria.
Figura 52: Utilização do Teamviewer
Necessidades do Laboratório 65
5.9 Considerações
Após a leitura deste capítulo as principais considerações a reter no que diz respeito à
melhoria escolhida, o ciclo de comutação de lâmpadas até ao seu fim de vida, são os
seguintes:
Os objetivos que a máquina deve cumprir, ser capaz de executar os testes sem a
supervisão contínua em toda a duração do teste, armazenar a informação do número de vezes
que a lâmpada liga e desliga e que seja capaz de executar o teste para os diferentes
casquilhos e tecnologias de luz artificial. Como dito anteriormente os objetivos são de grande
importância uma vez que o principal objetivo é tornar o laboratório mais eficiente e eficaz
com a rotatividade de tecnologias de luz artificial.
A informação das normas a reter, relativamente à amostra necessária. Existem dois
padrões de amostras distintas, a amostra proveniente de lâmpadas, incluindo as lâmpadas
LED que podem ser substituídas pelo utilizador final, e a amostra de módulos LED que não se
destinam a ser retirados pelo utilizador final, os diferentes ciclos de comutação existentes, o
ciclo de doze horas (12h) e de três horas (3h). Os resultados do ensaio, “conforme”, se pelo
menos 19 das 20 lâmpadas da amostra não sofrem avaria após ser atingido o número de ciclos
de comutação requerido, ou “não conforme” para qualquer outro resultado.
Relativamente às necessidades do laboratório para a melhoria escolhida, constatou-se
que o ciclo de 12 ou 3 horas, requer um grande período de tempo para a realização do teste,
a resolução para a diminuição do tempo de teste passa por introduzir um novo teste que nos
permita verificar o número de comutações com intervalos de tempo mais curtos. Foi definido
o ciclo de 1 minuto, no qual a lâmpada está acesa 30 segundos e apagada 30 segundos.
No que diz respeito ao projeto da máquina, esta contém dois circuitos distintos, um
circuito que controla a tensão da lâmpada permitindo variar o tempo do ciclo, e um outro
circuito que seja capaz de detetar se a lâmpada acende ou não, de forma a contabilizar o
número de ciclos de comutação pretendido. O Arduino Uno é uma placa programável com 14
saídas/entradas digitais e 6 saídas/entradas analógicas, e é utilizado para manipular os
circuitos de forma a obter o total controlo da lâmpada.
Por fim, a interface e a programação utilizada na máquina é definida pelo Arduíno uno,
este contem um software que permite o envio de novos códigos utilizando como base a
programação C, e um monitor que facilita a comunicação do utilizador com a máquina.
67
Capítulo 6
Caso de aplicação
Este capítulo está reservado para a verificação do ciclo de comutação em duas lâmpadas
com tecnologias distintas, a tecnologia de descarga elétrica em gases, lâmpada T8 de 36W
fluorescente tubular, e a tecnologia LED, lâmpada T8 de 22W a equivalente à lâmpada de 36
W fluorescente.
A verificação do ciclo de comutação é executada na melhoria descrita no capítulo
anterior, por forma a testar a máquina proposta e a verificar duas tecnologias existentes do
setor da Luxtek, o setor das lâmpadas da empresa Geonext.
6.1 Características das lâmpadas utilizadas
Neste tópico são ilustradas as principais características das lâmpadas T8 LED de 22W, e
T8 fluorescente de 36W, da empresa Geonext. A informação está dividida em três tabelas
(tabela 4, 5 e 6) designadas como, características, dados elétricos e dados óticos da lâmpada
em questão. A total informação encontra-se no anexo B, nas fichas técnicas das
correspondentes lâmpadas. [59] Tabela 4: Características das lâmpadas [59]
Características
Nome T8 GLASS LED T8 STANDARD 36W
Tecnologia LED Fluorescente
Casquilho G13 G13
Vida útil (horas) 25000 20000
Regulação de fluxo Não Sim
Acabamento da lâmpada Vidro opalino Vidro opalino
Número de ciclos de
comutação antes de falha
prematura (min)
≥25000 ≥20000
68 Conclusões
a) b) Figura 53: Imagens das lâmpadas usadas para o teste, a) LED e b) fluorescente [59]
Tabela 5: Dados elétricos da lâmpada T8 GLASS LED [59]
Dados elétricos
T8 GLASS
LED
T8 STANDARD
36W
KWh p/ 1000h 22 43
Classe energética A+ A
Rendimento (lm/W) 91 93
Potência nominal (W) 22 36
Tensão (Vac) 230 230
Corrente (A) 0,106 0,17
Temperatura ideal de
funcionamento (°C) 25 25
Fator de potência ≥0,9
Balastro necessário Não Sim
Arrancador necessário Sim Sim
Potência standard fluorescente
equivalente (W) 36 36
69
a) b) Figura 54: Etiqueta energética da lâmpada a) T8 GLASS LED b) T8 fluorescente [59]
Tabela 6: Dados óticos das lâmpadas [59]
Dados Óticos
T8 GLASS
LED
T8 STANDARD
36W
Cor de luz Branco frio
840
Branco frio
840
Temperatura de cor (K) 4000 4000
IRC (Ra) ≥80 ≥85
Ângulo de fluxo 270º 360º
Fluxo luminoso (nominal)
