ossos de membro inferiorfiles.anatomiainterativa.webnode.com/200000012-8936b8a341/osso… · abaixo...
TRANSCRIPT
OSSOS DE MEMBRO INFERIOR
PROF. Esp. Carlos Henrique Przybysz1
1 OSSOS DO CÍNGULO DO MEMBRO INFERIOR
Também chamado de cintura pélvica forma a raiz de implantação do membro
inferior, sendo constituído pelos ossos do quadril direito e esquerdo.
Quando além dos ossos do quadril está também o sacro, este conjunto é chamado de
pelve óssea.
1.1 Osso Do Quadril
O osso do quadril (osso pélvico, osso ilíaco e erroneamente chamado de coxal), é
par tendo um direito e um esquerdo. Articula-se com o osso homólogo e posteriormente
com o sacro.
Inferiormente e lateral articula-se com o osso fêmur correspondente. No
período fetal o osso do quadril tem ossificação em três pontos distintos. Um ponto é 2/3 do
osso sendo superior, e 1/3 é dividido em anterior e posterior. Esses 2/3 é o ílio, a metade
anterior é a pube e a metade posterior é ísquio.
Com o passar do tempo os três pontos se fundem, tornando-se assim um único osso
com três ossos e acidentes ilíacos, púbicos e isquiáticos. O ponto de encontro das três
fusões é o acetábulo.
Para estudo deve ser colocado na posição vertical, com o forame obturado (grande
forame), para baixo e o acetábulo lateral que fica acima do forame obturado.
A borda anterior pode ser dada com a pube, sendo menos volumoso que o ísquio. A
pube limita a parte anterior do forame obturado, tendo dois ramos: superior que sobe para
trás e inferior quase horizontal, no encontro dos dois ramos defini-se o corpo da pube.
O osso do quadril apresenta duas faces, quatro bordas e quatro ângulos. A face
lateral em quase toda região do ílio é apresentado por uma depressão que é a face glútea.
(fossa ilíaca externa), possuindo três curvas que são as linhas glúteas: posterior, anterior e
1 Professor graduado em Licenciatura em Ciências Biológicas pela FAP (Faculdade de Apucarana); especialista em Anatomia e Histologia humana: métodos de ensino e pesquisa pela UEM (Universidade Estadual de Maringá). Professor titular da Disciplina de Anatomia Humana e Neuroanatomia na FAP.
inferior que entre elas se inserem os músculos glúteos. Abaixo desta face glútea está o
acetábulo (cavidade catilóide) onde se aloja a cabeça do fêmur.
No acetábulo está uma superfície lisa cartilaginosa em forma de ferradura voltada
para baixo chamada de face semilunar, porção realmente articular do acetábulo, e abaixo
desta, uma parte rebaixada, áspera chamada de fossa do acetábulo. O contorno do acetábulo
na parte inferior é interrompido por uma chanfradura chamada de incisura do acetábulo.
Abaixo do acetábulo está o forame obturado, sem importância que no vivo é
tampado por membrana.
A face medial do osso do quadril é dividida em superior e inferior por uma linha
romba que o cruza de cima para baixo e de trás para frente chamada de linha arqueada. Esta
linha vai até o ramo superior da pube, onde continua numa linha discreta chamada de linha
pectínea.
A parte superior apresenta uma depressão rasa chamada de fossa ilíaca (ilíaca
interna). A do osso direito é importante por sua relação com ceco-apêndice em diagnósticos
de apendicite.
Atrás da fossa ilíaca esta uma superfície articular áspera com forma de orelha, com
concavidade póstero-superior, chamada de face auricular, que se articula com a face do
mesmo nome no osso sacro.
Posterior e superior a face auricular está uma superfície não articular rugosa
chamada de tuberosidade ilíaca.
A região inferior da face medial é representada por uma superfície plana que é o
fundo do acetábulo. As bordas do ílio são: superior, anterior, posterior e inferior.
A borda superior forma um S de curvas pouco fechadas chamada de crista ilíaca, grossa e
serve de inserção de músculos do abdome.
Nas bordas anteriores e posterior encontra-se 4 eminências ósseas que são as
espinhas ilíacas anteriores e posteriores. Das anteriores uma é superior chamada de espinha
ilíaca Antero superior estando entre a união da borda superior e anterior e outra inferior
chamada de espinha ilíaca Antero inferior, bem como nas posteriores tendo uma superior
chamada de espinha ilíaca póstero superior que está entre a união da borda superior e borda
posterior e outra inferior chamada de espinha ilíaca póstero inferior.
