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Esquemas-síntese – CANTO I
Proposição
Invocação
Dedicatória
Reflexões do Poeta: A fragilidade da vida humana
Esquemas-síntese
da Proposição —
Canto I, estâncias 1-3
(p. 183)
Proposição:
O Poeta resume o que se propõe cantar.
1.ª estância Navegações e conquistas
no Oriente
«As armas e os barões» que
passaram além da Taprobana
Os que se vão libertando da lei da Morte
por terem cometido obras cheias de valor
Reis que foram dilatando a Fé, o Império
e as Terras viciosas2.ª estância
Reis da dinastia de Avis
Reis da dinastia afonsina
e heróis guerreiros
3.ª estância Os Portugueses
=
Os Lusíadas que dominaram
o mar e a guerra
«o peito ilustre Lusitano»
«A quem Neptuno e Marte
obedeceram»
Intenção de cumprir
a promessa
Como será espalhado?
Futuro do modo
indicativo
Tarefa que o Poeta se propõe realizar:
Difundir «espalharei por toda a parte»
O que será espalhado?
• «as armas e os barões assinalados»
• «as memórias gloriosas»
• «aqueles que […] se vão da lei da Morte libertando»
História
de Portugal
• «cantando»
• através da poesia épica
Pela
epopeia
Tarefa que
se subordina
ao engenho e à arte
Novo reino = novos domínios
Marte, deus da guerra
Neptuno, deus do marOs feitos gloriosos
dos portugueses,
a quem os deuses
obedeceram
«outro valor
mais alto
se alevanta»
Afirmação da superioridade
dos Portugueses relativamente
aos heróis clássicos
Desejo de anulação
dos heróis antigos
Desejo do Poeta:
«Cessem […] as navegações grandes»
«Cale-se […] a fama das vitórias que tiveram»
«Cesse tudo o que a Musa antiga canta»
Presente
do modo
conjuntivo
Motivo
Os portugueses tornaram-se senhores
do mar e mestres da conquista
Esquemas-síntese da
Invocação — Canto I, estâncias 4-5
(p. 185)
O tom do canto deve igualar
o assunto do canto: ambos épicos
Apóstrofe
Invocação:
O Poeta pede o favor das musas suas protetoras, as Tágides.
«em verso humilde celebrado /
Foi de mi vosso rio»
«E vós, Tágides minhas»
1.ª estância
Ninfas do rio Tejo, musas de origem nacional
O Poeta já teria composto
poemas dedicados ao rio Tejo
«Dai-me agora um som alto e sublimado»
«Dai-me igual canto aos feitos
da famosa / Gente vossa»
«Dai-me ũa fúria grande e sonorosa»
2.ª estância
O Poeta pede uma inspiração
elevada, grandiosa para compor
em estilo sublime
Repetição Modo
imperativoInsistência do pedido
«que a Marte tanto ajuda»: os portugueses
auxiliam Marte, pois dedicam-se à guerra
Função: exaltar os feitos
dos Portugueses
«verso humilde»
«agreste avena ou frauta ruda»
Características da poesia lírica e da poesia épica: comparação.
Poesia bucólica e lírica
«som alto e sublimado»
«um estilo grandíloco e corrente»
«ũa fúria grande e sonorosa»
«tuba canora e belicosa»
Poesia épica
«famosa / Gente vossa»:
os portugueses
Esquemas-síntese da
Dedicatória — Canto I,
estâncias 6-18
(pp. 186-188)
Dedicatória:
Não era um elemento obrigatório na estrutura da epopeia.
O Poeta dedica Os Lusíadas a D. Sebastião, o rei português.
António Ramalho, Camões lendo «Os Lusíadas» a D. Sebastião
(entre 1893 e 1916).