(lm) 2000 3350
6.2 Verificação do ciclo de comutação na melhoria construída para as tecnologias escolhidas.
O ciclo de comutação, como referido no ponto 5.2 deste documento, tem um conjunto de
pontos a seguir, constituinte do procedimento para realizar o teste, uma vez que o objetivo é
implementar a melhoria no laboratório, e não a total execução do teste do ciclo de
comutação, algumas ponderações são efetuadas para conseguir testar a máquina de uma
forma rigorosa.
A primeira ponderação a ser efetuada é o ciclo de comutação pretendido para as
tecnologias escolhidas. Como referido no ponto 5.2, existem dois ciclos de comutação
70 Conclusões
normalizados, de 3 horas e de 12 horas, e um outro criado internamente na empresa para a
verificação e constatação da informação dada pelo fabricante. O ciclo de 1 minuto foi criado
após a verificação do tempo necessário para a realização do teste. A sua necessidade foi
compreendida na fase de investigação do estado da arte, uma vez que o tempo necessário
para executar o teste nos ciclos normalizados é excessivamente grande. De forma a verificar
esta afirmação, é apresentada a tabela 7 com o tempo necessário para executar o teste
dependendo dos diferentes ciclos escolhidos para as duas tecnologias de lâmpadas
selecionadas. Para a realização do teste é necessário conhecer o número de ciclos de
comutação do fabricante, para a lâmpada T8 Led é 25000 e para a lâmpada T8 fluorescente é
de 20000 ciclos.
Tabela 7: O intervalo temporal em dias necessário para os diferentes ciclos de comutação
Tempo dos
diferentes ciclos
Número de ciclos
efetuado num dia
Número de dias
para efetuar 25000
ciclos
Número de dias
para efetuar
20000 ciclos
1 Minuto 1440 17,4 13,9
3 Horas 8 3125 2500
12 Horas 2 12500 10000
Após a constatação do tempo necessário para a realização do teste através da tabela 7,
foi decidido para a escolha do ciclo de teste para as duas tecnologias, o ciclo de 1 minuto.
Esta decisão foi tomada após verificar que são necessários 3125 dias para realizar o teste do
ciclo de comutação para a lâmpada T8 LED e 2500 dias para a lâmpada T8 fluorescente,
quando escolhido era o ciclo de 3h, o intervalo temporal necessário para a realização do
teste é ainda maior se for escolhido o teste de 12h como mostra a tabela. Este intervalo
temporal é insustentável utilizando os ciclos normalizados uma vez que a empresa não pode
ficar 2500 dias à espera de um resultado pois o mercado já terá lançado novos equipamentos
para a sua substituição.
A segunda ponderação diz respeito à amostra necessária para realizar o teste, como
referido no ponto 5.2 são necessárias 20 amostras. Este parâmetro influencia o teste no
período de tempo necessário para a sua execução, o teste terá de ser repetido 20 vezes, uma
vez para cada lâmpada, para a obtenção do ciclo de comutação para uma determinada gama
de lâmpada, logo o período de 17,4 dias necessário para a lâmpada T8 LED, ou os 13,9 dias
para a lâmpada T8 fluorescente terá de ser multiplicado pelas 20 lâmpadas. O definido após
esta abordagem é a utilização de uma só lâmpada.
71
Teste realizado à lâmpada T8 GLASS LED
Foi utilizada uma lâmpada para realizar a verificação do ciclo de comutação da
mesma;
O teste iniciou-se no dia 14/05/15;
O teste escolhido é o de 1 minuto;
O teste terminou no dia 1/06/15, quando atingido o ciclo descrito pelo fabricante;
O resultado do teste é conforme;
Teste realizado à lâmpada T8 STANDARD 36W
Foi utilizada uma lâmpada para realizar a verificação do ciclo de comutação da
mesma;
O teste iniciou-se no dia 2/06/15;
O teste escolhido é o de 1 minuto;
O teste terminou no dia 16/06/15, quando atingido o ciclo descrito pelo fabricante;
O resultado do teste é conforme;
72 Conclusões
6.3 Considerações
Neste capítulo é verificado o ciclo de comutação para duas lâmpadas distintas, uma com
a tecnologia LED, a lâmpada T8 GLASS LED de 22W, e outra com a tecnologia fluorescente, a
lâmpada T8 STANDARD de 36W, estas lâmpadas apesar de tecnologias e potências diferentes,
são equivalentes no que diz respeito à iluminação. [59] Para a realização do teste, alguns
pontos foram sujeitos a observações, nomeadamente a amostra necessária e o ciclo
escolhido, isto porque, para a realização do teste, com os ciclos normalizados, o tempo
necessário para verificar o ciclo de comutação obriga o laboratório a tardar na resposta ao
departamento comercial, colocando este numa espera de no mínimo 2500 dias, intervalo
temporal demasiado longo para decidir a aquisição de um novo equipamento. No entanto a
máquina está programada e construída para a verificação dos ciclos normalizados.