Abaixo da espinha ilíaca Antero inferior encontra-se uma saliência romba chamada
de eminência iliopúbica e abaixo desta está a borda anterior do ramo superior da pube.
Abaixo da espinha ilíaca póstero inferior está um grande recorte chamado de
incisura isquiática maior, por onde transita alguns vasos e o principal nervo do membro
inferior o isquiático (ciático).
Na seqüência logo abaixo desta incisura esta uma eminência pequena chamada de
espinha isquiática, e em seguida a incisura isquiática menor. O ângulo póstero inferior é
representado por uma expansão óssea rugosa chamada de túber isquiático.
O ângulo Antero inferior é representado pelo corpo da pube que possui uma face
lisa articular chamada de face sinfisial, que articula o osso do quadril oposto.
Fig. 01. Osso do quadril vista lateral. Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
Fig. 02. Osso do quadril vista medial. Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed.
Porto Alegre: Artmed, 2000.
1.2 ESQUELETO DA PORÇÃO LIVRE DO MEMBRO INFERIOR
Ossos classificados como longos. Somente os ossos do tarso, a primeira porção do
pé, são classificados como curtos. Outro osso classificado como curto é a patela, localizado
na parte anterior do joelho.
O membro inferior é dividido em coxa, perna e pé. Na coxa tem-se o fêmur, os
ossos da perna são dois: tíbia e fíbula (perônio), sendo a tíbia medial e a fíbula lateral.
O pé é dividido em tarso, metatarso e dedos.
1.2.1 Fêmur
Osso vertical e longo apresenta uma epífise proximal, um corpo e uma epífise distal.
Na epífise proximal possui um segmento esférico colocado medialmente para o estudo
chamado de cabeça.
A face anterior do corpo é determinada colocando-se a região lisa e rasa da epífise
distal para frente. O corpo é considerado um prisma com face anterior lateral e medial, mas
como é sensivelmente cilíndrico apresenta bem uma borda posterior representada por uma
linha áspera do fêmur onde se inserem vários músculos.
A epífise proximal tem um acidente mais importante, de forma esférica que é a
cabeça com 2/3 de superfície lisa para se articular com a face semilunar do acetábulo. No
centro da cabeça está a fóvea da cabeça do fêmur, onde se insere o ligamento da cabeça do
fêmur (ligamento redondo) da articulação do quadril.
Prendendo a cabeça do fêmur ao corpo está ai um cilindro curto formando um
ângulo obtuso, chamado de colo anatômico. Lateralmente ao colo encontram-se duas
saliências ósseas não articulares, sendo uma mais volumosa que continua acima da cabeça
do fêmur sendo chamado de trocânter maior e a outra é bem menor saindo posteriormente e
medialmente chamado de trocânter menor.
Os dois trocânteres servem de inserção para vários músculos, e são ligadas por
linhas ósseas. A linha anterior é menos saliente chamada de linha intertrocantérica e a
posterior mais acentuada chamada de crista intertrocantérica.
Abaixo dos trocânteres, se colocado o dedo polegar e indicador formando um
circulo, temos o colo cirúrgico onde são realizadas amputações preservando a epífise
proximal e articulação do quadril.
A epífise distal possui duas grandes saliências ósseas que se projetam
posteriormente chamados côndilos sendo um medial (interno) e outro lateral (externo).
Estes se unem anteriormente e na parte posterior se separam pela fossa intercondilar
(chanfradura intercondílea).
O ponto de junção anterior dos côndilos é uma superfície articular lisa chamada de
face patelar (tróclea femoral) onde se articula a patela.
As faces inferiores e posteriores dos côndilos são articulares para as superfícies
articulares superiores (cavidades glenóides) da tíbia.
De cada lado dos côndilos existe uma saliência não articular para inserção de
músculos: no côndilo medial está o epicôndilo medial e no côndilo lateral está o epicôndilo
lateral.
Na borda posterior do corpo do fêmur está a linha áspera que ao se aproximar da
epífise proximal se trifurca. O ramo lateral vai para o trocânter maior sendo chamada de
tuberosidade glútea onde se insere o músculo glúteo máximo; o ramo intermédio vai para o
trocânter menor formando a linha pectínea onde se insere o músculo pectíneo e o ramo
medial chamada de linha espiral vai ao colo cirúrgico onde se insere o músculo vasto
medial. Inferiormente a linha áspera se bifurca e os ramos vão para os côndilos, limitando
assim uma região triangular com base inferior chamada de superfície poplítea (espaço
poplíteo).