Repetição
«Vós»
Expressões
que classificam
o destinatário do
discurso do Poeta
Discurso elogioso
dirigido ao rei
Estâncias 6, 7 e 8
O Poeta elogia e aconselha o rei — utiliza uma estrutura semelhante
a um texto argumentativo e linguagem persuasiva:
Exórdio
O Poeta
Estância 6
• «Ó bem nascida segurança»
• «certíssima esperança / De aumento da pequena Cristandade»
• «ó novo temor da Maura lança, / Maravilha fatal da nossa idade»
Estância 7
• «tenro e novo ramo florescente / De ũa árvore de Cristo mais amada»
Estância 8
• «poderoso Rei»
• «jugo e vitupério / Do torpe Ismaelita cavaleiro»
Afirma que ele poderá continuar a expansão da Fé
e do Império
Declara que este é o garante da independência
do reino português
Dirige-se a D. Sebastião
Estância 9
«vereis um novo exemplo / De amor
dos pátrios feitos valerosos, / Em
versos divulgado numerosos»
Estância 10
• «amor da pátria»
• «pregão do ninho meu paterno»
Discurso elogioso dirigido
ao Poeta e ao povo português:
o amor patriótico do poeta
Estâncias 9, 10 e 11
Exposição
O Poeta
Formas no modo imperativo:
Estância 9
• «Inclinai um pouco a majestade»
• «os olhos da real benignidade / Ponde no chão»
Estância 10
«Ouvi: vereis o nome engrandecido»
Estância 11
«Ouvi, que não vereis com vãs façanhas»
Afirma que D. Sebastião se pode considerar
mais feliz por ser rei de Portugal do que rei de
todo o mundo
Pede a D. Sebastião que olhe para o seu poema,
pois nele poderá ver registados os feitos do povo
português
«vãs façanhas, / fantásticas, fingidas, mentirosas» Epopeias ficcionadas
«as verdadeiras vossas são tamanhas» Epopeia portuguesa
Estâncias 12, 13 e 14
Confirmação
Contrasta cada herói da Antiguidade com um
herói português
O Poeta
Confirma as afirmações proferidas através de
exemplos concretos de heróis
Os feitos dos portugueses
são comparados às proezas
de dois chefes militares:
Carlos Magno e Júlio César
Refere-se à coragem dos vice-reis da Índia
e dos comandantes militares que se destacaram
no Oriente português
Estâncias 15, 16 e 17
Peroração
O Poeta
Prevê que os antepassados do rei (D. João III
e Carlos V) se orgulhem por ver as suas «obras
valerosas»
Incita D. Sebastião a avançar com as contendas
na terra e no mar, em África e no Oriente (vencer
os árabes, turcos e «o bárbaro Gentio»)Novos elogios ao jovem rei
«a vós» «em vós»
Repetição
Estância 18
Epílogo
O Poeta
Pede ao rei que imagine os «vossos Argonautas»
e contemple o exemplo de grandeza desses heróis
Sugere ao rei que, enquanto não partir para
as novas conquistas, repare nos versos que
vão ser lidosOração coordenada
adversativa «Mas»
O momento presente é
de audição do poema
Esquemas-síntese de
«Reflexões do Poeta. A fragilidade
da vida humana» — Canto I,
estâncias 105 e 106
(p. 200)
Estas duas estrofes constituem o final do Canto I. Após a narração
dos obstáculos que a frota de Vasco da Gama teve de suportar,
o Poeta reflete sobre a fragilidade e a insegurança da vida humana.
1.ª parte
Traição:
O porto de Mombaça é muçulmano
e aí foi montada uma armadilha para
destruir a frota de Vasco da Gama
Estância 105 (vv. 1-4)
Origem da reflexão:
O falso piloto instruído por Baco conduz a armada portuguesa para
um porto muçulmano.
MetáforaA traição dos inimigos dos portugueses
é posta em paralelo com um veneno
Perigo no mar
Perigo na terra
2.ª parteReflexão sobre o perigo
constantemente presente na vida
humana
Estância 105 (vv. 5-8)
Estância 106 (até ao v. 4)
Apóstrofes
Dupla
adjetivação
Frase
exclamativa
Repetição do
quantificador
Vida cheia de perigos
Vida insegura
3.ª parte Interrogação retóricaEstância 106 (vv. 5-8)
Inevitabilidade do sofrimento
causado pelo «Céu sereno»Metáfora
«um bicho da terra
tão pequeno»
O Homem como ser frágil,
à mercê do Destino cruel