A verificação do ciclo de comutação obriga também a verificar o bom funcionamento da
melhoria construída no laboratório, a máquina que conte o número de ciclos de comutação
de lâmpadas. A qual o resultado da melhoria construída para o laboratório abrange todos os
objetivos previstos e compre todos os requisitos de funcionamento. A melhoria é construída
tendo por base a sua simplicidade de utilização e de equipamentos constituintes, uma vez
que, na equipa de trabalho da empresa Geonext o staff tem diferentes graus de escolaridade,
e o elevado grau de sofisticação na construção da melhoria e na programação seriam um
entrave nos custos de implementação e na continuidade do projeto, no que se refere ao
manuseamento da melhoria implementada.
73
Capítulo 7
Conclusões
Em conclusão da dissertação verifica-se que, com a crescente conectividade do mercado,
as alterações frequentes das matérias-primas, a imposição de restrições ambientais e a
constante procura pela redução de custos, exigem respostas rápidas e rigorosas por parte dos
departamentos das empresas. Com isto torna-se necessário um melhor controlo das suas
atividades de forma a desenvolver novas estratégias e mecanismos para encontrar novas
soluções, que permitam às empresas uma maior otimização dos seus processos de resposta,
para que possam no menor período de tempo possível verificar as melhores decisões a tomar
de forma que possam acompanhar a crescente competitividade no mercado em que se
encontram inseridas e ao mesmo tempo optem pelas tecnologias com melhor qualidade e
preço para uma maior rentabilização da mesma.
Para tal, o desenvolvimento dos processos de testes e verificações de conformidade nos
laboratórios de qualidade, estão diretamente relacionados com a velocidade em que essa
resposta é obtida, colocando em espera todo o departamento de comercialização e venda dos
produtos por parte dos fornecedores e por parte dos clientes e diminuindo os problemas
futuros adjuntos da decisão de aquisição de equipamentos que proporcionem problemas com
a falta de qualidade, e que se convertam em grandes perdas financeiras e a desvalorização da
empresa.
Este projeto de dissertação em ambiente empresarial visa essencialmente desenvolver e
implementar um sistema que seja capaz de medir o ciclo de comutação para as diferentes
lâmpadas existentes na empresa Geonext – Produtos Eléctricos S.A.
A empresa Geonext - Produtos Eléctricos S.A. é uma empresa portuguesa que desenvolve
a sua atividade no setor de material elétrico e de iluminação. É titular das marcas Blink,
74 Conclusões
Lumitek e Luxtek. A Blink oferece aos profissionais do setor uma ampla gama de produtos
elétricos para espaços e ambientes profissionais. A LUXTEK é uma marca de lâmpadas,
distinguindo – se pela elevada qualidade do produto e pelo seu baixo custo. A Lumitek
disponibiliza uma vasta gama de produtos de iluminação, elaborados com elevado espírito de
funcionalidade e inovação estética. Relativamente ao mercado da empresa, esta contem
várias lojas pelo país, e aposta também na exportação, desde o continente Europeu, o
Asiático e o Africano, nomeadamente China, França, Angola, e Gabão.
O desenvolvimento da dissertação em ambiente empresarial ocorreu no laboratório em
parceria com o departamento de qualidade da empresa. O laboratório é dotado de dois
espaços físicos distintos, sendo o primeiro espaço destinado a escritório, dotado de bancadas
onde ocorrem os testes elementares aos equipamentos, o segundo espaço está reservado para
os testes de aquecimento, imersão e longevidade das lâmpadas e luminárias. É neste segundo
espaço que se concretizou a implementação da melhoria no laboratório, o ciclo de comutação
de lâmpadas até ao seu fim de vida.
Para desenvolver esta melhoria foi necessário rever os conceitos básicos da iluminação,
obtendo como informações importantes a reter, o índice de eficiência energética,
temperatura e cor e o índice de restituição de cores. Relativamente às grandezas a reter na
iluminação, obtivemos o fluxo luminoso, a intensidade luminosa, a Iluminância e a
luminância. Estas informações permitiram uma melhor perceção de todas as tecnologias
existentes na iluminação artificial assim como o material de apoio para a mesma.