Fig. 03. Osso Fêmur vista anterior. Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
Fig. 04. Osso Fêmur vista posterior. Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed.
Porto Alegre: Artmed, 2000.
1.2.2 Patela
Patela (rótula), com forma triangular que se interpõe nas fibras do tendão distal do
músculo quadríceps. Possui face anterior e posterior, sendo a anterior muito rugosa sendo
coberta por fibras e a face posterior chamada de face articular possuindo ¾ superiores de
superfície articular tendo na vertical uma crista romba separando duas concavidades, que se
articula com os côndilos do fêmur.
Estas concavidades são as superfícies patelar sendo a do côndilo lateral mais ampla
do que a do medial, isso determina de que lado a patela é, direita ou esquerda. Por ser de
forma triangular, apresentam uma base superior e um ápice inferior, duas bordas (lateral e
medial).
Tem função de auxiliar no deslizamento do tendão do músculo quadríceps.
Classicamente considera-se que o tendão do quadríceps se insere na base da patela e que do
ápice sai outro tendão chamado de ligamento patelar (tendão rotuliano), que se insere na
tuberosidade da tíbia.
1.2.3 Ossos Da Perna
Na perna existem dois ossos, a tíbia e fíbula (perônio). São paralelas sendo a fíbula
lateral e a tíbia posterior
A tíbia é mais volumosa e só este osso entra na articulação do joelho articulando-se
com o fêmur. A fíbula se articula superiormente na tíbia e inferiormente os dois ossos se
encaixam sobre o tarso em forma de pinça que prende medial lateral e superior o tálus.
A tíbia é superficial sendo palpada na face medial, pois é recoberta somente pelo
tegumento, já a fíbula é profunda situando-se numa espessa camada muscular.
O corpo dos dois ossos são prismáticos, são ligados no sentido súpero-inferior na
borda lateral da tíbia chamada de borda interóssea e medial na fíbula, por uma membrana
chamada de membrana interóssea da perna.
1.2.3.1 Tibia
Possui uma epífise proximal mais volumosa que a distal. A proximal forma um
bloco ósseo maciço expandido medial e lateralmente para suportar e articular os côndilos
do fêmur.
Estas expansões são chamadas de côndilos medial e lateral da tíbia (tuberosidade
interna e externa), que olhada em vista superior observa-se uma superfície articular rasa
uma de cada lado que são as superfícies articulares (cavidades glenóides interna e externa).
Entre as duas superfícies articulares situa-se uma saliência chamada de eminência
intercondilar (espinha da tíbia), formado por duas elevações pequenas que são os tubérculos
intercondilar medial e lateral.
Anteriormente e posteriormente a esta eminência intercondilar, apresenta-se uma
superfície áspera chamada de área intercondilar anterior e posterior (superfície pré e retro
espinhal).
Inferior ao côndilo lateral encontra-se uma superfície articular chamada de faceta
articular fibular que articula a epífise proximal da fíbula. Na parte posterior dos côndilos
existe uma chanfradura e na parte anterior na união dos dois côndilos existe uma eminência
romba chamada de tuberosidade da tíbia, onde se insere o ligamento patelar.
A epífise distal da tíbia apresenta na parte inferior uma superfície articular de
formato quadrilátero que se articula com o corpo do tálus (astrálago), ossos mais superior
do tarso, chamada de superfície articular inferior.
Na face medial desta epífise encontra-se um processo voltado para baixo chamado
de maléolo medial. Na face lateral do maléolo medial está a superfície articular do maléolo
para articular-se com a face medial do tálus. Na face lateral da epífise distal, apresenta-se
uma superfície articular chamada de incisura fibular para a fíbula.
Fig. 05. Osso Tíbia vista anterior e posterior. Fonte:
http://www.sogab.com.br/anatomia/cingulodosmembrosinferiores.htm
Fig. 06. Osso Tíbia vista superior. Fonte:
http://www.sogab.com.br/anatomia/cingulodosmembrosinferiores.htm
1.2.3.2 Fíbula
Fíbula (perônio) osso mais fino do que a tíbia. Para reconhecer o lado a que
pertence deve ser colocado com a extremidade mais achatada (maléolo lateral) para baixo
com a face medial e a incisura posterior no sentido vertical.
O corpo apresenta uma borda anterior e faces posterior, medial e lateral. Na face
medial está a crista longitudinal chamada de crista medial onde se insere a membrana
interóssea.