Este vasto estudo realizado permitiu verificar o que realmente é importante quando se
pretende adquirir um sistema de iluminação. E foi esse o ponto de partida, o de rever os
diagramas de tarefas no qual está inerente a verificação de sistemas de iluminação, aquando
a aquisição de novos equipamentos como no processo de supervisão das mercadorias
rececionadas.
Conclui-se ainda que os processos de receção de mercadoria e o de seleção de novos
modelos sofrem de algumas lacunas, relativamente aos testes executados no laboratório.
Esta conclusão advém do levantamento das informações obrigatórias que a empresa
deve disponibilizar ao consumidor final, e que não são verificadas nos testes dos processos de
receção de mercadoria e o de seleção de novos modelos. Cresceu assim a necessidade de
introduzir novos testes nos processos descritos, de forma a verificar todos os valores
transmitidos ao utilizador final, permitindo aumentar o rigor e a qualidade da resposta que o
laboratório fornece com a verificação do equipamento em teste.
75
Os novos testes são designados como possíveis melhorias a implementar no laboratório,
onde surge a necessidade de implementar mecanismos para a verificação do fluxo luminoso
útil nominal e efetivo da lâmpada, o tempo de vida nominal e efetivo da lâmpada, a
temperatura de cor, o número de ciclos de comutação, o ângulo nominal e efetivo do feixe, o
teor de mercúrio da lâmpada, o fator de conservação do fluxo luminoso no final do tempo de
vida da lâmpada, o tempo de arranque, e a restituição da cor.
A melhoria escolhida para desenvolver no laboratório foi o ciclo de comutação, esta
melhoria vem ao encontro de várias necessidades do laboratório, porque a nível de duração
da tecnologia LED, esta diferencia-se das restantes tecnologias, uma vez que o LED nunca
deixa de emitir fluxo luminoso. Considerando que existe a rutura do filamento nas lâmpadas
incandescentes, ou desgaste dos elétrodos nas lâmpadas de descarga, verifica-se, que o fim
de vida útil destas duas tecnologias é facilmente percetível, mas na tecnologia LED esta
perceção não acontece. E assim surge a necessidade de verificar o ciclo de comutação porque
apesar de o LED ter uma longa duração de vida, para o seu bom funcionamento, necessita de
um circuito auxiliar, circuito esse que limita a vida da lâmpada, uma vez que a vida dos
componentes eletrónicos tende a diminuir significativamente com a comutação de estado da
lâmpada devido ao seu elevado desgaste.
Após a decisão da implementação da melhoria que seja capaz de medir o número de
ciclos de comutação, concluiu-se que esta tem de cumprir os seguintes objetivos, ser capaz
de executar os testes sem a supervisão contínua em toda a duração do teste, armazenar a
informação do número de vezes que a lâmpada liga e desliga e que seja capaz de executar o
teste para os diferentes casquilhos e tecnologias de luz artificial.
Estes objetivos foram considerados na fase de construção da máquina, e foram
concretizados utilizando uma placa programável, com o nome de Arduino Uno, esta contém
um monitor que permite verificar o estado do teste e a numeração do ciclo de comutação
efetuado, esta permite também a comunicação entre o utilizador e a máquina, podendo
assim definir o teste a realizar. A máquina esta construída num compartimento com espaço
para todas as tecnologias de iluminação permitindo assim a fácil adaptação para os diferentes
casquilhos e materiais de apoio à iluminação, esta placa está ligada a um computador que se
encontra fora desta divisão e é remotamente supervisionada e controlada através do
Teamviewer, permitindo a sua supervisão no espaço definido como escritório do laboratório.
A conclusão relativamente à informação das normas a reter, analogamente à amostra,
aos testes existentes e aos resultados são: existem dois tipos de amostras distintas, a amostra
76 Conclusões
proveniente de lâmpadas, incluindo as lâmpadas LED que podem ser substituídas pelo
utilizador final, e a amostra de módulos LED que não se destinam a ser retirados pelo
utilizador final; os ciclos de comutação existentes, o ciclo de doze horas (12h) e de três horas
(3h); e os resultados do ensaio, “conforme” se, pelo menos 19 das 20 lâmpadas da amostra
não sofrem avaria após ser atingido o numero de ciclos de comutação requerido, ou “não
conforme” se qualquer outro resultado.
Relativamente às necessidades do laboratório para a melhoria escolhida, constatou-se
que o ciclo de 12 ou 3 horas, requerem um grande período de tempo para a realização do
teste, a resolução para a diminuição do tempo de teste passa por introduzir um novo teste
que nos permita verificar o número de comutações com intervalos de tempo mais curtos, foi
definido o ciclo de 1 minuto, no qual a lâmpada está acesa 30 segundos e apagada 30
segundos. A introdução do teste de 1 minuto, permite verificar o ciclo de comutação, uma
vez que a importância deste teste está diretamente relacionada com o desgaste do
equipamento quando passa do estado OFF para ON.
O caso de estudo passou por verificar o ciclo de comutação de duas lâmpadas distintas,
uma com a tecnologia LED, a lâmpada T8 GLASS LED de 22W, e outra com a tecnologia
fluorescente, a lâmpada T8 STANDARD de 36W, estas lâmpadas apesar de tecnologias e
potências diferentes, são equivalentes no que diz respeito à iluminação. Para a realização do
teste alguns pontos foram sujeitos a observações, nomeadamente a amostra necessária e o
ciclo escolhido, isto porque, para a realização do teste, com os ciclos normalizados, o tempo
necessário para verificar o ciclo de comutação obriga o laboratório a tardar na resposta ao
departamento comercial, colocando este numa espera de no mínimo 2500 dias, intervalo
temporal demasiado longo para decidir a aquisição de um novo equipamento. No entanto a
máquina fica programada e construída para a verificação dos ciclos normalizados.
A verificação do ciclo de comutação obriga também a verificar o bom funcionamento da
melhoria construída no laboratório, a máquina que conte o número de ciclos de comutação
de lâmpadas. A qual o resultado da melhoria construída para o laboratório abrange todos os
objetivos previstos.
Por fim fica em aberto a construção ou aquisição dos restantes pontos de melhoria para o
laboratório, podendo advir de futuras dissertações, criando novos pontos de contacto entre os
estabelecimentos de ensino e as empresas, permitindo aos alunos adquirirem competências
nas diversas áreas de trabalho.
77
Anexo A
Código do programa
const byte sensorPin = 3; // Seleciona o pino de entrada da lâmpada
int valon;
int valoff;
int cont;
int contc;
float rrr;
int ttt;
void setup ()
Serial.begin(9600); // Configurar biblioteca de série em 9600 bps
pinMode (13, OUTPUT); // Inicializa o pino digital 13 como uma saída
pinMode(sensorPin, INPUT); //Inicializa o pino sensorPin como uma entrada sensorPin
contc=0; //Contador igual a zero
Serial.println( "escolha o ciclo de comutação pretendido:");
Serial.println( "1 -- ciclo de 12 horas");
Serial.println( "2 -- ciclo de 3 horas ");
Serial.println( "3 -- ciclo de 1 minuto "); // Escreve no ecrã a mensagem para o utilizador escolher o
teste
delay (5000); // O delay de 5000 é criado para o utilizador ter tempo para escrever o código pretendido
78 Código do programa
rrr = Serial.read(); // Lê a variável digitalizada pelo utilizador
int ttt = rrr - 48 ;
Serial.println("teste numero :");
Serial.println(ttt);
Serial.println(" "); // Imprime o teste escolhido pelo utilizador
void loop ()
// #########################################################################
//
// CICLO DE 12 HORAS
//
// #########################################################################
if ( rrr == 49 ) // CICLO DE 12 HORAS
if ( contc == 4) // Se o contador passar por quatro ciclos sem haver alteração no estado da
lâmpada o ciclo acaba
cont = cont-4; //Retirar os 4 ciclos que a lâmpada esta off
Serial.println("###################################");
Serial.println("# #");
Serial.println("# ciclo de comutação: #");
Serial.println( cont);
Serial.println("# #");
Serial.println("###################################"); //Imprime o
numero de ciclos
delay (5000);
Serial.println("hhhhh");
79
exit(0);
else if ( contc <=3 )
Serial.println("acende"); // Imprime o estado da lâmpada
digitalWrite (13, HIGH); // Define a porta 13, a lâmpada como HIGH
ou ligada
delay (1800000); // Esperar por 30 min
valon = analogRead(sensorPin); // Lê o valor da LDR
Serial.println("valor da LDR com led ON");
Serial.println(valon); // Imprime o valor da LDR no ecrã
// float voltage = valon * (5.0 / 1023.0);
//Serial.println(" o valor da tensão =");
//Serial.println(voltage);
delay (1800000); // Esperar por 30 min (1h)
delay (3600000); // Esperar por 1 hora (2h)
delay (3600000); // Esperar por 1 hora (3h)
delay (3600000); // Esperar por 1 hora (4h)
delay (3600000); // Esperar por 1 hora (5h)
delay (3600000); // Esperar por 1 hora (6h)
delay (3600000); // Esperar por 1 hora (7h)
delay (3600000); // Esperar por 1 hora (8h)
delay (3600000); // Esperar por 1 hora (9h)
delay (3600000); // Esperar por 1 hora (10h)
delay (3600000); // Esperar por 1 hora (11h)
Serial.println("apaga"); // Imprime o estado da lâmpada
digitalWrite (13, LOW); // Define a porta 13, a lâmpada como LOW