¼ inferior do osso é torcido devido as diferentes direções das bordas. A borda
anterior neste ¼ se bifurca emitindo um ramo dirigindo-se obliquamente para trás cruzando
a face lateral indo ao maléolo lateral na extremidade inferior. O outro ramo da borda
anterior permanece anterior.
A extremidade superior é chamada de cabeça, de formato cúbico irregular possuindo
uma face articular para o côndilo lateral da tíbia (tuberosidade externa), ao lado da face
articular dirigindo-se para cima e lateralmente está o ápice da cabeça (processo estilóide).
(SEBASTIÃO, 1985).
A epífise distal forma o maléolo lateral que possui na face medial, a face articular
do maléolo que possui uma porção superior que se articula com a incisura fibular na tíbia e
uma porção inferior chamada de face maleolar lateral do tálus.
Fig. 07. Osso Fíbula vista medial e lateral. Fonte:
http://www.sogab.com.br/anatomia/cingulodosmembrosinferiores.htm
1.2.4 Ossos Do Pé
O pé é dividido em tarso, metatarso e dedos. O tarso é posterior, os dedos são
anteriores, a planta do pé é inferior e a parte superior é chamada de dorso do pé.
1.2.4.1 Tarso
Sete ossos formam o tarso, sendo curtos e muito irregulares. Para se lembrar mais
facilmente dos nomes pode-se usar a seguinte frase: “Toda Cabeleira Não Combina Com
Cavalheiros Carecas”. Tálus, Calcâneo, Navicular, Cubóide e 3 Cuneiformes sendo lateral,
medial e intermédio.
O tálus é o osso mais superior se articulando com os ossos da perna superiormente e
inferiormente se articula com o navicular. O calcâneo é o mais posterior e inferior,
anteriormente está o cubóide onde o calcâneo se articula. Assim os cuneiformes estão na
frente do navicular.
O tálus e o calcâneo formam a fileira posterior. A fileira anterior é formada pelos
outros cinco ossos sendo o cubóide formando o bloco lateral sozinho, o navicular por trás e
os cuneiformes na frente formariam o bloco medial.
Entre as duas fileiras está a articulação tarsal transversal. O Tálus (astrálago) possui
uma cabeça anterior, colo e corpo posterior. A face superior do corpo forma uma tróclea
para a tíbia, as faces medial e lateral do tálus se articulam com os maléolos medial e lateral
dos ossos da perna. É o único osso do pé que não possui inserção muscular.
O calcâneo possui uma grande saliência posterior que é o acidente mais importante
chamado de túber do calcâneo, servindo de inserção de músculos posteriores da perna.
O navicular (parecendo um pequeno barquinho) tem convexidade para cima. O
cubóide é irregularmente cúbico, os cuneiformes estão um do lado do outro em forma de
cunhas. O cuneiforme medial tem base inferior e o lateral e intermédio tem base superiores
e ápice superior.
1.2.4.2 Metatarso
Tudo o que é dito em relação ao metacarpo é valido ao metatarso. Deve-se levar em
conta somente uma características, de que o pé é horizontal. São em número de cinco ossos,
sendo o primeiro mais medial que todos e os outros são paralelos. A base é posterior e
cabeça anterior de todos os ossos.
Das bordas do corpo, uma é inferior e as outras são lateral e medial, as faces são
superior lateral e medial. (
Na base do quinto metatarso encontra-se uma expansão óssea sobressaindo na
lateral chamada de tuberosidade do metatarso V.
1.2.4.3 Ossos Dos Dedos Do Pé
São denominados no sentido médio lateral em I,II,III,IV,V, sendo o primeiro
chamado de Hálux e o V de mínimo.
1.2.4.4 Ossos Sesamóides
Encontram-se dois ossos sesamóides com forma de pequenos grãos de ervilha
abaixo do I metatársico.
Fig. 08. Ossos do pé vista superior. Fonte: http://www.sogab.com.br/anatomia/cingulodosmembrosinferiores.htm
REFERÊNCIAS AULA DE ANATOMIA. Osteologia. Disponível em: <www.auladeanatomia.com>. CASTRO, Sabastião Vicente de. Anatomia fundamental.. 2.ed. SÃO PAULO: McGraw-Hill do Brasil, 1974. 586p.;il.p. DIDIO, J.A.L. Sinopse de anatomia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1974. GARDNER, W.D; OSBURN, W.A. Anatomia do corpo humano. 2 ed. São Paulo: Atheneu, 1980. NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. SOGAB. Ossos de membro inferior. Disponível em:<http://www.sogab.com.br/anatomia/cingulodosmembrosinferiores.htm.>