ou desligada
delay (1800000); // Esperar por 30 min
Serial.println("valor da LDR com led OFF");
valoff = analogRead(sensorPin); // Lê o valor da LDR
Serial.println(valoff); // Imprime o valor da LDR no ecrã
80 Código do programa
// float voltage1 = valoff* (5.0 / 1023.0);
// Serial.println(" o valor da tensão =");
// Serial.println(voltage1);
delay (1800000); // Esperar por 30 min
Serial.println("acaba o ciclo");
cont = cont + 1; // Conta o numero de ciclos
Serial.println("ciclo numero :");
Serial.println(cont);// Imprime o numero de ciclos
if ( valoff >= valon ) // Conta o numero de ciclos quando o valor da
LDR é igual no estado ON e OFF da lâmpada
contc = contc + 1;
Serial.println("ciclo numero :");
Serial.println(contc);
else
contc = 0;
Serial.println("ciclo numero :");
Serial.println(contc);
Serial.println(" ");
Serial.println(" ##################### "); // Escreve a
mensagem dentro de “ “ na passagem de ciclo
Serial.println(" ");
81
// #########################################################################
//
// CICLO DE 3 HORAS
//
// #########################################################################
if ( rrr == 50 ) // CICLO DE 3 HORAS
if ( contc == 4) // Se o contador passar por quatro ciclos sem haver alteração no
estado da lâmpada o ciclo acaba
cont = cont-4; // Retirar os 4 ciclos que a lâmpada esta off
Serial.println("###################################");
Serial.println("# #");
Serial.println("# ciclo de comutação: #");
Serial.println( cont);
Serial.println("# #");
Serial.println("###################################"); // Imprime o
numero de ciclos
delay (5000);
Serial.println("hhhhh");
exit(0);
else if ( contc <=3 )
Serial.println("acende"); // Imprime o estado da lâmpada
digitalWrite (13, HIGH); // Define a porta 13, a lâmpada como HIGH
ou ligada
delay (900000); // Esperar por 15 min
valon = analogRead(sensorPin); // Lê o valor da LDR
Serial.println("valor da LDR com led ON");
82 Código do programa
Serial.println(valon); // Imprime o valor da LDR no ecrã
// float voltage = valon * (5.0 / 1023.0);
//Serial.println(" o valor da tensão =");
//Serial.println(voltage);
delay (1800000); // Esperar por 30 min (45 min)
delay (1800000); // Esperar por 1h (1h 45 min)
delay (1800000); // Esperar por 1h (2h 45 min)
Serial.println("apaga"); // Imprime o estado da lâmpada
digitalWrite (13, LOW); // Define a porta 13, a lâmpada como LOW
ou desligada
delay (300000); // Esperar por 5 min
Serial.println("valor da LDR com led OFF");
valoff = analogRead(sensorPin); // Lê o valor da LDR
Serial.println(valoff); // Imprime o valor da LDR no ecrã
// float voltage1 = valoff* (5.0 / 1023.0);
// Serial.println(" o valor da tensão =");
// Serial.println(voltage1);
delay (600000); // Esperar por 10 min (15 min)
Serial.println("acaba o ciclo");
cont = cont + 1; // Conta o numero de ciclos
Serial.println("ciclo numero :");
Serial.println(cont); // Imprime o numero de ciclos
if ( valoff >= valon ) // Conta o numero de ciclos quando o valor da
LDR é igual no estado ON e OFF da lâmpada
contc = contc + 1;
Serial.println("ciclo numero :");
Serial.println(contc);
else
83
contc = 0;
Serial.println("ciclo numero :");
Serial.println(contc);
Serial.println(" ");
Serial.println(" ##################### "); // Escreve a
mensagem dentro de “ “ na passagem de ciclo
Serial.println(" ");
// #########################################################################
//
// CICLO DE 1 MINUTO
//
// #########################################################################
if (rrr == 51 ) // CICLO DE I MIN
if ( contc == 4) // Se o contador passar por quatro ciclos sem haver alteração no estado da
lâmpada o ciclo acaba
cont = cont-4; //Retirar os 4 ciclos que a lâmpada esta off
Serial.println("###################################");
Serial.println("# #");
Serial.println("# ciclo de comutação: #");
Serial.println( cont);
Serial.println("# #");
Serial.println("###################################"); // Imprime o
numero de ciclos
delay (5000);
84 Código do programa
Serial.println("hhhhh");
exit(0);
else if ( contc <=3 )
Serial.println("acende"); // Imprime o estado da lâmpada
digitalWrite (13, HIGH); // Define a porta 13, a lâmpada como HIGH
ou ligada
delay (15000); // Esperar por 15 segundos
valon = analogRead(sensorPin); // Lê o valor da LDR
Serial.println("valor da LDR com led ON");
Serial.println(valon); // Imprime o valor da LDR no ecrã
// float voltage = valon * (5.0 / 1023.0);
//Serial.println(" o valor da tensão =");
//Serial.println(voltage);
delay (15000); // Esperar por 15 segundos (30 segundos)
Serial.println("apaga"); // Imprime o estado da lâmpada
digitalWrite (13, LOW); // Define a porta 13, a lâmpada como LOW
ou desligada
delay (15000); // Esperar por 15 segundos
Serial.println("valor da LDR com led OFF");
valoff = analogRead(sensorPin); // Lê o valor da LDR
Serial.println(valoff);
// float voltage1 = valoff* (5.0 / 1023.0);
// Serial.println(" o valor da tensão =");
// Serial.println(voltage1);
delay (15000); // Esperar por 15 segundos (30 segundos)
Serial.println("acaba o ciclo");
cont = cont + 1; // Conta o numero de ciclos
Serial.println("ciclo numero :");
85
Serial.println(cont); // Imprime o numero de ciclos
if ( valoff >= valon ) // Conta o numero de ciclos quando o valor da
LDR é igual no estado ON e OFF da lâmpada
contc = contc + 1;
Serial.println("ciclo numero :");
Serial.println(contc);
else
contc = 0;
Serial.println("ciclo numero :");
Serial.println(contc);
Serial.println(" ");
Serial.println(" ##################### "); // Escreve a
mensagem dentro de “ “ na passagem de ciclo
Serial.println(" ");
93
Referências
[1] Departamento de marketing, “Apresentação da empresa Geonext”, 2014, Documento
interno da empresa Geonext – Produtos eléctricos S.A..
[2] Geonext Produtos Eléctricos S.A, “A Empresa”. Disponível em http://www.geonext.pt
/ptapresentacao/view. Acesso em 27/Fevereiro/2015.
[3] Geonext Produtos Eléctricos S.A, “Marcas”. Disponível em http://www.geonext.pt
/ptapresentacao/view. Acesso em 27/Fevereiro/2015.
[4] Departamento de Qualidade, “Organograma da empresa Geonext”, 2015, Documento
interno da empresa Geonext – Produtos eléctricos S.A..
[5] Departamento de Qualidade, “Layout da empresa Geonext”, 2010, Documento interno da
empresa Geonext – Produtos eléctricos S.A..
[6] Museu da Lâmpada. Disponível em http://www.museudalampada.com/#!o-fogo/c1fhw.
Acesso em 9/Março/2015.
[7] Fernando Costa, “Evolução histórica do candeeiro”. Disponível em
http://pt.slideshare.net/fvlsc/evoluo-histrica-do-candeeiro. Acesso em 9/Março/2015.
[8] História da Lâmpada. Disponível em http://www.historiadetudo.com/lampada.html.
Acesso em 9/Março/2015.
[9] Lucerna. Disponível em http://pt.artesanum.com/artesanato-lucerna_romana-
39953.html. Acesso em 10/Março/2015.
[10] Manual Osram. Disponível em http://www.osram.pt/osram_pt/. Acesso em
9/Março/2015.
[11] José Manuel Barroso, “Directiva 2009/125(CE do Parlamento Europeu e do conselho no
que respeita aos requisitos de conceção ecológica para as lâmpadas direccionais, as
lâmpadas de díodos emissores de luz e os equipamentos conexos”, IEC, Bruxelas, 2012.
[12] Membro da Comissão Europeia, “REGULAMENTO DELEGADO (UE) Nº 874/2012 que
completa a directiva 2010/30/UE do parlamento europeu e do conselho no que respeita à
rotulagem energética das lâmpadas eléctricas e luminárias”, IEE, Bruxelas 2012.
[13] Temperaturas de cor. Disponível em http://claritek.com.br/blog/informacao-
importante-sobre-produtos-temperaturas-de-cor-revisao-norma-abnt/. Acesso em
11/Março/2015
[14] Guangzhou Sunny Billion Power Ltd. Disponível em http://pt.made-in-
china.com/co_sunnybp/product_180-Degree-12W-LED-Bulb-with-Epistar-
Chip_eiiyeieyg.html. Acesso em 11/Março/2015.
[15] Lâmpadas Domesticas. Disponível em
http://pt.slideshare.net/FernandoWeise/01lampadas-domesticas. Acesso em
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[16] Guia Iluminação 2005 Philips. Disponível em
http://www.ebah.pt/content/ABAAABSHAAD/guia-iluminacao-2005-philips . Acesso em
11/Março/2015.
[17] Guia de bolso Philips. Disponível
http://www.lighting.philips.com/pwc_li/br_pt/connect/Assets/pdf/GuiaBolso_Sistema_0
9_final.pdf. Acesso em 11/Março/2015.
[18] José Manuel Barroso, “Anexos III e Anexos IX da Directiva 2009/125(CE do Parlamento
Europeu e do conselho no que respeita aos requisitos de conceção ecológica para as
lâmpadas direccionais, as lâmpadas de díodos emissores de luz e os equipamentos
conexos”, IEC, Bruxelas, 2012.
[19] D. José Ramírez Vázquez, Carlos Buigas Sans, Ignacio Munilla Morales, “Luminotecnia
Enciclopedia Ceac de Electricidad” pp 37 a 61, pp 89 a 290, Ediciones Ceac, Barcelona,
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[20] Lucínio Preza de Araújo, “Tipos e Características de Lâmpadas”. Disponível em
http://www.prof2000.pt/users/lpa. Acesso em 11/Março/2015.
[21] Catalogo Luxtek. Disponível em
http://www.luxtek.pt/fich/catalogos/LX10_2014_Halog%C3%A9neo.pdf. Acesso em
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[22] Descarga Elétrica em Gases de Baixa Pressão. Disponível em
http://www.osram.pt/osram_pt/noticias-e-conhecimento/lampadas-
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[23] Descarga Elétrica em Gases de Alta Pressão. Disponível em
http://www.osram.pt/osram_pt/noticias-e-conhecimento/lampadas-de-descarga-de-
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[24] The Mercury Vapour Lamp. Disponível em
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[25] Armínio Teixeira, “Eficiência energética das instalações de iluminação”. Disponível em
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[26] Lâmpadas de descarga de alta intensidade, Lâmpadas de luz mista. Disponível em
http://www.osram.com.br/osram_br/produtos/lampadas/lampadas-de-descarga-de-alta-
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[27] Lâmpadas com iodetos metálicos. Disponível em
http://www.osram.com.br/osram_br/produtos/lampadas/lampadas-de-descarga-de-alta-
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[28] Armínio Teixeira, “Tipos de Lâmpadas”. Porto : FEUP, 2004.
[29] Lâmpadas Fluorescentes. Disponível em http://www.osram.pt/osram_pt/noticias-e-
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[30] Lâmpadas Fluorescentes. Disponível em
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[31] Lâmpada fluorescente compacta. Disponível em http://www.philips.pt/c-
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[32] Lâmpada fluorescente compacta. Disponível em
http://www.luxtek.pt/fich/catalogos/LX12_2014_High%20Power%20FC.pdf. Acesso em
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[33] Tecnologia LED. Disponível em http://www.mega8.pt/tag/iluminacao-2?print=pdf-page.
Acesso em 12/Março/2015.
[34] Historia do LED. Disponível em http://www.osram.pt/osram_pt/noticias-e-
conhecimento/pagina-inicial-led/conhecimento-profissional/principios-basicos-do-
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[35] Princípios básicos do LED. Disponível em http://www.osram.pt/osram_pt/noticias-e-
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[36] Conhecimento básico do LED. Disponível em http://www.osram.pt/osram_pt/noticias-e-
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[37] A produção das tonalidades LED. Disponível em http://www.osram.pt/osram_pt/noticias-
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[38] Catalogo LUXTEK, “Tecnologias LED”. Disponível em http://www.luxtek.pt/ catalogo
lâmpadas. Acesso em 12/Março/2015.
[39] Vida útil do LED. Disponível em http://www.osram.pt/osram_pt/noticias-e-
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[40] Casquilhos das diferentes tecnologias. Disponível em http://www.luxtek.pt/. Acesso em
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[41] André Silva, Bruno Fonseca, Marta Simões, Pedro Faria, Rafaela Faria, Ricardo Ferreira,
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[42] Balastro. Disponível em
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[43] Arrancador. Disponível em http://www.philips.com/. Acesso em 12/Março/2015.
[44] Departamento de Qualidade, “Receção de mercadoria”, 2014, Documento interno da
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[45] Departamento de Qualidade, “Seleçao de novos modelos”, 2014, Documento interno da
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[46] Departamento de Qualidade, “EMM’s Equipamentos de Medição e Monotorização”, 2014,
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[47] Departamento de Qualidade, “Plano de inspecção de recepção de lâmpadas” 2014,
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[49] Departamento de Qualidade, “Plano ensaio módulos LED”, 2014, Documento interno da
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[50] Departamento de Qualidade, “Plano de ensaio para aparelhos de comando”, 2014,
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[51] Departamento de Qualidade, “Plano de ensaio para lâmpadas fluorescentes”, 2014,
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[52] Departamento de Qualidade, “Plano de ensaio para lâmpadas”, 2014, Documento interno
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[53] Departamento de Qualidade, “Plano de ensaio para luminárias de emergência”, 2014,
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[54] Departamento de Qualidade, “Plano de ensaio para luminárias”, 2014, Documento
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[55] Membro da Comissão Europeia, “Anexo IX Procedimento de verificação para efeitos de
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[56] Arduíno Uno. disponível em https://www.arduino.cc/en/Main/arduinoBoardUno. Acesso
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